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Envoltórios celulares Todas as células vivas têm um envoltório externo conhecido como membrana plasmática, que separa o conteúdo do citoplasma do meio extracelular. Em algumas células, como as intestinais, a membrana plasmática apresenta espe- cializações denominadas microvilosidades, que são semelhantes aos dedos de uma luva e aumentam a área de absorção de nutrientes. Há, ainda, outros tipos de envoltórios celulares, e a composição química, a estrutura, as funções e as especializações dos principais tipos serão apresentadas neste capítulo. Eletromicrografia de transmissão da região apical de duas células intestinais, com destaque para as microvilosidades. (Cores artificiais. Aumento de 50 mil vezes.) D en ni s Ku nk el M ic ro sc op y/ S ci en ce P ho to L ib ra ry /F ot oa re na 6 CAPÍTULO FRENTE 1 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 5 25/10/2023 10:10:24 6 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Parede celular Muitos seres vivos, como bactérias, arqueas, algas, plantas e fungos, têm um envoltório celular localizado externamente à membrana plasmática denominado parede celular. Os únicos seres vivos que não têm parede celular são os animais, algumas espécies de protozoários e algumas bactérias (como as micoplasmas). Esse envoltório – resistente e flexível – faz a proteção mecânica e a manutenção do formato celular, além de evitar o rompimento da célula pela entrada excessiva de água. É importante destacar que o controle de entrada e saída de substâncias da célula não é feito pela parede celular. A composição química da parede celular varia nos diversos grupos de seres vivos. Nas bactérias, ela é composta principalmente de peptideoglicanos, moléculas exclusivas desses organismos. Nos fungos, predomina a quitina, um po- lissacarídeo nitrogenado. Já nas algas, a composição pode conter celulose (maioria das algas), sílica (diatomáceas), ágar (algas vermelhas) e alginatos (algas pardas). Célula vegetal Nas plantas, a parede celular é formada por polissacarídeos – microfibrilas de celulose, hemicelulose e pectina – e proteínas. Células vegetais jovens têm apenas uma parede celular primária, que é mais fina e flexível por ser formada por uma disposição mais frouxa das microfibrilas de celulose, possibilitando o crescimento celular. Quando a célula vegetal cessa seu crescimento e atinge a maturidade, a parede celular é reforçada. Nesse momento, muitas células produzem a parede celular secundária entre a membrana plasmática e a parede celular primária. Além de ter uma disposição mais densa de celulose, a parede secundária pode conter outras moléculas, como a lignina, que confere certa rigidez à parede celular, e a suberina, molécula hidrofóbica que impermeabiliza a célula. Entre células vegetais vizinhas, há uma camada denominada lamela média (do latim lamina, placa fina), que promove a adesão entre elas. A lamela média é formada por pectina associada a alguns minerais, como cálcio e magnésio. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Ao centro, representação esquemática de uma célula vegetal, com destaque, à direita, para a representação de um corte evidenciando a parede celular primária, a parede celular secundária e a lamela média. À esquerda, a eletromicrografia de transmissão mostra a parede celular do xilema da planta Taxus canadensis. (Cores artificiais. Aumento de 21 mil vezes.) Plasmodesmos Mesmo com parede celular espessa, as células ve- getais não estão isoladas umas das outras. Há diversos poros na parede celular, denominados pontuações, através dos quais se formam pontes citoplasmáticas chamadas plasmodesmos (do latim plasma, líquido, e desmos, ligação). O citoplasma das células pode passar pelos plasmodesmos, permitindo o livre intercâmbio de substâncias, como água, minerais, proteínas e RNA. As membranas plasmáticas de células vizinhas são interconectadas. Elas passam pelas pontuações e revestem os canais, pelos quais podem passar di- versas moléculas. Geralmente, pelos plasmodesmos também passa uma projeção membranosa denominada desmotúbulo, que une o retículo endoplasmático de células vizinhas. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA MAUSETH, J. D. Botany: an introduction to Plant Biology. 7. ed. Burlington, MA: Jones & Bartlett Learning, 2019. Representação esquemática dos plasmodesmos: pontes citoplasmáticas que permitem a comunicação entre células vegetais vizinhas. B io ph ot o A ss oc ia te s/ S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a Parede secundária Lamela média Parede primária Núcleo Cloroplasto Membrana plasmática Plasmodesmos Parede celular Vacúolo Parede secundária Parede primária Lamela média Membrana plasmática 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 6 25/10/2023 10:10:26 Parede Membrana celular plasmática Retículo endoplasmático Lamela média Desmotúbulo Plasmodesmo 7 FR EN TE 1 Ca2+ O2 CO2 Na+ N2 Aminoácidos H2O H+ CL– Glicerol Glicose Etanol Macromoléculas polares e íons não conseguem atravessar a bicamada de fosfolipídios. Moléculas pequenas e apolares conseguem atravessar a bicamada de fosfolipídios. Membrana plasmática Todas as células (procarióticas e eucarióticas) têm como envoltório principal a membrana plasmática, tam- bém conhecida como plasmalema ou membrana celular. Com cerca de nanômetros de espessura, a membrana plasmática só pode ser observada por meio de um micros- cópio eletrônico. Sua composição é lipoproteica, ou seja, é formada principalmente por fosfolipídios e proteínas, mas também podem ser encontrados carboidratos asso- ciados à parte externa. Algumas funções desempenhadas pela membrana plasmática são a delimitação da célula, o transporte de substâncias (permeabilidade seletiva), a participação ativa nos movimentos celulares, o reconheci- mento celular e a recepção e a transmissão de estímulos. Modelo do mosaico fluido Em , o citologista estadunidense Seymour Jonathan Singer (-) e o bioquímico, também estaduniden- se, Garth L. Nicholson (-) propuseram o modelo do mosaico fluido para explicar a estrutura e a organização da membrana plasmática. De acordo com esse modelo, existem diferentes tipos de proteína embutidos em uma bi- camada fluida de fosfolipídios. A membrana plasmática não é formada por moléculas estagnadas na mesma posição; pelo contrário, ocorre grande movimentação de moléculas devido à fluidez da membrana. Em uma analogia, pode-se entender a camada de fosfolipídios como um lago, onde as proteínas flutuam livremente. HILLIS, D. M. et al. Life: the science of biology. 12. ed. Nova York: W. H. Freeman and Company, 2020. Representação esquemática da permeabilidade da bicamada fosfolipídica. A fluidez da membrana depende do número de liga- ções duplas nas caudas dos fosfolipídios e da quantidade de colesterol existente (no caso das células animais). Cada ligação dupla faz uma dobra na cauda do ácido graxo, fa- vorecendo a fluidez da membrana. Essa fluidez permite a execução de movimentos celulares pela membrana, o crescimento celular, a secreção de substâncias e até mes- mo a regeneração, caso aconteça um trauma mecânico. Representação esquemática do modelo do mosaico fluido da membrana celular. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Representação esquemática da relação entre a insaturação dos fosfolipídios e o grau de fluidez da membrana plasmática. As células animais apresentam cerca de % de co- lesterol na membrana plasmática. Essa molécula reduz a fluidez da membrana em temperaturas mais altas, pois interage fortemente com os fosfolipídios, diminuindo a movimentação deles. Já em temperaturas baixas, o coles- terol evita a solidificação dos componentes da membrana, pois mantém separadas as caudas dos ácidos graxos dos fosfolipídios. Bicamada lipídica A estrutura básica da membrana plasmáticaé a bica- mada lipídica, formada, principalmente, por fosfolipídios. Essas biomoléculas são anfipáticas, ou seja, têm porções polares e apolares. As regiões polares e hidrofílicas formam a “cabeça” dos fosfolipídios – voltadas para os meios intra e extracelular –, enquanto as partes apolares e hidrofóbicas constituem as “caudas” – que se aproximam, formando uma região apolar no interior da bicamada. Carboidratos Bicamada fosfolipídica Proteínas Colesterol Fosfolipídios Glicoproteína Glicolipídio Glicocálice ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA saturados ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 7 31/10/2023 15:10:22 Membrana mais fluida Ácidos graxos Membrana mais viscosa Ácidos graxos 8 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Membrana plasmática e imunidade natural ao vírus HIV O vírus HIV é o causador da aids, que afeta milhões de pessoas no planeta. Para invadir as células de defesa (os linfócitos TCD), os vírus precisam se fixar à superfície da membrana plasmática. Nesse processo, conhecido como adsorção, a glicoproteí- na viral GP interage com as proteínas CD e CCR do linfócito T, que atuam como receptor viral e correceptor viral, respecti- vamente. Estudos demonstraram que várias pessoas resistentes ao HIV têm uma muta- ção no gene da proteína CCR. A ausência dessa proteína na membrana plasmática das células impede a fixação correta dos vírus, tornando esses indivíduos resistentes ao vírus causador da aids. Estabelecendo relações Proteínas As proteínas que fazem parte da membrana plasmática podem ser classificadas como integrais ou periféricas. As proteínas integrais ficam associadas firmemente à membrana, estando parcial ou totalmente embebidas na bicamada fosfolipídica. Já as proteínas periféricas não ficam associadas tão firmemente à membrana, pois penetram apenas nas regiões mais externas da bicamada lipídica. As proteínas de membrana exercem várias funções. Entre elas, destacam-se: 1. Reconhecimento celular: algumas glicoproteínas e glicolipídios atuam como marcadores da identidade celular, per- mitindo o reconhecimento das células próprias e das invasoras. 2. Ligante: algumas proteínas ancoram filamentos dentro e fora da célula, fornecendo estabilidade estrutural e de for- mato. Essas proteínas também podem manter duas células unidas e participar dos movimentos celulares. 3. Transporte de substâncias: proteínas transportadoras e canais permitem a passagem de substâncias para os meios intra e extracelular, com ou sem consumo de ATP. 4. Recepção de estímulos: proteínas denominadas receptores atuam no reconhecimento de moléculas específicas, conhecidas como ligantes. O contato de um ligante com o receptor específico promove uma alteração na proteína que desencadeia uma resposta celular. 5. Enzimática: algumas proteínas integrais atuam como enzimas e catalisam reações específicas na superfície externa ou interna da célula. Reconhecimento celular Ligante Transporte de substâncias Recepção de estímulos EnzimáticaLigante ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Representação esquemática das principais funções exercidas pelas proteínas da membrana plasmática. HIV GP120 B Receptor Receptor Correceptor (CD4) Membrana (CD4) (CCR5) Linfócito plasmática A CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. (A) Fixação e penetração do vírus HIV em uma pessoa não resistente, que tem o correceptor CCR5 na membrana plasmática do linfócito T. (B) Sem o correceptor CCR5, o vírus não se fixa corretamente, o que impede a infecção. Especializações da membrana plasmática Em muitos tecidos animais, há grande adesão entre as células, o que evita que elas se desprendam ou que ocorra a passagem de substâncias entre elas. Também há tecidos em que é fundamental ocorrer a passagem de substâncias de uma célula para outra, assegurando o metabolismo e as ações integradas. As zonas de oclusão são regiões com filamentos reticulados de proteínas transmembrana. Essas regiões unem as superfícies externas de células adjacentes, vedando a passagem de substâncias pelo espaço entre elas. Essas ligações A 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 8 25/10/2023 10:10:33 Fibras Meio extracelular Ligante Receptor Enzimas ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Glicoproteína Citoesqueleto ATP Citosol 9 FR EN TE 1 são encontradas, por exemplo, nas células epiteliais do estômago, do intestino e da bexiga urinária. Nesses órgãos, as zonas de oclusão evitam que as fezes ou a urina entrem em contato com o sangue ou com tecidos vizinhos. Os desmossomos (do latim desmos, ligação, e soma, corpo) são estruturas responsáveis pela grande adesão entre células vizinhas, mantendo-as firmemente unidas. São formados por placas com proteínas transmembrana, denominadas caderinas, que se estendem para o espaço intercelular, ligando uma célula a outra. As placas também se ligam aos filamentos intermediários da queratina, proteína componente do citoesqueleto. Os desmossomos proporcionam estabilidade mecâni- ca aos tecidos, mantendo as células epidérmicas unidas sob tensão e as células musculares unidas durante a contração. As junções gap (do inglês gap, lacuna), também conhecidas como nexos ou junções comunicantes, têm proteínas denominadas conexinas, que formam pequenos túneis, os conéxons, que conectam células vizinhas. Por meio dos coné- xons, íons e outras moléculas pequenas, como aminoácidos e glicose, podem se difundir de uma célula a outra. As junções comunicantes são importantes para o funcionamento de diversas células do corpo, como as embrionárias, as nervosas e as do músculo cardíaco. Elas permitem, por exemplo, que os impulsos elétricos se espalhem rapidamente pelo miocárdio, fazendo o músculo cardíaco se contrair totalmente. No revestimento interno do intestino, as células epiteliais apresentam microvilosidades (do grego micros, pequeno, e villos, pelo), que são projeções (evaginações) da membrana plasmática semelhantes aos dedos de uma luva. As micro- vilosidades são sustentadas por microfilamentos de actina (proteínas do citoesqueleto) e potencializam a absorção de nutrientes pelo organismo, já que aumentam a superfície de contato com o bolo alimentar. MASON, K. A. et al. Biology. 11. ed. Nova York: McGraw-Hill Education, 2017. Representação esquemática de especializações da membrana plasmática: zonas de oclusão, desmossomos, junções comunicantes e microvilosidades. Glicocálice Nas células animais, a face externa da membrana plasmática tem carboidratos (geralmente oligossacarídeos) associados às proteínas e aos lipídios, formando glicoproteínas e glicolipídios. O conjunto de glicoproteínas e glicolipídios é conhecido como glicocálice (do grego glikys, açúcar, e do latim calyx, envoltório), uma malha que envolve a célula. Uma das principais funções do glicocálice é atuar no reconhecimento celular, permitindo que o organismo reconheça e ataque células invasoras. O glicocálice também cria um ambiente diferenciado – ajudando a célula a executar suas fun- ções – e protege a célula contra danos químicos e físicos. Nas células intestinais, o glicocálice retém enzimas responsáveis pela digestão de proteínas e dissacarídeos dos alimentos. Transporte de substâncias através da membrana A membrana plasmática separa os meios intra e extracelular, possibilitando à célula regular sua composição química. Além disso, permite a passagem de algumas substâncias e moléculas, enquanto impede a passagem de outras. Assim, a membrana plasmática apresenta a chamada permeabilidade seletiva. Existem três principais mecanismos de transporte pela membrana plasmática: o passivo (sem gasto de ATP), o ativo (com gasto de ATP) e o vesicular (com a participaçãode vesículas). 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 9 31/10/2023 15:11:25 ELEMENTOS CORES FORA DE FANTASIA PROPORÇÃO Actina Membrana plasmática Queratina Microvilosidade Espaço Placa intercelular Membrana plasmática Conéxons Proteínas transmembrana Espaço Caderina Membrana intercelular Queratina plasmática Zona de oclusão Desmossomo Junção comunicante 10 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Ve lo ci da de d e tra ns po rte Concentração do meio extracelular Difusão simples Difusão facilitada Alguns transportadores estão ocupados. Todos os transportadores estão ocupados. Representação esquemática das difusões simples e facilitada pela membrana plasmática. Na difusão simples, as substâncias passam pela bicamada fosfolipídica. Na difusão facilitada, as substâncias atravessam a membrana por meio da proteína canal ou da proteína transportadora. A taxa de difusão, ou seja, a velocidade de transporte das substâncias, é diferente na difusão simples e na difusão facilitada. No primeiro caso, a taxa de difusão é diretamente proporcional ao gradiente de concentração da substância, ou seja, quanto maior o gradiente de concentração, maior a taxa de difusão. Já no caso da difusão facilitada, inicial- mente, o aumento do gradiente de concentração promove um aumento na taxa de difusão, mas esta logo diminui, até o ponto em que se torna constante. Esse ponto indica que o sistema de transporte está saturado, porque todas as proteínas transportadoras estão ocupadas. Transporte passivo O transporte passivo não consome moléculas de ATP: a energia para o deslocamento das substâncias é prove- niente do gradiente de concentração, ou seja, da diferença de concentração de determinada substância no citosol e no fluido extracelular. Existem dois tipos principais de trans- porte passivo: difusão e osmose. Difusão Na difusão, as partículas de soluto (moléculas ou íons) se movem de regiões onde estão mais concentradas para outras com menor concentração, até que ocorra um equilíbrio. Em uma solução, a tendência é que seus com- ponentes fiquem uniformemente distribuídos. Isso pode ser observado quando uma gota de corante é colocada em um recipiente com água; inicialmente, as moléculas do corante ficam muito concentradas, mas logo se espalham pela solução, até alcançarem o estado de equilíbrio. permease) altera a sua forma ao se ligar a determinadas moléculas polares, como a glicose e os aminoácidos, permi- tindo a passagem de substâncias pela membrana plasmática. Processo de difusão de um corante em um recipiente com água. Na difusão simples, moléculas apolares, como os gases, atravessam a bicamada de fosfolipídios. O gás oxi- gênio, por exemplo, entra nas células passando através dos fosfolipídios, a favor do gradiente de concentração. Quando o oxigênio é consumido na respiração celular, a concentração desse gás no ambiente intracelular cai, pro- vocando novamente sua difusão do ambiente externo (mais concentrado) para o interior das células. Na difusão facilitada, substâncias que não podem pas- sar diretamente pela bicamada fosfolipídica atravessam a membrana plasmática por meio de proteínas especiais. Existem dois tipos de proteína que participam da difusão facilitada: a canal e a transportadora. A proteína canal, quando está no estado aberto, forma um corredor na membrana plasmática pelo qual as substâncias, como íons, podem atravessar para dentro ou para fora. Já a proteína transportadora (também conhecida como carreadora ou ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Velocidade de transporte de solutos na difusão simples e na difusão facilitada A velocidade do transporte por difusão simples depende apenas da concentração do meio extracelular. Por difusão facilitada, ela depende também da disponibilidade de proteínas. Osmose A osmose é um caso especial de difusão em que as moléculas de água (ou outro solvente) se deslocam do meio menos concentrado em soluto (hipotônico) para ou- tro mais concentrado em soluto (hipertônico) através de uma membrana semipermeável. A tendência é que esse movimento passivo de água ocorra até que os meios apre- sentem concentrações equivalentes de solutos. Nas células, Água Moléculas do corante concentradas em uma região Difusão das moléculas do corante na solução Moléculas do corante uniformemente distribuídas 1 2 3 4 Difusão simples Fosfolipídio Proteína canal Proteína transportadora Difusão facilitada W .Y . S un sh in e/ S hu tt er st oc k. co m N A R U D O N A TS A W A LA R P SA K /S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 10 25/10/2023 10:10:44 11 FR EN TE 1 a membrana plasmática atua como uma barreira semiper- meável, permitindo a passagem de água com facilidade, enquanto dificulta ou impede a de diversos tipos de solutos. A osmose nas células A passagem de moléculas de água através da mem- brana plasmática pode ocorrer por difusão pela bicamada lipídica, mas as células também têm proteínas canal de- nominadas aquaporinas, que formam canais seletivos às moléculas de água. Essas proteínas podem oscilar entre um estado aberto ou fechado, possibilitando às células controlar a sua permeabilidade à água. As aquaporinas são bastante abundantes nos vacúolos das células vegetais e nas células humanas dos túbulos renais, locais de grande reabsorção de água. Ao comparar a concentração de soluto entre duas so- luções, aquela com maior concentração é chamada de hipertônica (do grego hyper, superior), enquanto a com menor concentração é denominada hipotônica (do gre- go hypo, inferior). Quando duas soluções apresentam a mesma concentração de solutos, elas são consideradas isotônicas (do grego iso, semelhante). Atenção Um experimento para a demonstração da osmose consiste em utilizar um tubo em formato de U com uma membrana semipermeável separando seus lados esquer- do e direito. No lado esquerdo, adiciona-se água pura, enquanto, no direito, coloca-se o mesmo volume de uma solução contendo um soluto que não passa pela membrana semipermeável. Como a concentração de soluto é maior do lado direito, ocorre a passagem de água da esquerda para a direita, e, assim, o volume do lado esquerdo diminui, enquanto o do outro lado aumenta. O aumento de volume do lado direito apresenta um limite, já que, quanto maior a coluna de água, maior é a pressão hidrostática sobre a membrana semipermeável. Essa pressão empurra moléculas de água de volta para o lado esquerdo do tubo. Por outro lado, a solução com o soluto também exerce uma força, denominada pressão os- mótica. Quanto maior a concentração de uma determinada solução, maior será a sua pressão osmótica. Se for aplicada uma pressão do lado direito com um pistão, a quantidade de pressão necessária para reestabelecer a condição inicial será equivalente à pressão osmótica. TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Representação esquemática de um experimento que demonstra o processo de osmose e a pressão osmótica. Osmose e preservação dos alimentos O salgamento de carnes e outros alimentos é feito para preservá-los por mais tempo, pois os microrganismos decompositores, como as bactérias e os fungos, não so- brevivem em meios hipertônicos. Nesses ambientes, eles morrem por desidratação ao perderem água por osmose. Por esse motivo, o sódio (componente do sal comum) é adi- cionado a vários produtos industrializados, como bolachas, salgadinhos, enlatados e embutidos. Esse mesmo princí- pio osmótico explica a preservação de frutas cristalizadas (envolvidas com açúcar), em que se cria um ambiente hi- pertônico que impede a sobrevivência dos microrganismos. Estabelecendo relações TAIZ, L. et al. Fundamentos de fisiologia vegetal. Porto Alegre: Artmed, 2018. Representação esquemática da atuação da aquaporina, proteína que regula a passagemde água pela membrana plasmática. Em geral, nas células humanas a concentração do cito- sol é equivalente à do plasma sanguíneo (meio extracelular). Nessa condição isotônica, o volume das células permanece constante, já que não ocorre grande movimentação de água por osmose. Quando hemácias sanguíneas, por exemplo, são mergulhadas em soluções com pressão osmótica diferente da do citosol, ocorre alteração no formato e no volume, já que a água se desloca para dentro ou para fora delas. Em solução hipotônica, a água entra nas hemácias por osmose, causando o aumento do volume celular e, consequentemente, a ruptura da membrana plasmática e o extravasamento de citosol. Esse fenômeno é conhecido como lise celular ou hemólise (do grego hematos, sangue, e lyse, quebra). Já em solução hipertônica, a água sai das hemácias por osmose, causando o encolhimento das célu- las, que se tornam murchas, fenômeno chamado crenação. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 11 25/10/2023 10:10:46 Meio extracelular Aquaporina Citosol Lado Lado esquerdo direito Água Osmose Membrana Soluto semipermeável Movimento causado pela pressão hidrostáticaOsmose ELEMENTOS Pressão exercida = Pressão osmótica FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA 12 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Em muitas algas e protozoários de água doce, o controle osmótico é realizado por organelas conhecidas como vacúolos contráteis ou pulsáteis. Essas organelas são responsáveis pela eliminação do excesso de água que entra constantemente por osmose nas células desses organismos, que ficam em um ambiente hipotônico. A contração frequente dos vacúolos contráteis evita a lise celular nesses organismos, que não têm parede celular. A forma e o número de vacúolos por célula variam nos diferentes grupos de protistas. Saiba mais CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Representação esquemática do comportamento das hemácias em soluções com diferentes tonicidades. Como vimos, as células de plantas, bactérias, arqueas, algas e fungos têm parede celular externa, que funciona como uma barreira física que impede a ruptura da membrana plasmática. Em solução hipotônica, as células vegetais absorvem água por osmose até atingirem um tamanho máximo, ficando túr- gidas (firmes). Isso acontece porque, à medida que o vacúolo enche de água, ele pressiona o citoplasma e a parede celular, que é pouco elástica. A pressão do vacúolo na parede celular faz com que ela exerça uma pressão contrária à entrada de água, conhecida como pressão de turgor. Algo parecido ocorre quando uma câmara de ar se expande, fica cheia e pressiona a parede de um pneu e este espreme a câmara, expulsando o ar para fora. Em ambiente isotônico, não ocorre entrada de água nas células vegetais, que permanecem flácidas. Já em solução hipertônica, ocorre perda excessiva de água para o meio externo e redução do volume do vacúolo e do citoplasma, fenôme- no conhecido como plasmólise. A membrana plasmática acompanha a redução de volume do vacúolo e se afasta da parede celular, tornando as células plasmolisadas. Se a célula plasmolisada é mergulhada em uma solução hipotônica, ela pode se tornar novamente túrgida, fenômeno conheci- do como deplasmólise. Representação esquemática de uma célula vegetal em soluções com diferentes tonicidades. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO VacúoloVacúolo contrátilcontrátil Interior da célulaInterior da célula Exterior da célula Membrana plasmática Cílios A água passa do A água passa do citoplasma para citoplasma para canais radiais e, canais radiais e, então, para o então, para o vacúolo central...vacúolo central... ... que se expande e se funde com a membrana plasmática... ... expele seus conteúdos... ... e se destaca da membrana. Representação do processo de eliminação do excesso de água pelo vacúolo contrátil do paramécio, um protozoário de água doce. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Solução hipertônica HO Lisada Normal HO HO Murcha HO Solução hipotônica Solução isotônica Parede celular HO HO HO HO HO HO Túrgida Flácida Plasmolisada Vacúolo Citoplasma Núcleo Membrana plasmática HILLIS, D. M. et al. Life: the Science of Biology. 12. ed. Nova York: W. H. Freeman and Company, 2020. A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Solução hipotônica Solução isotônica Solução hipertônica A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 12 31/10/2023 15:11:46 13 FR EN TE 1 Proteína transportadora ATP Transporte ativo Alguns solutos polares ou com carga elétrica são levados de regiões onde sua concentração é baixa para outras de maior concentração, isto é, contra o gradiente de concentração (o contrário do que ocorre na difusão). Nesses casos, acontece o transporte ativo desses solutos, com gasto de ATP e mediação de uma proteína transportadora. A energia resultante da hidrólise do ATP altera o formato da proteína trans- portadora, também conhecida como bomba, que bombeia uma substância de uma região onde ela está menos concentrada para outra de maior concentração. Como exemplos de solutos que se movem por transporte ativo, podem-se citar íons (como Na1, K1 e CL–), monossacarídeos e aminoácidos. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Representação esquemática do transporte ativo envolvendo os íons de sódio e de potássio. (1) Três íons sódio se ligam à proteína (bomba de sódio e potássio) quando o formato tridimensional dela tem maior afinidade pelo sódio. (2) A quebra de uma molécula de ATP libera um grupo fosfato, que é adicionado à proteína, alterando sua forma. (3) O novo formato da proteína permite a liberação dos íons sódio e a ligação de dois íons potássio. (4) A proteína retorna ao formato original, com baixa afinidade pelo potássio, que é liberado no meio intracelular, e com maior afinidade pelo sódio, reiniciando o ciclo. Transporte vesicular No transporte vesicular, o material transportado entra ou sai da célula por meio de vesículas. Dependendo do destino do conteúdo das vesículas, o transporte vesicular pode ser classificado em dois tipos: endocitose e exocitose. Endocitose O termo endocitose (do grego endos, dentro, e kytos, célula) é uma denominação genérica para os processos de entrada (englobamento) de pequenas moléculas, macromoléculas, partículas grandes e até mesmo células inteiras. Em todos esses processos, o material englobado é revestido por uma vesícula lipoproteica derivada da membrana plasmática. A vesícula se separa da membrana e migra para o interior da célula, com o conteúdo englobado. Dependendo da quan- tidade e do tamanho do material englobado, a endocitose pode ser de dois tipos: fagocitose e pinocitose. Na fagocitose (do grego phagein, comer, e kytos, célula), as células projetam para fora parte de sua membrana plasmá- tica, processo conhecido como evaginação, formando pseudópodes (do grego pseudo, falso, e podos, pé), que envolvem grandes partículas de alimentos ou células inteiras. Nesse processo, o material englobado fica confinado dentro de uma vesícula denominada fagossomo ou vacúolo alimentar. Representação esquemática do transporte ativo de um soluto por uma proteína transportadora, um processo que consome ATP. Bomba de sódio e potássio O mecanismo de transporte ativo mais conhecido nas células animais é a bomba de sódio e potássio, crucial para o metabolismo celular, o equilíbrio osmótico (manutenção do volume celular) e a geração de impulso elétrico em células nervosas e musculares. Por meio desse mecanismo, concentrações de potássio (K1) são mantidas sempre mais elevadas no meio intracelular (cerca de a vezes maiores do que no meio extracelular), o que possibilita o uso desse íon no metabolismo celular. Já as concentrações de sódio (Na1) são maiores no exterior das células (cercade a vezes maio- res que no citosol), o que evita a lise celular, já que altas concentrações desse íon na célula desencadeariam a entrada de água por osmose. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO W .Y . S un sh in e/ S hu tt er st oc k. co m Ambiente extracelular [Na+]: baixa [K+]: alta [Na+]: alta [K+]: baixa Citosol 1 2 3 4 D re am st im e/ E as yp ix B ra si l 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 13 25/10/2023 10:10:50 14 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO (A) Representação esquemática da fagocitose. (B) Eletromicrografia de varredura de um macrófago englobando bactérias, em vermelho. (Cores artificiais. Aumento de 2 750 vezes.) Na sequência, o lisossomo (cheio de enzimas digestivas) se funde ao vacúolo alimentar, formando o vacúolo digestivo, onde ocorrerá a digestão do material englobado. Após a absorção dos produtos da digestão, o material não digerido fica no interior do vacúolo residual que, posteriormente, funde-se à membrana da célula, liberando o conteúdo para o meio extracelular. A fagocitose é o processo por meio do qual alguns protozoários, como as amebas, obtêm alimento. Algumas células humanas, como macrófagos e neutrófilos, também realizam fagocitose, não para a alimentação, mas na defesa do corpo contra microrganismos invasores, como bactérias e vírus. Na pinocitose (do grego pinein, beber, e kytos, célula), que ocorre em praticamente todos os tipos celulares, as células englobam líquidos e pequenas partículas de alimento. A membrana plasmática aprofunda-se no citoplasma (invaginação), formando uma bolsa que se estrangula nas bordas até liberar no interior da célula uma vesícula, denominada pinossomo, contendo o material englobado. A pinocitose ocorre frequentemente nas células endoteliais (que revestem os capilares) quando são recolhidos fluidos e solutos dissolvidos no sangue. (A) Representação esquemática da pinocitose. (B) Eletromicrografia de transmissão de uma célula humana do endotélio capilar realizando diversas pinocitoses. (Cores artificiais. Aumento de 30 900 vezes.) Exocitose O termo exocitose (do grego exos, fora, e kytos, cé- lula) é uma denominação genérica para os processos que liberam materiais empacotados em vesículas para o meio extracelular. De maneira geral, nesses processos, a vesí- cula se aproxima da membrana plasmática e se funde a ela, liberando seu conteúdo. Quando a célula libera moléculas não digeridas, arma- zenadas nos vacúolos residuais, a exocitose é denominada clasmocitose. No entanto, diversas moléculas importantes produzidas pelas células, como enzimas e neurotrans- missores, também são liberadas para atuar no ambiente extracelular. Nesses casos, a exocitose é denominada secreção celular. Representação esquemática da exocitose de enzimas digestivas. Citosol Fluido extracelular Membrana plasmática Bactéria Fagossomo Pseudópode A B Pinocitose Pinossomo Invaginação Membrana plasmática Citosol A B Fluido extracelular Vesícula secretora Fluido extracelular Membrana plasmática Enzimas Citosol S te ve G sc hm ei ss ne r/ S ci en ce P ho to L ib ra ry /F ot oa re na J. M ar in i/S hu tt er st oc k. co m D en ni s Ku nk el M ic ro sc op y/ S ci en ce P ho to L ib ra ry /F ot oa re na M ar in i/S hu tt er st oc k. co m M ar in i/S hu tt er st oc k. co m Membrana plasmática 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 14 25/10/2023 10:10:55 15 FR EN TE 1 1. Quais são as moléculas mais abundantes encontradas, respectivamente, nas paredes celulares de bactérias, de fungos e de plantas? 2. A ilustração abaixo representa o modelo do mosaico fluido proposto para a membrana plasmática. 6. Explique o mecanismo de osmose. 7. Analise a ilustração abaixo, que indica hemácias que foram mergulhadas em soluções de diferentes tonicidades. Revisando a) Que moléculas estão indicadas pelas letras A, B e C? b) Por que os termos “mosaico” e “fluido” são utiliza- dos na descrição da membrana? 3. Cite algumas funções desempenhadas pelas proteí- nas da membrana plasmática. 4. Observe o quadro abaixo relativo às especializações da membrana plasmática e às principais funções de cada uma delas. Que textos podem substituir os nú- meros de I a IV? Especialização Principal função Desmossomo I II Passagem de substância entre as células vizinhas Junção oclusiva III IV Aumentar a área de absorção de nutrientes 5. O que é glicocálice e qual é sua principal função? Em relação à tonicidade, como podem ser classifi ca- das as soluções nas situações A, B e C? Justifi que a sua resposta. 8. Explique o que ocorre com as células vegetais ao serem colocadas em ambientes hipotônicos, como a água destilada. 9. Analise a imagem a seguir, que representa diferentes tipos de transporte através da membrana plasmática. Escreva o nome dos mecanismos de transporte indi- cados pelas letras A, B e C e explique as diferenças entre eles. 10. Qual é a diferença entre endocitose e exocitose? Cite exemplos da ocorrência desses processos. Exercícios propostos 1. Uerj 2018 A composição assimétrica da membrana plasmática possibilita alguns processos fundamentais para o funcionamento celular. Um processo associa- do diretamente à estrutura assimétrica da membrana plasmática é: a) síntese de proteínas. b) armazenamento de glicídios. c) transporte seletivo de substâncias. d) transcrição da informação genética. 2. Mackenzie-SP 2018 O esquema representa um mo- delo de organização da membrana plasmática. A respeito dele, assinale a alternativa correta. a) Essa organização é encontrada somente em cé- lulas eucarióticas. b) A substância apontada em ocupa local fixo na membrana. HO Lisada A Normal B HO HO Murcha C HO A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m K al la ya ne e N al ok a/ S hu tt er st oc k. co m W .Y . S un sh in e/ S hu tt er st oc k. co m A B C ATP 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 15 25/10/2023 10:10:57 A B C 16 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares c) As membranas que compõem organelas celulares apresentam apenas uma camada de fosfolipídios. d) A seta indica carboidratos que compõem o glicocálix. e) A substância apontada em está envolvida ape- nas em transportes ativos. 3. UFJF/Pism-MG 2020 Um professor do ensino médio de uma tradicional escola de Juiz de Fora resolveu fazer uma aula prática sobre membrana plasmática com seus alunos. Ele criou em laboratório células com as superfícies fluorescentes para o estudo do modelo proposto por Singer e Nicolson. Neste ex- perimento, ele usou uma célula com a superfície fluorescente e observou-a em microscópio acoplado a um laser. O laser utilizado neste caso é capaz de degradar a fluorescência conjugada às moléculas na superfície celular. Iniciado o experimento, ele expôs um ponto específico da célula ao laser. Após cinco minutos de exposição da incidência do laser, obser- vou que a região exposta perdia a fluorescência, mas o restante da célula continuava fluorescente. Entre- tanto, após uma hora de exposição, no mesmo ponto focal, toda a célula perdia a fluorescência. Baseado nesse experimento responda à questão abaixo. Quais moléculas perderam a fl uorescência e qual é o modelo evidenciado neste experimento? a) Lipídios e Glicolipídios – Mosaico fluido. b) Proteínas e Glicoproteínas – Mosaico fluido. c) Lipídios e Proteínas – Mosaico simétrico. d) Lipídios e Proteínas – Mosaico fluido. e) Proteínas e Glicoproteínas – Mosaico simétrico. 4. Uece 2020 A respeito da membrana plasmática, é correto dizer que a) é o envoltório rígido e espesso que reveste todas as células. b) é uma bicamada de proteínas com lipídios nela inseridos. c) desempenha funções de reconhecimento e transporte de substâncias e tem permeabilidadeseletiva. d) as fosfoproteínas que compõem sua bicamada são moléculas anfipáticas. 5. Uece 2018 Analise as seguintes afirmações sobre membrana plasmática e assinale-as com V ou F con- forme sejam verdadeiras ou falsas. Cada tipo de membrana possui proteínas espe- cífi cas que funcionam como portas de entrada e saída de moléculas do meio interno para o meio externo à célula, e vice-versa. Mosaico fl uido é o modelo válido para explicar a membrana plasmática, mas não para as membra- nas que envolvem as organelas celulares. As proteínas periféricas se encontram embutidas nas membranas, interagindo fortemente com as porções hidrofóbicas dos lipídios e, por essa ra- zão, são de difícil isolamento em laboratório. O2, CO2, ácidos graxos e hormônios esteroides são substâncias que entram e saem da célula por difusão simples, pois o movimento acontece ape- nas pela força do gradiente de concentração. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V, F, V, F. b) F, V, F, V. c) V, F, F, V. d) F, V, V, F. 6. Udesc 2016 A figura abaixo representa a estrutura proposta por Singer e Nicholson para a membrana plasmática. Analise as proposições em relação à estrutura pro- posta por Singer e Nicholson e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. A estrutura indicada por A representa a cama- da dupla de lipídios que compõem a membrana plasmática. A estrutura indicada por B representa as proteí- nas da membrana plasmática. A estrutura indicada por C são as fi bras de celulo- se da parede celular. A estrutura proposta por Singer e Nicholson para a membrana plasmática independe de ser uma célula vegetal ou animal. Algumas proteínas presentes na membrana plasmá- tica podem servir como receptores de substâncias para a célula. Assinale a alternativa que contém a sequência corre- ta, de cima para baixo. a) V – V – F – F – F. b) V – V – F – V – V. c) V – V – V – V – V. d) F – F – F – V – V. e) V – V – F – F – V. 7. Famerp-SP 2018 Analise a figura, que ilustra, de manei- ra esquemática, a disposição das moléculas de fosfo- lipídios presentes em alguns componentes celulares. Em células eucarióticas, tal disposição de fosfolipídios é encontrada a) no complexo golgiense e no retículo endoplas- mático. b) no peroxissomo e no ribossomo. c) no citoesqueleto e na mitocôndria. d) nos centríolos e no lisossomo. e) no envoltório nuclear e no cromossomo. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 16 25/10/2023 10:10:57 17 FR EN TE 1 8. Uerj 2017 Os diferentes tipos de transplantes repre- sentam um grande avanço da medicina. Entretanto, a compatibilidade entre doador e receptor nem sempre ocorre, resultando em rejeição do órgão transplantado. O componente da membrana plasmática envolvido no processo de rejeição é: a) colesterol. b) fosfolipídeo. c) citoesqueleto. d) glicoproteína. 9. UFJF/Pism-MG 2021 O glicocálice, além de propor- cionar resistência à membrana plasmática, constitui uma barreira contra agentes químicos e físicos do meio extracelular, confere a capacidade de reconhe- cimento entre as células e proporciona a formação de uma malha extracelular que mantém este ambiente adequado com a retenção de nutrientes e enzimas. O glicocálice é formado por: a) Ribossomos e ATP. b) Colesterol e vitamina. c) ATP e ADP. d) Glicoproteínas e glicolipídios. e) Açúcar e ribossomos. 10. Enem 2019 A fluidez da membrana celular é caracte- rizada pela capacidade de movimento das moléculas componentes dessa estrutura. Os seres vivos man- têm essa propriedade de duas formas: controlando a temperatura e/ou alterando a composição lipídica da membrana. Neste último aspecto, o tamanho e o grau de insaturação das caudas hidrocarbônicas dos fosfolipídios, conforme representados na figura, influenciam significativamente a fluidez. Isso porque quanto maior for a magnitude das interações entre os fosfolipídios, menor será a fluidez da membrana. 11. Uerj 2018 Junções comunicantes ou junções gap, um tipo de adaptação da membrana plasmática encontrada em células animais, permitem a comuni- cação entre os citoplasmas de células vizinhas. Esse tipo de associação entre as células proporciona o seguinte resultado: a) forte adesão. b) barreira de proteção. c) integração funcional. d) exocitose de substâncias. 12. Enem Para explicar a absorção de nutrientes, bem como a função das microvilosidades das membranas das células que revestem as paredes internas do in- testino delgado, um estudante realizou o seguinte experimento: Colocou 200 mL de água em dois recipientes. No primeiro recipiente, mergulhou, por 5 segundos, um pedaço de papel liso, como na FIGURA 1; no segun- do recipiente, fez o mesmo com um pedaço de papel com dobras simulando as microvilosidades, conforme FIGURA 2. Os dados obtidos foram: a quantidade de água absorvida pelo papel liso foi de 8 mL, enquanto pelo papel dobrado foi de 12 mL. Assim, existem bicamadas lipídicas com diferentes composições de fosfolipídios, como as mostradas de I a V. I II III IV V Com base nos dados obtidos, infere-se que a função das microvilosidades intestinais com relação à absor- ção de nutrientes pelas células das paredes internas do intestino é a de a) manter o volume de absorção. b) aumentar a superfície de absorção. c) diminuir a velocidade de absorção. d) aumentar o tempo de absorção. e) manter a seletividade na absorção. 13. Enem PPL Alimentos como carnes, quando guarda- dos de maneira inadequada, deterioram-se rapida- mente devido à ação de bactérias e fungos. Esses organismos se instalam e se multiplicam rapidamente por encontrarem aí condições favoráveis de tempera- tura, umidade e nutrição. Para preservar tais alimentos é necessário controlar a presença desses microrga- nismos. Uma técnica antiga e ainda bastante difundida para preservação desse tipo de alimento é o uso do sal de cozinha (NaCL). Nessa situação, o uso do sal de cozinha preserva os alimentos por agir sobre os microrganismos, a) desidratando suas células. b) inibindo sua síntese proteica. c) inibindo sua respiração celular. d) bloqueando sua divisão celular. e) desnaturando seu material genético. Qual das bicamadas lipídicas apresentadas possui maior fluidez? a) I. b) II. c) III. d) IV. e) V. Representação simplificada da estrutura de um fosfolipídio Caudas hidrocarbônicas Cabeça polar Insaturação FIGURA FIGURA 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 17 25/10/2023 10:10:58 18 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares V ol um e ce lu la r Tempo A B Volume das hemácias humanas Solução A Solução B Solução C Tempo “Meio” 0,01 M sacarose 0,01 M glicose 0,01 M frutose “Célula” 0,03 M sacarose 0,02 M glicose 14. PUC-Campinas 2023 A figura abaixo apresenta o es- quema de uma célula vegetal colocada em soluções com concentrações salinas distintas. (Adaptado de: https://depositphotos.com) De acordo com a figura, é correto concluir que, em relação ao meio celular, a solução a) I apresenta menor concentração de sais. b) II apresenta menor concentração de sais. c) III apresenta maior concentração de sais. d) I é hipertônica. e) III é isotônica. 15. Fuvest-SP 2015 Nas figuras abaixo, estão esquemati- zadas células animais imersas em soluções salinas de concentrações diferentes. O sentido das setas indica o movimento de água para dentro ou para fora das cé- lulas, e a espessura das setas indica o volume relativo de água que atravessa a membrana celular. A ordem correta das figuras, de acordo com a con- centração crescente das soluções em que as células estão imersas, é: a) I, II e III. b) II, III e I. c) III, I e II. d) II, I e III. e) III, II e I. 16. Enem 2019 Uma cozinheira colocou sal a mais no feijão que estava cozinhando. Para solucionar o pro- blema, ela acrescentou batatas cruas e sem tempero dentro da panela. Quando terminou de cozinhá-lo, as batatas estavam salgadas, porque absorveram parte do caldo com excesso de sal. Finalmente, ela adicio- nou água para completar o caldo do feijão. O sal foiabsorvido pelas batatas por a) osmose, por envolver apenas o transporte do solvente. b) fagocitose, porque o sal transportado é uma subs- tância sólida. c) exocitose, uma vez que o sal foi transportado da água para a batata. d) pinocitose, porque o sal estava diluído na água quando foi transportado. e) difusão, porque o transporte ocorreu a favor do gradiente de concentração. REECE, Jane B., et al. Biologia de Campbell. 10a ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. P. 140. Sabendo-se que a membrana é permeável a monos- sacarídeos, mas é impermeável a dissacarídeos, após algum tempo, a célula artificial ficará a) flácida, pois está em meio hipotônico. b) murcha, pois está em meio hipertônico. c) túrgida, pois está em meio hipertônico. d) com maior volume, pois está em meio hipotônico. e) com maior volume, pois está em meio hipertônico. 18. UFU-MG 2015 Hemácias humanas foram colocadas em três soluções com diferentes concentrações salinas (Soluções A, B e C) e as variações de seus volumes, após certo tempo, foram analisadas e ilustradas no gráfico abaixo. 17. FMP-RJ 2022 Uma célula artificial, contendo uma solução aquosa envolta por uma membrana de per- meabilidade seletiva, foi imersa em um recipiente que contém uma solução diferente, como apresentado na figura abaixo. I II III Em relação à tonicidade do citoplasma das hemácias humanas, as soluções A, B e C são, respectivamente, classificadas como a) hipotônica, hipotônica, isotônica. b) hipertônica, isotônica, hipotônica. c) hipotônica, isotônica, hipertônica. d) hipertônica, hipotônica, hipotônica. 19. FCMSCSP 2019 Duas células, A e B, foram cultivadas, separadamente, em soluções adequadas à sobre- vivência. Em seguida, foram transferidas para uma mesma solução com concentração salina diferente da anterior. O gráfico ao lado mostra a variação do volume das células nesta solução. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 18 31/10/2023 15:14:04 19 FR EN TE 1 As células A e B e a característica da solução para qual elas foram transferidas são, respectivamente, a) macrófago, paramécio e solução hipertônica. b) paramécio, macrófago e solução hipertônica. c) paramécio, macrófago e solução hipotônica. d) macrófago, paramécio e solução hipotônica. e) paramécio, macrófago e solução isotônica. 20. Uece 2020 A osmose reversa, que é utilizada na fa- bricação de bebidas, como em alguns tipos de água mineral, é um processo em que a) o solvente (água) flui de um compartimento com maior concentração de sais para um comparti- mento com menor concentração. b) o deslocamento do solvente (água), mediante a aplicação de uma pressão menor do que a pres- são osmótica natural, transforma água salgada em água doce. c) a membrana é impermeável ao soluto, mas per- meável ao solvente (água) que passa de uma região hipotônica para uma hipertônica. d) o solvente (água) passa de uma região menos concentrada para a mais concentrada, caracteri- zando um transporte passivo. 21. Mackenzie-SP 2016 A respeito da permeabilidade celular, assinale a alternativa correta. a) Não há participação de proteínas da membrana em nenhum tipo de transporte passivo. b) A bomba de sódio e potássio ocorre para garantir que os meios intra e extracelulares se mante- nham isotônicos. c) A semipermeabilidade garante que a membrana seja capaz de controlar a passagem de qualquer tipo de substância através dela. d) Na difusão, uma vez que os meios se tornam isotônicos, continua a haver passagem das subs- tâncias, mas agora na mesma velocidade em ambos os sentidos. e) Os processos de endocitose envolvem mudan- ças na estabilidade da membrana. 22. Unesp 2018 A resposta das células a pulsos elétricos suge- re que a membrana plasmática se assemelha a um circuito elétrico composto por uma associação paralela entre um resistor (R) e um capacitor (C) conectados a uma fonte ele- tromotriz (E). A composição por fosfolipídios e proteínas é que confere resistência elétrica à membrana, enquanto a propriedade de manter uma diferença de potencial elétrico, ou potencial de membrana, é comparável a um capacitor. (Eduardo A. C. Garcia. Biofísica, 2002. Adaptado.) A figura mostra a analogia entre um circuito elétrico e a membrana plasmática. A diferença de potencial elétrico na membrana plas- mática é mantida a) pelo bombeamento ativo de íons promovido por proteínas de membrana específicas. b) pela difusão facilitada de íons através de proteí- nas canais que transpassam a membrana. c) pela constante difusão simples de íons por entre as moléculas de fosfolipídios. d) pela transferência de íons entre os meios extra e in- tracelular por processos de endocitose e exocitose. e) pelo fluxo de água do meio mais concentrado em íons para o meio menos concentrado. 23. UFPR 2018 A bomba de sódio-potássio: . é caracterizada pelo transporte de íons potássio de um meio onde se encontram em menor concentra- ção para outro, onde estão em maior concentração. . é uma forma de transporte passivo, fundamental para igualar as concentrações de sódio e potássio nos meios extra e intracelular. . está relacionada a processos de contração muscu- lar e condução dos impulsos nervosos. . é fundamental para manter a concentração de po- tássio no meio intracelular mais baixa do que no meio extracelular. . é uma forma de difusão facilitada importante para o controle da concentração de sódio e potássio no interior da célula. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas e são verdadeiras. b) Somente as afirmativas e são verdadeiras. c) Somente as afirmativas e são verdadeiras. d) Somente as afirmativas , e são verdadeiras. e) Somente as afirmativas , e são verdadeiras. 24. UFJF/Pism-MG 2016 Para manter as diferenças entre as concentrações interna e externa dos íons sódio (Na1) e potássio (K1), proteínas presentes na membrana plasmática atuam como bombas de íons capturando ininterruptamente íons de sódio no cito- plasma e transportando-os para fora da célula. Na face externa da membrana essas proteínas capturam íons de potássio do meio e os transportam para o ci- toplasma. Neste processo, o papel do trifosfato de adenosina (ATP) na membrana plasmática é: a) fornecer adenosina para o transporte ativo de proteínas. b) fornecer energia para o transporte ativo de subs- tâncias. c) fornecer íons potássio (K1) para o transporte ativo de substâncias. d) manter as diferenças de concentrações de sódio (Na1) e potássio (K1). e) transportar substâncias para dentro e fora da célula. 25. Mackenzie-SP 2017 A respeito dos transportes realiza- dos pela membrana plasmática, considere as afirmativas. I. A utilização de proteínas transportadoras é exclu- siva de transportes ativos. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 19 25/10/2023 10:10:58 20 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Gradiente eletroquímico de Na1 Gradiente eletroquímico de K1 Membrana plasmática 2 Na1 2 K1 II. A insulina age acelerando a difusão facilitada da glicose para o interior das células. III. Íons são moléculas muito pequenas e, portanto, atravessam a membrana sempre por difusão simples. IV. Em todos os tipos de difusão, a passagem de solutos acontece a favor do gradiente de concentração. Estão corretas apenas as afirmativas a) I, II e IV. b) II e IV. c) I, III e IV. d) I e II. 26. FMC-RJ 2021 Na figura abaixo, analise o gradiente eletroquímico do Na1 (à esquerda) e do K1 (à direita). Considerando que a figura demonstra o antiporte de sódio e de potássio, os tipos de transporte que ocorrerão para jogar o sódio para fora e o potássio para dentro da célula são, respectivamente: a) ativo e passivo. b) passivo e transcitose. c) passivo e passivo. d) ativo e ativo. e) ativo e transcitose. 27. UFJF/Pism-MG 2017 O Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2016 foi para uma área bastante fundamental das Ciên- cias Biológicas.O japonês Yoshinori Ohsumi foi escolhido pela sua pesquisa sobre como a autofagia realmente funciona. Trata-se de uma função ligada ao reaproveitamento do “lixo celular” e também ligada a doenças. Fonte: texto modificado a partir de http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2016/10/1819288-japones-vence-nobel-de-medicina- por-pesquisa-sobre-a-autofagia.shtml de 03/10/2016. Acesso em 16/10/2016. Tanto no processo de autofagia, quanto na heterofagia, os __________ atuam realizando a digestão intracelular. De acordo com o tipo de célula, após o processo de digestão, forma-se o __________, que pode ser eliminado por __________ ou ficar retido indefinidamente no citoplasma da célula. Assinale a alternativa com a sequência CORRETA que completa os espaços tracejados: a) fagossomos, peroxissomo, pinocitose. b) lisossomos, corpo residual, clasmocitose. c) ribossomos, vacúolo digestivo, fagocitose. d) glioxissomos, lisossomo, clasmocitose. e) lisossomos, fagossomo, pinocitose. 28. UFRGS 2016 O quadro abaixo refere-se aos mecanismos de transporte através da membrana. Mecanismo de transporte Energia externa necessária? Força de movimento Proteína de membrana necessária? Especificidade Difusão simples Não A favor do gradiente de concentração Não 1 Difusão facilitada Não A favor do gradiente de concentração 2 Específico Transporte ativo 3 Contra o gradiente de concentração Sim 4 Assinale a alternativa que contém a sequência de palavras que substitui corretamente os números de 1 a 4, comple- tando o quadro. a) específico – sim – sim – específico. b) específico – não – sim – não específico. c) não específico – sim – não – não específico. d) não específico – sim – sim – específico. e) não específico – não – não – específico. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 20 25/10/2023 10:10:58 21 FR EN TE 1 A 1,5 1,4 1,3 1,2 1,2 1,0 Oócitos com aquaporinas 10 3 4 52 Oócitos de controle X Tempo (min) V ol um e re la tiv o A Texto complementar Aquaporinas �������������������������� ������������ � ������������� � ������ ������������������������������� �������������������� �� � ������������� � ��� �������������������� ������������� ������������������������ ������� ������ ������������������� �� �� � ��������������� ������� � ������������� ������ �������� �������� ������������� ����������������������������� ���� ���� � ��������������������������������� �������� ��������� ��������������� �������� ������ ������������� � ������������� ���������������������������� ���������������� ����������� � ��� ������������������������ ��� ���������������� ������������ ������������ ����������������������������������� � ������ ��������������������������������������������� � ������ � ���� ���������������������� �������� ��������� ���������� �� ������������������������������������������������������������� ������������������������������������ ���������������� �������� ������������������������ ��������� ������������������ ��� ���������������� ������������������������������� ��������� �� �������������������� ������������������������������ ������� �������� ������������������� ����������������� ���������������� ��������������������� ����������������������������������������� �� �������������� ������ ������������� ��������������������� � ������������ � ���� ��������������� �������������������� ������ ������������������ ���� �������������� ��������������������� ����� ��������� ������������������ ���� ������������������� ����������� �� ����� ��������������� ���� ������������������ � ����������� �� ������������������� ���� �������������� ����� �� ���� ������������ ����� B Sílvia Ferreira. Elaborado com base em Preston et al., 1992, Fig. 2, p. 386. Permeabilidade da membrana celular à água em oócitos de Xenopus laevis. (A) Lise celular dos oócitos injetados com RNA que codifica a proteína CHIP28 (aquaporina) está representada pela letra X. (B) Fotomicrografias dos oócitos no tempo indicado. ����� � ������������������������������������������ ������������������������������� ���������������� ����� ������� ��������� ����������� ������ ��������������������������� ���� ��� ������������ ���������������������� �������� ������� ���� ����� � �������������� ��������������������������������� ���������������������������������������� ��������� ����� ����������������������������������� � ������������������ ������������������ � ������������ ����� ���� �������� � ����������� ���������������������������� ������������ ��� ���������� ����������� � ��������� ����������� �� ������� � ���� ����������� ��������� ���� ������������ �� ���������� ���������� ������ ����������� ��������� �� ��������� ����������������������� ������ ������� ���� ���� �������������������� ���������������������� �������� ���� ���� ��� ������� �� ���������� ������� ����� �� ����� ��� � ���������������������������������������������������� ����� � ������������ �������������� ��������������� ���� ������������������������������������������������������ ��� ����������� ������������������������������ ������������ ������������� ������������������� �� �� �������� � ������� ����������������������������������� ��������������� ������������� �������������������������������� � �������������������������������������������� ���� .... Minutos A qu ap or in as C on tr ol e Quer saber mais? Vídeo “Biology: cell transport. Nucleus Medical Media”. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ufCiGzDAk. Acesso em: ago. . O vídeo utiliza animações em D para explicar a estrutura e o funcionamento da membrana plasmática no transporte seletivo de substâncias (em inglês, com legendas em portugês disponíveis). Texto ANDRADE, R. O. Para tirar o sal da água. Pesquisa Fapesp, maio . Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/ para-tirar-o-sal-da-agua/. Acesso em: ago. . O artigo explica como a técnica de osmose reversa é utilizada para dessalinizar a água em regiões de escassez hídrica. Veja os principais assuntos e conceitos trabalhados neste capítulo acessando a seção Resumindo no livro digital, na Plataforma Poliedro. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 21 30/10/2023 11:51:50 22 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares 1. Uema 2018 O envoltório celular presente em todas as células é a membrana plasmática e sua estrutu- ra foi descoberta gradualmente. No ano de 1972, S. Singer e G. Nicholson, da Universidade da Califór- nia (EUA), propuseram um modelo usado até hoje. A configuração molecular proposta pelos autores en- contra-se representada na imagem a seguir. Exercícios complementares LINHARES e GEWANDSZNAJDER. Biologia. São Paulo: Ática, 2014. (Adaptado) Face externa da membrana Citoplasma Baseado nesse modelo, pergunta-se: a) Por que o modelo foi denominado de “mosaico fluido”? b) Explique o que vem a ser permeabilidade seletiva. 2. UEPG-PR 2017 O envoltório presente nas células é denominado membrana plasmática, e o modelo de sua estrutura foi proposto por S. J. Singer e G. Nicholson, em 1972, e denomina-se modelo do mosaico fluido. Assinale o que for correto quanto às características desta estrutura. A parede celular, presente em bactérias, fungos e plantas, é um envoltório da membrana plas- mática que confere resistência e torna a célula impermeável, uma vez que impede o trânsito de substâncias tanto de fora para dentro quanto de dentro para fora das células. O glicocálice é formado por uma camada de gli- cídios, associados aos lipídios e às proteínas de membrana, proporcionando resistência à mem- brana e conferindo às células a capacidade de se reconhecerem. A membrana plasmática tem como característica a permeabilidade seletiva, ou seja, a membrana plasmática permite a livre passagem de qualquer substância, independente de tamanho ou origem da mesma. Segundo o modelo do mosaico fluido, existem duas camadas de fosfolipídios que formam um revestimento fluido, delimitandoa célula e sepa- rando-a do meio externo. Existem proteínas que ficam imersas na bicamada fluida de fosfolipídios formando vias de passagem para substâncias. Soma: 3. UFPR 2023 A membrana celular, por delimitar o meio intra e extracelular, funciona como uma “portaria”, controlando o intercâmbio de substâncias, recebendo e emitindo sinais. Para cumprir essas diversas fun- ções, a membrana conta com estruturas e sistemas especializados, como, por exemplo, os receptores de membrana, responsáveis pela detecção de es- tímulos diversos, inclusive agentes invasores, e as proteínas, que atuam no transporte de substâncias. Considerando as informações apresentadas, assinale a alternativa correta. a) Agentes infecciosos conseguem infectar células humanas porque interagem com receptores ce- lulares específicos, enganando esse sistema de reconhecimento que permite a entrada desses agentes nas células. b) A passagem da água para fora da célula, em res- posta à inserção desta em um meio concentrado em solutos, é feita por meio das bombas iônicas. c) A bicamada fosfolipídica da membrana celular é altamente permeável a moléculas hidrofílicas, uma vez que delimita o compartimento celular em am- bientes aquosos. d) Os receptores de membrana responsáveis por detectar os estímulos são estruturas compostas de lipídio e fosfato, formando moléculas denomina- das fosfolipídios, que contêm uma cauda apolar e uma cabeça polar. e) Os vírus, parasitas intracelulares obrigatórios, in- fectam células humanas por meio do processo de exocitose. 4. UEPG/PSS-PR 2019 As células encontram-se sepa- radas do meio pelos envoltórios. Os envoltórios têm características que lhes permitem separar o interior da célula do meio externo, enquanto propiciam trocas de substâncias com o meio. Em relação às características e propriedades dos envoltórios celulares, assinale o que for correto. A membrana plasmática é um envoltório celular dito de organização lipoproteica, ou seja, consti- tuído principalmente de fosfolipídios e proteínas. Este envoltório constitui uma barreira semipermeá- vel às células. Em células vegetais, a membrana plasmática não está presente e a parede celular executa todas as funções de permeabilidade seletiva e de tro- cas entre os ambientes intra e extracelular. O glicocálice é formado por uma série de vita- minas ligadas às proteínas na face interna da membrana plasmática. Sua função exclusiva é de sinalização celular das moléculas do citoplasma e do núcleo. Em algumas bactérias, existe, além da membrana plasmática e da parede celular, outro envoltório externo: a cápsula, cuja espessura e a composi- ção química variam de espécie para espécie que as possuem. Estes tipos de bactérias são chama- das de capsuladas. Soma: 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 22 25/10/2023 10:10:59 23 FR EN TE 1 5. UnB-DF 2023 7. Unitau-SP 2023 Todos os seres vivos são constituí- dos por células, que possibilitam seu funcionamento adequado, incluindo organismos unicelulares. O fun- cionamento celular se dá pela estrutura e pelo papel desempenhado por componentes, como a membrana celular, núcleo e citoplasma. Quanto à membrana celular, responda: a) Diferencie parede celular procariótica de mem- brana celular. b) Diferencie as proteínas de membrana celular peri- féricas de proteínas de membrana celular integrais. 8. UFU-MG 2021 Nas células, além da membrana plasmática, há uma substância semelhante à gelati- na chamada de citosol, na qual as organelas estão suspensas. Com base no que se sabe sobre as células, a) por que nas células intestinais humanas, por exemplo, são encontradas microvilosidades? b) explique a função da mitocôndria na célula. c) estabeleça uma relação entre a quantidade dessa organela e a atividade desse tipo celular, usan- do como exemplo uma célula muscular. Justifique sua resposta. 9. UEPG-PR A membrana plasmática é a estrutura que delimita o conteúdo celular, separando-o do meio externo. Além de proteger, a membrana plasmática controla a entrada e saída de substâncias na célula. Muitas vezes pode apresentar associações ou modifi- cações que otimizam suas funções. Com base nesse enunciado, assinale o que for correto. Os desmossomos são regiões especializadas existentes nas membranas adjacentes de células vizinhas, que funcionam como presilhas, aumen- tando a adesão entre as células. A presença deles em todas as células de um epitélio garante a formação de um revestimento contínuo e coeso. As bactérias possuem membrana esquelética feita de polissacarídeos, que promove à célula forma definida e rígida. Essa membrana esqueléti- ca, contrariamente à plasmática, não é viva. As microvilosidades são dobras da membrana plasmática na superfície da célula que, voltadas para a parte interna do intestino delgado, per- mitem uma absorção mais eficiente do alimento digerido. As células vegetais possuem, associadas exter- namente à membrana plasmática, a membrana esquelética, denominada membrana celulósica, que possui papel mecânico, selecionando as substâncias que entram e saem das células. As interdigitações são dobras nas membranas plasmáticas limítrofes de duas células e que de- sempenham importante papel de coesão entre células vizinhas. Soma: Internet: <www.biologianet.com>. Tendo como referência o modelo precedente, corres- pondente ao mosaico fluido da membrana plasmática, julgue os itens a seguir. O glicocálix, formado por glicolipídios e glico- proteínas presentes na superfície da membrana plasmática, está envolvido com a adesão celular. A bicamada lipídica é formada por fosfolipídios cujos agrupamentos fosfato ficam voltados para o interior da bicamada. O colesterol, um lipídeo presente na membrana plasmática, interfere com a fluidez da membrana, diminuindo-a. As proteínas associadas à bicamada lipídica permi- tem que a célula interaja com o meio circundante de modo controlado, uma vez que estão envolvi- das com o transporte seletivo de moléculas. 6. FCMSCSP 2021 A figura ilustra a composição vas- cular e o tecido epitelial de um órgão do sistema digestório humano. (https://biobanter.wordpress.com. Adaptado.) a) Cite a modificação da membrana celular que per- mite a identificação desse órgão. Cite a função dessa modificação da membrana celular. b) A vascularização desse órgão é dada pelos ca- pilares sanguíneos e pelo vaso linfático. Qual a função de cada um desses vasos presentes nes- sa região? Célula epitelial Vaso linfático Vênula Arteríola Lácteo (modificação do vaso linfático) Capilar sanguíneo Célula epitelial 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 23 25/10/2023 10:10:59 24 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares Solução I Célula vegetal Célula animal Lisada Túrgida (normal) Plasmolisada Murcha Membrana plasmática Flácida Parede celular Normal Membrana plasmática HO HO HO HO Solução isotônica Solução II HO HO HO HO (Jane B. Reece et al. Biologia de Campbell, 2015. Adaptado.) a) Qual transporte através da membrana determina as alterações fisiológicas nas células represen- tadas na figura? Qual estrutura impediu o rompi- mento da célula vegetal imersa na solução I? b) Como são denominadas as soluções I e II, res- pectivamente, no que se refere à diferença de concentração em relação ao interior das células? 11. UFJF/Pism-MG 2018 Vários protozoários vivem em am- biente de água doce onde as concentrações de seus fluidos internos são maiores que as do meio, condição que lhes impõe um importante desafio que pode levar à ruptura e, consequentemente, morte do protozoário. a) Que processo físico-químico está envolvido nes- se problema? Como esse processo se dá na situação exposta no enunciado da questão? b) O que significa dizer que a membrana plasmática é uma membrana semipermeável? c) Exposta às mesmas condições que o protozoário do enunciado, uma célula vegetal se romperia? Por quê? 12. Famerp-SP2018 Paramécios, tripanossomos e leish- manias são protozoários que se locomovem de for- ma autônoma em seu hábitat. Paramécios vivem em água doce e tripanossomos e leishmanias são para- sitas humanos. a) Quais são as estruturas locomotoras desses pro- tozoários? b) Se colocados em um tubo de ensaio contendo água destilada, o tripanossomo sofre lise celular, e o paramécio não. Explique por que o paramécio não sofre lise celular. 13. UEPG-PR 2022 A fibrose cística é uma doença here- ditária humana decorrente da mutação no gene que codifica a proteína de membrana CFTR, presente no cromossomo 7. Tal mutação interfere na inserção da CFTR na membrana plasmática, resultando na expor- tação diminuída de íons cloro e consequentemente de água através da membrana plasmática de células epi- teliais que revestem as vias aéreas. Em decorrência Normal Muco hidratado Proteína CFTR normal Íon cloro Membrana da célula disso, o muco que reveste a superfície dos alvéolos pulmonares torna-se desidratado e espesso, e há a redução da eficiência respiratória. Com base no texto, na figura a seguir e nos seus conhecimentos, assinale o que for correto. Fibrose Cística Muco espesso e desidratado Proteína CFTR mutante Fora da célula Membrana da célula Dentro da célula Adaptado de: Moving forward with cystic fibrosis. Disponível em: <https://knowablemagazine.org/article/health-disease/2018/moving- forward-cysticfibrosis>. Acesso em: 01/09/2021. A passagem da água pela membrana ocorre atra- vés da bicamada lipídica e a partir de proteínas especiais chamadas de aquaporinas. A água difunde-se pela membrana de modo a di- luir o lado mais concentrado, ou seja, difunde-se da solução hipotônica para a hipertônica. Tanto as proteínas de membrana como os lipídeos de membrana apresentam, na sua estrutura, por- ções polares e apolares. A fibrose cística é uma doença autossômica. Soma: 14. Famema-SP 2021 Paramécios de água doce fre- quentemente recebem água do meio por osmose e poderiam sofrer lise e morrer se não fossem as or- ganelas osmorreguladoras. Estas removem a água excedente de dentro da célula e a expulsam para o meio ambiente. O funcionamento destas organelas envolve a participação de bombas de prótons, que lançam esses íons para o interior dessas estruturas os- morreguladoras. a) Cite a organela osmorreguladora presente nos paramécios. Qual a tonicidade do hialoplasma dos paramécios, em relação à tonicidade da água do meio ambiente, que os faz deixar a organela ativa? b) Em que local da organela osmorreguladora estão localizadas as bombas de prótons? Explique sucin- tamente como atuam essas bombas de prótons. 10. Fasm-SP 2019 A figura mostra células animais e vegetais imersas em três soluções com diferentes concentrações. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 24 31/10/2023 15:17:54 25 FR EN TE 1 15. UPE/SSA 2016 Observe a figura abaixo que apresen- ta as estruturas e organelas de uma célula vegetal: Considerando duas situações a que as células de uma planta podem estar submetidas, meio hipotônico (I) ou hipertônico (II), é CORRETO afi rmar que a) I. o vacúolo fica imenso e força a parede celular; II. o vacúolo se retrai, e a parede celular se solta da membrana plasmática. b) I. a membrana plasmática se contrai, diminuindo os espaços entre as organelas; II. os cloroplastos se expandem, liberando água. c) I. a membrana plasmática fica espessa; II. o vacúolo perde líquido que é absorvido pelos cloroplastos. d) I. há perda de líquido pelas principais estruturas; II. a célula diminui de tamanho, absorvendo a água pela parede celular. e) I. há maior troca iônica entre as organelas e o meio; II. apenas o nucléolo não perde líquido para o citoplasma. 16. UEPG-PR 2014 No esquema a seguir, a água pura (A) foi inicialmente separada de uma solução aquosa de açúcar (B) por uma membrana semipermeável. Com relação à osmose observada nesse experimento, as- sinale o que for correto. Vacúolo Complexo de Golgi Cloroplasto Lisossomo Mitocôndria Ribossomos Parede celular Membrana plasmática Nucléolo Núcleo Disponível em: http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2013/09/ celula-vegetal.jpg a) Os resultados observados no gráfico se devem ao transporte ativo que ocorre nas membranas das células. Indique a substância orgânica responsável pelo transporte ativo na membrana celular desse animal. Qual dado observado no gráfico permite relacionar os resultados com o transporte ativo? b) O transporte ativo ocorre, principalmente, na depen- dência indireta do gás oxigênio. Indique o processo metabólico que utiliza esse gás e explique a rela- ção desse processo com o transporte ativo. Tempo 1 Tempo 2 A B H2O A B Solução hipotônica Solução hipertônica Água pura Membrana semipermeável Desnívíví el Adaptado de: Lopes, S; Rosso, S. Bio. Volume 1. 2ª ed. Editora Saraiva. São Paulo, 2010. O desnível gradualmente formado entre os tem- pos e vai tornando cada vez mais difícil a passagem de água para o lado B. O sistema não entrará em equilíbrio devido à im- possibilidade de o soluto passar do lado B para o lado A. O desnível formado no tempo se dá por osmo- se, ou seja, a passagem de açúcar para o lado A. Em certo estágio, quando o retorno da água, devido ao desnível, equilibrar a tendência de pas- sagem de água do lado menos concentrado para o hipertônico, o sistema entrará em equilíbrio: a cada molécula de água que passar para um lado corresponderá outra que passará em sentido contrário. Soma: 17. UFU-MG 2019 A ouabaína é uma substância orgânica vegetal extraída da planta Strophantus gratus e utiliza- da nas pontas de flechas, por algumas tribos africanas, para paralisar a caça ou matar os inimigos. Essa subs- tância age como um potente inibidor enzimático que altera a regulação iônica, desabilitando a manutenção osmótica celular normal dentro e fora da célula. Com base nessas informações, responda: a) Qual é o sistema de transporte, através da mem- brana, que tem seu funcionamento desabilitado? Explique seu mecanismo de atuação. b) Quais são os efeitos que a ouabaína provoca nes- se transporte celular? Justifique sua resposta. 18. Famema-SP 2016 Analise o gráfico que ilustra as concentrações de sais minerais nos meios internos e externos de algumas células de um animal. co nc en tr aç ão (v al or es ar bi tr ár io s) intracelular extracelular CL2 K1 Na1 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 25 25/10/2023 10:11:00 26 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares 19. Unesp 2015 Leia o trecho da sentença condenatória de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Portanto condenam ao Réu Joaquim José da Silva Xavier por alcunha o Tiradentes Alferes que foi da tropa paga da Capitania de Minas a que com baraço e pregão seja conduzido pelas ruas públicas ao lugar da forca e nela morra morte natural para sempre, […] e a casa em que vivia em Vila Rica será arrasada e salgada, para que nunca mais no chão se edifique […]. (http://bd.tjmg.jus.br) Como se verifica, além da condenação à morte, a sentença determinava ainda que a casa em que o inconfidente vivia fosse demolida e a terra salgada, tornando-a assim improdutiva. Referindo-se aos processos de transporte de subs- tâncias através da membrana, os quais permitem às células dos pelos absorventes das raízes obter água e minerais do solo, explique por que salgar a terra torna o solo improdutivo. 20. UEPG-PR 2019 Os processos ativos são os que ocorrem por meio das membranas da célula graças ao fornecimento de energia do metabolismo celular e são caracterizados pelo movimento de soluto con- tra o gradiente de concentração. O esquema abaixo mostra a diferença de concentração dos íons Na1 e K1 dentro e fora de uma célula. Analise a figura abaixo e assinale o que for correto. Na1 Na1 Na1 Na1 Na1 Na1 Na1 Na1 Na1 Na1Na1 Na1 Célula Meio extracelular K1 K1 K1 K1 K1 K1 K1 K1 K1 Os processosativos ocorrem pelo movimento do soluto da solução menos concentrada para a mais concentrada e são realizados por proteínas car- readoras (permeases), presentes na membrana plasmática. No desenho esquemático, o íon Na1 está em uma concentração maior no líquido extracelular do que no intracelular. Já com o íon K1 ocorre o inverso, portanto sua concentração é maior dentro da célula. A alta concentração de íons K1 na célula é importante para a síntese proteica e algumas etapas da respiração. O bombeamento de Na+ para o meio extracelular contribui para a regu- lação osmótica da célula, evitando que se torne hipertônica. O processo ativo que permite a concentração diferencial destes íons na célula é chamado de bomba de sódio e potássio. O bombeamento de íons Na1 para dentro da célula e de íons K1 para fora da célula é reali- zado por uma proteína transportadora, com o fornecimento de energia na forma de ATP (tri- fosfato de adenosina). No processo ativo de transporte através da membrana, utilizando energia fornecida por ATP (trifosfato de adenosina), os íons Na1 (que penetram na célula por difusão facilitada) são levados para o meio extracelular, e os íons K1 (que saem da célula por difusão facilitada) são levados para o meio intracelular. Soma: 21. UEPG-PR 2014 A figura abaixo esquematiza o trans- porte da bomba de sódio e potássio na célula. Com relação a esse mecanismo, assinale o que for correto. Adaptado de: Linhares, S.; Gewandsznajder, F. Biologia hoje. 15a ed. Volume 1. Editora Ática. São Paulo. 2010. Esse tipo de transporte é ativo e com gasto de energia devido à concentração de sódio (Na1) fora da célula ser maior que em seu interior, ocor- rendo o oposto com o potássio (K1). Nessa bomba de sódio e potássio, para cada três íons sódio que saem, entram dois potássios. Des- se modo, surge uma diferença de cargas elétricas entre os dois lados da membrana, que fica positi- va na face externa e negativa na interna. A difusão facilitada apresentada na figura com o sódio (Na1) e o potássio (K1) ocorre nas células para equilibrar as concentrações desses dois íons entre as duas faces da membrana. Outra função desse mecanismo de transporte é aumentar a concentração de íons no citoplasma. Essa função está atrelada à difusão de água para impedir a plasmólise da célula. Citoplasma Exterior Exterior Exterior Citoplasma Citoplasma 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 26 25/10/2023 10:11:00 27 FR EN TE 1 Bicamada fosfolipídica Proteína de canal A B C D Proteínas carreadoras ou permeases Partículas transportadas: tamanhos e polaridades distintas Adaptado de: LOPES, S., ROSSO, S. BIO. 2a ed. Volume 1. Editora Saraiva. São Paulo. 2010. O transporte ativo, representado em D, ocorre atra- vés da membrana plasmática, com gasto de energia, ou seja, ocorre contra o gradiente de concentração. Em A, B e C podemos observar exemplos de transporte pela membrana plasmática sem gasto de energia, tendendo a igualar a concentração da célula com a do meio externo, ou seja, acontece a favor do gradiente de concentração. Em C, está representada a difusão facilitada. Nes- te processo, algumas proteínas da membrana, ou permeases, atuam facilitando a passagem de cer- tas substâncias. Podemos citar, como exemplo, o transporte de glicose em células do fígado. A difusão facilitada corresponde ao movimento de partículas de onde elas estão menos concen- tradas para uma região de maior concentração, como demostrado por D. Neste tipo de trans- porte, faz-se uso de energia para passagem de substâncias do meio intracelular (hipotônico) para o meio extracelular (hipertônico). Na osmose, representada em A, partículas, íons e proteínas podem atravessar a membrana por sim- ples difusão, com o objetivo da manutenção das concentrações em equilíbrio entre os meios intra e extracelular. Soma: 24. Unicamp-SP Hemácias de um animal foram colocadas em meio de cultura em vários frascos com diferentes concentrações das substâncias A e B, marcadas com isótopo de hidrogênio. Dessa forma os pesquisadores puderam acompanhar a entrada dessas substâncias nas hemácias, como mostra o gráfico apresentado a seguir. Esse tipo de transporte ocorre sempre a favor do gradiente de concentração para os íons sódio (Na1) e contra o gradiente de concentração para o potássio (K1). Soma: 22. USF-SP 2018 Água de injeção* O produto é indicado na diluição ou dissolução de medicamentos compatíveis com a água para injeção. Não deve ser administrada diretamente por via endovenosa. Sua administração na circulação sistêmica causa hemólise (des- truição dos glóbulos vermelhos) e desordens eletrolíticas. Seu uso não é recomendável em procedimentos cirúrgicos. Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2951567/ agua+p+injecao.pdf/c76f9006-d69c-4c95-8ff0-1f71c72c78>. Acesso em: 11/10/2017. * Água de injeção é uma água sem substâncias adicionadas, caracterizada por líquido límpido, hipotônico, estéril e apirogênico (sem produtos do metabolismo de organismos, como bactérias e fungos, que podem causar febre). Com base no texto e nos seus conhecimentos de bio- logia, resolva o que se pede. a) Explique a razão pela qual a administração na circulação sistêmica da água de injeção causa hemólise. Qual a estrutura celular diretamente en- volvida no processo de hemólise? b) Dentre os distúrbios eletrolíticos citados, pode- mos relatar alterações nas taxas de potássio e sódio no organismo. Como você consegue ex- plicar o fato de que, no interior de uma célula normal, a concentração de íons sódio mantém-se cerca de a vezes menor que a do meio exte- rior, enquanto a concentração interna de potássio é cerca a vezes maior que a concentração existente no meio extracelular? 23. UEPG-PR 2017 A figura abaixo trata-se de uma repre- sentação esquemática da passagem de partículas de soluto através da membrana plasmática. Sobre o as- sunto, assinale o que for correto. A B V el oc id ad e de tr an sp or te 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 Concentração no meio extracelular (mg/mL) 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Assinale a alternativa correta. a) A substância A difunde-se livremente através da membrana; já a substância B entra na célula por um transportador que, ao se saturar, mantém constante a velocidade de transporte através da membrana. b) As substâncias A e B atravessam a membrana da mesma forma, porém a substância B deixa de en- trar na célula a partir da concentração de mg/mL. c) A quantidade da substância A que entra na célula é diretamente proporcional a sua concentração no meio extracelular, e a de B, inversamente pro- porcional. d) As duas substâncias penetram na célula livre- mente, por um mecanismo de difusão facilitada, porém a entrada da substância A ocorre por transporte ativo, como indica sua representação linear no gráfico. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6.indd 27 30/10/2023 11:53:02 EM13CNT205 1. Enem 2017 Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmática, fusionou-se uma célula de camundongo com uma célula humana, formando uma célula híbrida. Em seguida, com o intuito de marcar as proteínas de membrana, dois anticorpos foram inseri- dos no experimento, um específico para as proteínas de membrana do camundongo e outro para as pro- teínas de membrana humana. Os anticorpos foram visualizados ao microscópio por meio de fluorescên- cia de cores diferentes. BNCC em foco ALBERTS, B. et al. Biologia molecular da célula, Porto Alegre: Artes Médicas, 1997 (adaptado). (Proposta Curricular do Estado de São Paulo, São Paulo Faz Escola, Biologia, Caderno do Aluno, 2a série vol. 1, 2009.) Pode-se afi rmar que, depois de realizado o experimento, a) a concentração osmótica no interior da célula A é maior que a concentração osmótica no interior da célula B. b) a concentração osmótica no interior da célula C é maior que a concentraçãoosmótica no interior da célula B. c) a concentração osmótica no interior das três cé- lulas é a mesma, assim como também o era antes de terem sido colocadas nas respectivas soluções. d) a concentração osmótica no interior das três cé- lulas não é a mesma, assim como também não o era antes de terem sido colocadas nas respecti- vas soluções. e) se as células A e B forem colocadas na solução na qual foi colocada a célula C, as três células apre- sentarão a mesma concentração osmótica. EM13CNT301 3. UEL-PR 2014 (Adapt.) Nos últimos 10 000 anos, o ní- vel de evaporação da água do Mar Morto tem sido maior que o de reposição. Dessa forma, a concentra- ção de sais tem aumentado, já que o sal não evapora. A principal fonte abastecedora do Mar Morto é o Rio Jordão. Com a salinidade tão alta, apenas alguns micro-organismos são capazes de sobreviver nesse ambiente. Quando um peixe vindo do Rio Jordão de- ságua no Mar Morto, ele morre imediatamente. Quando um peixe é exposto a um ambiente com alta salinidade, ocorre um grande aumento da concen- tração de sais nos seus fluidos extracelulares. Esse aumento provoca a formação de um gradiente de concentração, em que o meio intracelular apresenta- -se hipotônico em relação ao meio extracelular (hi- pertônico). O que acontece com as hemácias nessa situação? Qual o nome do transporte celular envolvido? 28 BIOLOGIA Capítulo 6 Envoltórios celulares A mudança observada da etapa 3 para a etapa 4 do experimento ocorre porque as proteínas a) movimentam-se livremente no plano da bicamada lipídica. b) permanecem confinadas em determinadas regiões da bicamada. c) auxiliam o deslocamento dos fosfolipídios da mem- brana plasmática. d) são mobilizadas em razão da inserção de anticorpos. e) são bloqueadas pelos anticorpos. EM13CNT202 2. Unesp Três amostras de hemácias, A, B e C, foram isoladas do sangue de uma mesma pessoa e colo- cadas em soluções com diferentes concentrações de sal. A figura apresenta as hemácias vistas ao micros- cópio quando colocadas nas diferentes soluções. Na linha inferior, representação esquemática das células da linha superior. As setas indicam a movimentação de água através da membrana. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_005_028_f1_c6_p4.indd 28 25/10/2023 10:11:01 Bioenergética Você sabia que a maior parte da energia que você utiliza todos os dias é produzida por organelas que se originaram de bactérias? De acordo com a teoria endossimbiótica, as mitocôndrias são organelas celulares que surgiram a partir do englobamento de bactérias aeróbicas primitivas que passaram a viver dentro de células eucarióticas, estabelecendo com elas uma relação de mutualismo. Sem as mitocôndrias, não seríamos capazes de produzir toda a energia necessária para as diversas atividades metabólicas que desempenha- mos no dia a dia, como a contração muscular, a produção de moléculas e a transmissão de impulsos nervosos. 7 CAPÍTULO FRENTE 1 Mitocôndria vista ao microscópio eletrônico de transmissão (ampliação de 157 mil vezes; colorida artificialmente). Ke ith R . P or te r/ S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 29 27/10/2023 11:29:36 30 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética ATP: a energia do mundo vivo A degradação de moléculas orgânicas, como carboi- dratos e lipídios, libera grande quantidade de energia, que é armazenada em moléculas de trifosfato de adenosina, ou ATP (do inglês adenosine triphosphate). Essa molécula é fun- damental para todos os seres vivos, pois capta e armazena a energia das reações químicas exergônicas e a transfere, posteriormente, às reações químicas endergônicas. exergônicas: reações químicas que liberam energia, como a respiração celular. endergônicas: reações químicas que consomem energia, como a fotossíntese. O ATP é um nucleotídeo formado pela base nitrogena- da adenina unida a uma molécula de ribose (carboidrato) que, por sua vez, está ligada a uma cadeia constituída de três moléculas de fosfato. O termo �adenosina� refere-se à adenina ligada à ribose. As ligações químicas entre os grupos fosfato são altamente energéticas, especialmente a que une os dois últimos. Representação esquemática da molécula de ATP. Uma molécula de ATP é sintetizada a partir de ADP (difosfato de adenosina), com apenas dois fosfatos. A adi- ção de um íon fosfato é chamada de fosforilação e é uma reação endergônica. A energia consumida nessa reação é proveniente, na maioria dos casos, do processo de res- piração celular. A quebra da ligação entre os dois últimos fosfatos, entretanto, libera a mesma quantidade de energia, que pode ser utilizada em diversas atividades celulares, como o transporte ativo de substâncias através da mem- brana, a síntese de proteínas e a contração muscular. Representação esquemática da regeneração do ATP. Respiração celular aeróbia Um dos principais processos utilizados pelos se- res vivos para a liberação de energia dos alimentos é a Equação química da respiração aeróbia. Durante a respiração celular, boa parte da energia liberada é armazenada nas moléculas de ATP, mas também ocorre perda de energia na forma de calor, já que o pro- cesso não tem % de eficiência. A oxidação total da glicose ocorre em três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória. Nas células procarióticas, como as das bactérias, a glicólise e o ciclo de Krebs ocorrem no citosol, e a cadeia respiratória, na mem- brana plasmática. Já nas células eucarióticas, a glicólise ocorre no citosol, e o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória, no interior das mitocôndrias. Mitocôndria As mitocôndrias são organelas celulares membranosas que realizam a respiração celular. Dependendo do tipo e do grau de atividade metabólica das células, o número de mitocôndrias pode variar de algumas dezenas até cente- nas delas. Cada mitocôndria tem uma membrana externa, que é lisa, e uma membrana interna, com dobras, denominadas cristas mitocondriais, que se projetam para o interior da organela. Na membrana interna existem diversas proteínas específi- cas que participam da cadeia transportadora de elétrons. O espaço interno da mitocôndria é preenchido por um lí- quido viscoso, semelhante ao citosol, denominado matriz mitocondrial, onde são encontrados ribossomos semelhan- tes aos bacterianos, enzimas e moléculas de DNA circular. CHO 1 O CO 1 HO 1 E Glicose Água EnergiaGás oxigênio Gás carbônico respiração celular aeróbia. Nesse processo, ocorre oxi- dação total de moléculas orgânicas, com a participação do gás oxigênio (O), liberando energia na forma de moléculas de ATP. O principal reagente oxidado na respiração celular é a glicose (CHO), formando moléculas de água (HO) e gás carbônico (CO). Representação esquemática de uma mitocôndria. Novas mitocôndrias surgem apenas pela duplicação de mitocôndrias preexistentes nas células. Isso significa que, durante a divisão celular, as células-filhas precisam receber mitocôndrias da célula-mãe, pois, caso contrário, não conseguirão produzir essas organelas. À medida que Trifosfato de adenosina (ATP) Fosfatos Ribose Ligação altamente energética Adenosina Adenina ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA DNA Matriz mitocondrial Ribossomos Crista mitocondrial Espaço entre as membranas Membrana externa Membrana interna A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Adenina AdeninaAdenina Adenina 1 E ERibose Ribose ADP Fosfatos Fosfatos Metabolismo celular Respiração celular ATP D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 30 27/10/2023 11:29:38 31 FR EN TE 1 Glicose Ácido pirúvico Ácido pirúvico ATPATP ADP 2 ADP 2 ADP ADP Frutose 1,6 difosfato P P P P P P 2 Pi 2 NAD+ 2 NADH + 2 H+ ATP2 ATP2 Glicólise A glicólise (do grego glykos, açúcar, e lysis, quebra) consisteem uma sequência ordenada de dez reações quí- micas que ocorrem no citosol. Ao final do processo, são produzidas duas moléculas de ácido pirúvico (CHO), ou piruvato, para cada molécula de glicose degradada. Essa é uma etapa anaeróbia, uma vez que não utiliza gás oxigênio. No início da glicólise, ocorre a fosforilação da glicose, com a adição de dois fosfatos provenientes da hidrólise de duas moléculas de ATP. Com isso, a molécula de glicose torna-se instável e pode ser quebrada mais facilmente. Em seguida, ocorre a desidrogenação das moléculas intermediárias, processo em que hidrogênios são captura- dos por uma molécula aceptora denominada nicotinamida adenina dinucleotídeo ou NAD. Moléculas de NAD1 (forma oxidada) são convertidas em NADH (estado reduzido) ao capturarem elétrons e íons H1 provenientes da quebra da glicose. Ao final da glicólise, além do ácido pirúvico, são produzidas quatro moléculas de ATP e duas de NADH para cada molécula de glicose degradada. as células-filhas crescem, suas mitocôndrias se multiplicam, estabelecendo o número original existente na célula-mãe. De acordo com a teoria endossimbiótica, as mito- côndrias são organelas que surgiram a partir de bactérias, provavelmente do grupo das proteobactérias, que foram englobadas por células eucarióticas primitivas, estabele- cendo uma relação de mutualismo com elas. Na maioria dos seres vivos de reprodução sexuada, as mi- tocôndrias são transmitidas exclusivamente por herança materna. Isso significa que apenas as mitocôndrias existentes no óvulo farão parte do zigoto e, consequen- temente, do descendente formado. As mitocôndrias do espermatozoide são destruídas após a fecundação. Atenção Representação esquemática da glicólise, primeira etapa da respiração celular. Proteína transportadora Piruvato Citosol Mitocôndria Acetil-CoA NADH CO2 Coenzima A + H+NAD+ CoA Ciclo de Krebs As moléculas de ácido pirúvico produzidas na gli- cólise entram na mitocôndria por meio de uma proteína transportadora e são transformadas em acetil-CoA. Essa fase, que antecede o ciclo de Krebs, é conhecida como oxidação do ácido pirúvico e depende de um complexo enzimático, a piruvato desidrogenase, que catalisa três reações consecutivas: • o grupo carboxila do ácido pirúvico é oxidado e con- vertido em uma molécula de CO; • a molécula de dois carbonos é oxidada e os elétrons são transferidos ao NAD1, que é convertido em NADH; • a coenzima A (CoA) se liga à molécula intermediária de dois carbonos e forma o acetil-CoA. CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Representação esquemática da oxidação do ácido pirúvico. O acetil-CoA é fundamental ao ciclo de Krebs, cujo nome foi dado em homenagem ao bioquímico alemão Hans Adolf Krebs (-), que descreveu esse ciclo de reações químicas e foi laureado pelo prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de . O ciclo de Krebs começa com a reação entre o acetil- -CoA (com carbonos) e o ácido oxalacético (com carbonos), ocorrendo liberação da coenzima A e for- mação do ácido cítrico ( carbonos). Como o ácido cítrico tem três carboxilas e é o primeiro produto formado no ciclo de Krebs, esse ciclo também é conhecido como ci- clo do ácido cítrico ou do ácido tricarboxílico. Durante o processo, o ácido cítrico e as moléculas intermediárias sofrem desidrogenações e descarboxilações e, ao final, o ácido oxalacético é regenerado. Ao longo das oito reações subsequentes à forma- ção do ácido cítrico, são produzidas moléculas de gás carbônico (CO), elétrons de alta energia e íons hidrogênio (H1). Os elétrons e os íons hidrogênio são capturados pelo NAD1, que se transforma em NADH, e por outro aceptor, conhecido como flavina-adenina dinucleótido ou FAD, que se transforma em FADH. Ocorre também a produção de uma molécula de GTP (guanosina trifosfato), que pode ser usada para regenerar uma molécula de ATP. Considerando que na glicólise são produzidas duas moléculas de ácido pirúvico, o rendimento total da oxida- ção dessas moléculas em acetil-CoA e do ciclo de Krebs é de seis moléculas de gás carbônico, dez de NADH, quatro de FADH e duas de ATP. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 31 27/10/2023 11:29:38 32 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética NADH FADH₂ ADP 1 Pi Cadeia transportadora de elétrons Quimiosmose Matriz mitocondrial Complexo proteico Espaço entre as membranas H₂OFAD 1 ½ O₂2 NAD1 ATP sintase Cit C ATP I Q II III IV Cadeia respiratória A última etapa da respiração celular, conhecida como cadeia respiratória ou fosforilação oxidativa, ocorre nas cristas mitocondriais. Nelas, moléculas de uma cadeia de transporte de elétrons encontram-se ordenadas em uma se- quência crescente de afinidade por elétrons, provenientes do NADH e FADH. Muitas dessas moléculas são proteínas denominadas citocromos, que formam complexos protei- cos, numerados de I a IV. Cada citocromo tem um grupo prostético, conhecido como grupo heme, formado por um átomo de ferro, que recebe e transfere elétrons. Cada complexo recebe os elétrons e os transfere com menos energia para o complexo seguinte. As moléculas transportadoras de elétrons passam do estado reduzido, quando recebem elétrons, para o estado oxidado, quando doam elétrons. O último citocromo da cadeia transfere os elétrons ao gás oxigênio (O), que atua como aceptor final. Cada oxigênio também se liga a um par de íons hidrogênio (H1), formando uma molécula de água (HO). Nas cristas mitocondriais, encontra-se também a en- zima ATP sintase, que produz moléculas de ATP. Esse processo é conhecido como fosforilação oxidativa, pois é adicionado um grupo fosfato ao ADP, formando ATP em diversas reações sequenciais em que o gás oxigênio é o último agente oxidante. A energia necessária para a produ- ção dessas moléculas surge da diferença de concentração de íons H1 nos lados opostos da membrana interna da mitocôndria, em um mecanismo chamado quimiosmose. Representação esquemática das principais reações do ciclo de Krebs. Rendimento energético da respiração celular Durante a respiração celular, a maior parte da ener- gia flui na sequência: glicose → NADH ou FADH → cadeia transportadora de elétrons → ATP. Para cada molécula de glicose oxidada, uma célula eucariótica consegue produzir cerca de moléculas de ATP. Como vimos, a glicólise e o ciclo de Krebs resultam na produção de duas moléculas de ATP em cada etapa. Já na cadeia transportadora de elétrons, cada molécu- la de NADH gera energia suficiente para a produção de , ATP, enquanto cada molécula de FADH gera energia para produzir , ATP. Na respiração celular são produzidas, ao todo, dez moléculas de NADH, que geram energia para produzir moléculas de ATP, enquanto as duas molé- culas de FADH geram energia para produzir três moléculas de ATP. Portanto, o rendimento da cadeia respiratória é Morte por cianetos Os cianetos, ou cianuretos, são compostos químicos que contêm o grupo ciano. Essas moléculas se combinam de maneira irreversível com o último citocromo da cadeia res- piratória, bloqueiam a passagem de elétrons pela cadeia e interrompem a produção de energia, o que pode levar uma pessoa à morte em apenas alguns minutos. Esses gases foram utilizados em campos de extermínio durante a Segunda Guerra Mundial e em câmaras de gás para a execução de condenados à pena de morte nos Estados Unidos. No Brasil, a maioria das vítimas do in- cêndio que ocorreu na boate Kiss, na cidade de Santa Maria (RS), em , intoxicou-se com cianetos liberados pela queima da espuma do isolante acústico que revestia as paredes da boate. Estabelecendo relações CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Representação da membrana interna da mitocôndria, destacando a cadeia transportadora de elétrons e o mecanismo de quimiosmose. Alguns organismos procariontes realizam respiração celu- lar sem utilizar o gásoxigênio, processo conhecido como respiração anaeróbia. No lugar do gás oxigênio, com- postos inorgânicos retirados do ambiente, como nitratos, sulfatos ou carbonatos, atuam como aceptores finais de elétrons na cadeia respiratória. As bactérias desnitrifican- tes, que participam do ciclo do nitrogênio, são exemplos de organismos que realizam esse processo. Atenção Ao longo da cadeia transportadora, a energia libe- rada dos elétrons (provenientes do NADH e do FADH), conhecida como força eletromotiva, é utilizada para bombear íons H1 da matriz mitocondrial para o espaço entre as membranas através dos complexos proteicos. O aumento da diferença de concentração de H1 aumenta a tendência de esse íon retornar à matriz mitocondrial por difusão, mas essa passagem só acontece através da ATP sintase, um complexo proteico que gira com a passagem de íons H1. Durante esse processo, a energia potencial de difusão dos íons H1 é convertida em energia mecânica e, na sequência, em energia química, armazenada na molécula de ATP. CoA CoA Ácido cítricoÁcido oxalacético Ciclo de Krebs Molécula intermediária Acetil-CoA Molécula intermediária Molécula intermediária Molécula intermediária NADH CO2 CO2 1 H1 NADH FADH2 1 H1 NADH 1 H1 ATP NAD1 NAD1 ADP 1 Pi NAD1 FAD1 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 32 27/10/2023 11:29:39 33 FR EN TE 1 Citosol Mitocôndria 2 ATP 2 ATP 28 ATP Ciclo de Krebs Cadeia respiratória Glicólise Glicose Piruvato Elétrons carregados via NADH e FADH2 Elétrons carregados via NADH CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Representação esquemática das três etapas da respiração aeróbia. 2 ácido pirúvico 2 ácido lático Glicose Glicólise 2 NADH2 NAD1 2 ATP 1 2 H1 2 APD 1 2 Pi Fermentação A fermentação é o processo bioquímico de produção de energia de muitos organismos anaeróbios, como diver- sas bactérias e fungos. Ela não usa oxigênio e não passa pelas etapas do ciclo de Krebs e da cadeia transportadora de elétrons, como ocorre na respiração celular. Como a glicose não é totalmente quebrada e oxidada, a fermen- tação não libera toda a energia estocada nessa molécula. Na fermentação, da mesma maneira que na respiração, ocorre a glicólise, com formação de duas moléculas de ácido pirúvico, ATP e NADH. A diferença é que, na respira- ção, os elétrons do NADH são transferidos para a cadeia transportadora de elétrons, enquanto na fermentação esses elétrons retornam ao ácido pirúvico ou a outras moléculas formadas a partir dele. Esse mecanismo permite a recicla- gem do NAD1, fundamental para a manutenção da glicólise. Existem diversos tipos de fermentação, que diferem quanto aos produtos formados a partir do ácido pirúvico. Os dois tipos mais importantes e estudados são a fermenta- ção lática e a alcoólica, que apresentam grande importância econômica, pois são utilizadas na produção de alimentos e produtos industriais. Fermentação lática Na fermentação lática, o ácido pirúvico produzido na glicólise é reduzido pelo NADH e forma uma molécula de ácido lático (ou lactato). Esse processo regenera o NAD1 sem produzir gás carbônico (CO) e é realizado por determinadas bactérias, alguns fungos e pelas células musculares humanas. Desde a Antiguidade, a fermentação lática é larga- mente utilizada para a produção de laticínios, como queijos, requeijões, coalhadas e iogurtes. Para a pro- dução de iogurtes, por exemplo, o leite desnatado é inoculado com uma mistura das bactérias Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii. Durante o pro- cesso, o estreptococo produz ácido lático a partir da glicose e da galactose, promovendo a coagulação do leite. Já os lactobacilos produzem substâncias que conferem cremosidade, sabor e aroma característicos do iogurte. As células musculares humanas também podem rea- lizar a fermentação lática para a produção de energia. No corpo humano, existem dois tipos de fibras musculares: as lentas e as rápidas. As fibras musculares lentas têm muitas mitocôndrias e obtêm energia principalmente por meio da respiração celular. Já as fibras rápidas apresentam pou- cas mitocôndrias e realizam, principalmente, fermentação lática para a produção de energia. A atividade desses dois tipos de fibra depende da disponibilidade de oxigênio e da intensidade da atividade física. O ácido lático produzido durante a atividade física é conduzido para o fígado e transformado em ácido pi- rúvico, que é oxidado e convertido em glicose, processo conhecido como gliconeogênese (do grego glykys, doce, e neo, novo; e do latim genesis, origem). Fermentação alcoólica Na fermentação alcoólica, o ácido pirúvico é con- vertido em acetaldeído, com liberação de gás carbônico (CO). Na sequência, o acetaldeído é reduzido pelo NADH e forma uma molécula de etanol (CHOH), regenerando o NAD1. Esse processo é realizado por determinadas bac- térias e pelas leveduras (fungos unicelulares do gênero Saccharomyces). CHO CHO 1 E Glicose EnergiaÁcido lático Equação química simplificada da fermentação lática. Representação esquemática das reações químicas da fermentação lática. de ATP. Se somarmos essa quantia às moléculas de ATP produzidas na glicólise e no ciclo de Krebs, o rendimento total da respiração aeróbia é de ATP. CHO CHOH 1 CO 1 E Glicose Etanol EnergiaGás carbônico Equação química simplificada da fermentação alcoólica. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 33 27/10/2023 11:29:39 34 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética Há pelo menos mil anos, a humanidade emprega leveduras na produção de pães, cervejas e vinhos. No caso dos pães, a levedura Saccharomyces cerevisiae, também conhecida como fermento biológico, transforma carboidra- tos da massa em etanol e gás carbônico. Quando a massa é aquecida, as bolhas de gás em seu interior se dilatam, tornando a massa leve e macia, e o etanol produzido pela fermentação evapora durante o cozimento. As leveduras da espécie Saccharomyces cerevisiae também realizam a fermentação alcoólica dos açúcares produzidos pela cana-de-açúcar. O etanol produzido pode ser utilizado como combustível nos automóveis e para esterilização de ferimentos e instrumentos cirúrgicos em ambiente hospitalar. Muitas bebidas alcoólicas são produzidas pela fer- mentação alcoólica dos açúcares de sementes e de frutos. Na produção de vinho, leveduras são utilizadas para fermentar o suco de uva; para a produção de cerveja, o substrato utilizado é o malte, derivado da germinação da semente de cevada; e, na produção de saquê, a fermen- tação é feita por um fungo, que utiliza como substrato o açúcar da semente de arroz. 2 ácido pirúvico 2 etanol 2 acetaldeído Glicose Glicólise 2 NADH2 NAD+ 2 ATP + 2 H+ 2 CO2 2 APD + 2 Pi Fotossíntese Um dos processos bioquímicos mais importantes para a vida no planeta é a fotossíntese (do grego photos, luz, e syntithenai, produzir). Nesse processo, ocorre a produção de moléculas orgânicas a partir de moléculas inorgânicas, com a conversão de energia luminosa em energia química, armazenada nas moléculas produzidas. A fotossíntese é realizada por diferentes grupos de seres vivos, como cianobactérias, algas e plantas. A energia química produzida pelo processo é utilizada pelos próprios organismos fotossintetizantes e pelos outros seres vivos das teias alimentares. Na fotossíntese oxigênica, os reagentes utilizados são o gás carbônico (CO) e a água (HO), enquanto os produtos sintetizados são a glicose (CHO) e o gás oxigênio (O). Leveduras são anaeróbias facultativas. Isso significa que ambientes sem oxigênio são condição fundamental para a produção de bebidas alcoólicas (como cerveja e vinho). Na presença de oxigênio, as leveduras realizam respira- ção celular, processo que produz água e gás carbônico, sem que ocorra produção de etanol. Atenção Experimento pioneirosobre fotossíntese Até o início do século XVII, acreditava-se que as plantas retiravam do solo todos os nutrientes necessários para a fotossíntese. Para testar essa hipótese, o químico e médico belga Jan Baptist van Helmont (-) cultivou uma muda de salgueiro de , kg em um vaso com , kg de terra. Durante cinco anos, ele regou a planta com água e, ao final do experimento, constatou que ela estava com kg, mas o solo havia sofrido pouca alteração de massa. Van Helmont concluiu que o ganho de massa da planta era devido apenas à ab- sorção de água do solo. Hoje, sabe-se que, além da água, esse ganho se deve também ao gás carbônico, retirado da atmosfera. Saiba mais Representação esquemática das reações químicas da fermentação alcoólica. Equação química da fotossíntese. Representação esquemática do experimento pioneiro de van Helmont sobre fotossíntese. Muda de salgueiro com 2,3 kg 90,8 kg de terra 77 kg 90 kg Planta adultaÁgua CO 1 HO 1 E CHO 1 O Água GlicoseEnergia luminosa Gás carbônico Gás oxigênio Origem do gás oxigênio na fotossíntese Até o início do século passado, os cientistas acredi- tavam que o gás oxigênio produzido na fotossíntese era derivado da quebra do gás carbônico. No entanto, em , o bioquímico estadunidense Cornelis Bernardus van Niel (-) verificou que sulfobactérias, que realizam fotossíntese anoxigênica (ou seja, que não produz oxigênio), consomem gás sulfídrico (HS) em vez de água e produzem glóbulos amarelos de enxofre no lugar de gás oxigênio. Equação química da fotossíntese anoxigênica, realizada pelas sulfobactérias. CO 1 HS 1 E CHO 1 S 1 HO Gás sulfídrico Glicose Enxofre ÁguaEnergia luminosa Gás carbônico ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 34 27/10/2023 11:29:40 35 FR EN TE 1 Van Niel propôs que, no processo realizado pelas sul- fobactérias, o gás sulfídrico fornece o hidrogênio utilizado na síntese de açúcares e que a água desempenha esse papel no processo realizado pelas plantas. No entanto, em vez de produzir enxofre, como as sulfobactérias, as plan- tas produzem gás oxigênio a partir da água. Isso fez cair a ideia, predominante na época, de que o gás oxigênio origina-se do gás carbônico. Em , cientistas da Universidade de Berkeley (Estados Unidos) realizaram experimentos que confirmaram a hipótese de van Niel sobre a origem do gás oxigênio na fotossíntese, utilizando um isótopo pesado do oxigê- nio (O). Os resultados demonstraram que, quando as plan- tas eram regadas com água formada pelo isótopo, elas produziam gás oxigênio contendo esse isótopo, o que não ocorria quando era o gás carbônico que continha o isótopo. CO 1 HO 1 E CHO 1 O 1 HO CO 1 HO 1 E CHO 1 O 1 HO Água Água Glicose Glicose Água Água Energia luminosa Energia luminosa Gás carbônico Gás carbônico Gás oxigênio Gás oxigênio Experimento (gás carbônico com O): Equações químicas da fotossíntese oxigênica utilizando isótopos pesados do oxigênio para verificar a origem do gás oxigênio na fotossíntese. Experimento (água com O): Cloroplastos Nas plantas terrestres, a fotossíntese ocorre apenas no interior dos cloroplastos, organelas exclusivas de algas e plantas. Em algumas algas e nas briófitas, cada célula tem apenas um ou poucos cloroplastos grandes, enquanto nas demais algas e plantas os cloroplastos são pequenos e numerosos (cerca de por célula). Cada cloroplasto é delimitado por um envoltório for- mado por duas membranas lipoproteicas: uma externa e outra interna. O interior do cloroplasto é preenchido por um fluido semelhante ao citosol, denominado estroma, onde são encontrados ribossomos semelhantes aos das ciano- bactérias, vários tipos de enzima, RNA, grãos de amido e moléculas circulares de DNA. Representação esquemática de um cloroplasto, organela responsável pela fotossíntese. Dentro do cloroplasto existe um complexo membrano- so lipoproteico formado por bolsas achatadas denominadas tilacoides (do grego thylakos, saco), onde se concentram os pigmentos fotossintéticos. Os tilacoides estão organiza- dos em estruturas semelhantes a pilhas de moedas. Cada pilha de tilacoides é denominada granum (do latim, grão) e o conjunto delas é conhecido como grana. As membranas que comunicam os grana são denominadas lamelas ou intergrana. As cavidades internas dos tilacoides estão em comunicação direta, constituindo um compartimento único, denominado lúmen. De acordo com a teoria endossimbiótica, os cloro- plastos são organelas que surgiram a partir de bactérias, provavelmente do grupo das cianobactérias, que foram englobadas por células eucarióticas primitivas, estabele- cendo com elas uma relação de mutualismo. Pigmentos fotossintéticos Para haver fotossíntese, é necessário que ocorra a ab- sorção de luz solar pelos pigmentos fotossintéticos dos cloroplastos. Esses pigmentos são capazes de absorver apenas alguns comprimentos de onda da luz, refletindo os demais, e a cor do pigmento é determinada pela luz refletida por ele. Por exemplo, a clorofila é verde porque reflete a luz verde e absorve os comprimentos de onda de outras cores, como azul e vermelho, nos quais as taxas fotossintéticas são maiores. O principal pigmento fotossintético presente em todos os eucariontes fotossintetizantes, indispensável para a fo- tossíntese, é a clorofila (do grego chloros, verde). Existem vários tipos de clorofila, com pequenas diferenças na es- trutura molecular. Os principais são: • clorofila a: encontrada em todos os fotossintetizantes oxigênicos; • clorofila b: encontrada em plantas, algas verdes e eu- glenófitas; • clorofila c: encontrada em dinoflagelados, diatomá- ceas e algas pardas; • clorofila d: encontrada apenas em algas vermelhas. Eletromicrografia de transmissão (cores artificiais) de cloroplasto, com destaque para as membranas, lamelas, tilacoides e estroma (as lamelas têm cerca de 10 nm de espessura). DNAMembrana externa Membrana interna Ribossomos Tilacoides Granum Membranas Granum Tilacoides Estroma Lamelas ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m B io ph ot o A ss oc ia te s/ S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a Estroma 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 35 27/10/2023 11:29:42 36 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética Além das clorofilas, há também pigmentos acessórios, que estão envolvidos na absorção de luz durante a fotossíntese e na fotoproteção, pois essas moléculas dissipam o excesso de energia luminosa que poderia danificar as moléculas de clorofila. Entre esses pigmentos, pode-se destacar os carotenoides (como os carotenos e as xantofilas, encontrados na maioria dos eucariontes fotossintetizantes) e as ficobilinas (como a ficocianina e a ficoeritrina, encontradas em cianobac- térias e algas vermelhas). Os pigmentos absorvem melhor diferentes comprimentos de onda da luz. O gráfico que indica a quantidade de luz que um pigmento absorve em cada comprimento de onda é denominado espectro de absorção. No caso da clorofila a, os comprimentos de onda mais absorvidos são o vermelho e o azul, indicando que a fotossíntese ocorre mais intensamente nessas faixas de luz. O gráfico do espectro de ação demonstra essa relação. HILLIS, D. M. et al. Life: the Science of Biology. 12. ed. Nova York: W. H. Freeman and Company, 2020. Espectro de ação: experimento de Engelmann O primeiro cientista a medir o espectro de ação na fotossíntese foi o botânico e citologista alemão Theodor Wilhelm Engelmann (-). Em , ele realizou um experimento para ve- rificar em quais comprimentos de onda da luz a fotossíntese é mais intensa. Ele utilizou um prisma para desmembrar a luz solar em um espectro, que incidia sobre uma alga verde fila- mentosapresa a uma lâmina de microscopia. Em seguida, uma população de bactérias aeróbias obrigatórias foi introduzida na lâmina. A hipótese era que as bactérias se concentrariam nas regiões com maior taxa fotossintética, pois a produção e o fornecimento de gás oxigênio seriam maiores. Como resultado do experimento, Engelmann observou que as bactérias se agrupavam principalmente nas regiões da alga iluminadas pelas luzes violeta e vermelha. O cientista concluiu, assim, que nesses comprimentos de onda a fotossíntese ocorria mais intensamente. O espectro de ação de Engelmann forne- ceu as primeiras evidências sobre a eficiência da luz absorvida pelos pigmentos no processo de fotossíntese. Saiba mais Representação esquemática do experimento que investigou a eficiência dos diferentes comprimentos da luz na fotossíntese. Etapas da fotossíntese Apesar de ser representado de maneira simplificada por uma equação química única, o processo total da fotos- síntese pode ser dividido em duas etapas: a fotoquímica e a química. Na etapa fotoquímica, que ocorre nos tilacoides, a energia luminosa é necessária para as reações químicas. A etapa química ocorre no estroma, e a energia luminosa não é diretamente necessária para as reações químicas. Bactérias Algas ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA HO Estroma NADPH Glicose ATP O Tilacoide NADP1 ADP 1 P CO Cloroplasto Ciclo de Calvin- -Benson Etapa fotoquímica Espectro de absorção dos pigmentos fotossintéticos Q ua nt id ad e de lu z ab so rv id a Comprimento de onda da luz (nm) 400 500 600 700 Clorofila a Clorofila b Carotenoides Espectro de ação dos comprimentos de onda da luz Ta xa d e fo to ss ín te se Comprimento de onda da luz (nm) 400 500 600 700 Comprimento de onda da luz (nm) Representação esquemática do cloroplasto, indicando reagentes e produtos das etapas fotoquímica e química da fotossíntese. ka ra ta y/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 36 27/10/2023 11:29:46 37 FR EN TE 1 Etapa fotoquímica Na etapa fotoquímica da fotossíntese, também conhecida como etapa luminosa ou de claro, a energia luminosa captada pelos pigmentos é transformada em energia química, armazenada nas moléculas de ATP e NADPH sintetizadas. Nos cloroplastos das plantas, os pigmentos fotossintéticos (clorofilas e carotenoides) encontram-se nos tilacoides e estão associados a determinadas proteínas, formando um fotossistema, no qual os pigmentos estão organizados em um conjunto denominado complexo de antena, que capta e canaliza a energia luminosa. Esse complexo se arranja ao redor do centro de reações, uma estrutura composta de um par especial de moléculas de clorofila a e um aceptor primário de elétrons. Quando excitadas pela energia luminosa, as moléculas de clorofila a liberam elétrons, que são captados pelo aceptor primário e depois passam por uma cadeia de transporte, semelhante àquela encontrada nas mitocôndrias. O aceptor final de elétrons dessa cadeia é a nicotinamida adenina dinucleótido fosfato, ou NADP1, que se transforma em NADPH ao receber dois elétrons. Existem dois tipos de fotossistemas (I e II), que diferem na capacidade de absorção de luz pelas moléculas de clorofila a. No fotossistema I, cada clorofila a absorve melhor os comprimentos de onda de nm, situados na parte vermelha do espectro. Por esse motivo, esse fotossistema também é conhecido como P. Já no fotossistema II, também cha- mado de P, cada clorofila a absorve melhor os com- primentos de onda de nm, também situados na parte vermelha do espectro. Na etapa fotoquímica, ocorre a fotólise da água, pro- cesso em que uma molécula de água é quebrada em dois íons hidrogênio (H1), dois elétrons e um átomo de oxigênio. Os elétrons provenientes da água são captados pelas molé- culas de clorofila a do fotossistema II. O átomo de oxigênio se liga a outro proveniente da quebra de outra molécula de água e forma o gás oxigênio (O). Os íons hidrogênio são captados pelo NADP1 e formam o NADPH, que transporta o hidrogênio a ser utilizado na etapa química para a produção de moléculas orgânicas. Assim como ocorre nas mitocôndrias, a energia eletromotiva é utilizada para bombear íons hidrogênio (H1) do estroma para o interior do tilacoide. Com o aumento da diferença de concentração, esses íons tendem a voltar ao estroma por difusão. No entanto, essa passagem só ocorre através da proteína ATP sintase, semelhante àquela encontrada nas mitocôndrias. Durante a passagem pela ATP sintase, a energia potencial de difusão dos íons H1 é convertida em energia mecânica (pela rotação da ATP sintase) e, em seguida, em energia química, na ligação entre ADP e fosfato. Esse mecanismo, que utili- za o gradiente de concentração de íons hidrogênio para a produção de ATP, é conhecido como quimiosmose. Outro termo utilizado para se referir à produção de ATP é fotofosforilação, já que a fosforilação (adição de fosfato ao ADP) depende da energia luminosa. Estroma ADP + P ATP Luz Luz Fotossistema II NADP+ NADPH P680 P700 Fotossistema I ATP Lúmen do H₂O sintase tilacoide 2 + Cadeia transportadora de elétrons Quimiosmose ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA CAMPBELL, N. A. et al. Biology: a global approach. 12. ed. Harlow: Pearson, 2020. Representação esquemática da cadeia transportadora de elétrons, dos fotossistemas e da ATP sintase na membrana do tilacoides. Membrana do tilacoide ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Luz solar Complexo de antena Centro de reações Aceptor primário de elétrons Pigmentos fotossintéticosTransferência de energia Clorofila a Representação esquemática de um fotossistema, estrutura encontrada na membrana dos tilacoides. W .Y . S un sh in e/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 37 31/10/2023 15:19:00 38 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética Rubisco Ciclo de Calvin-Benson 3 ATP Entrada Rendimento 6 ATP3 NADPH6 6 ADP 3 ADP 6 NADP+ P6 i 1,3-Difosfoglicerato 3-Fosfoglicerato Composto intermediário Ribulose-1,5-bifosfato (RuBP) Gliceraldeído-3-fosfato (G3P) Glicose e outros compostos orgânicos G3P Gliceraldeído-3-fosfato (G3P) CO2 3 PP 6 P 6 PP P3 P P1 5 P 6 P Etapa química Na etapa química da fotossíntese, também conhecida como etapa de escuro, ocorre a fixação do carbono proveniente do CO atmosférico, com a utilização de moléculas produzidas na etapa fotoquímica (ATP e NADPH). A fixação do carbono ocorre em uma série de reações químicas que constituem o ciclo das pentoses, mais conhecido como ciclo de Calvin-Benson, uma homenagem ao bioquímico Melvin Calvin (-) e ao biólogo Andrew Benson (-), ambos estadunidenses. Esses cientistas utilizaram o carbono- como marcador para descrever o percurso completo desse elemento químico na fotossíntese, desde sua entrada como gás carbônico até sua conversão em carboi- dratos e outros compostos orgânicos. O ciclo de Calvin-Benson pode ser dividido em três fases, descritas a seguir. 1. Fixação do carbono (carboxilação): três moléculas de CO2 reagem com três moléculas de ribulose-1,5-bifosfato, for- mando três moléculas de 3-fosfoglicerato. Essa reação é catalisada pela enzima rubisco, a proteína mais abundante do cloroplasto. 2. Redução: são utilizadas seis moléculas de ATP e seis moléculas de NADPH para a redução das seis moléculas de 3-fosfoglicerato, que se transformam em seis moléculas de gliceraldeído-3-fosfato (G3P). Dessas, cinco serão utiliza- das na fase de regeneração e uma sai do ciclo. 3. Regeneração: o ciclo é finalizado quando as cinco moléculas de G3P são utilizadas para a regeneração de três mo- léculas de ribulose-1,5-bifosfato em uma série de reações químicas que consomem três moléculas de ATP. Se considerarmos a utilização de seis moléculas de gás carbônico na equação químicada fotossíntese, teremos de considerar a duplicação desse ciclo. Dessa forma, na etapa química são produzidas duas moléculas GP e são consumidas seis moléculas de gás carbônico, moléculas de ATP e moléculas de NADPH. As moléculas de GP produzidas no ciclo de Calvin-Benson são utilizadas como matéria-prima de rotas metabólicas que sintetizam outros compostos orgânicos, incluindo glicose, sacarose e amido. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Representação esquemática do ciclo de Calvin-Benson, etapa química da fotossíntese. Apesar de ser indicada na equação química, a glicose não é o produto inicial da fotossíntese. A molécula produzida no ciclo de Calvin-Benson é o gliceraldeído--fosfato (GP). Atenção 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 38 27/10/2023 11:29:47 39 FR EN TE 1 Fisiologia da fotossíntese Alguns fatores ambientais regulam a taxa de fotossíntese e podem limitá-la caso não estejam disponíveis em quanti- dades ideais para as plantas. Entre esses fatores, podem-se citar a intensidade luminosa, a concentração de gás carbô- nico, a temperatura ambiente, a quantidade de água e a disponibilidade de minerais. Alguns desses fatores podem ser considerados limitan- tes quando fornecidos em menor intensidade, impedindo o desempenho completo da fotossíntese. Considere um exemplo no qual a intensidade de luz fornecida seja menor que a ideal. Nesse caso, o aumento da intensidade lumi- nosa promoverá aumento na taxa de fotossíntese, mas o aumento dos outros fatores não terá o mesmo efeito, tendo em vista que já foram fornecidos em condições ideais. A seguir serão estudados alguns dos fatores mais importantes na regulação do processo de fotossíntese nas plantas. Influência da luz A luz é essencial para a fotossíntese, pois é a fonte de energia para a realização da etapa fotoquímica. Se uma planta for mantida no escuro, a taxa de fotossíntese será nula, já que a etapa química depende da ocorrência da etapa fotoquímica. Se uma planta receber todos os outros fatores em in- tensidades ideais, à medida que a intensidade luminosa aumenta, ocorre um aumento na taxa de fotossíntese, até que se atinja o chamado ponto de saturação luminosa. A partir desse ponto, a taxa de fotossíntese fica constante, pois os fotossistemas encontram-se sobrecarregados. Influência do gás carbônico O gás carbônico é um dos reagentes das reações do ciclo de Calvin-Benson e, por isso, é essencial à ocorrência da fotossíntese. Se uma planta receber todos os outros fatores em intensidades ideais, o aumento na concentração de gás carbônico na atmosfera promove elevação na taxa de fotos- síntese até atingir o ponto de saturação de gás carbônico. A partir desse ponto, a taxa de fotossíntese não aumenta, já que todas as enzimas, como a rubisco, estão sendo apli- cadas na fixação desse gás. Influência da temperatura A temperatura influencia a fase química da fotos- síntese, já que afeta o desempenho das enzimas que participam do ciclo de Calvin-Benson. Na fase fotoquímica, as reações dependem da energia luminosa, e a tempera- tura é pouco relevante. Em temperaturas baixas, a taxa de fotossíntese é re- duzida devido ao baixo desempenho enzimático na fase química. O aumento da temperatura promove aumento da atividade das enzimas até atingir a temperatura ótima, na qual a taxa da fotossíntese é máxima. Acima dessa tempe- ratura, ocorre a redução na taxa fotossintética, pois o calor excessivo promove a desnaturação enzimática. Relação entre fotossíntese e respiração vegetal As plantas realizam dois processos bioquímicos antagônicos e complementares: respiração aeróbica e fotossíntese. Na respiração celular vegetal, que conta com a participação das mitocôndrias, ocorre o consumo de car- boidratos e gás oxigênio, com produção de gás carbônico e água. Já na fotossíntese, que ocorre nos cloroplastos, há consumo de gás carbônico e água e produção de oxigênio e moléculas orgânicas. Influência da luz na taxa de fotossíntese Ta xa d e fo to ss ín te se Ponto de saturação luminosa Intensidade luminosa Influência da temperatura na taxa de fotossíntese Temperatura Temperatura ótima Ta xa d e fo to ss ín te se Influência do gás carbônico na taxa de fotossíntese Concentração de CO2 Ponto de saturação de CO2 Ta xa d e fo to ss ín te se 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 39 27/10/2023 11:29:47 40 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética têm um ponto de compensação luminosa alto e, por isso, precisam de altas intensidades luminosas para se manter. Como exemplos, pode-se citar as árvores altas de uma floresta e as gramíneas. Já as plantas umbrófilas (do grego umbra, sombra, e philos, afinidade) têm ponto de compen- sação luminosa baixo e sobrevivem em baixas intensidades luminosas. Esse é o caso de muitas orquídeas e diversas ervas que vivem no interior de florestas densas. Representação esquemática da relação entre a fotossíntese e a respiração, processos antagônicos e complementares realizados pelas plantas. Em intensidades luminosas muito baixas, a taxa de fo- tossíntese é menor que a de respiração. Isso significa que o consumo de matéria orgânica e oxigênio está maior do que a sua produção. Se uma planta for mantida por muito tempo nessas condições, ela consumirá todas as suas re- servas energéticas e poderá morrer. Cada planta tem um determinado ponto de compen- sação luminosa (PCL), também conhecido como ponto de compensação fótico, que representa a intensidade luminosa na qual a taxa de fotossíntese é igual à de respiração. Se uma planta for mantida nesse ponto por tempo indetermina- do, ela conseguirá sobreviver, mas não conseguirá crescer e se reproduzir, já que toda a matéria orgânica produzida na fotossíntese é consumida na respiração. Para que uma planta possa crescer e se reproduzir, ela tem que ser submetida a uma intensidade luminosa superior ao seu ponto de compensação luminosa. Nessa condição, a taxa de fotossíntese supera a de respiração. Assim, os carboidratos que não são consumidos na respiração serão utilizados na produção de novas folhas, ramos, flores, frutos e sementes. A matéria orgânica excedente também poderá ser utilizada para a produção de reservas de amido. Com relação ao ponto de compensação luminosa, existem dois tipos de plantas: heliófilas e umbrófilas. As plantas heliófilas (do grego helios, sol, e philos, afinidade) Quimiossíntese Alguns organismos autótrofos, como certas bactérias e arqueas, obtêm energia para a produção de moléculas orgânicas por meio de reações de oxidação de molé- culas inorgânicas simples. Esse processo bioquímico é denominado quimiossíntese. A quimiossíntese pode ser dividida em duas etapas. Na primeira, ocorre a oxidação de uma molécula inorgânica (que contém enxofre, ferro ou nitrogênio) e a produção de uma molécula oxidada, liberando energia sob a forma de ATP. Na segunda etapa, ocorre a fixação do carbono e a produção de compostos orgânicos que serão utilizados no metabolismo dos organismos. a etapa a etapa Molécula inorgânica Molécula oxidada CO 1 HO Moléculas orgânicas E Representação das duas etapas envolvidas na quimiossíntese. Como exemplo de organismos quimiossintetizantes, destacam-se as bactérias nitrificantes, que participam do ciclo do nitrogênio. As bactérias nitrosas, como as do gêne- ro Nitrosomonas, obtêm energia da oxidação do amônio a nitrito, processo conhecido como nitrosação. Já as bactérias nítricas, como as do gênero Nitrobacter, obtêm energia da oxidação do nitrito a nitrato, processo conhecido como nitra- tação. A energia liberada nessas reações químicas é utilizada pelas bactérias para a produção de moléculas orgânicas. Relação entre taxas de fotossíntese e de respiração Ta xa d os p ro ce ss os Intensidade luminosa PCL Fotossíntese Respiração Taxas de fotossíntese e respiraçãode plantas umbrófilas e heliófilas Ta xa d os p ro ce ss os Intensidade luminosa Respiração PCL (umbrófila) PCL (heliófila) Fotossíntese (heliófila) Fotossíntese (umbrófila) A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Cloroplasto Mitocôndria Fotossíntese Respiraçã aeróbia ATP CO2 + H2O C6H12O6 + O2 Respiração aeróbia ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 40 27/10/2023 11:29:49 41 FR EN TE 1 1. O que significa a sigla ATP e qual é a importância dessa molécula para os seres vivos? 2. Represente a equação química simplificada da respiração aeróbica. 3. Quais são as três etapas da respiração e em que locais elas ocorrem nas células eucarióticas? Em qual delas ocorre a participação do gás oxigênio e qual é o papel desempenhado por ele? 4. Represente a equação química simplificada da fermentação lática. Quais alimentos podem ser produzidos por esse processo? 5. Represente a equação química simplificada da fermentação alcoólica. Quais produtos podem ser formados por esse processo? 6. Represente a equação química simplificada da fotossíntese oxigênica, destacando a origem do gás oxigênio. 7. A ilustração esquemática abaixo representa os compartimentos e as principais moléculas consumidas e produ- zidas nas etapas fotoquímica e química da fotossíntese. NH1 NO– 1 E NO– NO– 1 E Nitrito Nitrato Amônio Nitrito Equações químicas simplificadas da nitrosação (acima) e da nitratação (abaixo). Outro exemplo são as arqueas metanogênicas, que vivem em ambientes anaeróbios, como camadas de gelo, fontes hidrotermais submarinas, pântanos, charcos, campos de cultivo de arroz e no sistema digestório de herbívoros (bois, ovelhas e cupins). Esses organismos obtêm energia da reação entre gás hidrogênio e gás carbônico, produzin- do água e gás metano. H 1 CO HO 1 CH 1 E ÁguaGás hidrogênio Gás carbônico Gás metano Equação química simplificada da produção de metano por arqueas metanogênicas. As bactérias metanotróficas formam um grupo fisiolo- gicamente distinto, uma vez que são capazes de utilizar o gás metano como fonte de energia e de carbono em seu metabolismo. Esses organismos são fundamen- tais para o ciclo do carbono e para a mitigação do aquecimento global, pois diminuem a concentração de metano na atmosfera, um potente gás de efeito estufa. A oxidação do gás metano fornece tanto a energia quanto o carbono utilizados na produção de compostos orgânicos. Saiba mais CH 1 O CO 1 HO 1 E ÁguaGás metano Gás oxigênio Gás carbônico Equação química simplificada do uso do gás metano para fornecimento de energia no metabolismo de bactérias metanotróficas. Revisando a) Quais moléculas substituem, respectivamente, as letras A, B, C e D da ilustração? b) Como são denominados os compartimentos e ? 8. Cite os principais fatores reguladores da fotossíntese. 9. Construa um gráfico indicando a taxa de fotossíntese e a de respiração de determinada planta, variando de acordo com a intensidade luminosa. Nele, indique o ponto de compensação luminosa e o ponto de saturação luminosa. 10. O que é quimiossíntese? Cite exemplos de organismos quimiossintetizantes. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA A B 1 2 C D Cloroplasto NADPH ATP Ciclo de Calvin- -Benson Etapa fotoquímicaA ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m NADP1ADP 1 P 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 41 27/10/2023 11:29:51 42 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética 1. Udesc 2015 Toda energia para a manutenção dos seres vivos tem origem a partir da degradação de mo- léculas orgânicas. No entanto, nos seres vivos, esta degradação não transfere a energia diretamente para os processos celulares, e sim para uma molécula que é utilizada em diferentes processos metabólicos das cé- lulas. Assinale a alternativa que contém o nome da mo- lécula utilizada nos processos metabólicos celulares. a) trifosfato de adenosina. b) glicose. c) glicídio. d) glucagon. e) glicina. 2. UFRGS 2017 O ATP atua como um tipo de “moeda energética”. Considere as seguintes afi rmações sobre essa molécula. I. A molécula é um nucleotídeo composto por uma base nitrogenada, uma ribose e um grupo trifosfato. II. A hidrólise da molécula libera energia livre que pode ser utilizada no transporte ativo. III. A síntese da molécula pode ocorrer na ausência de oxigênio, quando a glicólise é seguida pela fermentação. Quais estão corretas? a) Apenas I. b) Apenas II. c) Apenas I e III. d) Apenas II e III. e) I, II e III. 3. Enem 2020 O cultivo de células animais transformou- -se em uma tecnologia moderna com inúmeras apli- cações, dentre elas testes de fármacos visando o desenvolvimento de medicamentos. Apesar de os pri- meiros estudos datarem de 1907, o cultivo de células animais alcançou sucesso na década de 1950, quando Harry Eagle conseguiu definir os nutrientes necessá- rios para o crescimento celular. Componentes básicos para manutenção celular em meio de cultura H2O Fonte de carbono Elementos inorgânicos Aminoácidos Vitaminas Antibióticos Indicadores de pH Soro CASTILHO, L. Tecnologia de biofármacos. São Paulo, 2010. Qual componente garante o suprimento energético para essas células? a) HO. b) Vitaminas. c) Fonte de carbono. d) Indicadores de pH. e) Elementos inorgânicos. 4. UPF-RS 2020 O ATP (adenosina trifosfato) é a principal fonte de energia química disponível para o metabo- lismo celular, uma vez que sua hidrólise é altamente exergônica. Em células eucariotas, o ATP é produzido: a) no núcleo e nos ribossomos. b) nos cloroplastos e nos ribossomos. c) nas mitocôndrias e nos ribossomos. d) no núcleo e nas mitocôndrias. e) nas mitocôndrias e nos cloroplastos. 5. Mackenzie-SP 2015 Exercícios propostos Assinale a alternativa correta a respeito da organela representada acima. a) É exclusiva de células animais. b) É responsável pelos processos que sintetizam carboidratos. c) Todas as células apresentam a mesma quantida- de dessa organela. d) Apresenta duas membranas e ribossomos próprios. e) Seu funcionamento independe da presença de oxigênio. 6. Unicamp-SP 2017 Ao observar uma célula, um pes- quisador visualizou uma estrutura delimitada por uma dupla camada de membrana fosfolipídica, contendo um sistema complexo de endomembranas repleto de proteínas integrais e periféricas. Verificou também que, além de conter seu próprio material genético, essa estrutura ocorria em abundância em todas as re- giões meristemáticas de plantas. Qual seria essa estrutura celular? a) Cloroplasto. b) Mitocôndria. c) Núcleo. d) Retículo endoplasmático. 7. Fatec-SP 2016 Um dos problemas enfrentados atual- mente pelas cidades é o grande volume de esgoto doméstico gerado por seus habitantes. Uma das for- mas de minimizar o impacto desses resíduos é o tratamento dos efluentes realizado pelas estações de tratamento. O principal método utilizado para isso é o tratamento por lodos ativados, no qual o esgoto é colocado em contato com uma massa de bactérias em um sistema que garante a constante movimenta- ção e oxigenação da mistura, ambas necessárias para que o processo de decomposição possa ocorrer. As bactérias envolvidas no método de tratamento de es- goto descrito obtêm energia por meio do processo de 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 42 27/10/2023 11:29:51 43 FR EN TE 1 a) fermentação, pois necessitam do gás oxigênio para promover a transformação da matéria inor- gânica em matéria orgânica. b) respiração anaeróbia, pois necessitam do gás oxigênio para realizar a transformação da matéria orgânica em matéria inorgânica. c) respiração anaeróbia, pois necessitam do gás oxi- gênio para promover a transformação da matéria inorgânica em matéria orgânica. d) respiração aeróbia, pois necessitam do gás oxi- gênio para promover a transformação da matéria inorgânica em matéria orgânica. e) respiraçãoaeróbia, pois necessitam do gás oxi- gênio para promover a transformação da matéria orgânica em matéria inorgânica. 8. Uerj 2023 Leite e bebida láctea: o que são e suas diferenças nutricionais Supermercados têm comercializado a bebida láctea, mais barata que o leite, na mesma prateleira do leite co- mum. Apesar de ser confundida com o leite, essa bebida é na verdade uma mistura de leite com soro de leite. As bebidas lácteas podem ser consumidas normalmente pelas pessoas, mas têm uma qualidade nutricional menor, quan- do comparadas com o leite de vaca integral. Observe, na tabela a seguir, a diferença nutricional entre leite e bebida láctea para 1 copo de 200 ml. Leite integral Bebida láctea* Proteínas 6,6 g 2,4 g Gorduras 8,0 g 4,0 g Lactose 9,8 g 9,8 g Cálcio 280,0 mg 95,0 mg *Cálculo feito com base na tabela nutricional da bebida láctea da marca Cristina, que contém 60% de soro de leite. Fonte: Abraleite Adaptado de g1.globo.com, 07/07/2022. A partir da análise dos dados nutricionais apresentados, pode-se concluir que apenas um dos processos bio- lógicos listados abaixo é igualmente assegurado pelo consumo tanto de leite integral quanto de bebida láctea. Esse processo é: a) produção de ATP na glicólise. b) fornecimento de reservas de energia. c) reconstrução das fibras dos músculos. d) mineralização dos ossos no organismo. 9. Uema 2015 A maioria dos seres vivos obtém energia necessária para a realização de seus processos vitais por meio da quebra da molécula de glicose. A ener- gia liberada resultante dessa degradação é tão grande que mataria a célula se fosse realizada de uma única vez. Essa degradação ocorre em etapas denominadas a) glicólise, ciclo do ácido cítrico e cadeia respiratória. b) cadeia respiratória, ciclo do ácido cítrico e glicose. c) glicogênese, glicólise e ciclo do ácido cítrico. d) glicose, glicogênese e cadeia respiratória. e) ciclo do ácido cítrico, glicose e glicólise. 10. UFRGS 2014 A rota metabólica da respiração celular responsável pela maior produção de ATP é a) a glicólise, que ocorre no citoplasma. b) a fermentação, que ocorre na membrana externa da mitocôndria. c) a oxidação do piruvato, que ocorre na membrana externa da mitocôndria. d) a cadeia de transporte de elétrons, que ocorre na membrana interna da mitocôndria. e) o ciclo do ácido cítrico, que ocorre na matriz da mitocôndria. 11. Uece 2019 Atente para o seguinte trecho sobre res- piração aeróbica e assinale a opção que completa correta e respectivamente as lacunas: “Visto que a __________ é a forma de energia usada pelas células para realizar os processos biológicos, os elétrons ricos em energia capturados na glicólise (NADH) e ____________ (NADH e FADH2) devem ser convertidos para ATP. Este processo é dependente de __________ e envolve uma série de carreadores de elétrons, conhecida como __________”. a) fotossíntese – no ciclo do ácido cítrico – CO – ciclo de Calvin b) fosforilação – no ciclo do ácido cítrico – O – cadeia de transporte de elétrons c) fosforilação – no ciclo de Calvin – O – cadeia de transporte de elétrons d) fotofosforilação – no ciclo de Calvin – CO – ciclo do ácido cítrico 12. UCS-RS 2021 Pesquisas recentes têm demonstrado que alguns tipos de agroquímicos, utilizados contra certos insetos, podem afetar a cadeia de transporte de elétrons na mitocôndria, influenciando o proces- so de uso de substratos para a geração de energia nas células, o que, consequentemente, impediria a produção adequada de energia. Infelizmente, esses agroquímicos não distinguem as mitocôndrias dos in- setos das mitocôndrias dos humanos. Em relação ao processo de bioenergética celular, é correto afirmar que a) a primeira etapa do processo de utilização de glico- se para a geração de energia é a quebra aeróbica da glicose em duas moléculas de ácido pirúvico. b) a respiração celular, a partir da quebra da gli- cose, gera a energia que é armazenada como ATP e, como resíduos, moléculas de água e de gás oxigênio. c) a fase anaeróbica da glicólise é mais eficiente em termos de geração de ATP do que a fase aeróbica da glicólise. d) o ciclo do ácido cítrico tem esse nome devido ao início do processo de quebra da glicose, ainda fora da mitocôndria, onde ocorre a formação de ácido cítrico e de acetil-CoA. e) a adição do fosfato na molécula de ADP para for- mar o ATP é uma reação de fosforilação e, por isso, o processo de produção de ATP na mitocôn- dria é chamado de fosforilação oxidativa. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 43 31/10/2023 15:19:39 44 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética Fonte: Disponível em: https://djalmasantos.wordpress.com/2011/05/13/ testes-de-respiracao-celular-23/ Afirma-se CORRETAMENTE sobre o esquema: a) É um processo metabólico endergônico, pois ocorre no interior da célula. b) A etapa B é a mais energética e ocorre na matriz mitocondrial. c) Trata-se de um processo exergônico em que a etapa A representa a glicólise. d) O oxigênio é o aceptor final de elétrons na etapa C, que ocorre na matriz mitocondrial. e) Trata-se da respiração celular aeróbica realizada integradamente nas mitocôndrias. 14. Unioeste-PR 2020 As mitocôndrias são organelas presentes no citoplasma das células eucarióticas e estão envolvidas no processo de síntese de ATP por meio da respiração aeróbica, processo este que pode ser dividido em três etapas: glicólise, ciclo de Krebs e cadeia respiratória. Considerando a estrutura das mitocôndrias e o processo de respiração aeróbica, assinale a alternativa CORRETA. a) O DNA mitocondrial codifica todas as proteínas necessárias para a manutenção e função da orga- nela, possibilitando assim total independência do genoma nuclear. b) As cristas mitocondriais são projeções da mem- brana mitocondrial interna nas quais estão loca- lizados os componentes da cadeia respiratória e o complexo enzimático responsável pela síntese de ATP. c) A glicólise ocorre no interior da matriz mitocon- drial e consiste na degradação da molécula de glicose até a formação de ácido pirúvico, com sal- do líquido de duas moléculas de ATP. d) A quantidade de mitocôndrias nos diferentes tipos celulares é constante e a distribuição dessas or- ganelas no citoplasma ocorre totalmente ao acaso. e) A cadeia respiratória é a etapa de maior rendimen- to energético, na qual o ácido pirúvico é oxidado até se formarem água e gás carbônico e é um pro- cesso exclusivo dos eucariontes. 15. FMC-RJ 2022 A membrana interna da mitocôndria possui 80% de proteínas na sua composição. É o maior teor de proteína em uma membrana celular. O motivo dessa grande quantidade de proteínas é que elas atuam como a) enzimas do ciclo de Krebs e bombas de prótons. b) componentes do ciclo da ureia e do ácido cítrico. c) transportadoras de íons e de enzima piruvato quinase. d) enzimas da oxidação dos ácidos graxos e da glicólise. e) enzimas da cadeia transportadora de elétrons e da ATP sintase. 16. Enem 2016 As proteínas de uma célula eucariótica possuem peptídeos sinais, que são sequências de aminoácidos responsáveis pelo seu endereçamento para as diferentes organelas, de acordo com suas funções. Um pesquisador desenvolveu uma nano- partícula capaz de carregar proteínas para dentro de tipos celulares específicos. Agora ele quer saber se uma nanopartícula carregada com uma proteína bloqueadora do ciclo de Krebs in vitro é capaz de exercer sua atividade em uma célula cancerosa, po- dendo cortar o aporte energético e destruir essas células. Ao escolher essa proteína bloqueadora para carregar as nanopartículas, o pesquisador deve levar em conta um peptídeo sinal de endereçamento para qual organela? a) Núcleo. b) Mitocôndria. c) Peroxissomo. d) Complexo golgiense. e) Retículo endoplasmático. 17. UFRGS 2016 Sobre a respiração celular, é correto afirmar que a) a glicólise consiste em uma série de reações quí- micas na qual uma molécula de glicose resulta em duas moléculas de ácido pirúvico ou piruvato. b) a glicólise é uma etapa aeróbica da respiração que ocorre no citosole que, na ausência de oxigênio, produz etanol. c) o ciclo do ácido cítrico é a etapa da respiração celular aeróbica que produz maior quantidade de ATP. d) o ciclo do ácido cítrico ocorre na membrana interna da mitocôndria e tem como produto a li- beração de CO. e) a fosforilação oxidativa ocorre na matriz mitocon- drial, utilizando o oxigênio para a produção de HO e CO. 18. UCS-RS 2023 A respiração aeróbica é um processo que ocorre na presença de oxigênio, em que molé- culas orgânicas são degradadas para a obtenção de energia às células. Sobre esse processo, é correto afirmar que a) o fato de a cadeia carbônica da molécula de gli- cose ser completamente degradada durante a respiração celular faz com que se produza mais energia que na fermentação. b) a glicólise é a fase final da degradação da molé- cula de glicose que, nessa etapa, é quebrada em ácido pirúvico e ácido láctico. c) o ciclo de Krebs envolve um conjunto de reações cujo produto final são moléculas de ácido cítrico, seis moléculas de NADH e seis moléculas de ATP. 13. PUC-PR 2023 Observe as etapas a seguir. Glicose Etapa A Etapa CATP Ácido pirúvico CO Etapa B CO H ATP ATP O HO 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 44 27/10/2023 11:29:51 45 FR EN TE 1 C on su m o de g lic os e (u ni da de s ar bi tr ár ia s) Concentração de oxigênio (unidades arbitrárias) 0 7 14 21 28 35 42 5 4 3 2 1 40 20 d) a respiração celular tem como combustível mo- léculas de glicose, enquanto a fermentação tem como combustível moléculas de ácido láctico. e) as duas primeiras etapas da respiração aeróbica (glicólise e ciclo de Krebs) ocorrem no interior das mitocôndrias, e a última etapa (fosforilação oxidativa), no citoplasma. 19. Enem 2017 Em razão da grande quantidade de car- boidratos, a mandioca tem surgido, juntamente com a cana-de-açúcar, como alternativa para produção de bioe- tanol. A produção de álcool combustível utilizando a mandioca está diretamente relacionada com a atividade metabólica de microrganismos. Disponível em: www.agencia.cnptia.embrapa.br. Acesso em: 28 out. 2015 (adaptado). O processo metabólico envolvido na produção desse combustível é a a) respiração. b) degradação. c) fotossíntese. d) fermentação. e) quimiossíntese. 20. UCS-RS 2017 Em alguns treinos de atletas de alto rendimento, é necessário monitorar anaerobicamente o trabalho dos músculos. Uma das maneiras de fazer isso é medir, nos músculos, o aumento de a) ATP. b) ácido láctico. c) CO. d) creatina. e) ADP. 21. Enem 2015 Normalmente, as células do organismo humano realizam a respiração aeróbica, na qual o consumo de uma molécula de glicose gera 38 molé- culas de ATP. Contudo, em condições anaeróbicas, o consumo de uma molécula de glicose pelas células é capaz de gerar apenas duas moléculas de ATP. enevoado a âmbar transparente. [...] Após milhares de anos de domesticação involuntária, os lêvedos – os micro-organismos que fermentam grãos, água e lúpulo para que se transformem em cerveja – são tão distintos quanto a bebida que produzem. (THE NEW YORK TIMES INTERNATIONAL WEEKLY, 10/junho/2014) As afirmações abaixo estão relacionadas direta ou indiretamente com o texto. Assinale a INCORRETA. a) Lêvedos ou leveduras realizam o processo de fermentação alcoólica, no qual há liberação de gás carbônico. b) Lêvedos ou leveduras realizam o processo de fer- mentação alcoólica, no qual há produção de etanol e de ATP. c) Aromas e cores diferentes de cerveja devem- -se a diferentes processos de fermentação que ocorrem nos cloroplastos das células de cada variedade específica de lêvedo. d) Aromas e cores diferentes de cerveja devem-se a diferenças na sequência de bases nitrogenadas do DNA dos vários tipos de lêvedos utilizados. 23. UFJF/Pism-MG 2020 No esquema a seguir, as se- tas simbolizam diferentes processos metabólicos de quebra da glicose (processos A, B e C), que levam à geração de energia na forma de ATP, com liberação dos produtos indicados em cada um dos três retân- gulos. Sobre o esquema abaixo é CORRETO afirmar: a) O mecanismo A é a respiração aeróbia, realizada por fungos e bactérias na produção de bebidas e de alimentos. b) O mecanismo B é a respiração celular, realizada por células musculares e que nunca ocorre em condições aeróbias. c) O mecanismo C é a fermentação alcoólica e ocorre em células musculares, em condições anaeróbias. d) O mecanismo B é a fermentação, realizada por fungos e bactérias na produção de bebidas e de alimentos. e) O mecanismo C é a fermentação lática, realizada por células musculares de animais, em condições anaeróbias. 24. Uece 2018 Plantas suculentas cultivadas em vasos de vidro tampados produzem, por meio de seu metabo- lismo energético, a) O apenas no período diurno. b) O e CO apenas no período noturno. c) CO apenas, pois vivem em ambiente fechado. d) CO apenas no período noturno. Qual curva representa o perfil de consumo de glico- se, para manutenção da homeostase de uma célula que inicialmente está em uma condição anaeróbica e é submetida a um aumento gradual de concentração de oxigênio? a) . b) . c) . d) . e) . 22. FICSAE-SP 2016 Troels Prahl, mestre cervejeiro e microbiólogo da distribuidora de lêvedo White Labs, está diante de quatro copos de cerveja. Entre um gole e outro, ele descreve cada uma. [...] As cores das cervejas são tão diferentes quanto seus sabores, variando de dourado Etanol 1 CO CO 1 HO Ácido Lático Glicose A C B 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 45 27/10/2023 11:29:52 46 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética 25. UFRGS 2020 Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas do enunciado abaixo, na or- dem em que aparecem. Os cloroplastos presentes no citoplasma das células de angiospermas são envoltos por duas membranas externas. Internamente apresentam pequenas bolsas em forma de disco chamadas __________, que se empilham e formam um complexo membranoso deno- minado __________. a) tilacoides – grana b) vacúolos – estroma c) cristas – vesícula d) grana – estroma e) cisternas – crista 26. UFRGS 2017 No bloco superior abaixo, são citadas duas estruturas presentes nos cloroplastos; no inferior, características dessas estruturas. Associe adequada- mente o bloco inferior ao superior. 1. Tilacoides 2. Estroma A luz absorvida pelo pigmento é transformada em energia química. Enzimas catalisam a fixação de CO2. Parte do gliceraldeído 3 fosfato resulta na produ- ção de amido. A oxidação de moléculas de água produz elé- trons, prótons e O2. A sequência correta de preenchimento dos parênte- ses, de cima para baixo, é a) – – – . b) – – – . c) – – – . d) – – – . e) – – – . 27. Insper-SP 2018 A fotomicroscopia mostra inúmeros cloroplastos. (http://www.teliga.net/2010/06/plastos-e-cloroplastos.html) Considerando os níveis hierárquicos de organização das estruturas responsáveis pela fotossíntese, é correto afirmar que a fotografia permite a visualização de a) um tecido composto por órgãos no interior de uma célula. b) células componentes de uma organela no interior de um tecido. c) moléculas componentes de organelas no interior de células. Disponível em: https://vidauniversoydemas.wordpress.com. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado). Em qual faixa do espectro visível os carotenos absor- vem majoritariamente? a) Entre o violeta e o azul. b) Entre o azul e o verde. c) Entre o verde e o amarelo. d) Entre o amarelo e o laranja. e) Entre o laranja e o vermelho. 29. Fatec-SP 2019 As duas maiores esperanças para as fontes de energia do futuro são as células a combus- tível por hidrogênio e as células por energia solar. O uso combinado das duas células, no qual usa-se Espectro de absorção na região do visível Cores complementares 300 400 500 600 700 Comprimento de onda (nm) A bs or çã o Clorofila Antocianina Amarelo Verde λ (nm)560 480590 Azul Violeta 430 400750 Vermelho 630 Laranja d) organelas componentesde células no interior de um tecido. e) um órgão composto por organelas no interior de um tecido. 28. Enem 2021 No outono, as folhas das árvores mudam de cor, de verde para tons de amarelo, castanho, la- ranja e vermelho. A cor verde das folhas deve-se ao pigmento clorofila. Nas plantas de folhas caducas, a produção de clorofila diminui e o tom verde desva- nece, permitindo assim que outros pigmentos, como o caroteno, de coloração amarelo-alaranjado, e a an- tocianina, de tons avermelhados, passem a dominar a tonalidade das folhas. A coloração observada se dá em função da interação desses pigmentos com a ra- diação solar. Conforme apresentado no espectro de absorção, as moléculas de clorofila absorvem a radia- ção solar nas regiões do azul e do vermelho, assim a luz refletida pelas folhas tem falta desses dois tons e as vemos na cor verde. Já as antocianinas absorvem a luz desde o azul até o verde. Nesse caso, a luz re- fletida pelas folhas que contêm antocianinas aparece conforme as cores complementares, ou seja, vermelho- -alaranjado. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 46 27/10/2023 11:29:52 47 FR EN TE 1 Adaptado de researchgate.net. Admita as seguintes profundidades de penetração das diferentes cores do espectro visível em águas oceâni- cas totalmente transparentes, sem qualquer turbidez. Adaptado de assigmentexpert.com. Considere as profundidades superiores a 100 m e nas quais penetrem somente comprimentos de onda maiores que 480 nm. Com base na análise dos gráfi- cos, é possível chegar à seguinte conclusão sobre a presença das clorofilas a e b nas algas encontradas nessas profundidades: a) ambas estão presentes. b) apenas a está presente. c) apenas b está presente. d) nenhuma está presente. 32. UFJF/Pism-MG 2019 Um dos primeiros cientistas a se preocupar com a luz no fenômeno da fotossíntese foi o alemão T. W. Engelmann, o qual provou que a clorofila absorve determinados comprimentos de onda da luz branca. Em 1881, utilizando-se de uma alga (Cladophora) e de bactérias aeróbias que procuram altas concentrações de oxigênio, Engelmann pôde cons- tatar que, através da decomposição da luz incidida em um pequeno filamento da alga, havia maior ou menor concentração de bactérias, dependendo das cores do espectro. Ele concluiu que, em determinados compri- mentos de onda, a fotossíntese era mais intensa, pois onde havia maior quantidade de oxigênio, havia maior concentração de bactérias. Isso mostra que a fotos- síntese possui um “espectro de ação” dependente dos diferentes comprimentos de onda da luz branca. (ALMEIDA et al. Leitura e escrita em aulas de ciências: luz, calor e fotossíntese nas mediações escolares. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2008. p. 95-96.) A partir do experimento descrito acima, em qual das cores do espectro Engelmann identificou menor con- centração de bactérias? a) Violeta. b) Azul-arroxeada. c) Verde. d) Laranja. e) Vermelho. 33. FMABC-SP 2020 Uma quantidade surpreendente de famílias de herbicidas atua direta ou indiretamente em reações fotoquímicas. Esses herbicidas inibem o fluxo de elétrons no fotossistema II e, além disso, capturam os elétrons do fotossistema I, necessários para a redução do NADP+ a NADPH. (Giuliano Marchi et al. Herbicidas: mecanismos de ação e uso, 2008. Adaptado.) A figura mostra a relação entre as etapas fotoquímica e química que ocorrem no interior dos cloroplastos. pe rc en tu al d e ab so rç ão d a lu z (% ) 400 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 450 500 600 700550 650 violeta azul verde amarela laranja vermelha comprimento de onda (nm) Absorção pela clorofila a Absorção pela clorofila b al ca nc e de lu z pr of un di da de azul verde amarela laranja vermelhavioleta 250 m 200 m 100 m 0 m a energia solar para quebrar moléculas de água na produção de gás hidrogênio e, posteriormen- te, abastecer células a combustível por hidrogênio, seria ideal, por ser particularmente limpo. Esta é a chamada fotossíntese artificial, que vem sendo alvo de pesquisa de vários grupos de cientistas, ao redor do mundo. Sobre o processo descrito, assinale a alternativa correta. a) A fotossíntese artificial é igual à fotossíntese natu- ral, produzindo glicose e oxigênio. b) O processo apresenta, como desvantagem, a produção de metais pesados tóxicos. c) A quebra da molécula de água não necessita de energia, pois é um processo exotérmico. d) Uma das finalidades do processo é produzir hidro- gênio para ser utilizado em células a combustível. e) Os cientistas conseguiram reproduzir, em labora- tório, glicose e oxigênio a partir de gás carbônico e água. 30. Unesp 2017 Os elementos químicos hidrogênio e oxigênio estão presentes em todos os seres vivos. A combinação destes elementos pode formar a água, fundamental para a vida, assim como a água oxigena- da, tóxica para as células. As equações químicas a seguir são exemplos de reações que ocorrem em se- res vivos e que envolvem os elementos hidrogênio e oxigênio. 1. água ñ oxigênio 1 íons de hidrogênio 2. água oxigenada ñ água + gás oxigênio 3. oxigênio 1 íons de hidrogênio ñ água As reações químicas 1, 2 e 3 ocorrem, respectiva- mente, em a) mitocôndrias, cloroplastos e peroxissomos. b) cloroplastos, peroxissomos e mitocôndrias. c) peroxissomos, mitocôndrias e cloroplastos. d) mitocôndrias, peroxissomos e cloroplastos. e) cloroplastos, mitocôndrias e peroxissomos. 31. Uerj 2021 O gráfico abaixo representa o percentual de absorção da luz dos diferentes comprimentos de onda do espectro luminoso pelas clorofilas a e b. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 47 27/10/2023 11:29:52 48 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética LUZ GLICOSE 12 NADP 18 ADP 1 18P I III II IV TILACOIDES ESTROMA 12 NADPH2 18 ATP (www.infoescola.com. Adaptado.) A aplicação de um herbicida que captura os elétrons necessários à redução do NADP1 a NADPH nos clo- roplastos terá como consequência a interrupção da a) síntese de moléculas de glicose. b) liberação de moléculas de O. c) fotólise da água. d) captação de luz pela clorofila. e) entrada de CO nos cloroplastos. 34. Mackenzie-SP 2019 O esquema abaixo resume de forma sucinta as etapas clara e escura da fotossíntese no interior de um cloroplasto. Em relação ao processo esquematizado, é correto afirmar que a) a substância liberada em IV é o oxigênio. b) a substância liberada em II é a água. c) os átomos de carbono e hidrogênio, presentes na glicose, originam-se das substâncias III e I, res- pectivamente. d) ocorrem, no estroma, a fotólise da água (III) e as fotofosforilações cíclica e acíclica (IV). e) a substância utilizada em I é o dióxido de carbono. 35. Unesp 2017 Em uma matéria sobre o papel das plantas na redução da concentração atmosférica dos gases do efeito estufa, consta a seguinte informação: O vegetal “arranca” o carbono, que é o C do CO2, para usar de matéria-prima para o seu tronco, e devolve para a atmosfera o O2, ou seja, oxigênio. (Superinteressante, maio de 2016. Adaptado.) Tal informação refere-se à a) respiração celular e está correta, uma vez que, nas mitocôndrias, o carbono do CO é disponibili- zado para a síntese de tecidos vegetais e o O é devolvido para a atmosfera. Após algum tempo, espera-se que a solução nos tu- bos do lote A torne-se a) amarela, devido à liberação de gás carbônico pela folha, e a do lote B, roxa, devido ao consumo de gás carbônico pela folha. b) roxa, devido ao consumo de gás carbônico pela folha, e a do lote B, amarela, devido à liberação de gás carbônico pela folha. c) amarela, devido ao consumo de oxigênio pela folha, e a do lote B, roxa, devido à liberação de gás carbônico pela folha. d) roxa, devido à liberação de oxigênio pela folha, e a do lote B, amarela, devido à liberação de gás carbônico pela folha. 37. PUC-SP 2017 O botânico inglês F.F. Blackman notabi- lizou-se por seus estudos sobre fotossíntese vegetal. Ele mediu os efeitos de diferentes intensidades lumi- nosas, concentraçõesde CO2 e temperaturas sobre NADP+ 1 ATP Ciclo de Calvin Luz Granum Cloroplasto NADPH ADP Pi D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m b) fotossíntese e está correta, uma vez que, atra- vés desse processo, a planta utiliza o carbono na síntese de seus tecidos, devolvendo para a atmosfera o oxigênio do CO. c) fotossíntese e está incorreta, uma vez que o carbono do CO é utilizado na síntese de car- boidratos que serão consumidos na respiração celular, mas não como matéria-prima do tronco. d) fotossíntese e está incorreta, uma vez que o oxi- gênio liberado para atmosfera provém da reação de decomposição da água, e não do CO que a planta capta da atmosfera. e) respiração celular e está incorreta, uma vez que o O liberado para atmosfera tem origem na quebra de carboidratos na glicólise, da qual também resul- ta o carbono que irá compor os tecidos vegetais. 36. FICSAE-SP 2017 Uma certa solução de coloração rósea, indicadora de pH, torna-se amarela em meio ácido e roxa em meio alcalino. Em um experimento, uma quantidade desta solução é colocada em tubos de ensaio, que são hermeticamente fechados por rolhas. No interior de cada tubo coloca-se uma folha, que fica presa à rolha, conforme mostrado no esquema abaixo. Alguns desses tubos são mantidos no escuro (lote A) e outros ficam expostos à luz (lote B). 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 48 27/10/2023 11:29:52 49 FR EN TE 1 I. a curva de absorção de CO corresponde à fotossíntese. II. a curva de produção de CO condiz com a respi- ração celular. III. plantas acima do ponto de compensação fótico tendem a incorporar biomassa. Estão corretas as afirmativas a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) I, II e III. 40. FGV-SP 2016 A figura seguinte ilustra duas organe- las celulares responsáveis por processos metabólicos essenciais aos seres vivos. Intensidade luminosa (fc) Ta xa d e fo to ss ín te se Limitação luminosa 500 1000 20001500 2500 CO2 insuficiente (0,01%); 20 °C Limitação de CO2 Excesso de CO2; 20 °C Limitação de temperatura Excesso de CO2; 35 °C Taxa máxima Considerando o gráfico e os seus conhecimentos so- bre esse processo biológico, pode-se concluir que, na fotossíntese, a) a síntese de carboidratos é um fenômeno que não depende da temperatura. b) o fator luz é o único responsável pelas variações na taxa fotossintética. c) ocorrem fenômenos que dependem diretamente da luz e fenômenos independentes da luz. d) as limitações de CO e de temperatura são supe- radas quando há bastante luz. 38. FGV-SP 2021 Uma planta umbrófila e outra helió- fila apresentam a mesma taxa de respiração celular e diferentes pontos de compensação fóticos (PCF). A produção de gás oxigênio será máxima em ambas as plantas se receberem luz com intensidade a) acima do PCF da planta heliófila. b) abaixo do PCF da planta umbrófila. c) entre os PCF das duas plantas. d) equivalente ao PCF da planta heliófila. e) equivalente ao PCF da planta umbrófila. 39. PUC-RS 2020 Analise o gráfico em que x correspon- de ao ponto de compensação fótico. Tendo em vista as substâncias indicadas por I, II, III e IV, produzidas e consumidas não necessariamente de forma imediata, nos processos realizados pelas orga- nelas ilustradas, é correto afirmar que a) II e III são moléculas transportadoras da energia química consumida nas organelas. b) III e IV são fontes de carbono e hidrogênio, res- pectivamente, para a síntese de carboidratos. c) I e II são moléculas orgânicas sintetizadas por meio do metabolismo autotrófico. d) I e III são gases produzidos e consumidos, res- pectivamente, no metabolismo heterotrófico. e) I e IV são moléculas fornecedoras de energia para as reações químicas envolvidas. 41. UCS-RS 2020 As células eucarióticas possuem uma série de organelas, entre elas, as mitocôndrias e os cloroplastos. As funções dessas duas organelas estão relacionadas com processos de obtenção e transfor- mação de energia. Diante disso, é correto afirmar que a) ambas as organelas são delimitadas por uma bicamada lipídica, com a mesma composição pro- teica e lipídica da membrana plasmática da célula. b) as mitocôndrias surgem exclusivamente por autoduplicação, enquanto os cloroplastos se mul- tiplicam por brotamento. c) a função das mitocôndrias é a respiração anaeró- bia, que resulta na produção de ATP. d) o pigmento mais abundante no interior dos cloro- plastos é a clorofila, responsável por captar a luz solar que será a energia necessária para o proces- so de fotossíntese. e) as mitocôndrias, assim como os cloroplastos, pos- suem semelhanças com organismos bacterianos e, devido a essas semelhanças, são consideradas peças-chave na teoria abiogênica da origem da vida. (www.glogster.com e www.studyblue.com. Adaptado) Q ua nt id ad e de C O 2 A B X Intensidade luminosa Curva de absorção de CO2 Curva de produção de CO2 a taxa de fotossíntese. Alguns dos resultados de seus experimentos podem ser visualizados no gráfico a seguir. (GÁS) I II III IV (GÁS) 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 49 30/10/2023 11:54:10 50 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética 42. Unesp 2016 Quatro espécies de micro-organismos unicelulares foram isoladas em laboratório. Para determinar como esses seres vivos obtinham energia, cada espécie foi inserida em um tubo de ensaio transparente contendo água e açúcares como fonte de alimento. Os tubos foram rotulados em 1, 2, 3 e 4, e submetidos ao fornecimento ou não de recursos como gás oxigênio (O2) e luz. Após certo tempo, verificou-se a sobrevivência ou a morte desses organismos nessas condições. Recurso Tubo O2 luz 1 2 3 4 sim sim sim não não sim não não Os resultados permitem concluir corretamente que os micro-organismos presentes nos tubos 1, 2, 3 e 4, são, respectivamente, a) anaeróbios obrigatórios, aeróbios, anaeróbios facultativos e fotossintetizantes. b) aeróbios, fotossintetizantes, anaeróbios obrigatórios e anaeróbios facultativos. c) anaeróbios facultativos, fotossintetizantes, aeróbios e anaeróbios obrigatórios. d) anaeróbios facultativos, aeróbios, fotossintetizantes e anaeróbios obrigatórios. e) anaeróbios obrigatórios, anaeróbios facultativos, aeróbios e fotossintetizantes. sobreviveram morreram Estudo mostra como a mitocôndria regula a longevidade ao ativar o sistema imune ����������������������������������� ����������������� ���� ���� ���� ����������������������������� ���������������������� ������������ �������� ������������������������������������������������������� ������������������������������������������ ����������������������������������� ����������������������� ������������ �������������������������,������� ������������������� �������������������������� ����������������������� ������������������������������������ ����������������������������������������������������������� �������� ����������������������� ���������������� ������� ��������������������������������������������������������������������������������� ���������������������������������� ������������ ���������� ������������������������������ ������������ ����������������� ����������������������������������������� ����������������������������������������������������� �������� �������� ���������������� ���� �������������������������������� ���������������� ������������� ��������������������������������������������������������� � ������������������ ������������������������������������������������� ���� ������������������������������������������� ������ ������������� ������� �������������������������������������������� �� ������ ���������������������������������������� ������������� ������������������������������������ ����������������������������������������������������������������������������������������������� �������������������������� ��������������������������������������������� ����������������������������������� ���������������������� ������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������ ������������������������������������������������������ � ������������������������������������������������ �������������������������������������������������� ����������������������������������������������������������������� ��������� ��� ���������������������������������������������������������������������� ������������� ���������������������������������� ����������� ������������� ���������������������������������������������� �������������� ������������������������������������� ���������������� �������� �������������������������������������������������������������������������������� ����������������������� ����� ���� ������������ ��� ����������� �� �� ���������������������������������������������������������������������������������������¡� ������������������ ����� Texto complementar Quer saber mais? Vídeos “Como surgiram as plantas (fotossíntese)”. Nerdologia ensina. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=bsfQZrKjQ. Acesso em: ago. . O vídeo apresenta, de forma didática, algumas ideias sobre a origem da fotossíntese e das plantas no planeta. “Uma explosão de energia (mitocôndrias)”. Nerdologia ensina. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=dngKJrJY. Acesso em: ago. . O vídeo apresenta a importância da energia para os se- res vivos e o papel das mitocôndrias no processo de obtenção de energia. Veja os principais assuntos e conceitos trabalhados neste capítulo acessando a seção Resumindo no livro digital, na Plataforma Poliedro. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 50 30/10/2023 11:55:11 51 FR EN TE 1 1. UEM-PR 2015 A energia liberada pelas células na degradação de moléculas orgânicas não é usada diretamente para a realização de trabalho celular. An- tes de ser empregada nos processos celulares, essa energia é transferida para as moléculas de ATP (ade- nosina trifosfato). Sobre a molécula de ATP é correto afi rmar que é sintetizada a partir de uma molécula precursora, o ADP, através do processo de fosforilação oxidativa. atua no transporte ativo de íons e de moléculas através da membrana plasmática. libera a energia mecânica que atua nos movi- mentos celulares, como verificado na contração muscular. na glicólise, para cada molécula de glicose resul- tam ATP e NADH. é o aceptor de elétrons no processo de respira- ção celular. Soma: 2. UEPG-PR 2018 Os gráficos esquemáticos abaixo ilus- tram os padrões de energia liberada e incorporada em dois processos extremamente importantes para o funcionamento de uma célula vegetal. Analise as al- ternativas e assinale o que for correto. Exercícios complementares A BNível de energia Nível de energiaGlicose + oxigênio C6H12O6 + 6 O2 C6H12O6 + 6 O2 Energia Energia 6 CO2 + 6 H2O 6 CO2 + 6 H2O e e A BNível de energia Nível de energiaGlicose + oxigênio C6H12O6 + 6 O2 C6H12O6 + 6 O2 Energia Energia 6 CO2 + 6 H2O 6 CO2 + 6 H2O e e matriz cristas Em (A), trata-se de um processo endergônico, com liberação de energia pela reação. Visto que os reagentes (como a glicose, por exemplo) pos- suem menos energia do que os produtos. O gráfico (B) representa o processo de fotossíntese. Equação geral: CO 1 HO ñ CHO 1 O. O processo de fotossíntese pode ser observado no gráfico representativo (A), em que ocorre uma reação do tipo exergônica, ou seja, com libera- ção de energia. Em (B), o gráfico representa uma reação química do tipo endergônica, em que os reagentes têm menos energia do que os produtos. Soma: 3. Fasm-SP 2016 Nas espécies de mandioca mais po- pulares do Brasil, chamadas de aipim ou macaxeira, a concentração de ácido cianídrico é insignificante. A espé- cie conhecida como mandioca-brava, porém, possui uma quantidade maior desta toxina e, se não for bem cozida ou se for consumida crua, pode provocar uma intoxicação. (http://saude.terra.com.br. Adaptado.) O ácido cianídrico tem a capacidade de inibir a transferência de elétrons para o oxigênio molecu- lar, impossibilitando o uso desse oxigênio na cadeia respiratória. a) Em qual organela citoplasmática, e em que estru- tura dessa organela, o ácido cianídrico atua? b) Quais as duas moléculas que não serão mais pro- duzidas na cadeia respiratória devido à ação do ácido cianídrico? 4. USCS-SP 2017 A figura indica duas estruturas inter- nas de uma organela celular. Adaptado de: Lopes, S., Rosso, S. BIO. 2a ed. Volume 1. Editora Saraiva. São Paulo. 2010. O gráfico (A) representa o processo de respira- ção. Trata-se de uma reação exergônica, visto que os reagentes possuem mais energia do que os produtos, sendo que parte da energia dos rea- gentes é liberada na forma de calor. (www.acervosaude.com.br. Adaptado.) a) Qual o principal processo metabólico realizado por essa organela? Cite um grupo de organismos caracterizado pela ausência dessa organela. b) Associe as duas estruturas internas indicadas na figura com duas diferentes etapas do principal processo metabólico realizado por essa organela. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 51 27/10/2023 11:29:53 52 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética consome a casca do maracujá? Que mecanismo evolutivo proporcionou às plantas de maracujá a manutenção da defesa contra animais que conso- mem o seu fruto? b) Qual etapa da respiração celular será interrompida com a ligação do cianeto aos citocromos? Qual a função dos citocromos no interior das mitocôndrias? 9. Udesc 2016 Um importante fenômeno na obtenção de energia é o Ciclo de Krebs, também denomi- nado de ciclo do ácido cítrico ou ciclo dos ácidos tricarboxílicos. Com relação a este ciclo, analise as proposições. I. O ácido pirúvico no início do ciclo provém da que- bra da molécula de glicose (glicólise). II. Este ciclo ocorre no citoplasma tanto das célu- las de organismos procariontes quanto nas dos eucariontes. III. O aceptor final dos hidrogênios liberados neste ciclo, quando realizado na respiração aeróbica, é o oxigênio. IV. Nas células musculares este ciclo pode ocorrer tanto no interior das mitocôndrias como no cito- plasma da célula. Assinale a alternativa correta. a) Somente as alternativas I e III são verdadeiras. b) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. c) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. d) Somente as alternativas II e IV são verdadeiras. e) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras. 10. UFU-MG 2017 O esquema a seguir representa as etapas do metabolismo energético da glicose em bactérias aeróbicas. Com base nas informações contidas no esquema e nos conhecimentos sobre respiração celular, responda: a) Em procariotos e eucariotos, o ciclo de Krebs e a cadeia respiratória ocorrem em locais distintos. Em quais locais esses processos celulares ocor- rem em um aracnídeo? b) Em organismos anaeróbicos facultativos, a pro- dução de ATP é realizada por meio de quais processos celulares? 5. UEM/PAS-PR 2020 Considere um organismo unice- lular que utiliza o oxigênio para a extração de energia das moléculas orgânicas e assinale o que for correto. Esse organismo pode ser composto por célula eucariótica ou por célula procariótica. Nos eucariotos, a extração de energia das molé- culas orgânicas dependentes de oxigênio ocorre nas mitocôndrias, tanto nos eucariotos animais quanto nos vegetais. O oxigênio é transportado através da membrana plasmática por meio de proteínas canais, proteí- nas transmembranares. Nos procariotos esse processo é denominado “glicólise”. O transporte do oxigênio para o interior da célula desse organismo é denominado “transporte ativo”. Soma: 6. Famerp-SP 2018 O bebê Charlie Gard, de 11 meses, morreu devido à Síndrome de Depleção do DNA mitocon- drial, doença muito rara, que causa a morte precoce. Essa síndrome é determinada por uma mutação no gene autos- sômico RRM2B, situado no núcleo celular. Essa mutação faz comque o gene não produza uma proteína essencial para a síntese de DNA mitocondrial, o que provoca uma redução na quantidade dessas organelas, afetando princi- palmente células musculares e neurônios, como ocorreu com o bebê Charlie. (Folha de S.Paulo, 05.07.2017. Adaptado.) Qual molécula fundamental ao metabolismo celular é sintetizada pelas mitocôndrias? Por que a redução da quantidade de mitocôndrias afeta principalmente cé- lulas musculares e neurônios? 7. Fameca-SP 2016 A maioria dos organismos eucarion- tes obtém energia útil na forma de ATP, degradando principalmente carboidratos por meio da respiração celular. Neste processo, além do ATP, são formados no interior da mitocôndria o gás carbônico e a água. a) Em quais etapas da respiração celular são produ- zidas as moléculas de gás carbônico? b) Explique a importância das moléculas de NADH e FADH para a síntese de ATP e para a formação de água na cadeia respiratória. 8. Fameca-SP 2019 A farinha da casca do maracujá tem aplicações na produção de alimentos para consumo hu- mano. No entanto, a casca do maracujá possui glicosídeos cianogênicos, substâncias de defesa próprias dos vegetais contra animais. Quando a casca do maracujá é rompida, enzimas desencadeiam uma reação química em que gli- cosídeos são convertidos em ácido cianídrico (HCN). Uma vez ingerido, o ácido cianídrico libera na corrente sanguí- nea o íon cianeto que se liga fortemente aos citocromos mitocondriais durante a respiração celular. (Elisabete M. G. C. do Nascimento et al. “Benefícios e perigos do aproveitamento da casca de maracujá (Passiflora edulis) como ingrediente na produção de alimentos”. Revista do Instituto Adolfo Lutz. Adaptado.) a) Que relação ecológica interespecífica se estabe- lece entre a planta de maracujá e um animal que Membrana Plasmática Bacteriana Cadeia respiratória Enzima ATP sintase Ciclo de Krebs Glicose Glicólise ATP ATP ADP + Pi ADP + Pi NADH NAD+ H+ H+ H+ H+ H2O O2 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 52 27/10/2023 11:29:53 53 FR EN TE 1 a) Glicólise, Ciclo de Krebs e Cadeia Respiratória b) Glicólise, Fosforilação Oxidativa e Cadeia Respiratória c) Ciclo de Krebs, Cadeia Respiratória e Fosforilação Oxidativa d) Ciclo do Ácido Cítrico, Fotofosforilação e Fosfori- lação Oxidativa 13. UFPR 2015 Nas prateleiras de um supermercado po- demos encontrar vinagre, iogurte, pão, cerveja e vinho. a) Que processo biológico está associado à produ- ção de todos esses itens? Membrana externa Membrana interna Piruvato Piruvato CO2 CO2 O2 Acetil-CoA FADH2NADH e–e– 1 32 ATP ADP + Pi H2O H+ H+ H+H+ 11. UEPG-PR 2016 A respiração é considerada um proces- so que envolve várias etapas bioquímicas integradas. Sobre o assunto, assinale o que for correto. Na glicólise, cada molécula de glicose gera dois piruvatos. Na presença de oxigênio, o piruvato é degradado em CO e HO na respiração celular. Sem oxigênio, alguns organismos e células do tecido muscular esquelético humano continuam a realizar a glicólise, desviando a rota para a fermentação. Na respiração, o ATP é produzido principalmen- te por fosforilação oxidativa, a qual ocorre nas membranas internas das mitocôndrias e, no final do processo, há saldo de ATP que fica disponível para atividades da célula. Nos eucariotos, a glicólise, o ciclo de Krebs e a fosforilação oxidativa ocorrem no interior das mitocôndrias. Os reagentes e os produtos da respiração celular são os seguintes: CHO 1 O ñ CO 1 1 HO Soma: 12. FCMMG 2017 As etapas do processo de respiração celular ocorridos no interior de uma mitocôndria e re- presentados no esquema abaixo pelos números 1, 2 e 3 são, respectivamente: b) Que grupos de microrganismos são necessários para produção do iogurte e da cerveja? c) Que células do corpo humano realizam processo semelhante? Em que situações? 14. Unifesp 2014 Obter energia é vital para todos os seres vivos, tais como as bactérias, os protozoários, as algas, os fungos, as plantas e os animais. Nesse processo, a energia é armazenada na forma de ATP, a partir de doadores e de aceptores de elétrons. Em certos casos, organelas como as mitocôndrias são fundamentais para o processo. a) Dos organismos citados, quais são os que pos- suem mitocôndrias? b) É correto afirmar que, tanto na fermentação quan- to na respiração aeróbica, o doador inicial e o aceptor final de elétrons são moléculas orgânicas? Justifique. 15. Unicamp-SP 2017 A biotecnologia está presente em nosso dia a dia, contribuindo de forma significativa para a nossa qualidade de vida. Ao abastecer um automóvel com etanol, estamos fazendo uso de um produto da biotecnologia obtido com a fermentação de açúcares presentes no caldo extraído da cana-de- -açúcar. Após a extração do caldo, uma quantidade significativa de carboidratos presentes na estrutura celular é perdida no bagaço da cana-de-açúcar. A produção de etanol de segunda geração a partir do bagaço seria uma forma de aumentar a oferta de energia renovável, promovendo uma matriz energética mais sustentável. a) Cite um carboidrato presente na estrutura da parede celular da cana-de-açúcar que poderia ser hidrolisado para fornecer os açúcares para a obtenção de etanol. Por que a biomassa é consi- derada uma fonte renovável de energia? b) Como os microrganismos atuam na fermentação e se beneficiam desse processo? 16. Unitau-SP 2016 O gráfico indica a produção de ácido lático num músculo humano, em 4 níveis de intensidade de exercícios: I, II, III e IV. A maior intensidade de exercícios e a predominância Á ci do lá tic o (m m ol /k g m as sa s ec a de m ús cu lo ) Tempo (minutos) 0 0 2 4 6 8 10 20 40 60 80 100 120 I II III IV de exercício aeróbico ocorreram, respectivamente, em a) I e II. b) II e III. c) I e IV. d) III e IV. e) IV e II. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 53 27/10/2023 11:29:53 54 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética chamadas de anaeróbicas facultativas. Como exemplo, temos as bactérias que causam o té- tano, as quais podem obter energia por meio da fermentação acética. Na fermentação, as moléculas orgânicas ricas em energia são degradadas incompletamente, com liberação de menos energia do que na respira- ção. Por exemplo, a fermentação de glicídios por certas bactérias e leveduras origina álcool etílico e gás carbônico, processo denominado de fer- mentação alcoólica. A fermentação láctica é realizada por bactérias do gênero Lactobacillus. Essas bactérias são uti- lizadas na produção de pães, onde as bolhas de gás carbônico (CO) não conseguem escapar da superfície da massa, fazendo-a inchar. Bactérias como Pseudomonas e Bacillus podem utilizar nitratos como aceptores de hidrogênios em sua respiração anaeróbica. Pelo processo de desnitrificação, o nitrogênio do solo, na forma de ni- trato, retorna à atmosfera na forma de N. Soma: 21. UEM/PAS-PR 2014 Os principais processos pelos quais ocorre liberação da energia armazenada nas ligações químicas dos compostos orgânicos são a fer- mentação e a respiração. Em relação à fermentação, é correto afirmar que: O ATP atua no transporte ativo de íons e de molé- culas através da membrana plasmática. A transformação da energia química do ATP em energia mecânica é um tipo de reação de síntese ou de adição. O principal processo anaeróbico de produção de ATP a partir de substâncias orgânicas é a fermentação, utilizada por muitos fungos e bac- térias que vivem em ambientes pobres em gás oxigênio. A fermentação pode ser definida como uma rea- ção de síntese ou de decomposição, pois, nesse processo, ocorre oxidação ou degradação incom- pleta de moléculas orgânicas com liberação de energia para formação de ATP. A fermentação é o único processo de liberação de energia em certas bactérias anaeróbicas estri-tas ou obrigatórias, como as que causam o tétano. Soma: 22. Unitau-SP 2019 A fermentação é um processo de sín- tese de ATP que não envolve a cadeia respiratória. Esse processo, que sempre ocorre no citoplasma ce- lular, reúne um conjunto de reações controladas por enzimas, as quais atuam como catalisadores, degra- dando uma molécula orgânica, geralmente a glicose, em compostos mais simples, liberando energia. O tipo de fermentação varia de acordo com as enzimas que os organismos fermentadores apresentam, determi- nando, assim, a produção de diferentes compostos finais, como mostram as figuras 1, 2 e 3. 17. USCS-SP 2019 Uma pessoa preparou iogurte caseiro utilizando um litro de leite de vaca fervido e um copo de iogurte natural industrializado. Em um recipiente, ela misturou o leite fervido, ainda morno, com o io- gurte natural e deixou a mistura descansando durante horas. Quando se formou o coalho, levou-o a geladei- ra. No dia seguinte, o iogurte caseiro foi consumido e percebeu-se então que o produto tinha gosto azedo. a) Que microrganismos permitiram a formação do iogurte? Cite o dissacarídeo contido no leite que, após ser digerido, é utilizado por esses microrganismos. b) Que composto é responsável pelo gosto azedo do iogurte? Explique como esse composto afeta as proteínas existentes no leite. 18. Fasm-SP 2019 Os índios Macuxi utilizam a mandio- ca para obter o caxiri, uma bebida alcoólica milenar produzida artesanalmente a partir do processo de fermentação. A bebida é consumida após o término de trabalhos coletivos realizados pelos próprios in- dígenas e servida aos visitantes como um sinal de boas-vindas. a) Quais microrganismos realizam o processo de fermentação alcoólica? Que molécula orgânica inicial é degradada neste processo? b) Qual a principal molécula transportadora de hi- drogênio presente nos processos de respiração e fermentação? Compare, em relação ao rendimen- to, a produção de energia nesses dois processos. 19. UFJF/Pism-MG 2018 Quando fazemos atividade físi- ca para emagrecer é necessário controlar a proporção de exercício aeróbico e anaeróbico que realizamos para aumentar a eficiência da queima de gordura, já que há grande diferença na quantidade de ATP pro- duzido nos dois tipos de exercício. Sobre exercício aeróbico e anaeróbico, responda: a) Em qual tipo de exercício, aeróbico ou anaeróbico, você espera maior produção de ATP? Por quê? b) Qual o papel do oxigênio no processo de síntese de ATP? c) Por que o processo de síntese de ATP que ocor- re nas mitocôndrias é chamado de fosforilação oxidativa? 20. UEPG-PR 2019 A maioria das espécies de bactéria apresenta nutrição heterotrófica, alimentando-se de moléculas orgânicas produzidas por outros seres vivos. Os processos que permitem às bactérias uti- lizar a energia do alimento são a respiração celular e a fermentação. Sobre o assunto, assinale o que for correto. A respiração aeróbica é um processo biológico de obtenção de energia em que a célula degrada moléculas orgânicas com a participação do gás oxigênio (O). As moléculas orgânicas são degra- dadas a gás carbônico (CO) e água. As espécies de bactérias anaeróbicas que não toleram a presença de oxigênio e morrem são 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 54 31/10/2023 15:21:48 55 FR EN TE 1 Com base nas figuras, assinale a alternativa que re- laciona CORRETAMENTE as reações e o tipo de fermentação. a) – fermentação láctica; – fermentação alcoóli- ca; – fermentação acética b) – fermentação alcoólica; – fermentação lática; – fermentação acética c) – fermentação acética; – fermentação láctica; – fermentação alcoólica d) – fermentação alcoólica; – fermentação acéti- ca; – fermentação láctica e) – fermentação acética; – fermentação alcoóli- ca; – fermentação láctica 23. Uefs-BA 2018 Cientistas construíram uma máquina que captura radiação solar em sua parte superior e H2O e CO2 em suas laterais. No interior da máquina, a radiação solar e os gases capturados reagem com o elemento químico cério. A máquina, então, expele gás oxigênio, gás hidrogênio e monóxido de carbono, como mostra a figura. 1 GLICOSE C3H4O3 C2H6O + CO2 C2H6O + CO2 C3H4O3 2 P + 2 NAD 2 NADH 2 P + 2 ADP AÇÃO DE LEVEDURAS 2 ATP 2 GLICOSE C2H6O3 + CO2 C2H6O3 + CO2 C3H4O3 C3H4O3 2 P + 2 NAD2 P + 2 ADP AÇÃO DE BACILOS 2 NADH22 ATP 3 C2H6O + CO2 C2H6O + CO2 C2H4O2 C2H4O2 C3H4O3 C3H4O3 GLICOSE 2 P + 2 NAD2 P + 2 ADP AÇÃO DE LEVEDURAS AÇÃO DE BACTÉRIAS 2 NADH2 ATP Saída de O, H e CO Cério poroso Entrada de HO e CO Isolamento de alumínio Janela de quartzo Radiação solar concentrada O funcionamento dessa máquina assemelha-se à etapa a) química da fotossíntese. b) fotoquímica da fotossíntese. c) química da fermentação alcoólica. d) da glicólise da respiração celular. e) de fotofosforilação da respiração celular. 24. Enem PPL 2018 A fotossíntese é um processo físico- -químico realizado por organismos clorofilados. Nos vegetais, é dividido em duas fases complementares: uma responsável pela síntese de ATP e pela redução do NADP1 e a outra pela fixação de carbono. Para que a etapa produtora de ATP e NADPH ocorra, são essenciais a) água e oxigênio. b) glicose e oxigênio. c) radiação luminosa e água. d) glicose e radiação luminosa. e) oxigênio e dióxido de carbono. 25. FMJ-SP 2020 A figura ilustra, de forma simplificada, as reações químicas que ocorrem no interior de um cloroplasto. D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m (www.infoescola.com) 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 55 27/10/2023 11:29:54 56 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética a) Cite a substância que está representada por X na figura. Por que, em temperatura muito alta, a ve- locidade das reações químicas que ocorrem no interior do cloroplasto começa a diminuir? b) Foi realizado um experimento com três plantas da mesma espécie, em condições ideais de tempe- ratura e hidratação. Uma planta foi exposta à luz verde, a outra à luz amarela e outra à luz verme- lha. A planta submetida a qual luz produzirá mais amido? Explique a relação entre a cor da luz e a maior produção de amido. 26. UEPG-PR 2017 Sabe-se que a fotossíntese acontece em duas etapas: a fase clara e a fase escura. Assinale o que for correto sobre as características e aconteci- mentos dessas etapas. Na etapa fotoquímica (ou fase clara), a energia lu- minosa é absorvida pela clorofila e armazenada em moléculas de ATP. Além disso, a luz promove a transformação de água em hidrogênio e oxigê- nio, o qual é liberado pela planta. A etapa química (ou fase escura) ocorre no es- troma e envolve a formação de glicídios a partir de gás carbônico do ambiente. Não depende di- retamente da luz, mas utiliza o hidrogênio e ATP produzidos na fase clara. A clorofila está localizada nos tilacoides do cloro- plasto, associada a proteínas e outros pigmentos. Os pigmentos acessórios absorvem melhor a faixa de cores não absorvidas pela clorofila, aumentando o aproveitamento da energia luminosa na fase clara. A energia luminosa absorvida pela clorofila é trans- ferida para elétrons, os quais podem seguir para a fotofosforilação cíclica e fotofosforilação acíclica. Em ambos os casos, os elétrons cedem energia, que é utilizada na síntese de ATP pela fosforilação. Na fase escura, o gás carbônico reage inicialmen- te com um composto de cinco carbonos, por isso, esta etapa também é conhecida como ciclo das pentoses. Para cada molécula de gás carbônico que entra no ciclo são consumidas três moléculas de ATP e duas de NADPH. Soma: 27. Unioeste-PR 2023 Sobre o processo da fotossíntese, leia as afirmações contidas nas alternativas e assinale a CORRETA. a) O oxigênio é liberado por meio da quebra da água exposta à ação da luz, havendo a captação do hi- drogênio da água pelo NADP, que se transforma em NADPH. Tal reação constituiuma das fases da fotossíntese denominada de fotofosforilação. b) O ponto de compensação fótico corresponde à intensidade de energia luminosa na qual as taxas de fotossíntese e de respiração não se equivalem. c) Com exceção da energia fixada por microrganis- mos quimiossintetizantes, a energia fixada pelas plantas durante a fotossíntese constitui a base da maior parte das cadeias alimentares do planeta. d) A capacidade fotossintética da planta sofre influên- cia de fatores internos e externos. Dentre os fatores externos, podemos citar: a disponibilidade de água e nutrientes, a temperatura, a irradiância, a concentração de CO e o teor de clorofila. e) Fotossíntese é um processo realizado pelas plan- tas para a produção de energia necessária para a sua decomposição. 28. Uerj 2015 Em um experimento, os tubos I, II, III e IV, cujas aberturas estão totalmente vedadas, são iluminados por luzes de mesma potência, durante o mesmo intervalo de tempo, mas com cores dife- rentes. Além da mesma solução aquosa, cada tubo possui os seguintes conteúdos: A solução aquosa presente nos quatro tubos tem, ini- cialmente, cor vermelha. Observe, na escala abaixo, a relação entre a cor da solução e a concentração de dióxido de carbono no tubo. Os tubos I e III são iluminados por luz amarela, e os tubos II e IV por luz azul. Admita que a espécie de alga utilizada no experimento apresente um único pig- mento fotossintetizante. O gráfico a seguir relaciona a taxa de fotossíntese desse pigmento em função dos comprimentos de onda da luz. co r da so lu çã o roxa vermelha concentração de dióxido de carbono no tubo(2) (1) amarela ta xa d e fo to ss ín te se 380 440 500 565 590 625 740 Comprimento de onda (nm) vi ol et a az ul ve rd e am ar el a la ra nj a ve rm el ha I II III IV algas algas caramujos algas e caramujos 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 56 27/10/2023 11:29:54 57 FR EN TE 1 Após o experimento, o tubo no qual a cor da solução se modificou mais rapidamente de vermelha para roxa é o representado pelo seguinte número: a) I. b) II. c) III. d) IV. 29. Unesp 2020 Analise as estruturas das clorofilas a e b. (www.infoescola.com) As clorofilas a e b estão presentes na estrutura ce- lular denominada __________, sendo que a clorofila __________ é a principal responsável pelo processo de fotossíntese. Nas duas clorofilas, o elemento mag- nésio encontra-se sob a forma de íons com número de carga __________. A diferença entre as duas es- truturas é a presença, na clorofila b, de um grupo da função orgânica __________, em vez de um dos gru- pos metil da clorofila a. As lacunas do texto são preenchidas, respectivamen- te, por: a) cloroplasto; a; 1; aldeído. b) cloroplasto; b; 1; cetona. c) complexo golgiense; a; 1; aldeído. d) cloroplasto; a; 1; aldeído. e) complexo golgiense; b; 1; cetona. 30. Uerj 2018 Nos vegetais, o ponto de compensação fótico ou luminoso corresponde à quantidade de luz na qual as taxas de fotossíntese e de respiração se equivalem. Nesse ponto, todo o oxigênio produzido na fotossíntese é utilizado no processo respiratório, e todo o gás carbônico produzido nesse processo é utilizado na fotossíntese. Considere as curvas de fo- tossíntese de duas espécies vegetais, A e B, e seus respectivos pontos de compensação, PC1 e PC2, indi- cados no gráfico a seguir. Clorofila a Clorofila b H3C CH2CH3 CH3 H2C=CH CH3 CH3H H H O Mg NN NN CO2CH3 CH3 CH3 CH3CH2CO2CH2CH C(CH2CH2CH2CH)3CH3 H C O O H H N N Mg CH2CH3 CH3 CO2CH3 H2C=CH CH3 CH3H CH3 CH3 CH2CH2CO2CH2CH C(CH2CH2CH2CH)3CH3 Clorofila a Clorofila b H3C CH2CH3 CH3 H2C=CH CH3 CH3H H H O Mg NN NN CO2CH3 CH3 CH3 CH3CH2CO2CH2CH C(CH2CH2CH2CH)3CH3 H C O O H H N N Mg CH2CH3 CH3 CO2CH3 H2C=CH CH3 CH3H CH3 CH3 CH2CH2CO2CH2CH C(CH2CH2CH2CH)3CH3 Adaptado de biology4isc.weebly.com. Identifique a curva que representa uma planta cul- tivada em local sombreado e justifique o ponto de compensação observado nessa planta. Admita que as espécies A e B foram submetidas a temperaturas muito altas, apresentando quedas nas taxas de respiração e fotossíntese. Nesse caso, apon- te o fator que interferiu na queda dessas taxas. 31. UEPG-PR 2022 O gráfico abaixo ilustra a velocidade da reação da fotossíntese e da respiração em função da intensidade de luz. Assinale o que for correto. O Ponto de compensação (PC) corresponde à in- tensidade luminosa em que a taxa da fotossíntese se iguala à da respiração. A respiração é um processo dependente da luz. No ponto de compensação (PC), todo o gás car- bônico produzido pela respiração é consumido pela fotossíntese. No ponto de compensação (PC), todo o oxigênio produzido pela fotossíntese é consumido pela respiração. Diminuindo a intensidade luminosa, há aumento da taxa de fotossíntese. Soma: 32. UFU-MG 2015 O gráfico a seguir apresenta o efei- to da luminosidade sobre as taxas de respiração e fotossíntese das plantas I e II. Cada uma delas tem diferentes necessidades quanto à exposição à luz so- lar, sendo uma delas umbrófita (planta de sombra) e a outra heliófita (planta de sol). Absorção de CO2 Liberação de CO2 A B Quantidade de luz PC1PC2 8 6 4 2 –2 0 0 10 20 30 40 50 60 V el oc id ad e da r ea çã o Ponto de compensação (PC) Intensidade de Luz Fotossíntese Respiração 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 57 27/10/2023 11:29:54 58 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética a) Por que a planta do tubo apresentou maior ren- dimento na produção de gás oxigênio? Qual tubo contém a planta que consumiu menos água? b) Qual a relação quantitativa entre a taxa de fotos- síntese e a taxa de respiração celular no tubo ? Em relação ao ponto de compensação fótico, o que se pode afirmar a respeito da intensidade lu- minosa projetada sobre a planta do tubo ? 34. Unicamp-SP 2021 O avanço da tecnologia torna possível a análise das coberturas vegetais com sen- sores remotos. O Índice de Vegetação da Diferença Normalizada (NDVI) usa bandas do espectro eletro- magnético captadas por satélite que são modificadas pela presença da vegetação, devido aos pigmentos das plantas que absorvem energia luminosa. Com base no padrão de energia refletida pelas plantas, é possível avaliar o vigor vegetativo em grandes exten- sões, tanto em campos agrícolas como em florestas. Especificamente, o NDVI considera a refletância das folhas nas bandas do vermelho (RED, faixa de com- primento de onda de 625 a 740 nm) e infravermelho próximo (NIR, faixa de comprimento de onda de 740 a 2 500 nm). Os valores de NDVI de vegetações va- riam de 0 a 1, sendo calculados de acordo com a equação abaixo: Adaptado de http://www.c2o.pro.br/hackaguas/apk.html. Acessado em 28/08/2020. a) O espectro de absorção de luz pelas plantas é apresentado na figura anterior. O NDVI seria maior em uma planta saudável ou doente? Justifi- que sua resposta. Considere a refletância no NIR igual entre plantas saudáveis e doentes, e que a doença causa o amarelecimento das folhas. b) Explique como a energia luminosa absorvida pelos pigmentos das plantas é transformada em energia química. Por que é possível associar o NDVI ao vi- gor da comunidade de plantas estudadas? 35. Unitau-SP 2023 A fotossíntese é realizada por orga- nismos autotróficos fotossintetizadores, como plantas, algas, alguns protozoários e alguns procariontes. Es- ses organismos captam a luz solar, a qual transformam em energia química e produzem carboidratos ou açú- cares, a partir de água, alguns nutrientes e dióxido de carbono. Intensidade do fenômeno Intensidade LuminosaA B C Taxa fotossintética Planta I Taxa fotossintética Planta II Taxa respiratória Planta I e II Clorofila a Clorofila b A bs or bâ nc ia Comprimento de onda (nm) 400 500 600 700 Cor Comprimento de onda (nm) Azul Verde Amarelo Laranja Vermelho 440-485 500-565 565-590 590-625 625-740NIR 2 RED NIR 1 REDNDVI 5 a) Qual é o ponto (A, B ou C) de compensação fótico da planta II? Justifique sua resposta. b) A partir de qual ponto as plantas I e II, respecti- vamente, conseguem acumular matéria orgânica que poderá ser disponibilizada para os níveis tró- ficos dos consumidores? Justifique sua resposta. c) Como as plantas I e II podem ser classificadas, respectivamente, quanto à exposição à luz solar? Justifique a classificação dada a partir do ponto de compensação fótico das plantas. 33. Fameca-SP 2019 Um experimento foi montado para quantificar a taxa de fotossíntese de uma es- pécie de planta aquática em relação à iluminação por luz de diferentes comprimentos de onda. Qua- tro tubos de ensaio receberam o mesmo volume de água, e cada tubo um único corante nas cores ama- rela, vermelha, verde e violeta. Um ramo da planta aquática foi inserido em cada um dos tubos que, posteriormente, foram vedados por rolhas. Uma pipeta graduada, aberta nas extremidades e com um pouco de óleo, foi transpassada em cada rolha. Nesse experimento, o corante funcionou como um filtro que permitiu às plantas dos tubos 1, 2, 3 e 4 receber maior quantidade de luz de comprimento de onda equivalente ao amarelo, vermelho, verde e violeta, respectivamente. A marca de óleo em cada pipeta indicava o nível de O2 produzido pelas plan- tas em cada tubo, conforme a ilustração. (www.carlsonstockart.com. Adaptado.) Planta aquática Tubo Tubo Tubo Tubo Marca do óleo Nível de O 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 58 27/10/2023 11:29:54 59 FR EN TE 1 Sobre a fotossíntese, assinale a alternativa CORRETA. a) Nas reações de fixação do carbono, o NADPH e o AMPc são usados para reduzir o CO em carbônico orgânico, em uma etapa chamada ciclo de Krebs. b) No fotossistema II, a energia luminosa é aprisionada e transportada até as moléculas de clorofila P, nas quais os seus elétrons são energizados, na etapa de fotofosforilação. c) No fotossistema I, para cada elétron transferido se dá a substituição desse por um outro elétron, proveniente da fotólise da água. d) Clorofila, carotenoides e ficobilinas estão arranjadas nos estromas dos cloroplastos, em unidades chamadas de fotossistemas. e) As reações luminosas ocorrem na membrana do tilacoide e as reações de fixação de carbono ocorrem no estro- ma do cloroplasto. 36. UEPG/PSS-PR 2019 Assinale o que for correto sobre as características gerais do metabolismo energético utilizado pelas células. O processo de respiração anaeróbia está presente nas cianobactérias. Neste processo, a glicose é a matéria orgânica a ser degradada para obtenção de energia, por meio de vários mecanismos bioquímicos integrados. A quimiossíntese é realizada por algumas bactérias, as quais não utilizam a energia luminosa para formação de compostos orgânicos. Por exemplo, as nitrobactérias utilizam energia química proveniente da oxidação de íons nitrito para síntese da matéria orgânica. A fotossíntese, considerada o principal processo autotrófico, é realizada pelos seres clorofilados. Por exemplo, as bactérias fotossintetizantes (fotoautotróficas) fazem uso de gás carbônico (CO) e água (HO) para formação de carboidratos e gás oxigênio (O). A fermentação é um processo aeróbio, com grande ganho energético, exclusivo de algumas bactérias e fungos. A glicose é degradada na presença de oxigênio, gerando substâncias como o álcool etílico (fermentação alcoólica), por exemplo. Soma: 37. FCMSCSP 2018 Os esquemas representam os sistemas 1 e 2 envolvidos no metabolismo energético. Esses sistemas compartilham algumas semelhanças, como a transferência de elétrons para substâncias aceptoras. Ambos os siste- mas podem funcionar dentro de uma mesma célula eucarionte, porém em organelas diferentes. Neste caso, as duas organelas trabalham de forma integrada havendo, portanto, certa relação entre os sistemas 1 e 2. Sistema 1 Sistema 2 NADH NADPH H1 H1 H1 H1 H2O 2H1 1 1 2 O2 e2 e2 e2 e2 e2 e2 e2 a) Como é denominado o sistema ? Em qual organela celular ocorre o sistema ? b) O sistema faz parte de qual metabolismo energético? De que forma a energia dos elétrons do sistema é dis- ponibilizada para o sistema em uma mesma célula? 38. Unitins-TO 2023 A fotossíntese é uma das funções biológicas fundamentais das células vegetais. Por exemplo, a clorofila contida nos cloroplastos é capaz de absorver a energia que a luz solar emite como fótons e transformá-la em energia química. Esta, por sua vez, se acumula nas ligações químicas entre os átomos das moléculas alimentícias, produzidas com a participação do CO2 atmosférico. Em contrapartida, se analisarmos as etapas da respiração celular, em que a energia contida nas substâncias alimentícias é processada, veremos que, de certa maneira, a fotossíntese é um processo inverso da respiração celular. Inclusive, pode-se observar que cloroplastos e mitocôndrias têm muitas semelhanças estruturais e funcionais. Sobre as etapas de reações da fotossíntese e respiração celular, analise as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd 59 27/10/2023 11:29:54 60 BIOLOGIA Capítulo 7 Bioenergética I. Nas fases finais das reações fotoquímicas da fotossíntese, é produzido NADPH (a partir de NAD1, e2 e H1) e ATP (a partir de ADP e fosfato). Tais processos são semelhantes aos que ocorrem normalmente na fosforilação oxidativa da respiração celular. PORQUE II. Na fosforilação oxidativa, o fluxo de elétrons parte da NADH (ou FADH) até o O e é produzida HO. Já nas rea- ções de fotofosforilação da fotossíntese, ocorre o inverso, pois os elétrons fluem de HO, previamente dissociada em O, H1 e e2, até a NADPH. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições falsas. 39. Uerj 2020 Duas plantas, que pertencem a uma mesma espécie e se encontram no mesmo estágio de desenvol- vimento, foram mantidas durante 30 dias em duas câmaras de vidro iguais e hermeticamente fechadas. Ao longo desse período, uma das plantas foi constantemente iluminada, enquanto a outra foi submetida a ciclos contínuos de 12 horas de iluminação e 12 horas de escuro. A variação na concentração de CO2, em cada uma das duas câmaras, foi medida diariamente. Observe no gráfico os resultados dessa análise. C on ce nt ra çã o de C O 2 (u ni da de a rb itr ár ia ) Tempo (dias) A B Intensidade luminosa (µmol m–2 s–1) µm ol O 2 m – 2 s – 1 16 12 8 4 0 0 100 200 300 400 500 -4 -8 A B Identifique a curva correspondente à planta que foi mantida sob iluminação constante, justificando sua resposta com base no gráfico. Nomeie, ainda, o carboidrato produzido ao final da fotossíntese, a partir do CO2 consumido. 40. Unicamp-SP 2017 As plantas crescem e se desenvolvem em ambientes com grande variação na disponibilidade de energia luminosa, apresentando importante aclimatação da fotossíntese e da respiração foliar. A figura abaixo representa a variação das trocas gasosas de duas espécies, A e B, em função do aumento da disponibilidade de luz. Valores positivos indicam fotossíntese, e valores negativos, respiração. a) Qual espécie estaria mais apta a se desenvolver em ambientes de sub-bosque, onde a luz é um fator limitante e raramente excede µmol m- s-? Justifique sua resposta. b) Além de modificações fisiológicas como as citadas nas trocas gasosas, cite outras duas características das folhas que tornariam as plantas aptas a se desenvolverem em ambientes sombreados. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7_p4.indd60 27/10/2023 11:29:54 61 EM13CNT101 1. Unesp 2021 Os seres vivos contribuem para a cicla- gem do carbono na natureza por meio da oxidação ou redução desse elemento químico presente em moléculas orgânicas ou inorgânicas. As equações das reações químicas a seguir remetem a processos bio- lógicos que convertem compostos de carbono. EM13CNT205 3. Unesp 2021 A figura mostra um experimento realizado com duas espécies de gramíneas, A e B. As gramíneas foram inicialmente plantadas em uma curta faixa nos ex- tremos opostos de duas caixas retangulares contendo solo. As caixas foram acondicionas em ambientes sepa- rados e submetidas à mesma intensidade luminosa. Por semanas, ambas as caixas foram regadas igualmente, mas uma delas foi mantida a 10 °C e a outra, a 40 °C. Nessas reações químicas, o carbono é reduzido com menor transferência de elétrons na a) quimiossíntese. b) fotossíntese. c) respiração celular. d) fermentação alcoólica. e) fermentação acética. EM13CNT301 2. Unesp 2014 Um pequeno agricultor construiu em sua propriedade uma estufa para cultivar alfaces pelo siste- ma de hidroponia, no qual as raízes são banhadas por uma solução aerada e com os nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. Para obter plantas maio- res e de crescimento mais rápido, o agricultor achou que poderia aumentar a eficiência fotossintética das plantas e para isso instalou em sua estufa equipamentos capa- zes de controlar a umidade e as concentrações de CO2 e de O2 na atmosfera ambiente, além de equipamentos para controlar a luminosidade e a temperatura. É correto afi rmar que o equipamento para controle da a) umidade relativa do ar é bastante útil, pois, em ambiente mais úmido, os estômatos permane- cerão fechados por mais tempo, aumentando a eficiência fotossintética. b) temperatura é dispensável, pois, independen- temente da temperatura ambiente, quanto maior a intensidade luminosa maior a eficiência fotossintética. c) concentração de CO é bastante útil, pois um aumento na concentração desse gás pode, até certo limite, aumentar a eficiência fotossintética. d) luminosidade é dispensável, pois, independen- temente da intensidade luminosa, quanto maior a temperatura ambiente maior a eficiência fotos- sintética. e) concentração de O é bastante útil, pois quanto maior a concentração desse gás na atmosfera ambiente maior a eficiência fotossintética. C6H12O6 ñ 6O2 ñ 6CO2 1 6H2O 6CO2 1 6H2O ñ C6H12O6 1 6O2 C6H12O6 ñ 2C2H5OH 1 2CO2 C2H5OH 1 O2 ñ CH3COOH 1 H2O O gráfi co que melhor representa a variação da taxa de fotossíntese de ambas as espécies, em relação às temperaturas a que foram submetidas, é: soloA B BA10 oC soloA B BA40 oC Ta xa d e fo to ss ín te se Temperatura (°C)4010 A B Ta xa d e fo to ss ín te se Temperatura (°C)4010 A B Ta xa d e fo to ss ín te se Temperatura (°C)4010 A B Ta xa d e fo to ss ín te se Temperatura (°C)4010 A B Ta xa d e fo to ss ín te se Temperatura (°C)4010 A B a) b) c) d) e) BNCC em foco 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_029_061_f1_c7.indd 61 30/10/2023 11:55:56 62 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular Núcleo celular Em , a cientista australiana Elizabeth Blackburn (-) ganhou o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina pela descoberta da ação da telo- merase, enzima responsável pela preservação dos telômeros (extremidades dos cromossomos). Cromossomos são encontrados no núcleo de células eucarióticas e são formados por DNA, molécula que contém a informação genética para coordenar o funcionamento da célula. A descoberta da telo- merase possibilitou avanços em pesquisas relacionadas ao envelhecimento celular e a doenças como o câncer. Neste capítulo, vamos estudar o núcleo celular, sua composição e a estrutura dos cromossomos. 8 CAPÍTULO FRENTE 1 Representação esquemática de um núcleo celular, onde se localizam os cromossomos. As extremidades dos cromossomos são chamadas telômeros. Li gh ts pr in g/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 62 30/10/2023 12:06:49 FR EN TE 1 63 Ciclo celular Nas células eucarióticas, a maior parte da informação genética está contida no DNA nuclear – apenas uma pequena parte do DNA é encon- trada nas mitocôndrias e nos cloroplastos. Por isso, o núcleo corresponde ao centro de controle metabólico da célula. O ciclo celular corresponde ao tempo de vida de uma célula, desde sua formação até a sua divisão em células-filhas, e pode ser dividido em duas etapas: a interfase (período entre duas divisões celulares) e a divisão celular. A estrutura nuclear, que será apresentada neste capítu- lo, corresponde ao núcleo interfásico, uma vez que sua visualização e descrição são feitas quando a célula se encontra na interfase. A interfase é dividida em três fases (períodos): fase G, fase S e fase G. Na fase G, a célula apresenta intenso crescimento e elevada taxa me- tabólica, sintetizando proteínas e organelas citoplasmáticas. Na fase S, o crescimento continua e ocorre a duplicação (replicação) do DNA, even- to essencial para a ocorrência da divisão celular. Após o término da duplicação, a interfase avança para a fase G, período em que a célula continua a crescer e a sintetizar proteínas, finalizando os preparativos para a divisão celular. Há células que, depois de terem sido geradas por divisão celular, passam por um processo de diferenciação e permanecem em um estado de não divisão denominado fase G. É o caso dos neurônios e das células musculares. Algumas células em fase G podem retomar o ciclo celular, como ocorre com as células do fígado, devido à liberação de fatores de crescimento, em decorrência de lesões. Estrutura do núcleo interfásico Geralmente, as células eucarióticas têm apenas um núcleo. Todavia, existem células com dois núcleos (binucleadas), como muitas células do fígado, e aquelas que têm dezenas de núcleos, como as células musculares estriadas esqueléticas. O núcleo interfásico é delimitado pelo envoltório nuclear ou carioteca, que separa o conteúdo nuclear do citoplas- ma e é constituído de uma membrana dupla e lipoproteica. A membrana externa apresenta ribossomos aderidos à face citoplasmática e está em continuidade com a membrana do retículo endoplasmático granular. O envoltório nuclear tem poros que permitem – de maneira seletiva – o trânsito de materiais entre o núcleo e o citoplasma. O meio intranuclear é preenchido pelo nucleoplasma ou cariolinfa, solução na qual ocorrem as reações químicas. Ela é constituída de água e proteínas, entre outros componentes. No interior do núcleo, o material genético encontra-se na forma de cromatina, uma associação entre o DNA e proteí- nas denominadas nucleoproteínas. Também no meio intranuclear, encontra-se o nucléolo, estrutura densa e esférica não delimitada por membrana e formada por RNA ribossômico (RNAr), proteínas e pequena quantidade de DNA, que contém os genes codificadores do RNAr. O nucléolo contribui para a formação dos ribossomos, uma vez que parte das proteínas dele, além do RNAr, vão compor as subunidades ribossômicas. Ele está relacionado à atividade metabólica celular, e seu tamanho varia de acordo com a taxa de síntese proteica da célula. Assim, espera-se que uma célula com elevada síntese proteica tenha um nucléolo maior do que o de uma célula cuja produção de proteínas é menos intensa. Representação esquemática das etapas do ciclo celular e das fases da interfase. Ao final da fase S, o material genético encontra-se completamente duplicado, ou seja, com o dobro da quantidade de DNA em relação à célula que iniciou o ciclo. Nessa representação, M indica a ocorrência de uma divisão celular. Representação esquemática dos componentes do núcleo celular. Note a continuidade entre o envoltório nuclear e a membrana do retículo endoplasmático granular. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Núcleo Envoltório nuclear Nucleoplasma Cromatina Nucléolo Poros nuclearesRibossomos Retículo endoplasmático granular ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA G G G M S A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A lil a M ed ic al M ed ia /S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 63 30/10/2023 12:06:51 64 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular Composição e organização da cromatina A cromatina é constituída de DNA associado a proteínas, como as histonas, que conferem estabilidade ao DNA e participam da condensação cromossômica. A unidade estrutural básica da cromatina é denominada nucleossomo, que consiste em DNA enrolado duas vezes ao redor de um conjunto de histonas. Com essa organização, o filamento de cromatina assemelha-se a um colar de contas, em que cada “conta” corresponde a um nucleossomo. Observando pelo microscópio, a cromatina no núcleo interfásico apresenta duas regiões: uma mais compactada e com coloração intensa, a heterocromatina; e outra menos corada e menos condensada, chamada de eucromatina. Essa diferença no grau de condensação da cromatina tem uma importante consequência. As regiões de eucromatina são geneticamente ativas, isto é, os genes contidos nessa parte do DNA se expressam, uma vez que a menor conden- sação possibilita a transcrição do DNA em RNA. Já as porções de heterocromatina não são ativas, pois o grau de condensação do DNA impossibilita a transcrição nessas regiões. Cromatina Nucleossomos Histona DNA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA CORES FANTASIA À esquerda, eletromicrografia de transmissão do núcleo de uma célula em corte (aumento de 10 000 vezes; colorida artificialmente). À direita, representação esquemática do filamento de cromatina, indicando a localização das regiões de eucromatina e heterocromatina no interior do núcleo. Em um mesmo organismo, diferentes regiões da cromatina podem estar condensadas em algumas células e descon- densadas em outras. Portanto, apesar de todas as células desse organismo terem, a princípio, o mesmo material genético, as informações que se expressam em uma célula podem ser diferentes daquelas que se expressam em outras, resultando em células com formas e funções distintas. Durante o ciclo celular, a cromatina assume diferentes níveis de condensação. Na interfase, ela se apresenta menos condensada (à exceção das regiões de heterocromatina); todavia, no início da divisão celular, a condensação torna-se mais intensa até atingir grau máximo, resultando na formação dos cromossomos, unidades facilmente distinguíveis ao microscópio óptico. A condensação cromossômica no nível máximo de empacotamento é um processo importante para a distribuição do DNA nas células resultantes da divisão celular, assunto que será detalhado no próximo capítulo. A cromatina e os cromossomos, observados em momentos distintos do ciclo celular, são constituídos dos mesmos com- ponentes (DNA e proteínas), mas com grau diferente de condensação. Alguns autores definem a cromatina como sendo correspondente aos cromossomos de uma célula que não está em divisão. Atenção Ve ct or M in e/ S hu tt er st oc k. co m Gene Nucleossomo Histona DNA DNA inacessível: o gene está inativo DNA acessível: o gene está ativo Eucromatina Heterocromatina Filamento de cromatina B io ph ot o A ss oc ia te s / S ci en ce S ou rc e / F ot oa re na M ar i-L ea f/ S hu tt er st oc k. co m Representação esquemática dos componentes e da organização de um filamento de cromatina. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 64002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 64 30/10/2023 12:06:5230/10/2023 12:06:52 FR EN TE 1 65 Os cromossomos Durante a interfase, na fase S, ocorre a duplicação do DNA, formando dois filamentos de cromatina idênticos, que permanecem unidos. Na divisão celular, quando os cromos- somos duplicados estão altamente condensados, pode-se visualizar bem suas partes. Um cromossomo duplicado é constituído de duas cromátides-irmãs, que são moléculas de DNA iguais unidas pelo centrômero (constrição primária). Em determinado momento da divisão celular, as cromátides- -irmãs se separam, resultando em cromossomos simples. Naturalmente, os telômeros tornam-se mais curtos a cada ciclo de divisão. Por isso, espera-se que os telômeros de indivíduos mais velhos sejam mais curtos que os de in- divíduos mais jovens, denotando o envelhecimento celular, muitas vezes ao ponto de as divisões celulares cessarem. Portanto, o encurtamento normal dos telômeros limita o número de divisões que uma célula pode realizar. Esse encurtamento é observado em pessoas com doenças como aterosclerose, câncer, esquizofrenia, doença de Alzheimer, entre outras. Centrômero Cromátide Cromátide Cromátide Cromossomo simples Cromossomo duplicado Cromátides irmãs ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Certos cromossomos apresentam também a constrição secundária, característica que define as regiões organi- zadoras do nucléolo (RON) ou regiões satélite (sat). Essas regiões contêm os genes que codificam o RNAr, o qual fará parte dos ribossomos. Saiba mais Regiões organizadoras do nucléolo Constrição secundária Constrição primária (centrômero) Representação esquemática de um cromossomo com constrição secundária. Representação esquemática de um cromossomo simples e de um cromossomo duplicado. O número de cromossomos é determinado pela contagem do número de centrômeros: um centrômero é igual a um cromossomo, independentemente da quantidade de cromátides. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Nas extremidades de um cromossomo eucariótico são encontradas sequências repetidas de nucleotídeos, chama- das telômeros. Essas sequências mantêm a estabilidade dos cromossomos, evitando a adesão entre as extremi- dades de cromossomos diferentes. Além disso, previnem o encurtamento do cromossomo ao longo de sucessivos ciclos celulares, preservando por mais tempo a integridade da informação genética. Representação esquemática do encurtamento dos telômeros ao longo de sucessivos ciclos celulares, chegando ao ponto de as divisões celulares serem interrompidas. Em células germinativas, isto é, precursoras dos ga- metas, o encurtamento dos telômeros não ocorre e a informação genética é totalmente preservada e transmitida à geração seguinte. Isso é possível devido à enzima telo- merase, que é inativa na maior parte das células somáticas. A telomerase catalisa o alongamento dos telômeros, man- tendo o tamanho original deles e resultando em gametas que carregam telômeros com comprimento máximo. Con- sequentemente, o zigoto formado na fecundação também carregará cromossomos cujos telômeros exibem compri- mento máximo. Ploidia Em uma célula eucariótica, o número de cromosso- mos observado no núcleo corresponde à ploidia. A ploidia tem valor constante e característico para cada espécie e é designada pela letra n, que representa um conjunto de cromossomos. As células com apenas um conjunto de cromossomos são denominadas haploides (n), enquanto aquelas com dois conjuntos de cromossomos são chamadas de diploides (2n). Por exemplo, na espécie humana, células haploides, como os gametas, apresentam 23 cromossomos. Com a fecundação, ocorre a formação do zigoto (2n), com 46 cromossomos. O desenvolvimento que segue a partir do zigoto, por sucessivas mitoses, resulta em um organismo com células diploides. Em uma célula diploide, os cromossomos ocorrem aos pares, sendo que cada cromossomo do par é fornecido por um dos genitores. Dessa forma, pode-se dizer que um cromossomo tem origem paterna, enquanto o outro tem origem materna. Esses pares são formados por cromosso- mos homólogos, ou seja, com o mesmo tamanho, a mesma posição do centrômero e a mesma sequência gênica. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Telômero se torna tão curto que a divisão celular éinibida. Telômero Telômero encurtado Centrômero an ge la _c or a/ S hu tt er st oc k. co m Cromátides-irmãs D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m gr ay ja y/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 65002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 65 30/10/2023 12:06:5330/10/2023 12:06:53 66 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular Genoma e cariótipo A totalidade da informação genética de uma espécie contida em seu DNA (ou RNA, em certos vírus) corres- ponde ao seu genoma. O Projeto Genoma Humano, realizado entre 1990 e 2003, contou com pesquisadores do mundo inteiro e teve como objetivo principal identi- ficar, mapear e sequenciar todos os genes da espécie humana. Inicialmente, a estimativa era que o genoma humano tivesse de 30 mil a 40 mil genes. Atualmente, estima-se que esse número fique próximo de 21 mil ge- nes codificadores de proteínas. O conjunto de características cromossômicas de uma espécie, como tamanho, forma e quantidade de cromosso- mos, constitui o seu cariótipo. No cariótipo humano, uma célula diploide (2n) apresenta 46 cromossomos distribuí- dos em 23 pares: um par de cromossomos sexuais, que determinam o sexo biológico do indivíduo, e 22 pares de cromossomos autossômicos (não sexuais). Os cromos- somos sexuais são designados como X e Y; pessoas do sexo biológico feminino têm um par de cromossomos X (XX), enquanto indivíduos do sexo biológico masculino têm um cromossomo X e um Y (XY). cundaç Cromossomos homól Cromossomos c Es espermatozoide (n 5 2) ceF Óvulo (n 5 2) somos o Cromossomo s somos ogos Cromossomo homólogos ção homól g (2n 5 4) o Zigoto ogos homólog Zigoto Representação esquemática da fecundação entre um espermatozoide (n 5 2) e um óvulo (n 5 2) de uma espécie hipotética de animal. No zigoto (2n 5 4), é observado o total de 4 cromossomos, ou seja, 2 pares de cromossomos homólogos. Uma célula haploide contém um representante de cada cromossomo da espécie, enquanto uma célula diploide carrega dois representantes de cada cromossomo. O local onde um gene é encontrado em um cromos- somo é denominado locus (no plural, loci) gênico. Em um par de cromossomos homólogos, um determinado locus gênico apresenta o mesmo gene. No entanto, esse gene pode apresentar variações, denominadas alelos. Os alelos determinam diferentes estados do mesmo caráter. Por exemplo, a cor da semente em ervilhas Pisum sativum, plantas usadas por Gregor Mendel em seus trabalhos, é con- dicionada por um gene com dois alelos: o alelo V, que condiciona a cor amarela, e o alelo v, que determina a cor verde. ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA V v Representação de um par de cromossomos homólogos, destacando o locus gênico dos alelos que determinam a cor da semente de plantas de ervilhas Pisum sativum. Tipos de cromossomos O centrômero determina o comprimento de porções dos cromossomos denominadas braços, e sua posição permite distinguir os cromossomos em quatro tipos. Saiba mais Cromossomo simples Cromossomo duplicado Metacêntrico: centrômero tem posição mediana e os braços do cromossomo têm o mesmo comprimento. Submetacêntrico: centrômero levemente deslocado do centro, resultando em cromossomo com um braço um pouco mais curto que o outro. Acrocêntrico: centrômero bastante deslocado do centro, resultando em cromossomo com um braço bem mais longo do que o outro. Telocêntrico: centrômero na extremidade, determinando apenas um braço no cromossomo (o mais longo possível). Na parte superior, fotomicrografia de cromossomos de uma célula humana. Na parte inferior, os mesmos cromossomos pareados e ordenados no cariótipo: 22 pares de cromossomos autossômicos mais os cromossomos sexuais X e Y. (O cromossomo 1 tem cerca de 10 mm de comprimento, dependendo do grau de condensação.) D on W . F aw ce tt /S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 66002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 66 30/10/2023 12:06:5530/10/2023 12:06:55 FR EN TE 1 67 1. Em qual etapa do ciclo celular o núcleo de uma célula eucariótica pode ser visualizado? 2. Na ilustração a seguir, identifique os componentes nu- cleares indicados pelas letras de A a E. 3. Quais são os dois componentes básicos da cromatina? 4. Diferencie heterocromatina de eucromatina quanto ao grau de condensação e à sua atividade. 5. Explique o que são cromossomos homólogos e con- ceitue genes alelos. 6. Explique a importância dos telômeros, que são as por- ções finais dos cromossomos. 7. Conceitue ploidia. 8. Diferencie célula haploide e diploide. 9. Defina genoma. 10. Defina cariótipo. Revisando ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Exercícios propostos 1. Acafe-SC 2021 Ciclo celular é o nome dado às diver- sas modificações que ocorrem em uma célula, desde o seu surgimento até a sua divisão. A figura a seguir representa as etapas do ciclo celular. 2. FMC-RJ 2021 A célula apresenta diferentes fases du- rante o seu ciclo de vida, que é dividido em interfase e fase M. O ciclo celular apresenta o seguinte aspecto: a) A interfase é subdividida nas subfases G0, G1 e G2. b) A célula, na fase S do ciclo, dobra a quantidade de proteínas no seu interior. c) G2 é uma fase de baixa atividade, embora ocorra a síntese de algumas substâncias. d) As células musculares e neurônios são células que podem entrar e sair da subfase G0. e) G1 é a fase de alta atividade metabólica e nela ocorre a síntese de lipídios, proteínas e DNA. 3. Ibmec-RJ 2013 O núcleo celular foi descoberto pelo pesquisador escocês Robert Brown, que o reconhe- ceu como componente fundamental das células. O nome escolhido para essa organela expressa bem essa ideia: a palavra “núcleo”, de acordo com o di- cionário brasileiro, significa centro ou parte central. A respeito da constituição e função do núcleo celular, julgue as afirmativas, como FALSAS ou VERDADEIRAS: I. O núcleo só é encontrado em células eucarion- tes, portanto as bactérias não apresentam essa organela. II. Existem células eucariontes com um único nú- cleo, células com vários núcleos e outras células anucleadas. III. O núcleo abriga o código genético das células, uma vez que dentro dele se encontram os cro- mossomos que contêm a informação genética. IV. A carioteca é o envoltório nuclear, que impede a troca de qualquer tipo de material entre o núcleo e o restante da célula. 1 4C 2C 2 3 4 5 6 TE O R D E D N A TEMPO Fonte: https://brasilescola.uol.com.br Acerca das informações contidas na fi gura e dos conhecimentos relacionados ao tema, é correto afi rmar, exceto: a) Mitose é um processo de divisão celular em que a célula-mãe dá origem a duas células-filhas, com mesmo número de cromossomos da célula que as originou. b) A interfase, representada no gráfico pelos núme- ros 1, 2, 3 e 4, pode ser considerada a etapa de repouso celular, visto que a célula diminui a sua atividade metabólica. Esta etapa do ciclo celular está dividida em três subfases: G1, S e G2. c) A meiose é o processo de divisão celular em que células diploides originam quatro células haploides. d) Os proto-oncogenes e os genes de supressão tumoral são genes que controlam o ciclo celular. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 67002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 67 30/10/2023 12:06:5930/10/2023 12:06:59 B A C E D 68 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular 1 2 TATG ATAC CCAC GGTG centrômero a) V – V – F – F b) F – F – F – V c) V – F – V – F d) V – V – V – F e) V – F – V – V 4. PUC-Minas 2015 O bom funcionamento de uma cé- lula eucariota depende da compartimentalização de processos específicos em organelas como as indica- das por números na figura a seguir. A organela 2 é derivada da organela 3. 6. PUC-Rio 2017 A interação do DNA com as proteínas histonas é responsável pelo enovelamento e compac- tação doDNA nos núcleos das células eucarióticas, funcionando também como uma forma de regular a expressão gênica. Dois tipos celulares (por exemplo, linfócitos e neurônios) oriundos de um mesmo orga- nismo não são iguais porque diferem a) nos ribossomos. b) nos cromossomos. c) nas proteínas histonas. d) nas sequências das moléculas de DNA. e) nas moléculas de RNA mensageiro produzidas. 7. IFCE 2014 O núcleo celular é o local que abriga o material genético nas células eucariontes. No núcleo interfásico, fase em que a célula não se encontra em divisão, a cromatina aparece imersa na cariolinfa, como um emaranhado de filamentos longos e finos. Ao iniciar o processo de divisão celular, esses filamen- tos começam a se condensar em espiral, tornando-se mais curtos e grossos, passando a ser chamados de a) cromonema. b) cromossomo. c) carioteca. d) DNA. e) genes. 8. Famerp-SP 2016 A figura mostra um cromossomo du- plicado com dois pequenos segmentos de DNA, em que suas respectivas sequências de bases nitrogena- das estão apontadas. A relação entre a estrutura numerada e sua função celular está INCORRETA em: a) 1 ñ Usina de força que utiliza energia existen- te sob determinada forma e a converte em outra mais facilmente utilizada pela célula. b) 2 ñ Vesícula que pode conter proteínas que po- dem estar envolvidas na digestão intracelular ou são destinadas ao meio extracelular. c) 3 ñ Local onde proteínas sintetizadas podem ser modificadas, selecionadas, empacotadas e enviadas para suas destinações celulares ou extracelulares. d) 4 ñ Local onde ocorre a replicação do material ge- nético e a decodificação da informação genética. 5. Cefet-MG Com relação às várias estruturas presentes no núcleo das células eucariotas, afirma-se: I. O nucléolo é constituído, principalmente, de ácido desoxirribonucleico (DNA). II. A carioteca apresenta duas membranas lipo- proteicas. III. Na fase G1 são produzidos RNA e proteínas. IV. A cromatina e os cromossomos ocorrem, simulta- neamente, na fase G1 da interfase. São corretas apenas as afirmativas a) I e III. b) I e IV. c) II e III. d) II e IV. Considerando que não houve permutação e nem mu- tação, é correto afirmar que: a) no segmento 1, a sequência de bases é CCAC e sua sequência complementar é GGTG. b) no segmento 1, a sequência de bases é TATG e sua sequência complementar é ATAC. c) no segmento 2, a sequência de bases é CCAC e sua sequência complementar é GGUG. d) no segmento 2, a sequência de bases é AUAC e sua sequência complementar é UAUG. e) no segmento 2, a sequência de bases é TATG e sua sequência complementar é GGTG. 9. UFRGS 2015 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes aos constituintes do núcleo celular. A carioteca é uma membrana lipoproteica dupla presente durante as mitoses. Os nucléolos, corpúsculos ricos em RNA ribossô- mico, são observados na interfase. 11 7 2 10 12 4 8 9 6 5 3 1 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 68002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 68 30/10/2023 12:07:0030/10/2023 12:07:00 FR EN TE 1 69 Os cromossomos condensados na fase inicial da mitose são constituídos por duas cromátides. Cromossomos homólogos são os que apresen- tam seus genes com alelos idênticos. A sequência correta de preenchimento dos parênte- ses, de cima para baixo, é a) V – V – F – V. b) V – F – V – F. c) F – V – V – F. d) F – F – V – V. e) V – F – F – V. 10. UPE/SSA 2022 Leia o texto a seguir: aumenta a vulnerabilidade a estressores ambientais e a doenças. Um aspecto importante do envelhecimento envolve os telômeros, que correspondem a) às extremidades dos cromossomos, onde se encon- tram sequências de nucleotídeos que se repetem e protegem o DNA funcional das células. b) às regiões do cromossomo onde as proteínas dos microtúbulos se prendem durante a divisão celular. c) aos nucleotídeos que se repetem ao longo de toda a molécula de DNA de um cromossomo, compondo todos os genes. d) às enzimas codificadas por certos genes, que evitam o envelhecimento celular, pois atuam na destruição dos radicais livres. e) aos segmentos de RNA que sinalizam o início da transcrição gênica no DNA. 12. Unicamp-SP Em relação a um organismo diploide, que apresenta 24 cromossomos em cada célula so- mática, pode-se afirmar que a) seu código genético é composto por 24 moléculas de DNA de fita simples. b) o gameta originado desse organismo apresenta 12 moléculas de DNA de fita simples em seu ge- noma haploide. c) uma célula desse organismo na fase G2 da interfa- se apresenta 48 moléculas de DNA de fita dupla. d) seu cariótipo é composto por 24 pares de cro- mossomos. 13. Udesc 2015 Analise a Figura 1 que representa um ca- riótipo humano. Henrietta Lacks era uma mulher negra. Em 1951, foi diagnosticada com um câncer no colo do útero, falecen- do nesse ano. Dr. Gey recebeu amostras de células de Henrietta. Estas eram capazes de dobrar de quantidade em cerca de 24h, sendo batizadas como Células HeLa, iniciais do nome da mulher que lhes deu origem. Células normais sofrem os efeitos do envelhecimento ao longo do tempo, no processo de senescência celular. A capacidade de se replicarem é controlada por diversos mecanismos biológicos e também pelas extremidades dos cromosso- mos através de uma enzima. As células cancerígenas têm mutações, que permitem o crescimento descontrolado, não respondendo aos mecanismos naturais de controle e podendo se replicar indefinidamente, a exemplo das células HeLa, razão pela qual são chamadas de “imortais”. Essas células sofreram uma mutação, que produz uma enzima, impedindo a entrada em senescência e morte. Assim, depois de 70 anos, essas células continuam a se replicar por laboratórios do mundo. Fonte: HeLa, as células imortais Curiosidades – (farmaceuticodigital. com). Adaptado. Acesso em: 22 jul. 2021. Qual alternativa abaixo apresenta CORRETAMENTE o nome dessa extremidade cromossômica e da enzima envolvida nesse controle? a) Telômeros / telomerase b) Cromátide / polimerase c) Nucléolos / fosfatase d) Cromatina / endonuclease e) Centríolos / helicase 11. PUC-PR 2019 O envelhecimento é um processo normal acompanhado por alteração progressiva das respostas adaptativas homeostáticas do corpo. Ele pro- voca alterações observáveis na estrutura e na função e Figura 1 A representação refere-se ao cariótipo de um(a): a) homem com a síndrome de Klinefelter. b) homem com a síndrome de Down. c) mulher normal. d) mulher com a síndrome de Klinefelter. e) homem com um número normal de cromossomos. 14. Enem 2015 Um importante princípio da biologia, rela- cionado à transmissão de caracteres e à embriogênese humana, foi quebrado com a descoberta do microquime- rismo fetal. Microquimerismo é o nome dado ao fenômeno biológico referente a uma pequena população de células ou DNA presente em um indivíduo, mas derivada de um 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 69002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 69 31/10/2023 15:57:2131/10/2023 15:57:21 70 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular organismo geneticamente distinto. Investigando-se a presença do cromossomo Y, foi revelado que diversos tecidos de mu- lheres continham células masculinas. A análise do histórico médico revelou uma correlação extremamente curiosa: apenas as mulheres que antes tiveram filhos homens apresentaram microquimerismo masculino. Essa correlação levou à interpreta- ção de que existe uma troca natural entre células do feto e maternas durante a gravidez. MUOTRI, A. Você não é só você: carregamos células maternas na maioria de nossos órgãos. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado). O princípio contestado com essa descoberta, relacionado ao desenvolvimento do corpo humano, é o de que a) o fenótipo das nossas células pode mudar por influência do meio ambiente. b) a dominância genética determinaa expressão de alguns genes. c) as mutações genéticas introduzem variabilidade no genoma. d) mitocôndrias e o seu DNA provêm do gameta materno. e) as nossas células corporais provêm de um único zigoto. Pontos de checagem do ciclo celular O ciclo celular nos eucariontes é rigorosamente regulado por mecanismos moleculares. Esse controle é indispensável para o funcionamento normal de um organismo, uma vez que a taxa de divisão celular varia de acordo com o tipo de célula e o papel que ela desempenha. Condições que afetam a regulação do ciclo celular podem causar aumento na taxa de divisão celular, prejudicando o organismo, a exemplo do que ocorre em casos de câncer. Os pontos de checagem do ciclo celular verificam sinais, internos e externos, que podem determinar a parada ou a continuidade do ciclo. Existem três principais pontos de controle: um no período G1, outro no período G2, e um durante a divisão celular (M). Entre as condições avaliadas no ponto de checagem G1 estão o tamanho da célula, a disponibilidade de nutrientes e a integridade das moléculas de DNA. Se nesse ponto a célula não receber os sinais necessários ao avanço dos processos, ela pode interromper o ciclo celular e permanecer em período G0. Entre os parâmetros verificados no ponto de checagem G2 está, além do tamanho e da integridade do DNA, a ocorrência completa da replicação do DNA, que acontece no período S. Quando são verificados problemas nesse processo, o ciclo celular é interrompido para que a célula proceda com os devidos reparos na molécula de DNA necessários ao avanço à divisão. O ponto de checagem M examina se, na metáfase, uma das fases da divisão celular, todos os cromossomos estão ligados às fibras do fuso. Em caso positivo, a divisão avança à fase seguinte, denominada anáfase. A apresentação detalhada desse e de outros aspectos a respeito das fases da divisão celular será feita no próximo capítulo. Texto elaborado para fins didáticos. Texto complementar Ponto de checagem G1 Ponto de checagem G2 Ponto de checagem M Sistema de controle G2 G1 S M Representação de um ciclo celular e seu sistema de controle com os principais pontos de checagem. E m ir K aa n/ S hu tt er st oc k. co m Quer saber mais? Textos VIDAL, E. Tratamento com hormônios sexuais recupera células de doenças genéticas graves. Jornal da USP, 2016. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/tratamento-com-hormonios-sexuais-recupera-celulas-de-doencas- geneticas-graves/. Acesso em: 23 ago. 2023. O artigo aborda como o tratamento com hormônios sexuais mostra eficácia na recuperação de células com doenças genéticas graves por meio de seu efeito sobre os telômeros. CÂNCER e o ciclo celular. Khan Academy. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/cellular-molecular- biology/stem-cells-and-cancer/a/cancer. Acesso em: 23 ago. 2023. O texto aborda a relação entre os mecanismos reguladores do ciclo celular e o desenvolvimento de câncer. Veja os principais assuntos e conceitos trabalhados neste capítulo acessando a seção Resumindo no livro digital, na Plataforma Poliedro. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 70002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 70 31/10/2023 15:25:2631/10/2023 15:25:26 FR EN TE 1 71 1. Unicid-SP 2015 A figura é uma fotomicrografia de uma célula cujos componentes do núcleo celular es- tão indicados. 01 Na célula eucariótica, os cromossomos estão no interior de um envoltório membranoso, composto por duas membranas. 02 Nas células, quando uma proteína vai ser sinte- tizada, uma região do DNA do núcleo da célula é copiada por uma enzima chamada RNA polimerase. 04 Núcleo, mitocôndrias e cloroplastos são as únicas organelas celulares que possuem DNA. 08 A retirada do nucléolo de uma célula implicará a intensa síntese de ribossomos. 16 Nas células, a água atravessa a membrana celular por difusão facilitada, pois sua molécula é polar e as moléculas de lipídios formam uma camada interna hidrofóbica. Soma: 4. UEPG-PR 2014 O núcleo delimitado por membrana é uma estrutura de células eucarióticas e responsável pelo controle das funções celulares. Com relação à organização, estrutura e função do núcleo, assinale o que for correto. 01 A hemácia humana é uma célula anucleada, ou seja, durante a sua diferenciação, perdeu o núcleo. 02 O nucléolo é uma região do núcleo mais densa, não delimitada por membrana, que se cora mais intensamente com corantes básicos. Esse local é de intensa transcrição do ácido ribonucleico ribossômico (RNAr). Nos cromossomos, essas regiões são denominadas de regiões organiza- doras de nucléolo. 04 A cromatina presente no núcleo consiste em DNA associado a proteínas histônicas e é o material que forma cada um dos cromossomos. 08 Todas as trocas entre núcleo e citoplasma ocorrem na forma de transporte ativo realizado por proteí- nas transmembranas presentes na carioteca. Soma: 5. UFPR O complexo de poro nuclear é a estrutura que regula o trânsito de grandes moléculas (como RNA e proteínas) entre o núcleo celular e o citoplasma. O número de complexos de poro encontrados no envoltório nuclear pode variar entre diversos tipos celulares. a) Coloque em ordem crescente de número de complexos de poro por núcleo os seguintes tipos celulares: neurônio, espermatozoide, adipócito. Número de complexos de poro por núcleo celular < < b) Justifique a ordem escolhida, com base nos co- nhecimentos de biologia e fisiologia celular. 6. Uerj As células animais possuem núcleo delimitado por um envoltório poroso que funciona como uma barrei- ra entre o material nuclear e o citoplasma. As células Exercícios complementares SOARES, José Luis. Biologia. São Paulo: Scipione, v. único, 1997, p. 63. Com base nas experiências apresentadas, explique os resultados observados, destacando o papel do nú- cleo celular. 3. UEM/PAS-PR 2013 Sabe-se que todos os seres vi- vos são formados por unidades básicas denominadas células. Em relação a essas unidades estruturais e funcionais dos seres vivos, assinale o que for correto. extirpação do núcleo extirpação do núcleo transplante do núcleo de outra espécie A B C (www.biologia.edu.ar. Adaptado.) a) Qual é a composição bioquímica da membrana nuclear e da cromatina? b) Quais são os tipos de ácidos nucleicos sintetiza- dos no núcleo celular? 2. Uema 2016 A Acetabularia é uma alga marinha, uni- celular, com cerca de 5 cm de altura, cuja estrutura é formada por um “chapéu” (ou umbela) e uma haste (ou pé), onde se localiza o núcleo. Analise as experiências de microdissecção realizadas com essa alga, demons- tradas nos esquemas abaixo. membrana nuclear nucléolo núcleo 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 71002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 71 30/10/2023 12:07:0130/10/2023 12:07:01 72 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular vegetais, apesar de possuírem núcleo similar, diferem das animais por apresentarem um envoltório externo à membrana plasmática, denominado parede celular. Aponte o motivo pelo qual o envoltório nuclear deve apresentar poros. Em seguida, cite as funções da parede celular dos vegetais e seu principal compo- nente químico. 7. UEPG/PSS-PR 2023 Analise a figura abaixo, que representa um modelo tridimensional de um poro nu- clear de uma célula, e assinale o que for correto. 200 milhões de pares de bases de DNA e 115 genes ao trabalho do Projeto Genoma Humano, iniciado em 1990. Desenvolver novos recursos para combater ou inibir o surgimento de doenças hereditárias é o que justifica o investimento de tempo, dinheiro e pessoal no sequen- ciamento do genoma. (Sabrina Brito. “A vida decifrada”. Veja, 30.06.2021. Adaptado.) a) Quais bases químicas do DNA foram adicionadas nesse estudo? Cite um dos componentes quími- cos que é específico da molécula de DNA e está ausente na molécula de RNA. b) Os telômerossão regiões específicas dos cro- mossomos. Onde se localizam os telômeros? Explique como os telômeros podem indicar o en- velhecimento de uma célula somática adulta. 10. IFSC 2014 O núcleo é uma estrutura celular delimita- da pela carioteca que existe apenas em organismos eucariontes. Sobre o núcleo, assinale a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01 O núcleo é uma estrutura presente em todas as células animais. 02 O núcleo armazena o material genético que con- tém a informação para a produção de proteínas da célula. 04 As moléculas de DNA estão arranjadas na forma de cromossomos, que são associações do DNA com proteínas denominadas histonas. 08 Na espécie humana há 46 cromossomos nas células somáticas e 23 nas células gaméticas. Alterações no número de cromossomos causam anomalias genéticas. 16 A informação contida no DNA é transcrita a RNA mensageiro, que é transportado ao citoplasma onde a sequência de nucleotídeos será traduzida a uma sequência de aminoácidos no complexo de Golgi. Soma: 11. Famerp-SP 2017 A figura ilustra o material genético de uma célula e o detalhe das moléculas que o integram. Modificado de: AMABIS, J.M.; MARTHO, G.R. Biologia Moderna: Amabis & Martho, volume 1, 1a. ed. São Paulo: Moderna, 2016. 01 O núcleo é delimitado pelo envelope nuclear, o qual é constituído por duas membranas lipopro- teicas que se fundem em torno de um poro. 02 O número de cromossomos presentes no núcleo celular varia entre espécies. No caso da espécie humana, as células somáticas têm 46 cromosso- mos no núcleo. 04 A face interna da membrana do núcleo é refor- çada por uma camada de filamentos de actina e miosina, que constituem a matriz extracelular. 08 O complexo do poro, presente nos poros nuclea- res, permite o livre trânsito de moléculas de DNA, RNA e proteínas entre o núcleo e o citoplasma. Soma: 8. UEM-PR 2017 (Adapt.) Sobre os genes e os cromos- somos, assinale o que for correto. 01 Gene é uma sequência de nucleotídeos do DNA (ácido desoxirribonucleico), que pode ser transcri- ta em uma versão de RNA (ácido ribonucleico). 02 O código genético corresponde às informações presentes no DNA para a síntese dos genes e dos cromossomos. 04 Cromatina é um conjunto de filamentos formados por moléculas de DNA associadas a proteínas presentes no núcleo das células eucarióticas. 08 Durante a divisão celular, as moléculas de DNA se separam da cromatina, formando os cromos- somos duplicados. Soma: 9. FCMSCSP 2022 Um consórcio de cientistas de cerca de trinta instituições, chamado Telomere-to-Telomere (T2T), em referência ao telômero, publicou a versão preliminar de um artigo que descreve o primeiro sequenciamento completo do genoma humano, no qual foi adicionado o ma- terial genético que faltava. Os pesquisadores adicionaram (https://thecandidscientist.com. Adaptado). a) De acordo com a figura, esse material genético e as moléculas que o integram não pertencem a uma bactéria. Justifique essa afirmação. b) Os cromossomos humanos apresentam regiões específicas chamadas telômeros. O que ocorre com os telômeros após cada divisão das células somáticas? Qual a relação desse fenômeno com a longevidade do organismo humano? cromossomo DNA histonas 700 nm NÚCLEO CITOPLASMA Envelope nuclear Filamentos proteicos Proteínas do complexo do poro 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 72002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 72 30/10/2023 12:07:0130/10/2023 12:07:01 FR EN TE 1 73 12. UFPR 2018 Uma nova espécie de mamífero foi identificada e a análise do cariótipo mostrou a existência de 12 pares de cromossomos homólogos, além de mais dois cromossomos de tamanhos diferentes, identificados como o par se- xual. Considere que essa espécie de mamífero tem o mesmo sistema de determinação sexual presente em humanos e responda: a) Quantos cromossomos existem nas células somáticas, nos óvulos e nos espermatozoides dessa nova espécie de mamífero? b) O espécime que teve o cariótipo analisado é macho ou fêmea? Justifique sua resposta. c) Quantas moléculas de DNA cromossômico existem nos gametas dessa espécie de mamífero? Justifique sua resposta. 13. UEM-PR O núcleo é considerado portador dos fatores hereditários e controlador das atividades metabólicas da cé- lula animal. Sobre esse assunto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01 Os nucléolos representam o material genético contido no núcleo, sendo resultantes da associação entre proteí- nas e moléculas de DNA. 02 Cromossomos homólogos são os dois representantes de cada par cromossômico presente em células diploides, provenientes originalmente do par de gametas. 04 Um trecho da molécula de DNA cromossômico que contém informações para sintetizar a cadeia de aminoácidos de uma proteína é definido como gene. 08 A principal função da carioteca é manter o conteúdo nuclear separado do meio citoplasmático, impedindo o in- tercâmbio de substâncias entre o núcleo e o citoplasma. 16 A análise do cariótipo de um feto revela a forma, o número e o tamanho dos cromossomos, possibilitando detec- tar alterações cromossômicas antes do nascimento da criança. Soma: 14. Unesp 2020 (Adapt.) As figuras de 1 a 3 apresentam os conjuntos cromossômicos (cariótipos) de machos de três espé- cies de mamíferos: Homo sapiens (homem), Canis familiaris (cão) e Felis catus (gato), não necessariamente nessa ordem. As figuras 4 e 5 apresentam, respectivamente, os cariótipos de machos de Bos taurus (boi) e de Capra hircus (bode). Para a elaboração de cariótipos, os cromossomos em metáfase são fotografados e organizados lado a lado, segundo seus pares homólogos. Nessa sequência (de 1 a 5), os cariótipos estão em escalas diferentes. a) Sabendo-se que o gato tem um número cromossômico menor que o do cão, qual o número diploide do Homo sapiens, do Canis familiaris e do Felis catus, respectivamente? b) As espécies Bos taurus e Capra hircus apresentam cariótipos muito parecidos, com a mesma ploidia e, à exceção do cromossomo X, têm cromossomos de mesma morfologia. Como se explica o fato de conjuntos cromossômi- cos tão semelhantes determinarem características fenotípicas tão diferentes quanto aquelas que distinguem os bois dos bodes? (www.cbra.org.br) FIGURA 1 FIGURA 2 FIGURA 3 FIGURA 4 FIGURA 5 (www.scielo.br) (www.indianjournals.com) (www.stoodi.com.br) (emmarmingolbyg.blogspot.com) 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 73002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 73 30/10/2023 12:07:0330/10/2023 12:07:03 EM13CNT302 1. A imagem ao lado, obtida por microscopia eletrônica de transmissão co- lorida, destaca o núcleo de uma célula de fígado (hepatócito). As regiões em azul-escuro correspondem à heterocromatina, e a porção mais escura próxima ao centro do núcleo corresponde ao nucléolo de tamanho avan- tajado. O hepatócito é uma célula que sintetiza proteínas como a albumina sérica e o fibrinogênio, além de produzir suas próprias proteínas estruturais e enzimas intracelulares. Correlacione a pequena quantidade de heterocromatina e o tamanho avantajado do nucléolo com a intensa produção de diferentes proteínas nos hepatócitos. EM13CNT302 e EM13CNT304 2. Em 2009, a bióloga molecular australiana Elizabeth Blackburn (1948-) foi laureada com o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina em mérito aos seus trabalhos que elucidaram os telômeros. Os telômeros correspondem às porções finais na estrutura dos cromossomos e deterioram ao longo da vida do organismo, encurtando um pouco a cada divisão celular. Atualmente, há uma relação bem estabelecida entre o encurtamento dos telômeros e o envelhecimento celular. Por exemplo, nos animais, quando os telômeros atingem, em média, entre 75% e 50% do seu tamanho original, a vida do indivíduo chega ao fi m. O encurtamento dos telômeros ocorre em células somáticas, que não produzem a enzima telomerase, capaz de reconstituir os telômeros. A telomeraseé encontrada em células germinativas. a) Explique a importância dos telômeros para os cromossomos e, consequentemente, para o funcionamento da célula. b) Estudos realizados na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, já demonstraram que é possível alongar os telômeros artificialmente, introduzindo nas células cópias extras do gene da telomerase. Apesar de essa prática ser potencialmente arriscada – uma vez que existem tumores que desenvolvem malignidade após a reativação da produção da telomerase –, caso esses estudos avancem e essa possibilidade se viabilize, indique o que se espera quanto à expectativa de vida dos indivíduos que passarem por esse tratamento. EM13CNT301 e EM13CNT302 3. Observe a imagem a seguir. BNCC em foco Cores artificiais. Aumento de 4 300 vezes. A imagem representa o: a) código genético de um indivíduo masculino sem alterações cromossômicas. b) genoma de um indivíduo feminino com uma alteração cromossômica. c) cariótipo de um indivíduo masculino sem alterações cromossômicas. d) código genético de um indivíduo feminino sem alterações cromossômicas. e) cariótipo de um indivíduo masculino com uma alteração cromossômica. D en ni s Ku nk el M ic ro sc op y/ Sc ie nc e Ph ot o Li br ar y/ Fo to ar en a Po w er A nd S yr ed /S ci en ce P ho to L ib ra ry /F ot oa re na 74 BIOLOGIA Capítulo 8 Núcleo celular 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 74002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_062_074_f1_c8.indd 74 31/10/2023 15:26:0431/10/2023 15:26:04 Divisão celular As divisões celulares são importantes para vários processos biológicos, como o crescimento, a renovação celular, o reparo de lesões e a repro- dução. Em algumas situações, mutações em genes que controlam o ciclo celular podem desencadear a proliferação descontrolada das células, re- sultando em sérios problemas ao organismo, como o desenvolvimento de tumores malignos, conhecidos como câncer. Eletromicrografia de varredura de uma célula cancerosa do intestino em divisão. Em laranja, observa-se bactérias do trato intestinal. (Aumento de 5 400 vezes, colorida artificialmente.) S te ve G sc hm ei ss ne r/ S ci en ce P ho to L ib ra ry / F ot oa re na 9 CAPÍTULO FRENTE 1 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 75 27/10/2023 11:39:56 76 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Mitose A mitose é um tipo de divisão celular observada nos eucariontes, em que uma célula-mãe divide-se em duas células-filhas geneticamente e cromossomicamente idênti- cas entre si e a ela. Por isso, a mitose é classificada como uma divisão equacional, e pode ser simbolizada por E!. Quando uma célula diploide (n) passa por mitose, são geradas duas células-filhas, também diploides. A ploidia não é um fator limitante à ocorrência da mitose, assim, uma célula haploide (n) que sofre mitose origina duas células- -filhas, também haploides. Em plantas, existem ploidias maiores que n (n, n etc.), e as células vegetais também podem se dividir por mitose, gerando células descenden- tes com o mesmo número de cromossomos. Fases da mitose A mitose ocorre após a fase G da interfase e é di- daticamente dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. A seguir são apresentadas as ca- racterísticas dessas fases, usando a célula animal como modelo explicativo. Prófase A prófase, fase mais longa da divisão celular, caracte- riza-se pelo início da condensação da cromatina, processo que resulta na formação de cromossomos visíveis e indi- vidualizados quando observados em microscópio óptico. O envoltório nuclear e o nucléolo se desagregam. O RNAr do nucléolo é usado posteriormente na formação dos ri- bossomos, que serão distribuídos às células-filhas. Representação esquemática da mitose em células com diferentes ploidias. O aumento da quantidade de células dos organismos pluricelulares deve-se à mitose. Por exemplo, o corpo hu- mano adulto tem cerca de trilhões de células, sendo a maior parte delas gerada por mitoses que ocorreram a partir de uma única célula (zigoto ou célula-ovo), formada na fecundação. É comum o organismo perder células durante a vida. Todos os dias, o corpo humano perde hemácias e cé- lulas da camada mais externa da epiderme (a camada córnea), por exemplo. Contudo, a ocorrência de mitoses possibilita a reposição dessas células e a manutenção da integridade dos tecidos. A divisão mitótica atua no reparo de lesões teciduais causadas por acidentes ou doenças. Também está en- volvida na regeneração completa de partes perdidas do corpo de alguns seres vivos, como ocorre em esponjas, planárias e estrelas-do-mar. A reprodução assexuada por brotamento, observada em poríferos e certos cnidários, assim como a bipartição (divisão binária ou cissiparida- de), realizada por certos eucariontes unicelulares, como a ameba, envolvem a ocorrência da mitose. Durante o ciclo celular, sobretudo quando ocorre a re- plicação do DNA na fase S da interfase, mutações em genes que controlam o ciclo celular podem resultar em aumento da velocidade e da frequência das divisões mitóticas, fa- zendo com que a proliferação celular fique descontrolada. É dessa maneira que se formam os tumores (massas anor- mais de células dentro de um tecido normal), que podem ser benignos ou malignos (câncer). n 2n n 2nn 2n Célula-mãe haploide (n) E! E! Célula-mãe diploide (n) Células-filhas haploides (n) idênticas Células-filhas diploides (n) idênticas Os tumores benignos apresentam poucas alterações celulares e genéticas, o que impede suas células de se desenvolverem em outros locais. Assim, permanecem no tecido de origem. Muitas vezes, esses tumores não causam problemas graves e podem ser complemente removidos cirurgicamente. Por outro lado, os tumores malignos (cânceres) apresentam células cujas alterações permitem sua migração por meio de vasos sanguíneos ou vasos linfáticos para outros tecidos, gerando novos tumores em outros locais. O espalhamento de um tumor maligno para tecidos diferentes daquele que o originou é denominado metástase. Saiba mais Representação esquemática de um câncer em desenvolvimento. Algumas células podem se desprender do tumor original e se instalar em outras partes do corpo, causando metástase. Fotomicrografia de uma célula animal em prófase da mitose. Na prófase, em razão da condensação dos filamentos de cromatina, os cromossomos tornam-se progressivamente mais visíveis (aumento de 1 000 vezes). CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO G ra ph ic sR F. co m /S hu tt er st oc k. co m M ic ha el A bb ey /S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a Membrana plasmática Cromatina 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 76 27/10/2023 11:39:58 77 FR EN TE 1 Metáfase Quando a célula em mitose atinge a fase de metáfase, os centrossomos encontram-se em polos opostos da célula. Os cromossomos, que atingem grau de condensação máximo na metáfase, estão ligados aos microtúbulos do fuso por uma estrutura proteica chamada cinetócoro, associada às cromátides na região do centrômero. Essa ligação resulta no posicionamento do centrômero dos cromossomos na região equatorial da célula, formando a placa metafásica. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em período G2 da interfase (à esquerda) avançando para a prófase da mitose (à direita). Na representação da prófase, o nucléolo já desapareceu completamente. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em metáfase da mitose. No detalhe, à direita, representação da ligação dos microtúbulos das fibras do fuso ao cinetócoro. Os centríolos não são essenciais para a divisão celular. Em situações experimentais nas quais eles são destruídos, o fuso continua se formando normalmente durante a mitose. Além disso, na maioria das células vegetais os centríolos estão ausentes e, mesmo assim, há formação do fuso mitótico. Atenção O grau de condensaçãodos cromossomos na metáfase possibilita a observação de suas características, como posição do centrômero, tamanho e quantidade. Para estudar a estrutura dos cromossomos metafásicos, são utilizadas substâncias que impedem a formação das fibras do fuso, o que resulta na interrupção da divisão celular na metáfase. Esse procedimento possibilita a observação dos cromossomos por meio de microscópios e permite a análise do cariótipo da espécie. Uma das substâncias usadas no estudo do cariótipo é a colchicina, um alcaloide obtido de plantas da espécie Colchicum autumnale. Além da colchicina, compostos como a vimblastina e a vincristina impedem a formação dos microtúbulos e podem ser aplicados no estudo morfológico dos cromossomos e no tratamento de certos tipos de câncer. Fotomicrografia de uma célula animal em metáfase da mitose. Na metáfase, os cromossomos estão em grau máximo de condensação e alinhados na região equatorial da célula (aumento de 1 000 vezes). Na prófase, inicia-se a formação do fuso mitótico, ou fuso acromático, estrutura composta principalmente de microtúbulos da proteína tubulina. Em células animais, a formação dos micro- túbulos ocorre no centrossomo, região onde é encontrado um par de centríolos. Na interfase, o centrossomo se duplica e, na prófase, cada um migra em direção a polos opostos da célula à medida que os microtúbulos do fuso (fibras do fuso) cres- cem. De cada centrossomo também se estende o áster, um conjunto de peque- nos microtúbulos radialmente dispostos. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO M ic ha el A bb ey /S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a an ge la _c or a/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Nucléolo Envoltório nuclear Centrossomos (com pares de centríolos) Filamentos de cromatina duplicados e descondensados Cromossomos duplicados em condensação Envoltório nuclear em desagregação Centrossomo em migração Fibras do fuso Áster Cinetócoros Microtúbulos Cromátides-irmãsFibra do fuso Placa metafásica Centrossomo em um dos polos da célula Áster Membrana plasmática Cromossomos Áster 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 77 31/10/2023 15:31:26 78 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Variação da quantidade de DNA de uma célula em mitose JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Biologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. p. 181. Anáfase A anáfase, fase mais curta da mitose, começa quando as proteínas que mantêm as cromátides unidas na região do centrômero são clivadas. Os microtúbulos do fuso ligados ao cinetócoro são encurtados e ocorre a separação das cromátides-irmãs, que migram em direção às extremida- des opostas da célula, formando cromossomos simples denominados cromossomos-filhos. No final da anáfase, é iniciada a reorganização da estrutura nuclear. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em anáfase da mitose. O encurtamento dos microtúbulos das fibras do fuso causa a separação das cromátides-irmãs. Fotomicrografia de uma célula animal em anáfase da mitose (aumento de 1 000 vezes). Telófase A telófase tem início quando os cromossomos-filhos alcançam os polos opostos da célula. Nessa fase, tanto os microtúbulos das fibras do fuso quanto o áster se desa- gregam por completo, determinando o desaparecimento do fuso mitótico. Ocorre, então, a completa reorganização dos núcleos, com a reconstituição dos envoltórios nuclea- res e dos nucléolos. Os cromossomos descondensam e a cromatina pode ser transcrita novamente. Ao final da telófase, forma-se um anel contrátil liga- do à membrana plasmática, constituído de componentes do citoesqueleto, como filamentos de actina e miosina. A contração desse anel resulta na divisão do citoplasma, processo chamado citocinese. Nas células animais, esse processo ocorre da periferia celular para o centro; por isso, é denominado citocinese centrípeta. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em telófase da mitose. Na telófase, ocorre a reorganização do núcleo e a citocinese (divisão do citoplasma). Fotomicrografia de uma célula animal em telófase da mitose (aumento de 1 000 vezes). Variação da quantidade de DNA na mitose Na fase S da interfase ocorre a replicação do DNA, re- sultando em quantidade de DNA duas vezes maior do que a inicial. Durante a mitose, a quantidade de DNA é reduzida, reconstituindo a quantidade observada no início da fase G da interfase. Isso é importante para que as célula-filhas ge- radas na mitose tenham o mesmo número de cromossomos e, portanto, a mesma informação genética da célula-mãe. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Cromossomos-filhos Microtúbulos das fibras do fuso encurtando Reconstituição do envoltório nuclear Citocinese M ic ha el A bb ey /S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a M ic ha el A bb ey /S ci en ce S ou rc e/ Fo to ar en a A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Q ua nt id ad e de D N A p or c él ul a Tempo 4C 2C G1 G1G2 S Prófase – anáfase Telófase Interfase Mitose Cromossomos-filhos Membrana plasmática Células-filhas Citocinese 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 78 27/10/2023 11:40:01 79 FR EN TE 1 Redução e restabelecimento da ploidia ao longo das gerações Mitose em células animais e em células vegetais A mitose em células animais tem a participação dos centrossomos, onde são encontrados os centríolos; por isso, é classificada como cêntrica. A maioria das plantas não tem centríolos e, por isso, a mitose é designada como acêntrica. Em razão da formação do áster, a mitose animal é denominada astral; como não há formação de áster na mitose vegetal, esse processo é chamado mitose anastral. O tipo de citocinese também diferencia a mitose animal da mitose vegetal. Como visto anteriormente, por ocorrer da periferia da célula em direção ao centro, na mitose animal a divisão do citoplasma é classificada como citocinese cen- trípeta. Na célula vegetal, a divisão citoplasmática ocorre do centro em direção à periferia, por isso é denominada citocinese centrífuga. Nesse caso, vesículas provenientes do complexo golgiense se acumulam na região equatorial da célula-mãe e começam a se fundir, do centro em direção à periferia. As membranas das vesículas farão parte das membranas plasmáticas das células-filhas, e o conteúdo das vesículas constituirá a parede celular. Entre as vesículas fundidas, co- municações citoplasmáticas denominadas plasmodesmos são mantidas entre as células-filhas. A meiose é fundamental para a reprodução sexuada. Nos animais, atua na formação dos gametas, enquanto em plantas e outros organismos, como algumas algas, participa da formação dos esporos. A redução da ploidia promovida pela meiose possibilita a manutenção da quantidade de cromossomos da espécie ao longo das gerações. Nos seres humanos, as células diploides têm cromossomos (n 5 ) e a divisão re- ducional produz gametas haploides com cromossomos (n 5 ). Com a fecundação, forma-se o zigoto diploide, com cromossomos, restaurando a ploidia característica da espécie humana na geração seguinte. Representação esquemática da mitose em uma célula vegetal. Nessa célula, a citocinese é centrífuga, uma vez que a divisão do citoplasma ocorre do centro em direção à periferia. Meiose A meiose é um tipo de divisão celular que ocorre nos eucariontes, por meio da qual uma célula-mãe divide-se em quatro células-filhas com metade do seu número de cromossomos. Por exemplo, quando uma célula diploide (n) passa pela meiose são geradas quatro células-filhas haploides (n). Em razão da redução da ploidia, a meiose é definida como uma divisãoreducional, sendo representada pelo símbolo R!. Representação esquemática da ocorrência de meiose em uma célula diploide. REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 255. Representação esquemática da formação dos gametas e da fertilização em seres humanos. Nos animais, em geral, a formação dos gametas ocorre nas gônadas: os testículos nos machos e os ovários nas fêmeas. A ko r8 6/ S hu tt er st oc k. co m Plasmodesmos TelófaseAnáfase ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA Ploidia Gerações 2n n Meiose Fertilização Gametas haploides (n 5 23) Óvulo (n) Espermatozoide (n) Ovário Testículo Mitose e desenvolvimento Zigoto diploide (2n 5 46) Adultos diploides (2n 5 46) MEIOSE FERTILIZAÇÃO Legenda Haploide (n) Diploide (2n) Células-filhas haploides (n) 2n n n n n Célula-m ãe diploide (n) R! 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 79 27/10/2023 11:40:04 80 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Placa metafásica A ocorrência da meiose é fundamental para a evolução biológica, pois mecanismos que promovem variabilidade genética ocorrem durante esse processo de divisão. Esses mecanismos serão analisados de forma detalhada mais adiante neste capítulo. Etapas da meiose Assim como a divisão mitótica, a meiose é precedida por uma interfase subdividida nas fases G, S (com dupli- cação do DNA) e G. Entretanto, enquanto na mitose é observada apenas uma etapa de divisão celular, na meiose ocorrem duas etapas, chamadas de meiose I e meiose II. Cada uma é dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. Meiose I Na meiose I, ocorre a redução da ploidia da célula-mãe na formação de duas células-filhas e, portanto, essa etapa é reducional. A seguir, serão apresentados os principais aconteci- mentos das fases de cada etapa, usando como modelo explicativo a meiose de uma célula animal. PRÓFASE I Nessa fase ocorrem os mesmos eventos observados na prófase da mitose: condensação das fibras de cromatina, migração dos centrossomos para polos opostos da célula, formação das fibras do fuso e do áster e desagregação do envoltório nuclear e do nucléolo. Além desses fenômenos, na prófase I ocorre o evento-chave da meiose: o parea- mento dos cromossomos homólogos. Esse pareamento garante a separação dos cromossomos homólogos, permi- tindo que cada célula-filha resultante da meiose I receba apenas um cromossomo de cada par. Dessa forma, as cé- lulas geradas pela meiose I são haploides, determinando a redução da ploidia característica dessa etapa. Os pares de homólogos formados na prófase I podem ser chamados de bivalentes ( já que há dois cromossomos) ou tétrades (referente às quatro cromátides-irmãs). METÁFASE I Nessa fase da meiose I, assim como na metáfase da mitose, o núcleo encontra-se totalmente desagregado e os centrossomos atingem os polos opostos da célula. Os cromossomos homólogos pareados estão ligados aos mi- crotúbulos do fuso, alinhados na região equatorial da célula (placa metafásica) e em grau máximo de condensação. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em prófase I. Nessa fase, ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em metáfase I. Nessa fase, os homólogos pareados encontram-se alinhados na região equatorial da célula. ANÁFASE I Na anáfase I, os microtúbulos do fuso encurtam e ocorre a separação dos cromossomos homólogos, que são levados em direção aos polos opostos da célula. Esse evento é fundamental à redução da ploidia característica da meiose I. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em anáfase I. Nessa fase, ocorre a separação dos cromossomos homólogos. TELÓFASE I Assim como a telófase da mitose, a telófase I da meiose é caracterizada pela desagregação completa dos microtú- bulos do fuso e do áster, reorganização da estrutura dos núcleos e descondensação cromossômica. Ao final da telófase I, ocorre a citocinese (divisão do citoplasma), resultando na formação de duas células-filhas com metade da ploidia da célula-mãe, pois carregam um representante de cada par de cromossomos homólogos. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃOCentrossomo Cromossomos homólogos pareados Envoltório nuclear em desagregação Fibras de fuso Áster A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 80 27/10/2023 11:40:04 81 FR EN TE 1 Ao final da meiose I, os cromossomos encontram-se duplicados, isto é, com duas cromátides. ANÁFASE II Na anáfase II, as proteínas que mantêm as cromátides unidas na região do centrômero são quebradas e, em razão do encurtamento dos microtúbulos do fuso, ocorre a separa- ção das cromátides-irmãs, que migram em direção aos polos da célula. Elas dão origem, então, a cromossomos simples. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em telófase I. Meiose II A meiose II é uma etapa equacional. Cada célula resultante da meiose I divide-se em duas células-filhas, totalizando as quatro células-filhas esperadas na meiose. O intervalo entre as duas divisões meióticas é denomi- nado intercinese. Nessa fase, não ocorre nova replicação do DNA, mas a duplicação dos centrossomos. PRÓFASE II A prófase II é marcada pelo início da condensação das fibras de cromatina que descondensaram na telófase I, a desagregação do envoltório nuclear e do nucléolo – for- mados ao final da meiose I –, a formação das fibras do fuso e do áster e a migração dos centrossomos em direção a polos opostos da célula. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em prófase II. METÁFASE II Como na metáfase da mitose, nesta fase os cromos- somos estão ligados às fibras do fuso pelo cinetócoro e alinhados na região equatorial da célula, formando a placa metafásica e atingindo grau máximo de condensação. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em metáfase II. Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em anáfase II. TELÓFASE II Na telófase II, os microtúbulos das fibras do fuso e o áster desagregam totalmente, e os cromossomos sim- ples alcançam os polos opostos da célula. Os núcleos são completamente reorganizados, os cromossomos descon- densam e a citocinese ocorre, gerando quatro células-filhas com metade da ploidia da célula-mãe. Ao final da meiose II, os cromossomos das células são simples (com uma molé- cula de DNA). Representação esquemática de uma célula 2n 5 4 em telófase II. Ao final do processo, são formadas quatro células-filhas n 5 2. Variação da quantidade de DNA na meiose Na fase S da interfase que precede a meiose, ocorre a replicação do material genético, duplicando a quantidade de DNA. Durante a meiose I, a quantidade de DNA é re- duzida pela metade em decorrência da separação dos cromossomos homólogos. Nas células resultantes da meiose I, os cromossomos têm duas cromátides, que são separadas na meiose II, promovendo mais uma redução pela metade da quantidade de DNA. Dessa forma, as cé- lulas resultantes da meiose, além de terem metade dos cromossomos da célula-mãe, também têm metade da sua quantidade de DNA. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m A ld on a G ris ke vi ci en e/ S hu tt er st oc k. co m Citocinese Cromossomos homólogos duplicados CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIAELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 81 27/10/2023 11:40:07 82 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Representação esquemática da meiose, indicando a ploidia e a quantidade de DNA das células ao longo do processo. Meiose e a evolução das espécies Como mencionado anteriormente, durante a meiose, ocorrem eventos que promovem variabilidade genética. Assim, esse é um tipo de divisão celular fundamental para a evolução das espécies. Um desses eventos é a segregação independente dos cromossomos homólogos. Na metáfase I, o alinhamento dos pares de cromossomos homólogos na região equatorial da célula é aleatório. Isso determina a independência da segregação dos cromossomos homólogos na anáfase I, já que um cromossomo de um par de homólogos (por exem- plo, o de origem paterna) pode migrar para uma célula-filha com o cromossomo de origem paterna ou com o de origem materna de outro par. Assim, são possíveis muitas combi- nações entre os cromossomos, resultando na formação de diversos tipos de gametas. De maneira geral, o número de combinações possíveis (tipos de gametas) em decorrência da segregação indepen- dente é n, onde n é o número haploide de cromossomos Outro fenômeno que possibilita maior variabilidade de gametas gerada na meiose é o crossing over, ou permutação. O crossing over consiste na troca de segmentos corres- pondentes entre cromátides de cromossomos homólogos duplicados e pareados na prófase I, caracterizando-se como um fenômeno de recombinação gênica e resultando em cromátides recombinantes. A recombinação entre seg- mentos do cromossomo paterno e do cromossomo materno aumenta significativamente a quantidade de combinações genéticas possíveis nos gametas, contribuindo para o au- mento da variabilidade genética de organismos formados pela fecundação entre esses gametas. O local em que ocorre a permutação é chamado de quiasma. Variação da quantidade de DNA por célula na meiose REECE, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 263. Representação esquemática da segregação independente em uma célula 2n 5 4. A ocorrência da segregação independente permite a formação de maior número de combinações cromossômicas nas células-filhas. Na espécie humana, um conjunto haploide contém cro- mossomos (n 5 ). Dessa forma, apenas pela segrega- ção independente na meiose, podem ser gerados tipos de gametas, totalizando gametas dife- rentes. Portanto, a probabilidade de um homem gerar um espermatozoide com uma certa combinação cromossômi- ca é 1 223 , mesma probabilidade que uma mulher tem de produzir um óvulo com uma certa combinação de cromos- somos. Por meio do produto entre essas probabilidades, temos a probabilidade de um indivíduo humano (n 5 ) nascer com uma determinada combinação de cromosso- mos, que seria de 1 2 1 2 1 2 7,036 10 23 23 46 13? 5 5 ?, ? –. Esse número incrivelmente alto de combinações é pos- sível graças à variabilidade genética promovida pela segregação independente dos cromossomos homólogos. Estabelecendo relações da espécie. Por exemplo, considerando apenas a segre- gação independente em uma espécie hipotética de animal cujo conjunto haploide tem cromossomos (n 5 ), podem ser produzidos tipos diferentes de gametas quanto às combinações cromossômicas. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Meiose II Fase S da interfase (duplicação do DNA) Meiose I Células n 5 com C de DNA Células n 5 com C de DNA Célula n 5 com C de DNA Célula n 5 em início de interfase com C de DNA Q ua nt id ad e de D N A p or c él ul a 4C 2C C G1 G2S Telófase I Telófase II Prófase II – anáfase II Prófase I – anáfase I Interfase Meiose I Meiose II Possibilidade 1 Combinação 1 Combinação 2 Possibilidade 2 Combinação 3 Combinação 4 Dois arranjos de cromossomos igualmente prováveis na metáfase I Metáfase II Células-filhas E m re Te rim /S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 82 27/10/2023 11:40:09 83 FR EN TE 1 Gametogênese humana A meiose atua na formação dos gametas nos animais, processo denominado gametogênese. O gameta masculino, chamado espermatozoide, é produzido nos testículos (gônadas masculinas) por meio da espermatogênese. O processo de formação do óvulo, o gameta feminino, ocorre em sua maior parte nos ovários (gônadas femininas) por meio da ovogênese (ovulogênese ou oogênese). Em ambos os casos, a gametogênese inicia-se ainda no período embrionário, com a proliferação, por mitose, das células germinativas primordiais nas gônadas em formação. Ao longo do desenvolvimento embrionário, as células ger- minativas primordiais originam células denominadas gônias, que também aumentam em número por mitose. A fase da gametogênese na qual há aumento do número de células que futuramente poderão originar os gametas é denominada fase de proliferação. As gônias crescem e geram os citos primários (citos I), células que passarão pela meiose, caracterizando a fase de crescimento da gametogênese. Essa fase corresponde à interfase, que precede a meiose. Todas as células mencionadas são diploides (n), e, quando um cito primário passa pela primeira divisão meiótica (meiose I), são formadas duas células-filhas haploides (n) denominadas citos secundários (citos II). Os citos II sofrem a segunda divisão meiótica (meiose II), gerando quatro células-filhas haploides (n). O período no qual ocorre meiose na gametogênese é chamado de fase de maturação. Representação esquemática do crossing over, com indicação do quiasma. Representação esquemática da meiose com ocorrência de crossing over. Em decorrência da permutação, são gerados quatro tipos de gametas, de acordo com suas composições genéticas. Sem ela, apenas dois tipos de gametas seriam formados. Fase de proliferação Fase de crescimento Fase de maturação Gônias 2n 2n n n 2n 2n 2n 2n 2n 2n n n n n Célula germinativa primordial Cito I Citos II Células-filhas haploides Meiose I Meiose II E! E! E! Visão geral da gametogênese, indicando a ploidia das células em cada fase do processo. Espermatogênese A espermatogênese ocorre nos túbulos seminíferos, rede de canais enrolados no interior dos testículos. Embora a fase de proliferação tenha início no período embrionário, resultando na formação de espermatogônias (gônias masculinas), é apenas na puberdade, entre e anos, que essa fase é retomada e a meiose começa. A partir da puberdade, esses processos ocorrem continuamente por toda a vida do indivíduo. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Cromossomos homólogos pareados e duplicados na prófase I da meiose Quiasma (local do crossing over) Cromátides recombinantes D ee -s ig n/ S hu tt er st oc k. co m D es ig nu a/ S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 83 27/10/2023 11:40:32 84 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Na fase de crescimento, uma espermatogônia origina um espermatócito primário (espermatócito I), célula diploide (n) que, ao passar pela meiose I, origina duas células haploides (n) denominadas espermatócitos secundários (espermatócitos II). Com a ocorrência da meiose II, os espermatócitos II geram as espermátides, o que finaliza a fase de maturação. As espermátides são células haploides (n) que, por meio de um processo de diferenciação denominado espermiogênese, originam os espermatozoides. Assim, a partir de uma espermatogônia, são gerados quatro espermatozoides, e esse processo dura cerca de semanas. Representação esquemática da estrutura de um testículo e do processo de espermatogênese. Entre as alterações observadas na espermiogênese estão a redução drástica do citoplasma, a perda de muitas orga- nelas celulares e a formação do flagelo e do acrossomo. O flagelo, ou cauda,permite o deslocamento do espermatozoide até o gameta feminino. O acrossomo, localizado na extremidade da cabeça do espermatozoide, é formado pela fusão de vesículas prove- nientes do complexo golgiense. Essas vesículas contêm enzimas que digerem o envoltório do ovócito II e possibilitam a fecundação. Entre a cabeça e o flagelo do espermatozoide há uma região denominada peça intermediária, ou corpo, onde se encontram as mitocôndrias que fornecem a energia necessária ao movimento do flagelo. Representação esquemática da estrutura de um espermatozoide. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO Peça intermediáriaFlagelo Cabeça Núcleo Acrossomo Mitocôndria Mitose Espermatogônia Meiose I Meiose II Espermiogênese Espermatócito I Espermatócito II Espermátides (em dois estágios de diferenciação) Espermatozoides Lúmen Sv et la na V er bi ns ka ya /S hu tt er st oc k. co m Túbulo seminífero Lúmen Testículo A lil a M ed ic al M ed ia /S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 84 27/10/2023 11:40:33 85 FR EN TE 1 Mitose Ovogônia Ovócito I (parado em prófase I) Primeiro corpúsculo polar (divide-se ou degenera) Segundo corpúsculo polar (degenera) Fusão do núcleo proveniente do espermatozoide com o núcleo do óvulo Ovócito II (parado em metáfase II até o encontro com o espermatozoide) Fim da meiose II Retomada da meiose I a cada ciclo menstrual Óvulo Zigoto 2nnn n n 2n 2n2n 2n Ovogênese No embrião feminino, as células germinativas primordiais proliferam e produzem as ovogônias (gônias femininas), que continuam a se proliferar até o terceiro mês de gestação, aumentando em quantidade. Ainda no período intrauterino, as ovogônias crescem, originando ovócitos primários (ovócitos I), células diploides (n) que iniciam a meiose. Por volta do quinto mês de gestação, os ovários já contêm todos os ovócitos primários que serão gerados pelo indivíduo feminino na vida toda (cerca de a milhões). Essas células permanecem estacionadas em prófase I por muitos anos, ao menos até puberdade, que ocorre entre e anos de idade. Nesse ponto, é observada uma importante distinção entre espermatogênese e ovogênese: enquanto na gametogê- nese masculina as fases de proliferação e crescimento prosseguem durante toda a vida, na feminina elas estão limitadas à formação de ovogônias e ovócitos I no período intrauterino. Com a puberdade, iniciam-se os ciclos menstruais, que ocorrem periodicamente até a menopausa (interrupção dos ciclos), por volta dos anos. Esses ciclos têm, em média, dias de duração. Assim, desde a primeira menstruação até a menopausa, ocorrem cerca de ciclos menstruais. No início de cada ciclo, o hormônio foliculoestimulante (FSH) estimula a retomada da meiose I em alguns ovócitos primários (detalhes sobre o ciclo menstrual e seu controle hormonal serão apresentados mais adiante nesta coleção). Com a meiose I, são formadas duas células-filhas haploides (n): o ovócito secundário (ovócito II) e o primeiro corpúsculo polar. O ovócito secundário avança até a metáfase II, quando a meiose é novamente interrompida. Durante o ciclo mens- trual, quando ocorre a ovulação, espera-se que apenas um ovócito secundário estacionado em metáfase II seja liberado. Se não ocorrer um encontro com um espermatozoide, o ovócito II é liberado na menstruação. Porém, se o encontro ocorrer, a meiose é retomada, e o ovócito II se divide, por fim, em duas células haploides (n): o óvulo (contendo o núcleo proveniente do espermatozoide) e o segundo corpúsculo polar. O primeiro corpúsculo polar pode ou não se dividir, ge- rando três corpúsculos ao fim da meiose. No entanto, qualquer corpúsculo polar formado se degenera posteriormente. Dessa forma, o produto final da ovogênese consiste em um único gameta funcional por célula germinativa primordial, enquanto na espermatogênese são gerados quatro gametas funcionais. A fusão do núcleo proveniente do espermatozoide com o núcleo do óvulo finaliza a fertilização (fecundação) e um zigoto é formado. Representação esquemática da ovogênese e do resultado da fertilização. Na gametogênese feminina, é formado apenas um gameta funcional. CORES FANTASIA ELEMENTOS FORA DE PROPORÇÃO 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 85 27/10/2023 11:40:33 86 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular 1. O que é mitose? 2. Qual é a importância da mitose para os seres vivos eucariontes? Em sua resposta, enfatize a relação des- sa divisão celular com o desenvolvimento de câncer. 3. Liste, em ordem cronológica, a ocorrência das quatro fases da mitose. 4. Cite em quais fases da mitose ocorrem os seguintes eventos: a) desagregação do envoltório nuclear e do nucléolo; b) cromossomos em grau máximo de condensação alinhados na região equatorial da célula; c) encurtamento das fibras do fuso, resultando no afastamento das cromátides; d) reorganização do núcleo. 5. O que é meiose? 6. Explique a importância reprodutiva da meiose. 7. A meiose é dividida em duas etapas: meiose I e meio- se II. Explique o que ocorre com os cromossomos em cada uma dessas etapas. 8. Quais fenômenos meióticos contribuem para aumen- tar a variabilidade genética? 9. Compare a espermatogênese e a ovogênese em fun- ção da quantidade de gametas produzidos por gônia. 10. Explique a importância do flagelo e do acrossomo, es- truturas que fazem parte dos espermatozoides, para a fecundação. Revisando Exercícios propostos 1. Uece 2019 Em relação à divisão celular, escreva V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir: A síntese do DNA é semiconservativa, pois cada dupla hélice tem uma cadeia antiga e uma cadeia nova. A duplicação do DNA ocorre durante a fase S da interfase. O período G1 é o intervalo entre o término da du- plicação do DNA e a próxima mitose. O período G2 é o intervalo de tempo que ocorre desde o fi m da mitose até o início da duplicação do DNA. Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência: a) V, V, F, F. b) V, F, V, F. c) F, V, F, V. d) F, F, V, V. 2. UPF-RS 2019 Nos eucariotos, a célula somática, du- rante o seu ciclo de vida, passa por dois importantes momentos, o da interfase (I) e o da divisão (M). Ao final da divisão, são geradas duas novas células, que ini- ciam um novo ciclo de vida, conforme mostra a figura. Sobre o ciclo de vida de uma célula 2n 5 12, analise as seguintes afirmações: I. Na fase G, essa célula apresenta moléculas de DNA, cada molécula referente a um cromos- somo simples. II. Na fase S, a célula duplica a quantidade de DNA nuclear por um processo chamado de replicação semiconservativa. III. Na fase G, essa célula deverá conter molé- culas de DNA para, durante a mitose, compactá- -las em cromossomos duplicados. Está correto o que se afi rma em a) II e III, apenas. b) I e II, apenas. c) I e III, apenas. d) II, apenas. e) I, II e III. 3. Udesc 2015 As células em geral são estimuladas a se dividirem quando atingem um determinado tamanho, assim como por substâncias denominadas de fatores de crescimento celular, passando pelo chamado Ciclo Celular, que é subdividido em três fases: G1 – S –G2. Analise as proposições em relação ao ciclo celular, e assinale (V) para verdadeira e (F) para falsa. I. Na fase S ocorre a duplicação do DNA. II. Na fase G ocorre o pareamento dos cromosso- mos homólogos. III. Na fase G todo o DNA está altamente condensado. IV. Na fase S só ocorre em células que entram em mitose. V. Na fase G e na G as células apresentam a mes- ma quantidade de DNA. Assinale a alternativa correta, de cima para baixo. a) F – F – V – V – F b) V – V – F – F – F c) V – F – F – F – F d) F – V – V – F – F e) F – F – F – V – V G0G1G2 M M I S (Disponível em: https://gl.wikipedia.org/. Adaptado. Acesso em30 de agosto de 2018) 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 86 27/10/2023 11:40:34 87 FR EN TE 1 4. IFCE 2016 É uma característica da mitose a) originar células-filhas com o dobro do número de cromossomos da célula-mãe. b) originar células-filhas com metade do número de cromossomos da célula-mãe. c) a divisão celular utilizada na formação dos gametas. d) originar células-filhas com o mesmo número de cromossomos da célula-mãe. e) a divisão celular utilizada apenas na formação dos espermatozoides. 5. Fuvest-SP 2013 Na figura abaixo, está representado o ciclo celular. Na fase S, ocorre síntese de DNA; na fase M, ocorre a mitose e, dela, resultam novas célu- las, indicadas no esquema pelas letras C. Os tecidos 1 e 2 e uma aplicação médica do efeito do tratamento são, respectivamente: a) muscular, tumoral e quimioterapia. b) ósseo, ovariano e fertilização in vitro. c) nervoso, tumoral e transplante. d) epitelial, ósseo e transfusão sanguínea. e) tumoral, nervoso e radioterapia. 7. Unicamp-SP 2020 Na construção de tecidos biológicos, as células se ancoram em uma rede de microfibras tridi- mensional (3D), em uma matriz extracelular. Interessados em recriar tecidos biológicos em laboratório utilizando técnicas de engenharia genética e de tecidos, cientistas confirmaram divisões e ligações celulares nas construções 3D obtidas a partir de proteínas de seda recombinantes. Ao observarem células interfásicas e em divisão, forma- ção de actina filamentosa e pontos de adesão focal, os cientistas verificaram que o conjunto de células e matriz extracelular apresentou viabilidade e força biomecânica muito semelhantes às da parede arterial humana. (Fonte: https://phys.org/news/2019-04-ecm-like-fibers- bioactive-silk-d.html. Acessado em 20/05/ 2019.) Considerando as informações referentes ao estudo mencionado, e as relações entre célula e seu ambien- te, é correto afirmar que as condições experimentais permitiram a) a respiração aeróbica e anaeróbica para conser- var as trocas gasosas e as fases do ciclo celular durante a formação da parede arterial humana. b) a síntese, o transporte e o armazenamento de macromoléculas no citoplasma para fortalecer a estrutura celular, como na parede arterial humana. c) a presença de cromossomos alinhados na placa equatorial das células estacionadas na fase inter- fásica, tal como na parede arterial humana. d) a adesão e a proliferação celular para sustentar o metabolismo e a funcionalidade semelhantes aos das artérias humanas. 8. UEL-PR 2015 Leia o texto a seguir. Quando se fala em divisão celular, não valem as regras matemáticas: para uma célula dividir significa duplicar. A célula se divide ao meio, mas antes duplica o programa genético localizado em seus cromossomos. Isso permite que cada uma das células-filhas reconstitua tudo o que foi dividido no processo. AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia. v. 1. São Paulo: Moderna, 1994. p. 203. Considerando uma célula haploide com 8 cromos- somos (n 5 8), assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a constituição cromossômica dessa cé- lula em divisão na fase de metáfase da mitose. a) cromossomos distintos, cada um com cromátide. b) cromossomos distintos, cada um com cromátides. c) cromossomos pareados a cada um com cromátide. d) cromossomos pareados a cada um com cromátides. e) cromossomos pareados a cada um com cromátides. Mitose Divisão M G2 S G1 Interfase C C Considerando que, em G1, existe um par de alelos Bb, quantos representantes de cada alelo existirão ao fi- nal de S e de G2 e em cada C? a) , e . b) , e . c) , e . d) , e . e) , e . 6. Fuvest-SP 2022 O gráfico representa a proporção de células em diferentes fases do ciclo celular de dois tecidos humanos (1 e 2), bem como o efeito do trata- mento do tecido 2 com uma substância que afeta a divisão celular: % de células Tecido 1 Tecido 2 Tecido 2 tratado interfase prófase metáfase anáfase telófase 0% 20% 40% 60% 80% 100% 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 87 30/10/2023 12:09:19 88 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular 9. IFBA 2018 Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores ambientais, tais como, cigarro, expo- sição excessiva ao sol e alguns vírus. Instituto Nacional de Câncer (INCA). Disponível em http://www.inca. gov.br/conteudo_view.asp?id=322. Acesso em 7 ago. 2017. De acordo com a parte descrita no trecho acima, “o crescimento desordenado de células”, qual seria o processo no organismo humano que pode causar tal crescimento incomum e, consequentemente, estar envolvido no desenvolvimento de câncer? Escolha a alternativa que contém a resposta correta. a) Respiração celular b) Fecundação c) Mitose d) Circulação sanguínea e) Crossing over 10. Enem 2018 No ciclo celular atuam moléculas regula- doras. Dentre elas, a proteína p53 é ativada em resposta a mutações no DNA, evitando a progressão do ciclo até que os danos sejam reparados, ou induzindo a célula à autodestruição. ALBERTS, B. et al. Fundamentos da biologia celular. Porto Alegre: Artmed, 2011 (adaptado). A ausência dessa proteína poderá favorecer a a) redução da síntese de DNA, acelerando o ciclo celular. b) saída imediata do ciclo celular, antecipando a pro- teção do DNA. c) ativação de outras proteínas reguladoras, induzin- do a apoptose. d) manutenção da estabilidade genética, favorecen- do a longevidade. e) proliferação celular exagerada, resultando na for- mação de um tumor. 11. FGV-SP 2018 A figura ilustra a prófase do processo de divisão celular. c) duplicados, não pareados e posicionados no inte- rior do núcleo em degeneração. d) não duplicados, não pareados e posicionados no plano equatorial da célula. e) duplicados, pareados e posicionados no interior do núcleo em degeneração. 12. IFPE 2018 Na doença de Alzheimer, as alterações na proteína “tau” levam à desintegração dos “microtúbulos” existentes nas células do cérebro, destruindo o sistema de transporte dos neurônios, ou seja, inicialmente pro- voca disfunções na comunicação bioquímica entre os neurônios e, numa fase posterior, a morte destas células. Na divisão celular os “microtúbulos” são responsáveis a) pela organização do fuso mitótico. b) pela contração muscular. c) pela atividade de endocitose. d) pela atividade de exocitose. e) pelo estrangulamento da célula na citocinese. 13. Uerj 2022 A vincristina, substância utilizada no tra- tamento quimioterápico do câncer, interfere na distri- buição igual de material genético para as células-filhas produzidas durante a divisão celular, o que compro- mete a viabilidade dessas células. Nesse processo, a estrutura celular diretamente afeta- da pelo medicamento é denominada: a) vacúolos b) ribossomos c) mitocôndrias d) microtúbulos 14. UEMG 2018 No século XVII, o cientista inglês Robert Hooke dedicou-se à observação da estrutura da cor- tiça e constatou que ela era formada por um grande número de cavidades preenchidas com ar, as quais chamou de células. Hoje, sabemos que as células são preenchidas pelo citoplasma e mantêm seu formato devido ao citoesqueleto, que também é responsável pelos movimentos celulares, formação de pseudópo- dos e deslocamentos de organelas. Considerando a participação do citoesqueleto na mi- tose, é correto afirmar que fármacos que interferem na formação de microtúbulos, como a colchicina, in- terrompem a mitose em qual das seguintes fases? a) Metáfase. b) Interfase. c) Telófase. d) Citocinese. 15. UEA-AM 2021 Um ciclo celular incluia interfase e a divisão celular, que pode ser a mitose ou a meiose. Comparando-se uma célula que passou pela interfase e posteriormente pela mitose com outra que passou pela interfase e posteriormente pela meiose, uma se- melhança que ocorre nos ciclos dessas duas células é a) a separação dos cromossomos homólogos. b) a redução da ploidia celular na última etapa do ciclo. c) a produção de quatro células haploides. d) a duplicação do material genético na interfase. e) a condensação máxima dos cromossomos duran- te todo o ciclo. (http://biocelunicamp.wix.com) Considerando que se trata de uma divisão equacio- nal, os cromossomos estão a) duplicados, pareados e posicionados no plano equatorial da célula. b) não duplicados, pareados e posicionados no inte- rior do núcleo em degeneração. Cromossomos 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 88 30/10/2023 12:10:05 89 FR EN TE 1 16. Unioeste-PR 2023 A figura abaixo é uma represen- tação de um processo de divisão celular que ocorre nos organismos eucarióticos: a mitose. A mitose é um processo contínuo, mas, didaticamente, pode ser di- vidida em etapas ou fases. As fases da mitose estão representadas na imagem e sequencialmente nume- radas em algarismos romanos. a) A, B, D e F são diploides. b) B, C, D e E são formados na telófase I. c) A, B, D e G são células idênticas quanto ao seu material genético. d) B, C, D e I são haploides. 18. PUC-RS 2023 A meiose I de uma célula 2n 5 2 é _________, originando _________. a) equacional células-filhas n 5 1 b) equacional células-filhas 2n 5 2 c) reducional células-filhas n 5 1 com cromossomos simples d) reducional células-filhas n 5 1 com cromossomos duplicados 19. Uerr 2023 Com relação ao ciclo celular, julgue os itens a seguir. I. Na fase G, ocorrem a síntese de novas proteínas e a verificação da integridade do DNA. II. A mitose é dividida em apenas três fases: pró-me- táfase, metáfase e telófase. III. Na meiose, a célula-mãe diploide dará origem a quatro células-filhas haploides. IV. A divisão celular nos procariotos segue o mesmo padrão da que ocorre nos seres eucariotos. Estão certos apenas os itens a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 20. Acafe-SC 2018 O conhecimento básico a respeito das células nos ajuda a compreender a origem das doenças, a buscar alternativas de novos medica- mentos e de novas tecnologias que colaboram com uma melhor qualidade de vida. Considerando as informações contidas no texto e os conhecimentos relacionados ao tema é correto afi rmar, exceto: a) A meiose é o processo de divisão celular que ocorre somente na produção de gametas. b) Em uma célula eucariótica, além dos ribossomos, pode-se observar mitocôndrias, retículo endoplas- mático granular, retículo endoplasmático agranular, complexo golgiense, lisossomos, entre outras or- ganelas celulares. c) As células-tronco apresentam duas característi- cas fundamentais: habilidade de autorrenovação por meio de sucessivas mitoses e de diferen- ciação em células maduras e funcionalmente especializadas. d) A mitose é um processo de divisão celular que forma células com o mesmo número de cromos- somos e as mesmas informações genéticas da célula-mãe. Em relação às fases da mitose e os eventos que carac- terizam cada etapa, assinale a alternativa CORRETA. a) A fase I, denominada metáfase, é caracterizada pela formação do fuso mitótico e início da con- densação dos cromossomos. b) Na fase II, prometáfase, ocorre a separação das cromátides-irmãs, devido a um encurtamento dos microtúbulos do fuso mitótico. c) É na anáfase (fase III) que os cromossomos alcan- çam o máximo grau de condensação. d) A duplicação dos cromossomos e o desapareci- mento do nucléolo ocorrem na fase IV (anáfase). e) A descondensação dos cromossomos e rea- parecimento do nucléolo ocorrem durante a telófase (fase V). 17. Unicamp-SP 2017 Considerando o esquema a seguir como uma representação simplificada da meiose, in- dique a alternativa correta. A B C D E F HG I I II III IV V 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 89 27/10/2023 11:40:34 90 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular CARIÓTIPO Fêmea adulta Macho adulto CARIÓTIPO III IV IV III X X YX II II I I 21. UCPel-RS 2017 Geralmente, uma célula eucariótica não pode simplesmente dividir-se em duas, porque apenas uma de suas células descendentes receberia o núcleo e, consequentemente, o DNA. Assim, o cito- plasma de uma célula divide-se apenas depois que seu DNA é dividido em mais de um núcleo através da mitose ou meiose. Analise a lista de funções abaixo. I. Em todos os eucariotos pluricelulares é base para o aumento no tamanho do corpo durante o crescimento. II. Em organismos eucariotos pluricelulares é res- ponsável pela reposição de células mortas ou desgastadas. III. Em eucariotos unicelulares e pluricelulares é a base da reprodução sexuada, pois é responsável pelos processos pelos quais gametas e esporos sexuais se formam. IV. Em organismos unicelulares e muitos pluricelu- lares é responsável também pelo processo de reprodução assexuada. São características do mecanismo de mitose a) apenas I e III. b) apenas I e II. c) apenas III e IV. d) apenas II, III e IV. e) apenas I, II e IV. 22. FCMMG 2018 O desenho abaixo refere-se aos ca- riótipos de um casal de Drosophila. Com relação ao conjunto cromossômico desses insetos, é INCOR- RETO afirmar: 23. FGV-SP 2021 A figura mostra uma célula em processo de divisão. A célula foi extraída de um inseto macho e adulto gerado por partenogênese. a) Os cromossomas homólogos do macho não so- frem pareamento durante a meiose. b) O sistema de determinação do sexo é semelhan- te ao da espécie humana. c) O número haploide desse inseto é . d) A Drosophila possui autossomas. Essa célula encontra-se em __________ e os indiví- duos diploides dessa espécie apresentam __________ moléculas de DNA em suas células somáticas. As lacunas do texto são preenchidas, respectivamen- te, por: a) mitose e quatro. b) meiose e quatro. c) meiose e oito. d) mitose e oito. e) meiose e dezesseis. 24. Uerj 2019 Considere a ilustração abaixo, de uma célu- la animal com padrão diploide de seis cromossomos, ou seja, 2n 5 6, em divisão celular. A partir da ilustração, observa-se a ocorrência do se- guinte processo: a) reposição de células mortas b) multiplicação celular assexuada c) produção de células totipotentes d) formação de células reprodutoras 25. Mackenzie-SP 2019 Durante a aula de biologia de uma escola, certo professor esquematizou na lousa (desenho a seguir) uma das fases pertencentes a um específico tipo de divisão celular, tema que os alunos estavam estudando naquele momento. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 90 27/10/2023 11:40:34 91 FR EN TE 1 QUANTIDADE DE DNA TEMPO 4X 2X X 1 2 3 4 5 6 7 A célula que está se dividindo por mitose e que se originou de uma célula-mãe cuja ploidia era 2n 5 4 está indicada em a) . b) . c) . d) . e) . 27. UFRGS 2016 Os diagramas abaixo se referem a células em diferentes fases da meiose de um deter- minado animal. 1 2 4 5 3 Os diagramas 1, 2 e 3 correspondem, respectiva- mente, a a) prófase I, metáfase I e telófase II. b) prófase II, anáfase I e telófase I. c) prófase I, metáfase II e anáfase II. d) prófase II, anáfase II e telófase I. e) prófase I, anáfase I e metáfase II. 28. UFPA 2016 O gráfico a seguir representa variações na quantidade de DNA ao longo do ciclo de vida de uma célula. (X 5 unidade arbitrária de DNA por célula). Em seguida, o professor pediu a seus alunos que es- crevessem no caderno se a ilustração representava uma fase da meiose ou uma fase da mitose. Deveriam, tam- bém, identificar o nome da fase escolhida e justificar. Cinco alunos diferentes, indicados na tabela,atende- ram ao pedido do professor e escreveram em seus cadernos as seguintes informações: Nome do aluno Fase escolhida Justificativa Maria Metáfase Mitótica Cromossomos com alto grau de espiralização. Roberto Metáfase II Meiótica Cromossomos com alto grau de espiralização. Denise Anáfase I Meiótica Separação das cromátides- -irmãs devido ao encurtamento das fibras do fuso. Carlos Metáfase I Meiótica Pareamento dos cromossomos homólogos na região mediana da célula. Marcelo Telófase Mitótica Pareamento das cromátides- -irmãs na região mediana da célula. O processo ilustrado foi melhor descrito por a) Maria. b) Roberto. c) Denise. d) Carlos. e) Marcelo. 26. Uefs-BA 2018 Cada célula a seguir está em uma fase da divisão celular. Sobre esse ciclo vital de uma célula, representado no gráfico, é correto afirmar: a) A interfase está representada pela fase . b) As fases , e representam os períodos G, S e G, que resumem todo o ciclo vital de uma célula. c) As fases , e representam o período em que a célula se encontra em interfase, e as fases , , e subsequentes são características da célula em divisão mitótica, quando, ao final, ocorre redu- ção à metade da quantidade de DNA na célula. d) A célula representada é diploide: seu DNA foi duplicado no período S da interfase (fase ) e, pos- teriormente, passou pelas duas fases da meiose, originando células-filhas com metade da quantida- de de DNA (fase , células haploides). e) A fase é caracterizada por um período em que não há variação na quantidade de DNA na célula, portanto essa fase representa uma célula durante os períodos da mitose: prófase, metáfase e anáfase. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 91 27/10/2023 11:40:35 92 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular 29. FGV-SP 2023 O texto a seguir descreve os eventos que caracterizam uma etapa de certa divisão celular: “Cada cromossomo de um par de homólogos, cons- tituído por duas cromátides unidas pelo centrômero, é puxado para um dos polos da célula. Assim, ocorre a separação dos cromossomos duplicados em polos opostos. Já as cromátides-irmãs permanecem ligadas pelo centrômero.” Esses eventos marcam a a) anáfase I da meiose. b) metáfase II da meiose. c) anáfase II da meiose. d) metáfase I da meiose. e) anáfase da mitose. 30. Ulbra-RS 2016 Uma das atividades desempenhadas pela célula é a divisão. A divisão celular é fundamental para o crescimento dos organismos multicelulares e, também, a base da reprodução. A mitose e a meiose são os dois tipos de divisão de células eucarióticas. Analise as afirmativas abaixo: I. Na mitose, as duas células-filhas resultantes da divisão são idênticas entre si e à célula parental. II. Na anáfase mitótica, os cromossomos homólogos são separados e movidos em direção aos polos opostos da célula. III. Na prófase I meiótica, ocorre recombinação de material genético entre cromossomos pareados. IV. Na anáfase I da meiose, as cromátides-irmãs mi- gram para os polos opostos da célula. Está(ão) correta(s): a) I e III. b) I, III e IV. c) Somente a I. d) III e IV. e) II e IV. 31. Acafe-SC 2018 Técnica impede multiplicação de células e pode ajudar a controlar o câncer Uma das características do câncer que mais dificulta o seu combate é o crescimento anormal e incontrolável das células doentes. Pesquisadores norte-americanos iden- tificaram uma proteína presente no ciclo de proliferação dos tumores cancerígenos que, ao ser silenciada, pode retardar a evolução rápida e altamente prejudicial da do- ença. Testes em laboratório feitos com tumores humanos surtiram resultado positivo, o que leva a equipe a acreditar que poderá desenvolver um tratamento mais eficaz contra os carcinomas. Fonte: Correio Braziliense, 26/05/2017 Disponível em: http://www.correiobraziliense.com.br. Considerando as informações do texto e os conheci- mentos relacionados, é correto afirmar: a) A cada divisão celular as extremidades dos cromos- somos, denominadas centrômeros, ficam cada vez mais curtas, até atingir um limite mínimo de tamanho, paralisando as divisões celulares e sinali- zando o fim da vida da célula. b) Alterações no funcionamento dos genes de su- pressão tumoral e dos oncogenes, em decorrência de mutações, estão relacionadas ao surgimento do câncer, pois esses genes são controladores do ciclo celular. c) A meiose é o processo de divisão celular em que células diploides originam quatro células haploides. Eventos como o crossing-over e a separação dos cromossomos homólogos, ocorridos na meiose I, aumentam a variabilidade genética da espécie. d) Na interfase, a célula diminui a sua atividade me- tabólica. Essa etapa do ciclo celular está dividida em três subfases: G, S e G. 32. Famerp-SP 2018 A figura representa uma célula em uma das fases de certa divisão celular. Supondo que essa divisão celular se concretize, ge- rando células-filhas, pode-se afirmar que a) serão originadas quatro células-filhas genetica- mente idênticas. b) cada célula-filha terá quatro cromossomos diferentes. c) cada célula-filha terá dois cromossomos diferentes. d) serão originadas duas células-filhas geneticamen- te idênticas. e) a divisão ocorreu em uma célula somática, origi- nando duas células-filhas idênticas. 33. UPE/SSA 2018 A meiose é um tipo de divisão celular, que persiste entre os seres vivos como um mecanismo gerador de variabilidade e uma consequente evolução biológica. Assinale a alternativa que indica a fase da divisão celular de acordo com o que é observado na célula e que garante essa possibilidade de diversidade. a) Na Prófase I, ocorre o crossing-over. Na figura, ob- servam-se dois quiasmas no par e um quiasma no par . 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 92 30/10/2023 12:10:49 93 FR EN TE 1 b) Na Prófase II, ocorre a permutação. Na figura, ob- servam-se três quiasmas entre cromossomos não homólogos. c) Na Interfase, ocorre a formação das cromátides irmãs. Na figura, observam-se dois pares de cen- tríolos auxiliando a separação dos centrômeros. d) Na Anáfase I, ocorre a formação do fuso acro- mático. Na figura, observam-se dois pares de cromossomos acrocêntricos (pares e ). e) Na Metáfase II, ocorre a formação dos quiasmas. Na figura, observa-se a variabilidade resultante da troca entre cromátides homólogas dos pares e . 34. FMP-RJ 2019 Apenas as células diploides podem so- frer meiose, dado que as células haploides têm um conjunto único de cromossomos que não pode mais ser reduzido. A figura abaixo representa a anáfase II da meiose de uma célula animal. 36. IFPE 2020 (Adapt.) As figuras 1, 2 e 3 mostram di- ferentes situações nas quais ocorre a divisão celular nos organismos vivos. O número diploide da célula que se está dividindo por meiose é igual a a) cromossomos. b) cromossomos. c) cromossomos. d) cromossomos. e) cromossomos. 35. UFRGS 2023 A continuidade da vida se baseia na repro- dução das células ou divisão celular. Rudolph Virchow, um médico alemão, afirmou em 1855: “Onde existe uma célula deve ter havido uma célula preexistente, assim como o animal somente surge de um animal e a planta somente de uma planta”. Nos seres eucariontes, a divisão celular se dá por mitose ou meiose. Adaptado de: CAMPBELL et al. Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. p. 228. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes aos processos de divisão celular em eucariontes. A segregação aleatória de cromossomos homó- logos ajuda a gerar variação genética nos descen- dentes de espécies de reprodução sexuada. O final da mitose resulta em duas células haploi- des e duas diploides. O pareamento dos cromossomos possibilita o crossing-over entre cromátides não homólogas. Através da mitose, as células mortas são substituí- das por células novas, geneticamentediferentes. A sequência correta de preenchimento, de cima para baixo, é a) V – V – V – F. b) V – F – F – V. c) V – F – F – F. d) F – V – V – F. e) F – F – F – V. Disponível em: https://www.ciclocelular.com.br/cancer-definicoes- e-estatisticas/. Acesso em: 11 out. 2019 (adaptado). Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-gratis/diagrama-das-fases- de-crescimento-das-plantas_384920.htm. Acesso em: 11 out. 2019. Disponível em: https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/ nucleo15_2.php. Acesso em: 22 out. 2019 (adaptado). Figura Figura Crescimento sem divisão celular Espermatozoides Espermátides Espermatócitos II Espermatócito I Espermatogônias Espermatogônias Célula germinativa Figura 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 93 27/10/2023 11:40:35 94 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular N úm er o de c él ul as 3 1 0 6 Anos após o nascimento N as ci m en to Meses após a concepção 0 0 1 2 3 4 5 6 7 3 6 10 20 30 40 50 Ovogônia Ovócito I em prófase interrompidaQ ua nt id ad e de D N A TempoI II III IV V VI Com relação aos tipos de divisão celular que ocor- rem nos processos ilustrados pelas figuras 1, 2 e 3, é CORRETO afirmar que ocorre a) meiose em ; mitose em e . b) meiose em , e . c) mitose em ; meiose em e . d) mitose em ; meiose em e . e) mitose em e ; meiose em . 37. FICSAE-SP 2016 O gráfico abaixo refere-se ao pro- cesso de divisão celular que ocorre durante a esper- matogênese humana: no processo de amadurecimento para originar espermatozoides. c) espermatogônias e ovogônias dividem-se por mi- tose e originam, respectivamente, espermatócitos e ovócitos primários, que entram em divisão mei- ótica, a partir da puberdade. d) ovogônias dividem-se por mitose e originam ovó- citos primários, que entram em meiose, logo após o nascimento. e) espermatócitos e ovócitos primários originam o mesmo número de gametas, no final da segunda divisão meiótica. 40. FCMMG 2017 O gráfico abaixo mostra a variação do número de ovogônias e de ovócitos I em prófase suspensa ao longo da vida da mulher, desde a sua concepção. Nesse processo de divisão ocorre a) duplicação dos cromossomos nos intervalos I e II e as fases que caracterizam esse processo ocor- rem nos intervalos III, IV, V e VI. b) duplicação dos cromossomos nos intervalos II e III e as fases que caracterizam esse processo ocor- rem nos intervalos IV, V e VI. c) separação de cromátides-irmãs, levando à forma- ção de células com cromossomos simples ao final do intervalo IV e maturação dos espermato- zoides nos intervalos V e VI. d) separação de cromossomos homólogos no intervalo IV e separação de cromátides-irmãs no intervalo VI. 38. PUC-Rio 2016 O gato doméstico (Felis domesticus) tem 36 pares de cromossomos em suas células somáticas. Sabendo disso, o número de cromossomos nos es- permatozoides maduros do gato, o número de cro- mátides-irmãs existentes em uma célula que está entrando na primeira divisão meiótica e o número de cromátides-irmãs que está entrando na segunda divi- são meiótica é, respectivamente: a) , e b) , e c) , e d) , e e) , e 39. Fuvest-SP 2015 Na gametogênese humana, a) espermatócitos e ovócitos secundários, formados no final da primeira divisão meiótica, têm quan- tidade de DNA igual à de espermatogônias e ovogônias, respectivamente. b) espermátides haploides, formadas ao final da se- gunda divisão meiótica, sofrem divisão mitótica Baseado nos dados acima, podemos afirmar, EXCETO: a) Um bebê do sexo feminino não possui ovogônias, pois essas células interrompem suas divisões antes mesmo do nascimento; crescem e se trans- formam em ovócitos primários que já iniciam o processo de divisão meiótica. b) No início da puberdade, o número de ovócitos pri- mários de uma adolescente mantém-se estável, diminuindo gradativamente, em número insignifi- cante, a cada menstruação. c) O processo de formação das ovogônias começa no embrião, a partir do segundo mês após a fe- cundação, podendo chegar a cerca de milhões, até o sétimo mês. d) Os ovócitos I presentes no ovário de uma mu- lher podem permanecer estacionários no final da prófase I da meiose, por até anos. 41. EBMSP-BA 2017 A divisão celular assegura a for- mação das células reprodutivas, o crescimento dos indivíduos da fase zigótica até a fase adulta e a subs- tituição de células senescentes. Sobre os processos de divisão celular e a formação de gametas, é correto afirmar: 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 94 31/10/2023 15:31:59 95 FR EN TE 1 a) Na mitose, ocorre o pareamento dos cromossomos homólogos e sua posterior separação com migração para polos opostos. b) A meiose I é caracterizada pelo pareamento cromossômico com a separação de cromátides irmãs. c) A divisão celular observada na meiose I é equacional e, na meiose II é reducional. d) Na espermatogênese, parte do complexo golgiense das espermátides acumula enzimas digestivas formando o acrossomo, estrutura presente na cabeça dos espermatozoides. e) Na ovulogênese, cada ovogônia passa pelas duas divisões meióticas, originando quatro células reproduti- vas funcionais. 42. Unicap-PE 2023 No processo de gametogênese, é INCORRETO afirmar que: a) Ao redor dos túbulos seminíferos, estão as células intersticiais (células de Leydig), produtoras de testosterona. b) Na ovulogênese, ocorrem divisões mitóticas das células germinativas, formando as ovogônias que são células diploides. c) A cada ciclo menstrual, inicia-se a maturação de um folículo formando o ovócito II que só completa a meiose II, se houver fecundação. d) As espermatogônias ficam inativas até o início da puberdade, normalmente entre os e anos. e) A espermatogênese é estimulada pelo hormônio sexual masculino chamado estrogênio. As subfases da prófase I Por ser uma fase longa, a prófase I da meiose é subdividida em cinco subfases: leptóteno, zigóteno, paquíteno, diplóteno e diacinese. O leptóteno é caracterizado pelo início da condensação da cromatina, mas filamentos ainda finos são visíveis quando essa subfase é observada no microscópio óptico. A seguir, no zigóteno, inicia-se a sinapse, processo de aproximação e pareamento dos cromossomos homólogos. As sinapses cromossômicas são devidas à formação do complexo sinaptonêmico, uma estrutura proteica que se organiza longitudinalmente entre os cromossomos homólogos. Quando todos os homólogos estão totalmente unidos pelos complexos sinaptonêmicos, começa o paquíteno. Nessa subfase, os cromossomos estão mais visíveis ao microscópio eletrônico, em razão do maior grau de condensação. A organização dos bivalentes garante que regiões homólogas dos cromossomos fiquem próximas, favorecendo a ocorrência do crossing over. Na subfase que se segue, denominada diplóteno, a maior parte do complexo sinaptonêmico é removida, e os cromossomos começam a se separar, passando a ser observados individualmente, mas essa separação não é completa, porque nos quiasmas os fragmentos do complexo sinaptonêmico são preservados. Os quiasmas observados no diplóteno são considerados evidência de que o crossing over ocorreu na subfase de paquíteno. Esses quiasmas podem ser mantidos até a anáfase I. Na diacinese, última subfase da prófase I, a célula se prepara para avançar à metáfase. Assim, é observado acentuado aumento da condensação cromossômica, desaparecimento completo da estrutura nuclear, ligação dos cromossomos às fibras do fuso e movimento dos pares de homólogos em direção à região equatorial da célula. Texto elaborado para fins didáticos. Texto complementar Quer saber mais? Texto USO da quimioterapia no tratamento do câncer. Oncoguia, mar. . Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/ quimioterapia///. Acesso em: ago. . O artigo abordao uso da quimioterapia no tratamento contra o câncer. Entre os medicamentos usados para essa finalidade incluem-se os antimitóticos. Vídeos “Mitosis in a cell, animation”. Science Photo Library. Disponível em: https://www.sciencephoto.com/media//view. Acesso em: ago. . A animação contém imagens tridimensionais mostrando a mitose ocorrendo em uma célula animal. “Spermatogenesis”. Julia Lerner. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fBaUqEano. Acesso em: ago. . A animação contém imagens tridimensionais mostrando o processo da espermatogênese nos testículos (em inglês). Veja os principais assuntos e conceitos trabalhados neste capítulo acessando a seção Resumindo no livro digital, na Plataforma Poliedro. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 95 30/10/2023 12:12:41 96 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Fonte: https://biologiaalemdosolhos.com/2016/06/04/ciclo-celular-interfase-e-mitose/. Acesso em: 8 de março de 2018. (Adaptado). 1. Unisc-RS 2017 Em relação à divisão celular, assinale a alternativa incorreta. a) Na prófase, os centríolos migram para polos da célula, formando um conjunto de fibras que vão de um centríolo ao outro, chamado de fuso mitótico. b) Na metáfase, após a desintegração da carioteca, os cromossomos atingem o máximo de condensação e migram para a região equatorial da célula. c) Na anáfase, ocorre a cariocinese, que é a divisão do núcleo. d) Na telófase, os cromossomos chegam aos polos do fuso, refazendo a membrana nuclear. e) Na prófase, os cromossomos se condensam, tornando-se visíveis. 2. Famerp-SP 2022 A figura representa uma célula diploide utilizada para a análise de alguns mecanismos moleculares que ocorrem durante o ciclo celular. a) Por que a célula representada é considerada diploide? Quantos centrômeros são encontrados nessa representação? b) Suponha que esta célula seja mantida em um meio de cultura contendo timina radioativa, de modo que um pesquisador possa detectar a emissão de radioativi- dade em alguns momentos do ciclo celular e que em todos os cromossomos haja um segmento de bases AAACGTTT. Caso esta célula tenha atingido a metáfase mitótica, quantas cromátides-irmãs apresentariam a timina radioativa até tal fase? Relacione a ocorrência desse fenômeno à propriedade molecular do DNA. 3. Famema-SP 2020 O ciclo celular corresponde ao conjunto de transformações que ocorre em uma célula desde sua formação até o momento em que sofre mitose e origina duas células-filhas idênticas. Esse ciclo celular é composto por duas etapas: a interfase e a mitose. A interfase é dividida em três fases, G1, S e G2, e a mitose é dividida em quatro fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase. a) Em qual das sete fases do ciclo celular a célula sofre intenso crescimento? Em qual das sete fases é possível verificar cromossomos condensados ao máximo? b) No início do desenvolvimento embrionário de muitos animais, o ciclo celular normalmente consiste na fase S e na divisão celular. Que fenômeno marcante ocorre na fase S do ciclo celular? A partir do zigoto, quantas mitoses são necessárias para gerar um embrião com células? 4. UFU-MG 2018 (Adapt.) Considere a representação esquemática do ciclo celular. Baseando-se nas informações apresentadas na fi gura, responda as questões abaixo. a) Qual letra caracteriza a etapa do ciclo celular em que seria mais adequado usar investigações de um cariótipo, tendo em vista a necessidade de se obter maior nitidez dos cromossomos? b) A que etapa do ciclo celular mitótico correspondem as letras A e D, respectivamente? c) Se a quantidade de DNA de uma célula somática na etapa B é x, as células do mesmo tecido, nas fases G e G da interfase, apresentam, respectivamente, qual quantidade de DNA? INTERFASE G2 S G1 A B C D MITOSE Exercícios complementares 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 96 27/10/2023 11:40:36 97 FR EN TE 1 5. PUC-SP 2017 A figura a seguir ilustra o ciclo celular. Na célula somática de um organismo diploide em que 2n 5 20, espera-se encontrar a) moléculas de DNA em G. b) moléculas de DNA em C e G. c) moléculas de DNA na metáfase. d) mais moléculas de DNA em G que em S. 6. UEPG-PR 2023 Analise a figura abaixo, que represen- ta o ciclo celular, e assinale o que for correto. Metáfase Interfase Mitose (M) G₂ G₁ C S Citocinese (C) Prófase Anáfase Telófase M A citocinese (ou divisão citoplasmática) represen- tada em d ocorre a partir da fusão de vesículas originadas do complexo golgiense, na região me- diana da célula. Na etapa da mitose representada em c, temos a metáfase. Nessa fase, os cromossomos estão na condensação máxima. Todas as etapas da mitose estão representadas na figura: prófase, leptóteno, paquíteno, anáfase e telófase. Soma: 7. Famema-SP 2020 Os tumores malignos podem se desenvolver em diferentes órgãos do corpo humano, como pele, próstata, mama, fígado, entre outros. Tais tumores podem ser tratados utilizando-se diferentes estratégias médicas, desde uso de medicação até in- tervenções cirúrgicas. Para o controle de alguns tipos de câncer podem ser utilizados inibidores do Fator de Crescimento Endotelial Vascular (VEGF). a) O câncer de pele do tipo melanoma apresenta grandes possibilidades de provocar metástase. Qual fator ambiental pode favorecer o surgimento desse tipo de câncer? O que é metástase? b) Por que inibir a formação do endotélio pode inibir também o crescimento de um tumor? 8. UEPG-PR 2018 Na figura abaixo, está representado o ciclo celular de uma célula hipotética, bem como um gráfico representando a quantidade de DNA em cada uma das etapas do ciclo. Assinale o que for correto. Adaptado de: LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER, F. Biologia hoje. 15 ed. Volume 1. Editora Ática. São Paulo. 2010. Durante a etapa (I), os cromossomos podem ser facilmente identificados ao microscópio, visto que os mesmos se apresentam em seu maior grau de compactação. Em (I), ocorre a duplicação do DNA e a formação de duas cromátides idênticas, as cromátides-irmãs. A etapa representada em (III) é a de meiose, visto que podemos perceber a diminuição pela metade da quantidade de DNA por célula (x ñ x). Durante a mitose, representada em (III), as células reduzem à metade seu conteúdo genético (x ñ x), evento importante para a produção de gametas e reprodução sexual. G é uma fase da interfase que antecede a dupli- cação do DNA. Em (II) está representada a fase G, a qual compreende o intervalo entre a dupli- cação do DNA e o início da divisão celular. Soma: a replicação do DNA b c d e Fonte: ALBERTS, Bruce et al. Biologia Molecular da Célula, 6a ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. A replicação do DNA, indicada na figura, ocorre no período que antecede a mitose, denominado de intérfase. Quando o centrômero divide os cromossomos em dois braços de aproximadamente mesmo ta- manho, os cromossomos são classificados como metacêntricos. Divisão do Citoplasma Etapas do Ciclo Celular G1 G1 I I II II III III 1x 2x 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 97 27/10/2023 11:40:36 98 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular 9. UPE 2013 A proliferação celular exagerada está dire- tamente relacionada ao desenvolvimento de câncer. Tem-se como exemplo de bloqueio desse processo o uso de drogas antimitóticas, que desorganizam o fuso mitótico. Em relação à formação e ao papel do fuso mi- tótico em condições normais, é CORRETO afirmar que a) a carioteca, membrana nuclear formada por pro- teínas fibrosas do citoesqueleto, está envolvida na formação do fuso mitótico, essencial à ade- são celular. b) o citoesqueleto é uma rede citoplasmática de ácidos nucleicos envolvidos no processo da formação do fuso mitótico, de lisossomos e do acrossomo, responsáveis pela mitose. c) os centríolos são cilindros formados por actinae miosina, envolvidos na formação do fuso mitótico, dos cílios e flagelos, que auxiliam na movimenta- ção celular. d) os centrômeros são responsáveis pela formação do fuso mitótico constituído de carboidratos, es- sencial ao direcionamento do ciclo celular. e) os microtúbulos são constituídos de tubulinas e formam o fuso mitótico, responsável pela cor- reta segregação dos cromossomos durante a divisão celular. 10. Fuvest-SP 2017 O sulfato de vincristina é uma subs- tância usada para o tratamento de tumores. Esse quimioterápico penetra nas células e liga-se à tubuli- na, impedindo a formação de microtúbulos. a) Que processo celular, importante para o trata- mento, é bloqueado, quando não se formam microtúbulos? Como os microtúbulos participam desse processo? b) Para o tratamento, o quimioterápico pode ser co- locado dentro de lipossomos, vesículas limitadas por bicamada de constituição lipoproteica. Que estrutura celular tem composição semelhante à do lipossomo, o que permite que ambos interajam, facilitando a ação do quimioterápico na célula? 11. Enem 2016 O paclitaxel é um triterpeno poli-hidroxi- lado que foi originalmente isolado da casca de Taxus brevifolia, árvore de crescimento lento e em risco de extin- ção, mas agora é obtido por rota química semissintética. Esse fármaco é utilizado como agente quimioterápico no tratamento de tumores de ovário, mama e pulmão. Seu mecanismo de ação antitumoral envolve sua ligação à tubulina, interferindo na função dos microtúbulos. KRETZER, I. F. Terapia antitumoral combinada de derivados do paclitaxel e etoposídeo associados à nanoemulsão lipídica rica em colesterol – LDE. Disponível em: www.teses.usp.br. Acesso em: 29 fev. 2012 (adaptado). De acordo com a ação antitumoral descrita, que fun- ção celular é diretamente afetada pelo paclitaxel? a) Divisão celular. b) Transporte passivo. c) Equilíbrio osmótico. d) Geração de energia. e) Síntese de proteínas. 12. PUC-GO 2023 Um pesquisador descobriu uma dro- ga, a que denominou Z. A substância interfere na polimerização dos microfilamentos de actina. Con- sidere a condição experimental em que a droga Z seja adicionada a um meio de cultura de células hu- manas no início do processo de mitose e aponte a alternativa que corretamente descreve o que ocor- rerá nas células do meio de cultura nessa condição experimental: a) Paralização das células na metáfase mitótica e aceleração da citocinese. b) Interrupção do metabolismo celular e morte. c) Processo de mitose das células e interrupção da citocinese. d) Interrupção das células na anáfase mitótica. 13. FMP-RJ 2022 O câncer é uma doença que se apre- senta de diferentes tipos, em localizações e aspectos múltiplos, precisando ser estudados para que o trata- mento seja adequado. O tratamento do câncer pode ser feito através de ci- rurgia, quimioterapia, radioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combi- nar mais de uma modalidade. Os elementos radioativos utilizados em radiotera- pia apresentam características específicas, como radiação (especificamente radiação g) e tempo de meia-vida curto. As células cancerígenas são mais ‘sensíveis’ à radiação que as células normais e, quando expostas pelo tempo e intensidade certa à radiação, podem ser destruídas. Aplicados ao tra- tamento, os elementos químicos radioativos mais utilizados são o iodo (iodo-131), o césio (césio-137) e o cobalto (cobalto-60). A quimioterapia é o método que utiliza compostos químicos, chamados quimioterápicos, como, por exemplo, os antimetabólicos e os inibidores mitóticos. A 6-mercaptopurina é um antimetabólico análogo da purina e utilizado no tratamento da leucemia. Esse fármaco foi desenvolvido nos anos de 1950 e, na época de seu lançamento, foi considerado o fármaco mais potente no combate desse tipo de câncer. 6-mercaptopurina N N N H S HN .H2O 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 98 27/10/2023 11:40:36 99 FR EN TE 1 a) O antimetabólico -mercaptopurina impede que a célula entre em mitose, pois atua na fase de Síntese do Ciclo Celular (fase S). Sendo um análogo da purina, quais são os dois tipos de bases nitrogenadas que apresentam grande semelhança com a -mercaptopurina? b) Os inibidores mitóticos podem paralisar a mitose na metáfase, devido à sua ação sobre a proteína tubulina, formadora dos microtúbulos que constituem o fuso mitótico. b) Qual a função do fuso mitótico na divisão celular? b) Quantas moléculas de DNA existem em uma célula humana normal, em metáfase da mitose? c) Justifique o fato de a mitose em células animais ser chamada de cêntrica, e a mitose em células vegetais ser chamada de acêntrica. 14. UEPG/PSS-PR 2021 A mitose é o mecanismo mais comum de reprodução dos organismos eucariontes unicelulares e é também o processo pelo qual os organismos pluricelulares são formados, seja a partir de um pedaço do corpo (reprodução assexuada), seja a partir da formação de um zigoto. Baseando-se nas características da mitose, assinale o que for correto. Na anáfase, ocorre a separação das cromátides irmãs a partir do encurtamento dos filamentos do fuso. Um dos eventos mais notáveis que pode ocorrer na prófase é a permutação ou crossing over – fenômeno que se caracteriza pela “troca de pedaços” (genes) entre os cromossomos homólogos. Nas células animais, a citocinese ocorre pelo estrangulamento da célula na região equatorial. Na metáfase, ocorre a duplicação do DNA e, em seguida, o enrolamento do cromossomo. Soma: 15. Unicamp-SP 2020 Células imortalizadas são capazes de proliferar em cultura. A imortalização ocorre quando meca- nismos de morte celular são desativados, permitindo a manutenção das células. Por meio de técnicas específicas, é possível isolar uma ou mais células e deixá-las proliferarem em cultura, dando origem a outras células com caracte- rísticas semelhantes. As células HeLa foram isoladas de um câncer uterino e são as primeiras células humanas a se estabelecerem como linhagem imortalizada. a) Utilizando células HeLa, um experimento avaliou os efeitos antitumorais do nocodazol, um agente que in- terfere na polimerização dos microtúbulos. Os gráficos abaixo apresentam a quantidade de DNA no grupo HeLa controle (painel A) e no grupo HeLa na presença de nocodazol (painel B). Explique por que no painel B há concentração de células estacionadas na fase G/M. B N úm er o de c él ul as Quantidade de DNA 40 80 A N úm er o de c él ul as Quantidade de DNA 40 100 300 500 320 240 160 80 80 S G2/MG0/G1 G2/M S G0/G1 (Fonte: A. S. Borowiec e outros, Are Orai1 and Orai3 channels more importante than calcium influx for cell proliferation? Biochimica et Biophysica Acta, Amsterdam, v. 1843, n. 2, p. 464-472, fev. 2014.) b) As células do painel A são originárias de células somáticas. Considerando que sejam células germinativas, qual seria a quantidade de DNA no final da meiose? Justifique sua resposta. 16. Imed-RS 2016 Suponha que uma determinada espécie de tartaruga possua 550 cromossomos no núcleo de uma célula do coração. Podemos supor, então, que quando essa célula entrar em mitose, serão geradas _____ células __________ que apresentam _____ cromossomos cada. Já, caso uma célula do sistema reprodutor dessa tartaruga realize meiose, esse processo gerará células __________ com _____ cromossomos. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima. a) – somáticas – – somáticas – b) – sexuais – – somáticas – c) – somáticas – – sexuais – d) – diploides – – haploides – e) – diploides – – sexuais – 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 99 27/10/2023 11:40:36 100 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular 17. UFJF/Pism-MG 2015 Sabemos que cada tipo de cé- lula possui um período específico para a realização do ciclo celular e quehá dois tipos de divisão celular: mitose e meiose. De acordo com as etapas abaixo, responda: a) Qual a principal diferença encontrada entre metá- fase mitótica e a metáfase I da meiose? b) Na mitose, em quais fases ocorrem os seguintes fenômenos? () desaparecimento do núcleo, () divisão dos centrômeros e () migração das cro- mátides irmãs. c) Por que a mitose da célula vegetal é chamada de acêntrica? 18. UEM/PAS-PR 2019 Nos humanos, a união de dois gametas forma o zigoto, que se multiplica e origina um ser multicelular com milhões de células de muitos tipos diferentes. Sobre o assunto e conhecimentos correlatos, assinale o que for correto. Os gametas que se unem são haploides e forma- dos por meiose nos parentais diploides. O movimento do gameta masculino se dá por uma estrutura formada por feixes de microtúbulos, um dos elementos do citoesqueleto presentes em eucariotos. O retículo endoplasmático e o complexo de Golgi, durante a histogênese dos tecidos conjuntivos, atuam na produção e na secreção de elementos da matriz extracelular. O organismo multicelular originado possui siste- mas formados por conjuntos de órgãos que são compostos por tecidos contendo células espe- cializadas. Procariotos multicelulares possuem desenvolvimen- to embrionário semelhante, mas com diferenças na segmentação dos blastômeros e na gastrulação. Soma: 19. Mackenzie-SP 2017 A B O esquema acima representa uma célula em metáfase II. Assinale a alternativa correta. a) Os cromossomos representados são homólogos. b) A célula-mãe era n 5 . c) O crossing over ocorre nessa etapa. d) Esse tipo de divisão ocorre exclusivamente para a formação de gametas. e) Há cromossomos representados. 20. UPF-RS 2017 A figura abaixo representa duas células de um mesmo indivíduo em processo de divisão celular. Com base na figura, assinale a alternativa correta. a) A célula A representa a anáfase mitótica, e a célu- la B, a anáfase II da meiose. b) A célula A representa a anáfase I, e a célula B, a anáfase II, ambas da meiose. c) Nessa espécie, o número diploide de cromosso- mos é oito. d) O número de cromossomos no gameta masculino dessa espécie é quatro. e) A célula A representa anáfase II, e a célula B, a anáfase I, ambas da meiose. 21. Insper-SP 2018 A figura ilustra uma das anáfases de uma gametogênese animal cuja espécie apresenta em suas células somáticas 28 cromossomos. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 100 27/10/2023 11:40:36 101 FR EN TE 1 a) Quantas moléculas de DNA existem na célula re- presentada? Justifique sua resposta. b) Cite um critério morfológico utilizado para iden- tificar os pares de cromossomos homólogos. Explique a importância da fase representada no aumento da variabilidade genética dos gametas. 25. UEPG-PR 2016 Sobre os processos envolvidos nas etapas de divisão celular, assinale o que for correto. Nos seres eucariotos e sexuados ocorrem dois tipos de divisão celular: mitose, que forma células com o mesmo número de cromossomos e com informações genéticas idênticas à célula-mãe; e meiose, que reduz o número de cromossomos à metade (haploide). A célula permanece em interfase na maior parte do tempo, período em que os cromossomos per- manecem em um intenso grau de compactação e com baixa atividade das organelas. Na fase de prófase da meiose I, o crossing-over permite trocas de pedaços entre os cromossomos homólogos, fazendo surgir novas combinações genéticas. Na primeira etapa da meiose, os cromossomos homólogos se separam durante a anáfase I. Soma: 26. FMJ-SP 2016 A imagem ilustra um fenômeno que ocorre durante uma das fases da meiose I. A partir das informações fornecidas, é correto afirmar que, no interior da área indicada pela elipse, existem a) cromossomos duplicados, tratando-se da aná- fase I. b) cromossomos não duplicados, tratando-se da anáfase I. c) cromossomos duplicados, tratando-se da aná- fase II. d) cromossomos não duplicados, tratando-se da anáfase I. e) cromossomos duplicados, tratando-se da anáfase II. 22. Fasm-SP 2017 A figura representa uma célula animal em uma fase da meiose. a) Qual fase da meiose está representada na figura? Justifique sua resposta. b) Indique quantos cromossomos estarão presentes em cada uma das células formadas, ao final dessa meiose. Justifique sua resposta. 23. UFPR 2019 Células eucarióticas que estão se divi- dindo ativamente passam por uma série de estágios, conhecidos conjuntamente como ciclo celular, e a quantidade de DNA contido nessas células pode va- riar ao longo desses estágios. a) Uma célula humana diploide que está na prófase da mitose tem quantos cromossomos, quantas cromátides e quantas fitas de DNA cromossômi- co? Justifique sua resposta. b) Uma célula humana que sofreu meiose dá ori- gem a células-filhas. Cada célula-filha contém quantos cromossomos, quantas cromátides e quantas fitas de DNA cromossômico? Justifique sua resposta. c) Um homem tem genótipo AaBb, sendo que os genes A e B têm segregação independente. Quais serão os genótipos possíveis dos seus gametas? Quantos cromossomos contém ca- da gameta? 24. Famema-SP 2017 A figura representa uma célula ani- mal com os pares de cromossomos homólogos na região mediana durante a meiose I. (www.afblum.be) a) Nomeie a fase em que ocorre esse fenômeno. Ex- plique em que consiste esse processo. b) Além do fenômeno ilustrado, existe outro que au- menta as combinações genéticas e que ocorre na metáfase I. O que caracteriza essa fase? Por que ela promove diferentes combinações genéticas? 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 101 31/10/2023 15:32:22 102 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular (http://quizlet.com Adaptado) O aumento da variabilidade genética, gerada por esse processo, ocorre em função da permuta de a) alelos entre cromátides irmãs. b) alelos entre cromátides homólogas. c) não alelos entre cromossomos homólogos. d) não alelos entre cromátides irmãs. e) não alelos entre cromossomos não homólogos. 28. UEM/PAS-PR 2016 Sobre a divisão celular nos euca- riotos, assinale o que for correto. A meiose e a fecundação são fenômenos opos- tos, pois a meiose, sendo uma divisão reducional, produz gametas com metade do número de cro- mossomos típico de uma espécie, enquanto a fecundação restitui a diploidia. A interfase é um período do ciclo celular que antecede a mitose e a meiose. Nela não ocor- rem eventos importantes para a geração de novas células. Na meiose, os cromossomos homólogos sepa- ram-se durante a anáfase I e, durante a anáfase II, separam-se as cromátides. Ao final da mitose, a citocinese das células vege- tais ocorre do centro para a periferia, recebendo o nome de citocinese centrífuga. Em células animais, o crossing-over ocorre na prófase, em cromossomos não homólogos da mi- tose ou da meiose. Soma: 29. Famerp-SP 2017 Um indivíduo diploide possui o genótipo AaBbCc. Sabendo-se que esses alelos se- gregam-se independentemente durante a meiose sem mutação, assinale a alternativa que ilustra corre- tamente um possível espermatócito II, produzido por esse indivíduo, com os seus respectivos alelos. a) b) c) d) e) C AB C c B b A a C c A aB b A C c cC A a a B B b b B B A CC A Centrômeros 30. Udesc 2015 Sabendo-se que durante a meiose ocorre a separação dos cromossomos homólogos (cromossomos com mesma forma e tamanho, sendo um paterno e outro materno), considere então ape- nas quatro pares destes cromossomos homólogos em uma espermatogônia que inicia a meiose. A pos- sibilidade de um indivíduo formar um espermatozoide que possua apenas cromossomos de origem paterna é de: a) % b) ,% c) % d) ,% e) % 27. FGV-SP 2015 As figuras ilustram o processo de crossing-over, que ocorre na prófase Ida meiose. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 102 27/10/2023 11:40:36 103 FR EN TE 1 31. Fasm-SP 2016 Analise a figura que representa um tipo de gametogênese. (Disponível em: www.brasilescola.com. Adaptado. Acesso em 27 out. 2015) a) I representa o acrossomo, formado a partir de ve- sículas do complexo de Golgi, contendo enzimas que modificam a permeabilidade da membrana do óvulo, necessária à fecundação. b) II representa o núcleo com moléculas de DNA para formar os cromossomos da espé- cie humana. c) III representa a peça intermediária rica em estru- turas citoplasmáticas diversas, responsáveis pela viabilidade do gameta. d) IV representa o flagelo, formado por microfila- mentos contráteis que promovem os movimentos do gameta. e) V representa a peça intermediária, rica em mito- côndrias e ribossomos que sintetizam as proteínas contráteis do flagelo. 33. Uerj 2016 A reprodução em animais do sexo mas- culino envolve uma série de divisões celulares, que produzem espermatócitos primários e secundários como etapas intermediárias para a produção dos ga- metas masculinos. Considere um macho adulto diploide que apresenta 28 cromossomos em suas células somáticas. Nesse caso, seus espermatócitos primários e seus espermatócitos secundários devem conter, respecti- vamente, os seguintes números de cromossomos: a) – b) – c) – d) – 34. UEG-GO Na reprodução humana, a meiose é o pro- cesso básico para a ocorrência da espermatogênese e da ovulogênese. Considerando-se as diferentes etapas na produção dos gametas masculinos, respon- da ao que se pede. a) Se o espermatócito primário apresentar cromos- somos, quantos cromossomos serão encontrados em cada espermatozoide? Justifique sua resposta. b) Para produzir espermatozoides, quantas espermatogônias serão necessárias? Justifique sua resposta. 35. FMJ-SP 2022 Na espermatogênese humana, uma espermatogônia dá origem a um espermatócito I, que entra em meiose e origina dois espermatócitos II. Cada um deles continua a meiose II e origina duas espermátides, que se diferenciam resultando em es- permatozoides. a) Em que fase da vida de um homem se inicia a pro- dução de espermatogônias? Um espermatócito II apresenta quantas moléculas de DNA? b) Cite a estrutura citoplasmática formada durante a espermiogênese e que está presente na cabeça do espermatozoide. Qual fenômeno ocorre na meiose II que possibilita uma distribuição igualitá- ria de cromossomos nos gametas formados? 36. UFSC 2020 (Adapt.) Na figura abaixo, há uma foto dos cromossomos, em metáfase mitótica, de uma marmosa (Marmosa sp.), um marsupial da América do Sul. I II III IV V Sobre os cromossomos representados na figura e a divisão celular, é correto afirmar que: (www.nature.com. Adaptado.) a) Em que órgão humano ocorre a gametogênese representada na figura e que divisão celular a caracteriza? b) Em determinado momento dessa gametogênese ocorrem diferenciações celulares originando os gametas. Mencione duas dessas diferenciações celulares que garantem a formação adequada dos gametas. 32. UPF-RS 2016 Analise a figura abaixo, que representa um espermatozoide humano, e assinale a alternativa correta. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9.indd 103 30/10/2023 12:13:07 104 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular o número diploide dessa espécie é de cromossomos. na meiose de uma fêmea Marmosa sp., um ovócito primário gera quatro óvulos viáveis, sendo que cada um deles apresentará cromossomos. na figura há cromossomos homólogos; após uma meiose, haverá células haploides com cromossomos. na meiose de um macho Marmosa sp., um espermatócito primário gera quatro espermatozoides, com o número haploide de sete cromossomos cada. os cromossomos apresentam duas cromátides, o que significa que estão duplicados; a duplicação do material genético teve início na prófase da mitose, juntamente com a condensação do DNA. Soma: 37. UEPG-PR 2018 Considerando-se a ovulogênese, ou seja, o processo de formação dos gametas femininos, assinale o que for correto. A meiose I do ovócito I só se completa se houver fecundação pelo espermatozoide. Caso contrário, o primeiro corpúsculo polar é degenerado e o ovócito II entra em fase estacionária. Os ovócitos I iniciam a meiose I, mas estacionam seu desenvolvimento no final da prófase I, onde permanecem até a puberdade. Após, a cada ciclo menstrual, um ovócito inicia a meiose II. A hipófise produz hormônios que atuam nas gônadas, estimulando o crescimento e finalização da meiose I dos ovócitos I, formando assim o ovócito II e o primeiro corpúsculo polar. O ovócito II inicia a meiose II, a qual é interrompida na metáfase II, fase em que ocorre a ovulação, ou seja, o ovócito II sai do folículo ovariano e do ovário e entra na tuba uterina. Durante o desenvolvimento embrionário feminino surgem as células germinativas primordiais (n), as quais so- frem mitose e originam as ovogônias (n), que ficam alojadas nos ovários. As ovogônias então aumentam em tamanho, originando os ovócitos I. Soma: 38. UEPG-PR 2016 Os ovários são duas estruturas com cerca de 3 cm de comprimento, localizados na cavidade abdo- minal, na região das virilhas. Na porção ovariana mais externa, chamada córtex ovariano, localizam-se as células que darão origem aos óvulos. A respeito do processo de formação dos óvulos, assinale o que for correto. O processo de formação de gametas femininos é chamado de ovulogênese e tem início antes do nascimento de uma mulher, em torno do terceiro mês de vida intrauterina. Por volta do terceiro mês de vida de uma menina, as ovogônias param de se dividir, crescem, duplicam os cro- mossomos e entram em meiose, passando então a ser chamadas de ovócitos primários ou ovócitos I. As células precursoras dos gametas femininos, as ovogônias, multiplicam-se por mitose somente após o primeiro ciclo menstrual feminino. Os ovócitos primários ou ovócitos I permanecem estacionados na fase de metáfase II da meiose. Estes termi- nam o ciclo meiótico por volta do décimo quarto dia do ciclo menstrual. Se não houver fecundação, degeneram e são eliminados. O ovócito primário ou ovócito I termina a segunda divisão da meiose e produz duas células de tamanhos iguais: o ovócito secundário ou ovócito II e o primeiro corpúsculo polar ou corpúsculo polar I. Soma: 39. UEL-PR 2022 A ovulogênese se inicia na fase intrauterina, com a formação dos gametas femininos. Para que ocorra esta formação, são necessários eventos em que ora acontece a mitose, ora a meiose. Com base nos conhecimentos sobre a ovulogênese e a fecundação, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a seguir. A fecundação ou fertilização é o resultado da fusão entre o óvulo de fase I e o espermatozoide de fase II, com formação de um ovócito diploide. A penetração do espermatozoide induz o gameta feminino, estacionado em fase de ovócito II, a completar a segunda divisão meiótica, formando o óvulo propriamente dito. Durante a penetração do espermatozoide no ovócito I, os cromossomos masculino e feminino sofrem meiose, e, em seguida, ocorre a primeira divisão mitótica do zigoto. A cariogamia refere-se à fusão dos conteúdos citoplasmáticos parentais, sendo considerada o ponto alto da fecundação, pois marca a formação do zigóteno, a primeira célula de um novo ser. Na anáfase da primeira mitose do zigoto, os cromossomos materno e paterno duplicados ligam-se ao fuso e inicia-se a separação das cromátides irmãs para os polos opostos da célula. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 104 27/10/2023 11:40:37 105 Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta. a) V, F, V, F, V. b) V, F, F, V, F. c) F, V, V, F, F. d) F, V, F, F, V. e) F, F, V,V, V. 40. EBMSP-BA 2016 Em uma cidade brasileira, há treze anos, uma família constituída por um casal de mulheres escolheu um doador de sêmen dos Estados Unidos. No Brasil, tem-se pouca informação sobre o doador em si, enquanto nos Estados Unidos, o doador não é protegido por sigilo absoluto e a família pode ver fotos e outras características do homem para escolher o doador de sêmen. Com base nos conhecimentos de gametogênese a) explique como são produzidos os espermatozoides. b) identifique as principais diferenças entre a produção de gametas humanos femininos e gametas humanos masculinos. 41. UFRGS 2020 Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, referentes às fases da meiose. Na subfase de zigóteno da prófase I, ocorre a formação do complexo sinaptonêmico. Na prófase II, na subfase de diplóteno, ocorre o crossing-over. Na fase de diacinese I, ocorre a separação das cromátides-irmãs. Ao fi nal da anáfase I, os cromossomos homólogos estão separados. A sequência correta de preenchimento, de cima para baixo, é a) F – V – F – V. b) V – F – V – V. c) F – V – V – F. d) V – V – F – F. e) V – F – F – V. 42. PUC-PR 2015 Sobre a divisão celular, considerando a prófase I da Meiose I, é CORRETO dizer que: a) a característica mais marcante do diplóteno é que os cromossomos ainda emparelhados se cruzam em certos pontos chamados quiasmas. b) no paquíteno ocorre o afastamento dos cromossomos homólogos e os cromômeros são bem visíveis formando as cromátides-irmãs. c) no leptóteno, o emparelhamento dos cromossomos é chamado de sinapse cromossômica. d) na diacinese, as cromátides permanecem no centro celular, a carioteca se refaz, os nucléolos reaparecem e os centríolos atingem os polos celulares. e) a prófase I é uma fase curta em que os centríolos que não sofreram duplicação na interfase permanecem no centro celular e a carioteca se desintegra ao final dessa fase. BNCC em foco EM13CNT104 e EM13CNT306 1. Fatec-SP 2014 O manuseio de equipamentos de radiologia envolve riscos à saúde, e o Tecnólogo em Radiologia segue uma série de normas de biossegurança para evitar a exposição desnecessária à radiação ionizante. Esse tipo de radiação pode danifi car suas células, levando-as a se reproduzir de modo desordenado e descon- trolado, gerando inúmeras novas células por meio do mesmo processo de divisão celular que ocorre nas células somáticas. Desse modo, basta que uma única célula do corpo se danifi que e torne-se uma célula cancerígena para que surja um tumor. Isso ocorre porque a célula cancerígena inicial divide-se por a) mitose, gerando células com o mesmo número de cromossomos e a mesma capacidade de duplicação. b) mitose, gerando células com metade do número de cromossomos, porém ainda com capacidade de duplicação. c) mitose, gerando células com o dobro do número de cromossomos e uma capacidade ainda maior de duplicação. d) meiose, gerando células com o mesmo número de cromossomos e a mesma capacidade de duplicação. e) meiose, gerando células com metade do número de cromossomos, porém ainda com capacidade de duplicação. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 105 27/10/2023 11:40:37 106 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular EM13CNT302 2. UFSC 2015 A figura abaixo representa a chegada e a proliferação de células tumorais no tecido hepático provenien- tes do tecido pulmonar. Próstata Estômago Esôfago 500 100 10 1 0,5 20 30 40 50 60 70 80 Idade em anos In ci dê nc ia a nu al /1 0 0 m il in di ví du os 0,1 50 5 Pele Reto Com base na figura e nos conhecimentos atuais sobre o câncer, é CORRETO afirmar que: falhas nos mecanismos de controle do ciclo celular podem desencadear a formação de tumores. no câncer, as células mitóticas se transformam em células meióticas. uma das estratégias nas pesquisas de combate ao câncer é a indução à apoptose das células tumorais por meio da manipulação da regulação gênica. a figura representa um exemplo de metástase. o câncer é uma doença de origem genética sobre a qual nenhum fator ambiental tem influência. as células tumorais apresentam alta taxa metabólica devido à intensa proliferação celular. Soma: EM13CNT303 3. UFSC 2014 O gráfico indica, em escala logarítmica, a relação dos casos de câncer em diversos órgãos com a idade dos indivíduos. Com relação ao gráfico e ao desenvolvimento de câncer, indi- que a soma da(s) proposição(ões) CORRETA(S) Nos indivíduos na faixa de a anos, são mais comuns casos de câncer de esôfago. O tipo de câncer com maior probabilidade de se desen- volver a partir dos anos, tanto em homens quanto em mulheres, é o da próstata. Entre os tipos mostrados no gráfico, o câncer de pele é o que afeta de maneira mais precoce os indivíduos. Uma pessoa de anos tem aproximadamente vezes mais chances de ter câncer de próstata do que uma pessoa de anos. Não se pode concluir que a idade dos indivíduos esteja re- lacionada com o desenvolvimento de cânceres. As mutações genéticas que levam uma célula a se tornar can- cerosa têm origem em fatores ambientais ou hereditários. Estatisticamente, o câncer de esôfago é mais precoce que o de estômago. Soma: 106 BIOLOGIA Capítulo 9 Divisão celular Células tumorais proliferam no fígado Células tumorais atravessam o vaso sanguíneo e atingem o tecido hepático Células tumorais aderem à parede do vaso sanguíneo no fígado Células tumorais atingem vasos sanguíneos Células tumorais deixam o tecido pulmonar Tumor em tecido pulmonar Fonte: AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia das células. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. p. 187. v. 1. [Adaptado] Vaso sanguíneo 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_075_106_f1_c9_p5.indd 106 27/10/2023 11:40:37 Biomas brasileiros Atualmente, um dos biomas brasileiros de maior visibilidade mundial é a Amazônia, maior floresta tropical do mundo. Esse bioma tem imensa im- portância para o planeta: a evapotranspiração realizada pelas plantas da floresta é responsável pela formação de massas de ar carregadas de vapor de água. Os ventos, então, transportam essas massas de ar, configurando os chamados “rios voadores”, que levam a umidade da bacia amazônica para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. No entanto, ao lon- go dos últimos anos, a Floresta Amazônica e outros biomas brasileiros têm sido fortemente impactados pela ação antrópica, principalmente por meio da agropecuária. Dados de do MapBiomas indicam que essa atividade respondeu por ,% da área desmatada no país naquele ano. 7 CAPÍTULO FRENTE 2 Floresta Amazônica, maior bioma do Brasil. PA R A LA X IS /S hu tt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7_p4.indd 107 27/10/2023 15:56:21 108 BIOLOGIA Capítulo 7 Biomas brasileiros Classificação dos biomas Segundo o IBGE (), bioma é “um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação que são próximos e que podem ser identifica- dos em nível regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e fauna própria”. Neste livro, serão apresentados seis biomas brasilei- ros: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa e Pantanal. Além desses biomas, serão apresentados os manguezais (ecótono costeiro), bem como as florestas de araucárias (subtipo vegetacional do bioma Mata Atlântica). Nas últimas décadas, esse bioma vem sofrendo forte pressão antrópica, que fez com que a Floresta Amazônica perdesse mais de % de sua formação original. As queimadas e o desmatamento constantes afetam a bio- diversidade, o clima e o solo locais, e podem influenciar até no regime de chuvas de outras regiões do Brasil. Esse cenário tornou a Amazôniaum dos principais temas dos ambientalistas do mundo todo, que sugerem medidas ur- gentes de preservação do bioma, já que ele presta diversos serviços ecossistêmicos para as populações humanas. Distribuição dos biomas terrestres e marinhos no Brasil Equador 0º Trópico de Capricórnio 50º O OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO RR AP AM AC RO PA MA TO CE RN PBPI BA SE AL PE GO DF MG SP RJ PR ES SC RS MS MT ARGENTINA URUGUAI PARAGUAI BOLÍVIA PERU COLÔMBIA VENEZUELA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) CHILE Amazônia Biomas Sistema Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal Costeiro-Marinho 0 630 km N Fonte: elaborado com base em IBGE. Biomas e Sistema Costeiro-Marinho do Brasil. [S.l]: IBGE, 2019. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/ geociencias/cartas-e-mapas/informacoes-ambientais/15842-biomas.html. Acesso em: 31 ago. 2023. Não existe um limite nítido entre dois biomas adjacentes que torne evidente onde um termina e o outro começa. É comum a existência de uma área de transição entre eles, denominada ecótono (do grego oikos, casa, e tonus, inten- sidade). Nessa área, os biomas se misturam gra dualmente sem uma separação brusca. De forma geral, um ecótono apresenta espécies de ambos os biomas adjacentes e es- pécies endêmicas, e, assim, configura um local de grande biodiversidade. Atenção Serviços ecossistêmicos são os benefícios que as popu- lações humanas obtêm dos ecossistemas. Eles incluem serviços como o de abastecimento (água limpa, alimento, madeira e combustíveis), o de regulação (qualidade da água, clima, degradação dos solos e determinadas doen- ças), o de suporte (formação dos solos e manutenção dos ciclos de nutrientes e da produtividade primária) e os culturais (recreação, valores espirituais, religiosos e educacionais). Atenção A Amazônia tem, predominantemente, clima equato- rial úmido, ou seja, calor e alta disponibilidade de água na maior parte do ano. A temperatura é estável ao longo do ano, oscilando entre °C e °C. A distribuição das chuvas varia de acordo com a região: pode ser regular e intensa ao longo do ano, como na porção noroeste, onde a precipitação média é maior que mm/ano; ou pode haver épocas de seca prolongada, como nas formações savânicas encontradas em Tocantins, Amapá e Roraima. Em geral, a Amazônia tem solo arenoso e pobre em nutrientes. Entretanto, ele é composto de uma fina camada de nutrientes formada pela decomposição da matéria orgânica, ação que é favorecida pelas características do clima da região (como calor e umidade). Nessas condições favoráveis, o húmus é rapidamente degradado pelos de- compositores, processo que possibilita a reciclagem da matéria, uma vez que a degradação da matéria orgânica resulta em compostos que podem ser absorvidos pelas raízes das plantas e, assim, reutilizados na construção de biomassa vegetal, o que viabiliza a entrada de nutrientes de volta ao ciclo. Podem ser encontrados diferentes tipos de formação vegetal na Amazônia, como: as matas de terra firme ou caaetê (nunca ficam inundadas); as matas de várzeas (inun- dam em épocas de cheias dos rios); as matas dos igapós ou caaigapó (permanentemente inundadas); as áreas mon- tanhosas; as formações savânicas; e os manguezais. Nas florestas de terra firme, que correspondem a % do bioma, a vegetação é higrófila ou ombrófila (adaptada ao ambien- te úmido/chuvoso), estratificada (com vários andares de vegetação), perenifoliada (as folhas permanecem o ano todo) e latifoliada (folhas grandes e largas). Essas carac- terísticas maximizam a absorção de luz, o que aumenta a eficiência fotossintética, mas também promovem aumento da transpiração foliar (perda de água no estado gasoso). A perda de água por transpiração é rapidamente sanada Amazônia O bioma Amazônia, que tem a maior floresta tropical do mundo, ocupa % do território nacional e cobre uma ex- tensa área ao norte da América do Sul (cerca de , milhões de km). Os estados brasileiros ocupados por esse bioma são: Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Mato Grosso, Amapá, Tocantins e Maranhão. Além do Brasil, a Amazônia se estende pelos seguintes países: Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7.indd 108 30/10/2023 12:32:29 109 FR EN TE 2 com a reposição hídrica pelas raízes, inseridas em solo bem hidratado em razão da alta pluviosidade. A riqueza de ecossistemas amazônicos é traduzida em uma enorme biodiversidade de espécies de diferentes grupos de seres vivos, dando ao bioma o título de maior reserva biológica do planeta. Cerrado O Cerrado, conhecido como savana tropical estacional, é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando cerca de milhões de km (% do território nacional). Esse bioma localiza-se nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Bahia, São Paulo e Paraná, bem como em algumas “ilhas” na região amazônica. É um bioma submetido a queimadas naturais e a secas periódicas. O avanço do setor agropecuário contribuiu de forma significativa para o desmatamento do Cerrado nas últi- mas décadas. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que, de a , a área des- matada nesse bioma cresceu em %. Grande parte desse desmate concentra-se na região conhecida como Matopiba (inclui os estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí e da Bahia). Estima-se que atualmente restam menos de % da formação original do Cerrado. Tal como acontece em outras formações savânicas, as plantas do Cerrado têm adaptações à ocorrência de A importância do fogo no Cerrado O fogo natural quebra a dormência de sementes de diversas espécies, estimulando sua germinação, e promove a floração sincrônica de plantas da mesma espécie, aumentando o sucesso reprodutivo delas. Muitos frutos se abrem, liberando as sementes do seu interior poucos dias após as queimadas. Dessa forma, as sementes transportadas pelo vento não encontram resistência das folhas secas e as plântulas têm seu crescimento favorecido pela maior exposição à luz. As cinzas produzidas pelas queimadas depositam-se no solo e são incorporadas a ele, servindo novamente de adubo para as plantas. Atenção O clima tropical estacional predomina no Cerrado, com períodos alternados de chuva e seca. A temperatura média anual é cerca de °C e a precipitação média fica entre mm e mm anuais. As chuvas se concen- tram nos meses de outubro a março (primavera e verão), e nos meses de maio até novembro (outono e inverno), o Cerrado passa por um longo período de seca. O solo do Cerrado é antigo, ácido, pobre em nutrien- tes e rico em alumínio, o que ocasiona o menor porte das árvores desse bioma em comparação com a Mata Atlântica ou a Amazônia. A vegetação do Cerrado tem aspecto endurecido, com folhas duras e caule com casca grossa, condição conhecida como escleromorfismo oligotrófico. Essa condição está associada à indisponibilidade de nu- trientes no solo, como o nitrogênio. A vegetação do Cerrado compreende formações ve- getais (fitofisionomias) diversas, como campos, savanas, veredas e florestas, e que são influenciadas pelas variações de topografia, de características do solo e de disponibi- lidade de água. Nas savanas, as árvores são pequenas, esparsas (espalhadas), com caules tortuosos e casca es- pessa. Nelas, ocorrem também arbustos, plantas herbáceas e muitas gramíneas. Em geral, a água não é um fator abiótico limitante para as árvores e os arbustos do Cerrado, já que essas plantas apresentam raízes pivotantes profundas (com até metros de profundidade), que absorvem água sub- terrânea no lençol freático. No período de seca, a parte aérea de plantas herbáceas e gramíneas resseca, mas a parte subterrânea se mantém viável, possibilitando brota- mento intenso na estação chuvosa. Essas características explicam a comparação do Cerradocom uma floresta invertida, pois a parte aérea das plantas é muito menos desenvolvida que a parte subterrânea. (A) Vista aérea da Floresta Amazônica nas proximidades de Novo Airão (AM). (B) Gavião-real ou harpia (Harpia harpyja, mede cerca de 1 m de comprimento), maior ave de rapina do mundo. (C) Frutos (vermelhos) e sementes (pretas) de Paullinia cupana, espécie utilizada na produção do guaraná. A B C w or ld cl as sp ho to /S hu tt er st oc k. co m TI KO IG IT YA N /S hu tt er st oc k. co m ju er gi nh o/ S hu tt er st oc k. co m incêndios de maneira periódica e natural. Muitas árvores e arbustos têm casca grossa, ou periderme espessa, que serve como isolante térmico que protege as gemas axila- res dos caules. Após um período de chuvas, essas gemas se desenvolvem e formam novos ramos laterais (galhos). Já as plantas herbáceas têm sistemas subterrâneos bem desenvolvidos, como xilopódios, bulbos e rizomas, que possibilitam o brotamento mesmo após a ação do fogo, que danifica a parte aérea da planta. 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7.indd 109 30/10/2023 12:25:17 110 BIOLOGIA Capítulo 7 Biomas brasileiros Mata Atlântica A Mata Atlântica, ou floresta pluvial costeira, origi- nalmente cobria em torno de % do território brasileiro, ocupando montanhas e planícies costeiras em estados, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, e estendendo-se até áreas do Paraguai e da Argentina. Atualmente, restam menos de ,% de sua área origi- nal (cerca de mil km), o que faz da Mata Atlântica o bioma brasileiro mais degradado pela ação humana. Por outro lado, a área ocupada por esse bioma abriga % da população brasileira e concentra % do PIB nacional, além de fornecer serviços ecossistêmicos essenciais, como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo. A Mata Atlântica tem clima tropical (tropical úmido litorâneo e tropical de altitude) e subtropical úmido, de- pendendo da região. Por causa da variação latitudinal, o clima e o relevo não são homogêneos ao longo da Mata Atlântica. Da região norte de Santa Catarina até o Espírito Santo, os “mares de morros”, grandes maciços mon- tanhosos, produzem uma variação altitudinal importante para o bioma, além de separar as regiões mais próximas ao litoral das regiões mais distantes. As encostas do litoral, Serra do Mar e Serra da Mantiqueira, retêm maior umidade e permanecem mais úmidas que as encostas voltadas para o interior do continente. A diversidade de condições ambientais proporciona grande variabilidade na fisionomia da vegetação da Mata Atlântica. Na região litorânea do Nordeste e do Sudeste, ocorre a floresta ombrófila densa, que se desenvolve sob os efeitos do oceano Atlântico e do clima quente e úmido. A floresta ombrófila mista ou Floresta de Araucárias está localizada na região Sul, que tem clima úmido e frio. No interior do país, com clima sazonal (verões quentes/úmidos e invernos frios/secos), encontra-se a floresta estacional semidecidual, onde parte da vegetação perde as folhas na estação seca. Associados à Mata Atlântica estão os campos de altitude e os ecossistemas costeiros, como as restingas e os manguezais. A vegetação da floresta ombrófila densa é latifoliada, perenifoliada, higrófila e estratificada, com fisionomia semelhante à da Floresta Amazônica. Uma característica dessa floresta é a abundância e diversidade de epífitas, plantas que se apoiam nos troncos das árvores, nos quais recebem maior luminosidade. Como exemplo de plantas epífitas temos samambaias, cactáceas, bromélias, begônias e orquídeas. No interior da floresta, também existem lianas (plantas trepadeiras) e diversas herbáceas umbrófilas, plan- tas adaptadas à baixa disponibilidade de luz. (A) Cerrado no estado de Piauí. (B) Ema (Rhea americana, mede entre 90 cm e 150 cm de comprimento), ave encontrada no Cerrado. (C) Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus, cerca de 1 m de comprimento), mamífero encontrado no Cerrado. (A) Vista aérea da floresta ombrófila densa do Parque Nacional de Itatiaia (RJ). (B) Bromélia epífita no tronco de uma árvore da Mata Atlântica. (C) Mico-leão- -dourado (Leontopithecus rosalia, cerca de 24 cm de comprimento), espécie símbolo da importância da preservação da biodiversidade na Mata Atlântica. A A C B B Caatinga O bioma Caatinga ocupa aproximadamente % do território brasileiro (cerca de mil km), sendo encontrado no Nordeste do Brasil (Paraíba, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) e na parte norte de Minas Gerais. O termo “caatinga” (do tupi-guarani caa, mato, e tinga, branca) era utilizado pelos indígenas para ressaltar o aspecto desfolhado e claro da vegetação – mata branca – na longa estação seca. A repro- dução das plantas e o brotamento de novas folhas ocorre em sincronia com a chegada das chuvas. Dessa forma, o período de chuvas é marcado por um aumento na oferta de alimento para a fauna local. Trata-se de uma região com clima tropical semiárido quente e com estação seca bem prolongada. Os seres vivos que habitam a Caatinga convivem com uma disponibi- lidade de água esporádica, irregular e imprevisível. O clima nesse bioma é semiárido, com temperatura entre °C e °C, variando muito pouco ao longo do ano. Duran- te cerca de meses por ano, entre maio e dezembro, chove pouco na região, que tem índices pluviométricos em torno de mm a mm anuais. Além disso, os ventos fortes e secos contribuem para a aridez da paisa- gem nos meses de estiagem. A falta de umidade dificulta Pe dr o H el de r P in he iro /S hu tt er st oc k. co m Za nn a Pe sn in a/ S hu tt er st oc k. co m R os al ba M at ta -M ac ha do /S hu tt er st oc k. co m vi to rm ar ig o/ S hu tt er st oc k. co m E dw in B ut te r/ S hu tt er st oc k. co m U w e B er gw itz /S hu tt er st oc k. co m C 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7.indd 110 30/10/2023 12:25:36 111 FR EN TE 2 a decomposição das rochas e a formação do solo, sen- do muito comum a presença de solos pedregosos, rasos, esqueléticos, mas relativamente férteis. A Caatinga é considerada uma savana tropical semiá- rida xeromórfica (do grego xeros, seco, e morphe, forma), adaptada a um ambiente de grande restrição hídrica. Da mesma maneira que as demais savanas, a Caatinga tem um mosaico de fitofisionomias em gradiente. Nas áreas onde os solos reservam mais água existe a Caatinga arbórea, enquanto nas áreas mais secas e de solos mais rasos ob- serva-se uma Caatinga mais baixa. Das diversas espécies de plantas, as mais marcantes da Caatinga são as cactáceas, como o mandacaru, o xi- quexique (Pilosocereus gounellei) e a palma. Pampa O bioma Pampa (na língua quéchua significa planície), conhecido como campos sulinos ou campos do sul, é um tipo de pradaria, ou seja, é dominado por formações cam- pestres. Esse bioma ocorre no sudeste da América do Sul, englobando parte do Sul do Brasil, o Uruguai e a parte norte da Argentina. No Brasil, o Pampa é encontrado no Rio Grande do Sul, estende-se por cerca de mil km e ocupa cerca de % do território gaúcho e apenas % do território nacional. Estima-se que, atualmente, exista menos de % de sua área original. Formações campes- tres também ocorrem em manchas nos estados de Santa Catarina e Paraná, cercadas pelo bioma Mata Atlântica. O Pampa tem clima subtropical úmido, com verões quentes e sem estação seca. A temperatura média situa-se em torno de °C e °C, com invernos curtos e bem frios, especialmente nas zonas serranas. Nas áreas de maior altitude, os verões são mais frios; e, na borda leste, a precipitação é maior, com mm a mm distri- buídos ao longo do ano. Já nos locais de menor altitude, a amplitude térmica anual é maior e a precipitação é de mm a mm por ano, diminuindo em direção ao sul e aointerior do continente. A vegetação do Pampa é campestre, formada por gramíneas e plantas herbáceas. Entretanto, podem ser observados arbustos e até árvores esparsas em meio a essa vegetação baixa, principalmente nas margens dos rios. (A) Pampa em uma região rural de Gramado (RS). (B) Beija-flor-de-barba-azul (Heliomaster furcifer, cerca de 12 cm de comprimento), espécie endêmica do Pampa. (C) Graxaim (Lycalopex gymnocercus, cerca de 62 cm de comprimento), espécie muito comum no Pampa. A B Pantanal O bioma Pantanal é a maior planície de inundação do planeta, sendo considerado um Patrimônio Nacional e uma importante reserva biológica da biosfera. Tem mais de mil km de extensão (cerca de % do território bra- sileiro), abrangendo os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e se estendendo até a Bolívia, o Paraguai Fo to 4 44 0/ S hu tt er st oc k. co m M ae lia R ou ch /E as yp ix B ra si l al ex r od rig o br on da ni /S hu tt er st oc k. co m A B C E ric Is se le e/ S hu tt er st oc k. co m C ac io M ur ilo /S hu tt er st oc k. co m (A) Caatinga em Macambira (PB), em que se observa o xiquexique (Pilosocereus gounellei), cacto típico desse bioma. (B) Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii, cerca de 56 cm de comprimento), possivelmente extinta na natureza. (C) Tatu-bola (Tolypeutes tricinctus, cerca de 25 cm de comprimento), atualmente ameaçado de extinção. C Adaptações das plantas da Caatinga O ambiente seco da Caatinga selecionou, ao longo do tempo evolutivo, plantas com características que reduzem a perda de água. As principais delas estão listadas a seguir. • Vegetação caducifólia: a queda das folhas antes da estação seca viabiliza a redução do metabolismo e da perda de água. Um dos principais hormônios envolvidos é o etileno, que será estudado posterior- mente nesta coleção. • Folhas pequenas: a redução da área foliar diminui a superfície transpiratória. Nas cactáceas, as folhas são modificadas em espinhos (proteção contra herbivoria e desidratação). • Cutículas impermeáveis: a presença e abundância de ceras reduzem a transpiração cuticular. • Parênquima aquífero: o tecido é responsável pelo ar- mazenamento de água em caules, raízes ou folhas de plantas suculentas, como cactáceas e euforbiáceas. dpa pict ur e al lia nc e/ A la m y/ Fo to ar en a 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7_p4.indd 111 27/10/2023 15:56:35 112 BIOLOGIA Capítulo 7 Biomas brasileiros Manguezal O manguezal é um ecossistema costeiro de transição (ecótono) entre os ambientes terrestre e marinho, com influência das marés e dos rios. No Brasil, os mangue- zais formam uma faixa descontínua em todos os estados litorâneos, com exceção do Rio Grande do Sul, com área estimada em mil km. O manguezal é impactado pela ocupação desordenada de áreas litorâneas e tem extrema importância para as comunidades costeiras tra- dicionais, que vivem do extrativismo de recursos como os caranguejos. (A) Vista aérea do bioma Pantanal. (B) Tuiuiú (Jabiru mycteria, cerca de 2,4 m de envergadura), ave símbolo do Pantanal. (C) Onça-pintada (Panthera onca, mede entre 1,1 m e 1,8 m de comprimento), predadora importante no Pantanal. A B Distribuição dos manguezais no Brasil Equador 0º Trópico de Capricórnio 50º O OCEANO ATLÂNTICO OCEANO PACÍFICO RR AP AM AC RO PA MA TO CE RN PBPI BA SE AL PE GO DF MG SP RJ PR ES SC RS MS MT Manguezais ARGENTINA URUGUAI PARAGUAI BOLÍVIA PERU COLÔMBIA VENEZUELA GUIANA SURINAME GUIANA FRANCESA (FRA) CHILE 0 630 km N Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. ICMBio. Atlas dos manguezais do Brasil. Brasília: ICMBio, 2018. 176 p. Disponível em: https://www.gov.br/icmbio/pt-br/centrais-de-conteudo/ atlas-dos-manguezais-do-brasil-pdf. Acesso em: 31 ago. 2023. Nos manguezais, ocorre o encontro das águas dos rios e do mar, o que ocasiona um depósito de partículas orgânicas, carregadas principalmente pelos rios. A trama de raízes e caules crescendo dentro da água funciona como um filtro que retém grande quantidade de mate- riais em suspensão, como folhas, galhos e outros detritos orgânicos. Dessa forma, os manguezais têm solo rico em matéria orgânica e nutrientes, o que faz dele fértil e escuro. Os detritos são colonizados por uma miríade de microrganismos, como protozoários, bactérias e fungos, que servem de alimento para crustáceos e peixes jovens. Apesar de ser fértil, o solo dos manguezais tem ca- racterísticas que dificultam a sobrevivência das plantas. A alta taxa de decomposição da matéria orgânica e a presença constante de água tornam o solo pobre em oxigênio, ambiente hostil para o crescimento das raízes. Os manguezais, também, são áreas alagadas que apre- sentam solo lodoso, o que atrapalha a fixação das plantas. Além disso, têm solo hipersalino, isto é, um ambiente hipertônico que poderia desidratar facilmente a maioria das plantas terrestres. A vegetação dos manguezais é halófila (do grego halos, sal, e phylos, afinidade), já que está adaptada ao ambiente hipersalino (alta salinidade), e formada por florestas relativamente densas, com baixa diversidade vegetal. No Brasil, as espécies mais comuns nos man- guezais são o mangue-vermelho (Rhizophora mangle), o mangue-branco (Laguncularia racemosa) e o mangue- -preto (Avicennia schaueriana). Outras espécies de plantas menos frequentes são o quiabo-do-mangue, a samambaia-do-mangue e o capim-marinho. Além de plan- tas, na superfície lamacenta e sobre os troncos, rizóforos e pneumatóforos, podem ser encontradas diatomáceas bentônicas, cianobactérias, rodófitas (algas vermelhas) e clorófitas (algas verdes). e a Argentina. Cerca de dois terços do Pantanal ficam ala- gados na época das chuvas, como consequência da cheia dos rios. O Pantanal tem clima tropical estacional quente, com estações seca (maio a setembro) e chuvosa (outubro a abril) bem definidas. A precipitação anual média é cerca de mm e a temperatura média, em torno de °C. Os limites do Pantanal são indicados pela presença de solos hidromórficos, arenosos ou argilosos, caracterizados pela drenagem deficiente ou ocorrência de inundações periódicas e prolongadas. Esses solos têm grande riqueza nutricional em virtude dos sedimentos deixados pelos rios nos períodos de enchentes. A vegetação do Pantanal é uma mistura de campos, florestas tropicais, savanas e áreas alagadas, hábitats de muitas espécies de plantas. Existem regiões que ficam alagadas permanentemente, outras que são alagadas periodicamente e determinadas áreas que nunca so- frem inundações. Lu ca s Le uz in ge r/ S hu tt er st oc k. co m C Ondrej Prosicky/Shutterstock.com Pedro Helder Pinheiro/Shutt er st oc k. co m 002194_pv_pvv_al_cnt_bio_3_vol2_liv_107_123_f2_c7.indd 112 30/10/2023 12:26:01 113 FR EN TE 2 (A) Rhizophora mangle, com destaque para os rizóforos, em São Sebastião (SP), 2019. (B) Guará (Eudocimus rubber, mede cerca de 60 cm de comprimento), ave encontrada nos manguezais. O manguezal é um grande berçário para a reprodu- ção de diversas espécies costeiras de peixes, e muitas larvas (alevinos) e jovens se alimentam nesse ambiente. Além disso, diversas espécies de aves e invertebrados mari- nhos nidificam no manguezal. A fauna local é constituída de crustáceos (caranguejos e camarões), moluscos (cracas, ostras, mariscos e caramujos), répteis ( jacarés, cobras e lagartos), alguns mamíferos e diversas espécies de peixes. Entre as aves, destacam-se guarás (Eudocimus rubber), so- cós, gaivotas, flamingos e gaviões. 1. Cite os biomas existentes no Brasil de acordo com o IBGE. 2. Explique o significado do termo ecótono. 3. O que significam os termos latifoliada, perenifoliada e estratificada referentes à Floresta Amazônica? 4. Por que o Cerrado é considerado uma floresta invertida? 5. Comente a importância do fogo para o Cerrado. 6. Explique duas adaptações