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Análise e Ciência de Dados; Estratégia e Planejamento Visualização de Dados Aplicada à Transformação Digital Enap, 2022 Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Desenvolvimento Profissional Conteudista/s Aurisan Santana (conteudista, 2022). Sumário Módulo 1: Data Visualization: Limites e Possibilidades ......................................6 Unidade 1: Conceito de Data Visualization ........................................................... 6 1.1 Visualização de Dados e Transformação Digital .................................................... 6 1.2 Conceitos Iniciais sobre Visualização de Dados .................................................... 9 1.3 Possibilidades e Limites da Visualização de Dados ............................................. 12 Referências ..................................................................................................................... 18 Unidade 2: Data Visualization Aliada à Tomada de Decisão ............................19 2.1 A Diferença entre Dado, Informação, Conhecimento e Sabedoria ................... 19 2.2 Visualização de Dados para os Níveis Tático, Operacional e Estratégico ......... 21 2.3 O uso dos KPIs (Key Performance Indicators) para Tomada de Decisão ......... 24 Referências ..................................................................................................................... 29 Módulo 2: Data Visualization e Data Storytelling .............................................. 30 Unidade 1: O que é o Data Storytelling? .............................................................. 30 1.1 O que é Data Storytelling? ...................................................................................... 30 1.2 Como o Data Sotytelling Pode Dar Sentido à Visualização dos Dados ............. 31 Referências ..................................................................................................................... 35 Unidade 2: Princípios da Gestalt e Percepção Visual Aplicados a Data Visualization ................................................................................................... 36 Referências ..................................................................................................................... 38 Unidade 3: Visual Encoding: Mapeamento de Dados em Estruturas Visuais .39 3.1 Planar e Retinal ........................................................................................................ 40 3.1.1 Tamanho ............................................................................................................... 41 3.1.2 Textura ................................................................................................................... 42 Referências ..................................................................................................................... 43 Unidade 4: Modelos para Visualização de Dados ............................................... 44 4.1 Infográficos ............................................................................................................... 44 Referências ..................................................................................................................... 53 4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 5: Escolhendo os Gráficos para Contar uma História .........................54 5.1 Apresentação de Dados Quantitativos, Qualitativos, Contínuos, Descritivos e Categóricos ..................................................................................................................... 57 5.2 Comparação ............................................................................................................. 59 5.3 Distribuição .............................................................................................................. 63 5.4 Composição .............................................................................................................. 65 5.5 Relação ...................................................................................................................... 67 Referências ..................................................................................................................... 69 Módulo 3: Construção de Painel para Análise de Dados ...................................70 Unidade 1: Benefícios e Diferenças das Ferramentas de Data Visualization .......70 1.1 Power BI .................................................................................................................... 71 1.2. Qlikview .................................................................................................................... 73 1.3. Qlik Sense ................................................................................................................ 77 1.4 Tableau ..................................................................................................................... 79 Referências ..................................................................................................................... 83 Unidade 2: Processo de Construção de Painéis ................................................. 84 2.1 Stakeholders e usuários .......................................................................................... 84 2.2 Personas ................................................................................................................... 86 2.3 Mapeamento de Cenários ...................................................................................... 88 2.4 Agrupamento ........................................................................................................... 90 2.5 Avaliação de Dados ................................................................................................. 91 2.6 Avaliação de Tecnologia .......................................................................................... 92 2.7 Seleção de KPIs ........................................................................................................ 93 2.8 Seleção de Gráficos ................................................................................................. 94 2.9 Filtros Aplicáveis ...................................................................................................... 95 2.10 Feedback ................................................................................................................ 96 2.11 Wireframe .............................................................................................................. 96 Referências ..................................................................................................................... 97 Unidade 3: Como Verificar se um Painel Está Bem Construído? .....................98 Referências ................................................................................................................... 105 Módulo 4: Casos Reais de Painéis em Serviços Públicos .................................106 Unidade 1: Caso Prático de Painéis no Serviço Público ...................................106 1.1 O caso dos painéis da Administração Pública Federal ..................................... 106 Referências ................................................................................................................... 117 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 5 Apresentação e Boas-vindas Olá, cursista, seja bem-vindo(a) ao curso Visualização de Dados Aplicada à Transformação Digital Antes de iniciar seu estudo neste tema, assista ao vídeo de apresentação! Videoaula: Introdução do Curso Esta capacitação é uma iniciativa que faz parte da Estratégia de Governo Digital do Poder Executivo Federal, a qual objetiva criar caminhos e direcionar ações para adoção de tecnologias digitais por meio do oferecimentode serviços mais integrados e centrados no cidadão, proporcionando maior qualidade, confiabilidade, eficiência e tendo menor custo. Para te levar a atingir o objetivo deste curso, ele está estruturado em quatro módulos: • no primeiro módulo serão abordados os aspectos conceituais da visualização de dados e de que forma a visualização de dados está posicionada em contextos de processos de tomada de decisão; • no segundo módulo há uma abordagem voltada aos principais assuntos relacionados ao Data Storytelling, com destaque à contação de histórias através de dados que construam narrativas; • no terceiro módulo será apresentada uma metodologia de construção de painéis, bem como a identificação de padrões de painéis considerados adequados e inadequados para visualização de dados; • no quarto serão apresentados exemplos reais de painéis desenvolvidos por órgãos da Administração Pública de acordo com as melhores práticas de desenvolvimento de painéis. Você verá que a jornada de estudos através da área de Data Visualization será bastante construtiva. Então é hora de começar essa viagem! https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo01_video01/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 6 Módulo Data Visualization: Limites e Possibilidades1 Antes de iniciar o conteúdo, é importante posicionar a visualização de dados no contexto da Transformação Digital, uma vez que esta capacitação é uma iniciativa que faz parte da Estratégia de Governo Digital (EGD) do governo federal para o período de 2020 a 2023. Neste módulo serão apresentados os conceitos introdutórios de visualização de dados, contemplando: a diferença entre dado, informação, conhecimento e sabedoria; a visualização de dados nos níveis organizacionais (tático, operacional e estratégico); e o uso dos KPIs (Key Performance Indicators) para a tomada de decisão. 1.1 Visualização de Dados e Transformação Digital Unidade 1: Conceito de Data Visualization Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer os conceitos iniciais relacionados à visualização de dados, identificando seus limites e suas possibilidades. Estratégia de Governo Digital. Fonte: Gov.br (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 7 A EGD foi instituída pelo Decreto nº 10.332/2020 (alterada posteriormente pelo Decreto nº 10.996/2022 e pelo Decreto nº 11.260/2022), no âmbito dos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional (BRASIL, 2020). Todo este processo é uma mudança de paradigma que construiu o que é chamado de Government as a Platform, termo usado para se referir a um ecossistema de tecnologias, padrões abertos e APIs compartilhadas, permitindo o funcionamento do governo como uma plataforma de serviços prestados à sociedade. A EGD possui princípios, segundo os quais o governo do futuro será: Organizada em princípios e valores, a EGD cria caminhos e direciona as ações para adoção de tecnologias digitais por meio do oferecimento de serviços mais integrados e centrados no cidadão, proporcionando maior qualidade, confiabilidade e eficiência, possuindo menor custo. Centrado no cidadão: um governo centrado no cidadão preocupa-se em oferecer uma jornada mais agradável a ele, respondendo às suas expectativas por meio de serviços de alta qualidade (simples, ágeis e personalizados) e mantendo- se atento à sua experiência. Uma das metas relacionadas com este eixo é transformar 100% dos serviços públicos digitalizáveis até 2023. Integrado: um governo integrado resulta um uma experiência consistente de atendimento para o cidadão e integra dados da União, Estado, DF e Municípios, reduzindo custos, ampliando a oferta de serviços digitais e retirando do cidadão o ônus de deslocamento e apresentação de documentos. Uma meta concluída relacionada a este tema foi a consolidação da oferta de aplicativos móveis na conta única do governo federal nas lojas até 2020. Inteligente: um governo inteligente implementa políticas efetivas com base em dados e evidências e antecipa e soluciona de forma proativa as necessidades do cidadão e das organizações, além de promover um ambiente de negócios competitivo e atrativo a investimentos. Para atingir este objetivo, uma das metas concluídas foi a produção de 40 novos painéis gerenciais de avaliação e monitoramento de políticas públicas até 2022. 8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Confiável: um governo confiável respeita a liberdade e a privacidade dos cidadãos e assegura a resposta adequada aos riscos, ameaças e desafios que surgem com o uso de tecnologias digitais no Estado. A iniciativa concluída 10.1 da EGD – Estabelecer método de adequação e conformidade dos órgãos com os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados até 2020 – tem esse objetivo. Transparente e aberto: um governo transparente e aberto atua de forma proativa na disponibilização de dados e informações e viabiliza o acompanhamento e a participação da sociedade nas diversas etapas dos serviços e das políticas públicas. A iniciativa 14.2 – Aprimorar os meios de participação social e disponibilizar nova plataforma de participação social até 2021 – foi concluída e atende a estes objetivos. Eficiente: um governo eficiente capacita seus profissionais nas melhores práticas, faz uso racional da força de trabalho e aplica intensivamente plataformas tecnológicas e serviços compartilhados nas atividades operacionais, buscando a redução de custos e a ampliação da oferta de serviços. Quer saber mais sobre este decreto do governo? Clique aqui e acesse sua plataforma oficial. O curso Visualização de Dados Aplicada à Transformação Digital está alinhado com as diretrizes do governo federal para a Transformação Digital, pois a Iniciativa 7.1 se volta para produzir 40 novos painéis gerenciais de avaliação e monitoramento de políticas públicas. Essa iniciativa tem relação direta e imediata com o objetivo deste curso, uma vez que: Os painéis voltados para o cidadão devem ser construídos de acordo com as melhores práticas de design de dashboards e visualização de dados, permitindo contar histórias através dos dados de forma simples, ágil, por meio de uma experiência agradável ao usuário e exibindo, além disso, informações relevantes de forma clara, por meio de uma linguagem cidadã, considerando o perfil do usuário e os objetivos deste tipo de painel (prestação de contas e controle social). https://www.gov.br/governodigital/pt-br/EGD2020 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 9 Outro aspecto que será discutido neste curso e que deriva da perspectiva de integração é a qualidade de dados, pois para que seja possível integrar dados de diferentes órgãos e esferas de governo, é fundamental: • ter a preocupação com a qualidade de dados, uma vez que tais informações serão utilizadas em contextos decisórios, na elaboração, monitoramento. • realizar a avaliação de políticas públicas, uma vez que o oferecimento de melhores serviços aos cidadãos, seja na avaliação de políticas públicas baseadas em evidências ou na prestação direta de serviços à sociedade, necessariamente passa pela análise e visualização de dados fundamentais em processos decisórios. Antes de começar seus estudos sobre a temática, você pode estar se perguntando: 1.2 Conceitos Iniciais sobre Visualização de Dados Sobre o que trata o termo visualização de dados? Talvez você possa não saber responder em um primeiro momento, uma vez que o termo se relaciona com diversas áreas que de conhecimento que estão presentes no seu dia a dia. De acordo com o glossário do Gartner (2022), visualização de dados é uma forma de representar informações graficamente, destacando padrões e possibilitando a compreensão de comportamentos e tendências a partir dos dados, de modo que auxilie o usuário na obtenção de insights rápidos. Fazendo uma definição mais abrangenteé possível definir o termo como: Visualização de dados, também conhecida como DataViz, é o estudo das técnicas, conceitos, ferramentas e melhores práticas de representação de dados por meio do uso de elementos visuais, de modo que possa auxiliar o usuário na tomada de decisão. Tais elementos podem incluir gráficos, mapas, infográficos, e até animações. Assim, DataViz refere-se à capacidade de escolher qual é o elemento visual mais adequado para cada tipo de informação, considerando o público-alvo e o objetivo a que se destina, tendo como foco principal o apoio ao processo decisório. 10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Esta definição está ligada a um outro termo relacionado com a visualização de dados que tem sido bastante utilizado atualmente, “Visual Literacy”, que pode ser definido como a capacidade de interpretar as informações que são apresentadas de forma visual. Para esse termo vale aquela máxima “uma imagem vale mais do que mil palavras”. Para que seja feita a tomada de decisão através da visualização de dados existe o amplo uso de uma ferramenta de gerenciamento de informações conhecida como dashboard. Dashboard, também conhecido como painel, é um tipo de interface gráfica de usuário que exibe, por meio de elementos visuais, informações relevantes de negócios, que auxiliam o usuário na organização dos resultados no processo de tomada de decisão. É comum para o usuário achar que desenvolver um dashboard se trata simplesmente de construir um painel com alguns gráficos bonitos. Isso se dá por conta da facilidade de construção de painéis oferecida pelas principais ferramentas de mercado. Definição de dashboard. Fonte: Freepik (2022) Contudo, a construção de um dashboard envolve muito mais que isso, pois exige conhecimento dos conceitos relacionados à visualização de dados e à sua relação com o processo decisório, uma vez que um painel não tem um fim em si mesmo e seu objetivo é apoiar o processo de tomada de decisão nos diversos níveis organizacionais, seja operacional, tático ou estratégico. Embora intrinsecamente relacionados, os conceitos de visualização de dados e painéis não se confundem. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 11 Visualização de Dados A visualização de dados é o estudo da técnica de construção, da identificação das melhores práticas associadas ao uso de elementos visuais (como fazer). Dashboard Um dashboard é uma ferramenta que é resultado da aplicação das técnicas da visualização de dados, utilizada para gerenciar todas as informações de um negócio a partir de um único ponto de acesso. A visualização de dados pode ser materializada através de um painel, por meio do qual o usuário pode realizar exploração visual interativa dos dados, ou seja, análise, manipulação de objetos visuais (gráficos, filtros, mapas), e com isso gerar percepções. Na figura a seguir veja o exemplo de um painel voltado para gestão de pessoas. Exemplo de Painel de RH. Fonte: Agile Analitcs (20--). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O painel traz uma série de informações, em diversas perspectivas, sobre gestão de pessoas. Na perspectiva “Contratações” você pode perceber: • o número de admissões de funcionários da empresa; • o total de funcionários contratados por faixa etária, considerando um total de 35 novos funcionários admitidos e um temporário; • o maior número de funcionários está na faixa de 20-30 anos (14 no total); • a distribuição nas contratações de homens e mulheres na empresa; sendo 15 homens e 21 mulheres. Painéis dessa natureza fornecem informações extremamente úteis aos gestores de pessoal, possibilitando criar políticas internas que possam melhor desenvolver as competências de cada colaborador. Sabia que é fácil associar o uso de painéis ao processo de tomada de decisão? 1.3 Possibilidades e Limites da Visualização de Dados Exemplo de painel de bordo de um carro. Fonte: Autopapo (2019) e Portal Lubes (2021). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 13 Com base nas informações apresentadas no painel de bordo de um carro, como a de que o nível de combustível está próximo do nível de reserva, de que a pressão dos pneus está abaixo do indicado pelo fabricante ou ainda de que a bateria acabou, o condutor pode decidir parar no posto de combustível mais próximo para abastecer o veículo, calibrar os pneus para seguir viagem, ou ainda acionar o seguro para a troca de bateria o que, dependendo de onde ele esteja, pode ser uma experiência bem desagradável. Viu como esse simples exemplo ilustra a finalidade do uso de painéis e ajudou o motorista no processo de tomada de decisão? Tanto na condução de um veículo quanto na gestão de um negócio, painéis são essenciais para monitorar as operações e avaliar os resultados, comparando o que foi realizado com a expectativa para cada tipo de operação. Um painel pode exibir indicadores relacionados à venda de produtos de uma empresa permitindo conhecer quem são os melhores vendedores, ou ainda quais são os produtos menos vendidos ou os que oferecem maior lucratividade. A partir dessas informações várias decisões podem ser tomadas, como oferecer treinamento para os vendedores que menos se destacaram ou criar uma campanha promocional para os produtos que foram menos vendidos. Em uma rede de concessionárias de veículos, um painel pode exibir um indicador de vendas trimestrais para cada vendedor da rede em valor monetário (total em R$). Suponha que tenha sido estabelecida uma meta, que representa um aumento de 10% nas vendas em relação ao trimestre anterior. Dessa forma o gestor pode, por meio da análise do painel, da métrica e da meta estabelecida, acompanhar os resultados ao longo do primeiro e do segundo mês, e tomar algumas decisões para que a meta seja atingida. As organizações também podem utilizar os dados para definir métricas e estabelecer metas. Ao definir indicadores e metas, e ao exibí-los em painéis, as organizações podem atuar de forma preventiva, se antecipar aos problemas, atuar de modo proativo, minimizar custos e definir ações de correção de rumo, buscando alcançar as expectativas de desempenho. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 14 Sobre este exemplo vale a pena destacar que as metas estabelecidas devem ser factíveis, alcançáveis, sob pena das decisões a serem tomadas para atingir as metas se tornarem sem sentido e sem efeito. Por fim, dentre os benefícios da visualização de dados e do uso de painéis em ambientes corporativos, pode-se destacar: A partir dos exemplos citados você pode perceber possibilidades de uso da visualização de dados na tomada de decisão, contudo existem limites que devem ser respeitados para que a utilização da técnica seja efetiva. a identificação de tendências e padrões; o apoio ao processo de tomada de decisão; a transparência das informações; a redução de custos; a otimização de tempo e de recursos; a visão holística; a atuação tempestiva; o alinhamento estratégico; a gestão com foco em resultados; a maior integração entre unidades organizacionais. Qualidade de Dados Para que sejam utilizados de forma efetiva em um painel, é fundamental que os dados sejam confiáveis, tenham qualidade, e um processo de higienização dos dados (Data Cleaning) precisa ser realizado para isso. Ferramentas e técnicas de visualização de dados não se destinam a tratar esse tipo de problema. Aprendizado de Máquina (Machine Learning) Algoritmos de machine learning são muito utilizados em processos de descoberta de padrões de bancos de dados. Os padrões de dados descobertos são apresentados através de elementos visuais e, apesar de ser Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 15 possível aplicar as técnicas de visualização de dados para melhor analisar as informações produzidaspor soluções de inteligência artificial, o inverso não é verdadeiro. Assim foge do escopo da visualização de dados o uso de técnicas e algoritmos de machine learning. Tomada de Decisões As técnicas e ferramentas de visualização de dados tem como objetivo auxiliar o processo decisório. Contudo, vale ressaltar que a decisão caberá sempre ao usuário, ao tomador de decisão. Não é escopo da visualização de dados a tomada de decisão algorítmica. Vale ressaltar que painéis são ferramentas de gerenciamento, não uma tecnologia específica, uma vez que a tecnologia escolhida para a construção de painéis é apenas uma das etapas desse processo. Painéis são utilizados em diversos contextos, em vários níveis organizacionais e para diversos propósitos, incluindo o monitoramento de indicadores-chaves de desempenho, também conhecidos como KPIs (Key Performance Indicators), utilizados para: • a avaliação comparativa do realizado com o planejado; • a avaliação histórica e análise de tendências; e • monitoramento da qualidade de processos. O uso de elementos visuais no painel permite que o usuário análise mais facilmente as informações pois, por exemplo, ao utilizar um gráfico, é possível trabalhar com atributos, tais como cores e formas, que capturam a atenção do usuário fazendo com que se foque no aspecto mais importante da análise. Como já mencionado, painéis exibem informações, métricas e indicadores que auxiliam o usuário no processo de tomada de decisão. Essas informações são exibidas por meio de elementos visuais, tais como gráficos e mapas. Assista a videoaula a seguir e entenda como esse processo funciona. Videoaula: Data Visualization: Limites e Possibilidades https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo01_video02/index.html 16Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Para reforçar o que foi apresentado na videoaula, veja um outro exemplo que traz informações sobre as vendas na Internet de uma rede de varejo. Dados de vendas em tabela. Elaboração: CEPED/UFSC (2022) Dados de vendas em gráficos. Elaboração: CEPED/UFSC (2022) A tabela anterior trás dados exatos sobre as vendas da rede de varejo com a organização segmentada pelos setores de eletrônicos, vestuário e escritório, assim como seu número de vendas organizado por trimestres. Agora compare esta tabela com o gráfico a seguir. Observe como existe uma visão muito mais clara das tendências. Até o 4º trimestre de 2019, existia um padrão nas vendas, de modo que os produtos da categoria vestuário eram mais vendidos que os da categoria material de escritório, que por sua vez eram mais vendidos que os produtos da categoria eletrônicos. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 17 A partir do 1º trimestre de 2020 observa-se claramente uma queda na venda dos produtos de vestuário e um aumento significativo da venda de produtos eletrônicos e de material de escritório. Uma possível explicação para essa mudança de comportamento nas vendas é que com o início da pandemia da Covid-19, que ocorreu no início de 2020, o lockdown enfrentado pela população fez com que muitas pessoas tivessem que trabalhar em casa. As aulas também passaram a ser realizadas remotamente e consequentemente isso aumentou consideravelmente o consumo por produtos eletrônicos e de material de escritório. Por outro lado, com a população em casa, não havia demanda para a compra de produtos de vestuário. Percebeu como a tabela e o gráfico representam os mesmos dados, mas a forma visual do gráfico ajuda melhorar a capacidade de análise e de síntese? A forma visual permite interpretar grandes volumes de dados instantaneamente no gráfico, o que se torna algo muito mais difícil de perceber quando se analisa unicamente os dados da tabela. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! 18Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública AGILE ANALYTICS. Turnkey reporting, integrate HR data into Power BI: Get actionable insights from your HR data. 2022. Disponível em: https://www.agile- analytics.com.au/power-bi-solutions/human-resources-analytics/. Acesso em: 07 dez. 2022. ANGELO, Bárbara. Luzes do painel do carro: listamos algumas das luzes que podem se acender no painel e o que significam para que você saiba como deve proceder. UOL Autopapo. São Paulo, 16 jun. 2019. Disponível em: https://autopapo.uol.com. br/noticia/luzes-do-painel-do-carro-significado-problema/. Acesso em: 07 dez. 2022. BRASIL. Decreto nº 10.332, de 28 de abril de 2020. Institui a Estratégia de Governo Digital para o período de 2020 a 2022, no âmbito dos órgãos e das entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2020. Disponível em: https:// in.gov.br/web/dou/-/decreto-n-10.332-de-28-de-abril-de-2020-254430358. Acesso em: 1 dez. 2022. BRASIL. Portal Gov.br. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br. Acesso em: 2 dez. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. GARTNER. Data Visualization. [Gartner Glossary]. 2022. Disponível em: https:// www.gartner.com/en/marketing/glossary/data-visualization#:~:text=Data%20 visualization%20is%20a%20way,reader%20to%20achieve%20quick%20insights . Acesso em: 22 nov. 2022. PORTAL LUBES. ACEA–2021: Serviços Leves Grau de mudanças sem precedentes!. 2021. Disponível em: https://portallubes.com.br/2021/05/acea-2021-servicos-leves- mudancas-sem-precedentes/. Acesso em: 07 dez. 2022. WEXLER, S.; SHAFFER, J.; COTGREAVE, A. The Big Book of dashboards – Visualizing your Data using Real-World Business Scenarios. New York: Wiley, 2017. Referências Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 19 Unidade 2: Data Visualization Aliada à Tomada de Decisão Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer a importância da informação, bem como da visualização de dados, como elementos essenciais para o processo de tomada de decisão. O design de painéis envolve um processo de coleta e transformação de dados. Neste processo os dados precisam ser transformados em informação e conhecimento para serem utilizados de modo efetivo. Assim é necessário diferenciar alguns conceitos. 2.1 A Diferença entre Dado, Informação, Conhecimento e Sabedoria Dado Dado é qualquer elemento identificado na sua forma bruta, que quando observado isoladamente não leva à compreensão de nenhum fato ou situação. Um dado é um elemento quantificável sobre determinado evento que, quando estruturado, é facilmente quantificável, transferível e capturado por máquina, ou seja, um dispositivo capaz de processar dados. Por exemplo, dizer que o preço do papel de determinada empresa com ações negociadas na bolsa de valores (B3 – Bolsa de Valores do Brasil) é R$ 14,90. Neste caso temos apenas um dado e não é possível afirmar nada em relação a isto. É um bom preço para venda ou para compra? Apenas com este dado não é possível decidir! Informação A Informação se trata de um contexto, referência e parâmetro de comparação que permite analisar os dados. Ou seja, informação é um dado processado, estruturado e capturado por máquina com significado que exige consenso e concordância. Por exemplo, afirmar que, de acordo com a avaliação de uma empresa (termo em inglês conhecido como valuation), o valor justo do preço da ação é R$ 35,00. Assim haverá um parâmetro de comparação, ou seja, o preço da ação é atualmente R$ 14,90 e o valor justo é R$ 35. 20Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública No caso do exemplo anterior, embora não existam mais informações adicionais e se saiba que o mercado de capitais envolve uma série de variáveis, você pode ser levado a crer que a decisão pela compra de papéis da empresa seria um bom negócio. É possível,embora não desejável, tomar decisões apenas com base em informações. Isso é natural, uma vez que a informação traz um elemento de comparação, todavia o processo de tomada de decisão exige maior detalhamento das variáveis que cercam o problema e para isso é necessário conhecimento. Conhecimento O conhecimento é uma informação especializada, assim como a habilidade de criar um modelo mental que descreve o evento. O conhecimento permite compreensão e análise, necessárias para a tomada de decisão, além de exigir reflexão e síntese de difícil estruturação e captura por máquina. Ainda em relação ao exemplo usado no conceito de informação, alguns fatores que podem influenciar o desempenho da empresa, alterando significativamente suas margens de lucro e impacta sensivelmente o preço justo da ação no longo prazo, como por exemplo: • o nível de endividamento da empresa; • a tramitação de um projeto de lei que pode aumentar carga tributária da empresa; • o surgimento de novos concorrentes; e • uma guerra iminente. Este caso pode ser tratado como um exemplo de conhecimento. Dessa forma, desconsiderando as demais variáveis envolvidas no mercado financeiro, tem-se uma informação especializada que pode ser utilizada como recurso para a tomada de decisão. Sabedoria Já a sabedoria, é o conhecimento colocado em ação, aplicado a um caso concreto. Inclui questionamentos como, ‘Por que fazemos algo?’ ou ‘Qual é a melhor forma de fazer isso?’. Sabedoria inclui aspectos subjetivos, próprios do indivíduo, relacionados à experiência e à visão de mundo. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 21 Para facilitar seus estudos, a descrição dos conceitos em um formato resumido no quadro a seguir elaborado por Silva (2019). DADO INFORMAÇÃO CONHECIMENTO SABEDORIA Simples observação sobre o estado do mundo. Dados dotados de relevância e propósito. Informação valiosa da mente humana. Inclui reflexão, síntese, contexto, ambiente. Capacidade humana de analisar, interpretar, integrar, prever e agir. Dashboards, ou painéis, podem ser utilizados em todos os níveis organizacionais e seu objetivo é impulsionar uma ação. Numa organização data-driven (orientada a dados) é imprescindível a escolha do painel mais adequado para cada nível organizacional. Assim, no âmbito interno da estrutura organizacional os painéis podem ser divididos em três tipos: Operacional, Tático e Estratégico. Não é uma tarefa fácil escolher um tipo de painel para a organização de dados. A escolha é difícil pois com a quantidade de dados existentes nas organizações, e muitas vezes devido à falta de governança, não é incomum a falta de clareza em relação a quais os painéis existentes, principalmente em função da variedade e quantidade de painéis disponíveis, sem uma definição clara dos objetivos e alcance de cada painel. Para escolher um tipo de painel inicialmente, é preciso refletir sobre algumas questões. • Qual é o objetivo do painel? • É um painel estratégico ou operacional? • Qual é o perfil do usuário? • Que problemas o painel busca resolver? 2.2 Visualização de Dados para os Níveis Tático, Operacional e Estratégico Conceitos do processo coleta e transformação de dados. Fonte: Silva (2019). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Videoaula: Data Visualization Aliada à Tomada de Decisão https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo01_video03/index.html 22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública A classificação de painéis de acordo com os níveis tático, operacional e estratégico, considera os níveis hierárquicos dentro de uma organização numa perspectiva interna, no entanto muitos painéis são desenvolvidos para um público externo, tais como: • para acionistas da empresa; • para relação com investidores; e • para o âmbito da Administração Pública, com painéis voltados para o cidadão. Público-alvo de um Painel. Fonte: Freepik (2022). Considerando que o termo cidadão abrange um público extremamente amplo e heterogêneo; que esses painéis são acessados por pessoas com diversos níveis de formação e conhecimento, tais como engenheiros, advogados, especialistas em contabilidade, jornalistas e leigos; e que eles têm interesses distintos, construir esse tipo de painel pode ser um desafio. A imprecisão e falta de critérios claros no processo de design do painel pode levar à construção de um painel que não atenda aos objetivos a que se propõe. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 23 Construção de um Painel Focado na Referência de “Homem-Médio”. Fonte: Freepik (2022). Vale destacar que é fundamental que os painéis operacionais, táticos e estratégicos estejam em sintonia, ou seja, estejam visando o mesmo objetivo. Nestes casos é sempre importante tentar segmentar os perfis de usuário e ter clareza em relação ao problema que o painel busca resolver, tendo muitas vezes como referência o que se costuma chamar de “homem-médio”, que seria um perfil de usuário que não é especialista e nem um leigo no assunto, embora muitas vezes o painel tenha como usuários exatamente esses perfis extremos, como é o caso de painéis de transparência pública. Nesse tipo de painel é recomendado ter uma área destinada aos especialistas e outra com uma linguagem mais simples (cidadã), voltada para o público em geral. Considere um indicador estratégico que mede a retenção de clientes de uma empresa. Considere ainda que não há nenhum indicador no painel tático que monitore esse evento, e que também não haja nenhum alerta operacional que detecte que a empresa perdeu determinado cliente. 24Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Dessa forma, não basta ter um indicador estratégico, se não existir indicadores e processos nos níveis tático e operacional, onde as coisas realmente acontecem. Nesse sentido, os indicadores táticos e operacionais devem traduzir em seus respectivos níveis a estratégia da organização. Antes de apresentar sobre o uso dos indicadores chave de performance (traduzido do termo em inglês Key Performance Indicators), é necessário estabelecer o conceito de medição. No livro Strategic Performance Management, Bernard Marr define medição como “a atribuição de numerais para representar propriedades”. Douglas Hubbard, autor do livro How to Measure Anything, oferece uma perspectiva diferente sobre medição. Ele define medição como “um conjunto de observações que reduzem a incerteza, onde o resultado é expresso como uma quantidade”. A proposta de medição dos negócios é prover informação e expandir a base de conhecimento usado para a tomada de decisões. Desde decisões operacionais até o planejamento estratégico, gerenciar negócios está intimamente relacionado ao uso intensivo de informação e conhecimento para a tomada de decisão. Em seu livro Business Performance Measurement, Andy Neely descreve quatro razões para medir: 1. para checar uma posição; 2. para comunicar uma posição; 3. para confirmar prioridades; e 4. para conduzir a uma melhoria. O mais importante é, sem dúvida, conduzir a uma melhoria, pois há um foco no futuro. As demais são focadas no passado e no presente. 2.3 O uso dos KPIs (Key Performance Indicators) para Tomada de Decisão Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 25 Agora que está estabelecido o conceito de medição, é hora de tratar sobre KPIs. Para isso é fundamental fazer a distinção entre medidas, métricas, indicadores de performance e KPIs. Genericamente, uma medida é um valor de dados quantificado, que retrata a propriedade de algo que se deseja quantificar. Medidas são usadas para criar métricas, que são geradas a partir de um processo de agregações e cálculos. É muito comum as pessoas tratarem medidas e métricas como sinônimos, mas são conceitos distintos como você pode ver na tabela a seguir: Medidas Métricas são dados são informação são granulares e detalhadas sãoagregadas refletem um instante no tempo incluem períodos de tempo o objetivo é quantificar o objetivo é apoiar o processo de tomada de decisão Construção de um painel focado na referência de “Homem-Médio”. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Veja um exemplo bem conhecido para ilustrar essa diferença. O Índice de Massa Corporal (IMC) de uma pessoa é calculado pela divisão do peso (simbolizado pela letra P) de uma pessoa pela altura em metros (simbolizado pela letra H). Utilizando a fórmula anterior em um caso hipotético em que uma pessoa tenha 1,82 m de altura e pese 82 Kg, ela teria o IMC = 24,8. 26Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Neste caso peso e altura são as medidas e o IMC é uma métrica criada a partir de um cálculo. Indicadores de performance são um subconjunto de métricas. Todos os indicadores de performance são métricas, mas nem todas as métricas são indicadores de performance. Um exemplo de indicador de performance seria a métrica IMC associada a uma faixa de valores categóricos que qualificam o índice de massa corporal de um indivíduo. Veja na tabela abaixo uma representação deste exemplo em que é apresentada a classificação do IMC de acordo com os parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS). IMC Classificação Abaixo de 18,5 Abaixo do peso Entre 18,5 e 24,9 Peso ideal Entre 25 e 29,9 Levemente acima do peso Entre 30 e 34,9 Obesidade grau I Entre 35 e 39,9 Obesidade grau II Acima de 40 Obesidade grau III (mórbida) Índice de Massa Corporal (IMC). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Já os indicadores chaves de performance (KPIs), são aqueles utilizados para monitorar os processos e resultados de uma organização, servindo de auxílio para a tomada de decisão. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 27 Taxa de perda da capacidade operacional (Tx PCO) Descrição KPI que mede, mensalmente, a perda da capacidade operacional de determinada unidade organizacional em função de atestados médicos apresentados pelos servidores. Unidade de medida Percentual (%) Forma de cálculo Fonte de dados Sistema de gestão de recursos humanos Periodicidade de atualização Mensal Uma métrica que mede a taxa de perda da capacidade operacional de um órgão público em função de atestados médicos apresentados por servidores do órgão é considerada um indicador de performance organizacional. Para facilitar sua visualização deste exemplo, veja a fórmula deste indicador a seguir. É calculado pela divisão entre o total de horas de afastamento por atestado médico e o total de horas úteis disponíveis, multiplicada por 100 (valor percentual). Contudo, caso o órgão implemente um modelo de trabalho voltado para resultados sem registro de ponto eletrônico e com a possibilidade de execução das atividades por meio do teletrabalho, tal indicador não será mais um KPI por ausência de finalidade. Por outro lado, um indicador que mede a qualidade das entregas tem um grande potencial para se tornar um KPI nesse exemplo em específico. A elaboração de KPIs envolve a necessidade de padronização, comunicação clara, entendimento comum e ausência de ambiguidades acerca da sua definição e seu objetivo. Neste sentido recomenda-se o uso de um template que detalhe as informações acerca de cada indicador conforme ilustrado na tabela abaixo, trazendo referência ao exemplo anteriormente apresentado. 28Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Rótulos categóricos ≤ 5% Verde >5% e ≤ 20 Amarelo > 20% Vermelho Template Resumo de Indicadores de Performance. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Esquema Resumo da Relação entre Medidas, Métricas, Indicadores de Performance e KPIs. Elaboração: CEPED/UFSC (2022) Considerando o KPI Taxa de perda da capacidade operacional (Tx PCO) e analisando os dados desse indicador em um painel, seria possível o tomador de decisão avaliar as principais causas de afastamento do servidor. Poderia assim criar uma campanha de saúde no trabalho, avaliar o impacto dessas ausências em projetos prioritários, realocando pessoas, ou ainda incluir essa perda no cálculo de prazos para estimativa de projetos. Por fim, veja na imagem abaixo um esquema que resume todas as definições de medição anteriormente apresentadas, em que também são ilustradas suas diferenças. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 29 CALZON, B. Make Sure You Know The Difference Between Strategic, Analytical, Operational And Tactical Dashboards. [Datapine]. 2021. Disponível em: https://www.datapine.com/blog/strategic-operational-analytical-tactical- dashboards/#strategic-dashboard-example. Acesso em: 23 nov. 2022. DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Conhecimento Empresarial: como as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Rio de Janeiro: Campus, 1998. 237 p. ECKERSON, W. W. Performance Management Strategies: Understanding KPIs. [TDWI Research & Resources]. 2009. Disponível em: https://tdwi.org/articles/2009/08/01/ performance-management-strategies-understanding-kpis.aspx. Acesso em: 23 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. HUBBARD, D. W. How to Measure Anything: Finding the Value of “Intangibles” in Business, 2nd Ed. New York: Wiley, 2010. MARR, B. Strategic Performance Management: Leveraging and Measuring Your Intangible Value Drivers. Amsterdam: Elsevier, 2006. NEELY, A. Business Performance Measurement – Unifying Theory and Integrating Practice, 2nd Ed. Cambridge: Cambridge University Press, 2007 SILVA, E. L. Elementos Críticos para implementação de um modelo de Gestão do Conhecimento em Organizações Públicas. 2019. Dissertação (Mestrado) - Curso de Política e Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, Rio de Janeiro, 2019. Referências https://tdwi.org/articles/2009/08/01/performance-management-strategies-understanding-kpis.aspx https://tdwi.org/articles/2009/08/01/performance-management-strategies-understanding-kpis.aspx 30Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Data Visualization e Data Storytelling2 De acordo com Catherine Cote (2021), o conceito de Data Storytelling é o seguinte: Este módulo tem como objetivo conceituar e apresentar as principais características de Data Storytelling, bem como apresentar os princípios de Gestalt aplicados à visualização de dados. 1.1 O que é Data Storytelling? Unidade 1: O que é o Data Storytelling? Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer o conceito de Data Storytelling, assim como o que são atributos pré-atentivos. “Data Storytelling (narrativa de dados) é a capacidade de comunicar efetivamente insights a partir de um conjunto de dados usando narrativas e visualizações” (COTE, 2021). Nesse sentido, o Data Storytelling está relacionado ao poder de convencimento através dos dados. A história contada através dos dados é usada para potencializar os insights e auxiliar o usuário no processo de tomada de decisões eficientes e precisas, baseadas em evidências. Para se inteirar do assunto, ouça o podcast a seguir em que é explicado o que é Data Storytelling além da utilização de dados e enredo em uma narrativa. Podcast: O que Data Storytelling? https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/podcast/modulo02_podcast01/pc01.mp3 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 31 A Visualização de dados exige que os dados sejam transformados em formas visuais numa tela. Você pode se perguntar “Que formas visuais fazem mais sentido?” Uma resposta a esta pergunta está nos chamados “atributos pré-atentivos” que são considerados aspectos visuais que o cérebro processa em milésimos de segundos, antes que ocorra o processode concentração no contexto. Ou seja, é aquilo que o cérebro capta antes de você prestar atenção no todo. 1.2 Como o Data Sotytelling Pode Dar Sentido à Visualização dos Dados Nesse sentido os atributos pré-atentivos dão destaque aos aspectos mais importantes da informação e fazem com que o usuário se concentre de fato no que é mais importante. Em razão disso, são considerados recursos importantes no processo de contar histórias através dos dados. Para que você entenda melhor a definição desses aspectos visuais, veja um exemplo. Observe a figura e conte, quantos números “9” existem na figura. Veja a figura e perceba como é complexo contar quantos números existem na sem nada que os destaque. Mas não se preocupe, é possível alterar a forma de visualização desses dados e tornar essa tarefa mais fácil para você. Quantos números “9” existem na figura? Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 32Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Quantos Números “9” Existem na Figura? (atributo de cor) Agora veja como ficou fácil com a ação a seguir. Foi dado um destaque de cor a todos os números “9” para vermelho, e os outros números foram deixados em cinza claro. Dessa forma as diferenças ficam mais perceptíveis e o seu cérebro registra os números “9” antes mesmo de você conscientemente focar na figura para contar. A cor é um dos atributos pré-atentivos e ao olhar para um gráfico esses atributos são processados em alguns milissegundos. Quantos números “9” existem na figura (Atributo de cor). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Quantos Números “9” Existem na Figura? (atributo de tamanho) Veja que nesta figura também é fácil distinguir rapidamente a quantidade de números 9 existentes, pois o tamanho do número foi ampliado para dar maior destaque ao que o usuário deve olhar. Quantos números “9” existem na figura (Atributo de tamanho). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 33 Uso do Atributo Cor para cada Dígito Você deve estar se perguntando neste momento: “E se eu quisesse contar todos os números?” Não bastaria simplesmente usar uma cor ou tamanho diferente para cada dígito. Isso anularia a natureza pré-atentiva da cor única. Veja nesta figura como ficaria um pouco mais difícil, mas mesmo assim ainda seria possível. Se quiser saber quantos números “6” existem basta identificar a cor do número “6”, que neste caso é vermelha, e contar a quantidade de dígitos vermelhos. Quando existem poucas categorias, como entre os números “1” e “10”, há cores disponíveis que permitem diferenciar cada categoria, no entanto quando o número de categorias é muito grande é necessário agregar os dados para visualizar as categorias. Neste caso um gráfico em barras horizontal é uma boa forma de representar essas informações em categorias. Uso do atributo cor para cada dígito. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Gráfico de Barras para Representar a Frequência Por fim esta figura demonstra a frequência de cada dígito, usando o tamanho para representar a quantidade, a cor para destacar o número 9 e uma ordem para representar os dígitos que mais ocorrem e os que menos ocorrem por meio dos atributos pré-atentivos. Gráfico de barras para representar a frequência. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 34Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Nesse sentido, os atributos pré-atentivos fornecem maneiras de transformar os dados em formas visuais mais adequadas para fins de análise de dados. Assim é necessário analisar diferentes tipos de dados a fim de escolher a melhor codificação visual para cada tipo de informação. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 35 COTE, C. DATA STORYTELLING: HOW TO EFFECTIVELY TELL A STORY WITH DATA. Harvard Business School Online. Business Insights. Disponível em: https://online. hbs.edu/blog/post/data-storytelling#:~:text=Data%20storytelling%20is%20the%20 ability,inspire%20action%20from%20your%20audience. Acesso em: 24 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. TRANSFORM DATA WITH INTELLIGENCE. What is data storytelling?. [TDWI Glossary]. 2022. Disponível em: https://tdwi.org/portals/what-is-data-storytelling- definition.aspx. Acesso em: 24 nov. 2022. WEXLER, S.; SHAFFER, J.; COTGREAVE, A. The Big Book of dashboards – Visualizing your Data using Real-World Business Scenarios. New York: Wiley, 2017. Referências https://online.hbs.edu/blog/post/data-storytelling#:~:text=Data%20storytelling%20is%20the%20ability,inspire%20action%20from%20your%20audience https://online.hbs.edu/blog/post/data-storytelling#:~:text=Data%20storytelling%20is%20the%20ability,inspire%20action%20from%20your%20audience https://online.hbs.edu/blog/post/data-storytelling#:~:text=Data%20storytelling%20is%20the%20ability,inspire%20action%20from%20your%20audience 36Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Princípios da Gestalt e Percepção Visual Aplicados a Data Visualization Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer os princípios de Gestalt levando em consideração a percepção de padrões que colaborem para a visualização de dados de acordo com cada tipo de informação. O termo Gestalt é usado para definir o estudo da psicologia cognitiva que explora as leis da percepção, a partir dos dados que os indivíduos obtêm do mundo. Os princípios de Gestalt estão associados à percepção que os usuários têm do mundo que os cerca. Esses princípios ajudam a explicar como o cérebro humano pode ser influenciado em determinadas situações e como isso influencia a capacidade de interpretar o que se vê. O que você enxerga na figura abaixo? Percepção visual de um cubo 3D. Fonte: Aela (2020). A maioria das pessoas consegue ver um cubo 3D, mas a verdade é que são apenas círculos cortados em três partes. Você pode conseguir identificar a forma toda porque o cérebro recebe informações visuais e as organiza de maneira que as bordas sejam preenchidas. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 37 Mas por que questões de psicologia cognitiva e percepção são importantes para o design de painéis e a visualização de dados? Porque são princípios que influenciam na percepção, e consequentemente no comportamento, que os usuários terão diante de uma interface visual, no nosso caso, do nosso painel. Ter conhecimento acerca destes princípios traz os seguintes benefícios: 1. permite determinar quais elementos visuais são mais adequados em cada situação; 2. possibilita construir painéis de modo que a atenção do usuário seja direcionada para pontos específicos, de maior relevância, melhorando assim a capacidade de tomada de decisão por parte do usuário; e 3. proporciona ao usuário uma experiência de navegação mais agradável e objetiva. Agora veja na próxima videoaula do que se tratam cada um destes princípios. Videoaula: Princípios de Gestalt e Percepção Aplicados na Visualização de Dados Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video04/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video04/index.html 38Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública AELA SCHOOL. Os 7 Princípios de Gestalt e Como Utilizá-los em Projetos de UI Design. 2020. Disponível em: https://aelaschool.com/designdeinteracao/os- 7principios-de-gestalt-e-como-utiliza-los-em-projetos-de-ui-design/. Acesso em: 25 nov. 2022. FERRARI, M. Improving Dashboards design – “Conventional” and “Gestalt” principles. [Medium]. 2021. Disponível em: https://medium.com/analytics-vidhya/ improving-dashboard-design-conventional-and-gestalt-principles-ed7fe32f7131.Acesso em: 24 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. Referências https://medium.com/analytics-vidhya/improving-dashboard-design-conventional-and-gestalt-principles-ed7fe32f7131 https://medium.com/analytics-vidhya/improving-dashboard-design-conventional-and-gestalt-principles-ed7fe32f7131 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 39 Unidade 3: Visual Encoding: Mapeamento de Dados em Estruturas Visuais Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer a importância do Visual Enconding e de que forma os dados são mapeados em estruturas visuais. Mas, afinal, você sabe o que são Visual Encodings e qual a sua relação com Data Storytelling? A codificação visual (Visual Encoding) é a maneira pela qual os dados são mapeados em estruturas visuais sobre as quais construímos as imagens em uma tela. Essa é uma técnica utilizada para transformar dados em elementos visuais mais adequados para cada tipo de informação, conforme ilustrado na figura a seguir. Técnica de Visual Encoding. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Por fim é importante ressaltar que existem duas categorias de codificação visual: Planar e Retinal. Os seres humanos são sensíveis à categoria de retina, pois facilmente diferenciam entre várias cores, formas e tamanhos, como você verá a seguir. 40Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.1 Planar e Retinal A codificação visual do tipo planar é vastamente conhecida e muito utilizada para apresentar dados quantitativos, geralmente em duas dimensões nos eixos x e y, sendo que também é possível exibir dados em três dimensões. A figura a seguir representa uma codificação planar com duas dimensões. No eixo X, são exibidas as categorias (rótulos de dimensões), e no eixo Y são exibidos os valores das métricas sumarizadas. Codificação Planar. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Já na categoria retinal existem seis subcategorias de codificação visual que são: • tamanho; • textura; • forma; • orientação; • matiz de cores; e • saturação. A seguir você verá a descrição de cada uma dessas subcategorias. Essas subcategorias são atributos pré-atentivos utilizados para dar destaque e ajudam a contar melhor a história. Categorias da codificação visual retinal. Fonte: Udacity (2015). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 41 Categoria Tamanho no Gráfico de Nuvens de Palavras. Fonte: iStockphoto (2018). 3.1.1 Tamanho O tamanho demonstra importância e você pode ver a diferença imediatamente, sendo um bom visualizador para os dados quantitativos. Se você quiser apresentar vários elementos visuais de importância aproximadamente igual, dimensione-as de modo semelhante. Como alternativa, se tiver algo realmente importante use o tamanho para indicar isso se tornando grande. Cuidado com as proporções! A diferença de tamanho deve refletir a diferença de importância de cada informação. O tamanho de uma palavra em um gráfico de nuvem de palavras deve refletir a diferença relativa entre as proporções, considerando a palavra menos utilizada e a com a maior número de ocorrências. Caso contrário o usuário pode dar uma importância maior a uma informação por um erro de cálculo de proporção. Veja a ilustração ao lado em que esse exemplo é demonstrado, apontando os principais destinos de viagem de turismo. Perceba que os nomes das cidades de Londres, Paris e Nova York são os destinos mais procurados. Vale ressaltar que o usuário é sensível a este tipo de informação. 42Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 3.1.2 Textura A textura refere-se ao preenchimento das informações do gráfico. Muitas vezes o tipo de preenchimento pode ajudar na compreensão de determinada informação, pode dar destaque a um tipo de dado em que o usuário precisa focar a sua atenção, ou pode ser usado simplesmente para diferenciar determinados tipos de informação. Categoria Textura. Fonte: Udacity (2015). Agora veja na videoaula a seguir as subcategorias de forma, orientação, matiz de cores e saturação. Videoaula: Visual Encoding Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video05/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 43 DUKES, Sarah. Selecting the Right Chart for Your Data. [Chartrics]. Disponível em: https://dataplay.us/blogs/Selecting-the-right-chart-for-your-data. Acesso em: 24 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. ISTOCKPHOTO LP. IStock, Calgary, 2022. https://www.istockphoto.com/br. 25 nov. 2022. STEELE, J.; ILIINSKY, N. Designing Data Visualizations. [O’Reilly]. 2022. Disponível em: https://www.oreilly.com/library/view/designing-data- visualizations/9781449314774/ch04.html. Acesso em: 24 nov. 2022. VISUAL Encodings - Data Visualization and D3.js. [S. l.]: Udacity, 2015. online (4 min.), son., color. Legendado. Disponível em: https://www.youtube.com/ watch?v=14FJU1kP6-M&ab_channel=Udacity. Referências https://www.youtube.com/watch?v=14FJU1kP6-M&ab_channel=Udacity https://www.youtube.com/watch?v=14FJU1kP6-M&ab_channel=Udacity 44Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 4: Modelos para Visualização de Dados Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de reconhecer o uso adequado dos principais modelos visuais no contexto da visualização de dados. Há diversas formas de apresentar uma informação, por isso nesta unidade serão apresentadas as principais características para cada elemento visual, assim como as melhores práticas associadas e as limitações de uso quando for o caso. 4.1 Infográficos De acordo com o Oxford English Dictionary, um infográfico é uma representação visual de informações ou dados. Nesse sentido é possível definir um infográfico como uma coleção de imagens, incluindo gráficos de barras e setores, e o mínimo possível de texto capaz de fornecer uma visão geral e fácil de entender sobre determinado assunto. Infográfico como representação visual de informações. Fonte: Freepik (2022). Diferentemente de um dashboard, um infográfico é um modelo visual estático, não interativo. Quando o infográfico traz informações que são atualizadas com frequência, é possível criar boletins ou relatórios atualizados para apresentar resultados de determinada área e prestar contas dos trabalhos realizados. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 45 O infográfico é um recurso visual importante, com alto poder de síntese e muito utilizado para comunicar de forma rápida, clara e objetiva. Os infográficos são ótimos para facilitar a digestão de informações complexas. São utilizados para: • fornecer uma visão geral rápida de um assunto; • explicar um processo complexo; • exibir resultados ou dados de uma pesquisa; • resumir um relatório; • comparar e contrastar opções; e • conscientizar sobre um problema ou uma causa. Alguns aspectos devem ser considerados quando da criação de um infográfico: 1. Definir uma meta – Defina claramente o objetivo do seu infográfico: esclarecer, orientar, comunicar, prestar contas, subsidiar uma decisão, etc. Isso significa entender seu público e decidir qual mensagem você quer passar. 2. Coletar dados relevantes – Como o infográfico é estático e o tamanho é limitado, escolha os dados que realmente são os mais relevantes para a história que você quer contar. Valide a qualidade desses dados. Selecione fontes confiáveis. 3. Escolher os melhores gráficos – Considerando que o infográfico é estático, a tarefa de escolher os melhores gráficos é ainda mais desafiador, pois você terá que contar uma história convincente sem que o usuário tenha a oportunidade deinteragir com os gráficos. 4. Escolher os modelos adequados – Encontre um modelo adequado para o seu infográfico. Existem templates prontos para diversas finalidades. 5. Finalizar e compartilhar – Compartilhe com o seu público e, muito importante, avalie se o objetivo foi atingido. Colete feedbacks dos usuários para avaliar se o infográfico ficou claro, objetivo e se comunicou bem as mensagens. 46Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Infográficos contam uma história com início, meio e fim, além disso a organização das informações deve seguir uma sequência lógica. A figura a seguir apresenta um infográfico que orienta o usuário sobre como proceder quando o computador está muito lento. Infográfico desempenho de um computador. Fonte: Encontre um Nerd (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 47 Infográfico de Portal de Serviços Inmetro. Fonte: Inmetro (2021). O infográfico anterior é orientativo, pois busca auxiliar o usuário na tomada de decisão, a melhorar o desempenho do computador. Veja agora um recorte de outro infográfico informativo, do Portal de Serviços do Inmetro. É recomendado que o infográfico seja sintético o suficiente para caber numa única página (no formato de impressão A4, de preferência). Infográficos muito extensos são difíceis de ler, por terem muitas informações, e os usuários não conseguem focar no que de fato é importante. https://www.gov.br/inmetro/pt-br/canais_atendimento/imprensa/infograficos/portal-de-servicos-do-inmetro-relatorio-dos-dados-de-uso-2021.png https://www.gov.br/inmetro/pt-br/canais_atendimento/imprensa/infograficos/portal-de-servicos-do-inmetro-relatorio-dos-dados-de-uso-2021.png 48Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Veja as videoaulas a seguir em que são apresentados os principais tipos de gráficos utilizados na visualização de dados. Videoaula: Principais Modelos para Visualização de Dados Videoaula: Alguns Modelos para Visualização de Dados Você viu nas videoaulas anteriores os tipos de gráficos mais utilizados em visualização de dados, assim como suas principais características, aplicabilidades e limitações. A seguir serão apresentados alguns tipos de gráficos adicionais, que também são úteis tanto para a construção de painéis quanto para visualização de dados em geral. Diagrama de Árvore Também conhecido como organograma, o diagrama de árvore muito utilizado para representar estruturas organizacionais é uma maneira de representar visualmente a hierarquia em uma estrutura semelhante a uma árvore, através de uma relação pai/filho entre os nós. Diagrama de Árvore. Fonte: Ribecca (20--). https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video06/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video06/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo02_video07/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 49 Rede Esse tipo de gráfico mostra os nós e as conexões entre os nós. É um gráfico muito utilizado para analisar relações entre os dados e os nós podem ser do mesmo objeto ou não. Por exemplo, é possível analisar o vínculo entre pessoas e empresas, entre pessoas e contas bancárias, ou ainda entre redes de relacionamentos em redes sociais. Gráfico de Rede. Fonte: Ribecca (20--). Heatmap Um gráfico Heatmap exibe dados comparativos onde os dados são representados como padrões de cores. Quando aplicado em uma tabela esse estilo de gráfico é útil para comparar valores das células. Geralmente tem-se uma estrutura matricial, com linhas e colunas, e cada célula é colorida proporcionalmente em relação ao valor da métrica que representa. Gráfico Heatmap do Data Visualization Catalogue. Fonte: Ribecca (20--). 50Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na figura abaixo você verá um exemplo que mostra o total de eventos por hora, em cada dia de semana. Através desse tipo de gráfico é possível avaliar padrões e analisar a sazonalidade nos dados. Gráfico Heatmap do Plotly. Fonte: Plotly (2017) Mapas Mentais Um mapa mental é um diagrama para representar tarefas, palavras, conceitos ou itens vinculados e organizados em torno de um conceito ou assunto central. Esse estilo de mapa é muito utilizado em processos de memorização, além de também poder transformar uma lista de itens em uma estrutura organizada e mais fácil de capturar as informações. Mapa mental. Fonte: Mindmaps.com (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 51 Árvore de Decomposição A árvore de decomposição é muito similar a um mapa mental, que é bastante utilizado na análise e exploração de dados. Algumas ferramentas, tais como Power BI, permitem que o usuário crie uma dessas árvores de decomposição, permitindo navegar por diversas dimensões, mostrando como está a decomposição das métricas através dos níveis conforme ilustrado na figura abaixo. Árvore de decomposição. Fonte: Lira (2020). Pivot Table Também conhecida como tabela dinâmica, Pivot Table é uma ferramenta estatística que resume e reorganiza colunas e linhas de dados selecionadas para obter uma visão específica. Geralmente tabelas dinâmicas possuem quatro componentes principais: • Colunas – Quando um campo é escolhido para a área da coluna, apenas os valores exclusivos do campo são listados na parte superior. • Linhas – Quando um campo é escolhido para a área da linha, ele é preenchido como a primeira coluna. Semelhante às colunas, todos os rótulos de linha são os valores exclusivos e as duplicatas são removidas. 52Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Valores – Cada valor é mantido em uma célula da tabela dinâmica e exibe as informações resumidas. Os valores mais comuns são soma, média, mínimo e máximo. • Filtros – Os filtros aplicam um cálculo ou restrição à tabela inteira. colunas, linhas, valores e filtros. Pivot Table. Fonte: Goodly (2018). Na figura anterior, é possível avaliar o total de vendas por ano e por região, além de serem exibidas as informações de vendas em cada região. No caso desta imagem seria possível trocar as colunas ano e região, de modo que para cada região seja exibido o total de vendas por ano, ou ainda analisar a média de vendas anuais. A flexibilidade da tabela dinâmica faz com que ela seja um recurso muito utilizado em análise de dados. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 53 ADOBE EXPRESS. Data visualization tips for infographics. 2022. Disponível em: https://www.adobe.com/express/post/data-visualization. Acesso em: 24 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. GETTY IMAGES. [Banco de Imagens]. iStock, Seattle, 2022. 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Existem muitos tipos de gráficos e o processo de escolhê-lo pode ser confuso. Então se atente! O tipo de gráfico adequado comunica os resultados da forma mais eficiente. Antes de iniciar o processo de escolha, você deve se fazer algumas perguntas. Qual é a história que seus dados estão tentando contar? Perceba que dados são uma história contada através dos números e por isso você deve ser capaz de extrair valor dos dados que possui. Essa extração de valor se trata de coletar e exibir informações úteis que podem ser utilizadas como auxílio para a tomada de decisão, agregando valor ao negócio. E será dessa forma que a sua história será convincente! Vinculando-a ao problema que está tentando resolver, refletindo sobre as seguintes questões: • O que você está procurando? Uma tendência? Quer encontrar outliers? Ou quer simplesmente conhecer a distribuição dos dados? • Deseja analisar correlações entre variáveis ou comparar categorias? Conhecer os dados e o objetivo da visualização tornará a escolha de um tipo de gráfico uma tarefa mais fácil. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 55 Por exemplo: se o usuário necessita conhecer os outliers (valores atípicos) do conjunto de dados, o designer de dashboard pode escolher um gráfico de dispersão. Caso o objetivo seja saber em quais locais moram os clientes que consomem seus produtos, inevitavelmente um mapa será a melhor alternativa. Para quem você vai apresentar os resultados? Qual é o tamanho dos seus dados? Depois de definir a história que será contada você precisa conhecer o seu público-alvo. Para que conheça o perfil desse público, reflita sobre as seguintes questões: • Quem vai “ouvir” a sua história? • Para quem os resultados serão apresentados? O tamanho dos dados afeta de modo significativo o tipo de gráfico que você deve utilizar. Alguns tipos de gráficos não devem ser usados com grandes conjuntos de dados, com muito itens, os gráficos de pizza por exemplo, que funcionam melhor com um pequeno número de itens. Se você estiver analisando as tendências do mercado de ações e quiser apresentar os resultados para especialistas em mercado financeiro, poderá usar um tipo de gráfico diferente de caso estivesse apresentando para pessoas leigas no assunto. Todo o propósito de usar a visualização de dados é tornar a comunicação de dados mais eficiente, por esse motivo você precisa conhecer seu público para poder escolher o melhor tipo de gráfico a ser usado ao representar seus dados para eles. Por outro lado, caso não seja possível agregar os dados e exista a necessidade de analisar o dado no detalhe, usar um gráfico de dispersão pode fazer mais sentido. 56Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tenha em mente que o gráfico que você vai escolher deve se ajustar ao tamanho dos dados, de modo que fique claro e consiga responder às perguntas do usuário. Uma boa técnica é tentar responder às perguntas a medida que você vai incluindo os gráficos, assim isso evitará alguns erros. Qual é o tipo de dado? Como os diferentes elementos de seus dados se relacionam entre si? Existem vários tipos de dados e eles podem ser: • descritivos; • contínuos; • qualitativos; ou • categoriais. O tipo de dado é um critério importante na escolha dos gráficos, e em função disso já é possível eliminar algumas opções. Por fim você precisa refletir sobre como os diferentes itens de dados se relacionam, se fazendo as seguintes perguntas: A ordem é importante? Se sim, baseado em tamanho, tempo? Nesse caso pode fazer muito sentido criar um ranking dos itens, uma vez que faz sentido analisar a correlação entre variáveis. Por exemplo: se você tiver dados contínuos um gráfico de barras definitivamente não é a melhor escolha, em vez disso um gráfico de linhas pode ser uma boa opção. Da mesma forma, para dados categóricos gráficos de barras geralmente são uma boa escolha. Por isso é importante conhecer os tipos de dados para um bom design de dashboard. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 57 Por exemplo: num painel que exibe dados de educação pode fazer sentido analisar se há alguma correlação entre o Indicador de Educação Básica (IDEB) e o total de recursos investidos na educação básica. Neste caso, um gráfico de dispersão seria uma ótima proposta. Outras questões podem auxiliar na reflexão, como: Quais são as séries temporais que devem ser analisadas? Ou para o seu conjunto de dados distribuição é o fator mais importante? As características dos itens, bem como a relação entre eles, são fundamentais para o design de painéis, pois estes requisitos irão direcionar o processo de construção do dashboard de modo que cada elemento visual escolhido seja o mais adequado possível. 5.1 Apresentação de Dados Quantitativos, Qualitativos, Contínuos, Descritivos e Categóricos É imprescindível compreender os tipos de variáveis usadas em contextos de análise, visualização e exploração de dados. capaz de fornecer uma visão geral e fácil de entender sobre determinado assunto. Quando é desenvolvido um painel se trabalha com diversos tipos de dados, como por exemplo: • dados sobre lucro; • número de funcionários; • estoque; • nome de produtos; • sexo e altura de um paciente; • valores de vendas em determinados períodos. Esses tipos de dados que podem assumir diversos valores são denominados também de variáveis, divididas inicialmente em variáveis Quantitativas (numéricas) ou Qualitativas/Categóricas (não numéricas). Dados categóricos representam coisas, classes ou categorias. Essas coisas são rótulos mutuamente exclusivos sem qualquer valor numérico. 58Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O que acha de fazer um exercício para fixar esse conteúdo? Quais dados nominais podem ser usados para descrever essa pessoa na foto? E aí? Conseguiu imaginar quais são esses dados? Veja a seguir a lista dos dados categóricos que podem ser considerados sobre a celebridade na foto anterior: • seu nome é Robert De Niro; • como profissão, é um ator de cinema; • interpretou o personagem Ben Whittaker no filme The Intern (Um Senhor Estagiário);• Possui nacionalidade norte-americana; • Tem como local de nascimento a cidade de Nova York/EUA. Já as variáveis quantitativas representam valores numéricos. São dados que podem ser medidos e agregados por meio de funções de sumarização, tais como média, soma, valor máximo, valor mínimo, dentre outros. Veja a seguir alguns exemplos de dados quantitativos: • lucro de uma empresa: R$ 25 milhões; • número de servidores de determinado órgão público: 8 mil; • número de usuários de uma rede social: 1 bilhão. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 59 As variáveis quantitativas podem ser subdivididas em: • Discretas – assumem apenas valores inteiros. Exemplo: número de servidores, número de cidades, número de carros ou número de filhos. • Contínuas – assumem qualquer valor no intervalo dos números reais. Exemplo: peso, altura, lucro, distância ou salário. Já as variáveis qualitativas ou categóricas podem ser subdivididas em: • Nominais – são aquelas que não possuem uma ordem natural. Exemplo: nome de funcionário, cores ou sexo. • Ordinais – são aquelas que podem ser classificadas, e por isso são ordenadas. Exemplo: tamanho (P, M, G, XG), grau de instrução (fundamental, médio, graduação, pós-graduação), poder aquisitivo (A, B, C, D) ou satisfação do cliente (péssimo, ruim, bom, ótimo, excelente). Veja a figura a seguir que ilustra em um resumo esquematizado essa classificação. Tipos de Variáveis. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 5.2 Comparação Algo muito comum em visualização de dados é comparar valores entre grupos distintos, por exemplo comparando o desempenho de vendedores, filiais, departamentos, órgãos e municípios. 60Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública No entanto é muito difícil construir um painel em que não haja a necessidade de realizar algum tipo de comparação, de modo que esta é a categoria de tipos de gráficos mais utilizada. Para realizar uma comparação, uma métrica é estruturada em um sumário para exibir os dados de uma categoria. No gráfico abaixo você verá um exemplo que mostra o total de valores empenhados de emendas parlamentares, por função, no período de 2015 a 2022 (dados extraídos do Portal da Transparência). Também nesse gráfico é possível perceber o total de recursos destinados à saúde, o que é justificado pela Pandemia do COVID-19, mas chama a atenção o total de recursos destinados à área de urbanismo, superior à área de educação inclusive. Esse exemplo mostra como é relativamente simples comparar itens com este tipo de gráfico, pois basta comparar o tamanho das barras horizontais. A comparação pode ser combinada com outras formas de visualização para mostrar a evolução no tempo ou a distribuição dos dados. Emendas Parlamentares. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 61 Os gráficos mais utilizados para fins de comparação são os seguintes: Bar Chart É a forma mais comum de comparar valores numéricos entre grupos ou categorias e cada barra representa uma categoria, com o tamanho da barra representando o valor da métrica que está sendo exibida. O gráfico de barras pode ser vertical ou horizontal e caso o valor seja negativo, a barra é apresentada abaixo do eixo x (linha de base zero). Quando os valores são ordenados, é criado um ranking, possibilitando, além de comparar os itens, checar a posição de cada um deles dentro de uma lista. Grouped Bar Chart É um gráfico de barras agrupado. Neste tipo de gráfico, para cada categoria vários valores de métricas são exibidos. Um exemplo desse tipo de gráfico pode ser visto no gráfico de emendas parlamentares, apresentado anteriormente, para cada função (saúde, educação, etc.). Além do valor empenhado, poderia ser exibido também o valor liquidado e pago. Dessa forma seria possível comparar as categorias, mas também os valores das métricas dentro de cada função. Vale ressaltar que para este tipo de gráfico não deve haver uma diferença muito significativa na faixa de valores das métricas, pois se isso ocorrer fica muito difícil comparar os tamanhos das barras, já que uma barra muito grande pode ocultar o valor de outra métrica. 62Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Line Chart Os gráficos de linha são muito utilizados para avaliar os dados ao longo do tempo, e nesse estilo o eixo X exibe a dimensão tempo, e o eixo Y mostra o valor da métrica. Ainda em relação ao exemplo anterior, seria possível exibir os valores empenhados, liquidados e pagos ao longo dos anos. Dessa forma, o usuário consegue comparar cada métrica, como ela evoluiu no período e em cada ano, as diferenças entre o empenho, a liquidação e o pagamento das emendas parlamentares. A mesma observação do gráfico anterior, em relação à faixa de valores, vale para esse tipo de gráfico. Além disso, não é recomendado ter mais do que cinco métricas plotadas no gráfico, pois isso dificulta a análise. Caso haja mais de cinco métricas, o mais recomendado é utilizar o Sparkline que você verá a seguir. Sparkline É um gráfico de linhas que pode ser exibido ao lado de um indicador, para mostrar a série histórica, ou ainda incorporado em tabelas, como linhas. Esse estilo de gráfico tem a característica de não trazer informações mais detalhadas, e por isso busca dar apenas uma visão geral da série histórica. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 63 Line Chart Os gráficos de linha são muito utilizados para avaliar os dados ao longo do tempo, e nesse estilo o eixo X exibe a dimensão tempo, e o eixo Y mostra o valor da métrica. Ainda em relação ao exemplo anterior, seria possível exibir os valores empenhados, liquidados e pagos ao longo dos anos. Dessa forma, o usuário consegue comparar cada métrica, como ela evoluiu no período e em cada ano, as diferenças entre o empenho, a liquidação e o pagamento das emendas parlamentares. A mesma observação do gráfico anterior, em relação à faixa de valores, vale para esse tipo de gráfico. Além disso, não é recomendado ter mais do que cinco métricas plotadas no gráfico, pois isso dificulta a análise. Caso haja mais de cinco métricas, o mais recomendado é utilizar o Sparkline que você verá a seguir. Sparkline É um gráfico de linhas que pode ser exibido ao lado de um indicador, para mostrar a série histórica, ou ainda incorporado em tabelas, como linhas. Esse estilo de gráfico tem a característica de não trazer informações mais detalhadas, e por isso busca dar apenas uma visão geral da série histórica. 5.3 Distribuição Em muitos processos de análise e exploração de dados, um recurso muito útil é mostrar como os valores dos dados estão distribuídos. Isso ajuda a conhecer melhor os dados pois possibilita detectar os pontos de concentração bem como os pontos fora da curva (outliers). Gráficos de distribuição mostram como os dados estão distribuídos entre as categorias. Como exemplo do uso de distribuição é possível citar o total de projetos de lei por tamanho de partido ou o desempenho de estudantes na prova do ENEM, conforme ilustrado no gráfico a seguir. Percentual de Notas do ENEM. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Os gráficos mais utilizados para fins de distribuição são os seguintes: Bar Chart Forma mais simples de distribuição, o gráfico de barras é usado quando uma variável é qualitativa ou assume valores discretos. Por exemplo: a quantidade de aprovados em um concurso público por idade ou, ainda no exemplo anterior, de emendas parlamentares. Embora utilizado num contexto de comparação, o gráfico mostra como está a distribuição dos recursos em relação às funções de governo. 64Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Histograma É semelhante a um gráfico de barras, a diferença é que os valores numéricos são contínuos e são criadas faixas de valores para permitir contagens. No exemplo do desempenho de estudantesna prova do ENEM, considerando a nota máxima de 1.000 pontos, poderíamos ter um gráfico que mostra a quantidade de notas dentro de algumas faixas de valores (0- 100, 100-200, ..., 900-1.000), conforme ilustrado na figura. Box Plot É um estilo de gráfico que mostra a concentração de dados por meio dos quartis e percentis. Esse gráfico é muito utilizado para comparar distribuições entre grupos. Na figura você verá uma distribuição da idade dos funcionários em relação aos departamentos existentes. O departamento de finanças tem uma faixa muito pequena, mas é possível detectar dois outliers, com 22 e 48 anos. Por outro lado o departamento de marketing é o que possui a maior variação, com o 1º quartil em 22 anos e o 3º em 41 anos. Como se vê, o Box Plot dá informações valiosas sobre a distribuição de um conjunto de dados. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 65 5.4 Composição Os gráficos de composição mostram as informações de acordo com uma relação do conjunto completo a partir de suas partes. Como exemplos para este tipo de gráfico é possível citar: • categorias de satisfação de usuário do serviço público; • quais são os sistemas operacionais mais utilizados; • o portfólio de uma carteira de investimentos. Os gráficos mais utilizados para fins de composição são os seguintes: Gráfico de Pizza Apesar de muito condenado, o gráfico em pizza é um exemplo de gráfico que exibe uma composição, com o todo sendo representado pelo círculo preenchido. As partes são representadas por fatias do círculo, uma para cada grupo categórico. Esse tipo de gráfico é mais adequado quando se tem poucos grupos categóricos (no máximo 5). Gráfico Donut Este gráfico é uma variação do gráfico de pizza, com a diferença de possuir um espaço no centro. Essa área é geralmente utilizada para mostrar uma métrica importante que tenha relação com o gráfico. Stacked Bar Chart É um gráfico de barras empilhadas, onde cada barra pode ser dividida para mostrar as partes do todo em cada categoria. Uma vantagem do gráfico de barras empilhado em relação ao gráfico de pizza é que as pessoas tendem a fazer julgamentos mais precisos quando avaliam tamanhos do que quando avaliam ângulos e áreas. 66Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na figura abaixo, o gráfico mostra a receita anual para cada tipo de produto, entre software, hardware e treinamento. É possível ver que em 2017, por exemplo, as vendas de treinamento representaram o maior volume de receitas da empresa. Stacked Area Chart Apresenta vários gráficos de área empilhados uns sobre os outros. Os valores de dados são desenhados como pontos que são conectados através de segmentos de linha e as regiões sombreadas são adicionadas sob a linha para dividir o total em subgrupos valores. A figura abaixo mostra a produção anual de energia (simbolizado pela unidade de TeraWatt) de alguns países, por fonte de energia. Observe que no Canadá há uma predominância na produção de energia por carvão e hídrica, e nos EUA há mais equilíbrio entre as formas de produção, inclusive nuclear. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 67 5.5 Relação Uma tarefa recorrente na exploração de dados é entender a relação que existe entre os dados. Os tipos de gráfico abaixo podem ser usados para analisar a relação entre duas ou mais variáveis, para analisar tendências e padrões entre os dados. Os gráficos mais utilizados para fins de relação são os seguintes: Scatter Plot É um gráfico padrão para mostrar as relações entre duas variáveis numéricas. Os pontos representam a projeção nos eixos X e Y do valor de cada métrica. Na figura abaixo você verá um gráfico que exibe o consumo de sorvete em função da temperatura, em ºF (Graus Fahrenheit) em que é possível observar que à medida que a temperatura aumenta, o consumo de sorvete também aumenta. Bubble Chart É uma variação do Scatter Plot com a inclusão de uma terceira variável. Além disso, o tamanho dos pontos é proporcional ao da terceira variável incluída. O gráfico abaixo mostra, para cada país, a relação que existe entre a expectativa de vida e a renda per capita anual, em função do tamanho da população. 68Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Diagrama de Rede Este tipo de gráfico exibe basicamente “nós” e “arestas” que fazem conexão entre esses nós. A espessura da aresta pode também representar uma informação relevante sobre uma conexão. Esse estilo de gráfico, que permite analisar relações entre itens, é muito utilizado para análise de redes sociais. A figura que ilustra esse exemplo é um gráfico chamado de chord, que mostra a importação/exportação de grãos entre os países. Veja que a China exporta mais para a Índia do que importa deste país. Diagrama de Árvore É um diagrama de rede que é organizado para exibir o relacionamento hierárquico entre os elementos. É um tipo de gráfico muito utilizado para representar estruturas hierárquicas, tais como organogramas. Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 69 Diagrama de Árvore É um diagrama de rede que é organizado para exibir o relacionamento hierárquico entre os elementos. É um tipo de gráfico muito utilizado para representar estruturas hierárquicas, tais como organogramas. FLATICON. [Banco de Imagens]. Flaticon, Málaga, 2022. Disponível em: https://www. flaticon.com/. Acesso em: 29 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. FUSIONCHARTS. Simple Chord. [20--b]. https://www.fusioncharts.com/charts/chord- diagram/simple-chord-diagram?framework=javascripthttps://www.fusioncharts. com/charts/bubble-xy-charts/simple-scatter-chart?framework=javascript. Acesso em: 29 nov. 2022. FUSIONCHARTS. Simple Scatter. [20--a]. https://www.fusioncharts.com/charts/ bubble-xy-charts/simple-scatter-chart?framework=javascript. Acesso em: 29 nov. 2022. GOOGLE. Sparkline charts. 2022. Disponível em: https://support.google.com/docs/ answer/9146780?hl=en. Acesso em: 29 nov. 2022. KANAN, Ehsanul Haque. FusionCharts: Three Financial Charts That Will Turbocharge Your JavaScript Apps. 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O objetivo não será treinar você na utilização destas ferramentas, mas apenas apontar aspectos relevantes na tomada de decisão a respeito da escolha de quais ferramentas de visualização de dados usar. Unidade 1: Benefícios e Diferenças das Ferramentas de Data Visualization Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de listar as características que diferenciam as principais ferramentas de construções de painéis. Antes de iniciar, é importante conceituar e apresentar como atualmente estão posicionadas ferramentas e plataformas de visualização de dados a partir da empresa Gartner Group. O Gartner Group é uma empresa de consultoria que avalia em nível global as principais tecnologias de informação utilizadas pelas principais empresas. Em função dessa avaliação o Gartner publica anualmente o resultado dessa pesquisa para cada categoria de tecnologias e ela é conhecida como Quadrante Mágico. Em relação às ferramentas de visualização de dados, o Gartner publicou o Quadrante Mágico para plataformas de Analytics e Business Intelligence. Tais plataformas permitem que usuários leigos em tecnologia modelem, analisem, explorem, compartilhem e gerenciem dados por meio de painéis. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 71 Quadrante Mágico. Fonte: QlikTech (20--a). A ênfase atual dessas ferramentas, considerando que também se destinam a usuários de negócio com pouco conhecimento em tecnologia da informação, tem foco em Self-Service BI, muitas vezes apoiado pelo uso de inteligência artificial para fornecer insights automatizados. Este curso considera apenas as ferramentas líderes deste quadrante, que atualmente são: Microsoft (Power BI), Sales Force (Tableau) e Qlik (Qlikview/QlikSense). Você verá a partir de agora as principais características dessas ferramentas. 1.1 Power BI A Microsoft tem um enorme alcance de mercado e parte do resultado é impulsionado pelo Office 365. A ferramenta “Power BI” da Microsoft oferece preparação de dados, descoberta de dados com base visual, painéis interativos e análise aumentada. O recurso de “metas” permite o rastreamento colaborativo e orientado por dados dos principais scorecards de métricas de negócios. 72Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na figura abaixo você verá a tela de construção de um painel do Power BI Desktop. Power BI Desktop. Fonte: Microsoft (s.d.). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Abaixo estarão enumeradas algumas das funcionalidades da ferramenta com suas respectivas descrições. 1. Botão de importação de dados – a partir dele é possível conectar em uma fonte de dados para extrair informações. O Power BI consegue ler dados de diversas fontes, tais como: arquivos (Excel, Texto/CSV, XML, JSON, PDF etc.); bancos de dados (Oracle, SQL Server, MySQL, Teradata, Amazon Redshift, Google, BigQuery etc.); e serviços online (Azure e Power Platform). 2. Área de visualização – onde são criados os painéis, como indicado em ‘Criar visuais com seus dados’. 3. Área de dados – local em que é possível visualizar as tabelas de dados. Nesta área o usuário pode criar tabelas, colunas e medidas (nome dado pela ferramenta para a criação de métricas). 4. Área de modelo de dados – local em que é possível criar relacionamentos entre as tabelas, podendo ser 1:N, M:N e 1:1. Vale destacar que este conceito (1:N, M:N e 1:1) é amplamente utilizado na área de banco de dados, além de ser um pré-requisito para quem constrói dashboards. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 73 5. Área de transformação de dados – local que permite ao usuário utilizar a linguagem DAX (Data Analysis Expression) para criar fórmulas e expressões com base nos dados. A linguagem possui uma biblioteca de funções e operadores pré-definidos que auxiliam o usuário na etapa de transformação de dados ao eliminar duplicidades numa tabela. 6. Elementos visuais – se trata de um conjunto de gráficos que podem ser utilizados na construção de um painel. O Power BI traz um conjunto de gráficos nativos, mas oferece também acesso à uma biblioteca de gráficos desenvolvidos por terceiros e neste caso o usuário pode baixar o componente e utilizar em seus painéis. 7. Exibe as tabelas e colunas existentes no modelo de dados – A ferramenta identifica automaticamente os campos numéricos, de texto e de data. Neste último caso já se cria um campo hierárquico de modo que o usuário possa utilizar parte do campo, como o ano ou trimestre, para criar gráficos. É possível utilizar campos de diferentes tabelas para construir um gráfico. Neste caso, o usuário deve garantir que as tabelas estão relacionadas, sob pena do painel gerar informações inconsistentes no gráfico. 8. Área de publicação do painel – o usuário desenvolve o painel localmente em sua máquina, utilizando o PowerBI Desktop, mas é possível publicar na nuvem e compartilhar o painel com usuários previamente estabelecidos, neste caso exigindo licença da ferramenta. Caso não tenha licença o usuário pode publicar o painel de modo que possa ser acessado por qualquer pessoa na Internet, sem qualquer restrição de acesso. 1.2. Qlikview Qlikview é uma ferramenta que permite recuperar e associar dados de diferentes fontes auxiliando o usuário na tarefa de Data Discovery, um processo de descoberta de dados através da geração de insights e análises avançadas, acessíveis a usuários de negócios, cientistas de dados ou cidadãos. Agora veja a seguir as principais características da ferramenta: • Modelo Associativo A ferramenta associa automaticamente tabelas que estejam relacionadas usando uma tecnologia chamada AQL (Associative Query Logic). Neste caso, se uma tabela A possui um campo chamado produto_id e uma tabela B possui um campo com este mesmo nome, a ferramenta entende que se tratam de tabelas relacionadas. 74Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública • Motor de Pesquisa Permite, por meio do uso de expressões regulares (Regex), pesquisar informações em todos os dados presentes no modelo. • Separação de Dados e Aplicação Permite separar os dados da aplicação. Os dados são armazenados em arquivos do tipo *.qvd, e os painéis armazenados em arquivos *.qvw. • Acesso a Múltiplas Fontes de Dados Trata da criação de um modelo de dados através da junção de múltiplas fontes de dados. • Compressão de Dados A ferramenta possui um algoritmo de compactação que permite reduzir consideravelmente o tamanho dos dados que são carregados para a memória do servidor. • Tecnologia In-Memory Em muitas arquiteturas de Business Intelligence os dados ficam armazenados em discos rígidos de servidores. O Qlikview usa uma arquitetura na qual os dados ficam armazenados na memória RAM do servidor. Isso propicia um ganho considerável de performance, principalmente se tratando de dados de grandes volumes, com muitos cálculo e agregações. • Componentes de Terceiros A ferramenta possui um conjunto de gráficos nativos, mas permite que o usuário instale componentes desenvolvidos por terceiros. Neste caso vale a recomendação de avaliar a qualidade dos componentes, pois como pertencem a terceiros o suporte em caso de bugs pode ser um problema. • Editor de Scripts A ferramenta possui uma linguagem (SQL-Like) que permite realizar diversas transformações nos dados. Por meio do editor de script o usuário pode realizar a carga dos dados na própria ferramenta. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 75 Veja a seguir algumas imagens da ferramenta Qlikview. Editor de script. Fonte: QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC Tela de criação de gráficos. Fonte: QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 76Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Exemplo de painel. Fonte:QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Assistente de leitura de arquivos. Fonte: QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 77 Por ser uma ferramenta que possui um editor de scripts, o que em certa medida exige do usuário um pouco de conhecimento de banco de dados e de lógica de programação, o Qlikview é mais utilizado por profissionais de TI e especialistas em Business Intelligence. Contudo é importante você se atentar à seguinte observação que se aplica a muitas ferramentas: No geral, quanto mais amigável, quanto menos conhecimento técnico do usuário a ferramenta exige, mais essas ferramentas tendem a ser limitadas quando comparadas com as que exigem mais conhecimento técnico ou um maior grau de especialização por parte do usuário. Guardadas as devidas proporções, é o que ocorre atualmente com as ferramentas de desenvolvimento de software Low/NoCode em relação ao desenvolvimento de software utilizando linguagens de programação tradicionais, tais como Java, Python, Php etc. 1.3. Qlik Sense Do mesmo fornecedor do Qlikview (Qlik), o Qlik Sense é uma ferramenta da categoria Self-Service BI. Voltada para o usuário final, a ferramenta permite que usuários sem muito conhecimento de TI possam se conectar em suas bases de dados e construir seus próprios painéis. As principais características que se destacam nesta ferramenta são: • Intuitividade – permite que o usuário se conecte numa base de dados e crie visualizações interativas e flexíveis apenas clicando e arrastando. • Design responsivo – permite que a tela do painel se adapte a vários dispositivos, tais como tablet, celular, laptop ou tv. O Qlikview, que é do mesmo fornecedor, não possui design responsivo. • Mashup – é uma Interface de Programação de Aplicativos (API), que permite criar páginas web personalizadas (por meio de HTML, CSS e JavaScript) acessando objetos do Qlik Sense. • Data Storytelling – a ferramenta gera automaticamente insights a partir dos dados existentes. 78Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O QlikSense possui uma plataforma chamada QlikCloud, na qual os usuários podem desenvolver painéis QlikSense na nuvem. Ao logar na plataforma o usuário pode criar uma nova aplicação, estabelecer uma nova conexão com uma fonte de dados e também carregar novos dados para uma aplicação existente. Importação de dados. Fonte: QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). A ferramenta possui um insight advisor, uma funcionalidade que permite descobrir novas visualizações através de sugestões. É possível estabelecer relacionamentos entre as tabelas e, a partir daí, criar painéis com os dados, conforme ilustrado nas figuras a seguir. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 79 Qliksense2. Fonte: QlikTech (20--b). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 1.4 Tableau Também criada dentro do conceito de Self-Service BI, o Tableau dispõe de uma arquitetura do tipo cliente-servidor, escalável, compatível com clientes móveis, clientes web e software desktop. A arquitetura Client-Server é formada pelos seguintes componentes: Tableau Desktop Permite que o usuário crie painéis localmente em sua estação de trabalho e publique o painel no servidor. 80Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Tableau Server Os painéis publicados no servidor podem ser acessados por centenas de usuários. O servidor possui um cluster integrado, com suporte à alta disponibilidade, podendo ser uma máquina física ou virtual. O servidor é composto de quatro processos básicos: • Servidor de Aplicativos Cuida da navegação e das permissões para interfaces do Tableau Server na web e em dispositivos móveis. • VizQL Server Responsável por enviar consultas diretamente à fonte de dados, retornando um conjunto de resultados que é renderizado e apresentado ao usuário. • Data Server Permite o gerenciamento e armazenamento das fontes de dados de forma centralizada. Inclui ainda metadados do Tableau Desktop como cálculos, definições e grupos. • Processador em Segundo Plano Atualiza as extrações agendadas e gerencia tarefas em segundo plano. Camada de Dados Inclui uma série de conectores de dados otimizados para banco de dados, como Microsoft Excel, SQL Server, Oracle, Teradata, Vertica, Cloudera Hadoop, dentre outros. A camada de dados inclui ainda conectores ODBC genéricos. O acesso aos dados pode se dar pelo envio de instruções SQL ou MDX diretamente para o servidor de banco de dados, o que facilita o acesso em tempo real. Tableau Cloud Também chamado de Tableau online. É um serviço de construção de painéis na nuvem. Traz a vantagem dos serviços de nuvem, tais como redução de custo, escalabilidade e elasticidade. Permite que o usuário construa seu dashboard, publique e compartilhe na nuvem. Ao abrir o Tableau desktop o usuário deve conectar numa fonte de dados. É possível conectar as várias fontes de dados (Excel, arquivo de texto, JSON, ODBC, SQL Server, MySQL etc.). Após se conectar com uma fonte de dados o usuário pode carregar as tabelas e definir os relacionamentos, conforme exemplificado na figura. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 81 Relacionamentos entre tabelas. Fonte: Tableau (20--). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Tableau desktop. Fonte: Tableau (20--). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Uma vez que os dados foram carregados e os relacionamentos estabelecidos, o usuário estará apto para construir o painel. Esse painel é desenvolvido na versão desktop, conforme ilustrado no exemplo abaixo. Como pode ver, neste exemplo existe uma área com as informações das tabelas e colunas, com uma lista de gráficos que podem ser criados em função dos dados selecionados. Quando o usuário seleciona os dados, a ferramenta só habilita os gráficos que são aplicáveis em cada caso, deixando os demais desabilitados. 82Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Essa é uma funcionalidade interessante, pois evita que o usuário cometa erros na escolha dos elementos visuais. A ferramenta exibe ainda uma área para aplicação dos filtros e estilo do gráfico. Diferentemente do Power BI, que já exibe uma tela para a construção do painel, no Tableau o usuário cria gráficos individualizados que podem ser aproveitados em vários painéis, o que também permite o reaproveitamento de objetos gráficos. Na figura abaixo você verá um exemplo de dashboard desenvolvido em Tableau. O Tableau possui ainda uma plataforma chamada Tableau Public, onde os usuários podem livremente desenvolver painéis. Exemplo de painel em Tableau. Fonte: Tableau (20--). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://public.tableau.com/app/discover Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 83 BISWAL, Avijeet. What is Power BI?: Architecture, and Features Explained. [Simplilearn]. 2022. Disponível em: https://www.simplilearn.com/tutorials/power-bi- tutorial/what-is-power-bi#:~:text=Power%20BI%20architecture%20is%20a,data%20 for%20reporting%20and%20analytics . Acesso em: 30 nov. 2022. DATAFLAIR. Qlik Sense Architecture – 4 Major Components of Architecture. 2022. Disponível em: https://data-flair.training/blogs/qlik-sense-architecture/. Acesso em: 30 nov. 2022. KASIPURI, Vinod. QlikView Architecture. [MindMajix]. 2022. Disponível em: https:// mindmajix.com/qlikview-architecture. Acesso em: 30 nov. 2022. MICROSOFT. Power BI. [S. l.], s.d. Disponível em: https://powerbi.microsoft.com/pt- br/. Acesso em: 30 nov. 2022.https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/ tableau-architecture/ NAVEEN. Tableau Architecture and Its Components. [IntelliPaat]. 2022. Disponível em: https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/. Acesso em: 30 nov. 2022. QLIKTECHINTERNATIONAL. QlikView. [S. l.], [20--b]. Disponível em: https://www.qlik. com/pt-br/products/qlikview.https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/ tableau-architecture/ Acesso em: 30 nov. 2022. QLIKTECH INTERNATIONAL. Quadrante Mágico™ do Gartner® 2022 para Plataformas de Analytics e Business Intelligence. [20--a]. Disponível em: https:// www.qlik.com/pt-br/gartner-magic-quadrant-business-intelligence. Acesso em: 30 nov. 2022. TABLEAU SOFTWARE. Tableau. [S. l.], [20--]. Disponível em: https://intellipaat.com/ blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/https://www.tableau.com/pt-br. Acesso em: 30 nov. 2022. Referências https://www.simplilearn.com/tutorials/power-bi-tutorial/what-is-power-bi#:~:text=Power%20BI%20architecture%20is%20a,data%20for%20reporting%20and%20analytics https://www.simplilearn.com/tutorials/power-bi-tutorial/what-is-power-bi#:~:text=Power%20BI%20architecture%20is%20a,data%20for%20reporting%20and%20analytics https://www.simplilearn.com/tutorials/power-bi-tutorial/what-is-power-bi#:~:text=Power%20BI%20architecture%20is%20a,data%20for%20reporting%20and%20analytics https://data-flair.training/blogs/qlik-sense-architecture/ https://mindmajix.com/qlikview-architecture https://mindmajix.com/qlikview-architecture https://powerbi.microsoft.com/pt-br/ https://powerbi.microsoft.com/pt-br/ https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/ https://www.qlik.com/pt-br/products/qlikview.https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/ https://www.qlik.com/pt-br/products/qlikview.https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/ https://www.qlik.com/pt-br/products/qlikview.https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/ https://www.qlik.com/pt-br/gartner-magic-quadrant-business-intelligence https://www.qlik.com/pt-br/gartner-magic-quadrant-business-intelligence https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/https://www.tableau.com/pt-br https://intellipaat.com/blog/tutorial/tableau-tutorial/tableau-architecture/https://www.tableau.com/pt-br 84Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 2: Processo de Construção de Painéis Objetivo de aprendizagem Ao final desta desta unidade você será capaz de esclarecer as etapas que compõem o processo de construção e design de painéis a partir de um exemplo prático. A primeira etapa do processo de construção de painéis busca conhecer os objetivos e metas de negócio associadas à construção do painel. Para realizar esta etapa se faça a seguinte pergunta: Quem são as partes interessadas e usuários e qual é o objetivo do painel? Para responder uma parte desta pergunta é importante falar de um ator essencial e muito presente neste processo que é o stakeholder. Stakeholder é um termo bastante utilizado em diversas áreas, tais como gestão de projetos, desenvolvimento de software e também no âmbito do processo de construção de painéis. Refere- se às partes interessadas da organização, aquelas que possuem particular interesse no sucesso do painel. Encontrando os stakeholders e traçando o objetivo do painel você deve seguir para os passos seguintes, buscar atingir os objetivos previamente conhecidos. Para que se tenha melhor compreensão dos objetivos do painel e do problema que ele busca resolver é necessário conversar com os stakeholders e os usuários. Aqui vale a pena ressaltar que stakeholders e usuários são conceitos distintos. 2.1 Stakeholders e usuários Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 85 Stakeholders Os stakeholders são os tomadores de decisão, além de serem aqueles que tem o problema que o painel busca resolver. Usuários Os usuários são aqueles que utilizarão o painel e precisam ser atingidos pelo objetivo desse painel. Assim, entenda que os desafios que serão enfrentados, além das metas e dos processos, visam garantir que as necessidades dos usuários possam ser atendidas e, mais importante, que estejam alinhadas com as partes interessadas e com os objetivos de negócio. Para que os objetivos do painel sejam compreendidos, uma entrevista pode ser uma boa ferramenta! Um painel pode envolver pessoas com diferentes posições, níveis de conhecimento e objetivos, por isso é importante mapear estas distinções. Pessoas atendidas por um painel. Fonte: Freepik (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022) 86Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Assim, trace um perfil das partes interessadas e dos usuários (nome, cargo, unidade organizacional etc.) e em seguida crie um questionário para tentar obter as informações mais relevantes desta etapa inicial. O questionário de entrevistas pode incluir as seguintes questões: • Qual é a motivação para construir o painel? • Quais são os resultados que você espera? • Quais são as métricas que você analisa atualmente? • Quais métricas você não possui, mas gostaria de ter? • Cite algumas questões que busca responder com este painel. Atente-se a que não adianta nada o painel atender plenamente as expectativas dos tomadores de decisão se não conseguir resolver os problemas dos usuários. Nesse sentido um questionário elaborado para os usuários pode incluir questões como: • Descreva uma semana típica de trabalho em relação a determinado processo de negócio. • Como atualmente você acessa e usa os dados? • Quais são os desafios que você tem atualmente em relação à geração de informação para a tomada de decisão? • Cite as perguntas que você é mais frequentemente demandado a responder. 2.2 Personas Uma Persona é uma representação dos usuários de determinado produto ou serviço, com um conjunto específico de características, tendo como base atributos reais dos usuários. Personas ajudam a entender para quem se está projetando o painel, e ajuda a alinhar a estratégia e metas para grupos específicos de usuários. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 87 Com as Personas é possível conseguir capturar objetivos comuns, metas, características e desafios de todos envolvidos no uso do painel. Com isso é importante diferenciar os tipos de usuários de um painel, quais são as principais informações relevantes e quais dados são comuns a eles. Dessa forma é possível criar visões personalizadas de um mesmo painel para atender as necessidades de diferentes grupos de usuários. Um mesmo painel pode ser utilizado por executivos de uma empresa e também por pessoas com pouco poder decisório. Mapear estas características auxilia a gerar informações mais adequadas para cada tipo de perfil. A Persona é um usuário fictício, que possui um conjunto de características dos usuários reais, representando parte deste grupo. A figura a seguir ilustra um exemplo de Persona para o painel. Exemplo de Persona. Fonte: Mockplus (2020). 88Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agora veja a seguir um exemplo de template para criação de Personas. Cabe destacar que um template como esse deve ser preenchido para cada grupo de usuários. Nome: Cargo: Departamento: Necessidades: Desafios: Questões a serem respondidas: Exemplo de template para criação de Personas. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 2.3 Mapeamento de Cenários Mapeamento de cenários é uma ferramenta que permite simular situações do mundo real que determinada solução de software deve atender. Esta ferramenta é especialmente útil no design de painéis, na medida em que permite simular os cenários possíveis de análise, visualização de dados e tomada de decisão. O mapeamento de cenários ajuda a pensar nos usuários, suas tarefas e no tipo de experiência que será fornecida, além ajudar a garantir que os projetos sejam fundamen- tados no mundo real. Isso porque o mapeamento de cenários força a consideração do contexto no qual um projeto provavelmente será usado. Simulando o futuro a partir de um painel. Fonte: Freepik (2022).Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 89 Pergunta Quantas mulheres existem em funções de liderança? Necessidade de ver Cargos de liderança atuais, histórico de posições de liderança, treinamentos em liderança, indicações para cargos de liderança, tempo médio em funções de liderança, comparativo de resultados das áreas ocupadas por homens x mulheres. KPIs Porcentagem de homens x mulheres na organização, porcentagem de funções de liderança ocupadas por mulheres, valor absoluto e relativo de treinamentos de liderança realizado por mulheres, porcentagem de indicações femininas reprovadas para funções de liderança, tempo médio no cargo em funções de liderança. Ações Criar políticas de incentivo à participação de mulheres em funções de liderança, treinamentos etc. A ferramenta fornece cenários de uso do painel. Para mapear os cenários possíveis, siga os seguintes passos: • pense na Persona; • identifique uma questão-chave que ela precisa responder; e • uma vez que você definiu uma questão-chave, pense nas informações que a Persona precisa ter para responder ao questionamento feito. Sobre realizar o terceiro passo, reflita sobre duas questões: Existe algum indicador que possa fornecer essa informação? Existe alguma ação associada com a questão-chave? Após a reflexão, anote a ação e em que condições essa ação deve ser realizada. Veja a seguir um exemplo de cenário para um painel de RH. Exemplo de cenário para um painel. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Ao analisar o exemplo anterior é possível notar a preocupação da empresa em incentivar a participação de mulheres em posições de liderança. Dessa forma, tendo esse objetivo como algo a se perseguir, é importante medir essa participação por meio de alguns indicadores no painel que será construído. 90Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Assim o design de painel tem melhores condições de criar indicadores mais aderentes às necessidades do usuário, pois passa a haver maior clareza sobre o problema que se busca resolver. 2.4 Agrupamento Um painel possui vários indicadores gráficos e pode tratar de vários assuntos. Geralmente esses assuntos são divididos em abas e o agrupamento permite definir como os gráficos serão organizados em diferentes assuntos e temas. Critério de Agrupamento por Perfil de Usuário. Fonte: Freepik (2022). O critério de agrupamento é definido pela necessidade de negócio. Em painéis que são voltados para especialistas e leigos em determinado assunto, um critério de agrupamento pode ser o perfil do usuário. Já em um painel que exibe dados de órgão federais, estaduais e municipais, o critério de agrupamento pode ser o tipo de ente federado. Então utilizam-se as informações coletadas até aquele momento sobre as partes interessadas, usuários, personas e cenários para que haja maior clareza sobre qual é o melhor critério para agrupar o painel. Por exemplo, se for um painel de RH os agrupamentos poderiam ser: • treinamento; • aposentadoria; • ponto eletrônico etc. Clique aqui e visite o site da Controladoria Geral da União para ver o painel “Resolveu?”, que exibe informações das ouvidorias públicas, e é possível observar que o critério de agrupamento se deu em função das esferas (federal, estadual e municipal). http://paineis.cgu.gov.br/resolveu/index.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 91 Exemplo de agrupamento do painel “Resolveu?” Fonte: Brasil (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 2.5 Avaliação de Dados O processo de tomada de decisões deve se basear em dados consistentes, confiáveis e precisos, dessa forma a qualidade de dados é um aspecto fundamental durante a construção e design de um painel. A avaliação de dados refere-se ao processo de verificar a qualidade dos dados que serão utilizados no painel a ser desenvolvido. Assim, assegure-se que as questões podem ser respondidas com os dados disponíveis e com uma velocidade em que o usuário consiga respondê-las. Lembre-se que qualidade de dados é um aspecto fundamental no design de um painel e que o objetivo do seu dashboard é apoiar o processo de tomada de decisão. Qualidade dos dados para apoiar a tomada de decisão. Fonte: Freepik (2022). Muitas vezes o desenvolvedor, na ânsia de iniciar o processo de construção do painel, considera apenas se determinado dado existe, sem qualquer preocupação com a qualidade dos dados. 92Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Por isso reflita sobre a seguintes questões para garantir a qualidade dos dados: • Com base nos dados existentes, quais perguntas podem ser respondidas com alto grau de confiabilidade? • Quais dados precisarão ser tratados para as fases posteriores? • Quais dados serão descartados durante o processo por não atenderem aos padrões mínimos de qualidade? Ao descartar determinados dados, ou definir que eles serão tratados e utilizados em fases posteriores, você deve comunicar aos stakeholders que as perguntas que dependam destes dados ficarão inicialmente sem resposta. Utilize os dados de qualidade disponíveis e garanta que a velocidade de geração desses dados atenda às expectativas. Não adianta nada ter dados disponíveis, de alta qualidade, mas que são gerados trimestralmente, se a expectativa do usuário é ter um indicador de monitoramento semanal. 2.6 Avaliação de Tecnologia Uma organização precisa escolher uma ferramenta institucional para a construção de painéis e avaliar se a tecnologia escolhida é capaz de responder os questionamentos em função da necessidade dos usuários. Para ajudar nisso, conheça os tipos de gráficos disponíveis em cada tecnologia avaliada e tenha conhecimento das limitações potenciais. O objetivo dessa ferramenta é encontrar o quão perto a tecnologia pode chegar do layout do painel para atender os objetivos de negócio com base nos recursos existentes (gráficos, KPIs, filtros etc). Uma pesquisa rápida na Internet, sobre painéis desenvolvidos na tecnologia que você está avaliando pode dar uma boa noção das capacidades e limitações. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 93 Uma opção é instalar ou acessar diretamente a ferramenta e explorar as suas potencialidades, uma vez que as ferramentas proprietárias permitem o uso temporário (trial) e não se esqueça de se certificar de que esse tempo é suficiente para o teste. Existem duas outras opções conhecidas para escolher o tipo de ferramenta institucional para a construção de painéis que são: Provas de Conceito Outra opção muito utilizada é a realização de provas de conceito (POC – Proof of Concept). Neste caso, um escopo é definido em conjunto com o fornecedor da ferramenta (ou um representante), e um painel é desenvolvido. O objetivo é conhecer as potencialidades, limitações, curva de aprendizado e produtividade da ferramenta. Ferramenta Livre A decisão pode passar também pela consideração de adquirir uma ferramenta proprietária ou utilizar uma ferramenta livre e/ou de código aberto e existem vantagens e desvantagens em relação a este ponto. As ferramentas livres oferecem a vantagem da economia de custos de licenciamento, mas são mais limitadas em relação às ferramentas proprietárias. Possuem uma curva de aprendizado maior, o que interfere na produtividade e a falta de suporte pode ser um problema. 2.7 Seleção de KPIs Como já mencionado, um painel auxilia o usuário na tomada de decisão de seus usuários e para compreender como uma das etapas deste processo ocorre, veja na videoaula a seguir como ocorre a seleção dos indicadores-chave de performance. Videoaula: Processo de Construção de Dashboards https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo03_video08/index.html 94Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.8 Seleção de Gráficos Escolha os gráficos baseados nas perguntas que precisam ser respondidas para o painel e cada gráfico deve estar vinculadoà uma ação que possa ser tomada. Seleção de Gráficos. Fonte: Freepik (2022). Esses gráficos devem fornecer respostas e um caminho intuitivo para uma ação, de modo a facilitar que o usuário não tenha que pensar muito profundamente para entender o que as informações significam. Gráficos muito complexos podem ser um empecilho neste aspecto e em alguns casos, dada a complexidade do problema e o nível elevado de conhecimento do usuário, gráficos de maior complexidade podem e devem ser usados. Por isso se atente e avalie cada situação. As ferramentas de visualização mais modernas têm funcionalidades que sugerem gráficos com base nos dados. Faça vários testes com as opções sugeridas e tente responder as perguntas que foram definidas e priorizadas. O melhor gráfico é aquele que responde às perguntas da forma mais clara, simples e intuitiva. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 95 2.9 Filtros Aplicáveis Identifique como os dados podem ser filtrados dentro do painel, uma vez que filtros devem estar alinhados com os objetivos do painel. Os filtros certos permitem que o usuário chegue rapidamente às informações mais relevantes que o apoiem na tomada de decisão e podem variar de acordo com o perfil do usuário. A escolha de filtros nem sempre é uma decisão fácil. Veja um caso no exemplo a seguir. Qual é a melhor escolha entre utilizar um gráfico de linhas para exibir o histórico anual de vendas ou exibir o valor atual de vendas e incluir um filtro por ano? Se o gráfico de linha é descartado é possível usar o filtro para ver o valor em determinado ano. Essa abordagem torna muito difícil ver um padrão de mudança ao longo do tempo, o que seria facilmente perceptível num gráfico de linhas. Por outro lado, se excluir o filtro de ano e mantiver o gráfico de linhas, não será possível analisar os demais indicadores e gráficos por ano, o que pode limitar a análise. Nestes casos, a redundância é uma boa alternativa. Para este caso, algo bastante utilizado seria manter o filtro de ano e o gráfico de linhas, mas configurar o gráfico de linhas para que não fosse sensível ao filtro de ano. Ainda em relação aos filtros, reserve uma área para exibir os filtros aplicados com a possibilidade de retirar esses filtros. A ausência dessa área prejudica a análise na medida em que o usuário fica confuso por não saber quais filtros foram aplicados nos dados. Algumas análises exigem uma combinação de filtros, e o usuário pode desejar salvar essa informação para não ter que aplicar todos os filtros novamente. Algumas ferramentas permitem ‘Salvar favoritos’. Avalie essa possibilidade caso for um requisito do usuário. 96Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 2.10 Feedback Colete feedback dos stakeholders e usuários, tanto individualmente quanto em grupo, em relação ao que foi desenvolvido até o momento. Assim se atente: Remova todas as barreiras que criem resistência à adoção do painel! Os feedbacks são oportunidades de detectar problemas e ouvir sugestões antes do desenvolvimento propriamente dito. Essa etapa melhora a qualidade das entregas e diminui o risco, reduzindo qualquer ruído de interpretação que possa surgir sobre determinados indicadores, gráficos e outras informações que estarão no painel. É importante que todos os envolvidos estejam na “mesma página”, alinhados em relação a tudo que foi construído até o momento. Por fim, colete todos os feedbacks e classifique-os por grau de importância. Alguns feedbacks podem representar mudança de escopo ou podem acrescentar um esforço adicional que não estava previsto inicialmente. Esclareça estes pontos com as partes interessadas e os patrocinadores para que exista uma organização, sendo talvez necessário reajustar o cronograma de entrega do painel. 2.11 Wireframe O wireframe se trata de um rascunho, mas se feito corretamente, conduz a um processo eficiente, alinhando as expectativas dos usuários com os objetivos do painel. Embora não seja o final, o wireframe é um meio de comunicar os resultados que devem ser percebidos pelos usuários através do layout proposto. Podcast: Processo de Construção de Dashboards: Etapas Finais Você chegou ao final desta unidade de estudo. Caso ainda tenha dúvidas, reveja o conteúdo e se aprofunde nos temas propostos. Até a próxima! https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/podcast/modulo03_podcast02/pc02.mp3 Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 97 BRASIL. Controladoria-Geral da União. Painel Resolveu?. Brasília, DF: CGU, 2022. Disponível em: http://paineis.cgu.gov.br/resolveu/index.htm. Acesso em: 30 nov. 2022. DAVID, Matt. Dashboard Design Process. [The Data School]. 2021. Disponível em: https://dataschool.com/how-to-design-a-dashboard/dashboard-design-process/. Acesso em: 30 nov. 2022. FREEPIK COMPANY. [Banco de Imagens]. Freepik, Málaga, 2022. Disponível em: https://www.freepik.com/. Acesso em: 27 out. 2022. JOHNSON, Josh. 5 Steps to Effective Dashboard Design. [VMware Design]. 2019. Disponível em: https://medium.com/vmwaredesign/5-steps-to-effective-dashboard- design-c1813455e159. Acesso em: 30 nov. 2022. VARTAK, Rohan. 5 steps to effective Dashboard Design. [Towards Data Science]. 2020. Disponível em: https://towardsdatascience.com/5-steps-to-effective-dashboard- design-21500fd9b78e. Acesso em: 30 nov. 2022. Referências http://paineis.cgu.gov.br/resolveu/index.htm https://dataschool.com/how-to-design-a-dashboard/dashboard-design-process/ https://www.freepik.com/ https://medium.com/vmwaredesign/5-steps-to-effective-dashboard-design-c1813455e159 https://medium.com/vmwaredesign/5-steps-to-effective-dashboard-design-c1813455e159 https://towardsdatascience.com/5-steps-to-effective-dashboard-design-21500fd9b78e https://towardsdatascience.com/5-steps-to-effective-dashboard-design-21500fd9b78e 98Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Unidade 3: Como Verificar se um Painel Está Bem Construído? Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de diferenciar os padrões de painéis considerados adequados ou inadequados para visualização e análise dos dados. Bem construídos, painéis são uma maneira eficaz de monitorar e avaliar o desempenho dos negócios através dos dados. Mas um design ruim pode anular rapidamente esse benefício. Excesso de informações desnecessárias, excesso de foco e dificuldade na localização de informações importantes são alguns dos fatores que podem desencorajar o uso do painel. Para evitar isso você precisa conhecer o perfil dos usuários, entender o objetivo do painel, quais são as perguntas que o painel busca responder e quais são os resultados esperados. O aspecto visual do painel é importante, não apenas porque é a primeira coisa que as pessoas veem quando acessam, mas também porque o visual afeta a forma como os usuários analisam e interpretam as informações. A boa notícia é que existem boas práticas que devem ser seguidas, e é isso que você vai ver ao assistir a videoaula a seguir. Videoaula: Padrões de Dashboard Veja abaixo uma lista de problemas que afetam a qualidade do painel: • excesso de cores; • falha de narrativa; • informações desnecessárias ou sem um contexto; • falta de um objetivo claro; https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo03_video09/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 99 • gráficos complexos; • muitos recursos de animação; • falta de foco nas informações mais importantes; • excesso de foco; • excesso de gráficos; • muito espaço em branco; • falta de padronização; e • design não responsivo. Veja a seguir alguns deles com mais detalhes. 1.Excesso de Gráficos Veja o painel a seguir e reflita: Quais são as informações mais relevantes? Onde você deve concentrar a sua atenção? London Chart. Fonte: Astrato (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). 100Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública AirBnB.Fonte: AirBnB (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). O excesso de informações e cores prejudicam a navegação e a análise. Parece que tudo é muito importante. E aqui vai uma dica, se tudo é importante, nada é importante! Esse painel é muito rico, em defeitos é claro, e apresenta uma série de problemas. i. Sem uma narrativa convincente. ii. Não há uma separação muito clara entre os gráficos. iii. Excesso de cores. A cor verde, por exemplo, aparece em várias tonalidades, mas sem um significado muito claro. iv. Excesso de métricas com valores absolutos e muitas delas sem contexto. v. Erros de posicionamento ou foco – no canto inferior esquerdo temos um indicador na cor branca e fundo vermelho, o que parece ser um alerta – se é um alerta importante, deveria estar no topo do painel, e se não é importante não deveria estar na cor vermelha, dando destaque. Agora compare o painel anterior com o próximo da empresa Airbnb, que cria uma aba para analisar uma métrica por vez. No exemplo, a taxa média por noite. Veja a comparação com a média de mercado (U$ 130), e uma comparação entre as duas métricas ao longo do tempo. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 101 2. Falha de Narrativa Falha de narrativa. Fonte: Astrato (2022). 102Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Mapa de Consumo de Álcool. Fonte: Ritchie e Roser (2022). De acordo com o título, o gráfico acima tem como objetivo exibir os 50 países com maior consumo de álcool, e para isso plota um Gráfico de Barras Horizontais Empilhadas, com o consumo anual em litros dividido por tipo de bebida. O gráfico leva o usuário a um erro de interpretação, pois pelo ranking a Estônia seria o país com maior consumo. No entanto não consideraram que um litro de vodka e vinho, por exemplo, possui uma quantidade de álcool muito superior à um litro de cerveja. Caso esse fato fosse considerado, certamente o ranking seria completamente diferente. Além disso, por se tratar de informações geográficas esse gráfico poderia facilmente ser substituído por um mapa de cor, com opções de filtro para cada tipo de bebida similar ao ilustrado na figura a seguir. 3. Muitas Cores A cor é um atributo pré-atentivo muito importante. No entanto o excesso de cores dificulta o entendimento, pois o usuário não consegue distinguir uma categoria de outra. Faça um teste no gráfico abaixo, tente encontrar no gráfico a seguir os pontos na tonalidade laranja mais escuro. Difícil, né? Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 103 Esse problema de diferenciar cores em categorias ocorre também quando temos gradientes de cor (degradê). A variação entre uma cor e outra é tão pequena que, isoladamente, fica difícil o usuário guardar alguma informação sobre a categoria. A categoria só é percebida quando comparada com o todo, aí neste caso o usuário consegue avaliar a intensidade da cor de modo comparativo. Nos casos de uso de gradientes de cor, prefira gradientes cuja variação seja facilmente percebida pelo usuário. O problema das cores surge quando existem muitas categorias e o designer de painel tenta representar cada categoria com uma cor. Por exemplo: produtos, clientes e órgãos públicos são geralmente algumas das dimensões com muitos itens. Designs mais minimalistas com cores mais neutras tendem a comunicar melhor, e principalmente quando se quer dar destaque a algum ponto, e aí neste caso, recomenda-se mais uso de cor. Excesso de Cores. Fonte: Astrato (2022). 4. Excesso de Espaço em Branco e Letras Muito Pequenas Espaço em branco é a área entre os dados do painel e os visuais, que não é utilizada. Essas áreas causam um impacto na forma como os usuários percebem os dados. O painel conta uma história. O excesso de espaços limita a ideia de continuidade que o painel deve oferecer. Os gráficos parecem elementos visuais desconectados, que não conversam entre si. O usuário não consegue perceber o painel como uma informação única, que resolve um problema específico. 104Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Na figura abaixo temos um exemplo de painel com estas características. O painel possui muito espaço em branco e, além disso, as letras são muito pequenas, o que dificulta a análise. Utilize os espaços do painel da melhor forma possível, sempre de uma forma otimizada, já que o espaço em tela é um recurso limitado. No caso da figura, aumentar o tamanho da fonte ajustando as proporções melhoraria a percepção do usuário e tornaria a experiência do usuário mais agradável e a análise mais eficiente. Letras pequenas e muito espaçamento. Elaboração: CEPED/UFSC (2022). Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de testar seus conhecimentos. Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 105 ASTRATO. Top 10 data dashboards errors (and tips to avoid them). 2022. Disponível em: https://astrato.io/blog/top-10-data-dashboard-errors-and-tips-to- avoid-them/. Acesso em: 30 nov. 2022. CALZON, B. 23 Dashboards design principles & best practices to enhance your data analysis. [Datapine]. 2021. Disponível em: https://www.datapine.com/blog/ dashboard-design-principles-and-best-practices/. Acesso em: 30 nov. 2022. CALZON, B. Best Dashboard ideas & design examples to boost your business. [Datapine]. 2022. Disponível em: https://www.datapine.com/blog/great-dashboard- design-examples-for-inspiration/. Acesso em: 30 nov. 2022. MONTERO, C. H. 6 examples of bad dashboards design. [Carmel Hassan Blog]. 2018. Disponível em: https://carmel.es/2018/10/26/6-examples-of-bad-dashboard- designs/. Acesso em: 30 nov. 2022. RITCHIE, Hannah; ROSER, Max. Alcohol Consumption. [Our World in Data]. 2022. Disponível em: https://ourworldindata.org/alcohol-consumption. Acesso em: 1 dez. 2022. STOJANOVIC, F. Bad Dashboards Examples: 10 Common Dashboard Design Mistakes to Avoid. [Databox]. 2022. Disponível em: https://databox.com/bad- dashboard-examples#1. Acesso em: 30 nov. 2022. Referências 106Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Módulo Casos Reais de Painéis em Serviços Públicos4 Através de alguns casos práticos, serão apresentados painéis construídos por órgãos da Administração Pública, e ele serão analisados à luz dos conceitos vistos até o momento bem como relação às melhores práticas de design de painéis. Unidade 1: Caso Prático de Painéis no Serviço Público Objetivo de aprendizagem Ao final desta unidade você será capaz de esclarecer, a partir de um caso prático na Administração Pública, como a elaboração de um painel ajuda na visualização de dados. 1.1 O caso dos painéis da Administração Pública Federal Antes de iniciar seus estudos, vale a pena fazer uma observação importante. Não existe a intenção de fazer qualquer juízo de valor em relação aos painéis que serão apresentados nesta unidade. Não existe gabarito quando se trata de desenvolvimento de painéis, uma vez que as pessoas são diferentes e um mesmo painel pode ser avaliado de formas completamente diferentes por usuários distintos. Existem diversos fatores subjetivos que são difíceis de capturar. A proposta é apresentar alguns painéis desenvolvidos pela Administração Pública, pontuando os aspectos que consideramos mais importantes e que são considerados melhores práticas no que se refere ao desenvolvimento de painéis, fazendo um link com o que vimos no curso até agora. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 107 Ao acessar cada painel você será levado à uma página inicial em que estão reunidos dados voltados ao cidadão. Esta tela inicial ajuda a contextualizar, trazer informações básicas e até alguns indicadores consolidados sobre o tema que está sendo tratado, como feito nos painéis “Resolveu?” e "Correição em Dados". Em relação a estes indicadores da página inicial, algumas ferramentas permitem que o usuárioreceba alertas quando um indicador chega em determinado patamar. Isso pode ser uma boa estratégia de engajamento e possibilita maior monitoramento dos resultados sem a necessidade de entrar no painel para achar as informações. A exibição de uma página inicial é uma boa estratégia, principalmente para usuários que desconhecem o tema, pois nela é possível trazer algumas informações básicas, como quais são os dispositivos legais sobre o assunto, qual é o período de apuração e qual é o objetivo do painel. Para iniciar este estudo serão usados como exemplos os painéis Resolveu?, Correição em Dados e Prevenção de Conflito de Interesses, desenvolvidos pela Controladoria- Geral da União (CGU). Central de Painéis da CGU. Fonte: Gov.br (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis 108Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Uma questão que muitas vezes é considerada é que o usuário só precisa acessar essas informações uma única vez, e pode ser considerada uma perda de tempo exibi-las ao usuário todas as vezes em que ele acessar o painel. Para contornar essa situação, pode ser utilizado um botão ‘Saiba mais!’, que leva o usuário para uma área em que essas informações são exibidas. Outro ponto importante que é possível perceber das duas telas iniciais dos painéis é a padronização. Em ambos existe uma barra inferior, com o nome do órgão e um destaque para a Lei de Acesso à Informação. Rodapé – Lei de Acesso à Informação. Fonte: Gov.br (2022). Elaboração: CEPED/UFSC (2022). É possível perceber um padrão no layout da tela inicial, bem como padrões de cores. Existe a imagem de uma lupa e em torno dela indicadores consolidados que trazem informações importantes. Esse tipo de padronização é fundamental. Dessa forma, em qualquer novo painel do órgão, o usuário pode usar a experiência de navegação anterior, e já iniciar o uso. Essa abordagem não é nova. Quem é usuário dos produtos da Microsoft, por exemplo, consegue perceber a padronização de layout, menus e funcionalidades comuns. Isso facilita a experiência e o engajamento do usuário. O Painel Correição em Dados traz as informações relativas ao período de apuração. Já o Painel Resolveu? traz um texto explicando que o objetivo do painel é avaliar as ouvidorias, e destaca ainda que as informações apresentadas na página inicial se referem apenas à Esfera Federal, mas já coloca ao lado um botão para cada esfera, facilitando a navegação do usuário. A decisão sobre quais informações deverão constar na página inicial é de responsabilidade de cada área de negócio, que tem os requisitos do público que deseja alcançar. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 109 Tela inicial do painel Correição em Dados. Fonte: Gov.br (2022). Tela inicial do Resolveu? Fonte: Gov.br (2022) 110Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Agora é hora de você dar uma olhada por dentro desses painéis. Veja mais uma vez a padronização em relação ao layout e em como os filtros são colocados no lado esquerdo, de modo fixo. Existe ainda uma área superior, que exibe os filtros aplicados e um botão que permite limpar os filtros. Muitos painéis utilizam os filtros na parte superior, e em outros, por economia de espaço, os filtros são acionados através de um botão que exibe uma outra tela na qual os usuários fazem a seleção. Um ponto importante em relação aos filtros é que o usuário deve visualizar facilmente os filtros que foram aplicados na análise, bem como ter a possibilidade de limpá-los à medida que desejar. A não exibição dos filtros aplicados deixa o usuário confuso e pode dar margem a erros de interpretação. Lembre-se do objetivo do seu painel, apoiar o usuário na tomada de decisão, pois você está contando uma história através dos dados. Painel Resolveu? Na parte superior do painel Resolveu?, por exemplo, são exibidos os links por esfera. Um dos assuntos que discutimos em relação ao processo de desenvolvimento de painéis é o agrupamento. Neste painel fica clara a decisão de agrupamento por esfera. Dessa forma o usuário pode analisar cada uma delas isoladamente. Se fizesse sentido, uma aba exibindo uma análise comparativa entre as esferas poderia ser implementada. Painel Resolveu? Receita Federal. Fonte: Gov.br (2022) http://paineis.cgu.gov.br/resolveu/index.htm Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 111 Já na parte central do painel você pode ver que as informações mais importantes são exibidas no topo: • total de manifestações; • quantidade de unidades federais avaliadas; • tempo médio de resposta; • total de manifestações respondidas; e • percentual de manifestações respondidas dentro do prazo e fora do prazo. Em relação a estas informações, uma boa prática é incluir, além da “foto” atual, a série histórica, para que o usuário veja não apenas o status atual, mas também como aquele indicador tem se comportado ao longo do tempo, como ilustramos na figura abaixo. No exemplo ilustrado na figura anterior foi utilizado um período de 3 meses. Ao lado do indicador poderia também ter a indicação se o valor aumentou ou diminuiu em relação à última aferição. Cada necessidade de negócio vai definir qual é o melhor período, se mensal, trimestral, anual etc. Indicador – Sparkline. Fonte: Subotin (2022). Ao exibir apenas o status atual do indicador, o usuário, para poder analisar a série histórica, terá que navegar em outras áreas do painel. Use atributos pré-atentivos para chamar a atenção do tomador de decisão para os pontos mais importantes. Observe ainda as cores verde e vermelha, para representar “dentro do prazo” e “fora do prazo”, o que denota algo bom e ruim, respectivamente. Logo abaixo, em relação à resolução, onde o cidadão avalia se a demanda dele foi ou não resolvida, não foi considerada a cor vermelha para os casos em que a demanda não foi resolvida. Em que pese possa parecer um erro, na verdade trata-se de uma suavização da resposta, já que se trata de um indicador de percepção, e muitas vezes o usuário tende a dizer que sua demanda não foi atendida quando recebe uma negativa do órgão, ainda que pautada em disposições legais. 112Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Ainda em relação ao painel Resolveu?, veja a figura a seguir, que mostra informações sobre a satisfação do usuário. Embora exista bastante resistência quanto ao uso dos Gráficos de Pizza, o Gráfico Donut utilizado segue as boas práticas, pois são exibidos poucos itens. Painel Resolveu? Satisfação do usuário. Fonte: Gov.br (2022) Painel Conflito de Interesses Já o painel de Conflito de Interesses trouxe uma abordagem diferente. Neste painel os dados são apresentados na forma de um fluxograma, dividido em 3 etapas. Os indicadores são exibidos à medida em que são gerados ao longo do processo. A dificuldade de comparação em função da área desse tipo de gráfico é superada pela inclusão, no próprio gráfico, das informações percentuais em relação ao tipo de resposta (Muito Insatisfeito, Insatisfeito, Regular, Satisfeito e Muito Satisfeito). Outro ponto que podemos destacar é o uso de cores, que corretamente usa uma variação do vermelho ao verde para diferenciar os níveis. Além disso, embora seja uma avaliação subjetiva, a divisão em 5 níveis traz um certo nível de objetividade, pois podemos pensar numa escala de 0 a 10, e aí nesse caso as faixas podem ser: 0 a 2, maior que 2 até 4, maior que 4 até 6, maior que 6 até 8 e maior que 8. Uma boa prática que poderia ter sido aplicada seria exibir a informação de satisfação média no centro do Gráfico Donut, o que proporcionaria um pouco de ganho de espaço. Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 113 Este tipo de abordagem permite uma melhor compreensão do processo e melhora a qualidade da análise e interpretação dosdados. Na etapa 1, que trata da Análise do Órgão ou Entidade, o painel exibe o total de manifestações submetidas, o percentual de manifestações analisadas e em análise. Observe o atributo pré-atentivo tamanho para o total de solicitações submetidas, o que reforça a importância dessa informação, posicionada no topo e bem no início do fluxo. Veja também o Gráfico de Barras Horizontais que indica o resultado da análise do órgão ou entidade. O gráfico exibe um ranking, e apesar do maior valor ser “Não há risco de conflito de interesse relevante”, o gráfico destaca a informação mais importante para a análise, que é o item “Há risco de conflito de interesse relevante”. O uso do atributo pré-atentivo cor (amarelo no exemplo) leva o usuário diretamente ao ponto mais importante da análise, sem que ele mesmo perceba. Neste tipo de gráfico é sempre recomendado usar, além dos valores absolutos, valores percentuais para dar uma magnitude da informação que está sendo tratada. Além disso, sempre avalie a necessidade de normalizar os dados. Um gráfico de barras que exibe o número de atestados médicos por órgãos da Administração Pública. Caso o gráfico exiba apenas os valores absolutos, o usuário poderá ser levado a interpretar que o maior valor absoluto seja o valor mais relevante. Todavia, é fácil perceber que provavelmente o órgão que terá o maior valor numérico será o que tem maior número de servidores. Neste caso, além do valor absoluto, o gráfico deve exibir também o valor relativo. Geralmente quando se usam essas duas informações o ranking tende a mudar. Painel SeCI. Fonte: Gov.br (2022) 114Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública O gráfico abaixo apresenta três rankings: • lista de ouvidorias com maior número de manifestações; • lista de assuntos com maior número de manifestações; e • lista de ouvidorias com menor tempo médio de atendimento. Os três gráficos ocupam o mesmo espaço no painel, e podem ser acessados por meio dos botões que fica na parte superior. Essa é uma boa prática, pois dessa forma é possível incluir um número maior de gráficos no painel, sem causar uma poluição visual. A recomendação para este tipo de abordagem é que os gráficos que serão utilizados tenham uma relação próxima, na medida do possível, e que tenham o mesmo nível de importância. Lembre-se que as informações menos importantes ficam na parte de baixo do painel. Uma boa prática que poderia ter sido aplicada é a utilização de níveis de cores, conforme ilustra o gráfico de Resultado de Revisão pela CGU (tons de verde), bem como a inclusão de valores percentuais. Painel SeCI – Revisado. Fonte: Gov.br (2022) Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 115 A figura a seguir é a tela inicial do painel SigaBrasil, desenvolvido pelo Senado Federal. Como já mencionamos anteriormente, sobre a dificuldade de construir um painel voltado para públicos muito heterogêneos, o painel Siga Brasil direciona o usuário de acordo com o perfil, por meio do Painel Cidadão e do Painel Especialista. Na área destinada aos especialistas (Power Users), o painel exibe uma área de gráficos customizados em que o usuário pode fazer sua análise de forma dinâmica. Esse tipo de área exige do usuário um conhecimento acerca de métricas e dimensões, além de conhecimento do tema que está sendo explorado. No exemplo da figura foi criada uma tabela com os valores empenhados para cada Poder no ano de 2019. Neste caso ainda é possível alternar a forma de visualização entre tabelas e gráficos. Versões mais avançadas podem incluir a possibilidade de criação de fórmulas. Esse tipo de abordagem é muito útil, pois por mais que um painel tenha sido desenvolvido de acordo com os requisitos, não há como prever respostas para todas as perguntas, e sempre pode surgir uma nova necessidade, que exija um novo indicador que não havia sido pensado até então. Esse tipo de funcionalidade funciona como um coringa e ajuda bastante na exploração de dados e realização de análises dinâmicas. Painel SigaBrasil – Revisado. Fonte: Senado (2022). Painel SIGA Brasil 116Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública Contar histórias através dos dados é sempre um desafio. Para finalizar, vamos acompanhar um outro exemplo, o Mapa Social do Rio Grande do Sul. Clique na videoaula abaixo e veja um estudo de caso! Que bom que você chegou até aqui! Agora é a hora de você testar seus conhecimentos. Para isso, acesse o exercício avaliativo disponível no ambiente virtual. Bons estudos! Painel SigaBrasil – tela de gráfico customizado. Elaboração: CEPED/UFSC (2022) Videoaula: Caso Prático de Construção de Dashboard: o Mapa Social do Rio Grande do Sul https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo04_video10/index.html https://cdn.evg.gov.br/cursos/802_EVG/video/modulo04_video10/index.html Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública 117 BRASIL. Controladoria-Geral da União. Central de Painéis. S.d. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis. Acesso em: 22 nov. 2022. BRASIL. Portal Gov.br. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/pt-br. Acesso em: 2 dez. 2022. BRASIL. Senado Federal. Painel Siga Brasil. S.d. Disponível em: https://www12. senado.leg.br/orcamento/sigabrasil. Acesso em: 22 nov. 2022. RIO GRANDE DO SUL. Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Mapa Social do Rio Grande do Sul. S.d. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/ centrais-de-conteudo/paineis. Acesso em: 22 nov. 2022. SUBOTIN, Stelian. Dashboard Design: Considerations and Best Practices. [Toptal]. 2022. Disponível em: https://www.toptal.com/designers/data-visualization/ dashboard-design-best-practices. Acesso em: 1 dez. 2022. Referências https://www12.senado.leg.br/orcamento/sigabrasil https://www12.senado.leg.br/orcamento/sigabrasil https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/paineis https://www.toptal.com/designers/data-visualization/dashboard-design-best-practices https://www.toptal.com/designers/data-visualization/dashboard-design-best-practices Unidade 1: Conceito de Data Visualization 1.1 Visualização de Dados e Transformação Digital 1.2 Conceitos Iniciais sobre Visualização de Dados 1.3 Possibilidades e Limites da Visualização de Dados Referências Unidade 2: Data Visualization Aliada à Tomada de Decisão 2.1 A Diferença entre Dado, Informação, Conhecimento e Sabedoria 2.2 Visualização de Dados para os Níveis Tático, Operacional e Estratégico 2.3 O uso dos KPIs (Key Performance Indicators) para Tomada de Decisão Referências Unidade 1: O que é o Data Storytelling? 1.1 O que é Data Storytelling? 1.2 Como o Data Sotytelling Pode Dar Sentido à Visualização dos Dados Referências Unidade 2: Princípios da Gestalt e Percepção Visual Aplicados a Data Visualization Referências Unidade 3: Visual Encoding: Mapeamento de Dados em Estruturas Visuais 3.1 Planar e Retinal 3.1.1 Tamanho 3.1.2 Textura Referências Unidade 4: Modelos para Visualização de Dados 4.1 Infográficos Referências Unidade 5: Escolhendo os Gráficos para Contar uma História 5.1 Apresentação de Dados Quantitativos, Qualitativos, Contínuos, Descritivos e Categóricos 5.2 Comparação 5.3 Distribuição 5.4 Composição 5.5 Relação Referências Unidade 1: Benefícios e Diferenças das Ferramentas de Data Visualization 1.1 Power BI 1.2. Qlikview 1.3. Qlik Sense 1.4 Tableau Referências Unidade 2: Processo de Construção de Painéis 2.1 Stakeholders e usuários 2.2 Personas 2.3 Mapeamento de Cenários 2.4 Agrupamento 2.5 Avaliação de Dados 2.6 Avaliação de Tecnologia 2.7 Seleção de KPIs 2.8 Seleção de Gráficos 2.9 Filtros Aplicáveis 2.10 Feedback 2.11 Wireframe Referências Unidade 3: Como Verificar se um Painel Está Bem Construído? Referências Unidade 1: Caso Prático de Painéis no Serviço Público 1.1 O casodos painéis da Administração Pública Federal Referências