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INTRODUÇÃO
Olá!
A compreensão das formas e sistemas de governo e sua aplicação na realidade brasileira é de suma
importância para o estudo e análise do sistema político do país, pois adquire-se um arcabouço teórico e
conceitual que permite entender como o poder é exercido, distribuído e controlado em uma nação.
As formas de governo, como a democracia, monarquia e ditadura, são fundamentais para entender as bases
sobre as quais um Estado é estruturado. Cada uma dessas formas possui características especí�cas que
moldam as instituições políticas e os mecanismos de tomada de decisão.
Além disso, os sistemas de governo, como o presidencialismo e o parlamentarismo, in�uenciam a maneira
como o poder é exercido e distribuído entre os poderes executivo e legislativo. Esses sistemas estabelecem as
regras do jogo político e determinam a forma como as políticas públicas são formuladas, implementadas e
�scalizadas.
Conhecer essas dinâmicas é fundamental para analisar os desa�os e avanços da democracia brasileira, bem
como identi�car possíveis melhorias para fortalecer as instituições e promover a cidadania.
Aula 1
FORMAS E SISTEMAS DE GOVERNO
A compreensão das formas e sistemas de governo e sua aplicação na realidade brasileira é de suma
importância para o estudo e análise do sistema político do país, pois adquire-se um arcabouço teórico e
conceitual que permite entender como o poder é exercido, distribuído e controlado em uma nação.
17 minutos
O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E AS POLÍTICAS PÚBLICAS
COMO FORMA DE EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
 Aula 1 - Formas e sistemas de governo
 Aula 2 - A constituição federal de 1988
 Aula 3 - As dimensões dos direitos fundamentais
 Aula 4 - Direitos fundamentais na constituição de 1988
 Aula 5 - Revisão da unidade
 Referências
89 minutos
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GOVERNO: FORMA E SISTEMA
Independentemente da sociedade observada, sempre será possível identi�car alguma forma de poder, seja
ele exercido por um líder, por um grupo de pessoas ou um arranjo qualquer cujo objetivo seja representar os
interesses coletivos e tomar decisões. De todo modo, o poder, como determinação, mando, orientação ou
imposição, sempre se mostrou presente nas sociedades humanas, desde a aurora dos tempos. A�nal, o
homem é um ser vocacionado para a política, para a construção de relacionamentos interpessoais. Daí, aliás,
deriva o próprio nascimento da sociedade.
As sociedades estruturam seus próprios mecanismos de exercício do poder, de acordo com seus per�s
culturais, com suas preferências, valores etc. Daí que, em toda ideia de poder, há uma ideia de governo.
Ambos os conceitos perfazem a estrutura política de uma dada sociedade. No decurso da história, há
múltiplas maneiras de exercício do poder e, assim, múltiplos meios de se governar, ora com o poder
centralizado, ora com o poder descentralizado. Até o nascimento do Estado Moderno no �nal do século XVIII,
não havia balizas claras a respeito do funcionamento do poder e do governo que, de regra, mostravam-se
arbitrários e reservados a determinadas classes sociais, que os impunham por meio da in�uência econômica
ou pela força física (GAMBA, 2023). 
Na perspectiva mais moderna, na qual a �gura do Estado está acoplada a um sistema jurídico que limita o
poder e estabelece direitos e garantias fundamentais e individuais, o governo é a instância responsável por
exercer o poder de forma legítima (dentro da lei) e concretizar (por meio das instituições públicas, estatais) as
normas que orientam a vida em comunidade. Igualmente, o governo “é o conjunto das funções necessárias à
manutenção da ordem jurídica e da administração pública” (MALUF, 2022, p. 18).
Assim, a forma de governo refere-se à maneira pela qual um país ou uma entidade política é organizada e
governada. Ela estabelece as estruturas e os processos pelos quais as decisões políticas são tomadas, os
líderes são selecionados e as responsabilidades são distribuídas dentro do sistema político.
Classicamente, há três formas de governo, consideradas normais, isto é, que visam ao bem estar da
comunidade: 1) monarquia (governo de apenas uma pessoa); 2) aristocracia (governo de uma classe); 3)
democracia (governo de todos os cidadãos). De acordo com a doutrina do pensador grego antigo Aristóteles,
ainda haveria três formas, que intitulava como formas degeneradas de governo, porque visam ao bem estar
próprio ou de uma classe em especí�co. Àquelas formas equivalem suas formas já citadas, mas degeneradas,
quais sejam: 1) tirania; 2) oligarquia; 3) demagogia (MACKENZIE, 2011).
Foi o �lósofo político �orentino Maquiavel (2020), no entanto, que melhor classi�cou as formas de governo:
monarquia e república, respectivamente o governo de uma minoria e o governo de uma maioria. Se o governo
é renovado periodicamente, estamos diante de uma república. Se, porém, o governo é transmitido de maneira
hereditária, estamos diante de uma monarquia.
A divisão apresentada por Maquiavel é interessante porque, ao contrário do que pensava Aristóteles, a
democracia e a aristocracia são, na verdade, “modalidades intrínsecas de qualquer das duas formas” (MALUF,
2022, p. 83). Pode-se ter, então, uma república democrática, como uma república aristocrática, e o mesmo
quanto a uma monarquia.
Já em relação aos sistemas de governo, o que se observa aí é a técnica quanto ao exercício das funções do
poder, que diz respeito à maneira de os órgãos e instituições estatais se relacionarem, sobretudo as funções
executiva e legislativa. Tradicionalmente, os sistemas de governo mais importantes são o presidencialismo e o
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parlamentarismo. Esses sistemas se acoplarão às formas de governo de maneiras diferentes, estruturando,
dessa maneira, o per�l de acontecimento do poder e do governo em uma dada sociedade.
Ah, você deve estar se perguntando a respeito do Brasil! No Brasil, a forma de governo adotada é a
republicana, de tipo democrático, com o sistema presidencialista.
Entender, com maior especi�cidade, cada uma dessas modalidades é tarefa importante para o seu
desenvolvimento político e intelectual.
Vamos em frente!
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FORMAS E SISTEMAS DE GOVERNO
Depois de conhecer os conceitos básicos dentro da temática das formas e sistemas de governo, é o momento
agora de aprofundar um pouco a re�exão.
Você já aprendeu que a forma de governo diz respeito ao modelo adotado em relação ao exercício do poder.
Esse modelo pode ser, na visão política moderna, basicamente, de duas formas, a partir do pensamento de
Maquiavel (2020): a forma republicana, quando pressupõe um governo de maioria e, em tese, para a maioria,
com separação entre o patrimônio público comum e o patrimônio privado, com alternância na ocupação do
poder; ou, a forma monárquica, quando pressupõe o governo de uma minoria, na qual o poder é transmitido
de maneira hereditária. Ocorre que existem variantes dessas duas grandes formas de governo.
A monarquia, por exemplo, pode ser absoluta ou limitada. Na monarquia absoluta, típica dos Estados
europeus até meados do século XVIII, todo o poder está concentradona pessoa do monarca, que o exerce por
direito próprio, reunindo, ainda, as funções legislativa, administrativa e judiciária. Não há aí qualquer tipo de
obstáculo, porque tudo acontece de acordo, única e exclusivamente com a sua vontade (MALUF, 2022).
Mas, a monarquia também pode ser de um tipo limitado, em três situações: a) monarquia de estamentos; b)
monarquia constitucional; ou, monarquia parlamentar (MALUF, 2002).
Na primeira modalidade (de estamentos), o poder é descentralizado pelo rei, dividindo algumas funções entre
integrantes da Corte, geralmente da nobreza. Na monarquia constitucional, o rei possui apenas o exercício do
poder executivo, coexistindo os poderes legislativo e judiciário, todos baseados em uma constituição escrita,
como, inclusive, já ocorreu no Brasil, quando da Constituição de 1824 (Brasil Imperial), e ainda ocorre na
Suécia e na Holanda. Por �m, na monarquia parlamentar, o rei não exerce a função executiva de governo, que
é exercida por um conselho de ministros, que efetivamente governa, prestando contas ao povo e ao
parlamento, principalmente.
Igualmente, a forma de governo republicano comporta possibilidades. Pode ser que a república seja
aristocrática, na qual o governo é assumido por determinada classe privilegiada, seja por questões de
nascimento ou por questões de conquista (MALUF, 2022).
Por �m, a república pode ser democrática, na qual o poder emana do povo. Aí, a democracia pode acontecer
de formas diferentes: direta, indireta ou semidireta. A democracia direta é aquela na qual os cidadãos
governam diretamente, manifestando suas opiniões acerca das questões trazidas para decisão – a Cidade-
Estado de Atenas, no mundo antigo, funcionava exatamente sob esse modelo.
Na democracia indireta, também chamada de representativa, os cidadãos, por intermédio de um processo
eleitoral, escolhem seus representantes, que deverão agir conforme os poderes outorgados popularmente,
isto é, agem em virtude do mandato recebido e em prol dos interesses populares. Nesse cenário, os cidadãos
transferem para os representantes o exercício do poder, do governo, cumprindo-lhes, porém, �scalizar a
maneira como é realizada a gestão (GAMBA, 2023).
En�m, na democracia semidireta, as características da democracia indireta e direta se fundem. A rigor, os
cidadãos transferem o exercício do governo para representantes eleitos (no estilo do modelo representativo),
porém ainda conservam algumas possibilidades de atuação direta em decisões, como nos casos do plebiscito
(consulta popular prévia para a aprovação de normas), referendo (con�rmação ou não de norma elaborada)
ou iniciativa popular para projetos de leis.
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E no Brasil – você deve estar se perguntando – como funciona? Na realidade brasileira, está em vigor uma
república democrática de tipo semidireto, porque elegem-se, periodicamente, representantes, mas existem
instrumentos, pelo voto popular, de participação em decisões importantes, exatamente por intermédio do
plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis.
Quanto ao sistema de governo, temos a forma pela qual se dá, predominantemente, o relacionamento
político entre o poder executivo e o poder legislativo, bem como em termos de representação estatal, no
plano internacional. Há dois modelos predominantes: o presidencialismo e o parlamentarismo.
No presidencialismo, como é o caso do Brasil, é eleito um representante, por voto popular, para administrar e
governar o Estado por determinado período de tempo (mandato de 4 anos, com a possibilidade de uma
reeleição). Nesse caso, o presidente atua como chefe de Estado (perante os demais países) e como chefe de
governo, no plano interno. Já no parlamentarismo, há a �gura do primeiro-ministro, que é indicado e
aprovado pelo parlamento, para exercer a che�a do governo. Tradicionalmente, o parlamentarismo teve lugar
em Estados monárquicos, nos quais o Rei exercia o papel de chefe de Estado e o primeiro-ministro o de chefe
de governo. Também pode ocorrer, no entanto, a �gura de um presidente para atuar na che�a do Estado, de
modo que o parlamentarismo se amolda bem tanto a um per�l republicano e democrático quanto a um
monárquico.
No caso brasileiro, adotou-se o presidencialismo como sistema de governo.
Legal, não é mesmo? Continue seus estudos, ainda há muito o que aprender!
A IMPORTÂNCIA DA FORMA E SISTEMA DE GOVERNO NO CASO BRASILEIRO
O regime republicano democrático e o sistema presidencialista de governo desempenham um papel crucial
no contexto da alternância do poder e da soberania popular, especialmente quando baseados em uma
Constituição Federal que assegura direitos e garantias fundamentais, como é a Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988. Essas estruturas políticas são fundamentais para a estabilidade, a
representatividade e a proteção dos direitos dos cidadãos em um Estado Democrático de Direito.
A alternância do poder é um princípio fundamental em uma sociedade democrática. Ela permite que
diferentes grupos políticos e ideologias tenham a oportunidade de governar e implementar suas políticas e
agendas. Isso evita a concentração excessiva de poder em um único partido ou indivíduo e promove a
pluralidade e a diversidade de ideias na tomada de decisões governamentais. O sistema presidencialista, ao
estabelecer um chefe de Estado eleito pelo povo, com mandato limitado, permite que a alternância do poder
ocorra de forma ordenada e previsível.
Nesse sentido, a soberania popular é o princípio central da democracia. Signi�ca que o poder político emana
do povo e é exercido em seu nome. O regime republicano democrático permite que os cidadãos participem
ativamente do processo político, seja por meio do voto, da liberdade de expressão ou da participação em
organizações da sociedade civil. É por meio desses mecanismos que os cidadãos podem in�uenciar as
decisões governamentais e garantir que seus interesses sejam representados.
A existência de uma Constituição Federal que assegura direitos e garantias fundamentais é essencial para a
proteção dos direitos individuais e coletivos dos cidadãos. Uma Constituição bem estruturada estabelece os
limites do poder estatal, garante a separação de poderes e estabelece direitos civis, políticos e sociais que não
podem ser violados. Ela serve como um instrumento de salvaguarda dos direitos humanos e uma base sólida
para o funcionamento do Estado democrático.
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O sistema presidencialista, em particular, oferece uma série de vantagens práticas. Ao concentrar a
autoridade executiva em um presidente eleito, separado do poder legislativo, permite uma divisão clara de
responsabilidades e uma maior e�ciência na tomada de decisões governamentais. O presidente, como chefe
de Estado e de governo, possui poderes e prerrogativas que lhe conferem a capacidade de agir de forma
decisiva em momentos de crise ou urgência.
Além disso, o sistema presidencialista promove a estabilidade política. O presidente é eleito por um período
determinado e não pode ser facilmente removido do cargo, a menos que haja um processo legal de
impeachment (impedimento). Essa estabilidade proporciona continuidade nas políticas públicas e permite que
o governo execute seus planos a longo prazo.
Em resumo, o regime republicano democrático e o sistema presidencialista de governo, em conjunto com uma
Constituição Federal que protege direitos e garantias fundamentais, são fundamentais para a governança
e�caz, a participação popular e a proteção dos direitos dos cidadãos. Eles asseguram a alternânciado poder,
promovem a soberania popular e fornecem uma estrutura institucional sólida.
VIDEO RESUMO
Olá! Agora que você já estudou o conteúdo proposto, deve estar com muita curiosidade para assistir a uma
aula especialmente preparada para abordar a questão da forma e sistema de governo, principalmente à luz
da Constituição brasileira! Por isso, e para que tenha a oportunidade de consolidar seu conhecimento e
aprofundar sua re�exão crítica, assista ao resumo desta aula.
 Saiba mais
Estudar o sistema presidencialista de governo, incita a conhecer as maneiras pelas quais é realizado o
controle dos atos do presidente e sua responsabilização, diante do cometimento de ilícitos. Nesse
sentido, um dos principais instrumentos, à disposição do parlamento – vale dizer – para que um
presidente seja destituído do seu mandato, é o chamado impeachment, ou, em tradução livre,
impedimento.
O processo de impeachment no Brasil é um mecanismo constitucional previsto para destituir um
presidente da República, governador ou prefeito em casos de crime de responsabilidade. O processo tem
suas bases na Constituição Federal de 1988 (art. 85) e é regido pela Lei nº 1.079/1950.
Para que o impeachment seja iniciado, é necessário que haja uma denúncia formal que apresente
indícios de crime de responsabilidade. A denúncia deve ser aceita pela Câmara dos Deputados para que
o processo prossiga. A partir daí, a denúncia é encaminhada ao Senado Federal, que julgará o caso.
Durante o julgamento, o presidente ou autoridade em questão tem direito à ampla defesa. O processo é
presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal e requer uma maioria de dois terços dos votos
dos senadores para que ocorra a condenação e destituição do cargo.
O processo de impeachment no Brasil é um mecanismo político-jurídico complexo, que visa proteger a
ordem democrática e a responsabilidade dos ocupantes de cargos públicos. Embora seja um
instrumento importante, seu uso deve ser feito com cautela, garantindo o devido processo legal e
evitando seu mau uso para �ns políticos ou de instabilidade. 
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Para conhecer mais sobre o processo de impeachment no Brasil, com um viés crítico e re�exivo, consulte
a obra a seguir: RICCITELLI, Antonio. Impeachment à brasileira: instrumento de controle
parlamentar? São Paulo: Editora Manole, 2006. E-book. ISBN 9788520446560.
INTRODUÇÃO
Olá!
O regime republicano e democrático em vigor no Brasil deve muito a uma longa construção e luta históricas
que culminaram na promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Trata-se de um
documento de natureza política, jurídica, social e econômica que traduz os anseios da sociedade brasileira,
�rmando compromissos para o Estado, além de assegurar direitos e garantias fundamentais individuais e
coletivos.
E faz mais do que isso: estrutura as instituições estatais, cuida dos direitos sociais (saúde, educação,
segurança, trabalho, alimentação, moradia etc.), disciplina a tributação, a ordem econômica, o orçamento
público, dentre tantos outros temas.
Mas, você sabe quais são as origens históricas, �losó�cas, políticas e jurídicas da Constituição de 1988? A�nal,
como é possível classi�cá-la? E quais são suas características primordiais, que a colocam como referência no
plano mundial?
Essas e outras questões você estudará a partir de agora.
Bons estudos!
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Estudar a Constituição de 1988 signi�ca apreender uma série de questões importantes que ocorreram ao
longo da história, que resultaram no texto que hoje existe. O Brasil nem sempre foi um país republicano e
democrático. Na verdade, o processo de redemocratização somente retornou na década de 1980, com o
arrefecimento da ditatura militar, que desde 1964 impôs um regime de exceção, pelo emprego da força e da
violência institucionais.
Com o retorno da sociedade à liberdade e ao plano de se ver garantida contra eventuais arbitrariedades
estatais, sobretudo com o reconhecimento de direitos e garantias fundamentais, individuais e coletivas, à luz
da dignidade da pessoa humana, en�m temos uma república democrática, expressa num texto constitucional
Aula 2
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
O regime republicano e democrático em vigor no Brasil deve muito a uma longa construção e luta
históricas que culminaram na promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
18 minutos
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avançado, cujo objetivo principal passa pela reconstrução e desenvolvimento do Brasil, como uma nação
plural e livre.
As bases desse resultado, certamente, estão na dimensão moderna acerca do papel do Estado e do Direito,
surgida no �nal do século XVIII, principalmente a partir da Revolução Francesa. Aí, o modelo antigo de Estado
é rompido, criando-se outro, no qual o poder, en�m, está limitado pela lei. E não por qualquer lei, mas por
uma lei fundamental, uma Constituição. Essa, que é também conhecida como Carta Magna, traduz os
interesses e expectativas de uma sociedade, reconhecendo direitos, prevendo limitações para o exercício do
poder, separando as funções estatais (judiciária, legislativa e executiva) e criando instrumentos de proteção
individual e coletiva. Outorgam-se direitos, instituem-se garantias.
Dizer que a Constituição brasileira de 1988 é moderna indica, basicamente, duas noções principais: de um
lado, signi�ca que seu DNA é aquele das constituições modernas no sentido histórico, isto é, que surgiram a
partir do �nal do século XVIII e que, primordialmente, limitam o poder estatal, asseguram a igualdade de
todos perante a lei (igualdade formal), garantem liberdades civis básicas, protegem a propriedade privada e a
livre concorrência; por outro lado, indica um texto avançado, no sentido de postular pelo desenvolvimento da
sociedade por meio da previsão de compromissos a serem cumpridos pelo Estado e pela sociedade como um
todo e pela previsão de instrumentos para alcançar esses objetivos.
Falar nesse tipo de Constituição é trazer alguns destaques para a sua classi�cação e estrutura. É entender
como ela se desenvolve diante de uma multiplicidade de formas pelas quais se pode construir e desenvolver
uma Constituição. Além disso, é preciso conhecer um pouco mais a fundo as características principais dessa
Constituição, justamente para entender porque é possível dizer que ela é tão especial e, ao mesmo tempo,
gera tantas polêmicas, sobretudo no momento da sua aplicação.
A Constituição, como resultado direto da modernidade, inspira a construção de um novo país e de um novo
tempo histórico. Trata-se de documento relevante que está no ápice do ordenamento jurídico brasileiro, de
sorte que todas as demais normas produzidas devem guardar estrita observância para com os seus preceitos.
A CONSTITUIÇÃO EM MOVIMENTO
A Constituição Federal de 1988 apresenta um texto moderno. É a chamada Constituição Cidadã. Fruto de um
longo e profundo processo de redemocratização, apresenta de maneira sistemática e extensa direitos e
garantias fundamentais, reunidos a partir de um valor central, intransponível: a dignidade da pessoa humana.
No �nal do século XVIII, a Revolução Francesa cumpriu as promessas do movimento iluminista, questionando
o regime político de até então, dos Estados Absolutistas, comandados por reis despóticos, arbitrários, que
sufocavam a existência livre das pessoas, tratadas como súditas, sujeitadas à vontade do monarca (MOTTA,2021).
Nesse contexto histórico, a marca do pensamento �losó�co e, por conseguinte, político, jurídico e econômico
era a utilização da razão humana como mecanismo de questionar o mundo e a sociedade. As pessoas
deveriam pensar por si próprias e não poderiam mais admitir a imposição da vontade de um monarca, que
privilegiava apenas segmentos especí�cos, como o clero e a nobreza. Era um cenário de exploração, faltavam
alimentos básicos e liberdades fundamentais. Com isso, as revoltas populares empreenderam a revolução,
rompendo com o antigo regime absolutista e instaurando um novo. Surge, assim, o chamado Estado Moderno
ou Estado de Direito, cujas características principais são: igualdade formal perante a lei, liberdades individuais
(de pensamento, expressão, negocial e concorrencial etc.), proteção da propriedade privada e limitação do
poder estatal (MORAES, 2022).
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Essa nova con�guração política e jurídica funciona a partir de um texto fundamental: a Constituição. Como
documento fundamental de uma sociedade, institui o necessário para o asseguramento das liberdades
individuais, ao mesmo tempo que moderniza a maneira pela qual ocorre a tutela das relações sociais. É, além
disso, uma técnica juspolítica que estrutura a Administração Pública no trato com o patrimônio comum. É o
principal elemento de defesa da cidadania e dos cidadãos relativamente às próprias relações sociais
intersubjetivas e em relação às instituições estatais.
Mas, as Constituições surgidas, ainda que com objetivo central comum, que é de fundamentar o ordenamento
jurídico e político das nações, não são iguais umas às outras. Variam em sua estrutura, forma, conteúdo,
conforme as in�uências e os processos que as engendraram, seja através do tempo, como construção
contínua, seja como ruptura e inovação.
Por esse motivo, é interessante e oportuno conhecer as principais classi�cações das Constituições:
• Quanto ao conteúdo, a Constituição pode ser material ou formal: material quando disciplina assuntos
tipicamente constitucionais (estrutura do Estado, dos Poderes, direitos e garantias fundamentais etc.); formal,
ao revés, quando seu conteúdo não revela apenas questões de típico interesse constitucional, como os
exempli�cados, todavia todo e qualquer assunto conforme a vontade do Poder Constituinte Originário.
• Quanto à forma: escrita, quando se resume em um documento único; não-escrita, também chamada
consuetudinária, porquanto não reunida em documento único, mas constante da prática, dos costumes.
• Quanto ao modo de elaboração: dogmática, se fruto do trabalho único de um órgão constituinte (uma
Assembleia Constituinte, por exemplo); ou, histórica, quanto fruto de paulatina evolução temporal.
• Quanto à extensão: analítica, porque trata de assuntos variados com alto grau de especi�cidade; ou,
sintética, quando lida apenas com os assuntos essenciais do Estado.
• Quanto à origem: outorgada, se imposta por ato de vontade, geralmente arbitrário; ou, promulgada, se fruto
de consenso esclarecido, geralmente de cunho democrático e representativo.
• Quanto à �nalidade: garantida, se pretende apenas a limitação dos poderes e a estruturação balizar da
máquina estatal; ou, dirigente, também chamada de programática, de sorte que cria programas a serem
seguidos pelo Estado, tanto para a atividade executiva, por meio de políticas públicas, quanto para a atividade
legiferante, como um guia para a elaboração de leis pelo Poder Legislativo (MORAES, 2022).
Desse cenário, nota-se que a Constituição Brasileira é formal, escrita, dogmática, analítica, promulgada e
dirigente.
É uma Constituição completa, altamente desenvolvida, que prevê princípios fundamentais, direitos e garantias
individuais e coletivos, direitos sociais, direitos de nacionalidade, políticos, estrutura o Estado como uma
federação, reparte competências, especi�ca a Administração Pública e seus princípios, sistematiza a
tributação, o processo legislativo, as funções dos poderes constitucionais (Executivo, Legislativo e Judiciário), a
proteção do meio ambiente, dentre tantos outros assuntos.
A Constituição endereça o Brasil para um novo horizonte. Resta, é claro, cumpri-la.
A CONSTITUIÇÃO EM AÇÃO
O caráter moderno de uma Constituição indica um dos postulados fundamentais para que o seu texto alcance
efetividade. Imagine, nesse contexto, que durante um processo judicial, o juiz escolha, por sua própria
vontade, inverter as fases de um procedimento. A primeira defesa será justamente a que invoca o devido
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processo legal como garantia fundamental, para evitar esse tipo de conduta. O devido processo legal é apenas
mais um exemplo dos inúmeros direitos e garantias fundamentais individuais que a Constituição apresenta. E,
de uma perspectiva vertical, quanto à relação entre o Estado e os cidadãos, como ocorre no caso da prestação
jurisdicional, o devido processo legal age como uma proteção contra arbitrariedades estatais, ali
representadas pela �gura do magistrado. É porque temos uma noção moderna de Constituição, portanto, que
entendemos que o Estado não pode fazer o que bem entender, mas deve seguir as leis e, principalmente, as
normas constitucionais (MORAES, 2022).
Nessa dimensão vertical, a modernidade nos ajuda com esse conceito fundamental, de limitação do poder
com base na lei. E não qualquer lei, mas uma que foi estruturalmente pensada para organizar o
funcionamento das instituições e elencar barreiras de proteção contra violações sistemáticas e deliberadas.
Também é possível pensar o papel da Constituição nas relações horizontais, isto é, entre os próprios cidadãos.
Trata-se de uma e�cácia horizontal dos direitos e garantias fundamentais, que imanta as relações privadas
com o mesmo conjunto de deveres que são utilizados para a defesa perante o Estado. Em situações de
celebração de contratos, quanto ao respeito à dignidade humana, a função social e ambiental da propriedade
quanto à sua utilização, são casos emblemáticos.
Além do mais, o fato de conhecermos a Constituição brasileira como formal e escrita, confere segurança
jurídica, porque as normas, em tese, encontram-se estabilizadas no texto constitucional, valendo lembrar que,
no Brasil, o processo de alteração da Constituição é mais di�cultoso, por meio de emenda, que demanda
votação de três quintos dos membros de cada casa do congresso nacional, em dois turnos de votação.
Também existem limitações para o que pode ser emendado. As normas que de�nem direitos e garantias
fundamentais, por exemplo, não podem ser abolidas ou reduzidas, senão ampliadas e favorecidas, bem como
a forma federativa de Estado, a separação dos poderes etc. (MOTTA, 2021).
No mais, a Constituição, por ser dirigente, estabelece programas a serem seguidos pelo Estado, constituindo
vetores, tanto para a ação estatal quanto para a interpretação das normas, sobretudo aquelas que dizem
respeito aos direitos sociais, que demandam prestações positivas, ações concretas no sentido de efetivar as
previsões normativas. Quando a Constituição prevê, por exemplo, o direito social à saúde, requer que o
Estado mantenha um sistema público, gratuito e universal, como é o caso do Sistema Único de Saúde (SUS).
Quando ela se refere ao direito social à moradia, dá margem para a criação de programas habitacionais que
facilitam a aquisição de imóveis. Quanto à proteção ao meio ambiente, institui o dever de legislar e �scalizar o
uso social da fauna e da �ora, e assim, sucessivamente. Para cada direito social previsto equivale uma
prestação concreta,de incumbência do Estado. É dever do Estado e direito de todos.
VÍDEO RESUMO
Olá!
O estudo da Constituição Federal de 1988 é ponto crucial para você entender o coração do direito público
brasileiro, assim como o fundamento de validade de todo o ordenamento jurídico.
Pensando nisso, assista ao vídeo resumo para consolidar o seu conhecimento e desenvolver ainda mais a sua
capacidade de re�exão crítica sobre os assuntos abordados.
Vamos lá!
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 Saiba mais
O movimento iluminista europeu foi um período de grande importância na história intelectual e cultural
do continente. Surgido durante o século XVIII, ele se caracterizou pela defesa do uso da razão, da
liberdade individual, da igualdade social e do progresso cientí�co, com relevante impacto social e
cultural.
Uma das principais características do Iluminismo foi a crença no poder da razão humana. Os �lósofos
iluministas acreditavam que, através do uso da lógica e da investigação cientí�ca, o ser humano poderia
compreender o mundo e melhorar sua condição. Eles criticavam a autoridade absoluta da Igreja e dos
governantes, defendendo a liberdade de pensamento e a separação entre religião e Estado.
Os �lósofos iluministas, como Voltaire, Montesquieu, Rousseau e Diderot, foram responsáveis por
disseminar essas ideias através de suas obras literárias e �losó�cas.
Além disso, o Iluminismo teve um impacto signi�cativo na política. Os pensadores iluministas defendiam
a ideia de que os governantes deveriam governar de acordo com o bem comum e que o poder deveria
ser limitado e controlado pelo povo. Essas ideias in�uenciaram as revoluções americana e francesa, que
resultaram na independência dos Estados Unidos e na queda do Antigo Regime Absolutista na França.
Embora o movimento iluminista tenha sido predominante na Europa, suas ideias tiveram um impacto
global. Os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade inspiraram movimentos revolucionários em
outros continentes, como na América Latina, durante as lutas pela independência das colônias europeias.
Para conhecer mais sobre o movimento iluminista, leia da página 60 a 70 da obra: GUIMARÃES, Bruno;
ARAÚJO, Guaracy; PIMENTA, Olímpio. Filoso�a como esclarecimento. Belo Horizonte: Grupo Autêntica,
2014. E-book. ISBN 9788582174289.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante
Os direitos fundamentais são elementos essenciais no estudo do direito, abrangendo princípios que garantem
a dignidade humana, a liberdade e a igualdade. Para uma compreensão mais abrangente, é crucial considerar
as diversas dimensões dos direitos fundamentais. Essas dimensões ampliam a perspectiva, abordando a
evolução temporal dos direitos, sua aplicabilidade universal além das fronteiras, a importância da justiça
social e da equidade, o respeito à diversidade cultural e a busca pela igualdade de gênero. Ao explorar essas
dimensões, os estudiosos do direito podem compreender melhor as complexidades dos direitos
Aula 3
AS DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Os direitos fundamentais são elementos essenciais no estudo do direito, abrangendo princípios que
garantem a dignidade humana, a liberdade e a igualdade.
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fundamentais, suas interações com a sociedade e as respostas necessárias para enfrentar os desa�os
contemporâneos. A análise dessas dimensões proporciona uma base sólida para uma interpretação e
aplicação efetiva dos direitos fundamentais, garantindo sua relevância contínua na proteção dos direitos
humanos e na construção de uma sociedade justa e inclusiva.
AS DIMENSÕES DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais são normas jurídicas de especial importância, porquanto acham-se fundamentados em
princípios. Estes, ao lado das regras jurídicas, formam o arcabouço jurídico dos ordenamentos positivos,
sobretudo aqueles de tradição do direito escrito, de raiz romano-germânica (conhecido como sistema civil
law).
As referidas normas expressam valores humanos universais, que se mostram como situações concretamente
exigíveis e razoáveis, considerando uma ideia basilar de dignidade humana.
Os direitos fundamentais são aqueles que pertencem intrinsecamente à condição humana, que constam no
ordenamento jurídico-positivo como um reconhecimento acerca do que é minimamente necessário para uma
vida existencialmente digna. Constituem, além de barreiras contra o cometimento de arbitrariedades, seja
pelo Estado ou pelas pessoas no âmbito das relações intersubjetivas, verdadeiros instrumentos de
asseguramento de acesso a bens essenciais à vida.
São direitos que estão no coração, mesmo das Constituições modernas, de natureza profundamente
principiológica. Por constituírem princípios, acabam por sustentar a aplicação das demais normas jurídicas,
conferindo-lhes legitimidade. Nesse sentido, funcionam como horizontes hermenêuticos para a aplicação do
direito positivo, justi�cando sua incidência ou o afastamento de regras. Os princípios, porque imbuídos no
seio de direitos expressamente fundamentais, sejam eles individuais ou coletivos, a exemplo dos arts. 5º e 6º,
da Constituição Federal de 1988, representam o obstáculo mais enfático contra violações de todo gênero às
pessoas, bem como pontes concretas para o reconhecimento de novos direitos e para a garantia do acesso a
bens essenciais à vida digna.
Por serem assim, os direitos fundamentais estão compostos, textualmente, de maneira a revelar técnica
legislativa aberta, isto é, em uma norma de direito fundamental não se pode encontrar a determinação
absoluta do seu campo de incidência, senão a vereda aberta para a argumentação, para a exploração do
possível, conforme as necessidades de uma sociedade plural, diferenciada e múltipla, como é a brasileira.
Diferem, portanto, das regras, porquanto revelam-se, no geral, como normas determinadas, especí�cas,
diretas. Encontram-se, porém, em uma mesma comunidade normativa. Ambas as espécies geram obrigação,
obediência. Ambas ostentam imperatividade.
Neste contexto, torna-se válido discernir entre as dimensões dos direitos fundamentais. Tais dimensões
atuam como instrumentos teóricos por intermédio dos quais o estudioso consegue melhor acessar os
fenômenos a que se destinam os variados direitos fundamentais e os princípios correlatos.
Os direitos fundamentais são os direitos básicos que todas as pessoas possuem, reconhecidos e garantidos
pela legislação de um determinado país ou por tratados internacionais. A classi�cação em diferentes
dimensões é uma forma de entender a evolução e a abrangência desses direitos ao longo do tempo.
A classi�cação dos direitos fundamentais em dimensões foi proposta pelo jurista alemão Karl Loewenstein
(MORAES, 2022) e é amplamente utilizada na doutrina jurídica, assim apresentada: A 1ª Dimensão: direitos
civis e políticos; a 2ª Dimensão: direitos sociais, econômicos e culturais; a 3ª Dimensão: direitos difusos e
coletivos; a 4ª Dimensão: direitos digitais e tecnológicos.
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Vale ressaltar que essas dimensões não são estanques e independentes, mas sim complementares. Os
direitos fundamentais devem ser interpretados de forma integrada, levando em consideração as diversas
dimensões para garantir uma proteção abrangente e efetiva dos direitos humanos em todas as esferas da
vida (MORAES, 2022).
O HORIZONTE DOSDIREITOS FUNDAMENTAIS
Na verdade, os direitos fundamentais comportam horizontes vários. Não se pode fechá-los em conceitos
absolutos, irretocáveis, porque pertencem justa e necessariamente à volatilidade da experiência humana
quanto à adjetivação da vida digna. Quando, a�nal, se pode dizer estar em gozo de uma vida digna? Qual o
sentido da dignidade para você? E para um amigo? Note que muitas pessoas podem dizer coisas sobre as
mesmas questões e, nesse caso, em que se indaga o que gera dignidade para uma e para outra, todas, com
efeito, estão corretas. O mesmo ocorre quando se pensa na importância da liberdade de expressão, religiosa,
de pensamento etc. Perceba quão vasto é o campo de respostas possíveis para o signi�cado dos direitos
fundamentais.
Neste quadro, a teoria dos direitos fundamentais passou por incrível evolução que, inclusive, é contínua. A
tentativa é a de melhor compreender tais normas e o papel que desempenham nas sociedades
contemporâneas, marcadas pelo pluralismo cultural, político, social e econômico. Os direitos fundamentais,
portanto, são constantemente desa�ados a responder aos anseios do tempo presente e quanto à esperança
de construção de uma sociedade mais justa, livre e igualitária.
Daí que enxergá-los em suas dimensões, permite uma visão abrangente sobre como ocorre o seu
desenvolvimento ao longo do tempo, conforme as necessidades sociais que vão surgindo.
A primeira dimensão engloba os direitos civis e políticos, considerados como direitos de liberdade. Esses
direitos são voltados para a proteção das liberdades individuais e incluem a liberdade de expressão, liberdade
de religião, liberdade de associação, direito à vida, direito à privacidade, entre outros. Essa dimensão enfatiza
a proteção dos indivíduos contra a intervenção abusiva do Estado.
A segunda dimensão abrange os direitos sociais, econômicos e culturais, considerados como direitos de
igualdade. Esses direitos estão relacionados às condições materiais e sociais necessárias para garantir a
dignidade humana. Incluem o direito ao trabalho, direito à educação, direito à saúde, direito à moradia, direito
à segurança social, entre outros. Essa dimensão reconhece a importância da igualdade de oportunidades e da
proteção dos grupos sociais mais vulneráveis.
A terceira dimensão abarca os direitos coletivos e difusos (direito do consumidor, direito ambiental, por
exemplo), considerados como direitos de solidariedade. Essa dimensão destaca a importância dos direitos
que transcendem o indivíduo e se voltam para a coletividade. Incluem o direito ao meio ambiente saudável,
direito ao desenvolvimento sustentável, direito à participação política, direito à autodeterminação dos povos,
direito ao patrimônio cultural, entre outros. Essa dimensão busca garantir a justiça social e a proteção dos
interesses coletivos.
A quarta dimensão é mais recente e se refere aos direitos digitais e tecnológicos. Com o avanço da tecnologia
e a sociedade cada vez mais conectada, surgiram novos desa�os em relação à proteção dos direitos
individuais e coletivos nesse contexto. Essa dimensão engloba questões, como a privacidade online, a
liberdade na internet, a proteção de dados pessoais, a segurança digital, a inteligência arti�cial, entre outros. É
uma dimensão que busca adaptar os direitos fundamentais ao ambiente digital (MOTTA, 2021; MORAES,
2022).
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Sequencialmente, as dimensões são ampliadas, para que se enxergue o diferente, o outro em sua
singularidade, notadamente quanto à expressão cultural e de gênero – outros aspectos essenciais – que
demandam respeito à livre designação da pessoa, consoante sua orientação íntima e sua caracterização
social.
Os desa�os perduram e servem-nos de incentivo para continuar os estudos e re�etir, sempre criticamente,
sobre os importantes direitos fundamentais. 
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM CONTEXTO
Os direitos fundamentais são intrinsecamente multidimensionais, abrangendo diferentes aspectos que se
entrelaçam para promover a proteção e a realização plena dos direitos humanos. Vamos explorar essas
dimensões e suas aplicações práticas nos casos de racismo, violência contra a mulher e de gênero,
degradação do meio ambiente e direito dos povos originários.  (MORAES, 2022).
Primeiro, quanto ao direito à igualdade e à não discriminação, no caso do racismo, esses tais direitos visam a
proteger e promover a igualdade racial, garantindo que todas as pessoas sejam tratadas de forma justa,
independentemente da cor da pele. Isso implica na implementação de políticas públicas que combatam a
discriminação racial, na criação de leis que punam atos racistas e na promoção de uma cultura inclusiva.
Igualmente, o Estado tem a responsabilidade de agir para prevenir, punir e erradicar a violência contra a
mulher e as violências e preconceitos de gênero. Isso envolve a criação de leis abrangentes, o estabelecimento
de mecanismos de denúncia e proteção, além da promoção da igualdade de gênero. Nestes casos, vemos a
primeira dimensão (liberdade) e a segunda dimensão (igualdade), além de um importante aspecto de
solidariedade (MOTTA, 2021).
Ademais, no caso da degradação do meio ambiente, a dimensão temporal ganha destaque. Essa dimensão
reconhece a necessidade de adotar medidas para enfrentar as mudanças climáticas e preservar os recursos
naturais para as futuras gerações. Isso envolve a implementação de políticas ambientais, a promoção de
energias renováveis e a conscientização sobre a importância da sustentabilidade.
No mesmo sentido, no contexto do reconhecimento dos direitos dos povos originários no Brasil, os direitos
fundamentais desempenham um papel crucial. Esses direitos são fundamentais para proteger a identidade,
cultura, território e autonomia dessas comunidades. No centro desse reconhecimento está o direito à
autodeterminação dos povos originários, que envolve o respeito à sua organização social, costumes, línguas e
formas de vida tradicionais.
Além disso, o direito à terra e ao território é essencial para garantir a sobrevivência física e cultural desses
povos. O reconhecimento e a demarcação de terras indígenas são fundamentais para assegurar a proteção de
seus direitos ancestrais e promover o desenvolvimento sustentável de suas comunidades.
Outros direitos fundamentais, como o direito à consulta prévia, livre e informada, são essenciais para garantir
a participação ativa dos povos originários em decisões que afetem seus direitos e interesses. Isso implica em
incluí-los nas discussões e negociações sobre políticas públicas, projetos de desenvolvimento e medidas
legislativas que possam impactar suas vidas e territórios.
A garantia do direito à saúde, educação, cultura e igualdade também é crucial para assegurar a plena
realização dos direitos fundamentais dos povos originários, o que invariavelmente remete à terceira dimensão
dos direitos fundamentais, mas também à primeira e à segunda.
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E como não notar que tais dimensões atuam, como camadas sobrepostas, nos desa�os tecnológicos
contemporâneos? Nota-se como o importante aspecto da indivisibilidade dos direitos fundamentais ganha
relevância, ao analisar implicações práticas. Não há uma preferência, senão uma conjunção que age em
concerto em prol da dignidade humana, que é sabidamente múltipla e complexa. 
VIDEO RESUMO
Olá!
Pensar sobre os direitos fundamentais no contexto brasileiro é um desa�o e tanto, não é mesmo? Por isso, foi
preparado um vídeo resumo especial para você reforçar os principais pontos da aula e re�etir um poucomais
sobre os conteúdos abordados.
Você não pode perder essa!
 Saiba mais
A teoria dos direitos fundamentais passou por um desenvolvimento profundo e signi�cativo a partir da
trágica experiência do nazismo e do holocausto. Esses eventos atrozes, ocorridos durante a Segunda
Guerra Mundial, expuseram ao mundo a natureza devastadora do abuso de poder e a necessidade
urgente de proteger e promover os direitos inalienáveis de cada indivíduo.
O nazismo, com sua ideologia racista e genocida, lançou as bases para a reconstrução do conceito de
direitos fundamentais. O regime nazista desumanizou milhões de pessoas com base em raça, religião,
orientação sexual e de�ciências. Essa brutalidade coletiva serviu como um alerta chocante sobre os
perigos do autoritarismo e da intolerância. O Holocausto, com seu extermínio sistemático de seis milhões
de judeus e a perseguição de outros grupos minoritários, tornou-se o símbolo supremo do desrespeito
aos direitos humanos.
Diante dessas atrocidades, a comunidade internacional se viu compelida a reconstruir os fundamentos
dos direitos fundamentais, a �m de evitar que tais violações se repetissem. A Declaração Universal dos
Direitos Humanos, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1948, representa um marco
nesse processo. Ela estabeleceu um conjunto abrangente de direitos que deveriam ser protegidos em
todo o mundo, independentemente de raça, religião, sexo ou nacionalidade.
A partir desse ponto de in�exão, a teoria dos direitos fundamentais evoluiu consideravelmente. O
conceito de dignidade humana emergiu como a pedra angular dos direitos fundamentais, reconhecendo
que cada indivíduo possui um valor intrínseco e inalienável. Além disso, o princípio da não discriminação
tornou-se uma norma central, exigindo que todos sejam tratados igualmente perante a lei, sem distinção
de qualquer natureza.
O desenvolvimento desses direitos também abrangeu áreas como a liberdade de expressão, a liberdade
de religião, o direito à privacidade e a proibição da tortura. A ideia de responsabilidade estatal na
proteção dos direitos humanos também ganhou força, com os Estados sendo chamados a garantir a
aplicação efetiva desses direitos e a responsabilização daqueles que os violam.
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A teoria dos direitos fundamentais, enriquecida pela re�exão sobre o nazismo e o holocausto, continua a
evoluir à medida que novos desa�os surgem. Questões contemporâneas, como direitos LGBTQ+,
igualdade de gênero, direitos das pessoas com de�ciência e mudanças tecnológicas, exigem uma análise
constante e uma adaptação da teoria dos direitos fundamentais para garantir que nenhum indivíduo seja
excluído ou subjugado.
Para conhecer mais sobre o assunto, leia o capítulo 13 da obra COMPARATO, Fábio K. A a�rmação
histórica dos direitos humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book. ISBN 9788553607884.
INTRODUÇÃO
Olá!
Os direitos fundamentais correspondem a um campo fascinante do direito que abrange princípios essenciais
para a proteção e promoção dos direitos humanos em todo o mundo. Os direitos fundamentais são as pedras
angulares de qualquer sociedade democrática e justa, garantindo a dignidade, a liberdade e a igualdade de
todos os indivíduos. Esses direitos são caracterizados por sua natureza universal, inalienável e indivisível. No
entanto, a aplicação prática dos direitos fundamentais nem sempre é fácil.
Às vezes, ocorrem colisões entre diferentes direitos, exigindo uma análise cuidadosa e equilibrada para
resolver os con�itos. Nesses casos, é necessário realizar uma ponderação adequada, levando em
consideração os princípios de proporcionalidade e razoabilidade. Além disso, são protegidos
internacionalmente por meio de tratados e convenções, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos e
os pactos internacionais de direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Esses instrumentos
estabelecem padrões mínimos que os Estados devem respeitar e garantir aos indivíduos sob sua jurisdição.
Explorar os direitos fundamentais é uma jornada muito importante que nos desa�a a re�etir sobre a natureza
dos direitos humanos e sua importância na construção de sociedades justas e inclusivas.
Bons estudos!
A QUESTÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos fundamentais são normas jurídicas dotadas de natureza principiológica, que servem para sustentar
prestações positivas, ações concretas, assim como para assegurar legitimidade para o ordenamento jurídico.
São normas redigidas com alto grau de abstração e generalidade, justamente para que permitam uma
multiplicidade de alternativas, conforme a realidade demandada. Isso não signi�ca que tais direitos e os
Aula 4
DIREITOS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Os direitos fundamentais correspondem a um campo fascinante do direito que abrange princípios
essenciais para a proteção e promoção dos direitos humanos em todo o mundo.
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princípios equivalentes sejam relativos, isto é, que absolutamente não tenham algo estável e minimamente
tangível. Toda norma de�nidora de direito fundamental, assim como os princípios, possui um núcleo
essencial, que decorre de ampla investigação cientí�co-doutrinária e de aplicações em casos análogos no
âmbito jurisprudencial, ou mesmo em virtude de interpretação sistemática pelo próprio ordenamento jurídico
(COMPARATO, 2019).
Então, nenhuma norma que contém um direito fundamental está livre, solta no ar e na história. Note que há
uma diferença entre o texto e a norma. A norma é que decorre da interpretação do texto, começando por ele,
em sua literalidade. Mas, há palavras que são plurissigni�cativas, como é o caso dos textos legais que tratam
de direitos fundamentais, a exemplo da dignidade humana, liberdade, função social da propriedade etc. São
inúmeras as situações que podem ser abrangidas pelo escopo da norma, não se limitando ao seu texto em si,
até mesmo porque o próprio texto, nesses casos, não nos diz nada de muito preciso. Apesar disto, quando
lemos que uma norma protege a liberdade, a expressão, a dignidade e a vida, há uma compreensão mínima a
respeito do conteúdo desses conceitos; esse elemento interpretativo mínimo advém de valores socialmente
compartilhados, de perspectivas históricas comuns e ordinárias, de sentidos médios da vida e assim por
diante (FONTE, 2021).
Perceba que, os direitos fundamentais são princípios e garantias essenciais para a proteção da dignidade
humana, liberdade, igualdade e justiça. Eles são universais, aplicáveis a todas as pessoas sem discriminação.
São inalienáveis, não podendo ser renunciados ou transferidos. São indivisíveis e interdependentes, não
devendo ser tratados isoladamente. São irrenunciáveis, essenciais para a dignidade humana. Podem ser
limitados, desde que estabelecidos por lei e justi�cados. Possuem aplicabilidade imediata, podendo ser
invocados diretamente perante autoridades competentes.
Mas, eventualmente, os direitos fundamentais colidem entre si, em meio a disputas jurídicas.
Isso ocorre quando há con�ito entre dois ou mais direitos, quando a realização plena de um pode limitar o
exercício do outro. Esse dilema exige um equilíbrio entre os direitos envolvidos, considerando a necessidade
de proteger a dignidade humana e garantir a convivência harmônica na sociedade. Os tribunais enfrentam o
desa�o de analisar cada caso de forma individualizada, aplicando critérios de proporcionalidade erazoabilidade para resolver con�itos e tomar decisões que garantam a proteção adequada de todos os
direitos envolvidos, evitando arbitrariedades e assegurando a preservação dos valores fundamentais da
sociedade.
Por �m, os direitos fundamentais têm sua origem histórica comum no domínio dos direitos humanos, do que
se pode dizer haver uma proteção internacional bastante robusta. A�nal, violar um direito fundamental é
violar um direito humano.
A proteção internacional dos direitos fundamentais ocorre por meio de tratados e convenções sobre direitos
humanos. Esses instrumentos estabelecem normas e princípios que os Estados devem respeitar e garantir em
suas legislações e práticas. Os tratados internacionais servem como referência e base para a promoção da
dignidade humana, liberdade e igualdade em todo o mundo. Eles estabelecem padrões mínimos de proteção
e criam mecanismos de monitoramento e responsabilização. Além disso, os tratados permitem a cooperação
internacional para a promoção e proteção dos direitos fundamentais, fortalecendo a consciência global sobre
a importância desses direitos. 
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ENTENDENDO OS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Uma das principais características dos direitos fundamentais é a universalidade, ou seja, eles se aplicam a
todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica, gênero, religião, idade ou qualquer outra
característica pessoal. Por exemplo, o direito à vida é um direito fundamental que se estende a todos os
indivíduos, independentemente de sua nacionalidade.
Outra característica importante é a inalienabilidade, o que signi�ca que esses direitos não podem ser
renunciados ou transferidos. Por exemplo, ninguém pode renunciar ao direito à liberdade de expressão ou ao
direito à não discriminação. Além disso, os direitos fundamentais são imprescritíveis, ou seja, não podem ser
perdidos com o passar do tempo. Por exemplo, mesmo que alguém cometa um crime, ele ainda mantém o
direito à integridade física e à proteção contra tortura (MICHAEL; MORLOK, 2016).
Os direitos fundamentais também são interdependentes e indivisíveis, o que signi�ca que estão todos
interligados e sua violação afeta outros direitos. Por exemplo, o direito à alimentação adequada está
relacionado ao direito à saúde, pois a falta de alimentação adequada pode levar a problemas de saúde. Essas
características dos direitos fundamentais são essenciais para garantir a proteção dos direitos humanos e a
promoção da justiça e da igualdade em uma sociedade. Ao reconhecer e respeitar esses direitos, os países
contribuem para a construção de um mundo mais justo e inclusivo.
Mas, os direitos fundamentais também apresentam desa�os. Eles colidem entre si em variadas situações. Algo
normal, porém complexo. Como resolver essa questão, se os direitos fundamentais não são tão especí�cos
como uma regra qualquer, A�nal, diante de um cenário em que uma regra pode ser aplicada, ou será a regra
X ou a regra Y? Se houve um con�ito, resolve-se pelas formas tradicionais: critério hierárquico (a regra de grau
superior prevalece sobre uma de grau inferior); critério da antiguidade (regra anterior prevalece em relação à
posterior); critério da especialidade (regra especial prevalece sobre de caráter geral), e assim por diante. No
caso dos direitos fundamentais, isso não é possível, pois outros critérios devem ser utilizados (MICHAEL;
MORLOK, 2016).
A colisão entre direitos fundamentais ocorre quando o exercício pleno de um direito entra em con�ito com
outro direito igualmente legítimo. Por exemplo, o direito à liberdade de expressão pode colidir com o direito à
privacidade, quando uma informação pessoal sensível é divulgada publicamente.
Nesses casos, é necessário encontrar um equilíbrio que garanta a proteção de ambos os direitos. Isso pode
envolver a aplicação de critérios, como a proporcionalidade, necessidade e razoabilidade. A proporcionalidade
exige que a restrição imposta a um direito seja proporcional à importância do outro direito em jogo. A
necessidade exige que a restrição seja estritamente necessária para atingir um objetivo legítimo. A
razoabilidade envolve uma análise objetiva sobre a razoabilidade da restrição em uma sociedade democrática.
Um exemplo clássico dessa colisão ocorre no debate entre liberdade de expressão e discurso de ódio.
Enquanto a liberdade de expressão é um direito fundamental, o discurso de ódio pode causar danos e violar o
direito à dignidade e igualdade de certos grupos. Nesse contexto, os sistemas jurídicos buscam encontrar um
equilíbrio que permita a expressão livre, mas também proteja os indivíduos contra danos e discriminação.
DIREITOS FUNDAMENTAIS EM AÇÃO
A temática da colisão entre direitos fundamentais é um desa�o complexo e recorrente no campo dos direitos
fundamentais e mesmo no campo dos direitos humanos, de natureza similar, quando em julgamento pelos
tribunais brasileiros e no âmbito de cortes internacionais de direitos humanos. Muitas vezes, diferentes
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direitos fundamentais podem entrar em con�ito, exigindo uma análise cuidadosa para encontrar soluções
equilibradas.
A colisão entre direitos fundamentais é uma questão desa�adora, exigindo uma análise cuidadosa e uma
abordagem contextual. É necessário considerar o impacto das decisões sobre os diferentes direitos e
encontrar soluções que promovam a harmonia e a coexistência dos direitos fundamentais em uma sociedade
democrática e pluralista.
Ganham destaque os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, porque contribuem para resolver
con�itos entre direitos fundamentais.
O princípio da proporcionalidade exige que a restrição imposta a um direito seja proporcional à importância
do outro direito em jogo. Isso signi�ca que a restrição deve ser necessária e adequada para alcançar o
objetivo legítimo buscado, evitando medidas excessivas ou desnecessárias que prejudiquem de forma
desproporcional um dos direitos em disputa. Já o princípio da razoabilidade envolve uma análise objetiva
sobre se a restrição imposta é razoável em uma sociedade democrática. Isso implica considerar fatores como
a natureza dos direitos envolvidos, o contexto em que ocorre a colisão, as consequências das diferentes
decisões e as alternativas disponíveis.
Ao aplicar esses princípios, os sistemas jurídicos buscam encontrar soluções que minimizem os con�itos e
protejam, na medida do possível, a efetiva fruição dos direitos fundamentais em questão. Essa análise envolve
uma avaliação cuidadosa de cada caso, levando em consideração as circunstâncias especí�cas e os valores em
jogo.
É importante destacar que a aplicação desses princípios pode variar de acordo com o contexto e a jurisdição,
pois cada sistema legal pode adotar abordagens diferentes. No entanto, em geral, o objetivo é buscar um
equilíbrio razoável e proporcional que preserve a essência dos direitos envolvidos, promovendo a coexistência
e a harmonia dos direitos fundamentais na sociedade.
Note, a seguir, outros potenciais con�itos:
a) Liberdade religiosa versus igualdade de gênero, por exemplo, quando práticas religiosas discriminam
mulheres, restringindo seu acesso à educação, trabalho ou autonomia. Nesses casos, é necessário encontrar
um equilíbrio que respeite a liberdade religiosa, mas também proteja o direito das mulheres à igualdade.
b) Direito à privacidade versus segurança pública: medidas de vigilância em massa podem interferir na
privacidade das pessoas, enquanto buscam prevenir ameaças à segurança. Encontrar um equilíbrio adequado
entre esses direitos éum desa�o complexo.
c) Direito à liberdade de expressão versus proteção da honra e reputação: discursos difamatórios ou
injuriosos podem violar o direito de alguém à dignidade e integridade pessoal. Nesses casos, é necessário
encontrar soluções que preservem a liberdade de expressão, mas também estabeleçam limites para evitar
danos à reputação alheia.
d) Direito à liberdade de imprensa versus privacidade de indivíduos: A divulgação de informações pessoais
sensíveis sem consentimento pode violar a privacidade de pessoas envolvidas. Nesses casos, os tribunais,
muitas vezes, precisam ponderar os interesses em jogo e determinar se há um interesse público legítimo que
justi�que a divulgação da informação.
Como se percebe, muitas são as possibilidades e as alternativas. A construção da decisão deve se pautar,
portanto, por argumentação racional, que indique a legitimidade da medida imposta, buscando sempre
alguma forma para que não se sejam afastados os direitos, porém conformados, para conviverem em
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harmonia.
Não há, porém, uma decisão apenas. Esses casos difíceis (hard cases), demandam sempre bastante cautela e
esforço.
VIDEO RESUMO
Olá!
Você está convidado a assistir a um vídeo resumo abordando os temas dos direitos fundamentais e das
colisões entre eles. Neste vídeo, você encontrará uma síntese dos conceitos fundamentais e exemplos
práticos de situações em que esses direitos entram em con�ito, bem como sobre a proteção internacional dos
direitos fundamentais. Essa é uma excelente oportunidade para aprofundar seus conhecimentos sobre
direitos humanos e compreender como essas questões complexas são tratadas. Não perca a chance de
ampliar seu entendimento nessa área fundamental.
 Saiba mais
A técnica da ponderação de direitos fundamentais, criada pelo jurista alemão Robert Alexy, é um
importante instrumento utilizado na resolução de colisões entre direitos fundamentais. Essa abordagem
busca encontrar um equilíbrio razoável entre os direitos em con�ito, considerando suas particularidades
e importâncias relativas.
Segundo Alexy, a ponderação envolve uma análise cuidadosa dos princípios e valores envolvidos em cada
direito em disputa. Cada direito é avaliado em termos de sua força normativa, peso ou importância,
levando em consideração seu impacto na sociedade e a relevância dos interesses protegidos.
A técnica da ponderação requer uma análise contextual e proporcional. Os elementos a serem
considerados incluem a natureza dos direitos em con�ito, os interesses em jogo, a extensão da
interferência em cada direito e as consequências das diferentes decisões.
Dessa forma, a ponderação busca estabelecer uma solução que maximize a proteção dos direitos
fundamentais, levando em conta as circunstâncias especí�cas do caso. Ela permite uma análise �exível e
adaptável, considerando as nuances de cada situação e evitando soluções rígidas e in�exíveis.
A técnica da ponderação de direitos fundamentais tem sido amplamente adotada em diversos sistemas
jurídicos ao redor do mundo, contribuindo para uma abordagem mais equilibrada e justa na resolução
de con�itos entre direitos. Ela desempenha um papel crucial na promoção da justiça e na proteção dos
direitos humanos em sociedades democráticas.
Para conhecer um pouco sobre a teoria desse pensador, consulte a obra: ANDRÉA, Fernando de. Robert
Alexy - Introdução Crítica. São Paulo: Grupo GEN, 2013. E-book. ISBN 978-85-309-5053-8.
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ESTADO, GOVERNO E DIREITOS FUNDAMENTAIS À LUZ DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Ao longo do seu estudo, você descobriu e aprendeu uma série de conceitos importantes, principalmente para
as noções de Estado, Governo e direitos fundamentais – verdadeiramente o coração do direito público
brasileiro. E mais! Tudo à luz da Constituição Federal de 1988.
O Estado acha-se estruturado a partir de um texto fundamental, que é a Constituição. Esse documento tem
caráter jurídico, político, social e econômico e funda as bases da nação.
Os governos dizem respeito à maneira pela qual ocorre a gestão dos interesses coletivos, dentro de um
determinado Estado. A�nal, �xada a estrutura mínima do Estado, é preciso que haja mecanismos para que o
poder possa ser exercido. Nesse sentido, você estudou duas formas principais de governo: a república, que
presume alternância do exercício do poder e separação entre a esfera pública e privada; e a monarquia, na
qual o poder é passado por hereditariedade (MALUF, 2022).
Tanto uma quanto a outra forma admitem composição com o regime democrático, que se funda na ideia de
que o poder pertence ao povo, que indica o que deve ser feito, quanto aos rumos dos seus interesses
comuns. Aliás, você também viu que, do ponto de vista do relacionamento do governo com o poder legislativo,
dentro do Estado, pode-se adotar ou o sistema presidencialista, com um presidente eleito por meio do voto,
para che�ar tanto o governo, como o Estado, tal como ocorre no Brasil, ou o sistema parlamentarista, no qual
a indicação do chefe de governo parte do parlamento. Novamente, variadas combinações entre as formas e
sistemas de governo são possíveis. O importante é perceber a importância de o governo atuar com base em
uma Constituição.
O referido documento tem um papel nuclear, pois limita o poder estatal e assegura direitos e garantias
fundamentais. A Constituição Federal de 1988, por exemplo, pode ser classi�cada, principalmente, como uma
constituição analítica (porque trata os assuntos com especi�cidade), formal (toda norma em seu texto tem
natureza constitucional), dirigente (pois estabelece programas a serem cumpridos pelo Estado), dogmática
(porque elaborada de uma só vez) e promulgada (pois seu processo de aprovação ocorreu em bases
democráticas).
A Constituição apresenta, ainda, direitos fundamentais, que construídos historicamente podem ser vistos em
diferentes dimensões, porém complementares, desde os direitos civis e políticos, passando pelos direitos
sociais, direitos difusos e coletivos e direitos tecnológicos, respectivamente a primeira, segunda, terceira e
quarta dimensões mencionadas (MORAES, 2022).
Aula 5
REVISÃO DA UNIDADE
14 minutos
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Direitos fundamentais instituem situações jurídicas ativas titularizadas pelas pessoas, à luz da dignidade
humana. Têm natureza principiológica, pois servem de horizonte para a aplicação do ordenamento jurídico-
positivo como um todo.
Tais direitos podem, eventualmente, colidir entre si. Mas não há hierarquia entre eles, pois são, ao mesmo
tempo, universais, indivisíveis, irrenunciáveis, inalienáveis e limitados uns pelos outros, conforme a situação. A
resolução de tais con�itos depende da aplicação de métodos diferenciados, como o da proporcionalidade, no
qual se veri�ca a necessidade e adequação da restrição a um direito fundamental em prol de outro,
contraposto na situação concreta. O desa�o é o de sempre conformar os interesses, privilegiando a máxima
observância dos direitos fundamentais envolvidos.
Por �m, os direitos fundamentais têm origem nos direitos humanos, que possuem especial proteção não
apenas no plano interno, mas no plano internacional, por meio de convenções e tratados internacionaisque
se baseiam na dignidade humana, como valor intrínseco e inegociável.
REVISÃO DA UNIDADE
Olá!
Você está no momento de revisão da unidade, na qual abordamos importantes temas relacionados às formas
e sistemas de governo, classi�cação e estrutura da Constituição Federal de 1988 e os direitos fundamentais.
Agora, é o momento ideal para reforçar e consolidar os conhecimentos adquiridos ao longo dessa jornada de
aprendizado.
Pensando nisso, convidamos você a assistir ao vídeo resumo da unidade, que aborda de maneira objetiva e
clara os pontos principais discutidos até o momento. Por meio desse recurso visual, você terá a oportunidade
de revisar os conceitos-chave, as características dos diferentes sistemas de governo, as principais estruturas
da Constituição Federal e a importância dos direitos fundamentais na sociedade contemporânea.
Aproveite essa chance para recapitular o conteúdo, reforçar sua compreensão e fortalecer sua base de
conhecimentos. Assista ao vídeo resumo e se prepare para aplicar essas informações em futuras re�exões e
debates sobre política, direito e cidadania.
Bons estudos e até breve!
ESTUDO DE CASO
Para contextualizar sua aprendizagem, suponha que, em uma cidade �ctícia, vive a família Silva,  conhecida
por sua forte religiosidade, sendo que os Silva são praticantes da religião denominada "X".
Os Silva possuem um �lho de 17 anos, chamado João, que foi diagnosticado com uma doença grave e precisa
urgentemente de uma transfusão de sangue para sobreviver. No entanto, a religião X" proíbe seus seguidores
de receberem transfusões de sangue, alegando que isso viola seus preceitos religiosos.
Os médicos a�rmam que, se João não receber a transfusão de sangue, há um alto risco de ele não sobreviver
à doença. A família Silva está profundamente dividida, com alguns membros argumentando que a vida de João
deve ser preservada a qualquer custo, enquanto outros acreditam que seguir os preceitos religiosos é mais
importante, mesmo que isso signi�que a morte de João.
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A questão que se coloca é a colisão entre o direito à liberdade religiosa da família Silva e o direito à vida de
João. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, estabelece tanto a liberdade religiosa quanto o direito
à vida como direitos fundamentais.
Além disso, é importante considerar as características dos direitos fundamentais, como sua natureza essencial
para a dignidade humana e sua limitação pelos direitos de terceiros. A Constituição prevê que esses direitos
podem sofrer restrições quando necessário para proteger outros direitos fundamentais, como é o caso do
direito à vida.
Nesse contexto, você é consultado a emitir um breve parecer jurídico a respeito, enfrentando a colisão entre
esses direitos fundamentais, e a buscar uma solução que leve em consideração os princípios constitucionais e
a importância em proteger a vida de João. O objetivo é mobilizar os conhecimentos sobre a liberdade religiosa,
o direito à vida, as características dos direitos fundamentais e a Constituição Federal para desenvolver uma
análise argumentativa coerente e fundamentada.
 Re�ita
O conhecimento acerca das técnicas de ponderação é de extrema importância para a resolução de
con�itos entre direitos fundamentais. Nesse caso, é comum encontrarmos situações em que esses
direitos entram em con�ito, o que demanda uma análise cuidadosa para encontrar uma solução
equilibrada e justa.
A ponderação consiste em um processo de avaliação dos direitos em con�ito, levando em consideração
sua importância, alcance e impacto nas circunstâncias especí�cas do caso em questão. É uma ferramenta
que permite realizar uma análise criteriosa, considerando os princípios e valores envolvidos, além das
consequências da decisão.
Ao utilizar as técnicas de ponderação, é possível estabelecer critérios objetivos para a resolução de
con�itos, evitando decisões arbitrárias ou desproporcionais. Elas permitem uma análise aprofundada
dos argumentos e interesses em jogo, proporcionando uma base sólida para a tomada de decisão.
Além disso, a utilização dessas técnicas contribui para uma abordagem mais consistente e coerente na
aplicação dos direitos fundamentais. Permite que os operadores do direito, como juízes e juristas,
considerem a complexidade das situações concretas e ponderem os valores em jogo, garantindo a
proteção efetiva dos direitos sem negligenciar outros aspectos relevantes.
Por �m, a ponderação também promove a justiça e a igualdade, pois permite que cada caso seja
analisado individualmente, levando em consideração suas peculiaridades. Isso possibilita a busca por
soluções que sejam mais justas e adequadas às particularidades de cada con�ito, respeitando a
dignidade e os interesses de todas as partes envolvidas.
RESOLUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Diante da colisão entre o direito à liberdade religiosa da família Silva e o direito à vida de João, é fundamental
buscar uma solução que concilie esses direitos fundamentais, levando em consideração os princípios
constitucionais e a importância em preservar a vida do indivíduo. Para isso, algumas abordagens podem ser
consideradas.
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Primeiramente, é importante ressaltar que a Constituição Federal de 1988 garante tanto o direito à liberdade
religiosa quanto o direito à vida como direitos fundamentais. Ambos são essenciais para a dignidade humana
e devem ser protegidos. No entanto, é necessário considerar que nenhum direito é absoluto e ilimitado. Em
situações de con�ito, é preciso buscar um equilíbrio entre eles, priorizando a proteção da vida quando estiver
em risco.
Uma possível solução seria a intervenção do Estado por meio do Poder Judiciário. Os juízes, ao analisarem o
caso, poderiam considerar os direitos em questão e aplicar o princípio da ponderação, que consiste em avaliar
a importância e o peso de cada direito em confronto. Nesse contexto, o direito à vida de João, que está em
perigo iminente, poderia ser considerado preponderante, justi�cando a realização da transfusão de sangue
mesmo contra a vontade da família Silva, em nome da preservação da vida.
Outra abordagem seria a busca de um diálogo interno na família Silva. É importante reconhecer que a religião
exerce uma in�uência signi�cativa na vida das pessoas e que a decisão de aceitar ou não a transfusão de
sangue é uma escolha pessoal e individual. Nesse sentido, membros da família poderiam buscar um
consenso, ponderando a importância da religião e a necessidade de preservar a vida de João. Esse diálogo
interno pode levar à conscientização de que a vida deve ser priorizada e que, em casos extremos, pode ser
necessário renunciar a certos preceitos religiosos para garantir a sobrevivência.
Além disso, é fundamental promover ações de conscientização e educação sobre os direitos fundamentais,
incluindo a liberdade religiosa e o direito à vida. O Estado, em parceria com organizações da sociedade civil,
poderia desenvolver campanhas e programas educativos para informar as pessoas sobre a importância
desses direitos, esclarecer possíveis con�itos e promover o respeito mútuo entre diferentes convicções
religiosas.
Em síntese, a resolução da situação proposta envolve a busca de soluções que considerem a proteção da vida
como valor primordial, mesmo diante da colisão com o direito à liberdade religiosa. Essas soluções podem
envolver a intervenção do Poder Judiciário, o diálogo interno na família e a conscientização sobre os direitos
fundamentais. Dessa forma, é possível promover uma abordagem equilibrada, que respeiteos direitos das
pessoas envolvidas e assegure a preservação da vida em situações de extrema gravidade.
RESUMO VISUAL
Direitos Fundamentais
Dignidade humana
Natureza principiológica
Titularidade universal
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Legitimam o ordenamento jurídico
De�nem situações ativas
Partem dos direitos humanos
Típicos de Constituições republicanas e democráticas
Não há hierarquia entre eles
Em caso de con�ito, usa-se a ponderação
Aula 1
G GAMBA, J. R. G. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Grupo GEN, 2023. E-book. ISBN
9786559775316. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775316/. Acesso
em: 12 jun. 2023.
MACKENZIE, I. Política. Porto Alegre: Grupo A, 2011. E-book. ISBN 9788536325811. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536325811/. Acesso em: 13 jun. 2023.
MALUF, S. Teoria geral do estado. São Paulo: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786553626171. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553626171/. Acesso em: 12 jun. 2023.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Editora Blücher, 2020. E-book. ISBN 9788521219507. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521219507/. Acesso em: 12 jun. 2023.
RICCITELLI, A. Impeachment à brasileira: instrumento de controle parlamentar? São Paulo: Editora
Manole, 2006. E-book. ISBN 9788520446560. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520446560/. Acesso em: 13 jun. 2023.
Aula 2
REFERÊNCIAS
4 minutos
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559775316/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536325811/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553626171/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788521219507/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520446560/
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GUIMARÃES, B.; ARAÚJO, G.; PIMENTA, O. Filoso�a como esclarecimento. Belo Horizonte: Grupo Autêntica,
2014. E-book. ISBN 9788582174289. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582174289/. Acesso em: 16 jun. 2023.
MORAES, G. P. de. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN
9786559772827. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559772827/. Acesso
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MOTTA, S. Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788530993993. Disponível em:
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Aula 3
COMPARATO, F. K. A a�rmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book.
ISBN 9788553607884. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553607884/.
Acesso em: 16 jun. 2023.
MORAES, G. P. de. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN
9786559772827. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559772827/. Acesso
em: 16 jun. 2023.
MOTTA, S. Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788530993993. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788530993993/. Acesso em: 16 jun. 2023.
Aula 4
ANDRÉA, F. de. Robert Alexy - Introdução Crítica. São Paulo: Grupo GEN, 2013. E-book. ISBN 978-85-309-
5053-8. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-309-5053-8/. Acesso em: 23
jun. 2023.
COMPARATO, F. K. A a�rmação histórica dos direitos humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. E-book.
ISBN 9788553607884. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553607884/.
Acesso em: 17 jun. 2023.
FONTE, F. de M. Políticas públicas e direitos fundamentais. São Paulo: Editora Saraiva, 2021. E-book. ISBN
9786555597417. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597417/. Acesso
em: 17 jun. 2023.
MICHAEL, L.; MORLOK, M. Série IDP – Direitos fundamentais. São Paulo: Editora Saraiva, 2016. E-book. ISBN
9788547212421. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547212421/. Acesso
em: 17 jun. 2023.
Aula 5
MALUF, S. Teoria geral do estado. São Paulo: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786553626171. Disponível
em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553626171/. Acesso em: 12 jun. 2023.
MORAES, G. P. de. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN
9786559772827. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559772827/. Acesso
em: 16 jun. 2023.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582174289/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559772827/
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https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555597417/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788547212421/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786553626171/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559772827/
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Imagem de capa: Storyset e ShutterStock.
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