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GESTÃO DE SERVIÇOS EM TI Professor Esp. João Messias Pereira Professor Esp. Weslley de Souza Barboza Professor Esp. Yuri Rafael Gragefe Feitosa GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; PEREIRA, João Messias; BARBOZA, Weslley de Souza; FEITOSA, Yuri Rafael Gragefe. Gestão de Serviços em TI. João Messias Pereira; Weslley de Souza Barboza; Yuri Rafael Gragefe Feitosa. Reimpresso em 2023. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2019. 152 p. “Graduação - EaD”. 1. Gestão 2. Serviços . 3. Tecnologia 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-0248-5 CDD - 22 ed. 658 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação Kátia Coelho Diretoria de Pós-graduação Bruno do Val Jorge Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Carolina Abdalla Normann de Freitas Gerência de de Contratos e Operações Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Projetos Especiais Yasminn Talyta Tavares Zagonel Coordenador de Conteúdo Fabiana de Lima Design Educacional Paulo Victor Souza e Silva Iconografia Amanda Peçanha dos Santos Ana Carolina Martins Prado Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Bruna Marconato Thomas Hudson Costa Revisão Textual Keren Pardini Ilustração André Luís Onishi Bruno Pardinho Viver e trabalhar em uma sociedade global é um grande desafio para todos os cidadãos. A busca por tecnologia, informação, conhecimento de qualidade, novas habilidades para liderança e so- lução de problemas com eficiência tornou-se uma questão de sobrevivência no mundo do trabalho. Cada um de nós tem uma grande responsabilida- de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos- sos farão grande diferença no futuro. Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar assume o compromisso de democratizar o conhe- cimento por meio de alta tecnologia e contribuir para o futuro dos brasileiros. No cumprimento de sua missão – “promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi- tário Cesumar busca a integração do ensino-pes- quisa-extensão com as demandas institucionais e sociais; a realização de uma prática acadêmica que contribua para o desenvolvimento da consci- ência social e política e, por fim, a democratização do conhecimento acadêmico com a articulação e a integração com a sociedade. Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al- meja ser reconhecido como uma instituição uni- versitária de referência regional e nacional pela qualidade e compromisso do corpo docente; aquisição de competências institucionais para o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con- solidação da extensão universitária; qualidade da oferta dos ensinos presencial e a distância; bem-estar e satisfação da comunidade interna; qualidade da gestão acadêmica e administrati- va; compromisso social de inclusão; processos de cooperação e parceria com o mundo do trabalho, como também pelo compromisso e relaciona- mento permanente com os egressos, incentivan- do a educação continuada. Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quan- do investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequente- mente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa- zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa- tível com os desafios que surgem no mundo contem- porâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó- gica e encontram-se integrados à proposta pedagó- gica, contribuindo no processo educacional, comple- mentando sua formação profissional, desenvolvendo competências e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inse- ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproxi- mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi- bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessários para a sua formação pes- soal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cres- cimento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda- gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi- bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en- quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus- sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Esp. Yuri Rafael Gragefe Feitosa Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Paranaense, Especialista em EAD e as Tecnologias Educacionais pela Unicesumar, MBA em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Instituto Paranaense de Ensino. Atualmente, Analista Comercial em uma empresa de desenvolvimento de software baseado em componentes especializada em documentos fiscais eletrônicos, Professor das disciplinas de Algoritmos e Lógica de Programação I e II nos cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Sistemas para Internet, Gestão em Tecnologia da Informação, Engenharia de Software, Engenharia Civil e Engenharia Elétrica com experiência na área de consultoria e distribuição de produtos de TI (Hardware e Software). Professor Esp. Weslley de Souza Barboza Graduado em Administração de Empresas pela Faculdade Cidade Verde e MBA em Gestão de Custos Industriais. Possui experiência na área de TI, atuando como Consultor de Implantação de Sistemas ERP e de Business Intelligence – os famosos BI’s. Professor Esp. João Messias Pereira Graduado em Sistemas para Internet pelo Centro Universitário Cesumar - Unicesumar. Especialista em Gestão Estratégica para Empresas pela Faculdade América do Sul de Maringá. A U TO RE S SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, acadêmico(a)! Seja muito bem-vindo(a) à disciplina de Gestão de Serviços de Tec- nologia da Informação. Durante este curso, abordaremos alguns dos conceitos que en- volvem os serviços de TI e como esse processo é gerenciado pelas pessoas responsáveis pela área de tecnologias nas empresas. O serviço de TI é tudo aquilo que é produzido e ofertado para seus usuários de maneira sistêmica, ou seja, cada atividade, processo e até funcionalidades viabilizadas pela tecnologia da informação representam um produto ou serviço de TI. No atual cenário tecnológico e comercial, a demanda por novos serviços ou a melhoria e evolução de serviços já existentes cresce a cada dia em uma velocidade absurda, ge- rando um processo de desenvolvimento de serviços sobre pressão e sem planejamento adequado, o famoso “apagar incêndio”, resultando em serviços de baixa qualidade e que contribuem para a insatisfação do cliente de TI, seja ele direto ou indireto.Nas próximas unidades deste livro, abordarei não somente a importância dos serviços de tecnologia para as organizações, mas principalmente como os serviços de TI devem ser planejados, produzidos e implementados, considerando as diversas fases em que estão, desde a sua concepção até as etapas de melhoria e evolução. Em cada uma das fases apresentadas, utilizaremos como base para o nosso aprendizado a biblioteca de boas práticas do ITIL®. Este é um dos frameworks para gerenciamento de serviços de TI mais utilizados mundialmente pelas empresas e profissionais que geren- ciam os departamentos de tecnologia da informação. Com base nesses conceitos, será possível visualizar e compreender o serviço de TI não apenas como uma atividade ou processo rotineiro dentro da empresa, mas sim como um produto que agregue valor a essas atividades, oferecendo qualidade e satisfação para seus usuários. Então, vamos lá? Boa leitura para você. APRESENTAÇÃO GESTÃO DE SERVIÇOS EM TI SUMÁRIO 09 UNIDADE I GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI 15 Introdução 16 Conceitos Básicos de Governança de TI 19 Principais Bibliotecas de Boas Práticas para Gestão de TI 21 A Itil e a Gestão de Serviços de TI 28 Clientes e Serviços Internos 29 Clientes e Serviços Externos 36 Considerações Finais UNIDADE II ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI 45 Introdução 46 Estratégia De Serviço 47 Desenho de Serviço 49 Aspectos do Desenho de Serviço 51 Componentes do ITSM 53 Pacote de Desenho de Serviço 55 Gerenciamento de Serviços na TI 62 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS 71 Introdução 72 Transição de Serviços de TI 87 Operação de Serviços de TI 102 Considerações Finais UNIDADE IV MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI 111 Introdução 112 Melhoria de Serviço Continuada 113 Modelo de Melhoria 115 Princípios e Processos da Melhoria Continuada 120 Importância da Medição 122 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V IMPLANTAÇÃO DO ITIL 129 Introdução 130 Recapitulação 133 Aplicação do ITIL 134 Desenho do ITIL na Prática 136 ITIL Como um Serviço na Nuvem 138 Implementação do ITIL nas Empresas 140 Melhoria Contínua 143 Considerações Finais 147 Conclusão 148 Referências 150 Gabarito U N ID A D E Professor Esp. Weslley de Souza Barboza GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Objetivos de Aprendizagem ■ Entender alguns conceitos básicos sobre governança de TI. ■ Conhecer os principais modelos de boas práticas de TI. ■ Conhecer a ITIL e sua importância para a Gestão de Serviços de TI. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Conceitos básicos de governança de TI ■ Principais bibliotecas de boas práticas para Gestão de TI ■ A ITIL e a Gestão de Serviços de TI I INTRODUÇÃO O foco principal desta unidade é apresentar a você a Gestão de Serviços de TI e mostrar qual é a sua importância para o negócio das organizações. Entretanto, primeiramente é necessário resgatarmos alguns dos conceitos básicos sobre a Governança de TI e também evidenciar qual é a expectativa que a área de negó- cio coloca sobre seus departamentos de TI. Em seguida, serão abordados os principais modelos de boas práticas que servem de apoio para o gerenciamento da TI, onde você também vai perceber que a TI está repleta de ferramentas que buscam facilitar o dia a dia de seu gerenciamento. Dentre todas as bibliotecas disponíveis, trazemos como foco principal deste livro a ITIL, que é considerada e reconhecida mundialmente pelas melhores e aplicáveis práticas para a Gestão de Serviços de TI. Faremos uma introdução sobre a ITIL, apresentando uma breve história e a sua última biblioteca de livros – conhecida como a ITIL V3, mostrando quais são seus processos e funções, e, em seguida, entenderemos por que essa biblioteca é considerada um sucesso. Também estudaremos alguns conceitos importantes da Gestão de Serviços, a sua origem, o que compõe os seus recursos e habilidades e como eles se inte- gram (interagem). Depois disso, iremos abordar conceitos básicos sobre clientes e serviços internos e externos e suas principais características. Na sequência, será apresentado o conceito de Gestão de Serviços de TI, no qual veremos seus principais elementos e a importância da interação entre eles. E, por fim, veremos o conceito sobre gestão de processos e quais são seus prin- cipais e mais importantes papéis genéricos, segundo a ITIL. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 CONCEITOS BÁSICOS DE GOVERNANÇA DE TI Ao buscar informações sobre a Governança da Tecnologia da Informação (GTI), você irá perceber que a TI é tão importante quanto os diversos setores de uma empresa em que ela está inserida. É evidente que as organizações vêm buscando, cada vez mais, estar à frente e operando neste mercado altamente globalizado, tanto que hoje, por meio da internet, é possível realizar compras em países vizi- nhos e até mesmo em outros continentes, isso porque o acesso à informação se tornou algo tão natural que as empresas necessitam criar estratégias para se man- terem operantes no mercado e atraírem a atenção dos clientes para seus produtos. Santos e Baruque (2010, p. 9) afirmam que “a Tecnologia da informação vem permeando todos os processos gerenciais e operacionais das organizações, fazendo com que se produza mais com menos, com menores custos”. Não é de se estranhar que a TI de hoje possui devida importância, pois em todos os lugares da empresa estão os seus recursos, tais como: os hardwares, softwares, serviço de Internet banda larga, alarmes monitorados, redes sem fio (wireless), smartphones, impressoras, entre diversos outros. Para que tudo isso funcione sinergicamente, é necessária a implantação de uma grande gestão dessas soluções. A Figura 1 exemplifica como pode ser a integração das demais governanças de uma empresa junto com a Governança em TI. Conceitos Básicos de Governança de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 Governança Empresarial Governança Corporativa Governança em TI Governança Corporativa foca-se em: • Saúde �nanceira da empresa • Controladoria • Gestão de riscos • Gestão de eventos críticos • Con�abilidade dos recursos �nanceiros Governança Empresarial foca-se em: • Planejamento estratégico e alinhamento com os objetivos da empresa • Gestão de sistemas �nanceiros e contábeis • Operações da empresa • Controles internos Governança em TI foca-se em: • Alinhamento de TI com os objetivos do negócio • Uso dos recursos de TI • Gerência dos riscos de TI • Valor agregado Figura 1: Governança e a Governança de TI Fonte: Santos e Baruque (2010, p. 17). Perceba que cada governança possui seus principais focos para manter a visão estratégica da organização. Ao avaliá-los, é possível notar a direta relação de suas atividades com a TI e que, para atingir os objetivos estratégicos da organização, todas as governanças requerem completa sinergia nos seus valores entregues ao negócio. Repare que, nesse modelo, a TI foca valores vitais que a organização neces- sita para subsidiar as atividades das demais áreas, como valia em suas operações. Estar sensível e atento às necessidades estratégicas da empresa é uma atri- buição dos CIOs (Chief Information Officer, ou diretores de TI), os quais, com sua equipe, precisam automatizar os procedimentos de negócios para reduzir esforços operacionais, gerenciar os resultados e custos de sua área, bem como o retorno sobre o investimento tecnológico realizado, avaliar osindicadores para que sempre se faça mais com menos. Esses são alguns dos desafios enfrentados por essa área tão importante das organizações. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 Observe que essa não é uma tarefa simples e requer investimentos, capa- citações, engajamento dos fornecedores que devem estar alinhados à visão de longo prazo da empresa, uma equipe com profissionais que possuem as compe- tências técnicas necessárias em TI e com habilidades comportamentais e várias outras premissas importantes. Conforme citado, existem diversos fatores a serem considerados para a Gestão da Tecnologia da Informação (GTI). A Figura 2, apresentada por Fernandes e Abreu (2008), mostra um diagrama da GTI e seus principais agentes motivacionais. Governança de TI Integração tecnológica Segurança da informação Marcos de regulação Ambiente de negócios TI como prestadora de serviços Dependência do negócio em relação à TI Figura 2: Fatores correspondentes à Gestão da Tecnologia da Informação Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 9). A partir desse diagrama, é possível perceber as diversas dependências que as empresas colocam sobre a GTI e também que, na maioria das organizações, suas atividades estão diretamente ligadas com a disponibilidade dos recursos oferecidos pela TI, sendo esses serviços vitais para que suas operações ocorram. Em alguns casos, é possível imaginar as consequências para uma empresa por não possuir segurança nos dados gerados e armazenados a partir de suas atividades, qual seria o impacto causado se ela depender de vendas externas e seus vendedores não conseguirem integrar seus dispositivos (notebook, celulares, Principais Bibliotecas de Boas Práticas para Gestão de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 tablets e outros) de vendas com os sistemas disponíveis na empresa. Por essas e outras razões, Santos e Baruque (2010, p. 10) relatam que, além de habilidades gerenciais, os gestores de TI precisam complementar a sua governança utilizan- do-se dos melhores modelos e práticas disponíveis no mercado. PRINCIPAIS BIBLIOTECAS DE BOAS PRÁTICAS PARA GESTÃO DE TI Devido a necessidades em comum para a gerência de TI, algumas bibliotecas (ou frameworks) foram publicadas e contêm inúmeros modelos de boas práti- cas (ou base de conhecimento) de mercado de TI que auxiliam a gestão de TI. Esses modelos estão evoluindo constantemente com o passar do tempo, levan- do-os a um processo sólido e maduro, para que as empresas os utilizem como uma referência prática. A Tabela 1 nos apresenta os principais e mais utilizados modelos de práti- cas que estão disponíveis para os profissionais de TI. MODELO DE MELHORES PRÁTICAS ESCOPO DO MODELO CobiT – Control Objectives for Informa- tion and related Technology Modelo abrangente aplicável para a auditoria e controle de processos de TI, desde o planejamento da tecnologia até o monitoramento e a auditoria de todos os processos. VAL IT Modelo para a gestão do valor e investi- mentos de TI. CMMI – Capability Maturity Model Inte- gration (for Development) Desenvolvimento de produtos e projetos de sistemas e softwares. ITIL – Information Technology Infrastruc- ture Library Infraestrutura de tecnologia da informação (definição da estratégia, desenho, tran- sição, operação e melhoria contínua do serviço). GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27002 – Códi- go de prática para a gestão da seguran- ça da informação. Segurança da informação. Modelos ISO – International Organiza- tion for Standardization Sistemas da qualidade, ciclo de vida de software, teste de software etc. The eSourcing Capability Model for Servi- ce Providers (eSCM-SP) Outsourcing em serviços que usam TI de forma intensa. The eSourcing Capability Model for Client Organization (eSCM-CL) Conjunto de práticas para que o cliente defina a estratégia e o gerenciamento do outsourcing de serviços de TI ou fortemen- te baseados em TI. PRINCE2 – Project in Controlled Environ- ments Metodologia de gerenciamento de proje- tos. P3M3 – Portfolio, Programme & Project Management Maturity Model Modelo de maturidade para gerenciamen- to de projetos, programas e portfólio. PMBOK – Project Management Body of Knowledge Base de conhecimento em gestão de projetos. OPM3 – Organizational Project Manage- ment Maturity Model Modelo de maturidade para o gerencia- mento de projetos. BSC – Balance Scorecard Metodologia de planejamento e gestão estratégica. Seis Sigma Metodologia para melhoramento da quali- dade de processos. TOGAF Modelo para o desenvolvimento e imple- mentação de arquiteturas de negócio, aplicações e de tecnologia. SAS 70 – Statement on Auditing Stan- dards for services organizations Regras de auditoria para empresas de serviços. Tabela 1: Principais modelos de melhores práticas Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 164). Quais dessas bibliotecas você conhece ou já ouviu falar? E quais delas pode- riam contribuir para suas atividades do dia a dia? A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 A partir da Tabela 1, é evidente a existência de vários frameworks (ou bibliotecas) com as melhores práticas reconhecidas e disponíveis no mercado, bem como o objetivo específico de cada uma para que auxilie nas mais diversas ramificações da TI. Antônio (2013) comenta que as práticas de domínios públicos possuem algumas vantagens como: ■ São baseadas em experiências acumuladas por empresas ao longo dos anos. ■ Em alguns casos são flexíveis. ■ Possuem linguagem comum ao serem usadas pelas empresas. ■ Evitam que as empresas gastem tempo e recursos para encontrar solu- ções já existentes no mercado – reinventar a roda. ■ Normalmente são amplamente discutidas e estão em processo constante de evolução. ■ São mais fáceis de serem adotadas por estarem devidamente documentadas. É importante destacar que os frameworks apresentam apenas padrões de gerenciamento que obtiveram sucesso, podendo ser seguidos, entretanto, não necessariamente devem ser implementados nas empresas. Os gestores de TI preci- sam estudar cuidadosamente o novo modelo a ser implantado e avaliar se o nível de maturidade que a empresa possui é suficiente para absorver e adequar-se aos processos disponíveis em cada uma das bibliotecas, pois uma implantação mal avaliada de um dos processos pode levar a empresa a um menor retorno sobre o investimento e a maiores custos de gerenciamento. A ITIL E A GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Após vermos alguns principais frameworks disponíveis e utilizados pelas empre- sas, iremos abordar a ITIL como a referência de estudo para a GSTI (Gestão de Serviços de TI), onde estaremos evidenciando suas principais características e contribuição para a gestão de TI. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 CONHECENDO A ITIL A ITIL é um framework – ou um composto de livros – que fornece um con- junto de melhores práticas para o GSTI. Segundo Antônio (2013), um dos seus principais objetivos é transformar a TI e o gerenciamento de serviços em uma vantagem competitiva para a empresa, sendo os serviços um meio de entregar valor ao cliente, facilitando os resultados que este deseja atingir, sem terem que assumir alguns custos. Como uma biblioteca, a ITIL possui uma série de publicações, entretanto 5 (cinco) livros publicados em sua última versão (V.3) estão em destaque. A ITIL (Information Technology Infrastructure Library)foi desenvolvida pelo CCTA (Central Computer and Telecommunications Agency) no final dos anos 80. Nesse cenário, foi solicitado o desenvolvimento de uma abordagem de melhores práticas para gerenciar a utilização eficiente e responsável dos re- cursos de TI, independente de fornecedores e aplicável a organizações com necessidades técnicas e de negócio distintas. Em abril de 2001, o CCTA foi incorporado ao OGC (Office of Government Commerce). A versão da ITIL (denominada V3), de maio de 2007, representa uma grande evolução em relação à versão anterior. A ITIL V3 demonstra a maturidade que a disciplina de gerenciamento de serviços de TI adquiriu ao logo do tempo, trazendo e enfatizando conceitos como integração da TI ao negócio, portfolios dinâmicos de serviços e mensuração do valor do negócio, e forne- cendo uma base sólida para a convergência com outros padrões e modelos de gestão e governança. Fonte: Fernandes e Abreu (2008, p. 272). A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Figura 3: Livros da ITIL Fonte: <http://codigosimples.net/2014/03/13/introducao-a-itil/> Os livros dessa versão estão divididos conforme o ciclo de vida de serviços de TI, sendo cada um representado por um estágio desse ciclo. Veja na Tabela 2: ESTÁGIOS/LIVROS PROCESSOS FUNÇÕES Estratégia de Serviço - Gerenciamento Estratégico para Serviços de TI. - Gerenciamento Financeiro de TI. - Gerenciamento de Portfólio de Serviços. - Gerenciamento da Demanda. - Gerenciamento do Relacionamento com o Negócio. Desenho de Serviço - Coordenação do Desenho. - Gerenciamento do Catálogo de Serviços. - Gerenciamento do Nível de Serviço. - Gerenciamento da Capacidade. - Gerenciamento da Disponibilidade. - Gerenciamento da Continuidade do Serviço. - Gerenciamento da Segurança da Informação. - Gerenciamento de Fornecedores. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 Transição de Serviços - Planejamento e Suporte à Transição. - Gerenciamento de Mudanças. - Gerenciamento de Ativos de Serviços e da Configuração. - Gerenciamento da Liberação e Distribuição. - Validação e Teste do Serviço. - Avaliação de Mudança. - Gerenciamento do Conhecimento. Operação de Serviços - Gerenciamento de Eventos. - Gerenciamento de Incidentes. - Cumprimento de Requisições. - Gerenciamento de Problemas. - Gerenciamento do Acesso. - Central de Ser- viços. - Gerenciamento Técnico. - Gerenciamento das Operações de TI. - Gerenciamento de Aplicações. Melhoria Contínua de Serviços - Processo de Melhoria em 7 Passos. A biblioteca da ITIL, que é reconhecida mundialmente pela GTI, também pos- sui certificações profissionais agregando valor para empresas e profissionais de TI. Seus processos estruturados, implantados por esses profissionais, contribuem para empresas que buscam certificar-se com a ISO 20.000. Além disso, a exigên- cia de certa quantidade de profissionais certificados pode constar em editais de licitações para prestação de serviços a órgãos públicos para empresas candidatas. Segundo o guia de introdução da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 3, tradução nossa), o principal sucesso da ITIL está baseado em: ■ As práticas de gerenciamento de serviços da ITIL são aplicáveis em qual- quer organização de TI – não possuem propriedade exclusiva. Elas também não se baseiam em qualquer plataforma de tecnologia específica ou tipo de indústria. A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 ■ Por não ser prescritiva, a ITIL oferece práticas robustas, maduras e testa- das em várias empresas. É relevante para o setor público e privado, para prestadores de serviços internos e externos, de pequeno, médio e grande porte – em qualquer ambiente técnico. ■ O guia ITIL oferece as melhores práticas representando o aprendizado, a experiência e o conhecimento dos melhores prestadores de serviços do mundo. ■ Também possui apenas boas práticas, que, com o passar do tempo, tor- nam-se práticas comuns, podendo ser substituídas por outras como consequência do processo de melhoria contínua. É possível perceber que a proposta de trabalho da ITIL reúne diversos conheci- mentos aplicáveis a qualquer tipo de organização, além do mais, permite que as empresas utilizem esse conhecimento em seus processos internos independente do seu tamanho. Um dos pontos interessantes é que não é necessário implantar todos os processos prescritos em seus livros (não prescritiva), permitindo que a TI melhore gradativamente seu gerenciamento de serviços. Nas próximas unidades, estudaremos superficialmente a proposta de traba- lho de cada livro da ITIL para a GSTI, entretanto é necessário revermos alguns conceitos que serão apresentados a seguir. GESTÃO DE SERVIÇOS Segundo o livro de Estratégia de Serviços da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 27, tradução nossa), a origem da prestação de serviços está nas empresas que prestam serviços tradicionais, tais como: companhias aéreas, bancos, hotéis e empresas de telefonias. Sua prática tem crescido com a adoção de serviços orientados a gerenciar aplicações, infraestrutura e processos. Com o avanço tecnológico e a rápida concepção de novas empresas, cada vez mais vem sendo oferecidos novos serviços para o mercado. Empresas que antes precisavam possuir serviços internamente em suas instalações hoje conseguem contratar fornecedores e terceirizar essa demanda. Além disso, fatores como o governo, a economia, o aumento de renda per capita, a demanda de serviços GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 sociais, a queda de barreiras comerciais e outros contribuem consideravelmente para o crescimento da necessidade de novos serviços. Assim, nasceu a necessi- dade, pelas empresas, de implantar a Gestão de Serviços. Nesse cenário, a tecnologia da informação permite melhorar e implementar um número crescente de serviços para as organizações que, em contrapartida, requerem a gestão dos serviços implantados por ela. A ITIL (apud ANTÔNIO, 2013, p. 57) define a gestão de serviços como “um conjunto de habilidades da empresa para prover valor ao cliente em forma de serviços”. Podemos entender as habilidades como competências que, somadas aos recursos, resultam nos ser- viços de TI. Veja a Figura 4. Habilidades Recursos Serviços de TI ATIVOS DE SERVIÇOS Figura 4: Formação dos Serviços de TI Fonte: os autores. Esse conjunto é formado por pessoas, processos e ferramentas que cooperam para assegurar a qualidade dos serviços, com suporte a níveis de serviços acor- dados previamente com o cliente. O grande desafio da gestão de serviços é somar as habilidades e os recursos disponíveis e transformá-los em serviços, pois, sem isso, eles não passam de soluções que agregam baixo valor ao cliente. Veja, na Tabela 3, como a ITIL separa esses ativos em dois grupos e o que cada um envolve. HABILIDADES RECURSOS Organização Informação Gerenciamento Aplicação Processo Infraestrutura de TI Conhecimento Capital Pessoas Pessoas Tabela 3: Separação de ativos da ITIL. Fonte: os autores. EN VO LV E A Itil e a Gestão de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 Os recursos, por si só, não garantem uma boa entrega dos serviços oferecidos, sendo necessárias as habilidades para que, em conjunto, possam agregar o valor esperado ao negócio, garantindo uma entrega satisfatória. Um ponto a ser consi- derado é que as “pessoas” são um componente comum aos doisgrupos e que, em habilidades, reflete as competências disponíveis na organização e, em recursos, a solução como portadoras das habilidades na realização de atividades do processo. Uma vez entendido que habilidades somadas com recurso geram o serviço oferecido, é necessário entender o que vem a ser o serviço. Segundo Estratégia de Serviços da ITIL (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 18, tradução nossa), serviço é um meio de entregar valor aos clientes, facilitando os resultados desejáveis sem que os mesmos assumam alguns custos e riscos. Quando uma empresa contrata um serviço, por exemplo, o de armazenamento nas nuvens (cloud), ela não assume os custos de equipamentos, software e os ris- cos inerentes ao serviço oferecido pela prestadora – a contratante apenas quer utilizar o serviço. Os custos e riscos para oferecer tal serviço ficam a encargo da prestadora, permanecendo como resultado apenas a disponibilidade do serviço, conforme o nível de SLA acordado em contrato. Sendo assim, as habilidades somadas aos recursos oferecem serviços aos clientes. Estes se isentam dos custos inerentes às atividades contratadas, de modo a focar seu negócio (core business). CLIENTES E SERVIÇOS INTERNOS E EXTERNOS O objetivo e a razão de uma organização existir, seja ela pública ou privada, é, antes, acima de tudo, procurar a satisfação de seus clientes. É necessário enten- der que existem dois tipos distintos de clientes: internos e externos (PORTAL EDUCAÇÃO, 2013). A ITIL também classifica os clientes que recebem o valor oferecido pelos serviços dessa maneira, e, consequentemente, os serviços também passam a ser oferecidos de maneira interna e externa. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 CLIENTES E SERVIÇOS INTERNOS O cliente interno, basicamente, é considerado aquele que se encontra dentro da empresa ou organização e que possui características próprias. Segundo Antônio (2013) algumas delas são: ■ Serviços pagos internamente Os serviços prestados por outros setores são pagos internamente entre eles, não havendo uma movimentação financeira oficial (faturamento) para eles. As despesas geradas pelos serviços podem ser alocadas no cen- tro de custo do setor solicitante para fins de controle financeiro. ■ Contabilidade pouco eficaz Por serem pagas internamente, geralmente não há um movimento contá- bil que identifique esse custo/investimento na própria empresa, tornando a contabilidade oficial (balanço, DRE etc.) pouco eficaz. ■ Objetivos em comum Por estarem alocados na mesma empresa, o fornecedor e o cliente par- tilham os mesmos objetivos estratégicos da organização, podendo haver contribuições no resultado operacional como um todo. ■ Maior envolvimento na elaboração Essa característica torna-se uma vantagem na concepção do serviço, uma vez que os setores internos se unem para buscar a melhor solução do problema, que ganha força e o engajamento dos envolvidos até sua implantação. Discorrendo sobre os serviços internos, estes são as atividades prestadas por um departamento e que geram valor para os clientes internos. Por exemplo, a TI disponibiliza um servidor de diretório aos usuários, serviços de rede, comu- nicação e outros. Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 CLIENTES E SERVIÇOS EXTERNOS Já os clientes externos são aqueles fora da empresa que pagam se beneficiando de algum serviço oferecido a eles. Esse tipo de cliente também possui caracte- rísticas próprias e, segundo Antônio (2013), algumas delas são: ■ Serviços pagos de forma real Os serviços são pagos monetariamente, envolvendo um credor e devedor. ■ Contabilidade detalhada e abrangente Devido ao desembolso financeiro gerar um movimento contábil, é pos- sível melhor precisão sobre o cálculo de retorno sobre o investimento do serviço adquirido. ■ Objetivos distintos Os objetivos principais dos clientes externos normalmente divergem dos do fornecedor, enquanto um é voltado totalmente ao seu negócio prin- cipal, o outro é voltado apenas para solução do serviço. ■ Menor envolvimento na elaboração Os clientes externos normalmente acabam se envolvendo pouco na ela- boração da solução, apenas recebendo o serviço contratado. ■ A melhoria é movida pela necessidade da rentabilidade Já a melhoria dos serviços oferecidos aos clientes externos está sujeita às necessidades de alterações que impactam a rentabilidade que o serviço oferece, ou seja, o fornecedor não pode intervir nas melhorias, a menos que o cliente solicite. Discorrendo sobre os serviços externos, diferente dos internos, são atividades prestadas por uma empresa que geram valor para um cliente externo. Por exem- plo, um fornecedor de TI que disponibiliza seu colaborador especialista e banco de dados (DBA) a um cliente, com o objetivo de fazer um reparo no servidor. O fornecedor fatura as horas técnicas prestadas ao seu cliente. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI (ITSM) O Gerenciamento de Serviços de TI, GSTI ou ITSM (do inglês Information Technology Service Management), segundo Magalhães (p. 59, 2007), é, de forma resumida, “o gerenciamento da integração entre pessoas, processos e tecnologias, componentes de um serviço de TI”. Esse gerenciamento busca garantir a entrega e suporte de serviços de TI, focando a necessidade do cliente, estando alinhado com a estratégia de negócio da organização, com objetivos de custo e desempe- nho pelo estabelecimento de acordo de níveis de serviços entre o departamento de TI e a área de negócios. Fernandez Palma e Ferreira Meirelles (2008, p. 26) comentam que “a biblio- teca de ITIL V3 visualiza quatro elementos necessários para o Gerenciamento de Serviços, conhecidos como 4 P’s: Pessoas, Processos, Produtos (tecnologia) e Parceiros, guiados pela estratégia do Negócio”. Veja a Figura 5. Qual a diferença entre cliente e usuário? Usuário O usuário é aquele que se utilizará dos serviços que o departamento de TI executará. É ele quem irá Operar o Serviço em seu ponto final. O ponto central de contato do usuário e do TI é a central de serviços, ou service desk. Cliente O Cliente é o responsável por toda a parte de negociação e determinação dos requisitos necessários para o serviço a ser prestado. É ele também quem avalia os resultados do serviço. O ponto central de contato do cliente e do TI é o Gerente de Nível de Serviços. O cliente está desenvolvendo seu papel no nível tático da empresa. Fonte: Pauma (online). Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 31 Processos Parceiros Pessoas Produto GSTI (ITSM) Figura 5: Elementos Necessários para o Gerenciamento de Serviços de TI Fonte: os autores. Resumidamente, a gestão de integração desses quatro elementos é a GSTI. As pessoas, como recurso, detêm as habilidades necessárias para o departamento de TI e são fundamentais, possuindo grande importância para a entrega dos serviços. Além disso, parceiros (ou fornecedores) tornam-se essenciais, pois assumem entregas que as organizações não poderiam realizar – terceirização (outsourcing). Já os processos contribuem e direcionam o relacionamento com os terceiros e modelos de fluxo de trabalho a serem seguidos durante a elaboração e implantação do serviço. E o produto é uma ferramenta necessária para automa- tizar determinadas tarefas, sendo o objeto de entrega pelos serviços oferecidos. Magalhães (2007) complementa que, para alcançar os objetivos de Gerenciamento de Serviços de TI, a área de TI deve passar a: ■ Contribuir estrategicamentecom o negócio. ■ Aceitar a medição de sua contribuição por meio de indicadores. ■ Realizar entregas consistentes e estáveis. ■ Ter menor ênfase na tecnologia. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E32 É importante destacarmos que há uma grande parte de interessados (stakeholders) no gerenciamento de serviços de TI, podendo ser os “usuários, clientes (inter- nos/externos) e fornecedores”. A própria TI, em alguns casos, também pode ser uma parte interessada na entrega de um de seus serviços oferecidos. A seguir, estudaremos outros conceitos essenciais que contribuem para o entendimento da biblioteca da ITIL. GESTÃO DE PROCESSOS Os departamentos de uma empresa executam diaria- mente vários processos que garantem sua entrega de valor à área de negócio. Normalmente, os procedi- mentos são executados de maneira despercebida pelo seu cliente, podendo possuir possíveis complexidades definidas durante sua fase de elaboração, tendo como proposta sustentar a qualidade e padronização exigida aos serviços oferecidos. Paim et al. (2009, p. 100) definem processo como “uma cooperação de ativi- dades e recursos distintos voltados à realização de um objetivo global, orientado para o cliente final, que é comum ao processo e ao produto/serviço”. Outros auto- res trazem definições como um conjunto de atividades relacionadas na realização de um trabalho visando atender necessidades específicas (COSTA; TALARICO, 1996) ou como uma combinação de atividades coordenadas, recursos e habilidades Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 33 que geram valor para um cliente ou às partes interessadas, conforme Martins Antonio (online). Ao trazermos essa visão para o cotidiano e observarmos cada passo necessário de uma operação dentro da TI, nitidamente notamos que os processos norteiam quase a totalidade das atividades executadas por ela. O dono de um processo, ao descrever as sequências lógicas de suas ativi- dades, busca ter um pensamento sistêmico dos passos a serem realizados pelo executor de maneira que o mesmo consiga atingir seus objetivos ao menor custo e tempo possível. Por sua fundamental importância nas organizações, os processos possuem diver- sas abordagens de estudos e gerenciamento, tais como: BPM (Business Process Management), BPMS (Business Process Management Suite) e BPMN (Business Process Modeling Notation). Segundo Santos e Baruque (2010), quando os proces- sos de uma empresa estão bem definidos, a empresa começa a ganhar determinada competitividade, sua inteligência passa a estar integrada nos processos. Isso garante que, em uma eventual substituição de um funcionário por sua ausência, a empresa continue suas operações seguindo o processo já consolidado. Segundo Antônio (2013), a Figura 6 apresenta os principais elementos de um processo para ITIL: Você consegue identificar se suas atividades profissionais estão catalogadas e estruturadas seguindo um processo? Fonte: os autores. GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E34 Elementos do Processo Entradas do Processo Saídas do Processo Disparadores Incluindo relatórios e revisões do processo Melhoria do Processo Controle do Processo Processo Habilitadores do Processo Atividades Métricas Papéis Instrução de trabalho Procedimentos Recursos Habilidades (capabilities) Política do Processo Dono do Processo Processo de documentação Objetivos do Processo Feedback do Processo Figura 6: Processo ITIL Fonte: ITIL Fundation (2013). ■ Entradas do processo: são o gatilho/disparador ou elemento necessário para a execução do processo. ■ Controle do processo: é a base de controle do processo. ■ Processo: as ações e seus elementos diretos envolvidos. ■ Habilitadores do processo: os recursos e habilidades que habilitam (dis- ponibilizam) a execução do processo. ■ Saídas do processo: são o resultado específico e bem definido gerado pelo processo que atende o cliente. Clientes e Serviços Externos Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 35 A boa gestão de processos é um requisito fundamental para a implantação das práticas de TI em uma empresa. Durante a fase de planejamento, os processos da organização são revisados e, muitas vezes, remodelados para novos fluxos. É necessário que haja métricas definidas, pois os processos precisam ser medidos e melhorados em longo prazo. PRINCIPAIS PAPÉIS NO PROCESSO Dentro da composição de um processo de serviço de TI existem papéis que acu- mulam responsabilidades e são atribuídos às pessoas para sua execução. Uma pessoa pode deter um ou mais papéis em períodos integrais ou parciais. Segundo Antônio (2013), são exemplos de papéis genéricos: ■ Dono do processo: é a autoridade do processo e possui: 1. a responsabili- dade de responder pelo processo; 2. garantir sua execução; 3. patrocinar, desenhar e gerenciar mudanças; 3. definir estratégia e documentação do processo e KPI; 4. garantir a comunicação e questões à execução; 5. revi- sar e auditar o processo. ■ Gerente do processo: realiza atividades de gerenciamento do processo: 1. em conjunto com o “dono do processo”, ele planeja e coordena as ati- vidades do processo; 2. garante que todas as atividades são realizadas conforme necessário durante todo o ciclo de vida do serviço; 3. nomeia as pessoas para as funções necessárias; 4. gerencia os recursos atribuídos para o processo; 5. busca garantir o bom funcionamento dos serviços com todos envolvidos; 6. monitora e gera relatórios sobre o desempe- nho; 7. identifica as oportunidades de melhorias; 8. junto com o “dono do processo” de CSI (Continual Service Improvement - melhoria contí- nua do serviço), realiza revisões e prioriza as melhorias; 9. implanta as melhorias no processo. ■ Profissional do processo: são as pessoas (recursos) alocadas para a execu- ção do processo, que: 1. realizam uma ou mais atividades de um processo; 2. compreendem como sua função contribui para a entrega global do GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E36 serviço; 3. trabalham com todas as partes interessadas (gestor, usuários, clientes, etc.) para garantir eficácia de sua contribuição; 4. asseguram que as entradas, saídas e interface para suas atividades estão corretas; 5. criam ou atualizam os registros das atividades evidenciando o resultado da mesma. ■ Dono do serviço: similar ao “Dono do processo”, todo serviço deve ter um dono bem definido de modo a: 1. garantir o gerenciamento com foco no negócio; 2. garantir que o serviço esteja descrito no catálogo de ser- viço; 3. atender aos acordos de níveis de serviços; 4. representar o serviço na organização; 5. revisar e sugerir melhorias; 6. responder pelo serviço. Entender esses papéis é fundamental para identificar as responsabilidades atri- buídas aos envolvidos do processo. Além dos papéis genéricos, existem alguns específicos que estão descritos nos processos da ITIL, os quais estudaremos nas próximas unidades do livro. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta primeira unidade, foram apresentados alguns conceitos básicos sobre Governança de TI - GTI, Gestão de Serviços de TI - GSTI e a ITIL. Entendemos que a GTI é considerada, pela maioria das organizações, como um departamento estratégico, possuindo direto envolvimento com as demais áreas e atividades de uma empresa. Por essa importância, apresentamos as principais bibliotecas de boas práticas para Gestão de TI e, brevemente, o escopo de cada modelo. Entre todas as bibliotecas existentespara GTI, utilizamos como alvo de estudo a ITIL, onde abordamos seu conceito e reconhecimento mundial pelas boas práticas em Gestão de Serviços de TI e também qual a sua razão de sucesso e importância para o mercado. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 37 Abordamos que, para a ITIL, a prestação de serviços iniciou-se por empre- sas que prestam serviços tradicionais e que o avanço tecnológico influenciou diretamente no crescimento da oferta de serviços, surgindo a necessidade da Gestão de Serviços. Também tivemos a oportunidade de abordar os principais ativos de um serviço e como eles se complementam. Outro entendimento impor- tante abordado na sequência foi a classificação de clientes e serviços internos e externos, que nos ajuda a avaliar quem estará recebendo o valor oferecido den- tro dos processos da ITIL. Estudamos também o conceito e a contribuição do processo para as orga- nizações, onde apresentamos como a ITIL adota a composição e os elementos de um processo. E, por fim, entendemos os quatro papéis genéricos que a ITIL possui e quais são suas atribuições de responsabilidades. Nas próximas unidades, estaremos abordando, de maneira geral, os demais livros e alguns processos da ITIL, portanto, é muito importante que sejam fixa- dos os conceitos iniciais já apresentados. 1. Qual é a principal entrega oferecida pelo Gerenciamento de Serviço de TI ao ne- gócio? 2. Segundo a ITIL V3, a origem da prestação de serviços está nas empresas que prestam serviços tradicionais, tais como: companhias aéreas, bancos, hotéis e empresas de telefonias. Assim: I) A ITIL surgiu diante da necessidade dessas empresas, pois elas buscavam um modelo ideal a ser seguido em seu gerenciamento de serviços. II) A TI contribuiu nesse período melhorando e implementando um número cres- cente de serviços. III) A Gestão de Serviços surgiu devido ao crescente número de serviços que co- meçaram a ser oferecidos, sendo o COBIT a principal ferramenta que contribui para GSTI. IV) A prática de Gestão de Serviços tem crescido com a adoção de serviços orien- tados a gerenciar aplicações, infraestrutura e processos. É certo afirmar que somente: a) I e IV estão corretas. b) III e IV estão corretas. c) II e IV estão corretas. d) I está incorreta. e) III está incorreta. 3. A ITIL cita em sua biblioteca alguns elementos fundamentais utilizados pela Ges- tão de Serviços de TI. Assinale a alternativa correta: a) Pessoas, Processos, Público e Fornecedores. b) Pessoas, Produto, Público e Parceiros. c) Pessoas, Produto, Clientes do processo e Fornecedores. d) Pessoas, Produto, Parceiros e Processos. e) Papéis, Processos, Pessoas e Parceiros. 4. Segundo a ITIL, quais são os principais elementos de um processo? 39 A EMPRESA ALFA E SUA HISTÓRIA DE GTI A Alfa é uma empresa de bens de consumo, multinacional e líder em seu segmento, que vende mais de 40 milhões de produtos ao ano. Com quase 100 anos, suas fábricas em mais de dez países empregam perto de 55 mil colaboradores. No Brasil, atua há mais de três décadas, emprega milhares de funcionários, produz oito milhões de unidades e gera um faturamento de mais de R$ 3 bilhões ao ano. A organização tem investido em inovação tecnológica e em design de produtos, procurando diferenciação em um mercado pressionado por crises econômicas mundiais e pelo aumento do preço das commodities, matéria-prima de seus produtos. No Brasil, iniciou sua operação nos anos 1990, com a aquisição de uma empresa local. À época, o departamento de informática possuía aproximadamente 150 técnicos. Em 1998, configuraram-se grandes modificações na área de TI, que foi transformada em di- visão e estabeleceu maior formalização das atividades. Também teve início uma onda de terceirização dos processos de manutenção dos sistemas da empresa; o primeiro proje- to de grande porte da nova divisão foi a adequação dos sistemas ao ano 2000. Em 1999, iniciou-se a implementação do sistema ERP, que começou pelo setor financeiro. De 2003 a 2005, outro grande projeto estendeu o ERP a todos os setores da empresa. Com a en- trada desse sistema em operação plena e finalizada a terceirização que o projeto havia exigido, impôs-se a necessidade de maior controle, tanto sobre os serviços terceirizados quanto sobre os procedimentos para manutenção do ERP. Nesse período, sentiu-se a falta de um processo de governança, não existia uma equipe de suporte adequada para manutenção do ambiente, tanto do ERP quanto dos sistemas legados que estavam no ar... (Entrevistado 1). A GTI ficou bastante evidente e necessária conforme o nível de terceirização que fomos desenvolvendo. Quanto mais se terceiriza, mais controle é necessário... (Entrevistado 2). No período de 2004/2005, houve um aumento do envolvimento corporativo com a TI local. A estrutura corporativa da TI mundial foi replicada no Brasil e deu-se a divisão fun- cional entre as atividades de infraestrutura e sistemas. Em cada uma das áreas, surgiram as subdivisões de projetos e suporte. Ainda em 2004/2005, desenvolveu-se na empre- sa a ideia de uma diretoria de controle interno, motivada pelos escândalos financeiros, como os da Enron e da WorldCom, nos Estados Unidos. Em 2005, a criação da diretoria corporativa de auditoria interna fez com que a governança corporativa passasse a ter ligação maior com a TI, sob a forma de exigências de controle a obedecer-se tanto nos processos internos da TI como naqueles das áreas que envolvessem sistemas. Com o crescimento da participação do país na corporação, a partir de 2007, deu-se tam- bém um aumento do orçamento dedicado à TI. Houve modernização da infraestrutura tecnológica, estabelecimento de contratos de suporte com níveis de serviço acorda- dos com as áreas de negócio, além de diversos projetos de modernização de sistemas, como o de Customer Relationship Management (CRM) e de Business Intelligence (BI). Com a maior participação da gestão da corporação mundial nas decisões locais, o aumento do orçamento, as necessidades de controle dos contratos de nível de serviço e as exi- gências da auditoria interna, no formato da Lei Sarbanes-Oxley (SOX), configurou-se um ambiente propício ao desenvolvimento da GTI, com a utilização dos mecanismos de GTI ligados a processos. Teve início a implantação da ferramenta ITIL, com foco maior na área de suporte, estruturando-se os serviços de gerenciamento de chamados, proble- mas e mudanças no ambiente de produção. Desde então, a padronização do trabalho realizado na TI local em relação à TI corpora- tiva tem se intensificado, tanto em termos de estrutura de controle e infraestrutura de informática como na utilização de sistemas de informação, com indicadores e procedi- mentos estabelecidos em conjunto com o corporativo. Os passos previstos para a GTI na empresa Alfa, após a estabilização da utilização do ITIL, dizem respeito à disponibilidade de serviços, à gestão de demandas, à utilização da metodologia Cobit e ao alinhamento das demandas às estratégias corporativas. Fonte: Teodoro, Przeybilovicz e Cunha (2014, online). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Nos vídeos disponíveis neste link, são apresentados alguns passos específicos para adaptar os processos da ITIL para pequenas empresas. Também são relatadas pelo autor as dificuldades que pequenas organizações enfrentam ao adotar as boas práticas de mercado. Disponível em: <http://www.portalgsti.com.br/2015/03/itil-pequenas-empresas.html>. Acesso em: 30 out. 2015. Este artigo contém alguns conceitos básicos da ITIL, no qual foi citada sua importância para as organizações. Também são apresentados, de maneira geral, o conteúdo e objetivo dos cinco livros que a ITIL possui. A leitura deste artigo pode contribuir para as próximas unidades. Disponível em: <http://www.tiespecialistas.com.br/2013/11/boas-praticas-utilizando-itil/>. Acesso em:30 out. 2015. U N ID A D E II Professor Esp. João Messias Pereira ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender os processos para um desenho de serviços de TI. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Estratégia de Serviço ■ Desenho de Serviço ■ Aspectos do Desenho de Serviço ■ Componentes do ITSM ■ Pacote de Desenho de Serviço ■ Gerenciamento de Serviços na TI INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta unidade, abordaremos o estágio responsável pelo pla- nejamento estratégico, modelagem e desenvolvimento de serviços de TI, além dos processos de gerenciamento desses serviços. O Desenho de Serviço tem como foco o desenho e a criação de serviços de TI, cujo propósito é a realiza- ção da estratégia e objetivos definidos anteriormente na fase de Estratégia de Serviço. Embora esse conceito nos remeta apenas à criação de novos serviços, o Desenho de Serviço também é voltado à modificação de serviços já existen- tes, sempre que uma melhoria é encontrada ou quando essa melhoria se torna uma necessidade iminente do usuário. Nesse estágio, um dos principais fatores que envolvem a concepção de novos serviços ou até mesmo suas modificações é a capacidade de apoiar as necessida- des do negócio e, para que esses serviços possam ser desenvolvidos, precisam estar de acordo com o restante do Portfólio de Serviços, garantindo a interação com os demais serviços existentes. Para que isso aconteça, é necessário que a equipe envolvida nesse processo saiba para qual finalidade essa solução estará sendo desenhada e quem será o cliente daquele serviço, considerando as infor- mações já levantadas na fase de Estratégia de Serviço. Embora essa fase seja composta de diversos elementos, alguns aspectos se destacam pelo seu grau de importância no desenvolvimento de novos serviços, influenciando diretamente nos resultados em relação à expectativa gerada pelo cliente. Dentre as principais características do Desenho de Serviço, podemos des- tacar a transformação dos objetivos estratégicos que foram definidos durante a fase de Estratégia de Serviço e também a capacidade de promover uma aborda- gem holística em todos os aspectos relacionados à qualidade e à funcionalidade. Além dessas características, o Desenho de Serviço também deve garantir que os padrões de desenho e convenções sejam seguidos durante a criação de serviços e processos que estejam sendo desenvolvidos. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 ESTRATÉGIA DE SERVIÇO A Estratégia de Serviço tem como principal objetivo desenvolver modelos de Gestão de Serviços que permitam a execução de ações estratégicas dentro da organização, podendo oferecer produtos com valor agregado a seus usuários mediante esses serviços. Durante essa fase do ciclo de melhoria contínua, é preciso considerar todas as demandas que o serviço deverá atender, antes mesmo da sua implantação. Infelizmente, em muitas organizações, geralmente essa situação acontece de maneira inversa: primeiro o serviço é desenvolvido, depois pensamos nos usu- ários que utilizarão esse serviço. Dessa forma, entramos em um cenário no qual as mudanças e adaptações são inseridas de forma contínua até que se chegue a um modelo ideal, sendo que todo esse retrabalho poderia ser evitado quando se planeja de forma organizada e estratégica o serviço oferecido. Podemos destacar três características que estão contidas na Estratégia de Serviço: ■ Conceber, desenvolver e implementar a gestão do serviço de TI como sendo um ponto estratégico, oferecendo assistência aos objetivos de cres- cimento da organização. ■ Elaborar as capacidades da organização de TI, no que se refere ao geren- ciamento de custos e riscos que envolvem o portfólio de serviços. ■ Definir os objetivos estratégicos da organização de TI. Esses objetivos permitem à TI compreender de maneira clara e objetiva seu real papel dentro da empresa e como suas ações irão contribuir para o desenvolvi- mento das atividades exercidas pelas diversas áreas dessa organização. TIPOS DE SERVIÇO Na definição de estratégia de serviço, devemos considerar o tipo de serviço que será implantado. Embora os serviços possam ser de ordem interna ou externa, podemos classificá-los como sendo do tipo Principal, de Apoio ou Intensificador. Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 ■ Serviço Principal: realiza a entrega de resultados básicos a partir da demanda de seus usuários. O serviço principal é definido a partir do grau específico de utilização e garantia. No entanto os usuários podem receber opções de utilização e garantia de mais de uma opção de serviço. ■ Serviço de Apoio: esse serviço é necessário para que o serviço principal possa ser entregue. Além disso, o serviço de apoio pode estar presente de forma não visível para seus usuários, porém não pode ser oferecido de maneira isolada. ■ Serviço Intensificador: é adicionado a um serviço principal com o obje- tivo de torná-lo mais atrativo a seus usuários, estimulando a utilização do mesmo. Podemos exemplificar cada um dos tipos citados acima da seguinte maneira, os serviços principais de um determinado banco representam o fornecimento de financiamentos para pequenas e médias empresas. Nesse serviço, a criação do valor para o cliente é feita somente após o banco estar em condições de ofere- cer o capital financeiro em tempo hábil, ou seja, depois de realizar a avaliação de riscos e custos envolvidos nessa operação. No exemplo, o serviço de apoio representa os agentes de crédito que auxiliam na avaliação de crédito, nos serviços de aplicação e investimentos, além de ofere- cer uma conta bancária para que o cliente possa realizar suas operações bancárias. Já os serviços intensificadores representam características que agregam valor ao serviço, por meio de funcionalidades e comodidade a seus usuários. DESENHO DE SERVIÇO Vimos na unidade I que o ITIL® oferece um conjunto com as melhores práticas para o GSTI, e entre as técnicas que compõem esse framework está o Desenho de Serviços, o qual, como o próprio nome sugere, serve para desenhar um novo serviço ou modificar um já existente. Essa atividade aborda como converter a estratégia e seus objetivos em portfólios de serviços e ativos. Para Fernandes ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 (2008, p. 281), esse estágio do ciclo de vida tem como principal foco o desenho e a criação de serviços de TI, cujo propósito será realizar a estratégia concebida anteriormente durante a fase de Estratégia de Serviço. Com a utilização de práticas, processos e políticas de TI vigentes nas orga- nizações, o desenvolvimento de serviços precisa ser executado garantindo a qualidade da entrega, a satisfação dos clientes, além da eficiência dos custos e também da facilidade de colocá-los em produção. De acordo com a biblioteca ITIL® V3, o Desenho de Serviço pode ser defi- nido como “o desenho de serviços de TI apropriados e inovadores, incluindo suas arquiteturas, processos, políticas e documentação, para atender os requisi- tos do negócio atuais e futuros” (apud FERNANDES, 2008, p. 281). Mesmo que a ideia de serviços inovadores nos remeta apenas à criação de novos serviços, é importante destacar que o Desenho de Serviço também pode estar direcionado à prática de melhorias, auxiliando na recriação ou redese- nhando serviços já existentes, sempre que tais melhorias forem identificadas ou se tornem necessidades indispensáveispara o serviço. Embora o Desenho de Serviço seja composto por diversos elementos, pode- mos destacar alguns pontos como sendo características fundamentais para esse processo, entre eles: a transformação dos objetivos estratégicos em serviços e portfólio de serviços, a utilização de uma abordagem holística em todos os aspectos relacionados à funcionalidade e qualidade do serviço, além da garan- tia de que os padrões de desenho e convenções serão empregados durante todo o processo do serviço. A partir da elaboração do novo serviço durante a fase de Estratégia, depois de inseri-lo como uma nova opção no Catálogo de Serviços, também é neces- sário informar como esse serviço irá atender às necessidades da organização, considerando os aspectos estruturais, além de identificar os requisitos necessá- rios para que sua implementação seja concretizada. É importante lembrar que todas essas informações referentes ao Desenho de Serviço deverão estar descritas no Pacote de Desenho de Serviço, que é o prin- cipal documento entregue nesse estágio e que também poderá ser utilizado no restante do ciclo de vida do serviço. Mais adiante, nesta unidade, abordaremos de maneira mais detalhada sobre esse assunto. Aspectos do Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 ASPECTOS DO DESENHO DE SERVIÇO Para Fernandes (2008), alguns aspectos representam princípios e fundamentos básicos do Desenho de Serviço, abordando tópicos importantes e que precisam ser considerados durante o processo de desenvolvimento do serviço. Dessa forma, o uso de uma abordagem global e integrada se faz necessário para as atividades de Desenho de Serviço, contemplando cinco aspectos do Desenho de Serviço: ■ O desenho de um novo serviço ou até mesmo a modificação de um modelo já existente deve ser entendido como o projeto de um produto completo. ■ Desenhar os sistemas e ferramentas de gestão, para que esses sirvam de apoio para os serviços em todos os momentos do ciclo de vida. ■ Desenhar as arquiteturas tecnológicas, onde seja possível identificar as condições necessárias para operar os serviços de maneira consistente. ■ Desenhar os processos de TI e de Gerenciamento de Serviços necessá- rios para suportar o serviço. ■ Desenhar os métodos de medição e métricas de qualidade do processo, voltados para a melhoria continuada. Um fator importante na concepção de um novo serviço ou na manutenção de serviços existentes é atender às necessidades das organizações de acordo com a demanda, considerando os prazos cada vez menores para o desenvol- vimento. Sempre que um novo serviço é construído, alguns pontos precisam ser verificados para garantir a integração com os demais serviços existentes no Portfólio de Serviços. De acordo com Fernandes (2008, p. 282), a operação desses aspectos precisa incluir abordagens que permitam a análise de todo o processo, considerando as diversas áreas envolvidas no desenvolvimento do serviço. Recomenda-se que os planos para o desenho, a transição e a operação destes aspectos incluam abordagens para a análise de impacto técnico, comercial e organizacional, gerenciamento de riscos, da comunicação, empacotamento e critérios de aceitação a serem aplicados sobre a en- trega do serviço, assim como influências externas de outros modelos de referência (FERNANDES, 2008, p. 282). ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 Mesmo depois de definir o serviço por meio do desenho, algumas ativida- des devem anteceder o estágio de Transição de Serviço. Isso ocorre, pois, em muitos casos, a criação de um serviço está condicionada à disponibilidade de fornecedores externos, sendo assim, é necessário que haja soluções alternati- vas para possíveis situações de indisponibilidade dos recursos que viabilizam a criação desse serviço. Diante disso, a utilização de algumas técnicas pode ser importante para a criação de serviços de TI que sejam flexíveis e reutilizáveis. De acordo com Fernandes (2008, p. 282), abordagens como SOA (Service Oriented Architecture) e BSM (Business Service Management) permitem que a criação de serviços possa ser compartilhada entre as diversas áreas de negócio, garantindo que os componentes de TI estejam totalmente integrados com os objetivos propos- tos pela organização. No processo de Desenho de Serviço, podemos considerar um conjunto de 7 (sete) atividades que gerenciam o período de desenvolvimento e criação do ser- viço, permitindo o planejamento e organização de acordo com as características e necessidades de cada organização. O Gerenciamento de Serviços é composto pelas seguintes atividades: ■ Gerenciamento de Nível de Serviço. ■ Gerenciamento do Catálogo de Serviços. ■ Gerenciamento de Disponibilidade. ■ Gerenciamento de Segurança da Informação. ■ Gerenciamento de Fornecedores. ■ Gerenciamento da Capacidade. ■ Gerenciamento da Continuidade. É importante ressaltar que muitas dessas atividades não acontecem apenas durante o processo de desenho, mas também podem estar presentes no ciclo de vida de outras fases, especialmente na Operação de Serviço. Além disso, o Gerenciamento de Nível de Serviço também desempenha um papel importante na Melhoria Contínua de Serviço. Componentes do ITSM Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 Ainda nesta unidade apresentaremos como essas atividades se adequam dentro de uma visão mais abrangente do Desenho de Serviço, permitindo o desenvolvimento de maneira estratégica e estruturada, elevando o nível de qua- lidade do serviço oferecido. COMPONENTES DO ITSM O termo Information Technology Service Management (ITSM), ou Gerenciamento de Serviços de TI, vem sendo utilizado pelas organizações que buscam imple- mentar a governança e o aumento do nível de maturidade de sua TI por meio dos processos que a compõem. No entanto a definição oficial da ITIL® V3 para ITSM é descrita de forma mais detalhada no volume de Service Design como um conjunto especializado de recursos organizacionais que provê valor aos clien- tes sob a forma de serviços (CESTARI FILHO, 2011, p. 216). Veja a Figura 7. ITSM Pessoas Parceiros Produtos Processos Figura 7: Componentes do Gerenciamento de Serviços de TI Fonte: PGM Academy – Portal GSTI. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 O Gerenciamento de Serviços de TI está diretamente ligado à utilização do dia- grama dos 4P´s, ou seja, Produtos, Pessoas, Processos e Parceiros, que permite a criação de uma estrutura capaz de atender a todas as demandas de acordo com os objetivos propostos. Sendo assim, quando um desses fatores não é levado em consideração, o gerenciamento fica comprometido e os resultados não atendem aos objetivos propostos. A combinação desses 4 fatores garante a capacidade de entrega, qualidade e funcionalidade do serviço. Abaixo, temos as características que compõem cada um desses fatores: ■ Processos: definem todas as atividades do Gerenciamento de Serviços de TI, considerando a entrega de ponta a ponta do serviço baseado em flu- xos de processo workflow. ■ Produtos: são definidos como serviços, sistemas, tecnologias e, principal- mente, as ferramentas utilizadas, já que é necessário automatizar muitos dos processos envolvidos. ■ Pessoas: descrevem os papéis e responsabilidades dentro do processo, isso significa destacar as pessoas envolvidas nesse ciclo, considerando desde equipes de TI, clientes, entre outros interessados. ■ Parceiros: abrangem todos os fornecedores e prestadores de serviços que trabalham em conjunto com a organização e permitem, diante de um mercado extremamente competitivo,obter os melhores recursos levando em consideração os custos. A qualidade de serviços de TI está relacionada à garantia de que esses fatores serão levados em conta como parte do processo de melhoria contínua da orga- nização de TI, podendo ser utilizado independente de ser um novo serviço ou mesmo para modificar serviços existentes. Para Fernandes (2008, p. 294), os ser- viços de TI devem estar alinhados e, principalmente, integrados às necessidades do negócio, por meio de ações de melhoria, permitindo o suporte aos proces- sos de negócio. Pacote de Desenho de Serviço Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 PACOTE DE DESENHO DE SERVIÇO Para o ITIL® V3, o Pacote de Desenho de Serviço é definido pelo conjunto de docu- mentos que descrevem as características de um determinado serviço, além dos requisi- tos necessários durante cada fase do ciclo de vida. A elaboração desse documento deve ser feita sempre que um novo serviço é criado, em alterações significativas do serviço e até mesmo quando acontece a desativação ou retirada do serviço em funcionamento. Para compreender de maneira mais clara como um Pacote de Desenho de Serviços deve ser, devemos imaginar uma situação em que um determinado serviço encontra-se em sua fase final de desenho, e, para que possamos dar con- tinuidade ao desenvolvimento, precisamos garantir que todas as informações referentes a esse serviço sejam repassadas às equipes de transição e operação, em um único documento ou pacote. Porém a elaboração desse conjunto de docu- mentos pode ser uma das atividades mais complexas durante o desenvolvimento de um serviço, devido aos questionamentos que possam surgir nessa fase, como, por exemplo: quais seriam os documentos necessários? Ou então: quais itens devem ser inseridos nessas documentações? De acordo com a biblioteca ITIL® V3, alguns tópicos são essenciais para a composição do Pacote de Desenho de Serviço, dentre eles, estão: ■ Requisitos. ■ Aplicabilidade do serviço. ■ Contratos do serviço. ■ Acordos de Nível de Serviço. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 ■ Acordos de Nível Operacional. ■ Desenho e Topologia geral do Serviço. Requisitos: descrevem as características do serviço. Aplicabilidade do Serviço: define a finalidade para a qual o serviço está sendo desenhado. Isso facilita a compreensão por parte das equipes de tran- sição e operação de quando o serviço estiver nessa etapa do desenvolvimento. Contratos do Serviço: durante a criação de um serviço, a participação de fornecedores terceirizados pode influenciar de maneira bastante significativa o desenvolvimento dele, por esse motivo, é importante a apresentação de docu- mentos contratuais de acordo com as necessidades de cada um dos eventos. Acordos de Nível de Serviço: definem as metas de níveis de serviço acor- dadas por meio de um documento apropriado a cada categoria de cliente que utilizará o serviço novo ou alterado. Acordos de Nível Operacional: definem as metas de níveis de serviço que serão atribuídas a cada uma das equipes internas, sendo devidamente acordadas por meio de documentação. Esse documento permite aos gestores de Transição e Operação identificar as responsabilidades de cada membro/equipe na entrega do serviço. Desenho e Topologia geral do Serviço: assim como todo produto disponí- vel no mercado, um serviço também possui funções e características que podem ser apresentadas por meio de um “manual de instruções”. Mediante esse docu- mento, é possível realizar a construção e operação dos serviços de TI. Esse conjunto de informações contribui para a elaboração de um projeto estruturado, diminuindo as lacunas que interferem na produção e desenvolvi- mento do serviço. No entanto é importante ressaltar que o Pacote de Desenho de Serviço deve ser uma documentação consistente e confiável, a fim de garantir as entregas necessárias, sem que haja maiores riscos e transtornos para a organização. Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 GERENCIAMENTO DE SERVIÇOS NA TI No início desta unidade, quando abordamos os aspectos presentes no Desenho de Serviço, falamos sobre os tipos de gerenciamento que integram o processo de desenvolvimento de serviços, sejam esses novos serviços ou serviços já existentes. Para Freitas (2011, p. 18), o Gerenciamento de Serviços de TI consiste em uma formação composta por pessoas, processos e ferramentas que contribuem para garantir a qualidade dos serviços, com suporte a níveis de serviços pre- viamente estabelecidos com o cliente. O agrupamento de informações facilita o controle do processo, permitindo a criação de métodos e mensuração para o acompanhamento de performance. A seguir, apresento a você, de maneira mais detalhada, os tipos de geren- ciamento existentes no Desenho de Serviço TI. Com a competitividade cada vez mais acirrada dentro das organizações, muitas pessoas são submetidas diariamente a diversos conflitos internos e externos que condicionam o desgaste dos relacionamentos interpessoais. Diante desse cenário, devemos procurar um ponto de equilibro embasado com fatos e dados que possibilitem uma abordagem mais racional diante de um embate. Para ler a reportagem, acesse o link disponível em: <https://exame.com/blog/ sua-carreira-sua-gestao/ter-razao-ou-ser-feliz> . Acesso em 25 de set. 2020 Fonte: os autores. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 GERENCIAMENTO DE NÍVEL DE SERVIÇO O Gerenciamento de Nível de Serviços é o processo responsável pela criação do relacionamento entre o departamento de tecnologia da informação e seus res- pectivos clientes. O principal objetivo desse processo é garantir a qualidade do serviço, levando em consideração o custo necessário para seu desenvolvimento. É importante saber que o sucesso da implantação desse tipo de processo está diretamente ligado à implantação de outros processos que também compõem a biblioteca do ITIL. Esse processo traz consigo alguns benefícios relevantes para o negócio e tam- bém para a organização de TI, dentre eles: ■ O serviço em TI terá uma qualidade maior e irá causar menos interrupção. Por consequência, a produtividade dos clientes da TI será aperfeiçoada; ■ Os recursos da equipe de TI serão usados de forma mais eficiente. ■ A organização de TI fornecerá serviços que satisfaçam as expectativas dos clientes. ■ O serviço fornecido poderá ser medido. ■ A percepção da organização de TI será melhorada. ■ A redução de custos. ■ Os serviços fornecidos por fornecedores são mais bem gerenciados com contratos de apoio, reduzindo a possibilidade de influência negativa no serviço de TI fornecido. ■ O monitoramento do serviço se torna possível identificando os pontos fracos que podem ser melhorados. Diante dessas características contidas no gerenciamento de Nível de Serviço, podemos dizer que esse processo trabalha como um conciliador entre o prove- dor de serviço de TI e os clientes, assegurando que todas as atividades necessárias durante a criação do serviço sejam atendidas de maneira satisfatória. Além disso, esse tipo de gerenciamento permite a diminuição de conflitos de interesse entre Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 57 fornecedores, clientes e outras áreas da organização, já que esse processo é uma forma de gerenciar as expectativas entre todos os envolvidos. GERENCIAMENTO DE DISPONIBILIDADE De acordo com Freitas (2011, p. 80), estamosinseridos em um cenário no qual a tecnologia da informação se tornou o principal recurso dentro das organiza- ções. A indisponibilidade do serviço ou até mesmo falhas intermitentes criam uma situação crítica para a maioria das empresas, que, por muitas vezes, têm suas operações paralisadas devido a essas interrupções. As organizações estão se tornando cada vez mais dependentes dos Serviços de TI. Quando eles ficam indisponíveis, na maioria dos ca- sos, o negócio também pára. Cresce também a demanda por dispo- nibilidade de serviços em 24/7 (7 dias por semana, 24 horas por dia) (FREITAS, 2011 p. 80). O gerenciamento e o controle da disponibilidade de serviço são fundamentais para o sucesso da organização de TI. Esse controle deve ser feito a partir da com- binação dos requisitos do negócio com a disponibilidade dos serviços. Durante esse processo, o principal objetivo é a construção de uma estrutura que permita a visualização dos requisitos do negócio, de maneira clara e obje- tiva, relacionados à disponibilidade do serviço, além de aprimorar a capacidade de infraestrutura que possibilite o alinhamento dessas necessidades. Segundo Freitas (2011, p. 81), para que o Gerenciamento da Disponibilidade aconteça de maneira correta, são necessárias muitas entradas que condicionem o processo. Entre as entradas, temos: ■ Os requisitos relacionados à disponibilidade do negócio. ■ Informações relacionadas à confiabilidade, sustentabilidade, capacidade de recuperação e oficiosidade dos IC’s. ■ Informações de outros processos, incidentes, problemas, ANS’s e níveis de serviços alcançados. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E58 Diante das entradas fornecidas, também são necessárias as saídas do pro- cesso, entre elas: ■ Recomendações relacionadas à infraestrutura de TI para assegurar a resi- liência da infraestrutura de TI. ■ Relatórios sobre a disponibilidade dos serviços. ■ Procedimentos para assegurar a disponibilidade e recuperação de cada serviço de TI novo ou aperfeiçoado. ■ Planos para aperfeiçoar a Disponibilidade dos Serviços de TI. As atividades que compõem esse processo podem ser visualizadas na Tabela 4. Planejamento Determinar os requisitos da disponibilidade Projetar a disponibilidade Projetar a recuperação Questões sobre segurança Gerenciamento da manutenção Aperfeiçoamento Desenvolvimento de um plano de disponibilidade Medição e relatório Medição e emissão de relatórios G ER EN CI A M EN TO D A D IS PO N IB IL ID A D E Tabela 4: Atividades de Gerenciamento de Disponibilidade Fonte: Freitas (2011, p. 83). Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 59 Compreender essas atividades e viabilizar sua execução são processos fundamen- tais para que o gerenciamento aconteça, fornecendo subsídios para as demandas do desenvolvimento do serviço. GERENCIAMENTO DA CAPACIDADE Nesse processo, o desenho foi elaborado com o intuito de garantir a capacidade de infraestrutura de TI, estando essa devidamente alinhada com as necessida- des do negócio. De acordo com Freitas (2011, p. 88), o objetivo principal do Gerenciamento da Capacidade é entender e manter os níveis de entrega de serviços requisita- dos a um custo aceitável. Por meio da coleta de informações a respeito das necessidades de capacidade técnica e do negócio, é possível realizar o planejamento estratégico da capaci- dade necessária para que a infraestrutura de TI atenda aos requisitos do negócio. Para que possamos descrever esse processo, devemos separá-lo em três subprocessos: Gerenciamento da Capacidade de Negócio, Gerenciamento da Capacidade de Serviço e o Gerenciamento da Capacidade de Recursos. O Gerenciamento da Capacidade de Negócio é responsável por garantir que os novos requisitos do negócio que poderão surgir durante o ciclo de vida do serviço sejam levados em consideração, sendo planejados e implantados quando necessário. No Gerenciamento da Capacidade do Serviço, o objetivo é assegurar que a qualidade de desempenho de todos os Serviços de TI utilizados esteja de acordo com os parâmetros definidos nos ANS’s. Já o Gerenciamento da Capacidade de Recursos tem como principal obje- tivo manter o gerenciamento de todos os componentes individuais inseridos dentro da infraestrutura, sendo que sua abordagem é realizada em áreas mais técnicas do processo. ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E60 Na Figura 8, podemos visualizar um modelo utilizado para a definição de entradas e saídas durante esse processo. • Tecnologia • ANS, RNS e Catálogo de Serviço • Plano de Negócio e estratégia • Agenda operacional • Plano de desenvolvimento • Programação das Futuras Mudanças • Incidentes e Problemas • Revisão de Serviços • Brechas no ANS • Plano Financeiro • Orçamento • Planos de Capacidade • Banco de Dados da Capacidade • Referências e per�s • Alarmes • Recomendações sobre ANS e RNS • Relatórios de Capacidade • Mudanças proativas • Aperfeiçoamento de Serviços • Relatórios de Auditoria • Revisão de e�ciência • Gerenciamento da Capacidade de Negócio • Gerenciamento da Capacidade de Serviço • Gerenciamento da Capacidade de Recursos Gerenciamento da Capacidade Entrada Saída Figura 8: Entradas e Saídas Gerenciamento da Capacidade Fonte: Freitas (2011, p. 89). GERENCIAMENTO DA CONTINUIDADE De acordo com Freitas (2011, p. 95), o Gerenciamento da Continuidade é visto por muitos gestores como algo desnecessário para a organização, não levando em consideração o fato de que desastres ocorrem frequentemente e que, na maio- ria dos casos, o planejamento de uma alternativa para tais eventos é de extrema importância para garantir a continuidade do serviço. Ainda existem alguns gerentes que veem o Gerenciamento da Conti- nuidade dos Serviços de TI (GCSTI) como uma luxúria para a qual não se direciona nenhum recurso. Entretanto, as estatísticas mostram que os desastres ocorrem frequentemente. As causas de tais desastres são eventos como o incêndio, queda de raio, enchente, roubo, vandalismo, falta de energia ou ainda ataques terroristas. Um Plano de Continuida- de para o Negócio poderia salvar muitas empresas que foram afetadas por uma série de problemas ou ainda seus próprios negócios (FREI- TAS, 2011, p. 95). Gerenciamento de Serviços na TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 61 Como já mencionado anteriormente, atualmente vivenciamos uma realidade na qual as atividades e operações realizadas pelas organizações estão cada vez mais dependentes dos serviços tecnológicos. Nesse cenário, a indisponibilidade dos serviços afeta diretamente o desempenho das atividades exercidas pelas equi- pes de trabalho. Isso faz com que essa dependência pelo serviço de TI cresça a cada dia, tornando as demandas dos usuários situações cada vez mais urgentes. Sendo assim, é fundamental que pensemos o impacto ocasionado pela perda dos Serviços de TI e, em seguida, seja apresentado o Plano de Continuidade, que garanta a continuidade das atividades. Embora esse processo pareça estar voltado apenas a desastres que possam ser provenientes de fatores ambientais, devemos considerar outros aspectos que também podem ser responsáveis pela interrupção das atividades operacionais. Na Tabela 5, podemos observar de maneira mais clara quais fatores podem ofe- recer riscos às organizações. EVENTO PERCENTUAL Roubo 36% Vírus 20% Ataque de hackers 16% Falha de Hardware e Comunicação 11% Ambiente 7% Falhas de Software 4% Incêndio/ Enchentes/ Forças Maiores 3% Outros 3% Tabela 5: Riscos de Eventosque podem causar um desastre Fonte: Gartner Study (2001). O processo de Gerenciamento da Continuidade tem como foco prestar o suporte necessário, garantindo que todos os requisitos relacionados ao funcionamento de determinados serviços possam ser recuperados de acordo com prazos reque- ridos previamente. Segundo Freitas (2011, p. 96), dentre as características que compõem esse processo, podemos destacar: ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E62 ■ Assegurar a sobrevivência do negócio reduzindo o impacto do desastre ou falha grave. ■ Reduzir a vulnerabilidade e o risco para o negócio por meio de uma aná- lise de riscos eficaz e um gerenciamento de riscos. ■ Prevenir perda de segurança para o cliente e usuário. ■ Produzir planos de recuperação para TI que serão integrados e darão suporte completo ao Plano de Gerenciamento da Continuidade de Negócio (GCN). CONSIDERAÇÕES FINAIS Embora muitas empresas possuam modelos pré-estabelecidos de gestão, influen- ciados pela própria cultura ou política da empresa, atualmente estamos inseridos em um cenário no qual a tomada de decisões se tornou uma tarefa extremamente complexa, devido à importância de seus resultados para essas organizações. Sendo assim, precisamos estar atentos aos modelos estratégicos adotados pelas grandes corporações com base em conceitos e boas práticas de gerenciamento dos processos de tecnologia da informação. Podemos dizer que é bastante complicado inserir as boas práticas dentro de uma organização. São diversos os fatores que atrapalham a implantação e execução da Governança de TI, um deles é o porte da empresa. Você sabe como implantar as boas práticas da ITIL® dentro de uma pequena empresa? Fonte: os autores. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 63 Com a utilização de modelos de gestão, podemos elevar nossa metodologia de gerenciamento a um nível superior, possibilitando a entrega de um produto de qualidade que atenda às necessidades do cliente e também agregue valor ao ser- viço criado. Esse é um fator fundamental nesse cenário tecnológico, pois produtos e/ou serviços presentes nas mais diversas empresas representam a potencializa- ção de suas atividades e capacidade de atender à demanda. Durante esta unidade, abordamos alguns assuntos relacionados ao geren- ciamento de serviços de tecnologia da informação com base na utilização da biblioteca de boas práticas do ITIL®. Com base nesse framework, é possível ado- tar técnicas de gestão durante todo o processo de criação e desenvolvimento de um novo serviço ou a manutenção dele. Dentre as diversas atividades que podem compor esse processo, a etapa de Desenho do Serviço apresenta-se com uma fase fundamental destinada à concepção e modelagem do serviço que será desenvolvido. A proposta durante essa abordagem é que você possa compreender os pro- cessos essenciais para a concepção de um serviço de tecnologia por meio de um desenho bem elaborado, e, com base nesses conceitos e técnicas que foram apresentados, realize de maneira estratégica todas as etapas que envolvem as ati- vidades de desenvolvimento e gestão de um serviço de tecnologia. 1. Considerando os aspectos do Desenho de Serviço apresentados durante esta unidade, descreva alguns tópicos importantes que precisam ser considerados durante o processo de desenvolvimento do serviço. 2. No processo de Desenho de Serviço, podemos considerar um conjunto de 7 (sete) atividades que gerenciam o período de desenvolvimento e criação do ser- viço. De acordo com o conteúdo abordado, cite ao menos 3 dessas atividades. 3. Sobre o Pacote de Desenho de Serviço, cite e descreva ao menos 2 tópicos que devem compor esse conjunto de documentos. 4. Cite e descreva os três subprocessos que estão presentes no Gerenciamento da Capacidade. 65 Controles de governança de tecnologia da informação para a terceirização de pro- cessos de negócio: uma proposta a partir do COBIT Uma considerável parte do cenário organizacional se baseia hoje no uso intensivo da Tecnologia da Informação (TI) e da Internet, buscando a interligação da empresa com seus clientes, fornecedores e parceiros de negócio, conferindo agilidade aos processos, economias no processo produtivo e adequação dos produtos e serviços às necessidades dos clientes (Zott e Amit, 2010). Com a TI se tornando fundamental para as operações e mesmo para as estratégias orga- nizacionais, fica mais nítida a preocupação com práticas de gestão que reduzam o risco das operações, garantam a continuidade dos serviços por elas prestados, preservando assim as operações da empresa e a sua relação com os clientes. Estas questões são en- dereçadas pela Governança de TI, que se refere à estrutura de relações e ao processo de tomada de decisão em TI, incluindo decisões de investimento e priorização (RAU, 2004). Sendo estas decisões de alto nível a respeito da TI, a Governança de TI pode influenciar significativamente o desempenho da empresa por meio da criação de valor para o ne- gócio e do gerenciamento balanceado do risco com o retorno do investimento (Xue, Liang e Boulton, 2008). Esta preocupação envolve igualmente as atividades terceirizadas, já que ao terceirizar parte de suas operações de TI, uma empresa precisa ter mecanismos de controle eficien- tes, uma vez que a empresa terceirizada estará atuando diretamente em um dos ativos mais importantes da organização, que é a informação. Isto também se faz necessário para que a empresa terceirizada se mantenha alinhada com os objetivos de negócio da empresa cliente e que a auxilie no atendimento de suas metas e objetivos. A terceiriza- ção normalmente é utilizada no intuito de buscar aumento de eficiência organizacional, redução de custos e qualidade nos seus serviços, e o mesmo acontece na área de TI. Muitas organizações optam pela terceirização em virtude à constante mudança no am- biente de TI e às alianças estratégicas, cada vez mais comuns (Prado, 2009). Dentro das diversas modalidades ou amplitudes de terceirização, a terceirização de pro- cessos de negócio tem sido crescente e, segundo Lacity, Khan e Willcocks (2009), per- meará as organizações no futuro, em virtude da crescente padronização dos processos de negócio. Esta modalidade de terceirização é mais ampla do que a terceirização de um projeto, pois o objeto terceirizado constitui toda uma atividade da empresa e que normalmente contribui para a agregação primária de valor. Este tipo de terceirização em geral envolve vários fornecedores, com especialidades diferentes. Na área de Tecnologia da Informação, este tipo de terceirização é conhecido como BSP (Business Service Provi- der), normalmente envolvendo processamento de dados de forma remota. A vantagem para o cliente é a possibilidade de não se envolver na gestão dos fornecedores, em ati- vidades normalmente de alta especificidade, reduzindo, assim, os custos de transação (Williamson, 2008). Estes dois cenários – a preocupação com a melhoria dos processos de gestão de TI e a crescente presença da terceirização nas organizações – fazem com que seja necessária uma boa estrutura de Governança entre os parceiros, sob pena dos serviços prestados serem interrompidos e causarem perdas para as organizações envolvidas. Estas perdas podem envolver questões financeiras, de imagem ou de oportunidade, todas elas com custos razoáveis para reversão, ou mesmo o aumento de custos diretos, indiretos e cus- tos de transação. Entre as diferentes práticas internacionalmente reconhecidas para a Governança de ati- vidades que envolvam TI, o COBIT se mostra adequado ao controle de processo de ne- gócio, pois disponibiliza uma ampla gama de recursos de controle e auditoria aplicáveis a vários cenários e organizações. O COBIT, criado e mantido pelo ISACA(Information Systems Audit and Control Association) objetiva auxiliar os gerentes de TI no controle e no cumprimento dos objetivos de TI, mantendo estes sempre alinhados com os objeti- vos da organização. Tendo em vista os elementos expostos, este artigo tem o intuito de analisar a aplicabi- lidade de controles definidos com base no COBIT para o acompanhamento e gerencia- mento de um caso de terceirização de processos de negócio que possa contribuir para a manutenção e atendimento dos princípios de Governança de TI. Leia mais sobre este artigo no endereço abaixo: Fonte: Luciano e Testa (2011, online). Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Fundamentos em Gerenciamento de Serviços de TI Marcos André dos Santos Freitas Editora: Brasport Sinopse: O livro é voltado para profissionais, Gerentes de TI, Gerentes de Negócio e pessoas-chave para os processos de negócio nas empresas que desejam compreender os conceitos, os processos e as funções do Gerenciamento de Serviços de TI baseados no ITIL® e também melhorar os Serviços de TI nas empresas. Este livro é destinado a ser utilizado como um meio para se preparar para o exame ITIL® Foundation e foi cuidadosamente preparado de uma maneira que agrega valor para além do núcleo de orientação nas publicações ITIL®. Ele contém introduções valiosas e interessantes sobre os conceitos associados à Gestão de Serviços de TI. A qualidade do texto é excelente e acima da média das publicações do mercado. Gestão de Tecnologia da Informação Luiz Fernando Ramos Molinaro e Karoll Haussler Carneiro Ramos Editora: LTC Sinopse: Esta obra fala de um problema constante da era moderna: muita informação gerada e perdida ao longo do caminho e que, por isso, deixa de se transformar em conhecimento. É um livro elaborado para atender um público com formação variada, mas foi pensado principalmente nos analistas de negócios, cuja importância nas organizações tem crescido exponencialmente. Ao abordar assuntos como a compreensão sistêmica das organizações, as melhores práticas utilizadas para a governança de TI e as práticas de arquitetura corporativa, o livro Gestão de Tecnologia da Informação reúne todo o conhecimento necessário para ajudar profissionais e empresas a encurtarem o caminho entre a informação e quem precisa dela, o que resulta no curto prazo, em ganhos para todos. U N ID A D E III Professor Esp. Weslley de Souza Barboza TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender o que é o ciclo de Transição de Serviços. ■ Conhecer quais são os processos do ciclo de Transição de Serviços. ■ Entender o que é o ciclo de Operação de Serviços. ■ Conhecer quais são os processos e funções do ciclo de Operação de Serviços.. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Transição de Serviços de TI ■ Operação de Serviços de TI INTRODUÇÃO Após passar pelo ciclo de Estratégia de Serviço e Desenho de Serviço, os próxi- mos planejamentos para a implementação dos serviços são realizados orientados à execução. O foco principal desta unidade é apresentar a você os conceitos bási- cos, processos e funções dos ciclos de Transição de Serviços e de Operação de Serviços de TI que auxiliam nessas importantes fases. Você verá que a etapa de Transição de Serviços é composta por seis proces- sos que visam garantir a implantação coordenada dos serviços em produção. Apesar de seus requisitos serem bem definidos na etapa de Estratégia e Desenho, é necessário outro planejamento de como o serviço será adquirido e disponibi- lizado ao usuário. E, por meio de estratégia, preparação, planejamento, provisão de recursos, é possível adquirir as condições mínimas necessárias para avançar em sua entrega ao negócio. Uma vez que os serviços foram adquiridos e entregues em produção agre- gando o valor esperado pelo negócio, o surgimento de mudanças e a alteração em processos como forma de melhorias se tornam constantes, para isso, a ITIL® apresenta alguns passos que as organizações precisam buscar para garantirem o sucesso dessas mudanças nos serviços ativos. Outro importante ciclo é o de Operação de Serviços de TI, que apresenta cinco processos que as organizações podem adotar para gerenciar o ciclo de vida de um serviço em produção. Além dos processos, também aborda quatro fun- ções básicas que o departamento de TI pode ter para atendimento ao usuário e gestão de equipe, operação e aplicação de serviços. Nesta unidade, abordaremos aspectos de cada um desses ciclos de forma que você tenha conhecimento de como são implantados e gerenciados os servi- ços por organizações que utilizam a ferramenta ITIL®. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 71 TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E72 TRANSIÇÃO DE SERVIÇOS DE TI O ciclo de transição de serviços da ITIL® pro- cura garantir que o planejamento e as mudanças dos serviços sejam realizados da melhor maneira possível. Fernandes e Abreu (2012) afirmam que o processo de Transição de Serviços é utilizado para orientar a como efetivar a transição de serviços novos ou modificar outros existentes. Também podemos dizer que é o ciclo de plane- jamento do projeto de implantação dos serviços que será suportado posteriormente pelo ciclo de Operações de Serviços. Os processos de Transição de Serviços propostos pela ITIL® trazem con- siderados valores às organizações, porque buscam assegurar e coordenar a implantação dos serviços em produção com a utilização de cinco processos, sendo eles: ■ Planejamento e Suporte à Transição. ■ Gerenciamento de Mudança. ■ Gerenciamento de Ativo e Configuração de Serviços. ■ Gerenciamento de Liberação e Implementação. ■ Gerenciamento do Conhecimento. A seguir, tem-se o objetivo de cada processo apresentado pelo ciclo de vida de Transição de Serviços. Guia ITIL® Service Transition Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 73 PLANEJAMENTO E SUPORTE À TRANSIÇÃO Ambiente Documentação dos procedimentos Equipamentos de comunicações e software Aplicações de software em produção Hardware Sistemas Planos táticos Figura 9: Componentes de TI Fonte: Cestari (2011, p. 80). O processo de Planejamento e Suporte à Transição de serviços, segundo Freitas (2013, p. 243), “é um processo que orienta sobre aspectos importantes para o planejamento inicial da Transição de Serviços”; é responsável pelo planejamento de todos os processos de transição dos serviços e coordenação dos recursos de que eles necessitam, garantindo, assim, a sua compatibilidade. Ele aprova, ava- lia, implementa e testa a mudança, de modo que não cause impacto no processo de TI e no negócio. Freitas (2013) apresenta algumas das atividades importantes do processo de planejamento: TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E74 ■ Definir a estratégia para a transição: define o que será abordado na Transição de serviços, como, por exemplo, os envolvidos, os papéis, as políticas a serem seguidas, quais as entregas a serem realizadas, os rela- tórios, a definição do ciclo de vida etc. Nessa atividade, são considerados o planejamento e o envolvimento que o processo de transição de servi- ços abrange. ■ Preparar para a Transição de Serviços: é a revisão de tudo o que será necessário para a Transição de Serviços e que foi definido no ciclo de Desenho de Serviço e também nas Requisições de Mudanças (que estu- daremos mais à frente). ■ Planejamento da Transição de Serviço Individual: nesta tarefa, pode- mos dizer que deve haver um plano de transição para situações emque a mudança tenha vindo de uma Requisição de Mudança e outro, para quando a transição veio do ciclo de Desenho de Serviços. Cada uma das frentes pode possuir políticas e formas de trabalho distintas. ■ Prover suporte para os processos de Transição de Serviço: nesta tarefa, envolve a administração das mudanças, riscos, ferramentas necessárias, planejamento de comunicação aos clientes, envolvimento dos stakehol- ders, monitoramento e relatórios de progresso etc. São atividades que dão suporte ao ciclo de transição de serviços. Contudo, para transitar um serviço, é necessário planejar como será feita sua mudança de maneira coordenada, levando em conta todos os Itens de Configurações disponíveis para o serviço. GERENCIAMENTO DE MUDANÇA Mudanças ocorrem em todo o momento nas organizações. Para o departamento de TI, mudanças consistem no acréscimo, modificação, remoção ou qualquer coisa que possa afetar os seus serviços. Segundo Fernandes e Abreu (2012, p. 273), o gerenciamento de mudanças “visa assegurar o tratamento sistemático e padronizado de todas as mudanças ocorridas no ambiente operacional”. Eles Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 75 complementam que esse visa reduzir seus impactos e problemas, melhorando a rotina operacional das organizações. Freitas (2013) afirma que existem três jus- tificativas para uma mudança de TI: ■ Solicitações de novos serviços, modificações ou remoções de serviços existentes. ■ Identificação de incidentes nos serviços de TI, que, como consequência, gera modificação no serviço para sua correção. ■ Propostas de melhorias nos serviços de TI atuais visando antecipar inci- dentes futuros e impactos nos negócios. A ITIL® sugere alguns controles, comitês e documentações no processo de geren- ciamento, conforme apresentados a seguir: REQUISIÇÃO DE MUDANÇA (RDM) É um documento que deve ser emitido para todas as mudanças normais e emer- genciais (nesse último caso, emite-se posteriormente a mudança em razão de seu caráter emergencial, não se aplica à mudança padrão), que lista todas as mudanças autorizadas e as suas datas de implementação planejadas, além das datas estima- das para mudanças de longo prazo. Uma programação de mudança é, algumas vezes, chamada de programação futura de mudança, mesmo que contenha tam- bém informações sobre mudanças que já foram implementadas. Na Figura 10, é apresentado um exemplo de um fluxo de trabalho de RDM. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E76 Propostas de mudança (opcional) Autorizar propostas de mudança Relatório de avaliação Rever e fechar o registro da RDM Coordenar implementação de mudança Planejar atualizações Autorizar a mudança Entender e avaliar a mudança Rever a RDM Criar e Registrar a RDM Ordens de trabalho Ordens de trabalho M ud an ça a tu al iz ad as e in fo rm aç õe s de c on �g ur aç ão n o Si st em a de G er en ci am en to d e Co n� gu ra çã o Figura 10: Exemplo de Fluxo de Trabalho em uma Requisição de Mudanças Fonte: Cestari (2011, p. 88). PROPOSTAS DE MUDANÇA É um documento que inclui uma descrição de alto nível estratégico de uma potencial introdução de serviço ou mudança significativa, junto com um caso de negócio correspondente e um cronograma da implementação esperada. As pro- postas de mudança são normalmente criadas pelo processo de gerenciamento de Você sabia que é interessante ter um modelo para as requisições de mu- danças estabelecidas para o setor de TI, de forma a organizar melhor quais devem ser as mudanças a serem realizadas? Veja um exemplo de template no site a seguir disponível em: <https://www.portalgsti.com.br/2012/05/re- quisicao-de-mudanca.html> para baixar um modelo de Requisição de Mu- dança (RDM). Fonte: baseado em Palma (online). https://www.portalgsti.com.br/2012/05/requisicao-de-mudanca.html https://www.portalgsti.com.br/2012/05/requisicao-de-mudanca.html Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 77 portfólio de serviço e são passadas para o gerenciamento de mudança para auto- rização. O gerenciamento de mudança analisará o impacto potencial em outros serviços, em recursos compartilhados e no cronograma geral de mudança. Depois que a proposta de mudança tiver sido autorizada, o gerenciamento de portfólio de serviço contratará o serviço. A proposta de mudança tem como conteúdo a descrição da mudança em alto nível, o caso de negócio e o esboço inicial do cro- nograma, e objetiva a revisão do conteúdo e identificação de conflitos por meio da análise dos impactos em outros serviços, recursos e no cronograma. TIPOS DE MUDANÇA Podem ser entendidos como as categorias que, definidas para a mudança, afim de facilitar a gestão, permitem gerenciá-las de acordo com as suas peculiarida- des. Para cada tipo de mudança pode haver uma política a ser seguida, em que a autoridade do processo durante o seu planejamento deve definir os critérios para cada uma, em acordo com todas as partes interessadas. Os três tipos de mudança e suas principais características estão na Figura 11. Tipos de Mudança EmergencialPadrãoNormal Ser avaliada e autorizada Documentada antes de ser executada Abordagem autorizada Procedimentos estabelecidos Segue passos e prazos bem conhecidos Rotineira Baixo Impacto Procedimento para tratamento de urgência Documentação pós-mudança Relativas a falhas não previstas e de alto impacto Deveriam ser mínimas Ainda precisam de autorização da CCM (Comitê Consultivo de Mudança) Figura 11: Tipos de Mudanças Fonte: Antônio (2013, p. 245). TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E78 ■ Tipo de Mudança Normal: é uma mudança que segue as etapas defini- das do processo de gerenciamento de mudança. Exemplo: atualização de um sistema em produção para uma nova versão. A gestão de mudanças normais pode seguir passos pré-determinados, conforme a Figura 12. Registro da mudança Revisão da mudança Avaliação e autorização Testes coordenados Autorização da implantação Revisão e encerramento da mudança Figura 12: Fluxo da gestão de mudanças Fonte: os autores. Inicia-se pelo registro da mudança onde é documentada a solicitação ou neces- sidade, em seguida, essa mudança é revisada para verificar se é realmente a necessidade desejada. Após, ela é avaliada e é autorizada para iniciar a sua cons- trução. Após sua construção, aplicam-se testes que devem ser coordenados para a solução descrita. Há, então, a autorização da implantação coordenada da mesma e, por fim, são realizados a revisão e o fechamento do registro da mudança. ■ Tipo de Mudança Padrão: é uma mudança pré-aprovada ou pré-autori- zada, que apresenta baixo impacto por ser corriqueira e se conhecerem os custos e riscos. Exemplo: alterar senha de usuário. ■ Tipo de Mudança Emergencial: é uma mudança que deve ser feita ime- diatamente. Exemplo: incidente em produção. COMITÊ CONSULTIVO DE MUDANÇAS (CCM) São todas as pessoas responsáveis e interessadas que se reúnem para aprovar a mudança. Ex.: cliente, autoridade, técnico responsável pela execução da mudança. Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 79 COMITÊ CONSULTIVO DE MUDANÇAS EMERGENCIAIS (CCME) É um grupo que se reúne em casos de mudança emergencial. Nessa reunião, não é necessária a presença de todos os membros do CCM por ser uma decisão que deve ser tomada o mais breve possível. PLANEJAMENTO DA REMEDIAÇÃO É um plano elaborado para remediarcada mudança caso tenha um impacto negativo, ou seja, é uma espécie de plano “b”. Tal plano deve ser elaborado sem- pre que qualquer mudança for autorizada. MODELO DE MUDANÇA É um conjunto de passos para se executar uma mudança, ou seja, uma forma repetitiva de lidar com uma categoria de mudança específica. Os modelos são predefinidos e devem ser seguidos para uma mudança de categoria. Podem ser complexos, com várias etapas que requerem autorização (ex.: mudança emer- gencial), ou podem ser simples, sem necessidade de autorização (ex.: mudança padrão). Em síntese, são os passos definidos durante o processo de Planejamento e Suporte à Transição que a mudança deverá percorrer até ser finalizada. GERENCIAMENTO DA CONFIGURAÇÃO DE ATIVOS E SERVIÇOS É o processo responsável por garantir que os ativos requeridos para entregar serviços sejam devidamente controlados e que informações precisas e confi- áveis sobre esses ativos estejam disponíveis quando e onde forem necessárias. Essas informações incluem detalhes sobre como os ativos foram configurados e os relacionamentos entre eles. Freitas (2013) justifica a necessidade desse pro- cesso de documentação. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E80 Serviços de TI são constituídos de componentes de TI como hardwa- res, softwares, documentações e configurações. Para que um serviço de TI possa ser planejado, em qualquer ciclo, é necessário que haja o mapeamento dos serviços de TI com seus componentes, configurações e relacionamento entre eles (FREITAS, 2013, p. 266). O grande objetivo do Gerenciamento da Configuração de Ativos e Serviços é fornecer informações atualizadas e confiáveis sobre os componentes de TI para todos os outros processos de gestão de serviços. Provê, portanto, uma visão lógica de todos os componentes, do relacionamento entre eles, informações do histórico e informações gerais, para facilitar a gestão do serviço de TI. Quando se tem um processo bem definido para esse gerenciamento, torna-se fácil res- ponder questões como: ■ Onde está instalado o banco de dados do sistema financeiro da empresa? ■ Quantas máquinas possuem a última versão do Sistema Operacional? ■ Quantas licenças do pacote Office vencem neste semestre? ■ Qual é a configuração do servidor de backup? Uma vez feitos todos os registros, existe uma grande dificuldade em manter os mesmos atualizados, e, por isso, Freitas (2013, p. 266) apresenta uma premissa básica para garantir a integridade dos dados registrados pelo Gerenciamento da Configuração de Ativos e Serviços: Nenhuma informação de serviços e componentes de TI gerenciada pelo Geren- ciamento da Configuração e Ativo de Serviços que possa impactar os serviços de TI pode ser alterada sem uma Requisição de Mudança que aprove a atualização. ITEM DE CONFIGURAÇÃO - IC No Gerenciamento da configuração de Ativos e Serviços, um conceito bem impor- tante é o de Item de Configuração - IC. O IC pode ser entendido como um ativo de serviço de TI em um sentido mais amplo, não somente um bem físico, mas Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 81 também lógico, que possui identificação única útil para uma entrega de serviço de TI. Vamos apresentar alguns exemplos com sua classificação para que o item de configuração seja melhor compreendido no Quadro 1: Itens de Configuração do ciclo de vida do serviço • Planos de Negócio • Pacote de Desenho de Serviços • Planos de Liberação • Planos de Testes • Outros planos do ciclo de vida do serviço Itens de Configuração do serviço • Processos • Relatórios do serviço • Bases de conhecimento • Pessoas • Modelo do Serviço • Pacote de serviço • Outros documentos associados ao serviço Itens de Configuração da organização • Estratégia da empresa • Políticas internas da empresa • Leis • Regulamentações • E outros requerimentos da empresa que ne- cessitem ser identificados Itens de Configuração internos • Hardwares • Softwares • Configurações lógicas como máquinas virtuais • Rotas • Instâncias • E documentação associada Itens de Configuração externo • Requerimentos • Acordos com Fornecedores Itens de Configuração de interface • Documentos que especificam a transferência de atividades entre dois provedores de serviços Quadro 1: Exemplos de Itens de Configuração Fonte: adaptado de Freitas (2013, p. 268). TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E82 BANCO DE DADOS DO GERENCIAMENTO DA CONFIGURAÇÃO (BDGC) O BDGC é um banco de dados responsável por armazenar os ICs durante seu ciclo de vida. Podemos dizer que se trata de um repositório centralizado de ser- viços e componentes da infraestrutura, capaz de armazenar e apresentar todas as informações suficientes para o controle do processo. SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA CONFIGURAÇÃO (SGC) O Sistema de Gerenciamento da Configuração (SGC) é um conjunto de ferramen- tas, dados e informações usado para dar suporte ao gerenciamento de configuração e ativo de serviço, conforme a Figura 13 mostra. Segundo Cestari (2011, p. 90), ele “mantém os relacionamentos entre todos os componentes do serviço e qualquer documentação de incidentes, problemas, erros conhecidos, mudanças e liberações”. Sistema de Gerenciamento da Con�guração Registros de incidentes BDGC Biblioteca De�nitiva de MídiaRDMs BDGCs de Fornecedores Sist. de Inform. do Ger. da Capacidade Registros de Problemas Liberações Sist. de Inform. do Ger. da Disponibilidade Figura 13: Sistema de Gerenciamento de Configuração Fonte: Freitas (2013, p. 271). O SGC faz parte de um sistema de gerenciamento de conhecimento de serviço geral e inclui ferramentas para coletar, armazenar, gerenciar, atualizar, analisar e apresentar dados sobre todos os itens de configuração e seus relacionamentos. Freitas (2013, p. 271) complementa que o SGC “é a constituição de vários BDGCs e outros sistemas de apoio federados”, ou seja, entende-se que há sincronismo e equivalência de informações, evitando duplicidade de dados. Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 83 Uma prática comum no SGC é o uso das baselines. Em resumo, elas apresen- tam uma “foto” ou situação atual de todos os ICs e suas propriedades e é usada por todos os demais processos de gerenciamento de serviço de TI. GERENCIAMENTO DE LIBERAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO É o processo responsável por planejar, programar e controlar a construção, os testes e a implantação de liberações, e por entregar novas funcionalidades exigidas pelo negócio enquanto protege a integridade dos serviços existentes. Segundo Cestari (2011, p. 92), “este é o processo da ITIL que se preocupa em fornecer um meio estru- turado para o gerenciamento de liberação na infraestrutura a partir do planejamento da liberação (release) até a instalação de fato”. Podemos dizer que o Gerenciamento de Liberação e Implementação é uma espécie de funil no qual chegam as demandas de alterações de serviços aprovadas e são coordenadas para não interferirem nega- tivamente nos serviços já disponíveis em produção. Veja a Figura 14. Gerenciamento de Liberação Informações sobre componentes de TI Plano de Continuidade de Serviços de TI RDM Sprovada Contratos de Serviços Informações sobre Fornecedores Pacotes de Desenho Figura 14: Gerenciamento de Liberação Fonte: adaptada de Freitas (2013, p. 264). Note que existem diversas frentes de mudanças que são gerenciadas pelo pro- cesso de Gerenciamento de Liberação e Implementação. A liberação nada mais é do que uma ou mais mudanças a um serviço de TI que são construídas, testa- das e implantadas ao mesmo tempo.TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E84 Uma única liberação pode incluir mais de uma Unidade de Liberação, que, segundo Freitas (2013, p. 258), é a descrição de “uma parte de um serviço de TI que é liberado de acordo com a política de Liberação da empresa”. Por exemplo, uma unidade de liberação pode ser um computador pessoal de mesa, incluindo hardware, software, licenças, documentação etc. Outro exemplo pode ser o aplica- tivo do sistema financeiro da empresa, incluindo o procedimento de treinamento. Ao implantar esse processo, a empresa precisa definir quais são as Políticas de Definições que darão diretrizes com relação aos métodos para liberação como, por exemplo, a numeração da versão do software ou hardware, a frequ- ência de liberações e o nível de controle para cada liberação. Essas políticas se relacionam e podem variar de acordo com cada tipo de mudança. Por meio dos procedimentos formais ou testes extensivos, é realizada a proteção do ambiente de produção onde os serviços estão disponíveis para o cliente. Cestari (2011, p. 92) complementa que: Para suportar o Gerenciamento de Mudanças e o Gerenciamento da Configuração, o Gerenciamento de Liberação utiliza a Biblioteca Defi- nitiva de Software (BDS) e o Depósito de Hardware Definitivo (DHD). É importante a utilização de ferramentas que irão auxiliar o Gerenciamento de Liberação e Implementação como a BSD e o DHD. Conforme citado por Cestari, veja, na Figura 15, a integração das principais atividades do processo de libera- ção e implementação e as ferramentas de apoio. Banco de Dados de Gerenciamento de Con�guração (BDGC - CMDB) Biblioteca de Software De�nitiva (BSD) Depósito de Hardware De�nitivo (DHD) Ambiente de desenvolvimento Política de Liberação Planejamento de Liberação Elaboração e con�guração da liberação Teste elaborado Aceite da liberação Planejamento de implementação Comunicação e treinamento Distribuição e instalação Ambiente de produção Ambiente de teste controlado Figura 15: Ferramentas de apoio às atividades do processo de liberação e implementação Fonte: Cestari (2011, p. 92). Transição de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 85 Nessa interação, o processo de Gerenciamento de Liberação e Implementação, além de consultar a BSD e DHD, também é responsável por mantê-los atuali- zados para uso futuro. Um exemplo de armazenamento são os softwares, que muitas vezes podem vir em formas diversas, tais como: códigos-fonte, pacotes, bibliotecas e executáveis sendo mantidas na BDS. O Gerenciamento de Liberação e Implementação também apresenta alguns tipos, conforme a seguir: ■ Big Bang: faz-se a liberação toda de uma vez só. ■ Abordagem faseada: faz-se a liberação em fases. ■ Empurrada: a atualização é feita apenas por técnico em TI. ■ Puxada: a atualização é realizada pelo usuário, tendo o técnico como suporte posterior à ação finalizada. ■ Automatizada: a atualização é feita automaticamente. ■ Manual: a atualização é feita quando assim desejar o técnico de TI. VALIDAÇÃO E TESTE DE SERVIÇO Toda empresa espera que os serviços de TI sejam entregues com a qualidade acei- tável pelo negócio. Segundo Freitas (2013), o processo de Validação e Testes de Serviços objetiva planejar e implementar um conjunto de testes e validações que garantam que as mudanças nos serviços atendam a suas especificações e requi- sitos. Um serviço validado e testado encontra-se pronto para o uso dentro dos propósitos para os quais foi desenhado e construído, sendo assim disponibili- zado como candidato à entrada em produção. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E86 GERENCIAMENTO DO CONHECIMENTO O processo de Gerenciamento do Conhecimento, segundo ITIL® (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 145, tradução nossa), tem como pro- pósito “assegurar que a informação correta seja entregue no local certo, ou à pessoa competente na hora certa para tomada de decisões”. Seu principal obje- tivo é capacitar as organizações a melhorarem as tomadas de decisões, garantindo que as informações e dados confiáveis estejam disponíveis durante o ciclo de vida do serviço. Figura 16: Gerenciamento do Conhecimento Fonte: OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE (2007, p. 147). A Figura 16 apresenta como simples dados (data) podem se transformar em conhecimento (wisdom) quando questionados, e esse conhecimento pode ser armazenado como “lições aprendidas” e servir como base para a tomada de decisões futuras. Em resumo, o processo de Gerenciamento do Conhecimento é responsável por compartilhar perspectivas, ideias, experiências e informações, e por garan- tir que estejam disponíveis no lugar certo, para a pessoa certa e no momento certo. Ele possibilita a tomada de decisões baseada em dados e melhora a efici- ência, reduzindo a necessidade de redescobrir o conhecimento. Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 87 OPERAÇÃO DE SERVIÇOS DE TI Uma vez disponibilizados os serviços em produ- ção, é indispensável o apoio de outros processos e funções para mantê-los ativos. A ITIL® traz o ciclo de Operação de Serviços de TI, o qual, segundo Cestari (2011, p. 106), tem como propó- sito “coordenar e realizar as atividades e processos requeridos para entregar e gerenciar os serviços em níveis acordados com usuários e clientes”. Podemos dizer que é uma fase do ciclo de vida dos serviços que dará sustentação aos serviços em produção, garantindo assim sua integridade até que seja desativado. Os princípios da Operação de Serviços não focam apenas o gerenciamento do dia a dia e a tecnologia, mas sim um contexto maior. Suas tarefas também abrangem a otimização de custos, o cuidado com a qualidade, fazer cumprir os objetivos de cada serviço, garantir o bom funcionamento dos componen- tes, entre outros. Cestari (2011) comenta que, enquanto as fases anteriores abordam proces- sos mais estratégicos e táticos, a fase Operação de Serviços representa o dia a dia do pessoal de TI por meio de processos operacionais. Uma vez bem pla- nejada a implementação dos serviços nas fases anteriores, o serviço poderá entrar em produção sem causar impactos negativos ao departamento de TI e, consequentemente, à organização. Nessa fase, são apresentados os cinco processos a seguir: ■ Gerenciamento de Evento. ■ Gerenciamento de Incidentes. ■ Gerenciamento de Problema. ■ Gerenciamento de Acesso. ■ Execução de Requisição. Guia ITIL® Service Operation TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E88 Além dos processos, a ITIL® também apresenta quatro funções que são utiliza- das nesse ciclo de vida dos serviços, são elas: ■ Central de Serviço (Service Desk). ■ Gerenciamento Técnico. ■ Gerenciamento de Operações. ■ Gerenciamento de Aplicações. A seguir, serão abordados o objetivo de cada processo e a função apresentada pelo ciclo de vida de Operação de Serviços. GERENCIAMENTO DE EVENTO É qualquer ocorrência detectável ou perceptível que tem importância, uma mudança de estado que possui significado para o gerenciamento de um item de configuração ou serviço de TI. Evento também é o termo usado para quando um alerta ou notificação é criado por um serviço de TI, item de configuração ou ferramenta de monitoramento. A implantação de eventos em serviços de TI possui grande importância para saber sua situação atual, por exemplo, um evento de falha em uma rotina de backup automática que gera uma notificação por e-mail ao departamento de TI. Veja o processo na Figura17, apresentada por Cestari (2011). Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 89 Figura 17: Gerenciamento de Evento Fonte: Cestari (2011, p. 108). Esse processo é proposto pela ITIL®, seu fluxo propicia a identificação dos even- tos que passam por filtros e três classificações, sendo elas: ■ Informacional: é um evento que não requer qualquer ação e não repre- senta uma exceção. Exemplo: uma transação concluída com êxito ou um dispositivo que está online. ■ Alerta (ou aviso): é um evento que é gerado quando um serviço ou dispo- sitivo se aproxima de um linear. Exemplo: o uso da memória do servidor está acima de 85% ou um serviço está demorando mais de 15 segundos para responder. ■ Exceção: significa que um serviço ou dispositivo está operando de forma anormal. Exemplo: o sistema operacional do servidor não responde ou um setor da rede interna da empresa não está funcionando. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E90 Para cada uma dessas classificações o evento percorre caminhos diferentes, recebendo respostas e ações específicas, no final de todo o fluxo, é checada a efe- tividade de cada uma das ações. GERENCIAMENTO DE INCIDENTES O Gerenciamento de Incidentes é um dos processos mais reativos da ITIL®, que, segundo Magalhães e Brito (2014, p. 69), é responsável pelo “tratamento e pela resolução de todos os incidentes observados nos serviços de TI, visando ao res- tabelecimento dos serviços no menor prazo possível”. Quando um serviço fica indisponível ou não está funcionando conforme sua especificação, esse evento é considerado como um incidente e precisa ser reestabelecido. Segundo ITIL® (2007, p. 47, tradução nossa), é possível criar modelos de inci- dentes que requerem tratamentos especializados (exemplo: Gestão de Segurança da Informação ou Capacidade). Os modelos, conforme Figura 18, devem incluir: ■ Os passos que eles devem percorrer (fluxograma). ■ Uma ordem cronológica a ser seguida. ■ As responsabilidades e o que cada uma deve fazer. ■ Prazos e limites para conclusão das ações. ■ Procedimento para escalonar o incidente a um nível acima. ■ Evidências do incidente. Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 91 Figura 18: Modelo de gerenciamento de incidentes Fonte: Cestari (2011, p. 112). A imagem apresentada por Cestari representa um fluxo de incidente a ser seguido, levando em conta os passos, a ordem, as responsabilidades e o procedimento para escalonar o incidente a um nível maior. Outra importante característica de um incidente é o seu impacto e sua urgên- cia para reestabelecer o serviço. Cestari (2011, p. 113) diz que “o impacto considera o número de pessoas ou sistemas prejudicados pelo incidente [...], já a urgência determina o prazo dentro do qual o incidente precisa ser resolvido”. O Quadro 2 exemplifica como pode ser realizado o cálculo que define a prioridade de resolu- ção de um incidente levando em consideração o impacto e urgência do mesmo: TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E92 Avaliação de prioridade Impacto Alto Médio Baixo Urgência Alto 1 2 3 Médio 2 3 4 Baixo 3 4 5 CÓDIGO DE PRIORIDADE DESCRIÇÃO TEMPO DE RESOLUÇÃO ALVO 1 Crítico 1 hora 2 Alto 8 horas 3 Médio 24 horas 4 Baixo 48 horas 5 Planejamento Planejado Quadro 2: Prioridade de resolução de incidentes Fonte: adaptado de ITIL® OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE (2007, p. 51, tradução nossa). Critérios como esses podem ser seguidos para que se priorizem os incidentes dis- poníveis e, consequentemente, retorne o valor esperado pelo negócio. O tempo de resolução também pode ser definido por meio de metas internas do depar- tamento de TI ou acordos de SLAs firmados em contratos com fornecedores. Algum dia provavelmente você já precisou entrar em contato com uma cen- tral de atendimento para resolver algum problema de sua fatura de cartão de crédito, falta de Internet, falta do sinal de televisão ou para tirar alguma dúvida sobre um serviço. Acredite! Ela registrou todas as informações dis- cutidas por vocês. Os famosos “protocolos”, ao final de cada atendimento, podem ser um registro de incidente? Fonte: os autores. Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 93 GERENCIAMENTO DE PROBLEMAS Uma das formas eficazes de reduzir a quantidade de incidentes é evitar sua recor- rência. Segundo a ITIL® (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 58, tradução nossa), problema é “a causa raiz de um ou mais incidentes”. O Gerenciamento de Problemas possui atividades para diagnosticar a causa raiz de incidentes e determinar a resolução para o problema. Cestari (2011, p. 115) complementa que “o problema da qualidade da solução faz com que o incidente volte a ocorrer, ocupando o tempo da equipe de suporte para sua resolução”. Segundo Cestari (2011), o Gerenciamento de Problemas da ITIL® possui quatro atividades primárias: ■ Controle de Problemas: identifica a causa raiz dos problemas e solu- ção definitiva. ■ Controle de Erros: processo de pesquisa e correção dos erros. ■ Gerenciamento Proativo de Problemas: realiza análise de dados cole- tados de outros processos procurando “problemas” que são endereçados para o Controle de Problemas e Controle de Erros. Também busca ava- liar tendência, buscando antever possíveis “problemas futuros”. ■ Finalização de Problemas Graves: ao final, realiza uma revisão do pro- blema para colher lições aprendidas. Um resultado importante do Gerenciamento de Problemas é a condição para prover informações estatísticas coletadas ao longo das atividades facilitando a tomada de decisões. GERENCIAMENTO DE ACESSO Chamado por algumas organizações de Gestão de Direitos ou Gestão de Identidade, o Gerenciamento de Acesso é o processo de concessão de autori- zação a um usuário para utilizar determinado serviço. Cestari (2011, p. 118) complementa que esse processo “ajuda a organização a manter a confidenciali- dade das suas informações de forma mais efetiva”. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E94 Esse processo aborda: ■ Controle de acesso: define o nível e o grau de funcionalidades ou dados que um usuário pode acessar. ■ Direitos: define os privilégios que determinado usuário possui. Por exem- plo: ler, escrever, executar, alterar e excluir. ■ Serviços ou grupos de serviços: define o agrupamento de perfil de acesso ou serviços para facilitar o acesso pelos usuários. ■ Serviços de diretórios: é o tipo de ferramenta utilizado para gerenciar acessos e direitos. EXECUÇÃO DE REQUISIÇÃO O termo Solicitação de Serviços é genericamente utilizado pelos usuários que requerem do departamento de TI algum serviço disponível em seu catálogo. Muitas dessas solicitações são pequenas e possuem baixo custo, entretanto, por sua escala e frequência, utilizam o processo de Execução de Requisição para des- congestionar o processo de Gestão de Mudanças. Cestari (2011) comenta que a Execução de serviço é usada como uma descri- ção genérica para vários tipos de demandas colocadas sobre o departamento de TI pelos usuários. Segundo a ITIL® (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 56, tradução nossa), o cumprimento desse processo “reduz a burocra- cia na solicitação e recebimento de acesso a serviços novos ou já existentes, reduzindo assim o custo da prestação destes serviços”. É possível afirmar que as requisições são simples chamadasque um usuário faz ao departamento de TI, buscando rápida solução dos impedimentos de suas atividades, e, por sua vez, a Execução de Requisição é a resposta a essa necessidade. A Execução de Requisição normalmente é realizada por funções definidas pela ITIL® para Operação de Serviço, conforme Figura 19, sendo elas: Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 95 ■ Central de serviços. ■ Gerenciamento Técnico. ■ Gerenciamento de Operações. ■ Gerenciamento de Aplicações. Figura 19: Funções para a Operação de Serviços Fonte: Cestari (2011, p. 121). A seguir, apresentaremos o conceito e o objetivo de cada uma dessas funções. FUNÇÕES PARA OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Na etapa de execução, foram apresentadas quatro funções essenciais para Operação de Serviços. Essas funções são lógicas e não necessariamente devem ser exercidas em um organograma da empresa, podendo ser organizadas dentro de qualquer estrutura organizacional ou até mesmo entre combinações de departamentos. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E96 CENTRAL DE SERVIÇO (SERVICE DESK) É uma unidade funcional formada por uma quantidade específica de pessoas responsáveis pelo tratamento de vários eventos de serviços, onde o atendi- mento normalmente é feito via telefone, sistemas web ou eventos notificados automaticamente pelos itens de configuração. Segundo a ITIL® (OFFICE OF GOVERNMENT COMMERCE, 2007, p. 110, tradução nossa), o “Service Desk é uma parte vital do departamento de TI de uma organização e deve ser o único ponto de contato entre TI e usuários no dia-a-dia”; nesse contato, serão tratados os incidentes e solicitações de serviços, sendo registrados em uma ferramenta de software especializada para esses eventos. Cestari (2011, p. 120) completa dizendo que “a proposta sugerida é de sepa- rar, dentro das operações de TI, os profissionais de suporte aos usuários daqueles que realizam atividades de desenvolvimento e resolução de problemas”. Por meio dessa área específica são oferecidas vantagens aos usuários, obtendo suporte mais rápido e especializado e eficiência para a equipe de TI, uma vez que os chamados são centralizados, priorizados e designados aos técnicos para solução. O Service Desk pode estar estruturado das seguintes maneiras: ■ Central de Serviço Local Nesse modelo, a Central de Serviço fica localizada no mesmo setor da empresa onde os usuários se encontram. Muitas vezes possui o custo mais elevado e pode ser ineficiente, uma vez que as pessoas ficam aguardando a abertura de chamados de atendimento. Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 97 Figura 20: Central de Serviço Local Fonte: Itil V3 Service Operation (online). ■ Central de Serviço Centralizada Nesse modelo, a Central de Serviço centraliza os diversos chamados da empresa. Esse modelo gera redução de custos operacionais, melhora o gerenciamento de serviços de TI e otimiza a utilização dos recursos. Figura 21: Central de Serviço Centralizada Fonte: Itil V3 Service Operation (online). TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E98 ■ Gestão de Serviços Virtual Por meio da tecnologia, especificamente a Internet, é possível dar a impres- são de uma única central de serviços, centralizados, quando de fato as pessoas podem estar localizadas em diversos lugares do mundo ou até mesmo em suas casas. É importante lembrar que, mesmo à distância, mui- tas vezes é necessário um técnico presencial na empresa para assegurar a consistência e uniformidade da qualidade dos serviços e termos culturais. Esse tipo de central é comum para “call center” de empresas de telefonia. Figura 22: Central de Serviço Virtual Fonte: Itil V3 Service Operation (online). Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 99 GERENCIAMENTO TÉCNICO O Gerenciamento Técnico é uma função responsável por fornecer habilidades técnicas e suporte aos serviços de TI, sendo normalmente arquitetos, projetis- tas, equipes de suporte e de manutenção. Segundo a ITIL®, o Gerente Técnico pode desempenhar duplo papel, sendo: ■ Guardião do conhecimento técnico e experiência relacionada à gestão da infraestrutura de TI. Detém o conhecimento necessário para novos pro- jetos de serviços, testes, gestão e a melhoria contínua. ■ Provedor de recursos para suportar o Ciclo de Vida do ITSM, garantindo que os recursos estejam disponíveis e treinados para a operação de todo ciclo de vida do serviço. GERENCIAMENTO DE OPERAÇÕES O Gerenciamento de Operações pode ser definido como a função responsá- vel pela gestão e manutenção constantes de uma organização, para assegurar a entrega do nível acordado de serviços de TI ao negócio. Segundo Cestari (2011), o Gerenciamento de Operações possui duas abordagens, conforme Figura 23. Atuar de maneira estratégica e com foco nos objetivos da organização não é uma tarefa fácil. A implementação de uma metodologia que direcione à tomada de decisões é um grande desafio encontrado pelos gestores. Como sua empresa lida com novos processos e metodologias organizacionais? TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E100 Figura 23: Gerenciamento de Operações de TI Fonte: adaptada de Cestari (2011, p. 128). ■ Controle de operação: é a atividade de supervisão e execução das ativi- dades de infraestrutura de TI. ■ Gerenciamento de utilidades: é a gestão física dos ambientes, data cen- ters, terminal services e outros itens de configuração. GERENCIAMENTO DE APLICAÇÕES O Gerenciamento de Aplicações é a função responsável por gerenciar aplica- tivos em seu ciclo de vida, sendo um papel importante na etapa de projeto, Operação de Serviços de TI Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 101 teste e melhoria de aplicações que compõem parte dos serviços de TI. Segundo Cestari (2011, p. 129), uma das decisões mais importantes do Gerenciamento de Aplicações é “entre comprar uma aplicação que suporta a funcionalidade requerida, ou construir a aplicação especificamente para os requisitos da orga- nização”. Veja na Figura 24. Figura 24: Ciclo do gerenciamento de aplicações Fonte: Cestari (2011, p. 129). Decisões como essas são tomadas diariamente pelos gestores, que contam com toda sua equipe, desde a elaboração do projeto, a escolha de fornecedores até a sua implantação. TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIIU N I D A D E102 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, foram apresentadas duas fases do ciclo de vida da ITIL®. Apesar de possuir vários processos, a biblioteca traz as mais diversas situações de geren- ciamento que um departamento de TI pode precisar. Considerando as propostas dos processos contidos na fase de Transição de Serviços, percebe-se sua devida importância para garantir uma implantação de serviços sustentável. As definições de políticas de mudanças dos serviços trazem segurança aos usuários e donos dos serviços (clientes). Muitas organizações não possuem critérios bem definidos sobre os novos serviços a serem implementa- dos, e isso acaba se tornando um problema futuro nas demandas de mudança. Sabemos que tomadas de decisões são facilitadas quando se tem informações suficientes sobre os Itens de Configuração. Ao fazer liberação de novosserviços, por exemplo, é possível avaliar se o IC possui capacidade suficiente para manter o serviço em funcionamento. Concluída a implantação dos serviços, é fundamen- tal o aprendizado com os erros e sucessos ocorridos na Transição, que também podem ser registrados e utilizados para os próximos serviços a serem implantados. Com os serviços disponíveis aos usuários, a fase de Operação de Serviços é o apoio que o departamento de TI pode utilizar para mantê-los funcionando. Criar políticas para gerenciar eventos, registrar incidentes, identificar proble- mas e gerenciar os acessos permite ao departamento de TI trabalhar de maneira estruturada e coordenada, não comprometendo o valor de entrega. Deve ser considerada a importância de processos bem definidos para a implantação de centrais de serviços. Uma vez implantada a Operação de Serviços, ela servirá como apoio estratégico do departamento de TI. Conclui-se, portanto, que a implantação dos processos da ITIL® reflete um universo que deve ser estudado e avaliado antes de ser implantado, mesmo assim apresentam benefícios no gerenciamento e disponibilidade dos serviços oferecidos pelo departamento de TI, trazendo o retorno esperado pelo negócio a médio e longo prazo. 103 1. Qual processo da ITIL é mais importante e frequentemente contribui mais signi- ficativamente para garantir que a Base de Dados do Gerenciamento da Configu- ração (BDGC) se mantenha atualizada? a. Gerenciamento de Mudança. b. Gerenciamento da Configuração. c. Gerenciamento de Incidentes. d. Gerenciamento de Problemas. e. Gerenciamento do Conhecimento. 2. Qual é a MELHOR definição para um Item de Configuração? a. Um item de hardware ou software que faz parte dos componentes do serviço prestado pela TI. b. Uma coleção de informações para descrever um item de hardware ou softwa- re. c. controle do Gerenciamento de Configuração. d. Informação reportada pela central de serviços quando um incidente é repor- tado. e. Um incidente aberto pela Central de Serviços que gerou uma RDM de mudan- ça ou Item de Configuração. 3. Qual das opções identifica somente processos da Transição de Serviços? a. Gerenciamento de Mudança e Gerenciamento de Catálogo de Serviços. b. Gerenciamento do Conhecimento e Gerenciamento de Configuração. c. Gerenciamento de Liberação e Gerenciamento da Segurança da Informação. d. Gerenciamento do Conhecimento e Execução de Requisitos. e. Nenhuma das alternativas anteriores. 4. No processo de Gerenciamento de Incidentes, a normalização do serviço em produção é um dos principais focos para o departamento de TI. Qual é a relação, sugerida pela ITIL®, que deve ser utilizada para definir a prioridade a ser seguida? a. Importância x Impacto b. Importância x Tempo c. Impacto x Urgência d. Impacto x Prioridade e. Urgência x SLA 5. Muitas vezes, os usuários acabam encontrando restrições para utilizarem os ser- viços. Ao contatarem a Central de Serviços, eles solicitam que sejam liberados seus acessos. Faz parte do Gerenciamento de Acesso: I. O Controle de acessos dos usuários. II. O Controle de serviços do portfólio dos usuários. III. O Controle de direitos e de mudanças dos usuários. IV. O Controle de diretórios dos usuários. Podemos afirmar que somente: a. A alternativa I está correta. b. As alternativas I, II e IV estão corretas. c. A alternativa III está correta. d. As alternativas I e IV estão corretas. e. As alternativas I, II, III e IV estão corretas. 105 6. Muitas vantagens são oferecidas aos usuários quando a empresa possui uma Central de Serviço disponível para utilização. Elas permitem uma triagem rápida dos incidentes percebidos pelos usuários que, consequentemente, orientam a TI nas priorizações dos problemas a serem resolvidos. As Centrais de Serviços po- dem se estruturar como: I. Central de Serviço Local. II. Central de Serviço Telefônica. III. Central de Serviço Centralizada. IV. Central de Serviço Virtual. V. Central de Serviço Internacional. Podemos afirmar que somente: a. A alternativa V está correta. b. As alternativas III, IV e V estão corretas. c. A alternativa II está incorreta. d. As alternativas II e V estão incorretas. e. As alternativas I e V estão incorretas. 7. A fase de Operação de Serviços é uma das mais importantes para a Gestão de TI, ela é composta por processos e funções que auxiliam suas atividades. Quais são as quatro funções da fase de operação de serviços? A FERRAMENTA DE SERVICE DESK Ao iniciar suas atividades na nova Seção, em janeiro de 2008, Carla recebeu a notícia de que havia sido adquirida uma nova ferramenta de Service Desk a ser utilizada por toda a Secretaria de TI do órgão, devendo o software ser parametrizado no prazo máximo de dois meses para atender às demandas da Seção e da Secretaria. O Secretário de TI, Sr. Rogério, era uma pessoa visionária. Acreditava na inovação tecno- lógica como forma de solucionar muitos problemas e estava disposto a sempre imple- mentá-la caso reconhecesse que a ideia era boa. Nesse período, as melhores práticas da ITIL - Information Technology Infrastructure Library - já eram realidade em diversas em- presas do setor privado e em organizações públicas. A ideia inicial, segundo o Sr. Paulo, era a de contratar uma consultoria para implementar os processos de Gestão de Serviços de TI, preconizados pela ITIL. No entanto, como não havia orçamento disponível para a contratação de serviços de consultoria para auxiliar nesse trabalho, adquiriu-se a licença do software e o apoio da empresa contratada na implementação deste. Juntamente com a disponibilização da ferramenta, a empresa mi- nistrou alguns treinamentos sobre a ITIL para os integrantes da organização. Carla desconhecia as práticas da ITIL, todavia, possuía experiência de dez anos em pres- tação de serviços de TI e realizava, na ocasião, o curso de graduação em Administração Pública, o que a ajudou nesse desafio. Gabriel, servidor que tomou posse junto com Carla na Organização X, era muito com- prometido, dedicado e responsável, porém muito inseguro na tomada de decisão. Ele já trabalhava na Seção de Suporte quando Carla assumiu a chefia. Gabriel desempenhou um importante papel nesse processo de migração, auxiliando na parametrização da nova ferramenta. 107 O Sr. Paulo fazia muita pressão para que a ferramenta fosse logo implementada, e, nes- sas circunstâncias, o software foi colocado em produção para uso em toda a Secretaria de TI, antecedido apenas de uma reunião com todos os colaboradores, a fim de orientá- -los sobre as novas regras. Juntamente com a ferramenta, foram instituídos alguns conceitos relacionados ao pro- cesso de gerenciamento de serviços de TI - que eram novos para todos os envolvidos. O primeiro deles foi o processo de gerenciamento de incidentes, cujos responsáveis de- veriam garantir o restabelecimento mais rápido possível dos serviços de TI em caso de indisponibilidade ou perda de qualidade do serviço. Para isso, havia três níveis de aten- dimento: a) nível 1 - responsável pelo atendimento inicial, conforme procedimento des- crito na Base de Conhecimento (base de dados com informações sobre a resolução dos diversos problemas existentes); b) nível 2 - equipe de suporte especializada nos diversos serviços que eram disponibilizados; c) nível 3 - suporte realizado por fornecedores ou parceiros externos. Outra novidade foi o processo de gerenciamento de problemas, cuja atividade principal centrava-se na identificação da causa raiz dos incidentes que não possuíam uma solução conhecida. Após a implementação da ferramenta de Service Desk e alinhada às boas práticas da ITIL, a Seção de Suporte passou a se denominar Central de Suporte. Fonte: Klumb et al. (2014). MATERIAL COMPLEMENTAR ITIL V3 Fundamentos Felício Cestari Filho Editora: RNP/ESR Sinopse: O livro descreve os princípios fundamentais do Gerenciamento de Serviços de TI, provendo uma visão de alto nível sobre a publicação da ITIL v3 Foundation. O livrofoi elaborado para a utilização em cursos e foi baseado nas melhores práticas da ITIL v3 Foundation, sendo aplicável para todas as organizações. Este material foi desenvolvido para oferecer entendimento sobre a preparação para a certificação da ITIL v3 Foundation. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/50809607/ITIL-Information-Technology-Infrastructure- Library>. Fundamentos do Gerenciamento de Serviços de TI Marcos André dos Santos Freitas Editora: Brasport Sinopse: O livro atualizado para a versão 2011 do ITIL®, autorizado pelo Cabinet Office e também credenciado pelo EXIN, tem como objetivo ser um material de conscientização, apresentação das práticas propostas pelo ITIL® e preparação para a realização da prova de certificação ITIL® Foundation. O livro é voltado para profissionais, Gerentes de TI, Gerentes de Negócio e pessoas-chave para os processos de negócio nas empresas que desejam compreender os conceitos, os processos e as funções do Gerenciamento de Serviços de TI baseados no ITIL® e melhorar os Serviços de TI nas empresas. U N ID A D E IV Professor Esp. João Messias Pereira MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender a definição de melhoria contínua do serviço. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Melhoria de Serviço Continuada ■ Modelo de Melhoria ■ Princípios da Melhoria Continuada ■ Processo da Melhoria Continuada ■ Implementação da Melhoria Continuada INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), nesta unidade, trataremos da fase de melhoria do serviço, na qual temos como principal foco rever, analisar, recomendar e, principalmente, melhorar de forma contínua o serviço que foi criado. Além de tratar especifi- camente das funcionalidades do serviço, durante essa fase também é possível identificar possíveis melhorias quanto aos custos relacionados à execução do ser- viço e também melhores condições para que a entrega do serviço aconteça de maneira mais eficaz, garantindo a qualidade do serviço em relação a sua capa- cidade de atender a todas as demandas da organização. Durante o processo de melhoria dos serviços de TI, as mais diferentes atividades são executadas para que se possa identificar pontos ou situações que precisam ser melhor definidas ou alteradas dentro do serviço. Mas, para que isso aconteça, a utilização de técnicas e ferramentas de qualidade relacionadas aos processos de modelos de gestão de TI é fundamental para que o processo de melhoria de fato aconteça e o serviço apresente mudanças significativas em rela- ção às suas versões anteriores. A melhoria contínua deve realizar uma análise aprofundada dos problemas e das respectivas causas que influenciam direta- mente nos resultados dentro da organização. Para alcançar os benefícios desse processo, o ideal é que se quantifique tais resultados após sua execução, dessa forma, devemos mensurar por meio de métri- cas focadas em objetivos específicos dentro do serviço, permitindo que a melhoria possa ser percebida não apenas por seus desenvolvedores, mas, principalmente, pelos usuários desse serviço. Dentre os modelos de métricas que podem ser apli- cados durante esse processo, a biblioteca de boas práticas ITIL® recomenda a utilização de três tipos distintos: Métricas de Tecnologia, Métricas de Processo e Métricas de Serviço. Nesses três tipos de mensuração, o objetivo é permear todas as áreas que envolvem um determinado serviço dentro da organização. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 111 MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E112 MELHORIA DE SERVIÇO CONTINUADA Nas unidades anteriores, vimos como o processo de criação e desenvolvimento de um determinado serviço ocorre a partir de um planejamento estratégico, permi- tindo atingir seus objetivos de forma mais segura e organizada. Após esse período, devemos pensar sobre a próxima etapa desse processo, na qual nosso foco deve estar voltado à melhoria desse produto. A fase de Melhoria de Serviço Continuada tem como principais atividades a revisão e a análise dos processos que compõem o desenvolvimento de um novo serviço, além de recomendações sobre oportunida- des que possam ser consideradas permitindo alterações e a melhoria desse serviço. Podemos entender essa fase como sendo um processo de evolução do serviço, pois durante esse período devemos identificar características ou funcionalidades passí- veis de mudanças que condicionem resultados melhores, tanto do ponto de vista financeiro como também no que se refere à eficiência de entrega desse serviço. Para o autor Fernandes (2008), os serviços de TI precisam atender às neces- sidades de seus clientes de forma contínua, sendo submetidas a alterações e/ou modificações sempre que elas forem solicitadas. Os serviços de TI devem continuamente ser alinhados e, principalmente, integrados às necessidades do negócio (que são dinâmicas por natureza), através da identificação e da implementação de ações de melhoria para o suporte aos processos de negócio (FERNANDES, 2008, p. 294). De acordo com a biblioteca de boas praticas do ITIL®, esse é considerado o prin- cipal objetivo do estágio de Melhoria Continuada. A estrutura desse processo deve incluir atividades que possibilitem o planejamento contínuo da melhoria de processos, como, por exemplo: análise de informações gerenciais e das ten- dências quanto ao atingimento dos níveis de serviço e dos resultados desejados pelo serviço, pesquisas de satisfação junto aos clientes, entre outras. Apesar desse conceito ser característico da biblioteca ITIL®, também podem ser encontrado em outros frameworks, como CobiT, CMMI e PMBOK. No entanto, para que possamos perceber os resultados da melhoria imple- mentada, é necessário adotar algumas técnicas de mensuração que permitam enxergar esses novos resultados. Para Fernandes (2008, p. 294), os benefícios de uma implementação satisfatória podem ser medidos por meio de métricas Modelo de Melhoria Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 113 focadas em componentes isolados, como, por exemplo, no monitoramento de falhas ou no acompanhamento de retornos sobre os investimentos realizados. Durante o processo de melhoria, diversas dúvidas podem surgir em torno das reais necessidades de se medir ou até mesmo monitorar um determinado serviço ou alguns de seus componentes. Dentre as razões que influenciam o monitora- mento e, consequentemente, a mensuração do serviço, estão: ■ Validar decisões prévias. ■ Direcionar um conjunto de atividades sequenciais para atingir um objetivo. ■ Assegurar a necessidade de ações de melhorias. ■ Intervir e identificar ações corretivas. Embora essas não sejam as únicas razões pelas quais devemos medir a funciona- lidade e processos de um serviço, podemos, por meio delas, estabelecer o ponto inicial, no qual seja possível realizar uma análise genérica do processo como um todo. A partir dessa análise, a criação de um novo modelo de análise para essa etapa pode ser estabelecida, visando atender à necessidade de cada serviço. MODELO DE MELHORIA Na biblioteca ITIL®, o Modelo de Melhoria Contínua de Serviço serve como base para que as melhorias possam ser vistas como oportunidades de otimização, garantindo a qualidade e a entrega do serviço. A defi- nição de um modelo deve ser baseada em perguntas que garantam que todos os ele- mentos necessários possam ser identificados e, consequentemente, permitam alcançar a melhoria contínua. MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E114 Tais questionamentos devem estar integradosa todos os processos da ITIL® para que o processo de melhoria contínua possa ser atingido de maneira satis- fatória, garantindo a qualidade do serviço oferecido. A seguir, apresentaremos como esses questionamentos podem ser feitos e como essas relações acontecem dentro do Ciclo de Vida, segundo a biblioteca de boas práticas do ITIL®. ■ Qual a visão? Este deve ser o principal fator para a definição tanto do serviço como também da melhoria, pois, por meio dessa visão, pode- mos entender os objetivos do negócio, incluindo as metas e missão da organização. A visão deve permitir o alinhamento entre o negócio e as estratégias de TI. ■ Onde estamos? Para que possamos alcançar um objetivo ou destino, devemos primeiro nos localizar quanto ao nosso ponto de partida. Nas organizações, essa avaliação deve ser feita de maneira precisa e imparcial, assegurando um diagnóstico confiável da atual situação. ■ Onde queremos chegar? Nosso destino está relacionado com as priori- dades de melhoria de acordo com os objetivos e princípios definidos na visão, ou seja, nesta fase, identificamos para qual nível queremos elevar o nosso serviço. ■ Como chegaremos lá? Com a origem e destino definidos, precisamos iniciar nossa viagem, no entanto esse processo não é tão simples quanto parece, precisamos planejar o percurso. Esse planejamento representa a forma com a qual iremos detalhar o plano de Melhoria Contínua do Serviço, com o intuito de alcançar a maior qualidade do serviço mediante os processos de Gerenciamento de Serviços de TI. ■ Já chegamos? Após iniciado o processo de melhoria, devemos verificar se as medições e métricas que foram definidas estão garantindo o alcance das metas estipuladas, se durante o processo foram ocasionadas poucas situações de não conformidades e, principalmente, se os objetivos e prio- ridades da organização foram cumpridos adequadamente. ■ Como manter? Por fim, devemos assegurar que o processo de melhoria seja mantido. Isso significa que as atividades e o comportamento ado- tados durante o processo de melhoria se tornem ações incorporadas à organização. Princípios e Processos da Melhoria Continuada Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 115 De acordo com Fernandes (2008), o processo de melhoria de serviço está direta- mente ligado à capacidade de mudanças organizacionais. Dessa forma, para que a implantação aconteça de acordo com os objetivos propostos, é importante que se pense em mecanismos de gestão que condicionem as mudanças organizacionais. Melhorias implicam em mudanças organizacionais. Na maioria dos ca- sos, a introdução da ITIL® certamente começará por ações de melhoria em operações ou serviços que já estão em produção. Assim deve-se pensar em criar mecanismos de gestão de mudanças organizacionais, além de estratégias e plano de comunicação por toda a organização (FERNANDES, 2008, p. 298). Ainda de acordo com o autor, as responsabilidades dentro da organização, no que se refere aos processos de melhorias, dependem de conhecimentos e habi- lidades específicas que permitem a implantação da melhoria. Mais adiante, abordaremos o Processo de Melhoria em Sete Passos, nos quais a aplicação des- ses conhecimentos e habilidades fica mais evidente, durante a coleta de dados, processamento, análise dos dados, a apresentação e a utilização da informação. Todas as atividades e ações executadas durante o processo de melhoria podem ser auxiliadas por ferramentas tecnológicas que facilitam o gerenciamento dessas informações, como, por exemplo: ferramentas para análise estatística, ferramentas de bussiness intelligence e geração de relatórios. Além do uso de ferramentas que per- mitem a coleta de dados e gerenciamento das informações, o fator humano é um dos principais fundamentos que viabilizam o ciclo de melhoria contínua de serviços da TI. Uma equipe focada nos objetivos propostos e com alta capacidade de administração de conflitos, potencializa as ações de melhoria, oferecendo um serviço de qualidade. PRINCÍPIOS E PROCESSOS DA MELHORIA CONTINUADA Antes de iniciarmos o processo de melhoria, devemos considerar as neces- sidades e oportunidades que estão contidas dentro das organizações. Essa identificação está diretamente relacionada à capacidade de tomada de decisões MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E116 e níveis de responsabilidades das equipes que integram essas organizações. Para Fernandes (2008), as influências internas e externas são fatores fundamen- tais para a implementação de ações de melhoria. Nesse estágio, é importante também estar atento às influências externas (regulações, concorrências, requisitos de cliente, etc.) e internas (estru- turas organizacionais, cultura, capacidade) que podem ser fontes para oportunidades de melhoria (FERNANDES, 2008, p. 295). Além disso, também é possível obter informações úteis por meio de benchmarkings ou análise de dados históricos. Sendo assim, algumas etapas do processo de criação de serviço são essenciais para fornecer uma base importante de conhe- cimento medido e estruturado acerca dos serviços. Diante das características que compõem a fase de melhoria do serviço, é possível perceber que um dos princí- pios mais relevantes para esse estágio é a forma como medimos nosso processo, permitindo a tomada de decisão com base em informações válidas. De acordo com Fernandes (2008, p. 296), por meio dessas informações, podemos direcio- nar atividades que possibilitem atingir metas, além de justificar direcionamentos necessários e/ou identificar pontos que necessitem de intervenção com mudan- ças ou ações corretivas. No entanto o autor ainda descreve que apenas medir não seja o suficiente, o ideal é que se saiba exatamente o motivo de mensurar, até onde mensurar e, principalmente, analisar se os resultados obtidos por meio dessas coletas estão sendo utilizados de maneira relevante pela organização. Como já mencionado anteriormente, apenas melhorar um serviço não significa garantir a qualidade dele, é necessário alcançar resultados que comprovem a melhoria. Segundo Fernandes (2008, p. 296), esses conceitos podem ser representados em sete passos, conforme a Figura 25: Princípios e Processos da Melhoria Continuada Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 117 Figura 25: Processo de Melhoria em sete passos Fonte: adaptada de OGC (2007e). OS SETE PASSOS DA MELHORIA Inicialmente, é necessário identificar a estratégia de melhoria por meio de uma visão global, ou seja, identificando a necessidade do negócio, além de suas estra- tégias e objetivos táticos e operacionais. Após essa primeira análise, o ciclo de melhoria será inicializado da seguinte maneira: ■ Definir o que deve ser medido: embora o processo de melhoria acon- teça após a implementação do serviço, definir o que deve ser mensurado é uma informação que precisa ser identificada no início do ciclo de vida do serviço, nas fases estratégicas e de desenho do serviço. Este passo tem como principal objetivo definir as condições ideais para o negócio. ■ Definir o que pode ser medido: diferente do que foi citado acima, em que o foco é a situação ideal para o negócio e para a TI, definir o que pode ser medido está diretamente relacionado com a realidade da empresa, ou seja, aquilo que de fato pode ser mensurado de acordo com as informa- ções declaradas no passo anterior. MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E118 ■ Coletar dados: a coleta de informações deve acontecer por meio de ope- rações de serviços, considerando as diversas fontes com base em metas e objetivos identificados. Essasinformações devem fornecer subsídios para que possamos responder perguntas como: Quem, Como e Quando? ■ Processamento de dados: nesta etapa, os dados coletados deverão ser pro- cessados e alinhados, considerando os fatores críticos de sucesso. O ideal durante esta etapa é processar dados de várias fontes diferentes, aumen- tando a capacidade de contextualização dos dados a serem comparados. ■ Análise das informações e dados coletados: após realizar a coleta e o processamento de dados e informações obtidas, o próximo passo é ana- lisá-los de maneira que possamos transformar a informação coletada e processada em conhecimento. Durante esse período, podem ser iden- tificadas tendências, ações corretivas, relações e influências internas e externas dentro da organização, entre outros fatores. ■ Apresentação e utilização das informações: esse próximo passo irá defi- nir o que de fato será melhorado. Durante esta etapa, devemos utilizar todo o conhecimento adquirido, destacando os principais pontos por meio de relatórios, planos de ação e avaliações que definam as oportuni- dades a serem exploradas. ■ Implantação das melhorias: por fim, chegamos à etapa na qual as oportu- nidades de melhoria identificadas são transformadas em ações corretivas e soluções para serem implementadas, visando à otimização dos serviços e processos. Embora seja apresentado como sendo o último passo desse ciclo, é importante ressaltar que, após o encerramento de um ciclo, um novo ciclo deve ser iniciado. Esse processo contribui para a definição e o gerenciamento de atividades neces- sárias para identificar, definir, coletar, processar, analisar, apresentar e, por fim, implementar a melhoria. Os objetivos que integram o processo de melhoria por meio das sete etapas mencionadas acima são: ■ Identificação de oportunidades de melhoria dos serviços, processos, fer- ramentas etc. ■ Redução do custo da prestação de serviços, mantendo o alcance dos resul- tados esperados pela organização. Princípios e Processos da Melhoria Continuada Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 119 ■ Identificação do que precisa ser medido, analisado e relatado para que as oportunidades de melhoria possam ser estabelecidas. ■ Revisão contínua dos serviços para garantir que eles permaneçam cor- respondendo com os requisitos de negócio, continuamente alinhado e realinhado à prestação de serviços. ■ Compreender de fato o que deve ser medido e por que medir, definindo de maneira criteriosa o resultado esperado. Nesse processo de melhoria, podem ser incluídos a análise de desempenho, as capacidades do serviço, os processos, os parceiros e as tecnologias. Além disso, é importante realizar o alinhamento contínuo do portfólio de serviços de TI com as demandas atuais e futuras, considerando também a maturidade dos proces- sos de TI. Nesta unidade, abordamos as diversas características que envolvem o pro- cesso de melhoria de um determinado serviço. Além dessa abordagem, também mencionamos sobre a utilização de ferramentas que auxiliam na realização de tarefas e processos gerenciais durante todo esse processo. Re- ferente a essa diversidade de ferramentas tecnológicas, podemos destacar inúmeras opções que estão disponíveis no mercado e que permitem a oti- mização das rotinas e operações contidas nos processos de melhoria. Uma delas é o SAP, que permite a gestão integrada dos serviços de tecnologia para as mais diversas organizações. Embora o uso de tecnologias seja ex- tremamente favorável às atividades que envolvem o processo de melhoria, precisamos escolher aquelas que atendem às necessidades da organização, sendo de fácil compreensão por todos os envolvidos no desenvolvimento da melhoria. Fonte: os autores. MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E120 IMPORTÂNCIA DA MEDIÇÃO De um modo geral, uma métrica representa a escala de medida definida de acordo com normas regulamentadas. Para que possamos definir a quantificação de um deter- minado evento, é necessário estar baseado na ocorrência de uma métrica explícita ou implícita, onde esse evento é o responsável pela padro- nização em que as medições são referenciadas. Por meio da utilização de métricas, podemos configurar alguns parâ- metros ou formas de avaliação quantitativa do processo que está sendo medido. Normalmente, as métricas possuem características que só permitem interpre- tação dentro do próprio ambiente no qual foram definidas, ou seja, cada área específica de um negócio pode determinar seus próprios parâmetros de medi- ções, pois apresentam informações restritas àquela área. No entanto podemos adotar alguns modelos métricos que podem ser considerados como sendo do tipo genérico, nos quais suas características podem ser estendidas às demais áreas do negócio dentro da organização. As métricas estão presentes em diversos modelos de negócio, como o CMMI, e também na Gestão do Conhecimento (KM). Com a utilização dessas medidas, podemos estabelecer uma tendência, como, por exemplo, taxas de pro- dutividade, recursos, entre outros. Dentre os tipos de métricas que podem ser adotados, os KPIs são formas de mensuração controladas que estão associadas à qualidade, ao desempenho, ao valor e à conformidade. Importância da Medição Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 121 Existe uma filosofia que determina: “Você não pode gerenciar o que não pode controlar”. “Você não pode controlar o que não pode medir”. “Você não pode medir o que é desconhecido”. Sendo assim, é necessário ter conhecimento aprofundado em cada uma das áreas envolvidas no processo de melhoria, permitindo a coleta de informações confiáveis que permitam mensurar o processo de maneira assertiva. TIPOS DE MÉTRICA De acordo com a biblioteca ITIL®, alguns tipos de métricas podem ser adotados para medir resultados do processo ou atividade. ■ Métricas de Tecnologia: estão relacionadas a componentes ou aplica- ções, como disponibilidade e desempenho. ■ Métricas de Processo: representam a situação do processo na forma de Fatores Críticos de Sucesso (Critical Sucess Factors), Indicadores-Chave de Desempenho (Key Performance Indicators) e Métricas de Atividade relacionadas ao processo. ■ Métricas de Serviço: apresentam o resultado do serviço fim-a-fim ou de ponta-a-ponta. Fazemos parte de um time que, independente das vaidades individuais de cada um, busca sempre o melhor resultado para a empresa ou apenas so- mos somente mais um nome no quadro de funcionários da empresa? Fonte: os autores. MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IVU N I D A D E122 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, vimos os conceitos referentes às ações de melhorias que são aplicadas nas organizações em seus serviços de TI. Essa fase é realizada após a implementação do serviço e deve acontecer de maneira contínua, ou seja, mesmo depois que um serviço é implementado e, posteriormente, melhorado, as ações da melhoria contínua devem ser realizadas visando sempre a entrega de um pro- duto cada vez mais aceitável e de acordo com as necessidades de seus usuários. Embora a aplicação dessas ações possa estar relacionada a novos serviços, a melhoria contínua também se dá aos serviços já existentes onde a identifica- ção de oportunidades pode ser realizada da mesma maneira como nos serviços novos. A identificação de melhorias é um processo que envolve as diversas áreas da organização, onde o conhecimento e as habilidades das pessoas envolvidas são fundamentais para que os objetivos propostos durante essa fase sejam cum- pridos de maneira satisfatória. Ainda no que se refere à identificaçãode melhorias, durante essa fase, é importante considerar metodologias que abordam algumas técnicas de medição e métricas que permitem a visualização de situações e nichos de oportunidades que podem ser transformadas em soluções aplicáveis para os serviços de tecno- logia da informação. Considerando que todo processo de melhoria contínua deva estar embasado nas técnicas e boas práticas da biblioteca ITIL®, vimos nesta unidade que, além da aplicação dos conceitos, o processo de melhoria está diretamente relacionado com a participação colaborativa de todas as pessoas envolvidas no processo. Sendo assim, podemos dizer que a melhoria contínua dos serviços tecnológicos está condicionada à participação efetiva das pessoas da organização, pois elas serão responsáveis pela viabilização de todo esse processo. 123 1. Cite as razões que influenciam o monitoramento e, consequentemente, a men- suração do serviço. 2. Cite e descreva ao menos dois tipos de questionamentos que podem ser feitos durante o processo de melhoria, segundo a biblioteca de boas práticas do ITIL®. 3. Durante esta unidade, abordamos os conceitos que integram o processo de melhoria do serviço. Nessa abordagem, foram apresentados os sete passos que compõem esse processo. De acordo com que foi apresentado, cite e descreva ao menos dois desses passos. 4. Cite os objetivos que integram o processo de melhoria por meio das sete etapas mencionadas acima. O IMPACTO DA TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA ESTRATÉGIA DOS BANCOS O potencial da Tecnologia de Informação (TI) em capacitar e sustentar estratégias e sucesso organizacional está centrado na capacidade de seus dirigentes perceberem o valor e os impactos dos investimentos em TI nos negócios. Neste artigo, analisam-se as percepções dos executivos de bancos brasileiros e norte-americanos quanto aos im- pactos da TI nas variáveis estratégicas organizacionais. O estudo revela semelhança de percepção entre executivos brasileiros e norte-americanos e também entre executivos das áreas de TI e de outras áreas. Quatro variáveis afetadas pela TI são os principais de- terminantes da competitividade na indústria bancária: requisitos de governos e países; clientes; estrutura de custos e capacidade; produtos e serviços. A capacidade dos executivos para guiar e influenciar ações relacionadas com gerencia- mento e uso da Tecnologia de Informação (TI) nas estratégias dos negócios tem sido reconhecida como competência crítica nas organizações (Sambamurthy e Zmud, 1992, 1994). Não é por acaso que inúmeros trabalhos acadêmicos têm-se dedicado a anali- sar essa temática (Baets, 1996; Rota, 1998; Khiaonarong e Liebenau, 1999). Armstrong e Sambamurthy (1999), entretanto, salientam que, em muitos artigos, na maioria pres- critivos, pesquisas empíricas e estudos de caso apresentam análises fragmentadas. Por exemplo, somente são avaliadas a influência e as diferentes percepções com relação a habilidades e conhecimentos dos executivos da área de tecnologia e da alta administra- ção. Em contraste, Rockart et al. (1996) e O’Brien (1999) destacam que o uso e o geren- ciamento da TI são responsabilidades de todos os executivos. O envolvimento do total de executivos (de TI e administração) é a melhor maneira de assegurar que as estratégias de TI estejam alinhadas às estratégias de negócios e que os investimentos estejam di- recionados de forma a atender às necessidades das organizações (Kempis et al., 1999). Leia mais sobre este artigo no endereço disponível em: <http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902001000400010&lang=pt/>. Acesso em: 22 out. 2015. Fonte: Maçada e Becker (2001). http://bis.sebrae.com.br/bis/conteudoPublicacao.zhtml?id=2834 http://bis.sebrae.com.br/bis/conteudoPublicacao.zhtml?id=2834 Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR Gestão de Tecnologia da Informação Luiz Fernando Ramos Molinaro e Karoll Haussler Carneiro Ramos Editora: LTC Sinopse: Esta obra fala de um problema constante da era moderna: muita informação gerada e perdida ao longo do caminho e que, por isso, deixa de se transformar em conhecimento. É um livro elaborado para atender um público com formação variada, mas foi pensado principalmente nos analistas de negócios, cuja importância nas organizações tem crescido exponencialmente. Ao abordar assuntos como a compreensão sistêmica das organizações, as melhores práticas utilizadas para a governança de TI e as práticas de arquitetura corporativa, o livro Gestão de Tecnologia da Informação reúne todo o conhecimento necessário para ajudar profissionais e empresas a encurtarem o caminho entre a informação e quem precisa dela, o que resulta no curto prazo, em ganhos para todos. U N ID A D E V Professor Esp. Yuri Rafael Gragefe Feitosa IMPLANTAÇÃO DO ITIL Objetivos de Aprendizagem ■ Demonstrar na prática como implementar o ITIL dentro de uma empresa. ■ Explicar as dificuldades e os desafios de trabalhar com o ITIL. ■ Mostrar as vantagens da Governança de TI. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ Recapitulação ■ Aplicação do ITIL ■ Desenho do ITIL na Prática ■ ITIL como um Serviço na Nuvem ■ Implementação do ITIL nas Empresas ■ Melhoria Contínua INTRODUÇÃO Seja bem-vindo(a) à quinta e última unidade, nela buscamos mostrar um pouco da aplicação do ITIL na prática, nas empresas, em seu pleno funcionamento, como implantar e quais cuidados devemos ter. O ITIL é uma ferramenta que vem crescendo e sendo atualizada gradativa- mente, trazendo benefícios às organizações que aderem seus sistemas; veremos métodos e tecnologias que podem ajudar em todo esse processo. Padronizar os serviços de TI com a adoção do ITIL e toda sua biblioteca de boas práticas não é uma tarefa simples, exige um know how de quem fará essa implantação e um treinamento de quem ficará responsável dentro da empresa, por isso é importante um acompanhamento durante todo o processo de implantação. É importante que lembremos que o ITIL não é o único e exclusivo modelo de melhores práticas a ser adotado, existem outros modelos relacionados à Governança de TI, dentre os principais, podemos destacar: Cobit (Control Objectives for Information and Related Technology), CMMI (Capability Maturity Model Integration), ISO (International Organization for Standardization), P3M3 (Portfolio, Programme & Project Management Maturity Model), PMBOK (Project Management Body of Knowledge), BSC (Balanced Socorad) e Seis Sigma, que tam- bém é uma metodologia para melhoramento em qualidade de processo. Todos esses modelos de melhores práticas auxiliam a implantação da gover- nança da Tecnologia da Informação, cada qual com sua particularidade, e, no decorrer desta unidade, veremos mais sobre o ITIL na prática, suas característi- cas, qualidades e, claro, toda dificuldade do processo de implantação, pois toda padronização exige processos que devem ser radicalmente seguidos. Não basta apenas uma boa ferramenta funcionando, é preciso ter toda uma equipe e uma ótima estrutura para que os resultados alcançados sejam os espe- rados, para isso, é preciso que todos os envolvidos falem na mesma linguagem para termos todos os benefícios que uma governança de tecnologia da informa- ção pode oferecer. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 129 IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E130 RECAPITULAÇÃO Antes de iniciarmos esta quinta e última unidade, para que você possa visuali- zar de maneira mais simples todos os assuntos já abordados, seguem os tópicos que foram apresentados no decorrer deste livro. A Figura 26 se trata da primeira unidade, na qual abordamos os conceitos que integram os modelos de Governança de TI, bem como as principais bibliotecas de boas práticas para a gestãoda tecnologia da informação, dentre elas, a ITIL®. Figura 26: Resumo da unidade I – Governança de TI e a Gestão de Serviços de TI Fonte: os autores. Após a apresentação dos conceitos de governança de TI e da biblioteca de boas práticas do ITIL®, na unidade II deste livro, vimos como os serviços de TI são concebidos a partir da necessidade de seus usuários, considerando pontos fun- damentais para sua implantação, como o planejamento estratégico e o desenho desse serviço, conforme mostra a Figura 27. Recapitulação Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 131 Figura 27: Resumo da unidade II – Estratégia e Desenho de Serviço Fonte: os autores. Na terceira unidade, foram apresentadas diversas atividades que compõem o processo de desenvolvimento de serviços, após as fases de planejamento e o dese- nho de serviço. A Figura 28 mostra que, nessa fase, a definição dessas atividades e as responsabilidades atribuídas aos envolvidos nesse processo são de extrema importância para o sucesso da implantação desse serviço. IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E132 Figura 28: Resumo da unidade III – Transição e Operação de Serviços Fonte: os autores. Após a implantação do serviço, precisamos pensar nas fases seguintes que com- põem os serviços de TI. Nesta quarta unidade, abordamos sobre a fase de Melhoria Contínua do Serviço, onde seu principal objetivo é o processo de evolução e manutenção de novos serviços ou, até mesmo, de serviços já existentes, con- forme mostra a Figura 29. Aplicação do ITIL Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 133 Figura 29: Resumo da unidade IV – Melhoria Contínua do Serviço Fonte: os autores. APLICAÇÃO DO ITIL A necessidade de ter padrões e segui-los dentro de uma empresa aumenta juntamente com o seu cresci- mento, quanto maior e mais rápida for sua evolução, mais completo devem ser os procedimentos e padrões para seguir a mesma linha da propagação. O ITIL pode ser aplicado a toda e qualquer empresa que faz uso da Tecnologia da Informação, pois são padrões que, seguidos, podem melhorar vários processos, con- forme estudado ao longo deste livro. IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E134 A aplicação do ITIL é compatível com diversos modelos e níveis de serviços de Tecnologia da Informação, desde estruturas locais até remotas (nuvem), como veremos mais adiante no modelo IAAS, envolvendo serviços de gerenciamento, manutenção, desenvolvimento e outsourcing. O processo de implantação precisa ser feito de forma gradual, não é recomen- dado que a empresa pare seus serviços para colocar o ITIL em funcionamento 100% de um dia para o outro. Isso também não seria possível, pois existem vários ciclos, e o ideal é começar do primeiro estágio, que é a Estratégia, e, gradualmente, ir passando para as outras fases, conforme estudamos nas unidades anteriores. Nenhum modelo é fixo ou definitivo, principalmente falando do setor de Tecnologia da Informação, devido às suas grandes e rápidas evoluções. Ajustes serão necessários conforme esse crescimento e a sua demanda. Cabe a toda equipe responsável por essa manutenção estar acompanhando e sempre manter toda a documentação em dia, facilitando as alterações necessárias. DESENHO DO ITIL NA PRÁTICA A etapa de desenho do ITIL está relacionada com o esboço dos serviços de TI, dentre eles, podemos destacar a arquitetura tecnológica, os processos, as soluções de serviços, os sistemas de medição e as ferramentas e os sistemas de gerencia- mento de serviços. O desenho do projeto precisa garantir que os padrões sejam seguidos deta- lhadamente em todos os processos, transformando os objetivos definidos pela estratégia em serviços e/ou resultados, assegurando que todos os aspectos do desenho, independente do serviço, qualidade operacional, gerencial, relacional ou funcional, estejam de acordo com os padrões estabelecidos. Desenho do ITIL na Prática Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 135 Barboza (2012) diz que existem vários estágios dentro da fase do desenho de um serviço, mas os três principais são: ■ Transformar os objetivos estratégicos definidos durante a Estratégia de Serviços em Serviços e Portfólio de Serviços. ■ Garantir uma abordagem holística em todos os aspectos do Desenho de Serviço, seja Funcional, Gerencial ou Operacional, relacionados à fun- cionalidade e qualidade. ■ Garantir que os padrões de desenho e convenções sejam seguidos em todos os serviços e nos processos em que estão sendo projetados. O mesmo autor destaca que existe um conjunto de requisitos de negócios divi- didos em cinco etapas: ■ Desenho de novos serviços ou alteração dos serviços existentes. ■ Desenho do sistema e ferramentas de Gerenciamento de Serviços. IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E136 ■ Desenho da arquitetura tecnológica dos Sistemas de Gerenciamento. ■ Desenho dos processos. ■ Desenho das métricas e métodos de medição. Temos ainda um conjunto de sete processos como orientação no estágio do Desenho de Serviço, que são os Gerenciamentos de: Catálogo de Serviços, Nível de Serviço, Capacidade, Disponibilidade, Continuidade de Serviço de TI, Segurança da Informação e Fornecedor. Dentro de um desenho, temos algumas atividades relacionadas que devem ser aplicadas na arquitetura de seu projeto, que são: engenharia de Requisitos, Gerenciamento de Dados e Informações e o Gerenciamento do Aplicativo. Para fazer a implantação do processo de Desenho de Serviço, antes de tudo, é necessário analisar o impacto que isso causará, analisando os requisitos de nível de serviço, como também é preciso levantar seus riscos e custos. Colocando o desenho em ambiente de produção, é quando ele começa a sair do papel, atendendo todas as suas especificações, e começa a ser aplicado na prática, garantindo a qualidade do projeto e reduzindo ao máximo possíveis falhas e contratempos. ITIL COMO UM SERVIÇO NA NUVEM ITIL na nuvem pode ser considerado um IaaS (Infrastructure as a Service) ou Infraestrutua como um Serviço, que segue uma grande tendência, que é a Cloud Computing, a Computação na Nuvem. Algumas das vantagens de se trabalhar com o ITIL em nuvem é que pode- mos obter os recursos sob demanda, ou seja, você paga por aquilo que você utiliza, é acessível como um serviço escalável e não exige custos adicionais na infraestrutura da empresa. ITIL Como um Serviço na Nuvem Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 137 A infraestrutura fornece insumos para que a plataforma possa trabalhar juntamente com todos os sistemas dentro da Empresa, mecanismo que funciona como uma engre- nagem, onde uma move a outra e nenhuma pode parar, sempre buscando redução de cus- tos, rapidez e a flexibilidade que os serviços em nuvem nos oferecem. A Governança da Tecnologia da Informação, utilizando o IAAS, simples- mente está seguindo a grande demanda, que é a Cloud Computing. Vários serviços tam- bém estão fazendo essa migração, pois foram nas nuvens que encontraram a resolução de grandes problemas, por exemplo: escalonamento, manutenção, compartilha- mento, entre muitos outros. © shutterstock IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E138 O ITIL, juntamente com a Cloud Computing oferecida como um serviço, ofe- rece a toda e qualquerempresa um melhor nível de maturidade relacionada à governança de TI, aproveitando melhor todos os recursos que a Computação na Nuvem pode oferecer. Essas duas tecnologias se complementam, possuindo uma política rígida e inflexível de gestão, impacta fortemente nos benefícios que a padronização do ITIL pode oferecer, lembrando que essa terceirização, a nuvem, deve ser feita para uma empresa idônea no seguimento, com boas referências, para evitar maiores constrangimentos. IMPLEMENTAÇÃO DO ITIL NAS EMPRESAS Existem muitos procedimen- tos a serem seguidos para uma implantação do ITIL com sucesso, esse processo pode ser realizado por um servidor interno, local, ou por um serviço em nuvem, conforme citado no tópico anterior. É muito comum trabalhar com um sistema híbrido, no qual parte dos serviços é feita localmente e outra utilizando a Cloud Computing. Para implementar o ITIL, assim como qualquer outro mecanismo de Governança de TI, é preciso tomar uma decisão a respeito disso, uma decisão importante, trabalhosa, mas que trará vários benefícios para a Empresa, conforme estudado nas unidades anteriores. Implementação do ITIL nas Empresas Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 139 Existe toda uma estrutura para a tomada de decisões no negócio, todas essas decisões são baseadas em um direcionamento da Diretoria da Empresa; é pre- ciso especificar sobre quais aspectos estarão relacionados à estratégia. Para tomar decisões baseadas em informações da TI, antes é preciso alinhar uma série de fatores, entre eles: as equipes de liderança em TI, os comitês de arquitetura de software, os conselhos de TI com membros das áreas de negócios em TI, as organizações de processos, o gerente de relacionamento entre negó- cios em TI e a coordenação dos negócios de TI. Quanto mais processos, melhor, pois se reduz a margem de erros, mas quanto mais processos úteis, melhor, pois processos inúteis apenas burocratizam toda a operação. Analisar as estruturas necessárias para tomar decisões é fundamental para iniciar o processo de concepção do ITIL, após isso, buscando fazer a implantação de uma forma eficaz, temos algumas técnicas administrativas também conheci- das como Processos de alinhamento, que são: ■ Processo de aprovação de investimento em TI. ■ Processo de exceções à arquitetura. ■ Acordo de nível de serviço. ■ Cobrança reversa. ■ Acompanhamento de projetos. ■ Rastreamento formal do negócio. ITIL® Qualifications O sistema de qualificação fornece uma abordagem modular do framework ITIL; a certificação é composta por uma série de qualificações com foco em diferentes aspectos da ITIL de melhores práticas para vários graus de pro- fundidade e detalhes. A estrutura em camadas da qualificação oferece flexi- bilidade aos candidatos; as certificações são relativas às diferentes discipli- nas e áreas de ITIL e a capacidade de concentrar seus estudos nas principais áreas de interesse. Fonte: ITIL® Qualifications (online). IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E140 Existe também outro processo que deve ser abordado para a implantação de qualquer Governança de TI, é sobre a comunicação, envolvendo a comunica- ção da alta gerência, comitês formais, o CIO e os portais da web, como forma de compartilhar as informações. Toda essa padronização é seguida à risca buscando maior perfeição na implan- tação do ITIL, seja ele local ou na nuvem. Esses modelos de padronização são procedimentos que exercerão influência direta na qualidade dos resultados obtidos. MELHORIA CONTÍNUA O serviço do ITIL sempre deve estar atualizado, por isso a constante manuten- ção. Ele deve, obrigatoriamente, evoluir junto com a Tecnologia da Informação, pois, conforme for aumentando a infraestrutura da empresa, na mesma frequ- ência será preciso aumentar os serviços ligados a ela. Conhecida pela sigla MCS (Melhoria Contínua do Serviço), está ligada dire- tamente com a análise e revisão dos resultados alcançados dos serviços aplicados, identificando possíveis falhas e melhorias para que os processos de Gerenciamento da Tecnologia da Informação sempre estejam funcionando perfeitamente. Esse processo deve ser registrado e documentado, com o objetivo de salvar todas as alternativas de melhorias, independente do seu impacto ou período, pequeno ou grande, de curto ou longo prazo, armazenando informações impor- tantes com os resultados atingidos com sua implantação, tudo isso seguindo uma prioridade de acordo com a sua relevância. “O ITIL é um agrupamento das melhores práticas utilizadas para o gerencia- mento de serviços de tecnologia da informação de alta qualidade.” Fonte: Abreu (2008, p. 272). Melhoria Contínua Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 141 Sempre é preciso mapear a governança regente, pois, além de tudo, ela é res- ponsável pela padronização de todos os serviços de TI dentro da companhia, assim como as auditorias e seus respectivos mecanismos; os serviços também precisam ser auditados com frequência, tudo com o único objetivo de manter a qualidade do serviço, pois um método pode acabar sobrescrevendo o outro den- tro do gerenciamento do serviço de TI. O modelo de melhoria consiste em saber qual é a visão do projeto, saber quais são seus reais objetivos; é preciso saber também em que fase o projeto está para se ter um ponto de partida e chegada, que é o objetivo final do projeto, por fim, é preciso saber o que fazer para manter e melhorar esse modelo. Para fazer essa medição, o ITIL tem três métricas: ■ Métricas de Tecnologia: são aplicações de desempenho e de disponibili- dade aplicadas ao serviço. ■ Métricas de Processo: são os indicadores de performance e das métricas referentes a um processo. ■ Métricas de Serviço: são o resultado do serviço baseado nas métricas apli- cadas ao Gerenciamento do Serviço de Tecnologia da Informação. IMPLANTAÇÃO DO ITIL Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. VU N I D A D E142 Dentro dos processos de melhoria temos o Ciclo de Deming, conhecido também como Modelo PDCA (Plan Do Check Act), que foi criado por William Edwars. Esse ciclo busca melhorias na posição competitiva e ganho de performance na produtividade, aumentando o nível de maturidade de todo o processo. Para isso, são seguidos quatro estágios, respectivamente: planejar, executar, verifi- car e agir (PEVA). Existem sete passos importantes que também devem ser analisados junto com o PDCA para melhoras no ciclo de vida de um serviço dentro da Governança da Tecnologia da Informação: ■ Identificar a estratégia de melhoria. ■ Definir o que você vai medir. ■ Coletar dados. ■ Processar os dados. ■ Analisar as informações e os dados. ■ Apresentar e utilizar as informações. ■ Implantar melhorias. Tudo pode dar errado! A falta de investimento é um fator relevante para quando o processo é interrompido pela metade ou, simplesmente, é desa- celerado por falta de recursos, assim todo o projeto é prejudicado. Além do investimento financeiro, tem também o investimento humano, pessoas não capacitadas para coordenar um serviço desse porte também podem prejudi- car sua funcionalidade. A governança de TI bem elaborada, funcionando em seu perfeito estado, auxilia consideravelmente na tomada de decisões, desde que seja conduzida pelas pessoas certas envolvidas em todo o processo tecnológico da empresa. Considerações Finais Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 143 CONSIDERAÇÕES FINAIS Vimos que a implantação do ITIL em uma empresa traz vários benefícios que melhoram todo o conjunto de infraestruturada empresa, mas é um pro- cesso árduo, pois exige treinamento, investimento, consultoria e manutenção. Independente de qual ferramenta de Governança de TI você resolver ado- tar, é sempre bom contratar uma empresa especializada no assunto para auxiliar durante todo o processo, pois é trabalhoso e burocrático. Lembrando também que frameworks como a ITL são proprietários, portanto, é necessária a permissão e também, muitas vezes, pagar para obter esse serviço; a ITIL mesmo pertence à empresa Axelos Limited. O capital humano, assim como em toda ferramenta da tecnologia da informa- ção, é de grande importância, pois, para monitoramento, manutenção, atualização, entre outras rotinas, faz-se necessária a intervenção humana; cabe à empresa ter funcionários responsáveis para esse trabalho e cabe ao funcionário sempre se manter atualizado com suas ferramentas de trabalho. O modelo ITIL aplicado como melhores práticas na Governança de TI de uma empresa pode reduzir custos operacionais, reduzir a quantidade de cha- madas e suporte (help desk), diminuir a indisponibilidade dos sistemas, o que aumenta o ROI (Retorno Sobre Investimento), que impacta diretamente a redu- ção dos custos do setor, que não é pequena. O ITIL fornece informações exatas para justificar investimento em TI (grande problema nas empresas), com uma visão clara do portfólio dos serviços direcio- nando a TI para a integração com o negócio alinhado com a estratégia, medindo o desempenho desses serviços baseados no valor do negócio. Portanto, podemos concluir que, independente da forma com que for hos- pedar o ITIL, seja localmente, seja nuvem ou em ambas, o ITIL precisa seguir vários padrões para zelar por sua qualidade. Ter pessoas qualificadas para ope- rar esses serviços é tão importante quanto mantê-los atualizados. 1. Com todo o processo de implantação do ITIL, quem mais se beneficia ao adotá-lo como processo de melhoria contínua? 2. O ITIL pode ser aplicado a quais tipos de Empresas? 3. Qual é o processo que busca alinhar continuamente os serviços de TI com o ne- gócio da Empresa? Explique-o. 145 GOVERNANÇA DE TI EM EMPRESAS DE TECNOLOGIA Mudança programada. Essa frase faz parte do cotidiano de muitos profissionais de TI ao redor do mundo. No entanto, empresas de tecnologia são obrigadas, por necessidade de negócio, a cada vez mais ampliar o seu voca- bulário e acrescentar no dia a dia frases como “entrega contínua”. “Mudança programada” e “entrega contínua” são exemplos inequívocos de que a inovação tem impacto muito grande nas empresas do setor de tecnologia, muito mais do que em empresas de outros setores. Inovações disruptivas podem simplesmente inviabilizar modelos de negócio consagrados como no caso do armazenamento em nuvem que substituiu o armazenamento local. É importante reconhecer que, em empresas de tecnologia, «governança de TI» e «gestão de TI» são frequentemente utilizadas como sinônimos. No entanto, uma das maneiras de diferenciá-las consiste em especializar a «governança» como um olhar externo à empresa que visa garantir que os processos e estrutura organizacionais sirvam para o provimento de valor aos clientes. Já a «gestão» é algo interno à empresa cujo objetivo é garantir que os processos e estrutura estejam implementados com efetividade. Assim, a governança de TI, academica- mente conhecida como governança de engenharia de sistemas, determina como é feita a decisão sobre as demandas e as entregas de TI além da segurança da infor- mação. Para que essa governança mostre valor, alguns pilares necessitam de atenção: arquitetura corporativa, gestão de portfó- lio, gestão de projetos e gestão de riscos da informação. A solicitação de clientes pela utilização de métodos ágeis, e a necessidade constante de a empresa eliminar perdas, traz à governança de TI um pensamento mais enxuto (lean) com a qualidade passando a ser medida durante todo o ciclo de vida de tecnologia e não ape- nas em determinados pontos de controle para verificação de artefatos. O ciclo de vida de tecnologia do Serpro possui cinco fases: aná- lise, prospecção, internalização, sustentação e declínio. A execução dessas fases auxilia a gestão de TI, já que permite verificar as ativi- dades de pesquisa, aquisição, capacitação e implantação de tecnologias no ambiente cor- porativo. Por consolidar essas informações para a tomada da melhor decisão, o ciclo de vida de tecnologia é um dos principais meca- nismos da governança de TI da Empresa. Como um prestador de serviços de tecnolo- gia, o Serpro busca práticas estratégicas de governança de TI que permitam a convivên- cia com os eventos de disrupção tecnológicas tão impactantes nos modelos de negócio. Seguramente há muito mais inovação tecno- lógica sendo criada fora da empresa do que dentro e assim a governança de TI tem um papel fundamental ao criar os mecanismos de decisão para a melhor escolha tecnoló- gica que atenda ao seu negócio. “A governança de TI determina como é feita a decisão sobre as demandas e as entregas de TI além da segurança da informação. Para que essa governança mostre valor, alguns pilares necessitam de atenção: arquitetura corpora- tiva, gestão de portfólio, gestão de projetos e gestão de riscos da informação”. Fonte: Leocádio (online). MATERIAL COMPLEMENTAR Implantando a Governança de TI: da Estratégia à Gestão de Processos e Serviços Vladimir Ferraz de Abreu e Aguinaldo Aragon Fernandes Editora: Brasport Sinopse: Este livro apresenta uma visão integrada e inovadora de Governança de TI que pode ser adaptada para vários ambientes organizacionais. A partir de um modelo genérico, os autores detalham as etapas de planejamento, implantação e gestão da Governança de TI, abrangendo desde o plano do Programa de Governança de TI, passando pelo alinhamento estratégico da TI ao negócio, pela elaboração do Portfólio de TI, pelas operações de serviços de TI, pelos modelos de relacionamento com usuários e fornecedores e, por fim, à gestão do desempenho e do valor da TI. CONCLUSÃO 147 Chegamos ao final de mais uma etapa do nosso curso! Na última unidade, encerra- mos a disciplina de Gestão de Serviços de Tecnologia da Informação. Sendo assim, espero que por meio deste material você possa ter aprendido um pouco mais sobre os conceitos que envolvem a criação e o desenvolvimento dos serviços de TI. Con- forme especificado no início desta disciplina, vimos que um serviço de TI não é ape- nas uma atividade executada por meio de um equipamento, mas que esse serviço tem como característica oferecer e garantir qualidade aos seus usuários. Embora tenhamos o conhecimento de que muitas organizações atuam de maneira desordenada, agindo apenas como “bombeiros”, vimos que um serviço, em geral, nasce de uma necessidade quase sempre para ontem, mas que, por mais urgente que seja essa demanda, todo o processo de desenvolvimento desse serviço precisa e deve ser planejado de forma consciente, tanto por seus idealizadores quanto por seus desenvolvedores. Além disso, é importante ressaltar que a participação efetiva de todos os interessados é fundamental para o bom desenvolvimento desse servi- ço, garantindo a entrega de um produto que agregue valor aos usuários. Dentre as diversas fases que foram apresentadas neste livro, destaco a fase de Me- lhoria Contínua como um ponto muito importante nesse processo, onde não bas- ta apenas desenvolver e implementar o serviço, mas manter seu funcionamento e propor mudanças que permitam atender às novas demandas de seus usuários é fundamental para a longevidade e maturidade desse serviço. Esperamos ter alcançado o objetivo proposto inicialmente e que este material sirva como ferramenta de aprendizado para seus estudos referentes a este tema, que en- volve a maioria dos profissionais da área de tecnologia, por meio de um debate tão amplo e muitas vezes conflitante em alguns aspectos. Se de alguma forma puder- mos ajudar, estaremos à disposição! Muito obrigado pelaatenção disponibilizada e até uma próxima oportunidade! Estude sempre! CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANTONIO, A. M. ITIL: Conceitos para Funções, Processos e Papéis. PMG Academy. Disponível em: <http://www.pmgacademy.com/pt/blog/artigos/itil-conceitos-de- -funcoes-processos-e-papeis>. Acesso em: 13 nov. 2015. ANTONIO, A. M. ITIL Fundation. Salvador: PMG Academy, 2013. CAMPOS, A. L. N. A modelagem de processos com BPMN. Rio de Janeiro: Brasport, 2013. CESTARI FILHO, F. ITIL V3 Fundamentos. Rio de Janeiro: RNP/ESR, 2011. COSTA, A. R.; TALARICO, E. de G. Marketing Promocional. São Paulo: Atlas, 1996. FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. de. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. Rio de Janeiro: Brasport, 2008. 444 p. FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. de. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport Livros e Multimídia, 2014. FERNANDES, A. A.; ABREU, V. F. Implantando a governança de TI: da estratégia à gestão dos processos e serviços. 3. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2012. FREITAS, M. A. dos S. Fundamentos do gerenciamento de serviços de TI. 2. ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2013. ITIL® Qualifications. Axelos. Disponível em: <https://www.axelos.com/qualifica- tions/itil-qualifications>. Acesso em: 05 nov. 2015. KLUMB, R. Service Desk, Posso Ajudá-Lo? Ou Melhor, Você Pode Me Ajudar? REAd. Rev. eletrôn. adm., Porto Alegre, vol. 20, n. 3, Set./Dez. 2014. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-23112014000300823&lang=pt >. Acesso em: 23 out. 2015. LEOCÁDIO, J. Governança de TI em empresas de tecnologia. SERPRO. Disponível em: <http://www.serpro.gov.br/tema/artigos-opinioes/governanca-de-ti-em-em- presas-de-tecnologia>. Acesso em: 21 out. 2015. LUCIANO, E. M.; TESTA, M. G. Controles de governança de tecnologia da in- formação para a terceirização de processos de negócio: uma proposta a par- tir do COBIT. 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Qual a diferença entre cliente e usuário? Portal GSTI. Disponível em: <http://www.portalgsti.com.br/2009/10/qual-diferenca-entre-cliente-e-usuario. html>. Acesso em: 30 jun. 2015. PALMA, F. Requisição de mudança. Portal GSTI. Disponível em: <http://www.portal- gsti.com.br/2012/05/requisicao-de-mudanca.html>. Acesso em: 05 nov. 2015. PALMA, F. F.; MEIRELLES, E. F. Gerenciamento de serviços de TI com base na ITIL V3: implantando boas práticas no IPRAJ e na GDK: dois estudos de caso reais. Salva- dor: UNIFACS, 2008. PORTAL EDUCAÇÃO. Conceito de cliente. fev. 2013. Disponível em: <http://www. portaleducacao.com.br/administracao/artigos/32891/conceito-de-cliente>. Acesso em: 06 set. 2015. SANTO, L. C. dos; BARUQUE, L. B. Governança em Tecnologia da Informação. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2010. TEODORO, A. N.; PRZEYBILOVICZ, E.; CUNHA, M. A. Governança de tecnologia da informação: uma investigação sobre a representação do conceito. Rev. Adm., São Paulo, vol. 49, n. 2, Apr./June 2014. 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Desenhar as arquiteturas tecnoló- gicas, onde seja possível identificar as condições necessárias para operar os servi- ços de maneira consistente. Desenhar os processos de TI e de Gerenciamento de Serviços necessários para suportar o serviço. Desenhar os métodos de medição e métricas de qualidade do processo, voltados para a melhoria continuada. 2. Gerenciamento de Nível de Serviço. Gerenciamento do Catálogo de Serviços. Gerenciamento de Disponibilidade. Gerenciamento de Segurança da Informa- ção. Gerenciamento de Fornecedores. Gerenciamento da Capacidade. Geren- ciamento da Continuidade. 3. Requisitos. Aplicabilidade do serviço. Contratos do serviço. Acordos de Nível de Serviço. Acordos de Nível Operacional. Desenho e Topologia geral do Serviço. 4. Gerenciamento da Capacidade de Negócio, Gerenciamento da Capacidade de Serviço e o Gerenciamento da Capacidade de Recursos. UNIDADE III 1. B 2. C 3. B 4. C 5. D 6. D 7. Central de Serviços, Gerenciamento Técnico, Gerenciamento de Operações e Gerenciamento de Aplicações. GABARITO 151 UNIDADE IV 1. Validar decisões prévias. Direcionar um conjunto de atividades sequenciais para atingir um objetivo. Assegurar a necessidade de ações de melhorias. Intervir e identificar ações corretivas. 2. Qual a visão? Este deve ser o principal fator para a definição tanto do serviço como também da melhoria, pois, por meio dessa visão, podemos entender os objetivos do negócio, incluindo as metas e missão da organização. A visão deve permitir o alinhamento entre o negócio e as estratégias de TI. Onde estamos? Para que possamos alcançar um objetivo ou destino, devemos primeiro nos localizar quanto ao nosso ponto de partida. Nas organizações, essa avaliação deve ser feita de maneira precisa e imparcial, assegurando um diagnóstico con- fiável da atual situação. Onde queremos chegar? Nosso destino está relacio- nado com as prioridades de melhoria de acordo com os objetivos e princípios definidos na visão, ou seja, nesta fase, identificamos para qual nível queremos elevar o nosso serviço. Como chegaremos lá? Com a origem e destino definidos, precisamos iniciar nossa viagem, no entanto esse processo não é tão simples quanto parece, precisamos planejar o percurso. Esse planejamento representa a forma com a qual iremos detalhar o plano de Melhoria Contínua do Serviço, com o intuito de alcançar a maior qualidade do serviço mediante os processos de Gerenciamento de Serviços de TI. Já chegamos? Após iniciado o processo de melhoria, devemos verificar se as medições e métricas que foram definidas estão garantindo o alcance das metas estipuladas, se durante o processo fo- ram ocasionadas poucas situações de não conformidades e, principalmente, se os objetivos e prioridades da organização foram cumpridos adequadamente. Como manter? Por fim, devemos assegurar que o processo de melhoria seja mantido. Isso significa que as atividades e o comportamento adotados durante o processo de melhoria se tornem ações incorporadas à organização. 3. Definir o que deve ser medido: embora o processo de melhoria aconteça após a implementaçãodo serviço, definir o que deve ser mensurado é uma informa- ção que precisa ser identificada no início do ciclo de vida do serviço, nas fases estratégicas e de desenho do serviço. Este passo tem como principal objetivo definir as condições ideais para o negócio. Definir o que pode ser medido: dife- rente do que foi citado acima, em que o foco é a situação ideal para o negócio e para a TI, definir o que pode ser medido está diretamente relacionado com a realidade da empresa, ou seja, aquilo que de fato pode ser mensurado de acor- do com as informações declaradas no passo anterior. Coletar dados: a coleta de informações deve acontecer por meio de operações de serviços, conside- rando as diversas fontes com base em metas e objetivos identificados. Essas in- formações devem fornecer subsídios para que possamos responder perguntas como: Quem, Como e Quando? Processamento de dados: nesta etapa, os dados coletados deverão ser processados e alinhados, considerando os fatores críti- cos de sucesso. O ideal durante esta etapa é processar dados de várias fontes GABARITO diferentes, aumentando a capacidade de contextualização dos dados a serem comparados. Análise das informações e dados coletados: após realizar a coleta e o processamento de dados e informações obtidas, o próximo passo é analisá- -los de maneira que possamos transformar a informação coletada e processada em conhecimento. Durante esse período, podem ser identificadas tendências, ações corretivas, relações e influências internas e externas dentro da organiza- ção, entre outros fatores. Apresentação e utilização das informações: esse próxi- mo passo irá definir o que de fato será melhorado. Durante esta etapa, devemos utilizar todo o conhecimento adquirido, destacando os principais pontos por meio de relatórios, planos de ação e avaliações que definam as oportunidades a serem exploradas. Implantação das melhorias: por fim, chegamos à etapa na qual as oportunidades de melhoria identificadas são transformadas em ações corretivas e soluções para serem implementadas, visando à otimização dos ser- viços e processos. Embora seja apresentado como sendo o último passo desse ciclo, é importante ressaltar que, após o encerramento de um ciclo, um novo ciclo deve ser iniciado. 4. Identificação de oportunidades de melhoria dos serviços, processos, ferramen- tas etc. Redução do custo da prestação de serviços, mantendo o alcance dos resultados esperados pela organização. Identificação do que precisa ser medi- do, analisado e relatado para que as oportunidades de melhoria possam ser es- tabelecidas. Revisão contínua dos serviços para garantir que eles permaneçam correspondendo com os requisitos de negócio, continuamente alinhado e rea- linhado à prestação de serviços. Compreender de fato o que deve ser medido e por que medir, definindo de maneira criteriosa o resultado esperado. UNIDADE V 1. O maior beneficiário é a Empresa contratante, é quem fará uso do serviço do ITIL, pois, como vimos, ele traz grandes benefícios como: reduzir custos ope- racionais, reduzir a quantidade de chamadas e suporte (help desk), diminuir a indisponibilidade dos sistemas, o que aumenta o ROI (Retorno Sobre Investi- mento). 2. Qualquer empresa que faça uso da Tecnologia da Informação, independente do seu tamanho ou faturamento, pois seu objetivo é implementar melhorias no processo de Serviços de TI. 3. É o Processo de Melhoria Contínua de Serviço, que sempre é atualizada confor- me demanda, buscando melhorias em todas as rotinas que envolvem a TI. UNIDADE I GOVERNANÇA DE TI E GESTÃO DE SERVIÇOS DE TI Introdução Conceitos Básicos de Governança de TI Principais Bibliotecas de Boas Práticas para Gestão de TI A Itil e a Gestão de Serviços de TI Clientes e Serviços Internos Clientes e Serviços Externos Considerações Finais UNIDADE II ESTRATÉGIA E DESENHO DOS SERVIÇOS DE TI Introdução Estratégia De Serviço Desenho de Serviço Aspectos do Desenho de Serviço Componentes do ITSM Pacote de Desenho de Serviço Gerenciamento de Serviços na TI Considerações Finais UNIDADE III TRANSIÇÃO E OPERAÇÃO DE SERVIÇOS Introdução Transição de Serviços de TI Operação de Serviços de TI Considerações Finais UNIDADE IV MELHORIA CONTÍNUA DOS SERVIÇOS DE TI Introdução Melhoria de Serviço Continuada Modelo de Melhoria Princípios e Processos da Melhoria Continuada Importância da Medição Considerações Finais UNIDADE V IMPLANTAÇÃO DO ITIL Introdução Recapitulação Aplicação do ITIL Desenho do ITIL na Prática ITIL Como um Serviço na Nuvem Implementação do ITIL nas Empresas Melhoria Contínua Considerações Finais Conclusão Referências GABARITO