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SILVIO UEHARA A CAPACITAÇÃO PARA A ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA: Escola de Inteligência de Defesa Trabalho de Conclusão de Curso - Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia. Orientador: Cel Rfm Ivan Fialho. Rio de Janeiro 2013 C2013 ESG Este trabalho, nos termos de legislação que resguarda os direitos autorais, é considerado propriedade da ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA (ESG). É permitido a transcrição parcial de textos do trabalho, ou mencioná-los, para comentários e citações, desde que sem propósitos comerciais e que seja feita a referência bibliográfica completa. Os conceitos expressos neste trabalho são de responsabilidade do autor e não expressam qualquer orientação institucional da ESG _________________________________ Assinatura do autor Biblioteca General Cordeiro de Farias Uehara, Silvio. A capacitação para a atividade de inteligência de defesa: Escola de Inteligência de Defesa / Cel Av Silvio Uehara. - Rio de Janeiro: ESG, 2013. 45 f. Orientador: Cel Rfm Ivan Fialho. Trabalho de Conclusão de Curso – Monografia apresentada ao Departamento de Estudos da Escola Superior de Guerra como requisito à obtenção do diploma do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia (CAEPE), 2013. 1. Educação. 2. Capacitação. 3. Defesa. 4. Atividade de inteligência. 5. Ensino. 6. Inteligência. 7. National Intelligence University. 8 Defense Intelligence Agency. I. Titulo. A todos professores, instrutores e palestrantes que durante o curso contribuíram com ensinamentos e incentivos. A minha gratidão, em especial a minha família pela compreensão, como resposta aos momentos de minhas ausências e omissões, em dedicação às atividades da ESG. AGRADECIMENTOS À Força Aérea Brasileira pelas oportunidades de crescimento individual durante todo o período de minha carreira. Aos professores e companheiros de curso, pela paciência e companheirismo durante minha jornada. À minha família pelo apoio e incentivo. A Deus pela saúde e por todos os desafios com os quais muito aprendi. Especial agradecimento ao mestre e amigo Ivan Fialho pela amizade, orientação, ensinamentos transmitidos, e o reconhecimento pela sua dedicação aos seus alunos, à atividade de Inteligência e às Forças Armadas. Não sou da altura que me vêem, mas sim da altura que meus olhos podem ver. Fernando Pessoa. RESUMO Esta pesquisa focaliza a Inteligência de Defesa, e se situa na área de formação de pessoal. Faz paralelo com outras atividades e organizações, para a identificação de novas oportunidades. Nesta linha de pensamento, será tratado o tipo de formação do profissional de Inteligência de Defesa no Brasil, e o que falta para o seu desenvolvimento e novas conquistas. Para tanto, analisa a organização norteamericana de ensino formal naquela atividade a National Intelligence University (NIU) para se identificar os aspectos relevantes que possam servir de referência para os objetivos equivalentes do Ministério da Defesa (MD). Para melhor compreensão do assunto serão abordados: os conceitos de Inteligência; a formação dos recursos humanos da atividade de Inteligência no Brasil, especialmente no MD; a Defense Intelligence Agency (DIA) e a NIU identificando semelhanças e oportunidade para o Brasil. Palavras chave: Educação. Capacitação. Defesa. Ensino. Inteligência. Ministério da Defesa. National Intelligence University. Defense Intelligence Agency. ABSTRACT The research has its focus in the subject of Defense Intelligence, and It works in the educational area. It will make several comparisons with other activities and organizations to be able to identify new opportunities. In this line of thought, it will be verified the kind of formation the professional of Defense Intelligence in Brazil does have, and what is needed to development and for new achievements. For this reason, in this paper, will be analyzed the formal education organization of USA in this matter, the National Intelligence University (NIU). Defined as general objective, it is to identify relevant aspects of the NIU that may contribute to the same objectives of Ministry of Defense. For better understanding of the subject, it will be addressed: the concepts of Intelligence; Education in the Ministry of Defense of Brazil, the Defense Intelligence Agency (DIA) and NIU identifying similarities and opportunities. Keywords: Education.. Training. Defense. Intelligence. Teaching. National Intelligence University. Ministry of Defense. Defense Intelligence Agency. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas CI Counter Intelligence CIA Central Intelligence Agency CSIE Curso Superior de Inteligência Estratégica DECEX Departamento de Educação e Cultura do Exército DEE Diretoria de Especialização e Extensão DEP Departamento de Ensino e Pesquisa DCHC Defense Counter Intelligence and Human Intelligence Center DIA Defense Intelligence Agency DNI Diretor de Inteligência Nacional (Director of National Intelligence) DoD Department of Defense EB Exército Brasileiro EMFA Estado Maior das Forças Armadas END Estratégia Nacional de Defesa EsIMEx Escola de Inteligência do Exército ESG Escola Superior de Guerra EUA Estados Unidos da América FAB Força Aérea Brasileira GDPI General Defense Intelligence Program HUMINT Human Intelligence IC Intelligence Community JPME Joint Professional Military MASINT Measurement and Signature Intelligence MB Marinha do Brasil MD Ministério da Defesa MIP Military Intelligence Program NIU National Intelligence University NOSINDE Normas de Funcionamento do Sistema de Inteligência de Defesa ODNI Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) OM Organização Militar SIEx Sistema de Inteligência do Exército SINDE Sistema de Inteligência de Defesa UIS Unifying Intelligence Strategies USA United States of America SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 2 ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA ...................................................................... 15 2.1 INTELIGÊNCIA................................................................................................. 15 2.2 INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA ...................................................................... 16 2.3 INTELIGÊNCIA DE DEFESA ........................................................................... 16 2.4 INTELIGÊNCIA OPERACIONAL ...................................................................... 17 2.5 INTELIGÊNCIA TÁTICA ................................................................................... 17 2.6 INTELIGÊNCIA MILITAR ................................................................................. 17 3 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA (SINDE) – FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS ................................................................................. 19 3.1 SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA – SISBIN .................................... 19 3.2 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - SINDE....................................... 20 3.3 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA ................................................................................................ 20 3.3.1 Histórico ..........................................................................................................20 3.3.1 Situação atual ................................................................................................. 23 4 INTELIGÊNCIA DE DEFESA EUA .................................................................. 26 4.1 COMUNIDADE DE INTELIGÊNCIA – INTELLIGENCE COMUNITY (IC) ........ 26 4.2 AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA – DEFENSE INTELLIGENCE AGENCY (DIA) ...................................................................... 29 5 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - DIA ............................................ 31 5.1 HISTÓRICO DA NIU ........................................................................................ 31 5.2 NATIONAL INTELLIGENCE UNIVERSITY – NIU ............................................ 32 6 ESCOLA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA ..................................................... 37 7 CONCLUSÃO .................................................................................................. 41 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 43 11 1 INTRODUÇÃO A constante evolução do pensamento humano e dos cenários nacional e internacional gera em vários setores a necessidade de atualização, inclusive nas Forças Armadas. Nestas, a mudança visa, sempre, a atender as novas demandas para a defesa da Pátria e para a garantia dos poderes constitucionais conforme determina o Art. 1421 da Constituição Federal. Na década de 1990, o Estado Maior das Forças Armadas (EMFA) foi designado para estudar a criação do Ministério da Defesa. Durante os trabalhos, constatou-se que apenas 23 de 179 países, não possuíam Forças Armadas integradas, e que o Brasil já possuía as condições necessárias para a criação daquela organização (BRASIL, 2013). O Ministério da Defesa (MD) foi criado em 10 de junho de 1999, como o principal articulador das ações envolvendo as Forças Singulares, tendo sob sua responsabilidade uma vasta gama de assuntos, como as operações militares, o orçamento de defesa; política e estratégia militares, e entre outros a atividade de Inteligência de Defesa (BRASIL, 1999). Temas de alta complexidade como o da atividade de Inteligência de Defesa que embora possuam grande tradição nas Forças Armadas, passam também, por um processo de evolução para se ajustar à nova realidade de operações conjuntas das Forças Singulares, assim como, as operações interagências, que estão cada vez mais comuns na atualidade. A história da atividade de inteligência muitas vezes se mescla com a própria história da formação do estado. Na tradução de Rogers A. Leonard, Clauzewitz em seu livro “Da guerra” reforça as dificuldades da guerra e a importância da boa formação de seus analistas de Inteligência, “ muitos relatórios de inteligência são contraditórios, outros, em número ainda maior, são falsos e a maioria são precários. O que podemos razoavelmente pedir de um oficial é que ele possua um padrão de julgamento que ele só adquire a partir do conhecimento dos homens, das coisas e do bom senso”. 1 Art. 142. da Constituição Federal, 1988, as Forças Armadas são constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, sendo instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. 12 Visando a atender a Estratégia Nacional de Defesa2, a pesquisa tem seu foco na Inteligência de Defesa, e se concentra na área de formação de pessoal, fazendo paralelos com outras atividades e outras organizações, para que se possam identificar novas oportunidades. Considerando dois grandes sistemas de Inteligência no Brasil, o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN)3 e o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE)4 podemos identificar que o primeiro sistema possui a Escola de Inteligência (EsInt) como a instituição educacional do SISBIN, mas o SINDE não possui um estabelecimento de ensino5 específico voltado para a Atividade de Inteligência. Desta forma o profissional de Inteligência de Defesa6 no Brasil não possui uma formação de caráter formal para a atividade, o que dificulta certas conquistas descritas nesta pesquisa. Por este motivo, torna-se conveniente a análise, neste trabalho, de uma organização voltada para o ensino dessa atividade, de competência comprovada. Observando-se a grande diferença cultural e conjuntural dos estados (Brasil e EUA) e considerando principalmente seus diferentes interesses dentro de um cenário internacional, a pesquisa analisa a experiência da National Intelligency University (NIU) como órgão na formação dos recursos humanos da Atividade de Inteligência nos Estados Unidos da America (EUA). Assim sendo, este trabalho realiza o levantamento necessário para responder a seguinte pergunta: Em que medida a experiência norteamericana poderá auxiliar na formação dos recursos humanos da Atividade de Inteligência de 2 A Estratégia Nacional de Defesa prevê o aperfeiçoamento do Sistema de Inteligência de Defesa e a capacitação dos recursos humanos em análise e técnicas nos campos científico, tecnológico, cibernético, espacial e nuclear, criando no Ministério da Defesa, uma estrutura compatível com as necessidades de integração dos órgãos de inteligência militar. 3 A Lei n o 9.883, de 7 de dezembro de 1999 instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência e criou a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN. 4 Portaria Normativa n o 295/MD de 03 de junho de 2002 – Institui o Sistema de Inteligência de Defesa, com a finalidade de assessorar o processo decisório no âmbito do MD, integrando as ações de planejamento e execução da Atividade de Inteligência de Defesa, considerando a necessidade de se otimizar a estrutura voltada para o desempenho da atividade de Inteligência de Defesa do MD. 5 O SINDE não possui uma instituição de ensino especifica para a atividade de Inteligência, mesmo que a Estratégia Nacional de Defesa (END) defina como interesse estratégico do Estado a formação de especialistas civis em assuntos de defesa. 6 Inteligência de Defesa – A Lei n o 10.683, de 28 de maio de 2003 e alterada pela Lei n o 12.375, de 30 de dezembro de 2010. dispõe sobre a organização da Presidência da Republica e define como competência do Ministério da Defesa, a Inteligência Estratégica e operacional de Defesa, assim como a política nacional de Inteligência de Defesa . A portaria normativa 295/MD de 03 de junho de 2002 define atividade de Inteligência de Defesa, aquela desenvolvida no interesse da Defesa, englobando os ramos Inteligência e Contrainteligência. 13 Defesa no Brasil? Definindo-se como objetivo geral da pesquisa a identificação dos aspectos relevantes da NIU que podem servir de referência e que venham a colaborar com os objetivos do MD. A definição da NIU, como objeto de estudo, surgiu por ser a organização de referência comprovada do Departamento de Defesa responsável pela formação dos Recursos Humanos da Atividade de Inteligência dos EUA. A relevância do estudo encontra-se na análise e registro de novos conhecimentos que darão suporte para que o leitor especializado na atividade de inteligência possa fazer paralelos dentro de seu universo e desta maneira incentivá- lo a realizar novos estudos e futuros trabalhos ou mesmo adaptá-lo para a sua realidade, explorando a análise das possibilidades e oportunidades deste caso. O processo de investigação preliminar foi realizado por meio de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, que segundo Gil (2006), é enquadrado como sendo pesquisa exploratória. [...] Estas pesquisas têm como objetivo proporcionarmaior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explicito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento das idéias ou a descoberta de intuições. (GIL, 2002, p.41) Estas informações coletadas tiveram a finalidade de ampliar a familiarização com o assunto, principalmente, em relação as particularidades da operação conjunta das Forças Singulares, assim como, as operações interagências, que estão cada vez mais comuns na atualidade. Neste ponto, também foram acrescidos os conhecimentos e experiências adquiridos pelo autor nas operações conjuntas. Desta maneira, segundo Marconi e Lakatos (2007), considerando-se os meios a serem utilizados na realização deste trabalho, o trabalho se enquadra em uma pesquisa bibliográfica Pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico etc. (MARCONI, LAKATOS, 2007, p.71) A pesquisa é qualitativa, não se aprofundando nos aspectos quantitativos relacionados ao tema. Inicialmente, o uso da leitura exploratória permitiu a visualização geral das referências bibliográficas disponíveis para o trabalho, mas somente a seletiva permitiu um maior aprofundamento e a eliminação do material não pertinente (GIL, 2007). 14 A leitura analítica do material selecionado possibilitou a organização das idéias e das informações levantadas, para viabilizar, então, com a leitura interpretativa o atendimento do objetivo da pesquisa que é identificar os aspectos relevantes, para o MD, da Universidade Nacional de Inteligência (NIU) como principal organização do Departamento de Defesa na formação dos Recursos Humanos da Atividade de Inteligência dos EUA. Durante toda a pesquisa, além de documentos oficiais do governo, como Políticas e Estratégias, foram utilizados outros autores como referências específicas para suas áreas como os autores, Sherman Kent7 e Washington Platt na área de Inteligência, com a finalidade de melhor fundamentar o trabalho. Visto a sensibilidade do assunto, a pesquisa limitou-se á apenas aos documentos ostensivos, principalmente para manter-se o mesmo nível dos documentos disponibilizados ao público pelos órgãos envolvidos na pesquisa. 7 Sherman Kent (06 de dezembro de 1903 - 11 de março de 1986) - professor de história da Universidade de Yale, que trabalhou na Agência Central de Inteligência durante a II Guerra Mundial e a Guerra Fria, foi precursor em muitos dos métodos de análise de inteligência. 15 2 ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA O que é inteligência8? Esta é uma importante pergunta a ser respondida antes do início dos trabalhos, pois são várias as definições e conceitos relativos a esta atividade que podem ser mal interpretados e erros podem ser cometidos ao se iniciar as análises e realizar comparações ou estudos paralelos de matérias diferentes. A inteligência tanto como processo, produto ou atividade tem a importante função de auxiliar o processo decisório de forma a propiciar ao estado o diferencial de vantagem, otimizando o poder nacional e a influência internacional na paz, e promovendo o uso efetivo da força na guerra ou outro conflito. Abaixo serão listados os conceitos da atividade no Brasil e nos EUA. 2.1 INTELIGÊNCIA Inteligência para a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é a atividade que objetiva a obtenção, análise e disseminação de conhecimentos dentro e fora do território nacional sobre fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental e sobre a salvaguarda e a segurança da sociedade e do Estado (BRASIL, 1999). Para a Comunidade de Inteligência (IC) norteamericana é a informação que foi analisada e aperfeiçoada para ser útil aos decisores políticos na tomada de decisão, especialmente sobre potenciais ameaças à segurança nacional. A Comunidade de Inteligência dos EUA usa o termo "inteligência" de três maneiras diferentes segundo a visão tridimensional de Sherman Kent. 1. A inteligência como um produto que consiste em informações que foram trabalhadas e aperfeiçoadas para atender as necessidades dos decisores políticos. 2. Inteligência como um processo por meio do qual a informação é identificada, coletada e analisada. 8 Atualmente, atores não-estatais, novas ameaças e a contraposição entre o nacionalismo e o transnacionalismo permeiam as relações internacionais e os arranjos de segurança dos Estados. Os delitos transnacionais de natureza variada e o terrorismo internacional são ameaças à paz, à segurança e à ordem democrática, normalmente, enfrentadas com os instrumentos de inteligência e de segurança dos Estados (Política Nacional de Defesa, PND, 2005). 16 3. E a inteligência refere-se, também, às organizações individuais que trabalham transformando os dados brutos em um produto acabado para benefício dos tomadores de decisão, como também para a comunidade dessas organizações. Desta forma, observa-se que a legislação brasileira sintetiza o conceito norteamericano em seu conteúdo, apenas deixando fora as organizações individuais que trabalham na atividade. 2.2 INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA Os conceitos de Inteligência estratégica para os dois países praticamente se confundem, pois ambos a utilizam para o assessoramento no mais alto nível de governo. Para o Ministério da Defesa (MD), Atividade de Inteligência é voltada para a produção de conhecimentos de toda ordem, no mais alto nível, necessários ao processo decisório no âmbito do Ministério da Defesa, assim como à formulação e à condução do planejamento estratégico militar. O Pentágono a define como a Inteligência necessária para a formulação de estratégias, políticas e planos e operações militares, a nível nacional e de teatro de operações. Ou, em poucas palavras, a inteligência estratégica é a inteligência necessária para criar e implementar uma estratégia, geralmente chamada de estratégia nacional. 2.3 INTELIGÊNCIA DE DEFESA A inteligência de Defesa é definida como a coleta e análise de inteligência externa relacionada à política, econômia, indústria, geográfica, médica e sanitaria. Derivada de todas as fontes de informações sobre militares estrangeiros e capacidades relacionadas com a defesa, intenções, planos, disposições e equipamento necessários para a elaboração da estratégia, política, planos e operações militares dos EUA (DIA, 2011). 17 A portaria normativa no 295/MD de 03 de junho de 20029 define - “ Atividade de Inteligência de Defesa, aquela desenvolvida no interesse da Defesa, englobando os ramos Inteligência e Contrainteligência”. 2.4 INTELIGÊNCIA OPERACIONAL Atividade militar especializada, com base em processo mental, permanentemente exercida, com a finalidade de produzir e salvaguardar conhecimento requerido para planejar, conduzir e sustentar operações militares (BRASIL, 2007). Para a DIA, a Inteligência operacional é necessária para o planejamento e condução de campanhas e principais operações para alcançar os objetivos estratégicos dentro de teatros ou áreas operacionais. Assume uma abordagem diferente da inteligência estratégica, concentrando-se, focando mais significativo para um Teatro de operações militares. 2.5 INTELIGÊNCIA TÁTICA DIA - A inteligência tática é a inteligência necessária para o planejamento e condução de operações militares táticas no nível local. Trata-se de informações sobre o inimigo, apropriada para localizar o inimigo e decidir qual tática, unidades e armas que provavelmente irão contribuir para a vitória em uma área designada, e quando bem aplicada, pode ser um significativo multiplicadorde força. MD – Não apresenta uma definição de inteligência tática em seu glossário. 2.6 INTELIGÊNCIA MILITAR DIA - A inteligência militar é a inteligência sobre qualquer assunto militar externo ou relacionado com este, que seja significativo para a formulação de políticas militares ou para o planejamento e a condução das atividades militares. É o produto de coleta de informações sobre as capacidades militares estrangeiras, intenções, planos, disposições e equipamentos; analisa o conteúdo dessa informação e divulga os resultados aos tomadores de decisão, as tropas de combate, e outros destinatários. 9 Portaria normativa n o 295/MD, de 03 de junho de 2002. Institui o Sistema de Inteligência de Defesa – SINDE 18 MD – Atividade de Inteligência de natureza técnico-militar, especializada e permanente que visa a produzir conhecimentos de interesse do comandante de qualquer nível hierárquico e proteger os conhecimentos sensíveis, as instalações e pessoal, contra as ações de serviços de inteligência do oponente ou do inimigo (BRASIL, 2007). Durante a pesquisa, observou-se que os EUA e o Brasil possuem um alinhamento no entendimento da atividade de Inteligência. Para ambos os países, suas diversas definições foram baseadas na finalidade e nível de decisão do assessoramento a ser prestado. Em suma, as diversas definições de inteligência que foram apresentadas, em ambos os casos, não apresentam um entendimento divergente que comprometa o estudo e pelo contrário, apresentou-se com um alinhamento semelhante em seu raciocínio, resultando praticamente o mesmo entendimento no seu emprego. 19 3 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA (SINDE) – FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS 3.1 SISTEMA BRASILEIRO DE INTELIGÊNCIA – SISBIN A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) é o órgão central do Sistema Brasileiro de Inteligência, sendo responsável por planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de Inteligência no Brasil. A Agência foi criada pela Lei no 9.883, de 07 de dezembro de 1999, e regulamentada pelo Decreto n. 4.376, de 13 de setembro de 2002, juntamente com os demais componentes,10 a ABIN constitui o Sistema de Brasileiro de Inteligência, e atualmente esta subordinada diretamente ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), órgão de assessoria da Presidência da República. A Lei no 9.883 de 1999 define como um dos integrantes do SISBIN, o recém- criado Ministério da Defesa (MD), que tem como uma de suas tarefas fornecer dados e conhecimentos específicos relacionados com a defesa das instituições e dos interesses nacionais para a Agência Brasileira de Inteligência – ABIN. O Sistema Brasileiro de Inteligência tem como finalidade fornecer subsídios ao Presidente da República nos assuntos de interesse nacional, tendo como 10 Os componentes do SISBIN estão em constante alteração, como podemos observar nas alterações realizadas por meio de decretos, vários componentes foram incluídos:I - Casa Civil da Presidência da República, por meio de sua Secretaria-Executiva; II - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, órgão de coordenação das atividades de inteligência federal; III - Agência Brasileira de Inteligência - ABIN, do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, como órgão central do Sistema; IV - Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, da Diretoria de Inteligência Policial do Departamento de Polícia Federal, do Departamento de Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria Nacional de Justiça; .V - Ministério da Defesa, por meio da Subchefia de Inteligência Estratégica, da Assessoria de Inteligência Operacional, da Divisão de Inteligência Estratégico- Militar da Subchefia de Estratégia do Estado-Maior da Armada, do Centro de Inteligência da Marinha, do Centro de Inteligência do Exército, do Centro de Inteligência da Aeronáutica, e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia; VI - Ministério das Relações Exteriores, por meio da Secretaria-Geral de Relações Exteriores e da Coordenação-Geral de Combate aos Ilícitos Transnacionais; VII - Ministério da Fazenda, por meio da Secretaria-Executiva do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, da Secretaria da Receita Federal do Brasil e do Banco Central do Brasil; VIII - Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria-Executiva; IX - Ministério da Saúde, por meio do Gabinete do Ministro de Estado e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA; X - Ministério da Previdência Social, por meio da Secretaria- Executiva; XI - Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Gabinete do Ministro de Estado; XII - Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria-Executiva e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; XIII - Ministério da Integração Nacional, por meio da Secretaria Nacional de Defesa Civil. XIV - Controladoria-Geral da União, por meio da Secretaria-Executiva. XV - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, por meio de sua Secretaria-Executiva; e XVI - Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, por meio de sua Secretaria-Executiva. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6540.htm#art1 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7803.htm#art1 20 fundamentos a preservação da soberania nacional, a defesa do Estado Democrático de Direito e a dignidade da pessoa humana. Devendo ainda cumprir e preservar os direitos e garantias individuais e demais dispositivos da Constituição Federal, os tratados, convenções, acordos e ajustes internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte ou signatário, e a legislação ordinária. 3.2 SISTEMA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - SINDE O Sistema de Inteligência de Defesa11 (SINDE) foi criado pelo MD em 03 de junho de 2002 para atender à necessidade de aperfeiçoar a capacidade de Comando, Controle e Inteligência dos Órgãos envolvidos na Defesa Nacional, para auxiliar no processo decisório, e de otimizar a estrutura destinada ao desempenho e a coordenação da Atividade de Inteligência de Defesa, assim como, para facilitar as ligações junto ao então SISBIN, integrando as ações de planejamento e execução da Atividade de Inteligência de Defesa. Todos os Órgãos de Inteligência de mais alto nível do MD e das Forças Armadas são componentes do SINDE e estão interligados sistemicamente, sem vínculos de subordinação, conforme previsto nas Normas de Funcionamento do Sistema de Inteligência de Defesa - NOSINDE (BRASIL, 2002). 3.3 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA 3.3.1 Histórico A capacitação na atividade de Inteligência brasileira não é uma atividade recente, e sempre esteve intimamente ligada à própria história da Inteligência no Brasil. A Segunda Guerra Mundial, por exemplo, foi um dos eventos históricos que marcou a formação da cultura da inteligência no Brasil. O Conselho de Segurança Nacional foi reformulado ao término da Segunda Guerra Mundial por influência dos oficiais da Força Expedicionária Brasileira, sendo 11 A portaria normativa n o 295/MD, de 03 de junho de 2002 que institui o Sistema de Inteligência de Defesa – SINDE 21 instituído o Serviço Federal de Informações e Contra-Informações (SFICI) em 1946, que passou a coordenar a Atividade de Inteligência no Brasil (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). Coerente com a nova instituição, para a formação dos recursos humanos do SFICI, o Decreto nº 43810 de 29 de maio de 1958 fundou o Curso de Informações, na Escola Superior de Guerra(ESG), com a finalidade de cooperar no estabelecimento da doutrina de Segurança Nacional e preparar civis e militares para as funções relacionadas com a atividade de Informações. Desta forma, a ESG realizou, em 1959, em caráter experimental, nos mesmos moldes de seus outros cursos, o primeiro Curso de Informações a ser ministrado em um estabelecimento de ensino no Brasil. Após a experiência realizada, o curso foi suspenso durante 5 anos (1960 a 1964), voltando a funcionar regularmente de 1965 a 1971, com denominação de Curso Superior de Informações (CSI) (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). Este retorno do CSI em 1965 esteve ligado ao Serviço Nacional de Informações (SNI) que veio em 1964 para absorver e substituir o SFICI, com o objetivo de supervisionar e coordenar as atividades de Informações e Contra- Informações no Brasil e exterior. Foi criado, em 13 de junho de 1964, pela Lei nº 4341, como órgão da Presidência da República, o Serviço Nacional de Informações (SNI), o qual, para os assuntos atinentes à Segurança Nacional, operaria também em proveito do Conselho de Segurança Nacional. O Serviço Nacional de Informações teve por finalidade superintender e coordenar, em todo o território nacional, as atividades de informação e contra informação, em particular as que interessem à Segurança Nacional, com o Brasil passando por uma nova realidade marcada pelo Bipolarismo mundial e a disputa entre o capitalismo e o socialismo (Estados Unidos da America - EUA e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas - URSS). Em 1971, o SNI criou, em Brasília-DF, o seu próprio estabelecimento de ensino, a Escola Nacional de Informações (EsNI), que passou a ser o órgão responsável pela formação de recursos humanos para a Atividade de Informações. Nesta época, o CSI foi transferido para EsNI, e extinto da ESG a partir de 1973 (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). O fim do Serviço Nacional de Informações e do Sistema Nacional de Informações, no ano de 1990, provocou o fim da Escola Nacional de Informações 22 que passa a ser chamada de Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Recursos Humanos (CEFARH) da recém-criada Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE). Esta mudança causou prejuízos consideráveis na formação de pessoal especializado, causando uma perda considerável de capacidades na formação de recursos humanos para o exercício da Atividade, não atendendo mais na totalidade a reposição de pessoal capacitado, provocando a carência de profissionais nessa área (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). Devido à deficiência de capacitação de recursos humanos provocada pela extinção da EsNI, o Exército Brasileiro (EB) foi obrigado a procurar alternativas para formação seus efetivos, por isso no início dos anos noventa, criou a Escola de Inteligência Militar do Exército – EsIMEx. A criação da EsIMEx surgiu baseada em escolas de Inteligência de Exércitos de outros países, não apenas para a tarefa de formação e aperfeiçoamento de pessoal, mas, também com a capacidade de acompanhar a evolução permanente da Atividade de Inteligência no mundo, para estudos e pesquisas no sentido de apresentar subsídios para a elaboração e aperfeiçoamento da Doutrina de Inteligência Militar Terrestre (BRASIL, 2013). A Escola iniciou o seu funcionamento, em 1° de julho de 1994, com um curso especial para oficiais e sargentos, e em 1995, deu-se inicio aos cursos Básico e Intermediário para Oficiais (BRASIL, 2013). Em 1996, foi introduzido o Curso Básico de Sargentos, o Estágio de Inteligência Militar para Engenheiros Militares e o Estágio para as Forças Especiais, objetivando formar uma "massa crítica" para os setores mais carentes do Sistema de Inteligência do Exército. Em 1997, completou–se o ciclo de formação de recursos humanos na área de Inteligência, com a realização do Curso Avançado de Inteligência para oficiais superiores (BRASIL, 2013). Paralelamente às ações do Exército, o Chefe do EMFA, em sua diretriz para a Escola Superior de Guerra, nº 01 SC/1/FA, de 25 de janeiro de 1996, determinava a criação do Curso Superior de Inteligência Estratégica (CSIE). O CSIE foi ministrado de 1996 a 2000 com a duração de nove meses. Com a criação do Ministério da Defesa em 1999, o curso passa a ter a duração de seis meses e a atender aos órgãos integrantes do SISBIN (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013) 23 Em 2006, o currículo do Curso foi aperfeiçoado realçando o seu caráter acadêmico, com ênfase na ampliação do conceito de Inteligência Estratégica capacitando civis e militares para o exercício de funções na Administração Pública, em especial no Ministério da Defesa. Em 2007, teve a duração modificada para 21 semanas permanecendo assim até 2011, de 2012 aos dias atuais passou ter 19 semanas (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 3.3.1 Situação atual O CSIE tem contribuído, sobremaneira, para o aprimoramento da Doutrina de Inteligência no nível estratégico, no interesse da defesa e na preparação de recursos humanos para o SISBIN e para o SINDE (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). As turmas do CSIE, em sua maioria, são compostas por civis e militares distribuídas entre os órgãos integrantes do SISBIN, esta característica favorece uma grande integração entre seus alunos, propiciando-lhes uma ótima oportunidade para que possam visualizar a atividade de inteligência de uma maneira mais global e completa. Desta forma capacitando-os a assessorar decisões do mais alto nível, como na implementação de políticas públicas, com o propósito de minimizar as vulnerabilidades estratégicas. Para a consecução do objetivo geral do curso, a estrutura curricular do CSIE é desenvolvida em duas fases, Básica e Específica (Inteligência Estratégica), ao longo de 19 (dezenove) semanas, com uma carga horária total de 580 horas/aula, sendo 451 horas/aula destinadas às Atividades de Estudos, distribuídas entre 08 (oito) disciplinas, além de 129 horas/aula relativas às Atividades Complementares (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). Esta estrutura curricular proporciona uma maior qualidade de ensino, com uma criteriosa análise das necessidades de conhecimentos a serem compartilhadas pelos alunos. A estrutura curricular do CSIE ampara-se em estudos teóricos e em aplicações práticas do conteúdo programático, estabelecido por meio de estudos e disciplinas, ministrados de modo a integrar os conhecimentos das seguintes áreas: Administração, Política, Economia, Geopolítica, Psicossocial, Científico-Tecnológica e Militar (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). 24 A abordagem metodológica desenvolvida pela ESG propicia aos estagiários a aplicação prática dos conteúdos estudados em diversos níveis de complexidade, configurando-se como um sistema de estudos, pesquisas e atividades que requerem tanto desempenhos individuais como em grupo. Para tanto, são privilegiadas técnicas de ensino que tornem as atividades mais produtivas e dinâmicas, de modo a favorecer a participação, a troca de experiências e o desenvolvimento dos estagiários (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA, 2013). No EB, a EsIMEx está subordinada ao Centro de Inteligência do Exército (CIE) desde 01 de agosto de 1995, com ensino de graus Superior e Médio, de modalidade Especialização, da linha de Ensino Militar Bélico. Tem vinculação técnico-pedagógica ao Departamento de Ensino e Pesquisa (DEP) por intermédio da Diretoria de Especialização e Extensão (DEE). Esta subordinação ao Departamento de Ensino do EB traz, em sua essência, a experiência de anos acumuladas na educação militar, minimizando os erros anteriores e valorizando a oportunidade de desenvolvimento da atividade (BRASIL, 2013). A missão da EsIMEx é especializar oficiais e sargentos, habilitando–os à ocupação de cargos e ao desempenho de funções previstas nos Quadros de Cargos e Quadros de Cargos Previstos das Organizações Militares(OM) integrantes do Sistema de Inteligência do Exército (SIEx); realizar pesquisas na área de sua competência, inclusive, se necessário, com a participação de instituições congêneres; contribuir com o Estado Maior do Exército (EME) para o desenvolvimento da doutrina de Inteligência Militar; e realizar, mediante ordem do CIE, estágios para atender às necessidades do Exército e de outros Sistemas de Inteligência de órgãos da Administração Pública Federal (BRASIL, 2013). A proposta pedagógica da EsIMEx leva em conta a legislação normativa da DEE e o disposto pelo Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEX), mesclando aspecto de várias linhas pedagógicas, a cultura e tradição didática do Ensino Militar (BRASIL, 2013). A EsIMEx busca programar suas atividades letivas inserindo os conteúdos a serem trabalhados dentro de uma temática prática, próxima da realidade, a ser vivenciada pelo concludente em suas ações futuras no desempenho de seus cargos e funções. A Escola propõe–se a um trabalho baseado nas diferenças individuais, na consideração das peculiaridades de cada aluno, mas buscando desenvolver as habilidades de trabalho em equipe e de relação interpessoal, inerentes a Atividade 25 de Inteligência (BRASIL, 2013). A Escola oferece vagas em seus cursos a outras organizações proporcionando um ambiente de integração, e favorecendo a troca de experiências entre seus alunos. O ensino proposto segue a linha "doutrina–diálogo–experimentação– compreensão", busca a participação baseada na relação direta da teoria com a prática, por parte do aluno. Como Proposta Pedagógica, a EsIMEx procura priorizar como princípios: a) Adequação à Era do Conhecimento12; b) Culto às tradições, à memória e aos valores morais, culturais e históricos da Inteligência do Exército13; c) Interdisciplinaridade e contextualização. Ainda, ter como princípio que: "Trabalhar conteúdos contextualizados é mais importante que avaliá– los". A Marinha do Brasil não possui escola para atividade de Inteligência. A capacitação é feita por meio de cursos que são ministrados dentro da estrutura do Sistema de Inteligência da Marinha do Brasil, ou por vagas oferecidas por outras instituições. Força Aérea Brasileira, também, não possui escola de Inteligência específica. A capacitação é feita por meio de cursos que são ministrados dentro da estrutura do Centro de Inteligência da Aeronáutica (CIAER), ou por vagas oferecidas por outras instituições. Desta forma, o SINDE conta, em termos de formação de pessoal, duas escola que trabalham com Inteligência, a ESG subordinada ao MD e a EsIMEx ao EB, sendo que, quanto a ESG, não se trata, especificamente, de uma escola de Inteligência, mesmo possuindo um curso de referência nacional, e que foi o precursor da atividade. O CSIE vem capacitando civis e militares do SISBIN, há anos, para atividade de Inteligência. 12 A adaptação a era do conhecimento possibilita a constante evolução de seus cursos, mantendo-se atual e coerente com as necessidades do mundo atual. (comentário do autor) 13 O culto apresentado neste item possibilita a criação de valores subjetivos que valorizam a atividade, criando um espírito de corpo e uma historia entre seus membros. 26 4 INTELIGÊNCIA DE DEFESA NOS EUA 4.1 COMUNIDADE DE INTELIGÊNCIA – INTELLIGENCE COMUNITY (IC) O “National Security Act of 1947” de 26 de julho, 1947, aprovado pelo Congresso Norteamericano, reorganizou e modernizou as forças armadas dos EUA, a política externa, e a Comunidade de Inteligência. Teve como intenção fornecer um programa para o futuro da segurança dos Estados Unidos, proporcionando o estabelecimento de políticas e procedimentos relativos à segurança nacional integrados para os departamentos, órgãos e funções do Governo. O ato criou três departamentos militares, subordinados a National Military Establishment (que em 1949 passa a ser chamada de Departamento de Defesa) para o operação e administração do Exército, da Marinha (incluindo a aviação naval e Fuzileiros Navais), e da Força Aérea, para garantir a coordenação e direção unificada sob controle civil, mas não para fundi-los, e sim para proporcionar uma direção estratégica eficaz das forças armadas, e para o seu funcionamento sob controle unificado, visando a integração em uma eficiente equipe de Forças terrestres, naval, e aérea. Estabeleceu, também, subordinada ao National Security Council14 a Central Intelligence Agency – CIA. Com a ocorrência dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o congresso produziu uma analise que gerou a Reforma da Inteligência e a Lei de Prevenção do Terrorismo de 2004 (ato para reforma da comunidade de Inteligência, da Inteligência e das atividades de inteligência relacionadas ao Governo dos Estado Unidos, e outros objetivos). Esta legislação define como "Inteligência Nacional" e "Inteligência relacionada à Segurança Nacional" como toda Inteligência, independentemente da fonte da qual é derivada, incluindo informações obtidas dentro ou fora Estados Unidos, que: a) Pertençam a mais de uma agência governamental dos EUA definida por orientação emitida pelo Presidente, e b) Que envolva: 14 National Security Council - A função do Conselho é assessorar o Presidente no que diz respeito à integração de políticas nacionais, externas e militares relacionadas com a segurança nacional, de forma a permitir os serviços militares e os outros departamentos e agências do governo de cooperar mais eficazmente em questões que envolvam a segurança nacional.(The National Security Act of 1947 – July 26, 1947). 27 o Ameaças aos EUA, a seu povo, a propriedade ou seus interesses; o O desenvolvimento, proliferação, ou o uso de armas de destruição em massa; e o Qualquer outro assunto relacionado com a segurança território nacional dos EUA. A Inteligência americana é utilizada para aprimorar e entender melhor as conseqüências das decisões de Segurança Nacional, assessorando seus decisores políticos, em ações militares, negociações internacionais, e interações com contatos operacionais em países estrangeiros. A Comunidade de Inteligência (IC) é o grupo de órgãos do Poder Executivo e organizações que trabalham separadamente e em conjunto, envolvidas em atividades de Inteligência que são necessárias para a condução das relações externas e à proteção da Segurança Nacional dos Estados Unidos. Essas atividades incluem: a) Coleta de informações necessárias para o Presidente, o Conselho de Segurança Nacional, secretários de Estado e de Defesa, e outros funcionários do Poder Executivo, que as utilizem para o exercício das suas funções e no cumprimento de suas responsabilidades. b) Produção e divulgação de Inteligência. c) Coleta de informações sobre as atividades de Inteligência contra os Estados Unidos, terrorismo internacional, atividades de narcóticos, e outras atividades hostis realizadas por potências estrangeiras, organizações, pessoas e seus agentes. d) A realização de ações para proteger contra atividades hostis contra os Estados Unidos. e) Desempenho de atividades especiais. f) Realização de atividades administrativas de apoio, nos Estados Unidos e no exterior necessárias para a realização de várias outras atividades de Inteligência. g) Desempenho de outras atividades de Inteligência, dirigidas pelo presidente ao longo do tempo. A IC é liderada pelo Diretor de Inteligência Nacional (DNI), como chefe do Escritório do Diretor de Inteligência Nacional (ODNI) e cuja tarefa é coordenar os componentes da IC com base nas necessidades dos usuários de Inteligência. 28 O ODNI centraliza a Comunidade de Inteligência na integração de Inteligência, que significa sincronização das coletas, análise e contraespionagem, para funcionarefetivamente como uma equipe. Tendo como seus componentes 17 organizações: a) Office of the Director of National Intelligence b) Central Intelligence Agency c) Defense Intelligence Agency d) National Geospatial-Intelligence Agency e) National Reconnaissance Office f) National Security Agency g) Department of Energy, Office of Intelligence and Counterintelligence h) Department of Homeland Security, Office of Intelligence and Analysis i) Coast Guard j) Department of Justice, Drug Enforcement Administration k) Department of Justice, Federal Bureau of Investigation l) Department of State, Bureau of Intelligence and Research m) Department of the Treasury, Office of Intelligence and Analysis n) Army o) Navy p) Air Force q) Marine Corps 29 4.2 AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA - DEFENSE INTELLIGENCE AGENCY (DIA) A Defense Intelligence Agency (DIA) é a principal fonte da IC em Inteligência de Defesa com a função de evitar surpresa estratégica e oferecer a vantagem na decisão para o combatente, aos planejadores de Defesa, e aos formuladores de políticas. Emprega-se globalmente ao lado dos combatentes e parceiros para defesa dos interesses da Segurança Nacional dos Estados Unidos. A DIA é composta por uma equipe de profissionais qualificados em Inteligência de Defesa. Equipados com tecnologia e treinamento de ponta, e reforçada por parcerias e capaz de se adaptar operacionalmente para prover Inteligência de Defesa de todas as fontes, quando e onde necessário, em apoio ao combate e à Nação. A Agência de Inteligência da Defesa (DIA) coleta, e produz Inteligência Militar externa para os decisores políticos e comandantes militares. Seu efetivo é de aproximadamente 30% de militares, e cerca de 70% de civis. O Diretor da DIA é o principal assessor de Inteligência Militar do secretário de Defesa e do DNI, além de ser o gerente do Programa Geral de Inteligência de Defesa (GDIP), sendo, também, o comandante da componente operacional do Comando Estratégico de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento do Comando Conjunto. A DIA é composta de vários setores e entre eles estão as Direções, e Centros. A Direção de Análise (DI) é o componente que analisa assuntos militares estrangeiros com foco em armas de destruição em massa (WMD), sistemas de mísseis, o terrorismo, os sistemas de infra-estrutura e problemas médicos relacionados com a Defesa. O Diretor-Adjunto de Análise acumula funções de Gerente de Análise Funcional para o Programa de Análise de Inteligência de Defesa. A Direção de Inteligência, Estado-Maior Conjunto (J2) fornece inteligência militar estrangeira para os Chefes de Estado Maior e altos funcionários do Ministério da Defesa. O Defense Counter Intelligence and Human Intelligence Center (DCHC) dirige, gerencia e conduz as atividades de Contrainteligência de Defesa (CI) e de Inteligência Humana (HUMINT) para atender as necessidades da Defesa. O DCHC é 30 organizado para dirigir, coordenar e evitar conflitos CI e questões HUMINT em Defesa, comandos combatentes e às organizações da CI / HUMINT serviço. A Direção de MASINT e de Coleta Técnica é o Centro de Inteligência da Defesa para Medição e Signatures Intelligence (MASINT). Ele coleta e analisa MASINT, e também desenvolve novas capacidades. A Direção de Gestão da Informação e o escritório Chefe de Informações serve como Componente de tecnologia da informação do DIA. Ele gerencia o Sistema de Informação Departamento de Inteligência da Defesa e opera os Joint Worldwide Intelligence Communications System, Centro de Medição e Signatures Intelligence (MASINT). Ele coleta e analisa MASINT, e também desenvolve novas capacidades MASINT. A Inteligência norteamericana é estruturada visando sempre atender as necessidades do estado. Grandes esforços são realizados com o objetivo de minimizar os problemas passados e mitigar os problemas futuros. As ações práticas e soluções são implantadas, utilizando-se de lições aprendidas durante suas operações (vide 11 de setembro e os resultados da Reforma de 2004). Na história da humanidade, os grandes comandantes realizavam suas próprias análises de Inteligência, baseadas em documentos, depoimento de prisioneiros de guerra, missões de reconhecimento e espiões, mas na atual conjuntura de um mundo globalizado e cheio de ameaças complexas, este conceito, encontra-se cada vez mais ultrapassado. Michael Herman em seu livro Intelligence Power In Peace And War, 1996, identifica vários óbices na atividade de inteligência, mas sugere que um dos principais fatores para o aumento da efetividade da atividade é a profissionalização, vindo a corroborar, também a opinião de vários outros autores, como Washington Platt, em Strategic Intelligence production, 1957, que muito valorizava a formação acadêmica e a formação da profissão de Inteligência. 31 5 FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - DIA 5.1 HISTÓRICO DA NIU Em 30 de junho de 1946, a Escola de Inteligência Naval (Naval Intelligence School – NIS) localizada em um anexo da Base de Anacostia, recebeu a primeira turma composta de 41 oficiais navais e 05 oficiais fuzileiros naval para o início de um programa continuado de instrução especializada em Inteligência, instituído pela marinha norteamericana com o objetivo de formar seus profissionais de inteligência. Na mesma linha, em dezembro do mesmo ano, o exército americano é autorizado por meio da United States Army Strategic Intelligence School (USASIS) a oferecer um curso de inteligência de dez semanas. A Universidade Nacional de Inteligência teve sua origem em 1962, quando os currículos da Escola de Inteligência Estratégica do Exército e Escola de Inteligência Naval foram incorporadas pela recém-criada Escola de Inteligência de Defesa (DIS). Seus primeiros alunos iniciaram os estudos em setembro de 1962 no curso de pós- graduação da Escola de Inteligência Naval, sendo que só se tornaram oficialmente alunos após a ativação formal da DIS, em 01 de janeiro de 1963, graduando-se como a primeira classe da escola em junho de 1963. Em 1980, foi autorizado pelo Congresso dos EUA, o curso de mestrado em Ciencias em Inteligencia estratégica, e em 1981, a escola foi reconhecida pela Comissão de Ensino Superior dos Estados Centrais sendo que neste mesmo ano o DoD promove a condição de Colégio - Defense Intelligence College, inserindo maior enfase a pesquisa. Desde então, o Colégio acrescentou um programa fora de seu campus, na Agência de Segurança Nacional, e tem incentivou um aumento constante no número de matrículas de agências civis. No campus, foram inseridos dois programas de pós-graduação em tempo parcial, sendo um deles montado especificamente para reservistas. Todos da Comunidade de Inteligência podem estudar no Colegio, incluindo militares do serviço ativo, reserva, incluindo militares das forças auxiliares e Guarda Costeira, DoD, e funcionários civis federais. 32 Em 1993, a instituição é renomeada para Colégio de Inteligência Militar Conjunta oferecendo um currículo de graduação e pós-graduação e proporcionando oportunidades de pesquisa e publicação para alunos e professores. Como parte de sua prática de ensino, traz oradores e palestrantes de renome, e oferece viagens de estudo de campo para atividades de inteligência. Seus alunos também participam de exercícios de campo e simulações em parceria com as escolas militares. O Colégio por concentrar a atividade de educação de vários círculos recebe o apoio dos altos líderes da comunidade de Inteligência, e por meio, da inovação de seu corpo docente e funcionários, busca a continuada melhoria. Em dezembro de 2006, passa a ser chamada de Colégio Nacional de Inteligência de Defesa (National Defense Intelligence College – NDIC), passando a Universidade em 2010. 5.2 NATIONAL INTELLIGENCE UNIVERSITY – NIU Segundo WashingtonPlatt, a formação/criação de uma profissão relacionada a inteligência, profissão de Inteligência, acarretaria em uma série de fatores positivos para o crescimento da atividade. Como parte da criação da profissão, a formação de pessoal conquistaria a educação formal, definição de disciplinas básicas, cursos de graduação e graus, o que incentivaria estudos e pesquisas e naturalmente trazendo o grande benefício das publicações profissionais. Outro fator descrito pelo autor é a criação do espírito de corpo da profissão com a formação de uma sociedade profissional, e a conseqüente criação de tradições profissionais, éticas, e seus heróis, sendo que a unidade profissional seria alimentada pelas sociedades profissionais e pelo reconhecimento legal, criando o espírito da profissão. A busca destas metas vem a convergir com a criação da Universidade Nacional de Inteligência. Este conceito da Universidade esta intimamente ligado à criação da profissão de Inteligência possibilitando o seu completo desenvolvimento gerando fatores de estímulo, como um corpo especial de alto conhecimento, desenvolvimento continuado, incremento da literatura especializada, e compartilhamento do conhecimento (PLATT, 1974). Conceito ainda não identificado dentro do sistema de Inteligência de Defesa no Brasil. A NIU proporciona à comunidade de inteligência norteamericana o acesso à educação formal ao longo da carreira de seus membros. Proporcionando 33 conhecimento, habilidade analítica, e a oportunidade de aprendizagem pela pesquisa, e o mais importante, pensar e sintetizar os problemas mais complexos de segurança nacional. Preparando-os para o trabalho cotidiano do analista. A universidade garante naturalmente um nível mínimo a ser atingido e nivela os conhecimentos do estudante de maneira a obter uma base comum entre eles, procurando desenvolver líderes estratégicos capazes de objetividade e análise crítica. O ambiente acadêmico promove uma compreensão abrangente da comunidade de Inteligência, reforçando a sua integração por meio de relacionamentos pessoais e profissionais estabelecidos nos cursos. As instituições no Brasil que possuem cursos na atividade procuram oferecer vagas para outras organizações procurando esta interação entre os alunos, mas fica limitada a uma pequena quantidade visto que sua prioridade é atender a própria demanda, o que restringe o numero de vagas oferecidas. Os EUA e o Brasil procuram, em suas instituições de ensino, produzir e publicar pesquisas de valor agregado que desenvolvam habilidades de pensamento analítico e criativo, procurando contribuir para a missão de inteligência e inovação. Observa-se, porém que um dos fatores limitantes da qualidade da pesquisa é a carga horária disponibilizada ao aluno para o seu aprofundamento e por não ser considerada no Brasil uma graduação ou pósgraduação este elemento é bastante restrito, enquanto a NIU serve como um catalisador para a pesquisa acadêmica nacional da IC. O corpo docente da Universidade Nacional de Inteligência é oriundo de todas as vertentes da comunidade de inteligência, militar, governamental e acadêmica. A expertise deste corpo docente pode lidar com praticamente todas as questões de interesse da IC. Seus professores possuem pelo menos uma pós-graduação, especialização em línguas, incluindo árabe, russo e chinês. Esta característica propicia a elevação do nível da qualidade de instrução, mas deve-se considerar que o fator mais interessante é a possibilidade de compartilhamento de experiências e pontos de vistas de varias instituições integrantes do sistema de Inteligência, principalmente visualizando um ambiente de operações conjuntas e de operações interagências. A Universidade Nacional de Inteligência é credenciada por várias organizações de ensino como a comissão Middle States Commission on Higher 34 Education (MSCHE). Esta organização não pertence ao governo e é dedicada à garantia da qualidade e melhoria do ensino por meio do reconhecimento e avaliação de seus pares. MSCHE exige que as instituições como a Universidade Nacional de Inteligência atendam às normas relacionadas com as melhores práticas no ensino superior. Estas normas são conhecidas como características de excelência. Os cursos da NIU reconhecidos são de bacharelado e pósgraduação, bacharelado em Ciência de Inteligência, mestrado de Ciência em Inteligência Estratégica, e mestrado de Ciência e Tecnologia em Inteligência. Este reconhecimento traz retornos extremamente positivos dentro de um contexto de valorização da atividade como profissão, pois traduz a confiabilidade e reconhecimento da instituição em valores mensuráveis, possibilitando, inclusive, a comparação com as demais instituições de ensino de outras profissões e, tem como uma de suas principais vantagens o incentivo à constante melhoria, visto o acompanhamento periódico de desempenho. No mesmo sentido, desde Janeiro de 2002, a Universidade de Inteligência Nacional é membro do Consórcio de Universidades da Região Metropolitana de Washington. O Consórcio é uma associação educativa sem fins lucrativos, comprometida com o avanço do ensino superior na região, promovendo a cooperação e comunicação entre as instituições associadas, locais, estaduais e os nacionais. Promove também, o papel do ensino superior na vida econômica e cultural, liderando assuntos relacionados ao ensino superior da região, na comunidade local. Este status, ou reconhecimento pela sociedade da importância da instituição e conseqüentemente da atividade de Inteligência, é obtido apenas quando se atinge a maturidade da profissão, ou mesmo o próprio reconhecimento da profissão Inteligência, o que pode vir a ocorrer no MD. A NIU é o centro de pesquisa da Comunidade de Inteligência, e proporciona ao aluno a oportunidade de estudar e pesquisar em um ambiente fértil de conhecimentos e adequado para este tipo de trabalho, inclusive para análise dos assuntos mais complexos relacionados à segurança nacional. As atuais ameaças da Segurança americana são caracterizadas pelo desafio a entender as capacidades e intenções do adversário em um largo espectro de antagonismo, conflitos culturais e religiosos, estados falidos e em falência, atores 35 não estatais, proliferação de armas de destruição em massa, e a virulência do terrorismo global. A universidade vem formando e orientando a pesquisa para a Segurança Nacional em uma era de grandes desafios. Desta forma seus estudantes pesquisam procurando desenvolver novas idéias, conceitos, e soluções para alguns dos problemas mais desafiadores da atualidade e do futuro. Como uma instituição acreditada na educação superior, cuja missão é educar e conduzir a pesquisa na atividade de inteligência no mais alto nível, a NIU incorpora um dinâmico, currículo integrado e organizado em torno de um conjunto de necessidades baseados nas competências profissionais definidas pela Direção Nacional de Inteligência. O currículo enfatiza o uso de fontes abertas e sigilosas, e a habilidades e competência relacionado desenvolvimento da atividade de Inteligência. A NIU pela sua estrutura proporciona um ambiente favorável e dinâmico para o aprendizado. Possui um corpo discente de mais de 600 alunos das mais variadas origens profissionais, provenientes das agências federais e de militares de todas as Forças. Desta forma, se enrique as discussões e aprendizados com o compartilhamento de experiências dos alunos. Os alunos passam a trabalhar integrados, fortalecendo a percepção de um entendimento de uma inteligência mais global. A integração entre os componentes da comunidade de Inteligência é um fator importante para uma atividade sensível. Os conhecimentos sigilosos muitas vezes terão que passar por organizações que pouco interagem, e por esta razão surge o questionamento sobre o nível de segurança em que suainformação será tratada. Pode-se confiar plenamente em todas as organizações de inteligência no trato de informações sigilosas? Temos o conhecimento da efetividade de sua Contrainteligência? A interação entre os alunos proporciona a oportunidade de conhecer melhor cada agência ou organização com quem se está trabalhando e consequentemente o nível de confiança que se pode ter. O conhecimento resultante desta interação minimiza as dúvidas anteriormente levantadas, incrementando o nível de confiança, mas principalmente, facilitando e incentivando a troca de informação e desta forma tornando o sistema de inteligência mais eficiente. 36 A NIU percorreu um longo caminho até atingir o status de Universidade e proporcionar esta capacidade de formação aos seus profissionais integrantes da comunidade de inteligência norteamericana. Importante ressaltar neste trabalho que reconhecidas instituições como a ESG, o ITA tiveram suas inspirações em grandes institutos norteamericanos (War College, Michigan Institute of Technology), porém em nenhum destes casos foi uma mera importação de modelos e sim a absorção e desenvolvimento de uma idéia, utilizando-se como uma referência para o início dos trabalhos. 37 6 ESCOLA DE INTELIGÊNCIA DE DEFESA A Política de Defesa Nacional15 (BRASIL, 2005) voltada, preponderantemente, para ameaças externas, é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de defesa e tem por finalidade estabelecer objetivos e diretrizes para o preparo e o emprego da capacitação nacional, com o envolvimento dos setores militar e civil, em todas as esferas do Poder Nacional. O Ministério da Defesa coordena as ações necessárias à Defesa Nacional. Após um longo período sem que o Brasil participe de conflitos que afetem diretamente o território nacional, a percepção das ameaças está desvanecida para muitos brasileiros. Porém, é imprudente imaginar que um país com o potencial do Brasil não tenha disputas ou antagonismos ao buscar alcançar seus legítimos interesses. Um dos propósitos da Política de Defesa Nacional é conscientizar todos os segmentos da sociedade brasileira de que a defesa da Nação é um dever de todos os brasileiros. A crescente importância do Estado Brasileiro no cenário mundial, despontando como uma liderança regional esta gerando cada vez mais a necessidade por conhecimentos de suporte a decisão, ou seja, gerando uma valorização da atividade de Inteligência para o Brasil, como ressalta Fialho em seu artigo. A inteligência brasileira precisa ser reformulada em função do novo paradigma que se configura neste século XXI quanto à projeção do Brasil no cenário internacional. Como importante componente do poder nacional, antevendo ameaças e oportunidades neste mundo globalizado, de alta incerteza estratégica, a inteligência brasileira necessita ajustar-se a essas novas demandas e a esse novo paradigma. A falta de uma cultura favorável à inteligência, associada ao desconhecimento da atividade e a sua visão preconceituosa e distorcida, no âmbito da sociedade, tudo isso torna bastante difícil levar a cabo aquele processo de ajuste. (FIALHO, 2010) A educação, como em qualquer atividade, é a base da formação que resultará em resultados positivos para a Nação, preparando os profissionais que em futuro 15 O decreto nº 5.484, de 30 de junho de 2005 aprovou a Política de Defesa Nacional. Definindo que os órgãos e entidades da administração pública federal deverão considerar, em seus planejamentos, ações que concorram para o fortalecimento da Defesa Nacional. 38 próximo comporão o poder nacional, antevendo ameaças e oportunidades deste mundo globalizado. Em atendimento à PND e à END, o Ministério da Defesa, nestes últimos anos, tem participado cada vez mais de operações de grande vulto e muitas com repercussão internacional. Este envolvimento tem aumentado a demanda para a atividade de Inteligência em todos os níveis, causando uma maior procura em cursos de formação e treinamento, principalmente para a reposição e manutenção dos recursos humanos da atividade de Inteligência. As Forças singulares, para atendimento desta nova demanda, esforçam-se para aumentar o número de vagas em seus cursos numa iniciativa individual. Na análise da NIU no capítulo anterior observou-se algumas oportunidades potenciais a serem trabalhadas dentro do MD, entre elas a própria criação de uma instituição responsável pela formação de pessoal na atividade de inteligência. Esta instituição centralizaria a educação na atividade e seu trabalho conjunto poderia resultar em uma sinergia proveitosa, o que significaria em uma unidade de instrução, reunindo todos os esforços em um único trabalho. Padronização de Doutrina – A atividade de Inteligência é bastante complexa, e exige muito trabalho de equipe e cooperação, por isso a boa comunicação é essencial. Para que isto ocorra, existem alguns fatores, como uma doutrina única e bem estabelecida, que colabora para a redução do ruído. Mas a atual situação não vem propiciando esta condição, pois a variedade de cursos isolados sem uma coordenação centralizada, em uma estrutura sistêmica (sem subordinação) não garante uma homogeneidade na formação, podendo comprometer a comunicação. Cursos de Inteligência nas Forças Singulares – Mesmo não existindo uma coordenação centralizada ou uma definição de parâmetros mínimos a serem atingidos, a existência de cursos independentes nas Forças é um fator muito positivo, visto que as demandas de recursos humanos está sendo atendida e a missão continua sendo cumprida. Devendo-se ressaltar que dois desses cursos se destacam pela estrutura e organização muito próxima com o conceito preconizado por Platt (1974) na formação de pessoal. Mas considerando que a busca da evolução deve ser permanente, a definição dos padrões e a coordenação ou diretriz centralizada deve ser perseguida, pois geraria uma evolução ao sistema. O EB destaca-se na vanguarda pelo pioneirismo de sua Escola Inteligência Militar do Exército (EsIMEx). Esta postura vem ao encontro do conceito de formação 39 da profissão de Inteligência, conforme Platt (1974), o mesmo utilizado pela NIU, a qual sugere uma seqüência progressiva na educação, intercalada com a prática da profissão, como ocorre na carreira militar com seus cursos de Aperfeiçoamento, Estado Maior e de Altos Estudos, que são distribuídos ao longo do serviço ativo, de tal forma que ocorra a prática da profissão entre os intervalos, de maneira que o militar adquira a experiência profissional e o amadurecimento de seus conhecimentos. Embora existam cursos específicos na MB e FAB para o atendimento de suas necessidades, a inexistência de escolas não propicia um ambiente adequado para o desenvolvimento da atividade. A falta da escola não garante a sequência adequada dos cursos nem o conteúdo mínimo necessário para o total desenvolvimento do militar, deixando que as oportunidades de vagas em outras organizações determinem a complementação de seus currículos. Enquanto estas vagas não surgem, o indivíduo fica impossibilitado de progredir, ficando com seu universo limitado, impedindo a visualização global da situação, principalmente por sua alta especialização em áreas definidas. A análise deste item foi baseada, principalmente, no bom desempenho observado dos militares dessas Forças em atividades específicas de suas competências, como Inteligência de imagem, Inteligência de sinais, e MASINT, demonstrando a boa formação específica. Cada Força tem sua singularidade definida pela sua missão. Os militares passam a adquirir um perfil específico determinado pela sua formação e experiências profissionais. A inexistência de uma escola única ou escola conjunta dificulta o compartilhamento destas experiências e conhecimentos pela falta de intercâmbiode instrutores, como ocorre na NIU, ficando dependente de iniciativas individuais para este entrosamento. Os órgãos componentes do SINDE elaboram seus cursos específicos dependendo de suas necessidades, mas na atual conjuntura, em um ambiente de operações conjuntas e interagências, estão levando a que as necessidades do conhecimento ultrapassem os limites das Forças Singulares. O analista, para melhor compreensão do cenário a sua volta, necessita da integração completa do conhecimento, que hoje é obtido por meio das mais variadas fontes. 40 O ambiente atual, onde não há uma coordenação na formação de pessoal, prejudica o correto nivelamento dos conhecimentos de seus integrantes, podendo gerar possíveis fontes de atritos por mau uso dos recursos. Um dos principais fatores observados nos conceitos empregados na NIU e que pode ser utilizado no Brasil está relacionado a própria integração do sistema e tem consequências diretas a sua própria eficiência. A atividade de Inteligência, devido à sensibilidade dos temas a serem analisados, demanda especial tratamento na produção e na proteção do conhecimento. Este cuidado deve estar em todos os níveis, cobrindo desde o nível pessoal até organizacional, tornando essencial a confiança entre seus componentes, este fator é resultado direto da interação durante o curso em um ambiente acadêmico saudável. 41 7 CONCLUSÃO A pesquisa teve seu foco voltado na área de formação de pessoal da atividade de Inteligência de Defesa, e fez alguns paralelos na tentativa de identificar novas oportunidades para o seu desenvolvimento, a identificação dos aspectos relevantes da NIU que pudessem servir de referência e que viessem a colaborar com os objetivos do MD. Levando em consideração a grande diferença cultural e conjuntural entre Brasil e os EUA, suas posições no cenário internacional, e seus diferenciados interesses, a pesquisa analisou a National Intelligency University (NIU) na formação dos recursos humanos da Atividade de Inteligência, como uma referência e uma oportunidade positiva de desenvolvimento, conforme os interesses específicos do MD e de suas limitações. Dentre os dois grandes sistemas de Inteligência no Brasil, o Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN) e o Sistema de Inteligência de Defesa (SINDE) identificou-se que o SINDE possui em sua estrutura, duas escolas que trabalham com Inteligência, a ESG subordinada ao MD, com o Curso Superior de Inteligência Estratégica e a EsIMEx ao EB, com os cursos Básico, Intermediário, e Avançado. No entanto não dispõe de um estabelecimento de ensino específico com graduação e pós graduação voltado para a Atividade de Inteligência de defesa, principalmente por não tratar a atividade como uma profissão formal como é tratada nos EUA. Uma instituição de ensino como uma universidade centraliza a educação e formação, proporcionando um ambiente favorável à pesquisa e ao estudo, principalmente em relação aos problemas mais atuais e à produção de conhecimento, por meio da publicação de trabalhos. O corpo docente proveniente de todas as vertentes da IC gera um ambiente favorável à troca de experiências e desenvolvimento de doutrinas promovendo uma compreensão mais abrangente de toda comunidade de Inteligência, e reforça integração por meio de relacionamentos pessoais e profissionais estabelecidos nos cursos. Observado que a centralização da educação em uma instituição possibilita o maior aproveitamento dos recursos humanos especializados (instrutores) e o status de universidade ou escola favorece a elevação da qualidade de seu corpo docente 42 em termos de pós graduação, especialização, mestrado e doutorado, o que é mais difícil em instituições sem relação com o ambiente acadêmico. Verificou-se que o reconhecimento das instituições de ensino é de extrema importância para o crescimento da profissão e valorização de seus profissionais, principalmente por permitir a comparação com as demais instituições civis de formação profissional. Um dos fatores identificados é o próprio conceito da Universidade, que está diretamente ligado à criação da profissão de Inteligência, e que possibilita o seu desenvolvimento gerando fatores de estímulo, como um corpo especial de alto conhecimento, desenvolvimento continuado, incremento da literatura especializada, e compartilhamento do conhecimento (PLATT, 1974). Por fim, pode-se concluir por meio desta pesquisa que a NIU utiliza-se de vários conceitos que podem ser aplicados na formação de pessoal na atividade de Inteligência de Defesa no Brasil, ressaltando que este estudo não esgota a análise do tema exposto, visto que o ensino encontra-se em constante evolução assim como própria a atividade de Inteligência. Trata-se de um passo inicial, gerando, inclusive a necessidade de novos estudos, a fim de verificar a possibilidade de ampliação e integração de toda a comunidade de Inteligência em uma escola, possibilitando posteriormente suas pós graduações, e especializações conforme suas áreas de atuação. 43 REFERÊNCIAS AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA. Legislação básica sobre a estrutura e o funcionamento do SISBIN e da ABIN. Brasília, DF: Abin, 2009. p. 54 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. 29 ed. atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2002. ______. Decreto nº 5.484, de 30 de junho de 2005. Aprova a Política de Defesa Nacional e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1 jul. 2005. ______. Decreto nº 5751, de 12 de abril de 2006. Aprova a Estrutura Regimental e o quadro demonstrativo...do Comando da Aeronáutica, do Ministério da Defesa , e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 abr. 2006. 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