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GEOGRAFIAGEOGRAFIA
CAP. 07
RECURSOS HÍDRICOS E HIDROGRAFIA
Exportado em: 20/05/2024
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capítulos na aba
ConteúdoConteúdo
 
VER CAPÍTULOVER CAPÍTULO
SLIDES DO CAPÍTULOSLIDES DO CAPÍTULO
Investigando:
de onde vem a água que você consome?
 PRÁTICA ATIVA
 
Neste capítulo, vamos estudar a água, elemento essencial à vida no planeta,
seja em termos ambientais, seja da própria constituição dos organismos. Nosso
corpo, por exemplo, é formado, em sua maioria, por água, que também
precisamos consumir para mantê-lo funcionando – isso sem mencionar outras
atividades fundamentais que demandam a utilização de recursos hídricos.
Somos, portanto, mais de 7 bilhões de pessoas consumindo água de diversas
formas e devolvendo-a para o ciclo hidrográfico – ou seja, dividimos as
reservas desse recurso e a responsabilidade por sua qualidade e
disponibilidade. O prejuízo advindo de sua escassez ou baixa qualidade
também será de todos(as).
Para esta atividade inicial, propomos que você e sua turma pense o consumo
de água da sua região.
Orientações:
– Calcule quanto de água você usa em sua casa. Para isso, utilize o simulador
de consumo da empresa de saneamento básico do Estado de São Paulo – a
Sabesp. Clique aqui para acessar o simulador.
– Faça uma lista com outras coisas do seu cotidiano que utilizam água, como
alimentos, limpeza de ruas, entre outros. Pense sobre o seu consumo: é
Para começar e refletirPara começar e refletir
1
http://simuladordeconsumo.sabesp.com.br/
file:///tmp/Nesse%20programa%20https:/bacias.cptec.inpe.br/
possível reduzi-lo?
– Pesquise a rede de água e esgoto que abastece sua região. Veja se estão
ocorrendo problemas e de que tipo são.
– Ainda sobre a rede de água e esgoto da sua cidade: todos os bairros são
atendidos, como funciona, quais são os custos?
Reflita:
Como está a situação hídrica de sua cidade?
Compartilhe com a sua turma as seguintes questões:
1.
Quais áreas da cidade são as mais afetadas e por quais razões?
2.
É possível fazer um melhor gerenciamento dos recursos hídricos em seu
município?
A hidrografia refere-se aos fluxos e caracteri ́sticas das a ́guas superficiais, como rios, lagos e
mares, e subterra ̂neas, como os aqui ́feros. Esses fluxos e caracteri ́sticas esta ̃o envolvidos no
ciclo de evaporac ̧a ̃o e precipitac ̧a ̃o que ocorre entre a superfi ́cie e a atmosfera, denominado
ciclo da a ́gua.
A água é um elemento fundamental para a existência e a manutenção da vida no planeta.
Isso ocorre porque, além do corpo dos seres vivos ser composto por ela, as condições
climáticas necessárias para o equilíbrio térmico envolvem a umidade e suas relações com
os demais elementos da atmosfera e da litosfera.
A importância da água para a vidaA importância da água para a vida
2
Quedas-d'água e corredeira.
shutterstock.com
O capítulo divide-se em 4 partes:
O objetivo 1 traz a explicação do ciclo hidrológico e sua importância para a manutenção da
vida no planeta Terra, inclusive os principais conceitos encontrados no que diz respeito às
águas continentais. No objetivo 2, encontram-se os conceitos relativos às águas oceânicas,
que possuem dinâmicas próprias dos grandes corpos d'água.
No objetivo 3, estudaremos a hidrografia do Brasil, um país privilegiado nesse aspecto, pois
é rico em recursos hídricos. Vamos conhecer as grandes bacias hidrográficas do território e
os principais rios. 
Por fim, o objetivo 4 explicita o uso desses recursos hídricos pela sociedade, em algumas
diferentes esferas de análise. 
Esse capítulo propõe um panorama aprofundado sobre os temas relativos à hidrosfera, seus
conceitos e interseções com os temas da sociedade. 
Dinâmica hídricaDinâmica hídrica
3
Ilustração que demonstra o ciclo d'água. 
U.S. Geological Survey. Disponível em: <http://www.usgs.gov>. Acesso em: 2 dez. 2016. (adaptado)
Ciclo d'água
No planeta Terra, a água presente na hidrosfera encontra-se na forma de vapor d'água
condensado ou de cristais de gelo. Na litosfera, ela se infiltra, formando as águas
subterrâneas, ou flui, formando as águas superficiais. A água muda de estado físico, mas
possui quantidade fixa e se renova por meio do chamado ciclo hidrológico. 
O calor (quantidade de energia), a luz e outras fontes de energia aceleram o processo de
evaporação e evapotranspiração, que serão seguidos pelo processo de condensação e
precipitação. Na atmosfera, o vapor d'água condensado se precipita em forma de chuva,
orvalho e granizo, fornecendo o seu aporte às nascentes dos rios, aos oceanos e às geleiras,
ou se infiltra no solo, alimentando o lençol freático. 
É importante destacar que nem toda água que chega à superfície por meio da precipitação
sofre infiltração. Isso ocorre porque, em algumas cidades, grande parte do solo encontra-se
impermeável, por ser cimentado ou asfaltado. Esse ato pode causar problemas como
enchentes e alagamentos. 
Nos ambientes áridos e semiáridos, a taxa de evaporação supera a de precipitação,
originando rios de regime intermitente (sazonal), de débito fluvial menor do que os de
ambientes equatoriais, por exemplo.
 Glossário
Débito fluvial: ou volume de água de um rio é resultado da precipitação menos o
somatório do volume evaporado e o volume infiltrado.
4
Distribuição e disponibilidade de água no planeta
Cerca de 70,9% da superfície do planeta Terra é composta por água. De toda a água que
cobre a superfície, 1,39 bilhão cerca de 97,5%, é salgada e apenas 2,5% corresponde à
água doce.
Gráficos de distribuição da água no mundo.
A maior parte dessa água doce está confinada em mantos de gelo, geleiras, camadas de
neve, na permafrost (69,6%) ou retida no solo e em aquíferos alimentados por infiltração
(30,1%). Nos rios e lagos, em plantas, animais e na atmosfera, encontram-se apenas 0,3% da
quantidade total de água doce existente no planeta.
 Glossário
Permafrost : solo congelado do bioma da tundra.
5
Virou notícia 
Recursos de água doce disponíveis por pessoa baixam mais de 20% em duas
décadas – relatório Estado da Alimentação e da Agricultura 2020 – Sofa
Mais de 3 bilhões de pessoas vivem em áreas agrícolas com níveis altos a muito altos
de escassez de água. Quase metade dessas pessoas enfrenta severas restrições. 
Essa é uma das conclusões do relatório Estado da Alimentação e da Agricultura 2020,
publicado esta quinta-feira pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
Agricultura, a FAO. Em inglês, o documento é conhecido pela abreviatura Sofa. 
Globalmente, os recursos de água doce disponíveis por pessoa diminuíram mais de
20% nas últimas duas décadas, destacando a importância de produzir "mais com
menos", especialmente no setor agrícola, o maior usuário de água do mundo. 
A matéria completa sobre os recursos de água doce no mundo está na página das Nações
Unidas – ONU News.
Disponível em: <https://news.un.org/pt/story/2020/11/1734182>. Acesso em: 16 dez. 2021.
De olho no mapa 
Questão 01
6
https://news.un.org/pt/story/2020/11/1734182
Unep-GEO, 2000.
Na figura acima, estão destacados os nomes de três países de grande extensão: Estados
Unidos, com alto desenvolvimento econômico; Brasil e Índia, integrantes do Brics e com
mercados econômicos emergentes.
a) Analise a situação dos Estados Unidos e da Índia quanto ao consumo de água
registrado em 1995 e o previsto para 2025.
b) Compare a situação desses países, no que se refere ao consumo de água, com a
situação do Brasil.
Bacia hidrográfica
Águas continentaisÁguas continentais
7
Bacia hidrográfica
Denomina-se bacia hidrográfica a área de drenagem de um rio principal e seus afluentes e
subafluentes. As bacias hidrográficas são separadas entre si pelos divisores de água ou
interflúvios, incluindo o leito do rio, as margens, as várzeas, vertentes ou encostas. O
conjunto de bacias vizinhas que apresentam semelhanças ambientais, sociais e econômicas
formam uma região hidrográfica.
Disponível em: atlasescolar.ibge.gov.br.Os rios sa ̃o cursos d'a ́gua com canais definidos, pertencentes a uma rede de drenagem. Sa ̃o
formados pelo escoamento superficial da a ́gua, cuja origem pode ser a chuva, o degelo, o
afloramento da a ́gua subterra ̂nea ou do lenc ̧ol frea ́tico. O ini ́cio do escoamento e ́
denominado de nascente e o fim, de foz. Portanto, todo rio tem a sua nascente, que
normalmente se encontra em a ́reas mais elevadas do relevo e, por meio da forc ̧a
gravitacional, escoa ate ́ as a ́reas mais baixas, onde a desembocadura ou foz pode ser em
outro rio, lago ou mar.
8
Partes do rio, da nascente à foz.
VectorMine / Shutterstock.com
Os rios sa ̃o considerados os principais modeladores da paisagem, pois esculpem as a ́reas
por onde passam, aprofundam vertentes e formam plani ́cies fluviais, ou seja, modelam e
remodelam o relevo. Esses processos sa ̃o executados por meio da erosa ̃o, causada pela forc ̧a
da a ́gua e pela deposic ̧a ̃o de sedimentos.
Considerando a velocidade e a forc ̧a da a ́gua, podemos dividir o percurso do rio em tre ̂s
partes: curso superior, curso me ́dio e curso inferior. E ́ comum denominar os cursos com as
ac ̧o ̃es predominantes, ocorrendo no curso superior à erosa ̃o das rochas; no curso me ́dio, o
transporte de fragmentos de rochas e sedimentos; e no curso inferior, a deposic ̧a ̃o de
sedimentos. 
Essas denominac ̧o ̃es sa ̃o dadas ja ́ que no curso superior, pro ́ximo a ̀ nascente, o relevo
apresenta altitudes maiores e as vertentes apresentam uma declividade mais elevada, com
isso o escoamento da a ́gua ocorre com forc ̧a e velocidade maiores rumo a ̀s partes mais
baixas. Tambe ́m, a velocidade da a ́gua e os sedimentos suspensos causam a erosa ̃o da
rocha e das margens por onde percorre o rio. Essa erosa ̃o ocorre por abrasa ̃o, que e ́ o
desgaste da rocha pela fricc ̧a ̃o dos sedimentos suspensos na a ́gua. Ale ́m disso, o contato
constante da a ́gua resulta na decomposic ̧a ̃o qui ́mica dos minerais da rocha, que se
enfraquecem e se fragmentam, cujo processo e ́ denominado intemperismo qui ́mico.
No curso me ́dio, a velocidade diminui, mas mante ́m-se o suficiente para erodir as margens
e transportar os fragmentos das rochas erodidas. A ̀ medida que a a ́gua perde sua forc ̧a, vai
depositando os fragmentos maiores de rochas ao longo do caminho. No curso inferior, ha ́
uma brusca diminuic ̧a ̃o da velocidade e da forc ̧a da a ́gua, ocorrendo a deposic ̧a ̃o dos
9
sedimentos menores, como gra ̃os de areia, siltes e argilas. O processo de deposic ̧a ̃o e ́
extremamente importante, pois vai modelar a plani ́cie fluvial e a forma da foz do rio.
A densidade de um rio esta ́ diretamente relacionada ao clima da regia ̃o onde ele se forma.
Um rio formado em uma regia ̃o u ́mida tera ́ uma fonte permanente, apresentando um
grande volume de a ́gua ao longo do ano. Esses rios sa ̃o chamados de perenes. Ja ́ os rios
formados nas regio ̃es de climas mais secos podem desaparecer nas e ́pocas de estiagem, e
sa ̃o conhecidos como tempora ́rios.
Existem tipos de rios que mante ̂m seu curso em regio ̃es de planalto e outros, em regio ̃es de
plani ́cie. Os rios com curso em planalto normalmente apresentam declives em seu trajeto.
Isso faz com que as a ́guas escoem com maior velocidade, tendo o seu limite ma ́ximo nas
cachoeiras. Devido a ̀ velocidade e a ̀ vaza ̃o elevada, na maioria das situac ̧o ̃es, esses rios te ̂m
um bom potencial para a produc ̧a ̃o de energia hidrele ́trica.
Ja ́ os rios de plani ́cie sa ̃o mais lentos, apresentando curvas em seu percurso. Isso ocorre
porque as suas a ́guas sa ̃o obrigadas a desviar de obsta ́culos. Sa ̃o chamados de mea ̂ndricos e
apresentam um bom potencial para a navegac ̧a ̃o, ja ́ que na ̃o possuem grandes quedas-
d’a ́gua.
Padrões dos canais do rio
O percurso do rio pode apresentar padro ̃es definidos pelo substrato rochoso, pelas
caracteri ́sticas geomorfolo ́gicas do local, velocidade da a ́gua, ale ́m das condic ̧o ̃es clima ́ticas.
Ao considerar os aspectos geolo ́gicos e geomorfolo ́gicos do lugar, os rios podem ser
sinuosos, retos ou com canais entrelac ̧ados ou ramificados.
sobregeologia.com.br
Os rios sinuosos sa ̃o denominados de meandros e caracterizam-se por curvas ao longo do
seu percurso. Essas curvas se formam quando o curso d'a ́gua ocorre em uma a ́rea plana,
10
com declividade suave e sedimentada, normalmente em a ́reas baixas ou de plani ́cies.
Os rios retili ́neos sa ̃o controlados por falhas ou fraturas nas rochas, direcionando o seu
percurso. Os rios que apresentam canais interconectados sa ̃o denominados de
anastomosados. Sa ̃o formados em a ́reas com baixa declividade e susceti ́veis a alagamentos.
Os rios ramificados caracterizam-se pela divisa ̃o do canal em virtude da deposic ̧a ̃o de
sedimentos, resultando na formac ̧ão de pequenas ilhas ao longo do percurso. Essa
morfologia resulta da elevada capacidade de erosa ̃o das margens, o que aumenta a
quantidade de sedimentos suspensos na a ́gua. A ̀ medida que a a ́gua perde a velocidade,
esses sedimentos são depositados no fundo do rio e dividem o canal principal em ilhas.
Cabe ressaltar que e ́ possi ́vel encontrar mais de um padra ̃o no mesmo rio, pois tudo
depende das condic ̧o ̃es geolo ́gicas e do relevo do lugar por onde ele está passando.
Rio sinuoso
Rio Mississípi, Estados Unidos.
shutterstock.com
11
►
►
►
►
Rio retilíneo
Rio Reno, Alemanha.
shutterstock.com
Rio ramificado
Rio Waimakariri, Nova Zelândia.
Gobeirne / Wikimedia Commons
Classificação dos cursos de água
Tipos de drenagem
Arreica: quando as bacias hidrográficas não apresentam estruturas definidas, típicas de
regiões áridas.
Criptorreica: quando a drenagem é subterrânea, formando-se em baixo-relevo cárstico
(calcário).
Endorreica: quando a água desemboca em lagos ou mares fechados, não havendo saída
para o oceano.
Exorreica: quando a drenagem tem o oceano como destino.
12
•
•
•
•
•
•
•
•
►
Tipos de regime
Pluvial: quando o volume de água está associado diretamente às chuvas das regiões
pelas quais passa o rio.
Equatorial: canal fluvial de grande vazão, com chuvas regulares durante o ano.
Tropical: canal fluvial de regime irregular, com cheias de verão e vazantes de inverno.
Subtropical: canal fluvial com cheias em um curto período de verão de chuvas bem
distribuídas.
Semiárido: canal fluvial de regime intermitente e sazonal, típico de regiões de
semiaridez.
Nival: quando o abastecimento se relaciona ao derretimento da neve em áreas
montanhosas.
Periglacial: quando o abastecimento encontra-se vinculado ao derretimento de neve
das regiões polares.
Misto: quando o canal fluvial sofre influência das chuvas e do gelo (degelo).
Tipos de foz
A foz de um rio pode ser em estua ́rio ou delta. A foz em estua ́rio e ́ aquela em que o rio
na ̃o encontra dificuldades para desaguar, e na qual se forma uma u ́nica sai ́da, dificultando
a acumulac ̧a ̃o de sedimentos. Ja ́ a foz em delta e ́ quando o rio desa ́gua com va ́rios brac ̧os
de a ́gua, formando o delta, devido ao acu ́mulo de sedimentos na sai ́da do rio, e criando
ilhas, que, em muitos pai ́ses, sa ̃o utilizadas para agricultura por causa de sua alta
concentrac ̧a ̃o em nutrientes. A denominac ̧a ̃o de delta se da ́ pela semelhanc ̧a da foz com a
letra do alfabeto grego "delta", semelhante a um tria ̂ngulo.
Ilustração dos tipos de foz.
shutterstock.com
Delta: quando deságuam acumulando sedimentos, formando pequenas ilhas.
13
►
•
•
•
►
Estuário: quando deságuam de forma aberta em um único canal.
Mista: quando deságuam em vários canais e um se sobressai em relação aos demais.
researchgate.net
Aquíferos
VectorMine / Shutterstock.com
Os aquíferos subterrâneos concentram a maior parte da água doce do planeta, o que os
transforma em recursos de valor inestimável. Essas formações geológicas consistem em
rochas preenchidas por excedente de água pluvial (das chuvas) que penetra no solo.
Existem três tipos de aquíferos segundo o nível de porosidade:Aquífero Cárstico: nesse tipo de aquífero, composto de rochas carbonáticas, o carbono
é dissolvido na água, provocando fraturas que podem chegar a atingir grandes
dimensões.
Aquífero fraturado ou fissural: composto de rochas magmáticas e metamórficas, é
através das fendas, fraturas e falhas que a água circula.
Aquífero poroso: composto de rochas sedimentares, nele a água circula pelos poros,
pequenos espaços vazios entre as rochas.
14
•
•
Já em relação à profundidade e penetrabilidade dos aquíferos, eles são divididos em dois: 
Aquífero livre/freático: bem próximo à superfície, podendo ter inclusive afloramentos
que formam solos encharcados, como charcos ou pântanos.
Aquífero confinado/artesiano/cativo: esse tipo de aquífero tem uma profundidade
bem maior, aparecendo entre as camadas de rochas permeáveis ou semipermeáveis no
subsolo, onde a pressão atmosférica é bem maior do que na superfície. Quando o solo é
perfurado, ocorre o repuxo, um fluxo contínuo de água, pois a diferença de pressão
supera a gravidade.
No Brasil, estão localizados os dois maiores aquíferos existentes no mundo, o Alter do Chão
e o Guarani. 
Aquífero Guarani 
Scientific American Brasil / cprm.gov.br
O Aquífero Guarani, ou Sistema Aquífero Guarani, que é confinado/artesiano e
poroso, é o maior do mundo em extensão, com 1,2 milhões de km², e o segundo
maior em densidade hídrica, com 40 trilhões de m³ (dados da organização Juntos Pela
Água). A maior parte desse aquífero encontra-se em território brasileiro, e a menor
parte está distribuída entre Paraguai, Uruguai e Argentina.
Aquífero Alter do Chão
Confinado/artesiano e poroso, o Alter do Chão é o maior aquífero do mundo em densidade
hídrica, com estendendo-se por Amapá, Amazonas e Pará. Sua área é de 480
15
mil km². Compõe o Sistema Aquífero Grande Amazônia (SAGA).
Leitura Complementar 
Mais da metade dos rios do mundo para de fluir por pelo menos um dia por ano
O mapa de rios não perenes resultante deste estudo, o primeiro de seu tipo, também
fornece informações de linha de base cruciais para a avaliação de mudanças futuras
na intermitência do fluxo do rio e para determinar e monitorar o papel desses rios e
riachos na água global e bioquímica, bem como no apoio à diversidade biológica.
Disponível em: <https://www.ecodebate.com.br/2021/06/16/mais-da-metade-dos-rios-do-mundo-param-
de-fluir-por-pelo-menos-um-dia-por-ano/>. Acesso em: 16 dez. 2021.
Curiosidade 
Maiores bacias hidrográficas do mundo
América do Norte
Rio Yukon:
Países: Canadá (nascente) e Estados Unidos, Alasca (foz no mar de Bering)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Mackenzie
País: Canadá (nascente e foz no oceano Ártico)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (na foz): 
Rio Nelson
16
País: Canadá (nascente no Lago de Winnipeg e foz na baía do Hudson)
Extensão: 644 km
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Mississippi
País: Estados Unidos (nascente e foz no golfo do México)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (na foz): 
Rio São Lourenço
Países: Canadá (nascente e foz no oceano Atlântico) e Estados Unidos
Extensão: 500 km
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (na foz): 
América do Sul
Rio Amazonas: 
Países: Peru (nascente nos Andes), Bolívia, Venezuela, Colômbia, Equador e Brasil (foz
no oceano Atlântico)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Paraná
Países: Brasil (nascente), Paraguai e Argentina (foz no oceano Atlântico)
Extensão: 
17
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Europa
Rio Danúbio
Países: Alemanha (nascente), Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária,
Romênia (foz em delta no Mar Negro), Moldávia e Ucrânia (foz no Mar Negro)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (na foz): 
África
Rio Nilo
Países: Etiópia (nascente do Nilo Azul), Burundi / Ruanda (nascente do Nilo Branco),
Quênia, Tanzânia, Uganda, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão e
Egito (foz em delta no mar Mediterrâneo).
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (em Aswan e Cairo, respectivamente): 
Bacia do Lago Chad
Países: Etiópia (nascente do Nilo Azul), Burundi / Ruanda (nascente do Nilo Branco),
Quênia, Tanzânia, Uganda, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Sudão e
Egito (foz em delta no mar Mediterrâneo).
Área da bacia hidrográfica: 
Rio Zambezi
Países: Zâmbia (nascente), Angola, Namíbia, Botsuana, Zimbábue e Moçambique (foz
no oceano Índico).
18
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Orange
Países: Lesoto (nascente), África do Sul (foz no oceano Atlântico) e Namíbia.
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Congo
País: República Democrática do Congo (nascente nas cataratas Boyoma foz no oceano
Atlântico) 
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Níger
Países: Guineia (nascente), Mali, Níger, Benin e Nigéria (foz em delta no oceano
Atlântico)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (delta do Níger): 
Ásia
Rio Eufrates 
Países: Turquia (nascente), Síria e Iraque (confluência com o rio Tigre)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
19
Volume de descarga média: 356 m³/s
Rio Tigre
Países: Turquia (nascente), Síria e Iraque (confluência com o rio Eufrates)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (Bagdá): 
Rio Indo
Países: China (nascente no planalto tibetano), Índia e Paquistão (foz no oceano Índico)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (foz no mar da Arábia): 
Rio Ganges
Países: Índia (nascente) e Bangladesh (foz em delta na baía de Bengala)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média (baía de Bengala): 
Rio Brahmaputra
Países: China (nascente nos Himalaias), Índia e Bangladesh (foz no delta do Ganges)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Yangtsé
Países: China (nascente Colina Jari nas montanhas Tanggula – planalto tibetano),
China (foz no Mar da China Oriental )
20
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Huang He
Países: China (nascente Bayan Kara Ula (Chingai), China (foz no Mar de Bohai)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Volga
Países: Rússia (nascente Valdai) (foz mar Cáspio)
Extensão: 3 688 km
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Ob
Países: Rússia (nascente Montes Altai) (foz mar de Kara)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Yenisei: Ienessei
Países: Rússia e Mongólia (nascente Kyzyl, Tuva, Rússia) (foz Oceano Ártico, Rússia)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
21
Rio Lena:
Países: Rússia (nascente Montanhas Baikal) (foz Mar de Laptev)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Kolyma
Países: Rússia (nascente cordilheira Khalkan) (foz Mar da Sibéria Oriental)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Amur
Países: Mongolia, Russia e China (nascente montanhas do nordeste da China ) (foz
Oceano Pacífico – China)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Mekong
Países: China (nascente colinas da parte ocidental do Nordeste da China) (foz Golfo de
Tartária – Rússia) 
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 
Rio Jordão
Países: Jordânia, Israel, Síria e Palestina (nascente Colinas de Golã – Monte Hérmon
localizada na porção terminal sul da cordilheira do Antilíbano, na fronteira Líbano-
22
►
Síria) (foz Mar Morto – Jordânia)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 16 m³/s
Oceania
Rio Murray Darling
País: Austrália (nascente interior dosudeste australiano) (foz Oceano Pacífico)
Extensão: 
Área da bacia hidrográfica: 
Volume de descarga média: 450 m³/s
Na faixa de contato entre os continentes, mares e oceanos ocorrem va ́rios processos de
transformac ̧a ̃o no relevo, os quais apresentam particularidades em relac ̧a ̃o a ̀s suas
estruturas e formas. A morfologia litora ̂nea destaca-se por analisar essas diversas formas.
Tipos de morfologia litorânea.
shutterstock.com
Falésias: trata-se de uma escarpa costeira com paredo ̃es formados pelos movimentos
das a ́guas do mar, que criam estruturas geolo ́gicas constantemente desgastadas pela
ac ̧a ̃o das ondas e promovem o conti ́nuo recuo do relevo litora ̂neo. Ocorre entre o limite
do continente e a praia. No Brasil, as fale ́sias sa ̃o encontradas em diversos pontos do
litoral.
Morfologia litorâneaMorfologia litorânea
23
►
►
►
►
Penínsulas: porc ̧o ̃es de terras circundadas pelas a ́guas do mar por quase todos os
lados, com excec ̧a ̃o do ponto que ainda permanece ligado ao continente. Grande parte
das peni ́nsulas existentes foi formada no processo de separac ̧a ̃o dos continentes. Em
alguns casos, sucessivas erupc ̧o ̃es vulca ̂nicas colaboram para o surgimento e o
alongamento dessas estruturas geolo ́gicas – por exemplo, a Peni ́nsula Siberiana de
Kamchatka, situada na Ru ́ssia. Algumas dessas formac ̧o ̃es te ̂m grande importa ̂ncia
histo ́rica sob o ponto de vista de formac ̧a ̃o territorial, como Portugal e Espanha, cujos
territo ́rios formam a Peni ́nsula Ibe ́rica.
Recifes: sa ̃o formac ̧o ̃es rochosas, submersas em a ́guas litora ̂neas presentes pela
acumulac ̧a ̃o de esqueletos calca ́rios de corais constituindo importantes ecossistemas e o
mais diversificado habitat marinho do mundo. Sa ̃o encontrados em a ́guas quentes e
rasas, associando sua formac ̧a ̃o a ambientes tropicais.
Golfos: correspondem a grandes aberturas em forma de ferraduras que permitem a
penetrac ̧a ̃o das a ́guas do mar. Sa ̃o formados, muitas vezes, por falhas tecto ̂nicas. Por
apresentarem extensas a ́reas rodeadas por terras, representam grande vantagem em
relac ̧a ̃o a outros ambientes marinhos, proporcionando a ́guas mais calmas, propi ́cias a ̀
navegac ̧a ̃o e a ̀ atividade pesqueira. Os golfos se diferenciam das bai ́as pela dimensa ̃o da
sua abertura – golfos te ̂m aberturas extensas; bai ́as constituem-se em estruturas com
aberturas menores para a entrada das a ́guas do mar.
Dunas: estruturas formadas por areia, conseque ̂ncia do transporte e da acumulac ̧a ̃o de
sedimentos por meio de processos eo ́licos. Te ̂m altura varia ́vel e passi ́vel de constante
deslocamento, ou seja, dificilmente permanecera ̃o em uma mesma formac ̧a ̃o por longos
peri ́odos. No Brasil, sa ̃o formac ̧o ̃es famosas os Lenc ̧o ́is Maranhenses, resultantes da ac ̧a ̃o
de ventos fortes em direc ̧a ̃o constante, ligando-se em linhas conti ́nuas e dispondo-se em
cadeias.
24
 
Assista: estudo sobre a dinâmica de dunas ajudará a compreender a formação do relevo
de Marte 
https://www.youtube.com/watch?v=c6QWmCE-WF0
25
https://www.youtube.com/watch?v=c6QWmCE-WF0
Leitura Complementar 
Geomorfologia fluvial
A erosão de uma bacia hidrográfica está relacionada com a extração progressiva de
materiais do leito e das margens dos rios. Isso ocorre devido à pressão exercida pela
água em constante movimento. Os materiais erodidos resultam da meteorização física
e química sofrida pelas rochas, que provocam a sua fragmentação e alteração. Esse
intemperismo ocorre de forma mais acentuada em épocas de cheias, porque a
velocidade das águas é maior. A erosão provoca modificações nos vales e sulcos onde
o rio corre, provocando, ao longo dos anos, o aprofundamento e o alargamento deste.
O transporte é o deslocamento dos detritos rochosos erodidos pela corrente de água
para outros locais. A carga sólida de um curso de água é o conjunto de fragmentos
sólidos por ele transportado. Esse transporte pode ser feito por suspensão, em que os
sedimentos finos movem-se com a mesma velocidade da água; ou por saltação,
rolamento e deslizamento, em que as partículas mais pesadas e mais grosseiras
movem-se com velocidade inferior à da água.
A deposição caracteriza-se pela sedimentação dos materiais erodidos ao longo do leito
e às margens dos cursos de água, nos terraços fluviais, nos deltas e nos aluviões. Essa
sedimentação depende da velocidade da corrente e das características dos sedimentos
transportados, como dimensões, forma e peso.
INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO. Geomorfologia e ocupação antrópica do território. Lisboa: IST,
2006.
Questão 01
O século XXI assiste a um grande desafio em relação à questão da água no planeta. Observe
o gráfico da distribuição da água e as afirmações a seguir:
Pratique: Pratique: 
Conceitos de hidrografia e o ciclo hidrológicoConceitos de hidrografia e o ciclo hidrológico
26
A
B
C
D
E
I. A maior parte da água doce do planeta encontra-se nas geleiras.
II. O uso doméstico é onde se tem o maior consumo mundial da água, seguido da
agricultura.
III. A água doce encontra-se distribuída irregularmente pelo planeta.
IV. De toda a água do planeta, apenas 50% é doce.
V. Brasil, Rússia e Canadá são países privilegiados quanto às reservas hídricas.
Estão corretas:
I, II e III.
I, II e V.
I, III e V.
II, III e V.
III e IV.
Questão 02
Consumo mundial de água por setor, segundo a renda dos países (em %)
Ribeiro, 2008.
27
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
De acordo com a tabela, o consumo de água é maior:
na agricultura mundial, devido à produção de biocombustíveis.
nos domicílios do que na agricultura, nos países de industrialização tardia.
no setor domiciliar, em países de renda média com altos índices de urbanização.
na indústria do que na agricultura, em países da Primeira Revolução Industrial.
na agricultura, em países com uso intensivo do solo e de renda elevada.
Questão 03
Neste início de século, o uso da água requer planejamento e cuidado. Além do volume
existente, é importante considerar a distribuição geográfica desse recurso e as providências
a serem tomadas a fim de preservá-lo. Assim, tendo como referência o planeta, pode-se
afirmar que:
o consumo mundial de água doce é maior na agricultura (mais de 70%), mas esse
índice tende a cair, pois essa atividade está se concentrando cada vez mais em áreas
já úmidas.
o maior estoque de água doce é subterrânea, superando o volume de águas em
estado sólido (calotas polares, geleiras e neve permanente), em razão do
derretimento provocado pelo efeito estufa.
apenas 25% das águas do planeta não são de água salgada, e esse volume é
insuficiente para as necessidades humanas, o que obriga ações de dessalinização das
águas oceânicas.
existe notória desigualdade na distribuição das águas continentais e, nesse aspecto, a
América do Sul é um dos continentes mais abastecidos com esse recurso natural, em
especial nas áreas tropicais.
os estoques de água doce não são expressivos na área intertropical do planeta, pois,
embora nessa área haja uma dominância de climas chuvosos, também é uma área de
grande evaporação.
Questão 04
Embora repleto de rios, mares e oceanos, o planeta Terra tem apenas 3% de água doce
disponível para o consumo de cerca de 7 bilhões de pessoas. Abundante em alguns países,
escasso em outros, esse recurso natural essencial para a sobrevivência humana é
usado intensamente pela agricultura, indústria e em atividades domésticas – só que de
forma cada vez mais insustentável.
É o que alerta um novo relatório da consultoria britânica de risco Maplecroft, que avaliou a
28
A
B
C
D
E
pressão sobre a demanda de água em mais de 160 países. O resultado preocupa. Economias
em crescimento como China e Índia e, até mesmo a maior do mundo, Estados Unidos, são
identificadas pela empresa de análise tendo grandes regiões geográficas e setores da
economia onde a demanda de água está superando a oferta.
Segundo a Maplecroft, a situação tem o potencial de limitaro crescimento econômico,
restringindo atividades empresariais e agrícolas. E à medida que aumenta a insegurança
hídrica, cresce também o medo em relação à capacidade de produzir alimentos suficientes
para abastecer o mundo.
Disponível em: <http://goo.gl/Ol3m3U>. Acesso em: 27 dez. 2014. (adaptado)
A situação em que a procura de água por habitante é maior que a capacidade de
oferta de um corpo hídrico é conhecida como:
regime hídrico.
estresse hídrico.
demanda hídrica.
termitência hídrica.
anecumenização hídrica.
Questão 05
Anualmente, as principais bacias hidrográficas do mundo fazem ingressar nos oceanos
dezenas de bilhões de toneladas de partículas sólidas removidas das áreas continentais,
resultantes do trabalho erosivo das águas correntes superficiais.
Observe o mapa a seguir.
World Atlas of Geomorphic Features, 1980 e Milliman, J. D., 2011. (adaptado)
A bacia hidrográfica Ganges-Brahmaputra, se comparada à do Amazonas, produz 3,4 vezes
mais sedimentos por unidade de área, tendo, aproximadamente, da área de drenagem e
29
18% da vazão média da bacia hidrográfica amazônica.
Comparando-se os dados anteriormente apresentados, a posição geográfica e o uso do solo
nessas áreas, identifique um fator responsável pela:
a) quantidade relativamente baixa da produção anual de sedimentos, por unidade de área,
da bacia hidrográfica amazônica. Explique;
b) elevada produção anual de sedimentos, por unidade de área, da bacia hidrográfica
Ganges-Brahmaputra. Explique.
Questão 06
América do Sul – grandes reservas de água doce
Apesar dos avanços tecnológicos, os recursos naturais continuam sendo motivo de disputas
entre os Estados Nacionais. É o caso da água doce, que vem ganhando destaque
internacional e é, hoje, considerada um recurso estratégico. Nessa disputa, a América do
Sul tem uma situação privilegiada: é a região do mundo que dispõe das maiores reservas de
água doce, tanto de águas de superfície quanto de águas subterrâneas.
a) Apresente dois fatos que fazem da água doce um recurso natural estratégico.
b) Avalie a importância do Brasil no quadro dos recursos hídricos mundiais.
Questão 07
30
A
B
C
D
E
A
B
C
D
A
B
C
D
O Rio São Francisco, no Brasil, e o Rio Nilo, na África, apesar de suas diferenças de
extensão, traçado e paisagens percorridas, oferecem algumas sugestivas analogias
geográficas. Isso ocorre porque apresentam:
trechos terminais em forma de estuários, situados em regiões intertropicais secas, e
nascentes em áreas equatoriais úmidas.
trechos terminais fertilíssimos, em forma de grandes deltas intensivamente
cultivados, situados em oceanos abertos.
médios e baixos cursos em zonas desérticas que se beneficiam com a regularidade de
suas cheias, obtidas graças aos grandes represamentos realizados nos altos cursos.
longos cursos permanentes de direção sul-norte, cortando zonas de climas quentes
muito contrastantes, inclusive secos, alimentados por cabeceiras situadas em áreas
úmidas.
cursos típicos de planaltos com climas tropicais de estações alternadas, só atingindo
cotas abaixo de em trechos bem próximos da foz.
Questão 08
Como podemos chamar o limite geográfico que separa a direção para onde correm as águas
pluviais, ou bacias de drenagem?
Divisor de água
Rios
Lagos
Bacias hidrográficas
Questão 09
Como podemos chamar os rios que apresentam acentuados desníveis entre a nascente e a
foz, com grandes quedas-d'água?
Rio de planalto
Rio de planície
Rio misto
Rio de vegetação
Questão 10
Caracterize o ciclo hidrológico e explique como as atividades humanas podem alterar a
dinâmica do seu funcionamento.
31
►
►
As correntes mari ́timas sa ̃o massas de a ́gua que se deslocam no oceano com temperaturas e
densidades diferentes das a ́guas ao redor. Essas correntes sa ̃o movimentadas pelos ventos e
podem ser quentes ou frias, de acordo com seu local de origem.
As correntes sa ̃o observadas em diferentes profundidades: na superfi ́cie do mar
encontramos correntes quentes – menos densas; em a ́guas profundas, encontramos
correntes frias – mais densas. A rotac ̧a ̃o da Terra tem influe ̂ncia em suas trajeto ́rias,
desviando-as para a direita no Hemisfe ́rio Norte e para a esquerda no Hemisfe ́rio Sul,
devido ao Efeito de Coriolis.
Outro feno ̂meno comum e que esta ́ relacionado a ̀ movimentac ̧a ̃o das correntes mari ́timas e ́
a ressurge ̂ncia, a qual consiste no afloramento das a ́guas subsuperficiais do mar. E ́ induzida
pela ac ̧a ̃o dos ventos e faz com que as a ́guas mais quentes sejam arrastadas, permitindo que
as a ́guas mais frias cheguem a ̀ superfi ́cie. Esse feno ̂meno tambe ́m e ́ responsa ́vel por atrair
cardumes que se alimentam dos fitopla ̂nctons que emergem com a a ́gua subsuperficial.
https://www.youtube.com/watch?v=CCmTY0PKGDs
De acordo com a temperatura e sua regia ̃o de origem, as correntes mari ́timas podem ser:
Correntes quentes: provenientes das zonas equatoriais, como as Guianas, as correntes
do Golfo, do Brasil e a Sul-Equatorial.
Correntes frias: oriundas das regio ̃es polares ou frias, como as correntes do Labrador,
de Humboldt, das Malvinas, de Benguela e Circumpolar Anta ́rtica.
Dinâmicas oceânicasDinâmicas oceânicas
32
https://www.youtube.com/watch?v=CCmTY0PKGDs
A corrente do Golfo e ́ um exemplo de corrente quente, formada na regia ̃o equatorial e que
se desloca em direc ̧a ̃o aos polos, elevando a temperatura e o i ́ndice de umidade das regio ̃es
costeiras por onde passa. Essa corrente exerce forte influe ̂ncia em alguns pai ́ses europeus
como Portugal e Reino Unido, que apresentam invernos menos rigorosos que outras regio ̃es
com a mesma posic ̧a ̃o latitudinal. Ao contra ́rio da corrente do Golfo, a do Labrador
contribui para intensificar o inverno na costa nordeste dos Estados Unidos.
A corrente de Humboldt, formada no Oceano Paci ́fico, e ́ um exemplo de corrente fria e
exerce forte influe ̂ncia no clima de pai ́ses da Ame ́rica do Sul, como o Peru e o Chile. Em
condic ̧o ̃es normais, essa corrente contribui para a manutenc ̧a ̃o de uma das mais produtivas
atividades pesqueiras do mundo, pois, ao esfriar a a ́gua do oceano, contribui para o
aumento da presenc ̧a de grande quantidade de pla ̂nctons na a ́gua, atraindo os peixes para
essas regio ̃es. A corrente tambe ́m influencia na aridez das a ́reas costeiras. A umidade do
mar precipita-se sobre o oceano ao entrar em contato com o ar mais frio sobre a corrente
de Humboldt, fazendo com que a umidade na ̃o consiga alcanc ̧ar as a ́reas continentais. Esse
e ́ um dos fatores que contribuem para a formac ̧a ̃o do Deserto do Atacama.
33
Leitura Complementar 
Os movimentos das baleias jubarte pela costa do Brasil
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As baleias jubarte, em geral, são migratórias. Costumam se alimentar durante o verão
nas águas mais geladas e se reproduzir nas águas quentes e mais rasas das baixas
latitudes durante o inverno, sempre próximas à costa ou a bancos com recifes de
corais. 
Disponível em: <https://www.biota.org.br/os-movimentos-das-baleias-jubarte-pela-costa-do-brasil/>.
Acesso em: 16 dez. 2021.
Os oceanos sa ̃o grandes extenso ̃es de a ́gua salgada que ocupam as porc ̧o ̃es mais baixas do
relevo terrestre. Estes sa ̃o compostos por altos teores de sais como cloreto de so ́dio,
magne ́sio, ca ́lcio e pota ́ssio, sendo componentes importantes para entender a vida marinha,
a possibilidade de utilizac ̧a ̃o da a ́gua do mar para abastecimento e, ate ́ mesmo, para
calcular a resiste ̂ncia de estruturas construi ́das nos oceanos.
Oceanos e mares do mundoOceanos e mares do mundo
34
Importante: salinidade
Os oceanos apresentam grande quantidade de sais minerais, sendo o cloreto de so ́dio 
 o mais abundante. Estima-se que a quantidade de sais existentes e ́ de
aproximadamente 3,5%, que representa 35 gramas de sal por litro de a ́gua. Pore ́m,
esses valores podem variar de uma parte do oceano para outra. Nas regio ̃es
equatoriais, por exemplo, a quantidade de sais e ́ menorque nas regio ̃es subtropicais,
e as a ́reas mais profundas concentram menos sais que as mais superficiais. A
salinidade junto com a temperatura define a densidade da a ́gua. Dessa forma, as
a ́guas mais densas sa ̃o as das regio ̃es onde ha ́ maior concentrac ̧a ̃o de sais. Essas
informac ̧o ̃es sa ̃o importantes para entender a circulac ̧a ̃o das correntes mari ́timas, a
biologia marinha, ale ́m da potencialidade do uso da a ́gua do mar para atividades
humanas.
Formação dos oceanos
Os cientistas sempre buscaram respostas para entender o processo de formac ̧a ̃o dos
oceanos. A teoria mais aceita indica uma relac ̧a ̃o direta entre a formac ̧a ̃o dos oceanos e a
da atmosfera terrestre. Com o resfriamento das rochas que compo ̃em o planeta, muitos
gases foram liberados, entre eles o vapor d'a ́gua, compondo uma camada gasosa, presa por
forc ̧as gravitacionais a ̀ Terra. A condensac ̧a ̃o do vapor d'a ́gua deu origem a um grande
volume de chuvas, cujas a ́guas se acumularam nas porc ̧o ̃es de terrenos mais baixos do
nosso planeta.
Tambe ́m, houve um peri ́odo em que a Terra foi bombardeada constantemente por meteoros
que carregavam parti ́culas de gelo. Com o choque constante desses corpos celestes, por
muitos anos, a a ́gua se acumulou na superfi ́cie.
35
Oceanos do mundo
A extensa ̃o ocea ̂nica e ́ conti ́nua e interligada em todo o globo e na ̃o ha ́ barreiras
geogra ́ficas que a separam, formando um u ́nico corpo de a ́gua, denominado Oceano Global.
Pore ́m, considerando a localizac ̧a ̃o no globo terrestre, como a posic ̧a ̃o latitudinal, a
proximidade com os continentes e o processo de circulac ̧a ̃o das a ́guas, ha ́
convencionalmente cinco oceanos principais. Sa ̃o eles: Paci ́fico, Atla ̂ntico, I ́ndico, A ́rtico e
Anta ́rtico.
Ressalta-se que alguns pesquisadores consideram que existem apenas tre ̂s oceanos
principais (Paci ́fico, Atla ̂ntico e I ́ndico), sendo o A ́rtico e o Anta ́rtico classificados como
grandes mares.
Oceano Pacífico
O Oceano Paci ́fico e ́ o mais extenso do planeta, com aproximadamente 165 milho ̃es de
quilo ̂metros quadrados. O assoalho do Paci ́fico caracteriza-se pelas bordas em processo de
subducc ̧a ̃o, resultando na seque ̂ncia de vulco ̃es ativos que sa ̃o denominados Ci ́rculo de Fogo
do Paci ́fico. O oceano tem importa ̂ncia estrate ́gica para os pai ́ses, principalmente em
relac ̧a ̃o a ̀s atividades pesqueiras e ao fluxo comercial e de transporte de mercadorias entre
o Ocidente e o Oriente.
36
O lugar mais profundo do planeta
Fossa das Marianas.
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Oceano Atlântico
O Oceano Atla ̂ntico tem aproximadamente 106 milho ̃es de quilo ̂metros quadrados e e ́ o
segundo mais extenso do mundo. Sua formac ̧a ̃o teve ini ́cio ha ́ 150 milho ̃es de anos, quando
iniciou a separac ̧a ̃o da A ́frica da Ame ́rica do Sul. O processo de abertura do assoalho
ocea ̂nico resultou na formac ̧a ̃o da Dorsal Mesoatlântica, uma longa cadeia de montanhas
que se estende por todo o Atla ̂ntico no sentido norte-sul.
Oceano Índico
O Oceano I ́ndico tem aproximadamente 73 milho ̃es de quilo ̂metros quadrados e banha a
porc ̧a ̃o leste da A ́frica, o sul da A ́sia e o leste da Austra ́lia. As principais atividades
econo ̂micas esta ̃o relacionadas a ̀ piscicultura, à navegac ̧a ̃o e à explorac ̧a ̃o de ga ́s e petro ́leo.
Oceano Glacial Ártico
O Oceano Glacial A ́rtico, com aproximadamente 13 milho ̃es de quilo ̂metros quadrados, esta ́
localizado pro ́ximo ao Ci ́rculo Polar A ́rtico e banha o extremo norte de alguns pai ́ses da
Europa, o Canada ́, o estado do Alasca (EUA) e o territo ́rio da Groenla ̂ndia.
37
Oceano Glacial Antártico
Tambe ́m conhecido como Oceano Austral, tem aproximadamente 36 milho ̃es de quilo ̂metros
quadrados e e ́ convencionalmente delimitado a partir da latitude de 40ºS. O oceano ocupa
cerca de 20% da a ́rea ocea ̂nica global e origina a Corrente Circumpolar Anta ́rtica, uma das
maiores e mais frias correntes mari ́timas do mundo.
Mares
Sa ̃o massas de a ́guas menores e mais rasas que os oceanos. São delimitados pelos
continentes, grandes responsáveis pelas características químico-físico-biológicas destes
através de processos de interação como a erosão das rochas próximas ao encontro com a
água.
Conforme a relação com os oceanos, os mares são classificados em:
Mar aberto
A maioria dos mares tem ampla comunicac ̧a ̃o com os oceanos e, em decorre ̂ncia disso, sa ̃o
chamados de mares abertos ou costeiros.
Reprodução
Mar fechado
Mares que não apresentam nenhum contato com os oceanos. Sa ̃o os mares fechados ou
isolados, como e ́ o caso do Mar Morto, localizado entre Israel e Jordânia. 
Mar interior
38
►
►
►
Apresentam uma comunicac ̧a ̃o estreita com os oceanos. Esses mares sa ̃o chamados
interiores ou continentais, como e ́ o caso do Mar Mediterra ̂neo.
Movimentos do mar
Marulho: ocorre pela oscilac ̧a ̃o das a ́guas do mar. E ́ o simples movimento de subida e
descida, provocado pela ac ̧a ̃o do vento.
Ondas: trata-se da movimentac ̧a ̃o das a ́guas do mar, provocada por uma considera ́vel
intensidade de ventos, tanto nos mares quanto nos oceanos. Dessa maneira, o tamanho
das ondas varia em func ̧a ̃o da velocidade, da durac ̧a ̃o e da dista ̂ncia dos ventos. As
ondas podem atingir grande altura, podendo superar os 30 metros. Ao se aproximar das
praias, a profundidade tende a diminuir. Em decorre ̂ncia disso, as ondas quebram na
praia, diminuindo de comprimento e aumentando de altura. A regia ̃o onde as ondas
quebram é conhecida como arrebentação.
Em situac ̧o ̃es extremas, quando as rajadas de vento sa ̃o muito fortes, as ondas chegam ate ́ a
costa com volume e forc ̧a maior que o normal. Devido ao volume e a ̀ forc ̧a, a a ́gua avanc ̧a
para ale ́m da faixa de areia. Esse feno ̂meno e ́ popularmente conhecido como "ressaca" e
pode trazer prejui ́zos para as cidades que na ̃o te ̂m um planejamento urbano adequado. As
ressacas sa ̃o comuns no Sul do Brasil, devido a ̀ atuac ̧a ̃o constante de frentes frias que
trazem ventos fortes da regia ̃o polar da Anta ́rtica. E ́ possi ́vel prever uma ressaca pelos
sistemas de monitoramento clima ́tico com alguns dias de antecede ̂ncia. Por isso, grande
parte dos prejui ́zos sa ̃o apenas materiais.
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Marés: constituem uma lenta subida e descida do ni ́vel das a ́guas do oceano. Esse
feno ̂meno ocorre, principalmente, devido a ̀ atrac ̧a ̃o que a Lua exerce sobre os oceanos
e mares. Assim, por onde ela passa em seu movimento aparente, o ni ́vel das a ́guas
aumenta. Desse modo, ocorrem duas elevac ̧o ̃es e dois rebaixamentos do ni ́vel das a ́guas
por dia.
O Sol tambe ́m exerce atrac ̧a ̃o sobre as a ́guas. Mas essa atrac ̧a ̃o e ́ muito menor que a da
39
Lua. Dessa forma, as mare ́s geradas pela Lua sa ̃o muito maiores que as geradas pelo Sol.
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Curiosidade 
Sons dos oceanos
NOAA / noaa.maps.arcgis.com
No site da NOAA – o centro nacional de informações do meio ambiente nos Estados
Unidos, você pode ouvir os sons captados pelos sonares em cada oceano.
40
file:///tmp/site%20https:/noaa.maps.arcgis.com/apps/Cascade/index.html?appid=c653c78262a7487da42149ebc86f80c2
A
 Acesse: Monitoramento de navios comerciais pelo planeta
Você já comprou algo pela internet que vem de outro país?
No site, você consegue acompanhar um navio e ainda visualizar as principais rotas
de navegação pelo globo. Acesse para conhecer.
shipmap.org
Questão 01
Água também é mar
E aqui na praia também é margem
Já que não é urgente, aguente e sente, aguarde o temporal
Chuva também é água do mar lavada no céu imagem
ANTUNES, Arnaldo; MONTE, Marisa; BROWN, Carlinhos. Água é mar. Intérprete: Marisa Monte. In: ______.
Memórias, crônicas e declarações de amor. São Paulo: EMI, 2000. 1 CD.
Esse trecho faz menção ao ciclo hidrológico, sendo a chuva apresentada como "água do mar
lavada". Com a tecnologia dos tempos atuais, a água do mar pode ser tratada em grandeescala a ponto de tornar-se potável.
Com relação à possibilidade de dessalinização, assinale a alternativa correta.
A principal consequência do processo de dessalinização de águas é a salinização de
solos produtivos.
Pratique: Pratique: OceanosOceanos
41
https://www.shipmap.org/
B
C
D
E
A
B
C
D
E
A
A salinidade é menos elevada em águas mais quentes, fator que favorece a
dessalinização no Oriente Médio.
Devido à grande disponibilidade hídrica em todo o território, é desnecessário ao
Brasil recorrer ao processo de dessalinização.
O processo de dessalinização tem por objetivo principal a retirada de vírus e
bactérias das águas por meio de técnicas específicas.
O processo de dessalinização pode ser realizado em águas do mar e, também, em
águas continentais salobras.
Questão 02
Assinale a alternativa correta, considerando as figuras anteriores.
As figuras 1 e 2 representam tipos de desembocaduras em delta e estuário,
respectivamente.
O rio da figura 2 tem maior capacidade de sedimentação que o rio da figura 1.
O rio da figura 1 representa um delta com intensa sedimentação.
O rio da figura 2 representa um delta em que a capacidade de erosão supera a de
sedimentação.
O rio da figura 1 representa um estuário em que a capacidade de sedimentação
supera a de erosão.
Questão 03
Que mares são os que se localizam completamente no interior dos continentes e não
possuem comunicação com os oceanos? 
Mares abertos
42
B
C
D
A
B
C
D
E
Mares interiores
Mares fechados
Mares posteriores
Questão 04
Brisa marinha mais úmida
A temperatura superficial do Oceano Atlântico no litoral paulista aumentou cerca de um
grau entre os anos de 1950 e 2010. Passou de para Pode parecer pouco,
mas uma das consequências desse aquecimento é aumentar a taxa de evaporação da água
do oceano, combustível que torna a brisa marinha ainda mais carregada de umidade. Esse
processo tem repercussões sobre o clima acima da Serra do Mar, no planalto onde fica a
região metropolitana.
Revista da Fapesp, 11 maio 2012.
De acordo com o texto, considere as afirmativas a seguir.
I. A alteração da umidade da brisa marítima é um fator considerável nos transtornos
causados pelas enchentes em São Paulo, somado a outros, como a impermeabilização dos
solos.
II. A elevação da temperatura do Oceano Atlântico é uma prova indiscutível do processo de
aquecimento global. Esse fato é a principal causa de fenômenos locais, como as enchentes
em São Paulo; regionais, como tornados em Santa Catarina; e globais, como o tsunami que
atingiu o Japão em março de 2011.
III. O aumento da umidade da brisa marítima provoca, entre outros fatores, uma elevação
dos índices de pluviosidade na escarpa da Serra do Mar, em razão das chuvas orográficas,
típicas da região.
Assinale a alternativa correta.
Estão corretas as afirmativas I, II e III.
Estão corretas apenas as afirmativas II e III.
Estão corretas apenas as afirmativas I e III.
Está correta apenas a afirmativa I.
Está correta apenas a afirmativa III.
Questão 05
43
Cerca de da extensão da Terra é ocupada pelos oceanos. Essa grande massa de água
foi formada há cerca de quatro bilhões de anos, por meio da condensação de vapores de
água da atmosfera, que atingiram a superfície terrestre em forma de chuva. A topografia da
Terra fez com que as águas se deslocassem para os terrenos mais baixos, formando os
oceanos.
Relacione as colunas identificando as informações sobre cada oceano por meio dos códigos:
(OP) Oceano Pacífico
(OI) Oceano Índico
(OA) Oceano Atlântico
(OGA) Oceano Glacial Ártico
( ) Serve como rota para o grande fluxo de transporte marítimo entre a Europa, as
Américas e a África, porções bastante ricas do planeta.
( ) Banha a parte setentrional do Alasca, as ilhas que formam o norte do Canadá, a
Groenlândia e o extremo norte da Europa e da Ásia.
( ) É o terceiro maior em extensão, estende-se da costa oriental africana até as ilhas do
Sudeste Asiático e a costa ocidental da Austrália.
( ) É o mais extenso dos oceanos e banha a costa oeste da América e a costa leste da Ásia
e da Oceania.
O Brasil possui uma grande extensão territorial e suas características físico-ambientais
proporcionam uma vasta rede de drenagem que se destaca pela extensão e densidade de
seus rios. Apesar do alto potencial hidrológico, a distribuição dos recursos hídricos no
território brasileiro ocorre de forma irregular em razão das condições geográficas.
A hidrografia tem sido imprescindível para o desenvolvimento de atividades
socioeconômicas, como a instalação de usinas hidrelétricas, o transporte fluvial de pessoas e
mercadorias, o abastecimento de água para as cidades e para as atividades agropecuárias;
ou seja, pode-se considerá-la estrategicamente necessária ao desenvolvimento econômico do
país.
Aspectos gerais da hidrografia brasileiraAspectos gerais da hidrografia brasileira
44
As Cataratas do Iguaçu, consideradas uma das sete maravilhas naturais
do planeta, estão localizadas na fronteira entre o Brasil e a Argentina.
shutterstock.com
Formação
A maior parte dos rios brasileiros é abastecida por águas provenientes das chuvas, ou seja,
apresenta regime pluvial. A exceção mais marcante é o Rio Amazonas, com regime misto.
Esse rio também é abastecido por águas da chuva (regime pluvial) e uma pequena parte
provém do derretimento da neve do topo das montanhas andinas (regime nival), onde se
localizam suas nascentes.
Curso
Em relação à continuidade do fluxo de água, predominam os rios perenes, isto é, rios que
não secam ao longo do ano, apresentando alterações apenas no nível do leito. Já na região
semiárida nordestina, o longo período de estiagem e as elevadas taxas de evaporação
contribuem para a ocorrência de rios intermitentes (ou temporários), cujo fluxo é
interrompido pela ausência de chuvas. No entanto, a açudagem (represamento de água) tem
colaborado para que importantes rios nessa região sejam perenizados artificialmente a
partir do controle da vazão da água acumulada nos reservatórios.
Também é comum que os rios brasileiros deságuem no oceano, assumindo a drenagem
exorreica, com foz predominantemente em forma de estuário. Apesar de pouco comuns no
país, também existem rios que deságuam em forma de delta, como é o caso do Rio
Parnaíba.
Rios brasileiros segundo a topografia
A variedade hidrográfica brasileira apresenta predomínio de rios de planalto, que, em
decorrência da descontinuidade topográfica e das condições geológicas locais, possuem, ao
45
longo do seu percurso, rupturas de declive e vales encaixados. Nesses rios, as quedas-
d'água, geralmente caudalosas, conferem grande potencial hidrelétrico ao país, com
destaque para os rios Paraná e São Francisco.
Os rios de planície, aqueles com baixo desnível na maior parte de seu leito, como o
Amazonas e o Paraguai, são utilizados desde muito tempo para o deslocamento de pessoas
e para o transporte de cargas. Apesar de dispendiosos, avanços nas áreas de tecnologia e
engenharia têm permitido, também, o aproveitamento energético desses rios.
Lagos, lagunas e lagoas
Lagoa dos Patos (RS). Ao lado, o Oceano Atlântico.
Wikimedia Commons
A hidrografia do Brasil, todavia, é inexpressiva em lagos de grande porte, apesar da
vastidão do seu território. Quanto às características lacustres, identificam-se as lagoas
dos Patos e Mirim, ambas no Rio Grande do Sul, que ocupam uma área de
aproximadamente e respectivamente. Em termos
comparativos, o Lago Superior, localizado entre os Estados Unidos e o Canadá, possui
cerca de de área, o que reforça a distinção entre essas duas realidades
hídricas.
Bacias do Brasil IBacias do Brasil I
46
•
•
•
Bacias hidrográficas do Brasil
Os rios brasileiros costumam ser agrupados em seis bacias hidrográficas principais e seis
bacias hidrográficas secundárias:
principais (abrigam os rios de maior porte);
secundárias (abrigam os rios de médio porte);
terciárias (abrigam os rios de menor porte).
IBGEIBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
Bacia Amazônica
A Bacia Amazônica é a maior do planeta, com uma área de aproximadamente 6,1 milhões
de entre os quais cerca de 63% se encontra em território brasileiro, totalizando em
torno de 4 milhões de e abrangendo os seguintes estados: Acre, Amazonas, Roraima,
Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amapá. Como pode ser visto no mapa a seguir, o restante
dessa bacia drena os territórios de países sul-americanos vizinhos, fronteiriços ou não, do
Brasil.
Bacias do Brasil IBacias do Brasil I
47
•
•
•
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica Amazônica. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
As nascentes dos rios pertencentes a essa bacia têm origem em três centros dispersores de
águas:
a Cordilheira dos Andes, onde nascem os afluentes do Rio Amazonas;
o Planalto das Guianas, onde nasce boa parte dos rios da margem esquerda do Rio
Amazonas;
o Planalto Central Brasileiro, local de origem dos rios que compõem boa parte da
margem direita do Rio Amazonas.
O Rio Amazonas, com os seus 6 992 quilômetros, ultrapassou o
Nilo, até 2007 considerado o mais extenso do mundo. Sua extensão
é quase equivalente à distância entre Nova York e Berlim, e ele é
considerado o rio com maior volume de água, sendo responsável por
um quinto de toda a água doce do planeta. Ainda que não
completamente aproveitado, a Bacia Amazônica possui o maior
potencial elétrico do país.
Fotolia
Bacia do Tocantins-Araguaia
48
Bacia do Tocantins-Araguaia
A Bacia do Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica totalmente inserida no
território brasileiro, com área de que corresponde a cerca de 11% do território
nacional, abrangendo os estados de: Goiás, Tocantins, Pará, Maranhão e Mato Grosso e o
Distrito Federal. Grande parte de seus afluentes localiza-se na região Centro-Oeste, desde as
nascentes dos rios Araguaia e Tocantins até o ponto de encontro entre os dois, adentrando
a Região Norte até a sua foz.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Tocantins-Araguaia. Distrito
Federal: Agência Nacional das Águas, 2006.
No curso inferior do Rio Tocantins, situa-se a hidrelétrica de Tucuruí, a maior hidrelétrica
totalmente brasileira e a primeira a abastecer os projetos de mineração da Serra dos
Carajás e da empresa Albras.
Na região hidrográfica do Tocantins-Araguaia, estão presentes os biomas Floresta
Amazônica, ao norte e noroeste, e Cerrado, nas demais áreas.
49
Apesar de ser o maior em extensão, o Araguaia é um rio secundário
da Bacia do Tocantins, considerado o rio principal da bacia.
shutterstock.com
Bacia Atlântico Nordeste Ocidental
A Bacia Atlântico Nordeste Ocidental situa-se, quase totalmente, no estado do Maranhão,
com uma pequena porção localizada no estado do Pará. Com uma área de
aproximadamente ocupa cerca de 3% do território brasileiro.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica Atlântico Nordeste Ocidental.
Distrito Federal: Agência Nacional das Águas, 2006.
A região caracteriza-se por ser uma transição entre os biomas da Amazônia e do Cerrado,
coberta pela mata dos cocais e por apresentar formações litorâneas. A utilização dos
recursos hídricos envolve o abastecimento dos centros urbanos da região e as atividades
agrícolas, principalmente a irrigação. Porém, parte dos rios da região sofre com o
50
desflorestamento das matas ciliares para o desenvolvimento da pecuária e da agricultura, o
qual ocasiona assoreamento, que é a deposição dos sedimentos ao longo do leito dos rios,
formando bancos de areia e provocando impacto ambiental nesses recursos hídricos.
Leitura Complementar 
Arqueologia subaquática na Amazônia – documentação e análise das gravuras
rupestres do sítio Mussurá, Rio Trombetas, Pará, Brasil
Os sítios arqueológicos com gravuras rupestres ocorrem em grande quantidade por
toda a região amazônica. A maioria desses sítios está situada em lajeiros ou blocos
rochosos que margeiam os rios ou em meio às corredeiras e cachoeiras. Nos dias de
hoje, esses sítios ficam temporariamente submersos no período das cheias, aflorando
apenas durante o auge do estio, quando podem ser documentados e pesquisados.
Desconhecemos se essa situação era a mesma no momento da elaboração das
gravuras, uma vez que ainda não existem para a Amazônia datações que permitam
situar no tempo a atividade rupestre desenvolvida por diferentes grupos humanos em
tempos pré-coloniais. A falta de datações é devida, em grande parte, pelo fato de os
sítios ficarem submersos durante um período do ano, o que compromete, devido à
dinâmica hídrica, a permanência de evidências materiais que possibilitem a sua
datação.
A relação entre sítios arqueológicos com gravuras rupestres e as possíveis mudanças
climáticas evidenciadas pela variação no nível das águas dos rios amazônicos foi um
dos focos de atenção dos pesquisadores que recentemente trabalharam na região do
rio Trombetas.
A bacia desse rio possui numerosos sítios com gravuras rupestres, no entanto, um
deles, o Mussurá, localizado nas margens do lago de mesmo nome, chamou a atenção
dos pesquisadores, pois mesmo no verão suas gravuras raramente afloravam à
superfície. Em 1996, uma forte seca assolou a região possibilitando que as rochas nas
quais estavam as gravuras pré-históricas ficassem parcialmente expostas à superfície.
Nessa oportunidade, o sítio foi visitado e fotografado por arqueólogos que estavam
em visita na região da Mineração Rio do Norte.
Em 2000, o Museu Emílio Goeldi iniciou trabalhos de prospecção e salvamento dos
sítios arqueológicos existentes na área de impacto das atividades realizadas pela
51
Mineração Rio do Norte na região de Porto Trombetas. O sítio Mussurá, apesar de
localizado fora da área de impacto direto desse empreendimento, passou a constituir
objeto de interesse de pesquisadores ligados ao projeto de salvamento arqueológico.
Durante mais de sete anos esperou-se que o nível das águas do rio Trombetas
baixasse a ponto de expor novamente à luz do dia as gravuras pré-históricas para
que pudessem ser documentadas e estudadas. Como isso não ocorria, a solução
encontrada foi documentar o sítio debaixo d’água. Assim, em junho de 2004, a
documentação do sítio Mussurá foi realizada por arqueólogos mergulhadores do
Centro de Estudos de Arqueologia Náutica e Subaquática da Universidade Estadual de
Campinas, especialmente convidados para esse trabalho. Esse foi o primeiro trabalho
de documentação submersa de um sítio com arte rupestre realizado no mundo.
Arqueologia subaquática na Amazônia
O ponto de partida para a documentação realizada no sítio Mussurá foi a convicção
de que a Arqueologia Subaquática é Arqueologia. Assim, as diferenças existentes
entre a pesquisa de um sítio arqueológico localizado em superfície e a de um sítio
arqueológico submerso não justificam a necessidade de se falar em uma nova
disciplina, apenas exigem adaptações de métodos e técnicas da Arqueologia ao
ambiente aquático.
Algumas dessas diferenças estão relacionadas diretamente com as características
físicas inerentes ao ambiente aquático, seja ele oceânico, marítimo, fluvial, lacustre
ou interface, como: densidade, óptica, térmica, acústica; que são corrigidas facilmente
com o emprego de equipamentos, tecnologia e técnicas apropriadas.
Assim, uma vez localizados os painéis com gravuras no fundo do lago, a uma
profundidade média de seis metros e visibilidade de aproximadamente 1,5 metro, o
que se fez, através do mergulho autônomo, foi a planimetria geral do sítio e o
decalque em plástico das gravuras rupestres. Ou seja, foi feito o que se faria
normalmente em um sítio arqueológico desse tipo localizado em superfície. Mas pelo
fato de o sítio estar submerso, a pesquisa acabou ganhando destaque.
(...)
O sítio Mussurá representa a inclusão, de fato, do patrimônio cultural subaquático no
universo arqueológico brasileiro. Emborajá exista esta especialidade na Arqueologia
acontecendo há mais de dez anos no Brasil em diferentes projetos científicos, e até
52
mesmo um centro especializado – o Centro de Estudos de Arqueologia Náutica e
Subaquática (CEANS), locado junto ao Núcleo de Estudos Estratégicos da Universidade
Estadual de Campinas (NEE/Unicamp) – os sítios arqueológicos submersos no Brasil
estão à mercê dessa incompreensão conceitual que legitima uma legislação (Lei
Federal 10.166/00) que contraria os princípios fundamentais da própria ciência
arqueológica e das leis e convenções de proteção aos sítios arqueológicos, por
permitir sua exploração por empresas ou grupos de mergulhadores sem qualquer
preparo científico para isso, e sua comercialização.
Além da discussão conceitual apresentada, o sítio Mussurá nos remete a uma
discussão teórica arqueológica não menos importante. O fato de os painéis fazerem
parte da dinâmica hídrica local e regional – mesmo que não tenha sido possível
definir datações ou o contexto lacustre no momento da elaboração dos grafismos –
indica que pessoas interagiam diretamente com a diversidade aquática amazônica.
Não tem como pensar em sociedades amazônicas sem se considerar a relação delas
com o ambiente aquático. O uso desse ambiente por essas "sociedades aquáticas"
extrapola as questões banais relativas à captação de recursos, ao domínio da
navegação, ao lazer. Passa a ser também simbólico, metafísico.
(...)
O artigo completo está disponível no Repositório Museu Goeldi. Acesso em: 10 jan. 2022.
Bacia do Parnaíba
A segunda bacia hidrográfica mais importante do Nordeste é a Bacia do Parnaíba.
Drenando os estados do Maranhão, Ceará e principalmente o Piauí, essa bacia abrange uma
área de O Rio Parnaíba, principal rio da bacia, possui de extensão
desde a sua nascente, na Chapada das Mangabeiras, no Maranhão, até a sua foz no estado
do Piauí, na região do Delta do Parnaíba, no Oceano Atlântico.
Bacias do Brasil IIBacias do Brasil II
53
file:///tmp/%20https:/repositorio.museu-goeldi.br/bitstream/mgoeldi/138/1/Revista%20de%20Hist%25c3%25b3ria%20da%20Arte%20e%20Arqueologia%20n11%202009%20PEREIRA%20Arqueologia%20Subaqu%25c3%25a1tica.pdf.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Parnaíba. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
Há grande disparidade socioeconômica entre as regiões banhadas pelo Rio Parnaíba, pois
sua nascente localiza-se em uma área geograficamente rica (fauna, flora, aquíferos e
subterrâneos) e banha outras áreas que convivem com a seca, como em grande parte do
território piauiense, inclusive na capital Teresina, principalmente no período de estiagem.
Bacia do Atlântico Nordeste Oriental
A Bacia do Atlântico Nordeste Oriental abrange uma área de abarcando os
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Ao longo dos anos,
grandes intervenções antropomórficas ocorreram nessas regiões, sendo responsáveis não só
pelo desmatamento da vegetação original litorânea – a Mata Atlântica –, devido à
implementação da cultura da cana-de-açúcar e ao avanço da urbanização, bem como pela
devastação da Caatinga, em virtude da expansão da atividade agropecuária no Sertão
brasileiro.
54
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica Atlântico Nordeste Oriental.
Distrito Federal: Agência Nacional das Águas, 2006.
A Bacia do Atlântico Nordeste Oriental caracteriza-se pela ausência de grandes rios,
configurando um cenário de baixa disponibilidade hídrica, com destaque para os rios
intermitentes. Destacam-se os rios Capibaribe, Paraíba, Apodi, Acaraú e Jaguaribe, sendo
esse último um rio perenizado pelas águas do Açude Orós e do Castanhão.
Bacia do Atlântico Leste
A Bacia do Atlântico Leste possui uma área de abrangendo o estado de
Sergipe, o leste da Bahia, o nordeste de Minas Gerais e o norte do Espírito Santo.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica Atlântico Leste. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
É nessa região hidrográfica que se observa um dos maiores resultados da intervenção
humana sobre a vegetação nativa – a Caatinga – devastada pela pecuária que invadiu os
sertões. Observa-se também parte da Zona da Mata e o Recôncavo Baiano, desmatados para
a implementação da cultura canavieira, e as matas úmidas do sul da Bahia, que foram
substituídas pelas plantações de cacau.
Bacia do São Francisco
A Bacia do São Francisco abrange uma área de e é de fundamental
importância para o Brasil devido, principalmente, ao volume de água transportado para as
regiões semiáridas, o que tem contribuído para o desenvolvimento econômico do Nordeste.
Seu principal rio, o São Francisco, com cerca de de extensão, nasce na Serra da
Canastra (Minas Gerais) e deságua no Atlântico, em um estuário entre Alagoas e Sergipe.
Esse rio corre no sentido geral sul-norte, interligando as duas regiões de mais antigo
55
povoamento do país, o Nordeste e o Sudeste, sendo, por esse motivo, denominado rio da
integração nacional.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do São Francisco. Distrito
Federal: Agência Nacional das Águas, 2006.
O Rio São Francisco possui acentuados declives em seu leito, grande potencial energético e
produção hidrelétrica, que abastece tanto o Sudeste (usina de Três Marias, em Minas
Gerais) como o Nordeste (usinas de Sobradinho e do Complexo de Paulo Afonso, na Bahia),
sendo a segunda bacia mais aproveitada no país para geração de energia elétrica.
Diferente da maioria dos rios nordestinos, o São Francisco é um rio
perene e, embora seja de planalto, é navegável entre Pirapora e
Juazeiro/Petrolina, e em um trecho menor, com 208 quilômetros,
entre Piranhas e a foz.
Paulo Virgílio Moreira Monteiro
56
Leitura Complementar 
Transposição do Rio São Francisco
senado.leg.br
A transposição das águas do Rio São Francisco é um antigo projeto do governo
federal com o objetivo de levar uma parcela das águas do rio para irrigar a região
semiárida do Brasil. Isso deverá ser feito por meio de dois canais, somando 700
quilômetros de extensão, para ligar o São Francisco a bacias hidrográficas menores
do Nordeste e a alguns açudes, de onde adutoras distribuirão a água a 390
municípios dos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte,
atingindo uma população de 12 milhões de nordestinos.
O projeto levantou enorme polêmica pelos possíveis efeitos que a transposição pode
ocasionar no ecossistema da bacia do Rio São Francisco e pela dúvida se seus
benefícios chegarão efetivamente ao pequeno agricultor. Estima-se que as obras
estarão concluídas por volta de 2025.
Rio São Francisco. In: Britannica Escola Online. Enciclopédia Escolar Britannica, 2015. Disponível
em: <http://escola.britannica.com.br>. Acesso em: 15 out. 2015.
Bacia do Atlântico Sudeste
A Bacia do Atlântico Sudeste possui uma área de correspondendo a 2,5% do
Bacias do Brasil IIIBacias do Brasil III
57
país, distribuída pelos estados do Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e
Paraná. A região destaca-se nacionalmente pelo seu elevado contingente populacional e pela
importância econômica do setor industrial.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Sudeste. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
Devido à elevada concentração urbana, ao desmatamento excessivo, ao assoreamento dos
rios, à poluição e à grande demanda agropecuária, industrial e domiciliar, essa bacia foi
bastante modificada, o que provocou inúmeros impactos ambientais que comprometeram
seu ciclo hidrológico. Dois exemplos disso são os rios Paraíba do Sul (que compreende o
eixo Rio-São Paulo) e o Doce (área de desenvolvimento mineral, urbano e industrial), que
estão bastante assoreados, comprometendo a atividade pesqueira e a disponibilidade de
água na região.
Bacia do Paraná
A Bacia do Paraná situa-se na parte central do PlanaltoMeridional Brasileiro, sendo
essencialmente planáltica.
58
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Paraná. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
Atualmente, essa bacia é a de maior capacidade instalada de energia elétrica do país. Com
uma área de a região abrange os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina e o Distrito Federal.
Na foto está a Usina hidrelétrica de Itaipu, localizada no Rio Paraná
na fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. 
O Rio Paraná é formado pela união dos rios Grande e Paranaíba e
separa os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Paraná e
Mato Grosso do Sul. 
Herr Stahlhoefer / Wikimedia Commons
Bacia do Paraguai
A Bacia do Paraguai abrange uma área de envolvendo os estados brasileiros
de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, bem como três países vizinhos ao Brasil: a Argentina,
o Paraguai e a Bolívia.
59
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Paraguai. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
É uma bacia típica de planície, destacada pelo seu aproveitamento como hidrovia e
interligada a outras bacias, especialmente a do Paraná, por meio dos rios Pardo e Coxim. A
navegação nessa bacia é internacional, pois o rio Paraguai drena terras do Brasil, do
Paraguai e da Argentina. Essa bacia inclui também uma das áreas mais úmidas do planeta,
o Pantanal. Quando chega o período chuvoso, o nível dos rios aumenta, alagando a maior
parte da região. Por isso, o Pantanal é a maior planície inundável do planeta, pois é
cercado por planaltos que drenam seus rios para essa área. Além disso, a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a considera Patrimônio
Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Vale ressaltar que essa bacia faz parte da Bacia Platina, juntamente com as bacias dos rios
Paraná e Uruguai.
 Acesse: Itaipu binacional
Aqui você pode acessar o site da usina hidrelétrica de Itaipu e conhecer os dados,
planos de funcionamento e outros projetos relacionados a área.
Bacia do Uruguai
A bacia do Uruguai possui, em território brasileiro, de área, que correspondem
Bacias do Brasil IVBacias do Brasil IV
60
https://www.itaipu.gov.br/
a 2% do território nacional. Divide-se em dois trechos distintos: o de planalto (curso
superior) e o de planície (cursos médio e inferior). Seu principal rio, o Uruguai, possui 
 quilômetros de extensão e origina-se da confluência dos rios Pelotas (RS) e Canoas
(SC), onde divide os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica do Uruguai. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
Da nascente à foz, o Rio Uruguai é muito aproveitado economicamente. Além de fornecer
água para o abastecimento das cidades localizadas na bacia e para a irrigação, os trechos
de planaltos geram muita energia para a Região Sul e para os países vizinhos (Argentina e
Uruguai). Já os trechos navegáveis são diminutos no Brasil, devido ao relevo acidentado
predominante nos rios dessa bacia.
Gilson Marques Aires
A região hidrográfica do Uruguai tem grande importância para o Brasil em função das
atividades desenvolvidas no setor agroindustrial e por seu potencial hidrelétrico, ainda que
61
não totalmente aproveitado.
Bacia do Atlântico Sul
A Bacia do Atlântico Sul inicia-se próximo à divisa entre os estados de São Paulo e do
Paraná, prolongando-se até o Arroio Chuí, no estado do Rio Grande do Sul. A área total da
região é de abrangendo municípios da Região Sul, destacando-se por abrigar
um expressivo contingente populacional, em razão do desenvolvimento econômico e da sua
importância para o turismo.
BRASÍLIA. Superintendência de Gestão da Informação. Região hidrográfica Atlântico Sul. Distrito Federal:
Agência Nacional das Águas, 2006.
Nessa região hidrográfica predominam rios de pequeno porte que correm diretamente para
o Oceano Atlântico. Na região do Rio Grande do Sul, ocorrem rios de grande porte, como
Taquari-Antas, Jacuí, Vacacaí e Camaquã, ligados aos sistemas lagunares da Lagoa Mirim e
da Lagoa dos Patos.
62
 Acesse: Programa de monitoramento das bacias hidrográficas – ANA/Cepetc
bacias.cptec.inpe.br
Nesse programa você pode consultar os dados hidrográficos das bacias brasileiras.
Questão 01
Defina e classifique bacia hidrográfica.
Questão 02
Os recursos hídricos estão cada vez mais escassos, o que os torna valiosos e
estrategicamente importantes. No Sudeste brasileiro, inúmeras represas sofrem por causa
da eutrofização artificial, multiplicação de algas e de micro-organismos que retiram
oxigênio dissolvido das águas, tornando-as impróprias para uma série de usos. Pode-se
relacionar como causas da eutrofização
I. o despejo de esgotos industriais não tratados nas águas dos reservatórios.
II. o despejo de resíduos provenientes das atividades agrárias.
III. a poluição do ar e a queda de metais pesados da atmosfera sob a forma de partículas
presentes nas águas das chuvas.
IV. a vegetação remanescente, em represas, não retirada antes da formação do lago
artificial.
Pratique: Pratique: 
as principais características das bacias hidrográficasas principais características das bacias hidrográficas
brasileirasbrasileiras
63
https:/bacias.cptec.inpe.br/
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
Estão corretas:
apenas I e IV.
apenas II e III.
apenas I, II e IV.
apenas I, III e IV.
I, II, III e IV.
Questão 03
As principais hidrelétricas do Brasil estão localizadas, em sua maioria, na Bacia do Paraná.
Porém, o principal potencial hidrelétrico brasileiro está na Bacia Amazônica, com as
maiores quedas-d'água do país. Explique por que as principais usinas não estão localizadas
onde há maior potencial.
Questão 04
Acerca do aproveitamento da rede hidrográfica brasileira:
I. A Bacia do Uruguai, embora apresente alto potencial hidrelétrico, é pouco aproveitada.
II. A Bacia do Paraguai, constituída por rios de planalto, é responsável pela maior parte da
energia gerada em Itaipu.
III. A instalação da Usina de Tucuruí elevou o aproveitamento hidrelétrico da bacia do Rio
São Francisco.
Marque a alternativa correta.
Apenas I é verdadeira.
Apenas I e II são verdadeiras.
Todas são verdadeiras.
Apenas II e III são verdadeiras.
Apenas II é verdadeira.
Questão 05
Sabendo que o Sudeste brasileiro é a principal região socioeconômica do país, explique a
influência que a hidrografia exerce no desenvolvimento econômico de uma região.
64
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
Questão 06
A rede hidrográfica brasileira, utilizada para os transportes fluviais:
é bem distribuída e apresenta um alto potencial de navegação no Sudeste,
especialmente na sua porção centro-oriental.
é distribuída desigualmente pelo país, estando o maior potencial navegável localizado
perifericamente às áreas de economia mais avançada.
apresenta um potencial de navegação que coincide com as áreas de maior exploração
de hidreletricidade.
apresenta suas principais bacias voltadas para o Atlântico Sul nas costas orientais
brasileiras, facilitando os transportes com o interior.
é rica em interligações por canais fluviais que facilitam os transportes entre as
bacias do rio São Francisco e do Paraná.
Questão 07
Sobre a hidrografia brasileira é correto afirmar que:
apesar da maioria dos rios brasileiros ter a vertente para o Oceano Atlântico, o Rio
Negro, na Bacia Amazônica, tem sua vertente para o Oceano Pacífico em virtude de
sua nascente se localizar nos Andes peruanos.
todas as grandes bacias hidrográficas brasileiras têm a sua vertente para o Oceano
Atlântico.
a grande maioria dos rios brasileiros tem a sua foz em forma de delta, como é o caso
do Rio São Francisco.
o Rio São Francisco atravessa vários estados brasileiros percorrendo uma trajetória
no sentido norte/sul do país.
no Brasil predominam rios de planície, o que favorece a navegação fluvial, como nosrios Uruguai e na maior parte do São Francisco.
Questão 08
A bacia do rio Uruguai, que influencia vasta área do território dos estados de Santa
Catarina e do Rio Grande do Sul, figura entre os mais importantes sistemas hídricos da
região Sul. Sobre esse sistema, marque V para verdadeiro e F para falso, nas seguintes
afirmativas.
( ) O Rio Uruguai, o mais importante manancial do Sul do Brasil, nasce da confluência dos
rios Pelotas e Canoas e demarca grande parte da fronteira de Santa Catarina com o Rio
Grande do Sul.
65
( ) A bacia do Rio Uruguai, do ponto de vista energético, possui um significativo potencial,
mas sua utilização deflagrou conflitos com os agricultores, cujas terras seriam atingidas
pelas barragens.
( ) O Rio Uruguai, além de servir como fronteira entre as terras gaúchas e catarinenses,
separa o Rio Grande do Sul do Paraguai para, finalmente, desembocar no delta do Rio da
Prata, no litoral argentino.
( ) O sistema hídrico do Rio Uruguai, que foi a porta de entrada para a ocupação e
colonização de boa parte do oeste catarinense, vem sofrendo um processo de degradação
com reflexos para a economia regional e para a qualidade de vida da população.
( ) A formação dos reservatórios para o funcionamento das hidrelétricas de Itá e de
Machadinho inundarão terras catarinenses e gaúchas de municípios situados próximos ao
rio Uruguai.
Questão 09
Relacione as colunas a seguir de acordo com as características da hidrografia brasileira.
Coluna 1
(1) Rio de planície
(2) Rio perene
(3) Rio de sedimentação
(4) Rio intermitente
Coluna 2
( ) São rios em que a foz se formou em delta.
( ) São rios permanentes, abastecidos por chuvas regulares ou por afluentes.
( ) São rios bem aproveitados em atividades hidroviárias.
( ) São rios muito comuns nos sertão nordestino, devido aos baixos índices pluviométricos.
66
A
B
C
D
E
A sequência correta é:
3, 2, 4, 1.
4, 2, 1, 3.
3, 2, 1, 4.
2, 1, 3, 4.
2, 3, 1, 4.
A água é um recurso natural utilizado de diversas formas para atender às necessidades
humanas em alimentação, higiene e até no acesso a bens industrializados. Tudo o que a
sociedade consome só existe porque a água foi aproveitada em sua forma virtual, ou seja,
como matéria-prima ou como insumo para a produção de bens ou de serviços.
Por exemplo, para produzir uma camiseta de algodão são necessários litros
de água; já para a produção de um par de sapatos de couro, são usados litros.
É claro que vários fatores podem influenciar na variação do consumo de água virtual, dos
quais se destacam os métodos, tecnologias e eficiência na utilização hídrica. Buscando
estimar o consumo de água doce em produtos e serviços, considerando o uso direto ou
indireto nas várias etapas da cadeia produtiva, construiu-se o conceito de pegada hídrica ou
pegada de água. A pegada hídrica não leva em conta apenas a água agregada ao produto,
mas também o volume poluído.
O consumo de águaO consumo de água
67
Water Footprint Network
Diferentes fatores, como o acelerado crescimento demográfico, a degradação ambiental, o
desperdício, a pouca disponibilidade de recursos para proteger os mananciais e a carência
de saneamento básico, exercem forte pressão sobre os recursos hídricos da Terra. 
A poluição de rios no perímetro urbano impacta diretamente na
qualidade de vida da população.
shutterstock.com
Diante da crise hídrica planetária, é necessário que haja mudanças no comportamento do
consumo e nas atividades econômicas, daí a necessidade de se promover um manejo
adequado que garanta a sustentabilidade do recurso.
68
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA)
A agropecuária é a atividade que exerce maior pressão sobre a água, sendo responsável por
70% do consumo desse recurso natural. Segundo a Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês), a irrigação é o setor que mais
desperdiça água, sendo que cerca de 60% desse recurso é perdido por fenômenos como a
evaporação. No ranking do consumo, depois do setor agrícola vem a atividade industrial,
responsável por 22% do consumo de água no mundo. Somente depois vem o uso doméstico,
responsável por cerca de 8% de toda a utilização dos recursos hídricos.
Estresse hídrico
Existem nações ricas em caudalosos cursos de água e com profunda discrepância no acesso
a esse recurso por parte de sua população, como acontece nas regiões áridas e semiáridas,
as mais afetadas pela escassez hídrica. Dessa forma, quando a água disponível não atende à
necessidade de consumo, acontece o que se chama de estresse hídrico.
69
unesdoc.unesco.org
A água, a exemplo dos demais recursos naturais, encontra-se irregularmente distribuída
pelo planeta. O desequilíbrio na distribuição dos recursos hídricos não é apenas fisiográfico:
é também político, econômico e social, potencializando focos de guerras, revoltas e
atentados, principalmente quando as reservas hídricas alimentam nascentes que se
encontram entre dois ou mais países. No mundo, a lista de rios com vocação para gerar
conflitos é extensa, porém, entre todos, podem ser destacados o Indo, entre a Índia e o
Paquistão; o Mekong e o Amarelo, entre a China e o Tibete; o Nilo, entre a Etiópia e o Egito;
o Eufrates, entre a Turquia e a Síria; e o Kavango, entre Botsuana e Namíbia. A área que
registra os maiores conflitos armados pela disputa por água é o Oriente Médio, e as
disputas envolvem Israel, Síria e Líbano pelo acesso ao Rio Jordão e seus afluentes à borda
das Colinas de Golã.
Chorume proveniente da decomposição do lixo descartado
irregularmente na natureza.
Reprodução
Poluição das águasPoluição das águas
70
A água é um recurso natural renovável de extrema importância para o ser humano e para
o planeta, visto que cerca de do corpo humano e da superfície da Terra são
constituídos por essa substância. No entanto, o ciclo hidrológico não tem sido capaz de
tornar toda a água pura novamente, e isso se deve, principalmente, à intensa poluição e à
forma descomedida como é utilizada. As principais consequências da poluição da água são
o chorume, a maré negra e a maré vermelha.
Nas cidades, é comum o grande acúmulo de resíduos, que, muitas vezes, é levado para
lixões, onde fica exposto à ação do Sol e da chuva. A matéria orgânica que se encontra no
lixo passa por processos biológicos, químicos e físicos de decomposição, dando origem a um
líquido escuro, de odor nauseante e poluente, conhecido como chorume.
A chuva, por sua vez, leva o chorume para rios e lagos, poluindo-os; além disso, ocorre a
infiltração do chorume no solo, o qual pode atingir reservatórios de água subterrânea,
tornando-os impróprios para o consumo humano.
O rápido e desordenado processo de urbanização das cidades tem ocasionado também a
falta de saneamento básico, processo que envolve desde o tratamento da água para os
domicílios até o direcionamento adequado dos resíduos produzidos (esgoto). No Brasil,
segundo dados do IBGE (2014), apenas dos domicílios possuem coleta de esgoto. O
problema se agrava na Região Norte do país, local onde das residências não possuem
destino correto de resíduos, pois é nessa região que se concentra a maior parte de água
doce do país. No mundo, o número de pessoas que vive sem saneamento básico ultrapassa
um bilhão. Quando uma residência não possui sistema de esgoto, os resíduos seguem para
uma fossa séptica, destino inadequado a médio e longo prazo, pois o material armazenado
nesse sistema pode vazar e entrar em contato com aquíferos subterrâneos e lençóis
freáticos; ou escoam para os recursos hídricos mais próximos, como rios, mares e lagoas.
Os oceanos também sofrem com a poluição e, apesar do seu imenso tamanho, a degradação
em ambientes marinhos já atinge grandes proporções em algumas regiões do planeta.
A maré vermelha, um fenômeno natural que muda a tonalidade das águas para vermelho
ou marrom, é causada pela excessiva proliferação de microalgas nos estuários ouno mar.
Além de impedir a passagem da luz solar, a elevada concentração desses microrganismos
também pode provocar o envenenamento das águas e causar a morte dos peixes, já que
alguns deles liberam toxinas. Esse fenômeno é intensificado pela ação humana devido ao
lançamento de esgoto no mar.
71
Em 2013, um vazamento de óleo atingiu praias turísticas no leste da
Tailândia.
shutterstock.com
Outro problema relacionado à poluição da água é a maré negra, causada pelo
derramamento e posterior acúmulo de óleo em forma de grandes manchas sobre as águas
dos oceanos. Isso ocasiona efeitos altamente destrutivos e, geralmente, irreversíveis em
razão da elevada toxidade do petróleo.
Além disso, as imensas manchas de óleo impedem que os raios solares alcancem o interior
dos oceanos, e, assim, seres autótrofos fotossintetizantes, como as algas, não podem realizar
a fotossíntese, processo metabólico indispensável para a biota marinha. O resultado é a
proliferação generalizada de organismos anaeróbicos, com consequente mortalidade de
peixes e de outros representantes da fauna e flora marinhas.
Cenário brasileiro
Embora seja um dos rios economicamente mais importantes para o
estado de São Paulo e para o país, o Rio Tietê ficou mais conhecido
por seus problemas ambientais.
Ernesto Rodrigues / Folhapress
Apesar da imensa importância dos recursos hídricos, os seres humanos não têm sido
capazes de evitar os diversos impactos ambientais, sendo os rios os mais atingidos nesse
processo de degradação.
No século XX, o Brasil deixou de ser um país eminentemente agrário e tornou-se uma das
maiores economias do mundo, junto a outras nações emergentes, como China e Índia. No
72
entanto, o rápido crescimento da economia e da população urbana não foi acompanhado de
investimentos correspondentes na área de saneamento, particularmente no que se refere à
coleta de lixo e ao tratamento de esgotos sanitários.
Entre os maiores desafios da gestão pública de recursos hídricos no Brasil está a redução da
poluição da água, com destaque para as regiões metropolitanas, onde a diminuição da
qualidade da água vem criando situações insustentáveis do ponto de vista do
desenvolvimento social. Estima-se que menos da metade dos esgotos urbanos seja coletado e
que somente um terço deles receba algum tipo de tratamento, sendo lançado nos rios e
lagos, o que acarreta risco à saúde do ecossistema e da população local.
No entanto, a poluição não vem somente dos esgotos, visto que a utilização inadequada de
agrotóxicos na agricultura provoca infiltração de água contaminada nos solos, atingindo
aquíferos e lençóis subterrâneos.
Em 2014, o governo federal, em uma força-tarefa envolvendo sete ministérios (Integração
Nacional, Meio Ambiente, Cidades, Casa Civil, Saúde, Planejamento e Fazenda), criou o Plano
Nacional de Saneamento Básico (PNSB), denominado Plansab. Esse projeto tem como
objetivo alcançar 99% de cobertura no abastecimento de água potável – 100% na área
urbana e de 92% no esgotamento sanitário, sendo 93% na área rural nos próximos 20 anos.
O governo federal calcula um investimento de cerca de bilhões nesse período, com
apoio dos estados, municípios, iniciativa privada, organismos internacionais, entre outros.
Saiba mais: profissões 
Oceanografia
73
Hector Pertuz / Shutterstock.com
O(A) oceanógrafo(a) é o(a) profissional que trabalha com os ambientes aquáticos
marinhos e terrestres. Pode atuar nas áreas de licenciamento ambiental, saneamento
básico, gerenciamento de recursos naturais, cultivo de organismos vivos marinhos,
entre outras.
A formação é voltada para as Ciências Biológicas com intersecção na Geografia,
Geologia, Ciências da Natureza e Matemática. O curso de bacharel tem duração média
de 5 anos.
74
A
B
C
D
E
Agora é com você 
Questão 01
Quanto cada um gasta (em litros)
Homem 100 anos a.C.: 
Homem romano: 
Homem do século XIX (cidades pequenas): 
Homem do século XIX (cidades grandes): 
Homem do século XX: 
Revista Superinteressante, ano 9, n. 5, p. 48. maio 1995.
A água doce vem se transformando em uma mercadoria de alto potencial de
valorização econômica e política. Seu controle faz com que estados nacionais e
empresas busquem medidas e soluções técnicas que assegurem fontes viáveis e
ecologicamente sustentáveis de abastecimento. Dentre as já tomadas, considera-se como
a de resultados mais eficientes, em termos econômicos e ecológicos, a:
implementação de usinas de dessalinização da água dos mares e oceanos.
importação de icebergs dos polos para o seu posterior derretimento.
exploração de lençóis subterrâneos existentes em regiões de rochas cristalinas.
instituição de programas de reciclagem de esgotos urbanos e indústrias.
difusão de técnicas de saturação de nuvens e indução de chuvas artificiais.
Investigando:
Ciclo geomorfológico e uso do solo
 PRÁTICA ATIVA
 
O sensoriamento remoto é um conjunto de técnicas utilizado no levantamento
Atividade prática – analisando imagens deAtividade prática – analisando imagens de
sensoriamento remotosensoriamento remoto
75
de imagens e dados da superfície terrestre, instalados em satélites, aviões e em
campo. A partir dele é possível a análise de fenômenos naturais e sociais em
grandes áreas.
Nesta atividade, faremos uso dessa técnica para analisar as formas da
superfície e os processos erosivos que transformam o delta do Rio Amarelo, na
China, ao longo de 30 anos.
Leia o excerto sobre a área e faça o que se pede após as imagens.
O Rio Amarelo é o segundo rio mais longo da China, depois do Rio Yangtze, e o sexto
sistema fluvial mais longo do mundo no comprimento estimado de 
Originário das montanhas Bayan Har, na província de Qinghai, no oeste da China,
atravessa nove províncias e deságua no Mar de Bohai, perto da cidade de Dongying,
na província de Shandong. A bacia do Rio Amarelo tem uma extensão leste-oeste de
cerca de e uma extensão norte-sul de cerca de Sua área de
drenagem total é de cerca de 
Sua bacia foi o berço da civilização chinesa e foi a região mais próspera do início da
história chinesa. Existem inundações devastadoras frequentes e mudanças de curso
produzidas pela elevação contínua do leito do rio, às vezes acima do nível dos campos
agrícolas circundantes.
Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Yellow_River>. Acesso em: 9 jun. 2021.
Bacia do Rio Amarelo na China.
Wikimedia Commons
O Huang He (Rio Amarelo) da China é o rio mais cheio de sedimentos da Terra. Fluindo
para nordeste em direção ao Mar de Bo Hai a partir das montanhas Bayan Har, o Rio
Amarelo atravessa um planalto coberto com até 300 metros pés) de solo fino
soprado pelo vento. O solo é facilmente erodido e milhões de toneladas dele são
carregadas pelo rio todos os anos. Parte dela chega à foz do rio, onde constrói e
reconstrói o delta.
76
Disponível em: <https://earthobservatory.nasa.gov/world-of-change/YellowRiver>. Acesso em:
17 dez. 2021.
Delta do Huang He (Rio Amarelo) na China. Foto: 13 fev.
1989.
earthobservatory.nasa.gov
Delta do Huang He (Rio Amarelo) na China. Foto: 24 out.
2020.
earthobservatory.nasa.gov
1.
Caracterize as formas de relevo do trajeto que o Rio Amarelo atravessa.
2.
Quais são as funções ecológicas que o rio desenvolve em seu percurso?
3.
Explique a relação entre a erosão e a fertilidade do solo na bacia hidrografia.
4.
Quanto às imagens, quais são as alterações que podemos observar nelas?
5.
77
A
B
C
D
E
Quais são os agentes exógenos que atuam na região?
6.
Pesquise possíveis soluções para a ocupação do delta do rio.
Questão 01
Com base nos gráficos 1 e 2, discorra sobre a participação do Brasil em relação à
distribuição mundial de água doce superficial.
Questão 02
"Águas de março definem se falta luz este ano." Esse foi o título de uma reportagem em
jornal de circulação nacional, pouco antes do início do racionamento do consumo de
energia elétrica, em 2001. No Brasil, a relação entre a produção de eletricidade e a
utilizaçãode recursos hídricos, estabelecida nessa manchete, se justifica porque:
a geração de eletricidade nas usinas hidrelétricas exige a manutenção de um dado
fluxo de água nas barragens.
o sistema de tratamento da água e sua distribuição consomem grande quantidade de
energia elétrica.
a geração de eletricidade nas usinas termelétricas utiliza grande volume de água
para refrigeração.
o consumo de água e de energia elétrica utilizadas na indústria compete com o da
agricultura.
é grande o uso de chuveiros elétricos, cuja operação implica abundante consumo de
água.
Pratique: Pratique: impactos nos recursos hídricosimpactos nos recursos hídricos
78
A
B
C
Questão 03
Explique por que o Brasil, quanto aos recursos hídricos, é considerado um país privilegiado.
Questão 04
Lenine e Carlos Rennó Carbono. Universal Music, 2015.
As discussões sobre o problema da seca vêm se ampliando nos dias atuais. Várias regiões
do planeta que antes não eram atingidas por esse fenômeno já sentem seus efeitos, como
destaca a letra da canção.
Aponte uma consequência da seca para as atividades humanas e uma para a dinâmica
natural da Terra.
Questão 05
Nas últimas décadas, a água tem sido alvo de inúmeras discussões no mundo, envolvendo várias
temáticas, como as secas, a poluição, o uso inadequado e a má distribuição. Sobre a questão hídrica
no planeta, assinale a alternativa correta.
A poluição dos rios e mares representa um pequeno problema, pois os peixes não são
contaminados e, assim, não afetam a alimentação humana.
Algumas nações do Oriente Médio, a Índia e a África estão entre as áreas que apresentam
altos índices de escassez hídrica.
O aumento da população urbana e a urbanização não provocam grande preocupação, pois
ainda existe muita água no planeta.
79
D
A
B
C
D
E
A dessalinização é apontada como grande solução para a crise hídrica, pois já é uma técnica
amplamente desenvolvida e de baixo custo.
Questão 06
As Nações Unidas estimam que, até 2025, dois terços da população mundial sofrerão
escassez, moderada ou severa, de água. Essa situação tem sido interpretada como resultante
da falta física de água doce para o atendimento da demanda das populações da Terra.
Entretanto, no plano geral, há água suficiente no mundo [...] para satisfazer as necessidades
de todos. De fato, este cenário de escassez significa que, no ano 2025, apenas um terço da
humanidade deverá dispor de dinheiro suficiente para pagar o serviço de abastecimento
d'água decente, isto é, com regularidade de fornecimento e qualidade garantida da água.
REBOUÇAS, Aldo. O ambiente brasileiro: 500 anos de exploração. In: RIBEIRO, Wagner Costa (Org.).
Patrimônio Ambiental Brasileiro. São Paulo: Edusp, 2003. p. 206.
Considerando os argumentos do texto, é correto afirmar que:
a "crise da água" resulta do elevado crescimento da população dos países mais
pobres.
a "crise da água" não pode ser enfrentada com as tecnologias disponíveis, por isso
tende a se aprofundar.
no cenário projetado pela ONU, a escassez de água tenderá a se agravar devido à
continuidade do processo de urbanização.
fatores sociais e econômicos desempenham um papel importante no problema da
escassez de água.
a água é um recurso natural renovável, portanto, a escassez resulta apenas da
distribuição desigual desse recurso pela superfície da Terra.
Questão 07
A irrigação da agricultura é responsável pelo consumo de mais de de toda a água
retirada dos rios, lagos e lençóis freáticos do mundo. Mesmo no Brasil, onde achamos que
temos muita água, os agricultores que tentam produzir alimentos também enfrentam
secas periódicas e uma competição crescente por água.
MARAFON, G. J. et al. O desencanto da terra: produção de alimentos, ambiente e sociedade. Rio de Janeiro:
Garamond, 2011.
No Brasil, as técnicas de irrigação utilizadas na agricultura produziram impactos
socioambientais como:
80
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
A
B
redução do custo de produção.
agravamento da poluição hídrica.
compactação do material do solo.
aceleração da fertilização natural.
redirecionamento dos cursos fluviais.
Questão 08
Pesca industrial provoca destruição na África
O súbito desaparecimento do bacalhau dos grandes cardumes da Terra Nova, no final do
século XX – o que ninguém havia previsto –, teve o efeito de um eletrochoque planetário.
Lançada pelos bascos no século XV, a pesca e depois a sobrepesca desse grande peixe de
água fria levaram ao impensável. Ao Canadá o bacalhau nunca mais voltou. E o que
ocorreu no Atlântico Norte está acontecendo em outros mares. Os maiores navios do mundo
seguem agora em direção ao sul, até os limites da Antártida, para competir pelos estoques
remanescentes.
MORA, J. S. Disponível em: <http://www.diplomatique.com.br>. Acesso em: 14 jan. 2014.
O problema exposto no texto jornalístico relaciona-se à:
insustentabilidade do modelo de produção e consumo.
fragilidade ecológica de ecossistemas costeiros.
inviabilidade comercial dos produtos marinhos.
mudança natural nos oceanos e mares.
vulnerabilidade social de áreas pobres.
Questão 01
A água constitui um elemento fundamental para o desenvolvimento da vida no nosso
planeta. Com relação a esse elemento, assinale a alternativa correta.
A água do planeta está sendo comprometida pela poluição doméstica, industrial e
agrícola e pelos desequilíbrios ambientais resultantes dos desmatamentos e do uso
indevido do solo.
Desvios de água para projetos de irrigação, construção de hidrelétricas, consumo
excessivo, desmatamento e poluição têm contribuído para a redução de conflitos
entre usuários.
Pratique: Pratique: Vestibulares e EnemVestibulares e Enem
81
C
D
E
A
B
C
D
E
A água tem sido utilizada para a geração de energia elétrica assegurando a
sustentabilidade do meio ambiente local.
O Brasil possui pouca quantidade de água superficial e subterrânea devido às suas
características geológicas dominantes.
A diminuição da chuva no Brasil tem sido o maior problema ligado à falta de água
para abastecer as cidades.
Questão 02
O Brasil, a Rússia, o Canadá e os Estados Unidos são países que têm grande potencial
hidrelétrico, o que facilita a obtenção de energia elétrica. A obtenção de energia por meio
da hidreletricidade é uma alternativa de abastecimento energético menos comprometedora
para o meio ambiente. Mesmo assim, ocorrem impactos socioambientais, principalmente
quando se opta por grandes barragens.
a) Quais são os problemas socioambientais resultantes da instalação de grandes barragens?
b) Por que essa fonte energética é menos comprometedora para o meio ambiente?
c) Que aspectos geográficos explicam o grande potencial hidrelétrico dos países
mencionados?
Questão 03
À medida que a demanda por água aumenta, as reservas desse recurso vão se tornando
imprevisíveis. Modelos matemáticos que analisam os efeitos das mudanças climáticas sobre
a disponibilidade de água no futuro indicam que haverá escassez em muitas regiões do
planeta. São esperadas mudanças nos padrões de precipitação, pois:
o maior aquecimento implica menor formação de nuvens e, consequentemente, a
eliminação de áreas úmidas e subúmidas do globo.
as chuvas frontais ficarão restritas ao tempo de permanência da frente em uma
determinada localidade, o que limitará a produtividade das atividades agrícolas.
as modificações decorrentes do aumento da temperatura do ar diminuirão a umidade
e, portanto, aumentarão a aridez em todo o planeta.
a elevação do nível dos mares pelo derretimento das geleiras acarretará redução na
ocorrência de chuvas nos continentes, o que implicará a escassez de água para
abastecimento.
a origem da chuva está diretamente relacionada com a temperatura do ar, sendo que
atividades antropogênicas são capazes de provocar interferências em escala local e
global.
82
Questão 04
Água que nasce na fonte serena do mundo
e que abre o profundo grotão
água que faz inocente riacho e deságua
na corrente do ribeirão
águas escuras dos rios
quelevam a fertilidade ao sertão
águas que banham aldeias
e matam a sede da população.
Planeta Água, de Guilherme Arantes.
Na atualidade, o debate em torno da utilização racional da água está em evidência.
a) Aponte e explique duas formas de utilização dos recursos hídricos identificadas nos
versos.
b) Comente duas ações humanas que podem comprometer a qualidade das águas.
Questão 05
Chama-se água virtual o volume total de água gasto na obtenção de um determinado bem.
Essa denominação deve-se ao fato de, ao final do processo produtivo, a maior parte da água
utilizada não estar contida efetivamente no produto confeccionado. Considerando que os
países desenvolvidos apresentam elevado consumo de água virtual por habitante, indique
dois fatores que explicam esse nível de consumo, justificando cada um deles.
Questão 06
O governo federal brasileiro executa, sob responsabilidade do Ministério da Integração
Nacional, o Projeto de Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do
Nordeste Setentrional. Esse projeto objetiva a transposição de parte das águas do Rio São
Francisco por meio da construção de dois canais com 700 quilômetros de extensão total, os
83
A
B
C
D
E
A
B
C
D
E
quais viabilizarão o aumento da oferta de recursos hídricos em áreas semiáridas dos
estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Sobre o assunto, assinale a
alternativa correta.
A realidade hídrica, principalmente nos aspectos relativos à oferta e uso das águas, é
tema que, historicamente, não tem integrado o debate sobre o semiárido nordestino.
A transposição das águas do Rio São Francisco não é vista como solução para
resolver o problema do abastecimento das cidades e aliviar a sede dos nordestinos.
O São Francisco é um rio inteiramente localizado no Nordeste semiárido, com
nascente no estado da Bahia e foz no litoral de Pernambuco.
A escassez de água no Nordeste brasileiro pode ser atribuída a características
geoambientais específicas dessa região e, também, a falhas na gestão dos recursos
hídricos por parte do poder público.
As chuvas na Região Nordeste são bem distribuídas no tempo, graças a fenômenos
climáticos, tais como o El Niño, que favorece a ocorrência de frentes frias causadoras
de chuvas.
Questão 07
Observe, atentamente, o desenho esquemático acima, correspondente a uma morfoestrutura
observada no relevo submarino, fortemente influenciada pelas ações tectônicas.
O que a seta está indicando?
Planície Abissal
Talude Continental
Plataforma Continental
Delta-Estuário
Dorsal Oceânica
Questão 08
Os ingredientes que compõem uma gotícula de nuvem são o vapor de água e um núcleo de
84
A
B
C
D
E
condensação de nuvens (NCN). Em torno desse núcleo, que consiste em uma minúscula
partícula em suspensão no ar, o vapor de água se condensa, formando uma gotícula
microscópica, que, devido a uma série de processos físicos, cresce até precipitar-se como
chuva.
Na Floresta Amazônica, a principal fonte natural de NCN é a própria vegetação. As chuvas
de nuvens baixas, na estação chuvosa, devolvem os NCNs, aerossóis, à superfície,
praticamente no mesmo lugar em que foram gerados pela floresta. As nuvens altas são
carregadas por ventos mais intensos, de altitude, e viajam centenas de quilômetros de seu
local de origem, exportando as partículas contidas no interior das gotas de chuva. Na
Amazônia, cuja taxa de precipitação é uma das mais altas do mundo, o ciclo de evaporação
e precipitação natural é altamente eficiente.
Com a chegada, em larga escala, dos seres humanos à Amazônia, ao longo dos últimos 30
anos, parte dos ciclos naturais está sendo alterada. As emissões de poluentes atmosféricos
pelas queimadas, na época da seca, modificam as características físicas e químicas da
atmosfera amazônica, provocando o seu aquecimento, com modificação do perfil natural da
variação da temperatura com a altura, o que torna mais difícil a formação de nuvens.
ARTAXO, Paulo et al. O mecanismo da floresta para fazer chover. Scientific American Brasil, ano 1, n. 11, abr.
2003. p. 38-45. (adaptado)
Na Amazônia, o ciclo hidrológico depende, fundamentalmente:
da produção de oriundo da respiração das árvores.
da evaporação, da transpiração e da liberação de aerossóis que atuam como NCNs.
das queimadas, que produzem gotículas microscópicas de água, as quais crescem até
se precipitarem como chuva.
das nuvens de maior altitude, que trazem para a floresta NCNs produzidos a
centenas de quilômetros de seu local de origem.
da intervenção humana, mediante ações que modificam as características físicas e
químicas da atmosfera da região.
Questão 09
As condições atuais do clima global são responsáveis pela diferenciação da salinidade dos
oceanos em diferentes latitudes, conforme a ilustração abaixo.
85
A
B
C
D
A
PINET, Paul R. Fundamentos de Oceanografia. São Paulo: LTC, 2017, p. 97. (adaptado)
A partir do texto e do gráfico, é correto afirmar que:
Os baixos teores de sais dos oceanos são observados em toda a faixa de baixas
latitudes, em decorrência do balanço existente entre o excesso de precipitação e o
declínio da evaporação ao longo de todo o ano.
O excesso de precipitação nas áreas de médias latitudes e na proximidade dos polos
é responsável pela ocorrência de maior salinidade nos oceanos do Hemisfério Sul.
Nas áreas próximas a 90° de latitude, a salinidade dos oceanos é similar, pois as
condições climáticas favorecem a ocorrência de grandes volumes de chuva e um
grande deficit de evaporação.
O percentual mais baixo de salinidade dos oceanos nas altas latitudes tem relação
com a maior entrada de água doce nos oceanos, que ocorre em razão do
derretimento de geleiras.
Questão 10
O uso da água aumenta de acordo com as necessidades da população no mundo. Porém,
diferentemente do que se possa imaginar, o aumento do consumo de água superou em duas
vezes o crescimento populacional durante o século XX.
TEIXEIRA, W. et al. Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009.
Uma estratégia socioespacial que pode contribuir para alterar a lógica de uso da água
apresentada no texto é a:
ampliação de sistemas de reutilização hídrica.
86
B
C
D
E
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expansão da irrigação por aspersão das lavouras.
intensificação do controle do desmatamento de florestas.
adoção de técnicas tradicionais de produção.
criação de incentivos fiscais para o cultivo de produtos orgânicos.
A hidrografia refere-se aos fluxos e características das águas superficiais, como rios,
lagos e mares, e subterrâneas, como os aquíferos. Esses fluxos e características estão
envolvidos no ciclo de evaporação e precipitação que ocorre entre a superfície e a
atmosfera, denominado ciclo da água.
Cerca de 70,9% da superfície do planeta Terra é composta por água. De toda a água
que cobre a superfície, 1,39 bilhão cerca de 97,5%, é salgada e apenas 2,5%
corresponde à água doce.
Denomina-se bacia hidrográfica a área de drenagem de um rio principal e seus
afluentes e subafluentes. As bacias hidrográficas são separadas entre si pelos divisores
de água ou interflúvios, incluindo o leito do rio, as margens, as várzeas, vertentes ou
encostas. O conjunto de bacias vizinhas que apresentam semelhanças ambientais,
sociais e econômicas formam uma região hidrográfica.
Os rios são cursos d'água, com canais definidos, pertencentes a uma rede de drenagem.
O início do escoamento é denominado de nascente e o fim, de foz.
A morfologia litorânea analisa vários processos de transformação no relevo que
ocorrem na faixa de contato entre os continentes, mares e oceanos.
Os oceanos são grandes extensões de água salgada que ocupam as porções mais baixas
do relevo terrestre. Estes são compostos por altos teores de sais como cloreto de sódio,
magnésio, cálcio e potássio, sendo componentes importantes para entender a vida
marinha, a possibilidade de utilização da água do mar para abastecimento e, até
mesmo, para calcular a resistência deestruturas construídas nos oceanos.
As correntes marítimas são massas de água que se deslocam no oceano com
temperaturas e densidades diferentes das águas ao redor. Essas correntes são
movimentadas pelos ventos e podem ser quentes ou frias, de acordo com seu local de
origem.
As características físico-ambientais brasileiras conferem ao país uma vasta rede de
drenagem que se destaca quanto à extensão e à densidade de seus rios.
As bacias hidrográficas, que são conjuntos de terras drenadas por um rio principal e
seus afluentes, no Brasil, costumam ser agrupadas em seis bacias principais e seis
ResumoResumo
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secundárias. São exemplos de principais a Bacia Amazônica e a do São Francisco.
Os desafios modernos da gestão pública são consideráveis, visto que, visando à
sustentabilidade, é necessário gerir os recursos hídricos de modo a reduzir os índices
de poluição e a contaminação dos corpos hídricos.
É importante destacar que nem toda água que chega à superfície por meio da
precipitação sofre infiltração. Isso ocorre porque, em algumas cidades, grande parte do
solo encontra-se impermeável, por ser cimentado ou asfaltado. Esse ato pode causar
problemas como enchentes e alagamentos. 
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	GEOGRAFIA
	VER CAPÍTULO
	SLIDES DO CAPÍTULO
	Para começar e refletir
	A importância da água para a vida
	Dinâmica hídrica
	Águas continentais
	Morfologia litorânea
	Pratique: Conceitos de hidrografia e o ciclo hidrológico
	Dinâmicas oceânicas
	Oceanos e mares do mundo
	Pratique: Oceanos
	Aspectos gerais da hidrografia brasileira
	Bacias do Brasil I
	Bacias do Brasil II
	Bacias do Brasil III
	Bacias do Brasil IV
	Pratique: as principais características das bacias hidrográficas brasileiras
	O consumo de água
	Poluição das águas
	Atividade prática – analisando imagens de sensoriamento remoto
	Pratique: impactos nos recursos hídricos
	Pratique: Vestibulares e Enem
	Resumo

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