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EmulsõesEmulsões Emulsões Definição 1. “Emulsão, é um sistema heterogêneo constituído de um líquido disseminadas no seio de um outro (líquido) com ele imiscível.” (Clássica) Emulsões Definição 2. “Uma emulsão é constituída por um meio ambiente no estado de divisão reticular e regularmente repartido em dimensões e em todas as direções num segundo meio no estado de solução e separadas entre eles por um meio interfacial, sem o qual este estado de divisão regular e de contigência não poderia existir.” (Bierre) Emulsões Definição 3. “Emulsão é um sistema heterogêneo constituído pelo menos, por um líquido imiscível, intimamente disperso num outro líquido sob forma de gotículas cujo diâmetro, em geral excede 0,11µ sistemas apresentam um mínimo de estabilidade, a qual pode ser aumentada pela adição de certas substâncias, como agnte tensoativos, sólidos finamente divididos, etc...” (Prista). Emulsões Definição Emulsões Definição Água Agente emulsificante Óleo Emulsões Agente emulsificante Definição Surfactantes ou tensoativos Possuem duas regiões distintas: Uma parte hidrofílica e uma hidrofóbica. Emulsões Definição Surfactante Não-iônico Iônico Catiônico Aniônico Anfótero Emulsões Tipo de emulsão • O/A ou L/H • A/O ou H/L • Emulsões múltiplas (O/A/O e A/O/A) • Microemulsões (10 a 75 nm) (0,25 a 10 µm) Emulsões Aplicações Emulsões Farmacêuticas Cosméticas Administração Tópica Oral Parentérica Emulsões Teoria da emulsificação 1.Teoria da película adsorvida Considera o agente tensoativo como fase separada que envolve a gotícula. O tipo de emulsão que se forma dependerá das tensões interfaciais relativas, em cada face da película. De acordo com esta diferença, a película se curva de forma côncava, para o lado em que a tensão é maior, e sua tendência é envolver o líquido neste lado. Assim, um óleo se dispersa formando um sistema O/A, quando a tensão interfacial entre a água (A) e a película, é menor que a tensão interfacial entre o óleo (O) e a película. Também é condição de emulgente, apresentar adsorção positiva na interfase, formando uma película coerente que envolve totalmente as gotículas de uma das fases. Emulsões Aspectos teóricos Agentes emulgentes Redução da tensão interfacial (estabilização termodinâmica) Formação de um filme interfacial rígido (barreira mecânica contra coalescência) Formação de uma dupla camada elétrica (barreira elétrica contra a aproximação das gotículas Emulsões Formação de emulsões Parâmetros físicos • Calor ↑ temperatura ↓ tensão interfacial e a viscosidade ↑ Ec e coalescência • Temperatura de inversão de fases (TIF) Depende da concentração do emulgente • Tempo de agitação Longo tempo de agitação ↑ colisão entre as gotículas e coalescênciaDeterminação empírica • Emulsificação com energia reduzida Emulsões Formação de emulsões Equipamentos • Agitadores mecânicos • Homogeneizadores Emulsões Formação de emulsões Equipamentos • Ultra-sonicadores • Moinhos coloidais Moinho Coloidal METEOR, mod. REX 2 camisa p/ aquecimento ou resfriamento, inox; http://www.maquinasinox.com.br/equipamentos.htm Emulsões Formação de emulsões Componentes da formulação Espessantes ConservantesCorantes Tensoativos Água Óleo Aromatizantes Princípios ativos Emulsões Parâmetros químicos Formação de emulsões • Escolha da fase oleosa Hidrocarboneto (parafinas, vaselina, ceras microcristalinas, etc.) Éster (óleos vegetais, gorduras animais, lanolina, etc.) Ácido graxo Éteres Silicones Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Grupo aniônico Exemplos Aplicação Ác. Carboxílico Sabões T Lactilatos TO Condensados de polipeptídeos T Ésteres do ác. Sulfúrico Monoglicerídeos sulfatados TO Sulfatos alquilo TO Sufonatos de alquil Sulfonatos de dodecilbenzeno T Ésteres do ác. fosfórico Fosfato de trioleilo T Alquilamidas substituídas Sarcosinatos TO Tauratos T Hemiésteres Sulfossuccinatos TO Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Grupo catiônico Exemplos Aplicação Aminas Alcoxialquilaminas T Quatenárias Cloreto de benzalcônio TO Grupo anfótero Exemplos Aplicação Carboxilatos de amônio N-alquilaminoácidos TO Fosfatos de amônio Lecitina TOP T – preparações tópica O – preparações orais P – preparações parenterais Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Grupo não-iônico Exemplos Aplicação Polialcoxiéteres Éteres alquilarílicos de polioxietileno T Polímeros de polioxietileno TOP Polialcoxiésteres Ésteres de ác. Graxos e polioxietileno TO Ésteres de ácidos do polioxietilenossorbitano TO Ésteres de ác. Graxos e ál. polihídridos Ésteres de Sorbitano Ésteres de glicerilo TO TO Ésteres de sacarose TO Ál. graxos Álcool láurico T Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) • Além da classificação química, os surfactantes podem ser classificados quanto ao seu grau de hidro ou lipofilia (HLB). • O balanço hidrófilo-lipófilo de um surfactante ou HLB é um sistema de classificação de surfactantes estabelecido por Griffin. HLB = E/5 E = porcentagem em peso do óxido de etileno na molécula (esta fórmula é utilizável para éteres e ésteres de PEG HLB = 20 [1-(S/A)] S = índice de saponificação do surfactante A = índice de acidez do ácido combinado com o surfactante (Esta fórmula é utilizável para vários ésteres de polióis) Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) • As substâncias de HLB inferior a 1 ou superior a 50, pelo fato de serem muito solúveis em óleo ou em água, não têm propriedades surfactantes. HLB DE ALGUNS SURFACTANTES Trioleato de sorbitano (span 85) 1,8 Monoestearato de glicerol 3,8 Monoestearato de sorbitan (span 60) 4,7 Monolaurato de sorbitan (span 20) 8,6 Monoestearato de PEG 400 11,6 Oleato de trietanolamina 12 Polissorbato 80 14,9 Polissorbato 60 15 Polissobato 20 16,7 Laurilsulfato de sódio 40 Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) • O conhecimento do HLB facilita a escolha do surfactante no momento do uso. Emulsionante H/L 3 a 6 Molhates 7 a 9 Antiespumantes < 8 (principalmente 1,5 a 3) Emulsionantes L/H 8 a 18 Detergentes 13 a 15 Solubilizantes 15 a 18 Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Como calcular a quantidade de surfactante para as emulsões? Através do HLB crítico e/ou diagrama ternário. Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Emulsão A/O de lanolina EHL = 8 Monoleato de polioxietileno (20) De sorbitano (EHL=15) Monoestearato de Sorbitano (EHL=4,7) 68:32 → (0,68 × 4,7 + 0,32 × 15) = 8 HLB crítico Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Diagrama ternário Água 100% Óleo 100% A. Emulsificante 100% ← água P1. 30% de óleo P3. Surfactante 50% P2. 20% de água P• Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Diagrama ternário Emulsões instáveis Água Óleo de parafina Surfactante não-iônico HLB=8,5 Emulsões grosseiras Cremagem Emulsões finas Soluções micelares Emulsões translúcidas Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Diagrama ternário A mistura dos constituintes para as micro emulsões nem sempre conduzirá a um sistema disperso homogêneo, podendo coexistir diferentes estruturas. Dependendo da natureza e do número de fases líquidas presentes, esses sistemas podem ser classificados no diagrama de fases de acordo com Winsor. • Winsor I, contendo uma fase oleosa em equilíbrio com uma fase emulsionada contendo óleo, água e a maior parte de mistura de tensoativo. •Winsor II, também bifásica, constituída de uma fase aquosa em equilíbrio com uma emulsão. •Winsor III, trifásica, contendo uma fase aquosa e outra oleosa, separadas por uma fase emulsionada. •Winsor IV, correspondente a uma região monofásica,representada por uma emulsão homogênea Emulsões Formação de emulsões Parâmetros químicos (• Escolha do tensoativo) Diagrama ternário Emulsões Formação de emulsões Considerações específicas a observar na formulação • Tensoativos com EHL entre 15 e 18 são agentes solubilizantes ideais. • Como regra, deve-se adicionar tensoativo em quantidade 3 a 5 vezes superior à do óleo de forma a se conseguir a solubilização. • O óleo deve ser misturado com o tensoativo, antes da adição à fase aquosa aquecida. Emulsões Formação de emulsões Considerações específicas a observar na formulação • Verifica-se uma relação linear entre a viscosidade da emulsão e a viscosidade da fase contínua. • Quanto maior o volume da fase interna maior a viscosidade aparente da emulsão. • No controle da viscosidade da emulsão existem três fatores que interagem entre si e devem ser considerados: a) a viscosidade das emulsões O/A e A/O pode ser aumentada pela redução do tamanho das gotículas da fase dispersa; b) a estabilidade da emulsão aumenta por redução do tamanho das gotículas da fase interna e c) floculação ou agregação controlada das gotículas da fase interna que tendem a conferir-lhe uma estrutura que pode ter um efeito estabilizador, mas com o aumento da viscosidade do sistema. • Como regra, a viscosidade das emulsões aumenta com o envelhecimento das mesmas. Emulsões Formação de emulsões Considerações específicas a observar na formulação • Equação de Stokes: Onde: v- velocidade de sedimentação d - diâmetro da gotícula h - viscosidade dinâmica do fluido ρi ρf densidade da gotícula e do líquido Emulsões Formação de emulsões Considerações específicas a observar na formulação • É prática corrente preparar-se uma fase oleosa contendo todos os componentes solúveis no óleo e aquecê-la a cerca de 5 a 10°C acima do ponto de fusão mais elevado Paralelamente, a fase aquosa é aquecida à mesma temperatura misturando-se, então, as duas fases. • Na preparação de emulsões aniônicas ou catiônicas O/A é freqüente adicionar- se a fase oleosa à fase aquosa embora alguns tecnologistas prefiram a técnica de inversão de fases, isto é, a adição da fase aquosa à fase oleosa. • Para evitar a perda de substâncias como aromas ou perfumes, estas são adicionadas preferencialmente à temperatura mais baixa para a qual a sua incorporação na emulsão possa ocorrer, normalmente 45 a 55°C. Emulsões Estabilidade da emulsão Mecanismos envolvidos na separação das fases de uma emulsão Floculação Cremação Coalescência Emulsões Estudo de Estabilidade O estudo de estabilidade contribui para: • Orientar o desenvolvimento da formulação e do material de acondicionamento adequado; • Fornecer subsídios para o aperfeiçoamento das formulações; • Estimar o prazo de validade e fornecer informações para a sua confirmação; • Auxiliar no monitoramento da estabilidade organoléptica, físico- quiímica e microbiológica, produzindo informações sobre a confiabilidade e segurança dos produtos; Emulsões Estudo de Estabilidade Antes de iniciar os ESTUDOS DE ESTABILIDADE recomenda- se submeter o produto ao teste de centrifugação (3.000 rpm durante 30 min). Estabilidade preliminar Estabilidade de prateleira Estabilidade acelerada Emulsões Estudo de Estabilidade Estabilidade preliminar Ciclo gelo-desgelo • Ciclos de 24h a 40 ± 2°C, e 24h a 4 ± 2°C – durante quatro semanas; • Ciclos de 24h a 50 ± 2°C, e 24h a -5 ± 2°C – durante 12 dias (6 ciclos). • Ciclos de 24h a 45 ± 2°C, e 24h a -5 ± 2°C – durante 12 dias (6 ciclos); Emulsões Estudo de Estabilidade Estabilidade acelerada Geralmente tem duração de 90 dias e as formulações em teste são submetidas a condições menos extremas que no teste de estabilidade preliminar. Em alguns casos, a duração deste teste pode ser estendida por seis meses ou até um ano, dependendo do tipo de produto. As amostras podem ser submetidas: • Aquecimento em estufas (T = 37, 40, 45, 50 ± 2°C) • Resfriamento em refrigeradores (Geladeira T = 5 ± 2°C ou Freezer T = -5 ou 10 ± 2°C) • Exposição à radiação luminosa à temperatura ambiente Emulsões Estudo de Estabilidade Estabilidade de prateleira Também conhecido como estabilidade de longa duração ou Shelf life, tem como objetivo validar os limites de estabilidade do produto e comprovar o prazo de validade estimado no teste de estabilidade acelerada. De modo geral, avaliam-se: • Características organoléptica: aspecto, cor, odor e sabor, quando aplicável; • Características físico-químicas: valor de pH, viscosidade, densidade, entre outro; • Características microbiológicas: estudo do sistema conservante do produto por meio do teste de desafio efetuado antes e após o período de estudo.