Prévia do material em texto
Escola Fazendária do Estado de São Paulo ITCMD: Procedimentos É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa. Equipe técnica que participou da elaboração desta obra: Autor Carlos Eduardo Constantino Pedro Projeto gráfico, Diagramação, Design Instrucional e Revisão textual FabriCO Escola Fazendária do Estado de São Paulo Carta ao aluno Caro(a) Aluno(a), É com satisfação que apresentamos o curso ITCMD: Procedimentos. Esta apostila foi cuidadosamente elaborada para que você conheça os procedimentos de como calcular corretamente o valor do ITCMD e efetuar o pagamento do imposto. As informações apresentadas neste material tem o objetivo de dar ênfase aos aspectos práticos do seu dia a dia como a apuração do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos – ITCMD. Esperamos enfocar, de maneira simples, concisa e objetiva, as principais condutas e cautelas a serem tomadas em relação à análise da documentação apresentada. A nossa intenção aqui é que suas dúvidas sejam suprimidas. As situações de aprendizagem foram elaboradas para levar você às informações que por ventura você tenha alguma dúvida. Pois bem, nesse curso constam os diversos procedimentos utilizados pela Secretaria da Fazenda em variados serviços. Com os conhecimentos construídos em cada módulo, esperamos que, ao fim do curso, você seja capaz de: • Compreender como executar de forma correta os cálculos do valor do ITCMD. • Conhecer os procedimentos para efetuar o pagamento do imposto. Fique atento a todo o conteúdo do curso para que você possa ter um aprendizado significativo e condições de aplicar seus conhecimentos nas suas atividades. Para alcançar os objetivos propostos neste material, lembramos que sua dedicação e seu comprometimento são elementos fundamentais para o sucesso. Pratique e esteja atualizado com os assuntos relacionados à sua área de atuação. Bom estudo! REFERÊNCIAS VISUAIS Você sabia: usado para apresentar curiosidades que reforcem seu processo de aprendizagem. Importante: usado para destacar conceitos e fatos considerados importantes. Dica: aponta para uma dica, uma sugestão, um lembrete ou uma explicação adicional a respeito do assunto que está sendo tratado. Saiba mais: elemento utilizado para apresentar informações adicionais que, embora importantes o suficiente para o seu aprendizado, estão em um nível secundário de importância em comparação com os demais conceitos. Sumário Módulo 01 - Introdução e procedimentos ......................................................7 Objetivos .............................................................................................7 1.1 Fundamentos para a cobrança do ITCMD ..................................7 1.1.1 Constituição Federal ......................................................... 8 1.1.2 Constituição Estadual ....................................................... 8 1.1.3 Norma infraconstitucional ................................................ 9 1.1.4 Normas infralegais ........................................................... 9 1.2 Procedimentos para a verificação do ITCMD ............................ 9 1.2.1 Procedimento administrativo para transmissões judiciais 10 1.2.2 Procedimento para transmissões extrajudiciais ...............11 1.2.3 Tipos de processos judiciais .............................................12 1.2.4 Documentação necessária .............................................. 13 1.2.5 Para onde levar a documentação .....................................32 1.2.6 Análise dos documentos apresentados e de eventuais isenções .....................................................................33 Módulo 02 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil .............................37 Objetivos ........................................................................................... 37 2.1 Regras para a base de cálculo de imóveis para fins de tributação pelo ITCMD ................................................. 37 2.1.1 Regras específicas para imóveis urbanos relativas à base de cálculo para fins de tributação pelo ITCMD ......38 2.1.2 Regras específicas para imóveis rurais relativas à base de cálculo para fins de tributação pelo ITCMD ..... 40 2.2 Exemplo de cálculo pelo IEA para imóveis com benfeitorias ....43 2.3 Exemplo de cálculo pelo IEA para imóveis sem benfeitorias ....51 2.4 Direito Civil .............................................................................57 Módulo 03 - Cálculo do ITCMD .................................................................... 64 Objetivos .......................................................................................... 64 3.1 Cálculo pelo sistema ............................................................... 64 3.2 Cálculo do ITCMD pelo responsável por sua verificação .......... 68 3.2.1 Cálculo do ITCMD para óbitos ocorridos no ano de 2001 ... 68 3.2.2 Cálculo do ITCMD para óbitos ocorridos a partir do ano de 2002 .....................................................................70 3.2.3 Diferenças do ITCMD para óbitos ocorridos no ano de 2001 e de 2002 em diante ...........................................72 3.3 Hipóteses de isenção do ITCMD ..............................................73 3.4 Desconto e dispensa do pagamento do ITCMD .......................76 Finalização ....................................................................................... 82 ITCMD: Procedimentos MÓDULO 1 - INTRODUÇÃO E PROCEDIMENTOS 7 Neste módulo, vamos estudar assuntos relacionados aos fundamentos para a cobrança do ITCMD. Inicialmente, conheceremos os fundamentos e normas que autorizam e regulam a cobrança do ITCMD pelo Estado. Em seguida, os procedimentos para a verificação do ITCMD. Objetivos Ao final deste módulo, esperamos que você seja capaz de: • Conhecer os fundamentos e normas que autorizam e regulam a cobrança do ITCMD pelo Estado. • Reconhecer os Procedimentos para a verificação do ITCMD. 1.1 FUNDAMENTOS PARA A COBRANÇA DO ITCMD Antes de conhecer os fundamentos para a cobrança do ITCMD, responda rapidamente: quais os fundamentos e normas que autorizam e regulam a cobrança do ITCMD pelo Estado? Conheça alguns desses fundamentos e normas: • Constituição Federal • Constituição Estadual • Norma Infraconstitucional • Normas Infralegais 8 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 1.1.1 Constituição Federal A Constituição Federal, em seu artigo 155, inciso I, autoriza os Estados a instituírem o ITCMD. O parágrafo 1º determina algumas diretrizes referentes a esse tributo, que devem ser observadas pelos Entes Federativos. Acompanhe o que diz o artigo: Artigo 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; ... § 1.º O imposto previsto no inciso I: I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior; IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 1.1.2 Constituição Estadual A Constituição do Estado de São Paulo, em seu Artigo 165, Inciso I, Alínea “a”, vem ratificar o disposto na Carta Magna do País, no que tange ao ITCMD. Acompanhe a seguir: Artigo 165 - Compete ao Estado instituir: I - impostos sobre: a) transmissão “causa mortis” e doação de quaisquer bens ou direitos; ... § 1º - O impostoprevisto no inciso I, “a”: 9 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 1 - incide sobre: a) bens imóveis situados neste Estado e direitos a eles relativos; b) bens móveis, títulos e créditos, cujo inventário ou arrolamento for processado neste Estado; c) bens móveis, títulos e créditos, cujo doador estiver domiciliado neste Estado; 2 - terá suas alíquotas limitadas aos percentuais máximos fixados pelo Senado Federal. ... Artigo 166 - Lei de iniciativa do Poder Executivo isentará do imposto as transmissões “causa mortis” de imóvel de pequeno valor, utilizado como residência do beneficiário da herança. Parágrafo único - A lei a que se refere o “caput” deste artigo estabelecerá as bases do valor referido, de conformidade com os índices oficiais fixados pelo Governo Federal. 1.1.3 Norma infraconstitucional Com base na permissão constitucional acima, o Estado de São Paulo instituiu o ITCMD através da Lei 10.705/2000, a qual passou por importantes alterações pela Lei 10.992/2001. IMPORTANTE Para óbitos ocorridos entre 01/01/2001 a 31/12/2001, deverá ser observada a Lei 10.705/2000, sem as alterações da Lei 10.992/2001. Em se tratando de óbitos ocorridos a partir de 01/01/2002, a Lei 10.705/2000 deverá ser observada com as alterações trazidas pela Lei 10.992/2001. Para óbitos ocorridos até 31/12/2000, deverá ser observada a Lei 9591/1966, que trata do ITBI Causa Mortis e Doação, não sendo objeto de estudo no presente trabalho. 1.1.4 Normas infralegais Decreto Estadual nº 46.655/2002, o qual aprovou o Regulamento do ITCMD (RITCMD), e a Portaria CAT 15/2003, os quais serão estudados a seguir. 1.2 PROCEDIMENTOS PARA A VERIFICAÇÃO DO ITCMD Acompanhe na sequência alguns procedimentos que são realizados para a verificação do ITCMD. 10 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 1.2.1 Procedimento administrativo para transmissões judiciais O Artigo 21 do RITCMD prevê o procedimento administrativo para a apuração do ITCMD, incidente em transmissões judiciais, o qual, após concluído, deverá ser remetido à Procuradoria do Estado para que esta possa se manifestar nos termos do Artigo 22 do mesmo Regulamento. Esta apostila pretende tratar das condutas e cuidados que os AFRs devem ter na análise desse procedimento administrativo, previsto no Artigo 21 do Decreto 46.655/2002. Veja este artigo. Artigo 21 - Para fins de apuração e informação do valor de transmissão judicial “causa mortis”, o contribuinte deverá apresentar à repartição fiscal competente, declaração, que deverá reproduzir todos os dados constantes das primeiras declarações prestadas em juízo, instruída com os elementos necessários à apuração do imposto, conforme disciplina a ser estabelecida pela Secretaria da Fazenda, nos seguintes prazos: I - no caso de arrolamento, em 30 dias, a contar do despacho que determinar o pagamento do imposto, instruída também com as respectivas guias comprobatórias do seu recolhimento; II - no caso de inventário, em 15 (quinze) dias, contados da apresentação das primeiras declarações em juízo. § 1º - Após a apresentação da declaração prevista no “caput”, se houver qualquer variação patrimonial decorrente de emenda, aditamento, ou inclusão de novos bens nas últimas declarações, deverá o contribuinte cientificar o Fisco acerca dos dados que ensejaram tal variação, no prazo de 15 dias a contar da comunicação ao juízo. § 2º - O imposto a recolher decorrente da declaração prevista neste artigo é exigível independentemente da lavratura de Auto de Infração e Imposição de Multa ou de notificação. Artigo 22 - Caso o Fisco concorde com os valores declarados, o Procurador do Estado encaminhará, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da apresentação da declaração prevista no artigo anterior, petição ao juízo competente, manifestando- se da seguinte forma: I - no arrolamento, para requerer expedição de formal de partilha, auto de adjudicação ou alvará, desde que haja comprovação do recolhimento integral do imposto, instruída com o procedimento administrativo originado pela referida declaração; II - no inventário, para requerer a remessa dos autos à Contadoria Judicial para elaboração dos cálculos do imposto. Parágrafo único - Em se tratando de arrolamento, verificado que o imposto não foi recolhido, o Agente Fiscal de Rendas notificará o devedor para efetuar o recolhimento, no prazo de 10 (dez) dias, remetendo o procedimento ao Procurador do Estado para adoção das providências concernentes à cobrança do imposto, no caso de inadimplemento. 11 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 1.2.2 Procedimento para transmissões extrajudiciais Em se tratando de transmissões extrajudiciais, o Artigo 26-A do Regulamento do ITCMD prevê o procedimento, sob a responsabilidade do tabelião, para a apuração do ITCMD, nas hipóteses de transmissões, causa mortis e por doações, realizadas no âmbito administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A da Lei federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Em relação aos Cartórios, este material pretende tratar das condutas e cuidados que os tabeliães paulistas, responsáveis pela conferência da regularidade do ITCMD incidente em transmissões via escritura pública, devem ter na análise da documentação a eles apresentada. Acompanhe o artigo comentado. Artigo 26-A - Nas hipóteses de transmissão “causa mortis” e doação realizadas no âmbito administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A da Lei federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, deverá: (Artigo acrescentado pelo Decreto 56.693, de 27-01-2011; DOE 28-01-2011). I - o contribuinte apresentar declaração instruída com os elementos necessários à apuração do imposto, conforme disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda: a) diretamente ao tabelião, no caso em que a escritura pública for lavrada neste Estado; b) ao Posto Fiscal indicado na disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda, no caso em que a escritura pública for lavrada por tabelião localizado em outro Estado ou Distrito Federal; II - o tabelião localizado neste Estado: a) certificar-se da veracidade do valor dos bens e direitos informados pelo contribuinte, conforme os documentos exigidos em disciplina estabelecida pela Secretaria da Fazenda; b) antes da lavratura, registro, inscrição ou averbação de atos e termos relacionados com a transmissão dos bens e direitos, certificar-se de que foi efetuado o recolhimento do imposto; c) apresentar cópias das escrituras lavradas à Secretaria da Fazenda, conforme disciplina por ela estabelecida; d) manter sob sua guarda cópia da documentação apresentada pelo contribuinte, inclusive guia de recolhimento do imposto, por 5 (cinco) anos e, quando relativas à transmissão objeto de processo pendente, até sua decisão definitiva no âmbito administrativo; e) apresentar ao fisco, quando solicitado, cópia dos documentos apresentados pelo contribuinte, sendo admitida a apresentação em meio digital. Parágrafo único - Após a apresentação da declaração de que trata o inciso I, se houver qualquer variação patrimonial decorrente de emenda, aditamento ou inclusão de novos bens ou modificações na partilha, deverá o contribuinte apresentar ao tabelião ou ao Posto Fiscal Declaração Retificadora, acompanhada dos documentos relativos aos bens que ensejaram a variação patrimonial. 12 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Em se tratando das transmissões extrajudiciais, vale lembrar a responsabilidade dos tabeliães, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, de acordo com o Inciso I do Artigo 8º da Lei 10.705/2000. Veja o artigo. Artigo 8º - Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis: I - o tabelião, escrivão e demais serventuários deofício, em relação aos atos tributáveis praticados por eles ou perante eles, em razão de seu ofício; (grifamos). IMPORTANTE Analisando a norma acima, fica clara a possibilidade de o Estado cobrar, do tabelião, prejuízos sofridos pelo erário em função de recolhimento a menor do ITCMD, incidente sobre as transmissões ocorridas em escrituras públicas de inventário. 1.2.3 Tipos de processos judiciais No que tange ao ITCMD, o que se analisa nos Postos Fiscais são procedimentos administrativos, para análise de transmissões causa mortis e por doação, que ocorrem em processos judiciais de Inventário, Arrolamento e, em menor número, Pedidos de Alvarás Autônomos. Acompanhe de forma simplificada: • O Inventário segue o rito ordinário, mais longo, e ocorre, geralmente, quando há interessados incapazes e/ou litígio. • O Arrolamento segue um rito mais rápido, ocorrendo, em geral, quando não há incapazes e todos os interessados estão concordes. • Já o Alvará Autônomo costuma ser utilizado quando o que foi deixado pelo autor da herança não requer que seja aberto nem Arrolamento e, menos ainda, o Inventário. Na prática, o fisco apenas aceita o que foi seguido pelo poder judiciário, em relação às 03 (três) modalidades de processo acima citadas. O que muda será a conduta em relação a elas. DICA A principal diferença para o fisco é que, em se tratando de Inventário, não poderemos exigir o recolhimento do imposto na fase do procedimento administrativo. Por outro lado, quando se tratar de Arrolamento ou Alvará Autônomo, caso já não tenham sido apresentadas as GAREs-ITCMD recolhidas, no momento do protocolo, então seremos obrigados a exigir o recolhimento do tributo antes de finalizar o expediente. 13 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 1.2.4 Documentação necessária Em síntese, a documentação necessária para a análise do ITCMD incidente sobre transmissões judiciais e extrajudiciais vem relacionada nos Anexos VIII, IX e X da Portaria CAT 15/2003. Documentação para transmissões causa mortis judiciais Acompanhe o que diz o Artigo 8º da Portaria CAT 15/2003 sobre as diretrizes a serem seguidas nos procedimentos administrativos acima mencionados. Art. 8º - para fins de informação, apuração da base de cálculo e, se for o caso, reconhecimento de isenção, nos casos de transmissão “causa mortis” ou doação realizadas no âmbito judicial, deverão ser apresentados ao Fisco a Declaração do ITCMD e os documentos relacionados nos Anexos VIII, IX ou X, conforme as hipóteses ali previstas (Decreto 46.655/02, art. 21). § 1º - para atender ao disposto neste artigo, o contribuinte deverá acessar o endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br, selecionar a opção “ITCMD”, preencher e imprimir os seguintes formulários: 1 - Declaração do ITCMD; 2 - Demonstrativo de Cálculo; 3 - GAREs ITCMD, se houver apuração de imposto a pagar. § 2º - Além dos documentos relacionados nos anexos citados no caput deste artigo, fica facultada a exigência de outros considerados indispensáveis para a apuração da base de cálculo ou para reconhecimento da isenção, podendo, ainda, a autoridade fiscal determinar diligências. § 3º - em se tratando de transmissão “causa mortis” ou doação de bem imóvel ou direito a ele relativo, deverá se observado o disposto no artigo 16-A para fins de determinação da base de cálculo do ITCMD. (grifamos). Conforme já mencionado, o Artigo 21 do RITCMD prevê o procedimento administrativo para a apuração do ITCMD, o qual deverá ser instruído com documentos necessários e suficientes para tal. O Artigo 8º da Portaria CAT 15/2003 diz que tais documentos estão relacionados nos Anexos VIII, IX e X da mesma Portaria. DICA Fique atento aos Anexos, pois buscam trazer todos os documentos capazes de comprovar dados do processo judicial, de suas partes, titularidade dos bens deixados, bem como comprovação dos valores desses bens declarados. Dessa forma, os 03 (três) serão reproduzidos e comentados mais a frente, primeiramente o Anexo VIII, e os demais no momento em que se for abordar as doações. Caso o AFR necessite de mais documentos para formar a sua convicção em relação à regularidade do ITCMD, há o Parágrafo 2º, do Artigo 8º, da Portaria CAT 15/2003 (acima reproduzido), que autoriza a exigência de outros documentos considerados indispensáveis. 14 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Documentação para transmissões causa mortis extrajudiciais Para os Cartórios, em se tratando do ITCMD Causa Mortis, o Inciso I do Artigo 12-A da Portaria CAT 15/2003 relaciona os documentos que deverão ser entregues ao tabelião para análise daquele tributo, remetendo ao Anexo VIII da mesma Portaria, e excetuando seus itens 5, 8, 9, 10, 12.1 e 12.3, pois estes são específicos para os casos de transmissões judiciais. Veja o artigo comentado. Art. 12-A - Nas hipóteses de transmissão realizada no âmbito administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A, da Lei federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, perante tabelião localizado neste Estado, deverá ser-lhe apresentada, pelo contribuinte, a Declaração do ITCMD, instruída com os seguintes documentos, necessários à apuração do imposto (Decreto 46.655/02, art. 26-A): I - na hipótese de transmissão “causa mortis”: a) os documentos relacionados no Anexo VIII, exceto os itens 5, 8, 9, 10, 12.1 e 12.3; b) as declarações de reconhecimento de imunidade ou isenção referidas no artigo 4º desta Portaria, exceto nas situações de imunidade ou isenção previstas no inciso I do artigo 4º e nas alíneas “a” a “f” do inciso I e alíneas “a” e “c” do inciso II do artigo 6º, todos do Decreto 46.655, de 1º de abril de 2002; c) o comprovante de recolhimento do ITCMD - “Causa Mortis”, por meio da Guia de Arrecadação Estadual - GARE-ITCMD; ... § 1° - Após a apresentação da Declaração do ITCMD, se houver qualquer variação patrimonial decorrente de emenda, aditamento ou inclusão de novos bens, ou modificação na partilha, deverá o contribuinte apresentar ao tabelião “Declaração Retificadora”, acompanhada dos documentos relativos aos bens que ensejaram a variação patrimonial. § 2º - para atender ao disposto neste artigo, o contribuinte deverá acessar o endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br, selecionar a opção “ITCMD”, preencher e imprimir os formulários necessários. (grifamos). Conhecendo o Anexo VIII ANEXO VIII (Relação de documentos a que se refere o artigo 8º) Hipótese de transmissão “causa mortis” em processos de Arrolamento ou Inventário: 1. Declaração do ITCMD; 2. Demonstrativo de Cálculo; 3. RG e CPF do inventariante (cópia); 15 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 4. Procuração para cumprimento das obrigações acessórias previstas na legislação do ITCMD, se a declaração for assinada por procurador; 5. Prova de nomeação do inventariante; 6. Certidão de óbito; 7. Certidão de Casamento ou comprovante do reconhecimento judicial do início da sociedade de fato do “de cujus”, se for o caso; 8. Capa do processo de inventário ou arrolamento (cópia); 9. Petição inicial; 10. Primeiras declarações; 11. Relativamente aos bens arrolados, os seguintes documentos: 11.1 - Imóveis: 11.1.1 - se urbanos, carnê de IPTU, onde conste o valor venal, o endereço do imóvel e o número do contribuinte, ou certidão do valor venal emitida pelo órgão municipal competente, relativos ao ano do óbito; 11.1.2 - se rurais, Declaração de Informação e Atualização Cadastral - DIAC e Declaração de Informação e Apuração do ITR – DIAT, que compõem a Declaração do ITR-DITR, protocolizada na Secretaria da Receita Federal, observado o disposto na nota 3; 11.1.3 - matrícula do Cartório de Registro de Imóveis contendo a averbação da transmissão do imóvel ao “de cujus” ou cópia do instrumento, particular, público ou judicial, da mencionada transmissão, caso a averbação não tenha sido providenciada; 11.1.4 - documento comprobatóriodo valor pago pelo “de cujus” até a data do óbito, quando em construção; 11.1.5 - compromisso de compra e venda quando compromissados à venda pelo “de cujus”; 11.2. Ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos de capital social: 11.2.1 - relativamente a ações negociadas em Bolsas de Valores, cotações de jornais ou documentos emitidos pela Bolsa de Valores em que figure a cotação média alcançada na data do óbito, ou na imediatamente anterior, quando não houver pregão ou quando a mesma não tiver sido negociada naquele dia, regredindo-se, se for o caso, até o máximo de 180 (cento e oitenta) dias; 11.2.2 - relativamente a ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos do capital social não enquadrados no item 11.2.1: (Redação dada ao item pela Portaria CAT-29/11, de 04-03- 2011, DOE 05-03-2011) a) atos constitutivos da entidade atualizados até a data da abertura da sucessão; Balanço Patrimonial da entidade relativo ao exercício anterior à data da abertura da sucessão; e Demonstrativo do Valor Contábil das Cotas, Participação, Ações ou Títulos, atualizado, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, da data do Balanço Patrimonial até o momento do fato gerador, podendo tal demonstrativo ser elaborado mediante a divisão do valor do patrimônio líquido pelo número de cotas, ações ou títulos, ou pela multiplicação do valor do patrimônio líquido pela fração da participação (Decreto 46.655/02, arts. 13 e 17, § 3º); 16 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos b) na hipótese de entidades dispensadas da elaboração de Balanço Patrimonial, nos termos da legislação federal, ou quando o patrimônio líquido indicar valor negativo, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor nominal das ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos de capital social; c) na hipótese de elaboração de Balanço de Determinação por ordem judicial, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor das ações, cotas, títulos ou participações obtido com base no Balanço de Determinação elaborado pelo perito contábil; 11.2.2 - relativamente a cotas, participações ou ações não enquadradas na alínea anterior, Balanço Patrimonial da empresa relativo ao exercício anterior ao da data do óbito, sendo o valor unitário da ação, cota ou participação obtido pela divisão do valor do Patrimônio Líquido pelo número de ação, cota ou participação que compõe o patrimônio da empresa; 11.3 - Depósitos bancários e aplicações financeiras: extratos ou demonstrativos do saldo na data do óbito; 11.4 - Veículos: tabela de periódico, de revista especializada, do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA ou qualquer outro meio idôneo de avaliação que tenha dado base ao valor atribuído ao bem; 11.5 - Títulos de clubes ou associações, jazigos ou túmulos: declaração da Administração da entidade sobre o valor do bem; 11.6 - Créditos oriundos de processos judiciais: cópias das peças elementares do processo judicial relativo; 11.7 - Demais bens: cotações de preços (no mínimo três), avaliações de peritos ou outros documentos que comprovem o valor corrente de mercado do bem, sendo o valor definido pela média simples das cotações/avaliações; 12. Em caso de Arrolamento, juntar, ainda: 12.1 - intimação da determinação judicial para pagamento do ITCMD e respectiva publicação no DOE, se houver; 12.2 - guia de recolhimento do ITCMD – “Causa Mortis”, se houver apuração de imposto a pagar; 12.3 - autorização judicial para recolhimento do imposto, sem os acréscimos legais, além do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data do óbito, caso o pedido tenha sido deferido nos termos do parágrafo único do artigo 17 da Lei 10.705/00, alterada pela Lei 10.992/01; 13. Em caso de transmissão “causa mortis” isenta nos termos da alínea “a” do inciso I do artigo 6º da Lei 10.705/00, alterada pela Lei 10.992/01, juntar declaração de cada um dos beneficiários de que atendem às condições legais de isenção, ou seja, de que residem no imóvel objeto da isenção e de que não possuem outro (s) imóvel (is). NOTA 1 – Relativamente à Guia de Recolhimento do ITCMD e aos documentos indicados nos itens 1 e 2, o contribuinte deverá acessar o endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br, selecionar a opção “ITCMD” e preencher e imprimir os respectivos formulários. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 1 - Os formulários dos documentos indicados nos itens 1 e 2 e a Guia de Recolhimento do ITCMD, quando for o caso, serão obtidos na página do Posto Fiscal Eletrônico, no endereço: http://pfe.fazenda.sp.gov.br, opção “ITCMD” - “Lista de Serviços”. 17 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos NOTA 2 - Em relação aos documentos indicados nos itens 5 a 11, subitem 11.1 e no item 12, subitens 12.1 e 12.3, deverão ser apresentadas cópias simples, legíveis e sem cortes, extraídas dos documentos constantes do processo judicial, contendo o número da folha do processo e a rubrica do serventuário do Poder Judiciário. NOTA 3 - Os documentos DIAC e DIAT poderão ser relativos ao do ano anterior ao do óbito quando, na data do óbito, ainda não tenha decorrido o prazo final para entrega da Declaração do Imposto Territorial Rural. NOTA 4 - Revogada pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011. NOTA 4 - Em relação ao documento indicado no subitem 11.2.2, as empresas desobrigadas da elaboração do Balanço Patrimonial, segundo normas estabelecidas para os impostos federais, deverão apresentar o “Balanço de determinação”, cujo termo final das posições econômicas financeiras a serem considerados deverá ser a data do óbito. NOTA 5 - A apresentação dos documentos de que trata este anexo, com exceção dos referidos nos itens 1, 2, 8 e no subitem 12.2, poderá ser dispensada, desde que o representante legal do contribuinte declare, conforme modelo constante no Anexo XVII, constarem do processo judicial e estarem corretamente informados na Declaração do ITCMD, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. O disposto nesta Nota não se aplica às situações previstas na Seção II do Capítulo III desta Portaria. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 5 - A apresentação dos documentos de que trata este anexo, com exceção dos referidos nos itens 1, 2, 8 e no subitem 12.2, poderá ser dispensada, desde que o representante legal do contribuinte declare, conforme modelo constante no Anexo XVII, constarem do processo judicial e estarem corretamente informados na Declaração do ITCMD, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. (Acrescentada a Nota 5 pelo inciso I do art.2º da Portaria CAT 102 de 28-11-2003; DOE 29-11-2003; efeitos a partir de 1º de dezembro de 2003, sem prejuízo de sua aplicação, no que couber, a fatos geradores ocorridos anteriormente.) Da leitura do Anexo acima, depreende-se que os documentos solicitados não demandam maiores explicações, restando apenas algumas dicas a serem dadas. Visando agilizar o trabalho do fiscal incumbido da análise dos expedientes de ITCMD, é aconselhável orientar o pessoal do protocolo a ter em mãos (ou na tela do computador) o Anexo VIII, para que possam se assegurar de que todos os documentos necessários foram apresentados. Se os documentos estiverem postos na ordem elencada conforme o Anexo, até o seu item nº 10 e os documentos relativos à comprovação da titularidade e do valor dos bens estiverem postos na ordem dos bens declarados, facilitará, em muito, o trabalho de conferência do fiscal, principalmente quando houver bastantes bens deixados pelo autor da herança. DICA Quando se tiver declarado que o de cujus deixou 100% de determinado bem imóvel, então a conferência de sua matrícula (ou do instrumento, particular, público ou judicial, caso a averbação na matrícula nãotenha sido providenciada - item 11.1.3 do Anexo VIII da Portaria CAT 15/2003) não necessitará de maiores rigores, pois estará havendo tributação sobre o valor total do imóvel. 18 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Porém, caso se declare que o falecido deixou apenas uma fração de determinado imóvel, então será necessário um exame mais criterioso da matrícula, a fim de se confirmar o percentual do bem que pertencia ao autor da herança, evitando-se, assim, eventuais recolhimentos a menor do imposto em comento. Resumidamente, o Anexo VIII, da Portaria CAT 15/2003, elenca documentos comprobatórios para os seguintes bens: • Imóveis urbanos, rurais, em construção, com compromisso de compra e venda (item 11.1); • Ações e outras participações em empresas (item 11.2); • Depósitos bancários e aplicações financeiras (item 11.3); • Veículos (item 11.4); • Títulos de clubes ou associações, jazigos ou túmulos (item 11.5); • Créditos oriundos de processos judiciais (item 11.6); • Demais bens (aqueles não elencados acima) - (item 11.7). IMPORTANTE Ressaltamos que o item 12.2 do Anexo VIII refere-se à via original da(s) guia(s) recolhida(s), em se tratando de arrolamento. No caso de transmissões causa mortis extrajudiciais, a necessidade das guias vem ratificada no, acima exposto, Artigo 12-A, Inciso I, Alínea “c”, da Portaria CAT 15/2003. Digna de comentário é a Nota 2 do Anexo VIII, pois menciona documentos dos quais “deverão ser apresentadas cópias simples, legíveis e sem cortes, extraídas dos documentos constantes do processo judicial, contendo o número da folha do processo e a rubrica do serventuário do Poder Judiciário”. Nota bastante autoexplicativa, porém, nos casos de processos judiciais digitais, não haverá como o interessado cumprir tal exigência, de forma que, nesse caso, pelo bom senso, devemos aceitar as cópias do processo digital, desde que extraídas diretamente do site do Tribunal de Justiça (www.tjsp.jus.br). Em relação à Nota 1 do Anexo VIII, o comentário, por ser mais extenso, será feito no item seguinte. Tal Nota fala dos meios para o interessado obter os documentos mencionados nos itens 1, 2 e 12.2 do Anexo VIII da Portaria CAT 15/2003. De regra, o AFR não precisará seguir os passos adiante elencados, a não ser para ensiná-los a quem for necessário. Caminho para se chegar aos documentos elencados nos itens 1, 2 e 12.2 do Anexo VIII da Portaria CAT 15/2003. Acompanhe a seguir o passo a passo do acesso. 1 – Acesse o endereço <http://pfe.fazenda.sp.gov.br>, ou simplesmente <www.pfe.fazenda. sp.gov.br>. 2 – Em seguida, clique no lado esquerdo superior da tela em: ITCMD; 19 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 3 – Escolha a opção de seu interesse e clique: Arrolamento, Inventário ou Transmissão Por Escritura Pública do ITCMD. 20 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Abaixo, será exposto o procedimento apenas para a obtenção de uma Declaração de Arrolamento. Porém, a forma para se conseguir a Declaração de Inventário e a Declaração de Transmissão por Escritura Pública é bastante semelhante. Ao clicar em Arrolamento, a página seguinte trará algumas informações para auxiliar na elaboração da futura Declaração de Arrolamento. Após ler tais informações, o interessado deverá clicar em Declarar Arrolamento. Na tela seguinte o interessado deverá criar uma senha, informar a data do óbito (só serão aceitas datas de 01/01/2001 em diante) e seu e-mail e clicar em Prosseguir. Conforme aviso trazido na própria tela de cadastramento de senha, esta deverá ter de 8 a 15 caracteres, e pelo menos duas das seguintes opções: letras maiúsculas, letras minúsculas, números e símbolos (ex: !, $, @, #). 21 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Clicando em Prosseguir, o sistema emitirá um número de protocolo, conforme a tela abaixo. Tal número, após a digitação e confirmação dos dados necessários, será o número da Declaração de Arrolamento gerada. Prosseguindo, clique em Continuar. Ao clicar em Continuar, o sistema possibilitará ao interessado preencher os dados da futura Declaração. Em síntese, serão solicitados os dados do inventariante, procurador, processo, de cujus, herdeiros, legatários, bens isentos e bens tributados. Para digitar tais dados, clique nos respectivos botões destacados na tela abaixo. 22 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Após totalmente preenchida, com todos os dados do processo judicial e com valores dos bens nunca inferiores aos constantes nos documentos comprobatórios, a Declaração de Arrolamento deverá ser confirmada, clicando-se no botão Confirmação, apontado na tela acima. Em seguida, a Declaração poderá ser impressa, bem como o seu Demonstrativo de Cálculo e eventuais GAREs ITCMD. O sistema emitirá tantas guias quantos forem os recebedores (herdeiros e legatários), em 03 (três) vias cada uma. Diferentemente do antigo sistema, o novo sistema declaratório do ITCMD, em atividade desde o final do ano de 2014, ao se confirmar uma declaração, gera uma conta fiscal para o CPF de cada contribuinte presente na declaração confirmada. IMPORTANTE A Declaração de ITCMD deverá estar devidamente assinada em seu campo próprio, pelo inventariante ou por seu procurador, de forma a evitar problemas futuros. É claro que esta questão básica já deverá ter sido vista no momento do protocolo, contudo, o AFR também deverá sempre estar atento a esse importantíssimo detalhe. Documentação para análise do ITCMD Doações em processos judiciais de inventário e arrolamento Caso nos processos judiciais acima citados haja excesso de meação e/ou excesso de quinhão, e o interessado queira, o fisco deverá proceder à análise de tais ocorrências, pois terá havido aí fato(s) gerador(es) do ITCMD Doações. Isso ocorre porque, em geral, o excesso de meação e de quinhão existe quando há doações no processo, também conhecidas por renúncias translativas. Caso o interessado queira que o fisco analise o ITCMD Doações juntamente com o ITCMD Causa Mortis, deverá trazer para o expediente, também, os documentos elencados no Anexo IX da Portaria CAT 15/2003, conforme Artigo 8º da Portaria CAT 15/2003, já exposto acima. Documentação para análise do ITCMD Doações em escrituras públicas de inventário Caso, na partilha, que constará da escritura pública de inventário a ser lavrada, haja excesso de meação e/ou excesso de quinhão, então, o tabelião também terá de verificar a incidência do ITCMD Doações, sendo necessária a análise dos documentos elencados no Anexo IX da Portaria CAT 15/2003, conforme prescrito na Alínea “a” do Inciso II do Artigo 12-A da Portaria CAT 15/2003. Veja o artigo comentado. 23 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Art. 12-A - Nas hipóteses de transmissão realizada no âmbito administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A, da Lei federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, perante tabelião localizado neste Estado, deverá ser-lhe apresentada, pelo contribuinte, a Declaração do ITCMD, instruída com os seguintes documentos, necessários à apuração do imposto (Decreto 46.655/02, art. 26-A): ... II - na hipótese de doação de bens e direitos atribuídos acima da respectiva meação ou quinhão nas transmissões “causa mortis”: a) os documentos relacionados no Anexo IX, exceto quando referidos a processo judicial; b) as declarações de reconhecimento de imunidade ou isenção referidas no artigo 4º desta Portaria, exceto nas situações de imunidade ou isenção previstas no inciso I do artigo 4º e nas alíneas “a” a “f” do inciso I e alíneas “a” e “c” do inciso II do artigo 6º, todos do Decreto 46.655, de 1º de abril de 2002; c) o comprovante de recolhimento do ITCMD - Doação, por meio da Guia de Arrecadação Estadual - GARE-ITCMD; (grifamos). Conhecendo o Anexo IX ANEXO IX (Relação dos documentos a que se refere o art. 8º) Hipótese de doaçãoocorrida em processos de Arrolamento ou Inventário: 1. Declaração do ITCMD; 2. Demonstrativo de Cálculos; 3. RG e CPF do inventariante (cópia); 4. Instrumento de procuração, se a declaração não for assinada pelo inventariante; 5. Prova de nomeação do inventariante; 6. Certidão de óbito; 7. Certidão de Casamento ou comprovante do reconhecimento judicial do início da sociedade de fato do “de cujus”, se for o caso; 8. Capa do processo de Inventário ou Arrolamento; 9. Declaração do ITCMD e Retificadora (se houver) e do Demonstrativo do Cálculo relativos à transmissão “causa mortis” e respectivas Manifestações do Fisco e da Procuradoria; 10. Plano de Partilha e respectivas homologação judicial e certidão do trânsito em julgado; 11. GAREs ITCMD referentes a doação, se houver apuração de imposto a pagar; 24 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 12. Declaração relativa a doações recebidas do mesmo doador, conforme modelo constante no Anexo XV, quando se tratar de doação isenta. NOTA 1 - Relativamente à Guia de Recolhimento do ITCMD e aos documentos indicados nos itens 1 e 2, o contribuinte deverá acessar o endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br, selecionar a opção “ITCMD” e preencher e imprimir os respectivos formulários. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 1 - Os formulários dos documentos indicados nos itens 1 e 2 e a Guia de Recolhimento do ITCMD, quando for o caso, será obtida na página do Posto Fiscal Eletrônico, no endereço: http://pfe.fazenda.sp.gov.br, opção “ITCMD” - “Lista de Serviços”. NOTA 2 - Em relação aos documentos indicados nos itens 5 a 10, deverão ser apresentadas cópias simples, legíveis e sem cortes, extraídas dos documentos constantes do processo judicial, contendo o número da folha do processo e a rubrica do serventuário do Poder Judiciário. NOTA 3 - Relativamente à declaração indicada no item 12, deverão ser apresentadas declarações de cada um dos donatários que se beneficiarem da isenção prevista na alínea “a” do inciso II do artigo 6º da Lei 10.705/00, alterada pela Lei 10.992/01. NOTA 4 - Fica dispensada a apresentação prévia dos documentos a que se referem os itens 3, 4, 5, 6 e 7 deste Anexo, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. O disposto nesta Nota não se aplica às situações previstas na Seção II do Capítulo III desta Portaria. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 4 - Fica dispensada a apresentação prévia dos documentos a que se referem os itens 3, 4, 5, 6 e 7 deste Anexo, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. (Acrescentada a Nota 4 pelo inciso II do art.2º da Portaria CAT 102 de 28-11-2003; DOE 29-11-2003; efeitos a partir de 1º de dezembro de 2003, sem prejuízo de sua aplicação, no que couber, a fatos geradores ocorridos anteriormente.) IMPORTANTE Caso o AFR vá analisar conjuntamente o ITCMD Causa Mortis e o Doações, então os documentos que se repetirem nos Anexos VIII e IX da Portaria CAT 15/2003 não precisarão ser trazidos em duplicidade. Outra consequência bastante lógica da análise conjunta será a impossibilidade de o interessado cumprir integralmente os itens 9 e 10 do Anexo IX, pois a situação será a seguinte: • Item 9: a Declaração do ITCMD e Retificadora (se houver) e do Demonstrativo do Cálculo relativos à transmissão causa mortis já deverão ser entregues por exigência do Anexo VIII da Portaria. Porém, as Manifestações do Fisco e da Procuradoria ainda não existirão nesse momento, tendo em vista que a da procuradoria só será emitida posteriormente a do fisco, e a manifestação do fisco só será emitida na finalização do expediente; • Item 10: o Plano de Partilha deverá sim ser entregue no momento do protocolo na SEFAZ (caso o interessado queira a análise conjunta), até porque é na partilha que se verifica a ocorrência ou não de doações. Porém, a homologação judicial e certidão do trânsito em julgado só ocorrerão após as Manifestações do Fisco e da Procuradoria. 25 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Apresentados os documentos acima mencionados, com as ressalvas comentadas, então o AFR deverá incluir em sua cota conclusiva (Manifestação do Fisco) também a manifestação do Posto Fiscal em relação ao ITCMD Doações, devendo concordar com o imposto recolhido (no caso de verificada a sua regularidade), ou, se o caso, reconhecer a sua isenção, baseada no Artigo 6º, Inciso II, Alínea “a”, da Lei 10.705/2000. DICA Nada impede, em um mesmo processo judicial ou em uma mesma escritura pública, que um ou mais herdeiros tenham recebido doações isentas, e, ao mesmo tempo, outros herdeiros tenham recebido doações tributadas. Para se aferir se o limite de isenção, de 2.500 UFESPs, foi ultrapassado ou não, em se tratando de doações, recebidas judicial ou extrajudicialmente, a partir de 01/01/2002, a estas serão somadas todas as outras doações recebidas, entre mesmo doador e mesmo donatário, em um mesmo ano civil (de 01 de janeiro a 31 de dezembro do mesmo ano). Daí a razão de o item 12 do Anexo IX exigir a apresentação do Anexo XV da Portaria CAT 15/2003, no qual será declarado que não houve outras doações naquele ano, ou, se existiram, somadas àquelas do processo judicial analisado, ou da escritura pública a ser lavrada, não ultrapassam as 2.500 UFESPs. A forma de se saber se houve ou não doação no processo, ou na escritura pública, é verificar o valor que cada um (tanto herdeiros quanto meeiro) tinha direito de receber pela legislação vigente. Tendo esse valor, basta confrontá-lo com o valor recebido após o acordo presente na partilha de bens, obtendo os seguintes resultados: • Valor recebido igual ao ditado pela legislação: não houve doação; • Valor recebido maior que o ditado pela legislação: recebeu doação (donatário); • Valor recebido menor que o ditado pela legislação: doou (doador). Documentação para análise do ITCMD Doações em processos judiciais de separação, divórcio e dissolução de sociedade de fato Em relação a processos de Separação, Divórcio e Dissolução de Sociedade de Fato, será o Anexo X da Portaria CAT 15/2003 que ditará os documentos a serem entregues, conforme Artigo 8º da Portaria CAT 15/2003, já exposto acima. Documentação para análise do ITCMD Doações em escrituras públicas de divórcio Em relação a escrituras públicas de divórcio, também será o Anexo X da Portaria CAT 15/2003 que ditará os documentos a serem entregues, conforme a Alínea “a” do Inciso III do Artigo 12-A da Portaria CAT 15/2003. Acompanhe o que diz o Art.12-A: 26 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Art. 12-A - Nas hipóteses de transmissão realizada no âmbito administrativo, nos termos dos artigos 982 e 1124-A, da Lei federal 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil, perante tabelião localizado neste Estado, deverá ser-lhe apresentada, pelo contribuinte, a Declaração do ITCMD, instruída com os seguintes documentos, necessários à apuração do imposto (Decreto 46.655/02, art. 26-A): ... III - na hipótese de doação de bens e direitos atribuídos acima da respectiva meação no processo de separação consensual e divórcio consensual: a) os documentos relacionados no Anexo X, exceto quando referidos a processo judicial; b) as declarações de reconhecimento de imunidade ou isenção referidas no artigo 4º desta Portaria, exceto nas situações de imunidade ou isenção previstas no inciso I do artigo 4º e nas alíneas “a” a “f” do inciso I e alíneas “a” e “c” do inciso II do artigo 6º, todos do Decreto 46.655, de 1º de abril de 2002; c) o comprovante de recolhimento do ITCMD - Doação, por meio da Guia de Arrecadação Estadual - GARE-ITCMD; (grifamos). Conhecendo o Anexo X ANEXO X (Relação dos documentos a que se refere o artigo 8º) Hipótese de doação ocorrida em processos de Separação ou Dissolução de Sociedade de Fato:1. Declaração do ITCMD; 2. Demonstrativo de Cálculo; 3. RG e CPF do contribuinte (cópia); 4. Instrumento de procuração, se a declaração não for assinada pelo contribuinte; 5. Certidão de Casamento ou comprovante do reconhecimento judicial do início da sociedade de fato; 6. Capa do processo judicial; 7. Relação de bens, partilha, respectiva homologação judicial e certidão do trânsito em julgado; 8. GARE ITCMD, se houver apuração do imposto a pagar; 9. Declaração relativa a doações recebidas do mesmo doador, conforme modelo constante no Anexo XV, quando se tratar de doação isenta; 10. Relativamente aos bens declarados, os seguintes documentos: 10.1 - Imóveis: 27 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 10.1.1 - se urbanos, carnê de IPTU onde conste o valor venal, o endereço do imóvel e o número do contribuinte, ou certidão do valor venal emitida pelo órgão municipal competente, relativos ao ano do trânsito em julgado; 10.1.2 - se rurais, Declaração de Informação e Atualização Cadastral – DIAC e Declaração de Informação e Apuração do ITR – DIAT, que compõem a Declaração do ITR-DITR, protocolizada na Secretaria da Receita Federal, observado o disposto na nota 3; 10.1.3 - matrícula do Cartório de Registro de Imóveis contendo a averbação da transmissão do imóvel ao casal/a um dos cônjuges/partes ou cópia do instrumento particular, público ou judicial, da mencionada transmissão, caso a averbação não tenha sido providenciada; 10.2 - Ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos de capital social: 10.2.1 - relativamente a ações negociadas em Bolsas de Valores, deverão ser apresentadas cotações oficiais de jornais ou documentos emitidos pela Bolsa de Valores em que figurem a cotação média alcançada na data do trânsito em julgado da sentença homologatória da partilha, ou na imediatamente anterior, quando não houver pregão ou quando a mesma não tiver sido negociada naquele dia, regredindo-se, se for o caso, até o máximo de 180 (cento e oitenta) dias; 10.2.2 - relativamente a ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos do capital social não enquadrados no item 10.2.1: (Redação dada ao item pela Portaria CAT-29/11, de 04-03- 2011, DOE 05-03-2011) a) atos constitutivos da entidade atualizados até a data da separação ou dissolução da sociedade de fato; Balanço Patrimonial da entidade relativo ao exercício anterior à data da separação ou dissolução da sociedade de fato; e Demonstrativo do Valor Contábil das Cotas, Participação, Ações ou Títulos, atualizado, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo – UFESP, da data do Balanço Patrimonial até o momento do fato gerador, podendo tal demonstrativo ser elaborado mediante a divisão do valor do patrimônio líquido pelo número de cotas, ações ou títulos, ou pela multiplicação do valor do patrimônio líquido pela fração da participação (Decreto 46.655/02, arts. 13 e 17, § 3º); b) na hipótese de entidades dispensadas da elaboração de Balanço Patrimonial nos termos da legislação federal, ou quando o patrimônio líquido indicar valor negativo, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor nominal das ações, cotas, participações ou quaisquer títulos representativos de capital social; c) na hipótese de elaboração de Balanço de Determinação por ordem judicial, será considerado, para fins de base de cálculo do imposto, o valor das ações, cotas, títulos ou participações obtidos com base no Balanço de Determinação elaborado pelo perito contábil; 10.2.2 - relativamente a cotas, participações ou ações não enquadradas na alínea anterior, deverá ser apresentado Balanço Patrimonial da empresa em relação à qual os títulos tiverem sido emitidos, relativo ao exercício anterior a data do trânsito em julgado, sendo o valor unitário da ação, cota ou participação obtido pela divisão do valor do Patrimônio Líquido pelo número de ação, cota ou participação que compõe o patrimônio da empresa; 10.3 - Depósitos bancários e aplicações financeiras: extratos ou demonstrativos de saldo na data do trânsito em julgado; 28 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 10.4 - Veículos: tabela de periódico, de revista especializada, do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores – IPVA ou qualquer outro meio idôneo de avaliação que tenha dado base ao valor atribuído ao bem; 10.5 - Títulos de clubes ou associações, jazigos ou túmulos: declaração da Administração da entidade sobre o valor do bem; 10.6 - Créditos oriundos de processos judiciais: cópias das peças elementares do processo judicial relativo; 10.7 - Demais bens: cotações de preços (no mínimo três), avaliações de peritos ou outros documentos que comprovem o valor corrente de mercado do bem, sendo o valor definido pela média simples das cotações/avaliações. NOTA 1 - Relativamente à Guia de Recolhimento do ITCMD e aos documentos indicados nos itens 1 e 2, o contribuinte deverá acessar o endereço eletrônico www.fazenda.sp.gov.br, selecionar a opção “ITCMD” e preencher e imprimir os respectivos formulários. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 1 - Os formulários dos documentos indicados nos itens 1 e 2 e a Guia de Recolhimento do ITCMD, quando for o caso, serão obtidos na página do Posto Fiscal Eletrônico, no endereço: http://pfe.fazenda.sp.gov.br, opção “ITCMD” - “Lista de Serviços”. NOTA 2 - Em relação aos documentos indicados nos itens 5 a 8, deverão ser apresentadas cópias simples, legíveis e sem cortes, extraídas dos documentos constantes do processo judicial, contendo o número da folha do processo e a rubrica do serventuário do Poder Judiciário. NOTA 3 - Os documentos DIAC e DIAT poderão ser relativos ao do ano anterior ao do trânsito em julgado se, nessa data, ainda não tenha decorrido o prazo final para entrega da Declaração do Imposto Territorial Rural. NOTA 4 - Revogada pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011. NOTA 4 - Em relação ao documento indicado no subitem 10.2.2, as empresas desobrigadas da elaboração do Balanço Patrimonial, segundo normas estabelecidas para os impostos federais, deverão apresentar o “Balanço de determinação”, cujo termo final das posições econômicas financeiras a serem considerados deverá ser a data do óbito. NOTA 5 - Fica dispensada a apresentação prévia dos documentos a que se referem os itens 3, 4, 5 e 10 deste Anexo, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. O disposto nesta Nota não se aplica às situações previstas na Seção II do Capítulo III desta Portaria. (Redação dada à nota pela Portaria CAT-29/11, de 04-03-2011, DOE 05-03-2011) NOTA 5 - Fica dispensada a apresentação prévia dos documentos a que se referem os itens 3, 4, 5 e 10 deste Anexo, sem prejuízo de exigência posterior, a critério da autoridade fiscal. (Acrescentada a Nota 5 pelo inciso III do art.2º da Portaria CAT 102 de 28-11-2003; DOE 29-11-2003; efeitos a partir de 1º de dezembro de 2003, sem prejuízo de sua aplicação, no que couber, a fatos geradores ocorridos anteriormente.) Em processos judiciais de separação, divórcio e dissolução de sociedade de fato é bastante comum haver tanto doação entre os separandos (excesso de meação), quanto doações destes para seus filhos. 29 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Analisados os documentos, baseados no Anexo X acima exposto, o procedimento será o mesmo já mencionado anteriormente, qual seja, verificar se a pessoa ficou com valor maior do que o previsto na legislação ou não. Constatada a ocorrência de doação, o AFR deverá concordar com o imposto recolhido (no caso de verificada a sua regularidade), ou, se o caso, reconhecer a sua isenção, baseada no Artigo 6º, Inciso II, Alínea “a”, da Lei 10.705/2000. Emitida a Manifestação do Fisco (cota conclusiva), lembrando sempre de ressalvar o direito de a Secretaria da Fazenda proceder a verificaçõesposteriores, o Posto Fiscal enviará o expediente à Procuradoria do Estado para prosseguimento. Para os Cartórios, constatada a ocorrência de doação, o tabelião deverá verificar se ela é isenta ou não. Em não sendo, o ITCMD Doações deverá ser recolhido antes da lavratura da escritura pública. Caminho para se chegar ao documento elencado no item 1 dos Anexos IX e X da Portaria CAT 15/2003 Para o interessado conseguir a Declaração de ITCMD prevista no item 1 do Anexo IX e X da Portaria CAT 15/2003, ele deverá seguir um caminho muito parecido com aquele para a obtenção das Declarações de Arrolamento ou Inventário e de Transmissão por Escritura Pública, conforme a seguir: 1 – Acesse o endereço <http://pfe.fazenda.sp.gov.br>, ou simplesmente <www.pfe.fazenda. sp.gov.br>. 2 – No lado esquerdo superior da tela, clique em “ITCMD”. 30 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos 3 – Escolha a opção Doação. 4 – Ao clicar em Doação, a página seguinte trará algumas informações para auxiliar na elaboração da futura Declaração de Doação. Após ler tais informações, o interessado deverá clicar em Declarar Doação. 31 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Na tela seguinte o interessado deverá criar uma senha, informar a data da doação (só serão aceitas datas de 01/01/2001 em diante) e seu e-mail e clicar em Prosseguir. Da mesma forma que para o ITCMD Causa Mortis, e conforme aviso trazido na própria tela de cadastramento de senha, esta deverá ter de 8 a 15 caracteres, e pelo menos duas das seguintes opções: letras maiúsculas, letras minúsculas, números e símbolos (ex: !, $, @, #). Clicando em Prosseguir, o sistema emitirá um número de protocolo, conforme a tela abaixo. Tal número, após a digitação e confirmação dos dados necessários, será o número da Declaração de Doação gerada. Prosseguindo, clique em Continuar. Ao clicar em Continuar, o sistema possibilitará ao interessado preencher os dados da futura Declaração. Em síntese, serão solicitados os dados dos doadores, recebedores, bens e dados gerais. Para digitar tais informações, clique nos respectivos botões destacados na tela abaixo. 32 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Após totalmente preenchida, com todos os dados necessários e com valores dos bens nunca inferiores aos constantes nos documentos comprobatórios, a Declaração de Doação deverá ser confirmada, clicando-se no botão Confirmação, apontado na tela acima. Em seguida, a Declaração e as GAREs ITCMD poderão ser impressas. Da mesma forma que para as declarações referentes ao ITCMD Causa Mortis, o novo sistema declaratório também gera uma conta fiscal para o CPF de cada contribuinte presente em uma Declaração de Doação confirmada 1.2.5 Para onde levar a documentação De posse de toda a documentação relativa à análise do ITCMD, o interessado deverá encaminhá- la ao fisco, em caso de transmissões judiciais, ou diretamente ao tabelião paulista que lavrará a escritura pública de inventário. Protocolo dos documentos para análise do ITCMD em transmissões judiciais Com os documentos, o interessado (geralmente o inventariante ou o seu advogado, com a devida procuração) deverá dirigir-se ao Posto Fiscal mais próximo de onde tramite o processo judicial, desde que este se passe no interior do Estado de São Paulo, conforme o Artigo 9º, Inciso II, Alínea “e”, da Portaria CAT 15/2003. 33 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Ressalte-se que o Inciso II do Artigo 9º impõe regras específicas em suas alíneas, as quais, por serem bastante claras, não necessitam de maiores explicações, lembrando-se apenas de que sua Alínea “d” elegeu o Posto Fiscal da Capital – PFC 11 Sé para analisar os procedimentos de ITCMD, relativos a autos judiciais que tramitem em outros Estados da Federação. Artigo 9º - A Declaração do ITCMD e os documentos relacionados nos anexos citados no caput do artigo 8º deverão ser entregues (Decreto 46.655/02, art. 21): ... II - nos seguintes locais: a) no Posto Fiscal da Capital - PFC 11 Sé, situado na Avenida Rangel Pestana n.º 300, 1º andar, Centro - CEP 01017-911, no caso de autos judiciais que tramitem na Comarca da Capital, nos Foros: Central, Itaquera, Penha de França, São Miguel Paulista, Tatuapé e Vila Prudente; b) no Posto Fiscal da Capital - PFC 11 Lapa, situado na Rua Afonso Sardinha n.º 67, Lapa - CEP 05076-000, no caso de autos judiciais que tramitem na Comarca da Capital, nos Foros da Lapa e Santana; c) no Posto Fiscal da Capital - PFC 11 Butantã, situado na Rua Butantã n.º 260, Pinheiros - CEP 05424-000, no caso de autos judiciais que tramitem na Comarca da Capital, nos Foros: Ipiranga, Jabaquara, Pinheiros, Santo Amaro e Parelheiros; d) no Posto Fiscal da Capital - PFC 11 Sé, situado na Avenida Rangel Pestana n.º 300, 1º andar, Centro - CEP 01017-911, no caso de autos judiciais que tramitem em outros Estados, admitindo-se, nesse caso, que a entrega da declaração seja efetuada via postal, por conta e risco do interessado. e) no Posto Fiscal mais próximo da Comarca deste Estado onde estiver tramitando o processo judicial, nos demais casos. 1.2.6 Análise dos documentos apresentados e de eventuais isenções Análise do ITCMD em transmissões judiciais Protocolados os documentos, estes deverão ser enviados diretamente à unidade encarregada de analisá-los. Chegando o expediente ao Assistente Fiscal do PF responsável, este deverá, primeiramente, revisar o trabalho feito pelo pessoal do protocolo, verificando se a instrução está regular, ou seja, com todos os documentos mencionados no Anexo VIII da Portaria CAT 15/2003. Prosseguindo, deverá verificar, em todos os detalhes, se a Declaração de ITCMD, acompanhada de todos os documentos já mencionados, reflete exatamente o que consta dos autos judiciais. 34 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Exemplificando, sucintamente, o AFR deverá ver se a Declaração de ITCMD apresentada se refere ao rito processual correto, ou seja, Declaração de Inventário para processo de inventário (rito ordinário), ou Declaração de Arrolamento para processo de arrolamento ou para processo de Alvará Autônomo. Tendo em vista que não há uma Declaração de ITCMD específica para alvará, então procederemos, neste caso, como se arrolamento fosse. De fato, para fins do procedimento do ITCMD, o arrolamento e o alvará autônomo são muito parecidos. Uma diferença marcante seria a inexistência de inventariante no caso do alvará, de forma que não devemos, neste caso, exigir a prova de nomeação do inventariante (item 5 do Anexo VIII da Portaria CAT 15/2003). Em geral, no caso de alvará, quem assina a Declaração de Arrolamento costuma ser um de seus requerentes (geralmente um dos herdeiros), ou o seu procurador. Verificada a correta escolha da Declaração de ITCMD, todos os seus itens deverão ser conferidos: datas, nomes (do falecido, inventariante, procurador, herdeiros, legatários), estado civil que o autor da herança ostentava quando vivo, regime de bens, caso fosse casado, percentual de transmissão para cada recebedor, bens declarados, seus respectivos valores, frações transmitidas etc. Estando tudo correto até aqui, então passa-se a verificar se eventuais bens isentos, declarados na Relação de Bens ou Direitos não Tributados, realmente estão enquadrados em uma das hipóteses de isenção do Artigo 6º, Inciso I, da Lei 10.705/2000, alterada pela Lei 10.992/2001, ou seja, deve-se fazer uma análise criteriosa sobre o mérito da isenção requerida. Artigo 6º - Fica isenta do imposto: (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) I - a transmissão “causa mortis”: a) de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel; b) de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500(duas mil e quinhentas) UFESPs, desde que seja o único transmitido; c) de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs; d) de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs; e) de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular; f) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor. 35 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos Produção e encaminhamento da cota do fisco Caso esteja tudo regular, bem como o ITCMD recolhido, no caso de arrolamento e de alvará autônomo, então deverá ser produzida a cota conclusiva do Posto Fiscal, assinada pelo Assistente e pelo Chefe, a qual será enviada à Procuradoria do Estado para prosseguimento. Em relação ao ITCMD Causa Mortis a cota do fisco deverá conter: • Para arrolamento e alvará autônomo: a concordância do fisco em relação à Declaração de Arrolamento (mencionar o número da Declaração) e ao recolhimento, reconhecimento de eventuais isenções (desde que haja bens declarados na Relação de Bens ou Direitos não Tributados da Declaração de Arrolamento), ressalva quanto ao direito de a Secretaria da Fazenda proceder a verificações posteriores e encaminhamento à Procuradoria do Estado; • Para inventário: a concordância do fisco em relação aos valores declarados na Declaração de Inventário (mencionar o número da Declaração), reconhecimento de eventuais isenções (desde que haja bens declarados na Relação de Bens ou Direitos não Tributados da Declaração de Inventário), ressalva quanto ao direito de a Secretaria da Fazenda proceder a verificações posteriores e encaminhamento à Procuradoria do Estado. Além dos itens acima, caso seja analisado conjuntamente o ITCMD Causa Mortis e o Doações, então a cota deverá conter também a manifestação do Posto Fiscal em relação ao ITCMD Doações, devendo concordar com o imposto recolhido (no caso de verificada a sua regularidade), ou, se o caso, reconhecer a sua isenção, baseada no Artigo 6º, Inciso II, Alínea “a”, da Lei 10.705/2000, conforme já explicado no item 1.2.4. DICA Para o fisco, em havendo recolhimento(s) do imposto, então, antes da produção da cota, deverá ser feita a comprovação dele(s) no MOCHA (PRODESP), opção DHDD, e juntados os prints ao expediente, conforme item 3, Instrução nº 30, Ofício Circular DEAT Série “MSF” nº 03/2003. Análise do ITCMD em transmissões extrajudiciais No caso de transmissões extrajudiciais, o tabelião, tendo em mãos a documentação exigida pela legislação, deverá verificar, em todos os detalhes, se a Declaração de ITCMD, acompanhada dos referidos documentos, reflete exatamente o que constará da escritura a ser lavrada. Da mesma forma que para o fisco, deverá ser verificada a correta escolha da Declaração de ITCMD (no caso, será a Declaração de Transmissão por Escritura Pública), e todos os seus itens deverão ser conferidos: • datas; • nomes (do falecido, inventariante, procurador, herdeiros); • estado civil que o autor da herança ostentava quando vivo; • regime de bens, caso fosse casado; • percentual de transmissão para cada recebedor; 36 ITCMD: Procedimentos Módulo 1 - Introdução e procedimentos • bens declarados; • valores dos bens; • frações transmitidas etc. Também, deverá ser examinado se eventuais bens isentos, declarados na Relação de Bens ou Direitos não Tributados, realmente estão enquadrados em uma das hipóteses de isenção do Artigo 6º, Inciso I, da Lei 10.705/2000, alterada pela Lei 10.992/2001. Faça uma análise criteriosa sobre o mérito da isenção requerida. Caso na partilha haja doação(ões), então esta(s) também deverá(ão) passar por uma análise criteriosa por parte do tabelião, a fim de que seja verificado se se trata de doação isenta, ou se o ITCMD Doação foi regularmente recolhido. Estando tudo regular, bem como o ITCMD recolhido, então poderá ser lavrada a escritura pública de inventário. MÓDULO 2 - REGRAS PARA A BASE DE CÁLCULO E DIREITO CIVIL 37 ITCMD: Procedimentos Bem-vindo ao segundo módulo do curso ITCMD: Procedimentos. Nele veremos as Regras para a Base de Cálculo de Imóveis para Fins de Tributação pelo ITCMD e trataremos o tema Direito Civil. Objetivos Ao final deste módulo, esperamos que você seja capaz de: • Reconhecer as Regras para a Base de Cálculo de Imóveis para Fins de Tributação pelo ITCMD. • Compreender as noções do Direito de Família e do Direito das Sucessões. 2.1 REGRAS PARA A BASE DE CÁLCULO DE IMÓVEIS PARA FINS DE TRIBUTAÇÃO PELO ITCMD Para iniciarmos este assunto, é importante ter em mente que a base de cálculo dos imóveis (e também dos bens e direitos em geral), para fins de tributação pelo ITCMD, é o valor de mercado deles na data do óbito ou da doação. Essa regra é determinada pelo artigo 9º, parágrafo 1º, da Lei 10.705/2000: 38 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Artigo 9º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional ou em UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo). § 1º - Para os fins de que trata esta lei, considera-se valor venal o valor de mercado do bem ou direito na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação. (grifamos). Uma leitura açodada apenas do caput do artigo acima leva, muitas vezes, o interessado a cometer o equívoco de entender que a base de cálculo dos imóveis, para fins de tributação pelo ITCMD, seria o valor venal para fins de lançamento do IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) para imóveis urbanos, e o valor para fins de lançamento do ITR (Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural) para imóveis rurais. Esse erro é comumente cometido pelos contribuintes, de forma que deve ser prontamente combatido pelo responsável pela conferência da regularidade do ITCMD, tendo em vista a diminuição irregular da base de cálculo, a qual poderá ocasionar uma redução do imposto a recolher. Na verdade, a Lei 10.705/2000 elege os valores para fins de lançamento do IPTU e do ITR apenas como o piso da base de cálculo do ITCMD, ou seja, o seu valor mínimo, conforme mandamento trazido pelo Artigo 13 dela. Acompanhe a seguir: Artigo 13 - No caso de imóvel, o valor da base de cálculo não será inferior: I - em se tratando de imóvel urbano ou direito a ele relativo, ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU; II - em se tratando de imóvel rural ou direito a ele relativo, ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR. (grifamos) 2.1.1 Regras Específicas para Imóveis Urbanos relativas à Base de Cálculo para Fins de Tributação pelo ITCMD Buscando atender tanto o Artigo 9º quanto o 13 da Lei 10.705/2000, o responsável pela regularidade do ITCMD (fisco ou tabeliães, dependendo do caso) deverá observar o Item 2 do Parágrafo Único do Artigo 16 do Regulamento do ITCMD. Este autoriza, para se tentar aproximar ao máximo do valor de mercado do imóvel urbano, que se considere, também, o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI divulgado ou utilizado pelo município em que se situar o bem. 39 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Artigo 16 - O valor da base de cálculo, no caso de bem imóvel ou direito a ele relativo será (Lei 10.705/00, art.13): I - em se tratando de: a) urbano, não inferior ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana - IPTU; ... Parágrafo único - Poderá ser adotado, em se tratando de imóvel: (Redação dada ao parágrafo pelo Decreto 55.002, de 09-11-2009; DOE 10-11-2009) ... 2 - urbano, o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI divulgado ou utilizado pelo município, vigente à data da ocorrência do fato gerador, nos termos da respectiva legislação, desde que não inferior ao valor referido na alínea “a” do inciso I, sem prejuízo da instauração de procedimento administrativo de arbitramento da base de cálculo, se for o caso. (grifamos). Confirmando o uso do valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI para fins de apuração da base de cálculo do ITCMD, vem o Artigo 16-A da Portaria CAT 15/2003, no Item 2 de seu Parágrafo Único. Art. 16-A - na hipótese de transmissão “causa mortis” ou de doação de bem imóvel ou direito a ele relativo, a base de cálculo do ITCMD é o valor venal do bem imóvel, assim considerado o seu valor de mercado na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação (§ 1º do artigo 12 do Decreto 46.655/02). (Artigo acrescentado pela Portaria CAT-29/11, de 04-03- 2011, DOE 05-03-2011). Parágrafo único - para fins da determinação da base de cálculo de que trata o caput deste artigo, será admitido, em se tratando de imóvel (parágrafo único do artigo 16 do Decreto 46.655/02): ... 2 - urbano, o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis - ITBI divulgado ou utilizado pelo município, vigente à data da ocorrência do fato gerador, nos termos da respectiva legislação, desde que não inferior ao fixado para o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU. Dessa forma, o responsável pela verificação do ITCMD, sempre buscando a maior proximidade possível ao valor de mercado do bem, deverá considerar, no mínimo, 03 (três) valores para chegar à base de cálculo do imóvel urbano, quais sejam: a) o valor venal para fins de lançamento do IPTU; b) o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI; 40 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil c) o valor declarado pelo próprio interessado nos autos do processo judicial ou na escritura pública. Destes 03 (três) valores, a base de cálculo será o maior deles. Caso, dentre os documentos apresentados, o responsável pela conferência do ITCMD encontre provas (exemplificativamente, laudos de avaliação, contratos de promessa de compra e venda e/ou escrituras públicas de compra e venda com datas próximas à do óbito) de que o valor de mercado do bem é ainda maior do que os 03 (três) acima mencionados, então esse novo valor deverá ser a base de cálculo. Nem todas as Prefeituras do Estado de São Paulo divulgam o valor venal de referência do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis – ITBI, sendo que, na ausência deste, restarão os outros dois valores como patamares mínimos da base de cálculo do ITCMD. 2.1.2 Regras Específicas para Imóveis Rurais Relativas à Base de Cálculo para Fins de Tributação pelo ITCMD Da mesma forma que para os imóveis urbanos, em se tratando de imóveis rurais, o Artigo 9º, bem como o Artigo 13 da Lei 10.705/2000, também deverão ser atendidos. Nesse caso, o responsável pela regularidade do ITCMD deverá observar o item 1 do parágrafo único do artigo 16 do Regulamento do ITCMD. Para buscar a maior proximidade possível do valor de mercado do imóvel, o artigo autoriza que se considere também o valor médio da terra-nua e das benfeitorias, divulgado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ou por outro órgão de reconhecida idoneidade. Veja o artigo. Artigo 16 - O valor da base de cálculo, no caso de bem imóvel ou direito a ele relativo será (Lei 10.705/00, art. 13): I - em se tratando de: ... b) rural, não inferior ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; ... Parágrafo único - Poderá ser adotado, em se tratando de imóvel: (Redação dada ao parágrafo pelo Decreto 55.002, de 09-11-2009; DOE 10-11-2009) 1 - rural, o valor médio da terra-nua e das benfeitorias divulgado pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigente à data da ocorrência do fato gerador, quando for constatado que o valor declarado pelo interessado é incompatível com o de mercado; (grifamos). 41 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Também, vem a Portaria CAT 15/2003, em seu Artigo 16-A, Parágrafo Único, Item 1, ratificar a observância de valores trazidos pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, através do Instituto de Economia Agrícola. Art. 16-A - na hipótese de transmissão “causa mortis” ou de doação de bem imóvel ou direito a ele relativo, a base de cálculo do ITCMD é o valor venal do bem imóvel, assim considerado o seu valor de mercado na data da abertura da sucessão ou da realização do ato ou contrato de doação (§ 1º do artigo 12 do Decreto 46.655/02). (Artigo acrescentado pela Portaria CAT-29/11, de 04-03- 2011, DOE 05-03-2011) Parágrafo único - para fins da determinação da base de cálculo de que trata o caput deste artigo, será admitido, em se tratando de imóvel (parágrafo único do artigo 16 do Decreto 46.655/02): 1 - rural, o valor médio da terra-nua e das benfeitorias divulgado pelo Instituto de Economia Agrícola da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo ou por outro órgão de reconhecida idoneidade, vigente à data da ocorrência do fato gerador, desde que não inferior ao valor total do imóvel declarado pelo contribuinte para efeito de lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; (grifamos). IMPORTANTE O valor declarado para lançamento do ITR se limita a ser o piso da base de cálculo do ITCMD, ou seja, seu valor mínimo, não devendo ser confundido com o valor da base de cálculo do imposto de transmissão, conforme Artigo 13, Inciso II, da Lei 10.705/2000. Na mesma esteira, o valor calculado com base no IEA também não será, necessariamente, a base de cálculo do ITCMD, pois, conforme já visto, tal base não poderá ser inferior ao valor presente na Declaração do ITR – DITR, bem como, nunca podemos perder de vista o valor de mercado dos bens. Dessa forma, em relação a imóveis rurais, o responsável pela conferência do ITCMD deverá considerar, no mínimo, 03 (três) valores, quais sejam: 1) o valor presente na DITR; 2) o valor do IEA; 3) o valor declarado pelo interessado. Destes três, deve-se considerar o maior, não sendo a justificativa para isto o intuito de se arrecadar mais, mas sim a busca pelo cumprimento da legislação, o que se procura ilustrar através dos exemplos abaixo: Caso 1: valor da DITR=R$ 100.000,00, valor do IEA=R$ 200.000,00, valor declarado pelo interessado=R$ 150.000,00. Deve-se ficar com o valor do IEA. Justificativa=busca do valor de mercado (art. 9º, § 1º, Lei 10.705/2000); 42 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Caso 2: valor da DITR=R$ 200.000,00, valor do IEA=R$ 100.000,00, valor declarado pelo interessado=R$ 150.000,00. Deve-se ficar com o valor da DITR. Justificativa=valor mínimo é o do lançamento do ITR (art. 13, II, Lei 10.705/2000); Caso 3: valor da DITR=R$ 100.000,00, valor do IEA=R$ 150.000,00, valor declarado pelo interessado=R$ 200.000,00. Deve-se ficar com o valor declarado pelo interessado, pois se ele mesmo declarou um valor maior que o do ITR e do IEA para fins de transmissão do bem, entende-se que o valor de mercado não será inferior ao declarado. Justificativa=busca do valor de mercado (art. 9º, § 1º, Lei 10.705/2000). Comentadasas autorizações para a utilização dos valores presentes no site do IEA, como forma de se buscar o valor de mercado do imóvel rural, vamos ao modo de se calcular o valor de tal bem. Este é um assunto árido, sobre o qual não havia consenso até bem recentemente. Pretendendo sanar o problema apontado, a DEAT (Diretoria Executiva da Administração Tributária) divulgou o seu entendimento a esse respeito, de forma que os valores trazidos pelo site do IEA deverão ser utilizados da forma exposta a seguir, a fim de se chegar ao valor do imóvel rural, para fins de tributação pelo ITCMD. Vamos ao modo de utilizar os valores trazidos pelo IEA: A) As consultas serão realizadas no site do IEA (www.iea.sp.gov.br), na aba “Banco de Dados”, item “Terra rural”. A1) Para realização das consultas, deverá ser selecionado o Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) que englobe o município onde está situado o imóvel. A distribuição dos municípios por EDR pode ser consultada na aba “Banco de Dados”, item “Apresentação”, clicando no link “Distribuição dos Municípios”. Também pode ser utilizado o botão “Consultar EDR” na tela de consulta do valor do imóvel. A2) Para escolha do ano final do levantamento, deverá ser observada a data do fato gerador. B) Para definição do tipo de consulta a ser feita no site do IEA, no Documento de Informação e Apuração do ITR – DIAT (parte final da Declaração do ITR) será verificado se o imóvel possui benfeitorias declaradas. B1) Se o imóvel possuir benfeitorias, independentemente da área que estas ocupam, deverá ser escolhida a opção “Imóveis Rurais com Benfeitorias” e selecionada a faixa de tamanho de propriedade que comporte a área total do imóvel. 43 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil B2) Se o imóvel não possuir benfeitorias, deverá ser escolhida a opção “Valor de terra nua”. Neste caso, deverão ser selecionadas as categorias de terra que correspondam às áreas declaradas no DIAT. Para tanto, deverá ser utilizada a seguinte tabela de correspondência: IEA ITR (DIAT) Terra de cultura de primeira OU Terra de cultura de segunda (porém, caso seja atribuído o valor de terra de cultura de segunda, então deverá ser apresentado laudo técnico que comprove a qualidade da terra) Área de produtos vegetais Terra para pastagem Área de pastagem Terra para reflorestamento Área de reflorestamento Campo Todas as demais áreas declaradas C) Para obtenção do valor do imóvel de acordo com os dados divulgados pelo IEA, o cálculo será feito da seguinte forma: C1) em se tratando de imóvel com benfeitorias: através da multiplicação da área total do imóvel pelo valor médio do hectare encontrado na consulta do subitem B1; C2) em se tratando apenas de terra nua: pela soma dos valores resultantes da multiplicação das áreas da Declaração de ITR pelo respectivo valor médio do hectare encontrado na consulta do subitem B2. D) O valor obtido deverá ser confrontado com o valor total do imóvel informado na Declaração de ITR. A base de cálculo do ITCMD corresponderá a, no mínimo, o maior dos dois valores. 2.2 EXEMPLO DE CÁLCULO PELO IEA PARA IMÓVEIS COM BEN- FEITORIAS Óbito em junho de 2005. Propriedade rural situada no município de Bauru/SP. Com 37,5 hectares, assim divididos segundo a DITR (em hectares): 01. Área Total do Imóvel = 37,5 02. Área de Preservação Permanente = 0,0 03. Área de Reserva Legal = 0,0 04. Área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) = 0,0 05. Área de Interesse Ecológico = 0,0 06. Área de Servidão Florestal = 0,0 07. Área Tributável = 37,5 44 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil 08. Área Ocupada c/ Benfeitorias Úteis e Necessárias Destinadas à Atividade Rural = 0,1 09. Área Aproveitável = 37,4 10. Área de Produtos Vegetais = 34,0 11. Área em Descanso = 0,0 12. Área com Reflorestamento = 0,0 13. Área de Pastagens = 0,0 14. Área de Exploração Extrativa = 0,0 15. Área de Atividade Granjeira ou Aquícola = 0,0 16. Área de Frustração de Safra ou... = 0,0 17. Área Utilizada pela Atividade Rural = 34,0 18. Área com Demais Benfeitorias = 0,0 19. Área com Mineração = 0,0 20. Área Imprestável p/ a Atividade Rural Não Declarada... = 3,4 21. Área Inexplorada = 0,0 22. Outras Áreas = 0,0 23. Área Não Utilizada pela Atividade Rural = 3,4 Antes do cálculo, é necessário saber a qual Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) pertence o imóvel. Para se chegar ao EDR, deve-se percorrer o caminho seguinte. Acesse a página inicial no seguinte endereço: <www.iea.sp.gov.br>. Em seguida clique em “Banco de Dados”. 45 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Apresentação Clique em “Distribuição dos Municípios”. 46 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Observe para descobrir qual é o EDR. 47 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Tendo conhecimento do município onde está localizado o imóvel rural, basta correlacionar a coluna município da tabela acima com a coluna EDR, e o interessado terá descoberto o Escritório de Desenvolvimento Rural a que pertence tal imóvel. DICA No exemplo, para imóveis situados no município de Bauru, conforme tabela acima, o EDR também será de Bauru. Conhecendo o EDR, os demais dados relativos ao imóvel, para se chegar ao valor por hectare trazido pelo site do IEA, serão obtidos na matrícula e na Declaração de ITR. Nesse exemplo, os dados são: • Extensão da terra = 37,5 ha; • Data do óbito = junho de 2005; • Localização do imóvel = município de Bauru/SP; • Há benfeitorias – Informação extraída da declaração de ITR. 48 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Tais dados levarão ao preenchimento das próximas telas. Novamente, partindo da página inicial do site do IEA, deve-se buscar o valor por hectare (ha) do imóvel em questão, da forma a seguir. Acesse a página inicial no seguinte endereço: <www.iea.sp.gov.br>. Clique em “Banco de Dados”. Terra rural Agora clique em “Imóveis Rurais com Benfeitorias”, pois, segundo a DITR, há benfeitorias no imóvel. 49 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Observe a seleção dos itens a serem pesquisados. Considerando os dados do imóvel, bem como o EDR ao qual pertence já obtido, deve-se selecionar os itens grifados a seguir. Opção: Propriedade de 24,20 a 72,60 ha – Pois a extensão do imóvel é de 37,5 ha. Período: Ano inicial e final – 2005 – Porque o ano do óbito é 2005. Mês do levantamento: Jun. – Visto que o mês do óbito é junho. Região: Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) – Bauru - Pois o imóvel está situado no município de Bauru/SP. DICA Em relação ao item “Mês do levantamento”, sempre buscar o mês mais próximo ao do fato gerador (óbito/doação) em que tenha resultado útil da pesquisa. Caso não haja informação referente ao mês da ocorrência do fato gerador do ITCMD, então deverá ser utilizada a informação imediatamente anterior. 50 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Em seguida, clique em “Pesquisar”. No resultado dessa pesquisa, deve-se pegar o preço médio obtido (aqui, no exemplo, será R$6.643,36 por ha). Aí basta multiplicar o número de hectares pelo preço médio obtido (37,5 ha x 6.643,36 = R$249.126,00). Dessa forma, chega-se, com base no IEA, ao valor da propriedade, valor este que, como já dito, deverá ser confrontado com o valor presente na DITR e com o valor declarado no processo judicial, ou na escritura pública de inventário, pelo interessado. 51 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil DICA Observe que a informação-chave foi se havia ou não benfeitorias no imóvel, informação essa retirada da Declaração de ITR. 2.3 EXEMPLO DE CÁLCULO PELO IEA PARA IMÓVEIS SEM BEN- FEITORIAS Óbito em dezembro de 2010. Propriedaderural situada no município de Águas de São Pedro/SP. 25,9 hectares assim divididos segundo a DITR (em hectares): 01. Área Total do Imóvel = 25,9 02. Área de Preservação Permanente = 0,0 03. Área de Reserva Legal = 0,0 04. Área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) = 0,0 05. Área de Interesse Ecológico = 0,0 06. Área de Servidão Florestal = 0,0 07. Área Tributável = 25,9 08. Área Ocupada c/ Benfeitorias Úteis e Necessárias Destinadas à Atividade Rural = 0,0 09. Área Aproveitável = 25,9 10. Área de Produtos Vegetais = 24,7 11. Área em Descanso = 0,0 12. Área com Reflorestamento = 0,0 13. Área de Pastagens = 0,0 14. Área de Exploração Extrativa = 0,0 15. Área de Atividade Granjeira ou Aquícola = 0,0 16. Área de Frustração de Safra ou... = 0,0 17. Área Utilizada pela Atividade Rural = 24,7 18. Área com Demais Benfeitorias = 0,0 19. Área com Mineração = 0,0 20. Área Imprestável p/ a Atividade Rural Não Declarada... = 1,2 52 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil 21. Área Inexplorada = 0,0 22. Outras Áreas = 0,0 23. Área Não Utilizada pela Atividade Rural = 1,2 IMPORTANTE Como já explicado no exemplo 1, antes do cálculo, é necessário saber a qual Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) pertence o imóvel. Para tanto, deve-se percorrer o caminho descrito a seguir. Acesse a página inicial no seguinte endereço: <www.iea.sp.gov.br>. Em seguida clique em “Banco de Dados”. Apresentação Clique em “Distribuição dos Municípios”. 53 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Observe onde está sinalizado para descobrir qual é o EDR. Tendo conhecimento do município onde está localizado o imóvel rural, basta correlacionar a coluna município da tabela acima com a coluna EDR, e o interessado terá descoberto o Escritório de Desenvolvimento Rural a que pertence tal imóvel. DICA No atual exemplo, para imóveis situados no município de Águas de São Pedro, conforme tabela acima, o EDR será de Piracicaba. Conhecendo o EDR, os demais dados relativos ao imóvel, para se chegar ao valor por hectare trazido pelo site do IEA, serão obtidos na matrícula e na Declaração de ITR. Nesse exemplo, os dados são: • Extensão da terra = 25,9 ha; • Data do óbito = dezembro de 2010; 54 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil • Localização do imóvel = município de Águas de São Pedro/SP; • Não há benfeitorias (INFORMAÇÃO EXTRAÍDA DA DECLARAÇÃO DE ITR). Tais dados levarão ao preenchimento das próximas telas. Novamente, partindo da página inicial do site do IEA, deve-se buscar o valor por hectare (ha) do imóvel em questão, da forma a seguir. Acesse a página inicial no seguinte endereço: <www.iea.sp.gov.br>. Em seguida clique em “Banco de Dados”. Terra rural Neste momento clique em: Valor de terra nua, pois, segundo a DITR, não há benfeitorias no imóvel; 55 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Observe a seleção dos itens a serem pesquisados. Considerando os dados do imóvel, bem como o EDR ao qual pertence, já obtido, deve-se selecionar os itens grifados a seguir. Opção: Campo – Pois na DITR consta 1,2 ha de Área Imprestável p/ a Atividade Rural; Terra de cultura de primeira – Pois na DITR consta 24,7 ha de Área de Produtos Vegetais. DICA Observe-se que, se o proprietário entender que a Área de Produtos Vegetais deve ser avaliada como terra de segunda, então deverá apresentar laudo técnico que sustente sua alegação. Essas correlações, de “Campo” com “Área Imprestável p/ a Atividade Rural”, bem como, “Terra de cultura de primeira” com “Área de Produtos Vegetais”, são baseadas na tabela anteriormente apresentada no item 2.1.2 desse material. Período: Ano inicial e final – 2010 - Pois o ano do óbito é 2010; Mês do levantamento: Nov. – Pois o mês do óbito é dezembro, de forma que novembro é o mês do levantamento mais próximo e não é posterior ao fato gerador. Região: Escritório de Desenvolvimento Rural (EDR) – Piracicaba – Pois o imóvel está situado no município de Águas de São Pedro/SP. 56 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Em seguida, clique em “Pesquisar”. No resultado da pesquisa acima, deve-se pegar os preços médios obtidos (aqui no exemplo, será R$ 6.611,57 por ha de Campo e R$ 18.026,86 por ha de Terra de cultura de primeira). Em seguida, deve-se multiplicar o número de hectares de cada opção por seu correspondente preço médio: Campo --------------------------------- R$6.611,57 x 1,2 ha = R$7.933,88 Terra de cultura de primeira ---- R$18.026,86 x 24,7 ha = R$445.263,44 57 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Para finalizar, basta somar os valores obtidos, de forma a abranger toda a extensão do imóvel rural: R$ 7.933,88 + R$ 445.263,44 = R$ 453.197,32 (valor total do imóvel, com base no IEA). Dessa forma, chega-se, com base no IEA, ao valor da propriedade, valor este que, como já dito, deverá ser confrontado com o valor presente na DITR e com o valor declarado no processo judicial, ou na escritura pública de inventário, pelo interessado. DICA Observe que a informação chave foi se havia ou não benfeitorias no imóvel, informação esta retirada da Declaração de ITR. 2.4 DIREITO CIVIL Além da legislação tributária relacionada ao ITCMD, é de suma importância que o AFR, que vá trabalhar com esse tributo, tenha boas noções do Direito de Família e do Direito das Sucessões. Por isso, é importante ficar atento a algumas situações: Diferenciar quando um bem é comum ou particular, influência do regime de bens em partilhas, renúncia abdicativa (não é doação), renúncia translativa (é doação), herdeiros necessários, ordem de vocação hereditária, união estável, dentre outras muitas informações relacionadas aos ramos do Direito acima citados. A principal fonte de consulta para os assuntos acima mencionados será o Código Civil, acessível através do seguinte endereço eletrônico: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10406.htm. Considerando que os tópicos de Direito Civil relacionados ao ITCMD não foram objeto de estudo no presente trabalho, acompanhe a seguir alguns artigos do Código Civil vigente, os quais são de grande utilidade para quem for analisar expedientes desse tributo. IMPORTANTE Os artigos abaixo expostos são apenas os de uso mais recorrente no dia a dia, de forma que eles estão bem longe de esgotar o assunto. 58 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. § 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial. Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento; II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010) III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes. Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir aocasar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III - as obrigações anteriores ao casamento; IV - as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V - os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI - os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII - as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes. Art. 1.660. Entram na comunhão: I - os bens adquiridos na constância do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cônjuges; II - os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de trabalho ou despesa anterior; III - os bens adquiridos por doação, herança ou legado, em favor de ambos os cônjuges; IV - as benfeitorias em bens particulares de cada cônjuge; 59 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil V - os frutos dos bens comuns, ou dos particulares de cada cônjuge, percebidos na constância do casamento, ou pendentes ao tempo de cessar a comunhão. Art. 1.661. São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver por título uma causa anterior ao casamento. Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, presumem-se adquiridos na constância do casamento os bens móveis, quando não se provar que o foram em data anterior. Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte. Art. 1.668. São excluídos da comunhão: I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar; II - os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva; III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum; IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade; V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. Art. 1.669. A incomunicabilidade dos bens enumerados no artigo antecedente não se estende aos frutos, quando se percebam ou vençam durante o casamento. Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, estes permanecerão sob a administração exclusiva de cada um dos cônjuges, que os poderá livremente alienar ou gravar de ônus real. Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens. Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Art. 1.789. Havendo herdeiros necessários, o testador só poderá dispor da metade da herança. Art. 1.790. A companheira ou o companheiro participará da sucessão do outro, quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável, nas condições seguintes: I - se concorrer com filhos comuns, terá direito a uma quota equivalente à que por lei for atribuída ao filho; II - se concorrer com descendentes só do autor da herança, tocar-lhe-á a metade do que couber a cada um daqueles; III - se concorrer com outros parentes sucessíveis, terá direito a um terço da herança; IV - não havendo parentes sucessíveis, terá direito à totalidade da herança. 60 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Art. 1.804. Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão. Parágrafo único. A transmissão tem-se por não verificada quando o herdeiro renuncia à herança. Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. Art. 1.830. Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Art. 1.831. Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Art. 1.832. Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. Art. 1.833. Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação. Art. 1.834. Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes. Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. Art. 1.836. Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. § 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. § 2o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Art. 1.837. Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. 61 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Artigo 1.829 - A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da herança não houver deixado bens particulares; II - aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; III - ao cônjuge sobrevivente; IV - aos colaterais. Artigo 1.830 - Somente é reconhecido direito sucessório ao cônjuge sobrevivente se, ao tempo da morte do outro, não estavam separados judicialmente, nem separados de fato há mais de dois anos, salvo prova, neste caso, de que essa convivência se tornara impossível sem culpa do sobrevivente. Artigo 1.831 - Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. Artigo 1.832 - Em concorrência com os descendentes (art. 1.829, inciso I) caberá ao cônjuge quinhão igual ao dos que sucederem por cabeça, não podendo a sua quota ser inferior à quarta parte da herança, se for ascendente dos herdeiros com que concorrer. Artigo 1.833 - Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais remotos, salvo o direito de representação. Artigo 1.834 - Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de seus ascendentes. Artigo 1.835 - Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau. Artigo 1.836 - Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente. § 1o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem distinção de linhas. § 2o Havendoigualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna. Artigo 1.837 - Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver um só ascendente, ou se maior for aquele grau. Artigo 1.838 - Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Artigo 1.839 - Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. 62 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Artigo 1.840 - Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Artigo 1.841 - Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Artigo 1.842 - Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Artigo 1.843 - Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. § 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. § 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. § 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. Artigo 1.844 - Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal. Artigo 1.845 - São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Artigo 1.846 - Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Artigo 1.851 - Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. Artigo 1.852 - O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente. Artigo 1.853 - Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Artigo 1.854 - Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse. Artigo 1.855 - O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes. Artigo 1.856 - O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra. 63 ITCMD: Procedimentos Módulo 2 - Regras para a base de cálculo e Direito Civil Art. 1.838. Em falta de descendentes e ascendentes, será deferida a sucessão por inteiro ao cônjuge sobrevivente. Art. 1.839. Se não houver cônjuge sobrevivente, nas condições estabelecidas no art. 1.830, serão chamados a suceder os colaterais até o quarto grau. Art. 1.840. Na classe dos colaterais, os mais próximos excluem os mais remotos, salvo o direito de representação concedido aos filhos de irmãos. Art. 1.841. Concorrendo à herança do falecido irmãos bilaterais com irmãos unilaterais, cada um destes herdará metade do que cada um daqueles herdar. Art. 1.842. Não concorrendo à herança irmão bilateral, herdarão, em partes iguais, os unilaterais. Art. 1.843. Na falta de irmãos, herdarão os filhos destes e, não os havendo, os tios. § 1o Se concorrerem à herança somente filhos de irmãos falecidos, herdarão por cabeça. § 2o Se concorrem filhos de irmãos bilaterais com filhos de irmãos unilaterais, cada um destes herdará a metade do que herdar cada um daqueles. § 3o Se todos forem filhos de irmãos bilaterais, ou todos de irmãos unilaterais, herdarão por igual. Art. 1.844. Não sobrevivendo cônjuge, ou companheiro, nem parente algum sucessível, ou tendo eles renunciado a herança, esta se devolve ao Município ou ao Distrito Federal, se localizada nas respectivas circunscrições, ou à União, quando situada em território federal. Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Art. 1.846. Pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito, a metade dos bens da herança, constituindo a legítima. Art. 1.851. Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. Art. 1.852. O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas nunca na ascendente. Art. 1.853. Na linha transversal, somente se dá o direito de representação em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmãos deste concorrerem. Art. 1.854. Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o representado, se vivo fosse. Art. 1.855. O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os representantes. Art. 1.856. O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na sucessão de outra. MÓDULO 3 - CÁLCULO DO ITCMD 64 ITCMD: Procedimentos Olá! Vamos iniciar o terceiro módulo do curso ITCMD: Procedimentos. Nele vamos saber todos os passos para executar o cálculo do ITCMD. Preparado para este desafio? Vamos em frente! Objetivos Ao final deste módulo, espera-se que você seja capaz de: • Reconhecer como executar o cálculo do ITCMD. 3.1 CÁLCULO PELO SISTEMA O cálculo do imposto, já com os acréscimos legais, é feito pelo próprio sistema gerador da Declaração do ITCMD, disponibilizado pela SEFAZ. Caso o interessado necessite emitir um cálculo atualizado, uma nova via da Declaração de ITCMD, bem como da(s) GARE(s) ITCMD, com valores atualizados, bastará trilhar alguns passos. Veja na sequência como se faz: 1 – Acesse o seguinte endereço: http://pfe.fazenda.sp.gov.br (ou simplesmente <www.pfe.fazenda. sp.gov.br>). 2 – No canto esquerdo superior da tela, clique em “ITCMD”. 65 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD 3 – Clique em Emitir Via Atualizada de Documentos do ITCMD. 66 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD 4 – Insira o número da declaração desejada e a senha. Em seguida clique em Continuar; Assim procedendo, o sistema possibilitará a reimpressão da Declaração, do cálculo atualizado e da(s) GARE(s) já com os valores atualizados. 67 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Retificação da Declaração de ITCMD Caso se pretenda retificar a Declaração de ITCMD, então, na tela presente no item 2 acima, clique em ITCMD e, na tela seguinte, clique em Retificar Declaração, conforme abaixo. Em seguida, bastará informar o número da Declaração de ITCMD que se pretende retificar, digitar a senha e clicar em Continuar, para que o sistema possibilite a retificação da Declaração, a qual receberá novo número, determinado pelo próprio sistema. 68 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Sempre que for detectada uma base de cálculo declarada a menor, então deverá ser corrigida tal irregularidade através do procedimento de retificação da Declaração de ITCMD acima explicado. IMPORTANTE Caso já tenha havido recolhimento, baseado na Declaração retificada (aquela que continha a base de cálculo do imposto com valor menor que o previsto na legislação), então haverá a necessidade de se efetuar o recolhimento complementar. 3.2 CÁLCULO DO ITCMD PELO RESPONSÁVEL POR SUA VERIFI- CAÇÃO Comparando os fatos geradores ocorridos no ano de 2001 e os ocorridos a partir de 2002, serão encontradas importantes diferenças na forma de se proceder aos cálculos do ITCMD, o que se procura explicitar a seguir: 3.2.1 Cálculo do ITCMD para óbitos ocorridos no ano de 2001 Para óbitos ocorridos entre 01/01/2001 a 31/12/2001, a Lei 10.705/2000 (sem as alterações trazidas pela Lei 10.992/2001) regula os cálculos do ITCMD, através dos seguintes artigos: • artigo 15 (atualização da base de cálculo); • artigo 16 (alíquotas); • artigo 17 (prazopara juros para o causa mortis); • artigo 18 (prazo específico para doações); • artigo 20 (juros de mora); • artigo 21, inciso I (multa por atraso na abertura do processo judicial para a transmissão dos bens deixados). Acompanhe a seguir os artigos mencionados. 69 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Artigo 15 - O valor da base de cálculo é considerado na data da abertura da sucessão, do contrato de doação ou da avaliação, devendo ser atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a variação da UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), até a data do pagamento do imposto. (grifamos) Artigo 16 - O cálculo do imposto é efetuado mediante a aplicação dos porcentuais, a seguir especificados, sobre a correspondente parcela do valor da base de cálculo, esta convertida em UFESPs, na seguinte progressão: até o montante de 12.000 (doze mil) UFESPs, 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) e acima desse limite, 4% (quatro por cento). Parágrafo único - O imposto devido é resultante da soma total da quantia apurada na respectiva operação de aplicação dos porcentuais sobre cada uma das parcelas em que vier a ser decomposta a base de cálculo. Artigo 17 - Na transmissão «causa mortis», o imposto será pago até o prazo de 30 (trinta) dias após a decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento, observado o disposto no artigo 15 desta lei. § 1º- O prazo de recolhimento do imposto não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias da abertura da sucessão, sob pena de sujeitar-se o débito à taxa de juros prevista no artigo 20, acrescido das penalidades cabíveis, ressalvado, por motivo justo, o caso de dilação desse prazo pela autoridade judicial. (Parágrafo renomeado de parágrafo único para §1º pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) (grifamos). Artigo 18 - Na doação, o imposto será recolhido antes da celebração do ato ou contrato correspondente. § 1º - Na partilha de bem ou divisão de patrimônio comum, quando devido, o imposto será pago no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado da sentença ou antes da lavratura da escritura pública. ... § 3º - No contrato de doação por instrumento particular, os contratantes também ficam obrigados a efetuar o recolhimento antes da celebração e mencionar, em seu contexto, a data, valor e demais dados da guia respectiva. Artigo 20 - Quando não pago no prazo, o débito do imposto fica sujeito à incidência de juros de mora, calculados de conformidade com as disposições contidas nos parágrafos deste artigo. § 1º - A taxa de juros de mora é equivalente: 1. por mês, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) para títulos federais, acumulada mensalmente; 2. por fração, a 1% (um por cento). 70 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD § 2º - Considera-se, para efeito deste artigo: 1. mês, o período iniciado no dia 1º e findo no respectivo dia útil; 2. fração, qualquer período de tempo inferior a um mês, ainda que igual a um dia. § 3º - Em nenhuma hipótese, a taxa de juros prevista neste artigo poderá ser inferior a 1% (um por cento) ao mês. § 4º - Ocorrendo a extinção, substituição ou modificação da taxa a que se refere o § 1º, o Poder Executivo adotará outro indicador oficial que reflita o custo do crédito no mercado financeiro. § 5º - O valor dos juros deve ser fixado e exigido na data do pagamento do débito, incluindo-se esse dia. § 6º - A Secretaria da Fazenda divulgará, mensalmente, a taxa a que se refere este artigo. Artigo 21 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades: I - no inventário e arrolamento que não for requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão, o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta) dias, a multa será de 20% (vinte por cento); 3.2.2 Cálculo do ITCMD para óbitos ocorridos a partir do ano de 2002 Para óbitos ocorridos de 01/01/2002 em diante, a Lei 10.705/2000, alterada pela Lei 10.992/2001, regula os cálculos do ITCMD através dos seguintes artigos: • artigo 15 (atualização da base de cálculo); • artigo 16 (alíquota); • artigo 17 (prazo para juros e para desconto do causa mortis); • artigo 18 (prazo específico para doações); • artigo 19 (multa de mora); • artigo 20 (juros de mora); • artigo 21, inciso I (multa por atraso na abertura do processo judicial para a transmissão dos bens deixados). Acompanhe a seguir o que dizem os artigos de 15 a 21. 71 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Artigo 15 - O valor da base de cálculo é considerado na data da abertura da sucessão, do contrato de doação ou da avaliação, devendo ser atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte, segundo a variação da Unidade Fiscal do Estado de São Paulo - UFESP, até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto. (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) (grifamos) § 1º - O valor venal de determinado bem ou direito que houver sido fixado em data distinta daquela em que ocorreu o fato gerador deverá ser expresso em UFESPs. § 2º - Para os fins do disposto no parágrafo anterior, será observado o valor da UFESP vigente na data da fixação do valor venal. § 3º - Não havendo correção monetária da UFESP, aplicar-se-á o índice adotado à época para cálculo da inflação, nos prazos já estabelecidos neste artigo. Artigo 16 - O imposto é calculado aplicando-se a alíquota de 4% (quatro por cento) sobre o valor fixado para a base de cálculo. (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) Artigo 17 - Na transmissão “causa mortis”, o imposto será pago até o prazo de 30 (trinta) dias após a decisão homologatória do cálculo ou do despacho que determinar seu pagamento, observado o disposto no artigo 15 desta lei. § 1º- O prazo de recolhimento do imposto não poderá ser superior a 180 (cento e oitenta) dias da abertura da sucessão, sob pena de sujeitar-se o débito à taxa de juros prevista no artigo 20, acrescido das penalidades cabíveis, ressalvado, por motivo justo, o caso de dilação desse prazo pela autoridade judicial. (Parágrafo renomeado de parágrafo único para §1º pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) § 2º- Sobre o valor do imposto devido, desde que recolhido no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da abertura da sucessão, o Poder Executivo poderá conceder desconto, a ser fixado por decreto. (Parágrafo acrescentado pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) Artigo 18 - Na doação, o imposto será recolhido antes da celebração do ato ou contrato correspondente. § 1º - Na partilha de bem ou divisão de patrimônio comum, quando devido, o imposto será pago no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado da sentença ou antes da lavratura da escritura pública. ... § 3º - No contrato de doação por instrumento particular, os contratantes também ficam obrigados a efetuar o recolhimento antes da celebração e mencionar, em seu contexto, a data, valor e demais dados da guia respectiva. 72 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Artigo 19 - Quando não recolhido nos prazos previstos na legislação tributária, o débito do imposto fica sujeito à incidência de multa, no percentual de 0,33% (trinta e três centésimos por cento) por dia de atraso, limitado a 20% (vinte por cento). (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) Artigo 20 - Quando não pago no prazo, o débito do imposto fica sujeito à incidência de juros de mora, calculados de conformidadecom as disposições contidas nos parágrafos deste artigo. § 1º - A taxa de juros de mora é equivalente: 1. por mês, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC) para títulos federais, acumulada mensalmente; 2. por fração, a 1% (um por cento). § 2º - Considera-se, para efeito deste artigo: 1. mês, o período iniciado no dia 1º e findo no respectivo dia útil; 2. fração, qualquer período de tempo inferior a um mês, ainda que igual a um dia. § 3º - Em nenhuma hipótese, a taxa de juros prevista neste artigo poderá ser inferior a 1% (um por cento) ao mês. § 4º - Ocorrendo a extinção, substituição ou modificação da taxa a que se refere o § 1º, o Poder Executivo adotará outro indicador oficial que reflita o custo do crédito no mercado financeiro. § 5º - O valor dos juros deve ser fixado e exigido na data do pagamento do débito, incluindo-se esse dia. § 6º - A Secretaria da Fazenda divulgará, mensalmente, a taxa a que se refere este artigo. Artigo 21 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela legislação do Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos - ITCMD, fica sujeito às seguintes penalidades: I - no inventário e arrolamento que não for requerido dentro do prazo de 60 (sessenta) dias da abertura da sucessão, o imposto será calculado com acréscimo de multa equivalente a 10% (dez por cento) do valor do imposto; se o atraso exceder a 180 (cento e oitenta) dias, a multa será de 20% (vinte por cento); 3.2.3 Diferenças do ITCMD para óbitos ocorridos no ano de 2001 e de 2002 em diante Vamos acompanhar as principais diferenças em relação aos cálculos do ITCMD, considerando a Lei 10.705/2000: • SEM as alterações determinadas pela Lei 10.992/2001 e; • COM tais alterações. 73 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Como já comentado neste material, a primeira diferença está na vigência. Veja: • SEM – para óbitos de 01/01/2001 a 31/12/2001; • COM – para óbitos a partir de 01/01/2002. A segunda diferença está pautada na atualização monetária da base de cálculo no artigo 15. Acompanhe: • SEM – a atualização deve ser feita até a data do pagamento do imposto, ou seja, até o efetivo desembolso do numerário e a “autenticação bancária da guia”, por assim dizer; • COM – a atualização deve ser feita até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto, ou seja, até a data prevista para o vencimento, significando que, após vencido o prazo para recolher o ITCMD Causa Mortis, deve-se parar a atualização monetária da base de cálculo. Terceira diferença no Artigo 16 (alíquotas): • SEM – 2,5% e 4% (progressiva); • COM – apenas uma alíquota de 4%. Quarta diferença no Artigo 17 (desconto): • SEM – só há o Parágrafo Único, posteriormente renomeado para § 1o, porém sem alteração em seu mandamento (prazo de recolhimento); • COM – acrescentado o § 2o, possibilitando a concessão de desconto. Quinta diferença no artigo 19 (multa de mora): • SEM – não há previsão de multa de mora; • COM – multa de mora, limitada a 20%. 3.3 HIPÓTESES DE ISENÇÃO DO ITCMD Na seara das isenções, a Lei 10.992/2001 inovou bastante ao alterar a Lei 10.705/2000, modificando totalmente o seu Artigo 6º, bem como acrescentando o § 3º do Artigo 9º. IMPORTANTE O responsável pela regularidade do ITCMD deve ter em mente as hipóteses de sua isenção, no momento de se calcular o imposto, visto que, por óbvio, os valores de bens isentos são excluídos da base de cálculo do imposto. 74 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Veja o que diz a LEI 10.705/2000 SEM as alterações da Lei 10.992/2001: Artigo 6º - Fica isenta do imposto: I - a transmissão “causa mortis”: a) do patrimônio total do espólio, cujo valor não ultrapassar 7.500 (sete mil e quinhentas) UFESPs; b) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor; c) de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verba e prestação de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular; II - a transmissão por doação: a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs; b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular; c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público. Parágrafo único - Nas hipóteses previstas na alínea “a” do inciso I e na alínea “a” do inciso II, se os valores excederem os limites ali fixados, o imposto será calculado apenas sobre a parte excedente. Agora, vamos acompanhar o que diz a LEI 10.705/2000 (COM as alterações da Lei 10.992/2001):. Artigo 6o Fica isenta do imposto: (Redação dada ao artigo pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002) I - a transmissão “causa mortis”: a) de imóvel de residência, urbano ou rural, cujo valor não ultrapassar 5.000 (cinco mil) Unidades Fiscais do Estado de São Paulo - UFESPs e os familiares beneficiados nele residam e não tenham outro imóvel; b) de imóvel cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs, desde que seja o único transmitido; c) de ferramenta e equipamento agrícola de uso manual, roupas, aparelho de uso doméstico e demais bens móveis de pequeno valor que guarneçam os imóveis referidos nas alíneas anteriores, cujo valor total não ultrapassar 1.500 (mil e quinhentas) UFESPs; d) de depósitos bancários e aplicações financeiras, cujo valor total não ultrapassar 1.000 (mil) UFESPs; 75 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD e) de quantia devida pelo empregador ao empregado, por Institutos de Seguro Social e Previdência, oficiais ou privados, verbas e prestações de caráter alimentar decorrentes de decisão judicial em processo próprio e o montante de contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e do Fundo de Participações PIS-PASEP, não recebido em vida pelo respectivo titular; f) na extinção do usufruto, quando o nu-proprietário tiver sido o instituidor; II - a transmissão por doação: a) cujo valor não ultrapassar 2.500 (duas mil e quinhentas) UFESPs; b) de bem imóvel para construção de moradia vinculada a programa de habitação popular; c) de bem imóvel doado por particular para o Poder Público. Artigo 9º - A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito transmitido, expresso em moeda nacional ou em UFESPs (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo). ... § 3º - Na hipótese de sucessivas doações entre os mesmos doador e donatário, serão consideradas todas as transmissões realizadas a esse título, dentro de cada ano civil, devendo o imposto ser recalculado a cada nova doação, adicionando-se à base de cálculo os valores dos bens anteriormente transmitidos e deduzindo-se os valores dos impostos já recolhidos. Parágrafo acrescentado pela Lei 10.992, de 21-12-2001; DOE 22-12-2001; Efeitos a partir de 01-01-2002. Diferenças das isenções do ITCMD Causa Mortis para óbitos ocorridos no ano de 2001 e de 2002 em diante É possível observar na leitura dos artigos acima, que as principais diferenças, no que toca às regras de isenção do ITCMD Causa Mortis, ditadas pela Lei 10.705/2000, SEM as alterações trazidas pela Lei 10.992/2001 e COM tais alterações, são as seguintes: • SEM – para os fatos geradores ocorridos no ano de 2001; • COM – para os fatos geradores ocorridos do ano de 2002 em diante; • SEM – isenção para quaisquer bens do espólio até o limite de 7.500 UFESPs, só sendo devido o imposto sobre o valor que ultrapassar tal limite (de acordo com o Parágrafo único do Artigo 6º acima exposto); • COM – as isenções são exaustivamente descritas nas alíneas do Inciso I do Artigo 6º da Lei, sendo restritas a poucos bens/direitos ali elencados. 76 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculodo ITCMD Diferenças das isenções do ITCMD Doações para fatos geradores ocorridos nos anos de 2001 e 2002 em diante Da leitura dos artigos acima, constata-se que as principais diferenças, no que se refere às regras de isenção do ITCMD Doações, considerando a Lei 10.705/2000, SEM as alterações determinadas pela Lei 10.992/2001 e COM elas, são: • SEM – para fatos geradores ocorridos no ano de 2001; • COM – para fatos geradores ocorridos do ano de 2002 em diante; • SEM – não há menção sobre a necessidade de se somar todas as doações de um determinado período para se aferir se o limite de isenção foi ultrapassado. Também, o imposto só é devido sobre o valor que exceder às 2.500 UFESPs (de acordo com o Parágrafo único do Artigo 6º acima exposto); • COM – é necessária a soma de todas as doações, entre mesmo doador e donatário, ocorridas dentro de um mesmo ano civil, para se saber se o limite de isenção foi ultrapassado. Caso tal soma totalize valor acima das 2.500 UFESPs, então o imposto será devido sobre tudo, e não apenas sobre o valor excedente (o Parágrafo único do Artigo 6º da Lei 10.705/2000 deixa de existir após a Lei 10.992/2001). 3.4 DESCONTO E DISPENSA DO PAGAMENTO DO ITCMD O Item 2 do Parágrafo 1º do Artigo 31 do Regulamento do ITCMD (aprovado pelo Decreto 46.655/2002), concede um desconto de 5% (cinco por cento), sobre o valor do ITCMD Causa Mortis devido, desde que recolhido no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data do óbito. Tal desconto foi autorizado pelo Parágrafo 2º do Artigo 17 da Lei 10.705/2000, acrescentado pela Lei 10.992/2001. Veja o artigo. Artigo 31 - O imposto será recolhido (Lei 10.705/00, arts.17, com alteração da Lei 10.992/01, e 18): I - na transmissão “causa mortis”: (Redação dada ao inciso pelo Decreto 56.693, de 27-01-2011; DOE 28-01-2011) ... § 1º - Na hipótese prevista no inciso I: ... 2 - será concedido desconto de 5% (cinco por cento) sobre o valor do imposto devido, desde que recolhido no prazo de 90 (noventa) dias a contar da data da abertura da sucessão. O Artigo 34 da Lei 10.705/2000 dispensa o recolhimento de imposto que, para cada contribuinte, seja inferior a 01 (uma) UFESP. Artigo 34 - Fica dispensado o recolhimento de imposto que, relativamente a cada contribuinte, resultar inferior a 1 (uma) UFESP (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo). 77 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Exemplo de cálculo de ITCMD complementar, para óbito ocorrido entre 01/01/2001 e 31/12/2001: Acompanhe alguns dados: • Data do óbito = 15/11/2001; • Protocolo da petição inicial do processo de arrolamento =10/03/2007; • Número de herdeiros = 01; • O autor da herança era casado no regime da comunhão universal de bens; • O valor dos bens do casal na data do óbito=R$ 400.000,00; • O valor recolhido pelo herdeiro em 20/03/2007, comprovado através da apresentação de GARE ITCMD com os seguintes valores: ITCMD=3.456,13; juros=2.858,22; multa=691,23; valor total= R$ 7.005,58. Foi solicitado, em 05/03/2014, o cálculo do ITCMD Causa Mortis complementar, com vencimento para 31/03/2014. Vamos ver qual será o seu valor? 400.000,00 x 50% = 200.000,00 (exclusão da meação da viúva, sobre a qual não incide o ITCMD Causa Mortis) 200.000,00 : 9,83 (UFESP de 2001, ano do óbito) = 20.345,880 UFESP 20.345,880 – 7.500 (parcela isenta) = 12.845,880 UFESP 12.000 – 7.500 = 4.500 UFESP (parcela sujeita à alíquota de 2,5%) 12.845,880 – 4.500 = 8.345,880 UFESP (parcela sujeita à alíquota de 4%) 4.500 x 2,5% = 112,5 UFESP 8.345,880 x 4% = 333,835 UFESP 112,5 + 333,835 = 446,335 UFESP (ITCMD devido, sem os acréscimos legais, caso não houvesse pagamento parcial) 3.456,13 : 14,23 = 242,876 UFESP (ITCMD em UFESP já recolhido, considerando o ano do pagamento parcial=ano de 2007) 446,335 - 242,876 = 203,459 UFESP (ITCMD ainda não pago) 203,459 x 167,41% = 340,611 UFESP (juros até 31/03/2014) 203,459 x 20% = 40,692 (multa por atraso no protocolo da ação judicial) 203,459 + 340,611 + 40,692 = 584,762 UFESP Multiplicando-se pela UFESP atual (ano de 2014), chega-se ao valor a recolher, em reais, com vencimento para 31/03/2014: 584,762 x 20,14 = R$ 11.777,11 (valor total para a GARE ITCMD complementar, com vencimento para o dia 31/03/2014, sendo: ITCMD= 4.097,66; juros=6.859,91 e multa=819,54) 78 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Esclarecimentos sobre o cálculo acima Neste momento, temos três dicas referentes aos cálculos apresentados anteriormente. Observe: • O valor final devido (em UFESP) foi multiplicado pela UFESP do ano de 2014 (R$ 20,14), em atendimento ao Artigo 15 da Lei 10.705/2000 (SEM as alterações da Lei 10.992/2001), pois este manda que se atualize até a data do pagamento (e não apenas até a data do vencimento); • Os juros atuais (no exemplo, 167,41%) são conseguidos através de Comunicados DA; • Antes de o responsável pelo cálculo aceitar o valor pago anteriormente, deverá ser feita a conferência para se certificar de que eventuais juros e multa pagos estejam corretos. Para verificar os cálculos relativos ao recolhimento parcial efetuado anteriormente, os juros devem ser conferidos através do respectivo Comunicado DA (no exemplo – 82,70% – teria que ser visto o de março de 2007, pois o recolhimento parcial foi efetuado neste mês e ano – Comunicado DA nº 9 de 01/03/2007). Já a multa de protocolo é conferida através da análise da data do óbito até a data do protocolo da petição inicial do processo de inventário ou arrolamento (60 dias contados do óbito, multa=zero; de 60 a 180 dias, multa=10%, acima de 180 dias, multa=20% --- Artigo 21, I, Lei 10.705/2000). Observação: Para atender ao Artigo 16 da Lei 10.705/2000 (SEM as alterações trazidas pela Lei 10.992/2001), havendo apenas um herdeiro, a aplicação das alíquotas progressivas do ITCMD Causa Mortis (2,5% e 4%) foi feita da forma a seguir: Até 7.500 UFESPs = isenção; De 7.500 a 12.000 UFESPs = alíquota de 2,5%; Acima de 12.000 UFESPs = alíquota de 4%. Atente para o fato de que a Lei manda que até 12.000 UFESPs a alíquota seja de 2,5%. Porém, contido nessas 12.000 UFESPs está o limite de isenção de 7.500 UFESPs, de forma que, nesse caso, a alíquota de 2,5% foi aplicada apenas sobre 4.500 UFESPs, ou seja, 12.000 UFESPs menos 7.500 UFESPs. Sobre o que ultrapassar as 12.000 UFESPs da base de cálculo, aplica-se a alíquota de 4%. Acompanhe a seguir o comunicado DA-9, de 01/03/2007. 79 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Exemplo de cálculo de ITCMD complementar, para óbito ocorrido a partir de 01/01/2002: Acompanhe alguns dados. • Data do óbito = 10/09/2004; • Protocolo da petição inicial do processo de arrolamento =15/05/2006; • Número de herdeiros = 01; • O autor da herança era casado no regime da comunhão parcial de bens e todos os bens deixados eram comuns; • O valor dos bens do casal na data do óbito=R$ 600.000,00; • O valor recolhido pelo herdeiro em 13/10/2010, comprovado através da apresentação de GARE ITCMD com os seguintes valores: ITCMD=10.648,52; juros=8.017,27; multa=4.259,41; valor total= R$ 22.925,20. Foi solicitado, em 10/03/2014, o cálculo do ITCMD Causa Mortis complementar, com vencimento para 31/03/2014. Vamos ver qual o seu valor? 600.000,00 x 50% = 300.000,00 (exclusão da meação da viúva, sobre a qual não incide o ITCMD Causa Mortis) 300.000,00 : 12,49 (UFESP de 2004, ano do óbito) = 24.019,215 UFESP 24.019,215 x 13,30 (UFESP de 2005, ano do vencimento do imposto) = R$ 319.455,56 (base de cálculo atualizada) 319.455,56 x 4% = 12.778,22 (ITCMD devido, sem multa e juros, caso não houvesse pagamento parcial) 12.778,22 – 10.648,52 = 2.129,70 (ITCMD ainda não pago) 2.129,70 x 116,36% = 2.478,12 (juros até 31/03/2014) 2.129,70 x 40% = 851,88 (multa de mora=20% + multa por atraso no protocolo do processo judicial=20%) 2.129,70 + 2.478,12 + 851,88 = R$ 5.459,70 (valor total para a GARE ITCMD complementar, com vencimento para o dia 31/03/2014, sendo: ITCMD=2.129,70;juros=2.478,12 e multa=851,88) 80 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Esclarecimentos sobre o cálculo acima Neste momento, temos três dicas importantes referentes aos cálculos apresentados anteriormente. Observe: Dica 1 A base de cálculo foi atualizada apenas do ano de 2004 (ano do fato gerador) até o ano de 2005 (ano do vencimento do prazo para pagamento do imposto). Isso ocorre em atendimento ao Artigo 15 da Lei 10.705/2000, COM as alterações da Lei 10.992/2001. Este determina que se atualize até a data prevista na legislação tributária para o recolhimento do imposto, ou seja, até o vencimento (180 dias contados da data do óbito – Artigo 17, § 1º, da Lei); Dica 2 Antes de o responsável pelo cálculo aceitar o valor pago anteriormente, deverá ser feita a conferência para se certificar de que eventuais juros e multas pagos estejam corretos. Para se verificar os cálculos relativos ao pagamento parcial efetuado anteriormente, os juros devem ser conferidos através do respectivo Comunicado DA (no exemplo – 75,29% – teria que ser visto o de outubro de 2010, pois o recolhimento parcial foi efetuado neste mês e ano – Comunicado DA nº 68 de 01/10/2010). No que toca à multa, no exemplo haverá duas: • A multa de protocolo é conferida através da análise da data do óbito até a data do protocolo da petição inicial do processo de inventário ou arrolamento (60 dias contados do óbito, multa=zero; de 60 a 180 dias, multa=10%, acima de 180 dias, multa=20% --- Artigo 21, I, Lei 10.705/2000). • A multa de mora, nesse exemplo, já atingiu o seu máximo, que é de 20%, tendo em vista o tempo decorrido até o recolhimento (começa no 181º dia após a data do óbito, com 0,33%, depois 0,66%, 0,99%, e assim por diante, até atingir o máximo de 20%) – (Artigo 19 da Lei 10.705/2000, alterada pela Lei 10.992/2001). 81 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Dica 3 Os juros atuais (no exemplo, 116,36%) podem ser obtidos através do respectivo Comunicado DA, neste caso, o Comunicado DA nº 13 de 05/03/2014, tendo em vista que se queria o cálculo com vencimento para 31/03/2014. 83 ITCMD: Procedimentos Módulo 3 - Cálculo do ITCMD Finalização Bem, chegamos ao final do curso ITCMD: Procedimentos. Já deu para perceber que nossas atribuições não são tão simples, não é mesmo? É necessário possuir diversas habilidades e práticas que contribuirão diretamente para o nosso desempenho profissional. Esperamos que você coloque em prática todos os ensinamentos adquiridos até aqui. Agora é com você. Sucesso!