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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA Não há como falar em tributo sem pensar na alta carga tributária que pagamos no nosso país. Popularmente é comum dizer que paga-se muito imposto no Brasil, mas, na verdade, paga-se muito tributo, pois o imposto é um, dentre as várias modalidades tributárias que recaem sobre nós. Vamos entender do ponto de vista legal um pouco do universo do Direito Tributário. TRIBUTO E SUA DEFINIÇÃO A lei de base, relativa à aplicação, extensão e alcance dos tributos no Brasil é o denominado Código Tributário Nacional (CTN), regido pela Lei nº 5.172/66. Pode parecer que trata-se de uma lei antiga e, na verdade, é uma lei antiga que foi alterada por outras leis e decretos posteriores, mas que carece de significativa modificação. Mas essa questão, veremos daqui a pouco! O Tributo é definido pelo CTN em seu artigo 3º como: “toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada ". Essa definição precisa ser “traduzida” para que possamos realmente entender melhor o significado de tributo. É prestação pecuniária porque, deve ser paga em dinheiro e não em serviços ou em bens, como usual no feudalismo e em outras épocas anteriores. A prestação é compulsória porque se trata de uma obrigatoriedade, ou seja, é imposta pelo Estado, independe da vontade do contribuinte. Não constituição de sanção de ato ilícito, pois não se trata de uma penalidade imposta ao contribuinte. Não se pode confundir tributo como punição por ato ilegal ou ilícito, logo, o tributo deve ser aprovado e instituído por lei, de forma que todo o trâmite legal seja respeitado para que o cidadão tenha conhecimento do tributo no qual está pagando. CURSO DISCIPLINA TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ASPECTOS LEGAIS DA ADMINISTRAÇÃO PROFESSOR: MARK PEREIRA DOS ANJOS Por fim, cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, diz respeito ao fato de que o Estado, ou o agente público responsável pela cobrança o deve fazer somente quando legalmente instituído e respeitando todos os procedimentos administrativos previstos em lei. ➢ Na Constituição Federal Os princípios gerais tributários são relatados pela Constituição Federal Brasileira (CF), no Título VI: da Tributação e do Orçamento, Capítulo I, do Sistema Tributário Nacional, Seção II, das limitações ao poder de tributar. Trata-se na verdade, de diretrizes gerais relativas às questões tributárias no Brasil. Vale uma lida para entender um pouco mais do tema e sua abordagem constitucional. ➢ Espécies de tributos Quando se fala em tributos, o Brasil é campeão! Estudo realizado pelo IBPT mostra que no período de 05 de outubro de 1988 a 05 de outubro de 2010, ou seja, ao longo de 22 anos de vigência da Constituição Federal, foram editadas mais de 4 milhões de normas que regem a vida do cidadão brasileiro. Deste total, 249 mil normas foram, apenas, em matéria tributária1. A Constituição Federal faz alusão em seu artigo 145 aos seguintes tributos: Artigo 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. Esses são os tributos constitucionais. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a criação de outras modalidades tributárias que são: a) Empréstimos compulsórios: têm por finalidade buscar receitas para o Estado a fim de promover o financiamento de despesas extraordinárias ou urgentes, quando o interesse nacional esteja presente e; b) Contribuições Parafiscais: são tributos instituídos para promover o financiamento de atividades públicas. São, portanto, tributos finalísticos, ou seja, a sua essência pode ser encontrada no destino dado, pela lei, ao que foi arrecadado. Visto isso, temos o seguinte esquema: 1 A Complexidade do Sistema Tributário Brasileiro, Fernando Steinbruch. Disponível em: http://www.impostometro.com.br/posts/a-complexidade-do-sistema-tributario-brasileiro. Consulta em 20/02/2016. http://www.impostometro.com.br/posts/a-complexidade-do-sistema-tributario-brasileiro ➢ Princípios gerais do Direito Tributário Os princípios funcionam como mecanismos de defesa do contribuinte frente à veracidade do Estado no campo tributário. Tais princípios existem para a efetiva proteção do cidadão contribuinte contra os abusos do poder. A constitucionalidade de um tributo deve seguir todos os princípios listados na CF, sob pena de ser refutado pelo órgão máximo do Poder Judiciário e fiscal das leis constitucionais, o Supremo Tribunal Federal. Os princípios estabelecidos pela CF são: Princípio da legalidade: somente poderão exigir ou aumentar tributos através da lei ordinária. A lei que exigir o tributo deve mencionar, segundo o artigo 146, III, da CF: o fato gerador (motivação que dá origem ao tributo); a base de cálculo; alíquota (percentual com que o tributo incide sobre o valor de algo tributado. Por exemplo, alíquota do imposto de renda pode ser de 27,5%); os créditos para a identificação do sujeito passivo da obrigação tributária; e o sujeito passivo (aquele sujeito que deve pagar o tributo). Princípio da Anterioridade: art. 150, III, "b", CF/88. Estabelece que os entes (União, Estados e Municípios) não possam exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que estes forem criados ou majorados. Assim, por exemplo, se um tributo for criado ou majorado (aumentado) em 2016, ele só poderá entrar em vigor no exercício do ano seguinte, em 2017. Princípio da Vedação ao Fisco: A cobrança de tributos deve se pautar dentro de um critério de razoabilidade, não podendo ser excessiva e antieconômica. Este se estende às multas aplicáveis. As multas também devem ser implementadas no sentido de coibir, ou seja, de intimidar a prática de determinados atos. Princípio da Liberdade de Tráfego: este princípio está relacionado à livre locomoção. O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da Constituição Federal, e proíbe que as entidades políticas estabeleçam limitações ao tráfego de pessoas ou bens, através de tributos interestaduais ou intermunicipais. A cobrança de pedágios pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público, é considerada pela doutrina exceção ao princípio. TRIBUTO imposto taxa contribuição de melhoria empréstimo compulsório contribuições parafiscais Princípio a Igualdade ou Isonomia Tributária: Proíbe distinção arbitrária, entre contribuintes que se encontrem em situações semelhantes. O tributo deve ser universal, respeitando, por óbvio, a capacidade contributiva do indivíduo. Visa a garantia do indivíduo, evitando perseguições e favoritismos de uns em detrimento de outros. Princípio da uniformidade Geográfica: proíbe que a União institua tributo de forma não uniforme em todo o país, ou dê preferência a Estado, Município ou ao Distrito Federal em detrimento de outro ente federativo. Permite-se a diferenciação, se favorecer regiões menos desenvolvidas, regiões consideradas mais pobres, com o intuito de promover o progresso e desenvolvimento regional. Visa promover o equilíbrio socioeconômico entre as regiões brasileiras. Princípio da Capacidade Contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. A aplicação prática desse princípio encontra-se na alíquota progressiva, presente no imposto de renda (IR); imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU) e imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR). Princípio da não surpresa do contribuinte:Este princípio possui fundo axiológico, ou seja, baseado na teoria dos valores. Está diretamente ligado ao fato de que o contribuinte precisa de tempo para se programar, se organizar acerca de um novo tributo. Ele não deve ser surpreendido de forma imediata pela criação ou majoração de um tributo. É valor nascido da aspiração dos povos de conhecerem com razoável antecedência o teor e o quantum (quantidade) dos tributos a que estariam sujeitos no futuro imediato, de modo a poderem planejar suas atividades levando em conta os referenciais da lei. Princípio da Transparência dos Impostos ou da Transparência Fiscal: como ferramenta garantidora da transparência tributária, este princípio preza pela clareza da incidência dos tributos em mercadorias e serviços. Por exemplo, o consumidor tem o direito de saber qual a alíquota (porcentagem) está embutida no arroz, feijão, gasolina, etc. A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços. Princípio da Seletividade: este princípio visa tributar mais fortemente produtos menos essenciais. Bebidas e cigarro são exemplos de produtos que sofrem ação direta do princípio da seletividade. Já produtos essenciais terão alíquotas menores. No IPI (imposto sobre produtos industrializados), por exemplo, sua aplicação é obrigatória, para o ICMS e o IPVA sua aplicação é facultativa. Princípio da não Diferenciação Tributária: Princípio constante no artigo 152 da CF prevê que os Estados, os Municípios e o Distrito Federal estão proibidos de estabelecer diferença tributária entra bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Esse princípio visa impedir qualquer tipo de retaliação ou ação que venha a dificultar a circulação de bens ou produtos entre os entes da federação. Princípio da Tipicidade: a tipicidade tributária é análoga à penal, quer dizer que o tributo somente será devido se o fato concreto se enquadrar na previsão da lei tributária, assim como o foto criminoso tem que se enquadrar na lei penal. Não pode haver cobrança tributária sem lei que o determine. Princípio da Imunidade: possui imunidade (pagamento facultativo ou isenção) os entes federativos reciprocamente e em relação a impostos sobre patrimônio, renda e serviços; os templos de qualquer culto, os partidos políticos, as entidades sindicais de trabalhadores, as instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos (desde que observados os requisitos legais), e os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Este dispositivo está previsto no artigo 150, inciso VI da CF/88. O rol dos princípios é crucial para o entendimento da lógica tributária no país. Entender os princípios permite um entendimento mais direto e facilitado da aplicabilidade dos tributos. ➢ PRINCIPAIS TRIBUTOS BRASILEIROS a) União: • importação de produtos estrangeiros - II; • exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados - IE; • renda e proventos de qualquer natureza - IR; • produtos industrializados - IPI; • operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários - IOF; propriedade territorial rural - ITR; • grandes fortunas (ainda não foi regulamentado); • outros impostos, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição (competência residual) e; • impostos extraordinários. b) Estados e Distrito Federal: • transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD; • operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS; • propriedade de veículos automotores – IPVA. c) Municípios e Distrito Federal: • propriedade predial e territorial urbana - IPTU; • transmissão intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis - ITBI; • imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISSQN. Além desses, todos os entes tributantes (União, Estados e Municípios) podem instituir taxas e contribuições. A discriminação completa das espécies tributárias pertencentes a cada um dos entes federativos pode ser localizada na íntegra na Constituição Federal nos artigos 153, 155 e 156, respectivamente. ➢ Simples Nacional O site Portal Tributário traz uma lista com mais de 90 modalidades de tributos, vale a pena conferir: http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm Não poderíamos falar em Direito tributário sem apresentar o Simples Nacional, essa modalidade que surgiu com o objetivo de desburocratizar e facilitar a vida do microempresário. O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: • enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; • cumprir os requisitos previstos na legislação; e • formalizar a opção pelo Simples Nacional. Características principais do Regime do Simples Nacional: • ser facultativo; • ser irretratável para todo o ano-calendário; • abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica (CPP); • recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; • disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do crédito tributário; • apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e fiscais; • prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver sido auferida a receita bruta; • possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP (empresa de pequeno porte) em função da respectiva participação no PIB (produto interno bruto). Os estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao Município. Mais informações a respeito do Simples Nacional: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3 ➢ Responsabilidade pela arrecadação tributária no Brasil Na esfera nacional, o Ministério da Economia é o órgão responsável por planejar, formular e executar as políticas econômicas nacionais. Todos os assuntos relacionados à administração dos http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3 recursos públicos estão sob sua responsabilidade, assim como as regras de condução e fiscalização de operações de crédito, arrecadação tributária federal, preços e tarifas públicas, seguros, consórcio e previdência privada. Em níveis estaduais, têm-se as Secretarias de Fazenda estaduais. Já nos municípios, a reponsabilidade pode ser diretamente aplicada à prefeitura, ou unidade administrativa a ela vinculada. O sistema tributário brasileiro é inchado, confuso, injusto e extremamente burocrático. Isso é fato. Uma reforma tributária é fundamental para dar mais transparência, facilidade nas negociações e aplicabilidade real dos fundos coletados as necessidades reais da população como um todo. Foi votadarecentemente a Reforma Tributária com a criação do chamado Imposto sobre bens e serviços, o IBS: A proposta simplifica o sistema tributário, substituindo cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Trata-se de uma transição que vai demorar alguns anos para entrar em vigor, a princípio, sem redução da carga tributária. A proposta também cria o Imposto Seletivo Federal, que incidirá sobre bens e serviços cujo consumo se deseja desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas. Responsabilidade pela arrecadação tributária União - Ministério da Fazenda Estados - Secretaria Estadual de Fazenda Município - Prefeitura Conheça as bases da Reforma Tributária em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/12/21/reforma-tributaria- promulgada-principais-mudancas-dependem-de-novas-leis O que a sociedade necessita é um sistema tributário que arrecade o suficiente para que o Estado tenha condições de prestar serviços públicos de qualidade e que possa fazer investimentos, em especial, em infraestrutura. Que a legislação seja mais simplificada, que a quantidade de tributos seja bem menor que a atual, que a carga tributária não seja tão elevada, que a burocracia fiscal não consuma parte significativa do faturamento das empresas, que não exista tributação em cascata e que os princípios constitucionais sejam respeitados. Enfim, um sistema tributário em que exista justiça fiscal. DIREITO EMPRESARIAL – NOÇÕES GERAIS O Direito empresarial, ou direito de empresa é o ramo jurídico especializado nas normas regulamentadoras das questões que dizem respeito à empresa e ao empresário. Como dito no início, outros ramos do Direito também se relacionam com o Direito empresarial, como o Direito do trabalho, o Direito civil, tributário, falimentar, econômico, administrativo, previdenciário, penal, dentre outros. No sentido do Direito Civil e do Direito Comercial, empresa significa toda organização econômica, civil ou comercial, instituída para a exploração de um determinado ramo de negócio. "Empresa é a organização técnico-econômica que se propõe a produzir mediante a combinação dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca (venda), com esperança de realizar lucros, correndo os riscos por conta do e mpresário, isto é, daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade." A empresa, pois, é a organização dos fatores de produção, isto é, natureza, capital e trabalho, no exercício da atividade econômica que promove a produção e a circulação de bens ou de serviços, com a finalidade lucrativa. Ela é marcada pela profissionalidade. A profissionalidade nada mais é do que os atributos ou características relativas à uma profissão. ➢ Definição de empresário Recorrendo ao Código Civil brasileiro, o artigo 966 diz: "Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços." O empresário, pessoa física ou jurídica, é, então, o sujeito de direitos que organiza a empresa e assume o risco do empreendimento, com profissionalidade. ➢ Modalidade empresariais #DICA: Disponibilizo aqui o site do SEBRAE, com algumas informações esquematizadas dos principais formas societárias: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/quais-sao-os-tipos-de- empresas,af3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCRD Quer saber quanto pagamos de tributo no Brasil?? Prepare-se para se surpreender! Dê uma olhada no site do impostômetro: http://www.impostometro.com.br/ O Código Civil apresenta também as modalidades empresariais que fazem parte da legislação brasileira, além de algumas legislações específicas, como do microempreendedor individual (MEI). De maneira sintetizada, segue abaixo as modalidades: a) Empresário Individual: Exerce em nome próprio uma atividade empresarial. Atua individualmente, sem sociedade. Sua responsabilidade é ilimitada (responde com seus bens pessoais pelas obrigações assumidas com a atividade empresarial). O empresário pode exercer atividade industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços de profissão intelectual. b) MEI - Microempreendedor Individual: é o empresário individual com receita bruta anual de até R$ 81.000,00, optante pelo Simples Nacional. O Simples Nacional estabelece valores fixos mensais para o MEI, que não seja sócio, titular ou administrador de outra empresa, que possua no máximo 01 (um) empregado que receba exclusivamente o piso da categoria profissional, não tenha mais de um estabelecimento (não ter filial) e entre outros requisitos. c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: modalidade de atuação individual, ou seja, sem sócios. A responsabilidade do empresário é limitada ao capital social (valor do investimento, em dinheiro ou bens). Há a obrigatoriedade de capital social integralizado de no mínimo 100 salários mínimos. A EIRELI possibilita a atuação individual – sem sócios – porém, com responsabilidade limitada. Protege o patrimônio pessoal do empresário através da separação patrimonial. A EIRELI é uma pessoa jurídica, com patrimônio próprio, não se confundindo com a pessoa física do empreendedor e seu respectivo patrimônio. d) Sociedade Empresária: neste tipo de empresa é possível a atuação coletiva entre dois ou mais sócios, sendo sua responsabilidade limitada ao capital social. Deverá adotar uma das espécies de sociedade existentes (S/A, Sociedade Limitada - LTDA, etc.). A espécie de sociedade empresária mais adotada no Brasil é a Sociedade Limitada (LTDA.), por ser mais simples e pela proteção ao patrimônio pessoal dos sócios. e) Sociedade Simples: Empresa com atuação Coletiva, ou seja, 02 (dois) ou mais sócios. A responsabilidade dos sócios é ilimitada. Porém, poderá adotar a espécie societária de Sociedade Limitada - Sociedade Simples Ltda., passando a responsabilidade dos sócios a ser limitada ao capital social, não respondendo com seus bens pessoais pelas obrigações da sociedade, exceto nas hipóteses mencionadas no item anterior (sociedade empresária limitada). A Sociedade Simples é uma pessoa jurídica para a prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, artística ou literária, sem elemento de empresa (ex. médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, etc.). Como falamos em Direito Tributário, cabe destacar aqui quais são os tributos que incidem sobre as empresas: ➢ Tributos federais • Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); • Imposto sobre Produto Industrializado (IPI); • Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS); • Contribuição Social sobre o Faturamento das Empresas (COFINS); • Imposto sobre Importações (II). ➢ Tributos estaduais • Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) • Tributo Municipal • Imposto Sobre Serviços (de qualquer natureza) (ISS). ➢ Contribuições Previdenciárias • INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). O registro empresarial é feito em um órgão público denominado Junta Comercial. Cada estado da federação brasileira possui uma Junta, em Minas Gerais, o registro das sociedades empresarias é feito na Junta Comercial de Minas Gerais, a JUCEMG. Referências Bibliográficas BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. São Paulo. Malheiros, 1992. BRASIL. Receita Federal. Disponível em: http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3. Acesso em 24/03/2024. ______. Ministério da Fazenda. Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br. Acesso em 24/03/2024. COELHO, Fábio Ulhoa - Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2008. FARIA, Danielle Parolaria; GRAMANI, Vanessa. Noções Básicas de Direito para Administradores e Gestores. 2. ed. Campinas:Alínea, 2013. Impostômetro. Disponível em: https://impostometro.com.br/. Acesso em: 24/03/2024. PLÁCIDO E SILVA, De. (Org.), Dicionário Jurídico. São Paulo, Saraiva, 2007. SOARES, C.D.S. Resumo de Direito Comercial. Jurisite. Disponível em: http://www.jurisite.com.br/apostilas/direito_comercial.pdf. Acesso em 03/03/2024. http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3 https://impostometro.com.br/ http://www.jurisite.com.br/apostilas/direito_comercial.pdf