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Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Departamento de Serviço Social
Fundamentos Históricos e Teóricos-Metodológicos do Serviço Social V
Docente: Moema Amelia Serpa Lopes de Souza
Discentes: Edilânia Gomes de Araújo
Ester Kerlly Pereira Leite
Atividade 1ª Unidade 
AS CONTRIBUIÇÕES DE GRAMSCI AO SERVIÇO SOCIAL BRASILEIRO
Antonio Gramsci foi um ativista político, jornalista e intelectual italiano, um dos fundadores do Partido Comunista da Itália. E assim como Marx, Gramsci defendia também uma sociedade sem classes antagônicas e sem um Estado burguês. Pode-se destacar que Gramsci é reconhecido, principalmente, pela sua teoria da hegemonia cultural que descreve como o Estado usa nas sociedades ocidentais, as instituições culturais para conservar o poder. A proposta de Gramsci era analisar o Estado, e uma de suas maiores contribuições foi ampliar o conceito de Estado ao incluir a sociedade civil como aparato privado de hegemonia, que é uma definição muito comum entre governantes e intelectuais e nas práticas políticas do Estado, da sociedade e dos partidos.
Pode-se destacar ainda alguns conceitos que influenciaram a sociedade brasileira e o Serviço Social, entre eles, o de hegemonia que segundo Gramsci, é orgânica e aparece como uma resposta para a sociedade, a economia e a política. E de acordo com Neves (2017, p. 32) “é uma concepção de mundo, um objeto de consentimento que oferece condições de reconhecimento, transcende interesses e se faz com a participação ativa dos sujeitos políticos. Gramsci no serviço social foi discutida por diversos pensadores brasileiros nas décadas de 1970 e 1980. Refletir sobre Gramsci e sua influência é trazer para o centro do debate dois conceitos acarinhados pelo serviço social brasileiro e emergentes no século XXI: a hegemonia e o projeto político, a noção de análise da intervenção profissional em mudança, doravante entendida como Prática, como mediação. O projeto Política Ética visa superar aspectos de empreendimento, egoísmo e entusiasmo para avançar na análise universal. Um projeto ético-político profissional faz parte de um projeto social que expressa interesses gerais e deve ser entendido como um conjunto de valores e ideias ético-políticas que orientam a prática profissional, como uma projeção coletiva sobre determinado grupo social (BRAZ, 2004), neste caso o próximo é o assistente social.
O Serviço Social surgiu no contexto do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, apresentando uma nova proposta que havia amadurecido e acumulado muito sucesso nos campos da produção acadêmica, prática e organização profissional (IAMAMOTO, 1996). Vale lembrar que com o movimento de reconceituação dos anos 1960, o serviço social entrou em diálogo com a teoria social crítica, iniciando um processo de afastamento do trabalho social conservador e atualização de seu conteúdo teórico, filosófico e metodológico. No entanto, essa prática ocorre na interpretação de intérpretes marxistas, levando a uma incompreensão e vulgarização do pensamento marxista. Ainda assim, esse processo representa a possibilidade de construção de uma alternativa às propostas conservadoras do serviço social, ruptura que só ocorreu na década de 1980, quando todo o processo levou à construção de uma nova proposta expressa pelo Projeto Ética Política, Marca a possibilidade de reafirmação de direitos e estabelecimento de novas práticas profissionais a partir da visão da teoria social crítica.
 O legado cultural e profissional do serviço social, após a reconceituação, ocorreu significativamente com a realização de projetos políticos éticos que sustentam as principais ações do serviço social, práticas profissionais e orientações ideológicas políticas. Isso aconteceu no Brasil, influenciado por Gramsci, e na década de 1980, com o processo de redemocratização, recuperando-o principalmente por meio de diferentes e importantes análises de autores como Vicente de Paula Faleiros, Marina Maciel, Franci Gomes e Alba Pinto Carvalho, um debate profícuo (NETTO, 2005) no processo de intenção de fratura, que é a base para nortear a prática profissional segundo a tradição marxista-gramsciana.
Qual é a contribuição de Gramsci para pensar o trabalho social crítico hoje? Estamos financiando Gramsci para fortalecer Nosso Programa Profissional de Política Ética? É preciso ressaltar que o debate atual sobre Gramsci tem outro conceito que deve ser profundamente revivido e debatido no âmbito do serviço social pelo uso e abuso de termos éticos políticos, projetos políticos e democracia, como se percebe. foco profissional no direito, ou seja, fortalece uma cultura de direitos. Hoje, não pretendemos mais romper com o conservadorismo, o Ministério do Serviço Social brasileiro de fato quebrou esse conceito e tem um conceito importante em Gramsci para orientar a prática profissional, quebrando mecanismos, voluntarismo, e análise prática e marxista O messianismo existente é enviesado por diferentes tradições e orientações. Como afirmam Braz e Teixeira (2009, p. 193), “a democracia é um pré-requisito para a existência do projeto político moral”.
A influência de Gramsci no serviço social deve ser aprofundada a partir de alguns elementos históricos que existem na profissão. Destacamos algumas pistas ou tendências dessa influência através da ruptura ou construção de novas lógicas ocupacionais baseadas em uma cultura de titularidade. A influência de Gramsci, a partir da categoria da hegemonia, esclarece as controversas visões entre cultura profissional, cultura política conservadora e cultura política profissional estabelecidas sob a influência da tradição marxista e retornando à lógica dos direitos. Em suma, sob a influência de Gramsci, avançamos nas disputas entre lutas profissionais, projetos políticos profissionais e culturas, fortalecendo as práticas democráticas, pautadas na direção do projeto político da ética profissional e, portanto, universal. interesse público, não mais em ações individuais, privadas e conservadoras. Reler Gramsci é fundamental, mas não a Bíblia.
Com a contribuição Gramsciana, se vai ampliar os estudos acerca do Estado, da sociedade civil, de hegemonia, as reflexões e contribuições teóricas de Gramsci permitem as formulações do Serviço Social fortalecer a produção dos conhecimentos e da formação de uma cultura critica pautada em princípios teórico-metodológicos ético-políticos que se expressam na realidade social, e nas suas mediações com o exercício profissional. 
Referências:
NEVES, Ângela. Apontamentos sobre Gramsci e sua influência ao Serviço Social no século 21. Revista Katalysis. Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 31-36, jan./abr. 2017
COUTINHO, Carlos Nelson. O leitor de Gramsci. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2011.
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