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Autor: José Carlos Autor: José Carlos Faustini de RezendeFaustini de Rezende NOÇÕES DENOÇÕES DE MÁQUINASMÁQUINAS TÉRMICASTÉRMICAS NOÇÕES DENOÇÕES DE MÁQUINASMÁQUINAS TÉRMICASTÉRMICAS Autor: José Carlos Faustini de Rezende Ao final desse estudo, o treinando poderá: • Reconhecer os principais conceitos relacionados ao funcionamento das máquinas térmicas. NOÇÕES DE MÁQUINAS TÉRMICAS Este material é o resultado do trabalho conjunto de muitos técnicos da área de Exploração & Produção da Petrobras. Ele se estende para além dessas páginas, uma vez que traduz, de forma estruturada, a experiência de anos de dedicação e aprendizado no exercício das atividades prossionais na Companhia. É com tal experiência, reetida nas competências do seu corpo de empregados, que a Petrobras conta para enfrentar os crescentes desaos com os quais ela se depara no Brasil e no mundo. Nesse contexto, o E&P criou o Programa Alta Competência, visando prover os meios para adequar quantitativa e qualitativamente a força de trabalho às estratégias do negócio E&P. Realizado em diferentes fases, o Alta Competência tem como premissa a participação ativa dos técnicos na estruturação e detalhamento das competências necessárias para explorar e produzir energia. O objetivo deste material é contribuir para a disseminação das competências, de modo a facilitar a formação de novos empregados e a reciclagem de antigos. Trabalhar com o bem mais precioso que temos – as pessoas – é algo que exige sabedoria e dedicação. Este material é um suporte para esse rico processo, que se concretiza no envolvimento de todos os que têm contribuído para tornar a Petrobras a empresa mundial de sucesso que ela é. Programa Alta Competência Programa Alta Competência O material está dividido em capítulos. No início de cada capítulo são apresentados os objetivos específicos de aprendizagem, que devem ser utilizados como orientadores ao longo do estudo. No nal de cada capítulo encontram-se os exercícios, que visam avaliar o alcance dos objetivos de aprendizagem. Os gabaritos dos exercícios estão nas últimas páginas do capítulo em questão. C a p í t u l o 1 Riscos elétricos e o aterramento de segurança Ao final desse capítulo, o treinando poderá: • Estabelecer a relação entre aterramento de segurança e riscos elétricos; • Reconhecer os tipos de riscos elétricos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos; • Relacionar os principais tipos de sistemas de aterramento de segurança e sua aplicabilidade nas instalações elétricas. Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1.4. Exercícios 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: Capítulo 1. Riscos elétricos e o aterramento de segurança 1) Que relação podemos estabelecer entre riscos elétricos e aterramento de segurança? O aterramento de segurança é uma das formas de minimizar os riscos decorrentes do uso de equipamentos e sistemas elétricos. 2) Apresentamos, a seguir, trechos de Normas Técnicas que abordam os cuidados e critérios relacionados a riscos elétricos. Correlacione-os aos tipos de riscos, marcando A ou B, conforme, o caso: A) Risco de incêndio e explosão B) Risco de contato ( B ) “Todas as partes das instalações elétricas devem ser projetadas e executadas de modo que seja possível prevenir, por meios seguros, os perigos de choque elétrico e todos os outros tipos de acidentes.” 1.7. Gabarito Objetivo Específico Para a clara compreensão dos termos técnicos, as suas denições estão disponíveis no glossário. Ao longo dos textos do capítulo, esses termos podem ser facilmente identicados, pois estão em destaque. 49Nesse processo, o operador tem importante papel, pois, ao interagir diariamente com os equipamentos elétricos, pode detectar imediatamente alguns tipos de anormalidades, antecipando problemas e, principalmente, diminuindo os riscos de choque elétrico por contato indireto e de incêndio e explosão. 3.1. Problemas operacionais Os principais problemas operacionais vericados em qualquer tipo de aterramento são: • Falta de continuidade; e • Elevada resistência elétrica de contato. É importante lembrar que Norma Petrobras N-2222 dene o valor de 1Ohm, medido com multímetro DC (ohmímetro), como o máximo admissível para resistência de contato. Alta Competência Choque elétrico – conjunto de perturbações de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no organismo humano ou animal, quando este é percorrido por uma corrente elétrica. Ohm – unidade de medida padronizada pelo SI para medir a resistência elétrica. Ohmímetro – instrumento que mede a resistência elétrica em Ohm. 3.4. Glossário Caso sinta necessidade de saber de onde foram retirados os insumos para o desenvolvimento do conteúdo desta apostila, ou tenha interesse em se aprofundar em determinados temas, basta consultar a Bibliografia ao nal de cada capítulo. Ao longo de todo o material, caixas de destaque estão presentes. Cada uma delas tem objetivos distintos. A caixa “Você Sabia” traz curiosidades a respeito do conteúdo abordado de um determinado item do capítulo. “Importante” é um lembrete das questões essenciais do conteúdo tratado no capítulo. Alta Competência CARDOSO ALVES, Paulo Alberto e VIANA, Ronaldo Sá. Aterramento de sistemas elétricos - inspeção e medição da resistência de aterramento. UN-BC/ST/EMI – Elétrica, 2007. COELHO FILHO, Roberto Ferreira.Riscos em instalações e serviços com eletricidade. Curso técnico de segurança do trabalho, 2005. Norma Petrobras N-2222. Projeto de aterramento de segurança em unidades marítimas. Comissão de Normas Técnicas - CONTEC, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5410.Instalações elétricas de baixa tensão. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. Norma Brasileira ABNT NBR-5419. Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas. Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2005. 1.6. Bibliografia É atribuído a Tales de Mileto (624 - 556 a.C.) a primeira observação de um fenômeno relacionado com a eletricidade estática. Ele teria esfregado um fragmento de âmbar com um tecido seco e obtido um comportamento inusitado – o âmbar era capaz de atrair pequenos pedaços de palha. O âmbar é o nome dado à resina produzida por pinheiros que protege a árvore de agressões externas. Após sofrer um processo semelhante à fossilização, ela se torna um material duro e resistente. É muito importante que você conheça os tipos de pig de limpeza e de pig instrumentado mais utilizados na sua Unidade. Informe-se junto a ela! IMPORTANTE! 18 Alta Competência 19 Capítulo 1. Máquinas térmicas 1. Máquinas térmicas As máquinas térmicas são dispositivos criados pelo homem para transformar o calor, produzido a partir de uma fonte quente, em energia mecânica utilizável, ou seja, geram trabalho (W). Essas máquinas utilizam a energia do vapor d’água ou da mistura gasosa produzida pela combustão de certos materiais combustíveis ou a energia térmica de outras fontes, gerando um regime contínuo de trabalho (W) mecânico. Apesar dos diferentes tipos de máquinas térmicas, elas obedecem às seguintes características: Recebem calor de uma fonte quente;• Conservam apenas parte desse• trabalho (W); Rejeitam o calor que não foi usado para um reservatório• chamado fonte fria; Funcionam por ciclos.• Ciclos termodinâmicos representam as transformações das condições termodinâmicas de uma substância. Assim, nas máquinas térmicas o trabalho é gerado por meio da aplicação dos ciclos adequados. 1.1. Ciclos teóricos e reais A Termodinâmica estuda as relações entre calor, temperatura, energia e trabalho (W) mecânico. Esses processos de conversão de energiasão governados por leis que denem as grandezas termodinâmicas: Lei zero• : determina a temperatura e o equilíbrio térmico entre os corpos; Primeira lei• : estabelece o princípio de conservação da energia de um sistema; 20 Alta Competência Segunda lei• : dene os limites de eciência e a direção do uxo da energia. O ciclo teórico, considerado como ideal, serve-nos como modelo de estudo embora não seja alcançável na realidade, ou seja, este ciclo não existe na prática. Nesse ciclo, podemos notar as seguintes características: Ausência de atrito;• Perdas para o meio externo e;• Equilíbrio em todos os processos.• Por esses motivos é considerado ideal, servindo apenas de base para a ciência explicar grande número de fenômenos ou operações. O ciclo real é aquele que ocorre na realidade. Ao contrário do ciclo teórico, não é imaginário. Nesse ciclo, podemos notar que existem perdas de energia para o meio externo, causadas por atrito. Além disso, não há tempo suciente para o equilíbrio nos processos. As máquinas térmicas funcionam de acordo com ciclos. A energia adicionada em forma de calor em uma parte do ciclo é utilizada como trabalho (W) útil em outra. Assim, a variação interna de energia do sistema é a diferença entre o calor adicionado e o trabalho (W) realizado. Essa é a descrição da primeira lei da termodinâmica, que é expressa pela relação: ∆U = Q - W Onde: ΔU = Variação da energia interna; Q = Calor recebido (adicionado) pelo sistema; W = Trabalho realizado. 28 Alta Competência As turbinas a gás têm como suas maiores qualidades a compacticidade (relação peso x potência) e a possibilidade de utilizar vários tipos de combustíveis, como diesel, querosene de aviação (QAV), gás natural e óleo combustível. O fator peso-potência é o que determina sua larga aplicação na aviação. Também essa característica, associada à exibilidade no uso de combustíveis, determina o seu uso intensivo em plataformas de produção de petróleo. Como o gás da exaustão de uma turbina ainda contém uma considerável quantidade de energia térmica (em torno de 400 ºC), freqüentemente ele é utilizado para aquecimento ou geração de vapor. 1.2.4. Ciclo Rankine O ciclo Rankine é basicamente uma adaptação do ciclo de Carnot. É o mais usado em usinas termelétricas e nucleares. Tem como uido operante a água, que passa à fase de vapor quando aquecida em uma caldeira, gerando, dessa forma, trabalho (W). Outros líquidos podem ser usados, mas a água é o mais comum. Se a expansão ocorrer em uma turbina, por exemplo, esta pode ser usada para acionar equipamentos rotativos, como geradores elétricos e compressores. Nesse caso, o vapor que deixa a turbina condensa- se e a água é bombeada de volta à caldeira. Outro exemplo prático do ciclo é a locomotiva a vapor, em que a turbina é substituída por pistões a vapor. A seguir é mostrada a visão esquemática do ciclo. TurbinaCaldeira C o n d e n s a d o r Q23 W12 Bomba Q 41 W34 1 2 3 4 Esquema do ciclo Rankine 29 Capítulo 1. Máquinas térmicas As turbinas a vapor têm vasta aplicação na indústria da energia, principalmente na área de refinarias e petroquímicas. Em alguns FPSOs (Floating Production Storage Offloading ) elas são usadas para geração de energia elétrica e acionamento de bombas e compressores. 1.2.5. Turbo-expansores Os turbo-expansores são turbinas que utilizam gases provenientes de processos químicos que ainda contenham quantidade de energia térmica suciente para gerar trabalho (W) mecânico quando expandidos nestas. São largamente utilizados em renarias, petroquímicas e unidades de produção de gasolina natural. 1.3. Sistemas auxiliares de um motor a combustão interna do ciclo Otto Os sistemas de um motor a combustão interna do ciclo Otto (gasolina ou álcool) necessitam para o seu funcionamento de sistemas auxiliares que desempenham funções diversas, como por exemplo: Sistema de combustível;• Sistema de ignição;• Sistema de arrefecimento;• Sistema de lubricação.• 1.3.1 Sistema de combustível É o sistema responsável por introduzir o combustível no motor, misturando-o com ar. Em um motor movido à gasolina, a alimentação é feita através de um carburador ou através de injetores de gasolina colocados diretamente no coletor de admissão do motor. a) Carburação Entendemos por carburação o processo no qual a mistura ar/ combustível é produzida com o objetivo de gerar uma combustão otimizada. Cabe também à carburação suprir o motor com a vazão 30 Alta Competência adequada de combustível para cada regime de funcionamento do mesmo. Para a gasolina, a relação ideal está na faixa de 15 partes de ar para uma de combustível e para o álcool 9. Valores mais baixos que estes indicam uma mistura rica, que provoca maior consumo e mais poluição. Misturas pobres - muito ar - geram perda de potência. b) Sistema de combustível a carburador A ilustração a seguir mostra os principais componentes de um carburador típico. Borboleta de aceleração Agulha de ajuste (marcha lenta) Circuito de baixa (marcha lenta) Gigle principal Bomba de aceleração Agulha de entrada Entrada de gasolina Cuba Bóia Vent Emulsionador (compensador) Alimentador Afogador Difusor (venturi ) secundário Difusor (venturi ) principal Mistura atomazida Componentes de um carburador típico O combustível é recebido na cuba fornecido por uma bomba que o movimenta a partir de um reservatório. Um sistema de bóia e agulha mantém o nível da cuba constante. O acionamento do acelerador atua na abertura da válvula-borboleta de controle do uxo, permitindo um aumento da vazão de ar que passa pelo venturi . Uma depressão é formada no centro, arrastando o combustível e formando uma mistura atomizada que é direcionada para a admissão do motor. Na condição de marcha lenta, onde a válvula-borboleta de aceleração está fechada, a alimentação se faz por um circuito alternativo. Em condições de aceleração, um uxo adicional de combustível é requerido, sendo este fornecido por um dispositivo que força uma injeção por um circuito independente. O afogador permite o enriquecimento da mistura, requerido quando o motor está frio, facilitando a sua partida 3636 Alta CompetênciaAlta Competência O teor de álcool na gasolina é objeto de LeiO teor de álcool na gasolina é objeto de Lei Federal e de responsabilidade da Agência NacionalFederal e de responsabilidade da Agência Nacional de Petróleo – ANP. No Brasil, com exceção do Riode Petróleo – ANP. No Brasil, com exceção do Rio Grande do Sul, é utilizada uma mistura de 76% deGrande do Sul, é utilizada uma mistura de 76% de gasolina e 24% de álcool etílico (etanol). É umagasolina e 24% de álcool etílico (etanol). É uma gasolina única no mundo.gasolina única no mundo. No Brasil, também se mistura etanol à gasolina, naNo Brasil, também se mistura etanol à gasolina, na forma de 24% de forma de 24% de etanol anidro, a 99,6 ºGay-Lussac (GL)etanol anidro, a 99,6 ºGay-Lussac (GL) e 0,4% de e 0,4% de água, formando uma mistura “gasohol” comágua, formando uma mistura “gasohol” com o objetivo de aumentar a octanagem da gasolina.o objetivo de aumentar a octanagem da gasolina. VOCÊ SABIA?VOCÊ SABIA??? 1.3.3. Sistema de arrefecimento1.3.3. Sistema de arrefecimento Menos de uma quarta parte da energia caloríca desenvolvida emMenos de uma quarta parte da energia caloríca desenvolvida em um motor do ciclo Otto é convertida em trabalho (W) útil. O calorum motor do ciclo Otto é convertida em trabalho (W) útil. O calor restante deve ser dissipado para que nenhum dos componentes dorestante deve ser dissipado para que nenhum dos componentes do motor aqueça a ponto de ser danicado.motor aqueça a ponto de ser danicado. Quando se pisa fundo no acelerador, cerca de 36% do calor sãoQuando se pisa fundo no acelerador, cerca de 36% do calor são descartados pelo escapamento, 7% são consumidos em atritosdescartados pelo escapamento, 7% são consumidos em atritos internos que são absorvidos pelo óleo delubricação e 33%internos que são absorvidos pelo óleo de lubricação e 33% dissipam-se no sistema de arrefecimento, antes chamado de sistemadissipam-se no sistema de arrefecimento, antes chamado de sistema de refrigeração. O circuito fechado de de refrigeração. O circuito fechado de arrefecimento é composto porarrefecimento é composto por uma bomba, uma válvula termostática que controla a temperatura,uma bomba, uma válvula termostática que controla a temperatura, mangueiras e camisas no bloco do motor para condução do líquidomangueiras e camisas no bloco do motor para condução do líquido de arrefecimento, e um radiador que troca calor com o ar de arrefecimento, e um radiador que troca calor com o ar externo.externo. 3737 Capítulo 1. Máquinas térmicasCapítulo 1. Máquinas térmicas Os tipos de Os tipos de sistemas de arrefecimento são:sistemas de arrefecimento são: Sistema deSistema de refrigeração a arrefrigeração a ar Nesse sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter)Nesse sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter) possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar,possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar, permitindo uma melhor troca de calor com permitindo uma melhor troca de calor com o meio.o meio. Sistema deSistema de arrefecimento aarrefecimento a águaágua Nesse sistema, a água é utilizada como condutora de calorNesse sistema, a água é utilizada como condutora de calor entre o motor entre o motor e o e o ar atmosférico. ar atmosférico. A refrigeração é obtida A refrigeração é obtida pelopelo forte calor da água em contato com o exterior dos cilindros e doforte calor da água em contato com o exterior dos cilindros e do cabeçotcabeçote. e. Com isso, Com isso, a temperatura do motor fica a temperatura do motor fica estabilestabilizada e oizada e o seu funcionamento mais regular.seu funcionamento mais regular. Sistema deSistema de arrefecimentoarrefecimento natural –natural – TermossifãoTermossifão Nesse sistema, não há uma bomba, a circulação de água éNesse sistema, não há uma bomba, a circulação de água é feita naturalmente pela diferença de densidade entre a águafeita naturalmente pela diferença de densidade entre a água fria (menos densa) do motor e a fria (menos densa) do motor e a água quente (mais densa) doágua quente (mais densa) do radiador. Esse tipo de circulação é chamado de Termossifão.radiador. Esse tipo de circulação é chamado de Termossifão. Sistema deSistema de circulação forçadacirculação forçada por bombapor bomba Nesse sistema, há uma bomba que agiliza Nesse sistema, há uma bomba que agiliza a circulação, resultandoa circulação, resultando em uma menor diferença de temperatura nas extremidades doem uma menor diferença de temperatura nas extremidades do radiador e menos radiador e menos riscos de congelamento riscos de congelamento no inverno. Entretanto,no inverno. Entretanto, quando o motor é acionado, a água fria entra imediatamente emquando o motor é acionado, a água fria entra imediatamente em circulação e o aquecimento do motor é mais lento.circulação e o aquecimento do motor é mais lento. 1.3.4. Sistema de lubrificação1.3.4. Sistema de lubrificação A função do óleo no motor não consiste apenas em reduzir o atritoA função do óleo no motor não consiste apenas em reduzir o atrito e o desgaste dos componentes móveis, mas também exerce funçãoe o desgaste dos componentes móveis, mas também exerce função de selagem (atua nos anéis do pistão selando os gases da câmara dede selagem (atua nos anéis do pistão selando os gases da câmara de combustão), de dissipar o calor, de diminuir a corrosão e absorvercombustão), de dissipar o calor, de diminuir a corrosão e absorver alguns dos resíduos nocivos da alguns dos resíduos nocivos da combustão.combustão. O óleo encontra-se no cárter, na parte inferior do motor, e é enviadoO óleo encontra-se no cárter, na parte inferior do motor, e é enviado por uma bomba para os apoios principais através de um ltro.por uma bomba para os apoios principais através de um ltro. O bloco do motor dispõe de O bloco do motor dispõe de uma série de ranhuras que conduzem ouma série de ranhuras que conduzem o óleo para os mancais, cilindros, conjunto de válvulas de admissão eóleo para os mancais, cilindros, conjunto de válvulas de admissão e descarga, entre outros. O resfriamento do óleo é normalmente feitodescarga, entre outros. O resfriamento do óleo é normalmente feito no cárter por troca com ambiente no cárter por troca com ambiente externo, sendo que em motores deexterno, sendo que em motores de alta performance é utilizado um alta performance é utilizado um radiador especíco.radiador especíco. 3838 Alta CompetênciaAlta Competência a) Lubrificantesa) Lubrificantes Os óleos lubricantes para motores possuem, entre outras, asOs óleos lubricantes para motores possuem, entre outras, as seguintes propriedades:seguintes propriedades: ViscosidadeViscosidade: caracteriza as particularidades de escoamento do: caracteriza as particularidades de escoamento do óleo. Ela é modicada com a temperatura; nesse sentido, quantoóleo. Ela é modicada com a temperatura; nesse sentido, quanto mais quente está o óleo, menor a viscosidade. A viscosidade aindamais quente está o óleo, menor a viscosidade. A viscosidade ainda deve ser suciente para assegurar um atrito líquideve ser suciente para assegurar um atrito líquido a temperaturasdo a temperaturas de funcionamento das peças do motor entre 353 °K e 423 °K (80 ade funcionamento das peças do motor entre 353 °K e 423 °K (80 a 150 °C).150 °C). Ponto de combustãoPonto de combustão: a temperatura na qual o óleo emite vapores: a temperatura na qual o óleo emite vapores suscetíveis de serem inamados. O ponto de combustão deve sersuscetíveis de serem inamados. O ponto de combustão deve ser o mais elevado possível, evitando fugas por vaporização quandoo mais elevado possível, evitando fugas por vaporização quando em contato com as partes inferiores do pistão do motor quente.em contato com as partes inferiores do pistão do motor quente. A temperatura de combustão é geralmente superior a 493 °KA temperatura de combustão é geralmente superior a 493 °K (220 °C) para os óleos nos, e para os óleos espessos, ela ultrapassa(220 °C) para os óleos nos, e para os óleos espessos, ela ultrapassa 253 °K (250 °C).253 °K (250 °C). Ponto de congelamentoPonto de congelamento: o óleo, a uma determinada temperatura,: o óleo, a uma determinada temperatura, não escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada. O pontonão escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada. O ponto de congelamento deve ser o mais baixo possível, facilitando, assim,de congelamento deve ser o mais baixo possível, facilitando, assim, que o motor entre em movimento após um tempo prolongado sobque o motor entre em movimento após um tempo prolongado sob temperaturas muito baixas.temperaturas muito baixas. Os lubricantes devem possuir também características detergentes,Os lubricantes devem possuir também características detergentes, que contribuem para manter a limpeza interna do motor, anti-que contribuem para manter a limpeza interna do motor, anti- corrosivos e contra formação de borras corrosivos e contra formação de borras e depósitos nas partes internase depósitos nas partes internas nos motores.nos motores. 3939 Capítulo 1. Máquinas térmicasCapítulo 1. Máquinas térmicas Os tipos de sistemas de lubricação são:Os tipos de sistemas de lubricação são: Lubrificação porLubrificação por salpicosalpico Nesse sistema, as cubas colocadas perto da Nesse sistema, as cubas colocadas perto da passagem de cadapassagem de cada biela são alimentadas por biela são alimentadas por uma bomba de óleo. As bielas possuemuma bomba de óleo. As bielas possuem uma colher (pescador) que apanha o óleo que passa uma colher (pescador) que apanha o óleo que passa pela cuba; porpela cuba; por inércia, o óleo penetra em seguida na biela e lubrifica o inércia, o óleo penetra em seguida na bielae lubrifica o moentemoente.. Lubrificação porLubrificação por pressãopressão Nesse sistema, o óleo chega aos mancais sob pressão, sendoNesse sistema, o óleo chega aos mancais sob pressão, sendo canalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. Tanto oscanalizado até aos moentes para lubrificar as bielas. Tanto os mancais quanto as bielas mancais quanto as bielas não possuem ranhuras de lubrificação,não possuem ranhuras de lubrificação, com exceção de algumas câmaras de óleo curtas que nãocom exceção de algumas câmaras de óleo curtas que não desembocam no exterior.desembocam no exterior. Lubrificação porLubrificação por projeçãoprojeção Nesse sistema, a lubrificação ocorre sob pressão de todos osNesse sistema, a lubrificação ocorre sob pressão de todos os mancais e a lubrificação das bielas por mancais e a lubrificação das bielas por um jato de óleo, queum jato de óleo, que intensifica a penetração do mesmo no interior da biela.intensifica a penetração do mesmo no interior da biela. Lubrificação porLubrificação por misturamistura Nesse sentido, o óleo é misturado com o Nesse sentido, o óleo é misturado com o combustível penetrandocombustível penetrando no motor, proporcionalmente ao consumo do mesmo.no motor, proporcionalmente ao consumo do mesmo. Lubrificação porLubrificação por cárter secocárter seco Nesse sistema, o óleo fica em um reservatório independente,Nesse sistema, o óleo fica em um reservatório independente, sendo introduzido sob pressão nos sendo introduzido sob pressão nos elementos a lubrificarelementos a lubrificar. O óleo. O óleo que tende a se acumular no que tende a se acumular no fundo do cárter é aspirado por umafundo do cárter é aspirado por uma segunda bomba, chamada bomba de retorno, que o remete aosegunda bomba, chamada bomba de retorno, que o remete ao reservatório.reservatório. 40 Alta Competência 1) Qual é a função de um sistema de ignição? _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 2) Qual a diferença entre ciclo teórico e ciclo real? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 3) Complete: a) O ciclo _______________ caracteriza um motor térmico ideal em que a perda de calor para o exterior é mínima e, portanto, apresenta o máximo rendimento entre os ciclos. b) O ciclo _____________ representa o funcionamento dos motores de combustão interna cuja principal aplicação é a propulsão dos automóveis. c) O ciclo ______________ aplica-se aos motores lentos estudados para a propulsão dos barcos. d) O ciclo _______________ usa a água, que passa à fase vapor quando aquecida em uma caldeira e se expande para gerar trabalho. e) O ciclo _______________ utiliza um gás contendo energia térmica que se expande em uma turbina, gerando trabalho. 1.4. Exercícios 41 Capítulo 1. Máquinas térmicas 4) Qual a diferença entre sistema de carburação e injeção? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 5) Relacione as características apresentadas na primeira coluna com os tipos de sistemas de arrefecimento e lubricação listados na segunda coluna: ( 1 ) O óleo ca em um reservatório in- dependente, sendo introduzido sob pressão nos elementos a lubricar. ( ) Sistema de lubricação por projeção. ( 2 ) O óleo é misturado com o combustí- vel, penetrando no motor proporcio- nalmente ao consumo do mesmo. ( ) Sistema de lubricação por salpico. ( 3 ) O óleo chega aos mancais sob pres- são, sendo canalizado até aos mo- entes para lubricar as bielas. ( ) Sistema de lubricação por mistura. ( 4 ) A lubricação ocorre sob pressão de todos os mancais e a lubrica- ção das bielas por um jato de óleo. ( ) Sistema de lubricação por cárter seco. ( 5 ) As cubas colocadas perto da passa- gem de cada biela são alimentadas por uma bomba de óleo. ( ) Sistema de lubricação por pressão. 42 Alta Competência 6) Marque a alternativa correta. a) Neste sistema, a água é utilizada como condutor de calor entre o motor e o ar atmosférico. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. b) Neste sistema, os cilindros do motor (às vezes, também, o cárter) possuem aletas que aumentam a superfície de contato com o ar. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. c) Neste sistema, há uma bomba que agiliza a circulação, resultan- do em uma menor diferença de temperatura nas extremidades do radiador e menos riscos de congelamento no inverno. ( ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de arrefecimento a água. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. d) Neste sistema, não há uma bomba, a circulação de água é feita naturalmente pela diferença de densidade entre a água fria do motor e a água quente do radiador. ( ) Sistema de refrigeração a ar. ( ) Sistema de arrefecimento natural – Termossifão. ( ) Sistema de circulação forçada por bomba. Capítulo 2. Refrigeração 59 2.5. Gases refrigerantes As substâncias que absorvem grande quantidade de calor ao passarem do estado líquido para o gasoso são chamadas de gases refrigerantes. Para que haja essa absorção, é necessária a presença de uma fonte extra que efetue a troca de calor (água ou ar). A absorção ocorre justamente com a mudança de fase do uido. Observe, na tabela a seguir, alguns exemplos de gases refrigerantes e sua aplicação. Refrigerante Família Química ODP GWP Lubrificante Aplicação R-11 CFC 1,0 1,0 - Limpeza (solvente) R-141b HCFC 0,11 0,13 - Limpeza (solvente) R-12 CFC 1,0 3,06 OM Frigorífico / Ar condicionado R-134a HFC 0 0,30 POE Novos equipamentos / Retrofit R-401A (MP 39) HCFC - - AB, POE Retrofit R-409A (FX 56) HCFC 0,05 0,31 OM, AB, POE Retrofit R-22 HCFC 0,055 0,37 OM Ar condicionado / Frigorífico R-407C HFC 0 - POE Ar condicionado R-413A HFC 0 - OM, AB, POE Retrofit R-417A HFC 0 - OM, AB, POE Retrofit Exemplos de gases refrigerantes e sua aplicação 2.6. Condensadores Tanto o condensador quanto o evaporador são trocadores de calor que podem ser tanto do tipo colméia quanto casco tubo. Em sistemas domésticos, como geladeiras e aparelhos de ar condicionado, as trocas 60 Alta Competência de calor são entre o gás refrigerante e o ar externo no condensador e entre o gás refrigerante e o ar do meio refrigerado no evaporador, normalmente do tipo colméia - radiadores. Nos sistemas industriais, como em plataformas, é comum o uso da troca gás refrigerante - água em condensadores e evaporadores tipo casco tubos, em sistemas de ar condicionado que utilizam a água gelada como uido secundário, os chamados chillers. Assim, a água gelada é conduzida por tubulações isoladas aos ambientes, onde alimenta um conjunto radiador - ventilador (fan-coil ) que resfria o ar. Condensador O condensador tem por nalidade esfriar e condensar o vapor superaquecido, proveniente da compressão, nas unidades de refrigeração mecânica. Esta operação é feita transferindo-se o calor do uido aquecido para o meio (fonte quente), usando-se, para isto, água, ar ou mesmo ar e água em contato. A transmissão de calor num condensador verica-se em três fases distintas: o dessuperaquecimento, a condensação e o sub-resfriamento. O refrigerante sob pressão e superaquecido entra no condensador onde, trocando calor com a água, ar ou água salgada, muda do estado de vapor superaquecido para líquido saturado ou sub-resfriado. No caso de condensadores a água doce ou salgada, eles são do tipo casco tubo. O vapor superaquecido circula atravésdo casco, enquanto a água, através dos tubos. Capítulo 2. Refrigeração 61 Condensador casco e tubo O condensador evaporativo constitui-se em uma combinação de uma serpentina condensadora com uma torre de arrefecimento de água com ar forçado, isto é, um dispositivo onde um uido frigorígeno é condensado e, ao mesmo tempo, a água usada para a sua condensação é esfriada. Um condensador evaporativo é constituído de um circuito de água com borrifadores e bomba, um circuito de ar com eliminadores de gotas e ventilador, e uma serpentina condensadora para o fluido frigorígeno. Condensador casco e tubo 2.7. Evaporadores A troca térmica entre o refrigerante e o meio a ser resfriado, seja ele o ar ambiente (expansão direta) ou água, salmoura (expansão indireta) é feita por meio do evaporador. Uma mistura formada de líquido + vapor circula dentro do evaporador. O refrigerante responsável pela absorção de calor do meio a ser climatizado, vaporiza-se até se 68 Alta Competência 68 d) É a temperatura à qual o óleo emite vapores suscetíveis de se- rem inamados: _____________________________________________________________. e) É quando o óleo, a uma determinada temperatura, não escorre mais de uma proveta quando esta é inclinada: _____________________________________________________________. 5) Qual é a função do condensador e do evaporador? _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ 6) Relacione as normas apresentadas na primeira coluna com os seus respectivos objetivos, listados na segunda coluna: ( 1 ) R e s o l u ç ã o ANVISA – RE Nº 176, de 24 de outubro de 2000 ( ) Estabelece procedimentos e diretrizes mínimas para execução dos serviços de higienização corretiva de sistemas, de tratamento e distribuição de ar contaminado microbiologicamente. ( 2 ) NBR 14.679, de abril de 2001 ( ) Estabelece o cumprimento de pa- drões adequados de manutenção, limpeza, operação e controle de modo a garantir a qualidade do ar para todos os sistemas de climatiza- ção de ar e da implantação formal do Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). ( 3 ) Portaria Nº 3.523, de 28 de agosto de 1998 ( ) Estabelecer critérios que informem a população sobre a qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo. Capítulo 2. Refrigeração 6969 7) Para cada componente dos sistemas de climatização, indique a pe- riodicidade de tarefas, segundo o Plano de Manutenção, Operação e Controle (PMOC). Componente Periodicidade Tomada de ar externo Unidades ltrantes Bandejas de condensado Serpentina de aquecimento Serpentina de resfriamento Umidicador Ventilador Plenum de mistura/casa de máquinas 70 Alta Competência ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CFC - Clorouorcarbono. Chiller - sistema de climatização de expansão indireta. Dessuperaquecimento - redução da temperatura do vapor superaquecido para um valor aceitável. Fluido frigorígeno - tipo de uido utilizado para promover a transferência de calor em um sistema de refrigeração que, em temperaturas e pressões mais altas, rejeita o calor e o recebe, quando temperatura e pressão estão baixas. Fluido operante - em uma máquina térmica, tem o papel de receber o calor e liberar o trabalho. Várias substâncias podem ser usadas como uido operante, mas os mais usados nos equipamentos industriais são a água, o ar e os hidrocarbonetos. NBR - Norma Brasileira. PMOC - Plano de Manutenção, Operação e Controle. RE - sigla que antecede a uma resolução. Exemplo: “RE Nº 9”. Self-contained - sistema de climatização de expansão direta. Trabalho (W) - para ns da termodinâmica, trabalho é a energia que passa de um corpo para o outro devido à ação de uma força. 2.10. Glossário 76 Anotações Anotações 77 Anotações 78 Anotações Anotações 83 Anotações