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MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE 
PROJETOS SOCIAIS 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
O PROJETO .............................................................................................................. 3 
POLÍTICAS PÚBLICAS, PROJETOS E ATORES SOCIAIS ........................... 5 
FASES DE UM PROJETO .............................................................................. 9 
EFEITOS E IMPACTOS DE UM PROJETO SOCIAL .................................... 12 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ..................................................................... 13 
AVALIAÇÃO DE PROJETOS E PROGRAMAS SOCIAIS ............................. 17 
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS SOCIAIS ....................... 23 
TIPOS DE AVALIAÇÃO ................................................................................. 25 
CONDIÇÕES PARA O SUCESSO DE UM PROJETO SOCIAL .................... 30 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
 A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e 
PósGraduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
 A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
O PROJETO 
 
 
Conceito de Projeto 
Inicialmente, o conceito de projeto pode ser considerado algo amplo, aplicável 
a qualquer tipo de planejamento, no entanto, quando comparados a planos e 
programas, os projetos normalmente caracterizam-se por serem mais limitados no 
tempo, no espaço e nos recursos. 
 Além disso, os projetos tratam um tema específico, de forma mais direcionada 
e, portanto, com menos amplitude que o planejamento. Deste modo, o projeto de uma 
forma geral significa o trabalho de equacionar um problema apontado pelo 
planejamento, tomando decisões relacionadas à implementação de soluções e 
avaliação dos resultados obtidos. 
 Um projeto social é “uma ação social planejada, estruturada em objetivos, 
resultados e atividades baseados em uma quantidade limitada de recursos (humanos, 
materiais e financeiros) e de tempo” (Armani, 2000), isto é, um projeto social tem início 
com uma ideia de se construir ou modificar algo no futuro para suprir necessidades 
ou aproveitar oportunidades. 
 
 
4 
 
 
Significa um conjunto de ações estruturadas, planejadas e delimitadas no 
tempo e espaço e em função dos recursos existentes, com objetivos e atividades 
definidos, porém em constante redirecionamento em função de adaptações às 
mudanças ocorridas no espaço, no tempo e em outras variáveis que podem afetar o 
seu desempenho. 
Pode-se dizer que um projeto social é uma das formas com que as pessoas 
enfrentam os problemas sociais de forma organizada, ágil e prática. 
 Ele não significa apenas o documento formal, mas, sim, representa um 
instrumento metodológico para fazer da ação social uma intervenção organizada e 
com melhores possibilidades de atingir seus objetivos. 
Assim, pode-se dizer que os projetos compreendem um instrumento útil e 
necessário para qualificar a ação social organizada no sentido de elevar a qualidade 
de vida, fortalecer a cidadania, enfim, de forma a delinear ações que levem ao alcance 
do desenvolvimento sustentável. 
Os processos democráticos que têm avançado no País não têm sido 
acompanhados por uma distribuição de renda mais justa, muito pelo contrário, de uma 
forma geral, o processo de exclusão social se acentua de forma alarmante, levando 
as organizações a criarem políticas de desenvolvimento que se traduzem na 
elaboração e implementação de projetos sociais. 
 Assim, o que se vê é que os projetos sociais normalmente têm origem em 
percepções ou pressões de necessidade de mudanças, surgidas de diversos órgãos, 
instituições públicos ou privadas, ou até mesmo de pessoas individualmente, no 
sentido de se atingir uma situação diferente da atual. 
 No entanto, os projetos que se originam de sugestões das pessoas 
diretamente envolvidas, isto é, gestores, beneficiários, etc., têm demostrado maior 
capacidade de sucesso, pois traduzem de modo mais próximo da realidade as 
necessidades dos envolvidos, bem como permitem que se alcance um melhor nível 
de aproveitamento da criatividade e conhecimento de cada ator envolvido. 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS, PROJETOS E ATORES SOCIAIS 
 
Os projetos sociais fazem parte de um sistema complexo de relações que 
envolvem diversas variáveis. 
 Entre essas variáveis, estão os atores sociais e as políticas públicas que, em 
última análise, fazem com que surjam projetos de ação social originados de diversos 
órgãos e entidades, mas principalmente dos órgãos governamentais, que constituem 
no principal encarregado de zelar pela evolução social da comunidade. 
 Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, “as 
políticas sociais desempenham um papel fundamental na construção de alternativas 
de desenvolvimento para o campo” (CONTAG, 1999). 
 Estas políticas públicas, pensadas para a agricultura nas últimas décadas, 
foram voltadas para o produtivismo, ou seja, a prioridade das ações planejadas estava 
centrada principalmente no aumento da produção como condição a ser alcançada. 
 Contudo, as políticas públicas devem conter também a dimensão social, de 
resgate da cidadania e participação da comunidade, além de ter preocupação com as 
questões ambientais, econômicas, culturais e sociais. 
 Em países como o Brasil, marcados por desigualdades e exclusão social, as 
políticas públicas desempenham um importante papel, principalmente para as 
populações menos favorecidas, no sentido de se planejarem e desenvolverem ações 
de promoção da inclusão sociais implementadas através dos projetos, conforme será 
descrito adiante. 
 
 
6 
 
 
Assim, para melhor compreender o tema, se faz necessário situar os projetos 
sociais no contexto das políticas públicas, bem como identificar os diversos atores 
sociais que, de uma forma geral, estão envolvidos no projeto. 
 
Conforme descrito no dicionário de sociologia elaborado por Alhan G. Johnson 
(1997): 
 “política é o processo pelo qual o poder coletivo é gerado, 
organizado, distribuído e usado nos sistemas sociais. Na maioria das 
sociedades, é organizada, sobretudo em torno da instituição do 
Estado, (...) no entanto, pode ser aplicado virtualmente a todos os 
sistemas sociais nos quais o poder representa papel importante”. 
(Johnson, 1997). 
 
Assim as políticas públicas podem ser consideradas como a geração e 
organização do poder coletivo da sociedade através dos poderes públicos, no sentido 
de se alterar uma situação. 
 Normalmente, na esfera governamental, as políticas públicas, que são o meio 
pelo qual a ação pública começa a ser construída, têm basicamente três linhas de 
planejamento, podendo estar presentes em qualqueresfera de poder, federal, 
estadual ou municipal, são elas: 
O plano, o programa e o projeto. 
O plano é onde se têm os objetivos mais amplos e os maiores eixos 
estratégicos para a ação social. Para cada setor da sociedade, existem vários planos 
e, dentro de cada um desses planos, encontramos diversos programas. 
 Os programas traduzem os planos de governo, isto é, dentro de cada plano 
existem vários programas para cada setor da sociedade, no entanto, nos programas, 
os objetivos e as linhas de ação não possuem a mesma amplitude dos planos de 
 
 
7 
 
 
governo. Dentro de cada programa de governo, encontramos inúmeros projetos, que 
se traduzem na ação social concreta com a população. 
 Os projetos possuem limites definidos, como de tempo e recursos e, além 
disso, apresentam objetivos específicos. A figura abaixo nos traz uma visão melhor 
da localização dos projetos dentro dos planos de governo, evidenciando a estreita 
relação existente entre cada etapa do planejamento. 
 
 
 
 
 
FIGURA 1 - Fluxo das linhas de planejamento da ação pública 
 
 
No entanto, a ação social do Estado, ou de qualquer outra organização, 
desempenhada através de projetos, tem contando com diversos atores que estão 
direta ou indiretamente envolvidos com o projeto, desde sua elaboração até a 
avaliação final. 
 
 
8 
 
 
Segundo Armani, os atores envolvidos “são todos os indivíduos, grupos ou 
instituições sociais que tem algum interesse em jogo em relação a um projeto 
determinado” (Armani, 2000). 
Assim, pode-se dizer que estes atores sociais podem ser constituídos desde 
cidadãos individualmente, até entidades, como, por exemplo, órgãos de 
representação de grupo, conselhos, lideranças de agricultores, população 
beneficiada, financiadores dos projetos, órgãos do governo, grupos de pessoas, 
organização promotora do projeto, parceiros, e até mesmo aqueles que poderão ser 
afetados negativamente pelo projeto. 
 Na maioria das vezes, a ação destes atores sociais é feita através das 
instituições. Estas mostram diferentes umas das outras em função de tratarem de 
funções sociais diferentes, mas de uma forma geral “as instituições políticas 
destinam-se a gerar, organizar, e aplicar o poder coletivo, com vistas a atingir metas, 
proteger grupos, aplicar leis, etc.” (Johnson, 1997). 
Deste modo percebe-se que as instituições consistem na forma como as 
pessoas se agrupam, respeitando determinadas normas e regras, com o intuito de 
atingir um determinado ponto, isto é, “uma instituição é o conjunto duradouro de 
ideias sobre como atingir metas reconhecidamente importantes na sociedade” 
(Johnson, 1997), ou seja, é um complexo integrado de ideias, padrões de 
comportamento, relações inter-humanas, organizados em torno de um interesse 
social reconhecido. 
Portanto, fica claro que as instituições desempenham importante papel na 
sociedade, uma vez que, através delas, os indivíduos agem no sentido de conquistar 
seus objetivos, tornando-se parte importante no desenvolvimento de um projeto 
social, ou seja, através das instituições os agricultores adquirem mais espaço nas 
discussões sociais e, portanto, acabam adquirindo maior influência junto aos poderes 
governamentais na elaboração e desenvolvimento de projetos sociais. 
Assim, pode-se dizer que as instituições acabam fortalecendo as decisões dos 
atores que a compõem e permitem uma relação mais forte entre o Estado e a 
sociedade. 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
FASES DE UM PROJETO 
 
 
 
Tem início, meio e fim, desenvolve-se em um determinado espaço e deve 
respeitar os limites de recursos que lhe são propostos, sejam eles financeiros, 
técnicos, ambientais, etc. 
Assim, a maioria dos projetos deve passar por determinadas fases para que 
não se ponha em risco o seu sucesso. 
Apesar de não serem rígidas, pois não existe um consenso, isto é, uma ideia 
única referente ao desenvolvimento de um projeto social, de uma forma geral, 
podemse destacar 6 (seis) diferentes fases interligadas e que devem ser comuns para 
maioria dos projetos sociais. 
 
 
10 
 
 
 A primeira fase de um projeto pode ser chamada de fase de identificação. 
Nela, temos inicialmente a identificação da oportunidade ou necessidade de 
intervenção, identificando o objeto de ação, o espaço e as possíveis limitações 
institucionais, ou seja, a partir da verificação de um problema, inicia-se a busca pela 
sua solução, promovendo a sensibilização dos atores sociais e a mobilização dos 
órgãos parceiros. 
 Na fase da identificação, ocorre também o exame preliminar da viabilidade da 
ideia, que servirá como um indicador para a continuidade ou não do projeto. 
 A viabilidade deverá ser analisada de acordo com todas as óticas possíveis, 
isto é, política, em termos de apoio político suficiente, financeira, em termos de 
recursos suficientes, ambiental, em termos de evitar a degradação do meio ambiente, 
técnica, em termos de capacidade disponível, etc. 
Além disso, são necessários que considerem as relações existentes no sistema 
como um todo, buscando contemplar as influências existentes entre as diversas 
partes que o integram. 
Esta mesma fase possui ainda o diagnóstico da situação, que poderá ser 
desenvolvido através de reuniões de grupos, pesquisa documental, entrevista local, 
etc.; contudo, o ideal é que o diagnóstico agregue um conjunto de atividades 
suficientes para que o levantamento das informações seja o mais claro e preciso 
possível. 
O diagnóstico irá delinear a formulação das ações, atores envolvidos, 
objetivos, resultados e atividades do projeto. Ele deverá identificar e avaliar as ações 
similares que possam já ter sido desenvolvidas e também identificar a posição da 
comunidade local a respeito da problemática. 
 Assim, fica evidente a grande importância do diagnóstico para o 
desenvolvimento de um projeto social, pois é nesse momento que é feito o 
reconhecimento da situação inicial do espaço a ser alterado, ou seja, é realizado o 
levantamento detalhado das informações que caracterizam os beneficiários e a 
situação-problema, e que servirão de base para as demais fases do projeto. 
 
 
11 
 
 
A outra fase de um projeto consiste na fase de elaboração, quando são 
definidos com mais clareza pontos como os objetivos do projeto, tanto geral quanto 
específicos, resultados imediatos, atividades, são estudados as alternativas para o 
projeto, as ações necessárias para atingir os objetivos, etc. 
O objetivo geral normalmente faz parte de um programa setorial mais amplo, 
expressando o impacto mais geral; portanto, vai além dos efeitos diretos para os 
beneficiários do projeto. 
 O objetivo do projeto consiste na sua contribuição para que se alcance o 
objetivo geral. O objetivo específico está ligado aos efeitos do projeto com os 
beneficiários diretos e é referência central para dimensionar seu sucesso ou fracasso. 
Além disso, na elaboração, devem ser analisados os fatores que poderão 
colocar em risco o sucesso do projeto, e também a forma ou a sistemática com que 
será feito o monitoramento e avaliação, inclusive definindo indicadores a serem 
usados neste processo e também seu sistema de coleta e registro. 
Ainda na fase de elaboração deverá ser feita a montagem do plano 
operacional, que consiste em definir especificamente as ações, os responsáveis, os 
prazos, os resultados e os recursos necessários; além disso, devem-se determinar os 
custos do projeto segundo o cronograma de atividades definidos no plano operacional 
e, por fim, nesta fase, faz-se a redação formal do projeto. 
A terceira fase de um projeto é a da aprovação, isto é, tendo em mãos o 
documento formal com todas as informações apontadas nas fases anteriores, partese 
para a busca da aprovação do projeto junto aos órgãos ou instituições competentes. 
Depois de aprovado o projeto, passa-separa a fase de implementação do 
mesmo, quando ocorre a prática das ações e atividades estipuladas anteriormente, 
na busca de atingir os objetivos e resultados traçados para o projeto, ou seja, partese 
para a ação concreta junto ao público beneficiário. 
 
 
12 
 
 
 A próxima fase pela qual passa um projeto social é a fase de avaliação. 
Esta fase ocorre normalmente no encerramento do projeto, mas também pode ocorrer 
quando este muda de natureza ou em determinados períodos de tempo. 
Este período de tempo varia segundo a natureza e complexidade de cada 
projeto. De acordo com o resultado da fase de avaliação, se parte para a última fase 
que compõe o ciclo de um projeto, a de replanejamento. 
 Nesta fase, são revistos pontos do projeto que deverão sofrer algum tipo de 
mudança para adequação a alterações ocorridas em uma ou mais variáveis, ou para 
corrigir erros identificados, como, por exemplo, os objetivos e as ações do projeto. 
 Contudo, o que pode ser facilmente percebido na análise das fases que 
compõem o desenvolvimento de um projeto é que elas são recorrentes, isto é, uma 
fase lança mão de informações identificadas nas anteriores para que possa ser dada 
continuidade ao desenvolvimento do projeto. 
 
EFEITOS E IMPACTOS DE UM PROJETO SOCIAL 
 
Muitas vezes os efeitos e impactos de um projeto são abordados como se 
estivessem tratando da mesma coisa, no entanto trata-se de conceitos diferentes. 
Desta forma, cabe salientar o que é impacto de um projeto e o que é efeito de 
um projeto, ressaltando algumas diferenças que colaboram no esclarecimento da 
distinção entre estes dois conceitos. 
 As diferenças mais marcantes entre os impactos e os efeitos de um projeto 
social situam-se basicamente no tempo e no grau de abrangência. 
Com relação ao tempo, o que diferencia um efeito de um impacto é o fato de 
que os efeitos de um projeto aparecem em um curto espaço de tempo, enquanto os 
seus impactos normalmente começam a aparecer depois de transcorrido um 
 
 
13 
 
 
determinado período de andamento do projeto, ou seja, para que sejam percebidos 
os impactos do projeto social, é necessário um espaço de tempo maior que o tempo 
necessário para a percepção dos seus efeitos. 
 No sentido do grau de abrangência, os efeitos estão mais relacionados com 
os beneficiários diretos e com pontos específicos, enquanto os impactos consideram 
os beneficiários diretos e indiretos e atingem a comunidade em geral, portanto, os 
impactos de um projeto social possuem uma abrangência mais ampla que os seus 
efeitos. 
 
 Assim podem-se relacionar impactos a mudanças de longo prazo, que não 
podem ser medidas isoladamente, enquanto os efeitos podem ser medidos mais 
objetivamente, isto é, os impactos de um projeto são mais profundos. Podem ser 
entendidos como os resultados dos seus efeitos. 
 
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O Terceiro Setor no Brasil 
 As enormes, rápidas e profundas modificações observadas no cenário mundial 
estão a exigir da sociedade novas formas de articulação dos grupos sociais, visando 
dar respostas mais efetivas às complexas demandas sociais decorrentes desses 
movimentos. 
 
 
14 
 
 
Neste contexto, surge um tipo de organização singular, caracterizada nem pela 
ligação com o Estado nem objetivada ao lucro, como se espera das empresas, e sim 
pelo atendimento às demandas sociais, recebendo seu conjunto a denominação de 
Terceiro Setor. 
 Dentro deste contexto, o chamado Terceiro Setor pode ser definido como “o 
espaço composto por organizações privadas, sem fins lucrativos, cuja atuação 
é dirigida a finalidades coletivas ou públicas” (Fischer, 2002:45). 
Trata-se de um campo de estudos recente, ainda marcado pela grande 
heterogeneidade de abordagens, classificações e conceitos, que refletem tanto a 
diversidade de organizações que compõem o setor, quanto o olhar que se coloca 
sobre o fenômeno em estudo, conduzindo a diversas indagações e questionamentos 
acerca de sua caracterização e gestão, pois além de congregar representativas 
parcelas da sociedade civil organizada, apresenta números significativos enquanto 
recursos envolvidos e usuários atendidos. 
 Este complexo universo de organizações se constitui em terreno fértil para a 
Administração, por intermédio da investigação dos fenômenos concernentes ao seu 
desenvolvimento e gestão. 
 A multiplicidade de organizações pode ser observada mediante a análise 
empreendida por Falconer (1993: 94), a qual classifica o Terceiro Setor brasileiro em 
: 
(1) o setor formado por instituições religiosas (...), 
(2) as organizações não-governamentais e novos movimentos sociais, 
(3) os empreendimentos ‘sem fins lucrativos no setor de serviços’, 
(4) o setor para-estatal e nascido sob a tutela do Estado e 
(5) o setor das fundações e entidades empresariais. 
 
 
15 
 
 
 Apesar da ampliação e o fortalecimento da atuação destas organizações, isto 
não tem resultado em uma identidade própria para o setor. 
Conforme assevera Falconer (1999: 91), as organizações que formam o 
terceiro setor brasileiro estão divididas em linhas que refletem suas origens em grupos 
sociais diversos, que espelham este abismo social encontrado na sociedade bem 
como a diversidade de interesses existentes. 
“No contexto em que surgem há poucos elementos e incentivos para a 
criação ‘espontânea’ de uma identidade de setor” que se caracterizam por um 
grande número de organizações com características, origens, finalidades, portes e 
recursos os mais diversos. 
 A diversidade de organizações do Terceiro Setor existentes no Brasil dificulta 
a formação de um perfil claramente delineado em relação a aspectos comuns entre 
si, como seu propósito, fontes de financiamento, origem, etc. 
As diferentes tipologias disponíveis na literatura não conseguem nem a 
unanimidade dos estudiosos, nem tampouco a sinalização na direção de um caminho 
mais fluido e instrumental. 
 A classificação internacional proposta por Salamon & Anheier (apud Hudson, 
1999: 236) prevê a divisão das organizações em doze grupos: 
 Cultura e recreação; 
 Educação e pesquisa; 
 Saúde; serviços sociais; 
 Meio ambiente; desenvolvimento e habitação; 
 Direito, advocacy e política; 
 Intermediários filantrópicos e promoção do voluntariado; 
 Atividades internacionais; 
 Religião; 
 Associações profissionais e sindicatos;  Não classificados em outros 
grupos. 
 
 
16 
 
 
 No entanto, como a utilização deste sistema não é unânime entre 
pesquisadores da área e para uma melhor contextualização da organização 
pesquisada neste estudo, adotamos outras tipologias propostas por autores que 
abordam, embora com diferenças, o universo constituído pelas entidades filantrópicas 
e religiosas, como Mendes (1999:11) que propõe a seguinte classificação: 
“organizações sem fins lucrativos; associações; entidades filantrópicas, beneficentes 
ou de caridade; fundações; e organizações não governamentais”. 
Outra possibilidade é a tipologia proposta por Fischer (2002:47), que enfatiza 
as origens e o desenvolvimento histórico do terceiro setor no Brasil, classificando as 
organizações que compõem o terceiro setor em “entidades tradicionais, laicas e 
religiosas; organizações não-governamentais, entidades paraestatais; entidades 
associativas; e entidades de iniciativa empresarial”. 
 Segundo a autora, as associações laicas e religiosas remontam o próprio 
surgimento do terceiro setor no Brasil, cuja presença data do período colonial 
brasileiro. 
O papel inicialmente desempenhado pela Igreja Católica na criação e no apoio 
a entidades associativas diversas, posteriormente passou a ser assumido por outras 
instituições religiosas, principalmente nas áreas de educação e assistência social. 
Já as associações voluntárias laicas assumem destaque apenas a partir do 
finaldo século XIX. 
Desta forma, no Brasil, como no mundo, a assistência social historicamente 
possui, em suas raízes, uma forte associação com doutrinas religiosas, cujo principal 
componente é o caráter assistencialista das ações empreendidas. 
 
 
 
 
17 
 
 
 
AVALIAÇÃO DE PROJETOS E PROGRAMAS SOCIAIS 
 
Delimitação do Marco Conceitual 
 Os recentes movimentos de ocupação dos espaços “públicos não estatais”, 
no que se refere a ações sociais no Brasil, vêm demonstrando a crescente 
importância do papel das organizações da sociedade civil sem fins lucrativos. 
Dentro desse processo de consolidação de papéis, tem-se criado pressões 
junto aos setores públicas e privado no sentido de garantir transparência no uso de 
recursos e efetividade das políticas públicas e programas sociais exercidos neste 
contexto. 
Desse modo, a avaliação de programas e projetos sociais tem assumido papel 
fundamental, sendo objeto de um contínuo aperfeiçoamento em seu entendimento e 
em sua aplicação. 
Assim, a seguinte definição de avaliação, conforme mencionada em: 
 
 
 
18 
 
 
Chianca (2001:16), como ponto de partida para reflexão do 
escopo envolvido: “A coleta sistemática de informações sobre as 
ações, as características e os resultados de um programa, e a 
identificação, esclarecimento e aplicação de critérios, passíveis de 
serem defendidos publicamente, para determinar o valor (mérito e 
relevância), a qualidade, utilidade, efetividade ou importância do 
programa sendo avaliado em relação aos critérios estabelecidos, 
gerando recomendações para melhorar o programa e a informação 
para prestar contas aos públicos interna e externo ao programa do 
trabalho desenvolvido”. 
 
Complementando esta definição, torna-se relevante destacar o caráter de 
aprendizagem contido no entendimento de um processo avaliativo. 
 Segundo Silva e Brandão (2003), pode-se entender avaliação como a 
elaboração, negociação e aplicação de critérios explícitos de análise, em um exercício 
metodológico cuidadoso e preciso, com vistas a conhecer, medir, determinar ou julgar 
o contexto, mérito, valor ou estado de um determinado objeto, a fim de estimular e 
facilitar processos de aprendizagem e de desenvolvimento de pessoas e 
organizações. 
A ideia central é que os processos avaliativos ajudem os envolvidos a encontrar 
seus próprios caminhos de aprendizagem e desenvolvimento, e que ampliem o nível 
de consciência dos empreendedores sociais. 
 Para cumprir estes objetivos, o papel da avaliação precisa transcender a 
fiscalização ou controle, abrangendo uma intensa reflexão que deve ser feita com 
todos os envolvidos no processo. 
 Como apontam Chianca, Marino e Schiesari (2001): “A 
aprendizagem do adulto no contexto organizacional ou em outros 
sistemas sociais só é possível através de um processo contínuo de 
ação e reflexão. A reflexão ocupa um papel fundamental: provocar 
mudanças nas ações dos indivíduos. Este é especificamente o papel 
da avaliação: construir momentos reflexivos que permitam aos 
 
 
19 
 
 
indivíduos a análise da realidade e dos fatos para daí direcionarem 
suas ações, aprendendo pela experiência”. 
 
A definição de avaliação proposta por Chianca (2001:16) menciona 
explicitamente a avaliação de um programa. 
 Podem encontrar, também, a avaliação de um projeto. Segundo Armani 
(2001:18) “podem-se identificar três níveis de formulação da ação social: 
a) o nível dos grandes objetivos e eixos estratégicos de ação (a política); 
b) um nível intermediário em que as políticas são traduzidas em linhas 
mestras 
de ações temáticas e/ou setoriais (programas); 
c) “o nível das ações concretas, delimitadas no tempo, no espaço e pelos 
recursos existentes, que possam realizar os programas e as políticas, ou seja, os 
projetos”. 
 No contexto de programa, entendemos atividades que são oferecidas em 
bases contínuas. Já no contexto de projeto, entendemos atividades que são 
oferecidas por um período determinado de tempo. 
Neste contexto, a avaliação concebida e analisada se presta a avaliação de 
um projeto social específico de assistência a gestantes carentes dentro de uma 
organização não lucrativa denominada “Casa Transitória Fabiano de Cristo”. 
A avaliação global de projetos e programas sociais pode ser subdividida nas 
seguintes avaliações: 
 avaliação do marco zero, 
 avaliação de processo ou formativa,  
avaliação somativa (Chianca, 2001). 
 
 
20 
 
 
Segundo Chianca (2001:18) “a avaliação do marco zero ocorre antes da 
instalação de um determinado programa ou projeto e serve para orientar a equipe 
responsável por ele no planejamento das ações, garantindo o máximo de proximidade 
às reais necessidades e expectativas dos futuros usuários”. 
Ainda segundo Chianca (2001:17), a avaliação de processo ou formativa “tem 
como objetivo prover informações essenciais sobre um determinado programa para 
que os gestores possam introduzir mudanças a fim de melhorá-lo ainda durante seu 
processo de implementação”. 
Já a avaliação de produto ou somativa é conduzida após o término de um 
programa ou projeto, servindo basicamente para julgar o mérito e a relevância de um 
programa ou projeto em relação a determinados critérios (Chianca, 2001:18). 
Marino (1998 :23) acrescenta a chamada avaliação de impacto 
afirmando que “o efeito final ou impacto de um projeto deve ser 
examinado após o período de implementação das 
ações”(Marino,1998:23). 
 
 Os indicadores de resultados devem ser comparados àqueles iniciais, 
observados no Marco Zero. Para que seja possível a avaliação de um projeto ou 
programa social, deve-se fazer um esforço, desde o planejamento inicial das 
atividades, para identificar e desenvolver indicadores de resultados do projeto. 
 Segundo Valarelli (1999), “em projetos sociais, indicadores são parâmetros 
qualificados e/ou quantificados que servem para detalhar em que medida os objetivos 
de um projeto foram alcançados, dentro de um prazo delimitado de tempo e numa 
localidade específica”. 
 
 
 
21 
 
 
 
 Ainda segundo o autor é uma espécie de marca ou sinalizador, que busca 
expressar e demonstrar a realidade sob uma forma que possamos observar e obter 
dados mais concretos para melhor avaliação. 
Os indicadores indicam, mas não é a própria realidade. “Baseiam-se na 
identificação de uma variável, ou seja, algum aspecto que varia de estado ou situação, 
variação esta que consideramos capaz de expressar um fenômeno que nos interessa” 
(Valarelli, 1999). 
 Marino (1998) considera, ainda sobre a questão dos indicadores de resultados, 
que os objetivos do projeto ou programa e as perguntas formuladas para orientar a 
avaliação são importantes fontes para se definir os indicadores de resultados parciais 
ou finais. 
Ao pensar em indicadores para projetos e programas sociais, deparam se com 
dificuldades adicionais para defini-los e interpretá-los adequadamente. 
Segundo artigo da Profa. Rebecca Raposo (in Ávila, 2001:98), “a diversidade 
de ações sociais, bem como os diferentes cenários e conjunturas onde ocorrem, torna 
inconveniente, quando não injusta para com as diferenças sociais, a definição de um 
conjunto de indicadores-padrão”. 
 
 
22 
 
 
 A autora propõe uma melhor compreensão dos possíveis impactos dos 
projetos e programas, ao visualizar, primeiramente, as ações inseridas num foco 
localizado e pontual. 
 Depois, ao considerar uma série de variáveis, verificar o impacto de uma forma 
ampliada, podendo atingir, em alguns casos, o chamado plano das políticas públicas. 
 Ao mesmo tempo, propõe o impacto tangível, mais facilmente mensurável, e 
o impacto intangível, que pode ser mensurado pela observação e mais facilmente 
contaminável pelas variáveis subjetivas (Ávila, 2001:99). 
 Uma pergunta que se coloca neste momento, diz respeito a qualseria a 
combinação mais adequada de indicadores quantitativos e qualitativos e quantos 
seriam necessários para fornecer uma base confiável de informação para o 
monitoramento e a avaliação. 
 Segundo Armani (2001), um bom sistema de indicadores deve: ter mais 
indicadores nos níveis de atividades e resultados e menos no nível de objetivo geral; 
conter um número de indicadores adequado para o projeto, trazendo informações 
importantes. 
 Porém, não em excesso, de modo a facilitar a operacionalização da avaliação; 
fazer com que o processo de definição de indicadores seja o mais participativo 
possível, envolvendo todos os principais atores do projeto; promover reflexões 
periódicas com os atores ao longo de todo o projeto; explicitar os meios de verificação 
e coleta de dados, bem como seus responsáveis; e buscar fazer uso de informações 
já existentes ou de simples produção, com o objetivo de otimizar o uso de recursos. 
 
 
 
23 
 
 
PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DE PROGRAMAS SOCIAIS 
 
 
Chianca (2001) propõe um modelo de etapas de planejamento, execução e 
análise/divulgação dos resultados da avaliação. Os principais itens identificados pelo 
autor são: 
a) PLANEJAMENTO: - Estudo da viabilidade: determinação dos 
interessados, quem deve conduzir como selecionar os avaliadores, e o porquê e 
quando avaliar; - Esclarecimento de objetivos da avaliação e análise do contexto: 
determinação do que avaliar e mapeamento do contexto político envolvido (relações 
de poder, interesses); - Identificação e seleção de perguntas avaliativas; - 
Identificação de indicadores: índices relacionados às perguntas avaliativas; - Seleção 
de fontes e métodos de informação: determinação de amostras, métodos de análises 
de dados e determinação de forma de comunicação dos resultados obtidos na 
avaliação. 
b) EXECUÇÃO DA AVALIAÇÃO - Atentar para aspectos políticos e éticos 
durante a avaliação: não se deve permitir que valores individuais e interesses 
influenciem a avaliação; - Coleta de dados: sempre testar os instrumentos de coleta, 
 
 
24 
 
 
capacitar profissionais que coletam os dados, fazer cópia dos dados coletados, 
checar dados anotados. 
 Focar a simplicidade, buscar sempre incluir mais de uma fonte de informação 
e método de coleta de dados no estudo, procurar combinar métodos qualitativos e 
quantitativos. Quanto aos métodos, procurar combinar os seguintes métodos: análise 
de documentos; 
• observação, questionários; 
• entrevistas individuais; 
• entrevistas por telefone; 
• entrevistas em grupo – foco. 
c) ANÁLISE DE RESULTADOS - A fase de análise envolve o manuseio e 
interpretação de dados quantitativos (frequências, médias, desvios-padrão, 
quantidades), dados qualitativos (agrupamento de respostas em categorias, análises 
de campo) 
d) DIVULGAÇÃO E UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS - Elaboração de 
relatórios para cada público de interesse envolvido no processo; - Os constituintes 
principais dos relatórios de avaliação são: resumo executivo; introdução; descrição do 
foco de avaliação; metodologia; resultados; conclusões e recomendações; anexos. - 
Avaliação da avaliação: análise crítica do processo de avaliação, analisando pontos 
fortes, dificuldades e pontos a melhorar no processo como um todo. 
De maneira geral, os processos avaliativos, a nosso ver, devem apresentar 
uma abordagem pluralista, que envolva aspectos qualitativos e quantitativos, e 
centrados nas relações entre o sistema de ação e a lógica dos atores. 
Os processos são enriquecidos quando há o envolvimento de diferentes atores 
e a preocupação em se criar um sistema diversificado de indicadores, combinando 
conceitos, meios de coleta e diferentes responsáveis. 
 
 
 
25 
 
 
 
 
TIPOS DE AVALIAÇÃO 
 
 
Existem diversas variáveis que permitem que a avaliação possa ser 
classificada de acordo com vários tipos. Entre elas pode-se destacar o tempo de 
realização, o objetivo da avaliação, quem realiza e para quem se realiza a avaliação. 
Assim, inicialmente dividir os diferentes tipos de avaliação em avaliação exante 
e avaliação ex-post. A avaliação ex-ante é realizada ao se iniciar o projeto, com a 
finalidade de trazer dados racionais para a decisão de implementar ou não o projeto. 
 Além disso, a avaliação ex-ante permite que, diante de dois ou mais projetos, com a 
necessidade de optar por apenas um deles, tenhamos condições de decidir qual deles 
apresenta maior possibilidade de alcançar os objetivos. 
A avaliação ex-post, realizada em projetos em andamento e/ou concluídos, 
pode definir a continuidade no desenvolvimento de um projeto assim 
 
 
26 
 
 
como a mudança no seu direcionamento. 
 Muitas pessoas consideram a avaliação feita 
após a conclusão do projeto desnecessária e um custo 
evitável; afinal, o projeto já foi realizado e qualquer 
avaliação a posteriori não teria importância alguma. 
 Contudo, é possível aprender com os erros e 
acertos do passado, e a análise posterior do projeto 
pode revelar onde estão os seus pontos fracos e 
fortes, isto é, no caso de projetos concluídos a avaliação poderá colaborar para que 
a experiência do projeto concluído e que está sendo avaliado contribua para projetos 
futuros. 
Assim, a avaliação ex-post pode ser dividida em avaliação de processos e de 
impactos. 
Conforme descrito por Cohen (1994) 
“a avaliação de processos determina a medida em que os 
componentes de um projeto contribuem ou são incompatíveis com os 
fins perseguidos. É realizada durante a implementação e, portanto, 
afeta a organização e as operações. Procura detectar as dificuldades 
que ocorrem na programação, administração, controle, etc., para 
serem corrigidas oportunamente, diminuindo os custos derivados da 
ineficiência. Não é um balanço final, e sim uma avaliação periódica. 
Diferencia-se da retroalimentação que é uma atividade permanente de 
revisão, realizada por aqueles que estão implementando o projeto. 
Sua função central é medir a eficiência de operação do projeto”. 
(Cohen, 1994). 
 
Portanto, a avaliação de processos procura analisar se os métodos utilizados 
no projeto para desenvolver as ações e atividades são compatíveis com os objetivos 
propostos, buscando identificar os seus pontos de estrangulamento do 
desenvolvimento para que se façam as devidas correções. 
 
 
27 
 
 
A avaliação de impacto é realizada em 
projetos concluídos. Ela tem como objetivo 
identificar até que ponto o projeto alcançou 
seus objetivos e determinar quais são seus 
efeitos secundários ( previstos ou não). 
 Os dois os tipos de avaliação 
diferenciam-se, portanto, pelo momento em 
que são realizadas e em função dos seus 
objetivos, bem como pelas decisões que 
devem ser tomadas de acordo com o 
resultado obtido. 
Com relação a quem realiza a avaliação, podem-se distinguir quatro tipos de 
avaliação de projetos: 
A avaliação externa: este tipo de avaliação ocorre quando o avaliador não 
participa da execução do projeto. A ideia que se tem é de que o avaliador externo é 
experiente nesta função e por isso poderia fazer comparações dos resultados obtidos 
de avaliações anteriores de outros projetos similares com os resultados obtidos. 
Ela permite a obtenção de um ponto de vista de quem está analisando a 
situação de fora, sem participar diretamente do projeto. 
 Contudo, o ponto fraco que é identificado neste tipo de avaliação é que o 
avaliador externo possui pouco conhecimento na área substantiva e das 
especificidades do projeto que está sendo avaliado; assim, neste caso, poderia se 
estar dando maior importância ao método de avaliação do que às características do 
projeto. 
 A avaliação interna: a avaliação interna é realizada dentro da organização. 
Seu ponto forte em relação à avaliação externa encontra-se no fato de que, no caso 
da avaliação externa, existe uma possibilidademaior de os avaliados sentirem-se 
acuados e, assim acabarem não fornecendo informações completas, não contribuindo 
 
 
28 
 
 
para que o avaliador externo tenha o conhecimento das especificidades do projeto, 
necessárias para a execução de uma boa avaliação. 
 Na avaliação interna, os argumentos são de que existiria plena colaboração 
dos que participaram do projeto. Os avaliados sentiriam a avaliação como um 
momento de repensar o projeto e não como um momento de avaliação pessoal; além 
disso, a avaliação seria realizada por agentes que participaram da gestão do projeto 
e, por isso, conheceriam melhor as especificidades do mesmo. 
Contudo, também podem ser encontrados alguns pontos fracos neste tipo de 
avaliação. Um deles é o fato de que, considerando que a organização gestora é quem 
avalia o projeto, isto poderá eliminar a objetividade, pois os agentes poderão ter ideias 
preconcebidas do projeto, sendo que, o interesse pessoal do agente avaliador interno 
poderá influenciar no resultado da avaliação. 
Neste tipo de avaliação torna-se mais difícil que esta seja executada de forma 
independente e imparcial. 
Fora isso, os diferentes interesses pessoais que poderão existir entre os 
agentes internos que avaliam o projeto, poderão, muitas vezes, trazer conflitos 
internos, o que dificultaria as trocas positivas de informação e ideias que se buscam 
no momento em que se faz uma avaliação de projeto. 
A avaliação mista: ocorre, procurando unir os dois tipos de avaliação 
mencionados anteriormente, isto é, esta avaliação é feita de forma que os avaliadores 
externos desenvolvam a avaliação com a participação e em contínuo contato com os 
membros do projeto a ser avaliado. 
 Desta forma, pretende-se aproveitar as vantagens de cada um dos tipos 
anteriores de avaliação e também superar as dificuldades que cada um contém. 
A avaliação participativa: este tipo de avaliação caracteriza-se pela 
participação dos beneficiários no processo de avaliação, minimizando a distância 
entre estes e os avaliadores. 
 
 
29 
 
 
As variáveis, como a alfabetização da população-objetivo, a qualidade do 
meio físico para a agricultura, o número de sítios por extensionista, etc., são 
importantes; no entanto, em estudo realizado pela AID em 1975, ficou comprovado 
que a participação da população-alvo desde a formulação, implementação, até a 
avaliação final, em um ponto onde nem os beneficiários nem os avaliadores teriam 
poder de decisão final, é de fundamental importância para o sucesso do projeto. 
“No processo de um projeto social a estratégia participativa 
prevê a adesão da comunidade no planejamento, programação, 
execução, operação e avaliação do mesmo. Desta forma, a avaliação 
participativa é um componente de uma estratégia diferente de projetos, 
fazendo com que sua adequada implementação dependa em grande 
parte da população afetada por ele” (Cohen, 1993). 
 
A avaliação participativa pode ser considerada como um processo educativo, 
onde tanto aqueles que se beneficiam diretamente do projeto, quanto àqueles que o 
apoiam, ou seja, os técnicos que participam do projeto através das organizações 
(privadas, públicas ou não-governamentais) adquirem aprendizado mútuo. 
Isso porque o beneficiário que vive o problema é capaz de identificar com 
melhor clareza as suas necessidades; além disso, transfere o seu conhecimento 
popular para o técnico, mesmo que inconscientemente. 
Por outro lado, o técnico é possuidor do saber profissional e também transmite 
conhecimento para o ator local, auxiliando no desenvolvimento da comunidade. 
Contudo, a avaliação participativa dificilmente será uma grande harmonia, pois 
considerando a participação de atores originários de realidades diversas e, portanto, 
com racionalidades diferentes, haverá pontos de vista diferentes, o que pode gerar 
certas discussões. 
 Assim, a participação no processo de avaliação deve se dar de forma efetiva, 
através do diálogo entre os diferentes atores no sentido de se chegar a um consenso, 
 
 
30 
 
 
porém contemplando as diversas visões que são expressas durante o processo de 
avaliação. 
CONDIÇÕES PARA O SUCESSO DE UM PROJETO SOCIAL 
 
 
 
Vários são os motivos que podem fazer com que não sejam implementados 
projetos que busquem o desenvolvimento rural através dos agricultores familiares, a 
iniciar pela cultura da nossa sociedade que, apesar de já se perceber alguma 
mudança em alguns grupos, de forma geral, relaciona o rural ao atrasado, 
desconsiderando o espaço rural como um espaço importante de atuação para o 
desenvolvimento de políticas públicas. 
Além disso, a falta de organização dos pequenos agricultores faz com que se 
tornem atores com pouco poder de influência nessas políticas, na busca por apoio de 
desenvolvimento de projetos no meio rural e, ainda, muitas vezes, não permite que 
seja impedido o fracasso de projetos em desenvolvimento. 
Outro ponto que afeta o sucesso de projetos sociais é o clientelismo político 
presente na sociedade, quando muitas vezes um bom projeto é direcionado para 
atender a interesses individuais em detrimento de interesses coletivos, não 
alcançando os objetivos de elevar a qualidade de vida da população. 
 
 
31 
 
 
 Contudo, cada projeto, quando implementado, para ser considerado de 
sucesso, necessita atingir efetivamente os objetivos que lhe são propostos 
especificamente, no entanto, de uma forma mais ampla, qualquer projeto social deve 
satisfazer algumas condições gerais. 
 Uma delas é a realização das atividades planejadas no sentido de produzir os 
resultados esperados de acordo com os prazos e recursos acordados na sua 
formulação e, principalmente, com o grau de qualidade definido na elaboração do 
projeto, pois não é suficiente apenas produzir os resultados, é necessário garantir a 
qualidade das ações para que o projeto tenha sustentabilidade e contemple de forma 
efetiva os objetivos que lhes são propostos. 
O projeto deve, além do mais, trazer mudanças concretas na qualidade de vida 
da comunidade, elevar a sua capacidade organizativa e exercer poder de influência 
sobre os processos mais amplos dos setores sociais definidos como beneficiários. 
Outra condição a ser alcançada por um projeto social que mostra o seu 
sucesso é a capacidade do 
projeto de t ornar-se referência 
para futuros projetos a serem 
desenvolvidos, inclusive 
 de outras organizações ou 
políticas públicas. 
O projeto social também deve 
ser capaz de ser apropriado plenamente por seus beneficiários, para que, com isso, 
se tornem sujeitos de ação no desenvolvimento dele, de forma ativa, e não apenas 
atores passivos. 
 Outro ponto que demostra a eficiência de um projeto é a geração de novos 
conhecimentos e metodologias para a resolução das problemáticas sociais 
identificadas, e a sua capacidade de atrair novos parceiros. 
 
 
 
32 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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de Projetos Sociais . Porto Alegre: Tomo, 2001. 
ARMANI, Domingos. Como elaborar projetos? guia prático para elaboração e 
gestão de projetos sociais. Porto Alegre: Tomo editorial, 2001. 96 p. 
ARMANI, Domingos. PMA.: conceitos, origens e desafios. In: ECUMÊNICA DE 
SERVIÇOS (Coord.) Caminhos. Planejamento, Monitoramento, Avaliação – PMA. 
Encontro de Agentes de Projetos. Salvador: CESE, 1999. p. 15-38. 
ÁVILA, C.M. de Gestão de Projetos Sociais. São Paulo: AAPCS, 3ª ed. rev., 
2001. 
 CHIANCA, T.; MARINO, E.; SCHIESARI, L. Desenvolvendo a cultura de 
avaliação em organizações da sociedade civil. Coleção Gestão e Sustentabilidade. 
São Paulo: I. Fonte/Editora Global; 2001. 
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES NA AGRICULTURA. 
Projeto alternativo de desenvolvimento rural sustentável – através de uma ampla e 
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Brasília: 1999, 28 p. 
MARINO, E. Manual de Avaliação de Projetos Sociais São Paulo: IAS – 
Pedagogia Social, 1 a edição, 1998. 
SILVA, R.R.; BRANDÃO, D.B. Os quatro elementos da avaliação. Fonte 
Instituto para o Desenvolvimento Social. Disponível em www.fonte.org.br; Maio 2003. 
 
 
33 
 
 
 VALARELLI, L. Indicadores de resultados de projetos sociais. In: Apoio à 
Gestão”. Rio de Janeiro; site da RITS; 1999.

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