Prévia do material em texto
Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento NORMALIZAÇÃO DE DOCUMENTOS REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Giani Andrea Linde Colauto DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho COORDENAÇÃO DO DEPTO. DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS Luiz Fernando Freitas REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Eduardo Alves de Oliveira Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Marcelino Fernando Rodrigues Santos PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt Vitor Amaral Poltronieri ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz DE VÍDEO Carlos Henrique Moraes dos Anjos Pedro Vinícius de Lima Machado FICHA CATALOGRÁFICA Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP N244n Nascimento, Patrícia Branco do Normalização de documentos / Patrícia Branco do Nascimento. Paranavaí: EduFatecie, 2023. 66 p.: il. Color. 1. Pesquisa - Metodologia. 2. Pesquisa – Metodologia 3. Normalização. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. CDD: 23 ed. 001.42 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 As imagens utilizadas neste material didático são oriundas dos bancos de imagens Shutterstock . 2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie. O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. https://www.shutterstock.com/pt/ 3 Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento • Mestre em Geografia: Análise Regional e Ambiental (UEM); • Licenciada em Geografia (UEM); • Bacharel em Geografia (UEM); • Tecnóloga em Gastronomia (Unicesumar); • Professora de Geografia e de outras disciplinas relacionadas a Área Ambiental. Trabalha como professora de Geografia e Interioridade do ensino fundamental e médio do Colégio Marista de Maringá e do Colégio Cristão Integrado de Maringá. Trabalhou na pós-graduação como professora e autora de materiais nas discipli- nas de Estatística Básica Aplicada ao Meio Ambiente; Avaliação e Análise de Impactos Ambientais e Metodologia e Técnicas Participativas em Educação Ambiental. Trabalhou na graduação com as disciplinas de Metodologia de Pesquisa; Auditoria Ambiental; Gestão de Emissões Atmosféricas e Sistemas de Informações Geográficas na UNIFATECIE. Autora de livros de Educação ambiental e Planejamento urbano e meio ambiente para a UNICESUMAR. Autora de livros do ensino fundamental para a Sala do Saber. CURRÍCULO LATTES: http://lattes.cnpq.br/8104551796693439 AUTORA http://lattes.cnpq.br/8104551796693439 4 Sejam bem-vindos à disciplina de normalização de documentos, do curso de biblio- teconomia! Na unidade I realizaremos um estudo introdutório à ciência e a pesquisa científica, pontuando a importância do trabalho acadêmico e as diferentes fontes de informação. Já na unidade II você irá saber mais sobre os aspectos teóricos das normas brasi- leiras e internacionais de documentação e suas devidas instituições normativas. Além de dedicar um tempo para o estudo da normalização para apresentação de trabalho científico. Na sequência, na unidade III, abordaremos a documentação como disciplina, técni- ca e metodológica, bem como a documentação e ciência da informação e suporte físico em consonância com as instituições que promovem a documentação e a informação. Em nossa unidade IV, finalizaremos o conteúdo da disciplina com as normas de documentação e suas especificidades, segundo a Associação Brasileira de Normas e Téc- nicas. Bom estudo!!! APRESENTAÇÃO DO MATERIAL SUMÁRIO UNIDADE 1 Introdução à Ciência e à Pesquisa Científica UNIDADE 2 Normas de Documentação UNIDADE 3 Documentação e suas Definições UNIDADE 4 Processo Documentário 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Ciência; • Pesquisa Científica; • Trabalho Acadêmico; • Fontes de Informação. Objetivos da Aprendizagem • Conceituar e contextualizar a ciência e a pesquisa científica; • Estabelecer a importância do trabalho acadêmico; • Compreender os tipos de fontes de informação. 1UNIDADEUNIDADE INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À CIÊNCIA E À PESQUISA À PESQUISA CIENTÍFICACIENTÍFICA Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) a nossa primeira unidade da disciplina de normalização de do- cumentos. Iniciamos nossos estudos com muitas expectativas de aprendizagem e desejo de que todos os nossos conhecimentos se tornem realidade. O destaque na primeira unidade é para a introdução da ciência e da pesquisa científica, entendendo os conceitos por meio de exemplos que possam facilitar nosso en- tendimento sobre esse conteúdo tão enriquecedor. A necessidade constante de novas descobertas em diversas áreas do conhecimen- to estabelecem a ciência e a pesquisa científica como condições essenciais para a nossa sobrevivência. Verificamos recentemente, na área da saúde, por exemplo, a busca incessante por novas vacinas, a investigação para a cura de um vírus que causou uma pandemia e posteriormente, a análise das mais variadas sequelas trazidas como consequência desse período da nossa existência. Ao mesmo tempo, presenciamos uma onda de falta de conhecimento que gerou pânico em uma grande parcela da população, que passou a acreditar em remédios e curas milagrosas, comprovando, novamente, a importância do esclarecimento científico para a tomada de decisões. Dessa maneira, iniciaremos nossos estudos entendendo e analisando o papel da ciência e da pesquisacientífica em seus mais variados aspectos e contribuições, além de compreender a importância do trabalho acadêmico e de suas fontes de informação. Bom estudo! UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A palavra ciência, de modo geral, refere ao conhecimento e pode ser explicada de uma maneira simples. Quando dizemos que alguém tomou ciência ou está ciente de algo, equivale dizer que essa pessoa criou ou desenvolveu conhecimento sobre determinado assunto. Em um significado mais específico, a ciência não é um conhecimento qualquer, já que necessita de demonstração ou comprovação e os resultados de uma pesquisa científica não devem sofrer interferências da formação ou dos valores do pesquisador. É importante ressaltar que antes da ciência ocupar esse papel tão relevante na nossa sociedade, predominava o senso popular ou senso comum. Sendo assim, inúmeras crenças se formavam entre os saberes populares, inclusive a teoria de que a Terra seria o centro do Universo, participando de um sistema geocêntrico. O conhecimento comum a todos os indivíduos de uma mesma sociedade é chama- do de senso comum, seguindo um modelo de que toda a população tem a mesma forma de pensamento e raciocínio, resultado do seu cotidiano e de suas vivências, sendo passada da geração atual para as próximas gerações e assim sucessivamente. A ciência surge da evolução na busca de respostas para diversas perguntas que até então eram consideradas apenas saberes populares ou senso comum, portanto a necessidade de comprovação se torna essencial para as novas descobertas em diversas áreas, como as sociais, antropológicas, naturais, físicas e biológicas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 CIÊNCIA TÓPICO UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 8 Muitos estudiosos buscaram definir a ciência e o conhecimento ao longo da evolu- ção da nossa sociedade. Platão já afirmava que o conhecimento era uma crença verdadeira e justificada. Nesse sentido, Costa (1999) relata: A ciência consiste essencialmente em sistemas de conhecimentos alcança- dos por caminho racional. Seu propósito: o conhecimento científico, isto é, uma série de crenças verdadeiras e justificadas, dentro das fronteiras da ra- cionalidade (...) poder-se-ia dizer que a razão sozinha conduz, em princípio, às ciências formais: razão mais experiência, às reais. (COSTA, 1999, p. 41). De acordo com Lakatos e Marconi (2011), em relação à natureza da ciência, temos duas dimensões: a compreensiva, que trata do contexto ou conteúdo, e a metodológica, que é operacional. Sendo que o aspecto lógico da ciência é representado pelo método de raciocínio e de interferência sobre os fenômenos já conhecidos ou a serem pesquisados, com direito a descrever, interpretar, explicar e verificar de maneira mais precisa. De acordo com muitos cientistas, alguns passos são destacados como essenciais no processo evolutivo da ciência, como a observação, a formulação de hipóteses, o expe- rimento e as conclusões. Entretanto, muitas partes podem ser adicionadas ao processo como o controle, as variáveis e os dados. O primeiro passo na busca de respostas científicas para um determinado assunto ou fenômeno que ainda não foi estudado é a observação. O ato de observar é essencial para os próximos passos, como a coleta de dados. A observação dos fenômenos está presente na nossa sociedade desde o passado mais remoto, em que o homem que precisava se deslocar, observava o céu para se locali- zar, verificando, por exemplo, o movimento aparente do Sol. O movimento aparente do Sol foi assim denominado porque com os avanços na pesquisa foi possível perceber que era a Terra que se movia de oeste para leste, mas até hoje temos a impressão ou a aparência, que o Sol se movimenta, no sentido Leste/Oeste. Ainda sobre o nosso planeta, outro exemplo que podemos destacar é o movimento das placas tectônicas. Por muitos anos, pesquisadores observaram a movimentação dos continentes e levantaram hipóteses sobre esse fenômeno. É possível fazer afirmações prévias que posteriormente poderão ser comprovadas como verdadeiras ou falsas. Essas afirmações iniciais são conhecidas como hipóteses. No caso da teoria das placas tectônicas foram levantadas algumas hipóteses, como a de que todos os continentes já estiveram juntos em um passado remoto, além da obser- vação do encaixe perfeito entre a América do Sul e a África, o que depois foi comprovado como verdadeiro. 9UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 10UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA Todos os continentes do nosso planeta já estiveram juntos em uma grande massa chamada Pangeia. Com o passar do tempo, em consequência do movimento das placas tectônicas, esses continentes foram se separando e em alguns casos, isso acontece até os dias de hoje. Em alguns casos, porque existem três tipos de placas: convergentes, divergentes e transformantes ou de contato. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A pesquisa científica se refere à execução efetiva de uma investigação planejada que segue uma metodologia com suas etapas e processos, considerada sistemática e racional, responde aos problemas previamente levantados. O desenvolvimento de um país está diretamente relacionado ao investimento aca- dêmico que sua população recebe, afinal, as investigações planejadas que seguem as normas apresentadas têm como objetivo principal atender as necessidades humanas em suas mais variadas áreas. Em diferentes níveis, como a acadêmico ou de ponta, a pesquisa científica tem objetivos claros e pode ser considerada, de maneira geral, como exploratória, descritiva ou explicativa, como mostra o quadro abaixo. QUADRO 1 - TIPO DE PESQUISAS DE ACORDO COM OS OBJETIVOS EXPLORATÓRIA DESCRITIVA EXPLICATIVA Familiaridade com o proble- ma. Descreve as características de uma determinada população ou fenômeno. Identifica os fatores que deter- minam a ocorrência dos fenô- menos. Construção de hipóteses. Estabelece relação entre as va- riáveis. Aprofunda o conhecimento da realidade. Envolve levantamento biblio- gráfico, entrevistas e análises de exemplos. Utiliza técnicas padronizadas de coleta de dados. Explica o porquê das coisas. Fonte: Gil (2002). UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 PESQUISA CIENTÍFICA TÓPICO 11 A fase inicial de qualquer pesquisa é o levantamento da literatura, por isso, a pes- quisa exploratória se refere à primeira fase das mais variadas pesquisas. Nessa etapa são realizados os levantamentos bibliográficos sobre determinado assunto, trazendo conheci- mento e familiaridade sobre o tema.A pesquisa exploratória pode receber outras denominações, como: ● Pesquisa bibliográfica: análise de um material já escrito ou publicado, como teses, ensaios, artigos ou livros; ● Pesquisa documental: verificação de documentos que retratam um tema ou época, como filmes, música, leis ou livros; ● Pesquisa etnográfica: descrição de um grupo específico e sua convivência, como europeus, índios, africanos; ● Levantamento: pesquisa para levantar dados, o censo, por exemplo. A pesquisa descritiva, como o próprio nome indica, se refere a observação e a descrição dos fatos ou fenômenos estudados. Como exemplo de pesquisa descritiva se destacam: ● Pesquisa ex-post-facto: análise da causa e efeito, após um fato, como a criação de uma lei; ● Estudo de caso: análise de amostra, por exemplo, a melhora de algum paciente com relação a um tratamento específico; ● Pesquisa de campo: observação e coleta de dados, como a água de um rio para avaliar índices de coliformes fecais ou metais pesados; ● Pesquisa-ação: envolve o pesquisador e a comunidade, como um projeto de educação e conscientização ambiental; ● Pesquisa experimental: observação em laboratório de experimentos de causa e efeito. 12UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA Um laboratório da área de biologia que estuda o comportamento de camundongos em relação à obesidade e a prática de exercícios está desenvolvendo uma pesquisa experimental. Fonte: a autora (2022). Se a pesquisa passar do caráter descritivo e tentar explicar os fatos e acontecimen- tos, transferindo o objetivo, se tornará uma pesquisa explicativa, também conhecida como analítica e está relacionada a explicação ou em esclarecer os porquês dos acontecimentos. As pesquisas científicas também se diferenciam em relação aos procedimentos técnicos, quanto à fonte ou ao local do levantamento dos dados pesquisados, que pode ser realizado em: ● campo; ● laboratório; ● bibliografias. É importante lembrar que todas as pesquisas citadas devem passar pela fase da pesquisa bibliográfica, verificando os trabalhos já existentes, as contribuições trazidas por diversos autores e até a metodologia que poderá ser utilizada. Para a realização de uma pesquisa científica é necessário, em um primeiro mo- mento, elaborar um projeto, seguindo etapas fundamentais, como a definição do assunto e a definição e delimitação do tema dessa pesquisa e em seguida, destacar o problema. Como exemplo, podemos escolher ● O assunto: fontes de energia. ● O tema: energias renováveis ● Delimitação do tema: energia eólica. Pronto, agora é necessário definir o problema relacionado a esse assunto e tema. No projeto de pesquisa, é necessário estabelecer a delimitação do local, da amostra e da época em que serão coletados os dados, bem como a justificativa, ou seja, o porquê da realização desse estudo. Outra parte importante do projeto de pesquisa é a definição dos objetivos, tanto geral, como os específicos, a metodologia a ser seguida, o cronograma e as referências bibliográficas. 13UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para entendermos os trabalhos acadêmicos e seus diferentes tipos, é importante destacar que existem três tipos de textos distintos: ● Literários considerados artísticos; ● Oficiais ou comerciais; ● Textos acadêmicos ou científicos. Os trabalhos realizados no meio acadêmico ou científico são de grande relevância para a nossa sociedade, afinal, é por meio deles que tomamos conhecimento das pesquisas científicas realizadas, da divulgação de dados verificados, da análise dos resultados e que, posteriormente, facilitarão as tomadas de decisões nas mais variadas esferas. Os textos considerados acadêmicos ou científicos se caracterizam por apresentar os dados corretos, seguindo um critério e um rigor e variam de acordo com os procedimen- tos utilizados, as fontes e dados coletados e os objetivos. Entre os trabalhos acadêmicos destacamos: ● A resenha, que é considerada uma pesquisa exploratória por trabalhar com conteúdos prontos, podendo acompanhar ou não, uma avaliação crítica de quem realiza esse tipo de trabalho; Para Severino (2007, p. 204 – 205) a resenha é importante por se tratar de: [...] uma síntese ou um comentário dos livros publicados feito em revistas especializadas das várias áreas da ciência, das artes e da filosofia. As re- senhas têm papel importante na vida científica de qualquer estudante e dos especialistas, pois é através delas que se toma conhecimento prévio do con- teúdo e do valor de um livro que acaba de ser publicado, fundando-se nesta informação a decisão de se ler o livro ou não, seja para o estudo seja para um trabalho em particular. (SEVERINO, 2007, p. 204-205). UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 TRABALHO ACADÊMICO TÓPICO 14 ● O relatório é um trabalho descritivo por se tratar da habilidade de observação, realizado em campo ou laboratório; ● A sinopse é um pequeno texto, de 25 a 50 linhas, que permite interpretação. Já o resumo, que é geralmente mais longo, por apresentar 10 a 25% do texto original, deve preservar as ideias do autor do texto original. ● Os artigos científicos são, na maioria das vezes, publicações de resultados de uma pesquisa que podem acontecer em revistas específicas. ● A monografia é uma pesquisa analítica que expressa o resultado de uma pes- quisa científica, geralmente considerada exigência na conclusão de cursos. ● E por falar em conclusão de cursos, podemos destacar: ● A dissertação de mestrado; ● Tese de doutorado. Ambos precisam demonstrar muita competência e profundidade, sendo que no caso do doutorado, ainda é imprescindível ter caráter inédito. Os trabalhos acadêmicos seguem um roteiro básico partindo do pressuposto de identificar o problema, tratar esse problema com um método adequado e devolver, fechando esse problema após a pesquisa, permeando os caminhos da introdução, do desenvolvi- mento e da conclusão. Em todos os níveis, seja de graduação ou pós-graduação, os trabalhos científicos também podem ser classificados em relação ao seu porte, segundo o número de páginas. Resenha e resumo, por exemplo, possuem de dez a quinze páginas, sendo consi- derados trabalhos de pequeno porte. Artigos científicos, projetos e relatórios, dispõem de dez a trinta páginas, sendo considerados trabalhos de médio porte. As monografias ou trabalho de conclusão de curso (TCC), bem como as disserta- ções de mestrado e teses de doutorado, devem compreender mais de trinta páginas e são considerados trabalhos acadêmicos de grande porte. 15UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As fontes de informação são essenciais para um trabalho científico concreto, com bases sólidas e confiáveis; por isso, é importante avaliar os três tipos de fontes de informa- ção disponíveis: primárias, secundárias e terciárias. As fontes primárias são baseadas em informações novas e originais, que não podem ser alteradas e muitas vezes está relacionada a pesquisas científicas, como monografias, dissertações de mestradoe teses de doutorado. As fontes secundárias são consideradas originais e organizadas, mas são reorga- nizadas a partir das fontes primárias. Sobre essas fontes podemos citar exemplos como dicionários e enciclopédias. E por fim, a combinação de fontes primárias com as fontes secundárias ou a com- binação com outras fontes, gera a fonte terciária, que de acordo com Cunha (2001, p. 09): têm como função principal ajudar o leitor na pesquisa de fontes primárias e secundárias, sendo que, na maioria, não trazem nenhum conhecimento ou assunto como um todo, isto é, são sinalizadores de localização ou indica- dores sobre os documentos primários ou secundários, além de informação factual […] (CUNHA, 2011, p.9). As fontes de informação atendem as necessidades de conhecimento dos estudio- sos, acadêmicos, pesquisadores e demais usuários, conectando-se com a sociedade se apresentando como recursos de suporte. Entre as fontes de informações, podemos destacar as bases de dados, os repositó- rios de instituições, os catálogos de bibliotecas, os diversos livros oferecidos, os trabalhos de conclusão de curso, como as teses. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 FONTES DE INFORMAÇÃO TÓPICO 16 É importante ressaltar que as fontes de informação contaram com uma evolução ao longo dos anos. As fontes que a princípio eram apenas impressas, apresentaram novos contextos, evoluindo para a forma eletrônica ou digital. As informações são buscadas e encontradas em diferentes locais, conforme a necessidade da pesquisa. É preciso ser criterioso na escolha das fontes de informação, dando prioridade à segurança e à credibilidade. Para pesquisas e trabalhos acadêmicos, por exemplo, o tipo de publicação a ser procurado envolve artigos científicos, anais e trabalhos de eventos, teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e livros. Essas informações são encontradas em sites do periódico, base de dados, em mecanismos de busca, diretórios e repositórios e bancos de teses e dissertação como a Capes. Os dados estatísticos são encontrados em relatórios publicados pelo IBGE, ONU, UNESCO, OCDE, IPEA, entre outros órgãos que traduzem confiabilidade. As fontes de informação, de maneira geral, devem apresentar textos claros e diretos, a fim de facilitar a leitura e a interpretação do pesquisador. Entre os critérios básicos para verificação de fontes pautadas na veracidade, al- gumas informações são necessárias, como analisar se o estudo é recente e se possui atualização. A confiabilidade é essencial nesse processo de busca de informações, analisando o tipo de conhecimento, se tem equilíbrio, se é apenas opinião ou se tem confiança seguindo dados. A autoria da informação, bem como, o interesse da publicação devem ser revistos com clareza, diferenciando opinião de fato, notando a parcialidade e os objetivos e interes- ses finais dessa fonte. 17UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira unidade! Espero que você tenha aproveitado ao máximo nossos conteúdos até o momento. Mas é importante lembrar que o nosso es- tudo não para por aqui, afinal é importante ampliar os conhecimentos, pesquisar sobre os assuntos levantados para aprofundar os conceitos. Nessa unidade destacamos o papel da ciência e a necessidade da comprovação na busca de respostas, afinal só com o conhecimento é possível criar possibilidades para o futuro. Assim como a ciência, a pesquisa científica tem papel fundamental na resposta de problemas, com o intuito de determinar uma investigação planejada, visando atender as necessidades humanas. Os mais variados tipos de trabalhos acadêmicos aparecem para colaborar com a ciência e a pesquisa, trazendo informações observadas e comprovadas, embasados em bibliografias e enriquecendo nosso conhecimento. E para contribuir para a excelência dos trabalhos acadêmicos, da ciência e da pesquisa é necessário buscar fontes de informação que se destacam pela credibilidade, clareza e propósito a que se destinam. É importante retomar tudo o que foi trabalhado durante o desenvolvimento da nossa unidade, para auxiliar na fixação do conteúdo já trabalhado e organizar melhor a informação em sua linha de raciocínio. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 18 LEITURA COMPLEMENTAR Normas ABNT 2022 – pré-textuais, textuais e pós-textuais A Associação Brasileira de Normas Técnicas pode ser chamada apenas de ABNT, esse é um órgão que tem como finalidade a normalização e desenvolvimento técnico. Sua fundação aconteceu em 1940. Desde seu surgimento a sua finalidade é contribuir com o desenvolvimento do trabalho em caráter científico e tecnológico, ou seja, sua missão é padronizar as técnicas. Fonte: NORMAS ABNT 2022 - pré-textuais, textuais e pós-textuais. NORMAS ABNT, 2022. Disponível em: https://www.normasabnt.org/. Acesso em: 22 jul. 2022. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 19 https://www.normasabnt.org/ MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Dicionário de Metodologia Científica Autor: Fábio Appolinário. Editora: Atlas. Sinopse: Fábio Appolinário traz uma referência para a consulta em metodologia científica, com os principais conceitos, auxilian- do na leitura de artigos, dissertações e teses, além de ajudar na construção do conhecimento. FILME/VÍDEO Título: A Teoria de Tudo Ano: 2015. Sinopse: Filme baseado na biografia de Stephen Hawking, um jovem pesquisador, astrofísico que contribuiu de maneira signi- ficativa para o mundo acadêmico. UNIDADE 1 INTRODUÇÃO À CIÊNCIA E À PESQUISA CIENTÍFICA 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Introdução às Normas de Documentação; • Aspectos Teóricos das Normas Brasileiras e Instituições Normativas; • Aspectos Teóricos das Normas Internacionais e Instituições Normativas; • Estudo e Aplicação da Normalização para Trabalho Científico. Objetivos da Aprendizagem • Compreender os aspectos teóricos das normas de documentação; • Conhecer as instituições normativas; • Conceituar o estudo e a aplicação da normalização. 2UNIDADEUNIDADE NORMAS DE NORMAS DE DOCUMENTAÇÃODOCUMENTAÇÃO Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à nossa segunda unidade da disciplina de normalização de documentos, onde vamos entender a necessidade da padronização de documentos, co- nhecer os aspectos teóricos das normas brasileiras e internacionais e as suas respectivas instituições normativas, bem como analisar o estudo e a aplicação da normalizaçãopara o trabalho científico. Desde os primórdios, podemos notar que a sociedade necessitava de normas para seus produtos e atividades, sendo que essa isso se intensificou nas primeiras fases do capitalismo: comercial e industrial. No sentido de padronizar os produtos e estabelecer normas para as diversas áreas do conhecimento, produção e demais atividades humanas, surgem as instituições normati- vas, formada por comitês que discutem os procedimentos e as necessidades de cada área. No Brasil essa instituição normativa é representada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), baseada em instituições normativas internacionais, como a Organização Internacional para a Normalização (ISO). Por fim, analisaremos o perfil da aplicação da normalização para o trabalho cientí- fico visando priorizar suas principais características. Bom estudo!!! UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO 22 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A normalização de documentos trata da criação de normas a serem seguidas, ge- rando uniformidade aos processos e demais atividades, visando diminuir a chance de erros. Então, de maneira geral, as normas de documentação tratam do método de ade- quação das atividades às normas técnicas impostas para determinado produto ou serviço, com o intuito de padronização. Campello e Campos (1993) afirmam que o homem sempre necessitou de normas e o momento que prova essa necessidade com mais clareza foi o desenvolvimento do comér- cio entre os povos primitivos, exigindo então, o estabelecimento de medidas padronizadas de peso, dimensão e da própria moeda. E que posteriormente essa necessidade apenas se fortaleceu, como define Costa (1999), “logo que se iniciaram as atividades fabris e, a partir daí, passou a ser uma função essencial em nossa sociedade, que é, basicamente, tecnológica”. Podemos verificar, então, que desde as duas primeiras fases do capitalismo, tanto na comercial, quanto na industrial, a necessidade de normas que unificasse as atividades e os produtos dessas atividades era constante. UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO TÓPICO O surgimento do sistema econômico capitalista marca um momento im- portante da história mundial, substituindo o sistema então vigente, cha- mado de feudalismo. A sociedade passa por uma grande transformação, deixando uma economia agrária, baseada na subsistência para a geração de lucro e acúmulo de capital. Esse sistema, que vigora até os dias de hoje, tem pelo menos três fases definidas: comercial, industrial e financeira. Fonte: a autora (2022). 23 Para Santos (1982), a normalização pode ser considerada um processo de formula- ção e aplicação de normas para acessar sistematicamente uma atividade especificamente. O autor ainda discorre sobre os objetivos das normas, destacando o processo de simplifi- car, intercambiar, comunicar, adotar símbolos e códigos, além de beneficiar a economia, a segurança, a defesa do consumidor e o fato de eliminar barreiras do comércio. A partir do momento em que as normas foram definidas pelos órgãos responsáveis ou instituições normativas, cabe a cada segmento se adequar às regras estabelecidas e padronizadas, para isso, é preciso em um primeiro momento conhecer as normas e poste- riormente elaborar planos para implementação com objetivos detalhados, podendo contar, inclusive, com consultorias específicas para apoiar nesse processo. Existe uma diferença entre as palavras normatização e normalização, sendo que a normatização é a criação de normas, enquanto a normalização é o estabelecimento de normas para uniformizar e padronizar. Em relação aos documentos, a normalização é essencial, pois facilitará a circulação de informações, garantindo a segurança e autenticidade desses conhecimentos, protegen- do os direitos autorais e por fim, mantendo uma padronização. A normalização de documentos é essencial para a pesquisa e produção científica por conceder veracidade e legitimidade aos mais variados documentos. 24UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO Para iniciar nossos estudos sobre os aspectos teóricos das normas de documen- tação do nosso país, é importante destacar e entender o papel da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em 1937, aconteceu a primeira reunião de laboratórios de ensaios e materiais com o intuito de estabelecer normas brasileiras necessárias e após alguns anos de pesquisas, foi fundada a ABNT. A Associação Brasileira de Normas Técnicas é uma instituição civil, de utilidade pública e sem fins lucrativos, que viabiliza as normas não só para trabalhos acadêmicos, mas facilita a comunicação, oferece segurança, além de economia, entre outros benefícios para empresas e para a sociedade em geral, ao gerar certificações de serviços e produtos. Após quase duas décadas de sua criação, a partir de 1962, passou a ser conside- rada um órgão de utilidade pública, iniciando o seu suporte financeiro pelo governo. UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 ASPECTOS TEÓRICOS DAS NORMAS BRASILEIRAS E INSTITUIÇÕES NORMATIVAS TÓPICO Imagine um país sem regras que padronizam ou regulamentam produtos, atividades ou documentos. Agora imagine acadêmicos chegando a conclusão do curso de graduação, cada aluno escrevendo sua monografia da maneira que quisesse. A falta de padronização dificulta a correção e teríamos uma perda na qualidade dos trabalhos. Fonte: O autor (2022). 25 A Associação Brasileira de Normas Técnicas também representa o Brasil nas orga- nizações e comissões: ● ISO (Organização Internacional de Normalização); ● COPANT (Comissão Panamericana de Normas Técnicas); ● AMN (Associação Mercosul de Normalização); ● IEC (Comissão Eletrotécnica Internacional); ● Sinmetro; ● Empresas; ● Consumidores; ● Grupos. As empresas, os consumidores e outros grupos trabalham em conjunto para elabo- rar, aprovar e divulgar as normas estabelecidas. Curty e Boccato (2005), definem que a normalização de documentos visa a padro- nização e a simplificação no processo de elaboração de qualquer trabalho científico. Em relação à normalização para informação e documentação foi criado o comitê ABNT/CB-014, que estabelece normas práticas das bibliotecas, centros de documentação e informação, bem como serviços de indexação, resumos, arquivos e demais documentos de ciência da informação e publicação. É necessário relembrar que para a realização de trabalhos acadêmicos em geral, mas principalmente os trabalhos de conclusão de curso, como TCC, monografia, disserta- ção de mestrado ou tese de doutorado, as universidades do Brasil adotam determinadas normas de padronização. No caso da ABNT as normas estabelecidas são padronizadas em NBRs, facilitando a normalização e a comunicação entre os meios acadêmicos. 26UNIDADE 2 NORMAS DEDOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Como vimos anteriormente, havia uma necessidade de formar normas principal- mente durante as fases do capitalismo. Com a abertura do mercado mundial e iniciando as trocas entre os países, cresceu a necessidade de estabelecer essas normas como se fosse uma linguagem comum compartilhada entre os envolvidos. A mesma linguagem mundial definiria as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), diminuindo os riscos e problemas que poderiam acontecer. Nesse contexto, surge a Organização Internacional para a Normalização (ISO), a qual é até hoje considerada a organização de maior destaque no âmbito internacional, por ser o órgão mais abrangente de normalização. A International Organization for Standardization (ISO) foi fundada na Suíça, em 1946. Com o intuito de estabelecer normas padronizadas ao nível mundial, integrando mais de cento e onze países. Como vimos no item anterior desta unidade, no Brasil se representa pela Associa- ção Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Em relação à qualidade, a ISO apresenta uma infinidade de normas, da série ISO 9000. Podemos citar como exemplo a ISO 9001, que relata o tratamento da gestão de qualidade, sendo que as empresas que possuem a adequação a essas normas, podem fazer a solicitação da certificação e receber o selo, estampando essa qualidade em sua empresa e produtos. A ISO possui diversos comitês e cada um é responsável por determinada função. No caso da normalização de documentos, o responsável é o comitê 46 (ISO/TC46), que visa padronizar as ações de bibliotecas, centros de documentação e informação, publi- UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 ASPECTOS TEÓRICOS DAS NORMAS INTERNACIONAIS E INSTITUIÇÕES NORMATIVAS TÓPICO 27 cação, gestão de documentos, arquivos, museu, documentação, entre outras atividades relacionadas às questões documentais. Para Marc Tarrés Vives (2003) atualmente “o objetivo das normas técnicas já (…) não se limita meramente a produtos industriais, senão absolutamente a todo aquele que é fruto do gênio humano”. E é importante destacar que não são todas as universidades brasileiras que seguem as normas da ABNT. Entre as outras normas importantes no meio acadêmico internacional podemos apontar a APA e a Vancouver. Sendo assim, outras instituições normativas internacionais seguem se destacando no quesito normalização, como a APA (Manual de Publicação da American Psychological), de 1929, que reuniu estudiosos de áreas como a psicologia e a administração para criar regras científicas. O Manual de Publicação da American Psychological encaminha normas relaciona- das às referências bibliográficas, com critérios científicos, visando se comunicar na mesma linguagem para a criação de trabalhos acadêmicos. As diretrizes de Vancouver foram criadas em 1978 no Canadá, estabelecendo normas para a escrita científica na área médica ou, mais precisamente, na área da saúde. É muito utilizada no meio acadêmico para a escrita de artigos científicos por possuir norma- lização de referências bibliográficas. 28UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os trabalhos realizados no contexto acadêmico são chamados de científicos. Esses trabalhos são criados com o intuito de divulgar o conhecimento científico, para contribuir com a ciência e com toda a população mundial, desenvolvendo os mais variados temas. Os trabalhos científicos devem ser escritos seguindo a padronização formulada e validada, consoante as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), procurando manter as atualizações necessárias. As normas não são estáticas, ou seja, a normalização está em constante transfor- mação, acompanhando as necessidades do momento e sendo adequadas às mudanças mundiais. Para acompanhar as atualizações, é preciso ficar atento ao catálogo da ABNT. É necessário relembrar que a ABNT não regulamenta as normas utilizadas apenas para trabalhos científicos, afinal como já foi destacado anteriormente, essa associação pro- cura padronizar os diversos produtos e empresas, alinhando o mercado em escala nacional e até mundial. Na primeira unidade deste livro verificamos os textos considerados trabalhos aca- dêmicos. Sobre a normalização de documentos, os trabalhos científicos vão variar conforme a sua finalidade e cada um deles seguirá as normas estabelecidas para a padronização. Os principais tipos de trabalhos científicos são: ● Resumo; ● Resenha; ● Fichamento; ● Artigo Científico; ● Projeto de Pesquisa; UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 ESTUDO E APLICAÇÃO DA NORMALIZAÇÃO PARA TRABALHO CIENTÍFICO TÓPICO 29 ● Memorial; ● Relatório; ● Pôster Científico; ● Trabalho de Conclusão de Curso; ● Monografia; ● Dissertação de Mestrado; ● Tese de Doutorado. Algumas das principais referências sugeridas pela ABNT para a normalização de trabalhos científicos são: ● NBR 14724:2011 – referente à estruturação de monografias e trabalhos de conclusão de curso; ● NBR 10520:2002 – trata da apresentação de citações em documentos; ● NBR 6023:2018 – demonstra como fazer a organização de referências; ● NBR 6027:2002 – destaca a normalização referente a sumários; ● NBR 6028:1990 – retrata as normas para elaboração de resumos. Conforme a ABNT, os trabalhos acadêmicos seguem uma estrutura, geralmente marcadas por elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Os elementos pré-textuais são colocados anteriormente ao texto principal, como a capa, a contracapa, o sumário e o resumo. Os elementos textuais são considerados a composição do texto em si, como as partes essenciais de um trabalho, iniciando na introdução, o desenvolvimento e finalizando com a conclusão. E por fim, os elementos pós-textuais, que como o próprio nome indica, são os atributos, que estão localizados após o texto, conhecidos como o referencial teórico, o apêndice, entre outros complementos agregadores. Para finalizar, cabe ressaltar que as universidades e instituições podem exigir a sua própria estrutura, atribuindo seus valores aos trabalhos científicos. 30UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO https://www.normasabnt.org/abnt-nbr-14724/ CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa segunda unidade! Espero que você tenha alcançado nossos objetivos até o momento. É importante lembrar que a pesquisa não deve parar por aqui, é sempre importante retomar o conteúdo e ampliar nosso conhecimento, separando um tempo para a leitura de outros materiais. Nesta unidade nos aprofundamos sobre os aspectos teóricos das normas brasilei- ras e internacionais de documentação, analisando as instituições normativas responsáveispela padronização dos documentos e finalizamos com a importância e a tipologia dos trabalhos científicos. Em um primeiro momento, verificamos a necessidade do surgimento de normas nos diversos setores da sociedade, desde os tempos mais remotos, o homem precisava de padrões a serem seguidos, facilitando as trocas comerciais, as atividades industriais e nas demais ações produzidas. E é claro que com a documentação não seria diferente, visto que todo o material produzido nessa área, também deveria seguir uma estrutura específica, principalmente quando abordamos a importância dos trabalhos científicos, sua veracidade e autenticidade. Para a construção de um trabalho científico de qualidade se faz necessário a pes- quisa constante para atender as normas atualizadas, no caso do Brasil, definidas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO 31 LEITURA COMPLEMENTAR A NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Resumo: A pesquisa aborda a importância da normalização de trabalhos acadêmicos visando à qualidade da produção científica na Universidade Federal do Ceará. Através da elaboração do Guia de Normalização de Trabalhos Acadêmicos e da realização de treinamentos sobre normalização buscou-se capacitar a comunidade universitária no que tange à padronização de seus trabalhos. A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica e a aplicação de questionários. Observou-se que a normalização de trabalhos científicos mostra-se relevante e que os 218 participantes dos treinamentos de normalização que responderam ao questionário consideram que tais ações são importantes e necessárias para que a comunidade acadêmica compreenda e utilize as normas de documentação da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Fonte: MELO, Ana Cristina Azevedo Ursulino et al. A Normalização de Trabalhos Acadêmicos na Universi- dade Federal do Ceará. Repositório Institucional UFC. p. 1-10. 2012. Disponível em: https://repositorio.ufc. br/bitstream/riufc/10315/1/2012_eve_acaumeloetal.pdf/. Acesso em: 27 jun. 2022. UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO 32 https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10315/1/2012_eve_acaumeloetal.pdf/ https://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/10315/1/2012_eve_acaumeloetal.pdf/ MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Metodologia Científica ao alcance de todos. Autor: Celicina Maria da Silveira Borges Azevedo. Editora: Manole. Sinopse: A autora trabalha os princípios da metodologia cientí- fica, de maneira clara e dinâmica, além de tratar dos conceitos básicos relacionados ao tema. FILME/VÍDEO Título: O Óleo de Lorenzo. Ano: 1992 Sinopse: O filme mostra um drama na vida de uma família, que precisa achar a cura do filho que é diagnosticado com uma rara doença. 33UNIDADE 2 NORMAS DE DOCUMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Documentação como Disciplina, Técnica e Metodologia; • Documentação e Ciência da Informação; • Documentação como Suporte Físico da Informação; • Instituições que Promovem a Documentação e a Informação. Objetivos da Aprendizagem • Compreender os aspectos da documentação; • Analisar a documentação como ciência e suporte físico da informação; • Conhecer as instituições promotoras da documentação e da informação. 3UNIDADEUNIDADE DOCUMENTAÇÃO DOCUMENTAÇÃO E SUAS E SUAS DEFINIÇÕESDEFINIÇÕES Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), E a nossa terceira unidade da disciplina de normalização de documentos oferece uma introdução sobre a documentação como disciplina, técnica e sua metodologia espe- cífica, o papel da documentação e da ciência da informação, aborda o documento como suporte físico da informação e destaca as instituições que promovem a documentação e a informação. Iniciando a discussão dessa parte do livro, torna-se necessária uma retomada his- tórica sobre o surgimento das bibliotecas em conjunto com a necessidade de preservação e valorização da cultura e dos conhecimentos adquiridos ao longo do desenvolvimento da humanidade. Nesse contexto, ainda é essencial discutir a relevância do estudo da documentação como disciplina para posteriormente entender o papel da ciência da informação em um mundo de crescentes mudanças tecnológicas, em diversas áreas do conhecimento. Para entender a documentação no seu sentido amplo, encontramos a referência da documentação como suporte físico da informação, entendendo e analisando os mais diferentes tipos de suporte, bem como as instituições que promovem a documentação e a informação, beneficiando a sociedade com conhecimento acessível a todos. Bom estudo!!! UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES 35 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ao longo do desenvolvimento da sociedade surge a necessidade de preservar a cultura e o conhecimento da população, que até então eram passados de geração em geração pelo famoso boca a boca. Não existiam registros da vivência, tampouco dos descobrimentos da época, então existia em conjunto com a necessidade de preservar a cultura e os conhecimentos, também a preocupação com a educação dos povos futuros. De acordo com Ribeiro (2000), a história da humanidade se desenvolve no princípio da compreensão de uma série de inovações e revoluções tecnológicas, além da ampliação da civilização, principalmente na modificação dos seus modos de vida, até adquirir expe- riências diferentes. Para Casson (2001), foi nesse momento que começaram a construir as primeiras bibliotecas, como a famosa biblioteca de Alexandria que unificou os pensamentos filosóficos da época, e até mesmo as bibliotecas privadas dos reis daquele período. Outra evolução que deve ser destacada é o fato de que os conhecimentos eram restritos apenas para uma determinada parcela da população antiga e com o crescimento da documentação em seus diversos setores surge a necessidade de ampliar as bibliotecas. UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 DOCUMENTAÇÃO COMO DISCIPLINA, TÉCNICA E METODOLOGIA TÓPICO 36 Na atualidade, o estudo da documentação é justificado pela necessidade de co- nhecer e entender os processos de armazenamento de informações, as técnicas existentes para os diversos documentos e suas tipologias, com o intuito primordial de oferecer suporte na busca do conhecimento para a sociedade em geral. A documentação como disciplina assume um papel importante para o profissional que visa trabalharna área da biblioteconomia, afinal é esse aprendizado que oferecerá as técnicas imprescindíveis para classificar, organizar, conservar e divulgar os acervos destinados para os documentos. Nesse sentido, a documentação como disciplina é definida por Moreiro González (1998) como: … uma ciência que se denomina de informação, e isto se dá não por outro motivo que não seja a participação de todos os organismos ou sistemas em sua atividade de transformar dados em informações: o sistema de informação é um conglomerado de pessoas, máquinas e procedimentos que ampliam o potencial humano para adquirir e processar dados [...] A ciência da informa- ção atende ao conhecimento da informação e sua circulação [...] a documen- tação-ciência da informação tem como função oferecer, regular e encaminhar todo tipo de recursos informativos, para o que os submete a um processo de armazenamento, identificação, transformação, organização, tratamento e recuperação [...] O anterior possibilita que se alcançam mudanças no esta- do do conhecimento que possuem as pessoas, o que, por sua vez, tem por consequência a solução de problemas informativos e a tomada de decisões”. (MOREIRO GONZÁLEZ, 1998, p. 25-26). É crescente a busca por profissionais na área da biblioteconomia que atuarão como verdadeiros administradores dos dados e documentos, responsáveis inclusive pela criação e manutenção de arquivos. 37UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES Um dos grandes marcos, considerados uma verdadeira conquista para a evolução das bibliotecas foi o surgimento do livro impresso, mas só em 1627 foi criado o primeiro manual para bibliotecários que enfatizava, por exemplo, a necessidade de catalogar os documentos em ordem alfabética. Um período marcante da história para a documentação, foi a Revolução Francesa, afinal foi graças a essa revolução que a biblioteca pública passa a se consolidar, baseada na entrega de bens e serviços para a população, priorizando áreas tão essenciais como a educação e a cultura. A biblioteconomia assume um papel característico, marcando nesse contexto metas importantes como a indicação de organização, administração e gestão dos livros. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O aumento da produção bibliográfica e o crescimento da pesquisa científica trazem a necessidade de desenvolver outras técnicas para organizar e administrar a informação. Para muitos autores, a ciência da informação teve início com a bifurcação da bi- blioteconomia e a documentação. A biblioteconomia era considerada restrita para a gestão do acervo das bibliotecas e a documentação se refere às técnicas de documentos, sua tipologia e se comprometeu em recuperar, acessar e usar os documentos, criada em berço europeu. O termo ciência da informação surge somente no século XX, nos Estados Unidos, como atuante na produção e nos usos do conhecimento, dessa maneira constrói e adminis- tra os sistemas documentários. A ciência da informação representa, armazena, recupera, acessa e promove o uso da informação relacionados a uma tríade: bibliográfica, arquivística e museológica, desta- cados inicialmente no tratado de documentação produzido por Otlet (1934). Nesse contexto, Borko (1968), afirma que: Ciência da Informação é a disciplina que investiga as propriedades e o com- portamento da informação, as forças que governam seu fluxo, e os meios de processá-la para otimizar sua acessibilidade e uso. A Ciência da Informação está ligada ao corpo de conhecimentos relativos à origem, coleta, organi- zação, estocagem, recuperação, interpretação, transmissão, transformação e uso de informação... Ela tem tanto um componente de ciência pura, atra- vés da pesquisa dos fundamentos, sem atentar para sua aplicação, quanto um componente de ciência aplicada, ao desenvolver produtos e serviços. (BORKO, 1968, p. 3-5). UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO TÓPICO 38 Atualmente, a ciência da informação é considerada uma ciência social aplicada de acordo com a visão institucional geral. Mas Cardoso (1996) relata que nem sempre foi assim: Lidar com o grande volume e a diversificação de informações registradas em variadas formas, com vistas à sua mais ampla difusão, foi o imperativo con- dicionante da ciência da informação. Fortemente influenciadas pelas ciências empíricas, as primeiras manifestações desse campo embrionário pretendiam estabelecer leis universais que representassem o fenômeno informacional, daí a recorrência a modelos matemáticos (teoria da informação), físicos (en- tropia) ou biológicos (teoria epidemiológica). (...) Na década de setenta, entra em cena um personagem que redireciona o enfoque da ciência da informa- ção: o usuário. (...) Com a presença dos usuários, as ciências humanas e sociais passam a contribuir também, com seus métodos e práticas, para a composição dessa ciência emergente. (CARDOSO, 1996, p.73-74). Então, a ciência da informação assume uma papel importante por estar relaciona- da a diversas áreas do conhecimento, como afirma Seracevic (1996), definindo algumas particularidades dessa ciência, como possuir natureza interdisciplinar, fazer ligação com a tecnologia da informação e atuar de maneira ativa e deliberada no desenvolvimento da sociedade da informação. 39UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES Algumas universidades oferecem o curso de ciência da informação, seguindo o pressuposto de estudar o desenvolvimento dessa ciência permeando os aprendizados da história, instituições e intelectualidade, de acordo com as correntes teóricas dos diversos países. Outra peculiaridade dos cursos da ciência da infor- mação é levantar os conceitos sobre o assunto e analisar os programas de pesquisa existentes. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os documentos, de uma maneira geral, são os registros que contêm informações e a documentação é o conjunto de documentos que se dedica como o suporte físico da informação. De acordo com Otlet (1964, p. 285-286): A Documentação é constituída por uma série de operações distribuídas, hoje, entre pessoas e organismos diferentes. O autor, o copista, o impressor, o editor, o livreiro, o bibliotecário, o documentador, o bibliógrafo, o crítico, o analista, o compilador, o leitor, o pesquisador, o trabalhador intelectual. A Do- cumentação acompanha o documento desde o instante em que ele surge da pena do autor até o momento em que impressiona o cérebro do leitor. Ela é ativa ou passiva, receptiva ou dativa; está em toda parte onde se fale (Universidade), onde se leia (Biblioteca), onde se discuta (Sociedade), onde se colecione (Museu), onde se pesquise (Laboratório), onde se administre (Administração), onde se trabalhe (Oficina). A documentação deve possuir algumas qualidades como ser imparcial, autêntica, natural e única, bem como, apresentar caráter de confiabilidade, exprimindo fonte fidedigna. A informação é considerada um recurso essencial para a sociedade, atingindo desde o âmbito local até o enfoque internacional. Escarpit (1991), destaca o documento como o objeto informacional, visível ou palpável que se exprime na independência no tempoem duas vertentes: a sincronia e a estabilidade. Os componentes que definem a documentação são destacados por Sagredo Fer- nández e Izquierdo Arroyo (1983) como: a) um agente individual – o ‘documentador’; b) um receptor individual – ambos pessoas ou coletividade; c) uma mensagem – texto linguístico oral ou canalizado de outro modo, loca- lizado espacialmente em um lugar como biblioteca, arquivo, etc.; UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 DOCUMENTAÇÃO COMO SUPORTE FÍSICO DA INFORMAÇÃO TÓPICO 40 d) um objeto ou conjunto de objetos devidamente tratados – o(s) documen- to(s); e) uma intenção comunicativa específica por parte do agente que faz chegar ao receptor este objeto ou conjunto de objetos; f) uma pressuposição do agente de que estes são os objetos que interessam ao receptor – por ter sinalizado desta forma ou por conclusões sobre o estudo de seu perfil; g) um processo moldado por a)-f) que é comunicativo por essência, mas pres- supõe ações não comunicativas como busca, denominação, confronto; h) uma correspondência específica entre a pressuposição f) e a intenção re- ceptora de b); i) a inserção de b) em uma determinada esfera social – coincidente ou não com a); j) uma mudança de estado por parte de b), progressivo e a seu favor, com capacidade para passar da carência de uma referência(s) ou de um objeto(s) – ou documento(s) – para a sua posse. k) o uso ou manuseio apropriado, por parte de b), desta(s) referência(s) e/ou objeto(s). (SAGREDO FERNÁNDEZ; IZQUIERDO ARROYO, 1983, p. 286- 287). O suporte físico da informação corresponde ao material em que serão divulgadas as informações que podem ser, por exemplo: ● Textuais; ● Iconográficos; ● Cartográficos; ● Micrográficos; ● Filmográficos; ● Sonoros; ● Digitais ou informatizados. O suporte textual representa documentos que são escritos, com formatação textual, podendo ser conhecidos como relatório, atas de reuniões, ofícios, entre outros documentos. O suporte iconográfico é desenvolvido por informações destacadas em imagens como desenhos, fotografias, gravuras e slides, já o suporte cartográfico são as represen- tações da realidade em tamanho reduzido, com caráter geográfico, como os utilizados em plantas e mapas. Os suportes micrográficos e filmográficos são, respectivamente, resultados de documentos de microfilmagem e de documentos com filmagem ou vídeos, bem como os documentos sonoros têm informações registradas em formato de som. Os suportes digitais ou informatizados apresentam apoio eletrônico como os regis- tros em CD, DVD e drives. 41UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES 42UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES A globalização sempre existiu, desde as grandes navegações, mas com a evolução dos transportes e da comunicação, principalmente com o surgimento da internet, a divulgação de culturas e informações tomou proporções bem maiores. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As instituições que promovem a documentação e a informação podem apresentar condições públicas a cuidados dos municípios, estados e até mesmo do país ou condições privadas a cuidados de empresas, escolas, igrejas, entre outros órgãos responsáveis. No Brasil, o órgão responsável por regulamentar as políticas públicas e privadas em relação à documentação é o CONARQ, Conselho Nacional de Arquivos, que orienta na gestão e proteção dos documentos. A documentação e sua gestão no Brasil são regulamentadas por leis específicas como: . Lei 8.159 de 08 de janeiro de 1991: dispõe sobre a política nacional de arquivos públicos e privados e orienta outras providências; . Lei 12.527 de 18 de novembro de 2011, definida como Lei de Acesso à Informação (LAI): regulamenta o acesso a informações e orienta outras providências. De acordo com a lei n.º8.159 de 1991: Os arquivos públicos são conjuntos de documentos produzidos e recebidos, no exercício de suas atividades, por órgãos públicos de âmbito federal, esta- dual, do Distrito Federal e municipal em decorrência de suas funções admi- nistrativas, legislativas e judiciárias. (BRASIL, Lei 8.159, de 8 de janeiro de 1991). Algumas instituições que promovem a documentação e a informação são represen- tadas pelas bibliotecas ou centros de documentação que trabalham no sentido de organizar o acesso a materiais como livros, periódicos e documentos audiovisuais, seguindo uma organização referente à área do conhecimento ou ao tema do referido documento. UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 INSTITUIÇÕES QUE PROMOVEM A DOCUMENTAÇÃO E A INFORMAÇÃO TÓPICO 43 Além das instituições públicas e privadas que trabalham no ramo da documentação e informação, devemos destacar o papel de ONG’s, Organizações não governamentais, desenvolvidas com o fim de auxiliar o processo da divulgação de informações. 44UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES A UNESCO promove o fluxo de informações de forma gratuita, em parceria com outras instituições, como no comprometimento do desenvolvimento da Biblioteca Digital Mundial, unindo materiais de bibliotecas e arquivos de diversas partes do mundo. Fonte: a autora (2022). CONSIDERAÇÕES FINAIS E chegamos ao final de mais uma unidade! Espero que você tenha absorvido o conteúdo da melhor maneira possível, mas é importante lembrar que o conhecimento não tem fim, além de relembrar os assuntos trabalhados, fica a dica para a ampliação da leitura e da busca por novas teorias e artigos referentes ao tema. Na nossa terceira unidade avaliamos a necessidade da documentação como disci- plina, suas técnicas e metodologias, bem como o papel da documentação como ciência da informação e o documento como suporte físico da informação, destacando as instituições promotoras da documentação e da informação. No contexto da documentação e suas informações, analisamos o histórico de de- senvolvimento das bibliotecas e a necessidade de que a informação não ficasse restrita a uma pequena parcela da população, verificamos então, a disseminação do conhecimento para todas as camadas da sociedade. Destacamos a presença das instituições que promovem a documentação e a infor- mação amparadas por leis e por órgãos essenciais nesse processo tão enriquecedor que é o conhecimento. UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES 45 LEITURA COMPLEMENTAR LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011 Resumo: Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados pela União, Es- tados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição Federal. Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei: I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legislativo,incluindo as Cortes de Contas, e Judiciário e do Ministério Público; II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Fonte: L12527. Planalto. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527. htm Acesso em: 15 jul. 2022 UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES 46 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art5xxxiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art37%C2%A73ii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art216%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art216%C2%A72 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Biblioteconomia é para você? Autores: Amanda Barros de Ribeiro e Allana Machado. Editora: Adelpha Educação Sinopse: O livro retrata mais informações sobre a profissão de bibliotecário, aprimorando assuntos sobre biblioteconomia. LIVRO Título: A Livraria Ano: 2017. Sinopse: O filme retrata a vida de uma viúva que resolve re- construir sua vida, então uma livraria e a população não vê com bons olhos. 47UNIDADE 3 DOCUMENTAÇÃO E SUAS DEFINIÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Plano de Estudos • Normalização da Documentação; • Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas; • Processo Documentário; • Normas e Técnicas sobre Processo Documentário. Objetivos da Aprendizagem • Conhecer a normalização de documentos; • Entender o processo documentário; • Analisar as normas e técnicas da ABNT. 4UNIDADEUNIDADE PROCESSO PROCESSO DOCUMENTÁRIODOCUMENTÁRIO Professora Ma. Patrícia Branco do Nascimento INTRODUÇÃO Prezado(a) aluno(a), E finalizamos o nosso livro com essa quarta unidade destacando a importância da normalização de documentos, apresentando as normas técnicas para a padronização de trabalhos acadêmicos e por fim, aperfeiçoando o conhecimento do processo documental acompanhado de suas normas e técnicas. Nesse contexto, visualizamos a normalização de documentos como ferramenta da expansão do conhecimento, padronizando características e elementos fundamentais para a documentação. Com o intuito de conhecer os elementos essenciais da padronização da pesquisa, verificaremos que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) se atualiza cons- tantemente no sentido de oferecer as diretrizes necessárias para a produção de trabalhos científicos. E finalmente, abordaremos a importância dos processos técnicos do processo documentário, enfatizando os cuidados desde o recebimento do material até o armazena- mento correto para facilitar a disseminação do conhecimento para toda a sociedade. Bom estudo!!! UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO 49 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A normalização de documentos promove a acessibilidade da produção científica, permite a troca de documentação entre as instituições de informação, recupera informa- ções para as pesquisas posteriores, além de exprimir a observação do desenvolvimento das pesquisas nas mais diferentes áreas. Após concluir uma pesquisa, geralmente o pesquisador oferecerá os resultados para a sociedade em forma de publicação em livros, revistas especializadas, anais, perió- dicos, entre outros suportes que devem seguir as normas técnicas para a padronização. Nesse sentido, com a evolução do significado ou da definição de documento para todo e qualquer suporte que transmita informação, torna-se necessário o alinhamento das normas e técnicas para facilitar a comunicação. De acordo com Belloto e Camargo (1996), independente da variação, os docu- mentos devem apresentar elementos com características comuns, como mostra o quadro abaixo: UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 NORMALIZAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO TÓPICO 50 QUADRO 1 - ELEMENTOS DOS DOCUMENTOS Elementos Definição técnica Exemplos Suporte Material sobre o qual as informações são regis- tradas. Fita magnética, filme de nitrato, papel. Forma Estágio de preparação e de transmissão de do- cumentos. Original, cópia, minuta, rascunho. Formato Configuração física de um suporte, de acordo com a natureza e o modo como foi confeccio- nado. Caderno, cartaz, dispositivo, folha, livro, mapa, planta, rolo de filme. Gênero Configuração que assume um documento de acordo com o sistema de signos utilizado na co- municação de seu conteúdo. Documentação audiovisual, documentação fonográfica, documentação iconográfica, documentação textual. Espécie Configuração que assume um documento de acordo com a disposição e a natureza das infor- mações nele contidas. Boletim, certidão, declaração, relatório. Tipo Configuração que assume uma espécie docu- mental, de acordo com a atividade que gerou. Boletim de ocorrência, boletim de frequência e rendimento escolar, certidão de nascimen- to, certidão de óbito, declaração de bens, declaração de imposto de renda, relatório de atividades, relatório de fiscalização. Fonte: Belloto e Camargo (1996) De acordo com a norma NBR 14724, um trabalho acadêmico se estrutura apresen- tando uma sequência lógica, se dividindo em parte interna e externa, como analisaremos a seguir. 51UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO Atualmente, os conhecimentos são registrados em suportes impressos e eletrônicos. Independente da apresentação, as fontes de informação devem seguir uma padronização, baseadas em normas e técnicas registradas por uma organização ou instituição de referência, como a ABNT. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) atualiza frequentemente as suas especificações para estruturação da pesquisa acadêmica. Nas unidades anteriores deste livro, destacamos os principais tipos de trabalho científico e a estrutura dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Entre os elementos pré-textuais, a capa é um elemento obrigatório, pois se refere a apresentação do trabalho, geralmente as instituições fornecem um modelo, mas devem ser inseridas informações como o nome da instituição, muitas vezes com a logo, o nome do autor, o título, o subtítulo, se tivere por fim, o local e o ano do trabalho. Em seguida, temos a folha de rosto, item obrigatório, com o nome do autor, o título, o subtítulo se existir, o tipo do trabalho (se é monografia, tese, dissertação), com o nome da instituição, a finalidade como a obtenção de algum título, o nome do orientador e o local e o ano do trabalho. As dedicatórias e agradecimentos não são obrigatórios, mas são importantes, afinal é um momento de homenagem e agradecimentos. O resumo e o abstract são obrigatórios e apresentam uma exposição objetiva do conteúdo, devendo conter 150 a 500 palavras, com parágrafo único destacando o proble- ma, o objetivo geral, a metodologia, os principais resultados e as conclusões, sem citações e informações novas. Abaixo do resumo deve ser apresentado de três a cinco palavras-chave, separadas por ponto e vírgula. E o abstract é o resumo em língua estrangeira, comumente represen- tada pelo inglês. As listas são adicionadas se necessário, representando as figuras, quadros, tabe- las, símbolos, abreviaturas ou siglas utilizadas no texto do trabalho. UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 NORMAS DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS TÓPICO 52 Por fim, o sumário é obrigatório, apresenta as divisões do trabalho com a devida paginação. Os elementos textuais são representados pela introdução que situa o leitor in- formando o tema, o problema, o objetivo geral e os objetivos específicos, bem como a metodologia utilizada no trabalho. Em seguida, aparece o desenvolvimento que geralmente é apresentado em capítu- los e subcapítulos, com o referencial teórico fundamenta o trabalho com a base de outros autores e finalmente, apresentar os resultados obtidos. A formatação dos documentos deve seguir as regras para: ● Margens: superior e esquerda: 3 centímetros; ● inferior e direita: 2 centímetros. ● Papel: em branco com tamanho A4 (21cm X 29,7cm). ● Paginação: no canto superior direito, a 2 centímetros da borda, colocada a partir da folha de rosto, referente ao primeiro elemento textual, ou seja, a introdução. ● Fonte: Arial ou Times New Roman, tamanho 12. Só deve ser usado tamanho 10 para citações com mais de três linhas, notas de rodapé, fontes de figuras, quadros e tabelas, conteúdo de tabelas e quadros. Ainda em relação ao tamanho, usar tamanho 16 para título do trabalho, na capa e folha de rosto, tamanho 14 para capa e folha de rosto. ● Espaçamento: 1,5 entrelinhas. Deve ser usado espaçamento simples para re- ferências, citações com mais de três linhas, notas de rodapé, legendas e fontes de tabelas, figuras ou quadros. ● Alinhamento: justificado em todo o texto, menos nas referências, que devem ser alinhadas à esquerda. Deve usar recuo de 1,25 centímetros para a primeira linha de cada parágrafo. As citações, de acordo com a ABNT, devem ser realizadas da seguinte maneira: ● Citação direta: transcreve a opinião do autor literalmente, citando o sobrenome do autor, a data de publicação e a página. Exemplo 1: Segundo Saracevic (1996, p. 16) “as propriedades da informação pela aplicação da teoria da informação, da teoria das decisões e outros construtos da ciência cognitiva, da lógica e/ou da filosofia”. 53UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO Exemplo 2: “as propriedades da informação pela aplicação da teoria da informação, da teoria das decisões e outros construtos da ciência cognitiva, da lógica e/ou da filosofia”. (SARA- CEVIC, 1996, p. 16). A citação com até três linhas deve ser usada nas aspas, mas se ultrapassar deve ser usado o tamanho de fonte 10, espaçamento simples e o recuo de 4 centímetros à esquerda. Exemplo: O ponto de vista cognitivo da ciência da informação implica que cada ato de processamento da informação, seja ele perceptivo ou simbólico, é mediado por um sistema de categorias e conceitos os quais, para o mecanismo de processamento da informação, constituem um modelo de mundo. (DE MEY (1982, p. 4) ● Citação indireta: usa as próprias palavras para expressar a ideia do autor, com sobrenome do autor e data da publicação. E segue o mesmo modelo da citação direta se ultrapassar as três linhas. ● Citação de citação: usar o apud, que tem significado de citado por, citando o autor do documento original, apud e o autor da obra que você leu, além do ano de publicação. A conclusão é o último passo dos elementos textuais, representando as considera- ções finais, devendo fazer a exposição das principais conclusões, destacando os objetivos sem inserção de novas informações. Além de recapitular o conteúdo, pode trazer sugestões para futuras pesquisas na área. Os elementos pós-textuais são representados por um elemento obrigatório, defini- dos como referências e devem ser listados todas as fontes utilizadas na pesquisa, ou seja, os livros, artigos e todas as outras fontes de consulta. O glossário demonstra o significado de termos técnicos, como se fosse um dicio- nário. O apêndice e o anexo são complementos que fortalecem os argumentos, sendo que o apêndice apresenta a elaboração do próprio autor e o anexo oferece documentos desenvolvidos por outros. O índice se refere a uma lista de frases ou palavras-chave com as páginas onde foram citadas. 54UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO 55UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO Nos elementos pós-textuais, as referências que apresentam caráter obrigatório, devem ser apresentadas em ordem alfabética, com espaçamento de 1,5 centímetros entre uma referência e outra, com espaçamen- to simples dentro da mesma referência. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . O processo documentário é o tratamento do acervo de documentos que geralmente segue uma triagem, desde a análise do material até a última fase, que trata de acondicio- namento. As fases da triagem podem seguir caminhos como analisar os documentos, seu valor histórico e informacional, em seguida passa pela fase de digitalização, encaminhando para a reprodução e armazenamento. O processamento técnico ainda indica a importância da fase de catalogação, higie- nização e por fim, o acondicionamento. Dias e Naves (2013, p. 7-16), citam o tratamento de informações como a identificação de duas grandes especialidades na área descritiva ou física e temática, com instrumentos com códigos de catalogação e linguagem de indexação. A importância dos processos técnicos para a documentação, tanto nas bibliotecas como nas mais variadas instituições de informação, justifica-se pelo fato de que com a or- ganização, esses documentos e informações se tornam mais acessíveis para a sociedade. De acordo com Guimarães (2009, p. 105), […] um conhecimento registrado (informação socializada) requer que sobre ele se desenvolvam processos específicos de organização que propiciem sua passagem da dimensão pública para a dimensão privada, ou seja, a constru- ção do conhecimento individual, que, por sua vez, gerará uma nova informa- ção registrada para ser socializada […]. Nesse contexto, a questão dos con- teúdos informacionais emerge como um ponto fundamental a ser abordado, assumindo papel estratégico em arquivos, bibliotecas e museus […]. UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 PROCESSO DOCUMENTÁRIO TÓPICO 56 Para Barité (2001, p. 42-54), o conhecimento precisa ser organizado e cita as dez premissas para referência e organização do conhecimento: ● O conhecimento é um produto, necessidade e dínamo social; ● O conhecimento se realiza pela informação, que ao se socializar, se transforma em informação; ● A estrutura e a comunicação do conhecimento são um sistema aberto; ● O conhecimento deve ser organizado para ter melhor aproveitamento em nível individual e social; ● Existem várias formas de organização do conhecimento; ● Toda a organização do conhecimento é artificial, provisória e determinista; ● O conhecimento é registrado em documentos, formando um conjunto organiza- do de dados disponíveis, admitindo usos indiscriminados; ● O conhecimento é expresso em conceitos e organizado seguindo sistemas de conceitos; ● Os sistemas de conceitos são organizados para fins científicos, funcionais ou documentais; ● As leis das organizações de sistemas de conceitos são uniformes e previsíveis, aplicadas igualmente para qualquer área disciplinar. 57UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO A organização nas bibliotecas e em outras instituições de informação deve seguir uma organização, porque além da facilidade de oferecer um bom serviço para a população em geral, também permite que os documentos não se percam no tempo e no espaço. Fonte: a autora (2022). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As normas e técnicas sobre o processo documentário devem seguir algumas regras de organização desde o momento do recebimento com devido registro até os processos finais, tendo em vista normas para o controle da documentação. O armazenamento externo ou interno dos documentos precisa atender as condi- ções apropriadas de acesso e segurança, estabelecendo conforto e funcionalidade, com a prevenção de problemas futuros para evitar perda do material. Alguns fatores devem ser considerados com relação às condições ambientais como a temperatura e umidade relativa do ar, a proteção contra a poluição, a iluminação e as necessidades especiais de cada material ou documento. O Conselho Nacional de Arquivos CONARQ (2000) estabelece que a proteção posterior ao armazenamento é um item básico para a preservação da documentação, como contra fogo e água, contra roubo e vandalismo, entre outros cuidados necessários. A separação dos documentos deve seguir uma ordem habitual dentro das biblio- tecas ou instituições destinadas à documentação, podendo acontecer da seguinte forma: ● Documentos textuais: manuscritos e impressos; ● Documentos encadernados: textuais de grande formato; ● Documentos cartográficos: mapas e plantas de arquitetura; ● Documentos iconográficos: desenhos, gravuras e cartazes; ● Documentos micrográficos; ● Documentos fotográficos; UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 NORMAS E TÉCNICAS SOBRE PROCESSO DOCUMENTÁRIO TÓPICO 58 ● Documentos sonoros; ● Documentos cinematográficos; ● Documentos magnéticos e ópticos; ● Filmes à base de nitrato e acetato de celulose. 59UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO As normas e técnicas sobre o processo documentário são necessárias para a organização dos documentos, seguindo um padrão estipulado pela organização responsável, trazendo benefícios para a divulgação do conhecimento de toda a sociedade. Fonte: a autora (2022). CONSIDERAÇÕES FINAIS E chegamos ao final do nosso livro! Espero que você tenha alcançado os objetivos da disciplina de normalização de documentos, aprimorando seus conhecimentos sobre os termos técnicos e específicos da documentação. Na nossa última unidade avaliamos a importância e a evolução da normalização de documentos, destacando as técnicas utilizadas para o desenvolvimento do conhecimento. Com a finalidade de aprimorar nosso aprendizado sobre a padronização de traba- lhos científicos, verificamos as especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ANBT) para os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. E finalizamos essa unidade destacando os elementos do processo documentário e suas normas e técnicas para a ampla disseminação do conhecimento para a sociedade em geral. UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO 60 LEITURA COMPLEMENTAR A atividade normativa realizada em trabalhos acadêmicos tem demanda, princi- palmente, no contexto universitário, haja vista a realização de pesquisa e necessidade de publicação dos resultados por alunos e professores em canais formais de comunicação. O objetivo da normalização bibliográfica extravasa a mera padronização da estrutu- ra do trabalho, visto que ela possibilita que o aluno apresente o resultado da sua pesquisa com clareza de ideias e o prepara para refletir, pois escrever não é copiar. Fonte: NORMALIZAÇÃO Bibliográfica: um Campo Promissor para o Bibliotecário. Portal do Bibliotecário. 2020. Disponível em: https://portaldobibliotecario.com/trabalho/normalizacao-bibliografica-um-campo-promis- sor-para-o-bibliotecario/index.html Acesso em: 17 jul. 2022. UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO 61 https://portaldobibliotecario.com/trabalho/normalizacao-bibliografica-um-campo-promissor-para-o-bibliotecario/index.html https://portaldobibliotecario.com/trabalho/normalizacao-bibliografica-um-campo-promissor-para-o-bibliotecario/index.html MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Biblioteconomia e a ciência da informação Autor: Leonardo Adriano Ragacini. Editora: Novas Edições Acadêmicas. Sinopse: O livro relata a necessidade de organizar a informação, independente do suporte que apresente. FILME/VÍDEO Título: O homem que queria classificar o mundo Ano: 2002. Sinopse: É um documentário sobre o autor Paul Otlet, conside- rado o pai da ciência da informação e da documentação. 62UNIDADE 4 PROCESSO DOCUMENTÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 10719: informação e documentação: relatório técnico e/ou científico: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 12225: informação e documentação: lombada: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 14724: informação e documentação: trabalhos acadêmicos: apresentação. 2. ed. Rio de Janeiro: ABNT, 2011a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15287: informação e documentação: projeto de pesquisa: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2011b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica técnica e/ou científica: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2018a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2018b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6024: informaçãoe documentação: numeração progressiva das seções de um documento: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012a. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2012b. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6028: informação e documentação: resumos, resenhas e recensão: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2021. BELLOTO, Heloisa Liberalli, CAMARGO, Ana Maria de Almeida. Dicionário de Terminolo- gia Arquivística. São Paulo: AAB-Núcleo Regional de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura, Departamento de Museus e Arquivos, 1996. BORKO, H. Information science: what is it? American Documentation, v.19, n.1, p. 3-5, 1968. BRASIL. Lei nº 8.159, de 08 de janeiro de 1991. Disponível em: http://www.planalto.gov. br. Acesso em: 10 ago. 2022. CAMPELLO, Bernadete Santos; CAMPOS, Carlita Maria. Normas Técnicas. In: Fontes de Informação Especializada: características e utilização. 2. Ed. Rev. Belo Horizonte: UFMG, 1993. p.77-86. CARDOSO, Ana Maria Pereira. Pós-Modernidade e informação: conceitoscomplementa- res? Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte,v. 1, n. 1, p. 63-79, jan./jul. 1996. 63 http://www.planalto.gov.br http://www.planalto.gov.br CASSON, L. Libraries in the ancient world. London: Yale University Press: New Haven, 2001. CONSELHO NACIONAL DE ARQUIVOS (Brasil). Recomendações para a construção de arquivos. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2000. COSTA, Newton. O conhecimento científico. 2.ed. São Paulo: Discurso Editorial, 1999. CUNHA, Murilo Bastos da. Para saber mais: fontes de informação em ciência e tecno- logia. Brasília: Briquet de Lemos, 2001. CURTY, Marlene Gonçalves; BOCCATO, Vera Regina Casari. O artigo científico como fonte de comunicação do conhecimento na área da ciência da informação. Perspect. Cienc. Info., Belo Horizonte, v.10, n.1, p.94-107, jan/jun.2005. DE MEY, M. The cognitive paradigm: an integrated understanding of science develo- pment. Chicago: University of Chicago, 1982. DIAS, Eduardo Wense; NAVES, Madalena Martins Lopes. Análise de assunto: teoria e prática. 2. ed. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2013. ESCARPIT, R. L’information et la communication: théorie générale. Paris: Hachette Superiour, 1991. 222 p. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa.4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Abordagens teóricas no tratamento temático da informação: catalogação de assunto, indexação e análise documental. Ibersid: revista de sistemas de información y documentación, Zaragoza, v. 3, p. 105-117, 2009. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Maria de Andrade. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MOREIRO GONZÁLEZ, J. A. Introducción al estudio de la información y la documen- tación. Medellín: Editorial Universidad de Antioquia, 1998. (Colección Medios y Mensajes). OTLET, P. Documentos e documentação. Paris: [S.l.], 1937. Disponível em: Documentos e Documentação (conexaorio.com). Acesso em: 12 jul. 2022. OTLET, P. Traité de Documentation: le livre sur le livre: théorie et pratique. Bruxelles: Mundaneum, 1934. 431p. OTLET, Paul. Documentos e Documentação. In: DASP. Diretrizes da documentação. Brasí- lia, DF: DASP, 1964. p. 285-293 RIBEIRO, D. O processo civilizatório: etapas da evolução sociocultural. São Paulo: Companhia das Letras; Publifolha, 2000. (Grandes nomes do pensamento brasileiro). SAGREDO FERNÁNDEZ, F.; IZQUIERDO ARROYO, J. M. Concepción lógico-lingüísti- ca de la Documentación. Madrid: IBERCOM, 1983. 440p. SANTOS, M. V. R. A norma como fonte de informação bibliográfica. Ci. Inf., v. 11, n. 2, p. 23-30, 1982. Disponível em: http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/170/170. Acesso em 19 abr. 2022. 64 http://www.conexaorio.com/biti/otlet/ http://www.conexaorio.com/biti/otlet/ SARACEVIC, T. Ciência da Informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996. SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007. VIVES, Marc Tarrés. Normas Técnicas y Ordenamiento Jurídico. Valencia: Tirant lo Blan- ch, 2003. 65 CONCLUSÃO GERAL Chegamos ao final do nosso material da disciplina de normalização de documentos do curso de biblioteconomia. Espero que você tenha aprimorado seus conhecimentos des- se conteúdo tão necessário para a vida de toda sociedade. A normalização de documentos é responsável pela organização da documentação e segue regras para a padronização consoante as diretrizes estipuladas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. O surgimento da normalização de documentos está relacionado a um processo histórico, em que o homem não possuía a organização da documentação, perdendo assim a sua história e as suas descobertas ao longo do tempo. Dessa maneira, analisamos o papel e a evolução da ciência e da pesquisa cien- tífica para a humanidade e as suas diferentes fontes de informação. E posteriormente, a necessidade da padronização e das instituições normativas. Entender a documentação como disciplina, técnica e metodológica, bem como a documentação e sua relação com a ciência da informação e suporte físico são essenciais para o aprendizado organizacional do conhecimento. Nesse sentido, é possível concluir a importância do processo documentário para a disseminação do conhecimento, favorecendo a sociedade em geral. Desejo a você caro(a) aluno(a) muito sucesso. Continue sua busca para se aprimo- rar como um excelente profissional, afinal, nunca podemos parar de aprender! 66 ENDEREÇO MEGAPOLO SEDE Praça Brasil , 250 - Centro CEP 87702 - 320 Paranavaí - PR - Brasil TELEFONE (44) 3045 - 9898 Shutterstock Site UniFatecie 3: