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SILVIO UEHARA 
 
 
 
 
 
 
 
A CAPACITAÇÃO PARA A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 
DE DEFESA: 
 
Escola de Inteligência de Defesa 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia 
apresentada ao Departamento de Estudos da 
Escola Superior de Guerra como requisito à 
obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de 
Política e Estratégia. 
 
Orientador: Cel Rfm Ivan Fialho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2013 
 
 
 
C2013 ESG 
Este trabalho, nos termos de legislação 
que resguarda os direitos autorais, é 
considerado propriedade da ESCOLA 
SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É 
permitido a transcrição parcial de textos 
do trabalho, ou mencioná-los, para 
comentários e citações, desde que sem 
propósitos comerciais e que seja feita a 
referência bibliográfica completa. 
Os conceitos expressos neste trabalho 
são de responsabilidade do autor e não 
expressam qualquer orientação 
institucional da ESG 
 
_________________________________ 
Assinatura do autor 
 
 
 
 
 
 
Biblioteca General Cordeiro de Farias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Uehara, Silvio. 
A capacitação para a atividade de inteligência de defesa: Escola de 
Inteligência de Defesa / Cel Av Silvio Uehara. - Rio de Janeiro: ESG, 
2013. 
 
45 f. 
 
Orientador: Cel Rfm Ivan Fialho. 
Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao 
Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito 
à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e 
Estratégia (CAEPE), 2013. 
 
1. Educação. 2. Capacitação. 3. Defesa. 4. Atividade de inteligência. 
5. Ensino. 6. Inteligência. 7. National Intelligence University. 8 Defense 
Intelligence Agency. I. Titulo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A todos professores, instrutores e 
palestrantes que durante o curso 
contribuíram com ensinamentos e 
incentivos. 
A minha gratidão, em especial a minha 
família pela compreensão, como 
resposta aos momentos de minhas 
ausências e omissões, em dedicação às 
atividades da ESG. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
À Força Aérea Brasileira pelas oportunidades de crescimento individual 
durante todo o período de minha carreira. 
Aos professores e companheiros de curso, pela paciência e 
companheirismo durante minha jornada. 
À minha família pelo apoio e incentivo. 
A Deus pela saúde e por todos os desafios com os quais muito aprendi. 
Especial agradecimento ao mestre e amigo Ivan Fialho pela amizade, 
orientação, ensinamentos transmitidos, e o reconhecimento pela sua dedicação aos 
seus alunos, à atividade de Inteligência e às Forças Armadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não sou da altura que me vêem, 
mas sim da altura que meus olhos 
podem ver. 
Fernando Pessoa. 
 
 
RESUMO 
 
Esta pesquisa focaliza a Inteligência de Defesa, e se situa na área de 
formação de pessoal. Faz paralelo com outras atividades e organizações, para a 
identificação de novas oportunidades. Nesta linha de pensamento, será tratado o 
tipo de formação do profissional de Inteligência de Defesa no Brasil, e o que falta 
para o seu desenvolvimento e novas conquistas. Para tanto, analisa a organização 
norteamericana de ensino formal naquela atividade a National Intelligence University 
(NIU) para se identificar os aspectos relevantes que possam servir de referência 
para os objetivos equivalentes do Ministério da Defesa (MD). Para melhor 
compreensão do assunto serão abordados: os conceitos de Inteligência; a formação 
dos recursos humanos da atividade de Inteligência no Brasil, especialmente no MD; 
a Defense Intelligence Agency (DIA) e a NIU identificando semelhanças e 
oportunidade para o Brasil. 
 
 
Palavras chave: Educação. Capacitação. Defesa. Ensino. Inteligência. Ministério da 
Defesa. National Intelligence University. Defense Intelligence Agency. 
 
 
ABSTRACT 
 
The research has its focus in the subject of Defense Intelligence, and It works in the 
educational area. It will make several comparisons with other activities and 
organizations to be able to identify new opportunities. In this line of thought, it will be 
verified the kind of formation the professional of Defense Intelligence in Brazil does 
have, and what is needed to development and for new achievements. For this 
reason, in this paper, will be analyzed the formal education organization of USA in 
this matter, the National Intelligence University (NIU). Defined as general objective, it 
is to identify relevant aspects of the NIU that may contribute to the same objectives of 
Ministry of Defense. For better understanding of the subject, it will be addressed: the 
concepts of Intelligence; Education in the Ministry of Defense of Brazil, the Defense 
Intelligence Agency (DIA) and NIU identifying similarities and opportunities. 
 
 
Keywords: Education.. Training. Defense. Intelligence. Teaching. National 
Intelligence University. Ministry of Defense. Defense Intelligence Agency. 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CI Counter Intelligence 
CIA Central Intelligence Agency 
CSIE Curso Superior de Inteligência Estratégica 
DECEX Departamento de Educação e Cultura do Exército 
DEE Diretoria de Especialização e Extensão 
DEP Departamento de Ensino e Pesquisa 
DCHC Defense Counter Intelligence and Human Intelligence Center 
DIA Defense Intelligence Agency 
DNI Diretor de Inteligência Nacional (Director of National Intelligence) 
DoD Department of Defense 
EB Exército Brasileiro 
EMFA Estado Maior das Forças Armadas 
END Estratégia Nacional de Defesa 
EsIMEx Escola de Inteligência do Exército 
ESG Escola Superior de Guerra 
EUA Estados Unidos da América 
FAB Força Aérea Brasileira 
GDPI General Defense Intelligence Program 
HUMINT Human Intelligence 
IC Intelligence Community 
JPME Joint Professional Military 
MASINT Measurement and Signature Intelligence 
MB Marinha do Brasil 
MD Ministério da Defesa 
MIP Military Intelligence Program 
NIU National Intelligence University 
NOSINDE Normas de Funcionamento do Sistema de Inteligência de Defesa 
ODNI Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) 
OM Organização Militar 
SIEx Sistema de Inteligência do Exército 
 
 
SINDE Sistema de Inteligência de Defesa 
UIS Unifying Intelligence Strategies 
USA United States of America 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 
2 ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA ...................................................................... 15 
2.1 INTELIGÊNCIA................................................................................................. 15 
2.2 INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA ...................................................................... 16 
2.3 INTELIGÊNCIA DE DEFESA ........................................................................... 16 
2.4 INTELIGÊNCIA OPERACIONAL ...................................................................... 17 
2.5 INTELIGÊNCIA TÁTICA ................................................................................... 17 
2.6 INTELIGÊNCIA MILITAR ................................................................................. 17 
3 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA (SINDE) – FORMAÇÃO DE 
RECURSOS HUMANOS ................................................................................. 19 
3.1 SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA – SISBIN .................................... 19 
3.2 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - SINDE....................................... 20 
3.3 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ATIVIDADE DE 
INTELIGÊNCIA ................................................................................................ 20 
3.3.1 Histórico ..........................................................................................................20 
3.3.1 Situação atual ................................................................................................. 23 
4 INTELIGÊNCIA DE DEFESA EUA .................................................................. 26 
4.1 COMUNIDADE DE INTELIGÊNCIA – INTELLIGENCE COMUNITY (IC) ........ 26 
4.2 AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA – DEFENSE 
INTELLIGENCE AGENCY (DIA) ...................................................................... 29 
5 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - DIA ............................................ 31 
5.1 HISTÓRICO DA NIU ........................................................................................ 31 
5.2 NATIONAL INTELLIGENCE UNIVERSITY – NIU ............................................ 32 
6 ESCOLA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA ..................................................... 37 
7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 41 
 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 43 
 
 
 
11 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A constante evolução do pensamento humano e dos cenários nacional e 
internacional gera em vários setores a necessidade de atualização, inclusive nas 
Forças Armadas. Nestas, a mudança visa, sempre, a atender as novas demandas 
para a defesa da Pátria e para a garantia dos poderes constitucionais conforme 
determina o Art. 1421 da Constituição Federal. 
Na década de 1990, o Estado Maior das Forças Armadas (EMFA) foi 
designado para estudar a criação do Ministério da Defesa. Durante os trabalhos, 
constatou-se que apenas 23 de 179 países, não possuíam Forças Armadas 
integradas, e que o Brasil já possuía as condições necessárias para a criação 
daquela organização (BRASIL, 2013). 
O Ministério da Defesa (MD) foi criado em 10 de junho de 1999, como o 
principal articulador das ações envolvendo as Forças Singulares, tendo sob sua 
responsabilidade uma vasta gama de assuntos, como as operações militares, o 
orçamento de defesa; política e estratégia militares, e entre outros a atividade de 
Inteligência de Defesa (BRASIL, 1999). 
Temas de alta complexidade como o da atividade de Inteligência de Defesa 
que embora possuam grande tradição nas Forças Armadas, passam também, por 
um processo de evolução para se ajustar à nova realidade de operações conjuntas 
das Forças Singulares, assim como, as operações interagências, que estão cada 
vez mais comuns na atualidade. 
A história da atividade de inteligência muitas vezes se mescla com a própria 
história da formação do estado. Na tradução de Rogers A. Leonard, Clauzewitz em 
seu livro “Da guerra” reforça as dificuldades da guerra e a importância da boa 
formação de seus analistas de Inteligência, “ muitos relatórios de inteligência são 
contraditórios, outros, em número ainda maior, são falsos e a maioria são precários. 
O que podemos razoavelmente pedir de um oficial é que ele possua um padrão de 
julgamento que ele só adquire a partir do conhecimento dos homens, das coisas e 
do bom senso”. 
 
1
 Art. 142. da Constituição Federal, 1988, as Forças Armadas são constituídas pela Marinha, pelo 
Exército e pela Aeronáutica, sendo instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas 
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e 
destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer 
destes, da lei e da ordem. 
12 
 
Visando a atender a Estratégia Nacional de Defesa2, a pesquisa tem seu foco 
na Inteligência de Defesa, e se concentra na área de formação de pessoal, fazendo 
paralelos com outras atividades e outras organizações, para que se possam 
identificar novas oportunidades. 
Considerando dois grandes sistemas de Inteligência no Brasil, o Sistema 
Brasileiro de Inteligência (SISBIN)3 e o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE)4 
podemos identificar que o primeiro sistema possui a Escola de Inteligência (EsInt) 
como a instituição educacional do SISBIN, mas o SINDE não possui um 
estabelecimento de ensino5 específico voltado para a Atividade de Inteligência. 
Desta forma o profissional de Inteligência de Defesa6 no Brasil não possui uma 
formação de caráter formal para a atividade, o que dificulta certas conquistas 
descritas nesta pesquisa. Por este motivo, torna-se conveniente a análise, neste 
trabalho, de uma organização voltada para o ensino dessa atividade, de 
competência comprovada. 
Observando-se a grande diferença cultural e conjuntural dos estados (Brasil e 
EUA) e considerando principalmente seus diferentes interesses dentro de um 
cenário internacional, a pesquisa analisa a experiência da National Intelligency 
University (NIU) como órgão na formação dos recursos humanos da Atividade de 
Inteligência nos Estados Unidos da America (EUA). 
Assim sendo, este trabalho realiza o levantamento necessário para responder 
a seguinte pergunta: Em que medida a experiência norteamericana poderá 
auxiliar na formação dos recursos humanos da Atividade de Inteligência de 
 
2
 A Estratégia Nacional de Defesa prevê o aperfeiçoamento do Sistema de Inteligência de Defesa e a 
capacitação dos recursos humanos em análise e técnicas nos campos científico, tecnológico, 
cibernético, espacial e nuclear, criando no Ministério da Defesa, uma estrutura compatível com as 
necessidades de integração dos órgãos de inteligência militar. 
3
 A Lei n
o
 9.883, de 7 de dezembro de 1999 instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência e criou a 
Agência Brasileira de Inteligência - ABIN. 
4
 Portaria Normativa n
o
 295/MD de 03 de junho de 2002 – Institui o Sistema de Inteligência de Defesa, 
com a finalidade de assessorar o processo decisório no âmbito do MD, integrando as ações de 
planejamento e execução da Atividade de Inteligência de Defesa, considerando a necessidade de se 
otimizar a estrutura voltada para o desempenho da atividade de Inteligência de Defesa do MD. 
5 O SINDE não possui uma instituição de ensino especifica para a atividade de Inteligência, mesmo 
que a Estratégia Nacional de Defesa (END) defina como interesse estratégico do Estado a formação 
de especialistas civis em assuntos de defesa. 
6
 Inteligência de Defesa – A Lei n
o
 10.683, de 28 de maio de 2003 e alterada pela Lei n
o
 12.375, de 30 
de dezembro de 2010. dispõe sobre a organização da Presidência da Republica e define como 
competência do Ministério da Defesa, a Inteligência Estratégica e operacional de Defesa, assim 
como a política nacional de Inteligência de Defesa . A portaria normativa 295/MD de 03 de junho de 
2002 define atividade de Inteligência de Defesa, aquela desenvolvida no interesse da Defesa, 
englobando os ramos Inteligência e Contrainteligência. 
13 
 
Defesa no Brasil? Definindo-se como objetivo geral da pesquisa a identificação dos 
aspectos relevantes da NIU que podem servir de referência e que venham a 
colaborar com os objetivos do MD. 
A definição da NIU, como objeto de estudo, surgiu por ser a organização de 
referência comprovada do Departamento de Defesa responsável pela formação dos 
Recursos Humanos da Atividade de Inteligência dos EUA. 
A relevância do estudo encontra-se na análise e registro de novos 
conhecimentos que darão suporte para que o leitor especializado na atividade de 
inteligência possa fazer paralelos dentro de seu universo e desta maneira incentivá-
lo a realizar novos estudos e futuros trabalhos ou mesmo adaptá-lo para a sua 
realidade, explorando a análise das possibilidades e oportunidades deste caso. 
O processo de investigação preliminar foi realizado por meio de uma pesquisa 
bibliográfica sobre o tema, que segundo Gil (2006), é enquadrado como sendo 
pesquisa exploratória. 
[...] Estas pesquisas têm como objetivo proporcionarmaior familiaridade 
com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a construir 
hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o 
aprimoramento das idéias ou a descoberta de intuições. (GIL, 2002, p.41) 
 
Estas informações coletadas tiveram a finalidade de ampliar a familiarização 
com o assunto, principalmente, em relação as particularidades da operação conjunta 
das Forças Singulares, assim como, as operações interagências, que estão cada 
vez mais comuns na atualidade. Neste ponto, também foram acrescidos os 
conhecimentos e experiências adquiridos pelo autor nas operações conjuntas. Desta 
maneira, segundo Marconi e Lakatos (2007), considerando-se os meios a serem 
utilizados na realização deste trabalho, o trabalho se enquadra em uma pesquisa 
bibliográfica 
Pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia 
já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações 
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, 
material cartográfico etc. (MARCONI, LAKATOS, 2007, p.71) 
 
A pesquisa é qualitativa, não se aprofundando nos aspectos quantitativos 
relacionados ao tema. 
Inicialmente, o uso da leitura exploratória permitiu a visualização geral das 
referências bibliográficas disponíveis para o trabalho, mas somente a seletiva 
permitiu um maior aprofundamento e a eliminação do material não pertinente (GIL, 
2007). 
14 
 
A leitura analítica do material selecionado possibilitou a organização das 
idéias e das informações levantadas, para viabilizar, então, com a leitura 
interpretativa o atendimento do objetivo da pesquisa que é identificar os aspectos 
relevantes, para o MD, da Universidade Nacional de Inteligência (NIU) como 
principal organização do Departamento de Defesa na formação dos Recursos 
Humanos da Atividade de Inteligência dos EUA. 
Durante toda a pesquisa, além de documentos oficiais do governo, como 
Políticas e Estratégias, foram utilizados outros autores como referências específicas 
para suas áreas como os autores, Sherman Kent7 e Washington Platt na área de 
Inteligência, com a finalidade de melhor fundamentar o trabalho. 
Visto a sensibilidade do assunto, a pesquisa limitou-se á apenas aos 
documentos ostensivos, principalmente para manter-se o mesmo nível dos 
documentos disponibilizados ao público pelos órgãos envolvidos na pesquisa. 
 
7
 Sherman Kent (06 de dezembro de 1903 - 11 de março de 1986) - professor de história da 
Universidade de Yale, que trabalhou na Agência Central de Inteligência durante a II Guerra Mundial 
e a Guerra Fria, foi precursor em muitos dos métodos de análise de inteligência. 
15 
 
2 ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 
 
O que é inteligência8? 
Esta é uma importante pergunta a ser respondida antes do início dos 
trabalhos, pois são várias as definições e conceitos relativos a esta atividade que 
podem ser mal interpretados e erros podem ser cometidos ao se iniciar as análises e 
realizar comparações ou estudos paralelos de matérias diferentes. 
A inteligência tanto como processo, produto ou atividade tem a importante 
função de auxiliar o processo decisório de forma a propiciar ao estado o diferencial 
de vantagem, otimizando o poder nacional e a influência internacional na paz, e 
promovendo o uso efetivo da força na guerra ou outro conflito. 
Abaixo serão listados os conceitos da atividade no Brasil e nos EUA. 
2.1 INTELIGÊNCIA 
 
Inteligência para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é a atividade que 
objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do 
território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o 
processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da 
sociedade e do Estado (BRASIL, 1999). 
Para a Comunidade de Inteligência (IC) norteamericana é a informação que 
foi analisada e aperfeiçoada para ser útil aos decisores políticos na tomada de 
decisão, especialmente sobre potenciais ameaças à segurança nacional. 
A Comunidade de Inteligência dos EUA usa o termo "inteligência" de três 
maneiras diferentes segundo a visão tridimensional de Sherman Kent. 
1. A inteligência como um produto que consiste em informações que foram 
trabalhadas e aperfeiçoadas para atender as necessidades dos decisores políticos. 
2. Inteligência como um processo por meio do qual a informação é 
identificada, coletada e analisada. 
 
8 Atualmente, atores não-estatais, novas ameaças e a contraposição entre o nacionalismo e o 
transnacionalismo permeiam as relações internacionais e os arranjos de segurança dos Estados. Os 
delitos transnacionais de natureza variada e o terrorismo internacional são ameaças à paz, à 
segurança e à ordem democrática, normalmente, enfrentadas com os instrumentos de 
inteligência e de segurança dos Estados (Política Nacional de Defesa, PND, 2005). 
16 
 
3. E a inteligência refere-se, também, às organizações individuais que 
trabalham transformando os dados brutos em um produto acabado para benefício 
dos tomadores de decisão, como também para a comunidade dessas organizações. 
Desta forma, observa-se que a legislação brasileira sintetiza o conceito 
norteamericano em seu conteúdo, apenas deixando fora as organizações individuais 
que trabalham na atividade. 
 
2.2 INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA 
 
Os conceitos de Inteligência estratégica para os dois países praticamente se 
confundem, pois ambos a utilizam para o assessoramento no mais alto nível de 
governo. 
Para o Ministério da Defesa (MD), Atividade de Inteligência é voltada para a 
produção de conhecimentos de toda ordem, no mais alto nível, necessários ao 
processo decisório no âmbito do Ministério da Defesa, assim como à formulação e à 
condução do planejamento estratégico militar. 
O Pentágono a define como a Inteligência necessária para a formulação de 
estratégias, políticas e planos e operações militares, a nível nacional e de teatro de 
operações. Ou, em poucas palavras, a inteligência estratégica é a inteligência 
necessária para criar e implementar uma estratégia, geralmente chamada de 
estratégia nacional. 
 
2.3 INTELIGÊNCIA DE DEFESA 
 
A inteligência de Defesa é definida como a coleta e análise de inteligência 
externa relacionada à política, econômia, indústria, geográfica, médica e sanitaria. 
Derivada de todas as fontes de informações sobre militares estrangeiros e 
capacidades relacionadas com a defesa, intenções, planos, disposições e 
equipamento necessários para a elaboração da estratégia, política, planos e 
operações militares dos EUA (DIA, 2011). 
 
 
 
 
17 
 
A portaria normativa no 295/MD de 03 de junho de 20029 define - “ Atividade 
de Inteligência de Defesa, aquela desenvolvida no interesse da Defesa, englobando 
os ramos Inteligência e Contrainteligência”. 
2.4 INTELIGÊNCIA OPERACIONAL 
 
Atividade militar especializada, com base em processo mental, 
permanentemente exercida, com a finalidade de produzir e salvaguardar 
conhecimento requerido para planejar, conduzir e sustentar operações militares 
(BRASIL, 2007). 
Para a DIA, a Inteligência operacional é necessária para o planejamento e 
condução de campanhas e principais operações para alcançar os objetivos 
estratégicos dentro de teatros ou áreas operacionais. Assume uma abordagem 
diferente da inteligência estratégica, concentrando-se, focando mais significativo 
para um Teatro de operações militares. 
2.5 INTELIGÊNCIA TÁTICA 
 
DIA - A inteligência tática é a inteligência necessária para o planejamento e 
condução de operações militares táticas no nível local. Trata-se de informações 
sobre o inimigo, apropriada para localizar o inimigo e decidir qual tática, unidades e 
armas que provavelmente irão contribuir para a vitória em uma área designada, e 
quando bem aplicada, pode ser um significativo multiplicadorde força. 
MD – Não apresenta uma definição de inteligência tática em seu glossário. 
2.6 INTELIGÊNCIA MILITAR 
 
DIA - A inteligência militar é a inteligência sobre qualquer assunto militar 
externo ou relacionado com este, que seja significativo para a formulação de 
políticas militares ou para o planejamento e a condução das atividades militares. É o 
produto de coleta de informações sobre as capacidades militares estrangeiras, 
intenções, planos, disposições e equipamentos; analisa o conteúdo dessa 
informação e divulga os resultados aos tomadores de decisão, as tropas de 
combate, e outros destinatários. 
 
9
 Portaria normativa n
o
 295/MD, de 03 de junho de 2002. Institui o Sistema de Inteligência de Defesa 
– SINDE 
18 
 
MD – Atividade de Inteligência de natureza técnico-militar, especializada e 
permanente que visa a produzir conhecimentos de interesse do comandante de 
qualquer nível hierárquico e proteger os conhecimentos sensíveis, as instalações e 
pessoal, contra as ações de serviços de inteligência do oponente ou do inimigo 
(BRASIL, 2007). 
Durante a pesquisa, observou-se que os EUA e o Brasil possuem um 
alinhamento no entendimento da atividade de Inteligência. Para ambos os países, 
suas diversas definições foram baseadas na finalidade e nível de decisão do 
assessoramento a ser prestado. 
Em suma, as diversas definições de inteligência que foram apresentadas, em 
ambos os casos, não apresentam um entendimento divergente que comprometa o 
estudo e pelo contrário, apresentou-se com um alinhamento semelhante em seu 
raciocínio, resultando praticamente o mesmo entendimento no seu emprego.
19 
 
3 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA (SINDE) – FORMAÇÃO DE 
RECURSOS HUMANOS 
3.1 SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA – SISBIN 
 
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão central do Sistema 
Brasileiro de Inteligência, sendo responsável por planejar, executar, coordenar, 
supervisionar e controlar as atividades de Inteligência no Brasil. 
A Agência foi criada pela Lei no 9.883, de 07 de dezembro de 1999, e 
regulamentada pelo Decreto n. 4.376, de 13 de setembro de 2002, juntamente com 
os demais componentes,10 a ABIN constitui o Sistema de Brasileiro de Inteligência, e 
atualmente esta subordinada diretamente ao Gabinete de Segurança Institucional 
(GSI), órgão de assessoria da Presidência da República. 
A Lei no 9.883 de 1999 define como um dos integrantes do SISBIN, o recém-
criado Ministério da Defesa (MD), que tem como uma de suas tarefas fornecer dados 
e conhecimentos específicos relacionados com a defesa das instituições e dos 
interesses nacionais para a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN. 
O Sistema Brasileiro de Inteligência tem como finalidade fornecer subsídios 
ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional, tendo como 
 
10
 Os componentes do SISBIN estão em constante alteração, como podemos observar nas alterações 
realizadas por meio de decretos, vários componentes foram incluídos:I - Casa Civil da Presidência 
da República, por meio de sua Secretaria-Executiva; II - Gabinete de Segurança Institucional da 
Presidência da República, órgão de coordenação das atividades de inteligência federal; III -
 Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da 
República, como órgão central do Sistema; IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria 
Nacional de Segurança Pública, da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia 
Federal, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e 
do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria 
Nacional de Justiça; .V - Ministério da Defesa, por meio da Subchefia de Inteligência 
Estratégica, da Assessoria de Inteligência Operacional, da Divisão de Inteligência Estratégico-
Militar da Subchefia de Estratégia do Estado-Maior da Armada, do Centro de Inteligência da 
Marinha, do Centro de Inteligência do Exército, do Centro de Inteligência da Aeronáutica, e do 
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia; VI - Ministério das Relações 
Exteriores, por meio da Secretaria-Geral de Relações Exteriores e da Coordenação-Geral de 
Combate aos Ilícitos Transnacionais; VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva 
do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do 
Banco Central do Brasil; VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva; 
IX - Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro de Estado e da Agência Nacional de 
Vigilância Sanitária - ANVISA; X - Ministério da Previdência Social, por meio da Secretaria-
Executiva; XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro de Estado; XII -
 Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva e do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XIII - Ministério da Integração Nacional, 
por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da 
Secretaria-Executiva. XV - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de sua 
Secretaria-Executiva; e XVI - Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, por meio de 
sua Secretaria-Executiva. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6540.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7803.htm#art1
20 
 
fundamentos a preservação da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático 
de Direito e a dignidade da pessoa humana. Devendo ainda cumprir e preservar os 
direitos e garantias individuais e demais dispositivos da Constituição Federal, os 
tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais em que a República 
Federativa do Brasil seja parte ou signatário, e a legislação ordinária. 
 
3.2 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - SINDE 
 
O Sistema de Inteligência de Defesa11 (SINDE) foi criado pelo MD em 03 de 
junho de 2002 para atender à necessidade de aperfeiçoar a capacidade de 
Comando, Controle e Inteligência dos Órgãos envolvidos na Defesa Nacional, para 
auxiliar no processo decisório, e de otimizar a estrutura destinada ao desempenho e 
a coordenação da Atividade de Inteligência de Defesa, assim como, para facilitar as 
ligações junto ao então SISBIN, integrando as ações de planejamento e execução 
da Atividade de Inteligência de Defesa. 
Todos os Órgãos de Inteligência de mais alto nível do MD e das Forças 
Armadas são componentes do SINDE e estão interligados sistemicamente, sem 
vínculos de subordinação, conforme previsto nas Normas de Funcionamento do 
Sistema de Inteligência de Defesa - NOSINDE (BRASIL, 2002). 
 
3.3 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 
 
3.3.1 Histórico 
 
A capacitação na atividade de Inteligência brasileira não é uma atividade 
recente, e sempre esteve intimamente ligada à própria história da Inteligência no 
Brasil. 
A Segunda Guerra Mundial, por exemplo, foi um dos eventos históricos que 
marcou a formação da cultura da inteligência no Brasil. 
O Conselho de Segurança Nacional foi reformulado ao término da Segunda 
Guerra Mundial por influência dos oficiais da Força Expedicionária Brasileira, sendo 
 
11
 A portaria normativa n
o
 295/MD, de 03 de junho de 2002 que institui o Sistema de Inteligência de 
Defesa – SINDE 
21 
 
instituído o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFICI) em 1946, 
que passou a coordenar a Atividade de Inteligência no Brasil (ESCOLA SUPERIOR 
DE GUERRA, 2013). 
Coerente com a nova instituição, para a formação dos recursos humanos do 
SFICI, o Decreto nº 43810 de 29 de maio de 1958 fundou o Curso de Informações, 
na Escola Superior de Guerra(ESG), com a finalidade de cooperar no 
estabelecimento da doutrina de Segurança Nacional e preparar civis e militares para 
as funções relacionadas com a atividade de Informações. Desta forma, a ESG 
realizou, em 1959, em caráter experimental, nos mesmos moldes de seus outros 
cursos, o primeiro Curso de Informações a ser ministrado em um 
estabelecimento de ensino no Brasil. Após a experiência realizada, o curso foi 
suspenso durante 5 anos (1960 a 1964), voltando a funcionar regularmente de 1965 
a 1971, com denominação de Curso Superior de Informações (CSI) (ESCOLA 
SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
Este retorno do CSI em 1965 esteve ligado ao Serviço Nacional de 
Informações (SNI) que veio em 1964 para absorver e substituir o SFICI, com o 
objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de Informações e Contra-
Informações no Brasil e exterior. Foi criado, em 13 de junho de 1964, pela Lei nº 
4341, como órgão da Presidência da República, o Serviço Nacional de Informações 
(SNI), o qual, para os assuntos atinentes à Segurança Nacional, operaria também 
em proveito do Conselho de Segurança Nacional. O Serviço Nacional de 
Informações teve por finalidade superintender e coordenar, em todo o território 
nacional, as atividades de informação e contra informação, em particular as que 
interessem à Segurança Nacional, com o Brasil passando por uma nova realidade 
marcada pelo Bipolarismo mundial e a disputa entre o capitalismo e o socialismo 
(Estados Unidos da America - EUA e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - 
URSS). 
Em 1971, o SNI criou, em Brasília-DF, o seu próprio estabelecimento de 
ensino, a Escola Nacional de Informações (EsNI), que passou a ser o órgão 
responsável pela formação de recursos humanos para a Atividade de Informações. 
Nesta época, o CSI foi transferido para EsNI, e extinto da ESG a partir de 1973 
(ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
O fim do Serviço Nacional de Informações e do Sistema Nacional de 
Informações, no ano de 1990, provocou o fim da Escola Nacional de Informações 
22 
 
que passa a ser chamada de Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Recursos 
Humanos (CEFARH) da recém-criada Secretaria de Assuntos Estratégicos da 
Presidência da República (SAE). Esta mudança causou prejuízos consideráveis na 
formação de pessoal especializado, causando uma perda considerável de 
capacidades na formação de recursos humanos para o exercício da Atividade, não 
atendendo mais na totalidade a reposição de pessoal capacitado, provocando a 
carência de profissionais nessa área (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
Devido à deficiência de capacitação de recursos humanos provocada pela 
extinção da EsNI, o Exército Brasileiro (EB) foi obrigado a procurar alternativas para 
formação seus efetivos, por isso no início dos anos noventa, criou a Escola de 
Inteligência Militar do Exército – EsIMEx. 
A criação da EsIMEx surgiu baseada em escolas de Inteligência de Exércitos 
de outros países, não apenas para a tarefa de formação e aperfeiçoamento de 
pessoal, mas, também com a capacidade de acompanhar a evolução permanente 
da Atividade de Inteligência no mundo, para estudos e pesquisas no sentido de 
apresentar subsídios para a elaboração e aperfeiçoamento da Doutrina de 
Inteligência Militar Terrestre (BRASIL, 2013). 
A Escola iniciou o seu funcionamento, em 1° de julho de 1994, com um curso 
especial para oficiais e sargentos, e em 1995, deu-se inicio aos cursos Básico e 
Intermediário para Oficiais (BRASIL, 2013). 
Em 1996, foi introduzido o Curso Básico de Sargentos, o Estágio de 
Inteligência Militar para Engenheiros Militares e o Estágio para as Forças Especiais, 
objetivando formar uma "massa crítica" para os setores mais carentes do Sistema de 
Inteligência do Exército. Em 1997, completou–se o ciclo de formação de recursos 
humanos na área de Inteligência, com a realização do Curso Avançado de 
Inteligência para oficiais superiores (BRASIL, 2013). 
Paralelamente às ações do Exército, o Chefe do EMFA, em sua diretriz para a 
Escola Superior de Guerra, nº 01 SC/1/FA, de 25 de janeiro de 1996, determinava a 
criação do Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE). 
O CSIE foi ministrado de 1996 a 2000 com a duração de nove meses. Com a 
criação do Ministério da Defesa em 1999, o curso passa a ter a duração de seis 
meses e a atender aos órgãos integrantes do SISBIN (ESCOLA SUPERIOR DE 
GUERRA, 2013) 
23 
 
Em 2006, o currículo do Curso foi aperfeiçoado realçando o seu caráter 
acadêmico, com ênfase na ampliação do conceito de Inteligência Estratégica 
capacitando civis e militares para o exercício de funções na Administração Pública, 
em especial no Ministério da Defesa. Em 2007, teve a duração modificada para 21 
semanas permanecendo assim até 2011, de 2012 aos dias atuais passou ter 19 
semanas (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
 
3.3.1 Situação atual 
 
O CSIE tem contribuído, sobremaneira, para o aprimoramento da Doutrina de 
Inteligência no nível estratégico, no interesse da defesa e na preparação de recursos 
humanos para o SISBIN e para o SINDE (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 
2013). 
As turmas do CSIE, em sua maioria, são compostas por civis e militares 
distribuídas entre os órgãos integrantes do SISBIN, esta característica favorece uma 
grande integração entre seus alunos, propiciando-lhes uma ótima oportunidade para 
que possam visualizar a atividade de inteligência de uma maneira mais global e 
completa. Desta forma capacitando-os a assessorar decisões do mais alto nível, 
como na implementação de políticas públicas, com o propósito de minimizar as 
vulnerabilidades estratégicas. 
Para a consecução do objetivo geral do curso, a estrutura curricular do CSIE 
é desenvolvida em duas fases, Básica e Específica (Inteligência Estratégica), ao 
longo de 19 (dezenove) semanas, com uma carga horária total de 580 horas/aula, 
sendo 451 horas/aula destinadas às Atividades de Estudos, distribuídas entre 08 
(oito) disciplinas, além de 129 horas/aula relativas às Atividades Complementares 
(ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). Esta estrutura curricular proporciona 
uma maior qualidade de ensino, com uma criteriosa análise das necessidades de 
conhecimentos a serem compartilhadas pelos alunos. 
A estrutura curricular do CSIE ampara-se em estudos teóricos e em 
aplicações práticas do conteúdo programático, estabelecido por meio de estudos e 
disciplinas, ministrados de modo a integrar os conhecimentos das seguintes áreas: 
Administração, Política, Economia, Geopolítica, Psicossocial, Científico-Tecnológica 
e Militar (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
24 
 
A abordagem metodológica desenvolvida pela ESG propicia aos estagiários a 
aplicação prática dos conteúdos estudados em diversos níveis de complexidade, 
configurando-se como um sistema de estudos, pesquisas e atividades que requerem 
tanto desempenhos individuais como em grupo. Para tanto, são privilegiadas 
técnicas de ensino que tornem as atividades mais produtivas e dinâmicas, de modo 
a favorecer a participação, a troca de experiências e o desenvolvimento dos 
estagiários (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 
No EB, a EsIMEx está subordinada ao Centro de Inteligência do Exército 
(CIE) desde 01 de agosto de 1995, com ensino de graus Superior e Médio, de 
modalidade Especialização, da linha de Ensino Militar Bélico. Tem vinculação 
técnico-pedagógica ao Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP) por intermédio da 
Diretoria de Especialização e Extensão (DEE). Esta subordinação ao Departamento 
de Ensino do EB traz, em sua essência, a experiência de anos acumuladas na 
educação militar, minimizando os erros anteriores e valorizando a oportunidade de 
desenvolvimento da atividade (BRASIL, 2013). 
A missão da EsIMEx é especializar oficiais e sargentos, habilitando–os à 
ocupação de cargos e ao desempenho de funções previstas nos Quadros de Cargos 
e Quadros de Cargos Previstos das Organizações Militares(OM) integrantes do 
Sistema de Inteligência do Exército (SIEx); realizar pesquisas na área de sua 
competência, inclusive, se necessário, com a participação de instituições 
congêneres; contribuir com o Estado Maior do Exército (EME) para o 
desenvolvimento da doutrina de Inteligência Militar; e realizar, mediante ordem do 
CIE, estágios para atender às necessidades do Exército e de outros Sistemas de 
Inteligência de órgãos da Administração Pública Federal (BRASIL, 2013). 
A proposta pedagógica da EsIMEx leva em conta a legislação normativa da 
DEE e o disposto pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEX), 
mesclando aspecto de várias linhas pedagógicas, a cultura e tradição didática do 
Ensino Militar (BRASIL, 2013). 
A EsIMEx busca programar suas atividades letivas inserindo os conteúdos a 
serem trabalhados dentro de uma temática prática, próxima da realidade, a ser 
vivenciada pelo concludente em suas ações futuras no desempenho de seus cargos 
e funções. A Escola propõe–se a um trabalho baseado nas diferenças individuais, na 
consideração das peculiaridades de cada aluno, mas buscando desenvolver as 
habilidades de trabalho em equipe e de relação interpessoal, inerentes a Atividade 
25 
 
de Inteligência (BRASIL, 2013). A Escola oferece vagas em seus cursos a outras 
organizações proporcionando um ambiente de integração, e favorecendo a troca de 
experiências entre seus alunos. 
O ensino proposto segue a linha "doutrina–diálogo–experimentação–
compreensão", busca a participação baseada na relação direta da teoria com a 
prática, por parte do aluno. Como Proposta Pedagógica, a EsIMEx procura priorizar 
como princípios: 
a) Adequação à Era do Conhecimento12; 
b) Culto às tradições, à memória e aos valores morais, culturais e 
históricos da Inteligência do Exército13; 
c) Interdisciplinaridade e contextualização. Ainda, ter como princípio que: 
"Trabalhar conteúdos contextualizados é mais importante que avaliá–
los". 
A Marinha do Brasil não possui escola para atividade de Inteligência. A 
capacitação é feita por meio de cursos que são ministrados dentro da estrutura do 
Sistema de Inteligência da Marinha do Brasil, ou por vagas oferecidas por outras 
instituições. 
Força Aérea Brasileira, também, não possui escola de Inteligência específica. 
A capacitação é feita por meio de cursos que são ministrados dentro da estrutura do 
Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER), ou por vagas oferecidas por outras 
instituições. 
Desta forma, o SINDE conta, em termos de formação de pessoal, duas escola 
que trabalham com Inteligência, a ESG subordinada ao MD e a EsIMEx ao EB, 
sendo que, quanto a ESG, não se trata, especificamente, de uma escola de 
Inteligência, mesmo possuindo um curso de referência nacional, e que foi o 
precursor da atividade. O CSIE vem capacitando civis e militares do SISBIN, há 
anos, para atividade de Inteligência. 
 
12
 A adaptação a era do conhecimento possibilita a constante evolução de seus cursos, mantendo-se 
atual e coerente com as necessidades do mundo atual. (comentário do autor) 
13
 O culto apresentado neste item possibilita a criação de valores subjetivos que valorizam a 
atividade, criando um espírito de corpo e uma historia entre seus membros. 
26 
 
4 INTELIGÊNCIA DE DEFESA NOS EUA 
 
4.1 COMUNIDADE DE INTELIGÊNCIA – INTELLIGENCE COMUNITY (IC) 
 
O “National Security Act of 1947” de 26 de julho, 1947, aprovado pelo 
Congresso Norteamericano, reorganizou e modernizou as forças armadas dos EUA, 
a política externa, e a Comunidade de Inteligência. Teve como intenção fornecer um 
programa para o futuro da segurança dos Estados Unidos, proporcionando o 
estabelecimento de políticas e procedimentos relativos à segurança nacional 
integrados para os departamentos, órgãos e funções do Governo. 
O ato criou três departamentos militares, subordinados a National Military 
Establishment (que em 1949 passa a ser chamada de Departamento de Defesa) 
para o operação e administração do Exército, da Marinha (incluindo a aviação naval 
e Fuzileiros Navais), e da Força Aérea, para garantir a coordenação e direção 
unificada sob controle civil, mas não para fundi-los, e sim para proporcionar uma 
direção estratégica eficaz das forças armadas, e para o seu funcionamento sob 
controle unificado, visando a integração em uma eficiente equipe de Forças 
terrestres, naval, e aérea. Estabeleceu, também, subordinada ao National Security 
Council14 a Central Intelligence Agency – CIA. 
Com a ocorrência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o 
congresso produziu uma analise que gerou a Reforma da Inteligência e a Lei de 
Prevenção do Terrorismo de 2004 (ato para reforma da comunidade de Inteligência, 
da Inteligência e das atividades de inteligência relacionadas ao Governo dos Estado 
Unidos, e outros objetivos). Esta legislação define como "Inteligência Nacional" e 
"Inteligência relacionada à Segurança Nacional" como toda Inteligência, 
independentemente da fonte da qual é derivada, incluindo informações obtidas 
dentro ou fora Estados Unidos, que: 
a) Pertençam a mais de uma agência governamental dos EUA definida por 
orientação emitida pelo Presidente, e 
b) Que envolva: 
 
14
 National Security Council - A função do Conselho é assessorar o Presidente no que diz respeito à 
integração de políticas nacionais, externas e militares relacionadas com a segurança nacional, de 
forma a permitir os serviços militares e os outros departamentos e agências do governo de cooperar 
mais eficazmente em questões que envolvam a segurança nacional.(The National Security Act of 
1947 – July 26, 1947). 
27 
 
o Ameaças aos EUA, a seu povo, a propriedade ou seus interesses; 
o O desenvolvimento, proliferação, ou o uso de armas de destruição em 
massa; e 
o Qualquer outro assunto relacionado com a segurança território nacional 
dos EUA. 
A Inteligência americana é utilizada para aprimorar e entender melhor as 
conseqüências das decisões de Segurança Nacional, assessorando seus decisores 
políticos, em ações militares, negociações internacionais, e interações com contatos 
operacionais em países estrangeiros. 
A Comunidade de Inteligência (IC) é o grupo de órgãos do Poder Executivo e 
organizações que trabalham separadamente e em conjunto, envolvidas em 
atividades de Inteligência que são necessárias para a condução das relações 
externas e à proteção da Segurança Nacional dos Estados Unidos. 
Essas atividades incluem: 
a) Coleta de informações necessárias para o Presidente, o Conselho de 
Segurança Nacional, secretários de Estado e de Defesa, e outros funcionários do 
Poder Executivo, que as utilizem para o exercício das suas funções e no 
cumprimento de suas responsabilidades. 
b) Produção e divulgação de Inteligência. 
c) Coleta de informações sobre as atividades de Inteligência contra os Estados 
Unidos, terrorismo internacional, atividades de narcóticos, e outras atividades hostis 
realizadas por potências estrangeiras, organizações, pessoas e seus agentes. 
d) A realização de ações para proteger contra atividades hostis contra os 
Estados Unidos. 
e) Desempenho de atividades especiais. 
f) Realização de atividades administrativas de apoio, nos Estados Unidos e no 
exterior necessárias para a realização de várias outras atividades de Inteligência. 
g) Desempenho de outras atividades de Inteligência, dirigidas pelo presidente ao 
longo do tempo. 
A IC é liderada pelo Diretor de Inteligência Nacional (DNI), como chefe do 
Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) e cuja tarefa é coordenar os 
componentes da IC com base nas necessidades dos usuários de Inteligência. 
 
 
28 
 
O ODNI centraliza a Comunidade de Inteligência na integração de 
Inteligência, que significa sincronização das coletas, análise e contraespionagem, 
para funcionarefetivamente como uma equipe. Tendo como seus componentes 17 
organizações: 
a) Office of the Director of National Intelligence 
b) Central Intelligence Agency 
c) Defense Intelligence Agency 
d) National Geospatial-Intelligence Agency 
e) National Reconnaissance Office 
f) National Security Agency 
g) Department of Energy, Office of Intelligence and Counterintelligence 
h) Department of Homeland Security, Office of Intelligence and Analysis 
i) Coast Guard 
j) Department of Justice, Drug Enforcement Administration 
k) Department of Justice, Federal Bureau of Investigation 
l) Department of State, Bureau of Intelligence and Research 
m) Department of the Treasury, Office of Intelligence and Analysis 
n) Army 
o) Navy 
p) Air Force 
q) Marine Corps 
 
29 
 
4.2 AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - DEFENSE INTELLIGENCE 
AGENCY (DIA) 
 
A Defense Intelligence Agency (DIA) é a principal fonte da IC em Inteligência 
de Defesa com a função de evitar surpresa estratégica e oferecer a vantagem na 
decisão para o combatente, aos planejadores de Defesa, e aos formuladores de 
políticas. Emprega-se globalmente ao lado dos combatentes e parceiros para defesa 
dos interesses da Segurança Nacional dos Estados Unidos. 
A DIA é composta por uma equipe de profissionais qualificados em 
Inteligência de Defesa. Equipados com tecnologia e treinamento de ponta, e 
reforçada por parcerias e capaz de se adaptar operacionalmente para prover 
Inteligência de Defesa de todas as fontes, quando e onde necessário, em apoio ao 
combate e à Nação. 
A Agência de Inteligência da Defesa (DIA) coleta, e produz Inteligência Militar 
externa para os decisores políticos e comandantes militares. Seu efetivo é de 
aproximadamente 30% de militares, e cerca de 70% de civis. 
O Diretor da DIA é o principal assessor de Inteligência Militar do secretário de 
Defesa e do DNI, além de ser o gerente do Programa Geral de Inteligência de 
Defesa (GDIP), sendo, também, o comandante da componente operacional do 
Comando Estratégico de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento do Comando 
Conjunto. 
A DIA é composta de vários setores e entre eles estão as Direções, e 
Centros. 
A Direção de Análise (DI) é o componente que analisa assuntos militares 
estrangeiros com foco em armas de destruição em massa (WMD), sistemas de 
mísseis, o terrorismo, os sistemas de infra-estrutura e problemas médicos 
relacionados com a Defesa. O Diretor-Adjunto de Análise acumula funções de 
Gerente de Análise Funcional para o Programa de Análise de Inteligência de Defesa. 
A Direção de Inteligência, Estado-Maior Conjunto (J2) fornece inteligência 
militar estrangeira para os Chefes de Estado Maior e altos funcionários do Ministério 
da Defesa. 
O Defense Counter Intelligence and Human Intelligence Center (DCHC) 
dirige, gerencia e conduz as atividades de Contrainteligência de Defesa (CI) e de 
Inteligência Humana (HUMINT) para atender as necessidades da Defesa. O DCHC é 
30 
 
organizado para dirigir, coordenar e evitar conflitos CI e questões HUMINT em 
Defesa, comandos combatentes e às organizações da CI / HUMINT serviço. 
A Direção de MASINT e de Coleta Técnica é o Centro de Inteligência da 
Defesa para Medição e Signatures Intelligence (MASINT). Ele coleta e analisa 
MASINT, e também desenvolve novas capacidades. 
A Direção de Gestão da Informação e o escritório Chefe de Informações serve 
como Componente de tecnologia da informação do DIA. Ele gerencia o Sistema de 
Informação Departamento de Inteligência da Defesa e opera os Joint Worldwide 
Intelligence Communications System, Centro de Medição e Signatures Intelligence 
(MASINT). Ele coleta e analisa MASINT, e também desenvolve novas capacidades 
MASINT. 
A Inteligência norteamericana é estruturada visando sempre atender as 
necessidades do estado. Grandes esforços são realizados com o objetivo de 
minimizar os problemas passados e mitigar os problemas futuros. As ações práticas 
e soluções são implantadas, utilizando-se de lições aprendidas durante suas 
operações (vide 11 de setembro e os resultados da Reforma de 2004). 
Na história da humanidade, os grandes comandantes realizavam suas 
próprias análises de Inteligência, baseadas em documentos, depoimento de 
prisioneiros de guerra, missões de reconhecimento e espiões, mas na atual 
conjuntura de um mundo globalizado e cheio de ameaças complexas, este conceito, 
encontra-se cada vez mais ultrapassado. 
Michael Herman em seu livro Intelligence Power In Peace And War, 1996, 
identifica vários óbices na atividade de inteligência, mas sugere que um dos 
principais fatores para o aumento da efetividade da atividade é a profissionalização, 
vindo a corroborar, também a opinião de vários outros autores, como Washington 
Platt, em Strategic Intelligence production, 1957, que muito valorizava a formação 
acadêmica e a formação da profissão de Inteligência. 
 
31 
 
5 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - DIA 
 
5.1 HISTÓRICO DA NIU 
 
Em 30 de junho de 1946, a Escola de Inteligência Naval (Naval Intelligence 
School – NIS) localizada em um anexo da Base de Anacostia, recebeu a primeira 
turma composta de 41 oficiais navais e 05 oficiais fuzileiros naval para o início de um 
programa continuado de instrução especializada em Inteligência, instituído pela 
marinha norteamericana com o objetivo de formar seus profissionais de inteligência. 
Na mesma linha, em dezembro do mesmo ano, o exército americano é 
autorizado por meio da United States Army Strategic Intelligence School (USASIS) a 
oferecer um curso de inteligência de dez semanas. 
A Universidade Nacional de Inteligência teve sua origem em 1962, quando os 
currículos da Escola de Inteligência Estratégica do Exército e Escola de Inteligência 
Naval foram incorporadas pela recém-criada Escola de Inteligência de Defesa (DIS). 
Seus primeiros alunos iniciaram os estudos em setembro de 1962 no curso de pós-
graduação da Escola de Inteligência Naval, sendo que só se tornaram oficialmente 
alunos após a ativação formal da DIS, em 01 de janeiro de 1963, graduando-se 
como a primeira classe da escola em junho de 1963. 
Em 1980, foi autorizado pelo Congresso dos EUA, o curso de mestrado em 
Ciencias em Inteligencia estratégica, e em 1981, a escola foi reconhecida pela 
Comissão de Ensino Superior dos Estados Centrais sendo que neste mesmo ano o 
DoD promove a condição de Colégio - Defense Intelligence College, inserindo maior 
enfase a pesquisa. 
Desde então, o Colégio acrescentou um programa fora de seu campus, na 
Agência de Segurança Nacional, e tem incentivou um aumento constante no número 
de matrículas de agências civis. 
No campus, foram inseridos dois programas de pós-graduação em tempo 
parcial, sendo um deles montado especificamente para reservistas. Todos da 
Comunidade de Inteligência podem estudar no Colegio, incluindo militares do serviço 
ativo, reserva, incluindo militares das forças auxiliares e Guarda Costeira, DoD, e 
funcionários civis federais. 
32 
 
Em 1993, a instituição é renomeada para Colégio de Inteligência Militar 
Conjunta oferecendo um currículo de graduação e pós-graduação e proporcionando 
oportunidades de pesquisa e publicação para alunos e professores. Como parte de 
sua prática de ensino, traz oradores e palestrantes de renome, e oferece viagens de 
estudo de campo para atividades de inteligência. Seus alunos também participam de 
exercícios de campo e simulações em parceria com as escolas militares. 
O Colégio por concentrar a atividade de educação de vários círculos recebe o 
apoio dos altos líderes da comunidade de Inteligência, e por meio, da inovação de 
seu corpo docente e funcionários, busca a continuada melhoria. 
Em dezembro de 2006, passa a ser chamada de Colégio Nacional de 
Inteligência de Defesa (National Defense Intelligence College – NDIC), passando a 
Universidade em 2010. 
5.2 NATIONAL INTELLIGENCE UNIVERSITY – NIU 
 
Segundo WashingtonPlatt, a formação/criação de uma profissão relacionada 
a inteligência, profissão de Inteligência, acarretaria em uma série de fatores positivos 
para o crescimento da atividade. Como parte da criação da profissão, a formação de 
pessoal conquistaria a educação formal, definição de disciplinas básicas, cursos de 
graduação e graus, o que incentivaria estudos e pesquisas e naturalmente trazendo 
o grande benefício das publicações profissionais. Outro fator descrito pelo autor é a 
criação do espírito de corpo da profissão com a formação de uma sociedade 
profissional, e a conseqüente criação de tradições profissionais, éticas, e seus 
heróis, sendo que a unidade profissional seria alimentada pelas sociedades 
profissionais e pelo reconhecimento legal, criando o espírito da profissão. A busca 
destas metas vem a convergir com a criação da Universidade Nacional de 
Inteligência. 
Este conceito da Universidade esta intimamente ligado à criação da profissão 
de Inteligência possibilitando o seu completo desenvolvimento gerando fatores de 
estímulo, como um corpo especial de alto conhecimento, desenvolvimento 
continuado, incremento da literatura especializada, e compartilhamento do 
conhecimento (PLATT, 1974). Conceito ainda não identificado dentro do sistema de 
Inteligência de Defesa no Brasil. 
A NIU proporciona à comunidade de inteligência norteamericana o acesso à 
educação formal ao longo da carreira de seus membros. Proporcionando 
33 
 
conhecimento, habilidade analítica, e a oportunidade de aprendizagem pela 
pesquisa, e o mais importante, pensar e sintetizar os problemas mais complexos de 
segurança nacional. Preparando-os para o trabalho cotidiano do analista. 
A universidade garante naturalmente um nível mínimo a ser atingido e nivela 
os conhecimentos do estudante de maneira a obter uma base comum entre eles, 
procurando desenvolver líderes estratégicos capazes de objetividade e análise 
crítica. 
O ambiente acadêmico promove uma compreensão abrangente da 
comunidade de Inteligência, reforçando a sua integração por meio de 
relacionamentos pessoais e profissionais estabelecidos nos cursos. 
As instituições no Brasil que possuem cursos na atividade procuram oferecer 
vagas para outras organizações procurando esta interação entre os alunos, mas fica 
limitada a uma pequena quantidade visto que sua prioridade é atender a própria 
demanda, o que restringe o numero de vagas oferecidas. 
Os EUA e o Brasil procuram, em suas instituições de ensino, produzir e 
publicar pesquisas de valor agregado que desenvolvam habilidades de pensamento 
analítico e criativo, procurando contribuir para a missão de inteligência e inovação. 
Observa-se, porém que um dos fatores limitantes da qualidade da pesquisa é a 
carga horária disponibilizada ao aluno para o seu aprofundamento e por não ser 
considerada no Brasil uma graduação ou pósgraduação este elemento é bastante 
restrito, enquanto a NIU serve como um catalisador para a pesquisa acadêmica 
nacional da IC. 
O corpo docente da Universidade Nacional de Inteligência é oriundo de todas 
as vertentes da comunidade de inteligência, militar, governamental e acadêmica. A 
expertise deste corpo docente pode lidar com praticamente todas as questões de 
interesse da IC. Seus professores possuem pelo menos uma pós-graduação, 
especialização em línguas, incluindo árabe, russo e chinês. Esta característica 
propicia a elevação do nível da qualidade de instrução, mas deve-se considerar que 
o fator mais interessante é a possibilidade de compartilhamento de experiências e 
pontos de vistas de varias instituições integrantes do sistema de Inteligência, 
principalmente visualizando um ambiente de operações conjuntas e de operações 
interagências. 
A Universidade Nacional de Inteligência é credenciada por várias 
organizações de ensino como a comissão Middle States Commission on Higher 
34 
 
Education (MSCHE). Esta organização não pertence ao governo e é dedicada à 
garantia da qualidade e melhoria do ensino por meio do reconhecimento e avaliação 
de seus pares. 
MSCHE exige que as instituições como a Universidade Nacional de 
Inteligência atendam às normas relacionadas com as melhores práticas no ensino 
superior. Estas normas são conhecidas como características de excelência. Os 
cursos da NIU reconhecidos são de bacharelado e pósgraduação, bacharelado em 
Ciência de Inteligência, mestrado de Ciência em Inteligência Estratégica, e mestrado 
de Ciência e Tecnologia em Inteligência. 
Este reconhecimento traz retornos extremamente positivos dentro de um 
contexto de valorização da atividade como profissão, pois traduz a confiabilidade e 
reconhecimento da instituição em valores mensuráveis, possibilitando, inclusive, a 
comparação com as demais instituições de ensino de outras profissões e, tem como 
uma de suas principais vantagens o incentivo à constante melhoria, visto o 
acompanhamento periódico de desempenho. 
No mesmo sentido, desde Janeiro de 2002, a Universidade de Inteligência 
Nacional é membro do Consórcio de Universidades da Região Metropolitana de 
Washington. O Consórcio é uma associação educativa sem fins lucrativos, 
comprometida com o avanço do ensino superior na região, promovendo a 
cooperação e comunicação entre as instituições associadas, locais, estaduais e os 
nacionais. Promove também, o papel do ensino superior na vida econômica e 
cultural, liderando assuntos relacionados ao ensino superior da região, na 
comunidade local. Este status, ou reconhecimento pela sociedade da importância da 
instituição e conseqüentemente da atividade de Inteligência, é obtido apenas quando 
se atinge a maturidade da profissão, ou mesmo o próprio reconhecimento da 
profissão Inteligência, o que pode vir a ocorrer no MD. 
A NIU é o centro de pesquisa da Comunidade de Inteligência, e proporciona 
ao aluno a oportunidade de estudar e pesquisar em um ambiente fértil de 
conhecimentos e adequado para este tipo de trabalho, inclusive para análise dos 
assuntos mais complexos relacionados à segurança nacional. 
As atuais ameaças da Segurança americana são caracterizadas pelo desafio 
a entender as capacidades e intenções do adversário em um largo espectro de 
antagonismo, conflitos culturais e religiosos, estados falidos e em falência, atores 
35 
 
não estatais, proliferação de armas de destruição em massa, e a virulência do 
terrorismo global. 
A universidade vem formando e orientando a pesquisa para a Segurança 
Nacional em uma era de grandes desafios. Desta forma seus estudantes pesquisam 
procurando desenvolver novas idéias, conceitos, e soluções para alguns dos 
problemas mais desafiadores da atualidade e do futuro. 
Como uma instituição acreditada na educação superior, cuja missão é educar 
e conduzir a pesquisa na atividade de inteligência no mais alto nível, a NIU incorpora 
um dinâmico, currículo integrado e organizado em torno de um conjunto de 
necessidades baseados nas competências profissionais definidas pela Direção 
Nacional de Inteligência. O currículo enfatiza o uso de fontes abertas e sigilosas, e a 
habilidades e competência relacionado desenvolvimento da atividade de Inteligência. 
A NIU pela sua estrutura proporciona um ambiente favorável e dinâmico para 
o aprendizado. Possui um corpo discente de mais de 600 alunos das mais variadas 
origens profissionais, provenientes das agências federais e de militares de todas as 
Forças. Desta forma, se enrique as discussões e aprendizados com o 
compartilhamento de experiências dos alunos. Os alunos passam a trabalhar 
integrados, fortalecendo a percepção de um entendimento de uma inteligência mais 
global. 
A integração entre os componentes da comunidade de Inteligência é um fator 
importante para uma atividade sensível. Os conhecimentos sigilosos muitas vezes 
terão que passar por organizações que pouco interagem, e por esta razão surge o 
questionamento sobre o nível de segurança em que suainformação será tratada. 
Pode-se confiar plenamente em todas as organizações de inteligência no trato de 
informações sigilosas? Temos o conhecimento da efetividade de sua 
Contrainteligência? 
A interação entre os alunos proporciona a oportunidade de conhecer melhor 
cada agência ou organização com quem se está trabalhando e consequentemente o 
nível de confiança que se pode ter. 
O conhecimento resultante desta interação minimiza as dúvidas anteriormente 
levantadas, incrementando o nível de confiança, mas principalmente, facilitando e 
incentivando a troca de informação e desta forma tornando o sistema de inteligência 
mais eficiente. 
36 
 
A NIU percorreu um longo caminho até atingir o status de Universidade e 
proporcionar esta capacidade de formação aos seus profissionais integrantes da 
comunidade de inteligência norteamericana. 
Importante ressaltar neste trabalho que reconhecidas instituições como a 
ESG, o ITA tiveram suas inspirações em grandes institutos norteamericanos (War 
College, Michigan Institute of Technology), porém em nenhum destes casos foi uma 
mera importação de modelos e sim a absorção e desenvolvimento de uma idéia, 
utilizando-se como uma referência para o início dos trabalhos. 
37 
 
6 ESCOLA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA 
 
 
A Política de Defesa Nacional15 (BRASIL, 2005) voltada, 
preponderantemente, para ameaças externas, é o documento condicionante de mais 
alto nível do planejamento de defesa e tem por finalidade estabelecer objetivos e 
diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento 
dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. O Ministério da 
Defesa coordena as ações necessárias à Defesa Nacional. 
Após um longo período sem que o Brasil participe de conflitos que afetem 
diretamente o território nacional, a percepção das ameaças está desvanecida para 
muitos brasileiros. Porém, é imprudente imaginar que um país com o potencial do 
Brasil não tenha disputas ou antagonismos ao buscar alcançar seus legítimos 
interesses. Um dos propósitos da Política de Defesa Nacional é conscientizar todos 
os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da Nação é um dever de 
todos os brasileiros. 
A crescente importância do Estado Brasileiro no cenário mundial, 
despontando como uma liderança regional esta gerando cada vez mais a 
necessidade por conhecimentos de suporte a decisão, ou seja, gerando uma 
valorização da atividade de Inteligência para o Brasil, como ressalta Fialho em seu 
artigo. 
 
A inteligência brasileira precisa ser reformulada em função do novo 
paradigma que se configura neste século XXI quanto à projeção do Brasil 
no cenário internacional. 
Como importante componente do poder nacional, antevendo ameaças e 
oportunidades neste mundo globalizado, de alta incerteza estratégica, a 
inteligência brasileira necessita ajustar-se a essas novas demandas e a 
esse novo paradigma. 
A falta de uma cultura favorável à inteligência, associada ao 
desconhecimento da atividade e a sua visão preconceituosa e distorcida, no 
âmbito da sociedade, tudo isso torna bastante difícil levar a cabo aquele 
processo de ajuste. (FIALHO, 2010) 
 
A educação, como em qualquer atividade, é a base da formação que resultará 
em resultados positivos para a Nação, preparando os profissionais que em futuro 
 
15 O decreto nº 5.484, de 30 de junho de 2005 aprovou a Política de Defesa Nacional. Definindo que 
os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar, em seus planejamentos, 
ações que concorram para o fortalecimento da Defesa Nacional. 
38 
 
próximo comporão o poder nacional, antevendo ameaças e oportunidades deste 
mundo globalizado. 
Em atendimento à PND e à END, o Ministério da Defesa, nestes últimos anos, 
tem participado cada vez mais de operações de grande vulto e muitas com 
repercussão internacional. Este envolvimento tem aumentado a demanda para a 
atividade de Inteligência em todos os níveis, causando uma maior procura em cursos 
de formação e treinamento, principalmente para a reposição e manutenção dos 
recursos humanos da atividade de Inteligência. As Forças singulares, para 
atendimento desta nova demanda, esforçam-se para aumentar o número de vagas 
em seus cursos numa iniciativa individual. 
Na análise da NIU no capítulo anterior observou-se algumas oportunidades 
potenciais a serem trabalhadas dentro do MD, entre elas a própria criação de uma 
instituição responsável pela formação de pessoal na atividade de inteligência. 
Esta instituição centralizaria a educação na atividade e seu trabalho conjunto 
poderia resultar em uma sinergia proveitosa, o que significaria em uma unidade de 
instrução, reunindo todos os esforços em um único trabalho. 
Padronização de Doutrina – A atividade de Inteligência é bastante complexa, 
e exige muito trabalho de equipe e cooperação, por isso a boa comunicação é 
essencial. Para que isto ocorra, existem alguns fatores, como uma doutrina única e 
bem estabelecida, que colabora para a redução do ruído. Mas a atual situação não 
vem propiciando esta condição, pois a variedade de cursos isolados sem uma 
coordenação centralizada, em uma estrutura sistêmica (sem subordinação) não 
garante uma homogeneidade na formação, podendo comprometer a comunicação. 
Cursos de Inteligência nas Forças Singulares – Mesmo não existindo uma 
coordenação centralizada ou uma definição de parâmetros mínimos a serem 
atingidos, a existência de cursos independentes nas Forças é um fator muito 
positivo, visto que as demandas de recursos humanos está sendo atendida e a 
missão continua sendo cumprida. Devendo-se ressaltar que dois desses cursos se 
destacam pela estrutura e organização muito próxima com o conceito preconizado 
por Platt (1974) na formação de pessoal. Mas considerando que a busca da 
evolução deve ser permanente, a definição dos padrões e a coordenação ou diretriz 
centralizada deve ser perseguida, pois geraria uma evolução ao sistema. 
O EB destaca-se na vanguarda pelo pioneirismo de sua Escola Inteligência 
Militar do Exército (EsIMEx). Esta postura vem ao encontro do conceito de formação 
39 
 
da profissão de Inteligência, conforme Platt (1974), o mesmo utilizado pela NIU, a 
qual sugere uma seqüência progressiva na educação, intercalada com a prática da 
profissão, como ocorre na carreira militar com seus cursos de Aperfeiçoamento, 
Estado Maior e de Altos Estudos, que são distribuídos ao longo do serviço ativo, de 
tal forma que ocorra a prática da profissão entre os intervalos, de maneira que o 
militar adquira a experiência profissional e o amadurecimento de seus 
conhecimentos. 
Embora existam cursos específicos na MB e FAB para o atendimento de suas 
necessidades, a inexistência de escolas não propicia um ambiente adequado para o 
desenvolvimento da atividade. A falta da escola não garante a sequência adequada 
dos cursos nem o conteúdo mínimo necessário para o total desenvolvimento do 
militar, deixando que as oportunidades de vagas em outras organizações 
determinem a complementação de seus currículos. Enquanto estas vagas não 
surgem, o indivíduo fica impossibilitado de progredir, ficando com seu universo 
limitado, impedindo a visualização global da situação, principalmente por sua alta 
especialização em áreas definidas. 
A análise deste item foi baseada, principalmente, no bom desempenho 
observado dos militares dessas Forças em atividades específicas de suas 
competências, como Inteligência de imagem, Inteligência de sinais, e MASINT, 
demonstrando a boa formação específica. 
Cada Força tem sua singularidade definida pela sua missão. Os militares 
passam a adquirir um perfil específico determinado pela sua formação e 
experiências profissionais. A inexistência de uma escola única ou escola conjunta 
dificulta o compartilhamento destas experiências e conhecimentos pela falta de 
intercâmbiode instrutores, como ocorre na NIU, ficando dependente de iniciativas 
individuais para este entrosamento. 
Os órgãos componentes do SINDE elaboram seus cursos específicos 
dependendo de suas necessidades, mas na atual conjuntura, em um ambiente de 
operações conjuntas e interagências, estão levando a que as necessidades do 
conhecimento ultrapassem os limites das Forças Singulares. O analista, para melhor 
compreensão do cenário a sua volta, necessita da integração completa do 
conhecimento, que hoje é obtido por meio das mais variadas fontes. 
40 
 
O ambiente atual, onde não há uma coordenação na formação de pessoal, 
prejudica o correto nivelamento dos conhecimentos de seus integrantes, podendo 
gerar possíveis fontes de atritos por mau uso dos recursos. 
Um dos principais fatores observados nos conceitos empregados na NIU e 
que pode ser utilizado no Brasil está relacionado a própria integração do sistema e 
tem consequências diretas a sua própria eficiência. A atividade de Inteligência, 
devido à sensibilidade dos temas a serem analisados, demanda especial tratamento 
na produção e na proteção do conhecimento. Este cuidado deve estar em todos os 
níveis, cobrindo desde o nível pessoal até organizacional, tornando essencial a 
confiança entre seus componentes, este fator é resultado direto da interação durante 
o curso em um ambiente acadêmico saudável. 
 
 
41 
 
7 CONCLUSÃO 
 
A pesquisa teve seu foco voltado na área de formação de pessoal da 
atividade de Inteligência de Defesa, e fez alguns paralelos na tentativa de identificar 
novas oportunidades para o seu desenvolvimento, a identificação dos aspectos 
relevantes da NIU que pudessem servir de referência e que viessem a colaborar 
com os objetivos do MD. 
Levando em consideração a grande diferença cultural e conjuntural entre 
Brasil e os EUA, suas posições no cenário internacional, e seus diferenciados 
interesses, a pesquisa analisou a National Intelligency University (NIU) na formação 
dos recursos humanos da Atividade de Inteligência, como uma referência e uma 
oportunidade positiva de desenvolvimento, conforme os interesses específicos do 
MD e de suas limitações. 
Dentre os dois grandes sistemas de Inteligência no Brasil, o Sistema 
Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE) 
identificou-se que o SINDE possui em sua estrutura, duas escolas que trabalham 
com Inteligência, a ESG subordinada ao MD, com o Curso Superior de Inteligência 
Estratégica e a EsIMEx ao EB, com os cursos Básico, Intermediário, e Avançado. No 
entanto não dispõe de um estabelecimento de ensino específico com graduação e 
pós graduação voltado para a Atividade de Inteligência de defesa, principalmente 
por não tratar a atividade como uma profissão formal como é tratada nos EUA. 
Uma instituição de ensino como uma universidade centraliza a educação e 
formação, proporcionando um ambiente favorável à pesquisa e ao estudo, 
principalmente em relação aos problemas mais atuais e à produção de 
conhecimento, por meio da publicação de trabalhos. 
O corpo docente proveniente de todas as vertentes da IC gera um ambiente 
favorável à troca de experiências e desenvolvimento de doutrinas promovendo uma 
compreensão mais abrangente de toda comunidade de Inteligência, e reforça 
integração por meio de relacionamentos pessoais e profissionais estabelecidos nos 
cursos. 
Observado que a centralização da educação em uma instituição possibilita o 
maior aproveitamento dos recursos humanos especializados (instrutores) e o status 
de universidade ou escola favorece a elevação da qualidade de seu corpo docente 
42 
 
em termos de pós graduação, especialização, mestrado e doutorado, o que é mais 
difícil em instituições sem relação com o ambiente acadêmico. 
Verificou-se que o reconhecimento das instituições de ensino é de extrema 
importância para o crescimento da profissão e valorização de seus profissionais, 
principalmente por permitir a comparação com as demais instituições civis de 
formação profissional. 
Um dos fatores identificados é o próprio conceito da Universidade, que está 
diretamente ligado à criação da profissão de Inteligência, e que possibilita o seu 
desenvolvimento gerando fatores de estímulo, como um corpo especial de alto 
conhecimento, desenvolvimento continuado, incremento da literatura especializada, 
e compartilhamento do conhecimento (PLATT, 1974). 
Por fim, pode-se concluir por meio desta pesquisa que a NIU utiliza-se de 
vários conceitos que podem ser aplicados na formação de pessoal na atividade de 
Inteligência de Defesa no Brasil, ressaltando que este estudo não esgota a análise 
do tema exposto, visto que o ensino encontra-se em constante evolução assim como 
própria a atividade de Inteligência. Trata-se de um passo inicial, gerando, inclusive a 
necessidade de novos estudos, a fim de verificar a possibilidade de ampliação e 
integração de toda a comunidade de Inteligência em uma escola, possibilitando 
posteriormente suas pós graduações, e especializações conforme suas áreas de 
atuação. 
43 
 
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