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AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INOVAÇÃO E 
SUSTENTABILIDADE 
ECONÔMICA E SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Dálcio Roberto dos Reis Júnior 
 
 
 
2 
TEMA 1 – IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO 
Empresas que inovam mais geram melhores resultados e são mais 
competitivas. Certamente já ouvimos essa frase em alguma aula, palestra, em 
algum podcast ou em algum livro que tenha lido sobre o assunto. E o motivo para 
ela ser tão reproduzida é muito simples, pois ela é a mais pura verdade. 
Contudo, a despeito da veracidade da afirmação, ouvir essa frase de forma 
solta pode nos gerar mais dúvidas do que certezas, e pouco pode nos ajudar a 
implementar ações de fato. 
É muito importante compreendermos ao menos um pouco do contexto em 
que essa frase se aplica, entendendo como a inovação funciona e por que ela é 
tão importante no mercado competitivo que hoje faz parte do nosso cotidiano. 
Nesse momento, se faz necessário um breve resgate histórico. Há algumas 
décadas, a competitividade no mercado se dava de forma diferente em relação 
aos dias de hoje. A competição entre produtos e serviços de dava, 
prioritariamente, por disputa de preço. A regra era: quem vendia mais barato, 
vendia mais. 
Aos poucos, sem diminuir a importância do preço e o processo de decisão 
de compra, outro importante fator começou a ganhar destaque, a qualidade. Na 
prática, os consumidores continuaram pesquisando preços justos, mas muitos já 
aceitavam pagar um pouco mais por produtos ou serviços que notadamente eram 
tidos como de maior qualidade em relação aos concorrentes. Esse período 
coincide com o “boom” da qualidade, com o surgimento de vários ISOs, que são 
certificadoras de qualidade. 
Juntamente com o preço e a qualidade, um novo fator começa a se 
apresentar como um sendo importante para o processo de decisão de compra de 
muita gente. Já nos anos 2000, muitas pessoas começam a aceitar pagar mais 
caro por um produto ou serviço novo, diferente, exclusivo, que o surpreenda, com 
novos atributos ou funcionalidades. Estamos falando da inovação, propriamente 
dita. 
 
 
3 
 
Crédito: maxsattana/Shutterstock. 
Naturalmente, importa esclarecer que, em nenhum momento, o preço ou 
qualidade deixaram de ser importantes. Apenas são fatores que foram se 
somando na mente dos consumidores na sua decisão de adquirir ou não 
determinado bem ou serviço. Importa também ressaltar que os períodos em que 
isso aconteceu também não são exatos. Não há uma data em que a qualidade ou 
a inovação começaram a ser importantes. Eram apenas tendências que, aos 
poucos, foram se concretizando. 
Conseguimos, portanto, explicar brevemente como a inovação passou a 
fazer parte do nosso dia a dia, suportando o nosso processo de decisão de 
compra, em maior ou menor grau. 
Contudo, atualmente muitos já consideram a inovação não mais um 
diferencial competitivo, mas uma questão de sobrevivência. Evidentemente essa 
percepção varia muito de acordo com o ramo que uma empresa atua e o mercado 
na qual está inserida. Vamos apresentar, a seguir, quatro motivos pelos quais é 
importante competir por meio da inovação, independentemente de quaisquer 
outros fatores. 
1. Quando há aumento de concorrência: quanto mais empresas diferentes 
estão brigando pelo mesmo mercado, mais importante a diferenciação 
entre produtos e serviços se torna. Afinal de contas, o que leva um cliente 
a comprar determinado produto na empresa A e não na B? 
https://www.shutterstock.com/pt/g/max+sattana
 
 
4 
2. Quando há evolução tecnológica constante: empresas que atuam em 
setores cujas tecnologias centrais evoluem constantemente também 
devem ter a inovação como parte das suas rotinas. Não seria bem-sucedida 
uma indústria automobilística que não acompanhasse a evolução das 
milhares de tecnologias que compõem os seus produtos, no caso, 
automóveis, por exemplo. 
3. Quando há similaridade de produtos: já passamos pela sensação de entrar 
em uma loja de varejo, por exemplo, para comprar uma televisão e, no 
primeiro olhar, todas nos parecerem iguais, independentemente da marca, 
e terem preços semelhantes. Pois então, essa é a similaridade de produtos. 
Nesse tipo de situação, provavelmente a nossa decisão de baseará na 
habilidade do vendedor de nos apresentar as tecnologias e as 
funcionalidade presentes em cada aparelho. 
4. Quando há similaridade de serviços: imaginemos que, em um sábado à 
noite, junto de nossa família, resolvamos comer uma pizza. Existem 
diversas possibilidades de serviços para saciar o nosso desejo. Podemos 
ir até o restaurante, pedir por telefone e ir buscar, pedir pelo aplicativo, pelo 
site, por aplicativos de mensagens, por redes sociais, e por aí vai. É 
interessante perceber como um simples serviço pode ser feito por meio de 
inúmeros meios diferentes. É a inovação em serviços, muitas vezes 
negligenciada por muitas empresas. Além disso, ainda que a pizza seja 
uma delícia, se o serviço que traz ela até nós for ruim, a nossa percepção 
sobre a qualidade do produto tende a cair. 
Esses são os pontos iniciais de nossos estudos. É essencial entendermos 
a importância da inovação nos dias de hoje e como podemos usá-la como uma 
arma competitiva. Não a negligenciemos. Ela pode ser o diferencial entre o 
sucesso de uma empresa e o seu completo fracasso. 
TEMA 2 – CONCEITOS E TEMAS CORRELATOS 
“Inovação” é uma palavra muito comum nos dias de hoje e utilizada até de 
forma meio relapsa em alguns casos. É comumente associada a coisas diferentes, 
novidades, invenções, mudanças, entre outros. 
Mas o que, de fato, significa inovação? 
Existem diversos conceitos para esse termo na literatura. Uma simples 
busca em qualquer site de busca nos presenteará com dezenas de conceitos de 
 
 
5 
inovação. Todos, naturalmente, têm seu valor e, em conjunto, nos ajudarão a 
compreender o tema em toda a sua amplitude. 
Todavia, escolhemos para nossos estudos o conceito de inovação 
apresentado no Manual de Oslo, em sua terceira edição, de 1997. Caso 
busquemos sobre o tema na internet, veremos que o Manual de Oslo teve a sua 
quarta edição publicada em 2018 e pode estranhar porque não utilizamos a versão 
mais nova do conceito. Isso é porque não houve grandes mudanças conceituais 
sobre esse tema na última edição e, particularmente, consideramos a definição 
apresentada na terceira edição mais didática. 
Segundo o Manual de Oslo (OCDE, 1997), inovação é: 
A implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou 
significativamente melhorado, ou um processo novo ou 
significativamente melhorado, ou um novo método de marketing, ou 
significativamente melhorado ou um novo método organizacional, nas 
práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas 
relações externas. 
Agora, convidamos todos para conhecerem o conceito aos poucos. A 
primeira palavra que nos chama a atenção é “implementação”. Ela significa que 
uma inovação só pode ser assim entendida após a implementação e o aceite do 
mercado em relação ao produto, serviço ou processo. Isso significa que um 
projeto, uma ideia, um protótipo, ou qualquer termo do tipo não pode ser 
considerado uma inovação nesse estágio. 
O segundo ponto de atenção para compreendermos o conceito é a 
separação de produto como “bem” ou “serviço”. Trata-se de um esclarecimento 
meramente cultural. No Brasil, temos de forma clara a diferença entre produto 
(algo tangível) e serviço (algo intangível). Contudo, em muitos países, 
principalmente na Europa, há o costume de chamar tudo de produto, ou produto-
bem e produto-serviço. É algo meramente cultural, ok? 
Outro ponto que merece a nossa atenção é a parte “novo ou 
significativamente melhorado”. O quanto algo deveria melhorar para essa 
melhoria ser considerada significativa? 
Enquanto o novo se caracteriza pelo ineditismo completo, o 
significativamente melhorado pode ser entendido como sendo o acréscimo de 
uma nova funcionalidadeou atribuição a produto, serviço ou processo em 
questão. Por exemplo, imaginemos que somos dono de uma indústria que fabrica 
copos de plástico na cor branca e passamos a fabricar também copos na cor azul. 
O acréscimo de um modelo de outra cor, mas com as mesmas finalidades e 
 
 
6 
atribuições do primeiro copo, não caracteriza uma inovação, pois não houve uma 
melhoria significativa. 
Agora, imaginemos que passamos a fabricar, além do simples copo branco, 
um copo com propriedades termais, ou que apresente uma alça ergonômica, por 
exemplo. Nesses casos, houve o acréscimo de uma funcionalidade, uma 
atribuição que o copo anterior não tinha. Pois bem, essa é a melhoria significativa 
descrita no conceito. 
Agora que já compreendemos o conceito principal, vamos apresentar outro 
conceito correlato que aparecerá com certa frequência em nossos estudos: 
tecnologia. 
Temos um conceito muito próprio e simplista sobre tecnologia, mas que 
certamente nos ajudará a compreender esse tema. Tecnologia é um termo que 
quase todos nós usamos, mas poucos sabem definir do que se trata. 
Entendemos tecnologia como sendo um tripé composto por ciência, técnica 
e meios. Isso posto de forma organizada, deve gerar algo útil para a sociedade. 
Entendamos ciência como todo o conhecimento produzido pela 
humanidade, colocado de forma organizada, documentada e que seja 
reproduzível. Meios são os insumos para se fazer algo, a matéria-prima 
necessária, por exemplo. Por fim, técnica é a habilidade pessoal de alguém para 
fazer algo, o famoso know-how. 
Vamos para um exemplo. Ao olharmos para o nosso celular, que 
provavelmente está na nossa mão ou próximo de nós. Tem ciência nele? Claro 
que sim! Muito conhecimento de diversas áreas está presente aí, engenharia, 
matemática, física, entre outras. 
E os meios, quais são? São o metal, o plástico, o vidro, bem como todas 
as ferramentas necessárias para construir esse aparelho. E a técnica? 
Concordamos que não é qualquer um que sabe construir esse aparelho? Será 
que se nos dessem o manual (ciência) e as peças (meios), saberíamos montar 
esse aparelho? Provavelmente não. Pois bem, essa é a técnica, a habilidade de 
alguém para fazer isso. Quanto à utilidade de um celular para a sociedade, 
entendemos não ser necessário investir muitas linhas nisso. 
Agora, será que a tecnologia está só nessas máquinas modernas? 
Imaginemos um pão de queijo. Tem ciência aí? Claro que sim, materializado na 
receita. Tem meios? Queijo, sal, fermento e muitos outros. Exige técnica para 
 
 
7 
fazer? Lógico, se tentarmos fazer um pão de queijo pela primeira vez podemos 
não acertar de primeira. É útil à sociedade? Evidentemente! 
Então podemos dizer que há tecnologia em um pão de queijo? Sim, o que 
mostra que a tecnologia está em praticamente tudo ao nosso redor. 
 
Crédito: TheCatEmpire Studio/Shutterstock. 
TEMA 3 – DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E INOVAÇÃO 
Inovação e sustentabilidade são temas em constante evolução. Ambos 
buscam não somente abordar os desafios socioambientais globais, mas também 
transformar os problemas da sociedade em negócios, ao mesmo tempo que 
consegue resolvê-los. Dessa união surgiu o termo “inovação sustentável”. Vamos 
explorar mais profundamente os conceitos e as dimensões da inovação 
sustentável delineando os desafios e oportunidades que surgem nessa jornada 
em direção a um futuro mais sustentável e, ao mesmo tempo, mais tecnológico e 
inovador. 
A inovação sustentável transcende a simples mitigação dos impactos 
ambientais, reconhecendo a interconexão entre sistemas econômicos, sociais e 
ambientais, o triple bottom line, sobre o qual conversaremos mais à frente. 
Portanto, a inovação sustentável implica a criação de valor não somente 
econômico, mas também ambiental e social, de forma integrada. Dessa forma, a 
inovação sustentável opera em qualquer mercado e em qualquer contexto. 
A adoção de tecnologias de ponta é uma premissa indispensável para o 
desenvolvimento sustentável. Isso inclui o desenvolvimento e a implementação de 
tecnologias limpas e eficientes, como energia renovável, biotecnologia e 
armazenamento de carbono, por exemplo. Entretanto, mais do que adotar 
tecnologias de ponta, a sustentabilidade tem se tornado, ao longo do tempo, 
https://www.shutterstock.com/pt/g/AntonioSolano
 
 
8 
quase um padrão organizacional. A inovação sustentável requer mudanças 
significativas nas estruturas organizacionais e institucionais. Isso envolve a 
adoção de práticas de governança transparentes, a inclusão de stakeholders na 
tomada de decisão e o desenvolvimento de modelos de negócios que incorporem 
considerações ambientais e sociais. 
Além de incentivar a adoção de tecnologias e algumas mudanças 
organizacionais, a sustentabilidade também tem, ao longo do tempo, alterado 
alguns comportamentos na sociedade. Isso pressupõe a adoção de alguns 
valores culturais e éticos que orientam a inovação sustentável. Isso envolve 
promover a equidade, a diversidade e a inclusão social, bem como respeitar os 
conhecimentos e as práticas tradicionais das comunidades locais. 
Em resumo, podemos entender que a inovação a “qualquer preço” já está 
com os dias contados. Naturalmente, esse processo ainda é lento, mas já temos 
indícios suficientes para entendermos que ou a inovação passa a ter a 
sustentabilidade como um de seus pilares centrais ou está fadada ao fracasso. 
Uma das formas de entendermos isso melhor é o conceito do “Triple Bottom 
Line”, de Elkington (1997), que enfatiza a importância de avaliar o desempenho 
das organizações não somente em termos econômicos, mas também em termos 
ambientais e sociais. Isso levou a uma mudança paradigmática na forma como as 
empresas medem e relatam seu impacto na sociedade e no meio ambiente. 
Agora que já aprendemos como a inovação sustentável se apresenta e 
como ela é importante no mercado atualmente, vamos ver o outro lado da moeda, 
os desafios de buscar o desenvolvimento e as inovações sustentáveis na nossa 
organização. 
O primeiro desafio é a inércia organizacional e as barreiras a mudanças. A 
resistência à mudança por parte das pessoas e das instituições pode dificultar a 
adoção de práticas inovadoras e sustentáveis. Nós vamos ver por que isso ocorre 
mais à frente em nossos estudos, mas saibamos desde já que esse é um dos 
maiores, se não o maior, desafio. 
O segundo grande desafio é a complexidade dos problemas 
socioambientais: apesar do termo “inovação sustentável” ter um foco diferente, 
muitas dessas inovações buscam solucionar problemas vinculados ao meio 
ambiente, por exemplo. Contudo, a complexidade desse tipo de problema acaba 
inibindo muitas iniciativas nesse sentido. Isso ocorre pelo alto risco atrelado ao 
investimento nesse tipo de solução. 
 
 
9 
O terceiro problema é um paradoxo: a equidade e a justiça. Ao mesmo 
tempo que a inovação sustentável deve promover ambientes igualitários e justos, 
muitas soluções inovadoras nem sempre beneficiam igualmente todos os grupos 
sociais, podendo perpetuar desigualdades e injustiças. 
Apesar desses desafios, a inovação sustentável também oferece 
oportunidades significativas para criar um futuro mais equitativo e sustentável. 
Avanços em áreas como inteligência artificial, biotecnologia e economia circular 
estão ampliando o leque de possibilidades para abordar os problemas 
socioambientais de forma inovadora e eficaz. 
 
Crédito: Dee Karen/Shutterstock. 
TEMA 4 – TIPOS DE INOVAÇÃO 
Agora que já aprendemos o conceito de inovação, os motivos pelos quais 
ela é importante e após fazermos um breve resgate histórico, vamos começar a 
nos aprofundar desse tema tão importante para a competitividade das 
organizações contemporâneas. Nossa proposta é começarmos a entender, a 
seguir, algumas classificações da inovação, as diferentes formas de intensidade, 
de tipos, de escala, entre outras. 
A primeira classificação é em relaçãoà intensidade. Existem três escalas 
convencionadas para isso, a inovação incremental, a inovação radical e a 
inovação disruptiva. As duas primeiras foram preconizadas pela Manual de Oslo, 
já referenciado anteriormente. A terceira escala foi criada pelo Professor Clayton 
Christensen, Professor da Universidade de Harvard e autor do livro O dilema da 
inovação (2011), no qual ele apresenta, entre outros conceitos, a definição de 
inovação disruptiva. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/Dee60141735
 
 
10 
Vamos, então, partir do início e compreender o que é a inovação 
incremental. 
4.1 Inovação incremental 
O termo “incremental”, por si só, é autoexplicativo, mas mesmo assim 
carece de alguns cuidados. Trata-se da adição de um novo atributo ou uma nova 
funcionalidade a um produto, processo ou serviço já existente, sem alterar a 
tecnologia principal e sem, necessariamente, tirar a tecnologia anterior do 
mercado. 
Vejamos o seguinte exemplo. 
 
Fonte: Reis Júnior, 2021. 
Percebamos o primeiro produto. É uma cafeteira simples e que 
provavelmente temos, ou tivemos, em casa. Coloca-se água no pó de café e o 
café sai pronto, como todos nós conhecemos. 
Agora, vamos observar a imagem seguinte. Nota-se claramente a adição 
de algumas funcionalidades novas no produto, como uma medida na lateral, um 
compartimento de metal para manter a bebida quente, entre outros. Todavia, a 
tecnologia central principal permanece a mesma, sem alteração. 
Observemos o terceiro objeto, novamente se acrescentam a ele diversos 
atributos novos, mas sem a mudança da tecnologia. No quarto, a mesma coisa. 
Essa é a inovação incremental. Há a adição de novas funcionalidades, mas 
sem alterar a tecnologia principal (em todas, a água continua passando pelo pó 
do café) e, principalmente, sem retirar nenhum desses produtos do mercado. 
Todas essas cafeteiras têm seu público e são amplamente aceitas por diversos 
tipos de consumidores. 
Notemos, então, que são três as principais características da inovação 
incremental: (1) a adição de novas funcionalidades, a manutenção da tecnologia 
principal e permanência no mercado de todos os modelos daquele tipo de produto. 
 
 
11 
4.2 Inovação radical 
A inovação radical, como o nome diz, é a mudança total da tecnologia 
utilizada para determinado fim. O exemplo a seguir vai deixar tudo mais claro. 
 
Fonte: Reis Júnior, 2021. 
Vamos falar de uma tecnologia amplamente utilizada por todos nós, quase 
que diariamente: o transporte e armazenagem de arquivos. 
Na década de 1980 e no início dos anos 1990, a melhor tecnologia para o 
transporte de arquivos era o disquete. Muitos de nós vão se lembrar dele, outros 
nem vão saber do que se trata. 
Os famosos disquetes foram utilizados por muitos anos, mas eram 
extremamente frágeis, com pouca capacidade de armazenagem e de difícil 
transporte. Só para ter uma ideia, uma simples música, dessas que temos em 
quantidade em nosso celular, necessitava de três disquetes para ser armazenada. 
Nada prático, não? 
Movido por essas limitações, a indústria logo apresentou o CD como forma 
de transportar arquivos. Com mais capacidade, logo ganhou o gosto popular e, 
acabou, em pouco tempo, tornando o disquete completamente obsoleto, tanto que 
sumiu do mercado. 
Percebamos aqui uma grande diferença entre a inovação incremental e a 
radical. Na segunda, houve uma ruptura tecnológica abrupta, que fez o antecessor 
sumir (ou reduzir muito) o seu mercado. 
O CD também não durou muito e logo foi substituído pelo DVD. Com mais 
capacidade e com possibilidade de inserir e remover os arquivos gravados (visto 
que o CD, após gravado, não possibilitava que arquivos pudessem ser 
removidos), rapidamente tomou o lugar do CD. Após o DVD, veio o pen-drive, 
depois a nuvem e, quem sabe o que virá pela frente. 
Em todos esses exemplos, a tecnologia mudou completamente entre um 
produto e outro, tornando-os obsoletos em um curto espaço de tempo. 
 
 
12 
4.3 Inovação disruptiva 
Vamos observar a figura a seguir. 
 
Fonte: Reis Júnior. 
A inovação disruptiva serve para adicionar uma terceira situação, para 
representar casos que não se enquadravam em nenhuma dos dois anteriores, por 
mais que seja difícil imaginar que isso seja possível. 
Quando anteriormente falamos da inovação radical, mesmo com a ruptura 
tecnológica de um produto para outro, percebemos claramente a sequência 
temporal com que as coisas foram se desenvolvendo, substituindo um ao outro 
ao longo do tempo. A inovação disruptiva ocorre quando há o surgimento de um 
novo produto, serviço ou processo (principalmente os dois primeiros) tão 
revolucionário que não é possível associá-lo a nada anterior a ele. 
Se enquadram nesses casos, por exemplo, a internet, os computadores, os 
satélites, a telefonia. Percebamos que são inovações tão impactantes que 
mudaram até a forma como a sociedade vive, propiciando avanço no 
desenvolvimento mundial, afetando todos nós. 
 
 
13 
TEMA 5 – ABRANGÊNCIA DA INOVAÇÃO 
Assim como os tipos ou o grau de impacto, a inovação também pode ser 
classificada pela abrangência, sendo para a empresa, para o mercado e para o 
mundo. 
Compreender essa classificação é importante para simplificarmos o nosso 
entendimento sobre o tema e percebermos que a inovação, por vezes, está na 
implementação de tecnologias “simples”, mas que podem trazer resultados muito 
significativos. 
Vamos iniciar pela inovação para a empresa. Vamos visualizar uma padaria 
localizada no nosso bairro. Aquela bem tradicional e sem nada que chame muito 
a atenção em termos de inovação. Em um determinado momento, o padeiro 
percebe que precisa aumentar a sua produtividade diante da crescente demanda 
por pãezinhos pela manhã. Ele faz uma breve pesquisa e descobre que pode 
adquirir um novo forno para isso, melhor e mais potente. Contudo, esse forno já 
tem muitos anos de mercado e já foi adotado por quase todas as padarias da 
cidade. Será que esse padeiro, ao adquirir esse forno e implementar na sua 
padaria, está inovando, de fato? A resposta é sim. O fato de o forno já ser uma 
tecnologia muito conhecida não altera o fato de que, para a empresa, é uma nova 
tecnologia e agregará muito na produtividade, na competitividade e, 
consequentemente, no faturamento dessa padaria. Esse é a inovação para a 
própria empresa. Lembre-se de que o conceito de inovação do Manual de Oslo, 
apresentado anteriormente, em nenhum momento salienta a obrigação do 
ineditismo no seu conceito. 
Já a inovação para o mercado representa algo mais amplo. Voltemos para 
a mesma padaria do exemplo anterior. Só que, agora, essa padaria é claramente 
a melhor do bairro. Tudo do melhor em termos de produtos e serviços 
encontramos lá. Um dia, o dono dessa padaria, sentindo a necessidade de manter 
a sua liderança no mercado, visita uma feira internacional na China e conhece 
uma determinada tecnologia inédita por aqui, uma máquina de fazer pães capaz 
de produzir 50% a mais do que qualquer máquina existente por aqui. Ele, então, 
resolve trazê-la e implementar na sua padaria, alavancando seus resultados. 
Percebamos que, nesse segundo exemplo, a tecnologia é inédita no mercado de 
atuação da padaria. Isso é a inovação para o mercado, quando uma tecnologia já 
 
 
14 
existia em um mercado distinto àquele de atuação da empresa, mas é considerado 
inédito no mercado atendido por ela. 
Por último, temos a inovação para o mundo. A termo de certa forma já é 
autoexplicativo. Trata-se de uma inovação inédita para o mundo todo. Nesse caso, 
pressupõe-se o ineditismo. Entretanto, é importante percebermos que o 
entendimento não é tão óbvio quanto parece, pois o ineditismo tecnológico não 
pressupõe que o produto ou serviço que o detém seja vendido ou ofertado no 
mundo todo. Vamos ver um exemplo para melhorar o nosso entendimento. 
Há alguns anos, em Roraima, no norte do país, em um breve curso de 
inovaçãopara pequenos empreendedores locais, uma senhora, dona de uma 
barraca de venda de açaí na praça central da cidade, fez um breve relato 
espontâneo. Ela contou que, apesar de vender muito açaí para os adultos, o 
mesmo não era muito aceito pelas crianças, mesmo com a insistência dos pais 
em tentar implementar esse alimento em razão de suas qualidades nutritivas. 
Testemunhando o desespero das mães nesse processo, essa senhora acabou 
desenvolvendo o açaí em pó, que poderia ser colocado no preparo de outros 
alimentos, como o feijão, por exemplo, sendo consumido pelas crianças sem ao 
menos elas terem conta disso. 
Após uma breve pesquisa, descobrimos que essa tecnologia não existia 
em nenhum lugar do mundo, era inédita. Muito provavelmente, essa senhora vai 
vender isso apenas para o seu pequeno público local, na praça, e não distribuir 
no mundo todo. Mesmo assim, estamos diante de uma inovação em nível mundial. 
Logo, a inovação para o mundo baseia-se no caráter inédito da tecnologia, e não 
no mercado em que é ofertado ou vendido. 
 
Crédito: KOTOIMAGES/Shutterstock. 
https://www.shutterstock.com/pt/g/KOTOIMAGES
 
 
15 
Resumindo, a inovação pode ser entendida em diferentes níveis de 
abrangência, mas o ponto central é o mesmo, a implementação de determinada 
tecnologia, que pode ser em forma de produtos, serviços ou processos e, por meio 
disso, aumentar os nossos resultados. No fim, pouco importa a abrangência; o 
resultado é o mesmo, o aumento do lucro. 
 
 
 
16 
REFERÊNCIAS 
ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
– OCDE. Manual de Oslo: diretrizes para a coleta e interpretação de dados sobre 
inovação. 3. ed. Paris, 2005.

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