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14/04/2024, 12:21 Educação não sexista
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 1/49
Educação não
sexista
Profa. Fernanda Moura
Descrição
Você aprenderá sobre a escola como sendo uma das instituições que
colabora com a apreensão e incorporação de papéis criados social e
culturalmente, por meio da oferta de uma educação diferenciada para
jovens.
Propósito
Abordar a escola como um espaço onde meninos e meninas são
educados de forma diferente nos permite encontrar uma das bases para
as desigualdades de gênero. Além disso, pensar sobre essa educação
diferenciada por gênero contribui para refletirmos sobre os papéis
sociais considerados “naturais” e para compreendermos de que maneira
uma educação não sexista pode enfrentar esse modelo desigual e
hierárquico.
Objetivos
Módulo 1
Desigualdade de gênero
14/04/2024, 12:21 Educação não sexista
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Reconhecer as discussões sobre o conceito e as desigualdades de
gênero.
Módulo 2
Rosa ou azul: educação sexista e
desigualdades de gênero
Identificar as formas como as desigualdades de gênero se
apresentam no ambiente educacional.
Módulo 3
Por uma educação não sexista
Identificar o papel de uma educação não sexista no enfrentamento às
desigualdades de gênero.
Introdução
Você já parou para pensar na educação escolar que nós
recebemos e como ela é repleta de valores e regras sexistas? Por
exemplo, o uso de frases como “Feche as pernas, menina!” ou
“Meninos não choram!” reforçam estereótipos de uma
masculinidade insensível e de uma feminilidade tolhida. Outro
exemplo é quando, mesmo diante de uma maioria expressiva
feminina, a linguagem masculina prevalece. É “o professor”, “o
aluno”, “o diretor”. E quando as brincadeiras e as atividades
delimitam os papéis sociais para cada gênero? Pois é, fica fácil
perceber que meninas e meninos recebem uma educação
diferenciada, sendo educadas e educados, muitas vezes, a partir
de valores que concebem o homem e a mulher como desiguais.
Na escola, essas desigualdades tornam-se latentes, já que há
grande número de crianças que trazem pré-conceitos, frutos de
concepções dos papéis masculinos e femininos, possibilitando

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conflitos e discriminações. A escola, portanto, está inserida
nessa construção desigual baseada nos gêneros. E, a depender
de sua atuação, colabora na perpetuação desse modelo, ao não o
questionar ou atuar para modificá-lo. Assim, a escola pode
representar um espaço sexista e discriminatório, com métodos
que refletem a lógica binária e hierárquica de gênero.
Nesse sentido, é um desafio urgente e atual do campo
educacional pensar e articular uma educação não sexista, que
faça frente ao modelo ainda hegemônico baseado nas
desigualdades de gênero.
1 - Desigualdade de gênero
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer as discussões sobre o conceito e as
desigualdades de gênero.
Gênero: desnaturalizando os papéis
Você já percebeu que desde o nascimento ou até mesmo antes dele a
família e a sociedade já têm expectativas diferentes para meninas e
meninos?
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Os chamados chás de revelação evidenciam e reforçam as diferentes expectativas decorrentes dos
estereótipos de gênero.
Primeiro, há toda uma expectativa sobre a descoberta do sexo do bebê.
A partir de então, inicia-se uma série de delimitações para o que a
sociedade considera como características masculinas e femininas.
Características essas que são fundamentalmente formadas e
reforçadas no ambiente escolar. Dessa forma é que discutiremos sobre
o conceito de gênero, relacionando-o com as práticas e pedagogias
sexistas que ainda prevalecem na escola.
Certamente, você já ouviu alguma alusão ao conceito de gênero.
Segundo as Ciências Sociais, a definição é a “construção social do sexo
anatômico” (GDE, 2009, 39).
Para compreendermos melhor essa definição, é preciso olharmos para
duas dimensões:
Dimensão biológica
Dimensão social
Isso significa pensar a formação do indivíduo a partir do prisma de que
existem elementos que nascem conosco, que pertenceriam ao plano
biológico e outros que são constituídos a partir da nossa vida coletiva,
da nossa interação social e do que aprendemos com essa vivência.
O conceito de gênero enquadra-se na distinção que
delimita papéis referentes a masculino e feminino.
Essa delimitação não pertence à ordem biológica ou
natural, mas ao campo da construção social e ocorre
desde o nosso nascimento.
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A forma como essa construção é realizada e nos é apresentada ao
longo da vida, muitas vezes, faz parecer que essa diferenciação de
papéis é algo natural e/ou imutável. Isso significa que aprendemos que
nossas habilidades e características individuais são inatas, ou seja, que
nascem conosco. Essa ideia é ampliada para os gostos, as trajetórias
profissionais, o campo da sexualidade etc. E o que o conceito de gênero
faz é questionar essa naturalização dos papéis sociais, ao mesmo
tempo em que apresenta como eles são desiguais e hierárquicos.
Além disso, pensar sobre a perspectiva de gênero nos permite perceber
como a sociedade estabelece e constrói um modelo que determina:
Escolhas pro�ssionais
Formas de falar
Relações com os corpos
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Expressões
Brincadeiras
Possibilidades de sermos e existirmos nessa sociedade
De acordo com esse modelo, baseado na lógica binária de gênero, ao
feminino, são determinadas características vinculadas à afetividade e
sensibilidade e, ao masculino, à racionalidade e força. Importante
sempre sublinharmos que essa divisão é construída, aprendida e
ensinada em diversos espaços de nossa sociedade, em especial, na
escola.
Vale ainda lembrar que o conceito de gênero está diretamente ligado à
atuação dos movimentos de mulheres e feministas no século XX, que,
na luta contra o patriarcado e o sexismo, desenvolveram análises e
teorias que explicam o modelo social, econômico e político vigente.
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Integrantes do movimento sufragista segurando uma placa com a frase “Votos para mulheres”,
reivindicando o direito das mulheres ao voto, durante a primeira metade do século XX.
Dessa forma, estudos de gênero ou sob a perspectiva de gênero
oferecem maior percepção acerca das desigualdades existentes entre
homens e mulheres e como estas são oriundas de processos de
diferenciação de papéis sociais hierárquicos e aprendidos ao longo de
nossas vidas.
Vejamos agora algumas categorias importantíssimas. Vamos lá!
Sexismo
Trata-se da discriminação baseada no sexo. Assim, uma educação
sexista baseia-se em estereótipos, e reforça as desigualdades e
discriminações entre os sexos.
Patriarcado
Trata-se da manifestação e institucionalização do domínio dos homens
sobre mulheres e crianças.
Feminismo
Trata-se do movimento social que luta pela emancipação feminina e
pela igualdade.

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Visitando categorias
Neste vídeo, faremos um levantamento sobre as principais categorias
dos debates de educação não exista.
A atualidade e a importância das
discussões de gênero
Agora que já exploramos um pouco o significado do conceito de gênero,
é importante pensarmos sobre como a distinção de gênero é construída
ao longo de nossas vidas.
Desde que nascemos, somoseducados para conviver em sociedade.
Temos contato com diversos grupos sociais e instituições, como a
família, a escola, o clube, a igreja etc. E em todos esses grupos nos
ensinam de maneira distinta o que é “de menino” e o que é “de menina”.
Nos ensinam isso, por exemplo, por meio de brinquedos e atividades de
lazer.
Conforme crescemos, vamos aprendendo também atitudes e gestos
tipicamente masculinos ou femininos. Essa diferenciação vai se
transformando em desigualdade, especialmente desigualdade de poder
entre homens e mulheres. A desigualdade de gênero inclui, portanto, o
acesso diferenciado às oportunidades de escolaridade, de participação
política, de carreira, dentre outros.
Desde o século XX, vemos a luta das mulheres se efetivarem pela
conquista de direitos e desde então vem se ampliando a participação
feminina nos diversos campos da vida social. Mas esse processo
permanece em curso e as desigualdades de gênero ainda são inúmeras.
As diferenças salariais entre homens e mulheres, por exemplo, é
enorme! Mesmo ocupando os mesmos postos e posições, as mulheres
seguem ganhando menos.
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A diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função ainda é uma
discriminação bastante evidente.
As mulheres também ocupam menos as posições de chefia e são as
principais responsáveis pelos trabalhos domésticos, realizando
múltiplas jornadas.
Mães solo, por falta de oferta e/ou acessibilidade às instituições que se responsabilizem pela
criança durante todo o expediente, são forçadas a trazer seus filhos para o trabalho, o que pode
prejudicar sua produtividade e limitar suas oportunidades de carreira.
A paridade de gênero é uma meta dos organismos internacionais, mas,
segundo dados do World Economic Forum (2023), só há possibilidade de
alcançá-la em no mínimo 100 anos. Anualmente, o fórum realiza um
estudo que compara a paridade de gênero entre 153 países. Segundo o
relatório de 2023 do fórum, os países nas melhores posições são:
Nicarágua, Nova Zelândia, Irlanda, Espanha, Ruanda e Alemanha. O
Brasil ocupa o 92º lugar e apresenta uma das maiores desigualdades de
gênero da América Latina.
As desigualdades de gênero fazem parte de um ciclo
em que o fato de mulheres ocuparem poucos espaços
de poder e de liderança se entrelaça com a dificuldade
de mudanças e melhorias referentes à vida das
mulheres, seja na esfera pública ou no ambiente
familiar.
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Ao tratar do enfrentamento às desigualdades de gênero, torna-se
essencial pensar na ocupação da esfera política pelas mulheres. No
entanto, no Brasil, essa ainda é uma realidade distante. Em 2023, dos
523 deputados, apenas 90 são mulheres. Isso significa que as mulheres
não ocupam nem 20% da Câmara Federal.
Composição da Câmara Federal em 2023.
Outro ponto importante referente a esse ciclo da desigualdade de
gênero é o da sua relação com o quadro de violência contra as
mulheres. De acordo com o boletim Elas vivem: dados que não se calam,
que foi lançado em 2023 pela Rede de Observatórios da Segurança, no
Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada 4 horas. (AGÊNCIA
BRASIL, 2023). .
A violência contra as mulheres persiste como uma questão social generalizada e profundamente
enraizada.
Portanto, o país figura entre os locais mais inseguros para as mulheres e
está no topo do ranking de feminicídio, que é o assassinato de uma
mulher pela simples condição de ser mulher. Esses dados possuem
estrita relação com as relações de poder desiguais e hierárquicas de
gênero que aprendemos cotidianamente.
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Desigualdade de gênero: a base da
violência
Vimos até aqui que a desigualdade entre homens e mulheres ainda é
muito forte em nossa sociedade. Ela se apresenta de muitas formas,
com a divisão sexual do trabalho que responsabiliza as mulheres pelas
tarefas domésticas, passa pela baixa representação política e tem sua
expressão mais dura através da violência sexista.
Em geral, as agressões, que se manifestam de inúmeras formas, estão
relacionadas a uma tentativa de demonstração do poder dos homens
sobre as mulheres e tentam ser erroneamente justificadas por esses
homens, que relatam: comportamentos considerados inadequados – de
acordo com os papéis de gênero previamente definidos – por parte
dessa mulher ou alguma tarefa, que sob seu viés machista, ela deveria
ter feito e não fez.
Atenção!
Esse é um tema delicado e difícil de ser abordado com as próprias
vítimas, pois, na maioria das vezes, acontece entre pessoas muito
próximas. Os agressores das mulheres costumam ser seus maridos,
namorados, pais, parentes, colegas de trabalho. É importante dizer que
todas as mulheres são afetadas pela violência sexista, mas algumas
são afetadas por situações que envolvem dependência financeira ou por
O que é uma violência
sexista?
Resposta
É a violência que a mulher sofre
simplesmente por ser mulher e que é
cometida por um homem.

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discriminação devido à raça, religião, orientação sexual, e assim,
acabam mais expostas.
A base dessa violência também está em uma noção de subordinação,
de dependência, de inferioridade das mulheres. Mas de onde vem essa
ideia? Por que alguns homens agem como se as mulheres fossem suas
propriedades? Por que muitas delas se calam diante de situações de
violência?
A construção das características masculinas e femininas que leva à
desigualdade é um dos pontos que nos ajudam a desenvolver essa
percepção, mas a principal chave está nas relações de poder dos
homens sobre as mulheres que se estruturam a partir das
desigualdades de gênero.
A violência sexista pode tomar diversas formas: violência física,
psicológica, sexual, doméstica ou não, assédio sexual etc.
Como as inúmeras formas de
violência sexista se mantém
constantes ainda nos dias de
hoje?
Resposta
Muitos fatores contribuem para se manter a
violência contra as mulheres, dentre eles a
impunidade dos agressores, o silêncio das
mulheres agredidas e a transformação das
vítimas em culpadas. Para entendermos
esse quadro, também é importante
sabermos que, durante muito tempo, esse
tipo de violência foi considerado um
problema do mundo privado, da família, das
relações afetivas. Afinal, quem nunca ouviu
“Em briga de marido e mulher ninguém mete
a colher”? E foi pela ação dos movimentos
de mulheres no Brasil que esse tema tem
sido debatido no espaço público, sendo

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A frase “O silêncio é cúmplice da violência” vem sendo o mote das
ações para que se denunciem os agressores. E o número de denúncias
vem crescendo, apesar de todas as dificuldades que envolvem o ato de
denunciar.
O 180, canal direto para denúncias, é um importante
instrumento de combate a violência contra as mulheres.
Denunciar as situações de violência é uma ação fundamental para o fim
da impunidade dos agressores. Por isso, é muito importante encorajar
as mulheres a denunciar e buscar apoio o mais cedo possível. Como
disse Maya Angelou, “Toda vez que uma mulher se defende, sem nem
perceber que isso é possível, sem qualquer pretensão, ela defende todas
as mulheres” (UN WOMEN, 2022).
Vejamos agora os tipos da violência de gênero. Vamos lá!
Ocorre em casa, no ambiente doméstico ou é exercida por uma
pessoa que mantém uma relação de parentesco, afetividade, um
envolvimento amoroso ou que vive junto com a mulher vítima da
violência.
Mulher segurando um cartaz durante um protesto com afrase:
“Não quero flor, quero que parem de nos matar”.
tratado como um tema político que precisa
de políticas públicas e ação do Estado.
Violência doméstica 
Violência física 
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Qualquer ato que cause danos à integridade física da mulher,
como: bater, atirar objetos, queimar, beliscar, sacudir, estrangular,
esfaquear.
Mulher segurando um cartaz durante um protesto com a frase: “A
violência deixa marcas. Não vê-las, deixa feminicídios”.
Qualquer conduta que implique prejuízo à saúde psicológica, à
autodeterminação ou ao desenvolvimento pessoal da mulher,
como: humilhar, isolar, infantilizar a mulher, dizer que ela não é
capaz, isolar do convívio social e familiar, manipular, xingar.
Várias mulheres seguram uma facha durante um protesto com a
frase: “Violência psicológica também é violência”.
Ocorre quando a mulher é obrigada a manter relações sexuais ou
qualquer outro tipo de contato sexual contra a sua
vontade/desejo. Pode ser feita pelo uso da força, de chantagens,
manipulação, emprego de arma de fogo etc. Pode ser praticada
por desconhecidos ou conhecidos, podendo ocorrer, inclusive,
entre casais de namorados, marido e esposa.
Violência psicológica 
Violência sexual 
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Várias mulheres seguram cartazes durante um protesto contra a
cultura do estupro com as frases: “Vandalismo é ficar quieta
diante do machismo”, “Eu tinha 5 anos, a culpa não é da vítima” e
“A culpa nunca é nossa”.
Qualquer ato de violência que implique dano, perda, subtração,
destruição ou retenção de objetos e documentos pessoais, bens
e valores da vítima.
Menina segurando um cartaz durante um protesto com a frase:
“Violência patrimonial é crime”.
Compreender que o quadro de violências e os dados assustadores de
feminicídio e de violência de gênero possuem ligação direta com as
relações de poder estabelecidas e com a construção social dos papéis
de gênero é fundamental para enfrentar e modificar essa realidade. Para
isso, torna-se essencial debater o papel da escola e de uma educação
não sexista.
Gênero e desigualdade de gênero
Neste vídeo, falaremos sobre a atualidade e complexificação do debate
sobre gênero e a desigualdade de gênero sob ótica da violência.
Violência patrimonial 

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A escola e a produção/reprodução
dos valores sexistas
Desde muito jovens, os indivíduos são educados para representar
papéis criados social e culturalmente, papéis esses que, pelo costume,
parecem “naturais”. Esses papéis são aprendidos em diversas relações
e por meio das instituições onde nos socializamos, dentre elas, a escola.
Assim, meninos e meninas vêm sendo educados de forma diferente e,
nessa educação diferenciada, encontramos muitos elementos que
sustentam as desigualdades entre os gêneros.
Quando falamos em igualdade entre os gêneros, partimos da
compreensão que, em nossa sociedade, as diferenças entre homens e
mulheres são comumente remetidas ao sexo, às características físicas,
tidas como naturais e imutáveis. Com base em definições do que é ser
homem ou mulher, edifica-se um sistema de discriminação e exclusão
entre os sexos que comporta vários estereótipos.
Em nossa sociedade, o feminino e o masculino são
apresentados como categorias opostas, excludentes e
hierarquizadas, nas quais a mulher, os valores e os
significados femininos ocupam posição inferior.
A diferença de gênero ainda é muito presente na educação de uma
forma geral. A ideia de que, ao homem, cabe o “público” e, às mulheres,
o “privado” ainda existe e é amplamente reproduzida. A escola, como
instrumento de educação que é, ainda faz circular muito desses
significados em suas práticas e cotidiano. A escola como instância
social é dotada de instrumentos de produção/reprodução dos valores
sexistas e de instrumentos que operam por meio de categorias
simbólicas.
Assim, ao pensar a igualdade e democratização do ensino escolar, não
se pode ignorar o enfoque das relações de gênero, desde as políticas
educacionais até as trajetórias de estudantes, o desenvolvimento de
currículos, a análise dos livros didáticos e dos recursos pedagógicos, a
formação de professores e os temas que dizem respeito à identidade
docente.
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Você já parou para se questionar se realmente existe problema no fato
de meninas e meninos usarem rosa, azul e todas as outras cores sem
distinção? De ambos praticarem o esporte de que mais gostam, livres
dos rótulos de que futebol é para meninos e balé para meninas? Já
percebeu que, muitas vezes, na escola, acabamos reforçando esses
valores de competitividade e desigualdade? Quando, por exemplo,
separamos a fila de meninos e meninas, e estimulamos os meninos a
praticarem esportes coletivos que exigem esforços físicos e às meninas
incentivarmos brincadeiras passivas e, na maioria das vezes, ligadas às
tarefas domésticas.
Meninas ainda são mais estimuladas a brincadeiras passivas e ligadas às tarefas domésticas do
que os meninos.
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Meninos ainda são mais estimulados a praticarem esportes coletivos que exigem esforços
físicos do que as meninas.
Muitos desses mitos, à primeira vista, parecem basear-se nas diferenças
biológicas entre os sexos, ou seja, conforme nascemos homem ou
mulher, espera-se que tenhamos comportamentos diferentes e,
geralmente, opostos: rude/meiga ou forte/frágil. Mas o que de fato essa
lógica estabelece e perpetua são as desigualdades.
Lidar com as diferenças sem transformá-las em
desigualdades é um dos grandes desa�os dos
pro�ssionais em sala de aula.
Os docentes têm tido um papel destacado em lutas históricas, das quais
temos obtido grandes conquistas. No entanto, ainda é pequeno o
trabalho desenvolvido sob a perspectiva de gênero para potencializar a
educação como um verdadeiro instrumento de democracia e equidade
para o futuro que desejamos. Só assim a escola poderá contribuir para
uma maior igualdade no conjunto da sociedade, à medida que caminhar
em direção a uma educação não sexista, que contribua para a
superação de preconceitos e a construção de pessoas comprometidas
com a igualdade de direitos.
Naturalização e negação do sexismo

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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 19/49
Neste vídeo, falaremos sobre algumas práticas sexistas que são
cristalizadas em nossa sociedade por meio do patriarcado e a violência
de gênero.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Mesmo com as conquistas do ponto de vista legal, por exemplo,
com a Lei Maria da Penha, a violência e as desigualdades de gênero
ainda persistem no Brasil. Essa realidade está relacionada com o
sexismo presente no sistema educacional do país. Para transformar
essa realidade, é necessário
A
reforçar o conceito de gênero nas escolas e a
divisão dos papéis sociais hierárquicos por ele
estabelecida.
B
erradicar da grade curricular da educação brasileira
qualquer debate de gênero.
C
garantir o acesso a uma pedagogia que apresente
as desigualdades de gênero e suas consequências.
D realizar campanhas a favor da violência de gênero.
E
criar mais leis que desconsiderem as desigualdades
de gênero.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Uma pedagogia que considere a perspectivade gênero, certamente,
contribuirá para uma maior igualdade no conjunto da sociedade. O
caminho em direção a uma educação não sexista e pela superação
de preconceitos é fundante para uma sociedade constituída por
pessoas comprometidas com a igualdade de direitos, equidade e
empatia.
Questão 2
Assinale a alternativa correta quanto às práticas discriminatórias e
sexistas no âmbito escolar.
Parabéns! A alternativa B está correta.
A construção social dos papéis de gênero, que ocorre
cotidianamente no ambiente escolar, guarda relação direta com as
práticas discriminatórias e sexistas que são desenvolvidas nesses
A
O debate sobre questões de gênero na escola não
guarda consonância com os princípios legais de
igualdade.
B
As práticas sexistas no ambiente escolar atuam
para a construção social dos papéis de gênero e
para as desigualdades decorrentes desse modelo.
C
A ocorrência de violência doméstica na família de
alunos é somente de interesse das autoridades
policiais.
D
A ausência de diversidade de gênero entre os
profissionais diz respeito aos méritos individuais no
âmbito escolar.
E
O sexismo e as questões de gênero são temas que
dizem respeito a crenças individuais.
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ambientes. As desigualdades de gênero estão relacionadas a como
esses papéis hierárquicos são construídos e perpetrados.
2 - Rosa ou azul: educação sexista e desigualdades de gênero
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as formas como as desigualdades de
gênero se apresentam no ambiente educacional.
Rosa para meninas e azul para
meninos?
Tradição x Mudanças sociais
Neste vídeo, falaremos sobre como se deu a dinâmica entre tradições e
mudanças sociais nas sociedades ao longo da história.

14/04/2024, 12:21 Educação não sexista
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 22/49
As construções dos papéis de gênero se dão em muitas esferas da vida
social e se iniciam antes mesmo do nascimento da criança. Primeiro,
tem-se a corrida para revelar o sexo do bebê, depois, com a descoberta,
o início do processo de atribuir características, comportamentos e
cores.
Para as meninas, fragilidade, sensibilidade, necessidade de serem
comportadas e usarem a cor rosa. Para os meninos, força, necessidade
de terem muitos amigos, de serem espertos e usarem a cor azul. Muitas
vezes, ao chegarem à escola, as crianças já trazem essa lógica, que se
traduz no cotidiano por meio de comportamentos e ideias sexistas.
O Projeto Azul, JeongMee Yoon, 2006.
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O Projeto Rosa, JeongMee Yoon, 2007.
É importante nos perguntarmos: de onde vem tantas diferenças para
meninos e meninas? O que se espera dessas distinções? E quais são as
consequências para a sociedade?
Para respondermos a essas questões, é necessário refletirmos sobre os
valores que estruturam nossa sociedade e em que modelo econômico,
político e social eles se baseiam.
Resumindo
A sociedade patriarcal se organiza a partir da superioridade e da
dominação dos homens sobre as mulheres. Esse modelo é o pilar que
sustenta essas diferenças de papéis para meninos e meninas. Além
disso, com essas distinções, o que se espera é a dominação masculina
e a submissão feminina.
Quanto às consequências, podem ser percebidas todos os dias em
nossas vidas, seja nos altos índices de violência contra as mulheres, na
diferença salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma
função e no fato de que ainda cabe quase que exclusivamente às
mulheres as funções relacionadas a tarefas domésticas. Então, surge
uma nova questão: qual é o papel da educação escolar diante desse
cenário de desigualdades?
Para que a escola não contribua para formação ou aumento das
desigualdades em seu cotidiano, em suas práticas pedagógicas,
atividades, em seus materiais e em suas relações, é importante que haja
reflexão e abordagem da perspectiva de gênero.
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O espaço escolar deve explorar a distinção entre as
questões biológicas, físicas e anatômicas que
diferenciam meninos e meninas, bem como as
questões referentes ao campo das características, dos
papéis e das oportunidades que são socialmente
construídas.
Nesse sentido, cabe à escola pensar sobre as diferenças ligadas ao
sexo, que se restringem a órgãos genitais, aparelhos reprodutivos e
função na reprodução humana, e compreender o porquê dessas
diferenças se traduzirem em desigualdades sociais.
Dessa forma, a escola pode se tornar um espaço questionador do
modelo sexista ao apresentar os elementos relacionados ao sexo e
gênero como uma representação da construção sociocultural, que varia
de acordo com ambiente e tempo histórico, sendo passível de
transformações a todo momento. Uma experiência interessante para
pensar sobre essas mudanças é recorrer ao dicionário e buscar como
as mesmas palavras sobre essa temática já tiveram significados
diferentes.
Ao procurarmos em um dicionário do século XX a definição de “mulher”,
encontraremos textos como: “pessoa do sexo feminino”, “esposa”,
“senhora”. Agora, ao procurarmos a definição de “homem”, em geral,
encontraremos: “espécie humana”, “humanidade”, “ser humano do sexo
masculino”, “varão”. Notem que, para os homens, a definição é
abrangente, sendo, inclusive, sinônimo de humanidade; enquanto, para
mulheres, a definição é limitadora e atrelada ao casamento com um
homem.
Um exercício interessante é comparar diferentes definições para as mesmas palavras em
dicionários do século XX com os atuais.
Agora, se fizermos essa mesma busca em dicionários atuais,
encontraremos novas definições. Para a mulher, é possível encontrar
textos como: “pessoa com identidade feminina, independente do estado
civil” e para o homem, “ser humano que se identifica com o universo
masculino”. Fica evidente a ressignificação das palavras, sendo esse
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novo cenário fruto das inúmeras batalhas travadas em prol da equidade
de gênero e em diversas frentes, inclusive, a educacional.
Desconstruindo velhos signi�cados e
construindo novos
Já exploramos até aqui a forma como as sociedades, sobretudo, a
brasileira, são estruturadas, utilizando-se de um modelo binário de
gênero, atrelado a características, funções e responsabilidades
específicas para homens e mulheres ao longo de suas vidas – individual
e coletiva. Características essas que tendem a reforçar um gênero sobre
o outro – masculino sobre o feminino.
Também abordarmos que a educação escolar tem se apresentado
como um polo fundamental para modificar essa realidade e, para isso,
destaca-se a educação não sexista, que busca igualdade, respeito e
conscientização dos papeis de gênero, não os atribuindo quaisquer
estereótipos.
A construção social dos papéis de gênero que ocorre no patriarcado
qualifica a mulher como submissa ao homem. Alguns exemplos da
realidade brasileira nos ajudam a compreender a atualidade desse tema.
Exemplo
Licença paternidade x licença maternidade: enquanto o pai tem direito a
20 dias para ficar em casa, a mãe tem de quatro a seis meses. Assim,
determina-se quem é o principal cuidador dessa criança. No caso, a
principal cuidadora. Você consegue imaginar um cenário diferente?
A divisão dos papéis de meninas e meninos começa na infância e o
momento da escola evidencia bastante isso. Desde cedo, aprende-se
que os meninos jogam futebol e as meninas fazem dança, por exemplo.
E quem não se permite ser enquadrado nesses papéis polarizados tende
a ser discriminado.
Atenção!
A ideia de que homens não choram e de que não devem demonstrarsentimentos ainda é repercutida nas escolas sob lógica sexista. Quando
isso acontece, esses homens são apontados como homossexuais e
recebem o carimbo de diversos estereótipos. Sabe-se que, quando os
sentimentos são reprimidos, podem ser gerados inúmeros transtornos
afetivos no desenvolvimento emocional.
Há a possibilidade da formação sexista impactar os relacionamentos e
o desenvolvimento de uma agressividade masculina, uma vez que esses
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sujeitos não aprenderam a se expressar quando criança.
Uma educação não sexista oferece espaço, ferramentas e incentiva
essa expressão masculina de sentimentos e emoções.
A equivocada e perigosa ideia de que homens não choram ainda é amplamente repercutida em
nossa sociedade atualmente.
Em contrapartida, as escolas devem explorar a ideia de que as mulheres
podem ser fortes. Essa é uma forma de fazer com que as meninas
cresçam estimuladas a não desistirem e, principalmente, a não
dependerem de algo ou alguém.
Se são formadas na lógica da fragilidade, elas terão maior dificuldade de
encarar determinadas situações, pois são consideradas fracas e
delicadas demais. Uma das consequências mais diretas e perigosas é,
na fase adulta, elas podem apresentar extrema dificuldade para resolver
seus problemas sozinhas, pois foram ensinadas a depender de
terceiros.
A equivocada e perigosa ideia de que mulheres são fracas ainda é amplamente repercutida em
nossa sociedade atualmente.
A lógica de mulheres na esfera privada – cuidando da casa – e homens
na esfera pública – trabalhando fora dessa casa para manter essas
mulheres – vem sendo amplamente questionada, mas ainda é
reproduzida.
Quando, por exemplo, o filho ajuda o pai no trabalho e sua filha faz o
almoço, isso é a reprodução de uma atitude sexista. Nesse momento,
você direciona as crianças para suas respectivas “caixinhas”. Quando
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você briga com o menino por ele querer o ajudar em uma tarefa
doméstica, isso fortifica os papéis de gênero e não trabalha a igualdade.
Assim, essa atitude passará de geração a geração adotando a mesma
criação para as futuras crianças dessa família. O mesmo ocorre no
ambiente escolar, práticas e atitudes que reproduzem esse modelo e
direcionam meninos e meninas para os estereótipos preconizados pela
sociedade.
Como lidar com velhos signi�cados?
Neste vídeo, falaremos sobre algumas tradições e significados sexistas
na sociedade brasileira, e como é possível desconstrui-los e assumir
posições críticas no ambiente escolar.
Desa�os para uma educação não
sexista
Um dos pontos abordados em nosso estudo foi o da importância da
ocupação dos espaços de poder e de representatividade pelas
mulheres, bem como a relação que esse fenômeno possui diante do
enfrentamento das desigualdades de gênero ainda presentes em nosso
país. Isso significa que é central termos mais mulheres, por exemplo, na
política, mas também expressa a necessidade de a escola trabalhar
para fortalecer nossas figuras femininas.
Será que existem, por exemplo, poucas mulheres citadas nos livros
didáticos por que elas não tiveram participação importante nos
acontecimentos históricos? Mas então, o que dizer de nomes como:
Bertha Lutz, Anita Garibaldi, Maria Lacerda de Moura, Xica da Silva, Lélia
Gonzalez, Carolina Maria de Jesus, Chiquinha Gonzaga, Olga Benário,
Nísia Floresta, Sueli Carneiro, Zuzu Angel, Margarida Alves e muitas
outras?

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Pois bem, essas são só algumas das muitas mulheres que muito
contribuíram para a história do país, participando de diversas lutas:
contra a escravidão; em prol da independência; contra a ditadura militar;
em prol do direito ao voto; contra o racismo, em prol dos direitos
trabalhistas, entre tantas outras lutas que tratam dos direitos das
mulheres. Contudo, você já deve ter observado, que, dificilmente, quando
estudamos os acontecimentos históricos, ouvimos falar dessas
mulheres. Por que será que quase não ouvimos falar desses nomes em
sala de aula?
Quando estudamos os acontecimentos históricos,
pouco ouvimos falar de mulheres. É importante nos
perguntarmos se isso ocorre devido ao fato de
mulheres não terem tido uma participação importante
nos acontecimentos históricos ou simplesmente por
uma tentativa de apagamento da importante atuação
feminina.
Quando identificamos que a resposta para essa questão é a busca pelo
apagamento, caminhamos para compreender também que a nossa
história quase sempre é contada da perspectiva do homem branco.
Desse modo, nossa formação é pautada e direcionada para que
admiremos os feitos dos homens, apresentados como os grandes
conquistadores. Um exemplo desse modelo é termos estudado Pedro
Álvares Cabral, Cristóvão Colombo, Tiradentes, entre tantos outros como
descobridores e heróis nacionais.
Assim, os homens são sempre apresentados como os líderes, em
posição de destaque; já as mulheres, estão nos papéis de retaguarda,
além de não serem valorizadas. E acabamos por não questionar a
invisibilidade da participação feminina nos acontecimentos históricos,
que se reflete em diversos setores sociais, desde o pequeno número de
ruas e bairros com nome de mulheres até o baixo número de mulheres
tidas como referência e exemplos para a sociedade.
Rua Patrícia Pagu Galvão, no Rio de Janeiro, é um dos poucos nomes de rua em homenagem a
importantes mulheres da história.
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Essa é apenas uma das formas como a educação sexista se apresenta
nas escolas e que fortalece as desigualdades, já que é nesse período
que as crianças estão no processo de absorver informações para
formar sua identidade.
Para minimizar a invisibilização da importante participação feminina nos acontecimentos históricos,
um projeto escolar realizado na Escola Dr. Jorge Lacerda, propôs que os alunos ilustrassem e
escrevessem a história de mulheres historicamente notáveis, Joinville (SC).
Estereótipos sexistas durante a formação escolar reforçam na criança
os preconceitos presentes na sociedade como um todo, fazendo com
que naturalizem a separação de meninas e meninos. Os docentes,
muitas vezes, acabam reforçando nas meninas a gentileza e doçura, e
nos meninos, a bravura e força. Até nas brincadeiras essa separação se
faz presente. As meninas são estimuladas a brinquedos relacionados à
casa, por exemplo, ferro de passar, cozinha e boneca, como se fosse
uma prévia da maternidade. Já os meninos são estimulados a
brincadeiras em grupos, refletindo a vivência de mundo, como futebol,
lutas e jogos de raciocínio.
Diante desse cenário, a educação, como um pilar importante na
formação do indivíduo, necessita de um olhar cuidadoso e coerente para
influenciar positivamente a sociedade com relação às desigualdades de
gênero. Nesse sentido, a pesquisa realizada no estado de São Paulo
(2009), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e
veiculada pela Fundação Palmares, comprova que 99,3% das pessoas
entrevistadas apresenta preconceito no ambiente escolar no Brasil. Os
números mostram que:
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96,5% dos entrevistados têm preconceito com relação
a pessoas com de�ciência
94,2% dos entrevistados têm preconceito étnico-racial
93,5% dos entrevistados têm preconceito de gênero
91% dos entrevistados têm preconceito de geração
87,5% dos entrevistados têm preconceito
socioeconômico
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87,3% dos entrevistados têm preconceito com relação
à orientação sexual
75,95% dos entrevistados têm preconceito territorial
A pesquisa reafirma esse lugar da educação como um espaço ainda
permeado de preconceitos e estereótipos. Ao mesmo tempo, há enorme
potencial para a transformação dessa realidade, mas precisamos
entender que “não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”
(NGANGA, 2019, p. 22), como diria a filósofa Angela Davis. E isso não
vale só para questões raciais, mas para a ruptura de quaisquer
estereótipos trazidos pela sociedade machista e patriarcal, que tende a
reproduzir uma educação sexista e tão nociva aos nossos jovens.
Desa�o da educação não sexista
Neste vídeo, falaremos sobre a experiência, através de um depoimento
de um docente, no âmbito da educação não sexista.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Partindo da compreensão de sexismo como uma prática
discriminatória, leia as afirmativas abaixo:
I. Separar fila de menino e menina.
II. Dizer para um aluno: “Pare de chorar igual mulherzinha!”
III. Distinguir brinquedo de menino e de menina.
IV. Trabalhar nas aulas as heroínas da história do país.
V. Dizer para uma aluna: “Comporte-se como uma mocinha!”
Das afirmativas acima, quais as práticas escolares que evidenciam
a lógica da compreensão de sexismo como prática discriminatória?
Parabéns! A alternativa D está correta.
Explorar a história das mulheres e seus feitos é trazer
representatividade e uma forma tanto de exaltar a atuação feminina
na história do país como de enfrentar o apagamento que o modelo
sexista realiza.
Questão 2
A As afirmativas I, II, III e IV.
B As afirmativas II, III, IV.
C As afirmativas IV e V.
D As afirmativas I, II, III, V.
E As afirmativas III e IV.
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No cotidiano escolar, são comuns situações de discriminação e de
desrespeito a questões de gênero. Para romper com a perpetuação
dessas ações, é esperado que a escola
Parabéns! A alternativa E está correta.
Abordar de diferentes formas as desigualdades de gênero é uma
das tarefas de uma educação não sexista e que se propõe a
transformar esse modelo. Para isso, é preciso novos materiais
didáticos, práticas pedagógicas e muito diálogo entre todos no
ambiente escolar.
A separe em sala de aula os grupos por gênero
B
trabalhe conhecimentos religiosos para converter
alunos LGBTQIAP+.
C busque impor a lógica binária dos gêneros.
D
promova discussões que façam os estudantes
identificarem que o binarismo de gênero é o correto.
E
use o diálogo como instrumento de inclusão e de
enfrentamento ao sexismo.
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3 - Por uma educação não sexista
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car o papel de uma educação não sexista no
enfrentamento às desigualdades de gênero.
Mudanças são possíveis
Onde você vem guardando seu
preconceito?
Neste vídeo, falaremos sobre a importância de saber reconhecer os
nossos próprios preconceitos para podermos buscar ativamente
maneiras de superá-los.
Em uma educação não sexista, prevalece o princípio da igualdade diante
das questões de gênero e/ou orientação sexual. Isso se traduz no
cotidiano escolar a partir de uma série de atitudes, uso de materiais e
abordagens inclusivas, que consideram a diversidade e as
desigualdades.
Para isso, o educador tem papel essencial, que pode se materializar em
pequenos gestos, como:

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Atentar-se em não reproduzir discursos e atitudes segregacionistas.
Posicionar-se contra todas as formas de injustiça e discriminação.
Propiciar momentos de reflexão do educando em sua condição de
inacabamento da aprendizagem.
Defender com veemência o cumprimento dos direitos e deveres dos
jovens.
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Desenvolver projetos coletivos e interdisciplinares que favoreçam a
análise dos papéis sociais atribuídos aos sexos.
Romper com fundamentalismos científicos que discriminam a mulher.
Importante sinalizarmos que essa atuação não pode ser exclusiva dos
docentes, mas de todos os profissionais que atuam na escola. Isso
significa estar atento para, por exemplo:
Imagens que são veiculadas nos murais da escola.
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Realização de eventos para toda a comunidade escolar que aborde o
tema.
Organização de atividades externas à sala de aula em que não haja
distinção em filas para meninos e meninas.
Oferta de modalidades esportivas e brincadeiras para todos, sem
restrição por gênero.
Além dessa abordagem no ambiente escolar, é fundamental
registrarmos que elas devem ser acompanhadas de discussões no
campo político. Ou seja, da elaboração e aprovação de políticas,
diretrizes e programas educacionais que promovam a transformação da
educação, rumo a uma educação inclusiva, não sexista, não racista e
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não homofóbica, contribuindo assim para uma sociedade mais justa,
em que os direitos de todas as pessoas sejam respeitados.
Resumindo
Transformar o modelo ainda vigente exige determinação, atenção e
disposição. Para se contrapor a essa educação sexista, devemos evitar
grupos por sexo, fazer leituras críticas dos livros didáticos a partir da
perspectiva de gênero, analisar a realidade da sociedade brasileira e a
importância da mulher nessa sociedade, bem como romper com os
estereótipos que enclausuram homens e mulheres em mundos divididos
e em rígidos padrões de comportamento. Precisamos refletir também
sobre gênero em nossas práticas e instituições sociais.
É preciso pontuar que a transformação não ocorre por inércia ou por
acaso.
Se, hoje, as mulheres ocupam outros espaços e não
desempenham apenas o papel da esfera privada, ou
seja, dentro de seus lares, é porque setores do
movimento de mulheres questionaram e lutaram pela
igualdade de gênero, de forma que essas mulheres
também pudessem se destacar na esfera pública, ou
seja, exercendo atividades fora do âmbito familiar.
Parafraseando a cantora e compositora Sued Nunes, em sua canção
Povoada (2021), as mulheres têm em si mais de muitas, são uma, mas
não são/estão sós. Podem ser, portanto, professoras, médicas,
engenheiras e ao mesmo tempo chefes de seus lares. Uma coisa não
anula a outra!
Uma educação não sexista é uma
educação sem violência
Vimos algumas discussões sobre o conceito de gênero e sobre as
violências contra a mulher que decorrem do modelo patriarcal de
sociedade. Abordamos, brevemente, as inúmeras formas como essas
violências se apresentam – física, psicológica, sexual, dentre outras.
Vimos também que essas expressões de violência de gênero têm
relação direta com nossa formação educacional. Nesse sentido, a
escola apresenta-se como um dos espaços que essas violências
começam a ganhar forma. E, desde muito cedo, é possível
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encontrarmos indicativos e expressões dessas violências no ambiente
escolar.
Provavelmente, você já deve ter presenciado ou ouvido falar de algum
aluno que tentou beijar uma menina à força. Qual costuma ser a reação
do educador diante de uma situação dessas?
Na maioria das vezes, ignora-se e se deixa passar,como se nada tivesse
acontecido ou, muitas vezes, essa atitude é estimulada. Frases como
“Olha que bonitinho, vai pegar todas, vai ser um garanhão!” são bem
comuns, não é mesmo? A escola acaba reforçando aos meninos a ideia
de que atitudes como essa são normais, que as mulheres estão à
disposição deles para satisfazer as suas vontades
Torcedor que beijou uma repórter da ESPN sem o seu consentimento foi detido por
importunação sexual, 2022.
Dessa forma, esses meninos naturalizam levar esse tipo de
comportamento para suas futuras relações. Mas atente-se porque,
como diria o ditado popular, “é de pequenino que se torce o pepino!”.
Atenção!
Mesmo que isso aconteça na educação infantil, ou seja, envolvendo
estudantes na infância, é importante que o profissional em sala de aula
aproveite uma situação como essa para conversar com a turma,
alertando que tudo o que é feito à força é uma forma de violência, de
agressão. E mais, para duas pessoas se relacionarem, as duas devem
estar de acordo e sempre deve haver respeito à vontade de ambas. Caso
os estudantes em questão já não estejam mais na infância e sim
adolescência, o seu papel como docente é aproveitar o momento para
estimular um debate sobre as raízes e as estatísticas da violência contra
a mulher.
Vale destacarmos que a violência física, que é a mais explícita e
conhecida, não é a única forma de agressão contra mulheres. Existem
diversas outras maneiras e algumas delas podem passar despercebidas,
quando, por exemplo, um menino faz um comentário que deprecia
alguma menina, como: “Sua chorona, não aguenta nada!” e esse
comentário acaba sendo naturalizado e aceito socialmente, fazendo
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com que, muitas vezes, nem a própria vítima se dê conta de que está
sofrendo uma forma de violência.
Outra forma pela qual a violência contra a mulher costuma ser visível na
escola é quando as mães de alunos são vítimas de violência dentro de
casa.
Outra forma pela qual a violência contra a mulher costuma ser visível na
escola é quando as mães de alunos são vítimas de violência dentro de
casa.
Isso geralmente pode ser percebido por meio do
comportamento de alunos que vivenciam situações de violência
doméstica.
Por exemplo, esses jovens passam a se comportar de maneira
agressiva ou, ao contrário, ficam muito retraídos. Se o docente percebe
uma situação como essa, ele deve intervir, seja com campanhas
educativas, abordando o tema da violência contra a mulher e indicando
locais onde se pode procurar ajuda, ou ainda produzindo materiais em
diálogo com as famílias.
Ao notar sinais de que alunos são vítimas e/ou testemunhas de violência doméstica, o docente
deve intervir.
Por tudo isso, é importante revermos as práticas pedagógicas, a fim de
que possamos contribuir para uma cultura de igualdade entre os sexos,
combatendo e prevenindo a violência contra a mulher. Alguns caminhos
importantes para isso já foram mencionados, mas vale a pena serem
recuperados, como:
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Falar e valorizar as mulheres que fizeram e fazem história,
destacando suas contribuições.
Analisar junto com os alunos os papéis atribuídos socialmente
a mulheres e homens e a relação disso com a violência.
Não reproduzir na educação um modelo de feminino em que as
mulheres são colocadas como frágeis, meigas, sensíveis, bem
como um modelo masculino em que os homens são colocados
como fortes, corajosos, violentos.
Essas são algumas mudanças iniciais que podem ser realizadas e que
apontam para a construção de uma educação não sexista. Coloque-as
em prática!
Sexismo e violência
Neste vídeo, falaremos sobre as diferentes formas de agressão, que
reforçam e mantêm o constante clima de violência e conflito social na
sociedade.

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Explorando alternativas pedagógicas
Agora, vamos tratar de alternativas pedagógicas para se contrapor a
uma educação sexista. Por isso, exploramos o papel do educador e
mudanças possíveis de serem realizadas no ambiente escolar. Somado
a esses itens, temos a questão dos livros didáticos e materiais
pedagógicos. Você já reparou como determinados livros reproduzem os
estereótipos de gênero e outros preconceitos, como o racial, por
exemplo? Observe como existem diferenças, quantitativas e qualitativas,
em relação à imagem da mulher e do homem, como é constante a
aparição de mulheres ligadas às tarefas domésticas e dos homens a
profissionais bem-sucedidos.
Sabemos que, no dia a dia, muitas vezes, o docente não é o responsável
pela escolha dos livros que serão trabalhados na sala de aula, mas
ainda assim é importante que você mantenha um olhar crítico quanto a
eles, e sempre que possível questione essas situações com os alunos.
Por exemplo, peça para que cada um desenhe como é a sua casa,
observando que as situações dos livros não são regras.
Os livros didáticos devem ser percebidos como instrumentos eficazes na construção de um
mundo mais igualitário.
A construção de um mundo mais igualitário entre mulheres e homens
pode começar na escola e é um exercício diário, que pode se
materializar em pequenos gestos, como não diferenciar as cores e as
brincadeiras conforme o sexo, deixando, assim, que cada indivíduo
expresse seus desejos e desenvolva suas habilidades de forma livre de
estereótipos e discriminações.
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Se o livro didático adotado utiliza apenas referências masculinas,
inclusive na linguagem, é possível produzir matérias em sala que se
expresse tanto no masculino quanto no feminino, para, assim, não
contribuir com a invisibilidade feminina.
As listas de presença também devem ser mistas, deve
haver o estímulo a brincadeiras e jogos em conjunto,
combatendo a competição e rivalidade entre os sexos,
mostrando que ambos são capazes de realizar as
mesmas tarefas e funções. Mostrar que meninas e
meninos são iguais em direitos e obrigações é uma
atitude sempre muito bem-vinda!
Vale lembrar também da importância de se reconhecer a atuação das
mulheres nos mais diversos campos. E uma boa forma de dar
visibilidade aos feitos e conquistas das mulheres na história brasileira é
utilizar as datas de acontecimentos históricos e/ou de luta do
movimento feminista.
Hoje, há disponível uma série de materiais, como o Dicionário mulheres
do Brasil: De 1500 até a atualidade (SCHUMAHER; BRAZIL, 2000), que
auxilia esse trabalho e promove discussões ricas sobre a atuação
feminina e feminista no país.
Além disso, também é possível encontrar livros infantis e infantojuvenis
que contribuem para o rompimento de estereótipos de gênero, que
tratam de temas como a violência contra as mulheres em uma
linguagem adequada para cada idade, e outros materiais que abordam
as múltiplas facetas das questões de gênero.

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Dicionário mulheres do Brasil: De 1500 até a atualidade, Schuma Schumaher; Erico Vital Brazil,
2000.
Formando professores
Neste vídeo, falaremos sobre a importância do papel da formação de
docentes para a efetivação de uma educação verdadeiramente não
sexista.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Diante de uma educação sexista, que reforça estereótipos e
preconceitos, quais medidas podem ser adotadas a fim de se
contrapor a esse modelo?

A
Promover atividades sempre separadas por gênero,
como uma fila para meninos e outra para meninas.
B
Utilizar materiais que trabalhem o papel das
mulheres em nossa história, realizaratividades
mistas e jogos em conjunto.
C
Adotar livros didáticos e utilizá-los sem questionar
ou direcionar para outras abordagens possíveis.
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https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/07419/index.html?brand=estacio# 45/49
Parabéns! A alternativa B está correta.
A escola e seu cotidiano são caminhos para a construção de um
mundo mais igualitário entre mulheres e homens. Isso pode se
materializar a partir de recursos e pequenos gestos, como não
diferenciar as cores e as brincadeiras, promover jogos entre ambos
e utilizar materiais didáticos que explorem a figura feminina em
diversas frentes, inclusive, como agentes da história.
Questão 2
“Ser menino” ou “ser menina” é mais do que uma configuração
biológica. Há uma série de expectativas sociais e culturais,
escolhas e condutas envolvidas. A escola é um dos espaços onde
essas expectativas se materializam, especialmente por meio de
D
Separar brincadeiras e jogos por gênero para
preservar a integridade física dos estudantes
E
Desconsiderar qualquer indício de violência contra
meninas, pois a escola não deve intervir nesses
assuntos.
A
uma educação sexista, que atribui características e
comportamentos distintos para meninos e meninas.
B uma educação não sexista que promove a inclusão.
C
uma educação sexista, que considera as
desigualdades e busca superá-las.
D
uma educação não sexista, que desconsidera as
questões de gênero no ambiente escolar.
E
uma educação não sexista, que atribui
características e papéis sociais associados.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A educação sexista atua na formação dos papéis de gênero e no
reforço aos estereótipos. Ela é uma frente importante da
construção social dos gêneros, que se desdobra em desigualdades
e inúmeras formas de violência.
Considerações �nais
Exploramos neste conteúdo a divisão estabelecida entre a
masculinidade e feminilidade, que, à primeira vista, pode parecer inata e
baseada nas diferenças biológicas entre os sexos, mas que não possui
nada de natural. Vimos que são atribuídos comportamentos distintos
conforme nascemos homem ou mulher e que isso ocorre em diversas
esferas da vida em sociedade, mas especialmente na escola. Assim,
prevalece nesse ambiente uma educação diferenciada, que é carregada
de valores baseados em um modelo de sociedade patriarcal.
A partir disso, passamos a abordar de que forma isso ocorre no
ambiente escolar e a relacionar esse modelo, que educa mulheres e
homens de forma diferenciada e contribui para as desigualdades de
gênero, com as inúmeras formas de violência que ocorrem contra as
mulheres. O padrão ainda vigente direciona os meninos a serem
corajosos, agressivos e a satisfazerem seus desejos. Em contraposição,
as meninas são ensinadas a serem delicadas e submissas. Esse modelo
de educação sexista reforça nos meninos atitudes agressivas e levam
as meninas a normalizarem essa violência.
Por fim, discutimos como essa realidade vem sendo questionada e,
ainda que lentamente, também transformada. Diversos sistemas,
escolas e materiais didáticos já abordam a temática de gênero e
buscam contar nossa história sobre outra perspectiva. Além disso, há
um aumento na produção de materiais que trazem maior
representatividade e que asseguram espaço para a participação
histórica e social das mulheres.
O caminho ainda é longo, mas é possível encontramos avanços e para
isso é preciso acompanharmos as novas práticas pedagógicas, que
devem ser mais inclusivas. Ou seja: não se deve diferenciar cores e
brincadeiras, deixando que cada indivíduo expresse seus olhares; deve-
se referir tanto no masculino quanto no feminino quando houver grupos
mistos, para não reforçar a invisibilidade feminina; não se deve separar
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as filas ou lista de presença por meninas e meninos; deve-se promover
brincadeiras e jogos em conjunto. Essas são algumas das mudanças
possíveis propostas por uma educação não sexista em busca de uma
sociedade mais justa e igualitária.
Podcast
Ouça o podcast. Nele, falaremos sobre as divisões estabelecidas entre a
masculinidade e feminilidade, que são carregadas de valores que se
baseiam em um modelo de sociedade patriarcal.
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Explore +
Assista:
Mulheres desenhadas (2014), da ilustradora e comunicadora
Raquel Vitorelo, disponível gratuitamente no Youtube, é um
documentário que relata a falta de visibilidade para mulheres
desenhistas no Brasil e no mundo.
As sufragistas (2015), da diretora Sarah Gavron, disponível no
YouTube, e entenda como ocorreu o importante movimento
sufragista. É uma excelente pedida!
Acorda Raimundo... Acorda! (1990), do diretor Alfredo Alves,
também disponível gratuitamente no Youtube, é um curta onde
podemos entender a relação com o dinheiro na casa de Raimundo
e Marta e observar os momentos que o poder de um sobre o outro
fica claro. Vale a reflexão!
Leia:
Por que devemos defender uma educação não sexista? A matéria
está disponível no portal da Clandem, o interessantíssimo Comitê
Latino-Americano e Caribenho de Defesa dos Direitos da Mulher.
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Informe Brasil gênero e educação. O trabalho é desenvolvido pela
organização Ação Educativa, com colaboração da organização
Comunicação e Sexualidade (Ecos) e do Centro de Referência às
Vítimas de Violência do Instituto Sedes Sapientiae (CNRVV). Vale a
pesquisa!
Referências
AGÊNCIA BRASIL. No Brasil, uma mulher é vítima de violência a cada
quatro horas. Publicado em: 7 mar. 2023. Consultado na internet em: 6
abr. 2023.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. 1949. 
BUTLER, J. Problemas de Gênero: feminismo e subversão da identidade.
Trad. Renato Aguiar. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.
CORREA, M. Não se nasce homem. Encontros Arrábida. Trabalho
apresentado no Encontro “Masculinidades/Feminilidades”, Portugal,
2004.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de
Segurança Pública 2019. Publicado em: 2019. Consultado na internet
em: 6 abr. 2023.
GÊNERO e diversidade na escola: formação de professoras/es em
Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo.
Versão 2009. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: SPM, 2009.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE. Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD). Publicado em:
2018. Consultado na internet em: 6 abr. 2023.
LOPES, G. (org). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. Trad.
Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
NGANGA, J. O Ativismo Negro Por Meio Do Cinema: Ações e
representações dentro e fora das telas. 2019. 200f. Dissertação de
Doutorado – UFU, Uberlândia, 2019.
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PALMARES FUNDAÇÃO CULTURAL. Preconceito Generalizado.
Publicado em: 13 jul. 2009. Consultado na internet em: 6 abr. 2023.
SCHUMAHER, M. A.; BRAZIL, E. V. Dicionário mulheres do Brasil: De
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Consultado na internet em: 6 abr. 2023.
WORLD ECONOMIC FORUM. Global Human Capital Report. Publicado
em: 2023. Consultado na internet em: 6 abr. 2023.
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