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DISCIPLINA Movimentos Sociais e Educação do Campo SÍNTESE DOS TEXTOS ESTUDADOS Profa. Klívia Nunes Plano de aula Objetivo Geral: Refletir sobre a relação entre Educação do Campo e movimentos sociais a partir da experiência educativa do MST Objetivos Específicos: Apresentar subsídios teóricos para que os professores possam compreender melhor e de forma crítica o contexto em que as escolas do campo estão inseridas; Fornecer aos educandos elementos teóricos para compreender a história dos movimentos sociais e sua articulação com as propostas pedagógicas de escolas possíveis, reais e desafiadoras; Refletir e problematizar sobre o caráter educativo dos Movimentos Sociais do Campo na atualidade; Estimular a reflexão em torno das possibilidades de construção de uma escola pluralista, democrática e politizada diante da realidade social e política contemporânea CONTEÚDO Os movimentos sociais: conceitos, elementos constitutivos e sua forma de organização. Dimensões educativas dos movimentos sociais e sua influência no âmbito educacional. Pedagogia dos movimentos sem terra: pedagogia, história e desafio AVALIAÇÃO Avaliação A prática avaliação ocorrerá ao longo do desenvolvimento da disciplina, sendo esta considerada como um meio de diagnosticar o processo de desenvolvimento dos alunos, considerando os avanços, as potencialidades, os limites e as dificuldades de cada aluno. Durante a aula, a professora considerará: observação participativa, estudos de texto, discussão e a entrega do trabalho tempo comunidade. Nota - Trabalho Tempo Comunidade: Cordel (50 pontos) e Perguntas Norteadoras (50 pontos) Para cada trabalho considerar: apresentação e introdução do tema – 10 pontos objetividade – 10 pontos análise de informações – 10 pontos. estrutura do cordel: criatividade – 10 pontos senso crítico – 10 pontos Total Final - 100 pontos TEMPO COMUNIDADE Atividade para os dias 15/04 a 19/04 Produção de um cordel sobre educação do campo e movimentos sociais - O que é cordel? A Literatura de Cordel é uma manifestação da cultura popular brasileira que teve origem no Nordeste. É composta por poemas escritos em linguagem popular, ricos em rimas e na perfeição métrica dos seus versos. (https://www.todamateria.com.br/literatura-de-cordel/) "Os textos que compõem esse tipo de literatura apresentam caráter narrativo. Porém, são escritos em versos regulares. Tais textos são caracterizados por uma linguagem simples, satírica e regional. E são impressos em folhetos." Veja mais sobre "Literatura de cordel" em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/literatura-cordel.htm O que deve conter no Cordel: O que reivindicam; Importância social das reivindicações; Símbolos, identidades e estratégias de organização. Site para consulta: MST - https://mst.org.br/quem-somos/ Pode ser feito em grupo / Data de entrega do trabalho: 19/04/24 Caso queira publicar no Instagram: No e-mail informar: Autorizo a profa. Klívia de Cássia Silva Nunes, UFU/´PONTAL, publicar no Instagram da disciplina Educação do Campo – ICHPO/UFU, foto e o material produzido por: _____________ intitulado ____________________, RG: _________; CPF:____________e-mail:__________. Cedo a foto e o material conforme determina a Lei de 9610/98 – Direitos Autorais, de total de definitiva, todos os direitos patrimoniais da atividade do Cordel, podendo publicar no Instagram da disciplina de caráter não oneroso e sem ônus de qualquer espécie. Cidade (xxxx), _______, de abril de 2024. Enviar para o e-mail: klivianunes67@gmail.com Como fazer atividade? Na atividade deve constar: Nome: Escola que atua e o tempo que atua na escola: Se tem experiência com a educação do campo: Se já participou de formação continuada que trata sobre a educação do campo/rural: O termo de aceite para publicar no Instagram Perguntas Norteadoras: 1) Qual a sua percepção sobre Movimentos Sociais da Terra e a Educação do Campo? 2) Como interpretar o movimento do campo, especialmente o MST, como experiência educativa? 3) Qual é o sentido educativo do MST? 4) Elaborar um Cordel a partir de suas reflexões sobre as questões acima postas. O que ainda deve conter no Cordel, além de sua percepção? O que reivindicam; Importância social das reivindicações; Símbolos, identidades e estratégias de organização. Dedo na ferida , 2017 LINK DO FILME - https://www.youtube.com/watch?v=lhErYR90dCI&t=206s Vamos colocar o dedo na ferida!!!!!! Problematização Para você, o que é um movimento social? O que o movimento social dos sem terras significa para você? Você sabe qual é a relação dos movimentos sociais com a educação? Movimentos Sociais "Os movimentos sociais são ações coletivas mantidas por grupos organizados da sociedade que visam lutar por alguma causa social. Em geral, o grito levantado pelos movimentos sociais representa a voz de pessoas excluídas do processo democrático, que buscam ocupar os espaços de direito na sociedade. Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na sociedade de direitos" São ações sociais coletivas de caráter sociopolítico e cultural que viabilizam formas distintas de a população se organizar e expressar suas demandas (cf. Gohn, 2008). Na ação concreta, essas formas adotam diferentes estratégias que variam da simples denúncia, passando pela pressão direta (mobilizações, marchas, concentrações, passeatas, distúrbios à ordem constituída, atos de desobediência civil, negociações etc.) até as pressões indiretas. Os movimentos realizam diagnósticos sobre a realidade social, constroem propostas. Atuando em redes, constroem ações coletivas que agem como resistência à exclusão e lutam pela inclusão social. Constituem e desenvolvem o chamado empoderamento de atores da sociedade civil organizada à medida que criam sujeitos sociais para essa atuação em rede. Tanto os movimentos sociais dos anos 1980 como os atuais têm construído representações simbólicas afirmativas por meio de discursos e práticas. Criam identidades para grupos antes dispersos e desorganizados, como bem acentuou Melucci (1996). Ao realizar essas ações, projetam em seus participantes sentimentos de pertencimento social. Aqueles que eram excluídos passam a se sentir incluídos em algum tipo de ação de um grupo ativo. Um pouco de história “O mais antigo movimento de massas que nós podemos destacar como um princípio de movimento social tenha sido a Queda da Bastilha, que marcou a Revolução Francesa em 1789 e foi responsável pela queda da monarquia absolutista francesa. Outro grande movimento de massa que se tornou um movimento social organizado foi o movimento sufragista, considerado parte da primeira onda do feminismo, movimento organizado por mulheres que reivindicavam o seu direito ao voto e à participação cidadã na política.“ Obs.: Movimento sufragista Movimento sufragista foi uma campanha feita por mulheres, em diversos países, reivindicando o direito ao voto, entre o fim do século XIX e a primeira metade do século XX. Para pensar..... O que diferencia um movimento social de uma organização não governamental? O que caracteriza um movimento social? possuem identidade, têm opositor e articulam ou fundamentam-se em um projeto de vida e de sociedade. têm contribuído para organizar e conscientizar a sociedade. apresentam conjuntos de demandas via práticas de pressão/mobilização. têm certa continuidade e permanência. Não são só reativos, movidos apenas pelas necessidades (fome ou qualquer forma de opressão); podem surgir e desenvolver-se também a partir de uma reflexão sobre sua própria experiência. Lutam contra a exclusão, por novas culturas políticas de inclusão. Lutam pelo reconhecimento da diversidade cultural. Há neles uma ressignificação dos ideais clássicos de igualdade, fraternidade e liberdade A igualdade é ressignificada com a tematização da justiça social a fraternidade se retraduz em solidariedade liberdade associa-seao princípio da autonomia – da constituição do sujeito, não individual, mas autonomia de inserção na sociedade, de inclusão social, de autodeterminação com soberania Paradigmas Figura 2: Matriz das vertentes das Teorias dos Movimentos Sociais Fonte: Souza, Cláudio André de; Pereira, Carla Galvão. Movimentos sociais. Salvador: UFBA, Faculdade de Direito; Superintendência de Educação a Distância, 2022. Paradigma Clássico Paradigma Marxista Teoria de Mobilização de Recursos (TMR) Teoria dos Novos Movimentos Sociais (TNMS) Teoria do Processo Político (TPP) “Só existe movimento social quando a ação coletiva é dotada de objetivos sociais, quer dizer, reconhece a existência de valores e interesses sociais gerais e, em consequência, não reduz a vida política a um confronto entre campos ou classes, ainda que organize ou acirre conflitos. Somente nas sociedades democráticas é que os movimentos sociais se formam sozinhos, pois a livre escolha obriga cada ator social a lutar simultaneamente pelo bem comum e pela defesa de interesses particulares. Por essa razão, os movimentos sociais mais expressivos recorrem a temas universalistas: liberdade, igualdade, direitos do homem, justiça, solidariedade, temas que estabelecem um nexo direto entre o ator social e o programa político” (Touraine, 1994). MOVIMENTOS POPULARES – EXEMPLO MST O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) é um movimento social que se autointitula como de massa, autônomo e que busca organizar trabalhadores e trabalhadoras rurais junto à sociedade para conquistar a Reforma Agrária, um Projeto Popular para o Brasil. O MST surgiu oficialmente em 1984 dentro do 1º Encontro Nacional de Trabalhadores Sem Terra, no Paraná. É importante observar que se trata do período da Ditadura Militar, um regime que aprofundou as desigualdades sociais no país. Além disso, em 1984 estava em curso o processo de abertura para a redemocratização do país, o que possibilitou a emergência de movimentos sociais, duramente reprimidos nas décadas anteriores. Mas os movimentos por terra no Brasil não eram exatamente novidade. Eles existem desde o início do século XX, como forma de manifestação popular e combate à desigual distribuição de terra — uma característica histórica do país, em função de nossa estrutura latifundiária. Ao longo do tempo, esses movimentos tornaram-se mais unificados e organizados, originando o MST. O movimento se organiza em uma estrutura democrática e participativa. Nos assentamentos e acampamentos, as famílias dividem-se em núcleos que discutirão as necessidades de cada área. O que é reforma agrária? Líder do MST explica por que a reforma agrária é necessária https://www.youtube.com/watch?v=LUtsqAg8c_8 Núcleos Frente de massas; Formação política; Educação; Produção; Comunicação; Projetos; Gênero; Direitos Humanos; Saúde; Finanças; Relações Internacionais; Cultura; Juventude; LGBT sem Terra. Objetivos O MST declara que seus objetivos principais, sintetizados no lema “terra para quem nela trabalha”, são: Lutar pela terra; Lutar pela Reforma Agrária; Lutar por mudanças sociais no país. Em suma, a demanda central do Movimento é pela Reforma Agrária. Formas de atuação Os acampamentos consistem na ocupação de propriedades de terra em situação irregular/ilegal. Nessa propriedade, as famílias que fazem parte do Movimento instalam acampamento, ou seja, passam a viver ali como forma de exercer pressão pela desapropriação daquela propriedade que está irregular. Nos acampamentos, as famílias desenvolvem agricultura familiar em forma de cooperativas. Quando a terra é desapropriada pelo governo, ou seja, quando o governo reconhece que a propriedade está irregular, ela é concedida àquelas pessoas que ocuparam o terreno para viver e produzir. A esse estágio, em que as famílias que vivem naquele acampamento do MST ganham os direitos sobre a terra, dá-se o nome de assentamento, um processo que costuma levar anos. Ver vídeo Quer acabar com o MST? Façam a reforma agrária", diz João Pedro Stedile https://www.youtube.com/shorts/8xpuMV2VPcA E, ainda.... https://www.youtube.com/watch?v=X3wVhMhE9RU&t=35s Olha o que eles comem .... VÍDEO: Ricardo Salles é flagrado comprando orgânicos e é alvo de protestos Viralizou vídeo das “compras” do ex-ministro do antigo governo – 2019/2022, que ficou conhecido por querer aproveitar a pandemia pra “passar a boiada” Fonte: https://revistaforum.com.br/politica/2023/9/9/video-ricardo-salles-flagrado-comprando-orgnicos-alvo-de-protestos-143813.html Conquista do MST 8 mil latifúndios ocupados; Mais de 350 mil famílias assentadas; Criação de escolas públicas de ensino fundamental e médio dentro dos assentamentos Criação do Pronera, em 1998, que poucos anos depois, em 2001, foi incorporado ao Incra; Feiras de alimentos com produtos oriundos de assentamentos. Esses são apenas alguns exemplos de conquistas, fruto da organização coletiva do Movimento de Trabalhadores sem Terra. AMPARO LEGAL No dia 30 de novembro, é celebrado o Dia do Estatuto da Terra. O estatuto é dos primeiros códigos inteiramente elaborados no Brasil a fim de colocar um freio nos movimentos campesinos que se multiplicavam durante o Governo João Goular (1961-1964). Trata-se da Lei 4504/1964, que regulamenta os direitos e obrigações referentes aos imóveis rurais para a execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola. LEI Nº 4.504, DE 30 DE NOVEMBRO DE 1964. Dispõe sobre o Estatuto da Terra, e dá outras providências. Art. 1° Esta Lei regula os direitos e obrigações concernentes aos bens imóveis rurais, para os fins de execução da Reforma Agrária e promoção da Política Agrícola. § 1° Considera-se Reforma Agrária o conjunto de medidas que visem a promover melhor distribuição da terra, mediante modificações no regime de sua posse e uso, a fim de atender aos princípios de justiça social e ao aumento de produtividade. O Estatuto da Terra ainda está em vigor no Brasil? O Estatuto da Terra foi inserido na Constituição Federal brasileira em 1988. Portanto, suas regras permanecem válidas no país há 59 anos. O Estatuto também estabelece a função social que as propriedades rurais de terra devem cumprir no Brasil: Aproveitamento racional e adequado; Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; Observância das disposições que regulam as relações de trabalho; Exploração que favoreça o bem estar dos proprietários e dos trabalhadores (Art. 186). No caso de não cumprimento, a Constituição de 1988 prevê um processo de desapropriação (mediante a indenização) para fins de reforma agrária (Art. 184). Na prática, isso significa que o Estado desapropria grandes latifúndios que não cumprem com sua função social e realiza sua redistribuição entre pequenos agricultores e camponeses sem terra. O responsável por realizar esse processo é o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), fundado em 1970. Constituição de 1988 DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; XXII - é garantido o direito de propriedade; XXIII - a propriedade atenderá a sua função social; Constituição de 1988 Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. § 1º As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. § 2º O decreto que declararo imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. § 3º Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação. § 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. § 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. Sessão fílmica Nas Terras do Bem-Virá Link: https://www.youtube.com/watch?v=VibNE-8dN7o&t=43s Abertura – educação Pro dia Nascer Feliz https://www.youtube.com/watch?v=nvsbb6XHu_I&t=969s Educação do Campo e o MST Se a terra representa a possibilidade de trabalhar, produzir e viver dignamente, a educação é o outro instrumento fundamental para a continuidade da luta. Com isso, o Setor de Educação busca dar respostas às necessidades educacionais dos trabalhadores Sem Terra nos acampamentos e assentamentos por meio da educação do campo, que valoriza os saberes, vivências e a cultura das populações rurais. Os principais objetivos são a erradicação do analfabetismo nas áreas, a conquista de condições reais para que toda criança e adolescente esteja na escola, isso implica na luta por escolas de ensino fundamental e médio dentro dos assentamentos, a capacitação dos professores para que sejam respeitados enquanto sabedores das necessidades e portadores da novidade de construir uma proposta alternativa de educação popular. O setor de Educação também atua na luta pela criação de política públicas educacionais para Educação de Jovens e Adultos (EJA) nos assentamentos e acampamentos, centrado no direito ao acesso à educação pública, gratuita e de qualidade, diminuindo o analfabetismo no campo brasileiro. Bem como, na formação técnico profissionalizante de nível médio, em cursos superiores e de pós-graduação por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), extinto pelo governo de Jair Bolsonaro em fevereiro de 2020. (PORTAL DO MST) O artigo de Miguel Arroyo - discute os vínculos entre trabalho e educação enfatizando a necessidade de não só destacar os efeitos deformadores gerados sob as relações capitalistas de produção, mas principalmente destacar que o trabalho compreendido como princípio educativo pode ter um efeito formador. O autor pretende chamar a atenção para essa rica e fecunda tradição que tanto tem marcado o repensar da teoria pedagógica: encontrar os vínculos tensos entre trabalho e educação, aqui pensados nas relações entre educação e movimentos sociais. A análise das relações entre educação, trabalho e exclusão social nos levam a um permanente olhar em duas direções que terminam se encontrando. De um lado, estarmos atentos às contraditórias transformações que precarizam a vida de milhões de seres humanos, negando-lhes os direitos mais básicos: olhar os brutais processos de desumanização a que são submetidos. De outro lado, estarmos atentos às múltiplas manifestações de luta pelos direitos humanos, às manifestações de mobilização coletiva vindas dos excluídos e oprimidos: olhar os processos de humanização que se dão nos movimentos sociais e nas experiências e lutas democráticas pela emancipação. Em comum o reconhecimento da categoria trabalho na compreensão dos processos de formação-deformação humana; o caráter histórico destes processos educativos e culturais vinculados a formas concretas de produção da existência. Em comum, ainda, uma forte carga humanista nas análises: o destaque do sentido desumano da divisão histórica do trabalho e do caráter deformador e sufocante do domínio do processo de produção sobre os homens e não destes sobre as relações de produção Os movimentos sociais têm tido um papel pedagógico no aprendizado dos direitos. A formação humana é inseparável da produção mais básica da existência, do trabalho, das lutas por condições materiais de moradia, saúde, terra, transporte, por tempos e espaços de cuidado, de alimentação, de segurança. É importante destacar como o aprendizado dos direitos vem das lutas por essa base material. Por sua humanização. Os movimentos sociais têm sido educativos não tanto através da propagação de discursos e lições conscientizadoras, mas pelas formas como tem agregado e mobilizado em torno das lutas pela sobrevivência, pela terra ou pela inserção na cidade. A luta pela vida educa por ser o direito mais radical da condição humana. Os movimentos sociais articulam coletivos nas lutas pelas condições de produção da existência popular mais básica. Aí se descobrem e se aprendem como sujeitos de direitos. É importante constatar que enquanto o movimento operário e os movimentos sociais mais diversos apontaram nestas décadas essa matriz pedagógica, um setor do pensamento pedagógico progressista nos levava para relações mais ideológicas: o movimento cívico, a consciência crítica, os conteúdos críticos como matriz formadora do cidadão participativo. Pensamento – Miguel Arroyo / 2000 ATIVIDADE Mural interativo: 1) Qual a sua percepção sobre Movimentos Sociais da Terra e a Educação do Campo? 2) Como interpretar o movimento do campo, especialmente o MST, como experiência educativa? 3) Qual é o sentido educativo do MST? 4) O que temos a aprender dos Movimentos Sociais? 5) Como pensar currículos, conteúdos e metodologias, como formular políticas e planejar programas educativos sem incorporar os estreitos vínculos entre as condições em que os educandos reproduzem suas existências e seus aprendizados humanos? Pergunta para fechar nossas atividades.... Educação em Movimento Educação em Movimento - Filme completo Link: https://www.youtube.com/watch?v=VGY3S_Va680 Sessão fílmica A felicidade das pequenas coisas (sugestão para assistir em casa) Filme: O Último Vagão REFERÊNCIAS SITES: https://www.politize.com.br/mst-voce-entende-o-que-e-esse-movimento/ https://mst.org.br/quem-somos/ https://www.terra.com.br/planeta/o-que-e-o-estatuto-da-terra-e-qual-a-importancia-dele,fcd13e7ffacd8ec924599a5318ed8e31yznztbif.html?utm_source=clipboard https://www.youtube.com/watch?v=mcPhrGPktJc Assista: MST no Flow: Stédille dá aula e explica a reforma agrária de forma clara e objetiva! https://www.youtube.com/watch?v=hHOitwOK28g Bibliografia ARROYO, Miguel G. PEDAGOGIAS EM MOVIMENTO – o que temos a aprender dos Movimentos Sociais? Currículo sem Fronteiras, v.3, n.1, pp. 28-49, Jan/Jun 2003. CALDART, Roseli. Pedagogia do MST: escola é mais do que escola. Petrópolis: Vozes, 2000. Disponível em: https://mst.org.br/download/pedagogia-do-movimento-sem-terra-escola-e-mais-do-que-escola/ (estudar o capítulo 1 e 4) GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais na contemporaneidade. Revista Brasileira de Educação v. 16 n. 47 maio-ago. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/vXJKXcs7cybL3YNbDCkCRVp/?format=pdf image1.jpeg image2.png image2.jpeg image21.png image3.jpeg image4.emf image20.png image5.emf image6.jpeg