Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>Teixeira de Freitas/BA</p><p>DIREITO DAS FAMÍLIAS</p><p>Semestre: 1/2023</p><p>Prof. Carla Rodrigues Costa</p><p>Coordenador: Osmundo Nogueira</p><p>Histórico do Regime de Bens AULA 4</p><p>No direito romano prevalecia o princípio da absorção, segundo o qual o patrimônio da mulher era absorvido pelo marido que se tornava único proprietário e administrador.</p><p>O código de 1916 adotou o regime da comunhão de bens como regra geral. Previa como regimes de bens o da comunhão de bens; comunhão parcial de bens; separação de bens; separação obrigatória de bens e dotal.</p><p>O Estatuto da mulher casada (Lei 4121/62) regulou os bens reservados consistindo na incomunicabilidade dos adquiridos pela mulher com o fruto do seu trabalho.</p><p>A Lei do Divórcio (6515/77) instituiu o regime da comunhão parcial de bens como regra geral.</p><p>A Constituição de 1988 extinguiu o instituto dos bens reservados em razão da consagração do princípio da isonomia.</p><p>O Código de 2002 manteve o regime da comunhão parcial como regra geral. Regula ainda os regimes da comunhão universal de bens; da separação de bens; da separação obrigatória de bens e da participação final nos aquestos.</p><p>Conceito: Trata-se do estatuto patrimonial do casamento, regido pelos princípios da liberdade de escolha, da variabilidade e, com a entrada em vigor do novo CCB, da mutabilidade.</p><p>2. Regras Gerais:</p><p>a) silêncio das partes: considera-se adotado o regime da comunhão parcial de bens.</p><p>b) Caso os nubentes resolvam adotar regime de bens distinto daquele da comunhão parcial deverão fazê-lo através de pacto antenupcial, na ocasião da habilitação e por escritura pública. (1640§U CC)</p><p>O pacto antenupcial pode ser firmado por procurador com poderes especiais. Para que tenha efeito perante terceiros é necessário que o pacto seja registrado no Cartório de Registro de Imóveis do domicílio do casal, bem como daqueles dos bens particulares do casal. (art. 1653)</p><p>* Pacto antenupcial: contrato formal, condicionado ao casamento, pelo qual os noivos estipulam o regime de bens escolhido, nos termos do artigo 1639, do CCB. É lícito ainda, no pacto, os noivos mesclarem regras do regime de bens.</p><p>c) Deverão adotar o regime da separação obrigatório os nubentes acima de 70 anos; aqueles que se casarem apesar da existência de causa suspensiva; e os que necessitarem de autorização para o casamento.(1641)</p><p>d) O regime de bens passa a viger para o casal e para terceiros a partir da data do casamento civil (art. 1639, §1º).</p><p>e) Mutalibilidade ou possibilidade de alteração do regime (art. 1639, §2º):</p><p>OBS.: Forte parcela da doutrina (Pablo Stolze, José Manfré, Luiz Felipe Brasil, Maria Berenice Dias), e na jurisprudência do TJRS 70006423891, defendem posicionamento no sentido da retroatividade dos efeitos da sentença modificativa no regime bens</p><p>f) Na união estável a concorrência sucessória incide sobre os bens adquiridos durante a união. Já com relação ao cônjuge, depende do regime adotado no casamento.</p><p>g) Apesar do que estabelece o art. 1576, não é a sentença de separação que põe termo ao regime de bens, mas sim a separação fática do casal.</p><p>3. Vedações (art. 1647, do CCB)</p><p>OBS.: Deve-se entender que no caput deste artigo não será necessária a outorga uxória ou marital na separação convencional, não se aplicando a regra à separação obrigatória.</p><p>a) alienação de bens imóveis sem a vênia conjugal (exceto no regime da separação convencional);</p><p>b) aval e fiança sem outorga uxória (ler arts. 1648 a 1650);</p><p>c) doação de bens sem autorização do outro cônjuge ou a pessoa com a qual o cônjuge mantém relação extra conjugal .</p><p>4. Espécies de Regimes de Bens</p><p>4.1. Comunhão Parcial – art. 1640 (regime supletivo ou legal)</p><p>Conceito: Trata-se de regime de separação em relação ao passado e de comunhão quanto ao futuro.</p><p>Regra básica da comunhão parcial: entram na comunhão parcial e na futura partilha os bens adquiridos a título oneroso por um ou ambos os cônjuges no curso do casamento.</p><p>. Bens que se comunicam: arts. 1660 e 1662. Quanto aos bens móveis(1662).</p><p>. Bens excluídos da comunhão: art. 1659 e 1661 + bens adquiridos por doação gratuita e por sucessão sem clausula de comunicabilidade.</p><p>CASAMENTO NULO E ANULÁVEL</p><p>OBS.: Em relação aos frutos do trabalho de cada cônjuge, O CCB, nos arts. 1659, VI e 1668, V, para comunhão parcial ou universal, estabelece que os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge não entram na meação. Por outro lado, a partir do momento em que a renda se transforma em patrimônio opera-se a comunhão. O FGTS e as indenizações trabalhistas, para que insira-se no monte-partível é necessário que o cônjuge tenha exercido a atividade e adquirido o direito na constância do casamento, e, em uma posição inovadora o STJ, em acórdão da lavra do Min. Ruy Rosado de Aguiar, afastando-se da dicção do CCB, estabeleceu a inclusão de crédito trabalhista na partilha de bens do casal (Resp 421801/RS).</p><p>. Administração dos bens: arts. 1663 e 1664 (se um dos cônjuges ocasionar prejuízo ao outro em sede de administração de bens, ficará obrigado a reparar o dano, nos termos do art. 186, do CCB).</p><p>Neste regime existem três massas: bens particulares do varão; do virago e os bens comuns ou aquestos</p><p>5.2. Comunhão Universal (1667 à 1671)</p><p>Conceito: Na comunhão universal de bens, seguindo a doutrina de Arnaldo Rizzardo, ocorre uma fusão do patrimônio anterior e posterior ao casamento, formando uma única massa, nos termos dos arts. 1667 e ss.</p><p>. Regras:</p><p>a) comunicabilidade do passado e do futuro;</p><p>b) necessidade de pacto antenupcial;</p><p>c) forma-se uma única universalidade de bens(1667).</p><p>Bens excluídos da comunhão: art. 1668</p><p>5.3. Participação final nos aquestos (1672 à 1686)</p><p>. Conceito: Criado na Costa Rica, regulado na Alemanha, Espanha e França, entre outros. No regime de participação final, cada cônjuge possui patrimônio próprio, na forma dos artigos 1672 e ss., cabendo todavia direito à meação do patrimônio adquirido pelo casal a título oneroso no curso do casamento</p><p>* Aquestos são os bens próprios de cada um dos cônjuges amealhados durante o casamento e mais os bens adquiridos por eles em conjunto.</p><p>Diferença entre Comunhão Parcial e Participação final nos aquestos?</p><p>-bens particulares (adquiridos por cada cônjuge antes do casamento ou em sua constância por sub-rogação ou por herança/doação);</p><p>-bens comuns (adquiridos pelo casal na constância do casamento);</p><p>-patrimônio próprio (adquiridos a qualquer título por cada cônjuge na constância do casamento).</p><p>a) Necessidade de pacto antenupcial, onde poderá ser convencionada a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.(ler arts. 1675 a 1678 como exemplos).</p><p>b) Na constância do casamento cada cônjuge tem livre administração sob os bens particulares e os próprios.</p><p>c) Para a alienação de bem imóvel, não importa em nome de quem esteja o mesmo, é necessária a autorização do outro cônjuge, salvo se outra regra constar no pacto antenupcial. (1681 e 1656)</p><p>OBS.: As dívidas relativas aos bens próprios não se comunicam.</p><p>Quando da separação caberá a cada cônjuge:</p><p>1- a totalidade de seus bens particulares adquiridos antes do casamento;</p><p>2-a metade dos bens comuns adquiridos em condomínio durante o casamento;</p><p>3-os bens próprios adquiridos durante o enlace;</p><p>4-metade da diferença do valor dos bens que o outro adquiriu no próprio nome, na constância do vínculo conjugal, que deverá ser paga em pecúnia após balanço contábil e financeiro (há compensação e não divisão).</p><p>OBS.: Caso um cônjuge tenha doado bens sem a autorização do outro, o prejudicado poderá reivindicar o bem;</p><p>5.4. Separação de bens convencional (arts. 1687 e 1688)</p><p>Conceito: Na separação convencional os cônjuges estipulam voluntariamente que cada um deles terá patrimônio próprio, podendo livremente alienar ou gravar os seus bens(1647).</p><p>A súmula 377 do STF não se aplica a este regime</p><p>Regras:</p><p>a) incomunicabilidade total dos bens.</p><p>b) necessidade de pacto antenupcial onde os nubentes podem avençar a comunicação de certos bens.</p><p>c) Haverá 02 massas na constância e após o</p><p>fim de matrimônio</p><p>d) Não será necessária a participação do outro cônjuge nas ações imobiliárias.</p><p>OBS.: O regime de bens nada tem a ver com a mútua assistência, assim, a adoção deste regime não exonera os cônjuges do pagamento de pensão alimentícia.</p><p>OBS.Existe um paradoxo trazido pelo inciso I, do art. 1829 do CCB: O regime de separação convencional de bens (que pressupõe independência patrimonial dá ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrer com os descendentes do falecido na herança. É como se houvesse uma separação durante a vida e uma união após a morte.</p><p>4.5. Separação Obrigatória de bens (art. 1641)</p><p>- Obrigatório nas seguintes situações:</p><p>a) Na vigência de causa suspensiva;</p><p>b) Maiores de 70 anos (presunção absoluta de senilidade) – essa restrição não existe na união estável;</p><p>c) Daqueles que dependerem de suprimento judicial do consentimento para casar.</p><p>Segundo o art. 1523, a apenação pode ser excluída em todos os casos, a não ser em relação ao casamento do idoso.</p><p>súmula 377 que ao estabeler que “No regime de separação de bens comunicam-se os adquiridos na constância do casamento” admite a comunicabilidade dos bens adquiridos na constância do casamento</p><p>image6.png</p><p>image7.PNG</p><p>image8.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p><p>image4.png</p><p>image5.png</p>

Mais conteúdos dessa disciplina