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DIREITO DAS FAMÍLIAS 
E SUCESSÕES 
Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli 
Regime de bens
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as principais características da comunhão parcial de bens.
  Descrever os aspectos mais relevantes da comunhão universal de bens.
  Distinguir a separação de bens da participação final nos aquestos.
Introdução
Constitucionalmente previsto, o casamento é o instituto jurídico cuja 
principal intenção é formar família, um ente dotado de proteção especial 
no ordenamento jurídico brasileiro. Da união, decorrem consequências 
para ambos os cônjuges, desde a mudança de nome até impactos na 
esfera patrimonial. Assim, o regime de bens é o conjunto de normas que 
regulam como os bens do casal serão administrados e eventualmente 
divididos, seja em virtude do divórcio, seja em virtude de morte. Com o 
advento do Código Civil de 2002, são previstos cinco regimes de bens para 
os cônjuges: a separação obrigatória de bens, a separação convencional 
de bens, a participação final nos aquestos — raramente adotada —, a 
comunhão universal de bens e a comunhão parcial de bens, sendo este 
último o chamado regime legal.
Neste capítulo, você vai ler sobre as principais características de cada 
um dos regimes de bens e seus mais importantes desdobramentos 
jurídicos.
Comunhão parcial de bens
Além das fundamentais defi nições religiosas do matrimônio, especialmente 
sob a perspectiva cristã, que é responsável por moldar a civilização ocidental 
ao longo dos séculos, o casamento é um instituto jurídico que pressupõe a 
cooperação e a assistência mútua entre os cônjuges. Embora os aspectos 
morais, espirituais e pessoais se sobrelevem entre os cônjuges e os fi lhos, não 
podemos desconsiderar os refl exos patrimoniais do casamento.
Nesse sentido, o regime de bens entre os cônjuges é uma das consequências 
jurídicas do casamento. Para Venosa (2014, p. 343), “[...] devem ser estabelecidas 
as formas de contribuição do marido e da mulher para o lar, a titularidade e 
administração dos bens comuns e particulares e em que medida esses bens 
respondem por obrigações perante terceiros”. Assim, um casamento não pode 
existir sem um regime de bens; ainda que os cônjuges não se manifestem, a 
lei impõe como serão regidas as relações patrimoniais decorrentes do casa-
mento. De acordo com o art. 1.640 do Código Civil: “Art. 1.640 Não havendo 
convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os 
cônjuges, o regime da comunhão parcial (BRASIL, 2002, documento on-line).
A ideia central do regime de comunhão parcial de bens, também chamado 
de regime legal, é a de que os bens adquiridos após o casamento formam a 
comunhão de bens do casal. Conforme Venosa (2014), nesse regime, existem 
três dimensões patrimoniais: 
  os bens do marido trazidos antes do casamento;
  os bens da mulher trazidos antes do casamento;
  os bens comuns adquiridos após o casamento. 
Assim, como afirma Tartuce (2018, p. 174), “[...] a regra básica do regime 
da comunhão parcial é a seguinte: comunicam-se os bens havidos durante 
o casamento com exceção dos incomunicáveis”. Alguns bens, portanto, são 
expressamente excluídos da comunhão parcial, conforme se depreende do 
art. 1.659 do Código Civil:
Art. 1.659 Excluem-se da comunhão:
 I — os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, 
na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em 
seu lugar;
 II — os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens particulares;
 III — as obrigações anteriores ao casamento;
 IV — as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito 
do casal;
 V — os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
 VI — os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge;
 VII — as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes 
(BRASIL, 2002, documento on-line).
Regime de bens2
Entre os bens incomunicáveis, destacamos aqueles previstos no art. 1.661 
do Código Civil: “Art. 1.661 São incomunicáveis os bens cuja aquisição tiver 
por título uma causa anterior ao casamento (BRASIL, 2002, documento on-
-line). Destacamos também os bens previstos no art. 39 da Lei nº. 9.610, de 19 
de fevereiro de 1998, que dispõe: “Art. 39 Os direitos patrimoniais do autor, 
excetuados os rendimentos resultantes de sua exploração, não se comunicam, 
salvo pacto antenupcial em contrário” (BRASIL, 1998, documento on-line).
É importante destacar que outras eventuais situações de incomunicabilidade 
devem ser expressamente previstas em lei.
O art. 1.660 do Código Civil indica os bens que se comunicam em virtude do casamento 
sob o regime de comunhão parcial de bens. O inciso II do artigo prevê como incluídos 
na comunhão “[...] os bens adquiridos por fato eventual, com ou sem o concurso de 
trabalho ou despesa anterior” (BRASIL, 2002, documento on-line), assim, caracteriza-se 
como fato eventual um prêmio da loteria, por exemplo.
A dissolução do regime da comunhão parcial de bens ocorre principalmente 
pelo divórcio ou pela morte de um dos cônjuges. Na hipótese de divórcio, os bens 
que constituem patrimônio comum, existentes no momento da ruptura da vida 
conjugal, serão partilhados; já quanto aos bens incomunicáveis, cada cônjuge leva o 
que lhe pertence, tendo em vista que não são meeiros no que se refere a esses bens. 
Por outro lado, na hipótese de dissolução por morte, cumpre destacar 
alguns aspectos. A sucessão legítima é aquela determinada pela lei, quando 
o falecido não deixa testamento. Aqui, trata-se da vocação hereditária, na 
qual os herdeiros legítimos são distribuídos em classes preferenciais. Assim 
prevê o art. 1.829 do Código Civil:
Art. 1.829 A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte: 
I — aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo 
se casado este com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da 
separação obrigatória de bens; ou se, no regime da comunhão parcial, o autor 
da herança não houver deixado bens particulares; 
II — aos ascendentes, em concorrência com o cônjuge; 
III — ao cônjuge sobrevivente; 
IV — aos colaterais (BRASIL, 2002, documento on-line).
3Regime de bens
Assim, na sucessão legítima, os descendentes do falecido terão preferência, 
concorrendo com o cônjuge. O cônjuge só não concorrerá com os filhos, netos, 
bisnetos e tantos quantos descendentes existirem se o regime de casamento for 
a comunhão universal ou a separação obrigatória de bens. Ainda, o cônjuge 
não concorrerá com os filhos se, casado sob o regime da comunhão parcial, o 
falecido não tiver deixado bens particulares, que consistem naqueles adquiridos 
antes do casamento, ou recebidos por herança. Caso o falecido tenha deixado 
bens particulares, o cônjuge e os descendentes ou ascendentes concorrerão 
como herdeiros apenas sobre esses bens.
Comunhão universal de bens
Até o advento do Código Civil de 2002, o regime da comunhão universal 
de bens era o regime legal devido a motivos de ordem histórica e moral, que 
entendiam a união patrimonial como consequência lógica da união do casal. 
Nesse regime, a regra é a união total dos bens do casal, tanto os presentes 
quanto os futuros. Conforme Venosa (2014, p. 362):
[...] no regime da comunhão universal, há um patrimônio comum, constituído 
por bens presentes e futuros. Os esposos têm a posse e propriedade em co-
mum, indivisa de todos os bens, móveis e imóveis, cabendo a cada um deles 
a metade ideal. Como consequência, qualquer dos consortes pode defender 
a posse e a propriedade dos bens.
Assim, o patrimônio que os cônjuges possuíam anteriormente ao casamento 
é unido de forma a compor um único patrimônio, de ambos. Há, contudo, 
algumas exceções, já que alguns bens são incomunicáveis, conforme previsto 
no art. 1.668 do Código Civil:
Art. 1.668 São excluídos da comunhão:
 I — os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidadee os 
sub-rogados em seu lugar;
 II — os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, 
antes de realizada a condição suspensiva;
 III — as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas 
com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
 IV — as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a 
cláusula de incomunicabilidade;
 V — Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659 (BRASIL, 2002, 
documento on-line).
Regime de bens4
Ao falarmos do regime da comunhão universal de bens, é fundamental 
comentar sobre o pacto antenupcial, dispensável apenas para a opção do 
regime da comunhão parcial de bens. De acordo com o parágrafo único do 
art. 1.640 do Código Civil:
Art. 1.660 [...]
 Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por 
qualquer dos regimes que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á 
a termo a opção pela comunhão parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por 
escritura pública, nas demais escolhas (BRASIL, 2002, documento on-line).
O pacto antenupcial é o negócio jurídico por meio do qual os nubentes podem estruturar, 
antes do casamento, o regime de bens escolhido e as peculiaridades adotadas na relação 
patrimonial decorrente do casamento. De acordo com os arts. 1.653 e seguintes do Código 
Civil (BRASIL, 2002), quanto ao teor, o pacto antenupcial deve submeter-se às normas legais 
e, quanto à forma, deve ser obrigatoriamente realizado por escritura pública, que deve ser 
averbada no registro de imóveis para que opere seus efeitos jurídicos e legais.
Para Diniz (2018, p. 177), “o pacto antenupcial deve conter tão somente 
estipulações atinentes às relações econômicas dos cônjuges. Considerar-se-ão 
nulas as cláusulas nele contidas que contravenham disposição legal absoluta, 
prejudiciais aos direitos conjugais, paternos, maternos, etc.”. Um exemplo 
dessa proibição é determinar a dispensa da outorga uxória, prevista no art. 
1.647 do Código Civil:
Art. 1.647 Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, 
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta:
 I — alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
 II — pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
 III — prestar fiança ou aval;
 IV — fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que 
possam integrar futura meação.
 Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando 
casarem ou estabelecerem economia separada. 
Art. 1.648 Cabe ao juiz, nos casos do artigo antecedente, suprir a outorga, 
quando um dos cônjuges a denegue sem motivo justo, ou lhe seja impossível 
concedê-la (BRASIL, 2002, documento on-line).
5Regime de bens
A outorga uxória, ou conjugal, é a autorização que um cônjuge confere a outro para a 
prática de determinados atos jurídicos que podem onerar o patrimônio familiar. Dessa 
forma, nas hipóteses previstas, ambos os cônjuges devem manifestar concordância, 
sob pena de nulidade do ato jurídico. 
Assim como no regime da comunhão parcial de bens, o regime da comu-
nhão universal de bens pode ser dissolvido principalmente pelo divórcio ou 
pela morte. No caso de divórcio, os bens devem ser partilhados entre o casal 
e, até que se realize a partilha, os cônjuges somente poderão contrair novo 
casamento sob o regime da separação obrigatória. Assim também deve ocorrer 
no caso de novas núpcias contraídas pelo cônjuge viúvo.
Ao contrário do que se verifica no regime de comunhão parcial de bens, 
aqui, os cônjuges são meeiros de todo o patrimônio e, por isso, não herdam, 
pois não há que se falar em bens particulares.
Separação de bens e participação
final nos aquestos
Dos cinco regimes de bens previstos pelo Código Civil, dois deles tratam de 
comunhão de patrimônio, conforme visto, e três deles tratam de separação 
de patrimônio, como veremos agora. Sobre a separação de bens, Diniz (2018, 
p. 212) afi rma que: 
[...] cada consorte conserva, com exclusividade, o domínio, posse e admi-
nistração de seus bens presentes e futuros e a responsabilidade pelos débitos 
anteriores e posteriores ao matrimônio. [...] Há incomunicabilidade não só dos 
bens que cada qual possuía ao se casar, mas também dos que veio a adquirir 
na constância do casamento, havendo uma completa separação de patrimônio 
dos dois cônjuges.
O regime da separação dos bens pode decorrer de lei ou de convenção entre 
os cônjuges. A primeira hipótese está prevista no art. 1.641 do Código Civil:
Regime de bens6
Art. 1.641 É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
 I — das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas 
da celebração do casamento;
 II — da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
 III — de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial (BRA-
SIL, 2002, documento on-line).
Não é possível flexibilizar a incidência do regime de separação obrigatória de bens, 
ao contrário do que ocorre na separação convencional. Na hipótese de separação 
convencional, os cônjuges poderão estabelecer a comunhão de certos bens, se assim 
desejarem, bem como a forma de administrá-los. Tais condições devem ser expressas 
no pacto antenupcial.
Cabe destacar que o regime de separação obrigatória de bens suscita po-
lêmicas quanto à sua aplicabilidade, tendo em vista a Súmula nº. 377 do 
Supremo Tribunal Federal, que prevê: “[...] no regime da separação legal de 
bens, comunicam-se os adquiridos na constância do casamento” (BRASIL, 
1964, documento on-line). 
Para uma corrente doutrinária, a Súmula nº. 377 (BRASIL, 1964) fomenta 
o enriquecimento ilícito, tendo em vista que impõe a divisão dos bens ad-
quiridos na constância do casamento, ainda que o regime seja a separação 
obrigatória de bens; para outra corrente doutrinária, a súmula somente poderá 
ser aplicada quando restar comprovado o esforço de ambos os cônjuges para 
a construção do patrimônio. 
Por fim, dissolvida a união, seja pelo divórcio ou pela morte, os bens segui-
rão com seu titular. Apenas na hipótese de separação convencional, o cônjuge 
sobrevivente será herdeiro, em concorrência com os descendentes ou ascendentes 
do falecido, nos termos do art. 1.829 do Código Civil (BRASIL, 2002).
O último regime de bens previsto no ordenamento jurídico brasileiro é 
a participação final nos aquestos, previsto nos arts. 1.672 e seguintes do 
Código Civil. Esse regime de bens é uma inovação trazida pela legislação civil 
em 2002 e é de rara adoção no Brasil, pois tem complexa operacionalização. 
Para Tartuce (2018, p. 191):
7Regime de bens
[...] basicamente, durante o casamento há uma separação total de bens, e no 
caso de dissolução do casamento e da sociedade conjugal, algo próximo de uma 
comunhão parcial. Cada cônjuge terá direito a uma participação daqueles bens 
para os quais colaborou para a aquisição, devendo provar o esforço para tanto.
Assim, durante o casamento, cada cônjuge possui patrimônio próprio e, na 
dissolução, há uma participação de cada um na aquisição do patrimônio, que 
não pode ser confundida com meação. Contudo, de acordo com o art. 1.674 
do Código Civil, alguns bens são excluídos da soma dos patrimônios próprios:
Art. 1.674 Sobrevindo a dissolução da sociedade conjugal, apurar-se-á o 
montante dos aquestos, excluindo-se da soma dos patrimônios próprios:
 I — os bens anteriores ao casamento e os que em seu lugar se sub-rogaram;
 II — os que sobrevieram a cada cônjuge por sucessão ou liberalidade;
 III — as dívidas relativas a esses bens.
 Parágrafo único. Salvo prova em contrário, presumem-se adquiridos durante 
o casamento os bens móveis (BRASIL, 2002, documento on-line).
Outra questão interessante desse regime de bens refere-se às dívidas. 
Em regra, as dívidas contraídas por um cônjuge se dão em benefício do lar 
e da convivência; no regime de participação final nos aquestos, contudo, o 
pressuposto é o inverso: cada cônjuge responde pelas dívidas que contraiu, 
salvo se provar o proveito para o outro cônjuge. 
São muitas aspeculiaridades desse regime de bens, que, na verdade, trata o 
casamento como uma complexa relação patrimonial, de forma que as questões 
levantadas quando da sua dissolução por divórcio são infindáveis. No caso de 
dissolução por morte, incidem as mesmas regras sucessórias do art. 1.829 do 
Código Civil (BRASIL, 2002): o cônjuge é herdeiro necessário e concorre com 
descendentes ou ascendentes no patrimônio construído em comum do casal. 
Regime de bens8
BRASIL. Lei nº. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação 
sobre direitos autorais e dá outras providências. Diário Oficial da União, 20 fev. 1998. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm. Acesso em: 18 set. 2019.
BRASIL. Lei nº. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da 
União, 11 jan. 2002. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/
l10406.htm. Acesso em: 18 set. 2019.
BRASIL. Supremo Tribunal de Justiça. Súmula nº. 377. Diário da Justiça, 8 maio 1964. Dis-
ponível em: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=377.
NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas. Acesso em: 18 set. 2019.
DINIZ, M. H. Curso de Direito Civil brasileiro: Direito de Família. 32. ed. São Paulo: Editora 
Saraiva, 2018.
TARTUCE, F. Direito Civil: Direito de Família. 13. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018.
VENOSA, S. S. Direito Civil: Direito de Família. 14. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2014.
9Regime de bens

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