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Relatório Final de Atividades 
de 
Pesquisa 
 
 
 
 
COORDENADOR: PROF. DR. FABRÍCIO AZEVEDO VOLTARELLI 
 
PROCESSO NÚMERO: 331264 / 2012 
 
 
EDITAL DE REFERÊNCIA: EDITAL UNIVERSAL DE APOIO À PESQUISA (Nº. 
005/2012) 
 
 
VIGÊNCIA: 2012 a 2014 
 
 
 
FAPEMAT 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE PESQUISA 
2
Título do Projeto: 
 
EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO COMBINADO SOBRE 
A HIPERLACTACIDEMIA DE REPOUSO E O 
COMPRIMENTO DO TELÔMERO COMO MARCADOR DE 
SENESCÊNCIA CELULAR DE PESSOAS VIVENDO COM 
HIV/AIDS 
 
 
Área de Conhecimento 
(Segundo CNPq) 
Ciências da Saúde 
 
Sub-Área de Conhecimento 
(Segundo CNPq) 
Educação Física 
 
Palavras-Chaves 
hiv/aids, treinamento físico combinado, 
hiperlactacidemia, comprimento do telômero 
 
Duração do Projeto 
 
Início:2012 
 
Término:2014 
 
Resumo do Projeto 
(máximo de 10 linhas) 
O objetivo do PRESENTE PROJETO DE PESQUISA foi verificar O 
EFEITO DO EXERCÍCIO FÍSICO COMBINADO (tfc) SOBRE A 
HIPERLACTACIDEMIA de repouso (HR) DE PESSOAS hiv+. OS 
SUJEITOS foram SUBMETIDOS A 16 SEMANAS de tFc E AVALIADOS, 
NOS MOMENTOS PRÉ E PÓS-TREINAMENTO, QUANTO ao vo2máx 
(ergoespirometria), À CINÉTICA DE LACTATO SANGUÍNEO (laCMIN) 
e as células CD45 (marcador de senescência celular). Podemos 
concluir que o programa de exercícios físico aplicado não 
prejudicou os parâmetros analisados e, ainda, foi capaz 
de melhorar variáveis importantes, sendo estas 
necessárias para a adesão a um programa de 
treinamento físico prescrito para pessoas vivendo com 
HIV/AIDS, garantindo-os, assim, maior independência 
bem como melhoras da saúde e, consequentemente, da 
qualidade de vida. 
 
 
Referência da Chamada 
(Edital) 
EDITAL UNIVERSAL/FAPEMAT – Nº. 005/ 2012 
 
Instituição Proponente (para 
Editais de Governo) 
Universidade Federal de Mato Grosso 
 
Coordenador 
Fabrício Azevedo Voltarelli 
 
Instituição Executora 
Universidade Federal de Mato Grosso 
 
Outras Instituições 
envolvidas no projeto 
Universidade católica de brasília (ucb) – brasília/DF 
 
Equipe Executora* 
 
Nome do Pesquisador Instituição 
1 – fabrício azevedo voltarelli doutor ufmt/cuiabá 
2 – JONATO PRESTES doutor ucb/brasília 
3- caRLOS aLEXANDRE FETT DOUTOR UFMT/CUIABÁ 
FAPEMAT 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES DE PESQUISA 
3
4- CHRISTIANNE DE FARIA COLEHO 
RAVAGNANI 
DOUTORA UFMT/CUIABÁ 
 7 – alesandro garcia mestre ufmt/cuiabá 
 8 – roberto carlos vieira junior mestre ufmt/cuiabá 
 9 – carolina mendes santos silva mestrandA ufmt/cuiabá 
 10 – joice cristina dos santos 
trombeta 
mestranda ufmt/cuiabá 
 11 – GÉSSICA ALVES FRAGA mestranda ufmt/cuiabá 
 
 
 
1 - Dados do pesquisador 
NOME: Fabrício Azevedo Voltarelli CPF: 
294.893.518-06 
 
2 - Dados do projeto 
TÍTULO DO PROJETO: EFEITO DO TREINAMENTO FÍSICO COMBINADO SOBRE A 
HIPERLACTACIDEMIA DE REPOUSO E O COMPRIMENTO DO TELÔMERO COMO 
MARCADOR DE SENESCÊNCIA CELULAR DE PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS 
 INÍCIO: 2012 
 
TÉRMINO: 2014 
 
3 - Instituição 
INSTITUIÇÃO: Universidade Federal de Mato Grosso 
 
UNIDADE / DEPARTAMENTO: Faculdade de Educação Física/Departamento de 
Educação Física 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DE ATIVIDADES 
Protocolo/Processo 
 
331264/2012 
 
4 - Breve descrição das atividades realizadas, destacando os avanços 
científicos 
e/ou tecnológicos alcançados 
A concentração elevada de lactato sanguíneo, conhecida como hiperlactacidemia, 
em repouso, pode causar efeitos tóxicos às células, que vão desde a ocorrência de náuseas e 
vômitos até dores abdominais, fadiga e perda de peso. A hiperlactacidemia na situação de 
repouso tem sido diagnosticada em inúmeras pessoas vivendo com HIV/AIDS. Diversos estudos 
vêm sendo realizados com o intuito de desenvolver métodos que visam minimizar o impacto das 
alterações metabólicas causadas pela associação entre a infecção do vírus HIV e o tratamento 
farmacológico, visto que esta associação diminui a qualidade de vida das pessoas vivendo com 
HIV/AIDS. Dentre as intervenções não-medicamentosas para evitar as consequências negativas 
advindas da infecção do vírus HIV associada ao uso dos fármacos, está a mudança relacionadas 
ao estilo de vida, como por exemplo alimentar-se de forma saudável, evitar substâncias nocivas 
ao corpo (álcool, tabagismo e outras drogas) e, de forma importante, praticar exercícios físicos 
regulares. Um programa de exercícios físicos, bem orientado, que respeite as individualidades 
dos pacientes vivendo com HIV/AIDS e os estágios da doença, pode trazer inúmeros benefícios, 
tais como: aumento e manutenção do consumo máximo de oxigênio, aumento das resistências 
anaeróbia e aeróbia, aumentos da massa e força musculares bem como redução do percentual 
de gordura. Porém, existem poucos relatos relacionados aos efeitos do treinamento físico 
aeróbio realizado concomitantemente ao treinamento físico resistido (treinamento físico 
combinado) sobre as elevadas concentrações de lactato em repouso em pessoas convivendo 
com HIV/AIDS, bem como sobre a cinética de lactato sanguíneo durante o exercício, dessa 
população A hipótese de nosso estudo é que ocorressem efeitos positivos sobre as variáveis 
metabólicas relacionadas à saúde e sobre a concentração de lactato de repouso (e também em 
exercício e durante o período de recuperação; i.e., cinética) em pessoas vivendo com HIV/AIDS 
submetidas ao treinamento físico combinado. O que encontramos foi algo não esperado em 
relação ao lactato sanguíneo e melhoras substanciais no que se refere à saúde dos pacientes, 
sobretudo relacionado ao sistema imune (células TCD45+). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 - Objetivos previstos no plano de trabalho e que foram alcançados 
 
Os objetivos previstos e alcançados seguem descritos abaixo: 
 
Geral: Verificar a a cinética de lactato sanguíneo e sua resposta ao treinamento físico 
combinado, assim como avaliar os efeitos sobre a aptidão física relacionada à saúde e 
performance, parâmetros bioquímicos e função imunológica de pessoas vivendo com 
HIV/AIDS. (alcançado) 
 
 Específicos 
 Avaliar os efeitos do treinamento físico combinado, como fator interveniente, no 
que se refere: 
a. aos aspectos sanguíneos e bioquímicos presentes no leucograma e eritograma e 
demais analises (fosfatase alcalina, transaminase glutamico oxalacética- TGO/AST, 
transaminase glutamico pirúvica- TGP/ALT, proteínas totais, albumina, globulina, razão 
A/G., mineirais, ácido úrico e creatinina; ALCANÇADO 
b. à cinética de lactato sanguíneo durante sessões simuladas de exercícios aeróbios e 
resistido: ALCANÇADO. 
c. à hiperlactacidemia de repouso como possível marcador fisiológico de disfunção 
mitocondrial do músculo esquelético; ALCANÇADO. 
d. à aspectos imunológicos: Quantificação da carga viral; Contagem das células 
TCD4+, células TCD8+ e células CD45+; Razão CD4+/CD8; CD45+: ALCANÇADO. 
e. ao perfil glicêmico e lipídico: Glicemia de jejum, HDL, Colesterol total, Triglicerídeos, 
LDL, VLDL; ALCANÇADO 
f. aos componentes da aptidão física relacionada à saúde (força e resistência 
muscular de membros superiores e inferiores); ALCANÇADO. 
g. aos parâmetros de performance, tais como Consumo Máximo de Oxigênio e 
cinética de lactato durante o exercício aeróbio e resistido; ALCANÇADO 
h. à composição corporal e antropometria; ALCANÇADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6- METODOLOGIA DO PROJETO 
 
METODOLOGIA: Este estudo foi realizado na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT/ Cuiabá/MT) e 
contou com a participação de uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, médicos, professores 
de educação física e nutricionistas. O trabalho foi desenvolvido entre os meses de Outubro de 2012 e Julho de 
2013, dando continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo grupo de pesquisa FIBAMEF/NAFIMES sobre esta 
temática. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUJM (Número do 
Protocolo: 673/09). SUJEITOS DA PESQUISA: A amostra foi composta, inicialmente,por 12 pacientes vivendo 
com HIV/AIDS (Idade: 39,75±10,67 anos de idade; Tempo de Portador: 7,75±7,88 anos; Tempo de HAART: 
6,41±5,93 anos) em tratamento no Serviço de Assistência Especializada (SAE) e Centro Estadual de Referência 
de Alta e Média Complexidade (CERMAC), ambos localizados no município de Cuiabá-M, os quais finalizaram 
todas as etapas relacionadas às avaliações, coletas e ao treinamento físico. Os critérios de inclusão do estudo 
foram: ter idade mínima de 18 anos, ser sedentário, não ter nenhum impedimento quanto à prática de 
atividade física, estar fazendo uso da Terapia Antirretroviral de Alta Potência (HAART) e ter completado todas 
as etapas pré-treinamento. Não foram incluídos os pacientes que apresentaram: doenças inflamatórias 
agudas ou crônicas (artrites, lesões músculo-articulares); doenças cardíacas e vasculares; câncer; contagem de 
CD4 menor que 200 células/mm3; gravidez e que não obtiveram liberação médica. 
 
TREINAMENTO FÍSICO: O período de treinamento físico foi de 18 semanas, composto da seguinte maneira: 2 
semanas de adaptação; 16 semanas de treinamento físico propriamente dito; 6 semanas disponibilizadas para 
a realização dos testes (inicio, 8 semanas e 16 semanas de treinamento físico), totalizando um período de 
treinamento físico + avaliações de 24 semanas. TREINAMENTO FÍSICO COMBINADO: O treinamento físico 
resistido foi realizado na forma de circuito, onde os participantes realizavam uma série em cada equipamento 
de musculação (alternados por segmentos). Ao final do circuito, era feito um intervalo de recuperação de 
aproximadamente 90 segundos. Posteriormente, repetia-se a mesma sequência. Os valores de carga foram 
obtidos a partir do teste de 10RM e os de resistência muscular localizada pelo número máximo de repetições 
por minuto. Após a realização do treinamento físico resistido, os sujeitos iniciavam o treinamento físico 
aeróbio, consistido de caminhada em pista de atletismo (400 metros) de 30 a 40 minutos; esse treinamento 
foi prescrito com base nos valores da frequência cardíaca individual obtidos pela seguinte fórmula: 
FCmáxima=208-(0,7 x idade) (Haskell e Fox; 2001); durante toda o período de treinamento físico, os 
participantes fizeram uso de frequêncimetros (POLAR ®). 
 
TESTES E EXAMES: Os exames bioquímicos foram realizados no início e ao final do período de treinamento 
físico. As coletas sanguíneas foram realizadas por enfermeiras experientes cedidas pelo CERMAC-MT. As 
coletas e avaliações a seguir foram realizadas em três momentos distintos: pré-treinamento, após 8 e 16 
semanas de treinamento físico. Todas as outras avaliações (abaixo) foram realizadas na academia e na sala de 
avaliação física da Faculdade de Educação Física da UFMT e na pista de atletismo da mesma instituição. 
 
Análise do Lactato Sanguíneo de repouso: Análise da concentração de lactato sanguíneo, em repouso, de cada 
participante/paciente, a qual consistiu de duas coletas sanguíneas por meio de perfuração do dedo indicador 
As coletas ocorreram nos momentos iniciais do teste de 2400 m de Cooper e da sessão simulada de 
treinamento resistido. O resultado final foi obtido pela média das duas coletas. Análise da Cinética de Lactato 
durante o treinamento resistido: Para esta avaliação foi respeitado o período de 2 semanas de adaptação e 
somente foi realizada após a conclusão do teste de 10 RM. Uma sessão simulada de treinamento resistido 
(uma volta no circuito, 10 repetições a 60% de carga) foi executada e as coletas sanguíneas aconteceram nos 
momentos anterior à sessão simulada e ao final desta, assim como, aos 15, 30, 45, 60 e 120 minutos de 
repouso passivo. Análise da Cinética de Lactato durante o treinamento aeróbio: Esta análise foi realizada 
durante a execução do teste de 2400 metros. As coletas aconteceram antes do teste, ao final do mesmo e aos 
5 e 10 minutos de recuperação ativa e passiva, respectivamente. 
 
 
 
 
 
Avaliação da aptidão Cardiorrespiratória: Para essa avaliação foi utilizado o Teste de 2400 m de Cooper, que 
consiste na realização de um deslocamento de 2400 metros, na máxima velocidade possível, permitindo aos 
participantes caminhar ou correr. Composição corporal: Os participantes foram orientados anteriormente a 
avaliação quanto: não ingerir bebidas alcoólicas, não consumir alimentos ou bebidas que contivessem 
substâncias estimulantes, ingerir a quantidade mínima de 2 litros de água, assim como, urinar até no máximo 30 
minutos antes do teste. No dia da avaliação brincos, correntes e/ou anéis foram retirados, assim como, o tênis 
dos participantes. 
 
Força e resistência muscular: Para a padronização do treinamento foi utilizado um teste de repetições máximas 
(RMs). O teste de 10 RMs foi realizado seguindo as seguintes recomendações adaptadas de Kraemer e Fry 
(1995): 1) aquecimento de 5 a 10 repetições de 40 a 60% de carga estimada, seguido de um descanso de 1 
minuto 2) execução de 3 a 5 repetições com 60% de carga estimada e um descanso de 3 minutos; 3) Incremento 
do peso, tentando alcançar as 10 repetições máximas em três ou cinco tentativas, usando 3 a 5 minutos de 
descanso entre uma tentativa e outra. Sendo que as mudanças de carga ocorrem da seguinte maneira: 
realização de menos de 10 repetições, a carga foi diminuída em 2 a 10%. Se o individuo realizou mais de 2 
repetições, além da pedida, a carga sofreu alteração positiva na mesma proporção. 
 
ANÁLISE ESTATÍSTICA: Para testar a normalidade dos dados foi usado o teste de Kolmogorov-Smirnov. 
Posteriormente, foi utilizado o teste t Student para comparar os momentos pré e pós-intervenção. Os momentos 
pré, 8 semanas e 16 semanas foram analisados pelo teste ANOVA. O nível de significância pré-estabelecido foi de 
5% (p < 0,05). 
 
 
 
 7 - Dificuldades encontradas 
Não foram encotradas dificuldades de grande magnitude durante todas as etapas do projeto. O 
ÚNICO PROBLEMA FOI O ATRASO NA LIBERAÇÃO DO DINHEIRO, FATO QUE NOS FEZ 
ALTERAR ALGUNS OBJETIVOS E DIRECIONAMENTOS DO PROJETO. NO ENTANTO, TAL 
FATO NÃO IMPACTOU NEGATIVAMENTE SOBRE A QUALIDADE DO QUE FOI FEITO. 
 
 
 
8 - Soluções encontradas para superar as dificuldades 
A solução foi encontrar parceiros que pudessem suprir nossas necessidades, tanto as 
que ocorreram em curto prazo ou àquelas estendidas. 
 
 
 
 
 
9 – RESULTADOS OBTIDOS 
Tabela 4. Aspectos imunológicos dos participantes submetidos ao treinamento físico combinado de 16 
semanas 
CARGA VIRAL (CÓPIAS⁄ML) 
Pré-treinamento Pós-treinamento 
Média±DP Média±DP P 
12.896±28.627 9.418±19.079 0,62 
TCD4+ (cél/µl) 519±173 633±222 0,04* 
TCD8+ (cél/µl) 988±622 1076±693 0,21 
TCD4+/TCD8+ 0,52 0,59 0,46 
TCD45+ (cél/µl) 1985±809 2303±1015 0,05* 
LEUCÓCITOS (mil/mm3) 5,45±1,55 5,47±1,87 0,95 
NEUTRÓFILOS (mil/mm3) 3,17±1 3,24±1,24 0,78 
EOSINÓFILOS (mil/mm3) 0,22±0,1 0,21±0,17 0,52 
BASÓFILOS (mil/mm3) 0,05±0,03 0,03±0,02 0,02* 
LINFÓCITOS (mil/mm3) 1,68±0,53 1,70±0,66 0,902 
MONÓCITOS (mil/mm3) 0,32±0,14 0,32±0,15 0,614 
Linfócitos T CD4+ (TCD4+) (células/ µl); Linfócitos T CD8+ (TCD8+) (células/ µl); Linfócitos T CD45+ 
(TCD45+) (células/ µl); Os valores estão expressos em média±desvio padrão; Teste T Student * Para os 
valores de p≤0,05. 
 
Tabela 5. Aptidão cardiorrespiratória, teste de força (1RM) e teste de repetições máximas (10 RM) nos 
momentos pré, 8 e 16 semanas de treinamento físico combinado 
 Pré-treinamento 8 semanas Pós-treinamento 
 Média±DP Média±DP Média±DP P 
APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA 
VO2máx (ml.kg-1.min-1) 22,68±3,32A 28,09±4,73B 28,07±5,20B 0,005* 
Tempo (min) 25,73±4,50A 20,16±3,70B 20,24±3,72B 0,002* 
Velocidade média (m/s) 1,50±0,27A 2,05±0,40A 2,04±0,45B 0,008* 
TESTE DE REPETIÇÕES MÁXIMAS 
½ Agachamento (kg) 38±19A 52±23A,B 65±26B 0,023* 
Supino reto(kg) 20±11 24±11 28±14 0,261 
Mesa flexora (kg) 33±15 39±17 45±17 0,202 
Puxada alta (kg) 27±12 31±13 34±12 0,325 
Leg press 45º (kg) 110±48A 150±49A, B 178±60B 0,013* 
Tríceps polia (Kg) 22±9 26±10 30±13 0,234 
Des. de ombro (kg) 16±1021±10 23±11 0,303 
Rosca direta (kg) 14±7 18±6 20±6 0,119 
TESTE DE 1 RM 
Supino reto(kg) 22±9 30±14 34±15 0,107 
Leg press 45º (kg) 156±62A 185±71A,B 221±75B 0,085* 
Rosca direta (kg) 20±8 23±10 24±10 0,579 
Consumo máximo de oxigênio (VO2máx) (ml.kg-1.min-1); Tempo (minutos); Velocidade média 
(metros/segundos); Repetições Máximas (RM). Resultados expressos em média±desvio padrão; 
 
 
 
 
Tabela 6. Perfil bioquímico geral dos pacientes submetidos ao treinamento físico combinado de 16 
semanas. 
 Pré-treinamento Pós-treinamento 
 Média±DP Média±DP p-valor 
Glicose(mg/dL) 93±9,88 86±6,52 0,004* 
CT(mg/dL) 165±40,74 164±32,35 0,87 
HDL-c(mg/dL) 44±9,50 49±9,43 0,044* 
LDL-c(mg/dL) 101±43,09 95±33,29 0,214 
VLDL-c(mg/dL) 24±11,73 20±8,08 0,165 
TG(mg/dL) 135±67,61 101±39,36 0,031* 
Hemácias(mm3) 3,85±0,76 4,05±0,85 0,116 
Hemoglobina(mm3) 12,63±1,78 13,16±1,69 0,112 
Plaquetas(mil/mm3) 260,25±54,50 252,67±66,39 0,548 
Creatinina(mg/dL) 0,70±0,17 0,70±0,19 1 
Ácido Úrico(mg/dL) 4,26±1,13 4,50±1,22 0,004* 
PT(g/dL) 7,27±0,53 7,34±0,64 0,571 
Albumina(g/dL) 4,18±0,19 4,17±0,23 0,825 
Globulina(g/dL) 3,08±0,43 3,17±0,54 0,490 
A/G 1,38±0,16 1,35±0,24 0,675 
TGO/AST(U/L) 25,75±4,80 30,24±15,42 0,231 
TGP/ALT(U/L) 30±11,89 28,75±22,17 0,784 
FA(U/L) 89,24±19,72 95,42±42,10 0,567 
Transferina(mg/dL) 245,92±30,47 245,75±33,82 0,971 
Sódio(mmol/L) 138,83±3,58 139,83±2,72 0,380 
Potássio(mmol/L) 4,27±0,44 4,23±0,43 0,804 
Fósforo(mmol/L) 3,59±0,50 3,42±0,43 0,289 
Cloro(mmol/L) 101,67±2,09 101,75±3,05 0,938 
Magnésio(mmol/L) 1,90±0,16 1,93±0,16 0,434 
Cálcio(mmol/L) 9,13±0,42 9,12±0,37 0,962 
 
 
Tabela 7. Composição corporal e antropometria de pessoas vivendo com HIV/AIDS nos momentos pré, 
8 e 16 semanas de treinamento físico combinado 
 
 Pré-treinamento 8 semanas Pós-treinamento 
 Média±DP Média±DP Média±DP P 
COMPOSIÇÃO CORPORAL 
MCT(kg) 70±20,61 69,24±19,92 69,08±19,58 0,993 
MGA (Kg) 24,28±16,32 24,27±16,13 23,54±15,80 0,992 
MGR (%) 32,60±12,50 32,17±12,21 31,74±12,34 0,986 
MMA (Kg) 45,73±8,68 45,55±8,39 45,23±8,5 0,990 
MMR (%) 68,25±12,48 67,83±12,29 67,52±12,37 0,989 
AA (Lt) 33,48±6,34 33,10±6,14 33,33±6,24 0,989 
AR (%) 49,95±9,15 49,65±8,58 49,65±9,04 0,995 
IMC (kg/m²) 27,50±9,7 27,22±9,5 26,98±9,3 0,991 
CIRCUNFERÊNCIA 
PanturrilhaD. (cm) 36,1±5,60 36,1±5,71 36,30±5,69 0,995 
Panturrilha E. (cm) 36,3±5,74 36,2±5,25 36,53±5,32 0,990 
Coxa medial D.(cm) 53,4±9,45 53,9±9,35 54,59±9,77 0,957 
Coxa medial E. (cm) 53,1±9,31 53,4±8,67 54,30±9,56 0,950 
Quadril (cm) 103±16,42 102,56±15,87 104,61±17,03 0,953 
Abdômen (cm) 90,8±12,50 89,35±11,97 92,96±16,76 0,827 
Cintura (cm) 83±12,57 82,25±11,43 83,54±12,63 0,969 
Peitoral (cm) 93,6±11,77 92,42±10,07 93,60±10,21 0,954 
Braço direito (cm) 29,3±5,80 29,67±5,57 29,85±5,43 0,971 
Braço esquerdo (cm) 28,9±5,59 29,40±5,80 29,29±5,19 0,975 
RCQ (m.a) 0,81±0,07 0,81±0,06 0,80±0,07 0,977 
 
 
 
 
 
Figura 1. Concentração de lactato de repouso dos participantes nos momentos pré, 8 e pós treinamento 
físico. Resultados expressos como média±desvio padrão. 
 
 
 
Tabela 8. Concentração de lactato sanguíneo nos momentos inicial e final durante sessão simulada de treinamento 
resistido e nos momentos de repouso. 
 
Lac inicial Lac final 15' 30' 45' 60' 
Pré - T 3,19±0,59A 7,83±2,29 5,71±1,86 4,15±1,09A 3,64±1,02A 3,40±0,80
8 SEM 4,66±1,75B 9,53±1,71 6,69±1,50 5,63±0,92B 5,12±1,16B 4,28±0,60
PÓS - T 4,39±0,76B 10,05±2,90 7,10±1,72 6,12±1,39B 5,63±1,80B 4,34±0,66
P 0,009* 0,068 0,136 0,001* 0,003* 0,003*
Lactato sanguíneo (Lac) (mmol/l); pré-treinamento (pré-T); semanas (sem); pós-treinamento (pós-T); Resultado em 
média±desvio padrão. Teste ANOVA com post hoc de Tukey. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A B B 
 
 
 
 
Figura 2. Cinética de lactato sanguíneo (mmol/L)durante uma sessão simulada de treinamento resistido nos 
momentos pré, 8 semanas e pós treinamento. C.L (cinética de lactato sanguíneo); Teste ANOVA com post hoc de 
Tukey. * Nível de significância p<0,05. 
 
 
Figura 3. Cinética de lactato sanguíneo (mmol/L) durante a realização do teste de 2400 m de Cooper.C.L (cinética 
de lactato sanguíneo); Resultado expresso em média; Teste ANOVA com post hoc de Tukey.* Nível de 
significância p<0,05. 
 
 
 
Tabela 9. Concentração de lactato nos momentos inicial e final do treinamento do 
teste de 2400m de Cooper e nos momentos de repouso 
Lac inicial Lac final 5' 10' 
Pré - T 2,9±1,10A 4,4±3,13 A 4,25±2,96A 4,1±2,12 
8 SEM 3,4±1,75A,B 7,5±2,40 B 5,8±1,14A,B 5,5±1,74 
PÓS - T 4,3±0,76B 8,4±2,67 B 6,7±2,44B 5,9±1,89 
P 0,010* 0,003 0,048* 0,076 
Resultado em média±desvio padrão. Teste ANOVA com post hoc de Tukey. 
 
 
 
 
 
* 
* * * 
* 
* 
* 
 
 
10 – Discussão Dos Resultados 
 
No presente estudo, foram verificados os efeitos de um programa de treinamento físico combinado de 16 
semanas sobre os aspectos bioquímicos (principalmente hiperlactacidemia de repouso e cinética de lactato 
sanguíneo durante sessões simuladas de exercícios aeróbio e resistido), imunológicos, cardiorrespiratório, força, 
e, também, antropometria e composição corporal de pessoas vivendo com HIV/AIDS. O estudo contou com a 
participação de 12 pacientes e não teve grupo controle. 
 Ao final das 16 semanas de treinamento físico combinado, houve aumento na contagem de células TCD4+ 
e TCD45+, melhora na aptidão cardiorrespiratória (VO2máx) e, ainda, melhor desempenho nos testes de 1 e 10 
RM nos equipamentos Leg press 45º e agachamento. No perfil bioquímico geral, ocorreu melhora no perfil 
glicêmico, aumento nos níveis de HDL-c e diminuição nos níveis de triglicerídeos. Em relação à cinética de 
lactato sanguíneo, notamos aumento desse substrato durante as avaliações realizadas nos momentos 8 e 16 
semanas após o treinamento físico combinado (sessões simuladas de treinamento físico resistido e teste de 
2400m de Cooper). Após os principais resultados serem citados acima, discutimos nossos achados na 
forma de tópicos, devido à variedade de nossos dados e para o melhor entendimento. 
 
Sistema imunológico: O sistema imunológico, associado à pratica regular de exercício físico, é uma das grandes 
preocupações dos profissionais da saúde quando se trata de pessoas vivendo com HIV/AIDS, pois estudos 
demonstraram que o exercício físico de intensidade vigorosa deprime o sistema imunológico até 72 horas após a 
sua realização, possibilitando uma “janela aberta” ao surgimento de infecções (FILHO, ABRÃO; 2007; SOUZA, 
MARQUES, 2000; RASO et al, 2007) . O estresse causado pelo exercício gera respostas agudas e crônicas, seja em 
pessoas infectadas pelo vírus HIV ou não. As células do sistema imune, leucócitos, neutrófilos, monócitos e 
linfócitos aumentam durante e imediatamente após o exercício, sendo maiores no esforço de alta intensidade e 
longa duração (LAPERRIERE et al, 1994). Em nosso estudo, não realizamos coletas de sangue para a 
determinação dessas células de forma aguda (após as sessões de treinamento físico), ao passo que essas 
avaliações não foram realizadas no nosso Laboratório de pesquisa, mas, sim, na unidade de tratamento da 
cidade, a qual possui um limite para realização de exames por paciente. Por outro lado, as coletas sanguíneas 
para a análise do perfil imunológico foram realizadas nos momentos pré e após 16 semanas (não após 8 
semanas de treinamento físico) de treinamento e não foram observadas alterações em relação às células do 
sistema imune (leucócitos, neutrófilos, monócitos, linfócitos e eosinófilos). Somente foi observada diminuição 
significativa nos valores dos basófilos. A função dos basófilos está associada ao combate de alergias a longo 
prazo, como asma ou alergias da pele. Geralmente, essas células constituem menos de 1% do leucograma total 
(SILVA, GROTTO, VILELA, 2001). Dessa forma, a diminuição observada não pode ser considerada negativa e 
tampouco decorrência da prática regular de exercício físico, pois é multifatorial. 
Ainda se tratando de sistema imunológico,houve aumento significativo na contagem de células CD4+ 
após o programa de treinamento físico combinado. Os estudos de Perna et al (1999) e Garcia et al (2014), este 
último realizado pelo nosso grupo de pesquisa, também encontraram aumento significativo na contagem das 
células CD4+ de indivíduos HIV+ que participaram programas de exercícios físicos. Em contrapartida, diversos 
estudos não encontraram diferenças significativas referentes a esse tipo de célula (ROJAS et al, 2003; ENGELSON 
et al, 2006; DOLAN et al, 2006). No presente estudo, também foram encontrados valores maiores das células 
CD45+; por se tratar de uma análise relativamente nova nas unidades de referência, não foram encontradas 
pesquisas associando as alterações desse tipo de célula com o treinamento físico. De forma importante, sabe-se 
que a diminuição no funcionamento das células CD45+ está relacionada ao envelhecimento (EARL, BAUM, 2008). 
Podemos sugerir que, para nossos sujeitos, o treinamento físico combinado além de melhorar a função imune 
(como já citado) também pode ter contribuído, em partes, para a “desaceleração” do processo de 
envelhecimento, este aumentado em pessoas vivendo com HIV/AIDS. No entanto, para confirmar essa hipótese, 
seria necessária a mensuração de marcadores mais fidedignos, tais como o comprimento dos telômeros e/ou a 
atividade da enzima telomerase. Somado a este contexto, estão os valores de CD8+, da razão CD4+/CD8+ e da 
carga viral, os quais não sofreram alterações. Sendo assim, podemos concluir que o programa de exercícios físico 
aplicado não deprimiu o sistema imunológico dos participantes e, ainda, foi capaz de melhorar alguns de seus 
componentes, sendo isso de extrema importância para a saúde e para adesão nos programas das pessoas 
vivendo com HIV/AIDS. 
 
 
 
 
 
 
Capacidade cardiorrespiratória e força muscular: Em indivíduos HIV+, normalmente ocorrem redução da capacidade de esforço e 
do VO2máx predito para a idade quando estes são comparados a indivíduos saudáveis, fazendo-se necessária a adesão e a 
assiduidade em programas de atividade física, a fim de minimizar tais sintomas (SOUZA, MARQUES, 2000; PALERMO,FEIJÓ, 2003). 
Em nosso estudo, os indivíduos foram submetidos a 16 semanas de treinamento físico combinado (aeróbio+resistido) e, ao final 
deste, foram observados valores de VO2máx significativamente maiores quando comparados ao período pré-treinamento 
(lembrando que, como limitação, não tivemos grupo controle). Além disso, foi verificada diminuição significativa no tempo de 
realização do teste cardiorrespiratório e, como consequência, aumento na velocidade média atingida durante este. A melhora 
nesse importante parâmetro cardiorrespiratório corrobora os achados de outros autores (ROJAS et al, 2003; DOLLAN et al. 2006; 
GARCIA et al. 2013). Outros estudos associaram o treinamento físico ao uso de fármacos como metformina e testosterona e 
observaram, além de alteração cardiorrespiratória, melhoras no ganho de força muscular em pessoas vivendo com HIV/AIDS 
(MCARTHUR et al, 1993; GRISPOON et al, 2000; DRISCOLL et al, 2004). Outra alteração deletéria e comum ao organismo do 
indivíduo HIV+ é a redução na força muscular e a incapacidade funcional, levando a um quadro de fragilidade e dependência que 
pode ser associado à baixa qualidade de vida e ao aumento nos riscos de mortalidade. Nesse sentido, o treinamento físico resistido 
é o que mais contribui para o aumento desta capacidade física devido às adaptações musculares à carga de trabalho (BRASIL, 2012; 
DUDGEON et al, 2004). Em nosso trabalho, foram encontrados valores estatisticamente positivos nos testes de repetições máximas 
(10 RMs) nos exercícios ½ agachamento e Leg press 45º, tendo este último apresentando diferenças significativas também no Teste 
de Força de 1RM. Os achados obtidos por Dolan et al (2006), Lindegaard et al (2008) e Garcia et al (2013) corroboram nossos 
achados. Há de se ressaltar tais resultados, pois as complicações associadas à infecção pelo HIV (somado ao uso prolongado da 
HAART), além de diminuírem a tolerância ao esforço físico, podem limitar o desempenho nas atividades da vida diária desses 
sujeitos. Além disso, a manutenção de valores ótimos de carga de trabalho, VO2máx e força pode minimizar os efeitos deletérios dos 
quadros de infecção oportunistas e possibilitar a manutenção ou o retorno mais rápido às funções diárias (SOUZA, MARQUES, 
2000; BRASIL, 2012; LAZZAROTO, DERESZ, SPRINZ, 2010). 
 
Perfil bioquímico: Em relação ao perfil lipídico, foi observado aumento significativo na concentração de HDL- c bem como 
diminuição nas concentrações sanguíneas de glicose e triglicerídeos, sendo isto de extrema importância para a saúde dos 
participantes. Sabe-se que o baixo condicionamento físico, força muscular diminuída e sedentarismo aumentam a prevalência de 
alterações metabólicas de pessoas vivendo com HIV/AIDS, principalmente se as mesmas estivem em uso da HAART (VALENTE et al, 
2005; BACHETTI et al, 2005). Ao analisarmos a mudança de hábitos do nosso grupo (adesão ao programa de atividade física; não 
controlamos a questão nutricional, sendo esta também uma limitação de nosso estudo), observamos que, mesmo fazendo uso da 
medicação, o treinamento físico combinado foi capaz de, pelo menos em parte, melhorar os perfis glicêmico (<Gl) e lipídico (>HDL-
c e <TG) dos participantes. As alterações no perfil lipídico apresentam controvérsias na lieratura quando da aplicação do 
treinamento físico, pois alguns estudos mostraram resultados semelhantes ao obtidos por nós (isto é, diminuição nos valores de 
triglicerídeos e aumento do HDL-c) (THONY et al, 2002; LINDEGAARD et al, 2008) e outros não (manutenção dos níveis pré e pós-
treinamento físico) (THERRY et al, 2006; ROBINSON, QUINN, RIMMER, 2007). Tais diferenças podem estar relacionadas, pelo 
menos em parte, aos desenhos experimentais distintos, país de realização e protocolos de exercícios utilizados. 
 
Composição corporal e antropometria: Em nosso estudo, não foram observadas alterações quando comparados os valores de 
composição corporal e antropometria nos momentos pré, 8 e 16 semanas após treinamento físico combinado, corroborando os 
achados de DOLAN (2006). Porém, diversos estudos verificaram o contrário (ROBINSON, QUINN, RIMMER, 2007; THONI et al, 2002; 
ENGELSON et al, 2007). Ao analisarmos nossos resultados e, comparando-os aos trabalhos que obtiveram êxito, notamos algumas 
limitações que poderiam explicar os valores encontrados. Em primeiro lugar, nosso grupo era formado, na sua maioria, por 
mulheres, as quais possuem menor força muscular e maior acúmulo de gordura corporal. Outro ponto elencado é a ausência de 
um inquérito/questionário alimentar para controle e orientação nutricional destes indivíduos. E, por último, o aumento no número 
de ausências ocorrido após a décima segunda semana de treinamento físico. 
 
 
Concentração de lactato sanguíneo (repouso e durante sessões simuladas de exercícios aeróbio e resistido): O 
fenômeno da hiperlactacidemia de repouso em pacientes fazendo uso da HAART não está totalmente elucidado, 
mas o mesmo pode estar associado à disfunção mitocondrial causada pelo uso de ITRNs. Em nosso estudo, 
observamos a ocorrência da hiperlactacidemia de repouso nos três períodos avaliados (pré, 8 e 16 semanas de 
treinamento físico combinado); nossos achados corroboram outros estudos (JOHN et al, 2010; ROGE et al, 2002; 
DUONG et al, 2007). No estudo de DOUNG (2007), além do diagnóstico de hiperlactacidemia, os autores 
demonstraram que pessoas hiperlactacidêmicas possuem redução significativa na capacidade de trabalho 
quando comparadas às pessoas HIV+ não hiperlactacidêmicas. Infelizmente, em nosso trabalho não foi possível 
realizar essa comparação, devido ao número reduzido de participantes (embora essa seja uma limitação clássica 
de estudos com pessoas vivendo com HIV/AIDS; DOLAN et al, 2006; SOUZA et al, 2008) e, por essa razão, 
sempre corremos o risco de perda amostraldurante o período experimental. Em geral, os autores justificam o 
aumento do lactato sanguíneo em repouso pela falha no mecanismo da fosforilação oxidativa; este fenômeno 
(falha) aconteceria devido à mutação e à deterioração do DNA mitocondrial. A inibição da enzima DNA 
polimerase γ altera a replicação do DNA mitocondrial (DNAmt), sendo este um codificador de subunidades de 
um complexo de enzimas da cadeia respiratória (BAUER et al, 2004; JOHN et al, 2001; ROGE et al,2002; DUONG 
et al,2007; MAMIAFO et al,2014). Em nosso estudo, além de efetuarmos as análises de forma aguda e em 
repouso, nós as efetuamos cronicamente (pré, 8 e 16 semanas de treinamento físico) e imediatamente após 
(tempos 0, Final, 15, 30, 45, 60 e 120min após o final das sessões) a realização de sessões simuladas de exercícios 
(resistido e aeróbio). Estudos que investigaram o efeito do treinamento físico combinado sobre a cinética de 
lactato de pessoas vivendo com HIV/AIDS são escassos na literatura. O presente estudo, para nosso 
conhecimento, é apenas o segundo a verificar a influência do treinamento físico combinado sobre a cinética de 
lactato de pessoas vivendo com HIV/AIDS. O outro estudo, também realizado pelo nosso grupo de pesquisa 
(GARCIA et al. 2014). Os valores aumentados de lactato sanguíneo após o treinamento físico mostraram-se 
contrários à nossa hipótese inicial; no entanto, não consideramos tal fato como negativo ou prejudicial, pois esse 
aumento, hipoteticamente, possibilitou um melhor desempenho (possivelmente devido à maior formação de 
ATP advindo da degradação da glicose durante os testes) no teste indireto de VO2máx e suas variáveis 
(velocidade e tempo) após 8 e 16 semanas de treinamento, assim como nos exercícios ½ agachamento e Leg 
Press 45° de uma SSTR. Podemos sugerir, também, que os sujeitos, após adquirirem condicionamento físico 
adequado (como já mostrado), podem ter se tornado tolerantes à acidose e, com isso, terem obtido resultados 
satisfatórios. Esse fato, bem como suas possíveis explicações, nos trouxe dúvida, pois a disfunção mitocondrial 
(que sabidamente pode acometer pessoas vivendo com HIV/AIDS) seria ponto chave para a piora da aptidão 
cardiorrespiratória desses sujeitos, fato que não ocorreu. A falta de marcadores específicos para a elucidação 
dessas importantes questões caracteriza-se como uma das principais limitações de nosso estudo. Ao realizarmos 
trabalhos envolvendo análise do lactato sanguíneo, devemos considerar alguns fatores que podem influenciar 
sua concentração em repouso, durante e após a realização de exercícios físicos, tais como: tipo de fibra 
muscular, atividade glicolítica e/ou lipolítica, densidades capilar e mitocondrial e reserva de substratos 
energéticos (MUJICA, PADILHA, 2001; FAUDE, KINDERMANN, MEYER, 2009). O controle, mesmo que parcial, 
dessas variáveis, são indispensáveis para a geração de conhecimentos mais concretos acerca desse assunto tão 
instigante e, ainda, obscuro do ponto de vista científico. 
 
Considerações Finais: A realização de estudos futuros, os quais utilizem marcadores teciduais e específicos, 
torna-se necessária para melhor esclarecer as influências do treinamento físico combinado sobre o perfil 
imunológico (principalmente em relação às células TCD45+) e a concentração de lactato sanguíneo de pessoas 
vivendo com HIV/AIDS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 - Bibliografia consultada e/ou mais relevante 
 
BAUER,A.M. et al. Kinetics of lactate metabolism after submaximal ergometric exercise in HIV-infected patients. 
HIV Medicine. v. 5, nº 5, p. 371-376, mar. 2004. 
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pathway. AIDS. v. 12, nº 14, p. 1735-1744, out.1998. 
BRITO, C.J. et al. O papel do exercício na era da terapia anti-retroviral fortemente ativa. Revista Brasileira de 
Ciência e Movimento. Florianópolis, v. 18, nº 4, p. 109-116, fev. 2010. 
BEHRENS, G.M.N. et al. Clinical impact of HIV-related lipodystrophy and metabolic abnormalities on 
cardiovascular disease. AIDS, v. 17, p. 149-54, 2003. 
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121-131, out. 2005. 
BRASIL, M.S. Recomendações para a prática de atividades físicas para vivendo com HIV e Aids. 1ª edição. 
Brasília: Vigilância de Saúde. 2012. 
BRASIL, M.S. Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HIV. Brasília: Vigilância de 
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DUDGEON, W.D. et al. Physiological and psychological effects of exercise interventions in HIV disease. AIDS 
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Endocrinologia e Metabologia. São Paulo,v. 51, nº 1, Fev. 2007. 
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GRINSPOON, S. MULLIGAN, K. Weight loss and wasting in patients infected with human immunodeficiency virus. 
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12 - Produção científica gerada pelo projeto 
 
QUANTIFICAR: 
 
05 Trabalhos apresentados em eventos técnico-científicos 
 
02 Artigos publicados em revistas especializadas 
 
 Relatórios/notas técnicas 
 
01 Outra (especificar) Artigo no Prelo 
 
PRODUÇÃO CIENTÍFICA TOTAL: 08 TRABALHOS 
 
 
 
 
 
 
Listar os trabalhos publicados ou no prelo 
 
Trabalhos apresentados / resumos: 
 
- Trombeta, J.C.S. ; FERNANDES, T. A. B. ; Vieira-Junior, R.C. ; Rubim, C.C. ; Voltarelli, Fabricio A . Efeito 
de um programa de treinamento físico combinado sobre a concentração de lactato sanguíneo de 
pessoas vivendo com HIV/AIDS. In: V Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício, 2014, 
Londrina-PR. V Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício, 2014. v. 5. p. 149-149. 
 
- VOLTARELLI, Fabrício Azevedo ; Garcia, A ; Fraga, G.A. ; SILVA, C. M. S. ; Vieira-Junior, R.C. ; Rubim, 
C.C. ; FERNANDES, T. A. B. ; Trombeta, J.C.S. ; Reis Filho, A . COMBINED PHYSICAL TRAINING ENHANCES 
THE BLOOD LACTATE DISAPPEARANCE OF HIV SEROPOSITIVE PATIENTS DURING PASSIVE RECOVERY. In: 
60th Annual Meeting of the American College of Sports Medicine (ACSM) and 4th World Congress on 
Exercise is Medicine, 2013, Indianápolis - IN. MEDICINE & SCIENCE IN SPORTS & EXERCISE, 2013. v. 45. 
p. S526-S526. 
 
- Trombeta, J.C.S. ; FERNANDES, T. A. B. ; Vieira-Junior, R.C. ; Rubim, C.C. ; RIBEIRO, T. C. ; SILVA, V. G. ; 
Voltarelli, Fabricio A . Análise bioquímica, cardiorrespiratória e antropométrica de participantes do 
Projeto HIV+Vida / UFMT - Cuiabá. In: 3º Congresso Brasileiro sobre HIV-AIDS e Vírus Relacionados, 
2013, Salvador-BA. 3º Congresso Brasileiro sobre HIV-AIDS e Vírus Relacionados, 2013. v. 3. p. 8-8. 
 
Trombeta, J.C.S. ; VOLTARELLI, Fabrício Azevedo . Verificação da cinética de lactato sanguíneo e da 
força muscular de sujeitos HIV+ submetidos ao treinamento físico combinado. In: IV SEMANA 
ACADÊMICA DA UFMT, 2013, Cuiabá-MT. IV SEMANA ACADÊMICA DA UFMT, 2013. p. 2-2. 
 
- Trombeta, J.C.S. ; FERNANDES, T. A. B. ; Rubim, C.C. ; Vieira-Junior, R.C. ; VOLTARELLI, Fabrício 
Azevedo . Verificação da cinética de lactato sanguíneo e do VO2max de sujeitos HIV+ submetidos ao 
treinamento físico combinado. In: IX Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde, 2013, Curitiba-PR. 
Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (Suplemento 1), 2013. v. 18. p. 251-251. 
 
 
Artigos Publicados: 
 
- GARCIA, ALESANDRO ; FRAGA, GÉSSICA ALVES ; VIEIRA, ROBERTO CARLOS ; SILVA, CAROLINA MENDES 
SANTOS ; TROMBETA, JOICE CRISTINA DOS SANTOS ; NAVALTA, JAMES WILFRED ; PRESTES, JONATO ; 
VOLTARELLI, FABRICIO AZEVEDO . Effects of combined exercise training on immunological, physical and 
biochemical parameters in individuals with HIV/AIDS. Journal of Sports Sciences (Print) , v. 32, p. 785-
792, 2014. 
 
- FERNANDES, T. A. B. ; Garcia, A ; Trombeta, J.C.S. ; Fraga, G.A. ; Vieira-Junior, R.C. ; PRESTES, J. ; 
VOLTARELLI, Fabrício Azevedo . EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO COMBINADO REALIZADO NA 
INTENSIDADE DO LAN SOBRE A COMPOSIÇÃO CORPORAL E SISTEMA IMUNE DE SUJEITOS HIV. Revista 
Brasileira de Ciência e Movimento, v. 21, p. 5-12, 2013. 
 
Artigo no Prelo: 
 
- Garcia, A ; FRAGA, GÉSSICA ALVES ; SILVA, C. M. S. ; Vieira-Junior, R.C. ; FERNANDES, T. A. B. ; 
Trombeta, J.C.S. ; TIBANA, R. A. ; PRESTES, J. ; REIS FILHO, ADILSON DOMINGOS DOS ; Voltarelli, 
Fabricio A . Cinética de lactato de sujeitos HIV+ após 20 semanas de treinamento físico combinado. 
Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, 2014. 
 
 
 
 
 
12 - Participações em eventos com apresentação de trabalhos relativos ao 
projeto 
 
Evento / local 
NOME DO EVENTO: 
DATA 
V Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício – Londrina-PR 
60th Annual Meeting of the American College of Sports Medicine (ACSM) 
and 4th World Congress on Exercise is Medicine – Indianápolis 
2013 
IV SEMANA ACADÊMICA DA UFMT, 2013, Cuiabá-MT. IV SEMANA 
ACADÊMICA DA UFMT, 2013 
2013 
3º Congresso Brasileiro sobre HIV-AIDS e Vírus Relacionados, 2013, 
Salvador-BA. 3º Congresso Brasileiro sobre HIV-AIDS e Vírus Relacionados, 
2013 
2013 
IX Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde, 2013, Curitiba-PR. 
Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde (Suplemento 1), 2013 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 13 - Ganhos obtidos pela instituição, advindos do desenvolvimento do 
projeto. 
 
 
 
-Fortalecimento do grupo de pesquisa NAFIMES; 
 
-Intercâmbio com laboratórios de pesquisa intra e interinstitucionais; 
 
-Qualificação de alunos para atuação em pesquisa por meio da Iniciação Científica; 
 
-Publicação de artigos e resumos em periódicos e eventos nacionais e internacionais; 
 
-Fortalecimento da linha “Nutrição, Exercício, Rendimento Físico e Doenças 
Metabólicas” do mestrado em Biociências-Nutrição da Faculdade de Nutrição da UFMT; 
 
-Recomendação pela CAPES, da abertura do mestrado em Educação Física da UFMT 
em 2012; 
 
- 02 alunos de Iniciação Científica (ambos bolsistas FAPEMAT) 
 
 - 01 aluno de Mestrado (defesa já realizada e cópia da Dissertação em CD em 
anexo ao presente processo) 
 
 
 
 
14 - Data e assinatura 
 
Cuiabá-MT, 19 de fevereiro de 2014. . 
 
 
 
 
 
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ASSINATURA DO PESQUISADOR 
 
(Prof. Dr. Fabrício Azevedo Voltarelli)

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