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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Não há como falar em tributo sem pensar na alta carga tributária que pagamos no nosso país. 
Popularmente é comum dizer que paga-se muito imposto no Brasil, mas, na verdade, paga-se 
muito tributo, pois o imposto é um, dentre as várias modalidades tributárias que recaem sobre 
nós. Vamos entender do ponto de vista legal um pouco do universo do Direito Tributário. 
TRIBUTO E SUA DEFINIÇÃO 
A lei de base, relativa à aplicação, extensão e alcance dos tributos no Brasil é o denominado 
Código Tributário Nacional (CTN), regido pela Lei nº 5.172/66. Pode parecer que trata-se de 
uma lei antiga e, na verdade, é uma lei antiga que foi alterada por outras leis e decretos 
posteriores, mas que carece de significativa modificação. Mas essa questão, veremos daqui a 
pouco! 
O Tributo é definido pelo CTN em seu artigo 3º como: 
“toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante 
atividade administrativa plenamente vinculada ". 
Essa definição precisa ser “traduzida” para que possamos realmente entender melhor o 
significado de tributo. 
É prestação pecuniária porque, deve ser paga em dinheiro e não em serviços ou em bens, como 
usual no feudalismo e em outras épocas anteriores. 
A prestação é compulsória porque se trata de uma obrigatoriedade, ou seja, é imposta pelo 
Estado, independe da vontade do contribuinte. 
Não constituição de sanção de ato ilícito, pois não se trata de uma penalidade imposta ao 
contribuinte. Não se pode confundir tributo como punição por ato ilegal ou ilícito, logo, o tributo 
deve ser aprovado e instituído por lei, de forma que todo o trâmite legal seja respeitado para 
que o cidadão tenha conhecimento do tributo no qual está pagando. 
 
 
 
 
CURSO DISCIPLINA 
TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO ASPECTOS LEGAIS DA ADMINISTRAÇÃO 
PROFESSOR: MARK PEREIRA DOS ANJOS 
Por fim, cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada, diz respeito ao fato 
de que o Estado, ou o agente público responsável pela cobrança o deve fazer somente quando 
legalmente instituído e respeitando todos os procedimentos administrativos previstos em lei. 
 
➢ Na Constituição Federal 
Os princípios gerais tributários são relatados pela Constituição Federal Brasileira (CF), no Título 
VI: da Tributação e do Orçamento, Capítulo I, do Sistema Tributário Nacional, Seção II, das 
limitações ao poder de tributar. 
Trata-se na verdade, de diretrizes gerais relativas às questões tributárias no Brasil. Vale uma lida 
para entender um pouco mais do tema e sua abordagem constitucional. 
➢ Espécies de tributos 
Quando se fala em tributos, o Brasil é campeão! 
Estudo realizado pelo IBPT mostra que no período de 05 de outubro de 1988 a 05 de outubro 
de 2010, ou seja, ao longo de 22 anos de vigência da Constituição Federal, foram editadas mais 
de 4 milhões de normas que regem a vida do cidadão brasileiro. Deste total, 249 mil normas 
foram, apenas, em matéria tributária1. 
A Constituição Federal faz alusão em seu artigo 145 aos seguintes tributos: 
Artigo 145: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os 
seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Esses são os tributos constitucionais. Entretanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a 
criação de outras modalidades tributárias que são: 
a) Empréstimos compulsórios: têm por finalidade buscar receitas para o Estado a fim de 
promover o financiamento de despesas extraordinárias ou urgentes, quando o interesse 
nacional esteja presente e; 
b) Contribuições Parafiscais: são tributos instituídos para promover o financiamento de 
atividades públicas. São, portanto, tributos finalísticos, ou seja, a sua essência pode ser 
encontrada no destino dado, pela lei, ao que foi arrecadado. 
Visto isso, temos o seguinte esquema: 
 
1 A Complexidade do Sistema Tributário Brasileiro, Fernando Steinbruch. Disponível em: 
http://www.impostometro.com.br/posts/a-complexidade-do-sistema-tributario-brasileiro. Consulta em 
20/02/2016. 
http://www.impostometro.com.br/posts/a-complexidade-do-sistema-tributario-brasileiro
 
➢ Princípios gerais do Direito Tributário 
Os princípios funcionam como mecanismos de defesa do contribuinte frente à veracidade do 
Estado no campo tributário. Tais princípios existem para a efetiva proteção do cidadão 
contribuinte contra os abusos do poder. 
A constitucionalidade de um tributo deve seguir todos os princípios listados na CF, sob pena de 
ser refutado pelo órgão máximo do Poder Judiciário e fiscal das leis constitucionais, o Supremo 
Tribunal Federal. Os princípios estabelecidos pela CF são: 
Princípio da legalidade: somente poderão exigir ou aumentar tributos através da lei ordinária. 
A lei que exigir o tributo deve mencionar, segundo o artigo 146, III, da CF: o fato gerador 
(motivação que dá origem ao tributo); a base de cálculo; alíquota (percentual com que o tributo 
incide sobre o valor de algo tributado. Por exemplo, alíquota do imposto de renda pode ser de 
27,5%); os créditos para a identificação do sujeito passivo da obrigação tributária; e o sujeito 
passivo (aquele sujeito que deve pagar o tributo). 
Princípio da Anterioridade: art. 150, III, "b", CF/88. Estabelece que os entes (União, Estados e 
Municípios) não possam exigir tributos no mesmo exercício financeiro em que estes forem 
criados ou majorados. Assim, por exemplo, se um tributo for criado ou majorado (aumentado) 
em 2016, ele só poderá entrar em vigor no exercício do ano seguinte, em 2017. 
Princípio da Vedação ao Fisco: A cobrança de tributos deve se pautar dentro de um critério de 
razoabilidade, não podendo ser excessiva e antieconômica. Este se estende às multas aplicáveis. 
As multas também devem ser implementadas no sentido de coibir, ou seja, de intimidar a prática 
de determinados atos. 
Princípio da Liberdade de Tráfego: este princípio está relacionado à livre locomoção. O princípio 
da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da Constituição Federal, e proíbe que as 
entidades políticas estabeleçam limitações ao tráfego de pessoas ou bens, através de tributos 
interestaduais ou intermunicipais. A cobrança de pedágios pela utilização de vias conservadas 
pelo Poder Público, é considerada pela doutrina exceção ao princípio. 
TRIBUTO
imposto
taxa
contribuição de melhoria
empréstimo compulsório
contribuições parafiscais
Princípio a Igualdade ou Isonomia Tributária: Proíbe distinção arbitrária, entre contribuintes 
que se encontrem em situações semelhantes. O tributo deve ser universal, respeitando, por 
óbvio, a capacidade contributiva do indivíduo. Visa a garantia do indivíduo, evitando 
perseguições e favoritismos de uns em detrimento de outros. 
Princípio da uniformidade Geográfica: proíbe que a União institua tributo de forma não 
uniforme em todo o país, ou dê preferência a Estado, Município ou ao Distrito Federal em 
detrimento de outro ente federativo. Permite-se a diferenciação, se favorecer regiões menos 
desenvolvidas, regiões consideradas mais pobres, com o intuito de promover o progresso e 
desenvolvimento regional. Visa promover o equilíbrio socioeconômico entre as regiões 
brasileiras. 
Princípio da Capacidade Contributiva: sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal 
e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. A aplicação prática desse 
princípio encontra-se na alíquota progressiva, presente no imposto de renda (IR); imposto sobre 
a propriedade territorial urbana (IPTU) e imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR). 
Princípio da não surpresa do contribuinte:Este princípio possui fundo axiológico, ou seja, 
baseado na teoria dos valores. Está diretamente ligado ao fato de que o contribuinte precisa de 
tempo para se programar, se organizar acerca de um novo tributo. Ele não deve ser 
surpreendido de forma imediata pela criação ou majoração de um tributo. É valor nascido da 
aspiração dos povos de conhecerem com razoável antecedência o teor e o quantum 
(quantidade) dos tributos a que estariam sujeitos no futuro imediato, de modo a poderem 
planejar suas atividades levando em conta os referenciais da lei. 
Princípio da Transparência dos Impostos ou da Transparência Fiscal: como ferramenta 
garantidora da transparência tributária, este princípio preza pela clareza da incidência dos 
tributos em mercadorias e serviços. Por exemplo, o consumidor tem o direito de saber qual a 
alíquota (porcentagem) está embutida no arroz, feijão, gasolina, etc. A lei determinará medidas 
para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre 
mercadorias e serviços. 
Princípio da Seletividade: este princípio visa tributar mais fortemente produtos menos 
essenciais. Bebidas e cigarro são exemplos de produtos que sofrem ação direta do princípio da 
seletividade. Já produtos essenciais terão alíquotas menores. No IPI (imposto sobre produtos 
industrializados), por exemplo, sua aplicação é obrigatória, para o ICMS e o IPVA sua aplicação 
é facultativa. 
Princípio da não Diferenciação Tributária: Princípio constante no artigo 152 da CF prevê que os 
Estados, os Municípios e o Distrito Federal estão proibidos de estabelecer diferença tributária 
entra bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Esse 
princípio visa impedir qualquer tipo de retaliação ou ação que venha a dificultar a circulação de 
bens ou produtos entre os entes da federação. 
Princípio da Tipicidade: a tipicidade tributária é análoga à penal, quer dizer que o tributo 
somente será devido se o fato concreto se enquadrar na previsão da lei tributária, assim como 
o foto criminoso tem que se enquadrar na lei penal. Não pode haver cobrança tributária sem lei 
que o determine. 
Princípio da Imunidade: possui imunidade (pagamento facultativo ou isenção) os entes 
federativos reciprocamente e em relação a impostos sobre patrimônio, renda e serviços; os 
templos de qualquer culto, os partidos políticos, as entidades sindicais de trabalhadores, as 
instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos (desde que observados os 
requisitos legais), e os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão. Este 
dispositivo está previsto no artigo 150, inciso VI da CF/88. 
O rol dos princípios é crucial para o entendimento da lógica tributária no país. Entender os 
princípios permite um entendimento mais direto e facilitado da aplicabilidade dos tributos. 
 
➢ PRINCIPAIS TRIBUTOS BRASILEIROS 
 
a) União: 
• importação de produtos estrangeiros - II; 
• exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados - IE; 
• renda e proventos de qualquer natureza - IR; 
• produtos industrializados - IPI; 
• operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários - IOF; 
propriedade territorial rural - ITR; 
• grandes fortunas (ainda não foi regulamentado); 
• outros impostos, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados na Constituição (competência residual) e; 
• impostos extraordinários. 
 
b) Estados e Distrito Federal: 
• transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos - ITCMD; 
• operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação - ICMS; 
• propriedade de veículos automotores – IPVA. 
 
c) Municípios e Distrito Federal: 
• propriedade predial e territorial urbana - IPTU; 
• transmissão intervivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis - ITBI; 
• imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISSQN. 
 
Além desses, todos os entes tributantes (União, Estados e Municípios) podem instituir taxas e 
contribuições. A discriminação completa das espécies tributárias pertencentes a cada um dos 
entes federativos pode ser localizada na íntegra na Constituição Federal nos artigos 153, 155 e 
156, respectivamente. 
 
 
 
➢ Simples Nacional 
O site Portal Tributário traz uma lista com mais de 90 modalidades de tributos, vale a 
pena conferir: http://www.portaltributario.com.br/tributos.htm 
 
Não poderíamos falar em Direito tributário sem apresentar o Simples Nacional, essa modalidade 
que surgiu com o objetivo de desburocratizar e facilitar a vida do microempresário. 
O Simples Nacional é um regime compartilhado de arrecadação, cobrança e fiscalização de 
tributos aplicável às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, previsto na Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
Abrange a participação de todos os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios). 
É administrado por um Comitê Gestor composto por oito integrantes: quatro da Secretaria da 
Receita Federal do Brasil (RFB), dois dos Estados e do Distrito Federal e dois dos Municípios. 
Para o ingresso no Simples Nacional é necessário o cumprimento das seguintes condições: 
• enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; 
• cumprir os requisitos previstos na legislação; e 
• formalizar a opção pelo Simples Nacional. 
 
Características principais do Regime do Simples Nacional: 
• ser facultativo; 
• ser irretratável para todo o ano-calendário; 
• abrange os seguintes tributos: IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI, ICMS, ISS e a 
Contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa 
jurídica (CPP); 
• recolhimento dos tributos abrangidos mediante documento único de arrecadação - DAS; 
• disponibilização às ME/EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do valor 
mensal devido, geração do DAS e, a partir de janeiro de 2012, para constituição do 
crédito tributário; 
• apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e 
fiscais; 
• prazo para recolhimento do DAS até o dia 20 do mês subsequente àquele em que houver 
sido auferida a receita bruta; 
• possibilidade de os Estados adotarem sublimites para EPP (empresa de pequeno porte) 
em função da respectiva participação no PIB (produto interno bruto). Os 
estabelecimentos localizados nesses Estados cuja receita bruta total extrapolar o 
respectivo sublimite deverão recolher o ICMS e o ISS diretamente ao Estado ou ao 
Município. 
Mais informações a respeito do Simples Nacional: 
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3 
 
 
 
 
➢ Responsabilidade pela arrecadação tributária no Brasil 
Na esfera nacional, o Ministério da Economia é o órgão responsável por planejar, formular e 
executar as políticas econômicas nacionais. Todos os assuntos relacionados à administração dos 
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3
recursos públicos estão sob sua responsabilidade, assim como as regras de condução e 
fiscalização de operações de crédito, arrecadação tributária federal, preços e tarifas públicas, 
seguros, consórcio e previdência privada. 
Em níveis estaduais, têm-se as Secretarias de Fazenda estaduais. Já nos municípios, a 
reponsabilidade pode ser diretamente aplicada à prefeitura, ou unidade administrativa a ela 
vinculada. 
 
O sistema tributário brasileiro é inchado, confuso, injusto e extremamente burocrático. Isso é 
fato. Uma reforma tributária é fundamental para dar mais transparência, facilidade nas 
negociações e aplicabilidade real dos fundos coletados as necessidades reais da população como 
um todo. 
Foi votadarecentemente a Reforma Tributária com a criação do chamado Imposto sobre bens 
e serviços, o IBS: 
 
A proposta simplifica o sistema tributário, substituindo cinco tributos (PIS, Cofins, IPI, ICMS e 
ISS) pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Trata-se de uma transição que vai demorar alguns 
anos para entrar em vigor, a princípio, sem redução da carga tributária. A proposta também cria 
o Imposto Seletivo Federal, que incidirá sobre bens e serviços cujo consumo se deseja 
desestimular, como cigarros e bebidas alcoólicas. 
 
 
Responsabilidade pela arrecadação tributária
União - Ministério da 
Fazenda
Estados - Secretaria 
Estadual de Fazenda
Município - Prefeitura
Conheça as bases da Reforma Tributária em: 
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/12/21/reforma-tributaria-
promulgada-principais-mudancas-dependem-de-novas-leis 
 
O que a sociedade necessita é um sistema tributário que arrecade o suficiente para que o Estado 
tenha condições de prestar serviços públicos de qualidade e que possa fazer investimentos, em 
especial, em infraestrutura. Que a legislação seja mais simplificada, que a quantidade de tributos 
seja bem menor que a atual, que a carga tributária não seja tão elevada, que a burocracia fiscal 
não consuma parte significativa do faturamento das empresas, que não exista tributação em 
cascata e que os princípios constitucionais sejam respeitados. Enfim, um sistema tributário em 
que exista justiça fiscal. 
 
 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL – NOÇÕES GERAIS 
O Direito empresarial, ou direito de empresa é o ramo jurídico especializado nas normas 
regulamentadoras das questões que dizem respeito à empresa e ao empresário. 
Como dito no início, outros ramos do Direito também se relacionam com o Direito empresarial, 
como o Direito do trabalho, o Direito civil, tributário, falimentar, econômico, administrativo, 
previdenciário, penal, dentre outros. 
No sentido do Direito Civil e do Direito Comercial, empresa significa toda organização 
econômica, civil ou comercial, instituída para a exploração de um determinado ramo de negócio. 
"Empresa é a organização técnico-econômica que se propõe a produzir mediante a combinação 
dos diversos elementos, natureza, trabalho e capital, bens ou serviços destinados à troca 
(venda), com esperança de realizar lucros, correndo os riscos por conta do e mpresário, isto é, 
daquele que reúne, coordena e dirige esses elementos sob sua responsabilidade." 
A empresa, pois, é a organização dos fatores de produção, isto é, natureza, capital e trabalho, 
no exercício da atividade econômica que promove a produção e a circulação de bens ou de 
serviços, com a finalidade lucrativa. Ela é marcada pela profissionalidade. 
A profissionalidade nada mais é do que os atributos ou características relativas à uma profissão. 
➢ Definição de empresário 
Recorrendo ao Código Civil brasileiro, o artigo 966 diz: 
"Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços." 
O empresário, pessoa física ou jurídica, é, então, o sujeito de direitos que organiza a empresa e 
assume o risco do empreendimento, com profissionalidade. 
 
 
 
➢ Modalidade empresariais 
#DICA: Disponibilizo aqui o site do SEBRAE, com algumas informações esquematizadas dos 
principais formas societárias: 
https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp/conteudo_uf/quais-sao-os-tipos-de-
empresas,af3db28a582a0610VgnVCM1000004c00210aRCRD 
Quer saber quanto pagamos de tributo no Brasil?? Prepare-se para se surpreender! 
Dê uma olhada no site do impostômetro: http://www.impostometro.com.br/ 
O Código Civil apresenta também as modalidades empresariais que fazem parte da legislação 
brasileira, além de algumas legislações específicas, como do microempreendedor individual 
(MEI). De maneira sintetizada, segue abaixo as modalidades: 
a) Empresário Individual: Exerce em nome próprio uma atividade empresarial. Atua 
individualmente, sem sociedade. Sua responsabilidade é ilimitada (responde com seus 
bens pessoais pelas obrigações assumidas com a atividade empresarial). O empresário 
pode exercer atividade industrial, comercial ou prestação de serviços, exceto serviços 
de profissão intelectual. 
b) MEI - Microempreendedor Individual: é o empresário individual com receita bruta 
anual de até R$ 81.000,00, optante pelo Simples Nacional. O Simples Nacional 
estabelece valores fixos mensais para o MEI, que não seja sócio, titular ou administrador 
de outra empresa, que possua no máximo 01 (um) empregado que receba 
exclusivamente o piso da categoria profissional, não tenha mais de um estabelecimento 
(não ter filial) e entre outros requisitos. 
c) Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI: modalidade de atuação 
individual, ou seja, sem sócios. A responsabilidade do empresário é limitada ao capital 
social (valor do investimento, em dinheiro ou bens). Há a obrigatoriedade de capital 
social integralizado de no mínimo 100 salários mínimos. A EIRELI possibilita a atuação 
individual – sem sócios – porém, com responsabilidade limitada. Protege o patrimônio 
pessoal do empresário através da separação patrimonial. A EIRELI é uma pessoa jurídica, 
com patrimônio próprio, não se confundindo com a pessoa física do empreendedor e 
seu respectivo patrimônio. 
d) Sociedade Empresária: neste tipo de empresa é possível a atuação coletiva entre dois 
ou mais sócios, sendo sua responsabilidade limitada ao capital social. Deverá adotar 
uma das espécies de sociedade existentes (S/A, Sociedade Limitada - LTDA, etc.). A 
espécie de sociedade empresária mais adotada no Brasil é a Sociedade Limitada (LTDA.), 
por ser mais simples e pela proteção ao patrimônio pessoal dos sócios. 
e) Sociedade Simples: Empresa com atuação Coletiva, ou seja, 02 (dois) ou mais sócios. A 
responsabilidade dos sócios é ilimitada. Porém, poderá adotar a espécie societária de 
Sociedade Limitada - Sociedade Simples Ltda., passando a responsabilidade dos sócios 
a ser limitada ao capital social, não respondendo com seus bens pessoais pelas 
obrigações da sociedade, exceto nas hipóteses mencionadas no item anterior 
(sociedade empresária limitada). A Sociedade Simples é uma pessoa jurídica para a 
prestação de serviços de profissão intelectual, de natureza científica, artística ou 
literária, sem elemento de empresa (ex. médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos, 
etc.). 
Como falamos em Direito Tributário, cabe destacar aqui quais são os tributos que incidem sobre 
as empresas: 
➢ Tributos federais 
• Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ); 
• Imposto sobre Produto Industrializado (IPI); 
• Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS); 
• Contribuição Social sobre o Faturamento das Empresas (COFINS); 
• Imposto sobre Importações (II). 
 
➢ Tributos estaduais 
• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) 
• Tributo Municipal 
• Imposto Sobre Serviços (de qualquer natureza) (ISS). 
 
➢ Contribuições Previdenciárias 
• INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). 
 
O registro empresarial é feito em um órgão público denominado Junta Comercial. Cada estado 
da federação brasileira possui uma Junta, em Minas Gerais, o registro das sociedades 
empresarias é feito na Junta Comercial de Minas Gerais, a JUCEMG. 
 
 
Referências Bibliográficas 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. São Paulo. Malheiros, 1992. 
BRASIL. Receita Federal. Disponível em: 
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3. Acesso 
em 24/03/2024. 
______. Ministério da Fazenda. Disponível em: https://www.gov.br/fazenda/pt-br. Acesso em 
24/03/2024. 
 
COELHO, Fábio Ulhoa - Curso de direito comercial. São Paulo: Saraiva, 2008. 
FARIA, Danielle Parolaria; GRAMANI, Vanessa. Noções Básicas de Direito para Administradores 
e Gestores. 2. ed. Campinas:Alínea, 2013. 
Impostômetro. Disponível em: https://impostometro.com.br/. Acesso em: 24/03/2024. 
PLÁCIDO E SILVA, De. (Org.), Dicionário Jurídico. São Paulo, Saraiva, 2007. 
SOARES, C.D.S. Resumo de Direito Comercial. Jurisite. Disponível em: 
http://www.jurisite.com.br/apostilas/direito_comercial.pdf. Acesso em 03/03/2024. 
 
http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/Documentos/Pagina.aspx?id=3
https://impostometro.com.br/
http://www.jurisite.com.br/apostilas/direito_comercial.pdf

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