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A QUÍMICA NA AGRICULTURA: PERSPECTIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE 
TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS – Resenha crítica 
 
 Em âmbito mundial, há uma preocupação crescente em relação a questão ambiental e 
produção sustentável, as mudanças climáticas acederam um sinal de alerta para a necessidade 
de mudanças em um futuro próximo. A química tem papel essencial na produção de alimentos 
e com isso, também há a responsabilidade em encontrar novas estratégias para uma produção 
sustentável, visto que a agricultura moderna está altamente ligada a utilização de insumos e 
defensivos agrícolas, afim de garantir níveis de produção esperados. A ecologia química seria 
o ramo da química, que possui caráter multidisciplinar e visa a compreensão das relações entre 
organismos de uma mesma espécie e de espécies distintas, que são mediadas através de 
compostos químicos, como os feromônios por exemplo. Quando se considera a ecologia 
química de insetos, área que compreende o controle das pragas agrícolas, há uma crescente 
necessidade de encontrar tecnologias mais sustentáveis para o controle de espécies invasoras 
de culturas comerciais, para garantir uma produção que agrida menos agressiva ao ambiente. 
 A população mundial aumentou nas últimas décadas e a taxa de produção de alimentos 
deveria acompanhar a demanda e como tal não vem acontecendo, há uma crise alimentar que 
tende a piorar com o decorrer do tempo. Aumentar a produção agrícola encontra diversos 
empecilhos, pois esse aumento não pode ser feito a custa de desmatamento de áreas de florestas 
e vegetação natural, de forma indiscriminada, pois há prejuízo ambiental ao alterar esses 
ambientes. Como empecilho ao incremento da produção agrícola há ainda a competição por 
áreas com a produção pecuária, a área escolhida deve estar apta a sustentar uma produção, 
devendo oferecer clima e solos adequados a atividade agrícola. A possibilidade que se apresenta 
viável ao aumento da produção de alimentos, sem que haja prejuízo ambiental demasiado é 
aumentar a produtividade das áreas já destinada ao cultivo agrícola, aumentar a produção/área, 
sem que haja necessidade de utilizar novos espaços. 
 O aumento dos índices de produtividade agrícola demanda o desenvolvimento de novas 
tecnologias e aprimoramento de tecnologias já existentes. A inovação tecnológica deve levar a 
um incremento na produtividade que gere modelos mais sustentáveis de produção e para que 
essa ocorra deve haver interligação de diversos fatores como : (1) ciência e tecnologia, (2) meio 
ambiente e (3) fatores econômicos e sociais, não sendo possível alcançar os objetivos sem que 
haja mudanças em todos os fatores que influem na produção sustentável 
 A química e a produção agrícola andam juntas há algum tempo e um exemplo de 
aplicação de conhecimentos ligados a química na produção agrícola pode ser os pesticidas 
agrícolas e insumos como fertilizantes. Os pesticidas são compostos químicos utilizados na 
agricultura para o controle de pragas que levem a prejuízos nas plantações comerciais, sendo 
elas insetos, plantas invasoras ou fitopatologias, como infecções por fungos por exemplo. 
 Os primeiros pesticidas sintéticos utilizados na produção revolucionaram a produção 
agrícola, por permitir um resultado rápido no controle de pragas agrícolas, porem já se sabe 
atualmente que estes são nocivos a saúde humana e ao meio ambiente, sendo que os resultados 
nocivos do uso de pesticidas apareceram em um tempo relativamente curto após a sua 
descoberta e com isso a necessidade de desenvolver opções mais sustentáveis também surge. 
Os prejuízos a saúde e ambiente causado por compostos organofosforados e hidrocarbonetos 
clorados incluem contaminação de solos e fontes de água e intoxicações de organismos 
humanos ou não, que não eram o alvo de ação do composto. 
 Os novos compostos desenvolvidos para substitui os primeiros pesticidas, apesar de 
apresentarem menor capacidade de contaminação de solo e agua, serem mais específicos quanto 
ao alvo de ação, com intuito de diminuir prejuízos ambientais e para a saúde, ainda apresentam 
efeitos adversos de importância, sendo que seu uso inadequado ou excessivo pode ainda levar 
ao surgimento de resistência por parte o inseto ou surgimento de pragas secundarias, oriundas 
do desequilíbrio causado ao eliminar um grande números de organismos de uma determinada 
região. 
 Uma alternativa ao uso de pesticidas sintéticos seria a aplicação de compostos naturais, 
oriundos das próprias plantas, que desenvolveram ao longo da sua evolução mecanismos de 
defesa a predação dos herbívoros, podendo apresentar compostos levais ou repelentes aos 
insetos que atuam como pragas agrícolas, esses pesticidas e repelentes naturais são de origem 
do próprio metabolismo vegetal, sendo determinados metabolitos secundários de plantas e 
constituindo uma opção viável ao controle sustentável das espécies invasoras em culturas 
agrícolas. 
 Além dos metabolitos secundários de plantas, há outra opção também encontrada na 
natureza, os feromônios produzidos pelos insetos. Nos insetos a produção dos feromônios tem 
como intuito permitir a comunicação dentro de uma espécie, sendo importantes no habito 
reprodutivo das espécies, pois são utilizados pelos insetos para atrair possíveis parceiros 
sexuais. A partir do conhecimento sobre feromônios foi possível o desenvolvimento de 
moléculas similares e sintéticas, com intuito de permitir monitorar o grau de invasão das pragas 
agrícolas em determinada área, que permite uma escolha consciente sobre o momento de 
intervir e ainda com o objetivo de diminuir a população de insetos presentes na área através da 
diminuição da reprodução deste naquela área. Apesar de a técnica se mostrar promissora, é 
necessário maiores estudos sobre seus impactos e mecanismos de funcionamento, através de 
um esforço multidisciplinar, avaliando a eficiência desses em diferentes populações 
geográficas, que podem não ser uteis ao variar de região, devido a diferenças genéticas e 
fenotípicas que diferentes populações apresentam. 
 Outra tecnologia implementada no controle de pragas agrícolas tem sido a indução de 
produção de metabolitos secundários da planta, um dos mecanismos de defesa vegetal a 
predação de insetos. Os compostos produzidos pela planta para sua defesa podem ter 
mecanismos diretos e indiretos, sendo que a forma direta ocorre pela dificuldade de digestão 
através da inbicição de proteases e a indireta pela produção de compostos voláteis que seriam 
atrativos a predadores naturais dos insetos. Esses compostos produzidos naturalmente pelas 
plantas podem ser induzidos apartir da aplicação de compostos químicos, através de um 
mecanismo denominados priming, que permite a planta uma resposta frente a herbivoria. Tais 
como em outras técnicas, utilizar a indução de produção de compostos metabolitos secundários 
para inibir insetos necessita de maiores estudos, pois a formulação desses compostos é 
complexa e seu sucesso influenciado por diversos fatores. 
 Outras estratégias podem ser adotadas, como a utilização de plantas geneticamente 
modificadas, que seriam resistentes a determinadas espécies de insetos, que são alteradas 
geneticamente afim de permitir que a planta expresse características desejáveis e dessa forma, 
protegidas da herbivoria. Tal pratica pode encontrar problema como a cooadaptação dos insetos, 
tornando se capazes de predar plantas geneticamente modificadas, sendo necessário maiores 
estudos quando a produção de plantas transgênicas e seu impacto há biodiversidade e reais 
benefícios a longo prazo. Diversos países ainda são resistentes a utilização e comercialização 
de plantas transgênicas, devido a falta de conhecimento quanto aos efeitos futuros do consumo 
destas a saúde humana e ambiental, constituindo uma barreira que impediria a aplicação da 
tecnica, pois não há como produzir se os compradores não irão produzir e vencertal obstáculo 
seria possível a partir da obtenção de maiores informações, bem como adaptação da tecnologia 
utilizada apartir desses novos conhecimentos, permitindo o desenvolvimento de técnicas cada 
vez mais segura, que permitam aumento da produtividade das lavouras, sem prejuízos graves a 
biodiversidade, recursos naturais e saúde humana.

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