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WJUR0211_v3.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
TEORIA GERAL DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Emerson Ademir Borges de Oliveira
Leitura crítica: Lais Giovanetti
Na disciplina de Teoria Geral dos Direitos Fundamentais, você será 
inserido no estudo das temáticas mais amplas e genéricas acerca 
dos direitos fundamentais, permitindo-lhe, posteriormente, um 
estudo mais detido sobre os direitos fundamentais em espécie. 
Nesse sentido, enquanto disciplina autônoma, o debate de uma 
teoria geral é essencial para uma compreensão mais fidedigna do 
panorama, aplicação e efetividade dos direitos fundamentais no 
direito brasileiro.
Esta disciplina é dividida em quatro grandes blocos de discussão. 
No primeiro, são desenvolvidas temáticas introdutórias, como a 
diferenciação entre os direitos fundamentais e os direitos humanos, 
a conceituação dos direitos fundamentais, a norma de direitos 
fundamentais, algumas características mais importantes e a 
evolução dos direitos fundamentais no constitucionalismo brasileiro, 
desde a primeira Constituição, em 1824, até a Carta Cidadã, de 1988.
O segundo bloco apresenta a evolução histórica dos direitos 
fundamentais, desde antes da Revolução Francesa, perpassando 
pelas três grandes dimensões pensadas por Karel Vasak, isto é, 
uma primeira voltada aos direitos civis e políticos, já a segunda para 
direitos econômicos, sociais e culturais, e uma terceira pensada 
quanto aos direitos transindividuais. Não obstante, o estudo 
pretenderá, também, apontar certos aspectos críticos do estudo e, 
ainda, a discussão mais recente sobre novas gerações de direitos.
O terceiro conteúdo se volta à eficácia dos direitos fundamentais. 
Para tanto, introduz uma discussão mais alongada acerca da 
eficácia dos direitos constitucionais como um todo, para então 
3
avançar sobre o estudo da eficácia fundamental, com ênfase no 
constitucionalismo brasileiro e na discussão acerca da eficácia 
imediata dos direitos fundamentais na Constituição brasileira, assim 
como as diferenças entre o conteúdo e efetividade dos direitos e a 
inserção do Judiciário nesse processo de efetivação de direitos.
Por fim, o quarto conteúdo abarca a restrição dos direitos 
fundamentais sob um aspecto amplo, desde as restrições previstas 
ou autorizadas pela própria Constituição, como aquelas decorrentes 
da efetivação dos direitos, sobretudo os programáticos ou que 
ocorram diante da colisão de direitos fundamentais.
Assim, a disciplina Teoria Geral dos Direitos Fundamentais engloba 
todo o conteúdo sistemático de relevo para compreender a 
existência de pontos comuns e básicos para o estudo posterior dos 
direitos em espécie.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais I: o constitucionalismo 
brasileiro e os direitos humanos e 
direitos fundamentais 
______________________________________________________________
Autoria: Emerson Ademir Borges de Oliveira 
Leitura crítica: Lais Giovanetti
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
Historicamente, os direitos fundamentais se edificaram a partir 
da Revolução Francesa, enquanto uma nítida tentativa de 
estabelecer aos cidadãos garantias mínimas contra eventuais 
abusos por parte do Estado. Contudo, esse não é o momento 
fundante da valoração ética que os torna tão essenciais, mas 
um primeiro momento em que esses direitos, vistos como 
fundamentais, foram inseridos em uma Constituição: a Francesa 
de 1791, ao englobar a Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão, de 1789, a qual propugnava que a garantia de direitos 
era uma das bases do constitucionalismo, ao lado da separação 
de poderes.
Assim, os direitos fundamentais representam um momento 
derradeiro em que a influência ética acerca dos valores humanos 
preponderou a ponto de ser considerada como elemento das 
Constituições. Com o tempo, esses valores foram se aprimorando 
e a própria conformação dos direitos fundamentais que, 
em um primeiro momento, assemelhavam-se mais a regras, 
contemporaneamente, aproximam-se de princípios, mais 
robustecidos e abertos, de forma a conformar todo o restante do 
ordenamento jurídico.
Esse denodo com os direitos fundamentais enquanto uma diretriz 
constitucional, especialmente a partir da segunda metade do 
século XX, retrata o homem enquanto um fim do Estado, não mais 
como objeto, diante da retomada de uma concepção filosófica 
alcunhada “giro kantiano”.
Por estarem ligados à aspectos valorativos, é natural associar a 
configuração de direitos fundamentais de um país à prevalência 
de uma ou mais ideologias estatizantes, como ocorre com a lógica 
6
de Estado Social, isto é, um Estado maximizado que garante um 
número elevado de direitos fundamentais e, assim, obriga-se em 
buscar sua implementação.
No tocante às características comumente demarcadas quanto aos 
direitos fundamentais, deve-se salientar:
a. Os direitos fundamentais possuem um status constitucional, o 
que lhes confere primazia normativa, isto é, supremacia sobre 
o restante do ordenamento jurídico. Até porque, bem se sabe, 
os direitos fundamentais atuam como elemento-base das 
Constituições.
b. Em algumas Constituições, os direitos fundamentais recebem 
um tipo de proteção especial, impedindo ou dificultando 
quaisquer tentativas de abolição ou restrição. Segundo 
Marmelstein (2018), no Brasil, são considerados cláusulas 
pétreas, inclusive aqueles não previstos no artigo 5º e aqueles 
que não sejam a princípio individuais.
c. Não podem ser tidos como universais, como geralmente 
se indicam serem os direitos humanos, pois dependem da 
manifestação interna de cada país quanto aos direitos que 
serão inseridos ou não em suas Constituições. Nesses casos 
é possível, inclusive, que, para o mesmo país, um direito 
que reconheça como humano não esteja presente em sua 
Constituição e, portanto, não seja fundamental.
d. Da mesma forma, não são absolutos, pois os direitos 
fundamentais podem aceitar limitações, desde que razoáveis e 
proporcionais e estão sujeitos a conflitos com outros direitos, 
ocasião em que, por ponderação, podem sucumbir em um 
caso prático.
e. Por fim, embora existam alguns direitos fundamentais 
inalienáveis e indisponíveis, esta não é uma regra que 
valha para todos, havendo aqueles que, em determinadas 
7
circunstâncias, possam ser relativizados pelo próprio titular 
(MENDES; BRANCO, 2018).
É certo que, entre nós, não há Constituição que se equipare 
à atual em termos de proteção e amplitude dos direitos 
fundamentais. Além do amplo rol e da aceitação de que existam 
direitos fundamentais espalhados pelo restante do texto 
constitucional, conforme diversas decisões do Supremo Tribunal 
Federal, os §§2º e 3º do art. 5º conferem uma tonalidade ainda 
maior a essa proteção ao aceitarem a incidência de outros 
direitos decorrentes de tratados do qual o Brasil seja parte e, 
no segundo caso, ao permitir que um tratado internacional de 
direitos humanos do qual o Brasil seja signatário venha a ser 
inserido na Constituição Federal.
Quadro 1 - Compreender a evolução do tratamento dos direitos 
fundamentais por todas as Constituições brasileiras
Constituição Artigos Principais 
características
1824 178
Apresenta um único 
artigo, composto de 
35 incisos sobre o 
tema. Apenas direitos 
civis e políticos. 
Possibilidade ampla 
de suspensão de 
garantias.
8
1891 72 a 78
Uma seção específica 
inserta no Título 
IV, posteriormente 
alterada – dilatada – 
pela Emenda 3/1926. 
Alocados no final do 
texto. Prevalência 
de direitos civis e 
políticos.
1934 106 a 114
Ampliação do rol 
de direitos, com 
dois grandes 
capítulos, abarcando, 
basicamente, direitos 
civis e políticos. 
Deslocamento para 
meados do texto 
constitucional, 
antecipando a análisesobre a ordem 
econômica e social.
1937 122 e 123
Inspiração na 
Constituição ditatorial 
polonesa, ficando 
conhecida como 
“Polaca”. Diminuição 
do rol de direitos, 
basicamente civis e 
políticos. Dilatação 
de possibilidades de 
restrição dos direitos 
fundamentais.
9
1946 129 a 144
Reabertura 
democrática, 
reinserindo um Título 
de Declaração de 
Direitos composto 
por dois capítulos, 
como na Constituição 
de 1934. Ampliação 
do rol e diminuição 
de possibilidades 
de restrição. 
Reposicionamento no 
meio do texto.
1967 145 a 159
O rol é ampliado, 
compondo um Título 
com cinco capítulos: 
nacionalidade, 
direitos políticos, 
partidos políticos, 
direitos e garantias 
individuais e Estado 
de Sítio. Esse último, 
contudo, permitia 
amplas possibilidades 
de restrição dos 
direitos, o que lhes 
conferia aspecto 
apenas figurativo.
10
1969 145 a 159
Mantém o formato 
e a organização 
da Constituição de 
1967. No entanto, 
são dilatadas as 
possibilidades de 
restrição, tornando 
muitos direitos “letra 
morta”.
1988 5º a 17
Reorganiza 
completamente 
os direitos 
fundamentais, 
gerando sensível 
expansão. Agora, 
no Título II, 
reposicionado no 
início do texto, 
subdivide-se em 
cinco capítulos: 
Direitos e garantias 
individuais, 
direitos sociais, 
nacionalidade, 
direitos políticos e 
partidos políticos. Os 
direitos de segunda 
dimensão ganham 
corpo e posição no 
rol fundamental. 
Direitos coletivos 
são previstos 
dentro e fora do rol. 
Possibilidades de 
restrição tornam-se 
poucas e raras.
Fonte: elaborado pelo autor.
11
Referências
MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito 
constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
PARA SABER MAIS
Direitos do homem, direitos humanos e direitos fundamentais – 
comumente, utiliza-se essas três terminologias, sem ressalvas, como 
se fossem sinônimas. Contudo, há diferenças sensíveis entre elas, as 
quais devem ser compreendidas de maneira que o estudante possa 
valer-se da assertiva mais correta a depender do contexto em que 
inserida.
Os direitos do homem possuem um sentido essencialmente ético, 
conectado ao direito natural. Eles são pré-positivos, isto é, embora 
reconhecidos como válidos e inerentes à condição humana, o 
são assim caracterizados antes mesmo de serem inseridos em 
qualquer instrumento normativo. Evidentemente, nos dias atuais, 
tal compreensão perdeu muito de seu sentido, sendo muito difícil 
imaginar um direito do homem, sob o sentido valorativo, que 
já não tenha sido convertido em direitos humanos ou direitos 
fundamentais. Contudo, conforme lhe assevera Marmelstein (2018, 
p. 24), constituem a “matéria-prima dos direitos fundamentais”.
Os direitos humanos, por outro lado, derivam do direito 
internacional, enquanto uma vertente específica em relação a qual 
são criados e geridos tratados internacionais que digam respeito 
aos direitos inerentes à natureza humana. Em outras palavras, são 
direitos inerentes ao homem, reconhecidos como válidos por dois 
ou mais países. Apesar de preceder-lhe, o direito internacional dos 
12
direitos humanos fora alavancado com a criação da Organização das 
Nações Unidas em 1945.
Por fim, os direitos fundamentais identificam direitos inerentes à 
natureza humana que foram inscritos em Constituições internas dos 
países. Portanto, trata-se de direitos positivados por cada um dos 
Estados, razão pela qual o rol de direitos fundamentais varia de país 
para país. Segundo Marmelstein (2018, p. 18), contemporaneamente, 
eles estão intimamente conectados com a dignidade da pessoa 
humana e, por estarem inseridos nas Constituições, “fundamentam 
e legitimam todo o ordenamento jurídico”.
Dimensão subjetiva x dimensão objetiva dos direitos 
fundamentais – enquanto categoria jurídica, os direitos 
fundamentais podem ser visualizados sob dois aspectos: objetivo 
e subjetivo, sendo o primeiro conectado a dimensão valorativa e o 
segundo com o olhar individual (ANDRADE, 1998).
Sob o prisma objetivo, analisam-se os direitos fundamentais no todo 
social. A partir de um viés solidário, é preciso compreender que deve 
haver harmonia e estabilidade quanto à previsão dos direitos e as 
ações estatais para sua efetivação. Nessa perspectiva, os direitos 
perfazem um conjunto de valores básicos daquela sociedade, a 
obrigarem, precipuamente, o Estado e, eventualmente, os demais 
cidadãos.
Quanto ao aspecto subjetivo, tem-se a análise do indivíduo sujeito 
ativo de um direito fundamental, a exigi-lo, em regra, do Estado, 
mas, em alguns casos, dos demais membros da sociedade (eficácia 
horizontal dos direitos fundamentais). A exigência perante o Estado 
poderá ser quanto a uma proteção ou quanto a uma prestação, 
jurídica ou material.
13
Direitos fundamentais “fora do rol” ou “fora do catálogo” – a 
Constituição brasileira dedica um extenso Título para a abordagem 
dos direitos fundamentais, subdividido em cinco capítulos. Contudo, 
é remansoso o entendimento de que existam direitos fundamentais 
fora do Título II e, mais especificamente, fora do art. 5º, isto é, 
espalhados pela Constituição, como a imunidade tributária (BRASIL, 
1988, art. 150) e o meio ambiente (BRASIL, 1988, art. 225). Esses 
direitos são “fora do catálogo”.
Referências 
ANDRADE, José Carlos Vieira de. Os direitos fundamentais na Constituição 
Portuguesa de 1976. Coimbra: Livraria Almedina, 1998.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
TEORIA EM PRÁTICA
O Estado da Guanabara deseja cobrar imposto de templos 
religiosos. Contudo, sabe-se da impossibilidade de fazê-lo em razão 
do art. 150, VI, “b”, da Constituição (BRASIL, 1988), segundo o qual é 
vedado a quaisquer dos entes federativos instituir impostos sobre 
templos de qualquer natureza.
Diante disso, possuindo um amplo bloco de apoio no Congresso 
Nacional, conseguiu com que fosse apresentada, por um terço 
dos Deputados, emenda constitucional com o objetivo de colocar 
fim à referida imunidade tributária prevista no texto original da 
Constituição.
Reflita e responda: a imunidade tributária é apenas um dispositivo 
inerente à ordem tributária brasileira ou pode ser classificada 
como integrante do corpo de direitos fundamentais mesmo 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
14
estando fora do Título II? Assim sendo, é possível que uma emenda 
constitucional venha a extinguir referida imunidade? Isto é, há algum 
impeditivo constitucional quanto à deliberação de propostas de 
emenda à Constituição que digam respeito à extinção de direitos 
fundamentais? Qual? O que pode ser alegado em defesa dos tempos 
e a respectiva imunidade contra tal alteração?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
15
Indicação 1
No primeiro capítulo da clássica obra DE Manoel Gonçalves FerreiraFilho, você será introduzido ao estudo dos direitos fundamentais a 
partir da compreensão do papel do Estado de Direito e a importância 
da declaração de direitos nas Constituições modernas.
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Direitos humanos 
fundamentais. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. cap. 1. p. 17-22.
Indicação 2
Na obra indicada dos professores alemães Lothar Michael e 
Martin Morlok, a mais importante sobre direitos fundamentais 
disponibilizada ao público brasileiro, há um esforço na análise 
transversal do estudo dos direitos fundamentais. A título 
introdutório, recomenda-se a leitura do primeiro capítulo: Vigência 
dos direitos fundamentais e interpretação. 
MICHAEL, Lothar; MORLOK, Martin. Direitos fundamentais. São 
Paulo: Saraiva, 2016. cap. 1. p. 47-98.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
16
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Em se tratando da contextualização de direitos inerentes 
à condição humana, os direitos fundamentais podem ser 
compreendidos como: 
a. Conjunto de direitos aceitos pelos povos como imperativos 
éticos.
b. Conjunto de direitos derivados da positivação internacional por 
meio de tratados e similares que digam respeito à condição 
humana.
c. Conjunto de direitos inerentes à condição humana positivados 
na Constituição de um determinado país.
d. Pressupostos éticos, sem positivação, aceitos como válidos.
e. Conjunto de direitos positivados na legislação infraconstitucional 
de um país que digam respeito à condição humana.
2. Quanto às características dos direitos fundamentais, é 
correto afirmar que: 
a. Os direitos fundamentais são absolutos.
b. Os direitos fundamentais são sempre indisponíveis.
c. Os direitos fundamentais possuem status constitucional.
d. Os direitos fundamentais não costumam ser especialmente 
protegidos nas Constituições dos países.
e. Os direitos fundamentais são universais.
17
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: É preciso atentar-se, basicamente, às diferenciações 
entre as terminologias direito do homem, direitos humanos e 
direitos fundamentais. A primeira diz respeito aos imperativos 
éticos não positivados, próprios do direito natural. A segunda 
abarca os direitos inerentes à condição humana previstos em 
instrumentos internacionais celebrados entre dois ou mais 
países. Os direitos fundamentais, por sua vez, abarcam os 
direitos inerentes à condição humana que estejam positivados – 
inscritos – em uma determinada Constituição, jamais na norma 
infraconstitucional. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: É preciso atentar-se às características típicas 
dos direitos fundamentais que lhes diferem daquelas que 
costumam ser indicadas aos direitos humanos. Primeiramente, 
não há direito fundamental absoluto, pois há possibilidades 
de restrição, em alguns casos por lei, bem como de conflito 
de princípios, ocasião em que um irá preponderar sobre o 
outro. Em segundo lugar, há direitos fundamentais que, em 
determinadas circunstâncias, podem ser disponíveis, como a 
imagem e a privacidade diante de um contrato para participar 
de um reality show. Em terceiro lugar, também não são 
universais, pois inerentes à realidade constitucional de cada 
país. Os direitos fundamentais possuem status constitucional 
e costumam ser especialmente protegidos, como, no caso do 
Brasil, através das cláusulas pétreas.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
II: as dimensões de direitos 
fundamentais 
______________________________________________________________
Autoria: Emerson Ademir Borges de Oliveira 
Leitura crítica: Lais Giovanetti
TEMA 2
19
DIRETO AO PONTO
A ideia de dimensionamento dos direitos fundamentais é 
relativamente nova, embora sua história de edificação não seja. 
Na realidade, o jurista tcheco Karel Vasak, em palestra ministrada 
em 1979, apresentou uma teoria que conectava a ascensão 
considerável de direitos em determinados períodos, em razão 
de quebras de paradigma histórico, com os lemas da Revolução 
Francesa, liberdade, igualdade e fraternidade, momento em que a 
conquista histórica dos direitos fundamentais possui nítido relevo 
(MARMELSTEIN, 2018).
No contexto das revoluções liberais, capitaneada pela Independência 
norte-americana e Declaração da Virgínia, de 1776, e a Revolução 
Francesa e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 
1789, nasce aquilo que constituiria o primeiro agrupamento de 
direitos fundamentais, com a proposta de contraposição ao arbítrio 
estatal, estabelecendo um nítido afastamento entre o Estado e o 
cidadão, protegendo daquele.
Os fatos históricos encontram a justificativa para tal postura, 
precipuamente em razão dos abusos cometidos pelo Estado 
Absolutista, em que a concentração dos Poderes nas mãos do 
soberano se unia à falta de garantias e de direitos previstos em lei. 
Quando existente, a lei não submetia o próprio soberano, sendo 
livre para cometer quaisquer atitudes arbitrárias.
Diante da ascensão da classe burguesa e da revolta popular, o 
Antigo Regime é colocado abaixo, nascendo o Estado Liberal, que 
trazia a liberdade como sua pedra fundamental. Para tanto, frise-se 
a necessidade de estabelecer uma barreira a proteger o cidadão, 
isto é, direitos mínimos.
20
Em tal contexto, sobrelevavam-se direitos como propriedade, 
liberdade econômica, vida, legalidade e participação – ainda que 
restrita – na tomada de decisões públicas, sendo os típicos direitos 
civis e políticos. Essa primeira dimensão revela direitos de cunho 
negativo ou de abstenção (MENDES; BRANCO, 2018).
No desenvolvimento histórico, no entanto, o afastamento do Estado 
e a revelação apenas de direitos negativos veio a desencadear 
uma série de efeitos colaterais sobre as camadas mais baixas, 
desde o abuso praticado pelas classes mais altas, como a falta de 
oportunidades gerada pelas condições de vida.
A revolução industrial, enquanto parte deste contexto, viria a revelar 
o que havia de pior na omissão estatal, com ajustes desumanos. 
Mesmo com a igualdade estampando as declarações de direitos, ela 
poderia ser considerada meramente formal (MARMELSTEIN, 2018). 
Então, o Estado é chamado a intervir
A realidade fática, alinhada a novas compreensões políticas, 
chamam ao desenvolvimento o Estado do Bem-Estar Social (Welfare 
State), que, a despeito de capitalista, pressupõe a necessidade 
de que o Estado promova um mínimo de dignidade mediante 
prestações, bem como estabeleça direitos mínimos que visem 
impedir a dominação de uns sobre os outros e promover a justiça 
social (MENDES; BRANCO, 2018).
Os direitos econômicos, sociais e culturais, ou simplesmente sociais, 
despontam nesse novo modelo, perfazendo a segunda dimensão 
e atingindo o ideário da igualdade. Nesse sentido, as primeiras 
Constituições a apresentá-los como fundamentais, especialmente na 
seara trabalhista, foram a Mexicana de 1917 e a de Weimar de 1919. 
Além dos direitos trabalhistas, pode-se mencionar a previdência 
social, a educação, a saúde e o acesso aos meios culturais.
21
Assim como nas dimensões anteriores, um novo evento histórico 
marca o surgimento de uma nova era. Com o final das duas grandes 
guerras mundiais, e um saldo incalculável de mortes e violações 
da dignidade humana, o mundo transcende para uma tentativa de 
encontrar relações pacíficas mais duradouras, repensando aqueles 
direitos que não seriam individuais, mas frutos da humanidade ou, 
ao menos, de uma considerável coletividade.
Em 1945, com esse propósito, firmando o direito internacional dos 
direitos humanos, é criada a Organização das Nações Unidas (ONU). 
Já em 1948, ela cria sua famosa Declaração Universal dos DireitosHumanos.
As novas preocupações normativas transindividuais trazem ao lume 
direitos como meio ambiente, proteção de grupos minoritários, 
paz, democracia e patrimônio humano, por vezes, simplesmente, 
alcunhados de direitos difusos e coletivos (MENDES; BRANCO, 2018). 
Em outras palavras, revela-se o núcleo da fraternidade.
Diante da dinamicidade dos direitos fundamentais, seja pelo 
surgimento de novas vertentes ou pelo repensar de direitos já 
existentes, nunca deixam de surgir propostas teóricas de novas 
dimensões de direitos. Contudo, elas não devem ser comumente 
aceitas, pelo menos não atualmente. 
22
Quadro 1 - Três dimensões dos direitos e suas principais 
propostas de novas dimensões
Dimensão Ideal
Principais direitos e 
características
1ª Liberdade
Direitos civis 
e políticos: 
vida, liberdade, 
propriedade, 
participação política. 
Afastamento do 
Estado. Direitos 
negativos ou de 
abstenção.
2ª Igualdade
Direitos econômicos, 
sociais e culturais: 
saúde, educação, 
previdência, 
trabalhistas, acesso à 
cultura. Aproximação 
do Estado. Direitos 
positivos ou 
prestacionais.
3ª Fraternidade
Direitos difusos 
e coletivos: meio 
ambiente, paz, 
democracia, grupos 
minoritários. 
Transcendência dos 
direitos. Aproximação 
do direito 
internacional dos 
direitos humanos.
23
4ª --
Democracia 
substancial, acesso 
à informação, 
pluralismo político, 
globalização, 
direitos digitais, uso 
compartilhado de 
informações, padrão 
de vida sanitário e de 
bem-estar, direitos 
das mulheres, 
proteção contra 
abusos do progresso 
tecnológico, proteção 
a grupos vulneráveis; 
proteção contra 
manipulação do 
patrimônio genético.
5ª --
Paz universal, 
direitos sentimentais, 
identidade individual, 
patrimônio genético, 
proteção contra 
técnicas de clonagem 
e direito eletrônico.
6ª --
Democracia, acesso 
à informação e 
globalização.
7ª --
Impunidade em 
razão da ineficiência 
estatal, probidade 
administrativa e 
combate à corrupção.
Fonte: elaborado pelo autor.
24
Referências
MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 7. ed. São Paulo: 
Atlas, 2018.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito 
constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
PARA SABER MAIS
Gerações de direitos x dimensões de direitos – a utilização da 
terminologia “gerações de direitos fundamentais” ficou famosa na 
pena de Karel Vasak, em palestra ministrada em 1979 no Instituto 
Internacional de Direitos Humanos, em Estrasburgo, passando a ser 
mundialmente adotada. Em sua teoria, Vasak vincula três gerações 
às três terminologias do lema revolucionário francês.
Não obstante, como destacam Sarlet, Marinoni e Mitidiero (2018, 
p. 316), a terminologia “geração” é alvo de críticas pela condução 
de uma falsa impressão de “substituição gradativa de uma geração 
por outra”, ao passo que o correto é compreendê-las como “um 
processo cumulativo, de complementariedade, não de alternância”.
Dessa forma, temos a preferência pela terminologia “dimensões 
de direitos fundamentais”, a qual revela uma dinâmica de 
continuidade dos direitos fundamentais, de maneira que novos 
direitos fundamentais, quando perfazem uma nova dimensão, 
somam-se às existentes e, por vezes, podem auxiliar em uma nova 
compreensão de um direito anterior. Assim, por exemplo, o direito 
coletivo do trabalho (terceira dimensão) certamente trouxe efeitos 
na caracterização dos direitos individuais do trabalho (segunda 
dimensão).
Novas dimensões de direitos fundamentais – o trabalho 
doutrinário incessante, diante da dinamicidade da vida e dos 
25
direitos, faz corresponder a criação de teorias sobre novas 
dimensões de direitos fundamentais, as quais, um tanto esparsas, 
encontram algumas vozes ressoantes. Dentre elas, destacam-se 
as compreensões de Paulo Bonavides, o qual indica uma quarta e 
quinta dimensões e Norberto Bobbio faz menção a uma quarta.
Contudo, se o dimensionamento tríplice, embora mais aceito, 
já não é imune às críticas, com muito mais razão as críticas que 
recaem sobre a quarta geração e seguintes. Primeiramente, não 
há nenhuma uniformidade metodológica na escolha do grupo de 
direitos que comporia uma nova dimensão.
Em segundo lugar, o desenho dos direitos fundamentais demonstra 
que as três primeiras gerações comumente aceitas lidaram com 
quebras de paradigmas históricos relevantes, em que foram 
perpetradas graves violações da dignidade humana. Assim, a 
primeira dimensão decorreu dos abusos do Estado Absolutista e 
adveio com a Revolução Francesa. A segunda dimensão envolveu 
as atrocidades da Revolução Industrial e o nascimento do Welfare 
State. Por fim, a terceira dimensão teve de lidar com as barbáries 
das guerras mundiais, tendo como nascente a conjunção de 
esforços em prol da paz mundial e de objetivos comuns. Perceba-se 
que, as propostas que apresentam novas dimensões não possuem 
correlação com fatos históricos de graves violações a direitos 
fundamentais.
Por fim, uma terceira crítica diz respeito à dinamicidade dos direitos 
fundamentais, o que faz com que os mesmos sejam repensados 
e ganhem novos contornos, significados ou variantes. Como 
afirmam Mendes e Branco (2018, p. 138), pode ocorrer que “novos 
direitos sejam apenas os antigos adaptados às novas exigências 
do momento”, como acontece com o direito à vida e os desafios 
da biotecnologia. Isso não transmudaria o direito à vida em uma 
26
nova dimensão, mas apenas uma releitura típica da evolução da 
sociedade.
Referências 
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito 
constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso 
de direito constitucional. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
TEORIA EM PRÁTICA
Conforme entrevista concedida por deputado constituinte, atuante 
na área ambiental, os avanços da Constituição na proteção do meio 
ambiente foram consideráveis e dificilmente seriam atingidos se 
a Assembleia Constituinte ocorresse nos anos 1990. Pela primeira 
vez na história, houve a dedicação de um capítulo para a temática, 
com a inclusão do extenso art. 225, notadamente influenciado pela 
Declaração de Estocolmo, de 1972, e pelo Relatório Nosso Futuro 
Comum, de 1987, no âmbito do direito internacional.
Reflita e responda: a proteção do meio ambiente corresponde a que 
dimensão da proteção de direitos fundamentais? Qual a conexão 
existente entre essa dimensão de direitos e o direito internacional? 
No tocante aos sujeitos que se pretende proteger, quais poderiam 
ser identificados, de uma maneira geral, na referida geração? E qual 
o contexto histórico em que ela ascende?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
27
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Neste capítulo da obra indicado, o autor Ingo Wolfgang Sarlet, 
um dos maiores especialistas do país na seara dos direitos 
fundamentais, discorre sobre a teoria de Karel Vasak e respectivas 
críticas ao modelo apresentado. Além disso, com foco no trabalho 
de Paulo Bonavides, ele discute a existência de novas gerações de 
direitos.
SARLET, Ingo Wolfgang. As assim chamadas dimensões dos direitos 
fundamentaise a contribuição de Paulo Bonavides. In: LINHARES, 
Emanuel Andrade; MACHADO SEGUNDO, Hugo de Brito (org.). 
Democracia e direitos fundamentais: uma homenagem aos 90 anos 
do professor Paulo Bonavides. São Paulo: Atlas, 2016. p. 379-402.
Indicações de leitura
28
Indicação 2
No capítulo indicado, o autor apresenta o conceito e o conteúdo dos 
direitos de terceira dimensão enquanto direitos emergentes, embora 
ainda enfraquecidos nos ordenamentos jurídicos e carentes de maior 
dedicação em prol do alcance de suas respectivas efetividades. 
LAMY, Marcelo. Direitos fundamentais de terceira geração. In: 
BRANDÃO, Cláudio (coord.). Direitos humanos e fundamentais em 
perspectiva. São Paulo: Atlas, 2014. p. 288-320.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Como decorrência dos abusos perpetrados durante as guerras 
mundiais, nasce uma nova perspectiva de direitos, revelando, na 
concepção de Karel Vasak, o ideário revolucionário do(a): 
a. Liberdade.
b. Igualdade.
c. Fraternidade.
d. Amizade.
e. Respeitabilidade.
29
2. As dimensões de direitos fundamentais se conectam às 
realidades históricas distintas e relevantes. Normalmente, são 
produtos de uma contraposição a violações perpetradas em 
face da dignidade humana. Os direitos de segunda geração 
vinculam-se a qual contexto histórico? 
a. I Guerra Mundial.
b. II Guerra Mundial.
c. Revolução industrial.
d. Revolução Francesa.
e. Independência dos Estados Unidos da América.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Na teoria de gerações de Vasak, os direitos de 
terceira dimensão, isto é, aqueles provenientes dos efeitos e 
impactos das guerras mundiais, diante de uma preocupação 
internacional com direitos transindividuais, revelariam o ideal 
francês da fraternidade. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: Os direitos de segunda dimensão/geração possuem 
caráter eminentemente social. Eles nascem no contexto do 
estado do bem-estar social, com um reposicionamento do 
papel do Estado, antes de abstenção, para uma vertente 
de prestação, buscando possibilitar a igualdade material. 
Essa nova acepção é uma consequência das atrocidades, 
principalmente trabalhistas, perpetradas durante a revolução 
industrial.
Teoria Geral dos Direitos 
Fundamentais III: a eficácia dos 
direitos fundamentais 
______________________________________________________________
Autoria: Emerson Ademir Borges de Oliveira 
Leitura crítica: Lais Giovanetti
TEMA 3
31
DIRETO AO PONTO
Uma das mais profundas questões no que diz respeito ao direito 
constitucional trata da eficácia de suas normas. Se, por um lado, 
é certo que a Constituição não deve possuir meras simbologias, 
dotadas de sabida ineficácia, por outro lado, deve-se ter em mente 
que a efetividade das normas constitucionais pode perpassar por 
questões muito mais complexas do que a mera previsão normativa.
Há diversas concepções acerca classificações a respeito, dentre elas 
se destacam:
a. a) Thomas Cooley – concepção conectada ao 
constitucionalismo norte-americano, permeado, em grande 
parte, pelos direitos de defesa (Quadro 1).
Quadro 1 – Concepção de Thomas Cooley
Normas autoexecutáveis 
(self executing)
Dotadas de qualidades que 
permitem a produção imediata de 
efeitos.
Normas não autoexecutáveis (non 
self executing)
Normas que dependem de 
intermediação legislativa ou 
executiva para produzirem efeitos.
Fonte: elaborado pelo autor.
b. Gustavo Zagrebelsky (TAVARES, 2013, p. 193-194).
Quadro 2 – Concepção de Gustavo Zagrebelsky
Eficácia direta
Norma completa, permite a 
geração de direitos subjetivos
32
Eficácia indireta
Incompletas, dependendo de 
intermediação.
a) Diferidas – normas de 
organização que dependem de 
complementação posterior.
b) Princípio – estabelecem 
orientações gerais.
c) Programáticas – criar ou 
qualificar direito.
Fonte: elaborado pelo autor.
c. José Afonso da Silva (1998, p. 89).
Quadro 3 – Concepção de José Afonso da Silva
Eficácia plena
Aplicabilidade direta, imediata e 
integral. Produz efeitos imediatos 
e seu âmbito de alcance não pode 
ser diminuído.
Eficácia contida
Aplicabilidade direta, imediata e, 
talvez, não integral. Produz efeitos 
imediatos, que serão integrais 
enquanto não existir a norma 
intermediadora. Com a edição, ela 
poderá ter seu alcance restringido.
33
Eficácia limitada
Aplicabilidade indireta, mediata 
e, possivelmente, não integral. 
Apenas produzirão efeitos a partir 
da intermediação legislativa ou 
executiva.
a) de princípio institutivo: criam 
instituições ou órgãos.
b) de princípio programático: 
objetivos a serem alcançados no 
tempo.
Fonte: elaborado pelo autor.
d. Maria Helena Diniz.
 
Quadro 4 – Concepções de Maria Helena Diniz
Eficácia absoluta ou 
supereficazes
Produzem efeitos imediata e 
integralmente e não admitem 
quaisquer restrições, nem mesmo 
por emenda constitucional.
Eficácia plena
Produzem efeitos imediatos 
e diretos, mas podem ter seu 
âmbito diminuído por norma 
constitucional.
34
Eficácia restringível
Possuem aplicabilidade 
direta e imediata, mas podem 
sofrer restrição por norma 
intermediadora. Enquanto não 
houver intermediação, serão 
integrais.
Eficácia complementável
Dependem de complementação 
legislativa para produzirem efeitos. 
São de princípio institutivo e de 
princípio programático.
Fonte: elaborado pelo autor.
A partir dessas nuances, estabelece-se uma base mais sólida 
para discussão da efetivação dos direitos fundamentais, normas 
eminentemente constitucionais.
A primeira grande problemática que surge diz respeito ao alcance do 
art. 5º, §1º, CF (BRASIL, 1988), segundo o qual as normas definidoras 
de direitos e garantias fundamentais possuem aplicação imediata.
De forma geral, percebe-se que a leitura do dispositivo simplifica um 
problema muito mais complexo. Com isso, soma-se o fato de que 
a atual Constituição (BRASIL, 1988) não estabelece expressamente 
distinções, em termos de efetividade, entre as categorias de direitos 
conforme as suas dimensões e características, gerando a impressão 
de que todos os direitos possuem o mesmo grau de eficácia.
De um lado, é evidente que a classificação de um elevado número 
de normas poderia gerar uma ineficácia grave em termos de direitos 
35
fundamentais, absolvendo o Estado de suas funções na consecução 
da efetivação dos direitos.
Por outro lado, não se deve ignorar que existem direitos de eficácia 
mais difícil e complexa do que outros, como ocorre com o direito à 
saúde e à educação, por exemplo.
Em uma posição costumeiramente utilizada, dividem-se os direitos 
quanto à eficácia, entre os de defesa e os prestacionais. Não 
obstante, como bem ensina Sarlet (2001), a divisão, embora regra 
a indicar que os primeiros possuem uma eficácia mais “fácil” não 
é suficiente. Primeiramente, pois existem direitos de defesa que 
envolvem prestações estatais de alta monta, como o direito ao voto. 
Em segundo lugar, porque há direitos sociais de efetivação simples e 
imediata, como as liberdades sociais.
Assim nascerem, basicamente, dois grandes direcionamentos: 
a) apesar da consideração inicial da característica comum do 
direito, a necessidade de análise da complexidade e custo de sua 
implementação, a justificar maior ou menor eficácia; b) a busca da 
maior eficácia possível, tendo a efetividade como um mandamento 
de otimização, a gerar a obrigação estatal de se esforçar para atingir 
tal eficácia (SARLET, 2001).
Referências 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2. ed. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
SILVA, José Afonso da. Aplicabilidade das normas constitucionais. 3.e d. São 
Paulo: Malheiros, 1998.
TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional. 11. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
36
PARA SABER MAIS
Eficácia social e eficácia jurídica – a eficácia social está conectada 
à impressão que a sociedade possui do direito, reconhecendo-o 
como válido e conferindo-lhe efetividade. Dessa forma, mais do que 
a vigência, a eficácia social representa o sentimento social acerca da 
norma.
Por sua vez, a eficácia jurídica é a possibilidade de produção de 
efeitos jurídicos, a qual se inicia com a sua existência, pois, ao 
entrar em vigência, automaticamente revogará normas em sentido 
contrário, mesmo que tacitamente (TEMER, 1998).
Normas de eficácia exaurida – a classificação é utilizada por 
Uadi Lammêgo Bulos para descrever normas constitucionais que, 
apesar de eficazes de início, já esgotaram seus efeitos, como é 
comum no rol do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias. 
Por exemplo, o art. 3º da CF (BRASIL, 1988), o qual determinou a 
revisão constitucional no prazo de cinco anos da promulgação da 
Constituição. Tendo ocorrido a referida revisão, a norma, apesar de 
ainda encontrar-se no texto, não possui mais qualquer eficácia.
Ativismo judicial e efetivação de direitos – o ativismo judicial 
compreende terminologia constantemente utilizada para fins de 
descrição do avanço do Poder Judiciário sobre as políticas públicas. 
Aos favoráveis, o Judiciário apenas estaria conferindo efetividade 
ao texto constitucional, especialmente aos direitos fundamentais, 
a partir do art. 5º, §1º, CF (BRASIL, 1988). Aos críticos, a conduta 
equivaleria a uma invasão de esferas de Poder, assumindo o 
Judiciário funções eminentemente legislativas e executivas, criando e 
gerenciando políticas públicas.
Conforme leciona o Barroso (2013, p. 307), o ativismo ocorre 
quando a Constituição (BRASIL, 1988) é aplicada a situações que 
37
não estejam expressamente contempladas, quando se declara 
a inconstitucionalidade de atos normativos sem que exista uma 
patente violação constitucional e quando se proíbe ou impõe 
condutas ao Poder Público.
O ativismo judicial ganha corpo nas normas que não são dotadas 
de suficientemente normatividade ou nas normas programáticas, 
abrindo espaço para uma atuação mais específica. É o caso, por 
exemplo, de uma decisão judicial que determine a matrícula de 
aluno em ensino superior além das vagas disponibilizadas ou 
o fornecimento de um medicamento não abrangido na lista do 
sistema único de saúde.
Referências 
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo: 
os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 4. ed. São Paulo: 
Saraiva, 2013.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 14. ed. São Paulo: 
Malheiros, 1998.
TEORIA EM PRÁTICA
Determinada cliente o procurou, enquanto advogado, no intuito de 
buscar resposta a um questionamento. Ela afirma possuir doença 
rara e não ter condições financeiras para um tratamento particular. 
Junto ao Sistema Único de Saúde, ela vem recebendo medicamento 
contemplado no Programa de Dispensação de Medicamentos 
em Caráter Excepcional, o qual, no entanto, não lhe gera grandes 
efeitos. Após conseguir realizar uma consulta particular, o médico 
afirmou que o medicamento fornecido pelo SUS não servia ao seu 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
38
caso, tendo lhe receitado e justificado por laudo medicamento 
distinto. De volta à farmácia do Sistema, apesar da receita médica, 
fora-lhe negado o fornecimento do novo medicamento, afirmando 
não constar da lista do SUS.
Reflita e responda: o direito à saúde constitui que modalidade 
de direito fundamental? Qual o grau de efetividade comumente 
atribuído a esse direito? É possível pleitear questão específica dentro 
do direito à saúde quanto a um direito subjetivo de forma a alcançar 
o fornecimento de medicamento não constante da lista do SUS?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Indicações de leitura
39
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Neste trecho da obra de Barroso, há uma dedicação para o estudo 
da eficácia das normas constitucionais, discorrendo sobre as 
classificações de Thomas Cooley, Vezio Crisafulli, José Afonso da 
Silva, Luís Virgílio da Silva, Gomes Canotilho e a sua própria posição.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional 
contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do 
novo modelo. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2020. p. 212-216.
Indicação 2
No item indicado, o autor apresenta diversas classificações acerca 
da eficácia da norma constitucional baseadas na quantidade de 
categorias presentes em cada (bipartida, tripartida e quadripartida), 
além de um tópico sobre o desenvolvimento e a efetivação das 
normas constitucionais. 
MORAES, Guilherme Peña. Curso de direito constitucional. 12. ed. 
São Paulo: Atlas, 2020. p. 104-108.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
40
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. De acordo com José Afonso da Silva, trata-se de categoria de 
normas constitucionais que, embora possuam aplicabilidade 
direta e imediata, podem não ser integrais em vista da 
diminuição de seu alcance por norma intermediadora: 
a. Normas autoexecutáveis.
b. Normas de eficácia plena.
c. Normas de eficácia contida.
d. Normas de eficácia limitada.
e. Normas programáticas.
2. Tal categoria de normas constitucionais diz respeito àquelas 
que, embora ainda estejam presentes no texto constitucional, 
não mais possuem qualquer eficácia: 
a. Normas não autoexecutáveis.
b. Normas de eficácia restringível.
c. Normas de eficácia exaurida.
d. Normas de princípio institutivo.
e. Normas de eficácia plena.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Nos termos da famosa classificação do professor 
José Afonso da Silva, as normas de eficácia contida – também 
41
chamadas de restringível por Maria Helena Diniz – possuem 
aplicabilidade direta, imediata e, talvez, não integral. Ela será 
integral enquanto não houver norma de intermediação, mas, 
uma vez existente, ela poderá ter seu âmbito reduzido.
Questão 2 - Resposta CResolução: A classificação do professor Uadi Bulos abarca as 
chamadas normas de eficácia exaurida. Embora ainda se façam 
presentes no texto constitucional, já tiveram esgotados seus 
efeitos, como ocorre com o art. 3º do ADCT e a realização da 
revisão constitucional no prazo de cinco anos após a promulgação 
da Constituição (BRASIL, 1988). Já tendo ocorrida a revisão 
constitucional, o dispositivo não produz mais qualquer efeito.
Teoria Geral dos Direitos Fundamentais 
IV: restrições, colisão e limites dos 
limites 
______________________________________________________________
Autoria: Emerson Ademir Borges de Oliveira 
Leitura crítica: Lais Giovanetti 
TEMA 4
43
DIRETO AO PONTO
Em diversos momentos, o Supremo Tribunal Federal destaca a 
inexistência de direitos fundamentais absolutos. A despeito de posições 
em sentido contrário, é certo que, ao menos, a esmagadora maioria de 
tais direitos realmente não o são.
Em face disso, existem previsões restritivas de direitos fundamentais 
expressas e previsões não expressas. As primeiras decorrem 
de previsão no próprio texto constitucional ou de permissão da 
Constituição (BRASIL, 1988) para uma reserva legal. As segundas 
decorrem da natureza de certos direitos, em especial os programáticos, 
e da ocorrência de conflitos. Nesse contexto, é interessante notar que 
a norma fundamental estabelece o direito e, ao mesmo tempo, a sua 
restrição ou autorização restritiva.
Primeiramente, quanto às restrições textuais, isto é, que decorrem 
direta ou indiretamente do texto constitucional, tem-se situações 
em que a restrição é expressa no texto constitucional ou por ele é 
permitida.
No tocante ao primeiro, por exemplo, pode-se citar o art. 5º, XI (BRASIL, 
1988), o qual estabelece a inviolabilidade do domicílio e, ao mesmo 
tempo, as exceções ao direito: desastre, socorro e ordem judicial 
durante o dia.
No tocante ao segundo, a restrição costuma ocorrer a partir de certas 
fórmulas que remetem à necessidade de conformação legislativa da 
matéria, como “nos termos da lei”, disposta no art. 5º, VII, CF (BRASIL, 
1988). Assim, frisa-se que, em determinadas situações, a intermediação 
legislativa, em vez de restringir, servirá para completar ou concretizar 
o direito, como na proteção ao consumidor disposta no art. 5º, XXXII, 
CF(BRASIL, 1988) (MENDES; COELHO, 2018).
44
Não se olvide, ainda, a utilização, pelo constituinte, de conceitos 
jurídicos indeterminados ou plurissêmicos, a exemplo do que ocorre 
com a “função social”, disposta no art. 5º, XXIII, CF (BRASIL, 1988).
No tocante às limitações não expressas, aludimos inicialmente à 
reserva do possível. A teoria, de origem alemã, cunhada pelo Tribunal 
Constitucional Federal, em 1972, decorrera do julgado numerus 
clausus, em que os autores pleiteavam ingressar na faculdade de 
medicina pública, mesmo sem aprovação no processo seletivo, com 
base no art. 12 da Lei Fundamental (BRASIL, 1988).
Desse modo, é importante frisar que a negativa do Tribunal não se 
deu pela impossibilidade financeira de atender aquele pedido em 
específico, mas pela ausência de razoabilidade da pretensão sob o 
prisma da sociedade. Assim, imagine-se que todos os moradores da 
Alemanha resolvessem pleitear do Estado uma determinada formação, 
de opção pessoal. O Estado certamente não poderia atender.
No Brasil, ela fora analisada sob o viés meramente econômico, a 
princípio. Diante disso, Sarlet (2001) estabeleceu três critérios para 
justificar a utilização da teoria enquanto fonte argumentativa: a) 
impossibilidade fática, enquanto inexistência de recursos, para 
atender a pretensão sob o ponto de vista coletivo; b) impossibilidade 
jurídica, no tocante à inexistência de autorização da lei orçamentária e 
incompetência do ente federativo para a despesa; c) irrazoabilidade e 
desproporcionalidade da exigência em face de outras políticas públicas.
Há duas teorias no tocante às restrições: a externa e a interna. Para 
a teoria externa, não há uma relação de simbiose entre direito e 
restrição, constituindo-se dois institutos apartados. As restrições se 
operam em um segundo momento, durante a concretização do direito 
(NOVELINO, 2011).
45
De outro lado, para a teoria interna, a restrição é parte do direito, sendo 
imanente ao direito. Vale dizer que, na própria definição do direito, em 
abstrato, já se considera a restrição.
Além disso, é possível afirmar que as restrições podem ocorrer por 
reserva legal simples ou qualificada, bem como a possibilidade de 
direitos fundamentais sem reserva legal. 
Quadro 1 – Direitos fundamentais e reserva leal
Reserva legal simples
O texto constitucional apenas prevê a 
regulamentação legal do direito, sem 
nenhuma condição específica. Ex.: art. 
5º, XVIII, CF (BRASIL, 1988): “a criação 
de associações e, na forma da lei, de 
cooperativas independem de autorização, 
sendo vedada a interferência estatal em 
seu funcionamento”.
Reserva legal qualificada
O texto constitucional não apenas prevê 
a regulamentação legal, como também 
alguma condição ou circunstância 
especial. Ex.: art. 5º, XLIII, CF (BRASIL, 
1988): “a lei considerará crimes 
inafiançáveis e insuscetíveis de graça 
ou anistia a prática da tortura, o tráfico 
ilícito de entorpecentes e drogas afins, o 
terrorismo e os definidos como crimes 
hediondos, por eles respondendo os 
mandantes, os executores e os que, 
podendo evitá-los, se omitirem”. Perceba-
se que o constituinte já previamente 
vinculou a vontade da lei.
46
Sem reserva legal
O texto constitucional não faz qualquer 
menção a reservas legais, o que não 
significa que não possa ocorrer restrição. 
Ex.: art. 5º, IV, CF (BRASIL, 1988): “é livre 
a manifestação do pensamento, sendo 
vedado o anonimato”.
Fonte: elaborada pelo autor.
Evidentemente, as restrições também devem ser controladas, sob 
pena de esvaziarem o conteúdo do direito constitucional. Com isso, 
temos a teoria dos “limites dos limites” (Schranken-Schranken), de 
origem alemã, com vistas a preservar o núcleo essencial do direito.
Embora no Brasil não exista um dispositivo constitucional que trate 
de tais limites, é corriqueiro emprestarmos, doutrinariamente, a 
previsão do art. 19 da Lei Fundamental de Bonn. De uma forma 
geral, percebe-se que a melhor baliza para averiguação da lei 
restritiva acaba sendo o princípio da proporcionalidade.
Quadro 2 – Parâmetros da lei restritiva
Requisitos formais
Reserva legal
Somente atos 
normativos 
primários são aptos 
para estabelecer 
restrições.
Irretroatividade
A lei restritiva 
não pode operar 
efeitos para atos 
consolidados.
47
Requisitos materiais
Proporcionalidade
Subprincípios:
a) Adequação – a 
medida é apta para 
atingir a finalidade 
pretendida?
b) Necessidade – a 
restrição é a menos 
onerosa dentre as 
possíveis?
c) Proporcionalidade 
em sentido estrito – 
existe equilíbrio entre 
a medida e o objetivo 
a ser atingido?
Abstração e 
generalidade
A medida não pode 
se voltar para atingir 
pessoas específicas 
ou casos concretos.
Salvaguarda do 
núcleo essencial
A restrição não pode 
inviabilizar o exercício 
do direito.
Fonte: adaptado de Novelino (2011).
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Presidência da República, [1988]. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
48
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito 
constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 2. ed. Porto 
Alegre: Livraria do Advogado, 2001.
PARA SABER MAIS
Teoria objetiva x teoria subjetiva da proteção do núcleo 
essencial – para a teoria objetiva, a proteção do núcleo essencial 
se opera sobreo direito fundamental, enquanto uma instituição 
objetiva, ignorando-se a proteção específica de cada indivíduo, 
sob argumento de que as situações individuais são drasticamente 
afetadas. Nesse caso, o que se pretende impedir é a restrição que 
torne o direito inoperante para a comunidade de uma maneira 
geral. A teoria subjetiva, por sua vez, busca proibir a supressão 
de um direito subjetivo, voltando os olhos para o indivíduo e não 
para a comunidade como um todo. Vale dizer, a análise sobre a 
possibilidade da restrição deve ser feita sobre cada indivíduo de 
maneira casuística (MENDES; BRANCO, 2018).
Teoria absoluta x teoria relativa x teoria conciliadora do núcleo 
essencial – para a teoria absoluta, todo direito fundamental traz 
em si um núcleo rígido, imune à atuação legislativa em quaisquer 
situações. A crítica se opera sobre a dificuldade em definir, em 
abstrato, o conteúdo desse núcleo. Para a teoria relativa, por sua 
vez, o núcleo essencial é definido de forma casuística, em um 
processo de análise entre meios e fins, isto é, no caso concreto. A 
crítica ao modelo decorre da flexibilidade que oferece ao núcleo 
essencial, prejudicando a segurança do direito.
Por fim, Konrad Hesse propõe a teoria conciliadora, segundo a qual 
a identificação do núcleo essencial deve ser guiada pelo princípio 
49
da proporcionalidade visto sob seus três subprincípios: adequação, 
necessidade e proporcionalidade em sentido estrito.
Mínimo existencial – teoria criada pelo Tribunal Administrativo 
Federal alemão, em 1953, que tem o propósito de estabelecer um 
conjunto de direitos básicos, imprescindíveis para o exercício de 
uma vida digna. Ela foi importada por Ricardo Lobo Torres, o qual 
entendeu por sua relatividade, isto é, impossibilidade de definir 
um conjunto de direitos mínimos de forma geral, sendo necessária 
a análise temporal e geográfica. Segundo Masson (2017), já para 
Ana Paula de Barcellos, o mínimo existencial incluiria a educação 
fundamental, saúde, assistência aos desamparados e acesso à 
Justiça. O principal ponto do mínimo existencial, contudo, diz 
respeito à sua oponibilidade em face da alegação de reserva do 
possível. Vale dizer que, há aqueles que advogam a impossibilidade 
de alegação da reserva do possível quando se tratar de direitos do 
núcleo mínimo existencial; mas há os que alegam ser possível, desde 
que com carga argumentativa maior.
Lei de colisão x ponderação – Robert Alexy (2002) divide em duas 
categorias o conflito de princípios: lei de colisão e ponderação.
Na lei de colisão, opera-se uma situação de precedência 
condicionada, isto é, determinado direito, sob certas condições, terá 
precedência sobre outro, sempre em que estiverem presentes estas 
mesmas condições. Essa regra cria uma lei não escrita, que regerá o 
conflito sempre que vier a ocorrer.
Na ponderação, não é possível estabelecer qualquer hipótese de 
precedência condicionada. Isto é, a análise do conflito será sempre 
realizada no caso concreto e diante das situações do caso concreto. 
Nesse caso, um dos direitos preponderará sobre o outro a partir das 
circunstâncias fáticas e jurídicas específicas, mas que não podem 
50
ser utilizadas como parâmetros para outras hipóteses em que os 
mesmos direitos entrarem em conflito.
Referências 
ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales. Madri: Centro de 
Estúdios Políticos y Constitucionales, 2002.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de direito 
constitucional. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2018.
MASSON, Nathalia. Manual de direito constitucional. 5. ed. Salvador: 
Juspodivm, 2017.
TEORIA EM PRÁTICA
Um cliente lhe procura, alegando ser bacharel em Direito e, por 
sucessivas vezes, não logrou êxito na aprovação do Exame de 
Ordem. Com base no art. 5º, XIII, CF (BRASIL, 1988), alega que a 
Constituição lhe garante o livre exercício de qualquer profissão e 
que, por isso, o Exame seria inconstitucional.
Reflita e responda: art. 5º, XIII, CF (BRASIL, 1988) é norma restritiva 
de direitos fundamentais? Qual sua modalidade, reserva simples ou 
qualificada? No exercício da restrição, quais os critérios que devem 
ser observados pelo legislador? De acordo com a jurisprudência do 
STF, os critérios utilizados neste caso em específico atendem aos 
requisitos limitadores?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
51
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
Neste artigo, o Ministro Gilmar Mendes discorre sobre os aspectos 
teóricos e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no tocante 
ao conflito entre a liberdade de expressão e de comunicação e o 
direito à honra e à imagem.
MENDES, Gilmar Ferreira. Colisão de direitos fundamentais: 
liberdade de expressão e de comunicação e direito à honra e à 
imagem. Doutrinas Essenciais de Direito Constitucional, [s. l.], v. 
8, p. 479-486, ago. 2015.
 
Indicações de leitura
52
Indicação 2
Neste artigo, o professor Luís Afonso Heck, a partir de palestra 
proferida, estabelece, em uma ordem de desenvolvimento, os 
direitos fundamentais na Constituição, a vinculatividade de tais 
direitos, a diferenciação entre regras e princípios e, por fim, os 
critérios para lidar com a colisão de direitos fundamentais. 
HECK, Luís Afonso. O modelo das regras e o modelo dos princípios 
na colisão de direitos fundamentais. Revista dos Tribunais, [s. l.], v. 
781, p. 71-78, nov. 2000.
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Teoria segundo a qual o Estado pode alegar a impossibilidade 
de efetivação de determinados direitos fundamentais em sua 
amplitude máxima, em razão da falta de razoabilidade coletiva 
da pretensão: 
a. Reserva do impossível.
b. Mínimo existencial.
53
c. Reserva do possível.
d. Máxima eficácia.
e. Eficácia relativa
2. A partir das construções teóricas, ergueu-se a teoria segundo 
a qual os direitos fundamentais, embora possam sofrer 
limitações, não podem ter seu núcleo esvaziado, o que 
acabaria por tornar letra morta o dispositivo. Diante disso, 
estamos tratando da: 
a. Teoria do Mínimo Existencial.
b. Teoria da Restrição Absoluta.
c. Teoria dos Limites dos Limites.
d. Teoria da Reserva Simples.
e. Teoria da Lei de Colisão.
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: A teoria da reserva do possível é de origem alemã, 
fruto de julgado de 1972 do Tribunal Constitucional Federal, no 
famoso julgado numerus clausus, segundo o qual a inexistência 
de maior oferta de vagas no curso de medicina em faculdades 
públicas não violaria a Constituição (BRASIL, 1988), tendo em vista 
a impossibilidade de atendimento coletivo do direito para todas 
as demandas semelhantes e com base no mesmo dispositivo 
constitucional (art. 12 (1) da Lei Fundamental de Bonn).
Questão 2 - Resposta C
Resolução: A Teoria dos Limitesdos Limites (Schranken-
Schranken) é de origem alemã. Na Lei Fundamental de Bonn, 
o art. 19, ao permitir a restrição de direitos fundamentais, 
54
estabelece certos limites, como a proteção do núcleo essencial. 
Embora não tenhamos dispositivo semelhante na Constituição 
brasileira, a teoria é aceita como uma forma de proteção da 
eficácia constitucional.
BONS ESTUDOS!
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