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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO - UFERSA Arquitetura e Urbanismo - Teoria e História da Arquitetura e do Urbanismo I. Discente: Ana Caroline Gonçalves de Moura. | Matrícula: 2023011318. Fichamento I: Família e patrimônio fundiário na Mesopotâmia O estudo da relação entre a natureza com a sociedade possui um longo caminho a ser percorrido já que deve ser estudado de forma separada, pois é uma relação que se constrói culturalmente. Dessa forma a natureza não existe sobre um conjunto de traços prévios a sociedade e sim a ela que se apossa da natureza, no qual acaba moldando a sociedade. Analisando os conceitos de apropriação e propriedade, suas noções se aproximam do conceito uma da outra, porém a ideia de apropriação é mais larga no sentido jurídico como também permite evitar problemas nas sociedades que se situavam à margem da tradição do direito romano. Se levarmos o caso mesopotâmico e realizar uma leitura do problema nos leva a considerar a ausência de uma noção abstrata de propriedade uma característica de um sistema legal imperfeito. Os objetos associados à relação de apropriação são vários, sendo assim pode se dizer que o espaço é um elemento privilegiado, já que todo processo de apropriação se dá por uma implantação espacial. As estratégias de apropriação podem mudar em função dos objetos implicados, e dessa forma se é necessário definir o que se sabe de patrimônio fundiário, porém a problemática da apropriação do espaço se reduz ao sistema econômico agrário. O grupo doméstico não se confunde com a família, e ao caracterizar a família na época babilônica somos confrontados por duas opções. Infelizmente no início do segundo milênio a situação da mesopotâmia não é clara, no qual o principal debate era saber a estrutura da família se é nuclear, que é composta pelos casal e seus filhos, ou alargada, que é constituída por 3 ou mais gerações e os filhos casados geralmente moram com pais. Porém é extremamente difícil estabelecer o padrão que era vivenciado. O sistema de apropriação doméstico não é um bloco monolítico, ao contrário há um acúmulo de modos de acesso no qual esses grupos domésticos participam de diferentes títulos, no qual três deles são encontrados na história da mesopotâmia, em que o primeiro sendo a primeira fonte de acesso doméstico ao espaço sendo o fato de pertencimento a alguma comunidade, o segundo era que certas famílias faziam parte da administração palaciana, controlando também terrenos e imóveis em troca de prestações de serviço e o terceiro seria a apropriação propriamente familiar. Evidentemente nem todas as famílias faziam parte dos três sistemas ao mesmo tempo ou com a mesma intensidade. Para o autor a problemática do controle do espaço é um dos tópicos mais sensíveis, ele ainda complementa que acha impossível dar uma definição de natureza e características dos diferentes tipos de apropriação. Seguindo essa linha de raciocínio diz que as ações econômicas da Mesopotâmia são muitas vezes consideradas racionais já que possui grande similaridade com a nossa própria economia, porém essa observação muitas vezes não é considerada em decorrer que ao ser realizado uma análise mais aprofundada nem sempre é confirmada. No comando da assiriologia as monografias se estabeleceram recentemente e graças a elas tiveram como resultado uma lenta mudança nas perspectivas na história econômica e social da Mesopotâmia. O autor traz como exemplo dois textos, e afirma que devido a esses dois momentos a relação dos historiadores com com suas fontes se transformou consideravelmente, pois não se trata somente de uma assimilação de um documento mas uma nova classificação de documento. Porém esses documentos foram tratados de forma individual e que mesmo em algumas publicações iniciais se notava a algumas conexões na maioria das vezes se mantinha limitado. Somente a partir do anos 70 passou a ter um aumento nos estudos sobre os arquivos familiares implicou em um tratamento renovado dos documentos no qual agora reagrupando os documentos como critério o laço de parentescos entre os personagens individuais, para que assim ao estudar eles individualmente se conseguir identificar onde se situam socialmente economicamente e religiosamente. Referências REDE, Marcelo. Família e patrimônio fundiário: notas para o estudo da economia doméstica na antiga Mesopotâmia. História e Economia, Revista Interdisciplinar, vol. 3, n. 1, p. 71 - 102, 2007.