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AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GLOBALIZAÇÃO, INDÚSTRIA E 
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Miguel Arantes Normanha Filho 
 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
Desejamos contribuir para o aprimoramento de seu aprendizado com 
qualidade, de forma crítica e, sobretudo, respondendo às suas necessidades. Os 
conteúdos desta etapa de estudos estão divididos, para uma ampla compreensão, 
nos seguintes tópicos: 
• Dimensões da globalização. 
• Dimensão econômica da globalização. 
• Globalização como um processo de encolhimento do globo. 
• Globalização como um processo de compressão do espaço-tempo. 
• Globalização como síndrome de processos materiais e seus resultados. 
No âmbito da gestão, é relevante, em nosso estudo, um entendimento 
diferenciado da globalização, em suas dimensões: econômica, política, social, 
ambiental e cultural. Os conteúdos desenvolvidos proporcionarão aplicação 
prática para a atuação em processos de gestão que englobem temáticas 
relevantes sobre globalização, indústria e desenvolvimento sustentável. Por 
último, é importante frisar que as competências (conhecimentos, habilidades e 
atitudes) desenvolvidas serão muito importantes para aquele que deseja atuar em 
área estratégica, que contemple globalização, indústria e desenvolvimento 
sustentável. 
TEMA 1 – DIMENSÕES DA GLOBALIZAÇÃO 
Deve-se ter a compreensão de que a globalização é, geralmente, 
associada a processos econômicos, bem como ao fluxo internacional de capitais, 
à ampliação do comércio global e mesmo à integração produtiva, em escala 
global. Entretanto, ela descreve também fenômenos do âmbito social, como a 
criação e a expansão de instituições supranacionais, a universalização de padrões 
culturais, as tentativas de equacionamento de questões concernentes ao meio 
ambiente, ao desarmamento nuclear, ao crescimento populacional, aos direitos 
humanos, entre outros temas. Nesse contexto, o termo designa a crescente 
transnacionalização das relações econômicas, sociais, políticas e culturais que 
ocorrem no mundo, com especial ênfase, nas últimas duas décadas (Vieira, 2002). 
 
 
 
3 
 
Crédito: Loc Thanh Pham/Shutterstock. 
Para Furmann (2011), temos que o processo de globalização é polifacético, 
com ampliadas dimensões, como econômicas, sociais, políticas, culturais, até 
religiosas e jurídicas, que são combinadas das formas mais complexas, 
Además, debido a su complejidad, variedad y amplitud, el proceso de 
globalización está conectado a otras transformaciones en el sistema 
mundial que sin embargo no son reducibles a él, tales como la creciente 
desigualdad a nivel mundial, la explosión demográfica, la catástrofe 
ambiental, la proliferación de armas de destrucción masiva, la 
democracia formal como condición de asistencia internacional a países 
periféricos y semiperiféricos etc. (Santos, 1998, p. 39)1 
Temos, assim, que a globalização aparece nas mais diversas dimensões, 
porém, para análise, é preciso delimitá-las. Logo, uma classificação operativa 
dessas dimensões contempla estas cinco dimensões da globalização (Vieira, 
2002): 
1. Econômica; 
2. Política; 
3. Social; 
4. Ambiental; 
5. Cultural. 
 
1 “Além disso, pela sua complexidade, variedade e amplitude, o processo de globalização está 
ligado a outras transformações do sistema mundial que não lhe são, no entanto, redutíveis, como 
a crescente desigualdade mundial, a explosão demográfica, a catástrofe ambiental, a proliferação 
de armas de destruição em massa, a democracia formal como condição da assistência 
internacional aos países periféricos e semiperiféricos etc.” (Santos, 1998, p. 39, tradução nossa). 
https://www.shutterstock.com/g/Loc+Thanh+Pham
 
 
4 
Basicamente, deve ser compreendido que essa classificação, que não se 
concebe como inesgotável, contempla o papel da economia e da cultura no 
contexto da globalização. 
1.1 Dimensão econômica 
É de conhecimento amplo que a globalização é identificada como um 
fenômeno econômico, uma vez que sua ênfase está relacionada à autonomia 
contemplada pela economia em relação à política, nos últimos tempos (Faria, 
2004), em face da internacionalização do capital. Existe o entendimento oficial de 
que a política econômica direciona os interesses públicos, no sentido de o Estado 
alcançar sua participação na produção global de bens. Assim sendo, os países 
devem se adequar às demandas do mercado, como também dos investimentos 
globais. Portanto, a abertura econômica é fundamental na participação no 
desenvolvimento social oriundo das conquistas do capitalismo. 
1.2 Dimensão política 
No que tange ao âmbito político, o termo globalização encaminha a ideia 
de crise do Estado nacional. Nesse contexto, a figura do Estado-nação teria 
perdido suas condições elementares em favor de novas condições de poder, ou 
seja, teria perdido sua capacidade de gestão pública: 
A nova divisão internacional do trabalho, contribui para o esforço desde 
poder, eis que o processo de produção sendo realizado em vários 
países, em certa medida, torna obsoletas as fronteiras dos Estados, 
mitigando cada vez mais o poder dos mesmos e consolidando de forma 
crescente o poder das empresas transnacionais [...]. (Lima, 2002, p. 151-
152) 
Podemos considerar que a China, hipoteticamente, seja um exemplo 
extremo disso, uma vez que os antigos meios de controle não mais funcionam e 
já não podem ser aplicados senão com impunidade, uma vez que, se aplicados 
em larga escala, eles simplesmente espantarão a economia global e a 
participação ativa daquele país nessa economia, condição que é essencial para o 
desenvolvimento nacional em um mundo sem fronteiras (Ohmae, 1996). 
 
 
 
5 
1.3 Dimensão social 
No que tange à globalização no campo social, aponta-se a ação prejudicial 
que a entrada de grandes capitais teve em países periféricos. Assim, crises 
econômicas têm impactado enormemente a população desses países, em virtude 
da sua dependência em relação à produção de multinacionais. O 
empobrecimento, em países periféricos, está ao lado do desemprego e da 
marginalização de certas populações, ocasionados por períodos de queda de 
consumo que demonstram a desigualdade social do processo de globalização 
(Vieira, 2002). 
Para grande parte da humanidade, a globalização está se impondo como 
aquilo que se pode chamar de fábrica de perversidades. Assim sendo, o 
desemprego crescente torna-se crônico, a pobreza aumenta, as classes médias 
perdem qualidade de vida e o salário médio tende a ser cada vez mais reduzido. 
Temos, nesse contexto, que a fome e o desabrigo se generalizam em todo o 
mundo. Novas enfermidades se instalam e velhas doenças, que deveriam estar 
eliminadas, fazem seu retorno com grande força. A mortalidade infantil, 
lamentavelmente, permanece, a despeito dos progressos médicos, farmacêuticos 
e informacionais. Uma educação de qualidade é cada vez mais inacessível 
(Santos, 2006). 
1.4 Dimensão ambiental 
A globalização é também contemplada como uma questão ambiental, 
quando se propõe a questão da industrialização descontrolada e da expansão do 
mercado. Essa dimensão é continuidade da dimensão social. O meio ambiente é 
uma questão global e só pode ser preservado com ações globais. Entende-se, 
assim, que os principais problemas ambientais enfrentados no mundo atual não 
podem ser combatidos apenas localmente (Furmann, 2011). 
1.5 Dimensão cultural 
Deve-se considerar que a última dimensão fundamental da globalização é 
a dimensão cultural, pela qual se enfatiza, em geral, a padronização global do 
consumo. No processo histórico recente, a ampliação do desenvolvimento 
tecnológico tem facilitado o contato cultural entre diversos povos, em parte em 
face do desenvolvimento dos meios de comunicação, que modificou a forma de 
 
 
6 
as pessoas observarem o mundo. Temos, assim, que a mídia propicia que 
pessoas das mais diversas culturas e formações educacionaisusufruam de uma 
experiência de conhecimento padronizada. Entretanto, é necessário compreender 
que a dimensão cultural da globalização é complexa e abarca não só 
homogeneizações, mas também resistências e hibridismos (Canclini, 2000). 
TEMA 2 – DIMENSÃO ECONÔMICA DA GLOBALIZAÇÃO 
O que acha do seguinte questionamento: por que o processo de 
globalização objetiva a abertura e ampliação das economias nacionais? Para essa 
questão, a maioria das pessoas terá como resposta que somente dessa forma é 
possível o desenvolvimento, mesmo em situações em que ele possa não ocorrer. 
Todavia, com a abertura dos mercados, as grandes organizações de negócios 
passaram a interferir, conduzir e determinar o mercado dos países menos 
desenvolvidos, mais fracos. Tendo a economia conduzida e controlada por um 
poder exógeno, o país, assim, não consegue definir seus próprios caminhos. No 
passado, por meio do olhar de Karl Polanyi (1988, citado por Santos, 2007), 
observamos que a civilização do século XIX teve sua sustentação em quatro 
instituições: 
1. Sistema de equilíbrio de poder. 
2. Padrão-ouro internacional. 
3. Mercado autorregulável. 
4. Estado liberal. 
Duas dessas instituições são políticas e duas são econômicas; duas 
instituições são internacionais e duas são nacionais (Santos, 2007). 
 
 
 
7 
 
Crédito: Alazur/Shutterstock. 
Entre si, essas instituições determinam os contornos característicos da 
história de nossa civilização. Karl Polanyi (1988, citado por Santos, 2007) 
apregoava que a origem ou a fonte do sistema foi o mercado autorregulável, sendo 
o padrão-ouro um esforço para ampliar o sistema interno de mercado para o 
campo internacional. Assim, o sistema de equilíbrio de poder foi uma enorme 
estrutura erigida sobre o padrão-ouro e, nele, parcialmente fundamentada. 
Portanto, o Estado liberal foi uma criação do mercado autorregulável. Tem-se, 
assim, que a chave para o sistema institucional do século XIX está nas leis que 
governam a economia de mercado. 
É natural, portanto, que o sistema de equilíbrio de poder, operante no 
século XIX, não iria assegurar a paz, caso a economia mundial viesse a fracassar. 
Mas a ruptura ocorreu assim que a economia entrou em colapso. Ainda que a 
séria crise, pela qual a civilização vivenciou, tivesse sido regulada pelo fracasso 
da economia mundial, ela não foi, entretanto, sua causa. Indicadores levam à 
convulsão tecnológica e social, no início do século XIX, a partir da qual emergiu, 
na Europa, a ideia do mercado autorregulável, origem das principais crises, com 
o colapso do padrão-ouro internacional, que foi o elo invisível entre a 
desintegração da economia mundial na passagem do século e a transformação 
ocorrida na década de 1930, que se deu de forma bastante rápida. 
Entende-se, com isso, que os cenários da Primeira Guerra Mundial e das 
revoluções que ocorreram no pós-guerra faziam parte do século XIX. Mas a 
https://www.shutterstock.com/g/alazur
 
 
8 
Segunda Guerra Mundial é sua extensão. A quebra do padrão-ouro ocasionou a 
destruição de importantes instituições da sociedade do século XIX. O governo 
liberal foi substituído por ditaduras totalitárias e o livre mercado foi substituído por 
uma nova forma de economia (Santos, 2007). 
2.1 Internacionalização do capital e da produção 
Pode-se contemplar que a internacionalização do capital e da produção de 
bens é o ponto central do conceito de globalização, em termos econômicos. Essa 
dimensão contemplou, conforme Hobsbawm (2009, citado por Furmann, 2011): 
• a liberalização dos mercados de capitais, permitindo que os capitais 
migrassem para locais que gerassem maiores rendimentos; 
• a eliminação de barreiras comerciais entre os Estados; 
• a realização da produção independentemente das fronteiras nacionais e 
continentais. 
Portanto, o alcance incessante de um lucro diferenciado e crescente gera 
uma produção compartilhada internacionalmente, situação favorecida pelo 
desenvolvimento de melhores técnicas de comunicação e logística (Santos, 
2006). 
No âmbito histórico, o processo de globalização não pode ser enquadrado 
fora do capitalismo, e é próprio do capitalismo ele se internacionalizar: 
A burguesia, através da exploração do mercado mundial, deu um caráter 
cosmopolita para produção e o consumo em todos os países [...] no lugar 
da antiga reclusão e autossuficiência local e nacional, temos conexões 
em todas as direções, uma interdependência universal das nações. 
(Marx; Engels, 1998, p. 14-15) 
O que demonstra as diferenças da internacionalização do capitalismo no 
período da globalização é a intensificação das relações econômicas. Essas 
situações surgem no pós-guerra, o que pode ser simbolicamente demarcado com 
o Consenso de Washington. Mas é só a partir da década de 1970 que se assiste 
à mudança de paradigma econômico, passando-se da concepção de 
“industrialização substitutiva de importações” para a de “industrialização orientada 
para a exportação” (Ianni, 2006, p. 61). Observe-se esse fenômeno nas palavras 
do historiador Eric Hobsbawn (2003, p. 271-272): 
[...] os EUA, que tinham sido em grande parte autossuficientes antes da 
Segunda Guerra Mundial, quadruplicaram suas exportações para o resto 
do mundo entre 1950 e 1970, mas também se tornaram um maciço 
 
 
9 
importador de bens de consumo a partir do final da década de 1950. Em 
fins da década de 1960, começaram até a importar automóveis. 
Contudo, embora as economias industriais comprassem e vendessem 
cada vez mais suas respectivas produções, o grosso de suas atividades 
econômicas continuou centrado no mercado interno. No auge da Era de 
Ouro, os EUA exportaram apenas pouco menos de 8% de seu PIB, e, 
mais surpreendentemente, o Japão, tão voltado para a exportação, só 
um pouco mais. 
Sabe-se, também, que, entre 1965 e 1990, o produto mundial destinado às 
exportações duplicou (Furmann, 2011). Temos, assim, três aspectos dessa 
transnacionalização (Hobsbawm, 2003): 
1. as organizações de negócios transnacionais; 
2. a nova divisão internacional do trabalho; 
3. o crescimento do financiamento offshore, uma das formas que 
demonstraram mais vividamente a maneira como a economia capitalista 
escapara do controle nacional. 
2.2 Globalização econômica 
A globalização econômica, que pode ser constatada por qualquer um que 
verifique as origens nacionais dos produtos vendidos em um centro comercial 
norte-americano, desenvolveu-se lentamente na década de 1960 e acelerou de 
modo impressionante durante as décadas de perturbações econômicas mundiais 
após 1973. A rapidez com que avançou pode ser ilustrada mais uma vez pela 
Coreia do Sul, que, no fim da década de 1950, ainda tinha quase 80% de sua 
população trabalhadora na agricultura, da qual extraía quase três quartos da 
renda nacional, e inaugurou o primeiro de seus planos quinquenais de 
desenvolvimento em 1962. Em fins da década de 1980, o país já extraía apenas 
10% de seu produto interno bruto (PIB) da agricultura e tornara-se a oitava 
economia industrial do mundo não comunista (Hobsbawm, 2003, p. 354). 
TEMA 3 – GLOBALIZAÇÃO COMO UM PROCESSO DE ENCOLHIMENTO DO 
GLOBO 
Além das considerações econômicas, estatais e culturais do fenômeno da 
globalização, é fundamental que se defina a globalização e a sua origem, uma vez 
que muitos pesquisadores e estudiosos a apresentam como uma novidade do 
século XX, mas outros, de períodos anteriores (Alves; Maia, 2013). 
 
 
10 
 
Crédito: Alphavector/Shutterstock. 
Algumas situações de períodos anteriores, como os processos de troca 
comercial global, na época do Império Romano, e de busca por novos mercados, 
na época da Revolução Industrial, no século XIX, devem ser compreendidas como 
um marco em direção à globalização (Alves; Maia, 2013). Wanderley (2009, p. 85, 
citado por Alves; Maia, 2013) contempla que vários pesquisadores e estudiosos 
já publicaram sobre as mudanças globais e seus temas,como: 
• George Lichtheim (1964): sociedade pós-burguesa. 
• Herman Kahn e Anthony Wiener (1968): sociedade pós-econômica. 
• Daniel Bell (1974): sociedade pós-industrial. 
• Peter Drucker (1999): sociedade do conhecimento. 
• Alvin Toffler (1981): terceira onda. 
• Zigmunt Bauman (2001): modernidade líquida. 
• Ulrich Beck (2011): segunda modernidade. 
Assim, esse mito, atualmente, está nas palavras do político, do empresário, 
do empregado e do desempregado, em todo o globo (Alves; Maia, 2013). Held e 
MacGrew (2001, p. 11, citado por Alves; Maia, 2013) ponderam que não ocorre 
uma definição única e universalmente aceita para a globalização. Como ocorre 
com todos os conceitos nucleares das ciências, portanto, seu sentido concreto é 
https://www.shutterstock.com/g/Alphavector
 
 
11 
contestável. Desse modo, a globalização tem sido, de forma diversa, concebida 
como: 
• como ação a distância; 
• como compreensão espaçotemporal; 
• como interdependência acelerada; 
• como um mundo em processo de encolhimento 
• como integração global, reordenação das relações de poder inter-regionais, 
consciência da situação global e intensificação da interligação inter-
regional. 
Alves e Maia (2013) conceituam as bases da globalização advogando que, 
atualmente, esse processo tem um aspecto inegavelmente material. 
3.1 Considerações contemporâneas da globalização 
Entretanto, deve-se considerar que a globalização não ocorre somente 
pelos fluxos de comércio, uma vez que os processos sociais, políticos e culturais 
atuais estão mais evidentes e perceptíveis ao cidadão. Os cidadãos do mundo, 
aqueles que transcendem as fronteiras geográficas e, por suas ocupações ou 
atividades pessoais, não se compreendem mais cidadãos de um único país, mas 
sim do mundo, concebem que a globalização não se consolida com decretos, com 
fluxos materiais. Ela deixou os limites territoriais mesclados e indefinidos, 
carregando consigo a organização social, a economia e o poder. Existe a 
percepção de que estamos a caminho de uma organização cósmica que supera 
os limites geográficos territoriais (Alves; Maia, 2013). 
De acordo com Castells (1999, citado por Alves; Maia, 2013), as relações 
de tempo e espaço foram auxiliadas pela revolução tecnológica que propiciou 
essas trocas. Assim sendo, indaga-se: o que é globalização? Ela perpassa um 
processo pelo qual as atividades decisivas, num âmbito de ação determinado, 
operam como unidade, em tempo real, no conjunto global, um processo 
historicamente novo porque somente na última década se constituiu um sistema 
tecnológico, que envolve telecomunicações, sistemas de informação interativos, 
meios de transporte de alta velocidade, em um âmbito mundial, usufruído pelas 
pessoas e para a circulação de mercadorias, que faz possível essa globalização. 
A informacionalização da sociedade, que ocorreu a partir da revolução 
 
 
12 
tecnológica, consistiu num novo paradigma operante desde a década de 1970, 
sendo a base da globalização da economia. 
Habermas (2001, citado por Alves; Maia, 2013) possui concordância com 
Castells contemplando, também, que a globalização é um processo, mas não um 
estado final que intensifica as relações de troca, de comunicação e de trânsito 
entre países, criando, com o auxílio da tecnologia da informação e comunicação, 
as mais amplas redes possíveis. 
3.2 O local e o global 
Temos, portanto, na globalização, a questão do sentimento de lugar. Com 
as facilidades tecnológicas que compartilhamos, torna-se cada vez mais 
desafiador dar conta da fisionomia do lugar onde vivemos. Assim sendo, o sujeito 
que habita as grandes cidades parece diluir-se em presença de múltiplas 
manifestações comunicativas que simulam o seu sentimento de pertencimento ao 
mundo. Portanto, ao trafegar pelas ruas, pode-se ouvir rádio, passar por outdoors, 
falar ao celular. Em um restaurante ou em uma residência, pode-se sentar, assistir 
à TV, conectar-se ao mundo pelo computador. Hoje, a cidade está ligada, na maior 
parte do tempo, ao campo das informações midiáticas. Mas uma pergunta 
bastante intrigante hoje é: em que tempo estamos? E mesmo: em que espaço 
habitamos? Vivemos sob um regime de rápido e intenso cotidiano de atividades, 
de deslocamentos espaçotemporais cada vez mais reduzidos pelos meios 
tecnológicos de comunicação, como se nossos corpos passeassem por mundos 
e tempos sem o sentimento de uma cultura local, de uma experiência de lugar 
(Oliveira, 2009) 
Featherstone (1995, citado por Oliveira, 2009), ao discutir sobre o local e o 
global em nossa cultura ocidental, destaca a importância de elementos como: 
• a intensificação da compressão global, temporal-espacial, por meio dos 
processos universalizantes das novas tecnologias da comunicação; 
• o poder dos fluxos de informação; 
• o poder das finanças e das mercadorias. 
Isso significa que as culturas locais têm de ceder a esse fluxo. Nossa 
vivência e meios de orientação tornam-se necessariamente separados das 
locações físicas em que vivemos e trabalhamos. Mas, ao passo que temos acesso 
ao mundo – no sentido global –, da nossa própria casa, a noção de lugar vai se 
 
 
13 
distanciando da nossa realidade. Portanto, as experiências globais ganham força 
por meio de hábitos compartilhados em espaços que não existem fisicamente, 
como: 
• internet; 
• TV; 
• transmissões via satélite 
• outros aparatos do viver globalmente, que vão diminuindo de forma intensa 
o senso de pertencimento a um local. 
TEMA 4 – GLOBALIZAÇÃO COMO UM PROCESSO DE COMPRESSÃO DO 
ESPAÇO-TEMPO 
Existe, no âmbito da globalização, a ideia de compressão do espaço-
tempo, uma teoria do britânico David Harvey (1992) ligada ao processo de 
aceleração dos acontecimentos globais, que nos leva à percepção de que o 
mundo é menor e as suas distâncias, mais curtas. 
 
Crédito: Vit-Mar/Shutterstock. 
Assim, vivenciar a experiência de sensações como as de aceleração do 
tempo ou de eliminação do espaço ficou comum na vida moderna, cada vez mais 
organizada segundo o ritmo do tempo real, em especial aquele instituído pelas 
mídias digitais. Com o conceito de compressão espaço-tempo, de Harvey 
https://www.shutterstock.com/g/Romanchenko+Vitalii
 
 
14 
(1992), nós nos deparamos com perspectivas situadas nas correntes do 
determinismo tecnológico, junto com outras que defendem a existência de uma 
relação dialógica entre tecnologia e sociedade, como as noções de 
desterritorialização e destemporalização, que propiciam compreender o 
surgimento de um espaço de dados fragmentado e intemporal, correspondendo a 
uma nova geografia, na qual já não é possível estabelecer uma fronteira clara 
entre o mundo físico e o digital (Santos; Azevedo, 2019). 
4.1 Flâneur ciberespacial 
Temos, assim, o suporte teórico do conceito de flâneur ciberespacial, 
explorando as semelhanças com o flâneur novecentista. A análise de um conjunto 
de ações artísticas e experimentais centradas em questões como a 
hiperlocalização ou a ubiquidade e a pervasividade permite recorrer a essa figura 
do flâneur ciberespacial em um duplo sentido, isto é, como sinal da tendência à 
aceleração técnica, mas também como símbolo da força de resistência a essa 
mesma aceleração. Desse modo, pode-se concluir que a evolução exponencial e 
a crescente naturalização do uso massivo da tecnologia nos obrigam a considerar 
o seu papel como determinante das dinâmicas sociais, designadamente a partir 
da transformação da nossa relação com as dimensões do espaço e do tempo 
(Santos; Azevedo, 2019). 
Ao se falar da figura do flâneur – analisada por Baudelaire (1996, citado por 
Santos; Azevedo, 2019) e Benjamin (2000, citado por Santos; Azevedo, 2019), no 
contexto da modernização e do desenvolvimento das cidades associados à 
industrialização, e retomada por pesquisadores e estudiosos como Lemos (2009, 
citado por Santos; Azevedo, 2019) ou Kramer e Short (2011, citadospor Santos; 
Azevedo, 2019) –, da evolução tecnológica e da globalização, identificam-se 
aspectos desse novo contexto que associamos a uma certa flânerie ciberespacial. 
Na medida em que essa expressão remete a um contexto que favorece a definição 
de itinerários pessoais e a manutenção de relações fluidas com os diferentes 
contextos espaçotemporais percorridos pelos cidadãos, ela dá origem a 
movimentos de resistência à modernidade, agora encarnada na monitorização e 
no controle permitidos pelo próprio desenvolvimento tecnológico associado à 
globalização. 
 
 
 
15 
4.2 Compressão do espaço-tempo e evolução tecnológica 
Temos que a relação entre a evolução tecnológica e a nossa percepção e 
vivência do espaço-tempo tem sido ponto de leituras bastante contrastantes. Innis 
(1950, citado por Santos; Azevedo, 2019) é uma referência particularmente 
relevante na corrente que identifica uma tendência unívoca à aceleração 
associada ao desenvolvimento tecnológico. Por meio dos seus estudos de 
economia política, o autor identificou o papel relevante dos meios de transporte 
na evolução histórica, com implicações aprofundadas na forma com que as 
sociedades se estruturam e organizam (Subtil, 2014, citado por Santos; Azevedo, 
2019). Assim sendo, as tecnologias seriam meios pelos quais as civilizações se 
expandem e estabelecem relações. 
Em cada período histórico, o indivíduo é contemplado por um tipo de média 
dominante e, portanto, essa dominância resulta em uma orientação para o tempo 
ou para o espaço (Subtil, 2014, citado por Santos; Azevedo, 2019). Disso resulta 
que, nas sociedades orientadas para o tempo, predominariam meios pesados, 
difíceis de transportar, como também de destruir e, portanto, temporalmente 
duráveis. Assim, as tradições orais e as pinturas rupestres podem ser 
consideradas como exemplos dessa orientação, sendo meios adaptados à 
limitada capacidade humana de memorização, propiciando a preservação do 
conhecimento ao longo do tempo. As sociedades que Innis (1950, citado por 
Santos; Azevedo, 2019) identifica como tendo viés para o espaço são 
direcionadas fundamentalmente para o futuro, preferem meios leves e perecíveis 
e com enorme capacidade de armazenamento de informação. As sociedades 
modernas ocidentais são moldadas principalmente por desvios espaciais e 
estariam orientadas para a comunicação a distância (Santos; Azevedo, 2019). 
Autores como Virilio (2000, citado por Santos; Azevedo, 2019), Giddens 
(2008, citado por Santos; Azevedo, 2019) e Castells (2010, citado por Santos; 
Azevedo, 2019) ponderam sobre o papel das tecnologias de transporte e de 
comunicação como indutoras de velocidade, física e informacional, na mudança 
da nossa percepção do tempo e do espaço. McLuhan (1969, citado por Santos; 
Azevedo, 2019) revê a si mesmo, nessa perspectiva, dado que defendia que cada 
novo meio introduz uma mudança de escala, ritmo ou padrão na atividade 
humana. Para Virilio (2000, citado por Santos; Azevedo, 2019), grandes 
revoluções históricas são revoluções da velocidade. Ao propiciar maior 
 
 
16 
velocidade, cada novo veículo cria igualmente novas formas de comunicação e 
de circulação, correspondendo cada uma delas a uma revolução dromocrática. 
Defende-se que a parte mais relevante da Revolução Industrial, propiciada 
pelo surgimento da máquina a vapor, consistiu na revolução dos transportes – 
uma revolução do espaço-tempo. Contempla-se ainda que houve outra revolução 
transformadora no século XIX: o surgimento da estética do desaparecimento, que 
sucede a estética do aparecimento, representada pela pintura e pela escultura. 
Em tal perspectiva, a velocidade de captação da imagem na fotografia instantânea 
e a velocidade de projeção de imagens no filme, fundada na persistência retiniana, 
permitiram passar da persistência de um substrato material – o mármore ou a tela 
do pintor – à persistência cognitiva da visão. Em face de tal situação, o cinema 
mostra-se “[...] capaz de fornecer aos espectadores, em cada fração de segundo, 
essa sensação desconhecida de ubiquidade, numa quarta dimensão, suprimindo 
o espaço e o tempo” (Virilio, 1989, citado por Santos; Azevedo, 2019, p. 6). 
Virilio (1989, citado por Santos; Azevedo, 2019) se preocupa com a 
ubiquidade e a instantaneidade proporcionadas pelos meios digitais. Tendo em 
vista que toda a história ocorre em um tempo local, a aplicação do tempo real, do 
ritmo da imediatez de resposta possibilitada pela tecnologia digital não possui 
relação com o tempo histórico. Assim sendo, a experiência cotidiana ficaria 
reduzida ao imediatismo do presente contínuo (Virilio, 2000). Tudo isso pode ser 
relacionado com o conceito de compressão do espaço-tempo, formulado por 
David Harvey (1992). 
TEMA 5 – GLOBALIZAÇÃO COMO SÍNDROME DE PROCESSOS MATERIAIS E 
SEUS RESULTADOS 
No que tange ao termo síndrome, este remete a um conjunto de 
características que, quando juntadas a situações críticas, podem gerar 
insegurança ou medo. A globalização não é um fenômeno de fácil explicação, 
permitindo-se a uma multiplicidade de conceitos e de pontos de vista diferentes 
(Furmann, 2011). 
 
 
17 
 
Crédito: Iconic Bestiary/Shutterstock. 
Giddens (2008, p. 61), de forma objetiva, afirma que a globalização é a “[...] 
intensificação das relações sociais em escala mundial”. Ideia simples, que nos 
remete à perspectiva de “[...] uma crescente interconexão em vários níveis da vida 
cotidiana a diversos lugares longínquos no mundo” (Lima, 2002, p. 125). Existe, 
assim, o empenho de pesquisadores e estudiosos em desvendar “[...] os nexos 
políticos, econômicos, geoeconômicos, geopolíticos, culturais, religiosos, 
linguísticos, étnicos, racionais e todos os que articulam e tencionam as 
sociedades nacionais, em âmbito internacional, regional, multinacional, 
transnacional ou mundial” (Ianni, 2006, p. 30). 
5.1 Ação internacional 
Ocorre que outro instrumento de ação internacional foi igualmente 
protegido contra a atuação de Estados-nações e suas democracias: a autoridade 
dos organismos financeiros globais estabelecidos depois da Segunda Guerra 
Mundial, com especial destaque o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco 
Mundial. Apoiados sobretudo pelos grandes países capitalistas, identificados 
como Grupo dos Sete, esses organismos se tornaram cada vez mais poderosos 
a partir da década de 1970, com crescente autoridade durante as décadas de 
crise, à medida que as incontroláveis incertezas das trocas globais, a crise da 
dívida do Terceiro Mundo e, após 1989, o colapso das economias do bloco 
soviético geraram um maior número de países dependentes da disposição dos 
https://www.shutterstock.com/g/IconicBestiary
 
 
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países ricos de conceder-lhes recursos financeiros (Furmann, 2011), mediante 
empréstimos cada vez mais condicionados à busca local de políticas favoráveis 
às autoridades bancárias globais. 
O triunfo da condição neoliberal, na década de 1980, traduziu-se em 
políticas de privatização sistemática e capitalismo de livre mercado impostas a 
governos falidos, fossem elas imediatamente relevantes para seus problemas 
econômicos ou não (Hobsbawm, 2003). Diversos Estados nacionais, em crise, 
perdem assim condição de gerir suas economias pela sua própria vontade política, 
Deixando, assim, de serem entes soberanos para serem entes subordinados à 
vontade internacional. Nesse contexto, justificam-se as privatizações de 
organizações públicas, com a transferência de seus ativos para o capital privado, 
aparecerem como ações inevitáveis, numa sociedade globalizada. Com a 
abertura à especulação internacional, tal condição demonstraria a fragilidade 
estatal em termos de gestão e controle econômico (Furmann, 2011). 
Tem-se, assim, que a política agora é feita no âmbito do mercado, um 
mercado global, que não existe como ator, mas como ideologia. Os atores são as 
organizações de negócios globais,sem preocupações éticas. Assim, no mundo 
da competitividade, ou se é mais individualista, ou se desaparece. Portanto, a 
própria lógica de sobrevivência da organização global contempla que ela funcione 
sem nenhum altruísmo. Ocorre que, se o Estado não pode ser solidário e a 
organização de negócios não pode ser altruísta, a sociedade como um todo não 
tem quem por ela zele. Fala-se muito num terceiro setor, em que as organizações 
privadas assumiriam um trabalho de assistência social antes de responsabilidade 
do Poder Público. Dessa forma, cabe escolher quais os beneficiários, privilegiando 
uma parcela da sociedade e deixando a maior parte de fora. Frações do território 
e da sociedade podem assim ser deixadas por conta, desde que não convenham 
ao cálculo das organizações de negócios. Assim sendo, a “[...] política das 
empresas equivale à decretação de morte da Política” (Santos, 2006, p. 67). 
Portanto, a fragilidade do poder político na sociedade decorre da 
fragmentação das demandas sociais (Bauman, 2000). Grandes projetos de 
sociedade estão limitados pela visão fragmentada de sociedade, em que o poder 
é multifacetado e a ação política, ineficiente. A limitação da ação política 
tradicional e de grandes projetos de sociedade, em parte devido à desilusão com 
as alternativas socialistas, formula uma certa obstrução do Estado como espaço 
de ação coletiva, ao menos como projeto total de sociedade. Tem-se, assim, em 
 
 
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um espaço desabitado, a instalação de poderosos lobbys econômicos (Furmann, 
2011). 
Reabrem-se, no final do século XX, espaços e fronteiras inesperados ou 
recriados, disponíveis ou forçados, juntamente com a desagregação do bloco 
soviético, e ampliam-se políticas de desestatização, desregulação, privatização, 
abertura de mercados, fluxo cada vez mais livre das forças produtivas, 
modernização das normas jurídico-políticas e das instituições que organizam as 
relações de produção, universalizando de forma acentuada o modo capitalista de 
produção como hegemônico processo civilizatório (Ianni, 2006). 
5.2 Crise do Estado-nação 
Um sinal que parecia apontar para a crise do Estado-nação é a formação 
de blocos econômicos. Em destaque, a formação de blocos de países com 
objetivo de fortalecer a economia, organizar vantagens tributárias e estreitar laços 
políticos, tendo como resultante o enfraquecimento dos Estados nacionais 
(Furmann, 2011). 
Diversos pesquisadores e estudiosos já apontaram que a globalização não 
pode ser entendida como algo de uma inevitabilidade natural, mas pensada como 
construção política em que o Estado tem papel estratégico: 
A interdependência econômica de forma alguma é fenômeno natural, 
mas sim provocado por uma política deliberada, consciente de suas 
metas. Cada acordo, cada lei, foi aprovado por governos e seus 
parlamentos, cujas deliberações removeram barreiras alfandegárias, 
permitindo o livre trânsito de capital e mercadorias, por cima das 
fronteiras nacionais. (Martin; Schumann, 1997, p. 17) 
Com a crise do sistema financeiro de 2008-2009, ressaltou-se a ideia de 
crise do Estado nacional. Assim, o conflito entre tendências liberais e 
intervencionistas constatou-se ainda mais acirrado. Do ocorrido, parece que ficou 
a ideia de que o Estado nacional não está em declínio, mas em fase de mutação 
(Furmann, 2011). 
 
 
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