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14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 1/49 Educação não sexista Profa. Fernanda Moura Descrição Você aprenderá sobre a escola como sendo uma das instituições que colabora com a apreensão e incorporação de papéis criados social e culturalmente, por meio da oferta de uma educação diferenciada para jovens. Propósito Abordar a escola como um espaço onde meninos e meninas são educados de forma diferente nos permite encontrar uma das bases para as desigualdades de gênero. Além disso, pensar sobre essa educação diferenciada por gênero contribui para refletirmos sobre os papéis sociais considerados “naturais” e para compreendermos de que maneira uma educação não sexista pode enfrentar esse modelo desigual e hierárquico. Objetivos Módulo 1 Desigualdade de gênero 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 2/49 Reconhecer as discussões sobre o conceito e as desigualdades de gênero. Módulo 2 Rosa ou azul: educação sexista e desigualdades de gênero Identificar as formas como as desigualdades de gênero se apresentam no ambiente educacional. Módulo 3 Por uma educação não sexista Identificar o papel de uma educação não sexista no enfrentamento às desigualdades de gênero. Introdução Você já parou para pensar na educação escolar que nós recebemos e como ela é repleta de valores e regras sexistas? Por exemplo, o uso de frases como “Feche as pernas, menina!” ou “Meninos não choram!” reforçam estereótipos de uma masculinidade insensível e de uma feminilidade tolhida. Outro exemplo é quando, mesmo diante de uma maioria expressiva feminina, a linguagem masculina prevalece. É “o professor”, “o aluno”, “o diretor”. E quando as brincadeiras e as atividades delimitam os papéis sociais para cada gênero? Pois é, fica fácil perceber que meninas e meninos recebem uma educação diferenciada, sendo educadas e educados, muitas vezes, a partir de valores que concebem o homem e a mulher como desiguais. Na escola, essas desigualdades tornam-se latentes, já que há grande número de crianças que trazem pré-conceitos, frutos de concepções dos papéis masculinos e femininos, possibilitando 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 3/49 conflitos e discriminações. A escola, portanto, está inserida nessa construção desigual baseada nos gêneros. E, a depender de sua atuação, colabora na perpetuação desse modelo, ao não o questionar ou atuar para modificá-lo. Assim, a escola pode representar um espaço sexista e discriminatório, com métodos que refletem a lógica binária e hierárquica de gênero. Nesse sentido, é um desafio urgente e atual do campo educacional pensar e articular uma educação não sexista, que faça frente ao modelo ainda hegemônico baseado nas desigualdades de gênero. 1 - Desigualdade de gênero Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as discussões sobre o conceito e as desigualdades de gênero. Gênero: desnaturalizando os papéis Você já percebeu que desde o nascimento ou até mesmo antes dele a família e a sociedade já têm expectativas diferentes para meninas e meninos? 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 4/49 Os chamados chás de revelação evidenciam e reforçam as diferentes expectativas decorrentes dos estereótipos de gênero. Primeiro, há toda uma expectativa sobre a descoberta do sexo do bebê. A partir de então, inicia-se uma série de delimitações para o que a sociedade considera como características masculinas e femininas. Características essas que são fundamentalmente formadas e reforçadas no ambiente escolar. Dessa forma é que discutiremos sobre o conceito de gênero, relacionando-o com as práticas e pedagogias sexistas que ainda prevalecem na escola. Certamente, você já ouviu alguma alusão ao conceito de gênero. Segundo as Ciências Sociais, a definição é a “construção social do sexo anatômico” (GDE, 2009, 39). Para compreendermos melhor essa definição, é preciso olharmos para duas dimensões: Dimensão biológica Dimensão social Isso significa pensar a formação do indivíduo a partir do prisma de que existem elementos que nascem conosco, que pertenceriam ao plano biológico e outros que são constituídos a partir da nossa vida coletiva, da nossa interação social e do que aprendemos com essa vivência. O conceito de gênero enquadra-se na distinção que delimita papéis referentes a masculino e feminino. Essa delimitação não pertence à ordem biológica ou natural, mas ao campo da construção social e ocorre desde o nosso nascimento. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 5/49 A forma como essa construção é realizada e nos é apresentada ao longo da vida, muitas vezes, faz parecer que essa diferenciação de papéis é algo natural e/ou imutável. Isso significa que aprendemos que nossas habilidades e características individuais são inatas, ou seja, que nascem conosco. Essa ideia é ampliada para os gostos, as trajetórias profissionais, o campo da sexualidade etc. E o que o conceito de gênero faz é questionar essa naturalização dos papéis sociais, ao mesmo tempo em que apresenta como eles são desiguais e hierárquicos. Além disso, pensar sobre a perspectiva de gênero nos permite perceber como a sociedade estabelece e constrói um modelo que determina: Escolhas pro�ssionais Formas de falar Relações com os corpos 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 6/49 Expressões Brincadeiras Possibilidades de sermos e existirmos nessa sociedade De acordo com esse modelo, baseado na lógica binária de gênero, ao feminino, são determinadas características vinculadas à afetividade e sensibilidade e, ao masculino, à racionalidade e força. Importante sempre sublinharmos que essa divisão é construída, aprendida e ensinada em diversos espaços de nossa sociedade, em especial, na escola. Vale ainda lembrar que o conceito de gênero está diretamente ligado à atuação dos movimentos de mulheres e feministas no século XX, que, na luta contra o patriarcado e o sexismo, desenvolveram análises e teorias que explicam o modelo social, econômico e político vigente. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 7/49 Integrantes do movimento sufragista segurando uma placa com a frase “Votos para mulheres”, reivindicando o direito das mulheres ao voto, durante a primeira metade do século XX. Dessa forma, estudos de gênero ou sob a perspectiva de gênero oferecem maior percepção acerca das desigualdades existentes entre homens e mulheres e como estas são oriundas de processos de diferenciação de papéis sociais hierárquicos e aprendidos ao longo de nossas vidas. Vejamos agora algumas categorias importantíssimas. Vamos lá! Sexismo Trata-se da discriminação baseada no sexo. Assim, uma educação sexista baseia-se em estereótipos, e reforça as desigualdades e discriminações entre os sexos. Patriarcado Trata-se da manifestação e institucionalização do domínio dos homens sobre mulheres e crianças. Feminismo Trata-se do movimento social que luta pela emancipação feminina e pela igualdade. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 8/49 Visitando categorias Neste vídeo, faremos um levantamento sobre as principais categorias dos debates de educação não exista. A atualidade e a importância das discussões de gênero Agora que já exploramos um pouco o significado do conceito de gênero, é importante pensarmos sobre como a distinção de gênero é construída ao longo de nossas vidas. Desde que nascemos, somoseducados para conviver em sociedade. Temos contato com diversos grupos sociais e instituições, como a família, a escola, o clube, a igreja etc. E em todos esses grupos nos ensinam de maneira distinta o que é “de menino” e o que é “de menina”. Nos ensinam isso, por exemplo, por meio de brinquedos e atividades de lazer. Conforme crescemos, vamos aprendendo também atitudes e gestos tipicamente masculinos ou femininos. Essa diferenciação vai se transformando em desigualdade, especialmente desigualdade de poder entre homens e mulheres. A desigualdade de gênero inclui, portanto, o acesso diferenciado às oportunidades de escolaridade, de participação política, de carreira, dentre outros. Desde o século XX, vemos a luta das mulheres se efetivarem pela conquista de direitos e desde então vem se ampliando a participação feminina nos diversos campos da vida social. Mas esse processo permanece em curso e as desigualdades de gênero ainda são inúmeras. As diferenças salariais entre homens e mulheres, por exemplo, é enorme! Mesmo ocupando os mesmos postos e posições, as mulheres seguem ganhando menos. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 9/49 A diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função ainda é uma discriminação bastante evidente. As mulheres também ocupam menos as posições de chefia e são as principais responsáveis pelos trabalhos domésticos, realizando múltiplas jornadas. Mães solo, por falta de oferta e/ou acessibilidade às instituições que se responsabilizem pela criança durante todo o expediente, são forçadas a trazer seus filhos para o trabalho, o que pode prejudicar sua produtividade e limitar suas oportunidades de carreira. A paridade de gênero é uma meta dos organismos internacionais, mas, segundo dados do World Economic Forum (2023), só há possibilidade de alcançá-la em no mínimo 100 anos. Anualmente, o fórum realiza um estudo que compara a paridade de gênero entre 153 países. Segundo o relatório de 2023 do fórum, os países nas melhores posições são: Nicarágua, Nova Zelândia, Irlanda, Espanha, Ruanda e Alemanha. O Brasil ocupa o 92º lugar e apresenta uma das maiores desigualdades de gênero da América Latina. As desigualdades de gênero fazem parte de um ciclo em que o fato de mulheres ocuparem poucos espaços de poder e de liderança se entrelaça com a dificuldade de mudanças e melhorias referentes à vida das mulheres, seja na esfera pública ou no ambiente familiar. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 10/49 Ao tratar do enfrentamento às desigualdades de gênero, torna-se essencial pensar na ocupação da esfera política pelas mulheres. No entanto, no Brasil, essa ainda é uma realidade distante. Em 2023, dos 523 deputados, apenas 90 são mulheres. Isso significa que as mulheres não ocupam nem 20% da Câmara Federal. Composição da Câmara Federal em 2023. Outro ponto importante referente a esse ciclo da desigualdade de gênero é o da sua relação com o quadro de violência contra as mulheres. De acordo com o boletim Elas vivem: dados que não se calam, que foi lançado em 2023 pela Rede de Observatórios da Segurança, no Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada 4 horas. (AGÊNCIA BRASIL, 2023). . A violência contra as mulheres persiste como uma questão social generalizada e profundamente enraizada. Portanto, o país figura entre os locais mais inseguros para as mulheres e está no topo do ranking de feminicídio, que é o assassinato de uma mulher pela simples condição de ser mulher. Esses dados possuem estrita relação com as relações de poder desiguais e hierárquicas de gênero que aprendemos cotidianamente. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 11/49 Desigualdade de gênero: a base da violência Vimos até aqui que a desigualdade entre homens e mulheres ainda é muito forte em nossa sociedade. Ela se apresenta de muitas formas, com a divisão sexual do trabalho que responsabiliza as mulheres pelas tarefas domésticas, passa pela baixa representação política e tem sua expressão mais dura através da violência sexista. Em geral, as agressões, que se manifestam de inúmeras formas, estão relacionadas a uma tentativa de demonstração do poder dos homens sobre as mulheres e tentam ser erroneamente justificadas por esses homens, que relatam: comportamentos considerados inadequados – de acordo com os papéis de gênero previamente definidos – por parte dessa mulher ou alguma tarefa, que sob seu viés machista, ela deveria ter feito e não fez. Atenção! Esse é um tema delicado e difícil de ser abordado com as próprias vítimas, pois, na maioria das vezes, acontece entre pessoas muito próximas. Os agressores das mulheres costumam ser seus maridos, namorados, pais, parentes, colegas de trabalho. É importante dizer que todas as mulheres são afetadas pela violência sexista, mas algumas são afetadas por situações que envolvem dependência financeira ou por O que é uma violência sexista? Resposta É a violência que a mulher sofre simplesmente por ser mulher e que é cometida por um homem. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 12/49 discriminação devido à raça, religião, orientação sexual, e assim, acabam mais expostas. A base dessa violência também está em uma noção de subordinação, de dependência, de inferioridade das mulheres. Mas de onde vem essa ideia? Por que alguns homens agem como se as mulheres fossem suas propriedades? Por que muitas delas se calam diante de situações de violência? A construção das características masculinas e femininas que leva à desigualdade é um dos pontos que nos ajudam a desenvolver essa percepção, mas a principal chave está nas relações de poder dos homens sobre as mulheres que se estruturam a partir das desigualdades de gênero. A violência sexista pode tomar diversas formas: violência física, psicológica, sexual, doméstica ou não, assédio sexual etc. Como as inúmeras formas de violência sexista se mantém constantes ainda nos dias de hoje? Resposta Muitos fatores contribuem para se manter a violência contra as mulheres, dentre eles a impunidade dos agressores, o silêncio das mulheres agredidas e a transformação das vítimas em culpadas. Para entendermos esse quadro, também é importante sabermos que, durante muito tempo, esse tipo de violência foi considerado um problema do mundo privado, da família, das relações afetivas. Afinal, quem nunca ouviu “Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”? E foi pela ação dos movimentos de mulheres no Brasil que esse tema tem sido debatido no espaço público, sendo 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 13/49 A frase “O silêncio é cúmplice da violência” vem sendo o mote das ações para que se denunciem os agressores. E o número de denúncias vem crescendo, apesar de todas as dificuldades que envolvem o ato de denunciar. O 180, canal direto para denúncias, é um importante instrumento de combate a violência contra as mulheres. Denunciar as situações de violência é uma ação fundamental para o fim da impunidade dos agressores. Por isso, é muito importante encorajar as mulheres a denunciar e buscar apoio o mais cedo possível. Como disse Maya Angelou, “Toda vez que uma mulher se defende, sem nem perceber que isso é possível, sem qualquer pretensão, ela defende todas as mulheres” (UN WOMEN, 2022). Vejamos agora os tipos da violência de gênero. Vamos lá! Ocorre em casa, no ambiente doméstico ou é exercida por uma pessoa que mantém uma relação de parentesco, afetividade, um envolvimento amoroso ou que vive junto com a mulher vítima da violência. Mulher segurando um cartaz durante um protesto com afrase: “Não quero flor, quero que parem de nos matar”. tratado como um tema político que precisa de políticas públicas e ação do Estado. Violência doméstica Violência física 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 14/49 Qualquer ato que cause danos à integridade física da mulher, como: bater, atirar objetos, queimar, beliscar, sacudir, estrangular, esfaquear. Mulher segurando um cartaz durante um protesto com a frase: “A violência deixa marcas. Não vê-las, deixa feminicídios”. Qualquer conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal da mulher, como: humilhar, isolar, infantilizar a mulher, dizer que ela não é capaz, isolar do convívio social e familiar, manipular, xingar. Várias mulheres seguram uma facha durante um protesto com a frase: “Violência psicológica também é violência”. Ocorre quando a mulher é obrigada a manter relações sexuais ou qualquer outro tipo de contato sexual contra a sua vontade/desejo. Pode ser feita pelo uso da força, de chantagens, manipulação, emprego de arma de fogo etc. Pode ser praticada por desconhecidos ou conhecidos, podendo ocorrer, inclusive, entre casais de namorados, marido e esposa. Violência psicológica Violência sexual 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 15/49 Várias mulheres seguram cartazes durante um protesto contra a cultura do estupro com as frases: “Vandalismo é ficar quieta diante do machismo”, “Eu tinha 5 anos, a culpa não é da vítima” e “A culpa nunca é nossa”. Qualquer ato de violência que implique dano, perda, subtração, destruição ou retenção de objetos e documentos pessoais, bens e valores da vítima. Menina segurando um cartaz durante um protesto com a frase: “Violência patrimonial é crime”. Compreender que o quadro de violências e os dados assustadores de feminicídio e de violência de gênero possuem ligação direta com as relações de poder estabelecidas e com a construção social dos papéis de gênero é fundamental para enfrentar e modificar essa realidade. Para isso, torna-se essencial debater o papel da escola e de uma educação não sexista. Gênero e desigualdade de gênero Neste vídeo, falaremos sobre a atualidade e complexificação do debate sobre gênero e a desigualdade de gênero sob ótica da violência. Violência patrimonial 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 16/49 A escola e a produção/reprodução dos valores sexistas Desde muito jovens, os indivíduos são educados para representar papéis criados social e culturalmente, papéis esses que, pelo costume, parecem “naturais”. Esses papéis são aprendidos em diversas relações e por meio das instituições onde nos socializamos, dentre elas, a escola. Assim, meninos e meninas vêm sendo educados de forma diferente e, nessa educação diferenciada, encontramos muitos elementos que sustentam as desigualdades entre os gêneros. Quando falamos em igualdade entre os gêneros, partimos da compreensão que, em nossa sociedade, as diferenças entre homens e mulheres são comumente remetidas ao sexo, às características físicas, tidas como naturais e imutáveis. Com base em definições do que é ser homem ou mulher, edifica-se um sistema de discriminação e exclusão entre os sexos que comporta vários estereótipos. Em nossa sociedade, o feminino e o masculino são apresentados como categorias opostas, excludentes e hierarquizadas, nas quais a mulher, os valores e os significados femininos ocupam posição inferior. A diferença de gênero ainda é muito presente na educação de uma forma geral. A ideia de que, ao homem, cabe o “público” e, às mulheres, o “privado” ainda existe e é amplamente reproduzida. A escola, como instrumento de educação que é, ainda faz circular muito desses significados em suas práticas e cotidiano. A escola como instância social é dotada de instrumentos de produção/reprodução dos valores sexistas e de instrumentos que operam por meio de categorias simbólicas. Assim, ao pensar a igualdade e democratização do ensino escolar, não se pode ignorar o enfoque das relações de gênero, desde as políticas educacionais até as trajetórias de estudantes, o desenvolvimento de currículos, a análise dos livros didáticos e dos recursos pedagógicos, a formação de professores e os temas que dizem respeito à identidade docente. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 17/49 Você já parou para se questionar se realmente existe problema no fato de meninas e meninos usarem rosa, azul e todas as outras cores sem distinção? De ambos praticarem o esporte de que mais gostam, livres dos rótulos de que futebol é para meninos e balé para meninas? Já percebeu que, muitas vezes, na escola, acabamos reforçando esses valores de competitividade e desigualdade? Quando, por exemplo, separamos a fila de meninos e meninas, e estimulamos os meninos a praticarem esportes coletivos que exigem esforços físicos e às meninas incentivarmos brincadeiras passivas e, na maioria das vezes, ligadas às tarefas domésticas. Meninas ainda são mais estimuladas a brincadeiras passivas e ligadas às tarefas domésticas do que os meninos. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 18/49 Meninos ainda são mais estimulados a praticarem esportes coletivos que exigem esforços físicos do que as meninas. Muitos desses mitos, à primeira vista, parecem basear-se nas diferenças biológicas entre os sexos, ou seja, conforme nascemos homem ou mulher, espera-se que tenhamos comportamentos diferentes e, geralmente, opostos: rude/meiga ou forte/frágil. Mas o que de fato essa lógica estabelece e perpetua são as desigualdades. Lidar com as diferenças sem transformá-las em desigualdades é um dos grandes desa�os dos pro�ssionais em sala de aula. Os docentes têm tido um papel destacado em lutas históricas, das quais temos obtido grandes conquistas. No entanto, ainda é pequeno o trabalho desenvolvido sob a perspectiva de gênero para potencializar a educação como um verdadeiro instrumento de democracia e equidade para o futuro que desejamos. Só assim a escola poderá contribuir para uma maior igualdade no conjunto da sociedade, à medida que caminhar em direção a uma educação não sexista, que contribua para a superação de preconceitos e a construção de pessoas comprometidas com a igualdade de direitos. Naturalização e negação do sexismo 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 19/49 Neste vídeo, falaremos sobre algumas práticas sexistas que são cristalizadas em nossa sociedade por meio do patriarcado e a violência de gênero. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Mesmo com as conquistas do ponto de vista legal, por exemplo, com a Lei Maria da Penha, a violência e as desigualdades de gênero ainda persistem no Brasil. Essa realidade está relacionada com o sexismo presente no sistema educacional do país. Para transformar essa realidade, é necessário A reforçar o conceito de gênero nas escolas e a divisão dos papéis sociais hierárquicos por ele estabelecida. B erradicar da grade curricular da educação brasileira qualquer debate de gênero. C garantir o acesso a uma pedagogia que apresente as desigualdades de gênero e suas consequências. D realizar campanhas a favor da violência de gênero. E criar mais leis que desconsiderem as desigualdades de gênero. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 20/49 Parabéns! A alternativa C está correta. Uma pedagogia que considere a perspectivade gênero, certamente, contribuirá para uma maior igualdade no conjunto da sociedade. O caminho em direção a uma educação não sexista e pela superação de preconceitos é fundante para uma sociedade constituída por pessoas comprometidas com a igualdade de direitos, equidade e empatia. Questão 2 Assinale a alternativa correta quanto às práticas discriminatórias e sexistas no âmbito escolar. Parabéns! A alternativa B está correta. A construção social dos papéis de gênero, que ocorre cotidianamente no ambiente escolar, guarda relação direta com as práticas discriminatórias e sexistas que são desenvolvidas nesses A O debate sobre questões de gênero na escola não guarda consonância com os princípios legais de igualdade. B As práticas sexistas no ambiente escolar atuam para a construção social dos papéis de gênero e para as desigualdades decorrentes desse modelo. C A ocorrência de violência doméstica na família de alunos é somente de interesse das autoridades policiais. D A ausência de diversidade de gênero entre os profissionais diz respeito aos méritos individuais no âmbito escolar. E O sexismo e as questões de gênero são temas que dizem respeito a crenças individuais. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 21/49 ambientes. As desigualdades de gênero estão relacionadas a como esses papéis hierárquicos são construídos e perpetrados. 2 - Rosa ou azul: educação sexista e desigualdades de gênero Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as formas como as desigualdades de gênero se apresentam no ambiente educacional. Rosa para meninas e azul para meninos? Tradição x Mudanças sociais Neste vídeo, falaremos sobre como se deu a dinâmica entre tradições e mudanças sociais nas sociedades ao longo da história. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 22/49 As construções dos papéis de gênero se dão em muitas esferas da vida social e se iniciam antes mesmo do nascimento da criança. Primeiro, tem-se a corrida para revelar o sexo do bebê, depois, com a descoberta, o início do processo de atribuir características, comportamentos e cores. Para as meninas, fragilidade, sensibilidade, necessidade de serem comportadas e usarem a cor rosa. Para os meninos, força, necessidade de terem muitos amigos, de serem espertos e usarem a cor azul. Muitas vezes, ao chegarem à escola, as crianças já trazem essa lógica, que se traduz no cotidiano por meio de comportamentos e ideias sexistas. O Projeto Azul, JeongMee Yoon, 2006. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 23/49 O Projeto Rosa, JeongMee Yoon, 2007. É importante nos perguntarmos: de onde vem tantas diferenças para meninos e meninas? O que se espera dessas distinções? E quais são as consequências para a sociedade? Para respondermos a essas questões, é necessário refletirmos sobre os valores que estruturam nossa sociedade e em que modelo econômico, político e social eles se baseiam. Resumindo A sociedade patriarcal se organiza a partir da superioridade e da dominação dos homens sobre as mulheres. Esse modelo é o pilar que sustenta essas diferenças de papéis para meninos e meninas. Além disso, com essas distinções, o que se espera é a dominação masculina e a submissão feminina. Quanto às consequências, podem ser percebidas todos os dias em nossas vidas, seja nos altos índices de violência contra as mulheres, na diferença salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função e no fato de que ainda cabe quase que exclusivamente às mulheres as funções relacionadas a tarefas domésticas. Então, surge uma nova questão: qual é o papel da educação escolar diante desse cenário de desigualdades? Para que a escola não contribua para formação ou aumento das desigualdades em seu cotidiano, em suas práticas pedagógicas, atividades, em seus materiais e em suas relações, é importante que haja reflexão e abordagem da perspectiva de gênero. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 24/49 O espaço escolar deve explorar a distinção entre as questões biológicas, físicas e anatômicas que diferenciam meninos e meninas, bem como as questões referentes ao campo das características, dos papéis e das oportunidades que são socialmente construídas. Nesse sentido, cabe à escola pensar sobre as diferenças ligadas ao sexo, que se restringem a órgãos genitais, aparelhos reprodutivos e função na reprodução humana, e compreender o porquê dessas diferenças se traduzirem em desigualdades sociais. Dessa forma, a escola pode se tornar um espaço questionador do modelo sexista ao apresentar os elementos relacionados ao sexo e gênero como uma representação da construção sociocultural, que varia de acordo com ambiente e tempo histórico, sendo passível de transformações a todo momento. Uma experiência interessante para pensar sobre essas mudanças é recorrer ao dicionário e buscar como as mesmas palavras sobre essa temática já tiveram significados diferentes. Ao procurarmos em um dicionário do século XX a definição de “mulher”, encontraremos textos como: “pessoa do sexo feminino”, “esposa”, “senhora”. Agora, ao procurarmos a definição de “homem”, em geral, encontraremos: “espécie humana”, “humanidade”, “ser humano do sexo masculino”, “varão”. Notem que, para os homens, a definição é abrangente, sendo, inclusive, sinônimo de humanidade; enquanto, para mulheres, a definição é limitadora e atrelada ao casamento com um homem. Um exercício interessante é comparar diferentes definições para as mesmas palavras em dicionários do século XX com os atuais. Agora, se fizermos essa mesma busca em dicionários atuais, encontraremos novas definições. Para a mulher, é possível encontrar textos como: “pessoa com identidade feminina, independente do estado civil” e para o homem, “ser humano que se identifica com o universo masculino”. Fica evidente a ressignificação das palavras, sendo esse 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 25/49 novo cenário fruto das inúmeras batalhas travadas em prol da equidade de gênero e em diversas frentes, inclusive, a educacional. Desconstruindo velhos signi�cados e construindo novos Já exploramos até aqui a forma como as sociedades, sobretudo, a brasileira, são estruturadas, utilizando-se de um modelo binário de gênero, atrelado a características, funções e responsabilidades específicas para homens e mulheres ao longo de suas vidas – individual e coletiva. Características essas que tendem a reforçar um gênero sobre o outro – masculino sobre o feminino. Também abordarmos que a educação escolar tem se apresentado como um polo fundamental para modificar essa realidade e, para isso, destaca-se a educação não sexista, que busca igualdade, respeito e conscientização dos papeis de gênero, não os atribuindo quaisquer estereótipos. A construção social dos papéis de gênero que ocorre no patriarcado qualifica a mulher como submissa ao homem. Alguns exemplos da realidade brasileira nos ajudam a compreender a atualidade desse tema. Exemplo Licença paternidade x licença maternidade: enquanto o pai tem direito a 20 dias para ficar em casa, a mãe tem de quatro a seis meses. Assim, determina-se quem é o principal cuidador dessa criança. No caso, a principal cuidadora. Você consegue imaginar um cenário diferente? A divisão dos papéis de meninas e meninos começa na infância e o momento da escola evidencia bastante isso. Desde cedo, aprende-se que os meninos jogam futebol e as meninas fazem dança, por exemplo. E quem não se permite ser enquadrado nesses papéis polarizados tende a ser discriminado. Atenção! A ideia de que homens não choram e de que não devem demonstrarsentimentos ainda é repercutida nas escolas sob lógica sexista. Quando isso acontece, esses homens são apontados como homossexuais e recebem o carimbo de diversos estereótipos. Sabe-se que, quando os sentimentos são reprimidos, podem ser gerados inúmeros transtornos afetivos no desenvolvimento emocional. Há a possibilidade da formação sexista impactar os relacionamentos e o desenvolvimento de uma agressividade masculina, uma vez que esses 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 26/49 sujeitos não aprenderam a se expressar quando criança. Uma educação não sexista oferece espaço, ferramentas e incentiva essa expressão masculina de sentimentos e emoções. A equivocada e perigosa ideia de que homens não choram ainda é amplamente repercutida em nossa sociedade atualmente. Em contrapartida, as escolas devem explorar a ideia de que as mulheres podem ser fortes. Essa é uma forma de fazer com que as meninas cresçam estimuladas a não desistirem e, principalmente, a não dependerem de algo ou alguém. Se são formadas na lógica da fragilidade, elas terão maior dificuldade de encarar determinadas situações, pois são consideradas fracas e delicadas demais. Uma das consequências mais diretas e perigosas é, na fase adulta, elas podem apresentar extrema dificuldade para resolver seus problemas sozinhas, pois foram ensinadas a depender de terceiros. A equivocada e perigosa ideia de que mulheres são fracas ainda é amplamente repercutida em nossa sociedade atualmente. A lógica de mulheres na esfera privada – cuidando da casa – e homens na esfera pública – trabalhando fora dessa casa para manter essas mulheres – vem sendo amplamente questionada, mas ainda é reproduzida. Quando, por exemplo, o filho ajuda o pai no trabalho e sua filha faz o almoço, isso é a reprodução de uma atitude sexista. Nesse momento, você direciona as crianças para suas respectivas “caixinhas”. Quando 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 27/49 você briga com o menino por ele querer o ajudar em uma tarefa doméstica, isso fortifica os papéis de gênero e não trabalha a igualdade. Assim, essa atitude passará de geração a geração adotando a mesma criação para as futuras crianças dessa família. O mesmo ocorre no ambiente escolar, práticas e atitudes que reproduzem esse modelo e direcionam meninos e meninas para os estereótipos preconizados pela sociedade. Como lidar com velhos signi�cados? Neste vídeo, falaremos sobre algumas tradições e significados sexistas na sociedade brasileira, e como é possível desconstrui-los e assumir posições críticas no ambiente escolar. Desa�os para uma educação não sexista Um dos pontos abordados em nosso estudo foi o da importância da ocupação dos espaços de poder e de representatividade pelas mulheres, bem como a relação que esse fenômeno possui diante do enfrentamento das desigualdades de gênero ainda presentes em nosso país. Isso significa que é central termos mais mulheres, por exemplo, na política, mas também expressa a necessidade de a escola trabalhar para fortalecer nossas figuras femininas. Será que existem, por exemplo, poucas mulheres citadas nos livros didáticos por que elas não tiveram participação importante nos acontecimentos históricos? Mas então, o que dizer de nomes como: Bertha Lutz, Anita Garibaldi, Maria Lacerda de Moura, Xica da Silva, Lélia Gonzalez, Carolina Maria de Jesus, Chiquinha Gonzaga, Olga Benário, Nísia Floresta, Sueli Carneiro, Zuzu Angel, Margarida Alves e muitas outras? 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 28/49 Pois bem, essas são só algumas das muitas mulheres que muito contribuíram para a história do país, participando de diversas lutas: contra a escravidão; em prol da independência; contra a ditadura militar; em prol do direito ao voto; contra o racismo, em prol dos direitos trabalhistas, entre tantas outras lutas que tratam dos direitos das mulheres. Contudo, você já deve ter observado, que, dificilmente, quando estudamos os acontecimentos históricos, ouvimos falar dessas mulheres. Por que será que quase não ouvimos falar desses nomes em sala de aula? Quando estudamos os acontecimentos históricos, pouco ouvimos falar de mulheres. É importante nos perguntarmos se isso ocorre devido ao fato de mulheres não terem tido uma participação importante nos acontecimentos históricos ou simplesmente por uma tentativa de apagamento da importante atuação feminina. Quando identificamos que a resposta para essa questão é a busca pelo apagamento, caminhamos para compreender também que a nossa história quase sempre é contada da perspectiva do homem branco. Desse modo, nossa formação é pautada e direcionada para que admiremos os feitos dos homens, apresentados como os grandes conquistadores. Um exemplo desse modelo é termos estudado Pedro Álvares Cabral, Cristóvão Colombo, Tiradentes, entre tantos outros como descobridores e heróis nacionais. Assim, os homens são sempre apresentados como os líderes, em posição de destaque; já as mulheres, estão nos papéis de retaguarda, além de não serem valorizadas. E acabamos por não questionar a invisibilidade da participação feminina nos acontecimentos históricos, que se reflete em diversos setores sociais, desde o pequeno número de ruas e bairros com nome de mulheres até o baixo número de mulheres tidas como referência e exemplos para a sociedade. Rua Patrícia Pagu Galvão, no Rio de Janeiro, é um dos poucos nomes de rua em homenagem a importantes mulheres da história. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 29/49 Essa é apenas uma das formas como a educação sexista se apresenta nas escolas e que fortalece as desigualdades, já que é nesse período que as crianças estão no processo de absorver informações para formar sua identidade. Para minimizar a invisibilização da importante participação feminina nos acontecimentos históricos, um projeto escolar realizado na Escola Dr. Jorge Lacerda, propôs que os alunos ilustrassem e escrevessem a história de mulheres historicamente notáveis, Joinville (SC). Estereótipos sexistas durante a formação escolar reforçam na criança os preconceitos presentes na sociedade como um todo, fazendo com que naturalizem a separação de meninas e meninos. Os docentes, muitas vezes, acabam reforçando nas meninas a gentileza e doçura, e nos meninos, a bravura e força. Até nas brincadeiras essa separação se faz presente. As meninas são estimuladas a brinquedos relacionados à casa, por exemplo, ferro de passar, cozinha e boneca, como se fosse uma prévia da maternidade. Já os meninos são estimulados a brincadeiras em grupos, refletindo a vivência de mundo, como futebol, lutas e jogos de raciocínio. Diante desse cenário, a educação, como um pilar importante na formação do indivíduo, necessita de um olhar cuidadoso e coerente para influenciar positivamente a sociedade com relação às desigualdades de gênero. Nesse sentido, a pesquisa realizada no estado de São Paulo (2009), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e veiculada pela Fundação Palmares, comprova que 99,3% das pessoas entrevistadas apresenta preconceito no ambiente escolar no Brasil. Os números mostram que: 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 30/49 96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação a pessoas com de�ciência 94,2% dos entrevistados têm preconceito étnico-racial 93,5% dos entrevistados têm preconceito de gênero 91% dos entrevistados têm preconceito de geração 87,5% dos entrevistados têm preconceito socioeconômico 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio#31/49 87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação à orientação sexual 75,95% dos entrevistados têm preconceito territorial A pesquisa reafirma esse lugar da educação como um espaço ainda permeado de preconceitos e estereótipos. Ao mesmo tempo, há enorme potencial para a transformação dessa realidade, mas precisamos entender que “não basta não ser racista, é preciso ser antirracista” (NGANGA, 2019, p. 22), como diria a filósofa Angela Davis. E isso não vale só para questões raciais, mas para a ruptura de quaisquer estereótipos trazidos pela sociedade machista e patriarcal, que tende a reproduzir uma educação sexista e tão nociva aos nossos jovens. Desa�o da educação não sexista Neste vídeo, falaremos sobre a experiência, através de um depoimento de um docente, no âmbito da educação não sexista. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 32/49 Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Partindo da compreensão de sexismo como uma prática discriminatória, leia as afirmativas abaixo: I. Separar fila de menino e menina. II. Dizer para um aluno: “Pare de chorar igual mulherzinha!” III. Distinguir brinquedo de menino e de menina. IV. Trabalhar nas aulas as heroínas da história do país. V. Dizer para uma aluna: “Comporte-se como uma mocinha!” Das afirmativas acima, quais as práticas escolares que evidenciam a lógica da compreensão de sexismo como prática discriminatória? Parabéns! A alternativa D está correta. Explorar a história das mulheres e seus feitos é trazer representatividade e uma forma tanto de exaltar a atuação feminina na história do país como de enfrentar o apagamento que o modelo sexista realiza. Questão 2 A As afirmativas I, II, III e IV. B As afirmativas II, III, IV. C As afirmativas IV e V. D As afirmativas I, II, III, V. E As afirmativas III e IV. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 33/49 No cotidiano escolar, são comuns situações de discriminação e de desrespeito a questões de gênero. Para romper com a perpetuação dessas ações, é esperado que a escola Parabéns! A alternativa E está correta. Abordar de diferentes formas as desigualdades de gênero é uma das tarefas de uma educação não sexista e que se propõe a transformar esse modelo. Para isso, é preciso novos materiais didáticos, práticas pedagógicas e muito diálogo entre todos no ambiente escolar. A separe em sala de aula os grupos por gênero B trabalhe conhecimentos religiosos para converter alunos LGBTQIAP+. C busque impor a lógica binária dos gêneros. D promova discussões que façam os estudantes identificarem que o binarismo de gênero é o correto. E use o diálogo como instrumento de inclusão e de enfrentamento ao sexismo. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 34/49 3 - Por uma educação não sexista Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o papel de uma educação não sexista no enfrentamento às desigualdades de gênero. Mudanças são possíveis Onde você vem guardando seu preconceito? Neste vídeo, falaremos sobre a importância de saber reconhecer os nossos próprios preconceitos para podermos buscar ativamente maneiras de superá-los. Em uma educação não sexista, prevalece o princípio da igualdade diante das questões de gênero e/ou orientação sexual. Isso se traduz no cotidiano escolar a partir de uma série de atitudes, uso de materiais e abordagens inclusivas, que consideram a diversidade e as desigualdades. Para isso, o educador tem papel essencial, que pode se materializar em pequenos gestos, como: 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 35/49 Atentar-se em não reproduzir discursos e atitudes segregacionistas. Posicionar-se contra todas as formas de injustiça e discriminação. Propiciar momentos de reflexão do educando em sua condição de inacabamento da aprendizagem. Defender com veemência o cumprimento dos direitos e deveres dos jovens. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 36/49 Desenvolver projetos coletivos e interdisciplinares que favoreçam a análise dos papéis sociais atribuídos aos sexos. Romper com fundamentalismos científicos que discriminam a mulher. Importante sinalizarmos que essa atuação não pode ser exclusiva dos docentes, mas de todos os profissionais que atuam na escola. Isso significa estar atento para, por exemplo: Imagens que são veiculadas nos murais da escola. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 37/49 Realização de eventos para toda a comunidade escolar que aborde o tema. Organização de atividades externas à sala de aula em que não haja distinção em filas para meninos e meninas. Oferta de modalidades esportivas e brincadeiras para todos, sem restrição por gênero. Além dessa abordagem no ambiente escolar, é fundamental registrarmos que elas devem ser acompanhadas de discussões no campo político. Ou seja, da elaboração e aprovação de políticas, diretrizes e programas educacionais que promovam a transformação da educação, rumo a uma educação inclusiva, não sexista, não racista e 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 38/49 não homofóbica, contribuindo assim para uma sociedade mais justa, em que os direitos de todas as pessoas sejam respeitados. Resumindo Transformar o modelo ainda vigente exige determinação, atenção e disposição. Para se contrapor a essa educação sexista, devemos evitar grupos por sexo, fazer leituras críticas dos livros didáticos a partir da perspectiva de gênero, analisar a realidade da sociedade brasileira e a importância da mulher nessa sociedade, bem como romper com os estereótipos que enclausuram homens e mulheres em mundos divididos e em rígidos padrões de comportamento. Precisamos refletir também sobre gênero em nossas práticas e instituições sociais. É preciso pontuar que a transformação não ocorre por inércia ou por acaso. Se, hoje, as mulheres ocupam outros espaços e não desempenham apenas o papel da esfera privada, ou seja, dentro de seus lares, é porque setores do movimento de mulheres questionaram e lutaram pela igualdade de gênero, de forma que essas mulheres também pudessem se destacar na esfera pública, ou seja, exercendo atividades fora do âmbito familiar. Parafraseando a cantora e compositora Sued Nunes, em sua canção Povoada (2021), as mulheres têm em si mais de muitas, são uma, mas não são/estão sós. Podem ser, portanto, professoras, médicas, engenheiras e ao mesmo tempo chefes de seus lares. Uma coisa não anula a outra! Uma educação não sexista é uma educação sem violência Vimos algumas discussões sobre o conceito de gênero e sobre as violências contra a mulher que decorrem do modelo patriarcal de sociedade. Abordamos, brevemente, as inúmeras formas como essas violências se apresentam – física, psicológica, sexual, dentre outras. Vimos também que essas expressões de violência de gênero têm relação direta com nossa formação educacional. Nesse sentido, a escola apresenta-se como um dos espaços que essas violências começam a ganhar forma. E, desde muito cedo, é possível 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 39/49 encontrarmos indicativos e expressões dessas violências no ambiente escolar. Provavelmente, você já deve ter presenciado ou ouvido falar de algum aluno que tentou beijar uma menina à força. Qual costuma ser a reação do educador diante de uma situação dessas? Na maioria das vezes, ignora-se e se deixa passar,como se nada tivesse acontecido ou, muitas vezes, essa atitude é estimulada. Frases como “Olha que bonitinho, vai pegar todas, vai ser um garanhão!” são bem comuns, não é mesmo? A escola acaba reforçando aos meninos a ideia de que atitudes como essa são normais, que as mulheres estão à disposição deles para satisfazer as suas vontades Torcedor que beijou uma repórter da ESPN sem o seu consentimento foi detido por importunação sexual, 2022. Dessa forma, esses meninos naturalizam levar esse tipo de comportamento para suas futuras relações. Mas atente-se porque, como diria o ditado popular, “é de pequenino que se torce o pepino!”. Atenção! Mesmo que isso aconteça na educação infantil, ou seja, envolvendo estudantes na infância, é importante que o profissional em sala de aula aproveite uma situação como essa para conversar com a turma, alertando que tudo o que é feito à força é uma forma de violência, de agressão. E mais, para duas pessoas se relacionarem, as duas devem estar de acordo e sempre deve haver respeito à vontade de ambas. Caso os estudantes em questão já não estejam mais na infância e sim adolescência, o seu papel como docente é aproveitar o momento para estimular um debate sobre as raízes e as estatísticas da violência contra a mulher. Vale destacarmos que a violência física, que é a mais explícita e conhecida, não é a única forma de agressão contra mulheres. Existem diversas outras maneiras e algumas delas podem passar despercebidas, quando, por exemplo, um menino faz um comentário que deprecia alguma menina, como: “Sua chorona, não aguenta nada!” e esse comentário acaba sendo naturalizado e aceito socialmente, fazendo 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 40/49 com que, muitas vezes, nem a própria vítima se dê conta de que está sofrendo uma forma de violência. Outra forma pela qual a violência contra a mulher costuma ser visível na escola é quando as mães de alunos são vítimas de violência dentro de casa. Outra forma pela qual a violência contra a mulher costuma ser visível na escola é quando as mães de alunos são vítimas de violência dentro de casa. Isso geralmente pode ser percebido por meio do comportamento de alunos que vivenciam situações de violência doméstica. Por exemplo, esses jovens passam a se comportar de maneira agressiva ou, ao contrário, ficam muito retraídos. Se o docente percebe uma situação como essa, ele deve intervir, seja com campanhas educativas, abordando o tema da violência contra a mulher e indicando locais onde se pode procurar ajuda, ou ainda produzindo materiais em diálogo com as famílias. Ao notar sinais de que alunos são vítimas e/ou testemunhas de violência doméstica, o docente deve intervir. Por tudo isso, é importante revermos as práticas pedagógicas, a fim de que possamos contribuir para uma cultura de igualdade entre os sexos, combatendo e prevenindo a violência contra a mulher. Alguns caminhos importantes para isso já foram mencionados, mas vale a pena serem recuperados, como: 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 41/49 Falar e valorizar as mulheres que fizeram e fazem história, destacando suas contribuições. Analisar junto com os alunos os papéis atribuídos socialmente a mulheres e homens e a relação disso com a violência. Não reproduzir na educação um modelo de feminino em que as mulheres são colocadas como frágeis, meigas, sensíveis, bem como um modelo masculino em que os homens são colocados como fortes, corajosos, violentos. Essas são algumas mudanças iniciais que podem ser realizadas e que apontam para a construção de uma educação não sexista. Coloque-as em prática! Sexismo e violência Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes formas de agressão, que reforçam e mantêm o constante clima de violência e conflito social na sociedade. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 42/49 Explorando alternativas pedagógicas Agora, vamos tratar de alternativas pedagógicas para se contrapor a uma educação sexista. Por isso, exploramos o papel do educador e mudanças possíveis de serem realizadas no ambiente escolar. Somado a esses itens, temos a questão dos livros didáticos e materiais pedagógicos. Você já reparou como determinados livros reproduzem os estereótipos de gênero e outros preconceitos, como o racial, por exemplo? Observe como existem diferenças, quantitativas e qualitativas, em relação à imagem da mulher e do homem, como é constante a aparição de mulheres ligadas às tarefas domésticas e dos homens a profissionais bem-sucedidos. Sabemos que, no dia a dia, muitas vezes, o docente não é o responsável pela escolha dos livros que serão trabalhados na sala de aula, mas ainda assim é importante que você mantenha um olhar crítico quanto a eles, e sempre que possível questione essas situações com os alunos. Por exemplo, peça para que cada um desenhe como é a sua casa, observando que as situações dos livros não são regras. Os livros didáticos devem ser percebidos como instrumentos eficazes na construção de um mundo mais igualitário. A construção de um mundo mais igualitário entre mulheres e homens pode começar na escola e é um exercício diário, que pode se materializar em pequenos gestos, como não diferenciar as cores e as brincadeiras conforme o sexo, deixando, assim, que cada indivíduo expresse seus desejos e desenvolva suas habilidades de forma livre de estereótipos e discriminações. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 43/49 Se o livro didático adotado utiliza apenas referências masculinas, inclusive na linguagem, é possível produzir matérias em sala que se expresse tanto no masculino quanto no feminino, para, assim, não contribuir com a invisibilidade feminina. As listas de presença também devem ser mistas, deve haver o estímulo a brincadeiras e jogos em conjunto, combatendo a competição e rivalidade entre os sexos, mostrando que ambos são capazes de realizar as mesmas tarefas e funções. Mostrar que meninas e meninos são iguais em direitos e obrigações é uma atitude sempre muito bem-vinda! Vale lembrar também da importância de se reconhecer a atuação das mulheres nos mais diversos campos. E uma boa forma de dar visibilidade aos feitos e conquistas das mulheres na história brasileira é utilizar as datas de acontecimentos históricos e/ou de luta do movimento feminista. Hoje, há disponível uma série de materiais, como o Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a atualidade (SCHUMAHER; BRAZIL, 2000), que auxilia esse trabalho e promove discussões ricas sobre a atuação feminina e feminista no país. Além disso, também é possível encontrar livros infantis e infantojuvenis que contribuem para o rompimento de estereótipos de gênero, que tratam de temas como a violência contra as mulheres em uma linguagem adequada para cada idade, e outros materiais que abordam as múltiplas facetas das questões de gênero. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 44/49 Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a atualidade, Schuma Schumaher; Erico Vital Brazil, 2000. Formando professores Neste vídeo, falaremos sobre a importância do papel da formação de docentes para a efetivação de uma educação verdadeiramente não sexista. Falta pouco para atingir seus objetivos. Vamos praticar alguns conceitos? Questão 1 Diante de uma educação sexista, que reforça estereótipos e preconceitos, quais medidas podem ser adotadas a fim de se contrapor a esse modelo? A Promover atividades sempre separadas por gênero, como uma fila para meninos e outra para meninas. B Utilizar materiais que trabalhem o papel das mulheres em nossa história, realizaratividades mistas e jogos em conjunto. C Adotar livros didáticos e utilizá-los sem questionar ou direcionar para outras abordagens possíveis. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 45/49 Parabéns! A alternativa B está correta. A escola e seu cotidiano são caminhos para a construção de um mundo mais igualitário entre mulheres e homens. Isso pode se materializar a partir de recursos e pequenos gestos, como não diferenciar as cores e as brincadeiras, promover jogos entre ambos e utilizar materiais didáticos que explorem a figura feminina em diversas frentes, inclusive, como agentes da história. Questão 2 “Ser menino” ou “ser menina” é mais do que uma configuração biológica. Há uma série de expectativas sociais e culturais, escolhas e condutas envolvidas. A escola é um dos espaços onde essas expectativas se materializam, especialmente por meio de D Separar brincadeiras e jogos por gênero para preservar a integridade física dos estudantes E Desconsiderar qualquer indício de violência contra meninas, pois a escola não deve intervir nesses assuntos. A uma educação sexista, que atribui características e comportamentos distintos para meninos e meninas. B uma educação não sexista que promove a inclusão. C uma educação sexista, que considera as desigualdades e busca superá-las. D uma educação não sexista, que desconsidera as questões de gênero no ambiente escolar. E uma educação não sexista, que atribui características e papéis sociais associados. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 46/49 Parabéns! A alternativa A está correta. A educação sexista atua na formação dos papéis de gênero e no reforço aos estereótipos. Ela é uma frente importante da construção social dos gêneros, que se desdobra em desigualdades e inúmeras formas de violência. Considerações �nais Exploramos neste conteúdo a divisão estabelecida entre a masculinidade e feminilidade, que, à primeira vista, pode parecer inata e baseada nas diferenças biológicas entre os sexos, mas que não possui nada de natural. Vimos que são atribuídos comportamentos distintos conforme nascemos homem ou mulher e que isso ocorre em diversas esferas da vida em sociedade, mas especialmente na escola. Assim, prevalece nesse ambiente uma educação diferenciada, que é carregada de valores baseados em um modelo de sociedade patriarcal. A partir disso, passamos a abordar de que forma isso ocorre no ambiente escolar e a relacionar esse modelo, que educa mulheres e homens de forma diferenciada e contribui para as desigualdades de gênero, com as inúmeras formas de violência que ocorrem contra as mulheres. O padrão ainda vigente direciona os meninos a serem corajosos, agressivos e a satisfazerem seus desejos. Em contraposição, as meninas são ensinadas a serem delicadas e submissas. Esse modelo de educação sexista reforça nos meninos atitudes agressivas e levam as meninas a normalizarem essa violência. Por fim, discutimos como essa realidade vem sendo questionada e, ainda que lentamente, também transformada. Diversos sistemas, escolas e materiais didáticos já abordam a temática de gênero e buscam contar nossa história sobre outra perspectiva. Além disso, há um aumento na produção de materiais que trazem maior representatividade e que asseguram espaço para a participação histórica e social das mulheres. O caminho ainda é longo, mas é possível encontramos avanços e para isso é preciso acompanharmos as novas práticas pedagógicas, que devem ser mais inclusivas. Ou seja: não se deve diferenciar cores e brincadeiras, deixando que cada indivíduo expresse seus olhares; deve- se referir tanto no masculino quanto no feminino quando houver grupos mistos, para não reforçar a invisibilidade feminina; não se deve separar 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 47/49 as filas ou lista de presença por meninas e meninos; deve-se promover brincadeiras e jogos em conjunto. Essas são algumas das mudanças possíveis propostas por uma educação não sexista em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Podcast Ouça o podcast. Nele, falaremos sobre as divisões estabelecidas entre a masculinidade e feminilidade, que são carregadas de valores que se baseiam em um modelo de sociedade patriarcal. Explore + Assista: Mulheres desenhadas (2014), da ilustradora e comunicadora Raquel Vitorelo, disponível gratuitamente no Youtube, é um documentário que relata a falta de visibilidade para mulheres desenhistas no Brasil e no mundo. As sufragistas (2015), da diretora Sarah Gavron, disponível no YouTube, e entenda como ocorreu o importante movimento sufragista. É uma excelente pedida! Acorda Raimundo... Acorda! (1990), do diretor Alfredo Alves, também disponível gratuitamente no Youtube, é um curta onde podemos entender a relação com o dinheiro na casa de Raimundo e Marta e observar os momentos que o poder de um sobre o outro fica claro. Vale a reflexão! Leia: Por que devemos defender uma educação não sexista? A matéria está disponível no portal da Clandem, o interessantíssimo Comitê Latino-Americano e Caribenho de Defesa dos Direitos da Mulher. 14/04/2024, 12:21 Educação não sexista https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 48/49 Informe Brasil gênero e educação. O trabalho é desenvolvido pela organização Ação Educativa, com colaboração da organização Comunicação e Sexualidade (Ecos) e do Centro de Referência às Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae (CNRVV). Vale a pesquisa! Referências AGÊNCIA BRASIL. No Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada quatro horas. Publicado em: 7 mar. 2023. Consultado na internet em: 6 abr. 2023. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 1949. BUTLER, J. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010. CORREA, M. Não se nasce homem. Encontros Arrábida. Trabalho apresentado no Encontro “Masculinidades/Feminilidades”, Portugal, 2004. 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