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A produção do espaço urbano
Apresentação
O espaço urbano é produzido socialmente por diversos atores e sujeitos que utilizam e 
transformam esse espaço. É palco de transformações complexas que envolvem uma série de 
fatores, como produção habitacional, criação da rede de infraestrutura urbana, além da 
implementação de equipamentos públicos. 
As cidades, ao mesmo tempo em que são espaços de convivência e reprodução da vida social, 
também são locais de produção e circulação de capital, recebem investimentos públicos e privados 
e são planejadas de acordo com interesses diversos. 
Sendo assim, a reflexão sobre o espaço urbano e sua heterogeneidade, somada às diferentes 
desigualdades e tipologias, pode conduzir a reflexões críticas profundas sobre as cidades e suas 
dinâmicas. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver os diferentes setores que contribuem para produzir 
e organizar o espaço urbano, o papel do estado na produção, a organização e regulação do espaço 
urbano e o papel dos grupos sociais excluídos que contribuem para produzir esse espaço. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever o papel dos diferentes setores na produção do espaço urbano.•
Reconhecer o papel do Estado na produção do espaço urbano.•
Identificar o papel dos grupos sociais excluídos na produção do espaço urbano.•
Desafio
A precarização da moradia e os assentamentos informais é uma triste realidade brasileira que atinge 
praticamente todas as grandes metrópoles do país. Após a criação do Estatuto da Cidade, em 2001, 
vários instrumentos foram criados com o objetivo de reverter tal situação. 
Dentre os instrumentos de regularização fundiária, estão: 
Usucapião especial do imóvel urbano. 
Concessão especial para fins de moradia. 
ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social.
Suponha que você atue na prefeitura de uma cidade grande, lidando diariamente com a questão da 
moradia.
Diante disso, qual instrumento de regularização fundiária é mais adequado para o controle do 
avanço da favelização? Explique a sua importância para a melhoria da condição urbana e do direito 
à cidade.
Infográfico
As cidades devem ser construídas para todos, sendo que a forma de gestão e condução de seu 
desenvolvimento deve ser responsabilidade do Poder Público e da sociedade civil organizada. 
Neste Infográfico, veja o que é a gestão democrática da cidade e como cada cidadão pode e deve 
ser um membro ativo na construção de uma cidade inclusiva para todos. 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/7c080765-7c01-4493-bb60-b24299c7d5fd/d3378e67-4476-45bc-9c05-cb1c7709f611.png
Conteúdo do livro
No contexto do capitalismo, a produção do espaço urbano passou a exercer papel central na 
acumulação de riquezas atreladas a mercado imobiliário, empreendimentos urbanísticos, 
loteamentos e outros. 
O Estado, nesse sentido, exerce um papel fundamental, pois cabe a ele a regulação e a organização 
do uso desse espaço. Por outro lado, os grupos sociais marginalizados da vida urbana 
(re)configuram as cidades com uma produção de moradias informais que convivem juntas em um 
ambiente complexo e contraditório. 
No Capítulo A produção do espaço urbano, do livro Geografia urbana, você vai ver como 
o crescimento das cidades levou a um processo de produção do espaço urbano que envolve 
diferentes agentes e setores. Essas questões serão levantadas permitindo uma leitura crítica e 
interpretativa do espaço urbano atual e seu processo de produção e organização. 
Boa leitura. 
GEOGRAFIA 
URBANA 
Jhonatan dos Santos Dantas
A produção
do espaço urbano
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Descrever o papel dos diferentes setores na produção do espaço 
urbano.
  Reconhecer o papel do Estado na produção do espaço urbano.
  Identificar o papel dos grupos sociais excluídos na produção do es-
paço urbano. 
Introdução
O espaço urbano reflete um conjunto de condicionantes históricos que 
confere identidades materiais e imateriais ao espaço, que passa ser or-
ganizado política, social e culturalmente por diversos atores e sujeitos. 
Ele é ao mesmo tempo um campo de luta, um reflexo da sociedade e 
um produto de diversos agentes e sujeitos. O Estado, principal agente 
produtor do espaço urbano, é responsável pela regulação do uso do solo 
e pela produção de infraestrutura e equipamentos públicos; o mercado, 
por sua vez, exerce papel importante na venda de lotes e edificações 
e orquestra de modo conjunto a produção urbana. Por outro lado, os 
grupos sociais excluídos são relegados a condições precárias de moradia 
e infraestrutura, dando lugar a uma produção urbana informal que reflete 
a ampla desigualdade existente nas cidades. 
Neste capítulo, você vai compreender as diversas formas de produção 
do espaço urbano e o papel de cada um dos agentes nesse processo. 
Além disso, vai examinar de modo crítico como as dinâmicas urbanas são 
contraditoriamente desiguais, e alguns possíveis caminhos para cidades 
com maior justiça social. 
1 Produção do espaço urbano
por diferentes setores
O espaço urbano é um campo simbólico de lutas sociais, pois exprime dife-
rentes interesses e articulações em suas dinâmicas e na própria produção do 
seu espaço. No contexto do capitalismo, mais ainda, pois o espaço se torna 
mercadoria e essa mercadoria é dotada de valor de uso e valor de troca, como 
aponta Villaça (2009; 2011). Dessa forma, o espaço urbano constitui um espaço 
material dotado de estruturas urbanas como asfalto, arruamento, avenidas, 
bairros residenciais, comerciais e industriais, além de mobiliário, como placas 
de trânsito, semáforos, bancos e outros equipamentos de infraestrutura pública, 
como as calçadas, parques e praças (CORRÊA, 1989). 
Ao mesmo tempo, ele é constituído por elementos imateriais, que envol-
vem a etnicidade, miscigenação, a arte e os valores simbólicos incutidos na 
paisagem, nas edificações e nos objetos materiais organizados no território. 
Esses elementos imateriais são definidos pela cultura urbana e pelos processos 
sociais e históricos que vão conferindo identidades complexas às cidades e 
ao espaço urbano. 
No entanto, esse espaço complexo e heterogêneo é produzido socialmente 
por diferentes agentes e setores. Cada agente detém interesses distintos no 
processo de produção, organização e uso do espaço urbano. A própria or-
ganização do território é combinada por um conjunto de poderes e escalas 
diferenciadas por instâncias complexas (CORRÊA, 1989). 
O Estado, por exemplo, detém o poder legal de regular, delimitar, restringir 
e organizar política e estruturalmente o espaço territorial. Já as empresas 
construtoras, incorporadoras e loteadoras agem diretamente na produção 
da infraestrutura urbana, conferindo mudanças ao território. Além desses, 
outros grupos, como empresas ligadas ao mercado imobiliário, latifundiários, 
bancos e outros, também exercem ampla influência sobre o território, de 
modo que podem promover grandes transformações no espaço e designar 
usos diferenciados a ele. 
Os grupos sociais que não detêm capital e poder político interferem de 
modo diferente no uso e organização do espaço urbano, pois sua atuação 
é resultado de uma resistência pela inclusão e direito ao uso da cidade. 
O espaço urbano, por essência, é um campo de lutas, por representar interes-
ses distintos entre as classes. Para um trabalhador fabril, por exemplo, não 
interessa muito a expansão da malha urbana ou que esse espaço seja dotado 
de alguns equipamentos públicos, a não ser para o seu próprio uso e garantia 
de qualidade de vida. 
A produção do espaço urbano2
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Para grupos atrelados ao mercado imobiliário, por exemplo, dotar o territó-
rio de alguns equipamentos significa expandir o valor de troca de determinado 
imóvel ou lote. Já para empresários da construção civil, a expansão da malha 
urbana pode representar novos loteamentos, bairros, avenidas e edificações, 
aquecendo o mercado da construção civil, o mercado imobiliário e uma série 
de outros setores (CORRÊA, 1989; 2013 MARICATO, 2015). Para os gru-
pos atrelados ao comércio, algumas intervenções urbanísticas promovidas 
pelo Estado podem significar novas possibilidades de expansão de negócios. 
A revitalização de uma via, por exemplo, pode aquecer o comércio local e 
melhorar o fluxo de pessoas, aquecendo as vendas. No entanto, pode provocar 
também queda no comércio, devido a intervenções mais abruptas que podem 
ocasionar retirada de estacionamentos, entre outros. 
Na Figura 1a, é possível observar parte do litoral de Balneário Camboriú, 
em Santa Catarina. A cidade passou por um intenso processo de urbanização 
e verticalização na última década e detém os empreendimentos imobiliários 
mais elevados do Brasil, ficando conhecida como a Dubai brasileira, graças à 
possibilidade de expansão urbana vertical que o Estado propiciou juntamente 
com o setor privado. 
Figura 1. Intervenções no território urbano: (a) edificações em Balneário Camboriú, SC, e 
(b) rodovia em Londrina, PR.
Fonte: Balneário... (2018, documento on-line) e Paraná (2016, documento on-line).
Já na Figura 1b, é possível verificar uma intervenção urbana na rodovia 
PR–445, município de Londrina, no Paraná. A rodovia representa uma im-
portante ligação entre a zona sul da cidade e outras áreas, além de interligar 
Londrina a vários municípios da região metropolitana. Também é local de 
escoamento para Curitiba e São Paulo. Parte da rodovia compõe o perímetro 
3A produção do espaço urbano
urbano da cidade e separa Londrina e Cambé. A intervenção é um exemplo 
de como o Estado pode propiciar drásticas mudanças no território. 
O território é, por essência, um espaço em que desponta uma série de rela-
ções de poder existentes. O território manifesta em sua dinâmica os grupos que 
atuam com mais ou menos influência e o organizam política e economicamente 
para diversos fins. Ao mesmo tempo, é “recheado” de identidades simbólicas, 
resultado dos grupos e indivíduos que produzem de modo conjunto uma sobre-
posição de experiências socioespaciais (HAESBAERT, 2004; CORRÊA, 2011). 
Gottmann (2012 documento on-line) define território como:
[...] uma porção do espaço geográfico que coincide com a extensão espacial da 
jurisdição de um governo. Ele é o recipiente físico e o suporte do corpo político 
organizado sob uma estrutura de governo. Descreve a arena espacial do sistema 
político desenvolvido em um Estado nacional ou uma parte deste que é dotada 
de certa autonomia. Ele também serve para descrever as posições no espaço 
das várias unidades participantes de qualquer sistema de relações internacio-
nais. Podemos, portanto, considerar o território como uma conexão ideal entre 
espaço e política. Uma vez que a distribuição territorial das várias formas de 
poder político se transformou profundamente ao longo da história, o território 
também serve como uma expressão dos relacionamentos entre tempo e política.
Essa definição do autor traduz a relação de poder existente entre o espaço 
e a política; logo, os sujeitos atrelados ao Estado desempenham papel central 
na organização territorial. Haesbaert (2004), por outro lado, afirma que o 
território pode ser visto através de três dimensões — a política, a econômica 
e a cultural —, sendo que todas elas convivem de modo combinado no tecido 
espacial, formando territorialidades e dinâmicas sobrepostas. 
Dessa forma, os grupos sociais menos favorecidos utilizam/habitam o espaço 
relegado a eles firmando suas identidades, vivências e experiências em bolsões 
da cidade que compõem o tecido urbano. O tecido urbano é, no entanto, um 
conjunto de articulações e desarticulações entre construções diferenciadas tem-
poral e espacialmente que vão dando características e sobreposições de tempos 
e culturas ao espaço — ao mesmo tempo em que manifesta toda desigualdade 
existente, reflexo e condicionante da sociedade capitalista (CORRÊA, 1989). 
Corrêa (1989; 2011) afirma que existem diferentes agentes produtores do 
espaço urbano. O autor separa esses agentes em: proprietários dos meios de 
produção; proprietários fundiários; promotores imobiliários; o Estado e 
os grupos sociais excluídos. Em Corrêa (2011), também é possível constatar 
novos agentes produtores do espaço, como o caso dos bancos, seguradoras, 
empresas ferroviárias, firmas comerciais e de serviços, entre outros. 
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Esses agentes promovem em maior ou menor grau a continuidade da urba-
nização por meio de instalações fabris ou surgimento de novos loteamentos. 
Além disso, alteram a funcionalidade e a centralidade de espaços intraurbanos, a 
depender da dinâmica econômica, geração de emprego e circulação de pessoas, 
e promovem a alteração e posição da cidade na rede urbana, desencadeando 
um processo de fragmentação, articulação e desarticulação de espaços devido 
às práticas socioespaciais desempenhadas por esses agentes (CORRÊA, 2011).
Esses setores interferem diretamente na produção do espaço urbano, seja 
pela expansão da infraestrutura, seja pela produção habitacional ou pela criação 
de parques industriais ou áreas comerciais. Cada setor interfere a seu modo, 
de forma diferenciada e com interesses particulares. 
O Estado, por sua vez, desempenha papel diferente nesse contexto, pois 
cabe a ele, segundo Corrêa (2011), estabelecer normas jurídicas para ordena-
mento territorial, taxação das propriedades e atividades produtivas, gerando 
condições adequadas para diversos segmentos da sociedade. Isso inclui, por 
exemplo, toda a rede de infraestrutura, além de seu papel controlador no 
mercado fundiário, nas habitações sociais e, dependendo do caso, na criação 
de distritos ou parques industriais. 
Na Figura 2, é possível ver a rede de infraestrutura criada para comportar 
o bairro Cidade Industrial, em Curitiba, PR. O bairro abriga grandes empresas 
atreladas aos setores automobilístico, moveleiro, alimentício, entre outros. 
Figura 2. Infraestrutura criada para comportar o bairro Cidade Industrial, 
em Curitiba, PR.
Fonte: Curitiba (2017, documento on-line).
5A produção do espaço urbano
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Para quem deseja se aprofundar no assunto, uma ótima opção é a leitura do artigo 
“A produção do espaço urbano: formação de território e governança urbana, o caso 
da quadra 50 da cidade Gama — DF”, disponível no link a seguir.
https://qrgo.page.link/StB9U
2 O papel do Estado na produção
do espaço urbano
O Estado é o principal agente produtor do espaço urbano, capaz de modifi car 
drasticamente sua organização espacial, conferindo novos usos e dinâmicas 
socioespaciais. Ao mesmo tempo, é papel do Estado legislar e regular o uso 
do solo urbano, ordenando o território e efetuando seu planejamento urbano. 
Além disso, o Estado tem o papel de executar obras de infraestrutura, dotar o 
território de equipamentos públicos e mobiliário urbano, efetuar a regulação 
por meio dos zoneamentos e fazer cumprir a função social da propriedade 
urbana (MARICATO, 2015).
O Estado capitalista, no entanto, para viabilizar o processo de acumulação 
de riquezas, transfere para a gestão urbana a responsabilidade de eficiência no 
acúmulo de capital, por meio de uma produção urbana voltada ao mercado. 
Assim, a produção do espaço, e essencialmente do espaço urbano, é um fator 
importante para aquecer vários mercados e geraracumulação de riquezas. 
Conforme expõe David Harvey em várias obras e vídeos, a China é um exemplo 
da urbanização voltada ao acúmulo de capital. Assim, a forma como os chineses 
passaram a expandir suas cidades (em muitas das quais não há habitantes) 
exemplifica uma produção urbana-habitacional efetuada apenas para circulação 
financeira e aquecimento de mercados ligados à produção urbana.
O planejamento urbano, nesse contexto, passa a ser exercido buscando 
adequar as áreas urbanas para incorporação de grandes empreendimentos e 
buscando aumentar a eficiência no processo de mobilidade e circulação de 
bens e mercadorias, além de organizar uma produção habitacional excludente. 
A produção do espaço urbano6
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Conforme Maricato (2015) expõe, a localização também passa a desem-
penhar papel fundamental, pois o mesmo imóvel, com a mesma metragem e 
modelo arquitetônico, muda completamente de valor dependendo seu local na 
cidade. A organização territorial do espaço urbano “desenhada” pelo Estado 
e orquestrada pelo planejamento urbano tem papel central nessa questão: os 
locais mais ou menos valorizados dependerão diretamente de como o Estado 
distribui os equipamentos públicos e dispõe a rede de infraestrutura pela 
cidade. Locais com as melhores infraestruturas e dotados de equipamentos, 
áreas de lazer, segurança, entre outros, apresentam um valor mais elevado por 
metro quadrado, enquanto as áreas com infraestrutura parcial ou precária e 
ausência de equipamentos públicos ficam menos valorizadas economicamente. 
Desse modo, o poder público em muitos casos se articula com atores 
privados no desenvolvimento de um projeto urbano feito para o mercado da 
produção urbana, que vai desde a indústria da construção civil até os lotea-
mentos e beneficiários desse processo como grandes construtoras, imobiliárias 
e bancos que financiam empreendimentos, casas, apartamentos, etc. 
O mesmo ocorre na valorização e especulação de terrenos em áreas urbani-
zadas. O preço da mercadoria, seja o terreno urbano, seja uma edificação, ganha 
ou perde valor de troca dependendo da ação do poder público, da centralidade 
do imóvel, dos mobiliários e de equipamentos próximos (MARICATO, 2015). 
Dessa forma, as empresas e o Estado agem em uma combinação de interesses 
diversos, difusos, antagônicos e às vezes complementares na produção urbanís-
tica de um espaço desigual e perverso. Nesse contexto, é o poder aquisitivo que 
acaba determinando o local de moradia e o tipo de uso do espaço urbano. Assim, 
os grupos que detêm mais capital acabarão morando e utilizando as melhores 
áreas da cidade, que dispõem de ampla rede de infraestrutura urbanística e são 
dotadas dos melhores equipamentos públicos, enquanto os grupos sociais menos 
favorecidos economicamente, além de morar em áreas menos privilegiadas 
com ausência total ou parcial de infraestrutura urbanística (rede de água, rede 
elétrica, iluminação pública, asfalto, rede de esgoto, etc.) ainda enfrentam graves 
problemas, como mobilidade, segurança e precarização habitacional. 
Essa forma de expansão da cidade revela, em geral, uma urbanização 
espraiada horizontalmente que acompanha a tendência de especulação e 
valorização do espaço urbano, expulsando e empurrando a população mais 
pobre para as periferias e “franjas urbanas”.
7A produção do espaço urbano
Você sabia que toda propriedade deve cumprir uma função social? A função social 
da propriedade é uma atribuição disposta no Estatuto da Cidade, em que toda pro-
priedade urbana deve ter um uso, seja para fins de moradia, seja para outros fins. Esse 
instrumento é importante para frear o processo de especulação imobiliária. Em caso de 
descumprimento desta lei, a prefeitura pode implementar um IPTU progressivo, taxando 
o proprietário cada vez mais imposto pelo descumprimento legal desse instrumento. 
No contexto da globalização, as cidades passam a adquirir diferentes 
significados. As metrópoles, por exemplo, exercem papel central na dis-
posição de equipamentos públicos urbanos, além de ser ponto nodal no 
deslocamento de pessoas — devido à infraestrutura urbana — interligando 
vários espaços por meio de rodovias, aeroportos e rodoviárias. Além de 
desempenhar papel relevante na rede urbana no contexto geral, também 
ganha destaque por seu espaço intraurbano. Este representa o espaço 
urbanizado interno à cidade, aquele criado para produção habitacional, 
comercial ou industrial, a infraestrutura e o mobiliário urbano existente. 
Vários elementos do urbano podem ser encontrados fora da cidade, como 
rodovias e rede de infraestrutura urbana construída em áreas rurais, mas 
o espaço intraurbano corresponde àquele interno e inerente à cidade.
Ele é projetado para receber investimentos de todos os níveis, desde co-
mércio local até grandes empreendimentos, como shopping center, centro 
de eventos, grandes estádios e ginásios esportivos. 
Esses locais também se tornam sede de megaeventos desportivos e de 
entretenimento e acabam produzindo junto a seu espaço uma cultura de massa, 
que incorpora elementos do capitalismo global. Escritórios de empresas mul-
tinacionais, distribuidoras de produtos, redes hoteleiras, a grande mídia e 
indústria da informação, além das empresas de fast-food e outras marcas 
passam a compor a cidade-metrópole, que acaba concentrando um conjunto 
de investimentos públicos e privados e monopoliza os serviços na rede urbana, 
sendo inserida no espaço-mundo integrada pelas redes informacionais, aéreas 
e viárias. 
A produção urbana das metrópoles também ocorre de modo mais intensivo 
que em médias e pequenas cidades devido aos fluxos de pessoas e mercadorias. 
A demanda por habitação e por espaços organizados para suprir os serviços 
necessários para população obriga o Estado a agir de modo mais intenso na 
A produção do espaço urbano8
produção urbanística, com novas redes de infraestrutura, revitalização de 
vias, praças e parques, construção de novos equipamentos, áreas de lazer, 
calçadões, etc. 
Consequentemente, esse processo eleva o custo de vida nas metrópoles, 
sobretudo na cidade central, tornando a periferia metropolitana atrativa para 
as populações mais carentes, que buscam terrenos mais baratos para morar, 
à exceção daqueles grupos com maior poder aquisitivo, que veem nas áreas 
periféricas terrenos propícios para uma urbanização elitista, como a criação 
de vários condomínios fechados. Por sua vez, isso leva a um processo de 
crescimento populacional nos municípios metropolitanos frente ao qual o 
poder público municipal não consegue planejar nem dotar esses territórios 
de infraestrutura adequada, permitindo a expansão horizontal de moradias 
informais nas áreas metropolitanas. 
Nesse contexto, os grupos sociais excluídos acabam conformando uma 
produção do espaço urbano diferente daquela dos outros agentes e seto-
res que combinam uma urbanização legal (e perversa, pois é excludente). 
Os grupos sociais menos favorecidos produzem um espaço da informalidade 
e, ao mesmo tempo, da resistência, na luta pelo direito à cidade e à cidadania. 
No vídeo disponível no link a seguir, você pode se aprofundar mais sobre o crescimento 
das cidades e a periferização da pobreza. 
https://qrgo.page.link/TgNbH
3 Grupos sociais excluídos e a questão urbana
A população, de forma geral, produz a cidade socialmente, utilizando seus 
espaços e construindo-a pouco a pouco. Toda cidade é formada pelo resul-
tado da força de trabalho e de todo seu conteúdo social, o que resulta em 
suas identidades urbanas. No entanto, a cidade é composta por grupos so-
ciais diversos: proprietários dos meios de produção, comerciantes, profi ssio-
nais liberais, operários, negociantes, banqueiros, atores políticos e outros. 
Cada sujeito, cada grupo e cada instituição que utiliza a cidade exerce um 
9A produção do espaço urbano
papel diferente em sua produção material e imaterial. A produção material 
da cidade diz respeito a seuconteúdo visível e tangível — como ruas, postes, 
edifícios, placas, rede elétrica, etc. Já a produção imaterial refere-se ao conteúdo 
simbólico da cidade — a arte, as experiências, as culturas, etc. 
Nesse sentido, o direito à cidade, conforme aponta Lefebvre (1991), é o 
direito ao uso intensivo daquilo que as cidades devem, por essência, dispor. 
É papel das cidades prestar diversas funções sociais, como garantir moradia, 
áreas de lazer, saúde, segurança, emprego e qualidade de vida. Ao mesmo 
tempo, o direito à cidadania é usufruir de condições de vida digna e participar 
ativamente da construção e melhoria da cidade junto ao poder público, con-
forme assegura, no caso do Brasil, a própria constituição federal. No entanto, 
alguns grupos sociais são parcial ou totalmente excluídos da cidade formal/
legal, sendo-lhes negado o direito à cidadania e o direito a viver dignamente, 
por um fator crucial, a renda.
A questão urbana no caso do Brasil é uma questão também de desigualdade 
social — o país passou por um intenso processo de urbanização no século 
XX, acompanhado de um processo de metropolização das principais cidades, 
dando início a grandes aglomerações populacionais que passaram a conviver e 
disputar espaço urbanizado, acarretando uma superinflação do valor do solo 
urbano e das edificações bem localizadas (ROLNIK, 2006; MARICATO, 2015).
Esse fenômeno obrigou os grupos sociais excluídos a produzirem espaços 
informais que convivem ao largo do tecido urbano, na forma de continuidades e 
descontinuidades territoriais combinadas de áreas legalizadas e não legalizadas, 
de loteamentos e bairros cadastrados e mapeados e assentamentos subnormais 
e favelas espalhadas pelas principais cidades brasileiras. 
Após os anos de 1960, esse processo levou à criação do Movimento pela 
Reforma Urbana, que contou com apoio de diversas entidades e da sociedade 
civil organizada. Tal movimento culminou na criação da Política Urbana pre-
sente na constituição federal, e posteriormente no Estatuto da Cidade, criado 
em 2001, levando aos municípios a possibilidade de diminuir as desigualdades 
existentes e garantir o direito à cidade, principal bandeira do movimento. 
Atualmente, apesar do fortalecimento de diversos grupos organizados 
que passaram a lutar por uma cidade mais justa e inclusiva, os gargalos ainda 
existem e a função social da propriedade ainda tende a ser descumprida em 
muitos casos. Na Figura 3, é possível observar a favela de Paraisópolis, a 
maior do município de São Paulo. Um conjunto de assentamentos informais 
e edificações mal estruturadas conformam a paisagem. 
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Figura 3. Favela de Paraisópolis, em São Paulo, capital.
Fonte: Machado (2018, documento on-line).
Você sabia que, de acordo com o IBGE (BELLO, 2017), mais de 11 milhões de habitantes 
no Brasil viviam em favelas ou assentamentos informais em 2010? Isso representava 
mais de 6% da população do país. 
A urbanização do Brasil foi realizada em duas frentes: aquela prevista no 
planejamento urbano e outra frente desordenada, efetuada por construções pre-
cárias de moradias não cadastradas. Bairros enormes surgiram e surgem como 
resultado da produção habitacional informal e assentamentos precários. O Estado, 
de sua parte, intervém nesses locais de duas formas: pelo processo de remoção da 
população desses assentamentos e destruição das moradias, na tentativa de reverter 
e frear tal situação; e pelo dotamento paulatino de infraestrutura a esses bairros 
informais, legalizando as moradias e implementando equipamentos públicos. 
De acordo com o IBGE (BELLO, 2017), o Brasil tem mais de 6 mil favelas, 
das mais variadas tipologias, desde pequenos assentamentos informais até 
grandes aglomerações populacionais que vivem no interior das metrópoles 
em invasões de terrenos públicos, ocupação de reservas ambientais, áreas de 
manguezais, em fundos de vale ou topos de morros, oferecendo muitas vezes 
11A produção do espaço urbano
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riscos à saúde de seus moradores, devido ao modo de ocupação do espaço e 
ausência de estrutura urbanística. 
Essa produção urbana informal gera graves riscos ambientais — a ausência 
de saneamento básico e de galerias pluviais, somada a ocupações em locais 
impróprios, pode provocar a transmissão de doenças, deslizamentos de encostas 
em áreas que encontram-se edificadas, inundações, entre outros. Além da 
precarização da moradia e da pobreza socioeconômica, os bairros informais 
sofrem com ausência de equipamentos públicos, empregos e segurança —
o que eleva o problema social das cidades. 
Outro problema gerado pela urbanização extensiva no território e pela 
exclusão social está na mobilidade, principalmente nas metrópoles, cujos 
bairros mais precários encontram-se na periferia da cidade central ou nos 
municípios metropolitanos, o que exige que milhares de pessoas dia após dia 
percorram vários quilômetros para chegarem ao emprego. 
Desse modo, os grupos sociais excluídos utilizam o transporte público e 
as vias da cidade, pertencentes à infraestrutura urbana, além de contribuírem 
economicamente; porém, seu papel no contexto da produção do espaço urbano 
passa por um processo de resistência. Assim, ao resistirem, esses grupos lutam 
pela legalidade, pelo uso e pelo direito à cidade, que deveria ser pensada como 
valor social coletivo e não como valor de mercado. 
No vídeo disponível no link a seguir, você pode encontrar uma análise crítica sobre o 
custo de se morar nas cidades brasileiras. 
https://qrgo.page.link/j4oXt
O espaço urbano é caracterizado por condicionantes históricos, sociais e 
espaciais, definido por um conjunto de estruturas urbanísticas e produzido 
por uma série de setores e agentes. O Estado, principal produtor do espaço 
urbano, desempenha papel fundamental na sua organização territorial, produ-
ção habitacional, regulação do solo e produção de toda rede de infraestrutura. 
O planejamento urbano, porém, foi feito historicamente no Brasil de forma 
excludente, delegando ao mercado o papel de designar o valor do solo, das mora-
dias e dos grupos que serão inseridos em cada pedaço da cidade de acordo com a 
A produção do espaço urbano12
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renda. Nesse contexto, o Estado capitalista, apesar do poder de ação no território, 
confere aos grupos dominantes a possibilidade de reprodução do capital por meio 
de uma urbanização excludente que levou ao caos urbano (MARICATO, 2015). 
Os grupos sociais excluídos dos planos e da urbanização formal produziram 
assentamentos informais e moradias precárias que, somados, resultaram na 
produção de áreas marginalizadas que convivem de modo conjunto e con-
traditório no tecido urbano das principais cidades brasileiras, sobretudo nas 
grandes metrópoles. 
Os agentes produtores do espaço urbano desempenham papéis diferencia-
dos, resultado do conjunto antagônico de interesses. Já os grupos sociais ex-
cluídos resistem no espaço da informalidade, até que os Estatutos e legislações 
criadas para promoção da justiça social no país venham a ser implementados 
da forma correta, garantindo o direito à cidade para uma parcela significativa 
da população urbana no Brasil. 
No link disponível a seguir, você pode encontrar a íntegra do Estatuto da Cidade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10257.htm
BALNEÁRIO Camboriú. Blog Amanhã Eu te Conto, 2018. 1 imagem. Disponível em: https://
www.amanhaeuteconto.com.br/wp-content/uploads/2018/08/balneario-camboriu-2.
jpg. Acesso em: 24 jan. 2020.
BELLO, L. Dia nacional da habitação: Brasil tem 11,4 milhões de pessoas vivendo em 
favelas. Agência IBGE Notícias, 2017. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.
br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/15700-dados-do-censo-2010--mostram-11-4-milhoes-de-pessoas-vivendo-em-favelas. Acesso em: 24 jan. 2020.
CORRÊA, R. L. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1989.
CORRÊA, R. L. Sobre agentes sociais, escala e produção do espaço: texto para discussão. 
In: CARLOS, A. F. A.; SOUZA, M. L.; SPOSITO, M. E. B. (org.). A produção do espaço urbano: 
agentes e processos, escalas e desafios. São Paulo: Editora Contexto, 2013.
13A produção do espaço urbano
CURITIBA. Curitiba S. A. retoma o apoio às empresas da Cidade Industrial. 2017. Disponível 
em: https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/curitiba-sa-retoma-o-apoio-as-empresas-
da-cidade-industrial/41602. Acesso em: 24 jan. 2020.
GOTTMANN, J. A evolução do conceito de território. Boletim Campineiro de Geografia, 
v. 2, n. 3, p. 523-545, 2012. Disponível em: http://agbcampinas.com.br/bcg/plugins/
generic/pdfJsViewer/pdf.js/web/viewer.html?file=http%3A%2F%2Fagbcampinas.com.
br%2Fbcg%2Findex.php%2Fboletim-campineiro%2Farticle%2Fdownload%2F86%2F
2012v2n3_Gottmann%2F. Acesso em: 24 jan. 2020.
HAESBAERT, R. O mito da desterritorialização: do “fim dos territórios” à multi- territoria-
lidade. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. 
LEFEBVRE, H. O direito à cidade. São Paulo: Editora Moraes, 1991. 
MACHADO, L. Maior favela de SP terá banco e moedas próprios — mas como isso 
pode mudar a vida de moradores? G1, 2018. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/
sao-paulo/noticia/maior-favela-de-sp-tera-banco-e-moedas-proprios-mas-como-isso-
pode-mudar-a-vida-de-moradores.ghtml. Acesso em: 24 jan. 2020.
MARICATO, E. Para entender a crise urbana. CaderNAU — Cadernos do Núcleo de 
Análises Urbanas, v. 8, n. 1, p. 11-22, 2015. Disponível em: https://periodicos.furg.br/
cnau/article/viewFile/5518/3425. Acesso em: 24 jan. 2020.
PARANÁ. Duplicação da PR-445 reduz em 73% os acidentes entre Londrina e Cambé. 
Agência de Notícias do Paraná, 2016. Disponível em: http://www.aen.pr.gov.br/modules/
noticias/article.php?storyid=89599. Acesso em: 24 jan. 2020.
ROLNIK, R. A construção de uma política fundiária e de planejamento urbano para o 
país – avanços e desafios. IPEA Políticas Sociais — acompanhamento e análise, n. 12, 
p. 199-210, 2006. Disponível em: http://www.redbcm.com.br/arquivos/bibliografia/
ensaio1_raquel12%20politica%20fundi%C3%A1ria.pdf. Acesso em: 24 jan. 2020.
VILLAÇA, F. Espaço intra-urbano no Brasil: São Paulo: Studio Nobel: Fapesp: Lincoln 
Institute, 2009.
VILLAÇA, F. São Paulo: segregação urbana e desigualdade. Estudos Avançados, v. 25, n. 71, 
p. 37-58, 2011. Disponível em: http://www.revistas.usp.br/eav/article/view/10597/12339. 
Acesso em: 24 jan. 2020.
Leituras recomendadas
GASPAR, R. C. A economia política da urbanização contemporânea. Cadernos Metrópole, 
v. 13, n. 25, p. 235-256, 2011. Disponível em: http://ken.pucsp.br/metropole/article/
view/5989. Acesso em: 24 jan. 2020.
OLIVEIRA, A.; CORIOLANO, P. Urbanização, metropolização e gestão territorial no Brasil. 
Arquitextos, v. 14, n. 164.03, 2014. Disponível em: https://www.vitruvius.com.br/revistas/
read/arquitextos/14.164/5030. Acesso em: 24 jan. 2020.
A produção do espaço urbano14
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
15A produção do espaço urbano
Dica do professor
O Plano Diretor Municipal é um dos principais instrumentos do Estatuto da Cidade, pois permitiu a 
descentralização da gestão e deu a possibilidade de fortalecer o papel da sociedade civil na 
definição de objetivos comuns para a cidade. 
Nesta Dica do Professor, veja como são construídos os Planos Diretores Municipais e a importância 
desse instrumento legal. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 
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Exercícios
1) A cidade é um espaço complexo e desigual, reflexo da sociedade, que incorpora elementos 
da pobreza e da riqueza juntos em um ambiente contraditório e socialmente desigual. Dessa 
forma, as características urbanas vão sendo dotadas de elementos resultantes dessa 
contradição, o que leva a um processo de separação de classes nas áreas urbanas.
De acordo com o enunciado, qual a opção que melhor representa essa contradição?
A) A formação de bairros habitacionais que o Estado cria para eliminar a pobreza das 
aglomerações urbanas é a maior prova da contradição urbana. 
B) Os distritos industriais criados nas franjas das cidades grandes representam uma das maiores 
provas da contradição urbana. 
C) A ausência de habitação para todos leva inúmeras pessoas a viverem em condições sub-
humanas que acabam migrando para o campo em busca de melhores condições de 
vida, representando uma grande contradição. 
D) A divisão de classes nas áreas urbanas leva à configuração de bairros elitizados e bairros 
periféricos segregados, dessa forma, o fenômeno da segregação socioespacial é uma grande 
contradição do ambiente urbano.
E) Os distritos urbanos representam uma grande contradição urbana, pois eles se localizam fora 
do perímetro urbano municipal, mas incorporam uma série de elementos urbanísticos como 
infraestrutura urbana, mobiliário e outros. 
2) O crescimento desordenado das cidades trouxe inúmeros problemas sociais e ambientais, 
além de espaços segregados com ausência total ou parcial da infraestrutura urbanística. 
Desse modo, soluções são pensadas por gestores, especialistas e técnicos para resolução de 
problemas urbanos.
Dentre as alternativas, qual seria uma solução para frear o crescimento desordenado das 
cidades?
A) O incentivo por parte do Poder Público ao êxodo urbano, para promover a diminuição da 
população nas cidades. 
B) O investimento centralizado nas grandes metrópoles, visto que essas cidades detêm as 
maiores aglomerações populacionais. 
C) O planejamento urbano adequado, para prever de forma racional as áreas de expansão da 
cidade e planejar formas de suprir as demandas urbanas. 
D) Investir em rede de vias e avenidas para integrar a área urbana e diminuir as áreas 
segregadas. 
E) Impedir a expansão do perímetro urbano para diminuir o crescimento desordenado das 
cidades. 
3) A globalização e o avanço do capitalismo globalizado permitiram grandes transformações 
nas áreas urbanas, fato que pode ser percebido por meio de alterações significativas nas 
áreas urbanas ocorridas por um intenso processo de produção do espaço à guisa do acúmulo 
de capital.
De acordo com esse processo, qual opção explica a interferência do processo de 
globalização na dinâmica das cidades?
A) Empreendimentos atrelados à globalização modificaram drasticamente as cidades, conferindo 
a reprodução do capital por meio de uma urbanização excludente e voltada ao mercado 
global. 
B) A emancipação política-administrativa dos municípios e a criação de vários núcleos urbanos é 
um resultado do processo de globalização que interfere diretamente na dinâmica das cidades.
C) A perda de autonomia do Estado sobre os territórios urbanos acabou transferindo ao 
mercado globalizado a gestão das cidades, que passaram a desempenhar papel importante na 
reprodução de capital. 
D) A chegada de indústrias multinacionais em praticamente todas as cidades do hemisfério sul 
do planeta é o maior exemplo de como o processo de globalização econômico atingiu o 
ambiente urbano. 
E) A expansão das redes informacionais como cabos e antenas para difusão da informação é um 
dos maiores exemplos, pois a infraestrutura urbana teve que se modificar drasticamente após 
a revolução informacional. 
4) O processo de favelização das cidades brasileiras ocorreu por vários fatores, um deles foi a 
ausência de planejamentourbano e infraestrutura adequada para o contingente 
populacional.
Qual das afirmações a seguir explica os demais fatores que contribuíram para o fenômeno da 
favelização das cidades. 
A) A produção de moradias populares efetuadas pelo Estado levou à consolidação de guetos e 
subúrbios urbanos na periferia das cidades, gerando o fenômeno da favelização do Brasil. 
B) O êxodo rural somado à ausência de infraestrutura urbana e a pobreza socioeconômica foram 
fatores cruciais que levaram à consolidação de assentamentos informais e favelas no Brasil. 
C) A quantidade significativa de empregos que as cidades tinha levou a um processo rápido de 
êxodo rural, o que acarretou a ausência de área urbanizada para toda população migrante. 
D) Os amplos investimentos do Estado na infraestrutura urbana lavaram à supervalorização do 
solo urbano e obrigou a população de baixa renda a migrar para áreas informais ou favelas. 
E) Os terrenos irregulares e o relevo de planaltos e serras propiciaram a formação de 
favelas, pois as áreas propícias à urbanização formal eram pequenas e não abarcava todo o 
contingente populacional que migrou.
5) Atualmente, a gestão das cidades deve ser feita com ampla participação popular e mediação 
da sociedade civil organizada. Assim, conselhos e associações desempenham papel 
significativo nos rumos da cidade, pressionando, contribuindo e avaliando a atuação do 
Poder Público na gestão urbana.
Esse processo foi propiciado também em razão da descentralização da gestão urbana que 
ocorreu:
A) na década de 1930, com o Presidente Getúlio Vargas, a criação das primeiras leis urbanísticas 
e a introdução dos planos municipais e do planejamento urbano. 
B) em 1988, com a criação da Constituição Federal, que delegou aos municípios a autonomia 
sobre a gestão territorial, permitindo um novo processo de planejamento urbano. 
C) em 2001, com a criação do Estatuto da Cidade, permitindo que os municípios criem e 
implementem os Planos Diretores Municipais e legislem sobre o uso e a organização de seu 
território. 
D) em 2005, com o Programa de Aceleração do Crescimento, que permitiu às prefeituras 
legislarem sobre o uso e a organização do território, gerindo quantias significativas de 
recursos financeiros. 
E) apenas em 2015, com a criação do Estatuto da Metrópole, cuja função principal é 
descentralizar a gestão e delegar aos municípios autonomia sobre o uso e a organização do 
território. 
Na prática
A infraestrutura urbana é fundamental para a qualidade de vida dos habitantes. Avaliar o conjunto 
de equipamentos, mobiliário e serviços urbanos é importante para contribuir com o mapeamento 
de demandas e a atuação do Poder Público em obras, manutenção e melhorias. 
Acompanhe o caso da Professora Gabriela, que realizou uma avaliação da infraestrutura urbana 
junto aos alunos. 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Políticas públicas, valorização da terra e metropolização: 
RMBH e o vetor industrial de expansão
Neste link, você acessa uma análise dos processo envolvendo a produção do espaço urbano na 
região metropolitana de Belo Horizonte, e aponta o papel dos diferentes agentes nas 
transformações e dinâmicas urbanas dessa realidade. 
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Instrumentos de indução do desenvolvimento urbano
Esta página traz uma série de informações, de modo didático, referente aos processos de indução 
do desenvolvimento urbano, analisando alguns instrumentos previstos no Estatuto da Cidade.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Contradicciones y paradojas del modelo de gestión urbana en 
el área metropolitana de Guadalajara Jalisco, México
Este texto analisa as contradições no modelo de gestão urbana na área metropolitana de 
Guadalajara, no México, e aponta uma série de desafios de gestão, trazendo uma reflexão crítica 
acerca dos processos urbanos dessa realidade. 
http://www.scielo.br/pdf/cm/v22n47/2236-9996-cm-22-47-0193.pdf
https://pensaracidade.wordpress.com/conceitos/instrumentos-de-inducao-do-desenvolvimento-urbano/
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://revistas.pucsp.br/metropole/article/view/2236-9996.2020-4702

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