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Professor Wagner Damazio 
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da Constituição Federal. Aduz que o evento morte teria se dado mesmo em liberdade. Procura afastar sua 
responsabilidade por ausência de nexo de causalidade. 2. A decisão impugnada está em harmonia com a 
jurisprudência do Supremo. O Pleno, no recurso extraordinário nº 841.526, julgado sob o regime da repercussão 
geral, consignou, em síntese: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO 
ESTADO POR MORTE DE DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A 
responsabilidade civil estatal, segundo a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-se à 
teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto 
rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano 
sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para 
impedir o resultado danoso. 3. É dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de 
forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade 
física e moral (artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucional de proteção ao detento 
somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos 
fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na 
forma do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em 
que não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse 
em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder Público, sob pena 
de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. 
6. A morte do detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, 
sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. 7. A 
responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova causa 
impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o 
resultado danoso. 8. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do 
seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é 
responsável pela morte do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio 
do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, 
restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade civil estatal. 10. Recurso extraordinário 
DESPROVIDO. (Recurso extraordinário nº 841.526, da relatoria do ministro Luiz Fux, Pleno, com acórdão 
publicado em 1º de agosto de 2016). 3. Nego seguimento ao extraordinário. Considerada a fixação em sentença 
dos honorários advocatícios em 10% sobre o valor da condenação, majoro os honorários recursais no patamar 
de mais 5% do valor da condenação, consoante o artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil de 2015. 4. 
Publiquem. Brasília, 14 de dezembro de 2018. Ministro MARCO AURÉLIO Relator(STF - RE: 1177865 AM - 
AMAZONAS, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento: 14/12/2018, Data de Publicação: DJe-272 
19/12/2018) (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Certa. 
24. 2017/FCC/TJ-SC/Juiz de Direito 
Acerca dos prazos prescricionais em matérias referentes à atividade administrativa, segundo a 
jurisprudência dominante do 
a) STJ, é aplicável o prazo constante do Decreto n° 20.910/32 para que autarquia 
concessionária de serviços públicos ajuíze execução fiscal visando a cobrança de débitos 
decorrentes do inadimplemento de tarifas. 
b) STF, as ações de reparação de danos decorrentes de acidente de trânsito, cometido em 
prejuízo do patrimônio da Administração Pública, são imprescritíveis. 
 
 
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c) STJ, no tocante à ação para pleitear danos morais decorrentes de prática de tortura ocorrida 
durante o regime militar, deve-se adotar a prescrição vintenária, sendo o termo inicial a 
vigência da Constituição Federal de 1988. 
d) STF, considera-se prescrito o jus puniendi no caso de transcurso do prazo legal assinalado 
para conclusão procedimento de processo administrativo disciplinar. 
e) STJ, aplica-se o prazo prescricional estabelecido no Código Civil para as ações de repetição 
de indébito referentes a tarifas cobradas por empresas concessionárias de serviços públicos. 
Comentários 
a) incorreto. O tema foi objeto de debate no seguinte julgado do STJ: 
PROCESSO CIVIL. CUSTEIO DO SERVIÇO DE ÁGUA E ESGOTO. NATUREZA JURÍDICA. PRESCRIÇÃO. 1. O Superior 
Tribunal de Justiça, seguindo a jurisprudência consolidada do Supremo Tribunal Federal, tem decidido que 
contraprestação cobrada por autarquia municipal a título de fornecimento de água potável encanada ostenta 
natureza jurídica de tarifa ou preço público, motivo pelo qual a prescrição deve ser regida pelas normas do 
Direito Civil. 2. Consequentemente, o art. 1º do Decreto 20.910/32 não tem aplicação, independentemente da 
natureza autárquica da concessionária que presta o serviço e titulariza o crédito. 3. Essa orientação foi 
reafirmada pela egr. Primeira Seção, nos termos do artigo 543-C do Código de Processo Civil (REsp 1.117.903/RS, 
Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 01/02/2010). 4. Recurso especial provido.(STJ - REsp: 1163968 RS 
2009/0209546-7, Relator: Ministro CASTRO MEIRA, Data de Julgamento: 13/04/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 23/04/2010) (grifos não constantes do original) 
b) incorreto. O tema foi tratado no informativo nº 813 do STF, nos seguintes termos: 
É prescritível a ação de reparação de danos à Fazenda Pública decorrente de ilícito civil. Esse o entendimento do 
Plenário, que em conclusão de julgamento e por maioria, negou provimento a recurso extraordinário em que 
discutido o alcance da imprescritibilidade da pretensão de ressarcimento ao erário prevista no § 5º do art. 37 da 
CF (“§ 5º - A lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou 
não, que causem prejuízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”). No caso, o Tribunal 
de origem considerara prescrita a ação de ressarcimento de danos materiais promovida com fundamento em 
acidente de trânsito, proposta em 2008, por dano ocorrido em 1997 — v. Informativo 767. O Colegiado afirmou 
não haver dúvidas de que a parte final do dispositivo constitucional em comento veicularia, sob a forma da 
imprescritibilidade, ordem de bloqueio destinada a conter eventuais iniciativas legislativas displicentes com o 
patrimônio público. Todavia, não seria adequado embutir na norma de imprescritibilidade um alcance ilimitado, 
ou limitado apenas pelo conteúdo material da pretensão a ser exercida — o ressarcimento — ou pela causa 
remota que dera origem ao desfalque no erário — ato ilícito em sentido amplo. De acordo com o sistema 
constitucional, o qual reconheceria a prescritibilidade como princípio, se deveria atribuir um sentido estrito aos 
ilícitos previstos no § 5º do art. 37 da CF. No caso concreto, a pretensão de ressarcimento estaria fundamentada 
em suposto ilícito civil que, embora tivesse causado prejuízo material ao patrimônio público, não revelaria 
conduta revestida de grau de reprovabilidademais pronunciado, nem se mostraria especialmente atentatória 
aos princípios constitucionais aplicáveis à Administração Pública. Por essa razão, não seria admissível reconhecer 
a regra excepcional de imprescritibilidade. Seria necessário aplicar o prazo prescricional comum para as ações 
de indenização por responsabilidade civil em que a Fazenda figurasse como autora. Ao tempo do fato, o prazo 
prescricional seria de 20 anos de acordo com o CC/1916 (art. 177). Porém, com o advento do CC/2002, o prazo 
fora diminuído para três anos. Além disso, possuiria aplicação imediata, em razão da regra de transição do art. 
2.028, que preconiza a imediata incidência dos prazos prescricionais reduzidos pela nova lei nas hipóteses em 
que ainda não houvesse transcorrido mais da metade do tempo estabelecido no diploma revogado. A Corte 
 
 
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pontuou que a situação em exame não trataria de imprescritibilidade no tocante a improbidade e tampouco 
envolveria matéria criminal. Assim, na ausência de contraditório, não seria possível o pronunciamento do STF 
sobre tema não ventilado nos autos. Vencido o Ministro Edson Fachin, que provia o recurso. Entendia que a 
imprescritibilidade constitucional deveria ser estendida para as ações de ressarcimento decorrentes de atos 
ilícitos que gerassem prejuízo ao erário. 
 RE 669069/MG, rel. Min. Teori Zavascki, 3.2.2016. (RE-669069) (grifos não constantes do original) 
Dessa forma, o prazo para ajuizamento de ação de reparação civil é de 3 anos nos casos em que o 
Estado for o autor. A ressalva existe para as ações de ressarcimento que, até a presente data, 
permanecem imprescritíveis. 
c)incorreto. As ações de indenizações por danos morais decorrentes de fatos ocorridos durante a 
ditadura são imprescritíveis, conforme trecho de decisão do STF sobre o tema: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PRISÃO E TORTURA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. 
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NÃO CONFIGURAÇÃO DE 
CONTRARIEDADE DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS: 
SÚMULA N. 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Relatório 1. 
Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra o 
seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: “ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL 
NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. 
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA E TORTURA DURANTE O REGIME MILITAR. IMPRESCRITIBILIDADE DE PRETENSÃO 
INDENIZATÓRIA DECORRENTE DE VIOLAÇÃO DE DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS DURANTE O PERÍODO 
DE EXCEÇÃO. INAPLICABILIDADE DO ART. 1.º DO DECRETO N.º 20.910/32. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC QUE 
NÃO SE VERIFICA. CONFIGURAÇÃO DA CONDIÇÃO DE ANISTIADO E REDUÇÃO DA VERBA INDENIZATÓRIA. 
ACÓRDÃO RECORRIDO QUE DIRIMIU A CONTROVÉRSIA COM BASE NO ACERVO PROBATÓRIO DOS AUTOS. 
REFORMA DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 7/STJ. 1. Constatado que a Corte de origem 
empregou fundamentação adequada e suficiente para dirimir a controvérsia, é de se afastar a alegada violação 
do art. 535 do CPC. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que "As ações 
indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos de tortura ocorridos durante o Regime Militar 
de exceção são imprescritíveis. Inaplicabilidade do prazo prescricional do art. 1º do Decreto 20.910/1932." 
(EREsp nº 816.209/RJ, Relatora Ministra Eliana Calmon, Primeira Seção, in DJe 10/11/2009). Isso, porque as 
referidas ações referem-se a período em que a ordem jurídica foi desconsiderada, com legislação de exceção, 
havendo, sem dúvida, incontáveis abusos e violações dos direitos fundamentais, mormente do direito à 
dignidade da pessoa humana. Precedentes: REsp 959.904/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, Dje 
29/9/2009; AgRg no Ag 970.753/MG, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, DJe 12/11/2008; REsp 
449.000/PE, Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 30/6/2003. 
(...) 
(STF - RE: 667534 DF, Relator: Min. CÁRMEN LÚCIA, Data de Julgamento: 18/03/2012, Data de Publicação: DJe-
064 DIVULG 28/03/2012 PUBLIC 29/03/2012) (grifos não constantes do original) 
d)incorreto. Segundo a jurisprudência do STF, durante o prazo em que estiver ocorrendo o processo 
administrativo disciplinar, considera-se o prazo para a administração aplicar penalidades ao 
administrado interrompido, nos termos do julgado a seguir: 
http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoAndamento.asp?numero=669069&classe=RE&origem=AP&recurso=0&tipoJulgamento=M
 
 
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Trata-se de recurso ordinário em mandado de segurança interposto contra decisão que, emanada do E. Superior 
Tribunal de Justiça, restou consubstanciada em acórdão assim do: “MANDADO DE SEGURANÇA. 
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL. PENALIDADE DE SUSPENSÃO. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
PUNITIVA ESTATAL. NÃO-OCORRÊNCIA. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. OBSERVÂNCIA DO PRAZO 
DE 140 DIAS PARA CONCLUSÃO. INTERRUPÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL. 1. De acordo com jurisprudência 
consolidada deste Superior Tribunal de Justiça, o prazo legal para término do processo administrativo 
disciplinar é de 140 (cento e quarenta) dias. 2. A contagem do prazo prescricional, após a interrupção prevista 
no art. 142, § 3º, da Lei nº 8.112/90, deve ser retomada, por inteiro, a partir do término do prazo de interrupção, 
e não a partir da ciência do fato pela Administração, conforme pretende o impetrante. 3. Afasta-se a ocorrência 
de prescrição da pretensão punitiva estatal se, no momento da aplicação da pena de suspensão, ainda não 
tiverem transcorridos dois anos, contados a partir do fim do prazo de interrupção previsto no 142, § 3º, da Lei nº 
8.112/90. 3. Segurança denegada.”(STF - RMS: 29405 DF, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 
21/11/2013, Data de Publicação: DJe-232 DIVULG 25/11/2013 PUBLIC 26/11/2013) (grifos não constantes do 
original) 
Dessa forma, o novo prazo para contagem do jus puniendi será a partir do término da interrupção, 
ou seja, a partir da finalização do processo administrativo disciplinar. 
e) correto. Nos termos da súmula 412 do STJ: ”A ação de repetição de indébito de tarifas de água e 
esgoto sujeita-se ao prazo prescricional estabelecido no Código Civil”. 
Gabarito: Letra E. 
25. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador Municipal 
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 
De acordo com o entendimento do STF, empresa concessionária de serviço público de 
transporte responde objetivamente pelos danos causados à família de vítima de 
atropelamento provocado por motorista de ônibus da empresa. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários 
A responsabilidade pelo atropelamento de vítima provocado por motorista de ônibus recai sobre a 
concessionária de serviços públicos de forma objetiva, independente de ser a vítima usuária ou não 
do serviço público de ônibus. Vejamos como o STF vem decidindo sobre o caso: 
 
Trata-se de agravo contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário interposto em face de 
acórdão assim ementado: "APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO 
INDENIZATÓRIA. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA (ART. 37, § 6º DA CF/88) EM ACIDENTE DE TRÂNSITO 
TAMBÉM PERANTE A NÃO-USUÁRIO DO SERVIÇO DE TRANSPORTE PÚBLICO. PRECEDENTE DO STF. COLISÃO 
ENVOLVENDO CICLISTA E UM COLETIVO DE EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO. FATO DE TERCEIRO. 
MANTIDA A SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIADA AÇÃO. UNÂNIME. APELO DESPROVIDO" (pág. 93 do volume 
eletrônico 12). No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação aos arts. 5º, X e 
37, § 6º, da mesma Carta. Sustenta-se que na responsabilidade objetiva “não há necessidade de demonstrar a 
conduta do agente” (pág. 75 do volume eletrônico 13). A pretensão recursal não merece acolhida. O acórdão 
 
 
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recorrido encontra-se em harmonia com o decidido por esta Corte no julgamento do RE 591.874-RG, de minha 
relatoria, Tema 130, de que a responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de 
serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, assim ementado: 
“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS 
JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO 
DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-
USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I – A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito 
privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço, 
segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade 
entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente 
para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. 
(...) 
(ARE 951.552-AgR/ES, Rel. Min. Dias Toffoli). Isso posto, nego seguimento ao recurso (Art. 21, § 1º, do RISTF). 
Publique-se. Brasília, 12 de setembro de 2017. Ministro Ricardo Lewandowski Relator(STF - ARE: 1070271 RS - 
RIO GRANDE DO SUL 0063741-64.2010.8.21.0014, Relator: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Data de Julgamento: 
12/09/2017, Data de Publicação: DJe-208 14/09/2017) (grifos não constantes do original) 
Gabarito: Certa. 
26. 2017/CESPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/Procurador Municipal 
A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. 
Situação hipotética: Um veículo particular, ao transpassar indevidamente um sinal vermelho, 
colidiu com veículo oficial da Procuradoria-Geral do Município de Fortaleza, que trafegava na 
contramão. Assertiva: Nessa situação, não existe a responsabilização integral do Estado, pois 
a culpa concorrente atenua o quantum indenizatório. 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários 
Correto. No caso em análise, ocorreu culpa concorrente entre o particular, que avançou o sinal 
vermelho, e o veículo oficial da Procuradoria Geral, que trafegava na contramão. Dessa forma, a 
responsabilidade do Estado é atenuada. Para Hely Lopes Meirelles (p.782, 2016) 
“Advirta-se, contudo, que a teoria do risco administrativo, embora 
dispense a prova da culpa da Administração, permite que o Poder Público demonstre a culpa da vítima para 
excluir ou atenuar a indenização. Isto porque o risco administrativo não se confunde com o risco integral. O risco 
administrativo não significa que a Administração deva indenizar sempre e em qualquer caso o dano suportado 
pelo particular; significa, apenas e tão somente, que a vítima fica dispensada da prova da culpa da 
Administração, mas esta poderá demonstrar a culpa total ou parcial do lesado no evento danoso, caso em que 
a Fazenda Pública se eximirá integral ou parcialmente da indenização.” 
 
Gabarito: Certo. 
 
 
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27. 2017/CESPE/TJ-PR/Juiz de Direito 
Em recente decisão, o STF entendeu que, quando o poder público comprovar causa impeditiva 
da sua atuação protetiva e não for possível ao Estado agir para evitar a morte de detento (que 
ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), 
 a) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se à situação a responsabilidade 
subjetiva por haver omissão estatal. 
b) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se ao caso a responsabilidade objetiva 
por haver omissão estatal. 
c) não haverá responsabilidade civil do Estado, pois o nexo causal da sua omissão com o 
resultado danoso terá sido rompido. 
d) haverá responsabilidade civil do Estado, aplicando-se ao caso a teoria do risco integral. 
Comentários 
Quando ficar comprovado que a atuação estatal não era possível para impedir o suicídio de detento 
em cela de prisão, ocorrerá o rompimento do nexo de causalidade, não havendo assim a 
responsabilidade civil do estado, nos termos do entendimento a seguir do STJ: 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE 
DE DETENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO 841.526/RS. REPERCUSSÃO GERAL. TEMA N.º 592. JUÍZO DE 
RETRATAÇÃO. RESPONSABILIZAÇÃO CONDICIONADA À INOBSERVÂNCIA DO DEVER ESPECÍFICO DE PROTEÇÃO 
PREVISTO NO ART. 5º, XLIX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECONHECIMENTO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM DE 
CAUSA IMPEDITIVA DA ATUAÇÃO ESTATAL PROTETIVA DO DETENTO. SUICÍDIO. ROMPIMENTO DO NEXO DE 
CAUSALIDADE. RETRATAÇÃO. 1. Retornam estes autos para novo julgamento, por força do inciso II do art. 1.030 
do Código de Processo Civil de 2015. 2. A decisão monocrática deu provimento ao apelo nobre para reconhecer 
a responsabilidade civil do ente estatal pelo suicídio de detento em estabelecimento prisional, sob o argumento 
de que esta Corte Superior possui jurisprudência consolidada no sentido de que seria aplicável a teoria da 
responsabilização objetiva ao caso. 3. O acórdão da repercussão geral é claro ao afirmar que a responsabilização 
objetiva do Estado em caso de morte de detento somente ocorre quando houver inobservância do dever 
específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal. 4. O Tribunal de origem decidiu 
de forma fundamentada pela improcedência da pretensão recursal, uma vez que não se conseguiu comprovar 
que a morte do detento foi decorrente da omissão do Estado que não poderia montar vigilância a fim de impedir 
que ceifasse sua própria vida, atitude que só a ele competia. 5. Tendo o acórdão recorrido consignado 
expressamente que ficou comprovada causa impeditiva da atuação estatal protetiva do detento, rompeu-se 
o nexo de causalidade entre a suposta omissão do Poder Público e o resultado danoso. Com efeito, o Tribunal 
de origem assentou que ocorreu a comprovação de suicídio do detento, ficando escorreita a decisão que afastou 
a responsabilidade civil do Estado de Santa Catarina. 6. Em juízo de retratação, nos termos do art. 1.030, inciso 
II, do CPC/2015, nego provimento ao recurso especial. (STJ - REsp: 1305259 SC 2012/0034508-6, Relator: 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 08/02/2018, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de 
Publicação: DJe 21/02/2018) (grifos não constantes do original) 
 
 
Gabarito: Letra C. 
 
 
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28. 2017/TRF-2ª REGIÃO/TRF-2ª REGIÃO/Juiz Federal 
Em 2014, conhecido assaltante e homicida foge do presídio federal. O inquérito administrativo 
que apurou o evento resulta em punição de dois servidores e mudança de padrões de 
segurança. Já o foragido mantém-se quieto até 2016, quando se une a outro meliante. Os dois 
invadem casa, roubam e matam pai de família, na frente da esposa. A dupla de meliantes foge. 
Por conta da falha de segurança no presídio, a viúva aciona a União Federal, pedindo 
ressarcimento consistente em pensão alimentícia, danos morais, despesas de funeral e luto, 
além de reparaçãodo custo de psiquiatra. Assinale a resposta adequada à orientação 
dominante na doutrina e nos Tribunais Superiores: 
a) O pedido é improcedente. 
b) A procedência do pedido de pensão depende da prova da dependência econômica da autora 
para com o falecido. Já o dano moral ocorre in re ipsa. 
c) No caso, o dano moral ocorre in re ipsa e a verba de luto e funeral deve ser arbitrada mesmo 
se não provados os gastos, já que essas despesas sempre existem, em eventos assim. 
d) A compensação por dano moral procede, mas, ainda que se provem gastos com psiquiatra, 
estes estão fora do desdobramento normal do evento, que apenas abarca os danos diretos e 
imediatos. 
e) No caso, as verbas de luto e funeral dependem de prova, não podendo ser meramente 
arbitradas. A dependência econômica da esposa é presumida e a eventual pensão deve ser 
limitada à idade de sobrevida provável da vítima. 
Comentários 
A responsabilidade civil do Estado é objetiva, em regra, nos termos da teoria do risco administrativo, 
podendo ser atenuada ou excluída a depender da participação concorrente da vítima. Em todas 
essas circunstâncias, o nexo de causalidade entre a conduta da administração representada pelos 
seus agentes públicos e o dano ocorrido é tomado como essencial para a verificação da 
responsabilidade civil do Estado. 
No caso em análise, segundo a jurisprudência do STJ, não se configurou a tese de ter ocorrido a 
responsabilidade civil do Estado pela morte do pai de família por conta de fuga de presos em virtude 
de falha na segurança de presídio. 
PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. DANOS MORAIS. ARTIGO 37, § 6º 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. FUGA DE DETENTO. LATROCÍNIO. AUSÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE. 1. 
Fundando-se o Acórdão recorrido em interpretação de matéria eminentemente constitucional, descabe a esta 
Corte examinar a questão, porquanto reverter o julgado significaria usurpar competência que, por expressa 
determinação da Carta Maior, pertence ao Colendo STF, e a competência traçada para este Eg. STJ restringe-se 
unicamente à uniformização da legislação infraconstitucional. 2. Controvérsia dirimida pelo C. Tribunal a quo à 
luz da Constituição Federal, razão pela qual revela-se insindicável a questão no âmbito do Superior Tribunal de 
Justiça, em sede de Recurso Especial. 3. Ação de Reparação de Danos Materiais e Morais ajuizada em desfavor 
de ente da federação, com fulcro nos artigos 37, § 6º da CF. 4. In casu, restou assentado no acórdão proferido 
 
 
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pelo Tribunal a quo, verbis: Inicio o meu voto analisando a responsabilidade civil do Estado. O artigo 37, § 6º, da 
Constituição da República assim preceitua: As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a 
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Conforme se pode 
depreender do artigo acima, neste caso, a responsabilidade civil do Estado é objetiva, ou seja, o ente público se 
investe da função de reparador do dano acarretado por um agente público ou por outrem nesta função, podendo, 
posteriormente, vir a chamar o agente para indenizar a Administração pelo ilícito extracontratual. (...) É 
impossível a vigilância de cada preso 24 horas ao dia. O Estado não tem condições para isso. Alegar que o 
criminoso deveria estar recolhido a um presídio de segurança máxima é fácil. O difícil é conseguir vaga para 
transferência, transporte seguro para o deslocamento do preso, etc. Acerca do nexo causal, entendo que este 
não ocorreu. Para gerar responsabilidade civil do Estado, o preso deveria estar em fuga, ato contínuo àquela 
ação, e isso não aconteceu. Houve quebra do liame causal. (...) Cabe mencionar que o Estado não é um 
segurador universal, que pode entregar receita da sociedade para qualquer um que se sinta lesado. Atos 
violentos como o dos autos ocorrem a todo o momento e em todos os lugares, e não há possibilidade de total 
prevenção por parte do policial. 5. Ad argumentandum tantum, em situação análoga, esta Corte assentou que 
não há como afirmar que a deficiência do serviço do Estado (que propiciou a evasão de menor submetido a 
regime de semi-liberdade) tenha sido a causa direta e imediata do tiroteio entre o foragido e um seu desafeto, 
ocorrido oito dias depois, durante o qual foi disparada a "bala perdida" que atingiu a vítima, nem que esse 
tiroteio tenha sido efeito necessário da referida deficiência. Ausente o nexo causal, fica afastada a 
responsabilidade do Estado. Precedente: Resp 858511/DF Relator Ministro LUIZ FUX - Relator p/ Acórdão 
Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI Data do Julgamento 19/08/2008 DJ 15/09/2008). 6. Recurso especial não 
conhecido 
(STJ - REsp: 980844 RS 2007/0200277-4, Relator: Ministro LUIZ FUX, Data de Julgamento: 19/03/2009, T1 - 
PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: 20090422 --> DJe 22/04/2009) (grifos não constantes do original) 
Dessa forma, o pedido é improcedente. 
Gabarito: Letra A. 
29. 2016/VUNESP/PREFEITURA DE MOGI DAS CRUZES-SP/Procurador Jurídico 
Sendo a existência do nexo de causalidade o fundamento da responsabilidade civil do Estado, 
esta deixará de existir ou incidirá de forma atenuada quando o serviço público não for a causa 
do dano ou quando estiver aliado a outras circunstâncias, ou seja, quando não for a causa 
única. Assim, admite-se na doutrina e na jurisprudência, como causa que atenua a 
responsabilidade do Estado, 
a) a força maior. 
b) a culpa exclusiva da vítima. 
c) o caso fortuito. 
d) a culpa concorrente da vítima. 
e) a culpa de terceiro. 
Comentários 
A culpa concorrente da vítima é uma hipótese de atenuação da responsabilidade civil do Estado. 
Para Hely Lopes Meirelles (p.782, 2016), 
 
 
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Advirta-se, contudo, que a teoria do risco administrativo, embora dispense a prova da culpa da Administração, 
permite que o Poder Público demonstre a culpa da vítima para excluir ou atenuar a indenização. Isto porque 
o risco administrativo não se confunde com o risco integral. O risco administrativo não significa que a 
Administração deva indenizar sempre e em qualquer caso o dano suportado pelo particular; significa, apenas e 
tão somente, que a vítima fica dispensada da prova da culpa da Administração, mas esta poderá demonstrar 
a culpa total ou parcial do lesado no evento danoso, caso em que a Fazenda Pública se eximirá integral ou 
parcialmente da indenização. (grifos não constantes do original) 
Já a força maior, caso fortuito e culpa exclusiva da vítima excluem a responsabilidade civil do Estado, 
por não ocorrer o nexo de causalidade. 
Gabarito: Letra D. 
30. 2016/IBADE/CÂMARA DE SANTA MARIA MADALENA-RJ/Procurador Jurídico 
Durante a obra de pavimentação de uma via pública, executada por um particular contratado 
pelo Município, apesar de executada diligentemente, houve rachaduras nas paredes de 
imóveis que margeiam o logradouro. Os danos foram causados pelo só fato da obra. Sobre a 
responsabilidade da Administração Pública, é correto afirmar que 
 
a) responde com base na Teoria do risco integral. 
a) responde com base na Teoria da culpa administrativa. 
b) responde com base na Teoria da culpa civil comum do Estado. 
c) é irresponsável pelos danos. 
d) responde com base da Teoria do risco administrativo. 
Comentários 
A questão trata sobre a responsabilidade civil do Estado por conta da realização de obras públicas. 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles (p. 788 e 789, 2016), 
O dano causado por obra pública gera para a Administraçãoa mesma responsabilidade objetiva estabelecida 
para os serviços públicos, porque, embora a obra seja um/ato administrativo, deriva sempre de um ato 
administrativo de quem ordena sua execução. Mesmo que a obra pública seja confiada a empreiteiros 
articulares, a responsabilidade pelos danos oriundos do só fato da obra é sempre do Poder Público que 
determinou sua realização. 
O construtor particular de obra pública só responde por atos lesivos resultantes de sua imperícia, imprudência 
ou negligência na condução dos trabalhos que lhe são confiados. Quanto às lesões a terceiros ocasionadas pela 
obra em si mesma, ou seja, por sua natureza, localização, extensão ou duração prejudicial ao particular, a 
Administração Pública que a planejou responde objetivamente, sem indagação de culpa de sua parte. 
Exemplificando: se na abertura de um túnel ou de uma galeria de águas pluviais o só fato da obra causa danos 
aos particulares, por estes danos responde objetivamente a Administração que ordenou os serviços; se, porém, 
o dano é produzido pela imperícia, imprudência ou negligência do construtor na execução do projeto, a 
responsabilidade originária é da Administração, como dona da obra, mas pode ela haver do executor culpado 
tudo quanto pagou à vítima. (grifos não constantes do original) 
 
 
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Dessa forma, a responsabilidade para o caso será objetiva e com base no risco administrativo. 
Gabarito: Letra E. 
31. 2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado 
Um motorista alcoolizado abalroou por trás viatura da polícia militar que estava regularmente 
estacionada. Do acidente resultaram lesões em cidadão que estava retido dentro do 
compartimento traseiro do veículo. Esse cidadão então ajuizou ação de indenização por danos 
materiais contra o Estado, alegando responsabilidade objetiva. O procurador responsável pela 
contestação deixou de alegar culpa exclusiva de terceiro e não solicitou denunciação da lide. O 
corregedor determinou a apuração da responsabilidade do procurador, por entender que 
houve negligência na elaboração da defesa, por acreditar que seria útil à defesa do poder 
público alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente. 
Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item. 
Foi correto o corregedor quanto ao entendimento de que seria útil à defesa do poder público 
alegar culpa exclusiva de terceiro na geração do acidente, uma vez que, provada, ela pode 
excluir ou atenuar o valor da indenização. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
Comentários 
Correto. Nem sempre a Administração Pública responde objetivamente pelos danos ocorridos com 
terceiros quando um agente público está envolvido. Existem as hipóteses de culpa concorrente e 
culpa exclusiva da vítima, podendo ocasionar na atenuação ou exclusão da indenização. 
Para Hely Lopes Meirelles (p.782, 2016), 
Advirta-se, contudo, que a teoria do risco administrativo, embora dispense a prova da culpa da Administração, 
permite que o Poder Público demonstre a culpa da vítima para excluir ou atenuar a indenização. Isto porque 
o risco administrativo não se confunde com o risco integral. O risco administrativo não significa que a 
Administração deva indenizar sempre e em qualquer caso o dano suportado pelo particular; significa, apenas e 
tão somente, que a vítima fica dispensada da prova da culpa da Administração, mas esta poderá demonstrar a 
culpa total ou parcial do lesado no evento danoso, caso em que a Fazenda Pública se eximirá integral ou 
parcialmente da indenização. (grifos não constantes do original) 
Dessa forma, a assertiva encontra-se correta. 
Gabarito: Certo. 
32. 2016/CESPE/PGE-AM/Procurador do Estado 
Considerando essa situação hipotética, julgue o próximo item. 
Diante da ausência de denunciação da lide, ficou prejudicado o direito de regresso do Estado contra 
o motorista causador do acidente 
 
 
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( ) Certo ( ) Errado 
Comentários 
Incorreto. A denunciação da lide é facultativa, podendo a responsabilidade do agente causador do 
dano ser apurada por meio de ação regressiva (ação autônoma). Vejamos o entendimento do STJ 
sobre o tema: 
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. ERRO MÉDICO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. FACULDADE. 
Nas demandas em que se discute a responsabilidade civil do Estado, a denunciação da lide ao agente causador 
do suposto dano é facultativa, cabendo ao magistrado avaliar se o ingresso do terceiro ocasionará prejuízo à 
economia e celeridade processuais. Agravo regimental não provido. 
(STJ - AgRg no AREsp: 139358 SP 2012/0030135-1, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de Julgamento: 
26/11/2013, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 04/12/2013) 
Gabarito: Errado. 
33. 2016/FCC/DPE-ES/Defensor Público 
Aristides da Silva era operário e, a pretexto de sua participação em grupo político considerado 
subversivo, foi preso e torturado por agentes policiais estaduais, no ano de 1976. Somente em 
2016 procurou a Defensoria Pública, visando ajuizar ação indenizatória em face do Estado, para 
pleitear os danos materiais e morais decorrentes do episódio, que lhe causou sequelas físicas 
e psicológicas. Em vista de tal situação, é correto concluir que a pretensão em tela 
a) não está prescrita, mas há litisconsórcio necessário, devendo ser ajuizada também em 
relação aos agentes públicos causadores do dano, haja vista a necessidade de garantir-se o 
direito de regresso do Estado. 
b) é imprescritível, podendo ser ajuizada ação de reparação a qualquer momento. 
c) já se encontra prescrita, no tocante aos danos materiais, sendo imprescritível a pretensão 
aos danos morais. 
d) já se encontra inteiramente prescrita, em vista dos efeitos da chamada Lei de Anistia (Lei 
Federal nº 6.683/1979). 
e) já se encontra prescrita, por força do Decreto nº 20.910/1932, devendo ter sido ajuizada 
ação de reparação no prazo de cinco anos a partir da vigência da Constituição Federal de 1988. 
Comentários 
As ações de indenizações por danos morais e materiais decorrentes de fatos ocorridos durante a 
ditadura são imprescritíveis, conforme trecho de decisão do STF sobre o tema: 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PRISÃO E TORTURA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO. 
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. NÃO CONFIGURAÇÃO DE 
CONTRARIEDADE DO ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS:

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