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Unidade 2 - 5. Sentença Normativa Pessoal retomando nosso estudo da negociação coletiva, nós vamos tratar agora especificamente da sentença normativa. A sentença normativa é uma sentença proferida no âmbito do dissídio coletivo. Pq entre aspas? porque a competência para processar e julgar os dissídios coletivos é sempre uma competência originária dos tribunais. Então dependendo do âmbito de atuação do sindicato e da base territorial, a competência para processar e julgar o dissídio coletivo será do TRT ou do TST. Então se o conflito extrapola o âmbito de jurisdição de um TRT, a competência será do TST pra processar e julgar o dissídio coletivo. Dessa forma percebam que a sentença normativa não é uma sentença, ela é um acórdão porque é uma decisão proferida sempre por tribunais. Então ela não é propriamente uma sentença. Sentença é uma decisão proferida por um juiz de primeiro grau. Então é um acórdão, um grande acórdão que visa substituir a vontade das partes nas negociações coletivas que foram frustradas e que as partes então entram em comum acordo, resolveram levar o conflito para a Justiça do Trabalho. Apesar de ser um acórdão ela recebe o nome de sentença normativa. A sentença normativa é um documento que visa substituir a vontade das partes nas negociações coletivas. Frustrada negociação coletiva, o parágrafo 1 do artigo 114 da Constituição Federal estabelece que as partes poderão eleger arbitros e recusando se as partes a negociação e a arbitragem, de acordo com o parágrafo segundo do mesmo artigo as partes poderão em comum acordo levar o conflito para ser resolvido pela Justiça do Trabalho instaurando um dissídio coletivo de natureza econômica. Então exige se o comum acordo para que os sindicatos ou o sindicato e a empresa levem o conflito que eles mesmos não conseguiram resolver sozinhos, pra Justiça do Trabalho. Então se eles se recusarem a arbitragem e não conseguirem por si só chegarem a uma negociação coletiva, eles deverão levar o conflito para a Justiça do Trabalho e a Justiça do Trabalho deverá resolver o conflito proferindo uma sentença normativa, contendo cláusulas que substituírão a vontade das partes verifiquem que há a necessidade de acordo com partes segundo o artigo 114 da CLT de comum acordo para que esse conflito possa ser resolvido pela Justiça do Trabalho. E o TST de fato ele entende que é uma condição de admissibilidade do dissídio coletivo, comum acordo das partes. Isso não quer dizer que as partes têm que fazer uma petição conjunta. Pode ser que uma das partes indique na justiça ingresse um dissídio coletivo. Se a outra parte não se recusar já se presume a concordância. O que não pode é de fato que uma das partes recuse a negociação e mesmo assim ela. Ela não pode ser unilateral. Há a opção de procurar a Justiça do Trabalho para substituir as partes na negociação coletiva ensejando ali a instalação de dissídio coletivo de natureza econômica, não pode ser unilateral e porque não? Qual é o objetivo dessa proibição da uniliteralidade em relação a levar o conflito para a Justiça? Essa exigência de comum acordo para a instauração do dissídio coletivo prevista no parágrafo Segundo do artigo 114 foi instituída pela Emenda Constitucional nº 45 de 2004 e ela já foi questionada inúmeras vezes perante o STF tendo sido objeto de várias Alice ações diretas de inconstitucionalidade uma vez que o questionamento em relação a essa disposição da emenda, é a limitação do acesso à Justiça. Então quando o parágrafo segundo o artigo 114 estabeleceu a necessidade de comum acordo para que o conflitos fosse levado à Justiça do Trabalho, as partes questionaram a restrição do acesso à Justiça. Porque se eu dependo do outro para levar o meu conflito pela Justiça, de certa forma o meu direito de acesso à justiça está sendo restringido pela necessidade de que o outro concorde. Mas tanto o STF quanto o TST decidiram que não há nenhuma inconstitucionalidade nessa Ementa em relação à violação do acesso à justiça uma vez que o que se objetiva como a negociação coletiva é que os próprios sindicatos eles entrem em acordo sem precisar da interferência de um terceiro. Na verdade a negociação coletiva é um instrumento para fazer valer a democracia onde trabalhadores e empregadores, no embate da negociação conseguem ali fazer valer os seus direitos, um sede de um lado, outro sede do outro. Então há negociação coletiva mensalmente democrático de estabelecimento de direitos para os trabalhadores. Quando essa negociação é transferida para a Justiça do Trabalho, vira uma imposição. Quando os juízes desembargadores ou ministros ali são ali chamados a resolver o conflito, a democracia envolvida nesse processo, ela é relevada. Ela é deixada em segundo plano. Por isso o que se espera de uma negociação coletiva é que as partes realmente discutam muito até chegarem a um acordo. E se fosse permitido que unilateralmente uma das partes levasse o conflito para a Justiça sem a anuência da outra, viraria quase uma situação de birra. Se não houvesse a exigência da bilateralidade, do acordo comum para que o conflito fosse resolvido pela Justiça de trabalho, isso traria uma comodismo das partes e uma animosidade de uma em relação à outra. Ou seja qualquer coisinha será levada para a Justiça. Não é pra ser assim porque a negociação coletiva ela deve ocorrer no âmbito do sindicatos das empresas e não no âmbito da Justiça. De preferência seria a última possibilidade. Levar o conflito pra justiça é quando já não tem jeito mesmo é a última possibilidade e as partes, ambas devem estar de acordo com essa instauração do dissídio coletivo. O dissídio coletivo ele contém cláusulas econômicas que são normas com conteúdo econômico financeiro estipulando sobre reajuste salarial por exemplo; contém cláusulas sociais que trazem novas condições para a relação de trabalho; contém cláusulas sindicais que estabelecem relações entre sindicatos e entre empresa e sindicato; e também contém cláusulas obrigacionistas que trazem obrigações entre os sindicatos envolvidos. Diferentes na negociação coletiva no âmbito dos sindicatos, seria acordo e convenção, a sentença normativa ela tem um prazo máximo de vigência de quatro anos, o dobro do prazo das negociações antes de sindicatos dos acordos e convenções. Quatro anos de vigência é o prazo máximo isso está previsto no artigo 868 parágrafo único da CLT. No entanto a sentença normativa vigora até que surja outra sentença normativa ou outro instrumento coletivo que a substitua. Ela não vai vigorar por quatro anos necessariamente se nesse meio termo surgir um acordo coletivo uma negociação que a substitua ela vai perder vigência ou então uma outra sentença normativa. Apesar do artigo 868 parágrafo único da CLT estabelecer um prazo máximo de quatro anos de vigência de uma sentença normativa, ela vigorará até que outra sentença normativa substitua ou então outro e somente coletivo, acordo ou convenção venha a substituir. Ela não vai vigorar neste ano por quatro anos na verdade é muito difícil até que aconteça durante esse período toda a sua vigência, mas ela poderá vigorar por até quatro anos ou seja o dobro do tempo em que vigora um acordo ou convenção coletiva. Isso está no precedente normativo número 120 do TST que estabelece o seguinte: a sentença normativa vigora desde seu termo inicial até que sentença normativa, Convenção Coletiva de Trabalho ou acordo coletivo de trabalho superveniente, produza sua revogação expressa ou tácita, respeitado porém o prazo máximo legal de quatro anos de vigência. Então ela proferida no âmbito dos tribunais. Na verdade não é propriamente uma sentença mas é um acordão, substitui a vontade das partes nas negociações coletivas desde que haja um comum acordo para que esse conflito seja levado à Justiça do Trabalho para ser resolvido por meio de um dissídio coletivo de natureza econômica e terá prazo de vigência máximo de quatro anos podendo ser revogada tácita ou expressamente for uma nova sentença normativa superveniente ou então um novo acordo ou convenção coletiva que vaiestabelecer novas regras para reger as categorias envolvidas.