Prévia do material em texto
IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -1 - Matemática Financeira - 2021 Avaliações Econômicas e Análise de Investimentos IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -2 - Prof. M.Sc. Carlos de Macêdo e Silva Filho 1 ENGENHARIA ECONÔMICA E ANÇÁLISE DE INVESTIMENTOS 1.1 Conceitos e Princípios da Engenharia Econômica 1.2 Conceitos e Princípios da Análise de Investimentos 1.2.1 Conceitos 1.2.2 Valor Temporal do Dinheiro 1.2.3 Princípios Básicos 2 NOÇÕES E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO 2.1 Objetivos 2.2 Equilíbrio e Desequilíbrio Financeiro 2.3 Capital de Giro 2.4 Ciclo Operacional e Financeiro 3 NOÇÕES BÁSICAS DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 3.1 Juros e Taxas 3.2 Valor Presente e Futuro 3.3 Séries de Pagamento 3.4 Sistemas de Amortização 4 NOÇÕES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 4.1 Métodos de Avaliação de investimentos 4.1.1 Pay-Back 4.1.2 Valor Presente Líquido 4.1.3 Valor Uniforme Líquido 4.1.4 Taxa Interna de Retorno 4.1.5 Projeto Combinado 4.1.6 Projeto Incremental 4.1.7 Projetos com Horizontes Diferentes ÍNDICE IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -3 - 1. INTRODUÇÃO 1.1. Conceitos e Princípios da Engenharia Econômica A Engenharia Econômica tem como objetivo a análise de decisões sobre investimentos. No primeiro momento são considerados os aspectos econômicos do investimento. Pergunta-se se o investimento é rentável, bastando para isso aplicar-se corretamente os critérios econômicos para se saber quais os investimentos que rendem mais, ou seja, como aplicar o dinheiro de maneira a obter o maior retorno. Mas de nada adianta conhecer a rentabilidade dos investimentos em carteira se não há disponibilidade de recursos próprios nem há possibilidade de financiamentos. Os financiamentos mais rentáveis deverão ser analisados de acordo com critérios financeiros, os quais mostrarão os efeitos do investimento na situação financeira da empresa, por exemplo, como o investimento afetará o capital de giro da empresa. Ressaltamos porém que um investimento pode ter repercussões não ponderáveis, não conversíveis em dinheiro. Assim a decisão de implantação de um projeto deve considerar os seguintes critérios: ▪ Critérios Econômicos: rentabilidade do investimento; ▪ Critérios Financeiros: disponibilidade de recursos; ▪ Critérios Imponderáveis: fatores não conversíveis em dinheiro. Conclui-se, portanto, que a análise econômico-financeira pode não ser suficiente para a tomada de decisões em relação a um investimento (Casarotto Filho, Nelson – Análise de Investimentos – Atlas 2000). 1.2. Conceitos e Princípios da Análise de Investimentos O processo para decisão sobre determinado investimento envolve tomar uma decisão hoje visando aumentar o valor da empresa em relação a um período de tempo pré-estabelecido. Significa dizer que, no momento de uma decisão de IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -4 - investimento, o investidor está claramente restringindo a utilização de recursos no presente, com objetivo de maximizar o valor da empresa no futuro. 1.2.1. Conceitos: ▪ Todo ativo tem valor. A chave para investir nesses ativos e gerenciá-los com sucesso não reside na compreensão desse valor, mas sim nas fontes do valor. ▪ Para um investimento seguro, o investidor não deve pagar por um ativo mais do que ele realmente vale. ▪ Todo recurso tem custo, quer seja ele próprio ou de terceiros, e o retorno desejado ao investimento deve ser maior do que o valor do financiamento. 1.2.2. Valor Temporal do Dinheiro: Como os benefícios proporcionados pela economia sempre podem ser expressos em quantias monetárias, podemos dizer que um agente abre mão de uma quantia hoje, em troca de uma quantia maior no futuro. Assim uma determinada grandeza varia em função do tempo. É este o valor temporal do dinheiro. 1.2.3. Princípios Básicos: ▪ Todas as decisões são tomadas a partir de alternativas; ▪ É necessário um denominador comum a fim de tornar as alternativas mensuráveis (mesma base de cálculos, mesma moeda); ▪ Os critérios para decisões de investimento devem avaliar o valor do dinheiro no tempo e os problemas relativos ao racionamento de capital; ▪ A vida econômica de um investimento é o período projetado para que o investimento produza os resultados econômicos e financeiros esperados; IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -5 - 2. NOÇÕES E PRINCÍPIOS BÁSICOS DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO 2.1. Objetivos: O objetivo básico do processo de planejamento financeiro, é dotar a empresa de mecanismos de planejamento e gestão, que possibilitem o real dimensionamento e a permanente maximização dos recursos financeiros aplicados no negócio. Para que o processo de planejamento financeiro seja um instrumento gerencial útil para a organização, podemos destacar alguns aspectos relevantes para alcançar este objetivo: ▪ Consistência e integridade das informações utilizadas para fins de planejamento e análise; ▪ Perfeito engajamento entre as diversas áreas operacionais da organização; ▪ Critérios claros e bem definidos para a projeção dos diversos ítens; ▪ Identificação clara dos custos das diversas fontes de financiamento, principalmente aquelas ligadas ao capital de terceiros; ▪ Consistência com relação ao padrão monetário utilizado; ▪ Realizar avaliações periódicas – real x orçado – visando efetuar revisões com um grau maior de confiabilidade; ▪ Buscar permanentemente o seguinte objetivo: ▪ Objetivo Econômico: capacidade de geração de lucros mostra os resultados gerenciais, razão da existência de uma empresa; ▪ Objetivo Financeiro: capacidade de geração de caixa demonstra a qualidade das aplicações; MAXIMIZAR O NÍVEL DE RETORNO SOBRE OS CAPITAIS INVESTIDOS. IPOG – Matemática Financeira_____________________________________________________________________________________ -6 - ▪ Objetivo Patrimonial: maximização do valor do patrimonial (investimentos x financiamentos). 2.2. Equilíbrio e Desequilíbrio Financeiro: Os insucessos empresariais estão basicamente ligados a problemas decorrentes da falta de liquidez, ou seja, devido à deficiente administração do capital de giro. Historicamente as empresas conseguem sobreviver por algum tempo com baixa lucratividade, mas pode naufragar repentinamente devido a baixa liquidez. É fundamental identificar algumas das causas básicas, das consequências diretas e as medidas de ajuste a serem implantadas para alcance do equilíbrio financeiro. Podemos citar como exemplo: ❖ Causas Básicas ▪ Investimento inadequado em estoques; ▪ Ciclo operacional e de caixa inadequados; ▪ Necessidade de financiamentos crescente; ▪ Imobilização em excesso; ▪ Endividamento crescente. ❖ Consequências Diretas ▪ Redução da liquidez da operação; ▪ Fragilidade ante as flutuações do mercado; ▪ Perda crescente da capacidade de investimento; ▪ Redução da credibilidade como instituição; ▪ Concordata; ▪ Falência. ❖ Medidas de Ajuste ▪ Aumento do capital próprio, reduzindo o endividamento; ▪ Estabilização do ciclo operacional e de caixa; ▪ Racionalização dos custos; ▪ Venda dos ativos ociosos; ▪ Planejamento e controle financeiros. IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -7 - 2.3. Capital de Giro: O patrimônio de uma empresa pode ser dividido em investimentos de longo e curto prazo. A parcela do investimento voltada para a operação corrente da empresa é denominada capital de giro. Os recursos aplicados no giro da empresa estão diretamente relacionados com a operação corrente da mesma, ou seja, a compra de matéria-prima ou produtos acabados, o estoque, a venda e o recebimento pela venda, esperando-se um ciclo operacional positivo em termos de geração financeira. O investimento adequado em giro é fundamental para que a empresa possa operar de maneira sustentada. 2.4. Ciclo Operacional e Financeiro: O ciclo operacional de uma determinada atividade pode ser definido como o período que abrange desde a aquisição da matéria-prima e/ou produto acabado, até o recebimento pela venda. Já o ciclo financeiro agrega o prazo médio de contas a pagar. O ideal para o ciclo operacional e financeiro é que possamos ter: ▪ Prazo médio de estoques baixo; ▪ Prazo médio de contas a receber baixo; ▪ Prazo médio de pagamento a fornecedores alto; IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -8 - 3. NOÇÕES DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 3.1. Juros e Taxas: Podemos definir juros como a remuneração paga pelo capital empregado em atividades produtivas ou uso de recursos pertencentes a terceiros. Sua existência pode ser explicada por alguns fatores, dentre os quais: ▪ Quem empresta seu capital, estando a partir de então privado do mesmo, espera ser devidamente remunerado; ▪ O pagamento de juros serve de incentivo para que os que emprestam ou aplicam, tenham vontade de ceder seu capital; Taxa é o coeficiente que mede a grandeza do juro. Esta sempre relacionada com a unidade de tempo (ano, mês, dia, etc.). De maneira simples e direta podemos classificar os juros em dois tipos, em função da variação da taxa: 3.1.1 – Juro Simples: A taxa varia linearmente durante o tempo de aplicação. A taxa só se aplica ao capital inicial, portanto só ele produz juros, não há aplicação de juros sobre juros. 3.1.2 – Juro Composto: O juro produzido no final de cada período é somado ao capital inicialmente investido. À soma dos dois se aplica a taxa no período seguinte, rendendo novos juros. A taxa varia exponencialmente durante o período de aplicação (juro sobre juro). 3.1.3 – Nomenclaturas e Simbologias: n = Número de períodos de tempo é dividido (anos, meses, dias); r = Taxa de juros expressa em percentagem (exemplo : 10% aa ); i = Taxa de juros expressa em fração decimal ( 0,1 ); VP = Capital Inicial, Principal ou Valor Presente (PV); VF = Montante ou Valor Futuro (FV); IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -9 - R = Série Uniforme de Pagamentos ou Recebimentos (prestações); J = Juros; 3.1.4 - Cálculo de Juros Simples: J = VP x i x n , onde lembramos que os juros não são capitalizados , sendo a unidade de tempo para a taxa ( i ) e o prazo ( n ) iguais. 3.1.5 – Cálculo de Juros compostos: Jn = VPn x i, com juros capitalizados mensalmente, como no exemplo para um Valor Presente de 100,00 e uma taxa de 10% am: ▪ No primeiro mês J1 = 100 x 0,1 = 10,0 ▪ No segundo mês J2 = 110 x 0,1 = 11,0 ▪ No terceiro mês J3 = 121 x 0,1 = 12,1 3.2 – Valor Presente (VP) e Valor Futuro (VF): ▪ VF = VP + J ou VF = VP ( 1 + i x n ) , para a aplicação de juros simples; ▪ VF = VP x ( 1 + i )n , para a aplicação de juros compostos. Para o mesmo exemplo anterior, podemos calcular o valor futuro (para juros compostos) utilizando a seguinte fórmula: VFn = VPn + Jn. Assim: ▪ Mês 1: VF1= VP1+ J1 = VP1 + i x VP1 = 100 + 10 = 110,0 ▪ MÊS 2: VF2= VP2+ J2 = VP2 + i x VP2 = 110 + 11 = 121,0 ▪ MÊS 3: VF3= VP3+ J3 = VP3 + i x VP3 = 121 + 12,1 = 133,1 Seria o mesmo que calcular pela fórmula genérica do VF, descrita acima: ▪ VFn = VP x (1 + i)n = 100 x (1 + 0,1)3 = 100 x 1,331 = 133,1. 3.3 – Série de Pagamentos: IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -10 - Em uma operação que envolva capital, o mesmo pode ser desembolsado ou recebido de uma só vez (cash) ou em prestações, chamadas séries de pagamentos ou recebimentos. Estas séries podem ser: 3.3.1 – Séries Postecipadas (sem entrada): Neste caso as chamadas séries de termos postecipados serão analisadas quando os pagamentos ou recebimentos ocorrem no fim do período, sendo o número destes igual ao número de períodos Neste tipo de pagamento, podemos calcular: 3.3.1.1 – Fator de ValorAtual: Dados a prestação, o prazo e a taxa de financiamento, podemos determinar o valor presente do financiamento ou o principal, usando a seguinte fórmula matemática: P = R x ( 1 + i )n - 1 , onde R = prestações; ( 1+ i )n x i 3.3.1.2 – Fator de Recuperação de Capital: Dados o valor presente, o prazo e a taxa, podemos determinar as prestações, usando a seguinte fórmula matemática: R = P x ( 1 + i )n x i ( 1 + i )n – 1 3.3.1.3 – Fator de Acumulação de Capital: Dados a prestação, o prazo e a taxa, podemos determinar o valor futuro do capital financiado, usando a seguinte fórmula matemática: S = R x ( 1 + i )n – 1 , onde S = valor futuro; i 3.3.1.4 – Fator de Formação de Capital: Dados o valor futuro, o prazo e a taxa, podemos determinar as prestações, usando a seguinte fórmula matemática: i IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -11 - R = S x -------------------------- ( 1 + i )n - 1 3.3.2 – Séries Antecipadas (com entrada): Neste caso as chamadas séries de termos antecipados serão analisadas quando os pagamentos ou recebimentos ocorrem no início do período, sendo o número destes maior que o número de períodos. Assim podemos calcular: 3.3.2.1 – Fator de Valor Atual: Dados a prestação, o prazo e a taxa de financiamento, podemos determinar o valor presente do financiamento ou o principal, usando a seguinte fórmula matemática: P = R x ( 1 + i ) x ( 1 + i )n - 1 , onde R = prestações; ( 1+ i )n x i 3.3.2.2 – Fator de Recuperação de Capital: Dados o valor presente, o prazo e a taxa, podemos determinar as prestações, usando a seguinte fórmula matemática: R = P x ___( 1 + i )n x i_______ ( 1 + i ) x [ ( 1 + i )n – 1] 3.3.2.3 – Fator de Acumulação de Capital: Dados a prestação, o prazo e a taxa, podemos determinar o valor futuro do capital financiado, usando a seguinte fórmula matemática: S = R x ( 1 + i ) x ( 1 + i )n – 1 , onde S = valor futuro; i 3.3.2.4 – Fator de Formação de Capital: Dados o valor futuro, o prazo e a taxa, podemos determinar as prestações, usando a seguinte fórmula matemática: IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -12 - i R = S x ---------------------------------- ( 1 + i ) x [ ( 1 + i )n – 1] 3.4 – Sistemas de Amortizações: Os sistemas mais conhecidos e utilizados no Brasil são: Sistema Price ou Francês de Amortização, Sistema de Amortização Constante e Sistema de Amortização Misto (Price + SAC). 3.4.1- Sistema Price: Tradicionalmente conhecido como “Sistema Francês de Amortização” ou “Sistema de Prestações Constantes”, é o sistema mais utilizado pelas instituições financeiras e pelo comércio em geral (crédito direto ao consumidor – CDC). Neste caso, as prestações são periódicas, consecutivas e constantes, adotando-se o conceito postecipado. Cada prestação é composta de: ▪ Parcela de Juros; ▪ Parcela Principal (amortização). Os juros são sempre calculados em função do saldo devedor, que decrescem na medida dos pagamentos das prestações, assim sendo os juros também são decrescentes e conseqüentemente as amortizações do principal crescentes. Este método permite responder perguntas, que passam desapercebidas pelos consumidores, do tipo: ▪ Quanto ainda devo? ▪ Quanto da dívida já foi amortizado? Usando as fórmulas matemáticas: ▪ Valor da Prestação R = P x ( 1 + i )n x i ( 1 + i )n – 1 ▪ Saldo Devedor no Tempo “t” IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -13 - SD t = R x ( 1 + i )n - t - 1 ( 1 + i )n – t x i ▪ Juros no Tempo “t” J t = i x R x ( 1 + i ) n – t + 1 – 1 ( 1 + i ) n –t + 1 x i ▪ Amortização no Tempo “t” A t = ( R – i x SD 0 ) x ( 1 + i ) t – 1 ou A t = R – J t ▪ Exemplo: Para um produto com valor a vista de R$ 10.000,00 (dez mil reais), a ser pago em 6 (seis) parcelas, com juros de 2% (dois por cento) ao mês, o valor da parcela fixa, de acordo com os princípios das séries uniformes de pagamento (termos postecipados), será assim calculado: R = 10.000 x (1 + 0,02) 6 x 0,02 = 10.000 x 0,178526 = 1.785,26 (1 + 0,02) 6 – 1 MÊS PRESTAÇÕES JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEV. 0 10.000,00 1 1.785,26 200,00 1.585,26 8.414,74 2 1.785,26 168,29 1.616,97 6.797,77 3 1.785,26 135,96 1.649,30 5.148,47 4 1.785,26 102,97 1.682,29 3.466,18 5 1.785,26 69,32 1.715,93 1.750,25 6 1.785,26 35,00 1.750,26 0,00 IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -14 - Usando a HP-12C: Calculando a parcela fixa: F CLX 10.000 PV 2 i 6 n PMT -1.785,26 Calculando os demais componentes da tabela: Mês 1 1 n f AMORT -200,00 (juros) X<>y -1.585,26 (amort) RCL PV 8.414,74 (saldo dev.) Mês 2 1 n f AMORT -168,29 (juros) X<>y -1.616,97 (amort) RCL PV 6.797,77 (saldo dev.) IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -15 - E assim sucessivamente, sempre com incremento de “1” na variável “n”, até que o saldo devedor seja zero no mês 6. 3.4.2 – Sistema de Amortização Constante: As cotas de amortização são constantes e as prestações se reduzemao longo do prazo de financiamento. Os termos da tabela são assim calculados: ▪ Amortização AMORT = Pv n ▪ Saldo Devedor no Tempo “t” SD t = Pv – t x AMORT ▪ Juros no Tempo “t” J t = i x [ Pv – ( t – 1 ) x AMORT] ▪ Prestação no Tempo “t” PMT t = AMORT + i x [ Pv – ( t – 1 ) x AMORT] ou PMT t = AMORT + J t ▪ No mesmo exercício anterior, calculado pelo sistema constante, teríamos: MÊS PRESTAÇÕES JUROS AMORTIZAÇÃO SALDO DEV. 0 10.000,00 1 1.866,67 200,00 1.666,67 8.333,33 2 1.833,33 166,66 1.666,67 6.666,66 3 1.800,00 133,33 1.666,67 4.999,99 IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -16 - 4 1.766,67 100,00 1.666,67 3.333,32 5 1.733,33 66,67 1.666,66 1.666,66 6 1.699,99 33,33 1.666,66 0,00 3.5 – Descontos de Títulos – Título Único: A chamada operação de desconto normalmente é realizada quando se conhece o valor futuro de um título (valor nominal, valor de face ou valor de resgate) e se quer determinar o seu valor atual. O desconto deve ser entendido como a diferença entre o valor de resgate de um título e o seu valor presente na data da operação, ou seja: D = VF - VP, em que D representa o valor monetário do desconto, VF o seu valor futuro (valor assumido pelo título na data do seu vencimento) e VP o valor creditado ou pago ao seu titular. Assim como no caso dos juros, o valor do desconto também está associado a uma taxa e a determinado período de tempo. De maneira análoga aos juros, os descontos são também classificados em simples e composto, envolvendo cálculos lineares no caso do desconto simples e exponencial no caso do desconto composto. O desconto é dividido em: 3.5.1 - DESCONTO RACIONAL (por dentro): Desconto racional simples é aquele aplicado no valor atual do título n períodos antes do vencimento, ou seja, é o mesmo que juro simples. Não será dada muita importância a menos de comparação, pois raramente tem sido aplicado no Brasil. Dr = VF – VP, onde Dr = Desconto Racional; Como VP = VF /(1+i●n), temos: Dr = VF – VF / (1 + i●n) = VF.( 1 – ( 1 / (1 + i●n )) = VF. ( 1+i●n – 1)/(1+i●n), logo: IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -17 - 3.5.2 - DESCONTO COMERCIAL OU BANCÁRIO (por fora): Desconto comercial simples é aquele em que a taxa de desconto incide sempre sobre o montante ou valor futuro. É utilizado no Brasil de maneira ampla e generalizado, principalmente nas chamadas operações de “desconto de duplicatas” realizadas pelos bancos, sendo, por essa razão, também conhecido por desconto bancário ou comercial. É obtido multiplicando-se o valor de resgate do título pela taxa de desconto e pelo prazo a decorrer até o seu vencimento, ou seja: D = VF.d.n Onde d representa a taxa de desconto e n o prazo. E para se obter o valor descontado utilizamos a seguinte expressão: VD = VF – D, ou: VD = VF – VF ● d ● n, ou: Exemplo: (CRESPO, 2002) Um título de R$ 6.000,00 vai ser descontado à taxa de 2,1% ao mês. Faltando 45 dias para o vencimento do título, determine: a) O valor do desconto comercial; b) O valor descontado. Solução: D = VF ● d ● n = 6.000 ● (0,021 ÷ 30) ● 45 = 6.000 ● 0,0007 ● 45 = R$ 190,00 VD = VF – D = 6.000 – 189 = R$ 5.811,00 ou VD = VF ● ( 1 – d ● n ) = 6.000 ● ( 1 – 0,0007 ● 45 ) = 6.000 ● ( 1 – 0,0315 ) = 6.000 ● 0,9685 VD = R$ 5.811,00 IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -18 - 3.5.3 - DESCONTO SIMPLES SÉRIES DE TÍTULOS DE MESMO VALOR: Neste caso poderíamos descontar cada título separado e, posteriormente, somarmos os descontos, obtendo o desconto total. Assim: Dt = D1 + D2 + D3 + ...... + DN, sendo: - N = o número de títulos de mesmo valor a serem descontados; - VF = Valor de cada título; - VDt = valor descontado total dos títulos = N x VF – Dt; Supondo-se cinco títulos de mesmo valor de face ( VF = R$ 1.000,00), vencíveis a cada trinta dias (1 mês), a uma taxa de desconto de 3% a.m, o valor do desconto global, a partir do cálculo de cada título é assim calculado: D = VF.d.n, D1 = 1.000,00 x 0,03 x 1 = 30,00 D2 = 1.000,00 x 0,03 x 2 = 60,00 D3 = 1.000,00 x 0,03 x 3 = 90,00 D4 = 1.000,00 x 0,03 x 4 = 120,00 D5 = 1.000,00 x 0,03 x 5 = 150,00; Assim: Dt = 30,00 + 60,00 + 90,00 + 120,00 + 150,00 = 450,00; Ou: Dt = D1 + D2 + D3 + D4 + D5 Dt =1.000 x 0,03 x 1 + 1.000 x 0,03 x 2 + 1.000 x 0,03 x 3 + 1.000 x 0,03 x 4 + 1.000 x 0,03 x 5 Colocando a expressão (1.000 x 0,03) em evidência, temos: Dt= (1.000, x 0,03) x (1+ 2 + 3 + 4 + 5) Utilizando a soma dos termos de uma progressão aritmética (PA): , onde: - t1 = prazo de vencimento do primeiro título; - tn = prazo de vencimento do último título; IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -19 - - N = número de títulos; Assim: Dt = (1.000 ● 0,03) ● (1+5) ● 5 / 2 = 1.000 ● 0,03 ● 15 = 450,00 O valor descontado total, ou valor líquido, creditado na conta do cliente seria: VDt = VF ● N – Dt = 1.000 ● 5 - 450 = R$ 4.550,00 Logo teremos a seguinte expressão matemática: Sendo que a expressão (t1 + tn)/2 representa o prazo médio dos títulos descontados. Exemplo: Cinco duplicatas, no valor de $40.000,00 cada uma, com vencimentos para 90, 120, 150, 180 e 210 dias, são apresentadas para desconto. Sabendo-se que a taxa de desconto cobrada pelo banco é de 3% a.m, calcular o valor do desconto e o valor descontado. t1 = 90 dias = 3 meses → tn = t1 + N – 1 = 3 + 5 – 1 = 7 Dt = 40.000 ● 5 ● 0,03 ● (3 + 7)/2 = 40.000 ● 5 ● 0,03 ● 5 = R$ 30.000,00 VDt = VF ● N – Dt = 40.000 ● 5 – 30.000 = 200.000 – 30.000 = R$ 170.000,00 4. NOÇÕES DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS 4.1 – Métodos de Avaliação de Investimentos O primeiro passo da análise de um investimento é avaliar qual é o objetivo da empresa que deseja investir seu capital. No passado não muito distante, este objetivo era bastante imediatista:Lucro no final do exercício. Atualmente podemos considerá-lo ultrapassado, já que as empresas, com a aplicação de técnicas de Planejamento Estratégico, passaram a trabalhar com objetivos de médio e longo prazo, que pode representar mais investimentos no início de um novo negócio e maximização de ganhos num período futuro. IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -20 - Para avaliarmos antecipadamente o desempenho e a viabilidade econômica – financeira de determinado investimento, podemos fazer uso dos métodos de avaliação mais comumente aplicados. 4.1.1 – Método do Pay – Back: Trata-se do método mais simples de avaliação do tempo de retorno de um investimento. Em linhas gerais, significa o prazo de recuperação do investimento, não se observando o custo do capital como fator decisivo para o investimento em questão. Por exemplo: ANOS FLUXO ANUAL FLUXO ACUMULADO 0 -1000 -1000 1 250 -750 2 250 -500 3 250 -250 4 250 0 5 250 250 Podemos concluir: ➢ O investimento estará recuperado no final do 4º ano; ➢ Trata-se de um método simples, apresentando resultado que pode ser interpretado facilmente; ➢ Pode ser entendido como uma medida de risco do investimento, ou seja, quanto maior for o prazo de retorno, maior será o risco do investidor; ➢ Pode ser considerado como uma medida de liquidez do investimento, ou seja, quanto menor for o prazo de retorno, maior será a liquidez associada; ➢ O valor do dinheiro no tempo é ignorado; IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -21 - ➢ Não avalia o nível de rentabilidade do investimento, servindo apenas o prazo de recuperação do mesmo; O aprimoramento deste método, levando-se em conta a incidência da taxa mínima de atratividade ou o custo do capital, denomina-se Pay – Back Descontado. Tomando o exemplo anterior, supondo um custo de capital da ordem de 10 % ao ano, teremos: ANOS FLUXO ORIGINAL FLUXO AJUSTADO A VALOR PRESENTE FLUXO ACUMULADO A VALOR PRESENTE 0 -1000 -1000 -1000 1 250 227 -773 2 250 207 -566 3 250 188 -378 4 250 171 -207 5 250 155 -52 Novas conclusões são obtidas: ➢ O investimento não será recuperado no prazo estipulado, a menos que o custo do capital seja reduzido; ➢ É uma base para a avaliação bem mais consistente, quando comparada ao resultado obtido pelo método do “Pay – Back” simples; ➢ O valor presente calculado através da HP-12C: Parcela 1 Parcela 2 f CLX f CLX 250 FV 250 FV 10 i 10 i 1 n 2 n IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -22 - PV -227,27 PV -207,00 Para determinarmos o tempo médio de retorno desta proposta de investimento usamos a seguinte fórmula: PBD = n + ( |Fan| / ( FAn+1 + |FAn| ) ) Onde: ▪ PBD = Prazo Médio de Retorno ▪ n = Ano do último acumulado negativo ▪ FA n = Valor do fluxo acumulado no ano n (último fluxo negativo) ▪ FA n+1 = Valor do fluxo acumulado no ano n+1 (primeiro fluxo positivo) No exemplo anterior não teríamos retorno dentro do prazo de avaliação, portanto proporemos um outro exemplo, composto de três opções de projeto e a mesma taxa mínima de atratividade (TMA = 10%), para a melhor aplicação deste método: ANO PROJETO “A” PROJETO “B” PROJETO “C” 0 (42.000) (50.000) (20.000) 1 9.000 20.000 9.000 2 9.000 10.000 5.000 3 10.000 11.000 6.000 4 15.000 16.000 5.000 5 16.000 15.500 4.000 ▪ Os cálculos para cada projeto serão assim efetuados: PROJETO A FLUXO VALOR FLUXO N A PRESENTE ACUMULADO 0 (42.000) (42.000) 1 9.000 8.182 (33.818) 2 9.000 7.438 (26.380) 3 10.000 7.513 (18.867) 4 15.000 10.245 (8.622) 5 16.000 9.935 1.313 PROJETO B IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -23 - FLUXO VALOR FLUXO N B PRESENTE ACUMULADO 0 (50.000) (50.000) 1 20.000 18.182 (31.818) 2 10.000 8.264 (23.554) 3 11.000 8.264 (15.289) 4 16.000 10.928 (4.361) 5 15.500 9.624 5.263 PROJETO C FLUXO VALOR FLUXO N C PRESENTE ACUMULADO 0 (20.000) (20.000) 1 9.000 8.182 (11.818) 2 5.000 4.132 (7.686) 3 6.000 4.508 (3.178) 4 4.000 2.732 (446) 5 4.000 2.484 2.038 ▪ O prazo médio de cada projeto seria: PROJETOS A B C N 4 4 4 FA n (8.622) (4.361) (446) FA n+1 1.313 5.263 2.038 PBD 4,87 4,45 4,18 ▪ O melhor projeto seria o projeto “C”, pois possui o menor prazo médio de retorno. 4.1.2 – Valor Atual Líquido do Fluxo de Caixa: Neste método, calculamos o valor atual líquido do fluxo de caixa, na data zero, fazendo uso da taxa mínima de atratividade, sendo esta a taxa alternativa que um investidor possui no mercado, supostamente sem risco. Portando o investimento escolhido deve proporcionar um retorno superior ao que seria obtido nesta aplicação sem risco. IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -24 - Para um Valor Atual Líquido positivo o investimento poderá ser atrativo, se nulo torna-se indiferente o seu aproveitamento. Por outro lado se o VPL for negativo fica caracterizado que o empreendimento é inviável. No exemplo anterior, nas colunas do fluxo acumulado dos três projetos (A,B,C), todos os VPL são positivos, mostrando que os projetos podem ser atrativos. Neste caso a escolha recai sobre o projeto de maior VPL, ou seja, o projeto “B” é a melhor opção. Note que este método (VPL) apresenta um resultado diferente do método anterior (PBD). A escolha final depende de uma melhor avaliação, através de outros métodos, como veremos a seguir. VPL = Σ VP – Investimento Inicial = Último VP Acumulado 4.1.3 – Valor Uniforme Líquido (VUL): Também conhecido como Método do Valor Presente Líquido Anualizado (VPLA), trata-se de uma variação do VPL. Neste caso transformamos o fluxo de caixa em uma série uniforme de pagamentos postecipados. VUL = VPL x ( 1 + i ) nx i ( 1 + i ) n - 1 Para os mesmos projetos anteriormente citados, os Valores Uniformes Líquidos seriam: ▪ VUL A = 1313 x ( 1,10 ) 5 x 0,10 = 346,37 (1,10 ) 5 - 1 ▪ VUL B = 5263 x ( 1,10 ) 5 x 0,10 = 1.388,37 (1,10 ) 5 - 1 ▪ VUL C = 2038 x ( 1,10 ) 5 x 0,10 = 537,61, o melhor projeto é o “B”. (1,10 ) 5 - 1 IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -25 - 4.1.4 -Taxa Interna de Retorno (TIR ou IRR): É a taxa média que torna nulo o valor atual do fluxo de caixa, quando cada um de seus componentes é descontado. O projeto se torna viável quando a taxa interna de retorno for maior que a taxa mínima de atratividade. Este cálculo sendo executado manualmente é feito por tentativa e acerto de forma iterativa, estimando-se a taxa que em função dos resultados deve ser novamente estimada. Por exemplo: 200 200 200 200 200 200 1.000 Período Investimento Retornos 0 1.000 / ( 1+ i ) 0 1 200 / ( 1 + i ) 1 2 200 / ( 1 + i ) 2 3 200 / (1 + i ) 3 4 200 / ( 1 + i ) 4 5 200 / ( 1 + i ) 5 6 200 / ( 1 + i ) 6 Total ??????? ??????? Matematicamente teríamos: VPL = -1.000 + (200 / (1 + i) 1) + (200 / (1 + i) 2) + ………+ (200 / (1 + i) 6) = 0 ▪ Usando uma calculadora financeira HP-12C, obtemos i = 5,472 %. F CLX IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -26 - 1000 CHS g CFo 200 g CFj 200 g CFj 200 g CFj 200 g CFj 200 g CFj 200 g CFj f IRR 5,472 ▪ Ou usando menos entradas de dados na HP-12C: F CLX 1000 CHS g Cfo 200 g CFj 6 g Nj f IRR 5,472 Estamos, portanto, tomando valores futuros fixos e trazendo-os a data zero, descapitalizando estes valores a uma taxa “i”. Quanto maior for o “i”, necessário para tornar o VPL igual a zero, maiores terão sido os retornos no futuro (valores futuros), provando assim que melhor terá sido o negócio. Não devemos esquecer a importância da comparação com a taxa mínima de atratividade do mercado (TMA), pois o projeto só será considerado viável se a TIR for maior que a taxa oferecida pelo mercado (TMA), para uma aplicação supostamente sem risco ou de riscos mínimos. IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -27 - 4.1.5 – Projeto Combinado: Quando trabalhamos com hipóteses de projetos que se caracterizam por investimentos iniciais diferentes, podemos ter projetos distintos sendo apontados como melhores soluções, ao mesmo tempo. Neste caso não saberíamos qual das opções apontadas seria a melhor. Os métodos do VPL e VUL consideram, implicitamente, as diferenças nos investimentos iniciais, o mesmo não acontecendo com a TIR, que alem deste fato não considera o valor temporal do dinheiro. Estas particularidades provocam o sentido dúbio da escolha, tornando-se necessário checar as distorções dos resultados. Faremos um exemplo completo, aplicando toda a metodologia discutida até o momento, onde, para três opções distintas de investimentos (projetos A, B, C – anteriormente citados), se faz necessária a aplicação de uma metodologia complementar chamada “Projeto Combinado”. ANO PROJETO “A” PROJETO “B” PROJETO “C” 0 (42.000) (50.000) (20.000) 1 9.000 20.000 9.000 2 9.000 10.000 5.000 3 10.000 11.000 6.000 4 15.000 16.000 4.000 5 16.000 15.500 4.000 PROJETOS A B C N 4 4 4 FA n (8.622) (4.361) (446) FA n+1 1.313 5.263 2.038 PBD 4,87 4,45 4,18 ➢ O método do Pay-Back Descontado aponta para o projeto “C” como a melhor opção; ➢ Os métodos do VPL e VUL apontam para o projeto “B”, como a melhor opção; IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -28 - ➢ Se calcularmos a TIR de cada projeto teremos: FLUXO FLUXO FLUXO N A B C 0 (42.000) (50.000) (20.000) 1 9.000 20.000 9.000 2 9.000 10.000 5.000 3 10.000 11.000 6.000 4 15.000 16.000 4.000 5 16.000 15.500 4.000 TIR 11,09% 14,16% 14,58% ➢ O método da TIR demonstra que os três projetos, se comparados à taxa mínima de atratividade (TMA = 10% - vide página 19), são viáveis, pois todos apresentam a TIR maior que a TMA proposta. Porem é necessário que se escolha o melhor resultado entre os encontrados, o que aponta para o projeto de maior TIR, ou seja, o projeto “C”; ➢ Em função das divergências de resultados e das demais considerações anteriormente propostas, faremos uso do Projeto Combinado, aplicado aos projetos escolhidos pelos métodos anteriores (B e C); ➢ Fixamos o projeto de menor investimento inicial entre os escolhidos, o projeto “C”, e criamos um novo projeto (Projeto TMA) com investimento inicial igual à diferença entre os investimentos dos projetos escolhidos (50.000 – 20.000 = 30.000) e taxa igual à taxa mínima de atratividade; ➢ As parcelas de retorno nos 5 (cinco) anos seguintes serão calculadas como uma prestação de uma série uniforme de pagamentos postecipados, ou seja: f CLX 30.000 PV 10 I 5 N PMT (7.913,92) IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -29 - ➢ Assim o cálculo será executado conforme a tabela a seguir, onde cada parcela do projeto combinado será a soma da parcela do projeto “C” com a do projeto TMA, para cada respectivo período, ou seja: N PROJETO PROJETO PROJETO C TMA COMBINADO 0 (20.000,00) (30.000,00) (50.000,00) 1 9.000,00 7.913,92 16.913,92 2 5.000,00 7.913,92 12.913,92 3 6.000,00 7.913,92 13.913,92 4 4.000,00 7.913,92 11.913,92 5 4.000,00 7.913,92 11.913,92 TIR 14,58% 10,00% 11,68% ➢ Como a nova TIR encontrada é menorque a do projeto “B”, o projeto “B” permanece como o escolhido. 4.1.6 – Projeto Incremental (Intersecção de Fischer): Sempre que a maior TIR calculada for referente ao projeto de menor investimento inicial, podemos adotar outra metodologia onde criaremos uma nova opção de investimento, que deverá ser combinada com o projeto de menor investimento (projeto “C”), dando como resultado o segundo projeto apontado como opção de investimento em outros métodos. Assim teremos: N PROJETO PROJETO PROJETO C INCREMENTAL B 0 (20.000,00) (30.000,00) (50.000,00) 1 9.000,00 11.000,00 20.000 2 5.000,00 5.000,00 10.000 3 6.000,00 5.000,00 11.000 4 4.000,00 12.000,00 16.000 5 4.000,00 11.500,00 15.500 TIR 14,58% 13,93% 14,16% IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -30 - Se optássemos pela opção “C”, com maior TIR, teríamos que aplicar a diferença num investimento que rendesse no mínimo 13,93%, para que ele se equivalesse ao investimento “B”. Como supomos que a empresa tem como outra opção a TMA de 10%, para aplicar a diferença de investimentos, verificamos que este retorno é inferior ao desejado. Portanto a escolha novamente recai sobre o projeto “B”. VPL C B 0 13,9 14,1 14,3 14,5 14,7 TIR ➢ No ponto de intersecção VPL i = 0, pois pelo método incremental VPLB – VPLC = VPL i, e neste ponto VPLB = VPLC. ➢ Onde VPL i = Valor Presente Líquido do Projeto Incremental. 4.1.7 – Projetos com Horizontes Diferentes: INTERSECÇÃO DE FISCHER TIR = 13,9% IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -31 - Todos os projetos estudados até o momento, possuem o mesmo tempo de duração, os mesmos horizontes de planejamento. No entanto, podemos ter tempos de duração diferentes para cada projeto, o que exige a determinação de horizontes idênticos e, posteriormente, a análise de viabilidade. A identidade de horizontes é alcançada com o cálculo do mínimo múltiplo comum entre os tempos distintos dos projetos em questão. Vejamos o exemplo a seguir: N PROJETO PROJETO A B 0 (12.000,00) (20.000,00) 1 5.600,00 6.900,00 2 5.600,00 6.900,00 3 5.600,00 6.900,00 4 - 6.900,00 VALOR RESIDUAL 3.000,00 4.000,00 M.M.C = 4 x 3 = 12 Anos (Novo tempo de análise) Assim teremos a nova configuração: N PROJETO PROJETO "A" PROJETO PROJETO "B" "A" ACUMULADO "B" ACUMULADO 0 (12.000) (12.000) (20.000) (20.000) 1 5.600 5.600 6.900 6.900 2 5.600 5.600 6.900 6.900 3 5.600+3.000+(12.000) (3.400) 6.900 6.900 4 5.600 5.600 6.900+4.000+(20.000) (9.100) 5 5.600 5.600 6.900 6.900 6 5.600+3.000+(12.000) (3.400) 6.900 6.900 7 5.600 5.600 6.900 6.900 IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -32 - 8 5.600 5.600 6.900+4.000+(20.000) (9.100) 9 5.600+3.000+(12.000) (3.400) 6.900 6.900 10 5.600 5.600 6.900 6.900 11 5.600 5.600 6.900 6.900 12 5.600+3.000 8.600 6.900+4.000 10.900 Analisando os projetos, segundos os fundamentos da análise de investimentos, à taxa de 10% a.a, obtemos os seguintes resultados: N PROJETO "A" VPLA VPLA PROJETO "B" VPLB VPLB ACUMULADO ACUMULADO ACUMULADO ACUMULADO 0 (12.000) (12.000) (20.000) (20.000) 1 5.600 5.091 (6.909) 6.900 6.273 (13.727) 2 5.600 4.628 (2.281) 6.900 5.702 (8.025) 3 (3.400) (2.554) (4.835) 6.900 5.184 (2.841) 4 5.600 3.825 (1.011) (9.100) (6.215) (9.056) 5 5.600 3.477 2.467 6.900 4.284 (4.772) 6 (3.400) (1.919) 547 6.900 3.895 (877) 7 5.600 2.874 3.421 6.900 3.541 2.664 8 5.600 2.612 6.033 (9.100) (4.245) (1.581) 9 (3.400) (1.442) 4.592 6.900 2.926 1.345 10 5.600 2.159 6.751 6.900 2.660 4.005 11 5.600 1.963 8.713 6.900 2.418 6.424 12 8.600 2.740 11.454 10.900 3.473 9.897 TIRA 27,43% TIRB 19,49% Bibliografia Básica BRANCO, Anísio Costa Castelo. Matemática financeira aplicada: método algébrico, HP-12C, Microsoft Excel. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. BROOKSON, Stephen. Como elaborar orçamentos. Série Sucesso Profissional. São Paulo: Publifolha, 2000. IPOG – Matemática Financeira _____________________________________________________________________________________ -33 - CASAROTTO, Fo, Nelson e KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: Matemática Financeira. 9ed, Atlas. CRESPO, Antônio Arnot. Matemática comercial e financeira. São Paulo: Saraiva, 2002. FALCINI, P. Avaliação Econômica de Empresas – Técnica e Prática. Atlas, 1992. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração financeira. São Paulo: 10ed. Pearson – Prentice Hall, 2004. HIRSCHFELD, Henrique. Engenharia Econômica e Análise de Custos. São Paulo: Atlas, 1998. LEÂO, Nildo Silva. Custos e orçamentos na prestação de serviços. São Paulo: Nobel, 1999. NEIVA, R. A. Valor de Mercado da Empresa. Atlas, 1992. SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração Financeira da Pequena e média Empresa. São Paulo: Atlas, 2001. SOBRINHO, José Dutra Vieira. Matemática financeira. São Paulo: Atlas, 1998. WELSH, Glenn Albert. Orçamento Empresarial. 4ªEdição. São Paulo: Atlas, 1996.