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Semiologia
Cardiovascular 2
Juliana Marques Marra
Profª Drª Érika 
Prof Dr Marcus Vinícios
Tipos de sopro
Insuficiência mitral
insuficiência mitral = oclusão deficiente d os folhetos da válvula mitral durante a sístole ventricular,
permitindo a regurgitação de sangue para o átrio esquerdo.
Conceito
Insuficiência mitral 
normal insuficiência mitral
 comprometimento da integridade anatômica da válvula ou do 'aparelho mitral'
(músculos papilares, cordas tendínea s) = insuficiência mitral orgânica (primária)
 ex.: febre reumática, prolapso mitral e endocardite infecciosa
alteração miocárdica sem lesão do aparelho valvar = insuficiência mitral
funcional (secundária)
 ex.: cardiomiopatias, miocardites, infarto do miocárdio
Etiologia
Insuficiência mitral 
sopro holossistólico
na sístole, a pressão nos ventrículos é maior do que nos átrios =
válvula incompetente permite regurgitação de sangue durante
toda a sístole 
ruído gerado pelo fluxo retrógrado e turbilhonado do sangue gera o
obscurecimento/sobreposição de B1 (difícil identificação das
bulhas)
Situação no ciclo cardíaco
Insuficiência mitral 
sopro em barra
foco mitral de ausculta 
 região apical do coração
Localização 
Insuficiência mitral 
tem sentido látero-posterior, em direção a:
 axila esquerda 
 escápula esquerda
Irradiação
direita esquerda
indicador importante da gravidade da regurgitação
atentar-se a fatores que alteram a intensidade dos sopros
Obs.: sopros mais intenso s são geralmente acompanhados de frêmitos (sensação tátil do ruído) 
Intensidade 
Insuficiência mitral 
qualidade suave = regurgitação discreta
qualidade áspera ou rude = regurgitação grave
Timbre e tom
Insuficiência tricúspide
insuficiência tricúspide = oclusão deficiente dos folhetos da válvula tricúsupide durante a sístole ventricular,
permitindo a regurgitação de sangue para o átrio direito.
Conceito
Insuficiência tricúspide
normal insuficiência tricúspide
comprometimento da integridade anatômica da válvula (músculos papilares,
cordas tendínea s) = insuficiência tricúspide orgânica (primária)
 febre reumática, endocardite infecciosa, sd. carcinoide 
alteração miocárdica sem lesão do aparelho valvar = insuficiência tricúspide
funcional (secundária)
 dilatação de AD e VD, hipertensão arterial pulmonar
Etiologia
Insuficiência tricúspide
foco tricúspide de ausculta 
 borda justaesternal esquerda inferior 
Localização 
Insuficiência tricúspide 
irradiação para a axila ausente 
Irradiação
direita esquerda
Obs.: o sopro da in suficiência tricúspide tem características
semelhantes ao da insuficiência mitral, diferindo nos
seguintes aspectos:
relação com a respiração: 
 na inspiração, a pressão intratorácica diminui, de modo que o retorno venoso aumenta para o coração
direito e diminui para o coração esquerdo = intensificação e redução, respectivamente, dos ruídos de
cada lado 
manobra de Rivero Carvalho: 
 solicitar ao paciente que inspire profundamente e procurar detectar qualquer alteração na intensidade
do sopro
 sem alteração ou diminução de intensidade = negativa (irradiação mitral) 
 aumento de intensidade = positiva (sopro tricúspide)
Diferenciando insuficiência mitral x tricúspide
Insuficiência tricúspide
Insuficiência aórtica
insuficiência aórtica = oclusão deficiente dos folhetos da válvula aórtica durante a diástole ventricular,
permitindo a regurgitação de sangue para o ventrículo esqu erdo.
Conceito
Insuficiência aórtica
normal insuficiência aórtica
comprometimento da integridade anatômica da válvula = insuficiência
aórtica orgânica (primária)
 arterites crônicas; endocardite infecciosa e síndrome de Marfan.
alteração miocárdica sem lesão do aparelho valvar = insuficiência aórtica
funcional (secundária)
 febre reumática (crônica); arterites sifilítica e dissecação aguda da aorta.
Etiologia
Insuficiência aórtica
sopro protodiastólico
na diástole, a pressão nos ventrículos é menor do que na aórta =
válvula incompetente permite regurgitação de sangue no ínicio
da diástole.
Situação no ciclo cardíaco
Insuficiência aórtica
sopro aspirativo ou
decrescente
foco aórtico acessório de ausculta 
borda esternal esquerda no 3ºEI 
Localização 
Insuficiência aórtica
em sentido à região do pescoço
Irradiação
direita esquerda
indicador importante da gravidade da regurgitação
atentar-se a fatores que alteram a intensidade dos sopros
Obs.: sopros mais intenso s são geralmente acompanhados de frêmitos (sensação tátil do ruído) 
Intensidade 
Insuficiência aórtica
qualidade suave = regurgitação discreta
qualidade áspera ou rude = regurgitação grave
Timbre e tom
manobra de anteroversão: 
solicitar ao paciente qu e inspire, expire e "segure" a respiração (apneia pós-expiratória) e, sentado, incline seu
tronco em 45° para frente; procurar detectar qualquer alteração na intensidade do sopro (espera-se uma
intensificação do sopro de insuficiência aórtica, diferenciando-o de outros tipos de sopro)
manobra de 'hand-grip': 
solicitar ao paciente que conecte seus dedos em garra e puxe as mãos em sentidos inversos; procurar detectar
qualquer alteração (intensificação) na intensidade do sopro.
Manobras que facilitam a ausculta
Insuficiência aórtica
pulso martelo d'água (amplo e curto)
pressão arterial divergente (sistólica - diastólica ≥ 60mmHg)
mecanismo: sangue ejetado vai para a aorta (sistólica), mas durante a diástole, ele reflui para o ventrículo
esquerdo = queda na pressão arterial diastólica (menor quantidade de sangue distendendo o vaso) 
sinal de Musset: movimentos involuntários da cabeça 
sinal de Müller: pulsações sistólicas da úvula
sinal de Quincke: pulsações sistólicas no leito ungeal 
aorta palpável em fúrcula esternal (dilatação)
sinal de Hill: grande diferença de PA entre MMSS e MMII
Achados periféricos da insuficiência aórtica 
Insuficiência aórtica
situação de sobrecarga
volêmica do ventrículo
esquerdo (sangue voltando)
Insuficiência pulmonar
insuficiência valvar pulmonar = oclusão deficiente dos folhetos da válvula pulmonar durante a diástole
ventricular, permitindo a regurgitação de sangue para o ventrículo direito.
Conceito
Insuficiência pulmonar
 hipertensão ou dilatação na artéria pulmonar = dilatação do anel valvar
 comprometimento da integridade anatômica por lesões valvares primárias (menos comum)
1.
2.
Etiologia
Insuficiência pulmonar
ex.: DPOC
cor pulmonale
foco pulmonar de ausculta 
borda esternal esquerda no 2º EI
Localização 
Insuficiência pulmonar
tem sentido supero-posterior, em direção:
foco aórtico acessório 
região da fossa supraclavicular
Irradiação
direita esquerda
indicador importante da gravidade da regurgitação
atentar-se a fatores que alteram a intensidade dos sopros
Obs.: sopros mais intensos são geralmente acompa nhados de frêmitos (sensação tátil do ruído) 
Intensidade 
Insuficiência pulmonar
qualidade suave/aguda frequência = regurgitação com hipertensão
qualidade áspera ou rude/grave frequência = regurgitação sem hipertensão
Timbre e tom
manobra de Rivero Carvalho: 
solicitar ao paciente que inspire profundamente e procurar detectar qualquer alteração na intensidade do
sopro
aumento de intensidade = positiva (sopro tricúspide e sopro valvar pulmonar)
Manobras que facilitam a ausculta
Insuficiência pulmonar
Achados periféricos
jugular interna hipertensa com onda A em alta amplitude;
abaulamento paraesternal esquerdo inferior com impulsão sistólica;
regurgitação tricúspide secundária (hiperdinamia e gradiente de pressão)
Estenose mitral
abertura deficiente dos folhetos da válvula mit ral durante a diástole ventricular, de modo dificultar o
esvaziamento do AE e o enchimento do VE
Conceito
Estenose mitral
orifício estreitado
jovens e adultos: 
febre reumática
anomalias congênitas (valva bicúspide)
idosos:
degeneração senil dos folhetos com calcificação valvar
Etiologia
Estenose mitral
infecção pela bactéria Streptococcus pyogenes
= faringite
posterior a isso, ocorre inflamaçãono
coração, pele, articulações
acometimento da válvula a longo prazo
Febre reumática:
sopro diastólico com reforço pré- sistólico:
válvula defeituosa obstrui a passagem do sangue do AE para o
VE durante a diástole, ocasionando turbilhonamento
sanguíneo
"reforço pré-sistólico" 
na parte final da diástole, o AE contrai para ejetar o "resto"
do sangue para o VE 
o sangue impulsionado pela contração se choca em maior
velocidade com a válvula est enosada, agravando o
turbilhonamento 
Situação no ciclo cardíaco
Estenose mitral 
sopro mesodiastólico com
reforço telediastólico
(ruflar diastólico)
dificuldade de saída do sangue de AE para VE = acúmulo de sangue e ↑pressão no AE:
veias pulmonares terão dificuldade em levar sangue dos pulmões para o AE => hipertensão da
circulação pulmon ar (podendo gerar hiperfonese de M1 e P2)
Observação:
Estenose mitral
foco mitral de ausculta 
 5º EIC esquerdo
Localização
direita esquerda
indicador importante da gravidade (↑dificuldade de esvaziamento do AE)
o sopro é intensificado com exercício físico e decúbito lateral esquerdo
Intensidade 
Estenose mitral
ruflar diastólico
Timbre e tom
Estenose aórtica
abertura deficiente dos folhetos da válvula aórtica durante a sístole ventricular, de modo dificultar o
esvaziamento do ventrículo esquerdo 
Conceito
Estenose aórtica
orifício estreitado
jovens e adultos: 
febre reumática
anomalias congênitas (valva bicúspide)
idosos:
degeneração senil dos folhetos com calcificação valvar
Etiologia
Estenose aórtica
sopro sistólico (ejetivo)
válvula defeituosa obstrui a passagem do sangue que sai do VE
para a aorta 
"em diamante" 
quanto maior a pressão exercida pelo ventrículo sobre o sangue
que passa pela válvula = maior o turbilhonamento do sangue (e
portanto sopro audível) => o sopro acompanha a curva de
pressão de VE (gráfico do ciclo cardíaco)
Situação no ciclo cardíaco
Estenose aórtica 
sopro
crescente/decrescente
(diamante)
 foco aórtico de ausculta 
borda esternal direita no 2º EIC
Localização 
Estenose aórtica
tem sentido supero-posterior:
região ce rvical (pescoço) => acompanha o sentido
da corrente sanguínea pela propagação do
turbilhonamento do sangue (aa carótidas)
Irradiação
direita esquerda
indicador importante da gravidade (↑dificuldade de esvaziamento do VE)
atentar-se a fatores que alteram a intensidade dos sopros
Obs.: sopros mais intensos são geralmente acompanhados de frêmitos (sensação tátil do ruído) 
Intensidade 
Estenose aórtica
qualidade rude
Timbre e tom
Referências
LÓPEZ, Mario; LAURENTYS-MEDEIROS, José de. Semiologia médica: as bases do diagnóstico clínico.
5.ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2004.
PORTO, C. C., Exame clínico 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2011. (capítulo 16) 
PORTO, C.C. Semiologia Médica. 8ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan 2022.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
(capítulo 9)

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