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Aula Direito Administrativo sobre Serviços Públicos 
 
Prof. Assis Dal Lago Júnior 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
CONCEITO: São serviços prestados pela administração pública ou por seus delegatórios, com 
base em regra, em normas de direito público, para atender necessidades essências e 
secundarias da coletividade. 
- Muitos serviços públicos são passados para administração privada – portanto, é possível a 
delegação do serviço público à iniciativa privada. (Concessão, permissão, delegação.) 
 
Divide-se em 3 critérios: 
 
1 - Critério subjetivo orgânico: quem presta o serviço público? 
O serviço pode ser prestado pela administração pública ou por seus delegatários. 
 
2- Critério forma: leva em consideração o regime jurídico. 
Regra: Normas de direito público. 
Quando à delegatarios privados, pode-se obedecer as regras do direito privado. 
 
3 - Critério material: serve para que? 
Regra: Atende necessidades Essências da atividade coletividade 
Exceção: Nem todo serviço público atende atividade essência à coletividade. Ex: Imprensa 
Oficial. (Ou seja, atende necessidades secundarias da coletividade). 
 
CLASSIFICAÇÕES DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
1 – DELEGAVEIS 
2 – INDELEGAVEIS 
 
Delegáveis – A administração pode delegar para a iniciativa privada. (ex: concessão de serviço 
de transporte público). 
Indelegáveis – a Administração não pode delegar para terceiros. (ex: função jurisdicional). 
 
 
1 – PROPRIO 
2 – IMPROPRIO 
 
Próprio – é de titularidade da própria adm. Pública. – Ela pode delegar se quiser, ou prestar 
diretamente, mas será sempre a titular. 
Improprio – não é de titularidade da adm. Pública somente – pode ser de titularidade da AP e 
do particular. 
Ocorre que os serviços públicos impróprios são aqueles que, embora de interesse da 
coletividade, são prestados por particulares, sendo apenas autorizados, fiscalizados e 
regulamentados pelo Estado. Exemplo é o serviço de táxi 
 
 
1 – SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS 
2 – SERVIÇOS DE UTILIDADE PUBLICA 
 
Administrativos – tem como função anteder as necessidades da própria administração pública. 
De forma indireta atinge interesses da coletividade, interesses secundários. 
Utilidade Pública - tem como função anteder as necessidades da utilidade pública. 
 
 
1 – UTI UNIVERSI/ COLETIVO/ GERAL 
2 – UTI SINGULI/ SINGULAR/ INDIVIDUAL 
 
Uti Universi – É Prestado a todos. Mas que não se identifica quem e quanto usa-se do serviço. 
Ex: iluminação pública. É impossível quantificar e identificar o quanto cada um usa do serviço. 
 
Uti Singuli – Serviço prestado a todos, mas é possível identificar quem e quanto cada um utiliza 
do serviço. Ex: ex.: água, coleta de esgoto, telefonia, energia elétrica. 
 
 
 
 
 
1 – SERVIÇO PUBLICO SOCIAL 
2 – SERVIÇO PUBLICO ECONOMICO 
 
Serviço Publico Social – Visa atender as necessidades básicas previstas na Constituição Federal. 
Caracteriza-se por serem serviços públicos deficitarios. Ou seja, serviços públicos que dão 
prejuízos à administração pública. (Não visa o lucro) – é referente as atividades sociais. 
 
Serviço Publico Econômico – Serviço que pode gerar lucro (ainda que não se fale em lucro na 
AP). Não são deficitarios, podem gerar algum renda ou um valor para reinvestir na própria 
administração pública. 
Serviço Público Econômico é diferente das atividades econômicas (Empresa Pública, Sociedade 
de Econômia Mista). 
Ex: Transporte Público, telefonia. 
 
1 – SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL – titularidade da união, art. 21 da CF/88. 
2 – SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL - titularidade do Estado, art. 25, §2º - ex expresso. 
3 – SERVIÇO PÚBLICO DISTRITAL – titularidade do DF. Compete às titularidades dos Municípios 
e Estado – pois o DF não se divide em municípios. 
4 – SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL – titularidade dos municípios – art. 30 da CF/88. (ex: inciso V) 
5 - SERVIÇOS PÚBLICOS COMUNS – art. 23 da CF/88 – cabe à União, Estados e Municípios. 
 
 
1 – INERENTE 
2 – POR OPÇÃO LEGISLATIVA 
 
Inerente – Naturalmente é considerado um serviço público. Não há dúvidas se é um serviço 
público. Ex: iluminação pública, transporte público. 
 
Por Opção Legislativa – A legislação optou por ser um serviço público. Ex: Serviço Postal. 
 
 
 
 
1 – FACULTATIVO 
2 – COMPULSORIO 
 
Facultativo – tem a escolha de usar ou não o serviço. Só será pago se o indivíduo utilizar do 
serviço. Ex: serviço de transporte público. 
 
Compulsório – Não se tem a escolha de utilizar o serviço. E mesmo que opte por não utiliza-lo 
terá que pagar pelo serviço. Ex: coleta de lixo domiciliar. 
 
 
 
USUÁRIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
-Art. 7º da lei 8.987/90. 
(Lei que dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos 
previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.) 
 
Art. 7º. Sem prejuízo do disposto na Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, são direitos e 
obrigações dos usuários: 
 
 I - receber serviço adequado; 
 II - receber do poder concedente e da concessionária informações para a defesa de 
interesses individuais ou coletivos; 
 III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha, observadas as normas do poder 
concedente; 
 III - obter e utilizar o serviço, com liberdade de escolha entre vários prestadores de serviços, 
quando for o caso, observadas as normas do poder concedente. 
 IV - levar ao conhecimento do poder público e da concessionária as irregularidades de que 
tenham conhecimento, referentes ao serviço prestado; 
 V - comunicar às autoridades competentes os atos ilícitos praticados pela concessionária na 
prestação do serviço; 
 VI - contribuir para a permanência das boas condições dos bens públicos através dos quais 
lhes são prestados os serviços. 
 
 
Após foi acrescentado o art. 7º - A em 1.999. – Datas opcionais: 
 Art. 7º-A. As concessionárias de serviços públicos, de direito público e privado, nos 
Estados e no Distrito Federal, são obrigadas a oferecer ao consumidor e ao usuário, 
dentro do mês de vencimento, o mínimo de seis datas opcionais para escolherem os dias 
de vencimento de seus débitos. 
 
• Aos usuários dos serviços públicos, também se aplica o CDC de forma subsidiaria. 
 
O art. 37, §3º da CF/88, traz a necessidade da edição de uma lei para que o usuário possa 
participar da administração pública direta ou indireta. Regulando: 
§ 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta 
e indireta, regulando especialmente: 
I - As reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a 
manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, 
da qualidade dos serviços; 
(Quanto as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos, existe uma lei 
própria. Lei 13.460/17.) 
II - O acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de 
governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; 
III - A disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, 
emprego ou função na administração pública. 
 
 
PRINCIPIOS DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
 
- Aplicam-se todos os princípios da administração pública. 
Ex: o L I M P E; 
 
Entretanto, temos outros princípios específicos quanto aos serviços públicos: 
 
1 – Princípio da Continuidade dos serviços públicos. 
Esse princípio indica que os serviços públicos não devem sofrer interrupção, ou seja, sua 
prestação deve ser contínua para evitar que a paralisação provoque, como 
às vezes ocorre, colapso nas múltiplas atividades particulares. A continuidade deve 
estimular o Estado ao aperfeiçoamento e à extensão do serviço, recorrendo, quando 
necessário, às modernas tecnologias, adequadas à adaptação da atividade às novas 
exigências sociais. 
Por vezes, a interrupçãodo serviço público não será considerada uma afronta ao 
princípio da continuidade dos serviços públicos. 
 
A lei 8.987/96 
Art. 6, §3º. 
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao 
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no 
respectivo contrato. 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação 
de emergência ou após prévio aviso, quando: 
 
 
 I - Motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; 
 II - Por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 
Quanto ao inadimplemento ao usuário: 
- Se a interrupção do serviço vier a pôr em risco direitos fundamentais do usuário, não 
será possível a interrupção. (ex: pôr em risco a vida do usuário). 
- Decisões do STJ sobre interrupções em débitos pretéritos em fraude em medidor 
(gato). – Se apurados unilateralmente pela prestadora do serviço não podem levar a interrupção 
do serviço. 
As concessionarias começaram a garantir o contraditório e a ampla defesa, após faziam 
o corte da energia em casos de não pagamento. 
Então o STJ decidiu que quanto for garantido o contraditório e a ampla defesa, e possível 
levar a interrupção do serviço – porem as prestações não pagas que podem levar a interrupção 
são aquelas referentes aos últimos 90 dias – a concessionaria ainda terá 90 dias de prazo para 
fazer a interrupção. 
 
 
2 – Princípio da Isonomia 
Tratamento igual para os iguais e diferenciado para os desiguais. 
Ex.: gratuidade do transporte público para o idoso. 
É possível a taxação de forma diferenciada também, por exemplo, cobrar um determinado valor 
de fornecimento de agua em uma região X maior do que em uma região Y em razão do poder 
econômico de cada região. 
 
Lei 8.987 – Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características 
técnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de 
usuários. 
 
 
3 – Princípio da MODICIDADE 
Significa esse princípio que os serviços devem ser remunerados a preços mó- 
dicos, devendo o Poder Público avaliar o poder aquisitivo do usuário para que, por dificuldades 
financeiras, não seja ele alijado do universo de beneficiários do serviço. 
O pensamento segundo o qual esse princípio “traduz a noção de que o lucro, meta da 
atividade econômica capitalista, não é objetivo da função administrativa, devendo o eventual 
resultado econômico positivo decorrer da boa gestão dos serviços, sendo certo que alguns deles, 
por seu turno, têm de ser, por fatores diversos, essencialmente deficitários ou, até mesmo, 
gratuitos”. 
 Modicidade das tarifas – o valor mais baixo possível. 
 
Lei 8.987 – Art. 11 – receitas alternativa. 
Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder 
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade de outras 
fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, acessórias ou de projetos 
associados, com ou sem exclusividade, com vistas a favorecer a modicidade das tarifas, 
observado o disposto no art. 17 desta Lei. 
(ex: empresa de ônibus coletivo cobrar e tarifa + a publicidade que fica atrás do ônibus = receita 
alternativa, que em tese, irá diminuir o valor da tarifa). 
 
4 – Princípio da UNIVERSALIDADE/ GENERALIDADE 
O princípio da generalidade apresenta-se com dupla faceta. Significa, de um lado, que 
os serviços públicos devem ser prestados com a maior amplitude possível, vale dizer, deve 
beneficiar o maior número possível de indivíduos. 
Mas é preciso dar relevo também ao outro sentido, que é o de serem eles prestados 
sem discriminação entre os beneficiários, quando tenham estes as mesmas condições técnicas 
e jurídicas para a fruição. Cuida-se de aplicação do princípio da isonomia ou, mais 
especificamente, da impessoalidade (art. 37, CF). 
 Alguns autores denominam esse modelo como princípio da igualdade dos usuários, 
realçando, portanto, a necessidade de não haver preferências arbitrárias. 
 
5 – Princípio da ATUALIDADE/ MUTABILIDADE 
 A Prestação do serviço deve sempre se manter atualizada. Tecnologias, atualizaçãoes. 
6 – Princípio da SEGURANÇA DOS USUARIOS 
 O serviço visa buscar a segurança dos usuários. 
 
7 – Princípio da CORTESIA 
 Cordialidade dos servidores públicos aos usuários dos serviços públicos. 
 
 
FORMAS DE DELEGAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO. 
 
AUTORIZAÇÃO 
PERMISSÃO 
CONCESSÃO 
 
Antes de adentrar nas formas de delegações do serviço é importante considerar: 
 
Titularidade: sempre do Ente Federativo – União – Estados – Municípios – DF ou Comuns. 
 
Execução do serviço: analisar quem de fato executa o serviço público. 
 – Poder público: - Tanto a administração direta. 
 - Quanto a administração indireta. 
 
- Delegação: AUTORIZAÇÃO (art. 21) 
 PERMISSÃO (art. 175) 
 CONCESSÃO (art. 175) 
 
Art. 175 da CF/88: Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos 
 
Art. 21. Compete à União: 
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de 
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação 
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais; 
 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; 
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de passageiros; 
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres; 
 
A uma parte da doutrina que não entende a autorização como uma forma de delegação em 
razão de não estar expressa no art. 175. 
 
1 – AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. 
É o ato administrativos discricionário e precário que autoriza a execução de um serviço 
para atender interesses do próprio autorizatario. 
A autorização do serviço público é a única que se dá por ato administrativo. 
Permissão e concessão são contratos. 
 
A autorização pública é um ato administrativo. 
 É um ato discricionário – existe margem de liberdade, a AP pode concordar ou não. 
 É um ato precário – porque a AP pode extinguir a autorização a qualquer momento sem 
que seja indenizado. 
 
 Visa cobrir interesses do próprio autorizatário – não é prestado à coletividade. 
 (ex: autorização para construir uma hidroelétrica em minha propriedade que vise 
fornecer energia somente para mim – competência da união - Art. 21, b) os serviços e 
instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos cursos de água, em 
articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos; ) 
Alguns doutrinadores utilizam o fato da autorização não visar o interesse público como 
fundamento para dizer que esta categoria não é um serviço público. 
 
 
 
2 – PERMISSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS 
Todos concordam que é uma forma de delegação do serviço público. 
Tem legislação especifica para tanto. 
- É o contrato administrativo; 
- com caráter de contrato de adesão; 
- precedido de licitação; (sem modalidade especifica; - concorrência, concurso, diálogo 
competitivo, leilão e pregão) 
- que permite a execução de um serviço para pessoa física ou pessoa jurídica; 
-de forma precária – a lei estabelece o caráter precário. – A doutrina critica o caráter precário, 
porque se é contrato, a quebra do contrato poderia gerar indenização. 
 
Conceitos de permissão: 
1 – art. 2º, IV da lei 8.987/95 
2 – art. 40 da lei 8.987/95 
 
1 – art. 2º, IV da lei 8.987/95 
 Art. 2o Para os fins do disposto nesta Lei, considera-se: 
 IV - Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da 
prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. 
 
2 – art. 40 da lei 8.987/95 
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que 
observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive 
quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. 
(rescisão unilareral) 
Parágrafo único. Aplica-se às permissões o disposto nesta Lei. (o que se estudar na lei 8.987/95 
quanto a concessão, se aplica à permissão també, essa lei é mais especifica para a concessão). 
 
3 – CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. 
 
 COMUM: LEI 8.987/95 
 ESPECIAL: LEI 11.079/04 
 
 
1 - COMUM: LEI 8.987/95 
A - art. 2º, II: concessão de serviço público. 
II - concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, 
mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco 
e por prazo determinado; 
 
 Quadro: 
- É o contrato administrativo – e não ato administrado 
- Precedido de licitação da modalidade concorrência 
- Concede o serviço a uma pessoa jurídica ou consorcio de empresas 
- Que o prestara por sua conta e risco. 
- Prazo determinado. 
 
Na permissão não existe indicação da modalidade de licitação, enquanto na concessão 
se dará na forma de licitação concorrência. 
 
Segunda a lei, a remuneração é paga pela tarifa paga pelo usuário. Ex.: transporte 
público. 
 
 
B - Art. 2º, III: concessão de serviço público precedida da execução de obra pública 
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, 
total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras 
de interesse público, delegados pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade 
concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre 
capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento da 
concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da 
obra por prazo determinado; 
 
A diferença aqui, é a necessidade de executar uma obra pública antes. 
Ex: transporte público por metrô – A AP pode contratar com a concessionaria para que 
essa promova a instalação da estrutura para o metrô funcionar. Depois a concessionária 
receberá por tarifa o valor investido. 
 
C – Art. 2º, I: poder concedente. 
 I - poder concedente: a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Município, em cuja competência 
se encontre o serviço público, precedido ou não da execução de obra pública, objeto de 
concessão ou permissão; 
D – Art. 14 a 22 – vai falar sobre a licitação para as concessões. 
Usa-se obviamente da lei das licitações. Lei 8.666/93. 
Entretanto aqui, teremos dispositivos específicos para a licitação quanto as concessões. 
Concessão – a modalidade será a Concorrência. 
 
- A lei 8.987/95 possibilita a inversão de fases. (art. 18-A) 
Art. 18-A. O edital poderá prever a inversão da ordem das fases de habilitação e 
julgamento, hipótese em que: 
I - encerrada a fase de classificação das propostas ou o oferecimento de lances, será 
aberto o invólucro com os documentos de habilitação do licitante mais bem classificado, para 
verificação do atendimento das condições fixadas no edital; 
 II - verificado o atendimento das exigências do edital, o licitante será declarado 
vencedor; III - inabilitado o licitante melhor classificado, serão analisados os 
documentos habilitatórios do licitante com a proposta classificada em segundo lugar, e assim 
sucessivamente, até que um licitante classificado atenda às condições fixadas no 
edital; 
 IV - proclamado o resultado final do certame, o objeto será adjudicado ao vencedor 
nas condições técnicas e econômicas por ele ofertadas. 
 
A inversão vai visar garantir a celeridade da licitação. 
 
 
E – Art. 9 a 13 – previsão da política tarifária. 
 A forma de remuneração é a tarifa paga pelo usuário. 
 Salvo se for gratuidade. 
 
 
F – Art. 29 – encargos do poder concedente 
Aqui teremos um rol de deveres e poderes do poder concedente. 
 
 
G– Art. 32 a 34 – Intervenção feita pelo poder concedente. 
Art. 32. O poder concedente poderá intervir na concessão, com o fim de assegurar a adequação 
na prestação do serviço, bem como o fiel cumprimento das normas contratuais, regulamentares 
e legais pertinentes. 
Parágrafo único. A intervenção far-se-á por decreto do poder concedente, que conterá a 
designação do interventor, o prazo da intervenção e os objetivos e limites da medida. 
 
 
H– Art. 31 – encargos da concessionaria. 
Art. 31. Incumbe à concessionária: 
 I - prestar serviço adequado, na forma prevista nesta Lei, nas normas técnicas aplicáveis e 
no contrato; 
 II - manter em dia o inventário e o registro dos bens vinculados à concessão; 
 III - prestar contas da gestão do serviço ao poder concedente e aos usuários, nos termos 
definidos no contrato; 
 IV - cumprir e fazer cumprir as normas do serviço e as cláusulas contratuais da concessão; 
 V - permitir aos encarregados da fiscalização livre acesso, em qualquer época, às obras, 
aos equipamentos e às instalações integrantes do serviço, bem como a seus registros contábeis; 
 VI - promover as desapropriações e constituir servidões autorizadas pelo poder concedente, 
conforme previsto no edital e no contrato; 
 VII - zelar pela integridade dos bens vinculados à prestação do serviço, bem como segurá-
los adequadamente; e 
 VIII - captar, aplicar e gerir os recursos financeiros necessários à prestação do serviço. 
 Parágrafo único. As contratações, inclusive de mão-de-obra, feitas pela concessionária 
serão regidas pelas disposições de direito privado e pela legislação trabalhista, não se 
estabelecendo qualquer relação entre os terceiros contratados pela concessionária e o poder 
concedente. 
 
____________________________________________________________________________ 
 
2 - CONCESSÃO ESPECIAL – LEI 11.079/04 – LEI DAS P.P.P (PARCERIAS PUBLICO 
PRIVADO) 
Também é Uma Forma De Concessão. 
Temos aqui também duas modalidades: 
 - Art. 2, § 1 da lei 11.079/04 – concessão patrocinada 
- Art. 2, § 2 da lei 11.079/04 – concessão administrativa 
 
 
Art. 2, § 1 da lei 11.079/04 - concessão patrocinada 
Art. 2º Parceria público-privada é o contrato administrativo de concessão, na modalidade 
patrocinada ou administrativa. 
§ 1º Concessão patrocinada é a concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que 
trata a Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada 
dos usuários contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. 
 
É a concessão patrocinada. 
 
Aqui a remuneração não será somente feita por tarifa do usuário. 
A remuneração patrocinada tem previsão, de ser paga por uma contraprestação advinda 
da administração pública como forma de remunerar uma concessionaria. 
São contratos com um valor mais alto, que só a tarifa por si só não seria o suficiente para 
o custeio do trabalho. (ex: construçãode uma rodovia). 
 
 
 
- Art. 2, § 2 da lei 11.079/04 – concessão administrativa 
 
Aqui, a própria administração pública será a usuária direta ou indireta do serviço – 
sendo remunerada pela própria Administração. 
Ex: P.P.P de presidio. (não tem como pagar tarifa do preso). 
 
 § 2º Concessão administrativa é o contrato de prestação de serviços de que a 
Administração Pública seja a usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou 
fornecimento e instalação de bens. 
 
 
 
Ainda sobre a lei n. 11.079/04: 
 
Características: 
- Estabelece que os contratos de P.P.P (parcerias público privado) precisam ter um valor 
de no mínimo R$10 milhões de reais. 
 
- Estabelece prazo mínimo e prazo máximo: art. 5º 
 Mínimo: 5 anos 
 Máximo: 35 anos 
 
- Previsão da Repartição Objetiva dos Riscos – significa dizer que no P.P.P os riscos são 
divididos entre o parceiro público com o parceiro privado. (ex: se acontecer X a responsabilidade 
é do parceiro público, se acontecer Y a responsabilidade é do parceiro privado). 
 
 
 
 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO 
E REVERSÃO DE BENS. 
 
PREVISÃO NA LEI. 8.987/95 
 
EXTINÇÃO DO CONTRATO DE CONCESSÃO – art. 35 
 
Art. 35. Extingue-se a concessão por: 
 I - advento do termo contratual; (fim do prazo do contrato). 
 II - encampação; 
 III - caducidade; 
 IV - rescisão; 
 V - anulação; 
 VI - falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento ou incapacidade do 
titular, no caso de empresa individual. (caráter personalíssimo) 
 
 
II – Encampação – chamada de resgate tamém. È extinção do contrato em razão do 
interesse público. 
 Prevista no art. 37 da Lei 8.987/95 – 
 Requisitos: - lei autorizativa 
 - indenização prévia 
 
III - caducidade; extinção do contrato por culpa da concessionária. 
Prevista no art. 38 da Lei 8.987/95 – garantido o contraditório e ampla defesa. 
 
 
IV – rescisão - extinção do contrato por culpa do Poder Concedente 
Prevista no art. 39 da Lei 8.987/95 – depende de decisão judicial. 
Art. 39. O contrato de concessão poderá ser rescindido por iniciativa da concessionária, 
no caso de descumprimento das normas contratuais pelo poder concedente, mediante ação 
judicial especialmente intentada para esse fim. 
 
Enquanto não houver o transito em julgado, a concessionária deve prestar o serviço, em 
regra, haja vista a possibilidade de liminar de urgência. 
 
V - Anulação; extinção do contrato em razão de uma ilegalidade. Pode ser anulado tanto 
pelo poder concedente quanto pelo judiciário. 
 
 
REVERSÃO DE BENS DA CONCESSIONARIA 
Art. 35 e 36 da Lei 8.987/95 
 
 Art. 36. A reversão no advento do termo contratual far-se-á com a indenização das 
parcelas dos investimentos vinculados a bens reversíveis, ainda não amortizados ou 
depreciados, que tenham sido realizados com o objetivo de garantir a continuidade e atualidade 
do serviço concedido. 
 
A administração poderá ficar com os bens da concessionaria para continuar 
prestando os serviços. – Deve ter previsão no edital. Pode ser indenizada.

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