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Climatéri� � Menopaus� . OBJETIVOS: 1) Compreender a fisiologia do climatério 2) Diferenciar climatério de menopausa (tardia e precoce) 3) Entender as manifestações clínicas e diagnóstico 4) Correlacionar o climatério com a osteoporose 5) Explicar o tratamento farmacológico e não farmacológico do climatério: seus riscos e benefícios DEFINIÇÃO Menopausa: inicia na última menstruação seguida de amenorreia por pelo menos 12 meses (OMS: 45 a 55 anos) Climatério: intervalo entre a menacme e a menopausa, inclui alterações biológicas, endócrinas e clínicas Perimenopausa: intervalo do início dos sintomas de irregularidades até o primeiro ano após o início da menopausa Menopausa precoce: antes dos 40 anos de forma espontânea ou artificial - Método diagnóstico para mulheres com SOP, hipogonadismo e outras patologias que sejam capazes de alterar o ciclo menstrual FISIOPATOGENIA - Queda da produção de estrogênio pelos ovários, impede o FEEDBACK NEGATIVO, com isso há um aumento do FSH (principalmente) e LH no primeiro ano > hipogonadismo hipergonadotrófico (estimulação hipofisária) - Diminuição no número de folículos > diminuição da ação da inibina B > desativa o feedback negativo na hipófise > aumento do FSH como tentativa de aumentar o recrutamento folicular > acelera a depleção folicular > esgotamento Ariana Ribeiro - Acad. de Medicina P6 - @ari.na.medicina - Queda do estrogênio > não estimula o pico de LH (FEEDBACK POSITIVO) > encerramento do ciclo ovariano - Sem ovulação não há corpo lúteo, logo não há produção de progesterona + o baixo nível de estradiol > amenorreia - Evento ovário secundário a atresia folicular - A produção folicular ocorre na 8ª semana de gestação por meio de miose das células germinativas > envelhecimento do sistema reprodutivo na 20ª semana com apoptose de muitos folículos > ao nascer restam entre 300 e 500 mil > apenas 400 resultarão em ovulação HORMÔNIOS Inibina B: diminuem devido a diminuição dos folículos Estradiol: diminui, não serão mais secretados pelos folículos mas serão resultado da aromatização periférica da androstenediona > produção de estrona que será o principal estrogênio nessa fase Progesterona: fica ausente pois não há mais produção FSH e LH: aumentam substancialmente no primeiro ano e entram em regressão gradativamente AMH (marcador do número de folículos ovarianos em crescimento): diminui para níveis indetectáveis Testosterona e androstenediona: aumentam devido o aumento da massa estromal AROMATIZAÇÃO PERIFÉRICA: ação da enzima aromatase na conversão de testosterona em estradiol e progesterona, no tecido gorduroso O diagnóstico do climatério é clínico, não havendo necessidade de dosagens hormonais para confirmá-lo quando há irregularidade menstrual ou amenorreia e quadro clínico compatível. Porém, níveis de FSH acima de 40 mUI/mL e estradiol (E2) menores do que 20 pg/mL são característicos do período pós-menopáusico. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: consequências do hipoestrogenismo - Alterações suprarrenais? - Apenas 15% das mulheres apresentarão sintomas no climatério - Alterações do ciclo menstrual: irregularidade, diminuição do fluxo, da frequência e duração da menstruação. Nessa fase é comum a ocorrência de pólipos, miomas e SUA > investigar! - Sintomas vasomotores: fogachos e sudorese noturna, cada episódio dura 2 a 4 minutos, muito comum à noite o que leva a má qualidade do sono. A diminuição do estrogênio pode afetar o centro termorregulador hipotalâmico que fica mais sensível e desencadeia a vasodilatação > aumento do fluxo sanguíneo, taquicardia e elevação da temperatura da pele. Os sintomas pioram nos casos de IMC alto, tabagismo, ansiedade e estresse. - Alterações do sono: menor duração e menor eficácia > predispõe HAS e DM, cansaço e sintomas depressivos. - Alterações de humor: mecanismo desconhecido - Alterações cognitivas: diminuição da atenção e perda de memória, sintomas são piores no climatério do que na pós-menopausa Ariana Ribeiro - Acad. de Medicina P6 - @ari.na.medicina Ação do estrogênio no SNC: o estrogênio exerce ações neuroprotetora, neurotrófica, de proteção contra o estresse oxidativo, contra a hipoglicemia e contra o dano causado pela proteína amilóide; também estimula a produção de fatores de crescimento neural, aumenta a concentração e número de receptores dos neurotransmissores (serotonina, dopamina e norepinefrina), além de melhorar a perfusão cerebral (efeito vasodilatador similar ao que ocorre nas artérias coronárias) e de exercer importante ação antiinflamatória. Age no hipocampo (memória e emoção) e lobo temporal (fala e memória). - Alterações em pele e fâneros: o padrão de depósito de gordura muda de ginecoide para androide gerando acúmulo de gordura abdominal, aumento da gordura visceral > aumento do risco de dislipidemia e doenças cardiovasculares. Perda de colágeno e espessura da pele > envelhecimento. Queda de cabelo, xeroftalmia e declínio auditivo. - Alterações atróficas: Síndrome Genitourinária da Menopausa ou Atrofia Vulvovaginal: vulva perde tecido adiposo, pêlos diminuem, hipopigmentação dos pequenos lábios. A vagina fica curta e estreita com perda da rugosidade, epitélio fino e seco, friável, pH alcalino sendo mais vulnerável à infecções. Uretra proeminente > incontinência urinária. - Alterações cardiovasculares e metabólicas: o padrão hormonal fica androgênico e aumenta a possibilidade de desenvolver a Síndrome Metabólica, aumento do LDL e dos triglicerídeos, diminuição do HDL, aumento da glicemia e dos níveis de insulina - Alterações ósseas e articulares: diminuição da densidade óssea, dor e rigidez articular TRATAMENTO: indicação, riscos e benefícios - TH é indicada para mulheres < 60 anos ou que estejam dentro do período de 10 anos pós-menopausa. Se iniciado da peri e na pós-menopausa inicial reduz o risco de doenças cardiovasculares Ariana Ribeiro - Acad. de Medicina P6 - @ari.na.medicina - Prevenção de sintomas vasomotores, atrofia vulvovaginal, osteoporose e fraturas osteoporóticas - Deve ser usada a menor dose possível no menor tempo possível, sendo reavaliada a sua indicação por pelo menos 1x ao ano - Recomenda-se o uso de estrogênio + progesterona em todas as mulheres que tenham útero pois só o estrogênio aumenta o risco de hiperplasia e câncer endometrial - A apresentação transdérmica ter risco menor de causar TEV - Contraindicado: suspeita ou confirmação de câncer de mama ou endométrio, SUA não diagnosticado, doenças cardiovasculares, hepáticas e biliares - Estrogênio: secura vaginal e dispareunia - RISCOS: câncer de mama, TEV e doenças vesículo-biliares - Via oral: primeira passagem hepática > transforma em estrogênios menos potentes causando menor biodisponibilidade > estimula os fatores de coagulação, aumenta triglicerídeos e HDL, diminui LDL OSTEOPOROSE x MENOPAUSA - Doença osteometabólica: redução da resistência óssea (densidade óssea + qualidade) - Fatores de risco não modificáveis: idade, etnia, menopausa precoce, estatura corporal pequena, fratura prévia e histórico familiar - Fatores de risco modificáveis: consumo insuficiente de cálcio e vitamina D, tabagismo, baixo peso corporal, alcoolismo e sedentarismo - Distúrbios clínicos associados: hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, DRC e doenças que necessitem do uso de corticosteroides - AVALIAÇÃO: medir a densidade mineral óssea (DMO) para o risco de fraturas e diagnosticar osteoporose 1) Densitometria óssea de quadril e coluna - Índice T (-1 normal a -2,5 osteoporose, entre os dois osteopenia): deve ser feito a partir dos 65 anos se tiver qualquer fator de risco e < 65 anos na pós-menopausa se tiver um ou mais fatores de risco além da cor branca - TRATAMENTO: 1) Ingestão diária de 1000 a 1500mg de cálcio e 400 a 800 UI de vitamina D 2) Antirreabsortivos: redução da reabsorção (ação osteoclássica) 3) Anabólicos: estimulam a formação de novos ossos (ação osteoblástica) Ariana Ribeiro - Acad. de Medicina P6 - @ari.na.medicina