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Correspondencia Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (CEFID). Rua Pascoal Simone, 358- Coqueiros CEP: 88080-350 - Florianópolis/SC Artigo recebido em 28/04/2014 Aprovado para publicação em 14/11/2014 1. Mestranda em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), bolsista CAPES. 2. Mestre em Fisioterapia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). 3. Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente pela Faculda- de de Ciências Médicas da UNICAMP. Professora dos cursos de graduação e pós-graduação em Fisioterapia pela UDESC. RRRRRefefefefefluxluxluxluxluxo go go go go gastrastrastrastrastroesofágico e aoesofágico e aoesofágico e aoesofágico e aoesofágico e a fffffisioterisioterisioterisioterisioteraaaaapia rpia rpia rpia rpia respirespirespirespirespiraaaaatória:tória:tória:tória:tória: r r r r reeeeevisãovisãovisãovisãovisão Gastroesophageal reflux and chest physiotherapy: review Renata M. Gonçalves1, Maíra S. de Assumpção2, Camila I. S. Schivinski3 RESUMO Objetivo: apresentar dados da literatura sobre a repercussão das técnicas de fisioterapia respiratória (TRF) nos episódios de refluxo gastroesofágico (RGE) e na doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) na população pediátrica, bem como, características das amostras estudadas, instrumentos de avaliação utilizados, TFR aplicadas e os resultados obtidos. Método: revisão foi operacionalizada por meio de busca eletrônica em três bases de dados: LILACS, Pubmed/MEDLINE e Science Direct, no período de fevereiro a abril de 2014, utilizando os descritores e suas combinações: gastroesophageal reflux, gastro- eosophageal reflux, respiratory, chest, physical therapy, physiotherapy. Foram selecionados os estudos que avaliaram os efeitos de TFR (convencionais e modernas) em crianças com RGE e/ou com DRGE diagnosticada. Resultados: foram identificados 74 artigos sobre o tema, e excluídos por um processo sequencial aqueles que não corresponderam aos critérios de inclusão previamente estabelecidos. Ao final da apuração incluíram-se nove artigos, sendo oito ensaios clínicos e um relato de série de casos. Houve uma maior frequência na avaliação da repercussão de TFR convencionais sobre o RGE em crian- ças com fibrose cística, a drenagem postural associada ou não a outras técnicas, aplicada na maioria dos trabalhos, contudo, os efeitos descritos dessas TFR apresentam-se ainda controversos. Estudos mais recentes analisaram outras TFR (aumento do fluxo expiratório e manuseios do método reequilíbrio tóraco-abdominal) verificando sua potencialidade refluxogênica e a segurança na aplicação dos manu- seios. Conclusões: observa-se carência de pesquisas sobre o tema, não havendo um consenso quanto aos efeitos das TFR sobre o RGE na população pediátrica e em especial nas crianças com fibrose cística. Nas presentes investigações verificou-se que a maior parte utilizaram exames de imagens para a identificação dos episódios de RGE. Palavras-chave: Refluxo Gastroesofágico . Fisioterapia. Criança. ABSTRACT Objective: to present data literature about the impact of respiratory physiotherapy techniques (RPT) in episodes of gastroesophageal reflux (GER) and gastroesophageal reflux disease (GERD) in pediatric population, as well as characteristics of the studied samples, evaluation tools, RPT applied and the re- sults obtained. Method: Method: Systematic review operationalized through electronic search of three databases: LILACS, Pubmed/MEDLINE and Science Direct, in the period February to April 2014, using the keywords and combinations: gastroesophageal reflux, gastro-eosophageal reflux, respiratory, chest, REVISÃO Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4): 392-400 393 Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ O refluxo gastroesofágico (RGE) é uma mani- festação rotineira na infância, especialmente no pri- meiro ano de vida, e está diretamente relacionado à ocorrência das regurgitações, sendo esta extremamen- te frequente em lactentes, havendo um pico de sua incidência aos quatro meses de idade.1 Esse retorno do conteúdo gástrico na faixa etá- ria pediátrica é considerado fisiológico devido à ima- turidade do sistema gástrico, no entanto, sua associa- ção com outras complicações pode tornar esse meca- nismo em patológico, além de um fator de risco para ocorrência de infecções respiratórias de repetição, cri- ses de asma e piora do quadro clínico de pacientes com pneumopatias crônicas.2 A doença do RGE (DRGE) é considerada uma doença multifatorial, na qual as manifestações inici- ais ainda são desconhecidas, mas com uma prevalên- cia aumentada dos episódios de RGE.2,3 Tal condição está especialmente associada à presença de pneumo- patias4, contudo, sem ser este o único fator indicativo ou responsável por uma relação causal.2 O diagnósti- co da DRGE envolve complexidade e dependência de exames invasivos, uma vez que, a causa ou agravo da doença respiratória ainda é controversa.1 Considerando que algumas disfunções respira- tórias como asma, pneumonia aspirativa, fibrose pul- monar, fibrose cística (FC), bronquiectasias e doen- ças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC) estão associadas à ocorrência de RGE, a fisioterapia respi- ratória constitui uma das terapêuticas envolvidas no tratamento.4 No entanto, a relação entre a fisioterapia e RGE parece ainda não estar bem elucidada, principalmente as repercussões que as técnicas de fisioterapia respi- ratória (TFR) podem ter sobre esses episódios. Alguns estudos sugerem que TFR tenham potencial refluxo- gênico2,5, outros não confirmam esse evento.6,7,8 O consensual é que a escolha da TFR a ser administrada deve incluir uma avaliação individual da criança.6 Nessa linha, a influência das TFR sobre o RGE tem sido frequentemente avaliada. Dentre as TFR, a drenagem postural (DP) com a postura em declive é discutida na literatura, por seu efeito em desencadear ou aumentar os episódios de refluxo.6,9,10 Entretanto, é reconhecido que algumas das TFR proporcionam melhora significativa da função pulmonar11 e dimi- nuição de internações hospitalares.9,12,13,14 Dentre elas, a aplicação de exercícios com inspiração e expiração lenta e a tosse na posição vertical10,15, indicadas como capazes de beneficiar pacientes pediátricos sem au- mentar os episódios de RGE. Nesse contexto, a presente revisão teve como objetivo reunir dados da literatura sobre a repercus- são das TFR sobre os episódios de RGE na popula- ção pediátrica, bem como, apresentar as característi- cas das amostras estudadas, instrumentos de avalia- ção utilizados e quais as TFR aplicadas e seus resul- tados obtidos. MétodoMétodoMétodoMétodoMétodo A revisão sistemática foi operacionalizada por meio de busca eletrônica em três bases de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde), Pubmed/ MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval physical therapy, physiotherapy. Studies evaluating the effects of RPT (conventional and modern) in chil- dren with GER and / or diagnosed with GERD were selected. Results: 74 articles were identified on the subject, and a sequential process excluded those who did not meet the inclusion criteria previously estab- lished. At the end of the analysys we included nine articles, eight clinical trials and one report series of cases. There was a higher frequency in the assessment of the impact on the conventional RPT about GER in children with cystic fibrosis, and postural drainage, associated or not with other techniques, ap- plied in most studies, however, the effects of the described RPT may be still controversial. More recent studies have analyzed other RPT (increased expiratory flow handlings and method thoracoabdominal rebalancing) verifying their capability of causing reflux and security in the application of handlings. Con- clusions: there is lack of research on the subject, thereis no consensus as to the effect of RPT on GER in the pediatric population, especially in children with cystic fibrosis. In these investigations it was found that most of the examination of images used for the identification of GER. Keywords: Gastroesophageal Reflux. Physical Therapy Specialty. Child. IntrIntrIntrIntrIntroduçãooduçãooduçãooduçãoodução 394 Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. System Online) e Science Direct. As consultas inclu- íram o período de fevereiro a abril de 2014. A busca dos artigos foi determinada a partir de uma análise preliminar sobre o tema utilizando des- critores estabelecidos pelo DeCS (Descritores em Ci- ências da Saúde) da Biblioteca Virtual em Saúde. Es- tes e a estratégia de busca estão descritos na Tabela 1, a qual apresenta palavras-chave e alguns sinônimos. A amostra compreendeu trabalhos que adota- ram os seguintes critérios de inclusão: ensaios clíni- cos, revisões e relatos de caso publicados em revistas indexadas nos idiomas inglês e português, sem restri- ção temporal, cujo objetivo dos estudos foi avaliar os efeitos das TFR (convencionais e modernas) em crian- ças com RGE e/ou com DRGE diagnosticada. Foram excluídos da amostra aqueles que não se encaixaram nos critérios de inclusão, além de capítulos de livros, teses e dissertações. Para seleção dos trabalhos incluí- dos, dois avaliadores cegos conduziram as análises de forma independente, sendo encaminhado a um ter- ceiro os casos duvidosos. Foram lidos na íntegra os estudos que não apresentaram subsídios suficientes para exclusão pela análise primária do título e secun- dária do resumo. Dados referentes aos artigos selecionados foram tabulados em uma planilha do Excel (Microsoft Office, 2010®), como título, autores, ano e revista científica. Tal procedimento foi adotado a fim de identificar pu- blicações repetidas e facilitar o processo de análise. RRRRResultadosesultadosesultadosesultadosesultados No total, a pesquisa identificou 74 artigos nas bases de dados consultadas. Conforme o diagrama (fi- gura 1) foram excluídos por um processo sequencial aqueles que não corresponderam aos critérios de in- clusão estabelecidos. Ao final da apuração, apenas nove artigos cumpriram a totalidade dos critérios. Dos selecionados, oito foram ensaios clínicos e um relato de série de casos. Tabela 1: Estratégias de busca. Descritores Operadores booleanos Gastroesophageal reflux OR Gastro-oesophageal reflux AND Respiratory OR Chest AND Physiotherapy OR Physical Therapy Figura 1- Descrição do processo realizado para a seleção dos estudos analisados. 74 artigos encontrados nas bases de dados: PubMed/MEDLINE, Lilacs, Science Direct 49 artigos excluídos pelo títul o 25 artigos restantes para análise do resumo 12 artigos restantes para análise na íntegra 9 artigos incluídos na presente revisão 13 artigos excluídos pelo resumo 3 artigos excluídos pela leitura na íntegra 395 Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ Durante a avaliação do conteúdo dos estudos foram elaborados dois quadros. O primeiro (quadro 1) com informações sobre a característica do estudo, contendo: ano, autores, método, tamanho amostral e idade da amostra. O quadro 2 apresenta o detalha- mento da TFR, como o tipo e o tempo de intervenção, bem como, as variáveis estudadas com relação ao RGE – número e o tempo dos episódios de RGE, dados de pHmetria e outros resultados. Sintetizando os nove trabalhos elencados, cin- co artigos6,8,9,10,16 apresentaram dados sobre investi- gações dos efeitos das TFR sobre o RGE de crianças com FC. Destes, quatro foram descritos como ensai- os clínicos randomizados cegos6,8,9,16 – um estudo de coorte10 e outro crossover.7 Dentre as TFR avaliadas nos estudos observa-se maior frequência na avalia- ção das convencionais, como a DP associada ou não à inclinação, tapotagem/percussão e vibrocompres- são. A DP com inclinação para baixo foi o foco da maioria dos estudos selecionados totalizando seis ar- tigos.5,6,8,9,10,16 As publicações mais recentes analisa- ram outras intervenções, como a técnica de aumento do fluxo expiratório (AFE)2,7 e manuseios do método do reequilíbrio tóraco-abdominal (RTA)17, de acordo com a descrição nos quadros 1 e 2. DiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussãoDiscussão Considerando que episódios recorrentes de RGE podem gerar complicações de gravidade variá- vel ao longo do seu percurso clínico, a importância da investigação das possíveis causas para o seu agra- vamento foi abordada nesta revisão. Quadro 1: Síntese dos estudos selecionados para revisão, quanto ao desenho do estudo, características da amostra e TFR analisada. Estudo Ano Desenho Amostra Média de idade Nº Vandenplas et al. 1991 Ensaio clínico Lactentes 1 a 4 63 randomizado meses Button et al. 1997 Ensaio clínico Lactentes com FC 12 meses 20 randomizado cego Phillips et al. 1998 Ensaio clínico Lactentes com distúrbios 8 meses 21 randomizado cego respiratórios (FC, sibilância) Ribeiro et al. 2001 Ensaio clínico Lactentes com 9,8 meses 13 e sem RGE Button et al. 2003 Ensaio clínico Lactentes com FC 2,1 meses 20 coorte de cinco anos, longitudinal Button et al. 2004 Ensaio clínico Lactentes com FC 2,1 meses 20 randomizado cego Camy e Mezzacappa 2011 Cross-over Recém-nascidos 28,33 meses / 18 prematuros com DBP 29,89 meses Doumit et al. 2012 Ensaio clínico Crianças com FC 12 meses 20 randomizado cego Ajambuja et al. 2012 Relato de séries Crianças com DRGE 15,01 meses 10 de casos Legenda: FC= fibrose cística; RGE= refluxo gastroesofágico; DBP= displasia broncopulmonar; DRGE= doença do refluxo gastroesofágico. 396 Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. E st u d o e a n o V an de np la s et a l. B ut to n et a l. P hi lli ps e t al . R ib ei ro e t al . B ut to n et a l. T éc n ic a - D P - P er cu ss ão - S ua ve s vi br aç õe s - 4 de cú bi to s (p ro no , su pi no , dl e e dl d) - To ss e pr ov oc ad a po r co m pr es sã o e po r pr es sã o na t ra qu ei a. - D P in cl in aç ão d e 30 g ra us pa ra c im a - D P c om 3 0 gr au s de in cl in aç ão p ar a ba ix o em 4 de cú bi to s (s up in o, pr on o, d le e d ld ). - D P e m 6 d ec úb ito s as si st id os p or g ra vi da de - Ta po ta ge m . - A F E le nt o e rá pi do - D P e m 4 d ec úb ito s (c om in cl in aç ão d a ca be ça pa ra b ai xo ; in cl in aç ão d a ca be ça p ar a ci m a) . - In al aç ão Te m p o d e in te rv en çã o S es sã o de 3 0 m in ut os 5 a 10 v ez es e m c ad a se ss ão d e fis io te ra pi a. 4 se ss õe s de f is io te ra pi a, du as c om d re na ge m po st ur al c om in cl in aç ão pa ra c im a e 2 co m dr en ag em p os tu ra l c om in cl in aç ão p ar a ba ix o. 2 se ss õe s de f is io te ra pi a, na s se ss õe s pe rm an ec e- ra m e m c ad a po si çã o po r 4 m in ut os . S es sã o co m 1 5 m in ut os co ns ec ut iv os d a té cn ic a. 2 ve ze s po r di a, a lte rn ad o os t ip os d e té cn ic as . 30 m in ut os V ar iá ve is a n al is ad as - pH m et ria d e 24 h or as - pH m et ria ( 30 h or as ), f c, S pO 2, - E st ad o de e xc ita çã o (s on o tr an qu ilo , s on o ao su ga ru m a ch up et a, v ig íli a tr an qu ila , v ig íli a ao s ug ar um a ch up et a, e c ho ra n- do ). - pH m etria d e 20 h or as . - F lu or os co pi a do e sô fa go - E xa m es c in til og rá fic os , - E pi só di os e t em po t ot al do R G E . - pH m et ria e so fá gi ca d e 30 ho ra s P ri n ci pa is r es u lt ad o s In ci dê nc ia s ig ni fic at iv a m ai or d e R G E d ur an te a f is io te ra pi a no s 3 gr up os . N ão h ou ve c or re la çã o da t os se c om R G E . O co rr er am m ai s ep is ód io s de re flu xo d ur an te a f is io te ra pi a co nv en ci on al . D ur an te a f is io te ra pi a co nv en ci - on al , o dl e fo i a ss oc ia do c om m en os e pi só di os d e re flu xo . N os in di ví du os c om F C n a po si çã o se nt ad a fo i 2 v ez es m ai s pr op en so s a te r m en or re su lta do n a m ed iç ão d o pH du ra nt e a fis io te ra pi a. O A F E c au so u au m en to d o te m po t ot al d o R G E n as to po gr af ia s es of ág ic as m éd ia e su pe rio r, p or ém s em s ig ni fic ân - ci a es ta tís tic a. O n úm er o de e pi só di os d e re flu xo po r ho ra a um en to u si gn ifi ca tiv a- m en te d ur an te a D P c om in cl in aç ão c om p ar aç ão co m a D P s em in cl in aç ão . C o n cl u sõ es A fi si ot er ap ia r es pi ra tó ria au m en to u si gn ifi ca tiv a- m en te a in ci dê nc ia d e R G E . A fi si ot er ap ia r es pi ra tó ria fo i a ss oc ia da a o R G E , co m po rt am en to p er tu r- ba do e q ue da n a S pO 2. A fi si ot er ap ia n ão in du zi u ne m a gr av ou o R G E . A fi si ot er ap ia r es pi ra tó - ria , se gu nd o a té cn ic a de A F E , fo i p ot en ci al m en te re flu xo gê ni ca . D P c om in cl in aç ão f oi as so ci ad o co m u m au m en to s ig ni fic at iv o em de R G E e m la ct en te s co m F C . Q u ad ro 2 : S ín te se d os e st ud os s el ec io na do s pa ra r ev is ão , q ua nt o ao m ét od o da p es qu is a, v ar iá ve is a va lia da s, r es ul ta do s e co nc lu sõ es . 397 Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ B ut to n et a l. C am y e M ez za ca pp a D ou m it et a l. A ja m bu ja e t al . - V ib ra çã o m an ua l -T ap ot ag em - D P e D P s em in cl in aç ão pa ra b ai xo . A F E m od al id ad e em p on te - P er cu ss ão - V ib ra çã o - D P c om e s em in cl in aç ão 3 m an us ei os d o m ét od o R TA e m s up in o co m de cú bi to e le va do a 3 0 gr au s. 10 m in ut os , 1 se ss ão d e m an hã e 1 d e ta rd e. 2 se ss õe s de f is io te ra pi a co m in te rv al o de 1 2 ho ra s, a té cn ic a le vo u 5 m in ut os no s 4 de cú bi to s. C in co m in ut os c ad a m an us ei o - tó ra co - ab do m in al , ab do m in al in fe rio r, íle o- co st al ,to ta liz an do 1 5 m in ut os d e fis io te ra pi a. - pH m et ria d e 30 h or as - F un çã o pu lm on ar , - R ad io gr af ia s de t ór ax - Ín di ce d e R G E . - N úm er o ep is ód io s de R G E d ur an te c ad a se ss ão d e fis io te ra pi a. D es co nf or to re sp ira tó rio ,d or c om po rt a- m en to f r, fc , S pO 2 , nú m er o de e pi só di os d e R G E . O s pa ci en te s qu e re ce be m D P co m in cl in aç ão t iv er am m ai s di as c om s in to m as r es pi ra tó rio s do t ra to s up er io r, p io re s ex am es ra di of rá fic os e C V F e V E F 1 m en or es q ua nd o co m pa ra do a D P s em in cl in aç ão . U m a re du çã o si gn ifi ca tiv a do ín di ce d e R G E f oi o bs er va da n o gr up o co m 2 h or as a pó s a al im en ta çã o. O G ru po a pó s 3 ho ra s de a lim en ta çã o nã o ap re se nt ar am d ife re nç as si gn ifi ca tiv as n os v al or es d e ín di ce d e re flu xo a nt es e du ra nt e A F E e m a m bo s os pe rí od os p ós -p ra nd ia l. N ão h ou ve d ife re nç a en tr e o nú m er o to ta l d e ep is ód io s de R G E , be m c om o no s ep is ód io s ác id os , nã o ác id os d ur an te qu al qu er s es sã o de f is io te ra pi a. H ou ve a um en to d a S pO 2 e di m in ui çã o da f r, n a m ai or ia d as cr ia nç as q ue a pr es en ta va m D R G E . O D P s em in cl in aç ão f oi as so ci ad a a m en or es co m pl ic aç õe s re sp ira tó ri- as d o D P c om in cl in aç ão em c ria nç as c om F C . O A F E p od e se r re al iz ad o co m s eg ur an ça em c ria nç as n as ci da s pr em at ur as c om D B P, já qu e nã o há a um en to n a fr eq uê nc ia d e ep is ód io s de r ef lu xo á ci do . O s fis io te ra pe ut a s po de m u sa r de c ab eç a pa ra b ai xo a s po si çõ es de D P e m c ria nç as c om F C , qu an do c lin ic am en te in di ca do , se m r is co d e ag ra va m en to R G E . E vi de nc ia ra m -s e be ne fíc io s co m a ap lic aç ão d os m an us ei - os d o m ét od o re eq ui líb rio t ór ac o- ab do m in al e n ão f or am id en tif ic ad os s in ai s de do r, al te ra çõ es d e co m po rt am en to o u in te rc or rê nc ia s. (c on tin ua çã o) Q u ad ro 2 : S ín te se d os e st ud os s el ec io na do s pa ra re vi sã o, q ua nt o ao m ét od o da p es qu is a, v ar iá ve is a va lia da s, re su lta do s e co nc lu sõ es . E st u d o e a n o T éc n ic a T em p o d e in te rv en çã o V ar iá ve is a n al is ad as P ri n ci pa is r es u lta d o s C o n cl u sõ es L eg en d a: F C = fi br os e cí st ic a; R G E = r ef lu xo g as tr oe so fá gi co ; D R G E = d oe nç a do r ef lu xo g as tr oe so fá gi co ; D P = d re na ge m p os tu ra l; A F E = a um en to d o flu xo e xp ira tó rio ; R TA = r ee qu ilí br io tó ra co -a bd om in al ; D P B = d is pl as ia b ro nc op ul m on ar ; B S A = B ol et im d e S ilv er m an n e A nd er se n; N IP S = N eo na ta l I nf an t P ai n S ca le , E P B = E sc al a de P re ch tl e B ei nt em a; d le = d ec úb ito la te ra l es qu er do ; d ld = d ec úb ito la te ra l d ire ito ; C V F = c ap ac id ad e vi ta l f or ça da ; V E F 1= v ol um e ex pi ra tó rio fo rç ad o no p rim ei ro s eg un do ; f r= fr eq uê nc ia r es pi ra tó ria ; f c= fr eq uê nc ia c ar dí ac a; S pO 2= sa tu ra çã o pe rif ér ic a de o xi gê ni o. 398 Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. Discute-se na literatura o papel das TFR sobre os episódios de RGE, principalmente pelo fato da fi- sioterapia ser empregada em crianças com histórico de doença pulmonar. Essas crianças se beneficiam dos efeitos das TFR do ponto de vista respiratório, mas pouco se sabe sobre a repercussão dessa terapêutica sobre o sistemagástrico e digestório. Nessa linha, a presente revisão confirma a falta de evidências cien- tíficas quanto a esses questionamentos e aponta para necessidade de investigações mais aprofundadas. Dos referidos estudos aqui analisados, Button et al. realizaram três pesquisas com essa temática.9,10,16 A primeira delas, um ensaio clínico com avaliadores cegos, outro é o único ensaio randomizado de coorte acompanhados por um período de cinco anos(10) e a terceira também um ensaio clínico. Da mesma forma, demais estudos como de Doumit et al.8 Phillps et al.6 avaliaram o RGE em lactentes com FC, verificando inclusive a sibilância e infecções respiratórias de re- petição através da aplicação de técnicas descritas no quadro 2. Outros dois artigos também apresentam dados de pesquisas envolvendo lactentes, não necessaria- mente com FC. O de Vandenplas5, um ensaio clínico randomizado com 63 lactentes entre um a quatro me- ses de idade, constatou que a DP aumentou a incidên- cia de episódios de RGE. Já Ribeiro et al.2, avaliaram dois grupos de lactentes chiadores, um com DRGE confirmada (n=13, média de idade de 9,8 meses) e outro grupo sem DRGE (n=12, média de 8,7 anos), verificando relativo potencial refluxogênico da téc- nica fisioterapêutica de AFE aplicada nesses grupos. O trabalho mais recente selecionado trata-se de uma série de casos de pré-escolares de até cinco anos de idade com diagnóstico de DRGE, publicado por Ajambuja et al.17, no qual não foram observados epi- sódios de RGE e intercorrências após a aplicação dos manuseios do método RTA. No que concernem os objetivos dos estudos e os instrumentos utilizados como método de avalia- ção, observa-se que Button et al.9,16, Phillips et al.6 e Vandenplas et al.5 tiveram o intuito de avaliar os efei- tos de TFR diretamente no RGE utilizando principal- mente a pHmetria de 20 horas6, 245e 30 horas.9,10 Já no estudo de Doumit et al.8, a pHmetria foi aplicada para quantificar e caracterizar o RGE de crianças com FC, classificando-os em ácido e não ácido, durante DP em declive e sem a inclinação, não havendo dife- rença entre os episódios de RGE nas duas posturas adotadas. Ainda nessa linha de análise da repercus- são de posicionamentos em declive, o estudo de coorte de Button et al.10 objetivou comparar a eficácia da técnica de DP padrão, com um regime de fisioterapia modificada sem inclinação de cabeça para baixo. Para isso, crianças com FC foram divididas em dois gru- pos: com DP em declive e DP sem declive. Os dados de avaliação incluíram relatos dos pais sobre sinto- mas detalhados da criança e um diário de tratamento durante 12 meses de seguimento, além de radiografi- as seriadas de tórax realizadas no momento do diag- nóstico da FC, aos 12 meses, dois anos e meio e cinco anos após constatação da doença. Os autores conclu- íram que o regime sem inclinação foi associado a menos complicações respiratórias em comparação a DP na posição de cabeça para baixo a 30 graus, pois esta resultou em um aumento no número de episódi- os de RGE. Do mesmo modo, um estudo de 200416 verificou que a DP padrão foi associada à episódios de RGE, estado de alerta, baixa saturação de oxigê- nio e choro durante a fisioterapia, quando comparada a DP sem inclinação. A cintilografia foi outro recurso identificado nas pesquisas sobre TFR e RGE. Ribeiro et al.2 anali- saram o efeito da cisaprida e da fisioterapia respira- tória em lactentes chiadores com DRGE. Foram contabilizados os tempos totais de episódios de RGE, primeiramente durante a cintilografia basal e, em se- guida durante a técnica de AFE. Os episódios de RGE foram analisados e somados para cada topografia esofágica, verificou-se que essa técnica fisioterapêu- tica foi potencialmente refluxogênica. Além dos exames de imagens mencionados, a aplicação de escalas também foi identificada como ferramenta de controle de possíveis repercussões res- piratórias e gástricas durante TFR em crianças com RGE. Nesse contexto, Ajambuja et al.17 avaliaram os efeitos dos manuseios do método RTA em lactentes e pré-escolares com DRGE, sobre os parâmetros cardiorrespiratórios, sinais de desconforto respirató- rio, dor, comportamento e sintomatologia da doença, através de escalas específicas como Boletim de Silvermann e Andersen (BSA), Neonatal Infantil Pain Scale (NIPS) e Escala de Prechtl e Beintema (EPB). Os autores observaram que a aplicação dos manusei- os do RTA apresentou benefícios para essa popula- ção, sem induzir intercorrências e nem alterações ne- 399 Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ gativas nos parâmetros das escalas analisados, apesar de algumas escalas utilizadas não serem específicas para faixa etária estudada. Considerando as TFR avaliadas nos estudos selecionados nota-se que a DP foi à técnica mais uti- lizada.6,8,9,10,16 Porém, a técnica sofreu algumas adap- tações na sua forma de aplicação na tentativa de se amenizar os efeitos do decúbito inclinado para baixo nos lactentes e crianças.5,6,8,9,10,16 Alguns trabalhos apresentam essa técnica associada a outras, como nos estudos de Phillips et al.6 e Doumit et al.8 que acres- centaram a percussão e vibração ao posicionamento corporal a fim de potencializar ainda mais a desobstrução das vias aéreas. Vandreplas et al.5 in- clusive, associou a tosse provocada. Além das asso- ciações e adaptações nas técnicas convencionais verificadas nessas publicações, observa-se que não há uma padronização principalmente quanto ao nú- mero de repetições e tempo de aplicação. O procedi- mento de aplicação das outras TFR está bem descrito nos trabalhos. Ribeiro et al.2 submeteram os lactentes a técnica de AFE passiva durante o tempo de 15 mi- nutos. O estudo envolvendo RTA17 consistiu de três manuseios do método (apoios tóraco-abdominais, abdominal inferior e íleocostal), aplicados durante o tempo de cinco minutos cada, totalizando 15 minutos de terapia, em uma única sessão. Com relação aos achados das pesquisas anali- sadas, Vandenplas et al.5 demonstrou uma incidência significativa de RGE durante 30 minutos de DP, per- cussão e vibração em quatro posições (prono, supino, lateral direito e esquerdo), quando comparado ao pe- ríodo sem fisioterapia (30 minutos de repouso), em três grupos distintos (controle, com histórico de re- gurgitação e com vômitos), o que induziu aos autores indicarem que a terapia serestrinja a períodos de je- jum. Apesar desses achados, não houve correlação entre o RGE e a tosse provocada durante a terapia. Ribeiro et al.2 constataram que os lactentes chiadores estudados apresentaram maior números de episódios de RGE durante a técnica AFE, mas não houve aspi- ração pulmonar ou outras repercussões clínicas. Ain- da sobre esta técnica, Camy e Mezzacappa7 não evi- denciaram aumento de episódios de RGE em 18 re- cém-nascidos prematuros com displasia broncopul- monar submetidos à sua aplicação de forma modifi- cada. Os neonatos foram randomizados em dois gru- pos e receberam duas sessões de AFE com a “técnica ponte”. Um grupo foi tratado duas horas após a ali- mentação e o outro grupo após três horas. O RGE foi avaliado pelo índice de refluxo durante a execução da AFE, e 20 minutos após por meio da pHmetria esofágica sem diferença entre os dois grupos, confor- me apresentado nos quadros 1 e 2. Apesar de alguns estudos apontarem para o aumento dos episódios de RGE com a aplicação de TF2,5,9,10 e sugerirem mudanças na suas formas de apli- cação em especial em lactentes9, outros trabalhos não compactuam dessa intenção. Doumit et al.8 não evi- denciaram diferença no número total de episódios de RGE, bem como, em sua característica ácida ou não, comparando crianças com FC durante a fisioterapia e ao repouso. A TFR consistiu de percussão, vibração e DP, um grupo com e outro sem inclinação da cabeça, sendo que esse segundo posicionamento não agravou o RGE. No estudo de Phillips et al.6, as TFR elencadas: DP e tapotagem tambémnão induziram ao RGE, monitorado através de pHmetria. Diante desse resul- tado, esses autores discordam das recomendações de Button et al.9 não sugerindo modificação na aplica- ção das TFR nos casos de RGE. Diante do exposto observa-se que a avaliação fisioterapêutica individual e rotineira nas crianças que apresentam menor controle esofágico deve ser cuida- dosamente realizada. Apesar dos benefícios das TFR nas doenças respiratórias pediátricas, principalmente crônicas como a FC que frequentemente são acompa- nhadas pelo RGE, a repercussão das técnicas sobre os episódios de RGE ainda merecem investigações, se- jam elas as técnicas convencionais ou as modernas. ConcConcConcConcConclusãolusãolusãolusãolusão A partir da revisão apresentada, verificou-se carência de pesquisas sobre a repercussão das TFR sobre o RGE na população pediátrica. A influência de TFR convencionais ainda tem efeito e benefícios descritos de forma controversa, sendo a DP associa- da ou não à outras TFR, foi o procedimento analisado na maioria dos trabalhos descritos. 400 Medicina (Ribeirão Preto) 2015;48(4):392-400 http://revista.fmrp.usp.br/ Gonçalves RM, Assumpção MS, Schivinski CIS. Refluxo gastroesofágico e fisioterapia respiratória. RRRRRefefefefeferênciaserênciaserênciaserênciaserências 1. Silva Filho LVF, Ozaki MJO, Rodrigues JC. 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