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ADOLESCÊNCIA
Aula 1
ADOLESCÊNCIA,
JUVENTUDE E
DESENVOLVIMENTO
Adolescência, juventude e
desenvolvimento
Olá, estudante!
Como foi a adolescência para você? Como eram as relações familiares
e as amizades? Esse período da vida deixa muitas memórias, pois é
bastante importante para nosso desenvolvimento. Nesta aula,
estudaremos sobre os conceitos de juventudes, juventude e
adolescência, bem como os aspectos de desenvolvimento e as
características sociais. Além disso, contextualizaremos as principais
demandas de ensino-aprendizagem para jovens e adolescentes na
atualidade. Preparado? Vamos juntos nesta nova trilha de
conhecimentos!
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
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06/08/2024, 10:15 Adolescência
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Ponto de Partida
Boas-vindas à primeira aula da disciplina Adolescência e Juventude no
Século XXI. Se você está aqui, em um curso de nível superior,
certamente já vivenciou ou continua na fase da adolescência e da
juventude. Mas será que há uma distinção clara entre adolescência e
juventude? Podemos considerar adolescência como um processo
inerente à condição humana? Qual é o papel da escola no
desenvolvimento dos adolescentes? Refletir sobre esses
questionamentos é crucial para uma compreensão mais ampla dos
diferentes momentos de desenvolvimento humano em seu aspecto
biopsicossocial.
Para nos aprofundarmos um pouco mais nesses assuntos, imagine uma
turma do 9º ano do Ensino Fundamental de um colégio público, na qual
alguns dos estudantes, nos últimos meses, parecem mais
desmotivados, enquanto outros exibem mudanças de humor abruptas.
O desempenho acadêmico de alguns deles está abaixo do esperado, e
há relatos de conflitos interpessoais. Diante desses desafios, um
professor começa a questionar-se sobre a importância de compreender
melhor a adolescência para conseguir mediar algumas dessas situações
em sala de aula.
As indagações a seguir podem servir de base para essa busca de maior
entendimento:
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O conhecimento das características do desenvolvimento
adolescente pode auxiliar na abordagem de desafios
comportamentais em sala de aula?
De que maneira a percepção das mudanças cognitivas e
emocionais típicas da adolescência pode auxiliar o professor em
relação ao trabalho pedagógico e educacional com os discentes?
Pensando em ajudar esse professor, exploraremos mais profundamente
essas questões utilizando este material de estudo. Por isso, dedique
tempo e energia ao aprendizado e encare este momento não como
obrigação, mas como fonte valiosa de saberes.
Bons estudos!
Vamos Começar!
Adolescência e juventude: aspectos
biológicos, políticos e sociais
Quando você pensa em sua adolescência, o que vem primeiro à mente?
Quais são as principais lembranças? Com certeza, todos nós temos
memórias positivas e negativas desse período da vida, dado que a
adolescência é uma fase de transição para a vida adulta e um momento
de construção interna como sujeitos no mundo. Todavia, não se trata de
uma transição simples; ela apresenta especificidades que abordaremos
mais detalhadamente a seguir.
Inicialmente, é necessário compreender o surgimento dessa concepção,
pois nem sempre a ideia de adolescência existiu histórica e socialmente.
O historiador francês Philippe Ariès (1986), em seus estudos sobre os
contextos social, escolar e infantil durante a Idade Média na Europa,
constatou que o conceito de adolescência só emergiu no final do século
XVIII e só se disseminou efetivamente no século XX. Segundo esse
autor, por volta dos 7 anos de idade, as crianças eram integradas ao
mundo do trabalho, com poucas oportunidades de estudo. Eram
consideradas “miniadultos”; não se via motivo para a diferenciação, nem
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se compreendiam as especificidades e necessidades de
desenvolvimento da criança.
Isso também ocorria em idades posteriores, entre 13 e 20 anos. Por
exemplo, no período medieval, era comum que estudantes de todas as
idades ocupassem as mesmas salas de aula, estudando o mesmo
conteúdo; essa mistura de idades era observada também fora da
escola. Ou seja, a partir do momento que a criança adquiria um pouco
mais de autonomia, já podia ser inserida no mundo adulto.
Com as transformações sociais pós-período de industrialização e a
mudança na concepção da própria família burguesa (surgida durante a
Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, na Europa, a família
burguesa caracterizava-se por uma estrutura nuclear, com ênfase em
educação, papel definido para a mulher, transmissão de propriedade e
herança e vida urbana), a infância e a adolescência começaram a
ganhar mais destaque nas sociedades modernas. Conforme Avila
(2005), a adolescência passou a ser considerada como um período de
transição, um espaço intermediário entre a infância e a idade adulta,
entre a maturidade biofisiológica e a maturidade psicossocial.
No contexto brasileiro, o reconhecimento da infância, bem como dos
direitos e dos deveres das crianças, também foi se construindo ao longo
dos séculos, conforme se ressignificava o papel das instituições
escolares e da família e com a industrialização da sociedade. Durante o
período colonial, por exemplo, era comum a atuação de crianças no
trabalho escravo, assim como as questões de abandono de menores.
Muitas dessas crianças abandonadas foram, inicialmente, acolhidas nas
Santas Casas de Misericórdia, que implantaram as chamadas “rodas
dos expostos”. Instaladas nos muros ou nas janelas das instituições,
essas rodas tinham um formato cilíndrico e uma divisória ao meio. No
lado externo, o responsável pelo abandono colocava a criança na
abertura do dispositivo que, ao ser girado, transferia a criança para o
lado interno.
Espaços como esses, e posteriormente creches, pré-escolas e escolas,
começaram a trazer para discussão social e política as necessidades
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das crianças, que passaram a ser compreendidas e olhadas a partir das
premissas da infância e, depois, da adolescência e da juventude.
A propósito, adolescência e juventude são sinônimos? Apesar de
compreenderem um período de desenvolvimento etário próximo, ambas
as etapas apresentam aspectos diferenciados em termos de
desenvolvimento social, emocional e biológico. Enquanto a adolescência
é uma fase marcada por mudanças físicas, emocionais e sociais
intensas de formação biopsicossocial, a juventude é mais ampla e se
caracteriza por aspectos sociais, como a busca de identidade e
responsabilidades. Conforme Silva e Lopes (2009), o termo
“adolescência” está associado principalmente às teorias psicológicas,
centrando-se no indivíduo como ser psíquico e influenciado por sua
realidade e experiência subjetiva. Em contraste, a “juventude” é mais
destacada em teorias sociológicas e históricas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a adolescência
como o período entre 10 e 19 anos de idade e a juventude, entre 15 e
24 anos. Ainda, existem outras divisões dentro da adolescência: pré-
adolescência (de 10 a 14 anos), que se refere ao momento em que a
criança começa a deixar a infância e adentra na puberdade;
adolescência jovem (de 15 a 19 anos); e idade adulta jovem (de 20 a 24
anos). Tal definição cronológica está relacionada principalmente com
fatores sociais, acompanhamento epidemiológico e desenvolvimento de
políticas públicas para essa população, mas é importante destacarmos
que as nuances sociais, culturais e educacionais modificam a
experiência dessafase para cada sujeito.
Exemplificando, podemos dizer que, na adolescência, o indivíduo
enfrenta uma série de desafios e oportunidades que contribuem para a
construção de sua identidade e autonomia. As transformações
biológicas, como a puberdade, desencadeiam uma cascata de eventos
que impactam não apenas o corpo, mas também as emoções e a
cognição. As dinâmicas das relações sociais se tornam centrais,
influenciando o desenvolvimento emocional e a construção de
habilidades sociais do adolescente.
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A juventude, por sua vez, expande as fronteiras da autonomia e da
responsabilidade. Nesse período, os jovens buscam definir suas
identidades, explorando carreiras, relacionamentos e valores. No caso
da situação vivenciada pelo professor de nossa situação-problema, há
um ponto importante, que é o papel da sociedade e da família na
compreensão das necessidades específicas dessa fase, o que permite
um olhar mais humanizado em relação às várias mudanças que esses
sujeitos estão experienciando.
Siga em Frente...
Políticas públicas voltadas à juventude
Com o aumento da população infantil brasileira, durante o século XX,
tornou-se necessário repensar as políticas públicas, bem como as ações
do Estado em relação à assistência, à educação, aos direitos e aos
deveres de crianças e adolescentes.
Na década de 1920, começaram no Brasil alguns movimentos
importantes nos âmbitos político e legal, como a criação do Juizado de
Menores e do Código de Menores. Posteriormente, em 1930, foi
instaurado o Ministério da Educação, refletindo uma preocupação maior
com a formação educacional das crianças. Já em 1959, foi publicado o
documento internacional intitulado Declaração Universal dos Direitos da
Criança, que enfatiza direitos como igualdade, proteção em seu
desenvolvimento físico e mental, nome, nacionalidade, alimentação,
moradia, assistência, educação, amor etc.
Esses direitos ressignificam e reconhecem a criança em sua plenitude,
com necessidades específicas, diferentes das dos adultos, adentrando
também no campo político. Quando pensamos em política, isso inclui
decisões e ações governamentais concretizadas por meio das políticas
públicas, a fim de resolver problemas ou promover objetivos sociais,
econômicos e ambientais.
As políticas sociais configuram-se como uma resposta do Estado à
demanda das questões sociais. Conforme Silva e Lopes (2009), em se
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tratando de adolescentes e jovens, temos ainda um grande desafio para
impulsionar melhorias por meio de intervenções públicas. Para os
autores, é imprescindível a adoção de políticas que combinem
abordagens universalizantes e, consequentemente, sejam aptas a
garantir direitos universais — considerando as vulnerabilidades sociais e
compreendendo os jovens como sujeitos autônomos.
Ancorada nas ressignificações da concepção de infância e da criança
como um ser de direitos, a Constituição Federal Brasileira de 1988
apresenta que a educação é “um direito de todos e dever do Estado e
da família em colaboração com a sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania
e sua qualificação para o trabalho”. Todavia, o direito à educação implica
também uma série de outros fatores, como permanência e
asseguramento das necessidades específicas de aprendizagem para
cada pessoa, a depender de seu momento de desenvolvimento. É
nesse sentido que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
mostra-se um dispositivo legal importante. Instituído pela Lei nº 8.069,
de 13 de julho de 1990, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao
adolescente, considerando a pessoa até 12 anos incompletos como
criança, e adolescentes aqueles que estão entre 12 e 18 anos.
Também há o Estatuto da Juventude, instituído por meio da Lei nº
12.852, de 5 de agosto de 2013, que dispõe sobre os direitos dos
jovens, os princípios e diretrizes das políticas públicas de juventude e o
Sistema Nacional de Juventude – SINAJUVE. Esse documento
considera como jovens aqueles com idade entre 15 e 29 anos.
No caso da escola, a compreensão das necessidades dos jovens e
adolescentes envolve também compreender a legislação e as políticas
públicas existentes, que podem dar suporte à atuação do professor em
sala de aula e ao trabalho pedagógico maior desenvolvido na instituição,
a fim de promover o engajamento cívico e prevenir outros problemas no
contexto educacional, como violência e discriminação.
 
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O jovem e o adolescente no mundo atual e
suas necessidades de aprendizagem
Ao longo do desenvolvimento humano, diferentes necessidades de
aprendizagem surgem, pois conforme crescemos nosso círculo de
interações aumenta e adquirimos novas habilidades e competências.
Inicialmente, nosso contato principal é com os pais e responsáveis; e,
quando entramos na escola, passamos a interagir com outros grupos e
estabelecer novas conversas, relações e, consequentemente, adquirir
novos aprendizados. Desse modo, podemos compreender que a
aprendizagem de algo depende de inúmeros fatores e decorre da
interação entre nossas estruturas mentais e o contexto social. Na
adolescência e na juventude, a busca de quem somos e as mudanças
cerebrais, emocionais, fisiológicas e sociais despertam necessidades
que diferem das ligadas à infância.
De acordo com Dayrell (2003), a juventude é uma categoria social, mas
também uma forma de representação que pode ser entendida de
maneiras muito variadas por cada sociedade, momento histórico e grupo
social. Essa diversidade se relaciona com condições sociais (classes
sociais) e aspectos culturais (etnias, identidades religiosas, valores), de
gênero, territoriais (regiões geográficas) etc. Por isso, o autor propõe
pensarmos em juventudes, no plural; os jovens, a depender de suas
experiências sociais, constroem determinados modos de ser jovem.
As demandas de aprendizagem dos jovens abrangem áreas cruciais,
como acesso a uma educação de qualidade, desenvolvimento de
habilidades socioemocionais, competências tecnológicas, orientação
profissional, cidadania e saúde mental. Capacitá-los nessas esferas não
apenas os prepara para o mercado de trabalho, mas também promove
um desenvolvimento integral, possibilitando que enfrentem desafios
pessoais e sociais de maneira informada e resiliente, o que contribui
para uma sociedade mais engajada e sustentável. Nesse cenário,
professores, famílias e escolas têm papéis fundamentais quando se
trata de assegurar um bom acompanhamento desse processo formativo.
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Segundo dados do Atlas da Juventude (2021), existem
aproximadamente 47,8 milhões de jovens (entre 15 e 29 anos) no Brasil.
Eles circulam e se espalham de maneiras distintas pelas regiões do
país, todavia essa distribuição não é sinônimo de qualidade de vida.
Muitos jovens vivem em situações de desigualdade social, pobreza, falta
de perspectiva, desemprego, evasão ou abandono escolar. Por isso,
refletir sobre as características desse período da vida e as próprias
políticas que contemplam e asseguram os direitos desses sujeitos é
essencial. Precisamos acolher nossos jovens e cuidar deles. Trata-se de
uma fase muito potente, que demanda crescimento constante e
apresenta diversos desafios que devem ser assumidos e compartilhados
por toda sociedade.
Isso também se estende aos adolescentes. Repensar as práticas
docentes na atualidade tendo em vista as múltiplas realidades dos
jovens e adolescentes, os contextos sociais diversos e as demandas de
aprendizagem mais coerentes com a sociedade do conhecimento e
conectada que temoshoje, é muito significativo. Pensar em uma
perspectiva de educação integral que abarque habilidades
socioemocionais, saúde, inclusão digital, orientação vocacional,
cidadania participativa e consciência ambiental, é um caminho para
promover uma educação que vá ao encontro das necessidades de
aprendizagem desses sujeitos.
Em síntese, adolescência e juventude representam momentos
fundamentais no desenvolvimento humano. Ao reconhecermos as
complexidades desse período da vida, tornamo-nos mais aptos
enquanto educadores e docentes a criar ambientes educacionais e
sociais que promovam o fortalecimento das juventudes, tendo uma visão
mais humanizada e acolhedora das diversas transformações que
envolvem esse período. Assim, para auxiliar o professor de nossa
situação-problema, podemos destacar que o diálogo com esses sujeitos,
os estudos sobre os impactos das transformações biológicas e sociais
que eles vivenciam e o que esperam da escola e de seu processo de
aprendizagem são passos significativos para aprimorar as relações
entre professores, alunos e conhecimento. 
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Vamos Exercitar?
No início desta aula, apresentamos a situação-problema envolvendo, de
um lado, os estudantes do Ensino Fundamental desmotivados e com
baixo desempenho acadêmico e, de outro, as reflexões de um professor
diante dessa situação. Colocando-se no lugar desse professor e com
base nos conhecimentos adquiridos por você até aqui, quais são os
principais caminhos a se trilhar?
A adolescência e a juventude são fases complexas de desenvolvimento
psicossocial, que vão muito além de mudanças biológicas e
amadurecimento cerebral; trata-se de períodos de transição para a vida
adulta, repletos de desafios e influências socioculturais. Desse modo,
uma primeira abordagem do professor nesse cenário é buscar, junto à
coordenação da escola e a outros membros da equipe docente,
treinamentos e leituras sobre as características do desenvolvimento dos
adolescentes e jovens.
Para promover maior engajamento e interesse pela aprendizagem,
também é importante estruturar avaliações individuais e planos de
aprendizagem diversificados, criar um ambiente de aceitação e respeito
à diversidade e trabalhar em conjunto com outros profissionais aspectos
relacionados à saúde mental e emocional de adolescentes e jovens,
bem como desenvolver atividades utilizando diferentes abordagens.
Familiarizando-se com as temáticas abordadas nesta aula, você
progredirá em direção ao objetivo desta unidade, que consiste em
compreender as principais características da adolescência,
considerando o contexto em que ocorrem e suas especificidades. Assim,
estará mais apto a lidar com os desafios educacionais, políticos e
culturais de jovens e adolescentes na contemporaneidade, aplicando
esses saberes em diferentes contextos.
Bons estudos!
Saiba Mais
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Acesse o portal do Observatório da Juventude da UFMG e consulte o
acervo disponível no menu de Arquivos. O observatório faz parte da
Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, teve
início em 2002 e situa-se no contexto das políticas de ações afirmativas
da UFMG, apresentando uma proposta de extensão articulada com
ações de pesquisa e ensino em torno da temática educação, cultura e
juventudes. 
Também leia o capítulo 3 do livro Políticas públicas e a proteção integral
para a infância e juventude no Brasil, disponível na Biblioteca Virtual.
Nele é possível se aprofundar mais nos aspectos históricos, políticos,
culturais e familiares que envolvem a juventude e a adolescência na
contemporaneidade.
Referências Bibliográficas
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1986.
ATLAS das juventudes: evidências para a transformação das
juventudes. 2021. Disponível em: https://atlasdasjuventudes.com.br/wp-
content/uploads/2021/11/ATLAS-DAS-JUVENTUDES-2021-
COMPLETO.pdf. Acesso em: 24 nov. 2023.
AVILA, S. de F. O. de. A adolescência como ideal social. In: SIMPÓSIO
INTERNACIONAL DO ADOLESCENTE, 1., 2005, Rio de Janeiro. Anais
[…]. Rio de Janeiro: Faculdades Integradas Maria Thereza e Centro
Universitário Metodista UniBennett, 2005. Disponível em:
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?
pid=MSC0000000082005000200008&script=sci_arttext. Acesso em: 20
mar. 2024.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa
do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2024].
Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
Acesso em: 20 mar. 2024.
06/08/2024, 10:15 Adolescência
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https://observatoriodajuventude.ufmg.br/#
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/185194
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/185194
https://atlasdasjuventudes.com.br/wp-content/uploads/2021/11/ATLAS-DAS-JUVENTUDES-2021-COMPLETO.pdf
https://atlasdasjuventudes.com.br/wp-content/uploads/2021/11/ATLAS-DAS-JUVENTUDES-2021-COMPLETO.pdf
https://atlasdasjuventudes.com.br/wp-content/uploads/2021/11/ATLAS-DAS-JUVENTUDES-2021-COMPLETO.pdf
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000200008&script=sci_arttext
http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000200008&script=sci_arttext
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto
da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em:
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BRASIL. Lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013. Institui o Estatuto da
Juventude e dispõe sobre os direitos dos jovens, os princípios e
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SINAJUVE. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm.
Acesso em: 24 nov. 2023.
DAYRELL, J. O Jovem como sujeito social. Revista Brasileira de
Educação, Rio de Janeiro, n. 24, 2003. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/rbedu/a/zsHS7SvbPxKYmvcX9gwSDty/abstract/?
lang=pt. Acesso em: 20 mar. 2024.
MOCELIN, M. R. Políticas públicas e a proteção integral para a
infância e a juventude no Brasil. São Paulo: Contentus, 2020.
Disponível em:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/185194. Acesso
em: 24 nov. 2023.
SILVA, C. R.; LOPES, R. E. Adolescência e juventude: entre conceitos e
políticas públicas. Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São
Carlos, v. 17, n. 2, 2009. Disponível em:
https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos
/article/view/100. Acesso em: 20 mar. 2024.
Aula 2
ADOLESCÊNCIA E O ESPAÇO
EDUCATIVO
06/08/2024, 10:15 Adolescência
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12852.htm
https://www.scielo.br/j/rbedu/a/zsHS7SvbPxKYmvcX9gwSDty/abstract/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/rbedu/a/zsHS7SvbPxKYmvcX9gwSDty/abstract/?lang=pt
https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/100
https://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/100
A adolescência e o espaço educativo
Olá, estudante!
Você se lembra de seu primeiro dia de aula no Ensino Médio? Como
foi? E como estava a escola? Você encontrou seus amigos? Tais
perguntas fazem parte de um exercício de reflexão a respeito do espaço
educativo e de como adolescentes e jovens se relacionam com a escola
e os processos de ensino que ocorrem nela. Nesta aula, trataremos
desses temas, relacionando-os com metodologias de ensino, papel da
escola, projeto de vida e muitomais. Vamos lá? 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Partida
Agora que já exploramos um pouco os conceitos de adolescência e
juventudes, nesta aula vamos nos aprofundar em discussões sobre
adolescentes nos espaços educativos e processos de ensino e
aprendizagem envolvendo esse público.
Para iniciarmos esse novo percurso, é importante retomar alguns
aspectos legais. Em nossa Constituição Federal de 1988, a educação é
concebida como “direito social de todos e dever do Estado e da família,
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sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Podemos
inferir que a educação é um dos requisitos essenciais para que os
indivíduos possam usufruir do conjunto de bens e serviços disponíveis
na sociedade. No caso do Estatuto da Criança e do Adolescente, o
Artigo 53 ressalta que crianças e adolescentes têm direito à educação,
assegurando-lhes:
I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III -
direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às
instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e
participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública
e gratuita, próxima de sua residência, garantindo-se vagas no
mesmo estabelecimento a irmãos que frequentem a mesma
etapa ou ciclo de ensino da educação básica. (Brasil,1990)
A partir desse princípio do direito à educação, imagine que você atua
como coordenador pedagógico — em um colégio da rede pública de
ensino, composto de alunos de diferentes origens sociais, religiosas,
étnicas e culturais — e vem percebendo desafios constantes nas
interações e socialização entre os estudantes. Diante desse problema,
como superar as divisões culturais entre os alunos e promover uma
maior integração e valorização da diversidade? Como lidar com
estereótipos e preconceitos que podem surgir devido às diferenças
culturais? Como possibilitar o diálogo e alterar o ambiente escolar para
torná-lo mais respeitoso, colaborativo e inclusivo?
Essas questões serão guias para a discussão que vamos propor aqui, a
fim de compreender as diferentes dinâmicas sociais: como jovens e
adolescentes lidam, ocupam, se reconhecem e dão importância para os
diferentes espaços educativos. Lembre-se que se trata do início de um
caminho de aprendizagem, então seus estudos não devem se encerrar
ao término desta leitura. Continue buscando novas informações,
pesquisas e troque informações com outras pessoas sobre os temas
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abordados aqui; desse modo, sua aprendizagem será muito mais
significativa.
Bons estudos!
Vamos Começar!
A relação do adolescente com o espaço da
escola
Você se lembra de seu período escolar? Quando estava no Ensino
Médio ou no Ensino Fundamental, o que mais gostava de fazer? Qual
era a importância daquele espaço para você e o que aprendeu? Com
certeza, ao recuperar suas lembranças, você terá memórias ruins e
boas que lhe marcaram profundamente; afinal, a adolescência é um
período de intenso desenvolvimento biológico, psicológico, emocional e
social, e a escola é um dos espaços significativos de construção de
cidadania, aprendizagens e relações sociais. Quando pensamos em
espaços educativos, a primeira referência que nos vem à mente é a
escola, mas é importante destacar que a educação não ocorre apenas
nos espaços formais de ensino; também aprendemos em espaços não
formais.
Segundo Gadotti (2005), a educação formal é predominantemente
associada às escolas e universidades e tem objetivos claros e
específicos, guiados por currículos, estruturas hierárquicas e
burocráticas estabelecidas em nível nacional pelos órgãos de
fiscalização responsáveis. Já a educação não formal é caracterizada por
sua natureza mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Essa
diferenciação é importante para olharmos de maneira mais ampla para
os processos de ensino e aprendizagem que envolvem a adolescência,
principalmente com o contexto de desenvolvimento das Tecnologias
Digitais de Informação e Comunicação (TIDCS), que trazem novas
formas de interação, comunicação e aprendizagem por meio das redes
sociais e internet.
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Em uma pesquisa com 57 adolescentes brasileiros para investigar a
percepção deles acerca da escola, constatou-se que para muitos a
escola ainda é um local privilegiado para a formação, embora,
atualmente, ela compita com dispositivos móveis e o acesso à internet
— que, em certa medida, democratizaram o conhecimento (Campeiz et
al., 2017). Pelos discursos dos adolescentes, pode-se inferir que a
construção do conhecimento ocorre por meio das interações
estabelecidas por eles, entre os conteúdos e vivências. Nesse sentido, o
contexto histórico e cultural dos adolescentes, considerados nativos
digitais — ou seja, aqueles sujeitos que já nascem em um contexto
tecnológico digital —, confere significado e fundamentação à sua
aprendizagem, que na atualidade ocorre em diversos espaços
cotidianos, inclusive no virtual.
Apesar das variadas possibilidades de aprendizagem dos espaços não
formais, neste momento nos concentraremos no espaço formal,
composto das instituições escolares. Na contemporaneidade, a escola
enfrenta desafios que vão desde acompanhar e avaliar o conhecimento
fornecido formalmente, por meio dos currículos, até acompanhar como
os estudantes adquirem conhecimento fora dos bancos escolares, a fim
de estabelecer uma proximidade entre os conteúdos curriculares e as
vivências cotidianas dos adolescentes. Isso se dá pelo fato de a escola
não ser um espaço isolado, desconexo da realidade social. Habilidades
socioemocionais, aceitação, medo, ansiedade, evasão escolar, violência
e suicídio, por exemplo, integram a realidade de muitos estudantes e
das sociedades modernas; portanto, adentram as discussões e os
comportamentos de muitos adolescentes e jovens no contexto escolar.
Sob essa perspectiva, podemos fazer algumas indagações: o que os
adolescentes esperam? O modelo de educação oferecido é suficiente
para atrair a atenção e despertar o desejo de aprendizagem deles,
considerando a realidade atual da sociedade? Essas são questões
complexas, mas nos últimos anos têm guiado novas pesquisas, que
buscam tanto compreender melhor o desenvolvimento dos adolescentes
e os processos de aprendizagem quanto apresentar caminhos para
ressignificar a função da escola e do ensino para esses sujeitos.
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Observar as interações estabelecidas pelos adolescentes e como eles
significam o espaço escolar é uma conduta importante para alterar
práticas educativas partindo do aluno como foco desse processo. Assim,
o processo de ensino-aprendizagem envolve o professor enquanto
mediador e incentivador da busca pelo saber, o estudante como o
protagonista e a escola como o local onde a relação entre professor,
aluno e conhecimento se estabelece.
Siga em Frente...
Modelos de educação e metodologias de
ensino para aprendizagem significativa
A aprendizagem é fruto de uma interação entre as estruturas cognitivas
e o meio social. Para entenderem melhor esse processo, vários teóricos
desenvolveram diferentes abordagens e estudos voltados a analisar as
especificidades da aprendizagem durante o desenvolvimento humano.
Nesta aula, destacaremos a EpistemologiaGenética, a Teoria
Sociointeracionista, a Teoria da Bioecologia do Desenvolvimento
Humano, a Teoria da Psicogênese da Pessoa Completa e a Teoria da
Aprendizagem Significativa.
Um dos principais teóricos que contribuíram para pensarmos a respeito
de mecanismos da aprendizagem foi o psicólogo e biólogo suíço Jean
Piaget (1896-1980), que dedicou boa parte de seus estudos a
compreender como ocorre esse processo. Segundo Brandão (2018), a
teoria desenvolvida por Piaget, denominada Epistemologia Genética,
permite-nos diferenciar significativamente a lógica de funcionamento
mental da criança e do adulto. Sua teoria enfatiza o processo de
construção e desenvolvimento mental por meio dos processos de
assimilação, acomodação e equilibração, além de contribuir para
analisarmos o papel da afetividade nos processos de ensino-
aprendizagem.
Os processos de equilibração, acomodação e assimilação
correspondem à recepção da informação, à interação dessa informação
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com conhecimentos prévios do sujeito e à formação de novos saberes a
partir das informações adquiridas e processadas. Ainda segundo esse
autor, o desenvolvimento cognitivo passa por etapas distintas entre o
nascimento e o início da adolescência: sensório-motor, pré-operatório,
operatório-concreto e operatório-formal. Piaget destaca que, a partir da
etapa operatório-formal (a partir dos 12 anos), o raciocínio do indivíduo
se torna mais concreto, no sentido da percepção da realidade, e
desenvolve-se o pensamento abstrato.
Apesar de sua teoria centrar-se mais no desenvolvimento infantil,
permite-nos compreender a importância do desenvolvimento cognitivo
humano em cada momento da vida e os aspectos que influenciam no
processo de aprendizagem. Assim, entende-se que o conhecimento se
constrói gradativamente.
No que tange aos aspectos históricos e sociais na formação da
aprendizagem humana, podemos destacar os estudos de Lev S.
Vygotsky (1896-1934), professor e pesquisador que se dedicou a
compreender as funções psicológicas superiores (controle sobre o
comportamento, atenção, lembrança, memorização, pensamento
abstrato, planejamento, linguagem etc.). Para ele, o comportamento
humano é determinado por história e cultura, e a aprendizagem é o
resultado das interações e mediações entre o que o sujeito sabe e
aquilo que aprende com os outros — Teoria Sociointeracionista.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) consiste na distância entre
o desenvolvimento real, conquistas já realizadas pelo sujeito sozinho, e
o desenvolvimento potencial, aquilo que ele é capaz de fazer com a
intervenção de um adulto ou mediador. Brandão (2018) afirma que, além
da ênfase no papel da linguagem no desenvolvimento do pensamento, a
ZDP nos possibilita pensar a autonomia e a valorização do contexto dos
sujeitos no processo de aprendizagem.
Piaget e Vygotsky contribuíram para a compreensão de várias questões
do desenvolvimento e dos processos de aprendizagem, possibilitando
outros estudos decorrentes de suas teorias. Podemos destacar, por
exemplo, o psicólogo e médico francês Henri Wallon (1879-1962), que
problematizou o desenvolvimento humano a partir de um olhar mais
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completo. Conforme Dautro e Lima (2018), a teoria psicogenética de
Wallon se fundamenta na visão holística e completa da criança,
abarcando os aspectos biológico, afetivo, social e intelectual. Por isso,
era comumente chamada de Teoria da Psicogênese da Pessoa
Completa. Essa abordagem destaca a importância da emoção, do
aspecto orgânico e do papel do outro na formação da pessoa. Outro
importante teórico foi David Ausubel (1918-2008), psicólogo e educador
estadunidense que apresentou o conceito de aprendizagem significativa,
o que significa que a aprendizagem ocorre somente quando a
informação apresentada é significativa para nós e depende de nossos
conhecimentos prévios.
Já a Teoria da Bioecologia do Desenvolvimento Humano, do psicólogo
Urie Bronfenbrenner (1917-2005), compreende o desenvolvimento
humano como um processo recíproco, resultado da interação com
diferentes sistemas ao longo da vida. Segundo os estudos de Assis,
Moreira e Fornasier (2021), inicialmente a teoria ecológica de
Bronfenbrenner buscava compreender o desenvolvimento de maneira
contextualizada em ambientes naturais para captar a realidade
abrangentemente. Com a reformulação de sua teoria, ele passou a
adotar a compreensão bioecológica do desenvolvimento humano e
propôs um esquema de quatro aspectos inter-relacionais para entender
o desenvolvimento: o processo, a pessoa, o contexto e o tempo —
Modelo PPCT.
Com base nessas e em outras teorias, podemos compreender a
aprendizagem como resultado de múltiplos fatores e olhar para o
processo de aprendizagem de diferentes perspectivas, considerando o
desenvolvimento do sujeito a partir de seu contexto social, cultural,
emocional, biológico e psicológico. No contexto dos estudos envolvendo
adolescentes, podemos nos ancorar em conceitos e concepções
desenvolvidos esses teóricos para, então, repensar práticas
educacionais tendo em vista as necessidades de aprendizagem dos
estudantes do século XXI.
As metodologias e estratégias educacionais empregadas na atualidade
devem não só estimular o aprendizado, mas também desenvolver
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habilidades essenciais para a vida e o mercado de trabalho. O Quadro 1
mostra alguns exemplos de estratégias e recursos que podem ser
utilizados no trabalho com adolescentes, considerando os diferentes
estilos de aprendizagem nos contextos escolares. 
Aprendi
zagem
ativa e
colabora
tiva
Em uma abordagem
socioconstrutivista e
construtivista, o professor pode
usar metodologias ativas de
aprendizagem, como sala de
aula invertida, projetos práticos e
atividades em grupo. O objetivo é
envolver e tornar o estudante
protagonista.
Tecnolo
gias
(TICs e
TIDCs)
O professor pode utilizar
plataformas on-line, recursos
multimídia, realidade virtual e
gamificação. O objetivo é
aproximar, engajar, motivar e
personalizar o ensino.
Habilida
des
socioem
ocionais
A chamada “alfabetização
emocional” é essencial para
adolescentes e jovens. Em sala,
o professor pode usar resolução
de problemas, estudo de casos e
atividades que envolvam
decisões. O objetivo é
desenvolver nos estudantes
habilidades como empatia,
comunicação e pensamento
crítico.
Interdisc Em uma perspectiva ecológica
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Quadro 1 | Estratégias metodológicas para o trabalho com
adolescentes. Fonte: elaborado pela autora.
 
Essas são apenas algumas sugestões; o professor, enquanto mediador
do conhecimento, deve adaptar e alterar recursos com base na
realidade percebida e no diálogo com os estudantes. É importante
considerar que a aprendizagem significativa ocorre à medida que o
aluno consegue compreender, refletir e aplicar de maneira prática os
conteúdos apresentados.
iplinarid
ade
do desenvolvimento e da
aprendizagem significativa, o
professor pode integrar
diferentes disciplinas em projetos
e atividades variadas. O objetivo
é desafiar e estimular os
estudantes em diferentes áreas
do saber, relacionando os
conteúdos com seu contexto
social.
Persona
lização
Visando ao protagonismo do
estudante e considerando
diferentes formas e suportes para
aprendizagem, o professor pode
adotar avaliação formativa,
planos de ensino adaptativos e
autogestão. O objetivo é
favorecer e trabalhar com
diferentes recursos,
diversificando o modo como os
conteúdos são apresentados e
ensinados.
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Projeto de vida e educação profissional
Nascimento (2002) explica que o projeto de vida é formado por um
conjunto de representações construídas culturalmente em variadas
esferas da vida. Trabalhar com projetos de vida permite inserir o
adolescente no universo social considerando o bem-estar, a felicidade, o
aprimoramento individual e coletivo; assim, ele é levado a tomar
consciência de sua responsabilidade no que se refere à construção de
sua vida e aprendizagem. Projetar a vida também envolve refletir e
pensar sobre as diversas violências físicas e simbólicas que surgem
devido às desigualdades sociais, étnicas e de gênero e como podemos
lidar com elas.
No período da adolescência e da juventude, o sujeito passa a ser
inserido gradativamente no mercado de trabalho, o que a depender do
contexto pode dificultar a tarefa de conciliar os estudos e o momento
laboral. Muitas vezes, a inserção precoce no mundo do trabalho, em
virtude das necessidades de sobrevivência e das desigualdades,
impede que o projeto de vida seja direcionado, qualificado e consciente.
Em primeiro lugar, precisamos reconhecer que a felicidade é um bem
coletivo; em seguida, devemos considerar a abordagem do mundo do
trabalho na escola como uma maneira de ensinar a administração do
dinheiro ganho, o consumo consciente, a responsabilidade no uso de
bens e serviços públicos, a educação financeira, a alimentação saudável
e a promoção da saúde e da qualidade de vida (Brasil, 2023).
Desse modo, ao trabalharmos projeto de vida, trazemos para os
processos de ensino e aprendizagem reflexões importantes que
tangenciam o dia a dia dos adolescentes, bem como suas dúvidas e
seus anseios relacionados às mudanças diante da “vida adulta”. O
diálogo com os estudantes e a mediação dos saberes são essenciais
para o desenvolvimento de projetos, planos e atividades que
contemplem esse projeto de vida.
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Esse é um ponto que pode ser destacado nos conflitos identificados na
escola da situação-problema apresentada do início da aula. A
elaboração de projetos de vida e os diálogos com os estudantes são
meios para trabalhar a convivência e o entendimento da individualidade
e da coletividade.
Vamos Exercitar?
Na posição de educador, futuro educador ou coordenador, você pode se
deparar com esses desafios de interação, socialização e
relacionamentos, principalmente na fase da adolescência e da
juventude, no âmbito escolar. Desse modo, o primeiro passo é
conversar com os professores e estudantes, para reconhecer suas
necessidades de ensino e aprendizagem e a percepção sobre a escola.
Nesse processo, é importante criar espaços de diálogo abertos para
compartilhar experiências culturais e promover a valorização da
diversidade de ideias e opiniões. Incentivar a representação positiva de
diversas culturas em atividades escolares e eventos é uma das
estratégias possíveis. Nessa mesma perspectiva, é possível integrar
material educativo diversificado que reflita a pluralidade cultural na sala
de aula, assim como estabelecer comitês culturais ou grupos de
representatividade estudantil para garantir que as vozes de todos sejam
ouvidas.
É importante que os adolescentes e jovens se envolvam ativamente nas
atividades propostas e os professores tenham suporte à sua formação e
reflexão sobre as práticas de ensino.
Bons estudos!
Saiba Mais
Assista ao vídeo Saúde mental e identidade na adolescência, publicado
pelo canal TEDx Talks, com Catharina Morais e Maria Clara Nascente,
que falam de maneira muito interessante sobre alguns problemas atuais,
principalmente no âmbito da educação pública. 
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https://www.youtube.com/watch?v=xEkAMvv8uUY
Leia o artigo Aprendizagem na adolescência e práticas pedagógicas: as
representações sociais de professores da Educação Básica, cujo
objetivo foi identificar as representações sociais de professores da
Educação Básica, de escolas públicas, sobre a aprendizagem escolar
na fase da adolescência, sob a ótica das práticas pedagógicas
realizadas por eles.
Referências Bibliográficas
ASSIS, D. C. M. de; MOREIRA, L. V. de C.; FORNASIER, R. C. Teoria
bioecológica de Bronfenbrenner: a influência dos processos proximais
no desenvolvimento social das crianças. Research, Society and
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BRANDÃO, A. L. Teorias do desenvolvimento e aprendizagem:
possíveis implicações nas políticas de ensino de jovens e adultos.
Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, [S. l.],
ano 3, ed. 8, v. 6, p. 5-28, 2018. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/desenvolvime
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BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto
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https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/desenvolvimento-e-aprendizagem
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/desenvolvimento-e-aprendizagem
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm
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http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir?highlight=WyJwcm9qZXRvIiwiZGUiLCJ2aWRhIiwicHJvamV0byBkZSIsInByb2pldG8gZGUgdmlkYSIsImRlIHZpZGEiXQ
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/200-projeto-de-vida-ser-ou-existir?highlight=WyJwcm9qZXRvIiwiZGUiLCJ2aWRhIiwicHJvamV0byBkZSIsInByb2pldG8gZGUgdmlkYSIsImRlIHZpZGEiXQ
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Aula 3
IDENTIDADE, PAIS E AMIGOS
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https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/46160
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5633199/mod_resource/content/1/eudca%C3%A7%C3%A3o%20n%C3%A3o%20formal_formal_Gadotti.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5633199/mod_resource/content/1/eudca%C3%A7%C3%A3o%20n%C3%A3o%20formal_formal_Gadotti.pdf
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5633199/mod_resource/content/1/eudca%C3%A7%C3%A3o%20n%C3%A3o%20formal_formal_Gadotti.pdf
https://revistas.pucsp.br/index.php/psicoeduca/article/view/32034
https://www.youtube.com/watch?v=xEkAMvv8uUY
https://www.youtube.com/watch?v=xEkAMvv8uUY
https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/1705
Identidade, pais e amigos
Olá, estudante!
Você já se perguntou “quem eu sou”? Provavelmente, sim. Na fase
adulta, ainda podemos passar por períodos de questionamentos sobre
quem somos, mas é na adolescência que começamos a desenhar os
contornos de nossa identidade. Nesta aula, conversaremos sobre
amizades, famílias, grupos sociais e constituição da identidade. Trata-se
de aspectos essenciais na vida de qualquer adolescente e jovem, bem
como um conhecimento indispensável para pais, professores e
educadores que atuam com esse público. Vamos lá?
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Partida
Nesta aula, conversaremos um pouco mais sobre um importante
aspecto da formação de todos nós: a construção de nossa identidade e
o impacto dos pares e grupos sociais nessa formação. Para
aprofundarmos nossa discussão, imagine a seguinte situação: uma
professora recém-formada começou a dar aulas recentemente em uma
escola pública do bairro onde mora, para adolescentes e jovens do
Ensino Médio, e observou que eles vêm enfrentando desafios na
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https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/ADOLESCENCIA_E_JUVENTUDE_NO_SECULO_XXI/PPT/u1a3_ado_juv_sec_xxi.pdf
construção de suas identidades. Alguns expressam dificuldades em lidar
com as expectativas sociais e familiares, enquanto outros parecem
influenciados por padrões de mídia pouco realistas. Essas questões têm
sido frequentes nas rodas de conversas desses adolescentes.
Diante desse cenário, como essa professora poderia propor um
ambiente em sala de aula que incentive conversas sobre identidade, de
modo que os adolescentes se sintam confortáveis para compartilhar
experiências e desafios? Como ela poderia integrar temas relacionados
à diversidade e construção da identidade de forma orgânica à
abordagem pedagógica, visando não apenas transmitir conhecimento,
mas também promover um entendimento mais amplo? Essas questões
são importantes para refletirmos sobre o papel da educação, mas
também sobre o de outros agentes sociais na criação de um ambiente
de aprendizagem inclusivo, onde a construção da identidade na
adolescência seja abordada de maneira sensível, respeitosa e
educativa.
Nossa jornada de descobertas continua longe de ter um ponto-final.
Temos muitas páginas em branco para preencher, muitas ideias para
explorar.
Bons estudos!
Vamos Começar!
A construção da identidade durante a
adolescência
A palavra “identidade” tem origem no latim, formada a partir do adjetivo
“idem” (com o significado de “o mesmo”) e do sufixo “-dade” (indicador
de um estado ou uma qualidade). A identidade refere-se às
características que atribuímos ao sujeito em sua individualidade e
coletividade. Lepre (2003) explica que a formação da identidade é um
processo social que ocorre ao longo de toda a vida. Desde o
nascimento, os indivíduos iniciam uma extensa e duradoura interação
com o ambiente. Por meio dessa interação, não apenas constroem sua
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identidade, mas também desenvolvem inteligência, emoções, medos,
personalidade, entre outros aspectos. Rangel, Torman e Focesi (2012)
afirmam que o desenvolvimento psicológico da identidade é contínuo,
portanto a construção e a reconstrução são constantes. Nesse
processo, o indivíduo se define, escolhe valores, ideais, sonhos… Em
resumo, determina o que realmente deseja ser.
Assim, pode-se inferir que o adolescente está em um período de
experimentar um novo espaço no mundo, no qual se deparará com
outros grupos. Portanto, a construção da identidade é pessoal, mas
também social, acontecendo de forma interativa, mediante trocas entre
o indivíduo e o meio em que está inserido.
Para compreendermos melhor essa construção da identidade, podemos
nos apoiar na Teoria do Desenvolvimento Psicossocial, proposta pelo
psicólogo alemão-americano Erik Erikson (1902-1994). Para ele, o
amadurecimento psicológico decorria de estágios e fases vividas pelo
sujeito ao longo do tempo. Nesse processo, poderiam surgir crises que
fariam a personalidade do sujeito se reformular de maneira positiva ou
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não, a depender das experiências. O Quadro 1 mostra tais estágios e
suas respectivas características.
Estágio
psicossociais
Características
Confiança vs.
Desconfiança
0-2 anos: a criança adquire segurança sobre si e o
mundo à sua volta por meio da relação com os pais.
Autonomia vs.
Dúvida
2-3 anos: contradição entre suas vontades e as regras
sociais. Senso de autonomia. Desenvolvimento da
linguagem.
Iniciativa vs. Culpa 3-5 anos: a partir da confiança e da autonomia
adquirida, a criança passa à iniciativa. Brincadeiras e
interações sociais.
Diligência vs.
Inferioridade
5-11 anos: percebe-se como pessoa trabalhadora, pode
ter descrenças quanto às suas capacidades. Sentimento
de orgulho por suas realizações. Ordem e formas são
importantes.
Identidade vs.
Confusão
12-18 anos: segurança por meio da identidade,
preocupação com seu papel social.
Intimidade vs.
Isolamento
18-40 anos: exploração de relacionamentos pessoais.
Generatividade vs.
Estagnação
40-60 anos – afirmação pessoal, no mundo do trabalho
e da família.
Integridade x
Desespero
A partir dos 60 anos: balanço sobre o que fez na vida.
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Quadro 1 | Estágios do desenvolvimento psicossocial segundo Erik
Erikson. Fonte: adaptado de Santos (2023, [s. p.]).
 
Por volta dos 12 anos, o sujeito passa por uma fase de identidade e
confusão, gerando crises, dado que precisa de segurança diante de
todas as transformações pelas quais está passando. A busca por
entender “quem eu sou” afeta a vida, pois ele sente uma necessidade
de se encaixar em algum grupo social. Conforme os estudos de Rabello
e Passos (2008), a busca do adolescente por um papel social provoca
uma confusão de identidade, pois a preocupação com a opinião dos
outros leva a mudanças constantes de atitude. Assim, sua
personalidade é frequentemente remodelada em um curto período,
acompanhando o ritmo das transformações físicas que ocorrem nessa
fase.
No âmbito dos estudos sociológicos, o papel social refere-se a
responsabilidades atribuídas aos indivíduos ou gruposem diferentes
contextos. Se pensarmos em termos práticos, cada ambiente constrói
padrões comportamentais específicos, definindo normas, direitos e
deveres. Por exemplo, espera-se que um professor seja ético e
responsável e conduza o processo de ensino-aprendizagem de modo
eficaz; esse é um aspecto profissional definido e aceito socialmente.
O grupo social, por sua vez, nasce da interação estabelecida entre os
sujeitos a partir do sentimento de identidade, compartilhando interesses,
histórias, valores, tradições ou costumes. Ao longo da vida, podemos
participar de diferentes grupos, dependendo dos ambientes sociais
pelos quais passamos. Essas experiências e relações estabelecidas são
fundamentais e marcam o processo de desenvolvimento da identidade
do adolescente. No caso da escola, compreender como os adolescentes
se percebem, identificam o outro e constroem seus grupos é
fundamental para iniciarmos a discussão sobre construção da
identidade, valorização e reconhecimento das diferenças culturais e
sociais.
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Siga em Frente...
A família, os pais e o papel do diálogo
Conforme os estudos de Barreto e Rabelo (2015), podemos
compreender a família como uma instituição social que se organiza
conectando os seres humanos por meio de nascimento, casamento e
filiação. Essa estrutura se molda de acordo com os costumes, as
configurações políticas do Estado e a cultura da época em que está
inserida. A família tem um papel fundamental na formação dos sujeitos e
do repertório dos adolescentes, por ser um pequeno grupo social em
que estão estabelecidas formas de relação, compromisso, afeto e
partilha entre seus membros.
Muitos pais podem se sentir inseguros ou não conseguir lidar bem com
as abruptas e rápidas mudanças na vida dos filhos adolescentes,
especialmente no que se refere ao modo de pensar e ver o mundo. O
pensamento do adolescente passa por importantes e significativas
transformações, tornando-se mais propício a perceber a realidade e
refletir de maneira abstrata. A necessidade de explorar, conhecer e
transformar o mundo torna-se imperativa. Consequentemente, a busca
de identidade, papel social e compreensão de si causa muitas vezes um
afastamento dos pais e uma supervalorização das amizades, pessoas
que nesse estágio compartilham das mesmas angústias.
Vários questionamentos surgem nesse período e podem interferir no
processo de formação da identidade e do comportamento dos
adolescentes e jovens. Por exemplo, a preocupação com o trabalho e
como conciliar sua vida pessoal com a profissional. Nesse sentido, os
pais e a escola, em regime de parceria, devem apresentar
possibilidades de escolhas. O mesmo diálogo deve ser existir em casos
envolvendo questões de identidade de gênero; embora se trate de um
assunto delicado, não deve ser negligenciado. A identidade de gênero
reflete a experiência interna e individual de como a pessoa se vê e se
identifica no mundo; ou seja, está ligada a uma construção social,
autoimagem e percepção que o sujeito tem de si. 
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Outro aspecto importante ao qual a escola e os pais devem estar
abertos é a questão da educação sexual, dado que nesse período a
sexualidade também ganha destaque para os adolescentes. Delboni
(2023) lembra que a educação sexual se relaciona com a convivência e
a ética, ao ressaltar o cuidado consigo mesmo e com o outro,
considerando as várias dimensões e expressões da sexualidade.
Ainda que seja um tema bastante explorado de diferentes
maneiras e que cada família promova esclarecimentos e
conversas em casa, há ainda dúvidas, delicadezas e
constrangimentos entre adolescentes, que buscam na escola um
espaço de interlocução para tratar do assunto tanto na esfera do
conhecimento científico, como da reflexão. (Delboni, 2023, p. 22)
Além desses aspectos, é necessário um diálogo sobre questões
envolvendo violência de diferentes ordens, como bullying, violência
sexual e automutilação, que também fazem parte da realidade de muitos
adolescentes. Vários estudos na atualidade têm demostrado que
adolescentes e jovens têm vivenciado e passado por situações de
sofrimento emocional e, muitas vezes, não sabem como lidar com isso.
É importante destacar que o diálogo enfatizado aqui se refere a uma
conversa entre duas ou mais pessoas, na qual todos os envolvidos
expressam ideias ou sentimentos de modo alternado. Trata-se de um
princípio fundamental no estabelecimento das relações humanas. Nesse
sentido, dialogar sobre medos, desafios, perspectivas e projetos de vida
com os adolescentes é fundamental para auxiliar em seu processo de
desenvolvimento.
Em síntese, podemos destacar que as famílias na atualidade possuem
um papel fundamental no diálogo com os adolescentes. Isso também se
estende à escola, como um campo importante de mediação dos saberes
acumulados historicamente com a realidade vivenciada pelos
estudantes, de modo a tornar a aprendizagem mais significativa e
colaborar para a criação de redes de apoio para os adolescentes.
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A rede social é entendida como um conjunto complexo de
relações entre membros de uma família ou de um sistema social
como a escola, instituições de saúde e de assistência social,
dentre outras, é uma ferramenta importante para o
desenvolvimento e a proteção da saúde do adolescente e da
população em geral. A ideia de rede expressa a articulação
intencional de pessoas e grupos humanos, sobretudo como uma
estratégia organizativa que ajuda os atores e agentes sociais a
potencializar suas iniciativas para promover o desenvolvimento
pessoal e social de crianças, adolescentes e famílias nas políticas
sociais públicas. (Costa et al., 2015, p. 741) 
Por ser um dos primeiros grupos sociais em que os adolescentes se
inserem, a família é percebida como o principal pilar de suporte e
orientação. Porém, redes secundárias e intermediárias de educadores,
profissionais da saúde e grupos de amigos beneficiam a saúde dos
adolescentes. Isso os auxilia a enfrentarem os inúmeros desafios
decorrentes das mudanças físicas, mentais e sociais desse período da
vida.
 
Os grupos sociais, a comunidade e os amigos
Pense nos amigos que você fez na adolescência. Como eram? Qual era
a importância deles para você? No dicionário, o termo “amizade” é
descrito como “sentimento de grande afeição”, “simpatia” ou “apreço
entre pessoas”. Nesse aspecto, a amizade faz parte do modo como nos
relacionamos e criamos laços com outros ao longo da vida. Na
adolescência, as amizades desempenham um papel fundamental, pois
apresentam possibilidades de formação de laços para além do grupo
social da família.
Os grupos sociais são essenciais para o desenvolvimento da vida
humana, sendo fruto das relações em que compartilhamos interesses e
objetivos comuns. No decorrer dos anos, participamos de diferentes
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grupos sociais com contato direto e próximo, como família, amigos e
vizinhos; contato mais formal, como instituições que frequentamos; e
grupos mistos, como a escola, onde convivemos com um número
variado de pessoas e estabelecemos relações mais ou menos
duradoras.
Nos espaços escolares, por exemplo, podemos ver o surgimento das
chamadas “tribos urbanas”, pequenos grupos que compartilham
interesses em comum, como gostos musicais e estéticos. Um exemplo
de tribo urbana famosa foi o movimento dos chamados hippies no final
da década de 1960, que propunha um modo de vida mais coletivo e
pacificador.
Freitas et al. (2018) ressaltam que, durante a adolescência, as amizades
adquirem uma relevância especial. A ênfase social mudada aceitação
pelo grupo familiar para uma crescente necessidade de intimidade
interpessoal, caracterizada por proximidade, empatia, amor e
segurança, sendo fundamentalmente suprida pelos amigos. Essas
relações de amizades são fundamentais para o desenvolvimento
psicoemocional e a saúde dos adolescentes. Todavia, não é só a
quantidade de amizades que importa; a qualidade dessas relações faz
toda a diferença. Amizades pobres, caracterizadas por baixa
proximidade, falta de intimidade ou suporte, podem desencadear
sofrimento psíquico e solidão, além de interações negativas, podendo
conduzir a uma maior vulnerabilidade e a dificuldades intrapessoais.
Em suma, o desenvolvimento dos adolescentes em aspectos cognitivos
tem ligação direta com suas experiências individuais e sociais. As
amizades são importantes para estabelecer relacionamentos, além de
fornecerem suporte para a construção da rede de apoio dos
adolescentes e a noção de pertencimento.
Vamos Exercitar?
Com base no que vimos até aqui, existem algumas possibilidades para
abordar o caso identificado pela professora que apresentamos na
situação-problema descrita no início da aula. Partindo de um olhar
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humanizado e sensível à realidade dos estudantes, podem ser
desenvolvidos projetos educacionais que abordem o respeito, a
pluralidade cultural e a diversidade.
Além disso, pode-se adotar uma comunicação mais empática, aberta às
discussões sobre expectativas e pressões, promovendo um ambiente de
apoio e aceitação. As mídias e redes sociais, além de outras
tecnologias, não devem ser deixadas de lado, pois influenciam na
percepção dos adolescentes de si mesmos e dos outros. Desse modo,
introduzir a educação midiática, promovendo a análise crítica de
imagens e mensagens nas diferentes mídias, e organizar atividades que
destaquem a importância da autenticidade e da aceitação do próprio eu
são caminhos para auxiliar os adolescentes no desenvolvimento de
relações mais saudáveis no ambiente escolar.
Práticas de autorreflexão — como diários ou atividades de escrita, de
exploração de sentimentos e identificação de metas pessoais — são
fundamentais nesse período da vida, assim como envolver as famílias
nesse processo de acompanhamento e participação do
desenvolvimento dos estudantes.
Encorajamos todos a continuarem nessa jornada, pois cada passo
contribui para um ambiente escolar mais inclusivo e enriquecedor. O
aprendizado é uma jornada constante, e a busca de compreensão e
aceitação é um caminho que vale a pena percorrer!
Até a próxima aula!
Saiba Mais
Leia a parte 3 (As relações sociais no universo do adolescente) do livro
Desafios da adolescência na contemporaneidade: uma conversa com
pais e educadores, disponível na Biblioteca Virtual. O texto aborda
questões como consumo de álcool, gravidez, cyberbullying e música
durante a adolescência. 
Assista ao filme Pro dia nascer feliz, que retrata as angústias e
inquietações dos adolescentes brasileiros, e, em especial, a maneira
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https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/210617
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como se relacionam com um ambiente fundamental em sua formação: a
escola.
Referências Bibliográficas
BARRETO, M. J.; RABELO, A. A. A família e o papel desafiador dos pais
de adolescentes na contemporaneidade. Pensando Famílias, [S. l.], v.
19, n. 2, p. 34-42, 2015. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v19n2/v19n2a04.pdf. Acesso em: 20
mar. 2024.
COSTA, R. F. da et al. Redes de apoio ao adolescente no contexto do
cuidado à saúde: interface entre saúde, família e educação. Revista da
Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 49, n. 5, p. 741-747,
2015. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/reeusp/a/NDnrtphtz37dvMJ6DgMdZXQ/?
format=pdf&lang=pt. Acesso em: 20 mar. 2024.
DELBONI, C. Desafios da adolescência na contemporaneidade: uma
conversa com pais e educadores. São Paulo: Summus, 2023.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br. Acesso em: 27 nov.
2023.
FREITAS, M. da C. N. de et al. Qualidade da amizade na adolescência e
ajustamento social no grupo de pares. Análise Psicológica, Lisboa, v.
36, n. 2, p. 219-234, 2018. Disponível em:
https://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/6460. Acesso em: 20 mar.
2024.
LEPRE, R. M. Adolescência e construção da identidade. 2003.
Disponível em: https://www.researchgate.net/profile/Rita-
Lepre/publication/237343201_ADOLESCENCIA_E_CONSTRUCAO_DA
_IDENTIDADE/links/573c9f6c08aea45ee84197bc/ADOLESCENCIA-E-
CONSTRUCAO-DA-IDENTIDADE.pdf. Acesso em: 24 jan. 2024.
PRO DIA nascer feliz. Produção de Flávio R. Tambellini e João Jardim.
Rio de Janeiro: Tambellini Filmes, 2006. (88 min), son., color.
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/penf/v19n2/v19n2a04.pdf
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https://www.scielo.br/j/reeusp/a/NDnrtphtz37dvMJ6DgMdZXQ/?format=pdf&lang=pt
https://plataforma.bvirtual.com.br/
https://repositorio.ispa.pt/handle/10400.12/6460
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RABELLO, E.; PASSOS, J. S. Erikson e a teoria psicossocial do
desenvolvimento. 2008. Disponível em: https://josesilveira.com/wp-
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RANGEL, A. P.; TORMAN, R.; FOCESI, L. V. Adolescência: construindo
uma identidade. Revista Prâksis, Novo Hamburgo, v. 1, p. 39-44, 2012.
Disponível em:
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/72
3. Acesso em: 20 mar. 2024.
SANTOS, J. V. Estágios do desenvolvimento psicossocial de Erikson.
PsyMeet, 22 maio 2023. Disponível em:
https://www.psymeetsocial.com/blog/artigos/estagios-de-
desenvolvimento-psicossocial-de-erikson. Acesso em: 22 dez. 2023. 
Aula 4
AS CONTRIBUIÇÕES DA
NEUROCIÊNCIA PARA
ADOLESCÊNCIA
As contribuições da neurociência
para a adolescência
Olá, estudante!
Estamos chegamos à fase final da primeira unidade. Já discutimos
conceitos de adolescência, juventude, legislação, políticas públicas,
teorias de desenvolvimento humano e cognitivo, relações sociais e
identidade dos adolescentes. Agora, vamos nos aprofundar um pouco
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https://josesilveira.com/wp-content/uploads/2018/07/Erikson-e-a-teoria-psicossocial-do-desenvolvimento.pdf
https://josesilveira.com/wp-content/uploads/2018/07/Erikson-e-a-teoria-psicossocial-do-desenvolvimento.pdf
https://josesilveira.com/wp-content/uploads/2018/07/Erikson-e-a-teoria-psicossocial-do-desenvolvimento.pdf
https://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistapraksis/article/view/723
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https://www.psymeetsocial.com/blog/artigos/estagios-de-desenvolvimento-psicossocial-de-erikson
https://www.psymeetsocial.com/blog/artigos/estagios-de-desenvolvimento-psicossocial-de-eriksonmais nos aspectos biológicos e nas contribuições da neurociência para
a compreensão do funcionamento do cérebro humano. Trata-se de uma
temática atual e muito importante para o desenvolvimento profissional.
Prepare-se para essa jornada de conhecimento!
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Partida
Para abordamos as temáticas propostas nesta aula, reflita sobre a
seguinte situação: em uma escola, um grupo de adolescentes vem
enfrentando desafios relacionados à puberdade. Alguns estudantes
parecem desconfortáveis e inseguros com as mudanças corporais,
criando uma atmosfera de constrangimento e falta de comunicação. Na
reunião pedagógica, surgem questionamentos: como abordar as
questões relacionadas à puberdade em um ambiente escolar? Como
promover um ambiente educacional que apoie e não estigmatize as
experiências da puberdade, incentivando a comunicação aberta entre
alunos e educadores?
Essas perguntas são desafiadoras, mas significativas para nos ajudar a
pensar em termos biológicos e científicos sobre o que é a puberdade e
como ela afeta os comportamentos dos sujeitos. Contudo, ressaltamos
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https://cm-kls-content.s3.amazonaws.com/202401/ALEXANDRIA/ADOLESCENCIA_E_JUVENTUDE_NO_SECULO_XXI/PPT/u1a4_ado_juv_sec_xxi.pdf
que os comportamentos dos adolescentes devem ser analisados
levando-se em consideração os aspectos sociais também.
Bons estudos!
Vamos Começar!
As especificidades da puberdade e as
mudanças biológicas
A puberdade é uma fase de grandes mudanças no corpo, principalmente
no que se refere à maturidade sexual. Nas meninas, pode começar
entre 8 e 13 anos, com o desenvolvimento de broto mamário (mamas),
pelos na região genital e, mais tarde, a primeira menstruação, exceto
em casos especiais. Já nos meninos, a puberdade inicia-se geralmente
entre 9 e 14 anos, evidenciada por aumento dos testículos e
crescimento do pênis. A voz fica mais grave, surgem pelos nas axilas e
barba. Essas mudanças são normais e esperadas durante o
desenvolvimento biológico e fisiológico de todos nós. No entanto, é
crucial procurar ajuda médica se houver anormalidades ou desconfortos.
Além disso, é importante destacar que a puberdade é vivenciada e
sentida de maneiras diferentes por cada pessoa.
Partindo dessas considerações, podemos pensar: como essas
mudanças ocorrem? A resposta é que não acontecem de repente. Esse
processo é preparado no cérebro e em nosso organismo,
desencadeando gradualmente uma série de mudanças químicas, físicas
e hormonais que acarretam a maturação sexual e o desenvolvimento da
sexualidade.
É importante diferenciarmos sexualidade e maturação sexual. A
sexualidade é um fenômeno da existência humana que faz parte de
nossa relação com o meio social (Zanotto; Crisostimo, 2010). Em termos
gerais, podemos dizer que a sexualidade envolve identidade, atração e
comportamentos, enquanto a maturação sexual refere-se às mudanças
físicas e biológicas, como o desenvolvimento dos órgãos sexuais na
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puberdade. Obviamente, esses dois aspectos estão em mútua atuação,
principalmente na adolescência.
Dada a abrangência dessas duas esferas no desenvolvimento humano,
torna-se frequentemente um tema desafiador de abordar, permeado por
dúvidas, preconceitos, estereótipos e tabus. Por isso, os
questionamentos dos professores da situação-problema apresentada no
início da aula são pertinentes se a ideia é romper com certos estigmas.
Quando falamos em processo biológico, entendemos a puberdade como
mais uma etapa de desenvolvimento na adolescência, que traz
significativas mudanças, a começar por transformações hormonais. Os
hormônios são substâncias químicas mensageiras produzidas por
glândulas especializadas; cada hormônio tem funções específicas, que
vão desde a maturação sexual até regulação do crescimento.
Zanotto e Crisostimo (2010) explicam que, perto da puberdade, a área
do cérebro denominada hipotálamo envia uma mensagem para uma
glândula chamada pituitária ou hipófise, que passa a produzir dois
hormônios específicos: hormônio luteotrófico (LH) e hormônio folículo-
estimulante (FSH). Após caírem na corrente sanguínea, esses dois
hormônios seguem até os ovários das meninas ou os testículos dos
meninos a fim de iniciar os processos necessários para preparar os
indivíduos biologicamente para a reprodução humana. Além desses
hormônios, podemos destacar a produção maior de estrogênio
(hormônio sexual feminino) e testosterona (hormônio sexual masculino).
Em suma, muitas mudanças ocorrem no período da adolescência —
antes, durante e pós-puberdade. Pelo fato de o corpo se reestruturar de
diferentes formas para a vida adulta, as alterações internas e externas
podem afetar os comportamentos e os modos como esses sujeitos
respondem às situações experienciadas em seu cotidiano. Então, o
primeiro ponto a ser considerado é a compreensão desses processos
intensos de transformação.
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Processo de amadurecimento neuronal
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A educação no processo formal de ensino gera novos conhecimentos e
comportamentos nos aprendentes. A aquisição de competências para
resolver diversos problemas e realizar tarefas, por meio de atitudes,
habilidades e conhecimentos aprendidos, caracteriza a aprendizagem.
Em síntese, ao adquirir novas informações a partir daquilo que já temos
internalizado em nossas estruturas mentais, podemos gerar novos
comportamentos, transformando nossa prática, a atuação social e o
mundo ao nosso redor.
As atividades ligadas ao comportamento e à aprendizagem têm origem
nas funções cerebrais, especificamente no funcionamento do sistema
nervoso, que engloba sensações, percepções, ações motoras,
emoções, pensamentos, ideias e decisões. O sistema nervoso é um dos
sistemas mais importantes, visto que é responsável por coordenar todas
as ações, voluntárias ou não, em nosso organismo.
Por meio do avanço das pesquisas da neurociência, hoje sabemos que
o cérebro é o órgão central da aprendizagem, mas nem sempre foi
assim (Cosenza; Guerra, 2011). Anteriormente, embora os educadores
percebessem dificuldades de aprendizagem levantando a hipótese de
problemas neurobiológicos, não havia clareza de que o processo de
aprendizagem é mediado por estruturas cerebrais com propriedades e
funções específicas.
Mas o que é neurociência? Trata-se de um campo da ciência que estuda
os neurônios e suas moléculas, constituições e funções dentro do
sistema nervoso, bem como aspectos ligados às funções cognitivas. O
cérebro do adolescente, por exemplo, passa por uma complexa e
profunda reorganização química e física, que altera a quantidade de
neurotransmissores (substâncias químicas produzidas pelos neurônios)
e afeta as respostas aos estímulos e às experiências.
O cérebro adolescente passa por uma enorme reestruturação,
impactando a capacidade de troca de sinais entre suas células
nervosas, além de outras áreas específicas, como o córtex pré-frontal e
a amígdala. O córtex-pré-frontal, por exemplo, é responsável pelas
funções executivas, habilidades mentais mais complexas que incluem a
memória de trabalho, o pensamento flexível e o autocontrole. Usamos
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essas habilidades todos os dias para aprender, trabalhar e gerenciar a
vida. Atualmente, por meio dos estudos acerca do cérebro, sabe-se que
o córtex-pré-frontal é a última parte a concluir sua formação; ou seja,
não está completa e amadurecida totalmente até a pessoa ter 25 anos
de idade.
Assim, apesar de adolescentes terem a capacidade de tomar decisões,
em termos de neurodesenvolvimentocontinuam em processo de
amadurecimento e aprimoramento das habilidades mais complexas do
cérebro. Por isso, o diálogo e o estudo dessas mudanças são
importantes para favorecer um olhar mais compreensivo, e não apenas
da adolescência como “mais uma crise” ou “problema”.
A Figura 1 mostra as principais partes do cérebro humano (lobos) e suas
respectivas atividades e responsabilidades no nível cognitivo. Vale
ressaltar que, apesar de suas funções específicas, todas as áreas estão
em contínuo diálogo e interação durante o processo de aprendizagem, e
esse processo de aprendizagem só se efetiva por meio da relação do
sujeito com seu contexto social.
Figura 1 | Funcionalidades dos lobos. Fonte: elaborado pela autora.
Ao entendermos mais sobre a neurociência e a importância do cérebro
para o processo de ensino e aprendizagem, podemos repensar nossas
práticas. Esse conhecimento contribui para fundamentar abordagens e
recursos mais eficazes para a aprendizagem, considerando diferentes
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recursos e estímulos, bem como melhor compreensão do
funcionamento da memória e da atenção, aspectos basilares para o
processo de internalização e assimilação de informações.
 
Regulação das emoções e busca de estímulos
Além das mudanças físicas e neuronais, existem alterações no nível
emocional durante o período da adolescência. Para compreendermos o
papel das emoções no corpo e nas relações, é importante diferenciar os
conceitos de emoção e sentimento. Segundo António Damásio (2013), a
emoção consiste em respostas motoras do cérebro em reação a
eventos variados, incluindo aceleração/desaceleração do coração e
tensão/relaxamento muscular. Cada emoção possui um programa
específico, como medo ou raiva. O sentimento, por sua vez, é a
interpretação mental desses movimentos; ou seja, trata-se da avaliação,
da sensação e da percepção das emoções.
A adolescência é um novo “redescobrir”. A busca constante de novos
estímulos para gerar prazer e satisfação imediata, muitas vezes, leva
jovens e adolescentes a situações arriscadas. Baixos níveis de
serotonina e dopamina — neurotransmissores responsáveis por gerar a
sensação de bem-estar — podem acarretar um misto de emoções e
sentimentos.
Emoções como medo, tristeza, alegria, raiva e nojo são importantes
para nosso corpo e podem influenciar o modo como reagimos ao
mundo. Então, as mudanças nas relações e a busca de identidade
podem gerar um misto de emoções simultâneas que dificultam, para os
adolescentes, as tarefas de compreender seus sentimentos e regular
suas emoções. Além disso, ocorre uma forte alteração na produção de
alguns hormônios para regular o crescimento e as funções sexuais:
androgênios, estrogênios e progesterona. Essas substâncias são
importantes no cérebro e, além de provocarem mudanças físicas,
afetam o humor e suas respostas emocionais, principalmente no que
envolve a autoestima e o nível de estresse.
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Macedo e Sperb (2013) explicam que a regulação emocional consiste
em processos que envolvem comportamentos, habilidades e
estratégias, conscientes ou inconscientes, automáticas ou controladas
por esforço. Tais ações têm o propósito de modular, inibir ou estimular a
experiência e a expressão emocional do sujeito. Essa capacidade de
regular as emoções exige determinados níveis de desenvolvimento, o
que pode ser difícil na adolescência, visto que o cérebro continua se
desenvolvendo e algumas partes não estão plenamente amadurecidas.
Entender a situação e as respostas emocionais emitidas diante das
experiências, sejam positivas ou negativas, é um processo desafiador
para os adolescentes, mas plenamente possível por meio da mediação
adequada com pares, escola e familiares. Cabe ressaltar que
experiências desagradáveis, como as que causam tristeza e raiva,
também desempenham um papel crucial no desenvolvimento emocional
dos sujeitos. É importante lembrarmos que a capacidade de lidar com as
emoções é fortalecida por oportunidades positivas, negativas e
contínuas de discussão, especialmente nos contextos familiar e
educacional.
Retomando a situação-problema apresentada no início desta aula, para
um trabalho mais efetivo, pais e educadores devem atuar em parceria
de modo a fortalecer habilidades de comunicação, autorregulação das
emoções, vocabulário emocional, pensamento crítico sobre situações de
risco, gerenciamento de estresse e, principalmente, prestar atenção nos
“sinais de avisos”, como ansiedade, depressão, aumento de estresse e
irritabilidade, raiva, mudanças de hábitos e sentimento excessivo de
solidão.
Em síntese, as mudanças neurobiológicas vividas na fase da
adolescência fazem parte do desenvolvimento do sujeito e da
preparação para sua vida adulta. Essas mudanças se dão tanto nos
aspectos físicos e comportamentais quanto nos neuronais, que
impactam significativamente o modo como os sujeitos lidam com seu
contexto e as novas demandas e necessidades. Nesse cenário, cabe
aos professores buscarem conhecimentos constantes sobre a temática
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e estarem atentos às demandas apresentadas pelos estudantes,
tratando esses temas de maneira respeitável e cuidadosa. 
Vamos Exercitar?
Com base no que vimos nesta aula, podemos pensar um pouco mais
sobre a situação-problema apresentada inicialmente. Para abordar de
modo eficaz as questões ligadas à puberdade em um ambiente escolar,
é essencial integrar descobertas científicas de diferentes áreas, como
neurociência e pedagogia, e estabelecer uma relação de parceria com
pais e até mesmo com a comunidade. No contexto escolar, podemos
pensar em projetos educacionais que expliquem as mudanças físicas e
emocionais de maneira acessível, para promover compreensão e
aceitação, e no trabalho interdisciplinar.
Para criarem um ambiente que apoie as experiências da puberdade e
incentive a comunicação aberta e consciente, os educadores devem
organizar espaços seguros e inclusivos. Discussões em sala de aula,
palestras e grupos de estudo podem facilitar essa proposta. A empatia
dos educadores e familiares é fundamental para evitar a estigmatização,
contribuindo para um ambiente educacional saudável.
Por meio das temáticas tratadas aqui, desde os conceitos de
adolescência e juventudes até as mudanças biológicas, sociais e
cognitivas que envolvem essa etapa do desenvolvimento humano,
convidamos cada um de vocês a continuar aprofundando-se nessa
temática vital. A adolescência é um campo dinâmico e desafiador, por
isso esse aprendizado é um ponto de partida para contribuições
significativas em prol do entendimento e do apoio à juventude.
Bons estudos!
Saiba Mais
Leia a reportagem Modelo de escola atual parou no século 19, diz
Viviane Senna, com a psicóloga Viviane Senna, sobre a defasagem da
escola brasileira e alguns caminhos possíveis para avançarmos rumo a
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https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru
uma educação do século XXI.
Veja também o artigo Erik Erikson e a construção da identidade, que
possibilita compreender como Erik Erikson aborda a identificação e as
crises na adolescência, a centralidade do eu (ego) e a adolescência a
partir de uma visão psicossocial.
Referências Bibliográficas
COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: como o
cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.
COSTAS, R. Modelo de escola atual parou no século 19, diz Viviane
Senna. BBC News Brasil, São Paulo, 5 jun. 2015. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru. Acesso em: 29 nov. 2023.
DAMÁSIO, A. António Damásio: o homem está evoluindo para conciliar
a emoção e a razão. Veja, jul. 2013. Disponível em:
https://www.fronteiras.com/leia/exibir/antonio-damasio-o-homem-esta-
evoluindo-para-conciliar-a-emocao-e-a-razao. Acesso em: 29 nov. 2023.
ERIK Erikson e a construção da identidade. Revista Educação, 8 maio
2017. Disponível em: https://revistaeducacao.com.br/2017/05/08/erik-
erikson-e-construcao-da-identidade/. Acesso em: 29 nov. 2023.
MACEDO, L. S. R. de; SPERB, T. M. Regulação de emoções na pré-
adolescência e influência da conversação familiar. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, Brasília, v. 29, n. 2, p. 133-140, 2013. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/ptp/a/mQ6HQxfWXD7CBWP68fQLZpL/. Acesso
em: 20 mar. 2024.
ZANOTTO, L. S.; CRISOSTIMO, A. L. Sexualidade e mudanças que
ocorrem na puberdade. O professor PDE e os desafios da escola
pública paranaense, 2010. Disponível em:
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/pro
ducoes_pde/2010/2010_unicentro_cien_artigo_lenir_salette_zanotto.pdf.
Acesso em: 20 mar. 2024.
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https://revistaeducacao.com.br/2017/05/08/erik-erikson-e-construcao-da-identidade/
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/06/150525_viviane_senna_ru
https://www.fronteiras.com/leia/exibir/antonio-damasio-o-homem-esta-evoluindo-para-conciliar-a-emocao-e-a-razao
https://www.fronteiras.com/leia/exibir/antonio-damasio-o-homem-esta-evoluindo-para-conciliar-a-emocao-e-a-razao
https://revistaeducacao.com.br/2017/05/08/erik-erikson-e-construcao-da-identidade/
https://revistaeducacao.com.br/2017/05/08/erik-erikson-e-construcao-da-identidade/
https://www.scielo.br/j/ptp/a/mQ6HQxfWXD7CBWP68fQLZpL/
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_unicentro_cien_artigo_lenir_salette_zanotto.pdf
http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2010/2010_unicentro_cien_artigo_lenir_salette_zanotto.pdf
Encerramento da Unidade
ADOLESCÊNCIA
Adolescência
Olá, estudante! 
Chegamos na etapa final desta unidade. Ao longo das aulas, estudamos
as especificidades do desenvolvimento da adolescência e da juventude
e seus aspectos psicossociais. Pudemos entender a adolescência como
uma fase importante da vida, marcada pela transição da infância para a
fase adulta, com aspectos biológicos (puberdade) e de construção
histórica e social. Agora, vamos retomar alguns conceitos importantes e
seguir adiante. Prepare-se para essa jornada de conhecimento. 
Clique aqui para acessar os slides da sua videoaula.
Bons estudos!
Ponto de Chegada
Vamos relembrar alguns conceitos fundamentais dos estudos realizados
ao longo das aulas, pois é importante discutirmos o contexto e a
dinâmica da adolescência e da juventude e sua relação com o espaço
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educativo, seus pares e o próprio desenvolvimento ao longo da história.
Conforme os estudos de Ariés (1986), a infância e a criança nem
sempre foram reconhecidas e consideradas pela sociedade em suas
especificidades. Por meio desse historiador, podemos inferir que o
sentimento da infância foi se desenvolvendo ao longo dos séculos, ao
passo que as sociedades foram se industrializando, estabelecendo
novas relações, e houve a redefinição da função e do papel da família
na modernidade.
Os aspectos históricos e sociais que compõem a discussão sobre
adolescência e juventudes são fundamentais, pois possibilitam uma
visão mais ampla da formação dos sujeitos e da pluralidade que envolve
esse processo. Afinal, os jovens e adolescentes podem perceber e
vivenciar esse período de diferentes formas a depender dos estímulos e
contextos.
Também vimos a diferença entre adolescência e juventude, algo
importante para entender um pouco mais as mudanças que ocorrem
durante a fase de desenvolvimento da adolescência. Nesse sentido,
podemos recorrer a Moraes e Weinmann (2020), que destacam que a
juventude pode ser compreendida com base em dois princípios
fundamentais: o juvenil e o cotidiano. O termo “juvenil” refere-se ao
desenvolvimento psicossocial da identidade, enquanto “cotidiano” diz
respeito ao contexto de relações e práticas sociais em que esse
processo acontece.
Apesar de terem especificidades, políticas e legislações próprias, a
adolescência e a juventude se relacionam mutuamente e se
complementam; em cada momento desse processo, o sujeito adquire
novos repertórios para a fase adulta. Podemos dizer que compreender a
adolescência passa pelos discursos culturais associados à juventude e
as concepções de adolescência contribuem para a definição do que
representa ser jovem.
Nesse cenário social, não podemos deixar de lado o papel das políticas
públicas e da legislação voltadas para as especificidades de
adolescentes e jovens. Conforme o Estatuto da Juventude e o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), consideram-se adolescentes
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aqueles com idade entre 12 e 18 anos, e jovens aqueles entre 15 e 29
anos. Essa definição cronológica é importante para auxiliar no processo
de elaboração de novas políticas.
Percebe-se que a adolescência e a juventude são fases relativamente
longas do desenvolvimento dos sujeitos. O principal ponto que indica
seu início é a puberdade. Ao longo das últimas décadas, pesquisadores
têm discutido qual idade marcaria de fato o fim desse período, muito em
decorrência das transformações sociais e comportamentais das últimas
gerações. Isso inclui, por exemplo, a permanência na casa dos pais por
um tempo maior, bem como a independência financeira e o matrimônio
mais tardios.
Segundo Ávila (2011), muitos jovens estão enfrentando o que se chama
de “síndrome da adolescência interminável”. Essa nova maneira de se
configurarem como jovens apresenta várias ambiguidades, tornando
desafiador compreender e apoiar esses indivíduos em seu
desenvolvimento pessoal, interpessoal e como sujeitos históricos. Essa
é uma característica importante de nosso momento histórico e deve ser
pauta de novos estudos, diálogos e pesquisas para melhor compreender
as necessidades de aprendizagem desses sujeitos do século XXI.
Isso também abarca as políticas públicas, enquanto conjunto de ações
em diferentes esferas sociais por parte do Estado, para garantir o direito
e a proteção de adolescentes e jovens, bem como programas
específicos para suas necessidades e o direito à educação.
Ao conhecermos essas diferentes perspectivas sobre a adolescência e
a juventude, podemos olhar de uma forma diferente para os espaços
escolares e a atuação de professores, coordenadores e comunidade
escolar. Para um trabalho efetivo com esses sujeitos, é necessário
atentar para as questões que permeiam essa fase, como a busca de
aceitação, as mudanças decorrentes do estirão de crescimento, o
neurodesenvolvimento, a maturação sexual, o papel dos amigos e a
confusão em relação às suas próprias emoções. Aqui, podemos
destacar o papel da escola, indo além da transmissão de conhecimentos
para oferecer uma formação integral dos indivíduos e promover o
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desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cidadãs
essenciais.
Lembre-se que a adolescência e a juventude são períodos que marcam
a passagem da vida dos sujeitos de diferentes formas a partir dos
estímulos e contextos sociais. Trata-se de uma rica fase de
desenvolvimento de personalidade,identidade, conquistas e
aprimoramento de habilidades e competências que nos dão base para o
restante de nossa trajetória.
É Hora de Praticar!
Vamos refletir juntos sobre a seguinte situação: em determinado colégio,
pós-período de emergência sanitária da pandemia de covid-19,
observou-se um aumento significativo nas queixas relacionadas a
ansiedade, estresse e baixa autoestima dos estudantes adolescentes,
na faixa etária entre 12 e 14 anos. Em alguns casos, houve retrocessos
significativos em seus processos de aprendizagem e desempenho
acadêmico; o bem-estar geral dos estudantes foi avaliado e percebido,
por alunos e professores da escola, como impactado negativamente.
Reflita
Qual é a importância de compreendermos conceitualmente a
adolescência e a juventude, bem como as mudanças que ocorrem
nessa fase da vida? Como eu, enquanto professor, educador, pedagogo,
diretor etc., posso usar desses conhecimentos para modificar minhas
práticas e promover uma educação mais dialógica, acolhedora e
humanizada? Quais são os desafios que ainda existem nas políticas
públicas voltadas para os adolescentes e jovens, principalmente no
contexto brasileiro?
 
Dê o Play!
Clique aqui para acessar os slides do Dê o play!
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Resolução do estudo de caso
A situação descrita está presente em diferentes contextos escolares do
Brasil, principalmente pós-pandemia, já que muitos alunos passaram um
longo período fora da escola e tiveram uma piora em sua qualidade de
saúde mental e emocional em virtude de inúmeros fatores. Para resolver
esse caso, são indicados alguns passos.
1º passo: avaliar e identificar os fatores principais que geram essas
queixas. Por exemplo, interações negativas entre colegas e dificuldade
de socialização, problemas familiares ou metodologia usada em sala de
aula.
2º passo: interpretar esses fatores para construir, com professores,
familiares e comunidade escolar, ações visando à melhora da saúde
mental e emocional dos estudantes. Por exemplo, programas
extracurriculares que promovam a resiliência, a autoestima e
habilidades de enfrentamento; contato com profissionais de saúde
mental, como psicólogos escolares, para oferecer suporte
individualizado aos alunos; identificação e intervenção nos fatores
ambientais que contribuem para o estresse, promovendo um espaço
mais saudável e acolhedor.
3º passo: implementar gradativamente as ações, envolvendo os
estudantes, os professores e as famílias. Avaliar e reavaliar os
resultados obtidos para traçar planos de ações de curto, médio e longo
prazos.
Por meio deste estudo de caso, queremos destacar a importância de
abordagens integradas, democráticas e coletivas para promover a
saúde emocional de adolescentes na escola, visando não apenas lidar
com a superficialidade dos sintomas, mas também desenvolver
habilidades que os beneficiarão ao longo da vida toda. Esse objetivo
pode ser alcançado por meio de uma cultura escolar que valorize a
saúde mental dos adolescentes e dos professores, para enfrentar os
desafios atuais e futuros.
Dê o play!
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Assimile
A figura a seguir reúne alguns dos principais tópicos estudados nesta
unidade:
Figura 1 | Adolescência e Juventude: principais tópicos. Fonte: elaborada pela autora.
Referências
ARIÉS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1986.
ÁVILA, L. A. Adolescência sem fim. Vínculo, São Paulo, v. 8, n. 1, 2011.
Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v8n1/a07.pdf.
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http://pepsic.bvsalud.org/pdf/vinculo/v8n1/a07.pdf
Acesso em: 20 mar. 2024.
MORAES, B. R. de; WEINMANN, A. de O. Notas sobre a história da
adolescência: transformações e repetições. Estilos da Clínica, [S. l.], v.
25, n. 2, p. 280-296, 2020. Disponível em:
https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/160346. Acesso em: 20
mar. 2024. 
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https://alexandria-html-published.platosedu.io/cd6c6d6d-037e-41bf-88a5-a7860aa16970/v1/index.html 53/53
https://www.revistas.usp.br/estic/article/view/160346

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