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LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1 Ética e função pública. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2 Ética no setor público. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
3 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
4 Lei nº 9.784/1999 e suas alterações (Processo administrativo). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5 Acesso à Informação: Lei nº 12.527/2011 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Decreto nº 7.724/2012. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1
1 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA. 
Função pública é a competência, atribuição ou encargo para o 
exercício de determinada função. Ressalta-se que essa função não 
é livre, devendo, portanto, estar o seu exercício sujeito ao interesse 
público, da coletividade ou da Administração. Segundo Maria Sylvia 
Z. Di Pietro, função “é o conjunto de atribuições às quais não corres-
ponde um cargo ou emprego”.
No exercício das mais diversas funções públicas, os servidores, 
além das normatizações vigentes nos órgão e entidades públicas 
que regulamentam e determinam a forma de agir dos agentes pú-
blicos, devem respeitar os valores éticos e morais que a sociedade 
impõe para o convívio em grupo. A não observação desses valores 
acarreta uma série de erros e problemas no atendimento ao públi-
co e aos usuários do serviço, o que contribui de forma significativa 
para uma imagem negativa do órgão e do serviço.
Um dos fundamentos que precisa ser compreendido é o de que 
o padrão ético dos servidores públicos no exercício de sua função 
pública advém de sua natureza, ou seja, do caráter público e de sua 
relação com o público.
O servidor deve estar atento a esse padrão não apenas no exer-
cício de suas funções, mas 24 horas por dia durante toda a sua vida. 
O caráter público do seu serviço deve se incorporar à sua vida priva-
da, a fim de que os valores morais e a boa-fé, amparados constitu-
cionalmente como princípios básicos e essenciais a uma vida equili-
brada, se insiram e seja uma constante em seu relacionamento com 
os colegas e com os usuários do serviço.
O Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Po-
der Executivo Federal estabelece no primeiro capítulo valores que 
vão muito além da legalidade.
II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento 
ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o 
legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, 
o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e 
o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e§ 4°, 
da Constituição Federal.
Cumprir as leis e ser ético em sua função pública. Se ele cum-
prir a lei e for antiético, será considerada uma conduta ilegal, ou 
seja, para ser irrepreensível tem que ir além da legalidade.
Os princípios constitucionais devem ser observados para que 
a função pública se integre de forma indissociável ao direito. Esses 
princípios são:
– Legalidade – todo ato administrativo deve seguir fielmente 
os meandros da lei.
– Impessoalidade – aqui é aplicado como sinônimo de igualda-
de: todos devem ser tratados de forma igualitária e respeitando o 
que a lei prevê.
– Moralidade – respeito ao padrão moral para não comprome-
ter os bons costumes da sociedade.
– Publicidade – refere-se à transparência de todo ato público, 
salvo os casos previstos em lei.
– Eficiência – ser o mais eficiente possível na utilização dos 
meios que são postos a sua disposição para a execução do seu tra-
balho.
A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE ADMINIS-
TRATIVA ÉTICA
Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Administra-
ção Pública em nosso país passou a buscar uma gestão mais eficaz e 
moralmente comprometida com o bem comum, ou seja, uma ges-
tão ajustada aos princípios constitucionais insculpidos no artigo 37 
da Carta Magna.
Para isso a Administração Pública vem implementando políti-
cas públicas com enfoque em uma gestão mais austera, com revisão 
de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade.
Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada 
com a preparação dos agentes públicos para uma prestação de ser-
viços eficientes que atendam ao interesse público, o que engloba 
uma postura governamental com tomada de decisões políticas res-
ponsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o 
funcionalismo público.
Neste sentido, Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em ar-
tigo publicado pela URBE, descrevem os princípios da ética pública, 
que, conforme afirmam, devem ser positivos e capazes de atrair ao 
serviço público, pessoas capazes de desempenhar uma gestão vol-
tada ao coletivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas 
autoras:
– Os processos seletivos para o ingresso na função pública de-
vem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e não 
só o ingresso como carreira no âmbito da função pública;
– A formação continuada que se deve proporcionar aos funcio-
nários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para transmi-
tir a ideia de que o trabalho a serviço do setor público deve realizar-
-se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho realizado 
em benefícios de “outros”;
– A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Ad-
ministração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e 
uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser 
positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no cotidia-
no esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a própria 
existência da Administração Pública;
– A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser 
o elemento mais importante da cultura administrativa. A mentali-
dade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações 
sobre a ética pública e explicam por si mesmos, a importância do 
trabalho administrativo;
– Constitui um importante valor deontológico potencializar o 
orgulho são que provoca a identificação do funcionário com os fins 
do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade ins-
titucional, a qual constitui um elemento capital e uma obrigação 
central para uma gestão pública que aspira à manutenção de com-
portamentos éticos;
– A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindí-
vel nos planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se 
devem buscar fórmulas educativas que tornem possível que esta 
disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao acesso à 
função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua 
do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que 
os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam 
na práxis do servidor público;
– O comportamento ético deve levar o funcionário público à 
busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a cabo 
sua tarefa;
– A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da igual-
dade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com o in-
teresse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber 
retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em 
que se trabalha;
– O funcionário deve atuar sempre como servidor público e 
não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. Ofun-
cionário como qualquer outro profissional, deve guardar o sigilo de 
ofício;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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– O interesse coletivo no Estado social e democrático de Direito 
existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições que tor-
ne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um exer-
cício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tanto, os 
funcionários devem ser conscientes de sua função promocional dos 
poderes públicos e atuar em consequência disto. (tradução livre).”
Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis-
posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma 
fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos 
governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administração 
Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de Contas 
e os sistemas de transparência pública que visam a prestar infor-
mações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos desses 
instrumentos fiscalizatórios.
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos res-
ponsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração 
apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções, 
cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte 
dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle 
atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão 
por parte de alguns agentes públicos ímprobos.
Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne-
cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada 
pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia.
Tal objetivo somente será possível através de uma profunda 
mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no-
ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância, 
antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função 
pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos.
Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper-
tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente 
na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para 
que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes 
com o interesse social.
Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú-
blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética 
para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de 
um comportamento condizente com a moralidade administrativa é 
mais eficaz e facilitada.
Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa 
tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 
8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar nº 
101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia sua 
atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado respon-
de pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma gestão 
sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse social.
Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública 
está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs-
tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio 
de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú-
blica comprometida com a ética e a eficiência.
Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés 
Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones 
Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que 
devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis-
trações.
“Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário 
realizar as seguintes tarefas, entre outras:
– Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra 
a legitimidade social;
– Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e 
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
– Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu 
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va-
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta-
damente em relação à meta eleita;
– Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que 
se está imerso;
– Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às 
pessoas.”
2 ÉTICA NO SETOR PÚBLICO. 
Dimensões da qualidade nos deveres dos servidores públicos 
Os direitos e deveres dos servidores públicos estão descritos na 
Lei 8.112, de 11 de dezembro de 1990. 
Entre os deveres (art. 116), há dois que se encaixamno paradig-
ma do atendimentoe do relacionamento que tem como foco prin-
cipal o usuário. 
São eles:
- “atender com presteza ao público em geral, prestando as in-
formações requeridas” e
- “tratar com urbanidade as pessoas”.
Presteza e urbanidade nem sempre são fáceis de avaliar, uma 
vez que não têm o mesmo sentido para todas as pessoas, como 
demonstram as situações descritas a seguir.
• Serviços realizados em dois dias úteis, por exemplo, podem 
não corresponder às reais necessidades dos usuários quanto ao 
prazo. 
• Um atendimento cortês não significa oferecer ao usuário 
aquilo que não se pode cumprir. Para minimizar as diferentes inter-
pretações para esses procedimentos, uma das opções é a utilização 
do bom senso: 
• Quanto à presteza, o estabelecimento de prazos para a en-
trega dos serviços tanto para os usuários internos quanto para os 
externos pode ajudar a resolver algumas questões. 
• Quanto à urbanidade, é conveniente que a organização inclua 
tal valor entre aqueles que devem ser potencializados nos setores 
em que os profissionais que ali atuam ainda não se conscientizaram 
sobre a importância desse dever.
Não é à toa que as organizações estão exigindo habilidades 
intelectuais e comportamentais dos seus profissionais, além de 
apurada determinação estratégica. Entre outros requisitos, essas 
habilidades incluem: 
- atualização constante; 
- soluções inovadoras em resposta à velocidade das mudanças; 
- decisões criativas, diferenciadas e rápidas; 
- flexibilidade para mudar hábitos de trabalho; 
- liderança e aptidão para manter relações pessoais e profis-
sionais; 
- habilidade para lidar com os usuários internos e externos. 
Encerramos esse tópico com o trecho de um texto de Andrés 
Sanz Mulas:
 “Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário 
realizar as seguintes tarefas, entre outras:
- Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra 
a legitimidade social;
- Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e 
quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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- Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu 
conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va-
lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta-
damente em relação à meta eleita;
- Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que 
se está imerso;
- Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece às 
pessoas.” 
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em cor-
rupção, extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos 
ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na 
vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual 
possamos, em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou 
daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não 
basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão 
seja ético, acima de tudo .
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões 
éticos dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou 
seja, de caráter público, e sua relação com o público. A questão da 
ética pública está diretamente relacionada aos princípios funda-
mentais, sendo estes comparados ao que chamamos no Direito, de 
“Norma Fundamental”, uma norma hipotética com premissas ide-
ológicas e que deve reger tudo mais o que estiver relacionado ao 
comportamento do ser humano em seu meio social, aliás, podemos 
invocar a Constituição Federal. Esta ampara osvalores morais da 
boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e es-
senciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembran-
do inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, “bem viver”.
Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoali-
dade. Ao contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público 
e seus servidores devem primar pela questão da “impessoalidade”, 
deixando claro que o termo é sinônimo de “igualdade”, esta sim é a 
questão chave e que eleva o serviço público a níveis tão ineficazes, 
não se preza pela igualdade. No ordenamento jurídico está claro e 
expresso, “todos são iguais perante a lei”.
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção 
entre aquilo que é público e aquilo que é privada (no sentido do 
interesse pessoal), que gera portanto o grande conflito entre os in-
teresses privados acima dos interesses públicos. Podemos verificar 
abertamente nos meios de comunicação, seja pelo rádio, televisão, 
jornais e revistas, que este é um dos principais problemas que cer-
cam o setor público, afetando assim, a ética que deveria estar acima 
de seus interesses.
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de 
igualdade), sem falar de moralidade. Esta também é um dos prin-
cipais valores que define a conduta ética, não só dos servidores 
públicos, mas de qualquer indivíduo. Invocando novamente o or-
denamento jurídico podemos identificar que a falta de respeito ao 
padrão moral, implica, portanto, numa violação dos direitos do ci-
dadão, comprometendo inclusive, a existência dos valores dos bons 
costumes em uma sociedade.
A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil 
para se reproduzir, pois o comportamento de autoridades públicas 
está longe de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido 
a falta de preparo dos funcionários, cultura equivocada e especial-
mente, por falta de mecanismos de controle e responsabilização 
adequada dos atos antiéticos.
A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade 
nesta situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos 
e impedir estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do 
Pode Público. 
Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, de-
vido á falta de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce 
sua cidadania. A cidadania Segundo Milton Santos “é como uma lei”, 
isto é, ela existe, mas precisa ser descoberta, aprendida, utilizada e 
reclamada e só evolui através de processos de luta. Essa evolução 
surge quando o cidadão adquire esse status, ou seja, quando passa 
a ter direitos sociais. A luta por esses direitos garante um padrão de 
vida mais decente. O Estado, por sua vez, tenta refrear os impulsos 
sociais e desrespeitar os indivíduos, nessas situações a cidadania 
deve se valer contra ele, e imperar através de cada pessoa. Porém 
Milton Santos questiona se “há cidadão neste país”? Pois para ele 
desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais e ao longo da 
vida e também da sociedade, conceitos morais que vão sendo con-
testados posteriormente com a formação de ideias de cada um, po-
rém a maioria das pessoas não sabe se são ou não cidadãos.
A educação seria o mais forte instrumento na formação de ci-
dadão consciente para a construção de um futuro melhor.
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e 
sem princípios éticos que convivem todos os dias com mandos e 
desmandos, atos desonestos, corrupção e falta de ética tendem a 
assimilar por este rol “cultural” de aproveitamento em beneficio 
próprio.
3 LEI Nº 8.429/1992 E SUAS ALTERAÇÕES
A lei define agente público como:
“Aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, 
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior”.
As entidades mencionadas referem-se a:
- administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos 
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, 
de Território;
- empresa incorporada ao patrimônio público;
- entidade para cuja criação ou custeio o erário participe com 
mais de 50% do patrimônio ou da receita anual. Caso a participação 
do erário seja inferior a 50%, a sanção patrimonial limitar-se-á à 
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
Podem ser praticados por qualquer agente público, servidor 
ou não. Assim, busca a lei punir não apenas o corrupto, como o 
corruptor.
É possível a responsabilização de qualquer pessoa, ainda que 
não seja considerada agente público, quando induzir ou concorrer 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiar de forma 
direta ou indireta (pessoas físicas e jurídicas).
Improbidade administrativa 
É caracterizada, sucintamente, pela violação aos princípios da 
moralidade, impessoalidade e economicidade e enriquecimento ilí-
cito no exercício, conforme previsto por lei.
A referida Lei trata dos atos de improbidade praticadas por 
qualquer agente público.
As disposições desta alcançam todas as pessoas qualificadas 
como agentes públicos, na administração direta, indireta e funda-
cional, ainda que transitoriamente, com ou sem remuneração. E 
também as empresas incorporadas ao patrimônio público e as enti-
dades para criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra 
com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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São abrangidos ainda aqueles que, mesmo não sendo agentes públicos, induzam ou concorram para a prática do ato de improbidade 
ou dele se beneficiem sob qualquer forma, direta ou indiretamente. Neste sentido, são equiparados a agentes públicos, ficando sujeitos 
às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa, os responsáveis e funcionários de pessoas jurídicas de direito privado que 
recebam verbas públicas e promovam o seu desvio, apropriação, ou uso em desconformidade com as finalidades para as quais se deu o 
repasse.
Os atos incrimináveis são aqueles que importam vantagem ilícita, ou que causam prejuízo ao erário, ou que atentam contra os princí-
pios da administração pública.
As penalidades envolvem ressarcimento do dano, indisponibilidade dos bens, multa, perda do que foi obtido ilicitamente, perda da 
função pública, suspensão dos direitos políticos (de 3 a 10 anos, conforme a hipótese) e proibição de contratar com o poder público.
A Lei 8429/92 estabelece três espécies de atos de improbidade:
- os que importam enriquecimento ilícito (art. 9º);
- os que causam lesão ao patrimônio público (art. 10); e
- os que atentam contra os princípios da Administração Pública (art.11).
Muito embora tenham penalidades, os atos de improbidade administrativa não são considerados “crimes”. Há uma grande diferença 
entre ato de improbidade administrativa e crime, pois se sujeitam a juízos dotados de competências distintas - cível e criminal -, não ha-
vendo, quanto à improbidade, a previsão e aplicação de penas restritivas de liberdade.
A lei não prevê punições de caráter penal, mas sim de natureza civil e política, ou seja, incluem a perda da função pública, suspensão 
dos direitos políticos, multas e reparação do dano.
Sanções
- O art. 37, §4°, da CF prevê as seguintes sanções àquele que cometa ato de improbidade:
- Ressarcimento ao erário;
- Suspensão dos direitos políticos; à O responsável por cometer ato de improbidade sofrerá a sanção de suspensão dos direitos políti-
cos, pena esta aplicável a todas as hipóteses de cometimento de ato de improbidade. 
- Indisponibilidade dos bens;
- Perda da função pública.
A Lei de Improbidade prevê as quatro sanções mencionadas anteriormente e mais duas que são: a multa civil e a proibição de contra-
tar com a Administração e receber benefícios e incentivos fiscais ou creditícios. Algumas sanções previstas na Lei de Improbidade podem 
ser aplicadas de forma gradativa, ou seja, podem ser mais leves ou mais graves, dependendo da modalidade de improbidadeque foi pra-
ticada, conforme estabelece o art. 12 da Lei n.º 8.429/92:
Enriquecimento ilícito Prejuízo ao Erário Afronta aos princípios da 
Administração
Ressarcimento integral Se houver dano Sim Se houver dano
Perda da função pública Sim Sim Sim
Suspensão dos direitos políticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos
Multa civil Até 3x o valor do acréscimo Até 2x o valor do dano Até 100x o valor da 
remuneração
Proibição de contratar com a 
Administração 10 anos 5 anos 3 anos
Perda dos bens ou valores 
acrescidos ilicitamente ao 
patrimônio
Sim Se houver acréscimo Não
As sanções previstas na Lei de Improbidade poderão ser aplicadas cumulativamente e independem da efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público, logo, basta a prática da conduta para que o agente seja punido por um ato de improbidade, independente do resulta-
do alcançado, salvo quanto ao ressarcimento ao erário, que apenas será aplicado quando houver efetivo prejuízo ao patrimônio público. 
Quando a conduta praticada for enquadrada em mais de uma modalidade de improbidade, as sanções poderão ser aplicadas cumulativa-
mente e, na impossibilidade, será aplicada a sanção mais grave (princípio da subsunção).
Não há foro privilegiado para o julgamento da ação de improbidade, que tramita à justiça comum pelo rito ordinário. É importante 
lembrar que alguns agentes, ao praticarem ato de improbidade, praticam crime de responsabilidade, e serão processados e julgados por 
determinados órgãos, conforme prevê a Constituição Federal. 
Sujeito passivo da conduta é a Administração direta e indireta ou qualquer entidade em que o Poder Público tenha concorrido com 
pelo menos 50% do patrimônio dela. Estão também sujeitos às penalidades os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou 
custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de 50% do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção 
patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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Sujeito ativo da conduta é qualquer agente público (ocupe car-
go ou emprego, desempenhe função ou mandato) – atos de impro-
bidade próprios – ou o particular que concorreu ou se beneficiou 
com a prática do ato – atos de improbidade impróprios ou por equi-
paração.
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92) é uma das 
grandes conquistas sociais na luta pela moralidade na administra-
ção pública. Desde que foi editada, em 1992, vem sendo utilizada 
como meio de limitar a ação dos maus gestores. Para o STJ, entre-
tanto, não se pode punir além do que permite o bom direito. As 
sanções aplicadas devem estar atreladas ao princípio da proporcio-
nalidade. 
Esse princípio tem seu desenvolvimento ligado à evolução dos 
direitos e garantias individuais. Ele garante a proibição do excesso 
e exige a adequação da medida aplicada. De acordo com Roberto 
Rosas, no estudo Sigilo Fiscal e o Devido Processo Legal, o princípio 
da proporcionalidade pode ser entendido como o próprio estado de 
direito, que se vai desdobrar em vários aspectos e requisitos. 
A solução adotada para efetivação da medida deve estar de 
acordo com os fins que justificam sua adoção. “É o meio e fim”, 
afirma Rosas. 
No que se refere à Lei de Improbidade, de acordo com a juris-
prudência do STJ, cabe ao magistrado dosar as sanções de acordo 
com a natureza, gravidade e consequências do ato ímprobo. É in-
dispensável, sob pena de nulidade, a indicação das razões para a 
aplicação de cada uma das sanções, levando em consideração os 
princípios da proporcionalidade e da razoabilidade (REsp 658.389). 
Premissa
O objetivo da lei é punir os maus gestores. Mas para configurar 
a conduta, o STJ considerou que a má-fé é premissa básica do ato 
ilegal e ímprobo. Em um julgamento em que se avaliava o enqua-
dramento na lei pela doação de medicamentos e produtos farma-
cêuticos entre prefeitos, sem observância das normas legais, os mi-
nistros entenderam que não se deve tachar de ímprobas condutas 
meramente irregulares, suscetíveis de correção administrativa. 
No caso analisado pelo Tribunal, o município de Avanhanda-
va (SP) enfrentou surto epidêmico pela contaminação da merenda 
escolar. O município foi ajudado pela prefeitura de Diadema, que 
doou medicamentos e produtos farmacêuticos, sem autorização 
legislativa. 
O Ministério Público de São Paulo pediu inicialmente o enqua-
dramento do prefeito de Diadema, do ex-prefeito de Avanhandava 
e da então secretária de saúde no artigo 10 da Lei de Improbidade, 
com o argumento de que a conduta causou prejuízo ao erário. O 
tribunal local tipificou a conduta no artigo 11, com a justificativa de 
que a conduta feriu os princípios da administração pública (REsp 
480.387). 
O STJ reafirmou o entendimento de que a ilegalidade só ad-
quire status de improbidade quando a conduta antijurídica fere os 
princípios constitucionais da administração pública coadjuvados 
pela má-fé. No caso, não houve má-fé, e por isso não houve con-
denação. 
Dosimetria da pena
Os atos de improbidade estão enumerados nos artigos 9º, 10 e 
11 da Lei 8.429. Na lei, estão dispostos em três blocos, que tipificam 
aqueles que importam enriquecimento ilícito, aqueles que causam 
prejuízo ao erário e aqueles que atentam contra os princípios da 
administração pública. 
As sanções estão arroladas nos incisos de I a III do artigo 12. En-
tre elas, estão previstas a suspensão de direitos políticos, que pode 
variar de três a dez anos; a perda da função pública, o pagamento 
de multa, o ressarcimento ao erário e a proibição de contratar com 
o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais pelo pra-
zo de três a dez anos, dependendo do enquadramento da conduta. 
O STJ tem o entendimento de que as penas previstas no arti-
go 12 não são cumulativas, ficando a critério do magistrado a sua 
dosimetria. Esse entendimento vigora mesmo antes do advento da 
Lei 12.120/09, que alterou o caput desse artigo da Lei 8.429 para 
estabelecer que as penas possam ser aplicadas isoladamente. 
Diz o artigo 12, em sua nova redação, que o responsável pelo 
ato de improbidade, independentemente das sanções penais, civis 
e administrativas previstas em legislação específica, está sujeito a 
diversas cominações, que podem ser aplicadas “isolada ou cumula-
tivamente, de acordo com a gravidade do fato”. 
À época do julgamento do REsp 534.575, em 2004, e antes da 
Lei 12.120, a ministra Eliana Calmon apontava que era insatisfatória 
a organização do sistema sancionatório da Lei 8.429, por ter agru-
pado, em uma mesma categoria, infrações de gravidade variável, 
em blocos fechados de sanções que não obedeciam a um critério 
adequado (REsp 534.575). 
No artigo 21, a alteração da Lei 12.120 fez constar que a apli-
cação das sanções previstas independe da ocorrência de dano ao 
patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; e da 
aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou 
pelo Tribunal ou Conselho de Contas. 
Ação especialíssima
A ação de improbidade é instrumento em que se busca respon-
sabilização. Segundo o ministro Luiz Fux (hoje no Supremo Tribunal 
Federal), em um dos seus julgados, a ação tem natureza especia-
líssima, qualificada pela singularidade do seu objeto, que é aplicar 
penalidade a administradores ímprobos e outras pessoas, físicas ou 
jurídicas, que com eles se acumpliciam. 
Na prática, trata-se de ação de caráter repressivo, semelhante 
à ação penal e diferente de outras ações com matriz constitucional, 
como a ação popular, cujo objetivo é desconstituir um ato lesivo, ou 
a ação civil pública, para a tutela do patrimônio público, cujo obje-
to é de natureza preventiva, desconstitutiva ou reparatória (REsp 
827.445). 
Relativamente à aplicação das sanções, o STJ tem entendimen-
to de que, não havendo enriquecimento ilícito nem prejuízoao 
erário, mas apenas inabilidade do administrador, não são cabíveis 
as punições previstas na Lei de Improbidade, que, segundo a juris-
prudência, alcança o administrador desonesto, não o inábil (REsp 
213.994). 
Para o STJ, ato administrativo ilegal só configura improbidade 
quando revela indícios de má-fé ou dolo do agente. No julgamento 
de um recurso, a Segunda Turma não reconheceu ilicitude em ação 
movida contra ex-prefeita de São João do Oriente, pequeno municí-
pio localizado no leste de Minas Gerais, que se esqueceu de prestar 
contas das três últimas parcelas de um convênio – firmado com o 
governo estadual – para a construção de escola (REsp 1.140.544). 
A ex-prefeita foi acusada de causar prejuízo ao município por 
meio de conduta omissiva. A irregularidade fez com que o municí-
pio fosse inscrito no Sistema Integrado de Administração Financeira 
(Siafi) do governo federal, o que causou restrições à assinatura de 
novos convênios. 
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
6
Ao julgar a matéria no STJ, a ministra Eliana Calmon alertou 
para o texto literal do artigo 11, inciso VI, da Lei 8.429, que dispõe 
que constitui ato de improbidade deixar de prestar contas quando 
o agente público estiver obrigado a fazê-lo. No entanto, a simples 
ausência dessa prestação não impõe a condenação do agente, se 
não vier acompanhada da “comprovação de elemento subjetivo, a 
título de dolo genérico” – ou seja, se não forem demonstrados in-
dícios de má-fé. 
Prejuízos ao erário 
O entendimento da Corte é que a aplicação das penalidades 
previstas no artigo 12 exige que o magistrado considere, no caso 
concreto, a extensão do dano causado, assim como o proveito pa-
trimonial obtido pelo agente. 
“Assim, é necessária a análise da razoabilidade e proporcionali-
dade em relação à gravidade do ato de improbidade e à cominação 
das penalidades, as quais não devem ser aplicadas, indistintamen-
te, de maneira cumulativa”, destacou no julgamento de um recurso 
o ministro Luiz Fux (REsp 713.537) 
Não retroage
O STJ firmou jurisprudência no sentido de que a Lei de Impro-
bidade não retroage nem para efeitos de ressarcimento ao erário. 
A Segunda Turma rejeitou recurso do Ministério Público Federal 
em ação contra o ex-presidente e atual senador Fernando Collor 
de Mello. 
O órgão ministerial pedia a condenação do ex-presidente a re-
parar supostos danos ao erário causados por atos cometidos antes 
da vigência da lei, mas após a promulgação da Constituição de 1988. 
Por maioria, a Turma, seguindo o voto do ministro Castro Mei-
ra, entendeu que a Lei de Improbidade não pode ser aplicada retro-
ativamente para alcançar fatos anteriores à sua vigência. 
O ministro Humberto Martins, que acompanhou essa posição, 
destacou em seu voto-vista que, para os fatos ocorridos antes da 
entrada em vigor da lei, é possível o ajuizamento de ação visando 
ao ressarcimento de prejuízos causados ao erário, mas a ação deve 
ser baseada no Código Civil de 1916 ou qualquer outra legislação 
especial que estivesse em vigor à época (REsp 1.129.121).
A regra é que uma lei disciplina os fatos futuros e não os pre-
téritos, salvo se expressamente dispuser em sentido contrário, não 
podendo, de forma alguma e sob nenhum pretexto, retroagir para 
prejudicar direitos e impor sanções. (http://www.stj.jus.br)
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.
Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos 
de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego 
ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional 
e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Das Disposições Gerais
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente 
público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou 
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Dis-
trito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada 
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio 
o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por 
cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma 
desta lei.
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des-
ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de 
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou 
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação 
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin-
qüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, 
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a 
contribuição dos cofres públicos.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo 
aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunera-
ção, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer 
outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou 
função nas entidades mencionadas no artigo anterior.
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, 
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra 
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-
quer forma direta ou indireta.
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são 
obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalida-
de, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assun-
tos que lhe são afetos.
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou 
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o 
integral ressarcimento do dano.
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente pú-
blico ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu 
patrimônio.
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô-
nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade 
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério 
Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput 
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar-
cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do 
enriquecimento ilícito.
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio pú-
blico ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta 
lei até o limite do valor da herança.
CAPÍTULO II
Dos Atos de Improbidade Administrativa
Seção I
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enri-
quecimento Ilícito
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-
do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, 
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta 
lei, e notadamente:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou 
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de 
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido 
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do 
agente público;
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou 
a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por 
preço superior ao valor de mercado;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
7
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
cilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o forne-
cimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de 
mercado;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, 
equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade 
ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° 
desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados 
ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquernatureza, direta 
ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, 
de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação 
em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, 
peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens 
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta 
lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, 
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo 
valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do 
agente público;
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou 
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a 
atividade;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta 
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declara-
ção a que esteja obrigado;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-
tidades mencionadas no art. 1° desta lei;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores 
integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no 
art. 1° desta lei.
Seção II
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuí-
zo ao Erário
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa 
lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que 
enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou 
dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º 
desta lei, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora-
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, 
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das en-
tidades mencionadas no art. 1º desta lei;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica pri-
vada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo 
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a 
observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis 
à espécie;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente desper-
sonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ren-
das, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades 
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades 
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de 
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas 
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, 
por preço inferior ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem 
ou serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas 
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô-
nea;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a obser-
vância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à es-
pécie;
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo 
seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lu-
crativos, ou dispensá-los indevidamente;(Redação dada pela Lei nº 
13.019, de 2014) (Vigência)
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
das em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, 
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio públi-
co;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas 
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irre-
gular;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
queça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veí-
culos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, 
de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencio-
nadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, 
empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por 
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associa-
da sem observar as formalidades previstas na lei; (Incluído pela Lei 
nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem sufi-
ciente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-
dades previstas na lei.(Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incor-
poração, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de 
bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela adminis-
tração pública a entidades privadas mediante celebração de parce-
rias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares 
aplicáveis à espécie;(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica 
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos 
pela administração pública a entidade privada mediante celebração 
de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) 
(Vigência)
XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entida-
des privadas sem a observância das formalidades legais ou regula-
mentares aplicáveis à espécie;(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) 
(Vigência)
XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise 
das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração 
pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 
2014, com a redação dada pela Lei nº 13.204, de 2015)
XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração 
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação 
irregular.(Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014, com a redação dada 
pela Lei nº 13.204, de 2015)
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
8
XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração 
pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação 
irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
Seção II-A
(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)(Produção 
de efeito)
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Con-
cessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário
Art. 10-A.Constitui ato de improbidade administrativa qualquer 
ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício finan-
ceiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 
8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.(Incluído 
pela Lei Complementar nº 157, de 2016)(Produção de efeito)
Seção III
Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Con-
tra os Princípios da Administração Pública
Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou 
omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, lega-
lidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou 
diverso daquele previsto, na regra de competência;
II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;
III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão 
das atribuições e que deva permanecer em segredo;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;
V - frustrar a licitude de concurso público;
VI - deixar de prestar contas quando estejaobrigado a fazê-lo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou 
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.
VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização 
e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pú-
blica com entidades privadas.(Vide Medida Provisória nº 2.088-35, 
de 2000)(Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)
IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibili-
dade previstos na legislação.(Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) 
(Vigência)
X - transferir recurso a entidade privada, em razão da prestação 
de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, 
convênio ou instrumento congênere, nos termos do parágrafo úni-
co do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. (Incluído 
pela Lei nº 13.650, de 2018)
CAPÍTULO III
Das Penas
Art. 12.Independentemente das sanções penais, civis e ad-
ministrativas previstas na legislação específica, está o responsável 
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que po-
dem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a 
gravidade do fato: (Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos 
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando 
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos 
de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o va-
lor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder 
Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, di-
reta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica 
da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per-
da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se 
concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão 
dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil 
de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o 
Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-
cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa 
jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se 
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos 
de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o 
valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais 
ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio 
de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três 
anos.
IV - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, 
suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa 
civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributá-
rio concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz 
levará em conta a extensão do dano causado, assim como o provei-
to patrimonial obtido pelo agente.
CAPÍTULO IV
Da Declaração de Bens
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicio-
nados à apresentação de declaração dos bens e valores que com-
põem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço 
de pessoal competente. (Regulamento)
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, 
dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores 
patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, 
abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou compa-
nheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência 
econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios 
de uso doméstico.
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data 
em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, em-
prego ou função.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço 
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público 
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo de-
terminado, ou que a prestar falsa.
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da de-
claração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal 
na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proven-
tos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para su-
prir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo .
CAPÍTULO V
Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad-
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade.
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e 
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações 
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha 
conhecimento.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
9
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em 
despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades es-
tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a represen-
tação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade 
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de 
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratan-
do de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos 
disciplinares.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis-
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de 
procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im-
probidade.
Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho 
de Contas poderá, a requerimento, designar representante para 
acompanhar o procedimento administrativo.
Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a co-
missão representará ao Ministério Público ou à procuradoria do 
órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do se-
qüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilici-
tamente ou causado dano ao patrimônio público.
§ 1º O pedido de seqüestro será processado de acordo com o 
disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exa-
me e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras 
mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos trata-
dos internacionais.
Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-
posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, 
dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
§ 1º As ações de que trata este artigo admitem a celebração 
de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei.(Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações 
necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio 
público.
§ 3oNo caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministé-
rio Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3o do art. 6o 
da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.(Redação dada pela Lei nº 
9.366, de 1996)
§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como 
parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu-
lidade.
§ 5oA propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para 
todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma 
causa de pedir ou o mesmo objeto. (Incluído pela Medida provisória 
nº 1.984-16, de 2000)(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, 
de 2001)
§ 6oA ação será instruída com documentos ou justificação que 
contenham indícios suficientes da existência do ato de improbidade 
ou com razões fundamentadasda impossibilidade de apresentação 
de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusi-
ve as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo 
Civil.(Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 2000)(Incluído pela 
Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
§ 7oEstando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la 
e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação 
por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifica-
ções, dentro do prazo de quinze dias.(Vide Medida Provisória nº 
2.088-35, de 2000)(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 
2001)
§ 8oRecebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, 
em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da 
inadequação da via eleita.(Vide Medida Provisória nº 2.088-35, de 
2000)(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
§ 9oRecebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar 
contestação.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
§ 10.Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de 
instrumento.(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, pode-
rão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contes-
tação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019)
§ 11.Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequa-
ção da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo sem julga-
mento do mérito.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.225-45, de 2001)
§ 12.Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos 
processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1o, 
do Código de Processo Penal. (Incluído pela Medida Provisória nº 
2.225-45, de 2001)
§ 13.Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa 
jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da 
obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da 
Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei 
Complementar nº 157, de 2016)
Art. 17-A.(VETADO):(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
I - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) Art. 18. 
A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano 
ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o 
pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da 
pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.
CAPÍTULO VI
Das Disposições Penais
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida-
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor 
da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está su-
jeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou à 
imagem que houver provocado.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos 
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença con-
denatória.
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-
petente poderá determinar o afastamento do agente público do 
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo 
quanto à pena de ressarcimento;(Redação dada pela Lei nº 12.120, 
de 2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle 
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
10
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Minis-
tério Público, de ofício, a requerimento de autoridade administrati-
va ou mediante representação formulada de acordo com o disposto 
no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou 
procedimento administrativo.
CAPÍTULO VII
Da Prescrição
Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previs-
tas nesta lei podem ser propostas:
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de 
cargo em comissão ou de função de confiança;
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para 
faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço públi-
co, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.
III - até cinco anos da data da apresentação à administração 
pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no 
parágrafo único do art. 1o desta Lei.(Incluído pela Lei nº 13.019, de 
2014)(Vigência)
CAPÍTULO VIII
Das Disposições Finais
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições 
em contrário.
EXERCÍCIOS
01. A Lei de Improbidade Administrativa, Lei no 8.429, de 
02/06/1992, estabelece um regime de responsabilidade aplicável 
aos agentes públicos que cometerem atos considerados ímprobos, 
ali qualificados em várias espécies. Torquato Mendes é Secretário 
Municipal de Educação e ordenador de despesa, tendo determina-
do a contratação de obra pública para a construção de creche, sem 
que houvesse previsão na respectiva legislação orçamentária. Nes-
sa hipótese, conclui-se que
A. não ocorreu ato de improbidade, pois se trata de obra volta-
da ao atendimento de interesse público relevante.
B. ocorreu ato de improbidade administrativa, que atenta con-
tra os princípios da Administração pública.
C. ocorreu ato de improbidade administrativa, que importa en-
riquecimento ilícito.
D. não há como responsabilizar o Secretário Municipal, visto 
que tal regime de responsabilidade não se aplica aos agentes po-
líticos.
E. ocorreu ato de improbidade administrativa, que causa pre-
juízo ao erário.
02. Levando em consideração a jurisprudência consolidada 
pelo Supremo Tribunal Federal a respeito do ressarcimento ao erá-
rio por atos de improbidade administrativa, assinale a alternativa 
correta.
A. Em se tratando de ato doloso de improbidade administra-
tiva, a última decisão do STF a respeito da matéria entendeu pela 
imprescritibilidade do ressarcimento ao erário.
B. O STF ainda não se posicionou quanto à imposição ou não 
da prescritibilidade do ressarcimento ao erário para o caso dos atos 
culposos de improbidade administrativa, restando forte controvér-
sia doutrinária na matéria.
C. Segundo decisão recente do STF, o ressarcimento ao erário 
decorrente de danos provocados por atos de improbidade adminis-
trativa segue o mesmo regime jurídico do ressarcimento ao erário 
decorrente de danos causados por ilícitos cíveis em geral.
D. O ressarcimento ao erário, segundo o STF, deve adotar os 
mesmos prazos prescricionais do Código Civil, seja para ilícitos cí-
veis, seja para os casos de improbidade administrativa.
E. Segundo o STF, não é possível ser exercida a pretensão res-
sarcitória ao erário pelo Estado fora do rito próprio da ação de im-
probidade administrativa, ou seja, pelo processo judicial previsto na 
Lei nº 8.429/92.
03. Considerando-se a Lei nº 8.429/1992 - Lei de Improbidade 
Administrativa, sobre a declaração dos bens e valores que compõem 
o patrimônio privado do agente público, analisar os itens abaixo:
I. A declaração de bens será anualmente atualizada e na data 
em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, em-
prego ou função.
II. Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço pú-
blico, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que 
se recusar a prestar declaração dos bens, dentro doprazo determi-
nado, ou que a prestar falsa.
A. Os itens I e II estão corretos.
B. Somente o item I está correto.
C. Somente o item II está correto
D. Os itens I e II estão incorretos.
04. De acordo com a Lei 8429/92 (Lei da Improbidade Adminis-
trativa), marque a alternativa que contém apenas atos de improbi-
dade administrativa que causam prejuízo ao erário.
A. Receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou 
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta; 
facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao 
patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, 
verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial
B. Permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem 
ou serviço por preço superior ao de mercado; retardar ou deixar de 
praticar, indevidamente, ato de ofício
C. Revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de tercei-
ro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou 
econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço; 
negar publicidade aos atos oficiais
D. Perceber vantagem econômica para intermediar a liberação 
ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; permitir ou fa-
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço 
superior ao de mercado
E. Permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enrique-
ça ilicitamente; realizar operação financeira sem observância das 
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou 
inidônea
05. De acordo com a Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (Lei 
de Improbidade), configura ato de improbidade administrativa que 
causa prejuízo ao Erário:
A. retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.
B. frustrar a licitude de concurso público.
C. perceber vantagem econômica para intermediar a liberação 
ou aplicação de verba pública de qualquer natureza.
D. deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade 
previstos na legislação.
E. ordenar ou permitir a realização de despesas não autoriza-
das em lei ou regulamento.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
11
GABARITO
01. E
02. A
03. A
04. E
05. E
4 LEI Nº 9.784/1999 E SUAS ALTERAÇÕES (PROCESSO 
ADMINISTRATIVO).
Processo ou Procedimento
Trazendo a luz do direito as distinções entre os dois institutos, 
esclarecendo-os, conceituando-os, e elucidando o ponto de diver-
gência dos institutos acima descritos, para que dessa forma, possa 
ser empregado o termo correto, quando usado na esfera adminis-
trativa.
Podemos começar a pesquisa da distinção através de uma sim-
ples leitura do dicionário jurídico, entretanto, para um estudo aca-
dêmico jurídico mais aprofundado da matéria, tal leitura não será 
suficiente para uma total concepção.
Nas palavras de Plácido e Silva, Procedimento é:
Formado de proceder, do latim procedere (ir por diante, andar 
para a frente, prosseguir), quer o vocabulário exprimir, geralmente, 
o método para que se faça ou se execute alguma coisa, isto é o 
modo de agir, a maneira de atuar, a ação de proceder. Neste senti-
do, procedimento significa a própria atuação ou a ação desenvolvi-
da para que se consubstancie a coisa pretendida, pondo-se em mo-
vimento, segundo a sucessão ordenada, os meios de que se pode 
dispor. Neste particular, pois, procedimento e processo revelam-se 
em sentido diferentes. (Vocabulário Jurídico, 2009, p. 1097),
Já Processo, nas palavras de Plácido e Silva, significa:
Derivado do latim processus, de procedere, embora pro sua de-
rivação se apresente em sentido equivalente a procedimento, pois 
que exprime, também, ação de proceder ou ação de prosseguir, na 
linguagem jurídica outra é sua significação, em distinção a procedi-
mento. Exprime, propriamente , a ordem ou a seqüencia das coisas, 
para que cada uma delas venha a seu devido tempo, dirigindo, as-
sim, a evolução a ser seguida no procedimento, até que se cumpra 
sua finalidade. Processo é a relação jurídica vinculada, com o esco-
po de decisão, entre as partes e o Estado Juiz, ou entre o adminis-
trado e a Administração. (Vocabulário Jurídico, 2009, p. 1098)
Após leitura do vocábulo jurídico torna-se clara a diferença 
entre os dois institutos, posto que, enquanto o processo revela 
uma relação jurídica instrumental segundo um conjunto de atos 
praticados em seqüência lógica e direcionados a um fim comum. O 
procedimento indica a forma e o ritmo do desenvolvimento dessa 
relação, da prática desses atos.
No âmbito constitucional das competências legislativas e sua 
distribuição entre os entes da Federação, as normas de procedi-
mento em matéria de direito processual pertencem à competência 
concorrente, autorizando Estados e Distrito Federal a estabelece-
rem normas especiais complementares às de caráter geral editadas 
pela União, consoante o artigo, 24, inciso XI, e parágrafos, da nossa 
Constituição Federal; também os tribunais, em seus regimentos in-
ternos, poderão traçar normas procedimentais, devendo observar 
apenas as processuais, conforme se depreende do artigo, 96, inciso 
I, “a” da nossa Lei Maior. Já a competência para legislar sobre nor-
mas de direito processual pertence, privativamente, à União, como 
determina o artigo 22, inciso I, da Carta Maior. “in verbis:” 
“Art. 22. Compete privativamente à união legislar sobre:
I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, 
marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;”
As consequências dessa previsão não guardam maior interesse 
para o presente estudo, apenas servindo a sua menção para iden-
tificar a localização constitucional diferenciada dos dois termos e a 
gênese legislativa diversa do processo e do procedimento; ao falar-
mos que um complexo normativo faz emergir preceitos de processo 
ou de procedimento, temos que estar antenados também a essa 
origem legislativa.
Certo é que todas as regras que se refiram a condições da ação, 
a pressupostos e princípios processuais e que exijam uniformidade 
nacional somente poderão ser editadas pela União e serão normas 
de cunho processual; já aquelas que dentre estas não estejam inse-
ridas poderão ser estabelecidas por Estados e Distrito Federal, pos-
to que provavelmente serão de ordem procedimental.
Também óbvio é que a atuação do Estado de Direito, na inces-
sante busca da satisfação do interesse público, pauta-se pela obedi-
ência a regras e princípios preestabelecidos, procurando sempre o 
fim maior que sobre-paira e habita sua estrutura e sua missão, qual 
seja o alcance da justiça.
Nesse desenrolar da tarefa estatal, nem tudo restará pacífico, 
incontroverso; nem todas as pretensões estatais encontrarão, na-
queles obrigados a satisfazê-las, uma concordância com seu conte-
údo e sua forma. Com vistas a apurar a verdade dos fatos e a con-
formidade da atuação estatal com o ordenamento jurídico, haverá 
um conjunto de atos a serem desencadeados no tempo e em ordem 
sequencial, a partir de um fato previsto em lei e para o qual esta 
exija a atuação do Poder Público. Essa sequência de atos terá como 
finalidade a composição do litígio verificado, tendo sempre em mira 
a obediência à legalidade e fazendo surgir verdadeira relação ju-
rídica de natureza processual. Nesse ínterim, estaremos diante do 
processo.
A dinâmica daqueles atos, o modus operandi de sua realização 
efetiva, a exteriorização rítmica dos atos e termos legais, tudo isso 
traduzirá o procedimento.
Portanto, a forma como o processo se realiza é o próprio pro-
cedimento. A solução do conflito de interesses é da essência do 
processo e não do procedimento. Entendendo-se o processo como 
o arcabouço instrumental pelo qual o direito material se realiza, po-
de-se afirmar, analogamente, que o procedimento é o instrumento 
de efetivação do processo.
Na atuação da Administração Pública, ambas as realidades, 
processo e procedimento, se realizam nitidamente e possuem um 
valor inadversável quando essa atuação se dá na estrutura de um 
Estado Democrático de Direito. Visando concretizar, atravésdo ato 
administrativo final, as hipóteses e exigências previstas na lei, os 
órgãos da Administração buscam atingir a finalidade legal do ato 
percorrendo um caminho previamente definido, obedecendo ao 
processo e exteriorizando este conforme seu procedimento. Esse 
itinerário é imprescindível num Estado que seja condicionado pelo 
seu próprio ordenamento jurídico. Em nosso país já não basta aos 
administrados o atingimento da finalidade do ato público pelo 
administrador, mas também interessa que este (o administrador) 
observe os meios, condições e formas fixados em lei para alcançar 
aquela finalidade e que esse iter seja do prévio conhecimento de 
todos.
Fica claro que a Administração Pública, em sua atuação geral 
e em especial na área tributária, estará cingida pela conformidade 
com o due process of law, como exigiu o próprio legislador consti-
tucional no artigo. 5º, LIV, Constituição Federal de 88, o que faz de-
saparecer ou no mínimo fragilizar a visão tradicional de que no âm-
bito administrativo somente existe procedimento e não processo.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
12
Nas últimas edições de sua obra (desde 2001), Celso Antônio 
Bandeira de Mello, reviu seu posicionamento a respeito da nomen-
clatura a ser dada ao fenômeno administrativo em questão; se bem 
que, em relação ao processo tributário, o autor já optara desde há 
muito pela denominação “processo”. Afirma este: “Sem embargo, 
cremos que a terminologia adequada para designar o objeto em 
causa é “processo”, sendo “procedimento” a modalidade ritual de 
cada processo.” (Curso de direito administrativo; 2005; p.455).
O respeitável mestre conclui que atualmente não é desprovido 
de razão falarmos em um Direito Processual Administrativo, consi-
derando o conjunto de regras previamente estabelecidas que com-
põem o caminho a ser observado pelo Estado em suas manifesta-
ções. Informa que qualificados doutrinadores, há bastante tempo, 
já reconheciam e reconhecem que processo não é monopólio do 
Poder Judiciário, em sua função típica jurisdicional, mas sim verifi-
cam-se também no âmbito das funções administrativa e legislativa.
Todas as funções estatais e, em particular, todos os atos ad-
ministrativos são metas que não podem ser alcançados senão por 
determinados caminhos. Assim, a lei é a meta a que nos leva a via 
legislativa e os atos judiciais e administrativos são metas a que nos 
conduzem o procedimento judicial e o administrativo (...) A teoria 
processual tradicional considerava o processo como propriedade da 
justiça, identificando-o com o procedimento judicial (...) não é sus-
tentável esta redução, porque o processo, por sua própria natureza, 
pode dar-se em todas funções estatais (...) 
Já para Maria Sylvia Zanella di Pietro:
“Não se confunde processo com procedimento. O primeiro 
existe sempre como instrumento indispensável para o exercício de 
função administrativa; tudo o que a Administração Pública faz, se-
jam operações materiais ou atos jurídicos, fica documentado em 
um processo; [...] executar uma obra, celebrar um contrato, editar 
um regulamento; [...]. O Procedimento é o conjunto de formalida-
des que devem ser observados para a pratica de certos atos admi-
nistrativos; equivale a rito, a forma de proceder; o procedimento se 
desenvolve dentro de um processo administrativo.”
Pelas lições supra, percebe-se que a Administração deve obe-
diência não só ao direito material, com suas regras e finalidades 
que estabelece, mas também ao modus operandi que o legislador 
prefixa, composto de normas de caráter processual. Nesse segui-
mento, a Administração Pública irá dar origem ao ato próprio da sua 
função, o administrativo, assim como o Poder Judiciário fará nascer 
o ato judicial, todos os veículos de uma manifestação estatal sobre 
a aplicação do direito.
Processo Administrativo
Pode-se falar em processo em sentido amplo de modo a abran-
ger os instrumentos de que se utilizam os três Poderes do Estado 
para a consecução de seus fins. 
Pode-se falar, também, em processo em sentido restrito de 
modo a compreender apenas a função jurisdicional como forma de 
composição de conflitos de interesse.
Quem determina a legitimação do processo no âmbito do legis-
lativo é o art. 59 da Constituição Federal de 1988.
CF/88
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I – emendas à Constituição;
II – leis complementares;
III – leis ordinárias;
IV – leis delegadas;
V – medidas provisórias;
VI – decretos legislativos;
VII – resoluções.
Já o processo administrativo, além de ganhar legitimação tam-
bém de âmbito constitucional, foi agraciado com o status de direi-
tos e deveres individuais e coletivos. Podemos encontrar a previsão 
do processo administrativo no rol do art. 5° da Constituição Federal 
de 1988. Tal fenômeno é conhecido pela doutrina como a constitu-
cionalização do processo administrativo.
CF/88
Art. 5°. (...)
LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos 
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, 
com os meios e recursos a ela inerentes;
LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse-
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a 
celeridade de sua tramitação.
A importante conclusão que podemos chegar é que o orde-
namento jurídico pátrio utiliza o termo processo desvinculado do 
exercício da função jurisdicional. Antigamente tinha-se uma ideia 
de que o termo processo somente poderia ser empregado na se-
ara jurisdicional. Modernamente, com respaldo nos ensinamentos 
constitucionais, é perfeitamente aceitável o uso técnico do proces-
so em todos os âmbitos da função estatal.
O mestre Reginaldo Gonçalves Gomes em artigo cientifico: Pro-
cesso administrativo disciplinar e sindicância administrativa, aborda 
sobre o tema e traremos trechos do mesmo, conforme segue:
A apuração de responsabilidade de servidor público, quan-
do já estão estampados a materialidade e os indícios de autoria, 
pode ocorrer através de sindicância acusatória ou processo admi-
nistrativo disciplinar – PAD; esta é a dicção do art. 143, da lei nº 
8.112/1990, in verbis:
“Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no 
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, 
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse-
gurada ao acusado ampla defesa”.
Igualmente, o art. 148 estabelece que a infração disciplinar 
praticada tem de ter correlação com as atribuições do cargo ou o 
servidor tem de estar no exercício de suas atribuições, in verbis:
“Art. 148 O processo disciplinar é o instrumento destinado a 
apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no exer-
cício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições 
do cargo em que se encontre investido”. 
Por outro lado, a sindicância investigativa é, também, procedi-
mento que visa apurar a ocorrência de materialidade e indícios de 
autoria do ilícito administrativo, ou seja, instaura-se a sindicância 
para verificar se realmente ocorreram fatos ilícitos e quem, supos-
tamente, os praticou, para, então, instaurar o processo administra-
tivo disciplinar. É essa outra modalidade de sindicância.
O art. 145 do mesmo diploma legal prevê duas modalidades de 
sindicância: a investigativa, apuratória ou preparatória; e a acusató-
ria. Eis o art. 145:
“Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
I - arquivamento do processo;
II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 
30 (trinta) dias;
III - instauração de processo disciplinar.”
A sindicância investigatória, apuratória ou preparatória, asse-
melha-se ao inquérito policial, por ser essencialmente inquisitório. 
Isso quer dizer que não há contraditório, tendo em vista que a co-
missão de sindicância investigativa apura a ocorrência de materiali-
dade e indícios de autoria. Ora, vê-se que somente são necessários 
materialidade e indícios de autoria para que um servidor venha a 
sofrer uma ingerência em sua vida profissional com instauraçãode 
uma sindicância acusatória ou processo administrativo disciplinar.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
13
Assim, caso não se chegue à conclusão sobre a existência de 
materialidade e indícios de autoria, deve-se arquivar o processo (in-
ciso I, art. 145) e podem ser feitas recomendações para melhorar 
o serviço.
Nesse passo, não se pode afirmar que a autoridade adminis-
trativa é obrigada a instaurar sindicância investigativa sempre que 
tiver ciência de irregularidades. Com efeito, se a materialidade e 
os indícios de autoria já estão estampados, pode-se instaurar o 
processo administrativo disciplinar diretamente, passando ao largo 
pela sindicância investigatória. Essa é a dicção do art. 145 daquele 
diploma legal. Repise-se não há dever legal de abertura de sindicân-
cia investigativa caso haja a materialidade do ilícito e os indícios de 
autoria, que já apontam um servidor como suposto culpado. Entre-
tanto, é sempre aconselhável instaurar a sindicância investigatória 
se houver dúvida quanto à autoria, porque se determinado servidor 
for acusado injustamente, a autoridade administrativa e a comissão 
processante podem responder civil e penalmente.
Seguindo, o inciso II do art. 145, também prevê sindicância acu-
satória, outra modalidade de sindicância; no entanto, nesse proces-
so, devem ser obrigatoriamente observados os princípios do con-
traditório e da ampla defesa, uma vez que pode culminar com apli-
cação de penalidade. O contraditório se alcança quando o acusado 
toma conhecimento de que foi instaurado processo contra si, bem 
ainda que tenha vista de todo documento juntado no processo. Isso 
em linhas gerais, pois esse princípio pode atingir conotações mais 
amplas, como o direito de ação. Já a ampla defesa implica em colo-
car à disposição do acusado todos os meios para que ele possa se 
defender durante o processo, bem ainda recorrer de uma eventual 
decisão desfavorável a ele.
Desse modo, é regra comezinha do Direito Constitucional que 
ninguém pode ser processado sem observância do devido processo 
legal, tendo como corolários os princípios do contraditório e da am-
pla defesa, conforme mencionados.
Já o inciso III, do art. 145, deve ser lido em consonância com o 
inciso II do mesmo artigo. O disposto no inciso III prevê a instaura-
ção de abertura de processo administrativo disciplinar quando se 
vislumbrar que a punibilidade não será a de advertência ou suspen-
são de até 30 dias, bem ainda há comprovação imediata da mate-
rialidade e indícios de autoria.
Também, o art. 146 do mesmo diploma prevê explicitamente a 
abertura de processo disciplinar, in verbis:
“Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a im-
posição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias, de 
demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou des-
tituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de 
processo disciplinar”.
Se se analisar literalmente o art. 145 e 146 da lei nº 8.112/1990, 
pode-se concluir equivocadamente que a autoridade administrati-
va apenas poderá instaurar a sindicância acusatória na ocorrência 
de fatos que venham a ensejar a punibilidade, prevista no inciso 
II do art. 145, mas a interpretação que há de ser feita, in casu, é a 
sistemática.
Com efeito, a punibilidade, na sindicância acusatória, restringe-
-se à advertência ou suspensão de até trinta dias. Porém, isso não 
implica em afirmar que não se pode instaurar processo disciplinar 
administrativo para apurar responsabilidades que ensejem as san-
ções previstas no inciso II do art. 145. É certo que na sindicância 
acusatória não pode resultar punição além da prevista no inciso II 
do art. 145, pelo fato de que o prazo previsto para sua instrução é 
apenas de trinta dias, prorrogáveis por mais trinta. Entendeu o le-
gislador que tal prazo seria suficiente para apurar responsabilidade 
de menor potencial ofensivo à Administração, cujas penas não ul-
trapassem da simples advertência a uma suspensão de até 30 dias.
Todavia, o processo administrativo disciplinar, cujo prazo para 
apuração é de 60 dias, prorrogáveis por mais 60 dias, é mais amplo, 
portanto, pode servir para apuração de responsabilidade de servi-
dor, cuja punibilidade pode resultar em advertência ou suspensão, 
(e também demissão) não importando aqui o quantum.
Não se poderia deixar de abrir um parêntese para trazer a lume 
que a comissão de processo disciplinar também pode proceder a 
investigações e diligências para elucidar os fatos trazidos na Porta-
ria, embora essa investigação sempre necessitará da observância 
do contraditório e da ampla defesa, diferentemente da investigação 
realizada na sindicância investigatória que dispensa a observância 
desses princípios. No moderno Direito Processual Penal, aplicado 
subsidiariamente ao Direito Administrativo, quando se trata de pu-
nição de servidores públicos, deve-se buscar a verdade real. Acerca 
da prova, Nestor Távora preleciona: 
“O princípio da liberdade probatória não é absoluto. O intuito da 
busca da verdade real e a amplitude da produção probatória, fazen-
do-se aproveitar outros meios de prova que não os disciplinados 
no CPP, encontram limites. A Carta Magna, no seu art. 5º, inciso 
LVI, traz o principal obstáculo, consagrando a inadmissibilidade, no 
processo, “das provas obtidas por meios ilícitos.”
Com efeito, está superada a dicotomia verdade formal e verda-
de material. Somente existe uma verdade, que é a processual. Ela 
É o grau máximo de probabilidade objetiva sobre os fatos apurados 
e discutidos no processo. Esse é o compromisso do processo penal 
e civil, e por extensão o processo administrativo. No processo civil, 
o juiz pode determinar a produção de provas, de ofício, nos termos 
do art. 130, 339 e 1107 do Código de Processo Penal. A comissão 
tem poderes semelhantes no processo administrativo disciplinar.
Desse modo, os poderes instrutórios da comissão são amplos, o 
que se justifica em razão do conceito de interesse público do Direito 
Administrativo.
Assim, a comissão de processo disciplinar pode e deve realizar 
investigações e diligências, desde que seja observado o princípio 
do contraditório. Sua inobservância causaria nulidade absoluta ao 
processo.
 No entanto, existe um marco temporal para a realização das 
referidas investigações e diligências, que é a indiciação, pois esse 
é o momento em que a comissão analisa a prova produzida nos 
autos e fixa os pontos controvertidos, culminando por indiciar o 
acusado ou não.
A lei nº 8.112/1990, em seu art. 155, é clara ao tratar do tema. 
Eis o seu teor:
“Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de 
depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, obje-
tivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técni-
cos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos”.
Portanto, não há necessidade de instauração de sindicância in-
vestigatória antes do processo administrativo disciplinar se já exis-
tentes a materialidade e indícios de autoria.
Indubitavelmente, a autoridade instauradora do processo ape-
nas é competente para julgar servidores públicos efetivos do órgão 
que dirige, à luz do art. 14 c/c o art. 143 da lei nº 8.112/1990. No 
entanto, não há óbice jurídico para que promova apuração de ser-
vidores cedidos/requisitados, mediante sindicância investigatória/
apuratória, como prevê o art. 143 c/c 145 do diploma legal já citado.
Com certeza, ofenderia o princípio da separação dos poderes, 
do devido processo legal, previsto na Constituição da República, 
uma autoridade federal julgar servidor público estadual, municipal 
ou mesmo uma autoridade de um Tribunal processar e julgar servi-
dor de outro Tribunal. Haveria verdadeira quebra da autonomia dos 
entes federados.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
14
O servidor do Executivo estadual ou municipal, quando requisi-
tado ou cedido a outro órgão, não pode ser punido pela autoridade 
administrativa do órgão ao qual foi cedido, tendoem vista que fa-
lece a essa autoridade competência para tal. Isso também ocorre 
com os servidores federais da secretaria de um Tribunal Regional 
Eleitoral de um Estado que realizam permuta com outros servidores 
de secretaria de Tribunal Regional Eleitoral de outro Estado. Tal as-
sertiva vale também para os Tribunais Regionais do Trabalho, Tribu-
nais Regionais Federais, etc., pois a autoridade de cada um desses 
Tribunais tem autonomia para processar e julgar seus servidores.
Pode ocorrer que o órgão cedente delegue competência para 
que a autoridade do órgão cedido processe o servidor cedido/re-
quisitado, mas isso não implica em afirmar que a mesma autoridade 
possa aplicar pena, pois o julgamento é competência indelegável.
Nesse passo, a lei nº 9.784/1999 dispõe da delegação de com-
petência, ressalvando que certos atos são indelegáveis, dentre eles 
o de julgamento, in verbis:
“Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não 
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à 
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos 
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
dade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
cados no meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os 
objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressal-
va de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante.
§ 3ºAs decisões adotadas por delegação devem mencionar 
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo 
delegado”.
José dos Santos Carvalho Filho assim discorre sobre a delega-
ção de competência:
“Em algumas circunstâncias, pode a norma autorizar que um 
agente transfira a outro, normalmente de plano hierárquico infe-
rior, funções que originariamente lhe são atribuídas. É o fenômeno 
da delegação de competência. Para que ocorra é mister que haja 
norma expressa autorizadora, normalmente de lei. Na esfera fede-
ral, dispõe o art. 12 do Decreto-lei n. 200, de 25/2/1967 (o estatuto 
da reforma administrativa federal), que é possível a prática da de-
legação de competência, mas seu parágrafo único ressalva que “o 
ato de delegação indicará com precisão a autoridade delegante, a 
autoridade delegada e as atribuições objeto de delegação.”
A lei pode, por outro lado, impedir que algumas funções sejam 
objeto de delegação. São funções indelegáveis, que, se transferidas, 
acarretam a invalidade não só do ato de transferência, como dos 
praticados em virtude da indevida delegação. É o caso, por exem-
plo, da Lei n. 9.784, de 29/1/1999, que regula o processo adminis-
trativo na Administração Federal, pela qual é vedada a delegação 
quando se trata de atos de caráter normativo, de decisão de recurso 
administrativo ou quando as matérias são da competência exclusiva 
do órgão ou da autoridade.
Observe-se, todavia, que o ato de delegação não retira a com-
petência da autoridade delegante, que continua competente cumu-
lativamente com a autoridade delegada,(...).
Assim, autoridade administrativa de um órgão não pode julgar 
o servidor público que pertence à outra esfera do poder, de outro 
órgão, ou seja, autoridade administrativa do Poder Executivo esta-
dual julgar servidor público do Poder Executivo federal ou Poder 
Judiciário e assim por diante. O próprio ordenamento jurídico veda 
que isso aconteça, basta uma leitura na Constituição que se verá 
que a separação dos Poderes é princípio consagrado expressamen-
te. Portanto, uma autoridade não pode invadir a competência de 
outra por expressa vedação da Constituição, bem ainda das leis in-
fraconstitucionais, inclusive já citadas alhures. (...)
A competência deve preexistir ao fato, e não ser atribuída ape-
nas para dada situação. Faça-se ressalva, é claro, da mudança legal 
de competência para situações em geral, e não para a específica. 
Ou, ainda, a comissões que tenha de ser formadas para situações 
singulares.
E só existe Estado de Direito – e aí lembramos o Prof. Geraldo 
Ataliba -, só existe República, quando existe juiz natural para julgar 
as controvérsias.
Ainda algumas garantias, necessárias ao devido processo legal e 
consagrada na Constituição, jamais poderiam ser suprimidas, como, 
por exemplo, o poder cautelar do juiz, como também do adminis-
trador, nos processos, como, v.g., para o afastamento compulsório 
enquanto durar o processo disciplinar.”
Frise-se que a doutrina majoritária se refere ao juiz natural 
quando da composição de comissão processante, ou seja, as co-
missões devem ser previamente designadas. Não podem ser es-
colhidos servidores para compor comissão após a prática do ilícito 
administrativo, pois estar-se-ia violando o princípio do juiz natural.
A autoridade de um órgão tem competência para instaurar sin-
dicância investigativa/apuratória de modo a averiguar a ocorrência 
de ilícito administrativo (materialidade e indícios de autoria), por 
ventura, praticado por servidor requisitado ou cedido, pois há pre-
visão legal para essa atribuição. Entretanto, não se pode avançar 
além daí, sob pena de afrontar o princípio do devido processo le-
gal, como exemplo, autoridade administrativa instaurar processo 
administrativo disciplinar, que pressupõe materialidade e autoria 
reconhecidas contra servidor que não pertença ao órgão que dirige.
A previsão do art. 143, da lei nº 8.112/1990, é clara ao precei-
tuar que a autoridade administrativa pode instaurar sindicância 
ou processo administrativo, no entanto, o §3º do mesmo diploma 
condiciona a sindicância acusatória ou processo administrativo dis-
ciplinar em desfavor de servidores requisitados, cedidos e/ou per-
mutados à delegação para tal, ou seja, sem que haja delegação não 
é possível uma autoridade administrativa processar servidores que 
estejam na situação acima mencionada. Frise-se que, mesmo que 
haja delegação para a autoridade instaurar processo disciplinar em 
desfavor desses servidores, o julgamento sempre será da autorida-
de do órgão ao qual o servidor está vinculado juridicamente, no 
caso, órgão cedente.
O art. 149 determina que a autoridade que designar comissão 
processante deve observar o disposto no §3º, do art. 143, ou seja, 
apenas por delegação expressa de competência, a comissão pode 
ser designada pelo chefe de um poder para apurar fatos imputados 
ao servidor pertencente a outro poder. Inexistente essa delegação, 
a autoridade nada poderá fazer, apenas deve comunicar à autorida-
de do Poder (órgão) a que pertencer o servidor. (...)
O legislador buscou repartir a competência para a imposição 
das penas pelos diversos graus de hierarquia funcional, na confor-
midade com a importância (ou a graduação) das infrações cometi-
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
15
das pelos servidores. Desse modo, o sistema de aplicação de pena-
lidades, em consonância com o dispositivo citado, é decrescente, 
pois objetiva, sobretudo, impedir que autoridades situadas em grau 
inferior na hierarquia funcional, que detêm competência para punir 
o servidor com advertência/suspensão, por exemplo, usando do po-
der disciplinar para punir, resolvam punir com a pena de demissão 
servidores suscetíveis de sofrerem a reprimenda apenas por autori-
dade de hierarquia superior.
 De qualquer forma, o §3º reserva o julgamento daqueles ser-
vidores requisitados, cedidos ou que realizaram permutas entre 
órgãos com mesmo quadro, v.g., servidores de diversos Tribunais 
Regionais Eleitorais, à autoridadedo órgão a que pertencer os re-
feridos servidores.
Nem poderia ser diferente, pois como a autoridade de órgão 
federal poderia aplicar pena a um servidor estadual ou municipal e 
executá-la? Tenha como exemplo, um servidor estadual punido com 
a pena de demissão, cujo ato de demissão somente pode ser assi-
nado pelo Governador do Estado, sendo certo que qualquer outra 
autoridade seria incompetente para assinar esse ato, que sequer 
teria alguma eficácia jurídica.
O ato administrativo realizado por autoridade que não detém 
competência para tal é nulo de pleno direito. O mesmo pode-se di-
zer a respeito das penas de advertência e suspensão, sem falar nos 
descontos pecuniários na folha de pagamento do servidor.
A autoridade administrativa do órgão cedido somente está au-
torizada a apurar os ilícitos e remeter os autos para a autoridade 
do órgão a que o servidor pertencer para que, a seu juízo, instaure 
sindicância acusatória ou processo administrativo disciplinar. Não 
se pode perder de vista que esse ato é discricionário, na medida 
em que se a autoridade do órgão cedente entender que os fatos 
não constituem ilícitos administrativos, simplesmente poderá de-
terminar o arquivamento dos autos, sem que nada possa fazer a 
autoridade administrativa do órgão cedido.
Outrossim, não há embasamento legal para que um órgão pú-
blico instaure processo administrativo disciplinar em desfavor de 
empregados de prestadoras de serviços, pois nesse caso, o regime 
desses empregados é celetista, ou seja, está de acordo com a Con-
solidação da Leis Trabalhistas - CLT. Pode-se, no máximo, instaurar 
uma sindicância investigatória. Deve-se, nesse caso, encaminhar o 
empregado à prestadora de serviços para ser substituído. Tal sin-
dicância é importante na medida em que poderá ser utilizada pelo 
empregador para fundamentar a dispensa do empregado por justa 
causa. (...)
Deve-se atentar que para instaurar processo administrativo dis-
ciplinar em desfavor de servidor que, em tese, praticou uma ilicitu-
de administrativa capitulada no art. 132 da lei nº 8.112/1990, que 
enseja a sanção de demissão, tem de haver delegação expressa (por 
Resolução, Portaria, etc.). Todavia, o julgamento sempre será da au-
toridade que detém a competência para realizar o ato de demissão.
O servidor público somente responde por atos praticados em 
decorrência do exercício do cargo ou que tenha alguma relação 
com o cargo. Essa regra está claramente disposta no art. 148 da lei 
8.112/1990, in verbis:
“Art. 148.O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar 
responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de 
suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo 
em que se encontre investido.”
Pode-se tomar como exemplo o servidor público que comete o 
crime de pedofilia, homicídio, etc. Se tais crimes não tiverem rela-
ção com o exercício do cargo, o servidor não poder responder pro-
cesso administrativo disciplinar. Todavia, a autoridade pode instau-
rar sindicância para investigar se o eventual cometimento do crime 
tem ou não relação com o cargo que o servidor exerce.
Deve-se anotar que há diversos doutrinadores que defendem a 
responsabilização do servidor por atos cometidos na vida privada, 
como exemplo, pedofilia, corrupção, etc. O fato é que somente os 
estatutos dos policiais civis e militares, bem ainda a Lei da Magis-
tratura – LOMAN – preveem a punição de servidores por condutas 
criminosas praticadas na vida particular. O certo é que segundo a 
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o servidor público 
federal responde somente nos termos do art. 148, acima transcrito.
Não se pretende adentrar nessa questão, no entanto, deve-se 
repensar a responsabilidade do servidor público inclusive por atos 
praticados na vida civil, pois alguns desses atos atingem diretamen-
te o órgão no qual exercem seu ofício. Já há timidamente literatura 
jurídica que defende a punição do servidor público que tenha co-
metido algum crime que não no exercício das funções públicas, mas 
que, de alguma forma, atingiu a imagem do órgão público.
A sindicância patrimonial é um instrumento muito útil para re-
primir enriquecimento ilícito do servidor público. É usado no Poder 
Executivo. Infelizmente, nunca se ouviu falar da utilização desse 
instrumento no Poder Judiciário, exceto pelo Conselho Nacional de 
Justiça, mais recentemente, em 2011/2012. Todavia, as ações do 
CNJ para coarctar enriquecimento ilícito está sub judice no Supre-
mo Tribunal Federal, que deve decidir os limites da atuação do 
aludido Conselho, no primeiro semestre de 2012.
Essa modalidade de sindicância não está prevista na lei 
8.112/1990. Todavia, o art. 13 da lei nº 8.429/1992 (lei que trata da 
improbidade administrativa) passou a obrigar os agentes públicos a 
apresentar declaração de bens e valores no órgão a que está vincu-
lado. (...) Assim, no âmbito do Poder Executivo federal foi editado 
o Decreto n. 5.483, de 30 de junho de 2005, publicado no Diário 
Oficial da União – DOU – em 01/07/2005 – para regulamentar o art. 
13 da referida lei.
O aludido Decreto prevê instauração de processo administrativo 
disciplinar em desfavor do agente que se negar a entregar no órgão 
a declaração de bens, ou aquele que apresentar declaração falsa, 
por força do art. 5º daquele diploma.
A sindicância patrimonial será sempre instaurada quando a Ad-
ministração Pública verificar a evolução do patrimônio do agente 
público em dissonância com os recursos e disponibilidades que com-
põem o seu patrimônio. Dos arts. 7º ao 9º do Decreto 5.483/2005 
são estabelecidas as situações em que deve ser instaurada a aludida 
sindicância. (...)
O processo administrativo disciplinar como instrumento de apu-
ração de ilícitos administrativos deveria ser suficiente para resolver 
as várias irregularidades e desvios de conduta que ocorrem na Ad-
ministração Pública. 
Todavia, nem o PAD nem a Sindicância Acusatória são instru-
mentos eficazes quando se trata de apurar ilícitos administrativos 
que são verdadeiros crimes, tais como corrupção passiva, crimes 
contra administração, tráfico de influência, desvio de dinheiro pú-
blico. Nota-se que na maioria das vezes, os membros das comissões 
não têm condições técnicas e nem psicológicas para condução de 
um processo disciplinar. Outrossim, as autoridades administrativas 
sequer sabem instaurar uma portaria de forma a abarcar os ilícitos 
em tese perpetrados pelo servidor público.
Os problemas não param por aí. Hoje, no Brasil, os servidores 
com desvio de conduta grave, que resvalam em crimes, são investi-
gados pela Polícia e denunciados pelo Ministério Público e, somen-
te, a partir dessas investigações é que a Administração Pública age, 
sendo certo que na quase totalidade dos casos utilizando-se de pro-
va emprestada.
A investigação no âmbito da administração pública ainda está 
muito aquém do esperado e do que é necessário para evitar a cri-
minalidade que se instalou nos órgãos públicos. E o que se dizer da 
condução dos processos disciplinares?
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
16
De toda forma, os legisladores têm de começar a pensar em 
delinear um novo modelo de processo disciplinar no sentido de dar 
maiores poderes para as comissões de processo e, ainda, repensar 
o modelo de que dispõe a administração para apuração dos ilícitos 
administrativos. Não seria hora de se pensar em criar um Conselho 
Nacional da Administração – CNA nos mesmos moldes do Conselho 
Nacional de Justiça, do Ministério Público.
Por fim, a sociedade não deve desanimar, pois o Brasil há de en-
contrar um caminho para evitar a corrupção que se instalou no país 
e punir os maus servidores públicos e, também, agentes públicos.
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999.
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração 
Pública Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1o Esta Leiestabelece normas básicas sobre o processo ad-
ministrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, 
visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e 
ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
§ 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos 
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho 
de função administrativa.
§ 2o Para os fins desta Lei, consideram-se:
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad-
ministração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade 
jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder 
de decisão.
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos 
princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, pro-
porcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, seguran-
ça jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observa-
dos, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia to-
tal ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada 
a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e 
boa-fé;
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as 
hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri-
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita-
mente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que deter-
minarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos 
direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi-
nistrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de ale-
gações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, 
nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de 
litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas 
as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem preju-
ízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que me-
lhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada 
aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
Art. 3o O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que 
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de 
suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em 
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter có-
pias de documentos neles contidos e conhecer as decisões profe-
ridas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da deci-
são, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo 
quando obrigatória a representação, por força de lei.
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
Art. 4o São deveres do administrado perante a Administração, 
sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
I - expor os fatos conforme a verdade;
II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
III - não agir de modo temerário;
IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-
rar para o esclarecimento dos fatos.
CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
Art. 5o O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a 
pedido de interessado.
Art. 6o O requerimento inicial do interessado, salvo casos em 
que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e 
conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-
municações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus 
fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada 
de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o in-
teressado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
Art. 7o Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar 
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem 
pretensões equivalentes.
Art. 8o Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados 
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula-
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
17
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
Art. 9o São legitimados como interessados no processo admi-
nistrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de 
direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de re-
presentação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos 
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a 
direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quan-
to a direitos ou interesses difusos.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os 
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor-
mativo próprio.
CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos 
administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de 
delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não 
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à 
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos 
presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
 I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou autori-
dade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publi-
cados no meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes 
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os ob-
jetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva 
de exercício da atribuição delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela 
autoridade delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar 
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo de-
legado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos 
relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de 
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão publi-
camente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente, a 
unidade fundacional competente em matéria de interesse especial.
Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo 
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor 
grau hierárquico para decidir.
CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o ser-
vidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito, teste-
munha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao 
cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamentecom o inte-
ressado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se 
de atuar.
Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou servidor 
que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum dos inte-
ressados ou com os respectivos cônjuges, companheiros, parentes 
e afins até o terceiro grau.
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser 
objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de 
forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
§ 1o Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em 
vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da 
autoridade responsável.
§ 2o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somen-
te será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
§ 3o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá 
ser feita pelo órgão administrativo.
§ 4o O processo deverá ter suas páginas numeradas seqüen-
cialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, 
no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar 
o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os 
atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do pro-
cedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou 
autoridade responsável pelo processo e dos administrados que dele 
participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo mo-
tivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado 
até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial-
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for 
o local de realização.
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo 
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência 
de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1o A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade ad-
ministrativa;
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer;
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se 
representar;
V - informação da continuidade do processo independente-
mente do seu comparecimento;
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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§ 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias 
úteis quanto à data de comparecimento.
§ 3o A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, 
por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro 
meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4o No caso de interessados indeterminados, desconhecidos 
ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por 
meio de publicação oficial.
§ 5o As intimações serão nulas quando feitas sem observância 
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado su-
pre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo 
administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garanti-
do direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo 
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, 
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos 
de outra natureza, de seu interesse.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e 
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se 
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces-
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações 
probatórias.
§ 1o O órgão competente para a instrução fará constar dos au-
tos os dados necessários à decisão do processo.
§ 2o Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessa-
dos devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
 Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as provas 
obtidas por meios ilícitos.
 Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de 
interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho 
motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de 
terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para 
a parte interessada.
§ 1o A abertura da consulta pública será objeto de divulgação 
pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas pos-
sam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de ale-
gações escritas.
§ 2o O comparecimento à consulta pública não confere, por 
si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito 
de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser 
comum a todas as alegações substancialmente iguais.
 Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade, 
diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
blica para debates sobre a matéria do processo.
 Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria 
relevante, poderão estabelecer outros meios de participação de 
administrados, diretamente ou por meio de organizações e associa-
ções legalmente reconhecidas.
 Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de ou-
tros meios de participação de administrados deverão ser apresen-
tados com a indicação do procedimento adotado.
Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a audiên-
cia de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser reali-
zada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou repre-
sentantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva ata, a 
ser juntada aos autos.
 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a 
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão 
registrados em documentos existentes na própria Administração 
responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór-
gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos 
documentos ou das respectivas cópias.
Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da 
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria 
objeto do processo.
§ 1o Os elementos probatórios deverão ser considerados na 
motivação do relatório e da decisão.
§ 2o Somente poderão ser recusadas, mediante decisão fun-
damentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam 
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou 
a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão 
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, 
forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o ór-
gão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a 
omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao 
interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o 
não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respec-
tiva apresentação implicará arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência 
ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencionan-
do-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão 
consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de quin-
ze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidadede maior 
prazo.
§ 1o Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emiti-
do no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a respectiva 
apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
§ 2o Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser 
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e 
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade 
de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser 
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e 
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór-
gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de 
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for 
legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública 
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a 
prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob-
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que 
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote-
gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emi-
tir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido inicial, o 
conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta de deci-
são, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autori-
dade competente.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir 
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou recla-
mações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Ad-
ministração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorro-
gação por igual período expressamente motivada.
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com 
indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção 
pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo lici-
tatório;
V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão 
ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalida-
ção de ato administrativo.
§ 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, po-
dendo consistir em declaração de concordância com fundamentos 
de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, 
neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2o Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode 
ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos das 
decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos inte-
ressados.
§ 3o A motivação das decisões de órgãos colegiados e comis-
sões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de termo 
escrito.
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PRO-
CESSO
Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, 
desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
nunciar a direitos disponíveis.
§ 1o Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia 
atinge somente quem a tenha formulado.
§ 2o A desistência ou renúncia do interessado, conforme o 
caso, não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administra-
ção considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar 
impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de 
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários 
decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, 
salvo comprovada má-fé.
§ 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de de-
cadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento.
§ 2o Considera-se exercício do direito de anular qualquer me-
dida de autoridade administrativa que importe impugnação à vali-
dade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão 
ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresen-
tarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Ad-
ministração.
CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de 
razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a deci-
são, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encami-
nhará à autoridade superior.
§ 2o Salvo exigência legal, a interposição de recurso administra-
tivo independe de caução.
§ 3oSe o recorrente alegar que a decisão administrativa contra-
ria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora 
da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de 
encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabili-
dade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. (Incluído pela 
Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três 
instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa.
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administrativo:
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
cesso;
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente 
afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante a 
direitos e interesses coletivos;
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interesses 
difusos.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo 
para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ci-
ência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso adminis-
trativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir 
do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser 
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no 
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem 
efeito suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou 
incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida 
ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar 
efeito suspensivo ao recurso.
Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele 
conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo 
de cinco dias úteis, apresentem alegações.
Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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I - fora do prazo;
II - perante órgão incompetente;
III - por quem não seja legitimado;
IV - após exaurida a esfera administrativa.
§ 1o Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a au-
toridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
§ 2o O não conhecimento do recurso não impede a Administra-
ção de rever de ofício o ato ilegal, desde que não ocorrida preclusão 
administrativa.
Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá con-
firmar, modificar,anular ou revogar, total ou parcialmente, a deci-
são recorrida, se a matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder 
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser cientifi-
cado para que formule suas alegações antes da decisão.
Art. 64-A.Se o recorrente alegar violação de enunciado da sú-
mula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explici-
tará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, con-
forme o caso.(Incluído pela Lei nº 11.417, de 2006).Vigência
Art. 64-B.Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação 
fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, dar-se-á 
ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julga-
mento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões admi-
nistrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização 
pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.(Incluído pela Lei 
nº 11.417, de 2006). Vigência
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar 
agravamento da sanção.
CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cienti-
ficação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e incluin-
do-se o do vencimento.
§ 1o Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil se-
guinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente 
ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2o Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
§ 3o Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data a 
data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àque-
le do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, 
os prazos processuais não se suspendem.
CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade compe-
tente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fa-
zer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a 
reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente 
os preceitos desta Lei.
Art. 69-A.Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão 
ou instância, os procedimentos administrativos em que figure como 
parte ou interessado: (Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;(In-
cluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; (Incluído 
pela Lei nº 12.008, de 2009).
III – (VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, 
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anqui-
losante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da 
doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, 
síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença grave, 
com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a 
doença tenha sido contraída após o início do processo.(Incluído 
pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 1oA pessoa interessada na obtenção do benefício, juntando 
prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade administra-
tiva competente, que determinará as providências a serem cumpri-
das.(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 2oDeferida a prioridade, os autos receberão identificação 
própria que evidencie o regime de tramitação prioritária.(Incluído 
pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 3o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
§ 4o(VETADO)(Incluído pela Lei nº 12.008, de 2009).
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
EXERCÍCIOS
01. Levando em consideração o texto expresso da Lei nº 
9.784/99 (Lei Federal de Processo Administrativo), assinale a alter-
nativa correta.
A. O direito da Administração de anular os atos administrativos 
de que decorram efeitos favoráveis aos destinatários decai em dez 
anos, contados da data em que foram praticados.
B. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de deca-
dência contar-se-á da percepção do último pagamento.
C. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público, nem prejuízo a terceiros, os atos que apresenta-
rem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Admi-
nistração Pública.
D. A revogação dos atos administrativos pode ser realizada pe-
las instâncias administrativa, controladora e judicial, desde que res-
peitados os direitos adquiridos.
E. A Administração pode anular seus próprios atos por motivo 
de vício ou legalidade ou vício de legitimidade (inconveniência ou 
inoportunidade).
02. A obrigatoriedade de atingir o fim público é um objetivo 
irrenunciável do administrador público. Não pode ser transferida, 
tem que ser exercida pelo titular. Trata-se do dever de
A. agir.
B. probidade.
C. eficiência.
D. moralidade.
E. prestar contas.
03. Quanto ao processo administrativo, é correto afirmar que:
A. cabe à autoridade julgadora a opção de concordar ou diver-
gir das conclusões obtidas através de relatório.
B. o sistema da verdade sabida na repressão de delitos discipli-
nares é plenamente admissível.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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C. é incabível, como medida cautelar, a fim de que se evite a 
influência do servidor na apuração da irregularidade do seu afasta-
mento do exercício do cargo.
D. quando a infração praticada pelo servidor estiver classificada 
como crime, o processo administrativo disciplinar será remetido ao 
Ministério Público para instauração da ação penal, após finalizado 
tal processo.
E. a sindicância tem como fim alcançar peça preliminar, sendo 
indispensável ao processo administrativo disciplinar, não podendo 
ser este instaurado sem aquela.
04. Assinale a alternativa correta considerando o disposto na 
Lei Federal 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que trata do processo 
administrativo federal.
A. A Administração tem o prazo de até 15 dias para proferir 
decisão, prorrogável por igual período, depois de concluída a instru-
ção de processo administrativo.
B. Salvo comprovada má-fé, o direito de anular os atos admi-
nistrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários 
decai em 10 anos, contados da data em que foram praticados.
C. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou ins-
tância, os procedimentos administrativos em que figure como parte 
pessoa com idade superior a 55 anos.
D. O prazo para interposição de recurso administrativo, salvo 
disposição diversa, é de 10 dias, contado a partir da ciência ou di-
vulgação oficial da decisão recorrida.
E. O órgão competente determinará a intimação do interessa-
do para ciência de decisão ou efetivação de diligências, com ante-
cedência mínima de 15 dias úteis em relação à data de compareci-
mento.
05. Analise as afirmativas abaixo com base na Lei Federal nº 
9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Ad-
ministração Pública Federal.
1. São capazes, para fins de processo administrativo, os maio-
res de 16 anos, ressalvada previsão específica em ato normativo.
2. Entende-se por “órgão” a unidade de atuação dotada de per-
sonalidade jurídica.
3. O processo administrativo deve iniciar-se mediante pedido 
de interessado, sendo vedada a deflagração de ofício.
4. Os atos do processo administrativo não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
A. É correta apenas a afirmativa 4.
B. São corretas apenas as afirmativas 3 e 4.
C. São corretas apenas as afirmativas 2 e 3.
D. São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
E. São corretas apenas as afirmativas 1,3 e 4.
GABARITO
01. C
02. A
03. A
04. D
05. A
5 ACESSO À INFORMAÇÃO:LEI Nº 12.527/2011
LEI Nº 12.527, DE 18 DE NOVEMBRO DE 2011.
Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º , 
no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição 
Federal; altera a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a 
Lei nº 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei nº 8.159, 
de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem obser-
vados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim 
de garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 
5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constitui-
ção Federal.
Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei:
I - os órgãos públicos integrantes da administração direta dos 
Poderes Executivo, Legislativo, incluindo as Cortes de Contas, e Ju-
diciário e do Ministério Público;
II - as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, 
as sociedades de economia mista e demais entidades controladas 
direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Mu-
nicípios.
Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às 
entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realiza-
ção de ações de interesse público, recursos públicos diretamente 
do orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, 
termo de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumen-
tos congêneres.
Parágrafo único. A publicidade a que estão submetidas as en-
tidades citadas no caput refere-se à parcela dos recursos públicos 
recebidos e à sua destinação, sem prejuízo das prestações de contas 
a que estejam legalmente obrigadas.
Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a as-
segurar o direito fundamental de acesso à informação e devem ser 
executados em conformidade com os princípios básicos da adminis-
tração pública e com as seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo 
como exceção;
II - divulgação de informações de interesse público, indepen-
dentemente de solicitações;
III - utilização de meios de comunicação viabilizados pela tec-
nologia da informação;
IV - fomento ao desenvolvimento da cultura de transparência 
na administração pública;
V - desenvolvimento do controle social da administração pú-
blica.
Art. 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - informação: dados, processados ou não, que podem ser uti-
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em 
qualquer meio, suporte ou formato;
II - documento: unidade de registro de informações, qualquer 
que seja o suporte ou formato;
III - informação sigilosa: aquela submetida temporariamente 
à restrição de acesso público em razão de sua imprescindibilidade 
para a segurança da sociedade e do Estado;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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IV - informação pessoal: aquela relacionada à pessoa natural 
identificada ou identificável;
V - tratamento da informação: conjunto de ações referentes à 
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, 
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
ção;
VI - disponibilidade: qualidade da informação que pode ser co-
nhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
torizados;
VII - autenticidade: qualidade da informação que tenha sido 
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado in-
divíduo, equipamento ou sistema;
VIII - integridade: qualidade da informação não modificada, in-
clusive quanto à origem, trânsito e destino;
IX - primariedade: qualidade da informação coletada na fonte, 
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações.
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à infor-
mação, que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e 
ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil com-
preensão.
CAPÍTULO II
DO ACESSO A INFORMAÇÕES E DA SUA DIVULGAÇÃO
Art. 6º Cabe aos órgãos e entidades do poder público, observa-
das as normas e procedimentos específicos aplicáveis, assegurar a:
I - gestão transparente da informação, propiciando amplo aces-
so a ela e sua divulgação;
II - proteção da informação, garantindo-se sua disponibilidade, 
autenticidade e integridade; e
III - proteção da informação sigilosa e da informação pessoal, 
observada a sua disponibilidade, autenticidade, integridade e even-
tual restrição de acesso.
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreen-
de, entre outros, os direitos de obter:
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de 
acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou 
obtida a informação almejada;
II - informação contida em registros ou documentos, produ-
zidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou 
não a arquivos públicos;
III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou 
entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos 
ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;
IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;
V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e enti-
dades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;
VI - informação pertinente à administração do patrimônio pú-
blico, utilização de recursos públicos, licitação, contratos adminis-
trativos; e
VII - informação relativa:
a) à implementação, acompanhamento e resultados dos pro-
gramas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem 
como metas e indicadores propostos;
b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas 
de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, in-
cluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores.
§ 1º O acesso à informação previsto no caput não compreende 
as informações referentes a projetos de pesquisa e desenvolvimen-
to científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindível à segu-
rança da sociedade e do Estado.
§ 2º Quando não for autorizado acesso integral à informação 
por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não 
sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da 
parte sob sigilo.
§ 3º O direito de acesso aos documentos ou às informações 
neles contidas utilizados como fundamento da tomada de decisão 
e do ato administrativo será assegurado com a edição do ato deci-
sório respectivo.
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido for-
mulado aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não 
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos 
termos do art. 32 desta Lei.
§ 5º Informado do extravio da informação solicitada, poderá o 
interessado requerer à autoridade competente a imediata abertura 
de sindicância para apurar o desaparecimento da respectiva docu-
mentação.
§ 6º Verificada a hipótese prevista no § 5º deste artigo, o res-
ponsável pela guarda da informação extraviada deverá, no prazo de 
10 (dez) dias, justificar o fato e indicar testemunhas que compro-
vem sua alegação.
Art. 8º É dever dos órgãos e entidades públicas promover, in-
dependentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil 
acesso, no âmbito de suas competências, de informações de inte-
resse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.
§ 1º Na divulgação das informações a que se refere o caput, 
deverão constar, no mínimo:
I - registro das competências e estrutura organizacional, en-
dereços e telefones das respectivas unidades e horários de atendi-
mento ao público;
II - registros de quaisquer repasses ou transferências de recur-
sos financeiros;
III - registros das despesas;
IV - informações concernentes a procedimentos licitatórios, in-
clusive os respectivos editais e resultados, bem comoa todos os 
contratos celebrados;
V - dados gerais para o acompanhamento de programas, ações, 
projetos e obras de órgãos e entidades; e
VI - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade.
§ 2º Para cumprimento do disposto no caput, os órgãos e enti-
dades públicas deverão utilizar todos os meios e instrumentos legí-
timos de que dispuserem, sendo obrigatória a divulgação em sítios 
oficiais da rede mundial de computadores (internet).
§ 3º Os sítios de que trata o § 2º deverão, na forma de regula-
mento, atender, entre outros, aos seguintes requisitos:
I - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita o 
acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em 
linguagem de fácil compreensão;
II - possibilitar a gravação de relatórios em diversos formatos 
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
III - possibilitar o acesso automatizado por sistemas externos 
em formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
IV - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
ção da informação;
V - garantir a autenticidade e a integridade das informações 
disponíveis para acesso;
VI - manter atualizadas as informações disponíveis para acesso;
VII - indicar local e instruções que permitam ao interessado co-
municar-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entida-
de detentora do sítio; e
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
23
VIII - adotar as medidas necessárias para garantir a acessibili-
dade de conteúdo para pessoas com deficiência, nos termos do art. 
17 da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do art. 9º da 
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovada 
pelo Decreto Legislativo nº 186, de 9 de julho de 2008.
§ 4º Os Municípios com população de até 10.000 (dez mil) ha-
bitantes ficam dispensados da divulgação obrigatória na internet 
a que se refere o § 2º , mantida a obrigatoriedade de divulgação, 
em tempo real, de informações relativas à execução orçamentária e 
financeira, nos critérios e prazos previstos no art. 73-B da Lei Com-
plementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal).
Art. 9º O acesso a informações públicas será assegurado me-
diante:
I - criação de serviço de informações ao cidadão, nos órgãos e 
entidades do poder público, em local com condições apropriadas 
para:
a) atender e orientar o público quanto ao acesso a informa-
ções;
b) informar sobre a tramitação de documentos nas suas res-
pectivas unidades;
c) protocolizar documentos e requerimentos de acesso a infor-
mações; e
II - realização de audiências ou consultas públicas, incentivo à 
participação popular ou a outras formas de divulgação.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Seção I
Do Pedido de Acesso
Art. 10. Qualquer interessado poderá apresentar pedido de 
acesso a informações aos órgãos e entidades referidos no art. 1º 
desta Lei, por qualquer meio legítimo, devendo o pedido conter a 
identificação do requerente e a especificação da informação reque-
rida.
§ 1º Para o acesso a informações de interesse público, a identi-
ficação do requerente não pode conter exigências que inviabilizem 
a solicitação.
§ 2º Os órgãos e entidades do poder público devem viabilizar 
alternativa de encaminhamento de pedidos de acesso por meio de 
seus sítios oficiais na internet.
§ 3º São vedadas quaisquer exigências relativas aos motivos 
determinantes da solicitação de informações de interesse público.
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conce-
der o acesso imediato à informação disponível.
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma 
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deve-
rá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, 
efetuar a reprodução ou obter a certidão;
II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou 
parcial, do acesso pretendido; ou
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do 
seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, 
remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o 
interessado da remessa de seu pedido de informação.
§ 2º O prazo referido no § 1º poderá ser prorrogado por mais 
10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientifi-
cado o requerente.
§ 3º Sem prejuízo da segurança e da proteção das informações 
e do cumprimento da legislação aplicável, o órgão ou entidade po-
derá oferecer meios para que o próprio requerente possa pesquisar 
a informação de que necessitar.
§ 4º Quando não for autorizado o acesso por se tratar de infor-
mação total ou parcialmente sigilosa, o requerente deverá ser infor-
mado sobre a possibilidade de recurso, prazos e condições para sua 
interposição, devendo, ainda, ser-lhe indicada a autoridade compe-
tente para sua apreciação.
§ 5º A informação armazenada em formato digital será forneci-
da nesse formato, caso haja anuência do requerente.
§ 6º Caso a informação solicitada esteja disponível ao público 
em formato impresso, eletrônico ou em qualquer outro meio de 
acesso universal, serão informados ao requerente, por escrito, o 
lugar e a forma pela qual se poderá consultar, obter ou reproduzir 
a referida informação, procedimento esse que desonerará o órgão 
ou entidade pública da obrigação de seu fornecimento direto, salvo 
se o requerente declarar não dispor de meios para realizar por si 
mesmo tais procedimentos.
Art. 12. O serviço de busca e fornecimento da informação é 
gratuito, salvo nas hipóteses de reprodução de documentos pelo 
órgão ou entidade pública consultada, situação em que poderá ser 
cobrado exclusivamente o valor necessário ao ressarcimento do 
custo dos serviços e dos materiais utilizados.
Parágrafo único. Estará isento de ressarcir os custos previstos 
no caput todo aquele cuja situação econômica não lhe permita fa-
zê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, declarada nos 
termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
Art. 13. Quando se tratar de acesso à informação contida em 
documento cuja manipulação possa prejudicar sua integridade, de-
verá ser oferecida a consulta de cópia, com certificação de que esta 
confere com o original.
Parágrafo único. Na impossibilidade de obtenção de cópias, o 
interessado poderá solicitar que, a suas expensas e sob supervisão 
de servidor público, a reprodução seja feita por outro meio que não 
ponha em risco a conservação do documento original.
Art. 14. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão 
de negativa de acesso, por certidão ou cópia.
Seção II
Dos Recursos
Art. 15. No caso de indeferimento de acesso a informações ou 
às razões da negativa do acesso, poderá o interessado interpor re-
curso contra a decisão no prazo de 10 (dez) dias a contar da sua 
ciência.
Parágrafo único. O recurso será dirigido à autoridade hierarqui-
camente superior à que exarou a decisão impugnada, que deverá se 
manifestar no prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou enti-
dades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à 
Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) 
dias se:
I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for ne-
gado;
II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou par-
cialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classi-
ficadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido 
pedido de acesso ou desclassificação;
III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa 
estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e
IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedi-
mentos previstos nesta Lei.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gido à Controladoria-Geral da União depois de submetido à apre-
ciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior 
àquela que exarou a decisãoimpugnada, que deliberará no prazo 
de 5 (cinco) dias.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
24
§ 2º Verificada a procedência das razões do recurso, a Contro-
ladoria-Geral da União determinará ao órgão ou entidade que ado-
te as providências necessárias para dar cumprimento ao disposto 
nesta Lei.
§ 3º Negado o acesso à informação pela Controladoria-Geral da 
União, poderá ser interposto recurso à Comissão Mista de Reavalia-
ção de Informações, a que se refere o art. 35.
Art. 17. No caso de indeferimento de pedido de desclassifica-
ção de informação protocolado em órgão da administração públi-
ca federal, poderá o requerente recorrer ao Ministro de Estado da 
área, sem prejuízo das competências da Comissão Mista de Reava-
liação de Informações, previstas no art. 35, e do disposto no art. 16.
§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser diri-
gido às autoridades mencionadas depois de submetido à aprecia-
ção de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior à 
autoridade que exarou a decisão impugnada e, no caso das Forças 
Armadas, ao respectivo Comando.
§ 2º Indeferido o recurso previsto no caput que tenha como 
objeto a desclassificação de informação secreta ou ultrassecreta, 
caberá recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações 
prevista no art. 35.
Art. 18. Os procedimentos de revisão de decisões denegatórias 
proferidas no recurso previsto no art. 15 e de revisão de classifica-
ção de documentos sigilosos serão objeto de regulamentação pró-
pria dos Poderes Legislativo e Judiciário e do Ministério Público, em 
seus respectivos âmbitos, assegurado ao solicitante, em qualquer 
caso, o direito de ser informado sobre o andamento de seu pedido.
Art. 19. (VETADO).
§ 1º (VETADO).
§ 2º Os órgãos do Poder Judiciário e do Ministério Público infor-
marão ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do 
Ministério Público, respectivamente, as decisões que, em grau de 
recurso, negarem acesso a informações de interesse público.
Art. 20. Aplica-se subsidiariamente, no que couber, a Lei nº 
9.784, de 29 de janeiro de 1999, ao procedimento de que trata este 
Capítulo.
CAPÍTULO IV
DAS RESTRIÇÕES DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Seção I
Disposições Gerais
Art. 21. Não poderá ser negado acesso à informação necessária 
à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem 
sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos prati-
cada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não 
poderão ser objeto de restrição de acesso.
Art. 22. O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses 
legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo 
industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômi-
ca pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha 
qualquer vínculo com o poder público.
Seção II
Da Classificação Da Informação Quanto Ao Grau E Prazos De 
Sigilo
Art. 23. São consideradas imprescindíveis à segurança da socie-
dade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificação as infor-
mações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
de do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as 
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas 
em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica 
ou monetária do País;
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
cos das Forças Armadas;
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, 
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional;
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autori-
dades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de in-
vestigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a pre-
venção ou repressão de infrações.
Art. 24. A informação em poder dos órgãos e entidades públi-
cas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à 
segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como 
ultrassecreta, secreta ou reservada.
§ 1º Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, 
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data 
de sua produção e são os seguintes:
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos;
II - secreta: 15 (quinze) anos; e
III - reservada: 5 (cinco) anos.
§ 2º As informações que puderem colocar em risco a segurança 
do Presidente e Vice-Presidente da República e respectivos cônju-
ges e filhos(as) serão classificadas como reservadas e ficarão sob si-
gilo até o término do mandato em exercício ou do último mandato, 
em caso de reeleição.
§ 3º Alternativamente aos prazos previstos no § 1º , poderá ser 
estabelecida como termo final de restrição de acesso a ocorrência 
de determinado evento, desde que este ocorra antes do transcurso 
do prazo máximo de classificação.
§ 4º Transcorrido o prazo de classificação ou consumado o 
evento que defina o seu termo final, a informação tornar-se-á, au-
tomaticamente, de acesso público.
§ 5º Para a classificação da informação em determinado grau 
de sigilo, deverá ser observado o interesse público da informação e 
utilizado o critério menos restritivo possível, considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do 
Estado; e
II - o prazo máximo de restrição de acesso ou o evento que 
defina seu termo final.
Seção III
Da Proteção E Do Controle De Informações Sigilosas
Art. 25. É dever do Estado controlar o acesso e a divulgação 
de informações sigilosas produzidas por seus órgãos e entidades, 
assegurando a sua proteção. (Regulamento)
§ 1º O acesso, a divulgação e o tratamento de informação clas-
sificada como sigilosa ficarão restritos a pessoas que tenham ne-
cessidade de conhecê-la e que sejam devidamente credenciadas na 
forma do regulamento, sem prejuízo das atribuições dos agentes 
públicos autorizados por lei.
§ 2º O acesso à informação classificada como sigilosa cria a 
obrigação para aquele que a obteve de resguardar o sigilo.
§ 3º Regulamento disporá sobre procedimentos e medidas a 
serem adotados para o tratamento de informação sigilosa, de modo 
a protegê-la contra perda, alteração indevida, acesso, transmissão e 
divulgação não autorizados.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
25
Art. 26. As autoridades públicas adotarão as providências ne-
cessárias para que o pessoal a elas subordinado hierarquicamente 
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de segu-
rança para tratamento de informações sigilosas.
Parágrafo único. A pessoa física ou entidade privada que, em 
razão de qualquer vínculo com o poder público, executar atividades 
de tratamento de informações sigilosas adotará as providências ne-
cessárias para que seus empregados, prepostos ou representantes 
observem as medidas e procedimentos de segurança das informa-
ções resultantes da aplicação desta Lei.
Seção IV
Dos Procedimentos de Classificação Reclassificação e Des-
classificação
Art. 27. A classificação do sigilo de informações no âmbito da 
administração pública federal é de competência: (Regulamento)
I - no grau de ultrassecreto, das seguintes autoridades:
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
gativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes 
no exterior;
II - no grau de secreto, das autoridades referidas no inciso I, dos 
titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e socieda-
des de economia mista; e
III - no grau de reservado, das autoridades referidas nos incisos 
I e II e das que exerçam funções de direção, comandoou chefia, 
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento 
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com regula-
mentação específica de cada órgão ou entidade, observado o dis-
posto nesta Lei.
§ 1º A competência prevista nos incisos I e II, no que se refere 
à classificação como ultrassecreta e secreta, poderá ser delegada 
pela autoridade responsável a agente público, inclusive em missão 
no exterior, vedada a subdelegação.
§ 2º A classificação de informação no grau de sigilo ultrassecre-
to pelas autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I de-
verá ser ratificada pelos respectivos Ministros de Estado, no prazo 
previsto em regulamento.
§ 3º A autoridade ou outro agente público que classificar in-
formação como ultrassecreta deverá encaminhar a decisão de que 
trata o art. 28 à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, a 
que se refere o art. 35, no prazo previsto em regulamento.
Art. 28. A classificação de informação em qualquer grau de si-
gilo deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os 
seguintes elementos:
I - assunto sobre o qual versa a informação;
II - fundamento da classificação, observados os critérios esta-
belecidos no art. 24;
III - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou 
dias, ou do evento que defina o seu termo final, conforme limites 
previstos no art. 24; e
IV - identificação da autoridade que a classificou.
Parágrafo único. A decisão referida no caput será mantida no 
mesmo grau de sigilo da informação classificada.
Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela au-
toridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente supe-
rior, mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previs-
tos em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução 
do prazo de sigilo, observado o disposto no art. 24. (Regulamento)
§ 1º O regulamento a que se refere o caput deverá considerar 
as peculiaridades das informações produzidas no exterior por auto-
ridades ou agentes públicos.
§ 2º Na reavaliação a que se refere o caput, deverão ser exa-
minadas a permanência dos motivos do sigilo e a possibilidade de 
danos decorrentes do acesso ou da divulgação da informação.
§ 3º Na hipótese de redução do prazo de sigilo da informação, 
o novo prazo de restrição manterá como termo inicial a data da sua 
produção.
Art. 30. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pu-
blicará, anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à 
veiculação de dados e informações administrativas, nos termos de 
regulamento:
I - rol das informações que tenham sido desclassificadas nos 
últimos 12 (doze) meses;
II - rol de documentos classificados em cada grau de sigilo, com 
identificação para referência futura;
III - relatório estatístico contendo a quantidade de pedidos de 
informação recebidos, atendidos e indeferidos, bem como informa-
ções genéricas sobre os solicitantes.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão manter exemplar da publi-
cação prevista no caput para consulta pública em suas sedes.
§ 2º Os órgãos e entidades manterão extrato com a lista de 
informações classificadas, acompanhadas da data, do grau de sigilo 
e dos fundamentos da classificação.
Seção V
Das Informações Pessoais
Art. 31. O tratamento das informações pessoais deve ser feito 
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, 
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias 
individuais.
§ 1º As informações pessoais, a que se refere este artigo, relati-
vas à intimidade, vida privada, honra e imagem:
I - terão seu acesso restrito, independentemente de classifica-
ção de sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da 
sua data de produção, a agentes públicos legalmente autorizados e 
à pessoa a que elas se referirem; e
II - poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por tercei-
ros diante de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa 
a que elas se referirem.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações de que trata 
este artigo será responsabilizado por seu uso indevido.
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exi-
gido quando as informações forem necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver 
física ou legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamen-
te para o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evi-
dente interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a 
identificação da pessoa a que as informações se referirem;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou
V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
§ 4º A restrição de acesso à informação relativa à vida privada, 
honra e imagem de pessoa não poderá ser invocada com o intuito 
de prejudicar processo de apuração de irregularidades em que o 
titular das informações estiver envolvido, bem como em ações vol-
tadas para a recuperação de fatos históricos de maior relevância.
§ 5º Regulamento disporá sobre os procedimentos para trata-
mento de informação pessoal.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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CAPÍTULO V
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 32. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
dade do agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos des-
ta Lei, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-la 
intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, bem como subtrair, destruir, inutili-
zar, desfigurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação 
que se encontre sob sua guarda ou a que tenha acesso ou conheci-
mento em razão do exercício das atribuições de cargo, emprego ou 
função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise das solicitações de acesso 
à informação;
IV - divulgar ou permitir a divulgação ou acessar ou permitir 
acesso indevido à informação sigilosa ou informação pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de 
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou 
por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação sigilosa para beneficiar a si ou a outrem, ou em prejuízo 
de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de 
agentes do Estado.
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e 
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
sideradas:
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, 
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou 
contravenção penal; ou
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro 
de 1990, e suas alterações, infrações administrativas, que deverão 
ser apenadas, no mínimo, com suspensão, segundo os critérios nela 
estabelecidos.
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou 
agente público responder, também, por improbidade administrati-
va, conforme o disposto nas Leis nºs 1.079, de 10 de abril de 1950, 
e 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 33. A pessoa física ou entidade privada que detiver infor-
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o poder 
público e deixar de observar o disposto nesta Lei estará sujeita às 
seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o poder público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-
dimento de contratar com a administração pública por prazo não 
superior a 2 (dois) anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
te a própria autoridade que aplicou a penalidade.
§ 1º As sanções previstas nos incisos I, III e IV poderão ser apli-
cadas juntamente com a do inciso II, assegurado o direito de defesa 
do interessado, no respectivo processo,no prazo de 10 (dez) dias.
§ 2º A reabilitação referida no inciso V será autorizada somente 
quando o interessado efetivar o ressarcimento ao órgão ou enti-
dade dos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção 
aplicada com base no inciso IV.
§ 3º A aplicação da sanção prevista no inciso V é de competên-
cia exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade pública, 
facultada a defesa do interessado, no respectivo processo, no prazo 
de 10 (dez) dias da abertura de vista.
Art. 34. Os órgãos e entidades públicas respondem diretamen-
te pelos danos causados em decorrência da divulgação não autori-
zada ou utilização indevida de informações sigilosas ou informações 
pessoais, cabendo a apuração de responsabilidade funcional nos 
casos de dolo ou culpa, assegurado o respectivo direito de regresso.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se à pessoa físi-
ca ou entidade privada que, em virtude de vínculo de qualquer na-
tureza com órgãos ou entidades, tenha acesso a informação sigilosa 
ou pessoal e a submeta a tratamento indevido.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 35. (VETADO).
§ 1º É instituída a Comissão Mista de Reavaliação de Informa-
ções, que decidirá, no âmbito da administração pública federal, so-
bre o tratamento e a classificação de informações sigilosas e terá 
competência para:
I - requisitar da autoridade que classificar informação como ul-
trassecreta e secreta esclarecimento ou conteúdo, parcial ou inte-
gral da informação;
II - rever a classificação de informações ultrassecretas ou se-
cretas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, 
observado o disposto no art. 7º e demais dispositivos desta Lei; e
III - prorrogar o prazo de sigilo de informação classificada como 
ultrassecreta, sempre por prazo determinado, enquanto o seu 
acesso ou divulgação puder ocasionar ameaça externa à soberania 
nacional ou à integridade do território nacional ou grave risco às 
relações internacionais do País, observado o prazo previsto no § 1º 
do art. 24.
§ 2º O prazo referido no inciso III é limitado a uma única reno-
vação.
§ 3º A revisão de ofício a que se refere o inciso II do § 1º deve-
rá ocorrer, no máximo, a cada 4 (quatro) anos, após a reavaliação 
prevista no art. 39, quando se tratar de documentos ultrassecretos 
ou secretos.
§ 4º A não deliberação sobre a revisão pela Comissão Mista de 
Reavaliação de Informações nos prazos previstos no § 3º implicará a 
desclassificação automática das informações.
§ 5º Regulamento disporá sobre a composição, organização e 
funcionamento da Comissão Mista de Reavaliação de Informações, 
observado o mandato de 2 (dois) anos para seus integrantes e de-
mais disposições desta Lei. (Regulamento)
Art. 36. O tratamento de informação sigilosa resultante de tra-
tados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
mendações constantes desses instrumentos.
Art. 37. É instituído, no âmbito do Gabinete de Segurança Insti-
tucional da Presidência da República, o Núcleo de Segurança e Cre-
denciamento (NSC), que tem por objetivos: (Regulamento)
I - promover e propor a regulamentação do credenciamento 
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para 
tratamento de informações sigilosas; e
II - garantir a segurança de informações sigilosas, inclusive 
aquelas provenientes de países ou organizações internacionais com 
os quais a República Federativa do Brasil tenha firmado tratado, 
acordo, contrato ou qualquer outro ato internacional, sem prejuízo 
das atribuições do Ministério das Relações Exteriores e dos demais 
órgãos competentes.
Parágrafo único. Regulamento disporá sobre a composição, or-
ganização e funcionamento do NSC.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
27
Art. 38. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, física ou jurí-
dica, constante de registro ou banco de dados de entidades gover-
namentais ou de caráter público.
Art. 39. Os órgãos e entidades públicas deverão proceder à rea-
valiação das informações classificadas como ultrassecretas e secre-
tas no prazo máximo de 2 (dois) anos, contado do termo inicial de 
vigência desta Lei.
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
vistos nesta Lei.
§ 2º No âmbito da administração pública federal, a reavaliação 
prevista no caput poderá ser revista, a qualquer tempo, pela Co-
missão Mista de Reavaliação de Informações, observados os termos 
desta Lei.
§ 3º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto 
no caput, será mantida a classificação da informação nos termos da 
legislação precedente.
§ 4º As informações classificadas como secretas e ultrassecre-
tas não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, 
automaticamente, de acesso público.
Art. 40. No prazo de 60 (sessenta) dias, a contar da vigência 
desta Lei, o dirigente máximo de cada órgão ou entidade da admi-
nistração pública federal direta e indireta designará autoridade que 
lhe seja diretamente subordinada para, no âmbito do respectivo ór-
gão ou entidade, exercer as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso a 
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos desta Lei;
II - monitorar a implementação do disposto nesta Lei e apre-
sentar relatórios periódicos sobre o seu cumprimento;
III - recomendar as medidas indispensáveis à implementação 
e ao aperfeiçoamento das normas e procedimentos necessários ao 
correto cumprimento do disposto nesta Lei; e
IV - orientar as respectivas unidades no que se refere ao cum-
primento do disposto nesta Lei e seus regulamentos.
Art. 41. O Poder Executivo Federal designará órgão da adminis-
tração pública federal responsável:
I - pela promoção de campanha de abrangência nacional de fo-
mento à cultura da transparência na administração pública e cons-
cientização do direito fundamental de acesso à informação;
II - pelo treinamento de agentes públicos no que se refere ao 
desenvolvimento de práticas relacionadas à transparência na admi-
nistração pública;
III - pelo monitoramento da aplicação da lei no âmbito da ad-
ministração pública federal, concentrando e consolidando a publi-
cação de informações estatísticas relacionadas no art. 30;
IV - pelo encaminhamento ao Congresso Nacional de relatório 
anual com informações atinentes à implementação desta Lei.
Art. 42. O Poder Executivo regulamentará o disposto nesta Lei 
no prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de sua pu-
blicação.
Art. 43. O inciso VI do art. 116 da Lei no 8.112, de 11 de dezem-
bro de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 116. ...................................................................
............................................................................................
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do 
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver 
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori-
dade competente para apuração;
.................................................................................” (NR)
Art. 44. O Capítulo IV do Título IV da Lei nº 8.112, de 1990, 
passa a vigorar acrescido do seguinte art. 126-A:
“Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra 
autoridade competente para apuração de informação concernente 
à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, 
ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
ção pública.”
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, 
em legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas 
nesta Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao dis-
posto no art. 9º e na Seção II do Capítulo III.
Art. 46. Revogam-se:
I - a Lei nº 11.111,de 5 de maio de 2005 ; e
II - os arts. 22 a 24 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991.
Art. 47. Esta Lei entra em vigor 180 (cento e oitenta) dias após 
a data de sua publicação.
Brasília, 18 de novembro de 2011; 190º da Independência e 
123º da República.
EXERCÍCIOS
01. No que concerne ao previsto na Lei de Acesso à Informação, 
Lei no 12.527/11, é correto afirmar:
A. quando não for autorizado acesso integral à informação por 
ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigi-
losa por meio de certidão, extrato ou cópia com ocultação da parte 
sob sigilo.
B. a acesso à informação de que trata a Lei compreende, en-
tre outros, os direitos de obter informação contida em registros ou 
documentos, produzidos ou acumulados por órgãos ou entidades, 
com exceção dos documentos recolhidos aos arquivos públicos.
C. os procedimentos previstos pela Lei destinam-se a assegu-
rar o direito de acesso à informação e devem ser executados em 
conformidade com os princípios da administração pública com a 
diretriz básica da publicidade e do sigilo como preceito geral, sem 
exceções.
D. às entidades privadas sem fins lucrativos, não são aplicadas 
as disposições desta Lei, quando recebem para realização de ações 
de interesse público, recursos públicos diretamente do orçamento 
ou mediante subvenções sociais e contratos de gestão.
E. o Estado deve garantir o direito de acesso à informação, que 
será franqueada, mediante pedidos devidamente justificados e 
comprovados pelo solicitante, através de procedimentos objetivos, 
de forma transparente e clara.
02. A classificação de documento ostensivo é dada àqueles cuja 
divulgação não prejudica a administração e os documentos consi-
derados sigilosos devem ser restritos e necessitam de medidas 
especiais para salvaguarda. Alguns documentos de um escritório 
de advocacia foram analisados como sigilosos, havendo, para isso, 
classificações quanto ao grau de sigilo. Quais são as classificações 
correspondentes à categoria de sigilo?
A. Ostensivo; Sigiloso e Ultrassecreto.
B. Ultrassecreto; Secreto e Reservado.
C. Secreto; Ostensivo e Sigiloso.
D. Reservado, Sigiloso e Ostensivo.
03. No que concerne à Lei de Acesso à Informação, Lei Federal 
n° 12.527/ 2011, é correto afirmar que
A. assegura o direito fundamental de acesso à informação em 
conformidade com as diretrizes de observância da publicidade 
como preceito geral e do sigilo como exceção e divulgação de infor-
mações, exclusivamente mediante solicitações.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
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B. estão subordinados ao regime desta lei, os órgãos públicos 
integrantes da administração direta dos Poderes Executivo, Legisla-
tivo, excluindo as Cortes de Contas, e incluindo o Judiciário, o Minis-
tério Público, as autarquias, as fundações e as empresas públicas.
C. é dever do Estado garantir o direito de acesso à informação, 
que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, 
de forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.
D. compreende o direito de se obter orientação sobre os proce-
dimentos para acesso, o local onde poderá ser obtida a informação 
contida em registros ou apenas nos documentos recolhidos em ar-
quivos públicos.
E. compreende o acesso às informações referentes a projetos 
de pesquisa e desenvolvimento científicos ou tecnológicos inde-
pendentemente do sigilo imprescindível à segurança da sociedade 
e do Estado.
04. Foi publicado, no dia 27 de fevereiro de 2019, pelo Presi-
dente da República, Decreto revogando as alterações realizadas em 
janeiro de 2019 na Lei de Acesso à Informação - LAI, as quais da-
vam a servidores o poder de impor sigilo a documentos públicos, 
classificando-os como “ultrassecretos”. Com a revogação, o Decre-
to de 2012 que regulamenta a Lei de Acesso à Informação volta a 
ter sua redação original. De acordo com as normas originais da Lei 
12.527/2011 e do Decreto 7.724/2012, assinale a opção INCORRE-
TA:
A. A informação sigilosa, no âmbito da União, pode ser classifi-
cada como ultrassecreta pelo presidente, vice-presidente, ministros 
de Estado e autoridades com a mesma prerrogativa, assim como 
pelos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, e 
chefes de missões diplomáticas e permanentes no exterior.
B. As informações pessoais, à intimidade, vida privada, honra e 
imagem, serão classificadas sempre como ultrassecreto e terão seu 
acesso restrito pelo prazo de até 100 (cem) anos a contar da morte 
da pessoa a que se refere a informação, à agentes públicos legal-
mente autorizados e a pessoa a que elas se referirem.
C. A classificação de informação em qualquer grau de sigilo 
deverá ser formalizada em decisão que conterá, no mínimo, os se-
guintes elementos: assunto sobre o qual versa a informação; fun-
damento da classificação; indicação do prazo de sigilo, contado em 
anos, meses ou dias, ou do evento que defina o seu termo final e 
identificação da autoridade que a classificou.
D. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publicará, 
anualmente, em sítio à disposição na internet e destinado à veicu-
lação de dados e informações administrativas, nos termos de regu-
lamento: rol das informações que tenham sido desclassificadas nos 
últimos 12 (doze) meses; rol de documentos classificados em cada 
grau de sigilo, com identificação para referência futura; relatório 
estatístico contendo a quantidade de pedidos de informação rece-
bidos, atendidos e indeferidos, bem como informações genéricas 
sobre os solicitantes.
E. A classificação das informações será reavaliada pela autori-
dade classificadora, ou por autoridade hierarquicamente superior, 
mediante provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos 
em regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do 
prazo de sigilo.
05. Segundo a Lei n° 12.527/2011, um dos objetivos do Núcleo 
de Segurança e Credenciamento (NSC), instituído no âmbito do Ga-
binete de Segurança Institucional da Presidência da República, é
A. promover e propor a regulamentação do credenciamento 
de segurança de pessoas físicas, empresas, órgãos e entidades para 
tratamento de informações sigilosas.
B. requisitar da autoridade, que classificar a informação como 
ultrassecreta e secreta, esclarecimento sobre o conteúdo parcial ou 
integral da informação.
C. rever a classificação de informações ultrassecretas ou secre-
tas, de ofício ou mediante provocação de pessoa interessada, ob-
servado o disposto no art. 7º e demais dispositivos dessa Lei.
D. indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou 
parcial, de acesso pretendido por qualquer pessoa física ou jurídica.
E. possibilitar a gravação de relatórios mensais ou anuais em 
diversos formatos eletrônicos, inclusive abertos e não proprietá-
rios, tais como planilhas e texto, de modo a facilitar a análise das 
informações solicitadas.
GABARITO
01 A
02 B
03 C
04 B
05 A
DECRETO Nº 7.724/2012
DECRETO Nº 7.724, DE 16 DE MAIO DE 2012
Regulamenta a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, que 
dispõe sobre o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do 
caput do art. 5º , no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 
da Constituição.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe 
confere o art. 84, caput, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, 
e tendo em vista o disposto na Lei nº 12.527, de 18 de novembro 
de 2011,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Este Decreto regulamenta, no âmbito do Poder Executi-
vo federal, os procedimentos para a garantia do acesso à informa-
ção e para a classificação de informações sob restrição de acesso, 
observados grau e prazo de sigilo, conforme o disposto na Lei nº 
12.527, de 18 de novembro de 2011, que dispõe sobre o acesso a 
informações previsto no inciso XXXIII do caput do art. 5º , no inciso 
II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição.
Art. 2º Os órgãos e as entidades do Poder Executivo federal 
assegurarão, às pessoas naturais e jurídicas, o direito de acesso àinformação, que será proporcionado mediante procedimentos ob-
jetivos e ágeis, de forma transparente, clara e em linguagem de fácil 
compreensão, observados os princípios da administração pública e 
as diretrizes previstas na Lei nº 12.527, de 2011.
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - informação - dados, processados ou não, que podem ser uti-
lizados para produção e transmissão de conhecimento, contidos em 
qualquer meio, suporte ou formato;
II - dados processados - dados submetidos a qualquer operação 
ou tratamento por meio de processamento eletrônico ou por meio 
automatizado com o emprego de tecnologia da informação;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
29
III - documento - unidade de registro de informações, qualquer 
que seja o suporte ou formato;
IV - informação sigilosa - informação submetida temporaria-
mente à restrição de acesso público em razão de sua imprescin-
dibilidade para a segurança da sociedade e do Estado, e aquelas 
abrangidas pelas demais hipóteses legais de sigilo;
V - informação pessoal - informação relacionada à pessoa natu-
ral identificada ou identificável, relativa à intimidade, vida privada, 
honra e imagem;
VI - tratamento da informação - conjunto de ações referentes 
à produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, 
transporte, transmissão, distribuição, arquivamento, armazena-
mento, eliminação, avaliação, destinação ou controle da informa-
ção;
VII - disponibilidade - qualidade da informação que pode ser 
conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas au-
torizados;
VIII - autenticidade - qualidade da informação que tenha sido 
produzida, expedida, recebida ou modificada por determinado indi-
víduo, equipamento ou sistema;
IX - integridade - qualidade da informação não modificada, in-
clusive quanto à origem, trânsito e destino;
X - primariedade - qualidade da informação coletada na fonte, 
com o máximo de detalhamento possível, sem modificações;
XI - informação atualizada - informação que reúne os dados 
mais recentes sobre o tema, de acordo com sua natureza, com os 
prazos previstos em normas específicas ou conforme a periodici-
dade estabelecida nos sistemas informatizados que a organizam; e
XII - documento preparatório - documento formal utilizado 
como fundamento da tomada de decisão ou de ato administrativo, 
a exemplo de pareceres e notas técnicas.
Art. 4º A busca e o fornecimento da informação são gratuitos, 
ressalvada a cobrança do valor referente ao custo dos serviços e dos 
materiais utilizados, tais como reprodução de documentos, mídias 
digitais e postagem.
Parágrafo único. Está isento de ressarcir os custos dos serviços 
e dos materiais utilizados aquele cuja situação econômica não lhe 
permita fazê-lo sem prejuízo do sustento próprio ou da família, de-
clarada nos termos da Lei nº 7.115, de 29 de agosto de 1983.
CAPÍTULO II
DA ABRANGÊNCIA
Art. 5º Sujeitam-se ao disposto neste Decreto os órgãos da ad-
ministração direta, as autarquias, as fundações públicas, as empre-
sas públicas, as sociedades de economia mista e as demais entida-
des controladas direta ou indiretamente pela União.
§ 1º A divulgação de informações de empresas públicas, socie-
dade de economia mista e demais entidades controladas pela União 
que atuem em regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 
173 da Constituição, estará submetida às normas pertinentes da 
Comissão de Valores Mobiliários, a fim de assegurar sua competiti-
vidade, governança corporativa e, quando houver, os interesses de 
acionistas minoritários.
§ 2º Não se sujeitam ao disposto neste Decreto as informações 
relativas à atividade empresarial de pessoas físicas ou jurídicas de 
direito privado obtidas pelo Banco Central do Brasil, pelas agências 
reguladoras ou por outros órgãos ou entidades no exercício de ati-
vidade de controle, regulação e supervisão da atividade econômica 
cuja divulgação possa representar vantagem competitiva a outros 
agentes econômicos.
Art. 6º O acesso à informação disciplinado neste Decreto não 
se aplica:
I - às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, 
bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comer-
cial, profissional, industrial e segredo de justiça; e
II - às informações referentes a projetos de pesquisa e desen-
volvimento científicos ou tecnológicos cujo sigilo seja imprescindí-
vel à segurança da sociedade e do Estado, na forma do §1º do art. 
7º da Lei nº 12.527, de 2011.
CAPÍTULO III
DA TRANSPARÊNCIA ATIVA
Art. 7º É dever dos órgãos e entidades promover, independente 
de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de infor-
mações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou cus-
todiadas, observado o disposto nos arts. 7º e 8º da Lei nº 12.527, 
de 2011.
§ 1º Os órgãos e entidades deverão implementar em seus sítios 
na Internet seção específica para a divulgação das informações de 
que trata o caput.
§ 2º Serão disponibilizados nos sítios na Internet dos órgãos e 
entidades, conforme padrão estabelecido pela Secretaria de Comu-
nicação Social da Presidência da República:
I - banner na página inicial, que dará acesso à seção específica 
de que trata o § 1º ; e
II - barra de identidade do Governo federal, contendo ferra-
menta de redirecionamento de página para o Portal Brasil e para o 
sítio principal sobre a Lei nº 12.527, de 2011.
§ 3º Deverão ser divulgadas, na seção específica de que trata o 
§ 1º , informações sobre:
I - estrutura organizacional, competências, legislação aplicável, 
principais cargos e seus ocupantes, endereço e telefones das unida-
des, horários de atendimento ao público;
II - programas, projetos, ações, obras e atividades, com indica-
ção da unidade responsável, principais metas e resultados e, quan-
do existentes, indicadores de resultado e impacto;
III - repasses ou transferências de recursos financeiros;
IV - execução orçamentária e financeira detalhada;
V - licitações realizadas e em andamento, com editais, anexos e 
resultados, além dos contratos firmados e notas de empenho emi-
tidas;
VI - remuneração e subsídio recebidos por ocupante de cargo, 
posto, graduação, função e emprego público, incluídos os auxílios, 
as ajudas de custo, os jetons e outras vantagens pecuniárias, além 
dos proventos de aposentadoria e das pensões daqueles servidores 
e empregados públicos que estiverem na ativa, de maneira indivi-
dualizada, conforme estabelecido em ato do Ministro de Estado da 
Economia; (Redação dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
VII - respostas a perguntas mais frequentes da sociedade; (Re-
dação dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
VIII - contato da autoridade de monitoramento, designada nos 
termos do art. 40 da Lei nº 12.527, de 2011 , e telefone e correio 
eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão - SIC; e (Redação 
dada pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
IX - programas financiados pelo Fundo de Amparo ao Trabalha-
dor - FAT. (Incluído pelo Decreto nº 8.408, de 2015)
§ 4º As informações poderão ser disponibilizadas por meio de 
ferramenta de redirecionamento de página na Internet, quando es-
tiverem disponíveis em outros sítios governamentais.
§ 5º No caso das empresas públicas, sociedades de economia 
mista e demais entidades controladas pela União que atuem em 
regime de concorrência, sujeitas ao disposto no art. 173 da Consti-
tuição, aplica-se o disposto no § 1º do art. 5º .
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
30
§ 6º O Banco Central do Brasil divulgará periodicamente infor-
mações relativas às operações de crédito praticadas pelas institui-
ções financeiras, inclusive as taxas de juros mínima, máxima e mé-
dia e as respectivas tarifas bancárias.
§ 7º A divulgação das informações previstas no § 3º não exclui 
outras hipóteses de publicação e divulgação de informações previs-
tas na legislação.
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Controladoria-
-Geral da União e da Economia disporá sobre a divulgação dos pro-
gramas de que trata o inciso IX do § 3º, que será feita, observado 
o disposto no Capítulo VII: (Redação dada pelo Decreto nº 9.690, 
de 2019)
I - de maneira individualizada; (Incluído pelo Decreto nº 8.408, 
de 2015)
II - por meio de informações consolidadas disponibilizadas no 
sítio eletrônico do Ministério da Economia; e (Redação dada pelo 
Decreto nº 9.690, de 2019)
III - por meio de disponibilização de variáveis das bases de 
dados para execução de cruzamentos, para fins de estudos e pes-
quisas, observado o disposto no art. 13. (Incluído pelo Decreto nº 
8.408, de 2015)
Art. 8º Os sítios eletrônicos dos órgãos e das entidades, em 
cumprimento às normas estabelecidas pelo Ministério da Econo-
mia, atenderão aos seguintes requisitos, entre outros. (Redação 
dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
I - conter formulário para pedido de acesso à informação;
II - conter ferramenta de pesquisa de conteúdo que permita 
o acesso à informação de forma objetiva, transparente, clara e em 
linguagem de fácil compreensão;
III - possibilitar gravação de relatórios em diversos formatos 
eletrônicos, inclusive abertos e não proprietários, tais como plani-
lhas e texto, de modo a facilitar a análise das informações;
IV - possibilitar acesso automatizado por sistemas externos em 
formatos abertos, estruturados e legíveis por máquina;
V - divulgar em detalhes os formatos utilizados para estrutura-
ção da informação;
VI - garantir autenticidade e integridade das informações dis-
poníveis para acesso;
VII - indicar instruções que permitam ao requerente comuni-
car-se, por via eletrônica ou telefônica, com o órgão ou entidade; e
VIII - garantir a acessibilidade de conteúdo para pessoas com 
deficiência.
CAPÍTULO IV
DA TRANSPARÊNCIA PASSIVA
SEÇÃO I
DO SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AO CIDADÃO
Art. 9º Os órgãos e entidades deverão criar Serviço de Informa-
ções ao Cidadão - SIC, com o objetivo de:
I - atender e orientar o público quanto ao acesso à informação;
II - informar sobre a tramitação de documentos nas unidades; e
III - receber e registrar pedidos de acesso à informação.
Parágrafo único. Compete ao SIC:
I - o recebimento do pedido de acesso e, sempre que possível, 
o fornecimento imediato da informação;
II - o registro do pedido de acesso em sistema eletrônico espe-
cífico e a entrega de número do protocolo, que conterá a data de 
apresentação do pedido; e
III - o encaminhamento do pedido recebido e registrado à uni-
dade responsável pelo fornecimento da informação, quando cou-
ber.
Art. 10. O SIC será instalado em unidade física identificada, de 
fácil acesso e aberta ao público.
§ 1º Nas unidades descentralizadas em que não houver SIC será 
oferecido serviço de recebimento e registro dos pedidos de acesso 
à informação.
§ 2º Se a unidade descentralizada não detiver a informação, o 
pedido será encaminhado ao SIC do órgão ou entidade central, que 
comunicará ao requerente o número do protocolo e a data de re-
cebimento do pedido, a partir da qual se inicia o prazo de resposta.
SEÇÃO II
DO PEDIDO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 11. Qualquer pessoa, natural ou jurídica, poderá formular 
pedido de acesso à informação.
§ 1º O pedido será apresentado em formulário padrão, dispo-
nibilizado em meio eletrônico e físico, no sítio na Internet e no SIC 
dos órgãos e entidades.
§ 2º O prazo de resposta será contado a partir da data de apre-
sentação do pedido ao SIC.
§ 3º É facultado aos órgãos e entidades o recebimento de pe-
didos de acesso à informação por qualquer outro meio legítimo, 
como contato telefônico, correspondência eletrônica ou física, des-
de que atendidos os requisitos do art. 12.
§ 4º Na hipótese do § 3º , será enviada ao requerente comu-
nicação com o número de protocolo e a data do recebimento do 
pedido pelo SIC, a partir da qual se inicia o prazo de resposta.
Art. 12. O pedido de acesso à informação deverá conter:
I - nome do requerente;
II - número de documento de identificação válido;
III - especificação, de forma clara e precisa, da informação re-
querida; e
IV - endereço físico ou eletrônico do requerente, para recebi-
mento de comunicações ou da informação requerida.
Art. 13. Não serão atendidos pedidos de acesso à informação:
I - genéricos;
II - desproporcionais ou desarrazoados; ou
III - que exijam trabalhos adicionais de análise, interpretação 
ou consolidação de dados e informações, ou serviço de produção 
ou tratamento de dados que não seja de competência do órgão ou 
entidade.
Parágrafo único. Na hipótese do inciso III do caput, o órgão ou 
entidade deverá, caso tenha conhecimento, indicar o local onde se 
encontram as informações a partir das quais o requerente poderá 
realizar a interpretação, consolidação ou tratamento de dados.
Art. 14. São vedadas exigências relativas aos motivos do pedido 
de acesso à informação.
SEÇÃO III
DO PROCEDIMENTO DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 15. Recebido o pedido e estando a informação disponível, 
o acesso será imediato.
§ 1º Caso não seja possível o acesso imediato, o órgão ou enti-
dade deverá, no prazo de até vinte dias:
I - enviar a informação ao endereço físico ou eletrônico infor-
mado;
II - comunicar data, local e modo para realizar consulta à infor-
mação, efetuar reprodução ou obter certidão relativa à informação;
III - comunicar que não possui a informação ou que não tem 
conhecimento de sua existência;
IV - indicar, caso tenha conhecimento, o órgão ou entidade res-
ponsável pela informação ou que a detenha; ou
V - indicar as razões da negativa, total ou parcial, do acesso.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
31
§ 2º Nas hipóteses em que o pedido de acesso demandar ma-
nuseio de grande volume de documentos, ou a movimentação do 
documento puder comprometer sua regular tramitação, será ado-
tada a medida prevista no inciso II do § 1º .
§ 3º Quando a manipulação puder prejudicar a integridade da 
informação ou do documento, o órgão ou entidade deverá indicar 
data, local e modo para consulta, ou disponibilizar cópia, com certi-
ficação de que confere com o original.
§ 4º Na impossibilidade de obtenção de cópia de que trata o 
§ 3º , o requerente poderá solicitar que, às suas expensas e sob 
supervisão de servidor público, a reprodução seja feita por outro 
meio que não ponha em risco a integridade do documento original.
Art. 16. O prazo para resposta do pedido poderá ser prorroga-
do por dez dias, mediante justificativa encaminhada ao requerente 
antes do término do prazo inicial de vinte dias.
Art. 17. Caso a informação esteja disponível ao público em for-
mato impresso, eletrônico ou em outro meio de acesso universal, o 
órgão ou entidade deverá orientar o requerente quanto ao local e 
modo para consultar, obter ou reproduzir a informação.
Parágrafo único. Na hipótese do caput o órgão ou entidade de-
sobriga-se do fornecimento direto da informação, salvo se o reque-
rente declarar não dispor de meios para consultar, obter ou repro-
duzir a informação.
Art. 18. Quando o fornecimento da informação implicar repro-
dução de documentos, o órgão ou entidade, observado o prazo de 
resposta ao pedido, disponibilizará ao requerente Guia de Recolhi-
mento da União - GRU ou documento equivalente, para pagamento 
dos custos dos serviços e dos materiais utilizados.
Parágrafo único. A reprodução de documentos ocorrerá no pra-
zo de dez dias, contado da comprovação do pagamento pelo reque-
rente ou da entrega de declaração de pobreza por ele firmada, nos 
termos da Lei nº 7.115, de 1983, ressalvadas hipóteses justificadas 
em que, devido ao volume ou ao estado dos documentos, a repro-
dução demande prazo superior.
Art. 19. Negado o pedido de acesso à informação, será enviada 
ao requerente, no prazo de resposta, comunicação com:
I - razões da negativa de acesso e seu fundamento legal;
II - possibilidade e prazo de recurso, com indicação da autorida-
de que o apreciará; e
III - possibilidade de apresentação de pedido de desclassifica-
ção da informação, quando for o caso, com indicação da autoridade 
classificadora que o apreciará.
§1º As razõesde negativa de acesso a informação classificada 
indicarão o fundamento legal da classificação, a autoridade que a 
classificou e o código de indexação do documento classificado.
§ 2º Os órgãos e entidades disponibilizarão formulário padrão 
para apresentação de recurso e de pedido de desclassificação.
Art. 20. O acesso a documento preparatório ou informação 
nele contida, utilizados como fundamento de tomada de decisão 
ou de ato administrativo, será assegurado a partir da edição do ato 
ou decisão.
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda e o Banco Central do 
Brasil classificarão os documentos que embasarem decisões de polí-
tica econômica, tais como fiscal, tributária, monetária e regulatória.
SEÇÃO IV
DOS RECURSOS
Art. 21. No caso de negativa de acesso à informação ou de não 
fornecimento das razões da negativa do acesso, poderá o reque-
rente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência 
da decisão, à autoridade hierarquicamente superior à que adotou 
a decisão, que deverá apreciá-lo no prazo de cinco dias, contado da 
sua apresentação.
Parágrafo único. Desprovido o recurso de que trata o caput, po-
derá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado 
da ciência da decisão, à autoridade máxima do órgão ou entidade, 
que deverá se manifestar em cinco dias contados do recebimento 
do recurso.
Art. 22. No caso de omissão de resposta ao pedido de acesso à 
informação, o requerente poderá apresentar reclamação no prazo 
de dez dias à autoridade de monitoramento de que trata o art. 40 
da Lei nº 12.527, de 2011, que deverá se manifestar no prazo de 
cinco dias, contado do recebimento da reclamação.
§ 1º O prazo para apresentar reclamação começará trinta dias 
após a apresentação do pedido.
§ 2º A autoridade máxima do órgão ou entidade poderá desig-
nar outra autoridade que lhe seja diretamente subordinada como 
responsável pelo recebimento e apreciação da reclamação.
Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único 
do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, pode-
rá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado 
da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá 
se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do 
recurso.
§ 1º A Controladoria-Geral da União poderá determinar que o 
órgão ou entidade preste esclarecimentos.
§ 2º Provido o recurso, a Controladoria-Geral da União fixará 
prazo para o cumprimento da decisão pelo órgão ou entidade.
Art. 24. No caso de negativa de acesso à informação, ou às ra-
zões da negativa do acesso de que trata o caput do art. 21, des-
provido o recurso pela Controladoria-Geral da União, o requeren-
te poderá apresentar, no prazo de dez dias, contado da ciência da 
decisão, recurso à Comissão Mista de Reavaliação de Informações, 
observados os procedimentos previstos no Capítulo VI.
CAPÍTULO V
DAS INFORMAÇÕES CLASSIFICADAS EM GRAU DE SIGILO
SEÇÃO I
DA CLASSIFICAÇÃO DE INFORMAÇÕES QUANTO AO GRAU E 
PRAZOS DE SIGILO
Art. 25. São passíveis de classificação as informações conside-
radas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado, cuja 
divulgação ou acesso irrestrito possam:
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integrida-
de do território nacional;
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as 
relações internacionais do País;
III - prejudicar ou pôr em risco informações fornecidas em cará-
ter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais;
IV - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população;
V - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica 
ou monetária do País;
VI - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégi-
cos das Forças Armadas;
VII - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desen-
volvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, 
instalações ou áreas de interesse estratégico nacional, observado o 
disposto no inciso II do caput do art. 6º ;
VIII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas auto-
ridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou
IX - comprometer atividades de inteligência, de investigação ou 
de fiscalização em andamento, relacionadas com prevenção ou re-
pressão de infrações.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
32
Art. 26. A informação em poder dos órgãos e entidades, obser-
vado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança 
da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada no grau ultrasse-
creto, secreto ou reservado.
Art. 27. Para a classificação da informação em grau de sigilo, 
deverá ser observado o interesse público da informação e utilizado 
o critério menos restritivo possível, considerados:
I - a gravidade do risco ou dano à segurança da sociedade e do 
Estado; e
II - o prazo máximo de classificação em grau de sigilo ou o even-
to que defina seu termo final.
Art. 28. Os prazos máximos de classificação são os seguintes:
I - grau ultrassecreto: vinte e cinco anos;
II - grau secreto: quinze anos; e
III - grau reservado: cinco anos.
Parágrafo único. Poderá ser estabelecida como termo final de 
restrição de acesso a ocorrência de determinado evento, observa-
dos os prazos máximos de classificação.
Art. 29. As informações que puderem colocar em risco a segu-
rança do Presidente da República, Vice-Presidente e seus cônjuges 
e filhos serão classificadas no grau reservado e ficarão sob sigilo até 
o término do mandato em exercício ou do último mandato, em caso 
de reeleição.
Art. 30. A classificação de informação é de competência:
I - no grau ultrassecreto, das seguintes autoridades:
a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerro-
gativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes 
no exterior;
II - no grau secreto, das autoridades referidas no inciso I do 
caput, dos titulares de autarquias, fundações, empresas públicas e 
sociedades de economia mista; e
III - no grau reservado, das autoridades referidas nos incisos I 
e II do caput e das que exerçam funções de direção, comando ou 
chefia do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS , nível 
DAS 101.5 ou superior, e seus equivalentes.
§ 1º É vedada a delegação da competência de classificação nos 
graus de sigilo ultrassecreto ou secreto. (Repristinado pelo Decreto 
nº 9.716, de 2019)
§ 2º O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá delegar 
a competência para classificação no grau reservado a agente públi-
co que exerça função de direção, comando ou chefia. (Repristinado 
pelo Decreto nº 9.716, de 2019)
§ 3º É vedada a subdelegação da competência de que trata o § 
2º . (Repristinado pelo Decreto nº 9.716, de 2019)
§ 4º Os agentes públicos referidos no § 2º deverão dar ciência 
do ato de classificação à autoridade delegante, no prazo de noventa 
dias. (Repristinado pelo Decreto nº 9.716, de 2019)
§ 5º A classificação de informação no grau ultrassecreto pelas 
autoridades previstas nas alíneas “d” e “e” do inciso I do caput de-
verá ser ratificada pelo Ministro de Estado, no prazo de trinta dias.
§ 6º Enquanto não ratificada, a classificação de que trata o § 5º 
considera-se válida, para todos os efeitos legais.
SEÇÃO II
DOS PROCEDIMENTOS PARA CLASSIFICAÇÃO DE INFORMA-
ÇÃO
Art. 31. A decisão que classificar a informação em qualquer 
grau de sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação de 
Informação - TCI, conforme modelo contido no Anexo, e conterá o 
seguinte:
I - código de indexação de documento;
II - grau de sigilo;
III - categoria na qual se enquadra a informação;
IV - tipo de documento;
V - data da produção do documento;
VI - indicação de dispositivo legal que fundamenta a classifica-
ção;
VII - razões da classificação, observados os critérios estabeleci-
dos no art. 27;
VIII - indicação do prazo de sigilo, contado em anos, meses ou 
dias, ou do evento que defina o seu termo final, observados oslimi-
tes previstos no art. 28;
IX - data da classificação; e
X - identificação da autoridade que classificou a informação.
§ 1º O TCI seguirá anexo à informação.
§ 2º As informações previstas no inciso VII do caput deverão ser 
mantidas no mesmo grau de sigilo que a informação classificada.
§ 3º A ratificação da classificação de que trata o § 5º do art. 30 
deverá ser registrada no TCI.
Art. 32. A autoridade ou outro agente público que classificar 
informação no grau ultrassecreto ou secreto deverá encaminhar 
cópia do TCI à Comissão Mista de Reavaliação de Informações no 
prazo de trinta dias, contado da decisão de classificação ou de ra-
tificação .
Art. 33. Na hipótese de documento que contenha informações 
classificadas em diferentes graus de sigilo, será atribuído ao docu-
mento tratamento do grau de sigilo mais elevado, ficando assegura-
do o acesso às partes não classificadas por meio de certidão, extra-
to ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo .
Art. 34. Os órgãos e entidades poderão constituir Comissão 
Permanente de Avaliação de Documentos Sigilosos - CPADS, com as 
seguintes atribuições:
I - opinar sobre a informação produzida no âmbito de sua atua-
ção para fins de classificação em qualquer grau de sigilo;
II - assessorar a autoridade classificadora ou a autoridade hie-
rarquicamente superior quanto à desclassificação, reclassificação 
ou reavaliação de informação classificada em qualquer grau de si-
gilo;
III - propor o destino final das informações desclassificadas, 
indicando os documentos para guarda permanente, observado o 
disposto na Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991 ; e
IV - subsidiar a elaboração do rol anual de informações desclas-
sificadas e documentos classificados em cada grau de sigilo, a ser 
disponibilizado na Internet.
SEÇÃO III
DA DESCLASSIFICAÇÃO E REAVALIAÇÃO DA INFORMAÇÃO 
CLASSIFICADA EM GRAU DE SIGILO
Art. 35. A classificação das informações será reavaliada pela 
autoridade classificadora ou por autoridade hierarquicamente su-
perior, mediante provocação ou de ofício, para desclassificação ou 
redução do prazo de sigilo.
Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto no caput, 
além do disposto no art. 27, deverá ser observado:
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
33
I - o prazo máximo de restrição de acesso à informação, previs-
to no art. 28;
II - o prazo máximo de quatro anos para revisão de ofício das 
informações classificadas no grau ultrassecreto ou secreto, previsto 
no inciso I do caput do art. 47;
III - a permanência das razões da classificação;
IV - a possibilidade de danos ou riscos decorrentes da divulga-
ção ou acesso irrestrito da informação; e
V - a peculiaridade das informações produzidas no exterior por 
autoridades ou agentes públicos.
Art. 36. O pedido de desclassificação ou de reavaliação da clas-
sificação poderá ser apresentado aos órgãos e entidades indepen-
dente de existir prévio pedido de acesso à informação.
Parágrafo único. O pedido de que trata o caput será endereça-
do à autoridade classificadora, que decidirá no prazo de trinta dias.
Art. 37. Negado o pedido de desclassificação ou de reavalia-
ção pela autoridade classificadora, o requerente poderá apresentar 
recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da negativa, ao 
Ministro de Estado ou à autoridade com as mesmas prerrogativas , 
que decidirá no prazo de trinta dias.
§ 1º Nos casos em que a autoridade classificadora esteja vin-
culada a autarquia, fundação, empresa pública ou sociedade de 
economia mista, o recurso será apresentado ao dirigente máximo 
da entidade .
§ 2º No caso das Forças Armadas, o recurso será apresentado 
primeiramente perante o respectivo Comandante, e, em caso de 
negativa, ao Ministro de Estado da Defesa.
§ 3º No caso de informações produzidas por autoridades ou 
agentes públicos no exterior, o requerimento de desclassificação e 
reavaliação será apreciado pela autoridade hierarquicamente supe-
rior que estiver em território brasileiro.
§ 4º Desprovido o recurso de que tratam o caput e os §§1º 
a 3º , poderá o requerente apresentar recurso à Comissão Mista 
de Reavaliação de Informações, no prazo de dez dias, contado da 
ciência da decisão.
Art. 38. A decisão da desclassificação, reclassificação ou redu-
ção do prazo de sigilo de informações classificadas deverá constar 
das capas dos processos, se houver, e de campo apropriado no TCI.
SEÇÃO IV
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 39. As informações classificadas no grau ultrassecreto ou 
secreto serão definitivamente preservadas, nos termos da Lei nº 
8.159, de 1991, observados os procedimentos de restrição de aces-
so enquanto vigorar o prazo da classificação.
Art. 40. As informações classificadas como documentos de 
guarda permanente que forem objeto de desclassificação serão en-
caminhadas ao Arquivo Nacional, ao arquivo permanente do órgão 
público, da entidade pública ou da instituição de caráter público, 
para fins de organização, preservação e acesso.
Art. 41. As informações sobre condutas que impliquem viola-
ção dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a man-
do de autoridades públicas não poderão ser objeto de classificação 
em qualquer grau de sigilo nem ter seu acesso negado.
Art. 42. Não poderá ser negado acesso às informações neces-
sárias à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais.
Parágrafo único. O requerente deverá apresentar razões que 
demonstrem a existência de nexo entre as informações requeridas 
e o direito que se pretende proteger.
Art. 43. O acesso, a divulgação e o tratamento de informação 
classificada em qualquer grau de sigilo ficarão restritos a pessoas 
que tenham necessidade de conhecê-la e que sejam credenciadas 
segundo as normas fixadas pelo Núcleo de Segurança e Credencia-
mento, instituído no âmbito do Gabinete de Segurança Institucional 
da Presidência da República, sem prejuízo das atribuições de agen-
tes públicos autorizados por lei.
Art. 44. As autoridades do Poder Executivo federal adotarão 
as providências necessárias para que o pessoal a elas subordinado 
conheça as normas e observe as medidas e procedimentos de se-
gurança para tratamento de informações classificadas em qualquer 
grau de sigilo.
Parágrafo único. A pessoa natural ou entidade privada que, em 
razão de qualquer vínculo com o Poder Público, executar atividades 
de tratamento de informações classificadas, adotará as providên-
cias necessárias para que seus empregados, prepostos ou repre-
sentantes observem as medidas e procedimentos de segurança das 
informações.
Art. 45. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade publi-
cará anualmente, até o dia 1º de junho, em sítio na Internet:
I - rol das informações desclassificadas nos últimos doze meses;
II - rol das informações classificadas em cada grau de sigilo, que 
deverá conter:
a) código de indexação de documento;
b) categoria na qual se enquadra a informação;
c) indicação de dispositivo legal que fundamenta a classifica-
ção; e
d) data da produção, data da classificação e prazo da classifi-
cação;
III - relatório estatístico com a quantidade de pedidos de acesso 
à informação recebidos, atendidos e indeferidos; e
IV - informações estatísticas agregadas dos requerentes.
Parágrafo único. Os órgãos e entidades deverão manter em 
meio físico as informações previstas no caput, para consulta pública 
em suas sedes.
CAPÍTULO VI
DA COMISSÃO MISTA DE REAVALIAÇÃO DE INFORMAÇÕES 
CLASSIFICADAS
Art. 46. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações, insti-
tuída nos termos do § 1º do art. 35 da Lei nº 12.527, de 2011, será 
integrada pelos titulares dos seguintes órgãos:
I - Casa Civil da Presidência da República, que a presidirá;
II - Ministério da Justiça e Segurança Pública; (Redação dada 
pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
III - Ministério das Relações Exteriores;
IV - Ministério da Defesa;
V - Ministério da Economia; (Redação dada pelo Decreto nº 
9.690, de 2019)
VI - Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; 
(Redação dada pelo Decretonº 9.690, de 2019)
VII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re-
pública ; (Redação dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
VIII - Advocacia-Geral da União; e (Redação dada pelo Decreto 
nº 9.690, de 2019)
IX - Controladoria-Geral da União. (Redação dada pelo Decreto 
nº 9.690, de 2019)
X - (Revogado pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
Parágrafo único. Cada integrante indicará suplente a ser desig-
nado por ato do Presidente da Comissão.
Art. 47. Compete à Comissão Mista de Reavaliação de Infor-
mações :
I - rever, de ofício ou mediante provocação, a classificação de 
informação no grau ultrassecreto ou secreto ou sua reavaliação, no 
máximo a cada quatro anos;
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
34
II - requisitar da autoridade que classificar informação no grau 
ultrassecreto ou secreto esclarecimento ou conteúdo, parcial ou 
integral, da informação, quando as informações constantes do TCI 
não forem suficientes para a revisão da classificação;
III - decidir recursos apresentados contra decisão proferida:
a) pela Controladoria-Geral da União, em grau recursal, a pedi-
do de acesso à informação ou de abertura de base de dados, ou às 
razões da negativa de acesso à informação ou de abertura de base 
de dados; ou (Redação dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
b) pelo Ministro de Estado ou autoridade com a mesma prer-
rogativa, em grau recursal, a pedido de desclassificação ou reavalia-
ção de informação classificada;
IV - prorrogar por uma única vez, e por período determinado 
não superior a vinte e cinco anos, o prazo de sigilo de informação 
classificada no grau ultrassecreto, enquanto seu acesso ou divulga-
ção puder ocasionar ameaça externa à soberania nacional, à inte-
gridade do território nacional ou grave risco às relações internacio-
nais do País, limitado ao máximo de cinquenta anos o prazo total da 
classificação; e
V - estabelecer orientações normativas de caráter geral a fim 
de suprir eventuais lacunas na aplicação da Lei nº 12.527, de 2011.
Parágrafo único. A não deliberação sobre a revisão de ofício no 
prazo previsto no inciso I do caput implicará a desclassificação auto-
mática das informações.
Art. 48. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações se 
reunirá, ordinariamente, uma vez por mês, e, extraordinariamente, 
sempre que convocada por seu Presidente.
Parágrafo único. As reuniões serão realizadas com a presença 
de no mínimo seis integrantes.
Art. 49. Os requerimentos de prorrogação do prazo de classifi-
cação de informação no grau ultrassecreto, a que se refere o inciso 
IV do caput do art. 47, deverão ser encaminhados à Comissão Mista 
de Reavaliação de Informações em até um ano antes do vencimento 
do termo final de restrição de acesso.
Parágrafo único. O requerimento de prorrogação do prazo de 
sigilo de informação classificada no grau ultrassecreto deverá ser 
apreciado, impreterivelmente, em até três sessões subsequentes à 
data de sua autuação, ficando sobrestadas, até que se ultime a vo-
tação, todas as demais deliberações da Comissão.
Art. 50. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações de-
verá apreciar os recursos previstos no inciso III do caput do art. 47, 
impreterivelmente, até a terceira reunião ordinária subsequente à 
data de sua autuação.
Art. 51. A revisão de ofício da informação classificada no grau 
ultrassecreto ou secreto será apreciada em até três sessões anterio-
res à data de sua desclassificação automática.
Art. 52. As deliberações da Comissão Mista de Reavaliação de 
Informações serão tomadas:
I - por maioria absoluta, quando envolverem as competências 
previstas nos incisos I e IV do caput do art.47; e
II - por maioria simples dos votos, nos demais casos.
Parágrafo único. A Casa Civil da Presidência da República po-
derá exercer, além do voto ordinário, o voto de qualidade para de-
sempate.
Art. 53. A Casa Civil da Presidência da República exercerá as 
funções de Secretaria-Executiva da Comissão Mista de Reavaliação 
de Informações , cujas competências serão definidas em regimento 
interno.
Art. 54. A Comissão Mista de Reavaliação de Informações apro-
vará, por maioria absoluta, regimento interno que disporá sobre 
sua organização e funcionamento.
Parágrafo único. O regimento interno deverá ser publicado no 
Diário Oficial da União no prazo de noventa dias após a instalação 
da Comissão.
CAPÍTULO VII
DAS INFORMAÇÕES PESSOAIS
Art. 55. As informações pessoais relativas à intimidade, vida 
privada, honra e imagem detidas pelos órgãos e entidades:
I - terão acesso restrito a agentes públicos legalmente autori-
zados e a pessoa a que se referirem, independentemente de classi-
ficação de sigilo, pelo prazo máximo de cem anos a contar da data 
de sua produção; e
II - poderão ter sua divulgação ou acesso por terceiros autoriza-
dos por previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que 
se referirem.
Parágrafo único. Caso o titular das informações pessoais esteja 
morto ou ausente, os direitos de que trata este artigo assistem ao 
cônjuge ou companheiro, aos descendentes ou ascendentes, con-
forme o disposto no parágrafo único do art. 20 da Lei nº 10.406, de 
10 de janeiro de 2002, e na Lei nº 9.278, de 10 de maio de 1996.
Art. 56. O tratamento das informações pessoais deve ser feito 
de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, 
honra e imagem das pessoas, bem como às liberdades e garantias 
individuais.
Art. 57. O consentimento referido no inciso II do caput do art. 
55 não será exigido quando o acesso à informação pessoal for ne-
cessário:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver 
física ou legalmente incapaz, e para utilização exclusivamente para 
o tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de eviden-
te interesse público ou geral, previstos em lei, vedada a identifica-
ção da pessoa a que a informação se referir;
III - ao cumprimento de decisão judicial;
IV - à defesa de direitos humanos de terceiros; ou
V - à proteção do interesse público geral e preponderante.
Art. 58. A restrição de acesso a informações pessoais de que 
trata o art. 55 não poderá ser invocada:
I - com o intuito de prejudicar processo de apuração de irregu-
laridades, conduzido pelo Poder Público, em que o titular das infor-
mações for parte ou interessado; ou
II - quando as informações pessoais não classificadas estiverem 
contidas em conjuntos de documentos necessários à recuperação 
de fatos históricos de maior relevância.
Art. 59. O dirigente máximo do órgão ou entidade poderá, de 
ofício ou mediante provocação, reconhecer a incidência da hipóte-
se do inciso II do caput do art. 58, de forma fundamentada, sobre 
documentos que tenha produzido ou acumulado, e que estejam 
sob sua guarda.
§ 1º Para subsidiar a decisão de reconhecimento de que trata 
o caput, o órgão ou entidade poderá solicitar a universidades, ins-
tituições de pesquisa ou outras entidades com notória experiência 
em pesquisa historiográfica a emissão de parecer sobre a questão.
§ 2º A decisão de reconhecimento de que trata o caput será 
precedida de publicação de extrato da informação, com descrição 
resumida do assunto, origem e período do conjunto de documentos 
a serem considerados de acesso irrestrito, com antecedência de no 
mínimo trinta dias.
§ 3º Após a decisão de reconhecimento de que trata o § 2º , 
os documentos serão considerados de acesso irrestrito ao público.
§ 4º Na hipótese de documentos de elevado valor histórico 
destinados à guarda permanente, caberá ao dirigente máximo do 
Arquivo Nacional, ou à autoridade responsável pelo arquivo do ór-
gão ou entidade pública que os receber, decidir, após seu recolhi-
mento, sobre o reconhecimento, observado o procedimento pre-
visto neste artigo.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
35
Art. 60. O pedido de acesso a informações pessoais observará 
os procedimentos previstos no Capítulo IV e estará condicionado à 
comprovação da identidade do requerente.
Parágrafo único. O pedido de acessoa informações pessoais 
por terceiros deverá ainda estar acompanhado de:
I - comprovação do consentimento expresso de que trata o in-
ciso II do caput do art. 55, por meio de procuração;
II - comprovação das hipóteses previstas no art. 58;
III - demonstração do interesse pela recuperação de fatos histó-
ricos de maior relevância, observados os procedimentos previstos 
no art. 59; ou
IV - demonstração da necessidade do acesso à informação re-
querida para a defesa dos direitos humanos ou para a proteção do 
interesse público e geral preponderante.
Art. 61. O acesso à informação pessoal por terceiros será condi-
cionado à assinatura de um termo de responsabilidade, que disporá 
sobre a finalidade e a destinação que fundamentaram sua autoriza-
ção, sobre as obrigações a que se submeterá o requerente.
§ 1º A utilização de informação pessoal por terceiros vincula-se 
à finalidade e à destinação que fundamentaram a autorização do 
acesso, vedada sua utilização de maneira diversa.
§ 2º Aquele que obtiver acesso às informações pessoais de ter-
ceiros será responsabilizado por seu uso indevido, na forma da lei.
Art. 62. Aplica-se, no que couber, a Lei nº 9.507, de 12 de no-
vembro de 1997, em relação à informação de pessoa, natural ou 
jurídica, constante de registro ou banco de dados de órgãos ou en-
tidades governamentais ou de caráter público.
CAPÍTULO VIII
DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS
Art. 63. As entidades privadas sem fins lucrativos que recebe-
rem recursos públicos para realização de ações de interesse público 
deverão dar publicidade às seguintes informações:
I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;
II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade; e
III - cópia integral dos convênios, contratos, termos de parce-
rias, acordos, ajustes ou instrumentos congêneres realizados com o 
Poder Executivo federal, respectivos aditivos, e relatórios finais de 
prestação de contas, na forma da legislação aplicável.
§ 1º As informações de que trata o caput serão divulgadas em 
sítio na Internet da entidade privada e em quadro de avisos de am-
plo acesso público em sua sede.
§ 2º A divulgação em sítio na Internet referida no §1º poderá 
ser dispensada, por decisão do órgão ou entidade pública, e me-
diante expressa justificação da entidade, nos casos de entidades 
privadas sem fins lucrativos que não disponham de meios para re-
alizá-la.
§ 3º As informações de que trata o caput deverão ser publi-
cadas a partir da celebração do convênio, contrato, termo de par-
ceria, acordo, ajuste ou instrumento congênere, serão atualizadas 
periodicamente e ficarão disponíveis até cento e oitenta dias após a 
entrega da prestação de contas final.
Art. 64. Os pedidos de informação referentes aos convênios, 
contratos, termos de parcerias, acordos, ajustes ou instrumentos 
congêneres previstos no art. 63 deverão ser apresentados direta-
mente aos órgãos e entidades responsáveis pelo repasse de recur-
sos.
Parágrafo único .As entidades com personalidade jurídica de di-
reito privado constituídas sob a forma de serviço social autônomo, 
destinatárias de contribuições, são diretamente responsáveis por 
fornecer as informações referentes à parcela dos recursos prove-
nientes das contribuições e dos demais recursos públicos recebi-
dos. (Redação dada pelo Decreto nº 9.781, de 2019) (Vigência)
Art. 64-A .As entidades com personalidade jurídica de direito 
privado constituídas sob a forma de serviço social autônomo, des-
tinatárias de contribuições, divulgarão, independentemente de re-
querimento, as informações de interesse coletivo ou geral por elas 
produzidas ou custodiadas, inclusive aquelas a que se referem os 
incisos I ao VIII do § 3º do art. 7º, em local de fácil visualização em 
sítios oficiais na internet. (Incluído pelo Decreto nº 9.781, de 2019) 
(Vigência)
§ 1ºA publicidade a que estão submetidas as entidades citadas 
no caput refere-se à parcela dos recursos provenientes das contri-
buições e dos demais recursos públicos recebidos e à sua destina-
ção, sem prejuízo das prestações de contas a que estejam legalmen-
te obrigadas. (Incluído pelo Decreto nº 9.781, de 2019) (Vigência)
§ 2ºA divulgação das informações previstas no caput não exclui 
outras hipóteses de publicação e divulgação de informações previs-
tas na legislação, inclusive na Lei de Diretrizes Orçamentárias. (In-
cluído pelo Decreto nº 9.781, de 2019) (Vigência)
§ 3ºA divulgação de informações atenderá ao disposto no § 1º 
do art. 7º e no art. 8º. (Incluído pelo Decreto nº 9.781, de 2019) 
(Vigência)
Art. 64-B .As entidades com personalidade jurídica de direito 
privado constituídas sob a forma de serviço social autônomo, des-
tinatárias de contribuições, também deverão criar SIC, observado o 
disposto nos arts. 9º ao art. 24. (Incluído pelo Decreto nº 9.781, de 
2019) (Vigência)
Parágrafo único.A reclamação de que trata o art. 22 será en-
caminhada à autoridade máxima da entidade solicitada. (Incluído 
pelo Decreto nº 9.781, de 2019) (Vigência)
Art. 64-C .As entidades com personalidade jurídica de direito 
privado constituídas sob a forma de serviço social autônomo, des-
tinatárias de contribuições, estarão sujeitas às sanções e aos pro-
cedimentos de que trata o art. 66, hipótese em que a aplicação da 
sanção de declaração de inidoneidade é de competência exclusiva 
da autoridade máxima do órgão ou da entidade da administração 
pública responsável por sua supervisão. (Incluído pelo Decreto nº 
9.781, de 2019) (Vigência)
CAPÍTULO IX
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 65. Constituem condutas ilícitas que ensejam responsabili-
dade do agente público ou militar:
I - recusar-se a fornecer informação requerida nos termos deste 
Decreto, retardar deliberadamente o seu fornecimento ou fornecê-
-la intencionalmente de forma incorreta, incompleta ou imprecisa;
II - utilizar indevidamente, subtrair, destruir, inutilizar, desfi-
gurar, alterar ou ocultar, total ou parcialmente, informação que se 
encontre sob sua guarda, a que tenha acesso ou sobre que tenha 
conhecimento em razão do exercício das atribuições de cargo, em-
prego ou função pública;
III - agir com dolo ou má-fé na análise dos pedidos de acesso à 
informação;
IV - divulgar, permitir a divulgação, acessar ou permitir acesso 
indevido a informação classificada em grau de sigilo ou a informa-
ção pessoal;
V - impor sigilo à informação para obter proveito pessoal ou de 
terceiro, ou para fins de ocultação de ato ilegal cometido por si ou 
por outrem;
VI - ocultar da revisão de autoridade superior competente in-
formação classificada em grau de sigilo para beneficiar a si ou a ou-
trem, ou em prejuízo de terceiros; e
VII - destruir ou subtrair, por qualquer meio, documentos con-
cernentes a possíveis violações de direitos humanos por parte de 
agentes do Estado.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
36
§ 1º Atendido o princípio do contraditório, da ampla defesa e 
do devido processo legal, as condutas descritas no caput serão con-
sideradas:
I - para fins dos regulamentos disciplinares das Forças Armadas, 
transgressões militares médias ou graves, segundo os critérios ne-
les estabelecidos, desde que não tipificadas em lei como crime ou 
contravenção penal; ou
II - para fins do disposto na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro 
de 1990 , infrações administrativas, que deverão ser apenadas, no 
mínimo, com suspensão, segundo os critérios estabelecidos na re-
ferida lei.
§ 2º Pelas condutas descritas no caput, poderá o militar ou 
agente público responder, também, por improbidade administrati-
va, conforme o disposto nas Leis nº 1.079, de 10 de abril de 1950 , e 
nº 8.429, de 2 de junho de 1992.
Art. 66. A pessoa natural ou entidade privada que detiver infor-
mações em virtude de vínculo de qualquer natureza com o Poder 
Público e praticar conduta prevista no art. 65, estará sujeita às se-
guintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - rescisão do vínculo com o Poder Público;
IV - suspensão temporária de participar em licitação e impe-dimento de contratar com a administração pública por prazo não 
superior a dois anos; e
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a 
administração pública, até que seja promovida a reabilitação peran-
te a autoridade que aplicou a penalidade.
§ 1º A sanção de multa poderá ser aplicada juntamente com as 
sanções previstas nos incisos I, III e IV do caput.
§ 2º A multa prevista no inciso II do caput será aplicada sem 
prejuízo da reparação pelos danos e não poderá ser:
I - inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) nem superior a R$ 200.000,00 
(duzentos mil reais), no caso de pessoa natural; ou
II - inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais) nem superior a R$ 
600.000,00 (seiscentos mil reais), no caso de entidade privada.
§ 3º A reabilitação referida no inciso V do caput será autoriza-
da somente quando a pessoa natural ou entidade privada efetivar 
o ressarcimento ao órgão ou entidade dos prejuízos resultantes e 
depois de decorrido o prazo da sanção aplicada com base no inciso 
IV do caput.
§ 4º A aplicação da sanção prevista no inciso V do caput é de 
competência exclusiva da autoridade máxima do órgão ou entidade 
pública.
§ 5º O prazo para apresentação de defesa nas hipóteses previs-
tas neste artigo é de dez dias, contado da ciência do ato.
CAPÍTULO X
DO MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI
SEÇÃO I
DA AUTORIDADE DE MONITORAMENTO
Art. 67. O dirigente máximo de cada órgão ou entidade desig-
nará autoridade que lhe seja diretamente subordinada para exercer 
as seguintes atribuições:
I - assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à 
informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos da Lei nº 
12.527, de 2011 ;
II - avaliar e monitorar a implementação do disposto neste De-
creto e apresentar ao dirigente máximo de cada órgão ou entidade 
relatório anual sobre o seu cumprimento, encaminhando-o à Con-
troladoria-Geral da União;
III - recomendar medidas para aperfeiçoar as normas e procedi-
mentos necessários à implementação deste Decreto;
IV - orientar as unidades no que se refere ao cumprimento des-
te Decreto; e
V - manifestar-se sobre reclamação apresentada contra omis-
são de autoridade competente, observado o disposto no art. 22.
SEÇÃO II
DAS COMPETÊNCIAS RELATIVAS AO MONITORAMENTO
Art. 68. Compete à Controladoria-Geral da União, observadas 
as competências dos demais órgãos e entidades e as previsões es-
pecíficas neste Decreto:
I - definir o formulário padrão, disponibilizado em meio físico e 
eletrônico, que estará à disposição no sítio na Internet e no SIC dos 
órgãos e entidades, de acordo com o § 1º do art. 11;
II - promover campanha de abrangência nacional de fomento 
à cultura da transparência na administração pública e conscientiza-
ção sobre o direito fundamental de acesso à informação;
III - promover o treinamento dos agentes públicos e, no que 
couber, a capacitação das entidades privadas sem fins lucrativos, no 
que se refere ao desenvolvimento de práticas relacionadas à trans-
parência na administração pública;
IV - monitorar a implementação da Lei nº 12.527, de 2011, con-
centrando e consolidando a publicação de informações estatísticas 
relacionadas no art. 45;
V - preparar relatório anual com informações referentes à im-
plementação da Lei nº 12.527, de 2011, a ser encaminhado ao Con-
gresso Nacional;
VI - monitorar a aplicação deste Decreto, especialmente o cum-
primento dos prazos e procedimentos; e
VII - definir, em conjunto com a Casa Civil da Presidência da 
República, diretrizes e procedimentos complementares necessários 
à implementação da Lei nº 12.527, de 2011.
Art. 69. Compete à Controladoria-Geral da União e ao Ministé-
rio da Economia, observadas as competências dos demais órgãos e 
entidades e as previsões específicas deste Decreto, por meio de ato 
conjunto: (Redação dada pelo Decreto nº 9.690, de 2019)
I - estabelecer procedimentos, regras e padrões de divulgação 
de informações ao público, fixando prazo máximo para atualização; 
e
II - detalhar os procedimentos necessários à busca, estrutura-
ção e prestação de informações no âmbito do SIC.
Art. 70. Compete ao Gabinete de Segurança Institucional da 
Presidência da República, observadas as competências dos demais 
órgãos e entidades e as previsões específicas neste Decreto:
I - estabelecer regras de indexação relacionadas à classificação 
de informação;
II - expedir atos complementares e estabelecer procedimentos 
relativos ao credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e 
entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações 
classificadas ; e
III - promover, por meio do Núcleo de Credenciamento de 
Segurança, o credenciamento de segurança de pessoas, órgãos e 
entidades públicos ou privados, para o tratamento de informações 
classificadas.
CAPÍTULO XI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS
Art. 71. Os órgãos e entidades adequarão suas políticas de ges-
tão da informação, promovendo os ajustes necessários aos proces-
sos de registro, processamento, trâmite e arquivamento de docu-
mentos e informações.
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
37
Art. 72. Os órgãos e entidades deverão reavaliar as informações 
classificadas no grau ultrassecreto e secreto no prazo máximo de 
dois anos, contado do termo inicial de vigência da Lei nº 12.527, 
de 2011.
§ 1º A restrição de acesso a informações, em razão da reavalia-
ção prevista no caput, deverá observar os prazos e condições pre-
vistos neste Decreto.
§ 2º Enquanto não transcorrido o prazo de reavaliação previsto 
no caput, será mantida a classificação da informação, observados os 
prazos e disposições da legislação precedente.
§ 3º As informações classificadas no grau ultrassecreto e secre-
to não reavaliadas no prazo previsto no caput serão consideradas, 
automaticamente, desclassificadas.
Art. 73. A publicação anual de que trata o art. 45 terá inicio em 
junho de 2013.
Art. 74. O tratamento de informação classificada resultante de 
tratados, acordos ou atos internacionais atenderá às normas e reco-
mendações desses instrumentos.
Art. 75. Aplica-se subsidiariamente a Lei nº 9.784, de 29 de ja-
neiro de 1999, aos procedimentos previstos neste Decreto.
Art. 76. Este Decreto entra em vigor em 16 de maio de 2012.
EXERCÍCIOS
01. De acordo com o Decreto Federal n° 7.724 de 16 de maio 
de 2012 e sobre as informações classificadas em sigilo, assinale a 
alternativa correta.
A. A decisão de classificar a informação em qualquer grau de 
sigilo deverá ser formalizada no Termo de Classificação de Informa-
ção – TCI.
B. Os prazos máximos de classificação da informação serão de 
25 anos para grau ultrassecreto; 20, para grau secreto e 5, para grau 
reservado.
C. A classificação de sigilo deverá ser efetuada pela autoridade 
competente sem que seja necessário considerar o grau a ser clas-
sificado.
D. Para a classificação da informação em grau de sigilo, deverá 
ser observado o interesse público da informação e utilizado o crité-
rio mais restritivo possível.
02.O Decreto nº 7.724/2012 regulamenta o direito de acesso à 
informação. Nos termos do que está disposto no Decreto, assinale 
a alternativa correta.
A. Somente as pessoas jurídicas poderão formular pedido de 
acesso à informação.
B. Os órgãos e as entidades poderão criar Serviço de Informa-
ções ao Cidadão- SIC, com o objetivo, dentre outros, de receber e 
registrar pedidos de acesso à informação.
C. O acesso à informação disciplinado neste decreto não se 
aplica às hipóteses de sigilo previstas na legislação, como fiscal, 
bancário, de operações e serviços no mercado de capitais, comer-
cial, profissional, industrial e segredo de justiça.
D. Serão atendidos pedidos de acesso à informação genéricos, 
tendo em vista que se constitui em um direito do cidadão.
E. Quando o pedido de acesso à informação for negado, a parte 
requerente poderá apresentar recurso no prazo de cinco (05) dias, 
contados da ciência da decisão.
03. Os procedimentos derivados de legislação específica, que 
objetivam impedir o acesso de pessoas não autorizadasa informa-
ções sigilosas ou relativas à privacidade de outrem, denominam-se
A. proteção legal de arquivos.
B. proteção de informações.
C. proteção e guarda de informações.
D. proteção legal de informações.
E. proteção de dados.
04. A classificação do grau de sigilo secreto para um documen-
to compete a
A. titulares de fundações.
B. autoridades que exerçam funções de direção.
C. chefes de seção.
D. arquivistas do órgão expedidor do documento.
E. advogados do órgão expedidor do documento.
05.É CORRETO afirmar que arquivos sigilosos são
A. documentos de pessoas físicas ou jurídicas que contenham 
conteúdo relevante para a história, a cultura e o desenvolvimento 
científico nacional.
B. documentos produzidos e acumulados por agentes do poder 
público, no exercício de seu cargo ou função ou deles decorrentes.
C. documentos produzidos e recebidos pelas organizações so-
ciais.
D. documentos que, pela natureza do seu conteúdo, sofrem 
restrição de acesso e devem ser de conhecimento limitado, neces-
sitando de medidas especiais de salvaguarda para custódia e divul-
gação.
GABARITO
01 A
02 C
03 E
04 A
05 D
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