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Saindo da Bolha: a Ciência e a Tecnologia moldam nossas vidas, influenciando a comunicação, a saúde e o trabalho. Elas ampliam horizontes, mas também criam desafios, como a desinformação e a dependência digital. É crucial equilibrar inovação e crítica para um futuro sustentável e consciente. A organização social desempenha um papel crucial na ciência e tecnologia, promovendo a colaboração entre instituições, incentivando a pesquisa e facilitando a inovação. Ao integrar diferentes setores, fomenta a troca de conhecimento e a aplicação de soluções tecnológicas, moldando um futuro mais sustentável e inclusivo. Mudanças tecnológicas referem-se às transformações que ocorrem na forma como a tecnologia é utilizada e desenvolvida. Elas impactam diversos setores, como comunicação, saúde e educação, promovendo eficiência, inovação e novas oportunidades, mas também levantando desafios éticos e sociais que precisam ser abordados. Na Idade Média, a vida era marcada por uma rotina imutável. As pessoas nasciam, viviam e morriam em um ambiente estático. A ciência, antes vista como um saber para entender o mundo, não visava a transformação. Mudanças significativas eram raras, refletindo uma era de estagnação. Durante a antiguidade, a ciência buscava entender o mundo ao nosso redor, explorando fenômenos naturais e filosóficos. O foco estava na observação e na explicação, ao invés da aplicação prática, refletindo uma curiosidade profunda sobre a existência e a natureza, sem a intenção de modificar a realidade. Segundo Aranha e Martins (1993), a ciência na sociedade grega antiga era contemplativa, focando na busca do conhecimento por si só, sem preocupação com aplicações práticas. Essa abordagem valorizava a reflexão e a compreensão teórica, moldando a filosofia e a ciência do período. Na Europa medieval, a ciência carecia de experimentação e registro matemático. A influência da Igreja era imensa, levando à visão de um mundo estático, considerado uma criação divina perfeita. Essa perspectiva limitava o avanço do conhecimento e a exploração de novas ideias científicas. O progresso é frequentemente visto como positivo, mas a evolução científica pode gerar consequências indesejadas. A crença de que a ciência explica tudo ignora que nem sempre os avanços beneficiam a sociedade. É crucial questionar os impactos do progresso, considerando suas repercussões éticas e sociais. 1. A partir do capitalismo, a ciência se tornou crucial para a produção, impulsionando inovações. Empresas com conhecimento inovador ganham vantagens competitivas. Revoluções industriais, impulsionadas por avanços científicos, transformaram a sociedade, alterando modos de vida e trabalho, desde a mecanização até a automação inteligente atual. O desenvolvimento da ciência e da tecnologia serve à sociedade como um todo, promovendo avanços na saúde, educação e economia. Além disso, visa resolver problemas sociais e ambientais, melhorando a qualidade de vida e impulsionando a inovação para um futuro sustentável e equitativo. A microbiologia pode combater a fome ao melhorar geneticamente plantas e animais, mas também pode ser usada para criar vírus destrutivos. A microeletrônica automatiza processos, aumentando o desemprego estrutural e a desigualdade social, gerando pressão sobre o Estado por serviços públicos e contribuindo para a desintegração social. A racionalidade econômica busca maximizar recursos e eficiência, mas frequentemente ignora a desigualdade social. Essa desconexão resulta em políticas que favorecem os mais ricos, perpetuando a pobreza. Para um desenvolvimento sustentável, é essencial integrar a equidade social nas decisões econômicas, promovendo um crescimento inclusivo que beneficie todos. Para ampliar o acesso aos benefícios da ciência e tecnologia, é essencial investir em educação, infraestrutura digital e políticas públicas que promovam a inclusão. Parcerias entre governo, setor privado e comunidade podem facilitar a disseminação de conhecimentos e recursos, garantindo que todos se beneficiem do avanço científico-tecnológico. A democratização dos benefícios da ciência e tecnologia é crucial, assim como o financiamento das pesquisas. O CNPq e a FINEP são fundamentais nesse processo, promovendo projetos e parcerias. A valorização orçamentária do MCTI e MEC reflete o compromisso do governo com a inovação e a produção de conhecimento. ações de extensão universitária, Alguns exemplos de temas de pesquisa de grande importância para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas que podem não interessar às grandes empresas são apresentados na Figura Outra forma de favorecer o acesso da população aos benefícios da ciência e da tecnologia é promover a bolsas de pesquisa educação científica Ciência Aberta A educação é essencial para isso, principalmente por promover reflexões que permitem aos jovens (que poderão ser os futuros produtores de ciência e tecnologia) compreender a dinâmica da sociedade. combate à pobreza e à desigualdade de renda como estratégia de ampliação dos benefícios científico- tecnológicos à maioria da população. Pessoas que vivem em espaços precarizados, com pouco ou nenhum acesso a condições adequadas de saúde, educação e saneamento básico, dificilmente, terão como compreender os benefícios da ciência, correndo o risco de pautarem suas vidas, exclusivamente, no senso comum e no mito.