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OPERAÇÃO E LOGÍSTICA Fabio Maia Operador logístico: outsourcing Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você será capaz de: � Reconhecer o conceito e a aplicação do Outsourcing como estratégia logística. � Definir os requisitos e as áreas em que o outsourcing pode ser aplicado na cadeia de suprimentos da organização. � Identificar as limitações do outsourcing. Introdução Dificilmente uma empresa consegue realizar todas suas atividades sem precisar de ajuda externa. Nesse contexto, existem os operadores logís- ticos que, por meio do outsourcing, prestam serviço para contribuir com as atividades da empresa. Outsourcing trata da terceirização dos serviços por intermédio dos operadores logísticos. A empresa deve adotar o outsourcing de forma estratégica — em diferentes atividades na cadeia de suprimentos, conforme a necessi- dade das empresas — para as operações logísticas serem um diferencial competitivo. Mas antes , é necessário identificar suas limitações e seus benefícios, para que as expectativas geradas sejam atendidas, conforme as possibilidades do serviço. Considerando esse contexto, neste capítulo, você compreenderá o conceito e a importância de outsourcing como estratégia logística. Você também definirá requisitos e áreas em que o outsourcing pode ser aplicado na cadeia de suprimentos da organização e identificará as suas limitações. Outsourcing e sua aplicação como estratégia logística A partir dos anos 1990, a globalização da economia proporcionou novas formas de se fazer negócios, onde o fluxo de bens, serviços e informações precisou ser mais ágil. Assim, países passaram a ampliar parcerias, o que trouxe a desnecessidade do investimento em logística para disponibilizar os produtos em diferentes partes do mundo. Esse cenário globalizado exige que as empresas sejam competitivas, ou seja, que apresentem diferenciais para os clientes. Por isso, é necessário enxugar custos e focar na atividade principal do negócio. Dessa forma, o outsourcing surge para suprir as necessidades da empresa — aquelas que não são o foco de suas atividades. O termo significa terceirização, que, referente à logística, ocorre por meio dos operadores logísticos. O sistema vertical, em que não se utiliza serviços de terceiros, passou a ser substituído nas empresas, onde o outsourcing ganha espaço e é utilizado de forma estratégica, principalmente para reduzir custos e tempo com atividades que não são o foco da empresa. Assim, o outsourcing logístico aumentou em decorrência da globalização, devido à necessidade de reduzir custos para com- petir. Goi (2014, documento on-line) mostra outras vantagens da terceirização: A terceirização desvia a empresa contratante dos investimentos em recruta- mento e treinamento de pessoal, dos gastos para a aquisição e manutenção dos ativos e sistemas, e da gestão de tudo isso. E dá acesso imediato a anos de experiência diversificada, a um contingente de profissionais selecionados e integrados, a sistemas maduros e igualmente integrados, e às melhores práticas de mercado. As empresas devem usar a terceirização como aliada competitiva, para focar o tempo e os demais recursos na sua atividade de negócios. Assim, é preciso buscar parceiros que tenham qualidade e valores acessíveis de serviços. O core business — ou coração do negócio — não deve ser terceirizado, pois precisa ser de controle exclusivo da empresa. Operador logístico: outsourcing2 Por isso, a empresa deve identificar o que não é sua atividade central para delegar essas atividades a terceiros. Mas é necessário entender que a empresa tem que gerenciar os terceiros que têm a responsabilidade de representar a marca na cadeia de suprimentos. É comum o uso de operadores logísticos para executarem atividades lo- gísticas que não são o foco do negócio. Novaes (2007, p. 282) mostra o con- ceito de operador logístico, fornecido pela ABML (Associação Brasileira de Movimentação e Logística): Operador logístico é o fornecedor de serviços logísticos, especializado em gerenciar e executar todas ou parte das atividades logísticas nas várias fases da cadeia de abastecimento de seus clientes, agregando valor aos produtos dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, prestar simultaneamente serviços nas três atividades básicas de controle de estoques, armazenagem e gestão de transportes. A satisfação do cliente apresenta-se como um dos objetivos da logística, obtido com a disponibilidade de produtos, serviços e informações. O outsour- cing precisa contribuir para aumentar o nível de satisfação do cliente, que é a razão de existência das empresas que compõem a cadeia de suprimentos. A Figura 1, na sequência, mostra um comparativo de satisfação quanto aos serviços prestados por operadores logísticos em quatro localidades: Brasil, Estados Unidos, Europa e Ásia. Pode-se observar que todos esses locais têm índices de satisfação acima de 80%, o que é ótimo, mas também mostra que existe um potencial a ser explorado para se chegar aos 100%. A pesquisa da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) aponta que o nível de satisfação das empresas brasileiras com terceiros é de 81%, igual ao da Europa e mais baixo que o dos Estados Unidos (89%) e da Ásia (89%). Esse índice aumenta quando o contratante e o prestador de serviço mantêm a comunicação clara quanto aos seus objetivos que visam a atender e/ou superar as expectativas do cliente. 3Operador logístico: outsourcing Figura 1. Satisfação dos prestadores de serviços logísticos no ano de 2016. Fonte: Guedes (2016, documento on-line). Vale salientar que, segundo Novaes (2007), existem operadores logísticos 3PL e 4PL. O 3PL (third-party logistics ou logistics providers — provedor logístico) efetua o fornecimento de serviços logísticos tradicionais, como transporte e armazenagem, e nem sempre reflete a ideia de integração que deve existir na cadeia de suprimentos. Já o 4PL ( fourth party logisctics servi- ces — integrador de serviços logísticos) tem uma abrangência mais completa na prestação de serviços logísticos em toda cadeia de suprimentos. Por isso, ele acaba sendo responsável pelo gerenciamento e controle do 3PL. É comum que a empresa estabeleça contato direto com 4PL, para que este, por sua vez, se relacione com os operadores 3PL. A escolha entre 3PL ou 4PL depende, então, das necessidades do negócio quanto à terceirização e do seu nível de complexibilidade quanto aos serviços logísticos que podem demandar poucos ou muitos operadores para sua prestação. O processo de terceirização precisa ser planejado para definir quais e como atividades serão transferidas para o operador logístico, sem que os clientes sejam afetados negativamente. Inclusive, a empresa pode informá-los de que, para melhor atendimento, está investindo em novas parcerias. Assim, Novaes (2007) expõe como ocorre o processo de terceirização dos serviços logísticos: Operador logístico: outsourcing4 � definir as atividades-objeto de terceirização; � avaliar se os serviços logísticos serão terceirizados; � definir quais PSL serão considerados; � avaliar os PSL que são mais apropriados; � definir as ferramentas de controle a serem utilizadas; � decidir como a parceria será gerenciada; � ter indicadores disponíveis para continuar ou terminar a parceria. Assim, percebe-se que o processo de terceirização envolve certa com- plexibilidade. Por isso, as empresas precisam ficar atentas para a seleção do operador logístico. É importante que existam critérios claros de seleção dos PSL que contribuirão para o desempenho da empresa. Os valores empresariais, como ética e comprometimento, devem estar alinhados com o PSL, sendo um pré-requisito para sua seleção, além das competências técnicas, da experiência de mercado, entre outros. Acesse o site da ABOL e saiba mais sobre outsourcing na área de logística. http://abolbrasil.org.br/ Requisitos e áreas de aplicação do outsourcing na cadeia de suprimentosda organização O principal requisito para implementação do outsourcing, de acordo com No- vaes (2007), o conhecimento, por parte da empresa, da sua atividade principal, para que as demais sejam terceirizadas. A empresa precisa estar consolidada em sua atividade principal e apresentar resultados de excelência antes de terceirizar. Ou seja, é fundamental ter processos definidos, controle e produto/ serviço de qualidade. 5Operador logístico: outsourcing Por outro lado, Goi (2014) aponta as principais expectativas quanto aos serviços dos operadores logísticos, que podem ser entendidas como requisitos de acordo com as necessidades do negócio ao terceirizar. Ao selecionar o operador logístico, deve-se ter em mente que existe muita responsabilidade em eleger o melhor prestador de serviços que representará a marca em toda cadeia de suprimentos. Por isso, ele sugere selecionar o operador com experiência de mercado, bem-conceituado e que atenda aos requisitos a seguir. � Flexibilidade: o operador logístico deve ser flexível para suportar as oscilações da demanda, que pode variar de acordo com os pedidos dos clientes, as mudanças políticas e econômicas. A flexibilidade também é importante para atender aos pedidos emergenciais. Ou seja, ser flexível é estar disponível para atender às situações inesperadas, para as quais o operador logístico precisa prestar serviços de excelência, obtendo uma imagem positiva no mercado. � Custo: o custo do serviço terceirizado deve ser obrigatoriamente menor do que o realizado pela empresa. � Absorção de aumentos de custo: é interessante que o operador logístico seja capaz de absorver alguns aumentos de custos para que os preços finais para o consumidor não sejam afetados. � Menos mão-de-obra: espera-se que o operador logístico possua pro- cessos automatizados e menos suscetíveis a erros e, assim, uma equipe enxuta, eficiente e eficaz. � Altos índices de performance: o prestador de serviços logísticos deve ter alta performance em todas as atividades e ser especialista na sua área, pois os serviços prestados têm que ter qualidade. � Atividades just in time: o operador logístico deve estar disponível para realizar as atividades no momento desejado e no menor tempo possível. As atividades logísticas são dinâmicas e exigem empresas que atendam à velocidade esperada com o fluxo de produtos ao longo da cadeia de suprimentos. � Atendimento a toda norma técnica, legal e de sustentabilidade: todo operador logístico precisa estar enquadrado em todas as normas exigidas pela legislação e empresa contratante, a qual deve verificar a sua idoneidade antes de contratá-lo. � Plano de contingência: é o plano B, ou seja, o operador logístico precisa ter a competência de mostrar para empresa que possui diferentes opções de atendê-la. Isso significa estar preparado para todo evento inesperado. Operador logístico: outsourcing6 Um exemplo de plano de contingência é quando uma empresa contrata um operador logístico para fazer o transporte de mercadorias de uma carga dos Estados Unidos para o Brasil. Em situação normal, a operação logística é coletar, transportar e entregar o produto, dentro dos prazos estabelecidos. Mas, se estiver nevando nos Estados Unidos e o aeroporto parar de funcionar, então o operador deve ter o plano de emergência que, nesse caso, é fazer o transporte com outro meio, como ferroviário ou rodoviário, até outro aeroporto que esteja funcionando. Assim, com o plano de contingência, o serviço é realizado, independentemente dos eventos inesperados. Muitos desses requisitos para contratação de operadores logísticos podem surgir na relação de parceria e na identificação de formas de melhoria do serviço. Por isso, a comunicação e o feedback devem ser constantes entre empresa contratante e operador logístico para o desenvolvimento do con- junto de serviços baseado nas necessidades da empresas e possibilidades de atendimento do prestador de serviços logísticos na cadeia de suprimentos. Por isso, Goi (2014) afirma que existe um ciclo de maturação da operação terceirizada. Por isso, o diálogo tem papel tão importante para que esse ciclo seja completo na relação entre empresa contratada e operador logístico. Esse ciclo contém cinco momentos. 1. Planejamento e revisões periódicas: planejar e rever o planejamento são essenciais para que fiquem claras quais serão as próximas movi- das e atividades que o operador deve cumprir, de acordo com a visão empresarial. 2. Desenvolvimento contínuo: é a capacidade de o operador estar sempre buscando melhorias para o cliente. 3. Provedor de serviços logísticos capacitado: significa uma equipe com formação técnica e treinada para proporcionar o melhor atendimento. 4. Integração do provedor ao negócio: o provedor logístico precisa estar incorporado à missão da empresa, para contribuir ativamente na sua visão de negócios. 5. Equação econômica equilibrada: o operador logístico precisa ter valor acessível para a empresa conseguir contratá-lo. Mas, ele também deve ter valor que supra as suas necessidades o suficiente para ofertar um serviço diferenciado. 7Operador logístico: outsourcing Assim, nesse ciclo de maturação (Figura 2), é necessário planejar e revisar periodicamente as operações para desenvolvimento de um provedor de serviços capacitado e integrado aos processos da empresa, de forma economicamente viável e estratégica. Esse ciclo é contínuo e deve ser observado durante todo relacionamento entre empresa contratante e operador logístico. Figura 2. Ciclo de maturação da operação terceirizada. Fonte: Revista Tecnologística (2014, documento on-line). As cinco etapas do ciclo de maturação da operação terceirizada com- plementam-se. Compreender esse ciclo significa que a empresa contratante está receptiva às negociações e parcerias que beneficiam toda a cadeia de suprimentos. Por isso, o feedback periódico tem papel essencial em todos os momentos de prestação de serviço, apontando sugestões de melhoria e reiterando o que está sendo realizado de modo satisfatório. Diferentes serviços logísticos podem ser terceirizados em empresas a nível mundial. Nesse sentido, uma pesquisa da ABOL mostra os serviços mais utilizados na América do Norte, Europa, Ásia e no Brasil. Em todos os casos, o transporte doméstico, dentro do território nacional, foi maioria em percentual. Pode-se concluir que isso acontece devido à necessidade de distri- buir os produtos para as diversas regiões dentro dos países (GUEDES, 2016). Serviços de desembaraço tiverem altos índices, pois estão relacionados à elaboração da documentação necessária para exportar e importar produtos. A armazenagem, conforme a pesquisa, também apresentou relevância dentre os serviços dos operadores logísticos. Assim, esses índices indicam a demanda Operador logístico: outsourcing8 pela prestação de serviços e são importantes para os operadores logísticos identificarem os negócios que são mais atrativos e, assim, direcionar seus investimentos. Os serviços de cross-docking referem-se ao imediato encaminhamento das mercadorias da entrada no armazém para a expedição, sem precisar passar pelo processo de armazenagem. Nogueira (2015, documento on-line) define cross-docking como: “[...] processo onde produtos são recebidos em uma dependência, ocasionalmente junto com outros produtos, que são separados conforme MIX para o mesmo destino, onde são enviados na primeira opor- tunidade, sem uma armazenagem longa [...]”. Assim, o processo de cross- -docking reduz significativamente o tempo de permanência das mercadorias no armazém, tornando o fluxo de produtos mais ágil em toda a cadeia de suprimentos. Esse serviço também pode ser terceirizado e apresenta maior índice de outsourcing no Brasil e menor na Ásia. América do Norte e Europa apresentam índices simulares e um pouco abaixo do Brasil. O serviço de outsourcing de montagem de kits de produtos está em último lugar, conforme a pesquisa da ABOL,e apresenta índices similares entre os países (Quadro 1). Essa montagem de kits pode estar presente na linha de produção ou no armazém e refere-se a integrar diferentes produtos para um pedido (Figura 3) (GUEDES, 2016). Fonte: Guedes (2016, documento on-line). América do Norte Europa Ásia- Pacífico Brasil Transporte doméstico 77% 91% 85% 91% Desembaraço aduaneiro 65% 58% 78% 86% Logística reversa 32% 33% 29% 66% Armazenagem 71% 68% 73% 64% Cross-docking 36% 35% 26% 41% Montagem de kits 31% 33% 34% 26% Quadro 1. Utilização dos serviços logísticos na América do Norte, Europa, Ásia e no Brasil 9Operador logístico: outsourcing Figura 3. Operação de cross-docking. Fonte: Adaptado de Nogueira (2015). Entrega de fornecedores Forn. 1 Forn. 2 Forn. 4 Forn. 3 Cliente 1 Cliente 2 Cliente 3 Cliente 4 Distribuição para clientes Recebimento Separação Expedição Produto não é armazenado Podem existir outros serviços prestados pelos operadores logísticos, como de transporte internacional e rastreamento de mercadorias e veículos. O trans- porte internacional, bem como sua gestão, pode ser terceirizado: a empresa contrata o transportador que se responsabiliza pela coleta, pelo transporte e pela entrega das mercadorias. O rastreamento de produtos e veículos também pode ser um serviço efetuado pelo operador logístico, que faz o acompanhamento, rastreando e informando a localização exata deles. As atividades logísticas são classificadas em dois grupos: logística de entrada ou suprimentos (inbound logictics) e logística de saída ou distribui- ção (outbound logistics). Algumas atividades, como a de transporte, podem estar presentes tanto na logística de suprimentos quanto na de distribuição (NOVAES, 2007). A prestação de serviços logísticos precisa considerar, pelo menos, três aspectos: � a natureza das atividades logísticas; � as características do produto; � a região a ser atendida. Operador logístico: outsourcing10 A natureza das atividades logísticas são as atividades em si, tais como: � transporte, armazenagem e manipulação de produtos; � operações industriais, como montagem e testes de qualidade; � operações comerciais, como o tratamento do pedido; � serviços de informação, como monitoramento da carga; � consulta logística. Alguns exemplos de características dos produtos são: peso, volume, valor, restrição de movimentação, etc. A região a ser atendida é onde o serviço será realizado, que pode englobar mais de uma região, um país e até e, mesmo, um continente, principalmente quando se trata de logística internacional. O PSL deve ser estratégico para a empresa e, por isso, precisa compreender seus valores institucionais, o funcionamento do negócio, as características de produtos, bem como a qualidade do atendimento que é esperada. Depois que a empresa define as atividades a serem terceirizadas, é o momento de selecionar os operadores logísticos. Vale destacar que os PSL precisam ter custos menores e qualidade maior do que os realizados diretamente pela empresa. Esses dois fatores são fundamentais na contratação de operadores logísticos, além dos requisitos de flexibilidade, absorção de custos, trabalho de forma just in time, atendimento de normas e leis e existência de plano de contingencia. O cross-docking é um exemplo de atividade que pode ser terceirizada para agilizar as operações logísticas, pois o produto chega ao armazém e já pode ser encaminhado para a saída, pois já há clientes aguardando por ele. Essa operação necessita sincronia entre os membros da cadeia de suprimentos. 11Operador logístico: outsourcing Limitações do outsourcing A grande limitação ou desvantagem da adoção de operadores logísticos é a perda de controle do serviço por parte da empresa, segundo Vivaldini e Pires (2010). Isso ocorre pelo fato de a atividade terceirizada ser de responsabilidade do operador logístico, e a empresa não ter total controle de todos os detalhes que acontecem na prestação dos serviços. Essa limitação pode ser amenizada por meio da tecnologia, que permite a visualização do trabalho do operador logístico em tempo real pela empresa contratada. Por exemplo, a empresa contratada pode entrar no site do operador logístico e saber exatamente em qual local a mercadoria está no momento, em qual velocidade o veículo está trafegando e, assim, ter maior segurança quanto aos serviços prestados. Outras limitações e/ou outros riscos podem existir com a terceirização dos serviços logísticos, tais como: � desempenho abaixo do esperado; � falta de qualificação dos terceiros; � baixa qualidade dos serviços prestados; � influência na imagem da empresa; � quebra de sigilo de informações. Todas essas limitações podem ser contornadas para que as operações na cadeia de suprimentos sejam realizadas da melhor forma possível para atender o cliente. Existe o risco de o operador logístico prestar serviço abaixo do desempenho esperado pela empresa, ou seja, não alcançar a performance desejada. Nesse caso, é importante rever o que foi combinado e estabelecido em contrato e comparar com o que foi efetivamente realizado. Se o que estiver em contrato foi cumprido, e a empresa desejava além disso, uma alternativa interessante é uma conversa honesta sobre as expectativas e formas de realizá-las no próximo trabalho, atualizando o contrato de serviços. Mas, se o contrato não foi cumprido, então é importante que a empresa comunique a sua insatisfação quanto a esse fato e avalie se é possível continuar a relação de parceria. Muitas empresas estipulam multas para os prestadores de serviços que não cumprem as exigências contratuais. A falta de qualificação de conhecimento da área por parte dos terceiros pode ser uma limitação encontrada pela empresa que contrata. Muitas vezes, o comercial do operador logístico exagera nas habilidades e qualificações que Operador logístico: outsourcing12 nem sempre correspondem à realidade. Para isso, é importante que a empresa sempre se resguarde e pesquise sobre a reputação do operador logístico. A baixa qualidade dos serviços é um risco a ser evitado, mas, infeliz- mente, muitas empresas identificam isso somente após receber as primeiras reclamações do cliente. Com o serviço terceirizado, pode acontecer que o operador logístico esconda seus erros com receio de perder o contrato. Então, quando a empresa descobre tais falhas, é porque já aconteceram muitos casos, e, consequentemente, a sua imagem já está competida por causa serviço do terceirizado. A imagem da empresa precisa ser promovida sempre, inclusive pelo ope- rador logístico que precisa estar alinhado com os propósitos da empresa. Existe o risco de o prestador de serviços gerar um marketing negativo, pois o cliente associa o serviço à marca do produto, e não ao terceirizado. Por isso, as empresas precisam estar atentas e manter contato com os clientes com o intuito de verificar se estão sendo atendidos conforme suas expectativas. Outro risco com o serviço de terceirizados é a quebra de sigilo de deter- minadas informações que deveriam ser somente da empresa. Para prestar o serviço, o operador logístico precisa de informações sobre a empresa, o produto, os fornecedores e clientes, dentre outras, as quais devem ser utilizadas somente para prestar o serviço e jamais vendidas ou divulgadas sem autorização prévia da empresa. Esse risco deve ser evitado com cláusulas contratuais que contemplem a confidencialidade das informações e preservação da imagem da empresa. Esses são alguns exemplos de limitações e/ou riscos que o outsourcing pode apresentar durante a prestação de serviços. Mas toda parceria tem riscos e existem diversos desafios a serem contornados nas operações logísticas de forma que suas atividades ocorram com excelência em toda a cadeia de suprimentos. O importante é manter contrato atualizado, e a comunicação entre operador logístico e empresa acontecer com cada vez mais excelência. É importanteque seja firmado um contrato de prestação de serviços entre empresa e operador logístico de modo que estejam formalizados direitos, deveres e obrigações de cada parte. Esse contrato precisa ser claro e conter todas as exigências da empresa para o operador logístico compreender quais serviços devem ser realizados. 13Operador logístico: outsourcing GOI, R. O valor da terceirização logística. 2014. Disponível em: http://www.tecnologistica. com.br/portal/artigos/67513/o-valor-da-terceirizacao-logistica. Acesso em: 12 jun. 2019. GUEDES, P. R. Logística: estratégica e em processo de terceirização. 2016. Disponível em: http://abolbrasil.org.br/pdf/1475075234.pdf. Acesso em: 12 jun. 2019. NOGUEIRA, A. Cross-docking. 2015. Disponível em: http://portallogistico.com. br/2015/04/27/cross-docking-39781. Acesso em: 12 jun. 2019. NOVAES, A. G.. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição: estratégia, operação e avaliação. 3.ed. rev. atual. e ampli. 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