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Cardiologia-Ed -VII

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Prévia do material em texto

CARDIOLOGIA 
TEORIA E PRÁTICA 
Edição 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
Organizadores: 
Guilherme Barroso Langoni de Freitas 
Juliane Cristina de Almeida Paganini 
Hanan Khaled Sleiman 
 
 
 
 
 
 
 
 
2023 
2023 by Editora Pasteur 
Copyright © Editora Pasteur 
 
Editor Chefe: 
Dr Guilherme Barroso Langoni de Freitas 
Corpo Editorial: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dados Internacionais de Cata logação na Publicação (CIP) 
(Editora Pasteur, PR, Brasil) 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dr. Alaercio Aparecido de Oliveira (Faculdade 
INSPIRAR, UNINTER, CEPROMEC e Força Aérea Brasileira) 
Ana Karolina Santos Góes 
(Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR) 
Dra. Aldenora Maria Ximenes Rodrigues 
MSc. Aline de Oliveira Brandão (Universidade 
Federal de Minas Gerais - MG) 
MSc. Bárbara Mendes Paz 
(Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR) 
Dr. Daniel Brustolin Ludwig 
(Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR) 
Dr. Durinézio José de Almeida 
(Universidade Estadual de Maringá - PR) 
Dr. Everton Dias D’Andréa 
(University of Arizona/USA) 
Dr. Fábio Solon Tajra 
(Universidade Federal do Piauí - PI) 
Francisco Tiago dos Santos Silva Júnior 
(Universidade Federal do Piauí - PI) 
Dra. Gabriela Dantas Carvalho 
Dr. Geison Eduardo Cambri 
MSc. Guilherme Augusto G. Martins 
(Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR) 
 
Dr Guilherme Barroso Langoni de Freitas 
(Universidade Federal do Piauí - PI) 
Dra. Hanan Khaled Sleiman 
(Faculdade Guairacá - PR) 
MSc. Juliane Cristina de Almeida Paganini 
(Universidade Estadual do Centro-Oeste - PR) 
Dra. Kátia da Conceição Machado (Universidade 
Federal do Piauí - PI) 
Dr. Lucas Villas Boas Hoelz 
(FIOCRUZ - RJ) 
MSc. Lyslian Joelma Alves Moreira (Faculdade 
Inspirar - PR) 
Dra. Márcia Astrês Fernandes 
(Universidade Federal do Piauí - PI) 
Dr. Otávio Luiz Gusso Maioli 
(Instituto Federal do Espírito Santo - ES) 
Dr. Paulo Alex Bezerra Sales 
MSc. Raul Sousa Andreza 
MSc. Renan Monteiro do Nascimento 
MSc. Talita Cristina Moreira Moraes 
(Centro Universitário Uniguairacá) 
Dra. Teresa Leal 
F866 FREITAS, GUILHERME BARROSO LANGONI DE 
Cardiologia Teoria e Prática. 
FREITAS, G.B.L. de et al. - Irati: Pasteur, 2023. 
1 livro digital; 205 p.; ed. VII; il. 
 
Modo de acesso: Internet 
ISBN 978-65-815-4986-2 
https://doi.org/10.29327/5198921 
1. Medicina 2. Cardiologia 3. Cardiopatias 
I. Título. 
 
CDD 610 
CDU 616.1 
 
 
 
 
Este livro traz trabalhos sobre um dos sistemas vitais para nossa vida, responsável pelas 
principais incidências de mortalidade e morbidades, o sistema cardiovascular. Ele possui 
o coração como ator principal, caracterizado por batidas e frequências graciosamente 
rítmicas para distribuir sangue e oxigênio a todos os outros órgãos e manter a pressão 
arterial, filtração glomerular e tantas outras tarefas vitais. 
Até o final de 1800 a cirurgia cardíaca era algo impensado, entretanto, os avanços da 
ciência médica permitiram o advento de tratamentos eficientes, cirurgias minuciosamente 
realizadas de forma presencial e até remota, políticas públicas eficazes para prevenção, 
controle e tratamento das doenças cardiovasculares. 
Muitos estudantes, profissionais da área e pesquisadores tornaram este livro possível. 
Portanto, a Editora Pasteur deixa aqui o seu muito obrigado a todos e deseja uma ótima 
leitura nesta coletânea de estudos sobre o campo da Cardiologia. 
 
 
Guilherme Barroso Langoni de Freitas 
Dr. Prof. Dpto. Bioquímica e Farmacologia, Universidade Federal do Piauí (UFPI) 
Diretor Científico do Grupo Pasteur 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 - IMPLANTES CARDÍACOS: UMA REVISÃO DA 
HISTÓRIA, EVOLUÇÃO E APLICAÇÕES ....................................................... 1 
 
CAPÍTULO 2 - MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE DIAGNÓSTICO DE 
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ............................................................ 7 
 
CAPÍTULO 3 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR INFARTO 
AGUDO DO MIOCÁRDIO NO BRASIL DE 2016 A 2020 .............................. 14 
 
CAPÍTULO 4 - CONTROLE PRESSÓRICO DOS PACIENTES DE PÓS-
OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA NA UTI .................................... 21 
 
CAPÍTULO 5 - MANIFESTAÇÕES CARDIOVASCULARES EM 
PACIENTES COM COVID-19: REVISÃO DE LITERATURA ..................... 32 
 
CAPÍTULO 6 - CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA: ASPECTOS ATUAIS 
SOBRE EPIDEMIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO ................ 43 
 
CAPÍTULO 7 - AS IMPLICAÇÕES CLÍNICAS DA HIPERTENSÃO 
ARTERIAL EM PACIENTES COM COVID-19: UMA REVISÃO DE 
LITERATURA ...................................................................................................... 59 
 
CAPÍTULO 8 - ANÁLISE DOS IMPACTOS CARDIOVASCULARES DAS 
SÍNDROMES RENOCARDÍACAS: REVISÃO DE LITERATURA ............. 68 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 9 - HIPERTENSÃO ARTERIAL RESISTENTE ........................ 76 
 
CAPÍTULO 10 - COMPLICAÇÕES GERADAS PELO DIAGNÓSTICO 
TARDIO EM CASOS DE COMUNICAÇÃO INTERATRIAL ....................... 84 
 
CAPÍTULO 11 - CIRURGIAS CARDÍACA CONGÊNITAS: EVOLUÇÕES E 
DESAFIOS ............................................................................................................. 89 
 
CAPÍTULO 12 - HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA: ABORDAGEM 
CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA ......................................................................... 97 
 
CAPÍTULO 13 - DOENÇA REUMÁTICA DO CORAÇÃO: 
EPIDEMIOLOGIA E DIAGNÓSTICO EM FOCO ....................................... 112 
 
CAPÍTULO 14 - UMA ABORDAGEM FISIOPATOLÓGICA DAS CRISES 
HIPERCIANÓTICAS NA TETRALOGIA DE FALLOT .............................. 119 
 
CAPÍTULO 15 - TRANSPOSIÇÃO DE GRANDES ARTÉRIAS ................. 126 
 
CAPÍTULO 16 - O MANEJO AO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO 
(IAM): UMA REVISÃO DE LITERATURA ................................................... 133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 17 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA INCIDÊNCIA DE OBITO POR 
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO NAS REGIÕES BRASILEIRAS ................ 145 
 
CAPÍTULO 18 - USO DE INIBIDORES DE SGLT-2 NO AUMENTO DA 
SOBREVIDA DE PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA SISTÓLICA .. 152 
 
CAPÍTULO 19 - ENDOCARDITE INFECCIOSA: UMA REVISÃO DE 
LITERATURA ................................................................................................................ 161 
 
CAPÍTULO 20 - O IMPACTO DA SAÚDE MENTAL SOBRE O CORAÇÃO: UMA 
REVISÃO SISTEMATIZADA DA INTEGRAÇÃO CÉREBRO-CORAÇÃO ........ 168 
 
CAPÍTULO 21 - ANÁLISE DA MORTALIDADE POR DOENÇAS 
CARDIOVASCULARES NA REGIÃO METROPOLITANA DA BAIXADA 
SANTISTA ....................................................................................................................... 174 
 
CAPÍTULO 22 - DESAFIOS NA APLICAÇÃO DA TERAPIA CELULAR NAS 
DOENÇAS CARDÍACAS ............................................................................................... 183 
 
CAPÍTULO 23 - USO DE OXIGENAÇÃO POR MEMBRANA EXTRACORPÓREA 
APÓS REPERFUSÃO MIOCÁRDICA NO CONTEXTO DE SÍNDROME 
CORONARIANA AGUDA: UM RELATO DE CASO ............................................... 191 
 
 
 
1 | P á g i n a 10.29327/5198921.7-1 
 
 
 CAPÍTULO 01 
IMPLANTES CARDÍACOS: UMA 
REVISÃO DA HISTÓRIA, 
EVOLUÇÃO E APLICAÇÕES 
CARLOS ROBERTO GOMES DA SILVA FILHO1 
MARIA EDUARDA BARACUHY CRUZ CHAVES1 
PEDRO GUILHERME PINTO GUEDES PEREIRA1 
MARIA FERNANDA STUART HOLMES ROCHA1 
EGILMÁRIA LADJA CANDEIA BEZERRA1 
MARIA ALICE SANTOS FALCONI DA COSTA3 
LUIZ FELIPE MARTINS MONTEIRO1 
BIANCA BRUNET CAVALCANTI1 
LORENA SOUZA DOS SANTOS LIMA1 
CAMYLLA FERNANDES FILGUEIRA DE ANDRADE1 
JOAQUIM FRANCISCO DE MELO CAVACANTI FILHO1 
ELISE MARIA ANACLETO DE ALBUQUERQUE3 
JÉSSICA FREIRE MADRUGA VIANA2 
BÁRBARA VILHENA MONTENEGRO1 
VICTOR PIRES DE SÁ MENDES¹ 
 
 
1Discente - Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ 
2Discente – Faculdades Nova Esperança - FACENE/FAMENE 
3Discente – Faculdade de Ciências Médicas da Paraíba – FCM/Afya 
 
 
 
 
Palavras-chave: Implantes cardíacos; História; Evoluçãoe aplicações. 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
A atividade elétrica do coração humano foi 
registrada pela primeira vez por Augustus Wal-
ler em 1887, utilizando o Trem de ECG de Wal-
ler, parte do Arquivo BCS, como uma valiosa 
ferramenta de laboratório. No entanto, o galva-
nômetro de corda de Willem Einthoven provou 
ser uma ferramenta mais eficaz como aparelho 
clínico. Sir Thomas Lewis, presidente da pri-
meira reunião do Cardiac Club, foi pioneiro no 
uso do ECG na prática clínica, graças à sua cor-
respondência com Einthoven. Isso é um dos pri-
meiros exemplos dos benefícios da colaboração 
internacional, que foram fundamentais para o 
desenvolvimento da cardiologia clínica nos úl-
timos 100 anos (AMMANNAYA, 2020). 
Em 1980, o mundo assistiu à revolução da 
medicina com a primeira implantação bem-su-
cedida do ICD (Cardioverter-Desfibrilador Im-
plante) em um ser humano. A jornada para esse 
feito começou com a morte trágica de um co-
lega de Michel Mirowski, cirurgião cardíaco, 
em 1966. Determinado a encontrar uma solução 
para evitar mortes semelhantes, Mirowski co-
meçou a trabalhar em sua ideia de um ICD. 
Com a ajuda de seus colegas de equipe e apoio 
financeiro de uma empresa de marcapassos, o 
primeiro protótipo foi testado com sucesso em 
um cão em 1969. Após anos de refinamentos e 
aprovação da Food and Drug Administration 
(FDA), o ICD foi finalmente implantado em hu-
manos com sucesso no Hospital Johns Hopkins 
em 1980 (AMMANNAYA, 2020). 
O capítulo tem como objetivo ressaltar a im-
portância dos implantes cardíacos ao longo da 
história da medicina. 
 
MÉTODO 
Uma revisão bibliográfica qualitativa e ex-
plicativa de temporalidade serial para estudar o 
monitoramento móvel na gestão de pacientes 
em unidades de terapia intensiva. Realizada por 
meio de estudos publicados entre 2018 e 2023 
na base de dados da PubMed. Os dados coleta-
dos utilizaram os descritores DeCS/MeSH 
"Cardiac Pacemaker", "Cardiac Defibrilla-
tors", “Evolution" e "History" em combinação 
com os operadores booleanos "AND" e “OR”. 
A coleta de dados resultou em 481 artigos, 
dos quais 33 foram descartados devido à falta 
do texto completo disponível e 443 foram des-
cartados devido ao desvio do tema ou objetivo 
proposto, ausência do tratamento utilizado, 
falta de detalhamento das tecnologias de moni-
toramento móvel na gestão de pacientes. 
Os dados coletados foram avaliados por 2 
revisores de forma independente e cega, utili-
zando o software RAYYAN®, onde os reviso-
res selecionaram somente os artigos que cum-
priram os critérios de inclusão para compor a 
síntese, em caso de discrepância enquanto a in-
clusão do artigo, um terceiro revisor foi respon-
sável pelo desempate. Assim, resultando em 5 
artigos incluídos nessa síntese. Os critérios de 
inclusão utilizados: Artigos publicados entre ja-
neiro de 2018 e janeiro de 2023, disponíveis em 
português, inglês ou espanhol e que contem-
plem tecnologias de monitoramento móvel na 
gestão de pacientes. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No início da década de 1980, Tony Rickards 
desenvolveu o primeiro marcapasso responsivo 
à frequência do mundo, baseado em estudos so-
bre os efeitos do exercício, da estimulação atrial 
e da estimulação ventricular fixa no intervalo 
QT. Esse sistema permitiu respostas fisiológi-
cas ao exercício em pacientes com eletrodos de 
estimulação unipolar padrão de acordo com o 
'Intervalo de estímulo-T'. A pesquisa continuou 
com o grupo de Richard Sutton publicando so-
bre o uso da estimulação AV no tratamento da 
 
3 
 
hipersensibilidade do seio carotídeo e estu-
dando a utilidade da estimulação em síncope 
cardioinibitória e neurogênica. Um estudo de 
Richard Charles em Liverpool examinou as ten-
dências temporais da prescrição do modo mar-
capasso em seu centro ao longo de 10 anos, de 
1984 a 1994, e mostrou um uso crescente de es-
timulação de dupla câmara. Dados fundamen-
tais para informar a prescrição de marcapasso 
foram fornecidos pelos resultados do Estudo 
UKPACE em 2005, conduzido por William 
Toff e John Camm, que mostraram nenhum be-
nefício significativo de mortalidade para esti-
mulação de dupla câmara versus estimulação de 
câmara única em pacientes > 70 anos 
(HAYDOCK & CAMM, 2022; AMMAN-
NAYA, 2020). 
Os ICDs de quarta geração, também conhe-
cidos como ICDs modernos, são dispositivos 
cada vez menores e mais sofisticados. Eles têm 
um peso de 80-90 g e um volume de 30 mL, 
medindo menos de um centímetro de espessura. 
As baterias mais recentes, como as de lítio, 
prata e vanádio, têm duração de até 9 anos. Es-
ses ICDs modernos possuem a capacidade de 
overdrive pacing, ou seja, ATP, o que frequen-
temente pode encerrar arritmias sem recorrer à 
terapia de choque. Além disso, eles também es-
tão disponíveis com estimulação biventricular 
(terapia de ressincronização cardíaca) para me-
lhorar os sintomas em pacientes com insufici-
ência cardíaca avançada. A importância dos 
avanços tecnológicos na área de dispositivos 
cardíacos eletrônicos implantáveis (DCEIs) na 
prestação de cuidados a pacientes tem permi-
tido o monitoramento contínuo por anos e uma 
ampla gama de recursos de programação e tera-
pias. O monitoramento remoto (RM) tem revo-
lucionado o cuidado com o dispositivo, melho-
rando a satisfação do paciente, reduzindo a hos-
pitalização e melhorando a sobrevida entre os 
pacientes com DCEI (HAYDOCK & CAMM, 
2022; AMMANNAYA, 2020). 
As indicações para implante de Cardiover-
sor Desfibrilador Implantável (ICD) podem ser 
amplamente categorizadas como profilaxia pri-
mária e profilaxia secundária contra morte sú-
bita cardíaca (MSC). A profilaxia secundária é 
indicada para pacientes que já tiveram um epi-
sódio de fibrilação ventricular (FV) ou taquicar-
dia ventricular (TV) com risco de vida, en-
quanto a profilaxia primária é indicada para pa-
cientes com alto risco de desenvolver MSC, 
mas que ainda não tiveram nenhum episódio. 
Múltiplos ensaios clínicos randomizados mos-
traram que os ICDs são claramente superiores 
aos medicamentos antiarrítmicos em pacientes 
com história de TV e FV com risco de vida e, 
portanto, as indicações para profilaxia secundá-
ria são bem apoiadas por evidências clínicas. 
No entanto, as indicações para profilaxia primá-
ria, que representam a maioria dos implantes de 
ICD, têm evidências comparativamente bem 
menos estabelecidas, pois o benefício quantita-
tivo mensurável é menor (AMMANNAYA, 
2020). 
Pesquisas recentes têm mostrado que a res-
sincronização cardíaca (TRC) e a terapia com 
ICD têm eficácia clínica comprovada. Por 
exemplo, um estudo da Circulation Heart Fail, 
realizado em 2014, demonstrou a eficácia clí-
nica da TRC e da terapia com ICD entre 8.936 
pacientes ambulatoriais com insuficiência car-
díaca e fração de ejeção (FE) reduzida ≤ 35% e 
encontrou uma redução substancial da mortali-
dade em 24 meses em homens e mulheres ele-
gíveis com insuficiência cardíaca e FE redu-
zida. Uma edição da Circulation Arrhythmia 
and Electrophysiology de 2015, investigou a re-
lação entre profilaxia primária de ICDs e mor-
talidade em 852 pacientes de minorias raci-
ais/étnicas (raça não branca ou etnia hispânica) 
 
4 
 
e 2.070 pacientes brancos não hispânicos. Paci-
entes minoritários com ICD apresentaram uma 
taxa de mortalidade ajustada menor em 3 anos 
(44,9%) em comparação com seus equivalentes 
sem ICD (54,3%). Da mesma forma, pacientes 
brancos não hispânicos com ICD apresentaram 
uma taxa de mortalidade ajustada menor em 3 
anos (47,8%) em comparação com seus equiva-
lentes sem ICD (57,3%). Nenhuma relação sig-
nificativa entre raça/etnia e menor risco de mor-
talidade com ICD foi encontrada (POKOR-
NEY et al., 2015; WILCOX et al., 2014; AM-
MANNAYA, 2020). 
Vários ensaios clínicos randomizados mol-
daram as indicações atuais para os CDIs (cardi-
oversor-desfibrilador implantável). Alguns dos 
principais estudos incluem MADIT I & II, 
CAT, MADIT-CRT, PRESERVE EF e PRO-
TECT-ICD. O estudo MADIT-I mostrou que o 
CDI salva vidas em pacientesde alto risco com 
doença coronariana. O estudo MADIT-II mos-
trou que a terapia profilática com CDI foi asso-
ciada a uma sobrevida significativamente me-
lhorada em pacientes com cardiomiopatia is-
quêmica, definida por doença cardíaca coroná-
ria documentada e disfunção ventricular es-
querda avançada, sem a necessidade de triagem 
para arritmias ventriculares ou indutibilidade 
por testes eletrofisiológicos. Juntos, esses estu-
dos, bem como os resultados de vários outros 
estudos randomizados de CDI, indicam que a 
terapia com CDI é indicada em pacientes coro-
narianos que atendem aos critérios de elegibili-
dade MADIT-I ou MADIT-II (CHEUNG & 
DEYELL, 2018; AMMANNAYA, 2020). 
O estudo CAT não forneceu evidências a fa-
vor do implante profilático de CDI em pacien-
tes com CMD de início recente e fração de eje-
ção do ventrículo esquerdo prejudicada. Paci-
entes com insuficiência cardíaca classe I ou II 
da New York Heart Association, fração de eje-
ção ≤ 30% e bloqueio de ramo esquerdo (BRE) 
obtêm benefício clínico substancial da TRC-D 
na forma de redução na progressão da insufici-
ência cardíaca e redução no risco de taquiarrit-
mias ventriculares. A terapia de ressincroniza-
ção cardíaca (TRC) evoluiu, assim, como uma 
indicação de tratamento de Classe I com Nível 
de Evidência A, em pacientes com insuficiência 
cardíaca leve, fração de ejeção do ventrículo es-
querdo deprimida e QRS largo. A classificação 
atual de SCD vs. NSCD falha em identificar 
eventos de VTA no momento da morte em uma 
proporção significativa de pacientes. A análise 
multivariada mostrou que os fatores indepen-
dentemente associados à mortalidade por ATV 
incluíram TV/FV > 72 h antes do evento de 
mortalidade, hospitalização por insuficiência 
cardíaca e história de hipertensão. A incidência 
anual de MSC é de 0,6–1% em pacientes pós-
IM com fração de ejeção do ventrículo es-
querdo (FEVE) ≥ 40% (AMMANNAYA, 
2020). 
 
Projeções futuras 
A evolução desses dispositivos tem sido 
constante, visando torná-los cada vez menores 
e equipados com algoritmos de detecção mais 
avançados. Um exemplo disso é o S-ICD (Sis-
tema de Cardioversor Desfibrilador Subcutâ-
neo), que não possui eletrodos no coração e 
pode ser uma opção para pacientes com alto 
risco de MSC (Morte Súbita Cardíaca). Além 
disso, a integração potencial com estimulação 
sem eletrodo pode tornar essa terapia acessível 
para uma população-alvo maior. Os S-ICDs 
também podem ser utilizados como dispositi-
vos de monitoramento remoto para reconhecer 
fibrilação atrial, isquemia aguda ou desequilí-
brio eletrolítico. Novos dispositivos ICD e 
CRT-D, como o novo Gallant, estão surgindo 
no mercado e incluem recursos como integra-
 
5 
 
ção com aplicativos móveis, como o myMerlin-
Pulse™, para simplificar a comunicação entre 
médicos e pacientes. A incorporação de tecno-
logias avançadas, como inteligência artificial, 
também está sendo estudada para melhorar a 
capacidade de monitoramento dos pacientes. 
No entanto, é importante destacar que essas tec-
nologias de ponta vêm com ameaças de segu-
rança cibernética e, portanto, exigiriam os mais 
recentes controles de segurança cibernética e 
parcerias com especialistas em segurança ciber-
nética do setor para fornecer informações sobre 
o design e o teste desses controles para fornecer 
uma experiência segura e contínua (AMMAN-
NAYA, 2020). 
O monitoramento remoto é uma tecnologia 
que tem evoluído ao longo dos anos. Os primei-
ros dispositivos usavam transtelefônicos moni-
toramento (TTM) para a transmissão de dados, 
onde os pacientes tinham que ligar para um 
sistema central e transmitir manualmente infor-
mações básicas do dispositivo. Já os dispositi-
vos modernos usam tecnologias indutivas ou 
sem fio, fornecendo uma interrogação mais 
abrangente e permitindo a transmissão de dados 
por meio de conexões telefônicas ou de banda 
larga. Alguns dispositivos mais recentes, ainda, 
se conectam diretamente a uma rede celular, eli-
minando a necessidade de uma conexão fixa. 
Além disso, pode ser dividido em dois tipos: 
Monitoramento passivo e monitoramento ativo. 
O monitoramento passivo se refere a transmis-
sões programadas pelo paciente, que fornecem 
todas as informações de diagnóstico necessárias 
para avaliar o funcionamento do dispositivo e 
reduzir significativamente a necessidade de 
acompanhamento presencial. Já o monitora-
mento ativo se refere à transmissão automati-
zada e antecipada de diagnósticos em caso de 
falha do dispositivo ou eventos clínicos. Isso 
pode salvar vidas em caso de falha do disposi-
tivo, mas também pode resultar em alertas des-
necessários, se não programado adequadamente 
(CHEUNG & DEYELL, 2018). 
 
CONCLUSÃO 
A história dos implantes cardíacos tem evo-
luído ao longo dos anos, desde o primeiro mar-
capasso artificial no final da década de 1950 até 
os dispositivos mais recentes, como os Cardio-
versores Desfibriladores Implantáveis (ICDs) e 
os Dispositivos de Ressincronização Cardíaca 
(TRC). Esses dispositivos têm sido amplamente 
utilizados na profilaxia primária e secundária 
contra a morte súbita cardíaca, e vários estudos 
clínicos randomizados têm mostrado a sua efi-
cácia. No entanto, as indicações para a profila-
xia primária ainda têm evidências comparativa-
mente menos estabelecidas. Além disso, pes-
quisas recentes têm mostrado que a TRC e a te-
rapia com ICD têm eficácia clínica compro-
vada, incluindo uma redução substancial da 
mortalidade em pacientes com insuficiência 
cardíaca e fração de ejeção reduzida. Ainda as-
sim, é importante continuar estudando os bene-
fícios e riscos desses dispositivos e aplicá-los 
de forma seletiva e individualizada para cada 
paciente. 
 
 
6 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMMANNAYA, G.K.K. Implantable cardioverter de-
fibrillators – the past, present and future. Archives of 
Medical Science – Atherosclerotic Diseases, v. 5, n. 1, 
p. 163-170, 2020. 
CHEUNG, C.C. & DEYELL, M.W. Remote monitoring 
of cardiac implantable electronic devices. Canadian 
Journal of Cardiology, v. 34, n. 7, p. 941-944, 2018. 
HAYDOCK, P. & CAMM, A.J. History and evolution 
of pacing and devices. Heart, v. 108, n. 10, p. 794-799, 
2022. 
POKORNEY, S.D. et al. Primary prevention implanta-
ble cardioverter-defibrillators in older racial and ethnic 
minority patients. Circulation: Arrhythmia and Elec-
trophysiology, v. 8, n. 1, p. 145-151, 2015. 
WILCOX, J.E. et al. Clinical effectiveness of cardiac 
resynchronization and implantable cardioverter-defibril-
lator therapy in men and women with heart failure. Cir-
culation: Heart Failure, v. 7, n. 1, p. 146-153, 2014. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 10.29327/5198921.7-2 
 
 
 CAPÍTULO 02 
MÉTODOS NÃO INVASIVOS DE 
DIAGNÓSTICO DE DOENÇA 
ARTERIAL CORONARIANA 
 
 LÍVIA COUTO MELO
1 
LUISA REIS RIBEIRO1 
PEDRO VINICIUS SILVA PEREIRA1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1Discente – Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chave: Doença arterial coronariana; Diagnóstico invasivo; Diagnóstico não invasivo. 
 
8 
 
INTRODUÇÃO 
No Brasil, a estimativa de prevalência de 
angina na população é de 7,6% de casos leves e 
de 4,2% de casos moderados a graves. Somente 
no ano de 2015, os gastos relacionados às doen-
ças cardiovasculares contabilizaram um total de 
31,7 bilhões de reais (CARMO et al., 2021). 
A cineangiocoronariografia (CAT), que é 
um exame invasivo, é considerada padrão-ouro 
para o diagnóstico de doenças arteriais corona-
rianas (DAC). Entretanto, o ideal é que testes 
diagnósticos não invasivos sejam realizados 
primeiramente, com a finalidade de selecionar 
quais pacientes devem ser submetidos à confir-
mação diagnóstica invasiva, visando reduzir o 
número de CATs desnecessárias (CARMO et 
al., 2021). 
Assim, esse capítulo visa explicar os parâ-
metros, as contraindicações e a forma que são 
realizados os seguintes exames: Ecocardiogra-
fia de estresse (EE), cintilografia miocárdica 
(CM),teste ergométrico (TE) e angiotomogra-
fia (ATC). 
 
MÉTODOS 
Para a realização deste capítulo de livro foi 
feita uma pesquisa baseando-se primariamente 
no artigo ‘Análise da Custo-efetividade da an-
giotomografia coronariana no SUS, em compa-
ração com outros métodos não invasivos na sus-
peita de DAC estável’. Com base no artigo 
mencionado fez-se uma busca na internet em 
diversas bases de dados tais como PubMed, Sci-
ELO, Medline e em sites referências da área da 
saúde como orientações e diretrizes publicadas 
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia. Den-
tre os artigos e publicações encontradas, foram 
selecionados os mais novos e que apresentavam 
mais evidência científica, tendo como critério a 
pirâmide de evidência já conhecida, começando 
com revisões sistemáticas e metanálises até 
chegar às publicações de menor evidência que 
são elas: Opiniões de especialistas e relatos de 
caso. 
Após aplicados os critérios de seleção cita-
dos, os textos restantes foram avaliados e dis-
cutidos em grupo, e os métodos foram descritos 
separadamente, para então, na conclusão, base-
ando-se no artigo, apresentarmos os métodos e 
as combinações deles mais eficazes no diagnós-
tico de DAC de forma não invasiva. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Ecocardiografia de estresse 
A Ecocardiografia de Estresse (EE) é um 
método diagnóstico não invasivo de DAC fre-
quentemente usado em pacientes admitidos no 
setor emergencial com dor torácica, enzimas 
cardíacas normais, ECG não interpretável e 
com suspeita de angina instável de risco baixo 
ou intermediário (CAMAROZANO et al., 
2009). 
A indução do estresse pode ser por esforço 
físico ou por administração farmacológica. No 
estresse por esforço físico utiliza-se de uma es-
teira, seguindo o protocolo de Bruce com ob-
tenção de imagens em repouso e logo após o 
término do esforço; ou de uma bicicleta ergo-
métrica, colocada em posição vertical ou su-
pina, com aquisição de imagens em repouso, no 
pico de esforço e na recuperação. A movimen-
tação excessiva do paciente aumenta a dificul-
dade de captação de imagens nítidas, sendo um 
fator limitante para a realização do EE por es-
forço físico. Já no estresse por administração 
farmacológica, faz-se a aplicação de doses cres-
centes de dobutamina, com possível associação 
à atropina, visando atingir a frequência cardíaca 
máxima prevista para a idade do paciente. A 
aquisição das imagens se faz no estado basal, 
no pico de estresse e na recuperação. A escolha 
da técnica utilizada irá depender da capacidade 
 
9 
 
do paciente de realizar esforço físico, da expe-
riência do profissional e da disponibilidade de 
equipamento (MATHIAS JUNIOR, 2013; 
CASTRO FILHO, 2019). 
O estímulo ao estresse permite constatar al-
terações cardíacas por meio da incitação de is-
quemia miocárdica em regiões irrigadas por 
uma artéria com grau significativo de estenose. 
Tais alterações poderiam estar ausentes durante 
o repouso, o que não excluiria a presença de 
DAC (CAMAROZANO et al., 2009; BARBE-
RATO et al., 2019). 
Quando ocorre a isquemia miocárdica, tem-
se uma modificação no movimento e no espes-
samento da parede ventricular que pode ser 
identificada, através do EE, pelo modelo de di-
visão do ventrículo esquerdo (VE) em 17 seg-
mentos. Cada porção é analisada e classificada 
em um dos seguintes escores de função: 1 = 
contração normal (contratilidade miocárdica e 
espessamento ventricular adequados), 2 = hipo-
cinesia (diminuição da contratilidade miocár-
dica e espessamento ventricular em menos 
40%), 3 = acinesia (ausência de contratilidade 
miocárdica e espessamento ventricular em me-
nos de 10%) e 4 = discinesia (alteração da dire-
ção do movimento miocárdico e adelgaçamento 
ventricular). Ao final da avaliação faz-se a mé-
dia entre os escores atribuídos aos segmentos, 
conhecida como índice de escore de motilidade 
e espessamento de parede (IEMP). O IEMP 
igual a 1 indica função normal, já valores iguais 
ou acima de 2, correlacionam a importante dis-
função do VE, com aumento da probabilidade 
de ocorrência de arritmias graves, insuficiência 
cardíaca e morte. Assim, o EE é capaz de ava-
liar a extensão, a localização e a gravidade da 
lesão isquêmica, fornecendo dados relaciona-
dos ao diagnóstico e ao prognóstico e possibili-
tando a estratificação de risco para eventos car-
díacos futuros (CAMAROZANO et al., 2009; 
MATHIAS JUNIOR, 2013). 
Entre as contraindicações para a realização 
do EE estão: Dor precordial anginosa típica em 
repouso de início recente (angina de início re-
cente), ou pacientes em período após IAM com-
plicado; estenose ou insuficiência valvar grave; 
pacientes com instabilidade hemodinâmica ou 
clínica (angina instável grave, cardiomiopatia 
descompensada, endocardite/miocardites agu-
das); gravidez; dissecção de aorta; relato de 
alergia às drogas a serem utilizadas nos testes 
farmacológicos (MATHIAS JUNIOR, 2013). 
 
Cintilografia miocárdica 
A Cintilografia é um exame realizado para 
diagnosticar, de forma precoce e com elevada 
precisão, os padrões da perfusão miocárdica, 
sendo possível detectar anormalidades, cuja ex-
tensão e intensidade podem estar associadas a 
eventos adversos (SANTORO, 2018). 
Para realizar a investigação são necessárias 
duas etapas. A primeira consiste na injeção in-
travenosa de uma droga radioativa ou um radi-
ofármaco. O paciente é deixado em repouso e, 
partir disso, imagens do fluxo sanguíneo são co-
letadas após um intervalo de 30 a 60 minutos 
pelo gama câmara, tecnologia capaz de captar 
os sinais emitidos pelo medicamento radioa-
tivo. 
Iniciando a segunda fase, o alvo do teste é 
posto em uma situação de esforço físico. O es-
tresse pode ser causado por uma atividade física 
monitorada, ou por algum medicamento que in-
duz o aumento do fluxo sanguíneo nas artérias 
coronárias, como o dipiridamol ou dobutamina. 
Quando a dilatação máxima das artérias coro-
narianas for atingida, novamente será injetada a 
mesma substância radioativa a fim de marcar o 
quão perfundido está sendo o musculo cardíaco. 
 
10 
 
Ao final do exame, é feita a associação das 
imagens das etapas de repouso e estresse e a in-
terpretação, através de scores que analisam as 
variáveis: Repouso ou estresse, isquemia ou 
perfusão (FEITOSA, 2002). A análise dos re-
sultados obtidos inicia-se ao dividir o ventrí-
culo esquerdo em 17 partes, a cada uma é atri-
buída valores conforme o grau de defeito perfu-
sional variando de 0 (perfusão normal) a 4 (is-
quemia total). A apuração deve levar em conta 
a análise obtida, bem como os parâmetros com-
parativos com bancos de dados de indivíduos 
normais, fornecidos por softwares. Após a atri-
buição dos índices para cada região miocárdica 
tanto em estresse quando em repouso, os valo-
res devem ser somados, obtendo a somatória 
dos sores SS (Summed Scores). A somatória 
dos scores na imagem de repouso é chamada de 
SRS (Summed Rest Score) e expressa a exten-
são e a intensidade de defeito perfusional em re-
pouso e, portanto, a área fibrótica do músculo 
cardíaco. A somatória dos scores na fase de re-
pouso é chamada SSS (Summed Stress Score) e 
infere as áreas hipoperfundidas durante a indu-
ção do stress, representando áreas infartadas ou 
isquêmicas, que podem ser iguais ou maiores 
que os defeitos vistos em repouso. A somatória 
destes scores diferenciais é chamda SDS (Sum-
med Difference Score), e dirá exatamente a ex-
tensão do miocárdico que apresenta reversibili-
dade de perfusão induzida pelo estresse e, por-
tanto, áreas isquêmicas em risco (SANTORO, 
2018). 
A cintilografia de perfusão miocárdica é de 
alta sensibilidade (85-91%) e especificidade 
(85-87%), e um elevado valor preditivo nega-
tivo (> 99%), o que garante ao estufo normal 
uma predição de risco de eventos cardíacos 
(morte e infarto agudo) inferior a 1% ao ano 
(SANTORO, 2018). 
A duração total do teste, contemplando as 
duas etapas, tem um intervalo variável de qua-
tro a seis horas. Já os resultados das imagens 
são obtidos de 15a 60 minutos após a conclusão 
das duas etapas (SANTORO, 2018). 
As contraindicações são reservadas às mu-
lheres grávidas ou lactentes, pelo uso de drogas 
radioativas (FEITOSA, 2002). Os riscos refe-
rentes à execução do exame são mais esperados 
na cintilografia do miocárdio com estresse far-
macológico devido aos efeitos colaterais do 
medicamento, que podem ser: Sensação de ca-
lor na cabeça, dor no peito, enxaqueca, tonturas, 
diminuição da pressão arterial, falta de ar, en-
joos. Contudo, na maioria das vezes, a inspeção 
não provoca sequelas e não é necessário inter-
nação hospitalar (SANTORO, 2018). 
 
Teste ergométrico 
O Teste Ergométrico, hoje, é o teste mais 
usado e indicado para diagnóstico de doenças 
cardiovasculares, sendo também usado para 
avaliar resposta terapêutica, sintomas de arrit-
mias ao exercício físico e determinação prog-
nóstica. Esse possui baixo custo e fácil reprodu-
ção em todas as regiões do Brasil, tornando-lhe 
um dos principais exames cardiológicos não in-
vasivos presentes para estudo dos pacientes 
(MENEGHELO et al., 2010). 
O TE foi introduzido no país em 1960, no 
Instituto de Cardiologia do Estado de Guana-
bara, atual Instituto Estadual de Cardiologia 
Aloysio de Castro. Entretanto, foi introduzido 
na prática clínica somente em 1972, no Instituto 
Dante Pazzanese de Cardiologia (MENE-
GHELO et al., 2010). 
Esse exame possibilita detectar isquemia 
miocárdica; reconhecer arritmias cardíacas e 
distúrbios hemodinâmicos induzidos pelo es-
forço; avaliar a capacidade funcional e a condi-
ção aeróbica; diagnosticar e estabelecer o prog-
 
11 
 
nóstico de determinadas doenças cardiovascu-
lares; prescrever exercício; avaliar objetiva-
mente os resultados de intervenções terapêuti-
cas; demonstrar ao paciente e aos seus familia-
res as suas reais condições físicas e fornecer da-
dos para perícia médica. 
O teste ergométrico trata-se de um procedi-
mento de baixo risco, mesmo assim é impor-
tante que o profissional que irá conduzir o teste 
seja capacitado para atuar em caso de uma 
emergência, tal como uma PCR, além da sala de 
procedimento possuir os equipamentos neces-
sários (MENEGHELO et al., 2010). 
A ergoespirometria alia os resultados eletro-
cardiográficos às análises das variáveis ventila-
tórias, aferidas durante a prática de exercício fí-
sico de intensidade crescente. É levado em 
conta também a avaliação subjetiva do paciente 
quanto à sensação de cansaço, que deve ser me-
dido conforme a escala de Borg. No exame são 
geradas informações tais como: 
-Consumo de oxigênio (VO2) e produção de gás 
carbônico (VCO2); 
-Equivalente ventilatório de oxigênio 
(VE/VO2) e do gás carbônico (VE/VCO2); 
-Pulso de oxigênio (VO2/FC); 
-Quociente respiratório (RQ); 
-Parâmetros hemodinâmicos como pressão ar-
terial (PA) e frequência cardíaca (FC); 
-Parâmetros eletrocardiográficos. 
 
Angiotomografia coronariana 
A Angiotomografia Coronariana (ATC) 
consiste em uma tomografia computadorizada 
das artérias coronárias, o que permite a identi-
ficação de alterações na estrutura e no funcio-
namento desses vasos, sendo uma modalidade 
não invasiva de diagnóstico de DAC 
(MORSCH, 2018). 
As indicações para realização deste exame 
dependem das características clínicas apresen-
tadas pelo paciente, podendo elas variarem de 
um quadro sintomático não agudo ou uma ava-
liação pós-operatória, a uma avaliação em casos 
sintomáticos em caráter de urgência. A partir 
dos dados coletados, é feita uma estratificação 
por escores, que irá definir qual o grau de reco-
mendação do exame. De 7 a 9, a realização ge-
ralmente é aceita e a abordagem é racional e 
aceitável para a indicação. Escores de 4 a 6, a 
realização e a abordagem são tidas como acei-
tável e razoável, respectivamente. Já de 1 a 3, 
geralmente não é aceita a realização e a aborda-
gem é tida como não razoável (SASDELLI 
NETO, 2013). 
O preparo para o exame exige jejum com-
pleto por pelo menos 4 horas, não ingestão de 
bebidas cafeinadas e de remédios para trata-
mento de disfunção erétil nas 48 horas anterio-
res, possível administração oral ou intravenosa 
de betabloqueadores para diminuir a frequência 
cardíaca, que deve ficar entre 60 e 65 batimen-
tos por minuto (MORSCH, 2018). 
A angiotomografia não é recomendada para 
gestantes, pessoas alérgicas ao contraste de 
iodo (MORSCH, 2018). 
Durante a realização do exame, o ritmo car-
díaco do paciente é registrado com o auxílio de 
um eletrocardiograma, para que imagens gera-
das pelo tomógrafo possam ser sincronizadas 
com o movimento do coração (sístole e diás-
tole). Além disso, faz-se a injeção endovenosa 
de contraste iodado que circulará na corrente 
sanguínea, o que permite uma melhor visualiza-
ção das artérias coronárias. Alguns pacientes 
podem referir sensação de calor após a injeção 
do contraste. Em seguida, o paciente é subme-
tido à tomografia, gerando imagens com re-
curso 3D. A partir dessas imagens é possível vi-
sualizar o lúmen e as paredes das artérias, iden-
tificado a possível presença de placas calcifica-
das e de placas gordurosas que serão quantifi-
 
12 
 
cadas quanto ao grau de obstrução do vaso. As-
sim, faz-se o diagnóstico não invasivo de DAC, 
fornecendo informações, quanto ao tipo e ao 
grau da lesão, importantes para a tomada de de-
cisões em relação aos próximos passos no trata-
mento (AZEVEDO et al., 2012; MORSCH, 
2018). 
Atualmente, a dose de radiação efetiva esti-
mada do exame pode ser reduzida por meio de 
tomógrafos de última geração, com múltiplos 
detectores, sem alterações significativas na acu-
rácia diagnóstica da imagem (SASDELLI 
NETO, 2013). 
Associado à angiotomografia, também pode 
ser solicitado a avaliação do Escore de Cálcio, 
um importante indicador de aterosclerose nas 
artérias, que irá agregar mais informações ao di-
agnóstico final (AZEVEDO et al., 2012; 
MORSCH, 2018). 
 
CONCLUSÃO 
Após a pesquisa, concluiu-se que há diversas 
modalidades de diagnóstico não invasivo de 
doença arterial coronariana, sendo que o SUS 
não contempla apenas a angiotomografia. Com 
isso, torna-se cada vez menos necessário o di-
agnóstico invasivo pela cineangiocoronariogra-
fia, evitando possíveis complicações vascula-
res, vagais, isquêmicas e alérgicas, associadas a 
esse procedimento. Assim, a escolha da melhor 
estratégia diagnóstica não invasiva dependerá 
da disponibilidade de recursos financeiros de 
cada instituição para arcar com as despesas da 
realização desses exames e da capacitação da 
equipe médica responsável.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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p. 265-302, 2009. 
CARMO, P.B.C. et al. Análise da custo-efetividade da 
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com outros métodos não invasivos na suspeita de DAC 
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https://www.dimen.com.br/medicina-nuclear/cintilografia-do-miocardio-2/
https://www.dimen.com.br/medicina-nuclear/cintilografia-do-miocardio-2/
 
14 
 10.29327/5198921.7-3 
 
 
 CAPÍTULO 03 
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS 
ÓBITOS POR INFARTO AGUDO DO 
MIOCÁRDIO NO BRASIL 
DE 2016 A 2020 
 
 
CLARA CECÍLIA RODRIGUES MENDES1 
ALYNE ANNE SILVA BARRETO3 
BRENDHA KETLYN ANDRADE SILVA2 
RAFAELLA ALVES PEREIRA1 
GABRIEL VICENTE CORREIA1 
GIULIA AMORIM PIRES MIRANDA1 
INGRID MIKAELLY CARDOSO CAVALCANTE1 
JANAÍNA PACHECO OLIVEIRA E SOUZA1 
JOÃO MARCOS GUIMARÃES DE OLIVEIRA1 
JORDANNA ARAUJO PRAXEDES1 
LARA CARVALHO PAIVA1 
MARIANNE LACERDA BARRETO2 
SABRINNA RODRIGUES SANTOS1 
THAYANA DE MATTOS NOGUEIRA1 
LARA CÂNDIDA DE SOUSA MACHADO4 
 
 
1Graduanda – Faculdade de Medicina, Universidade de Rio Verde – GO 
2Graduanda – Faculdade de Fisioterapia, Universidade de Rio Verde – GO 
3Graduada – Faculdade de Educação Física, Universidade estadual de Goiás – GO 
4Docente – Prof.a Ma. da Faculdade de Medicina pela Universidade de Rio Verde - GO 
 
 
Palavras-chave: Infarto; Cardiologia; Mortalidade. 
 
 
 
15 
 
INTRODUÇÃO 
O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) cor-
responde a uma necrose miocárdica resultante 
de obstrução aguda de uma artéria coronária. 
Decorre, principalmente, de aterosclerose, em 
que placas de gordura se fixam nos vasos san-
guíneos e com o seu rompimento formam-se 
coágulos. Dessa forma, ocorre a interrupção do 
fluxo sanguíneo, o que gera isquemia do mús-
culo cardíaco (MENDES et al., 2022). 
Esse fenômeno está entre as maiores causas 
de morte no Brasil e no mundo, sendo a doença 
cardiovascular que mais leva a óbito nas pri-
meiras horas após o início dos sintomas, em que 
65% das mortes acontecem na primeira hora e 
80% nas primeiras 24 horas após a manifesta-
ção dos sintomas. Além disso, sabe-se que os 
principais fatores que contribuem para o desen-
cadeamento do IAM estão ligados a condições 
modificáveis como uso abusivo de drogas líci-
tas e ilícitas, sedentarismo e obesidade (FREI-
TAS et al., 2021). 
O diagnóstico dessa doença pode ser reali-
zado por vários métodos, mas o eletrocardio-
grama (ECG) é considerado um exame comple-
mentar para avaliação cardiológica rápida, de 
fácil realização e de baixo custo. Por mais que 
tenha uma baixa sensibilidade nas síndromes 
coronarianas agudas, o eletrocardiograma con-
tinua sendo um exame muito utilizado capaz de 
fornecer dados diagnósticos, evolutivos e prog-
nósticos das doenças cardiovasculares (BEET 
et al., 2022). Quanto aos exames laboratoriais, 
diversos avanços na busca de novos biomarca-
dores para o diagnóstico dessa doença estão 
ocorrendo. Contudo, as troponinas e creatino-
quinases continuam sendo as mais usadas pelos 
laboratórios, especialmente por serem reco-
mendadas pela SBC (Sociedade Brasileira de 
Cardiologia) (MOREIRA et al., 2022). 
A gravidade dessa doença remete a necessi-
dade de novas pesquisas que esclareçam e con-
tribuam para a diminuição do índice de casos, 
visto que há uma alta prevalência de mortali-
dade e morbidade da doença (SOBRINHO et 
al., 2015). 
Assim, o objetivo do presente capítulo é de-
finir o perfil epidemiológico dos óbitos por in-
farto agudo do miocárdio no Brasil de 2016 a 
2020. 
 
MÉTODO 
Trata-se de um estudo ecológico transversal 
e descritivo, com abordagem quantitativa do 
perfil epidemiológico dos óbitos por infarto 
agudo do miocárdio no Brasil de 2016 a 2020. 
Nos estudos ecológicos, compara-se a ocorrên-
cia de uma patologia com a exposição de inte-
resse entre agregados de indivíduos como por 
exemplo populações de países, regiões ou mu-
nicípios com o objetivo de verificar a possível 
existência de associação entre elas (LIMA-
COSTA et al., 2003). Os estudos transversais se 
caracterizam por observarem as variáveis em 
um momento proposto (uma única vez, sem 
acompanhamento dos participantes) e os descri-
tivos são aqueles que propõe a descrição deta-
lhada e organizada de um ou mais fenômenos. 
Ademais o termo quantitativo, refere-se à expo-
sição de números (ZANGIROLAMI-RAI-
MUNDO et al., 2018). 
Incluiu-se na pesquisa dados das “Estatísti-
cas Vitais” no item “Mortalidade – desde 1996 
pelo CID-10” especificamente os registros da 
sessão “Mortalidade Geral” contidos no Sis-
tema de Informação sobre Mortalidade (SIM) 
do Departamento de Informática do Sistema 
Único de Saúde (DATASUS). 
Foram considerados como critérios de ele-
gibilidade, casos de morte por infarto agudo do 
 
 
16 
 
miocárdio contidos no Brasil entre janeiro de 
2016 e dezembro de 2020. Para a avaliação do 
perfil epidemiológico utilizou-se as variáveis: 
Causa CID-BR-10 (068.1), faixa etária, sexo, 
ano, região e etnia. Os critérios de exclusão fo-
ram dados qualitativos e anteriores a dezembro 
de 2015. 
A análise de dados foi feita e organizada em 
gráficos, a partir do software Microsoft Excel®, 
contendo as quantidades de óbitos por infarto 
agudo do miocárdio. Calculou-se a taxa de mor-
talidade, frequência absoluta e percentual para 
em um segundo momento descrever em forma 
discursiva uma comparação entre os principais 
indicadores em que ocorreram oscilações nos 
números de casos em todo o Brasil. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Análise dos óbitos por infarto agudo do 
miocárdio segundo região geográfica 
Entre 2016 e 2020 foram registrados 
466.099 óbitos por infarto agudo do miocárdio. 
A região com maior número de casos foi a Su-
deste com 46,15% (n= 215.093), seguida do 
Nordeste 27,98% (n= 130.403), Sul 13,59% (n= 
63.343), Centro-Oeste 6,64% (n= 30.967) e 
Norte 5,64% (n= 26.293). 
Consoante Mendes (2022) apesar da maior 
suscetibilidade de casos da Região Sudeste, 
destaca-se a relevância de atenção que deve ser 
oferecida às regiões menos favorecidas finan-
ceiramente, visto que a dificuldade de acesso a 
serviços de saúde e desinformação sobre as do-
enças, causam por consequência uma maior 
quantidade de óbitos nesses locais (MENDES 
et al., 2022). Dessa forma, tanto o estudo de 
Mendes que destacou o perfil dos óbitos por 
IAM no Brasil entre 2011 e 2021, quanto o pre-
sente estudo que analisou o período de 2016 a 
2020, concordam no ponto em que a região Su-
deste é que ocorre maior percentual de mortes. 
Entretanto, é válido ressaltar que essa região 
também é a mais populosa do Brasil, o que con-
tribui para uma maior concentração do número 
de casos. 
Assim, é coerente a análise da taxa de mor-
talidade, visto que ela considera não só o nú-
mero de casos, mas considera também a popu-
lação de cada região. Dessa forma, constata-se 
que em todos os anos analisados o Sudeste ob-
teve maiores taxas de mortalidade quando com-
parada as demais regiões do Brasil sendo o ano 
de 2016 o de maior taxa com 50,79 óbitos a 
cada 100 mil habitantes, conforme ilustrado na 
Tabela 3.1. 
 
 
Tabela 3.1 Taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil, segundo região geográfica, de 2016 a 2020 
Taxa de Morta-
lidade 
2016 2017 2018 2019 2020 
Região Norte 27,16 28,91 29,02 29,57 29,79 
Região Nor-
deste 
45,10 45,95 46,37 47,39 43,67 
Região Sudeste 50,79 48,93 48,64 50,15 46,85 
Região Sul 46,65 42,20 42,74 41,81 39,26 
Região Centro-
Oeste 
38,75 38,4539,13 38,09 38,12 
Fonte: DATASUS, 2023. 
 
 
 
17 
 
Análise dos óbitos por infarto agudo do 
miocárdio segundo ano 
De acordo com os dados obtidos no DATA-
SUS, observa-se que os óbitos do ano de 2016 
representam 20,20% (n= 94.148) dos casos, 
2017 um percentual de 19,88% (n= 92.657), 
2018 equivale a 20,01% (n= 93.272), 2019 tra-
duz 20,50% (n= 95.557) e 2020 corresponde a 
19,41% (n= 90.465). Desse modo, avista-se que 
o ano de 2019 registrou o maior número de óbi-
tos e 2020 a menor quantidade, entretanto, os 
anos analisados mantiveram uma certa homo-
geneidade no número de óbitos, visto que não 
houve diferenças expressivas entre eles. Além 
disso, as taxas de mortalidade variaram entre 
42,55 óbitos a cada 100 mil habitantes em 2020 
e 45,66 mortes a cada 100 mil habitantes em 
2016, conforme a Tabela 3.2. 
Mediante o estudo de Sant’Anna (2021), em 
2010 constatou-se que houve aproximadamente 
79 mil óbitos relacionados ao IAM 
(SANT’ANNA et al., 2021). Assim, ao compa-
rar os estudos, compreende-se que aconteceu 
uma elevação de 14,51% (n= 11.465) no nú-
mero de óbitos por IAM de 2010 para 2020. 
 
Tabela 3.2 Número de casos anuais de óbitos por infarto agudo do miocárdio no Brasil de 2016 a 2020 
Ano 2016 2017 2018 2019 2020 
Frequência absoluta 94.148 92.657 93.272 95.557 90.465 
População (milhões) 206,2 207,8 209,5 211 212,6 
Taxa de Mortalidade 
(por 100 mil habitantes) 
45,66 44,59 44,52 45,29 42,55 
Fonte: DATASUS, 2023; IBGE, 2022. 
 
Análise dos óbitos por infarto agudo do 
miocárdio segundo faixa etária 
Observou-se que as três faixas etárias de 
maior número de casos de óbitos entre 2016 e 
2020 foram as de 80 anos ou mais com 26,87% 
(n= 125.257), seguida das pessoas com idade 
entre 70 e 79 anos com 25,02% (n= 116.626) e 
posteriormente pela de indivíduos entre 60 e 69 
anos com 23,83% (n= 111.079). Assim, obser-
vamos que pessoas com 60 anos ou mais repre-
sentam 75,72% do total de óbitos por infarto 
agudo do miocárdio entre o período analisado, 
isso pode ser visto na Tabela 3.3. 
Um estudo realizado por Freitas (2021), 
constatou que o perfil epidemiológico do paci-
ente com infarto agudo do miocárdio contempla 
maior prevalência do sexo masculino e o início 
das manifestações clínicas ocorre predominan-
temente entre os 45 e 50 anos de idade (FREI-
TAS et al., 2021). Logo, vê-se que o intervalo 
de idade em que ocorrem os maiores índices de 
início de sintomas está muito próximo da faixa 
etária em que acontecem maiores números de 
óbitos por IAM. 
 
Tabela 3.3 Número de óbitos por infarto agudo do mio-
cárdio no Brasil, conforme faixa etária, entre os anos de 
2016 a 2020 
Faixa Etária Frequência Absoluta 
TOTAL 466.099 
Menor 1 ano 7 
1 a 4 anos 13 
5 a 9 anos 13 
10 a 14 anos 38 
15 a 19 anos 497 
20 a 29 anos 2.744 
30 a 39 anos 9.322 
40 a 49 anos 29.756 
50 a 59 anos 70.393 
60 a 69 anos 111.079 
70 a 79 anos 116.626 
 
18 
 
80 anos e mais 125.257 
Idade ignorada 354 
Fonte: DATASUS, 2023. 
 
Análise dos óbitos por infarto agudo do 
miocárdio segundo sexo 
Segundo o sexo, entre 2016 e 2020 o nú-
mero de óbitos por infarto agudo do miocárdio 
foi maior em homens com um percentual de 
59,14% (n= 275.656). Já as mulheres represen-
tam um percentual de 40,85% (n= 190.407). É 
válido acrescentar que 36 casos foram ignora-
dos, esses dados estão ilustrados no Gráfico 
3.1. 
O perfil epidemiológico das pessoas acome-
tidas por IAM traçado por Freitas (2021) evi-
denciou maior número de portadores entre pes-
soas do sexo masculino (FREITAS et al., 
2021). Dessa maneira, o presente estudo verifi-
cou que os homens também morrem mais do 
que as mulheres por essa causa. 
 
Gráfico 3.1 Número de casos de óbitos por infarto agudo 
do miocárdio no Brasil, segundo sexo, de 2016 a 2020 
 
Fonte: DATASUS, 2023. 
 
Análise dos óbitos por infarto agudo do 
miocárdio segundo etnia 
Entre 2016 e 2020 os casos de óbitos por in-
farto agudo do miocárdio ocorreram majoritari-
amente entre brancos 51,97% (n= 242.243) e 
pardos 37,17% (n= 173.229). As demais etnias 
representam percentuais pequenos sendo elas: 
Pessoas de pele preta 7,69% (n= 35.858), ama-
rela 0,56% (n= 2.615) e os indígenas 0,21% (n= 
977). Ademais, 2,40% (n= 11.177) dos óbitos 
foram ignorados, assim como demonstrado na 
Tabela 3.4. 
Outro estudo que traçou o perfil epidemio-
lógico dos óbitos por IAM de 2011 a 2021, evi-
denciou que a maior quantidade de óbitos pela 
doença aconteceu entre brancos com 55,56% 
dos casos, seguido de pardos com 38,26% dos 
óbitos, pessoas de pele preta com 4,54% e 
1,64% entrou na classificação de outros ou não 
informado (MENDES et al., 2022). 
Dessa forma, observa-se que apesar de os 
percentuais não serem os mesmos, o perfil epi-
demiológico dos óbitos nos dois estudos classi-
ficou em primeiro lugar quanto ao maior nú-
mero de casos brancos, seguido por pardos e 
pessoas de pele preta. 
 
Tabela 3.4 Número de óbitos por infarto agudo do mio-
cárdio no Brasil, conforme etnia, de 2016 a 2020 
Cor/etnia Frequência Absoluta 
TOTAL 466.099 
Branca 242.243 
Preta 35.858 
Amarela 2.615 
Parda 173.229 
Indígena 977 
Ignorado 11.177 
Fonte: DATASUS, 2023. 
 
CONCLUSÃO 
Mediante o panorama supracitado, pode-se 
concluir que o maior número de óbitos por in-
farto agudo do miocárdio no período analisado 
ocorreu no ano de 2019. Contudo, o período 
com maior taxa de mortalidade foi em 2016 
com 45,66 mortes a cada 100 mil habitantes. O 
perfil epidemiológico dos óbitos por IAM no 
Brasil entre 2016 e 2020 foi constituído por pes-
Masculino Feminino Ignorados
 
19 
 
soas da região Sudeste, com 80 anos ou mais, 
do sexo masculino e etnia branca. 
O conhecimento do perfil epidemiológico 
dos óbitos é importante para que os profissio-
nais da saúde se atentem aos pacientes com sin-
tomas sugestivos de determinada doença para 
facilitar o diagnóstico e tratamento em tempo 
 
 
 
hábil. Dessa maneira, evidencia-se a necessi-
dade de medidas em saúde com o objetivo de 
aprimorar o conhecimento da população pe-
rante essa temática, bem como qualificar os 
profissionais da saúde com o fito de mitigar o 
número de óbitos por essa doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BEET, M.S. et al. Infarto agudo do miocárdio: Do diag-
nóstico à intervenção. Research, Society and Deve-
lopment, v. 11, n. 3, 2022. 
FREITAS, R.B. et al. Perfil epidemiológico do paciente 
com infarto agudo do miocárdio no Brasil. Revista de 
Saúde Faculdade Dom Alberto, v. 8, n. 1, p. 100-127, 
2021. 
LIMA-COSTA, M.F. et al. Tipos de estudos epidemio-
lógicos: Conceitos básicos e aplicações na área do enve-
lhecimento. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 12, n. 
4, p. 189-201, 2003. 
MENDES, L.M.C. et al. Perfil dos óbitos por infarto 
agudo do miocárdio do Brasil no período de 2011 a 2021. 
Revista Científica Multidisciplinar, v. 3, n. 8. 2022. 
MOREIRA, V.C. et al. Biomarcadores do infarto agudo 
 
do miocárdio: Biomarcadores atuais e perspectiva de 
novos marcadores. Revista Saúde em Foco, n. 14, 2022. 
SANT’ANNA, M.F.B.S. et al. Taxa de morbimortali-
dade entre homens e mulheres com diagnóstico de infarto 
agudo do miocárdio. Rev. Enferm. UERJ, v. 29, 2021. 
SAÚDE. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-
DATASUS. Estatísticas Vitais. Disponível em: 
<https://datasus.saude.gov.br/mortalidade-desde-1996-
pela-cid-10>. Acesso em: 21 de jan. 2022. 
SOBRINHO, J.R.P. et al. Infarto agudo do miocárdio: 
Uma revisão bibliográfica. Scire Salutis, v. 5, n. 1, 2015. 
ZANGIROLAMI-RAIMUNDO, J. et al. Tópicos de 
metodologia de pesquisa: Estudos de corte transversal. 
Journal of Human Growth and Development, v. 28, n. 3, 
p. 356-60, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 10.29327/5198921.7-4 
 
 
 CAPÍTULO 04 
CONTROLE PRESSÓRICO DOS 
PACIENTES DE PÓS-
OPERATÓRIO DE CIRURGIA 
CARDÍACA NA UTI 
 
 
LUCIANA MODESTO DE BRITO¹ 
KYLVIA LUCIANA PEREIRA COSTA2 
MÁRIO GUSTAVOLÚCIO ALBUQUERQUE DA NÓBREGA3 
MARCOS ANDRÉ PEREIRA4 
ARTHUR APOLINÁRIO FEITOSA5 
FRANCISCO WILLIAM SARAIVA LEITE6 
STÉPHANE APOLINÁRIO LANDIM DA CRUZ5 
JANE CAROLINE GUIMARÃES6 
MARYANNE PEREIRA FRANCO ADRIANO7 
THAISE DE ABREU BRASILEIRO SARMENTO¹ 
LUCIBEL ALBUQUERQUE DE ANDRADE8 
CÍCERA REJANE TAVARES DE OLIVEIRA4 
ANILTON JORGE DA NÓBREGA GONÇALVES4 
PHILIPPE APOLINARIO FEITOSA LANDIM DA CRUZ8 
ROBSON LEITE SAMPAIO8 
 
1Docente – Centro Universitário Santa Maria - UNIFSM 
. 2Discente – Mestrado em Gestão em Sistemas Agroindustriais do CCTA/UFCG 
3Docente – Centro Universitário Dr. Leão Sampaio – UNILEAO 
. 4Docente – Universidade Federal do Cariri – URCA 
. 5Discente – Faculdade de Medicina Estácio do Juazeiro do Norte 
. 6Discente – Universidade José do Rosário Vellano – UNIFENAS 
. 7Discente – Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ 
. 8Discente – Centro Universitário Santa Maria - UNIFSM 
 
Palavras-chave: Cirurgia cardíaca; Pressão arterial; UTI. 
 
 
22 
 
INTRODUÇÃO 
As doenças cardiovasculares no Brasil são 
as principais causas de morte. Apresentado 
fator adicional à elevada representatividade 
epidemiológica nos índices de mortalidade e 
morbidade, o aumento da expectativa de vida ao 
nascer e as modificações nos hábitos de vida, 
principalmente decorrentes dos processos de 
urbanização e industrialização, que 
aumentaram a exposição aos fatores de risco 
para o seu desenvolvimento. Apresentam ainda 
caráter de cronicidade, podendo ser tratadas de 
maneira clínica ou cirúrgica (DUARTE et al., 
2012). 
A realização de um procedimento cirúrgico, 
em especial o cardíaco, envolve uma 
diversidade de questões psicológicas e físicas 
que se refletem nas alterações biológicas 
observadas em uma avaliação adequada das 
queixas expostas pelos pacientes. Tais 
manifestações repercutem em dados da análise 
clínica, que podem ser observados e 
mensurados (SILVA et al., 2014). 
É possível citar como forma dessas 
manifestações fisiológicas as medidas dos 
sinais vitais, das quais direcionam a 
estabilidade biológica, como as modificações 
na pressão arterial, nas frequências respiratória 
e cardíaca e, influenciando ainda na 
temperatura corporal (SILVA et al., 2014). 
Ponte et al., (2010) destacam que as 
alterações nos níveis tensionais são comumente 
encontradas nos pacientes submetidos à 
cirurgia cardíaca e diversos fatores, durante o 
perioperatório, podem provocar distúrbios que 
podem comprometer na evolução normal da 
cirurgia. 
A hipertensão arterial ocorre de acordo com 
Woods et al., (2005) em 48% a 55% dos paci- 
 
entes nas primeiras 4 (quatro) a 6 (seis) horas 
após a cirurgia cardíaca, sendo que nas 
primeiras 12 (doze) horas depois da cirurgia 
pode ocorrer a hipotensão. 
Nesse contexto, compreende-se a 
necessidade de uma assistência sistematizada e 
individualizada, pois existem pessoas que são 
assintomáticas, mas que possuem valores de 
pressão arterial que diferem dos valores 
considerados normais, por isso a importância de 
se saber os valores habituais, os quais devem 
ser avaliados evolutivamente. 
Para Benetti et al., (2013) apesar dos 
avanços já alcançados nas cirurgias cardíacas 
estudos ainda demonstram taxas significativas 
de complicações no pós-operatório, as quais 
fazem aumentar o tempo de permanência 
hospitalar, elevam custos e impactam em uma 
mortalidade. A identificação de fatores que 
possam influenciar a evolução clínica dos 
pacientes pode diretamente auxiliar na 
indicação cirúrgica, como também prevenir as 
complicações no pós-operatórias (PIOTTO et 
al., 2012). 
A mensuração sistemática da pressão 
arterial deveria ser uma das ações na prevenção 
de eventos de complicações. O diagnóstico da 
hipertensão arterial é fácil, necessitando, para 
sua aferição, equipamentos acessíveis, baixo 
treinamento e custo para realizá-los. Contudo 
os equipamentos podem apresentar 
variabilidade nas medidas de pressão arterial, 
dependendo do tipo de equipamento usado 
(COLARES et al., 2009). 
Nesse sentido, o presente capítulo tem como 
objetivo geral realizar uma revisão sobre a 
importância do controle da pressão arterial nas 
Unidades de Terapia Intensiva - UTI de 
paciente em pós-operatório de cirurgia 
cardíaca. 
 
 
23 
 
MÉTODO 
Para alcance do objetivo traçado, foi reali-
zada uma revisão integrativa da literatura, que 
permitiu o uso de evidências presentes em estu-
dos por meio da análise de pesquisas relevantes. 
Formulou-se como questão problema: 
“Qual importância do controle da pressão arte-
rial nas Unidades de Terapia Intensiva - UTI de 
paciente em pós-operatório de cirurgia cardí-
aca? 
Para busca dos estudos elegíveis, foram uti-
lizados descritores não controlados e controla-
dos dos vocabulários Descritores em Ciências 
da Saúde (DeCS) (Controle Pressão Arterial; 
Cirurgia Cardíaca; Unidade de Terapia Inten-
siva) e Medical Subject Heading – MeSH (Cri-
anças; Internados; Procedimentos Cirúrgicos 
Cardíacos; Hipertensão; Cardiopatias Congêni-
tas; Cuidados Críticos), dispostos no Quadro 
4.1, conectados pelos operadores booleanos 
OR, se pertencentes a uma mesma categoria da 
estratégia PVO, e AND, quando pertencentes a 
etapas distintas da estratégia. 
Para encontrar respostas apropriadas à per-
gunta de pesquisa e com vistas a uma melhor 
definição dos descritores, utilizou-se a estraté-
gia: Population, Variables and Outcomes 
(PVO) conforme disposto no Quadro 41. 
 
Quadro 4.1 Estratégia PVO 
Etapa Descrição DeCS/MeSH/ Descritores não controlados 
Population Pacientes Crianças; Internados 
Variables Controle Pressão Arterial; 
Cirurgia Cardíaca; Unidade 
de Terapia Intensiva 
Procedimentos Cirúrgicos Cardíacos; Hipertensão 
Outcomes Cuidados Pós-Operatórios; 
Complicações Pós-Operató-
rias 
Cardiopatias Congênitas; Cuidados Críticos 
 
 
Após a formulação da questão de pesquisa, 
procedeu-se à busca nas bases de dados para 
identificação dos estudos incluídos na revisão. 
Tais publicações, além de responderem à ques-
tão de pesquisa, deveriam atender aos seguintes 
critérios: Artigos originais, publicados em in-
glês, português ou espanhol, nos últimos 05 
anos, ou seja, a partir do ano de 2018. 
As buscas foram conduzidas no mês de já-
neiro do corrente de 2023, nas bases de dados 
eletrônicas indexadas na Biblioteca Virtual em 
Saúde (BVS): Literatura Latino-Americana e 
do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), 
Banco de Dados em Enfermagem (BDenf) e 
Sistema Online de Busca e Análise de Litera-
tura Médica (MEDLINE). 
A Tabela 4.1 ilustra a estrutura metodoló-
gica utilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Tabela 4.1 Publicações encontradas do ano de 2018 a 2023 nas bases de dados 
DESCRITORES 
BASE DE DADOS 
LILACS MEDLINE BDENF 
Controle Pressão Arterial 649 8.837 100 
Cirurgia Cardíaca 748 24.259 97 
Unidade de terapia Intensiva 2.505 27.382 1.050 
Controle Pressão Arterial and Cirurgia Cardíaca 
29 156 4 
Controle Pressão Arterial and Unidade de Tera-
pia Intensiva 81 16 7 
Controle Pressão Arterial and Cirurgia Cardíaca 
and Unidade de Terapia Intensiva 0 3 0 
Soma Artigos Achados 4.012 60.653 1.258 
Artigos Escolhidos 2 3 1 
 
Os estudos achados nas bases de dados fo-
ram agrupados por meio do gerenciador de re-
ferências Endnote Web, excluindo-se os artigos 
duplicados. 
Os artigos selecionados nesta etapa que pu-
deram ser obtidos na íntegra foram avaliados 
para a leitura. 
O processo de seleção foi documentado 
usando o fluxograma Preferred Reporting Items 
for Systematic Reviews and Meta-Analyses 
(PRISMA) (MOHER et al., 2009). 
A Figura 4.1 mostra o Fluxograma de sele-
ção dos estudos. 
 
Figura 4.1 Fluxograma de seleção dos estudos 
 
 
25 
 
Foram mobilizados 63.169 estudos, dos 
quais se excluiu 31.496 publicações por encon-
trarem-se duplicadas e 31.591após a triagem 
por título e resumo, por não responderem à 
questão de pesquisa ou não atenderem ao crité-
rio tipo de estudo. Em seguida, os 82 artigos se-
lecionados foram submetidosà avaliação por 
meio da leitura na íntegra para adequação aos 
critérios de elegibilidade, sendo excluídos 76 
artigos. Ao todo 06 artigos foram incluídos na 
revisão. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
No quadro a seguir está descrita a relação de 
artigos catalogados segundo: Autor/ano, título, 
objetivos e resultados (Quadro 4.2). 
 
Quadro 4.2 Relação de artigos catalogados segundo autores/ano, título, objetivos e resultados 
Numero Autor e Ano Titulo Objetivo Resultados 
01 Cho et al., 
2018) 
 
Differences in periop-
erative femoral and ra-
dial arterial blood 
pressure in neonates 
and infants undergoing 
cardiac surgery 
requiring 
cardiopulmonary by-
pass 
Avaliaram as diferenças na 
pressão arterial média 
(PAM) entre as artérias ra-
dial e femoral durante a ci-
rurgia cardíaca pediátrica 
para determinar a eficácia 
do monitoramento da pres-
são arterial femoral. 
Os autores sugerem que a 
monitorização da pressão ar-
terial femoral pode ser reali-
zada com segurança, mesmo 
em neonatos, e fornece valo-
res de PA mais precisos du-
rante os períodos de CEC e 
imediatamente após o des-
mame da CEC, especial-
mente quando o tempo de 
CEC foi superior a 60 min. 
02 Silva et al., 
(2022) 
Bilevel positive airway 
pressure improves the 
autonomic balance in 
the postoperative pe-
riod following cardiac 
surgery: A randomized 
trial 
Avaliar os efeitos da Bi-
PAP na saturação perifé-
rica de oxigênio, sinais vi-
tais e balanço 
autonômico no período de 
hospitalização após cirur-
gia cardíaca 
Os achados evidenciam que 
o BiPAP possibilita meca-
nismos autonômicos mais 
eficientes durante a interna-
ção após cirurgia cardíaca. O 
BiPAP atenuou a atividade 
simpática e melhorou a mo-
dulação vagal e o equilíbrio 
autonômico na alta hospita-
lar. Esses achados eviden-
ciam que o BiPAP possibi-
lita mecanismos autonômi-
cos mais eficientes durante a 
internação após cirurgia car-
díaca. O BiPAP atenuou a 
atividade simpática e melho-
rou a modulação vagal e o 
equilíbrio autonômico na 
alta hospitalar. Esses acha-
dos evidenciam que o Bi-
PAP possibilita mecanismos 
autonômicos mais eficientes 
durante a internação após ci-
rurgia cardíaca. 
03 Gutknecht et al., 
(2020) 
Non-invasive assess-
ment of haemodynamic 
parameters in patients 
after Fontan procedure 
Avaliação não invasiva 
dos parâmetros hemodinâ-
micos em pacientes após a 
operação de Fontan. 
Em pacientes após procedi-
mento de Fontan, a cardio-
grafia de impedância pode 
ser uma ferramenta útil na 
avaliação de alterações he-
 
26 
 
modinâmicas de curto prazo 
provocadas por alterações 
posturais. Seu valor clínico 
em pacientes com cardiopa-
tias congênitas deve ser me-
lhor investigado. 
04 Gören et al., 
(2021) 
Comparison of BPAP 
S/T and average vol-
ume-assured pressure 
support modes for hy-
percapnic respiratory 
failure in the emer-
gency department: A 
randomized controlled 
trial 
Comparação randomizada 
dos modos AVAPS e pres-
são positiva nas vias aé-
reas em dois níveis espon-
tâneo/temporizado (BPAP 
S/T) na aplicação de venti-
lação mecânica não inva-
siva com pacientes com in-
suficiência respiratória hi-
percápnica no departa-
mento de emergência. 
O modo AVAPS é tão eficaz 
e seguro quanto o BPAP S/T 
no tratamento de pacientes 
com insuficiência respirató-
ria hipercápnica no departa-
mento de emergência. 
05 Li & Shi (2019) Análise retrospectiva 
de fatores de risco para 
complicações 
relacionadas com abla-
ção química na cardio-
miopatia 
hipertrófica obstrutiva 
Investigar retrospectiva-
mente os fatores de risco 
de complicações relaciona-
das da ablação miocárdica 
septal transluminal percu-
tânea (PTSMA) para cardi-
omiopatia hipertrófica obs-
trutiva (CMHO). 
A hipertensão arterial foi um 
fator de risco independente 
para complicações conexas 
as com o procedimento de 
PTSMA. Pode ser muito 
mais seguro e eficiente se os 
procedimentos de PTSMA 
forem restritos a centros ex-
perientes, de acordo com os 
resultados da análise para a 
curva de aprendizado 
06 Luz et al., 
(2022) 
Analisar preditores de 
complicações em pós-
operatório de cirúrgia 
cardíaca pediátrica 
Identificar preditores de 
complicação no pós-opera-
tório de cirurgia cardíaca 
pediátrica. 
Variáveis de condições clíni-
cas, medicações em uso, de-
feitos congênitos e intercor-
rências intraoperatórias 
quando associados às com-
plicações encontradas no 
pós-operatório de cirurgias 
cardiopediátricas mostram-
se como preditivos de risco. 
 
O monitoramento invasivo da pressão arte-
rial é importante para pacientes durante e de-
pois da cirurgia de coração aberto (OHS) e a ar-
téria radial é o local de cateterizarão mais co-
mum durante uma OHS. Porém, muitos estudi-
osos relataram que durante a fase inicial de by-
pass cardiopulmonar (CPB) em adultos a pres-
são arterial femoral é mais alta significativa-
mente do que a pressão arterial periférica. Os 
poucos estudos investigam a diferença entre a 
PA da artéria femoral e artéria radial durante a 
cirurgia e no período pós-operatório em neona
tos e em bebês (CHO et al., 2018). 
Para Cho et al., (2018) muitos autores têm 
relatado a segurança da cateterização da artéria 
femoral durante a cirurgia cardíaca em adultos; 
porém, há poucas publicações sobre as caracte-
rísticas do monitoramento da pressão arterial 
femoral em neonatos e em bebês. O estudo de 
Cho et al., (2018), buscou examinar as diferen-
ças entre a pressão arterial femoral e radial em 
neonatos e bebês e revelou que a pressão arte-
rial radial foi normalmente subestimada em 
comparação com a pressão arterial femoral du- 
 
 
27 
 
rante o período do CPB-on nessa população. 
Contudo, esse fenômeno não permaneceu no 
período da UTI (CHO et al., 2018). 
Na população estudada por Cho et al., 
(2018), a pressão arterial radial foi normal-
mente subestimada em comparação com a pres-
são arterial femoral após o início do CPB e que 
as diferenças entre a pressão arterial radial e fe-
moral foram mais marcadas em pacientes com 
CPB mais longo. Também identificamos que 
essas diferenças de pressão não foram evidentes 
durante o período da UTI (CHO et al., 2018). 
A pressão arterial radial reduzida pode ser 
causada por vasoespasmo como resultado de al-
guns mecanismos termorregulatórios; da 
mesma forma, gradientes pressóricos das arté-
rias femoral e radial têm sido observados em 
pacientes com parada circulatória hipotérmica 
ou em pacientes cirúrgicos gravemente doentes 
tratados com doses elevadas de agentes vasoa-
tivos (CHO et al., 2018). 
Silva et al., (2022) buscou avaliar os efeitos 
da BiPAP na saturação periférica de oxigênio, 
sinais vitais e balanço autonômico no período 
de hospitalização após cirurgia cardíaca. Os 
principais achados desta pesquisa indicam a 
melhora do equilíbrio autonômico em pacientes 
tratados com BiPAP durante a internação após 
cirurgia cardíaca. Os autores encontraram uma 
atenuação da atividade simpática no BiPAPG, 
enquanto no GC houve aumento do compo-
nente simpático. O BiPAP promoveu o au-
mento da resposta parassimpática em compara-
ção com o GC. A SpO 2 não se alterou na alta 
hospitalar e foi semelhante entre os grupos 
(SILVA et al., 2022). 
O componente LF prevaleceu no GC, en-
quanto no BiPAPG o componente HF foi maior. 
Isso mostra a predominância da ação parassim-
pática na alta hospitalar em resposta ao BiPAP, 
que expressou boa adaptação autonômica cardi-
ovascular. Esses achados mostram que o BiPAP 
trouxe benefícios adicionais à fisioterapia de ro-
tina e aos cuidados habituais, que podem ser re-
forçados pela melhora do equilíbrio autonô-
mico, com predomínio do sistema nervoso pa-
rassimpático. A relação LF/HF apresentou se-
melhança entre os grupos no pré-operatório, 
mas foi prejudicada no GC na alta hospitalar. 
No BiPAPG, encontramos uma atenuação da 
atividade simpática, associada à predominância 
de estímulo vagal induzindo melhora da relação 
LF/HF e consequente benefício ao sistema decontrole autonômico cardiovascular (SILVA et 
al., 2022). 
Na insuficiência cardíaca, há comprometi-
mento do equilíbrio autonômico decorrente da 
hiperativação simpática e redução do tônus va-
gal cardíaco. Pacientes com insuficiência cardí-
aca hospitalizados por descompensação aguda 
se beneficiaram da terapia com BiPAP devido à 
melhora das respostas autonômicas via ativação 
vagal. Queda da VFC é considerada fator de 
risco independente para mortalidade cardiovas-
cular após infarto agudo do miocárdio (SILVA 
et al., 2022). 
Gutknecht et al., (2020) buscaram realizar 
uma avaliação não invasiva dos parâmetros he-
modinâmicos em pacientes após a operação de 
Fontan. O uso de ventilação não invasiva em 
pacientes com insuficiência cardíaca aumenta o 
débito cardíaco e o volume sistólico, reduz a 
pós-carga e apresenta resultados benéficos para 
a função ventricular esquerda com redução da 
regurgitação mitral. Esse mecanismo pode ex-
plicar nossos achados, sugerindo adaptações 
funcionais do sistema cardiovascular em res-
posta ao uso de pressão positiva nas vias aéreas. 
Alguns fatores podem ter contribuído para a 
estase da SpO 2. Todos os pacientes receberam 
fisioterapia de rotina com exercícios de respira-
ção profunda em CP, o que pode ter sido funda-
 
28 
 
mental para evitar a queda da SpO 2, uma vez 
que essa intervenção promove a oxigenação 
após cirurgia cardíaca. Com isso, o BiPAP foi 
incapaz de promover efeitos adicionais, além da 
fisioterapia respiratória, na SpO 2. A melhora 
da oxigenação poderia ter sido obtida se fosse 
avaliado o efeito agudo do BiPAP ou da fisio-
terapia de rotina. Entretanto, a medida da SpO 
2 foi realizada em repouso, tanto no pré-opera-
tório quanto na alta hospitalar. Ainda assim, as 
médias de SpO 2 estavam dentro da normali-
dade desde o pré-operatório, pois a amostra era 
composta apenas por pacientes estáveis. O tra-
tamento com CPAP é capaz de reduzir signifi-
cativamente a pressão arterial em pacientes com 
hipertensão resistente (GUTKNECHT et al., 
2020). 
Li & Shi (2019) buscaram realizar uma ava-
liação não invasiva dos parâmetros hemodinâ-
micos em pacientes após a operação de Fontan. 
Os autores destacaram que complicações du-
rante procedimentos de PTSMA e monitora-
mento hospitalar ocorreram nesse estudo. Os 
eventos foram choque cardíaco, insuficiência 
cardíaca aguda, eventos arrítmicos (assistolia, 
bradicardia, fibrilação ventricular e taquicardia 
ventricular sustentada e não sustentada) e morte 
cardíaca. 
As complicações da artéria coronária foram 
dissecção coronariana, infarto agudo do mio-
cárdio, perfuração coronariana, tamponamento 
pericárdico e derrame pericárdico agudo. Com-
plicações conexas com punção foram incluídas 
também para a análise final (LI & SHI, 2019). 
Nesse sentido, Li & Shi (2019) colocam a 
necessidade de os pacientes serem monitorados 
cuidadosamente nas UTIs, uma vez que a cirur-
gia cardíaca é um complexo procedimento que 
tem importantes repercussões orgânicas, alte-
rando de diversas maneiras os mecanismos fisi-
ológicos dos pacientes. Nesse estudo os pacien-
tes foram monitorados cuidadosamente na Uni-
dade Coronariana por pelo menos 3 dias após 
procedimento, e estimulação de apoio foi conti-
nuada pela veia femoral quando preciso. A ava-
liação intra-hospitalar foi feita para todos os 
desfechos clínicos, incluindo as complicações 
hemorrágicas e vasculares (pseudoaneurisma 
da artéria femoral e hematoma de punção foram 
incluídos também para análise). Depois da alta, 
os exames mensais de acompanhamento clínico 
foram realizados em ambulatório, com a finali-
dade de monitorar a ocorrência de eventos ad-
versos (LI & SHI, 2019). 
Em resumo, o trabalho de Li & Shi (2019) 
mostra que o PTSMA foi efetivo na redução do 
GVSVE em pacientes com CMHO. A hiperten-
são foi o único fator de risco para complicações 
conexas com o procedimento PTSMA depois 
da análise de regressão logística multivariada. 
Os procedimentos de PTSMA podem ser mais 
seguros e eficientes em centros experientes, se-
gundo os resultados da análise para a curva de 
aprendizado (LI & SHI, 2019). 
Goren et al., (2021) buscaram realizar uma 
comparação randomizada dos modos AVAPS e 
pressão positiva nas vias aéreas em dois níveis 
espontâneo/temporizado (BPAP S/T) na aplica-
ção de ventilação mecânica não invasiva com 
pacientes com insuficiência respiratória hiper-
cápnica no departamento de emergência. 
Os resultados mostraram que houve altera-
ções no exame de ecocardiograma pós-procedi-
mento estavam presentes em 47,7% do total 
avaliado, 14,8% deles apresentavam achados 
compatíveis com as correções realizadas e em 
37,5% não foi possível encontrar o laudo do 
exame em prontuário. As alterações encontra-
das incluíram: Dilatação de cavidades cardía-
cas, hipertrofia de ventrículo esquerdo e direito, 
derrame pleural, derrame pericárdico, artéria do 
tronco da pulmonar dilatado, tronco da pulmo-
 
29 
 
nar aumentado, refluxo pós plastia valvar, insu-
ficiência valvar, trombose em prótese, coroná-
ria dilatada, retalho cirúrgico mal posicionado, 
retalho cirúrgico com shunt residual, estenose 
valvar, neoaorta com refluxo e forame oval pa-
tente bidirecional (GOREN et al., 2021). 
Constatou-se que as complicações coexisti-
ram entre si e que nenhuma delas causou óbito 
aos pacientes. Referente ao sistema circulatório 
foram observadas a presença de: Hipertensão; 
hipotensão; trombo; hemorragia/sangramento; 
plaquetopenia; instabilidade hemodinâmica; 
baixo debito e queda do hematócrito; em se-
guida, a ocorrência de distúrbios renais foi ca-
racterizada por: Oligúria; poliúria; anasarca; 
congestão; hematúria; insuficiência aguda; hi-
percalemia e hipocalemia. No aspecto metabó-
lico foram percebidos: Hipoglicemia; hipergli-
cemia; acidose respiratória; alcalose respirató-
ria; acidose metabólica; acidose mista; condi-
ções pós paradas cardíaca. Foram consideradas 
complicações respiratórias a ocorrência de: Ex-
tubaçáo acidental; broncoespasmo; dispneia; 
congestão pulmonar; pneumotórax; derrame 
pleural; atelectasia; presença de secreção em 
via aérea; pneumomediastino e cânula orotra-
queal mal posicionada (GOREN et al., 2021). 
As complicações costumam ser comuns no 
período pós-operatório e podem variar quanto 
ao risco à vida que podem apresentar. Além 
disso, fatores de risco para complicações pós-
operatórias de cirurgia cardíaca pediátrica ainda 
não foram completamente elucidados (GOREN 
et al., 2021). 
A identificação precoce dos preditores de 
proteção e de complicações para cirurgia cardí-
aca congênita pediátrica pode ajudar na melho-
ria da assistência prestada ao paciente, na to-
mada de decisão, na escolha do tratamento, na 
redução do tempo de internação e complicações 
apresentadas e consequentemente, redução do 
custo com o tratamento (GOREN et al., 2021). 
Por fim, Luz et al., (2022) buscaram identi-
ficar preditores de complicação no pós-operató-
rio de cirurgia cardíaca pediátrica. Os resulta-
dos foram expressos pelo odds ratio (OR) com 
nível de significância de 5%. Observou-se 
idade média de 61 anos com a predominância 
do sexo feminino. Complicações metabólicas, 
circulatórias, renais, cardiovasculares e respira-
tórias foram identificadas intra e no pós-opera-
tória (LUZ et al., 2022). 
Foi identificada correlação estatística de 
complicações em: Uso dos diuréticos, hiperten-
são arterial, hipertrofia de ventrículo direito, in-
suficiência de valva atrioventricular, trissomia 
do cromossomo 21, derrame pericárdico, san-
gramento intraoperatório, leucócitos alterados 
nos pré-operatórios e alterações no ecocardio-
grama pós-operatório (LUZ et al., 2022). 
Os autores destacam que variáveis de con-
dições clínicas, medicações em uso, defeitos 
conpênitos e intercorrências intraoperatórias 
quando associadas às complicações encontra-
das no pós-operatório de cirurgias cardiopediá-
tricas mostram-se como preditivos de risco 
(LUZ et al., 2022). 
 
CONCLUSÃO 
O período pós-operatório

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