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AO DOUTO JUÍZO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO SEGURO-BAHIA 
 
 
 
 
 
Brutus, brasileiro, solteiro, inscrito no CPF sob o nº_________ e RG sob o nº_________, 
residente e domiciliado na cidade de Porto Seguro/BA, vem através desta por meio de seu 
advogado com procuração em anexo, apresentar: RELAXAMENTO DA PRISÃO EM 
FLARANTE, com fundamento no art. 5º, LXV, da Constituição Federal e art. 310, I, do 
Código Penal, pelos seguintes fatos e fundamentos a seguir exposto: 
 
I- DOS FATOS: 
 
Vejamos o presente caso, o acusado Brutos foi detido em flagrante pela acusação de 
homicídio doloso consumado contra duas vítimas, e está sendo indiciado pelo crime de 
porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas. 
No local onde ocorreu a prisão foram encontrados os cadáveres, a arma de fogo e 40 
(quarenta) papelotes de cocaína. 
Os fatos que causou a prisão de Brutos se deram da seguinte maneira: 
Brutos conhecido por ser traficante de drogas na comunidade onde morava, foi a um baile 
funk e lá começou a conversar com Cleópatra, uma garota de outra comunidade que 
estava bebendo com sua amiga, Afrodite, também da mesma comunidade que aquela. 
Ambas as meninas sabiam que Brutus era o “dono” daquela comunidade e operava todo o 
tráfico de drogas na região, o que as instigou a beberem com ele no baile funk, em razão do 
“glamour” gerado pelo seu poder no local. 
Passado horas de bebedeira, Brutus chamou as garotas para irem até sua residência para 
ouvir música, beber e fazer uso de drogas, o que foi prontamente atendido por ambas. 
Ao chegarem à casa de Brutus, elas viram que lá havia muitas drogas, dinheiro e armas de 
fogo, tudo isso típico de um traficante de drogas que comandava a mercancia ilícita de 
entorpecentes no local e começaram a perguntar sobre o trabalho de Brutus. 
Ocorre que, Brutus não queria ficar falando de trabalho naquele momento, mas, sim, ter 
uma noite de relação sexual com as moças, todavia Cleópatra não aceitou e pediu para 
que ele solicitasse um Uber para ela ir embora para a sua comunidade, sendo que apenas 
Afrodite anuiu ao convite sexual. 
Enfurecido com a recusa ao seu convite sexual, Brutus pegou um fuzil e disparou, 
dolosamente, contra Cleópatra, atingindo-a mortalmente, sendo que o mesmo disparo que 
a perfurou também acertou Afrodite, que morreu imediatamente, porém, ele não tinha a 
intenção de matá-la, o que ocorrera por erro na execução, em virtude da imprudência de 
ter usado uma arma muito possante para eliminar alguém que estava próximo a ela. 
Importante ressaltar que, Cleópatra e Afrodite eram moradoras de uma comunidade rival, 
chefiada por outro traficante que era inimigo de Brutus, sendo que, quando a notícia do 
homicídio chegou até ele, foi acionada a Polícia Militar, de forma anônima, dando o 
direcionamento exato da residência de Brutus para constatar que os corpos lá estavam e 
ele ser preso. 
A Polícia Militar, sem qualquer investigação prévia, chegou ao local logo pela manhã e 
arrombou a porta, encontrando Brutus ainda dormindo e os dois corpos no chão com 
orifício de entrada de uma bala de fuzil que transfixou ambas as vítimas e parou a trajetória 
na parede, tendo sido recolhido o projétil. 
Além do mais, os policiais encontraram 40 papelotes de cocaína embalados prontos para 
comércio, bem como o fuzil utilizado no delito e uma pistola 9 mm que estava no armário 
da cozinha. 
Cumpre ressaltar que, para encontrar as drogas e a pistola, os militares asfixiaram Brutus 
com sacola plástica, tendo ele, após não aguentar mais ser espancado e asfixiado, 
apontado onde guardava a arma e as drogas, bem como confessou ter praticado os 
homicídios. 
Em razão de sua prisão em flagrante, Brutus foi encaminhado para o Instituto Médico Legal 
para fazer exame de corpo de delito, constatando-se que ele fora asfixiado e espancado 
horas antes de fazer a perícia. 
Após receber o auto de prisão em flagrante, o Juiz responsável pelos fatos designa 
audiência de custódia para a oitiva do acusado e ficar a par dos moldes em que se deram 
a sua prisão. 
Na audiência de custódia, realizada dentro do prazo legal, o acusado mencionou que os 
policiais militares entraram em sua residência sem o seu consentimento, tendo ainda 
espancado e asfixiado ele, de forma a confessar o crime, o que fora comprovado pelo 
exame de corpo de delito. 
Não bastante, o membro do Ministério Público, tendo visto que Brutus tinha uma extensa 
ficha criminal, bem como os crimes que foram flagrados no momento de sua prisão em 
flagrante, requereu a conversão em prisão preventiva, uma vez que o acusado teria 
praticado crime hediondo, previsto no delito do art. 121, §2º, II (motivo fútil) e VIII (emprego 
de arma de fogo de uso restrito), do Código Penal, por duas vezes (duas vítimas), 
combinado com o crime do art. 16, caput (porte ilegal de arma de fogo de uso restrito), da 
Lei nº 10.826/03, por duas vezes (fuzil e pistola 9 mm), e art. 33, caput (tráfico de drogas), 
da Lei nº 11.343/06, todos em concurso material de crimes, na forma do art. 69 Código 
Penal, destacando que não era possível a concessão de liberdade provisória com fiança, 
pois a Lei nº 8.072/90, art. 2º, II, veda tal benefício legal. 
 
Além disso, o Promotor de Justiça não acreditou que os policiais teriam espancado e 
asfixiado o acusado, bem como que os crimes praticados foram comprovados pela entrada 
em sua residência, sendo dispensável o consentimento do morador nessas situações de 
permanência do delito. 
 
II- DO DIREITO: 
 
a) DA ILEGALIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE: 
 
Para início de fundamentação, deve-se lembrar do seguinte artigo da Constituição Federal, 
tendo em vista a temática das prisões, nesses termos: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade 
do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos 
seguintes: 
 LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; (Brasil, 
1988, [s. p.]) 
 
 No que se refere à prisão ilegal, a prática de tortura para obtenção de provas acerca de um 
fato CONSTITUI ATO ATENTATÓRIO AOS PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO PENAL, 
POIS, ALÉM DE SER UMA SITUAÇÃO TÍPICA DE TORTURA prevista na Lei nº. 9.455/97, art. 
1º, I, a), constitui prova ilícita e que não pode ser validada pelo Poder Judiciário. 
É absurdo que nos dias de hoje a policía utilize de totura para obter infomações, o que vai 
contra todo o disposto no ordenamento jurídico, bem como no previsto nos Direitos 
Humanos. 
Em razão disso, destaca-se o novo instituto processual da audiência de custódia, que foi 
implementado pelo Pacote Anticrime para analisar os meandros em que se deram a prisão 
em flagrante de qualquer pessoa, atentando-se para a atuação policial de forma a coibir e 
identificar eventuais abusos cometidos no ato da prisão. 
 
b) DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA: 
 
Na temática infraconstitucional, o Código de Processo Penal dispõe sobre a audiência de 
custódia e as medidas a serem tomadas após a sua realização, na forma do art. 310, verbis: 
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 
(vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência 
de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da 
Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz 
deverá, fundamentadamente: 
I - Relaxar a prisão ilegal; ou 
II - Converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes 
as medidas cautelares diversas da prisão; ou 
 III - Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Brasil, 1941, [s. p.]) 
 
Acerca da audiência de custódia, tem-se o ensinamento trazido por Gonzaga (2022, página 
672), que dispõe os seguintes termos: 
Tal novidadelegal é fundamental para que não se alastrem de forma 
indeterminada as prisões cautelares, devendo o Magistrado decidir se o 
acusado permanecerá preso ou será solto, bem como aferindo se durante a 
realização da prisão houve algum tipo de abuso de autoridade, o que 
justificaria por si só o relaxamento da prisão considerada ilegal. 
 
No outro campo, as prisões realizadas pelas autoridades públicas devem ser permeadas 
por requisitos legais e de acordo com a visão jurisprudencial. Na sistemática do art. 301 do 
CPP, as prisões em flagrante são as seguintes: 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração 
penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo 
ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
papéis que façam presumir ser ele autor da infração. (Brasil, 1941, [s. p.]) 
 
No âmbito do que ocorrera na situação flagrancial, destaca-se a figura inserida no inciso IV 
citado anteriormente, estando autorizada a prisão em flagrante nessa situação, 
classificada como sendo um flagrante presumido ou ficto. Ocorre que a hipótese de 
flagrante vislumbrada foi praticada dentro do domicílio do acusado, o que traz para a 
questão a análise do art. 5º, XI, da CF, nesses termos: 
 XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar 
sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou 
desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação 
judicial; (Brasil, 1988, [s. p.]) 
 
Vejamos, ainda que se trate de crime em estado flagrancial, deve ser observado o 
pensamento jurisprudencial para ingresso em residência alheia, sob pena de toda e 
qualquer operação policial ser possível sem autorização judicial e de forma discricionária 
à escolha da autoridade pública. 
Foi com esse entendimento que o Superior Tribunal de Justiça cunhou a seguinte decisão 
acerca da invasão de domicílio, destacando-se a necessidade de mandado judicial e 
investigações prévias acerca do suposto fato, in verbis: 
EMENTA AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS. 
TRÁFICO DE DROGAS. FLAGRANTE. DOMICÍLIO COMO 
EXPRESSÃO DO DIREITO À INTIMIDADE. ASILO INVIOLÁVEL. 
EXCEÇÕES CONSTITUCIONAIS. INTERPRETAÇÃO 
RESTRITIVA. AUSÊNCIA DE FUNDADAS RAZÕES. NULIDADE 
DAS PROVAS OBTIDAS. TEORIA DOS FRUTOS DA ÁRVORE 
ENVENENADA. PROVA NULA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO 
PROVIDO. 1. O art. 5º, XI, da Constituição Federal consagrou o 
direito fundamental à inviolabilidade do domicílio, ao dispor que 
a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo 
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de 
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante 
o dia, por determinação judicial. 2. O Supremo Tribunal Federal 
definiu, em repercussão geral (Tema 280), que o ingresso forçado 
em domicílio sem mandado judicial apenas se revela legítimo - a 
qualquer hora do dia, inclusive durante o período noturno - 
quando amparado em fundadas razões, devidamente 
justificadas pelas circunstâncias do caso concreto, que 
indiquem estar ocorrendo, no interior da casa, situação de 
flagrante delito. 3. No julgamento do HC n. 697.057/SP (Rel. 
Ministro Rogerio Schietti, 6ª T., DJe 3/3/2022), a Sexta Turma 
deste Superior Tribunal reconheceu que, embora, ao menos em 
tese, fosse legítimo o ingresso em domicílio com amparo no 
cheiro de entorpecentes, era necessário submeter o depoimento 
dos policiais a "especial escrutínio", a fim de aferir, com base nas 
circunstâncias objetivas do caso, se era crível o relato de que foi 
possível sentir o odor de drogas ainda do lado de fora do imóvel. 
4. No precedente acima mencionado, a Turma entendeu que o 
contexto fático tornava completamente inverossímil a versão 
apresentada pelos agentes de segurança, uma vez que a 
quantidade de drogas, embora relevante, não era 
excessivamente elevada e estava armazenada em embalagem 
plástica, dentro de uma mochila, no interior de um guarda-
roupas situado em um cômodo da casa, a evidenciar a completa 
impossibilidade de que os militares percebessem o odor exalado 
fora da residência. 5. Na hipótese dos autos, policiais militares 
receberam informação anônima de que o réu armazenava 
entorpecentes em uma residência e para lá se dirigiram. 
Afirmaram que, do lado de fora, foi possível sentir forte odor de 
cocaína, razão pela qual entraram na residência e, em buscas, 
encontraram certa quantidade dessa espécie de droga. 6. Não 
houve, entretanto, referência a prévia investigação, 
monitoramento ou campanas no local, a afastar a hipótese de 
que se tratava de averiguação de denúncia robusta e atual 
acerca da ocorrência de tráfico naquele local. Da mesma forma, 
não se fez menção a qualquer atitude suspeita, externalizada em 
atos concretos, tampouco movimentação de pessoas típica de 
comercialização de drogas. Destaco, ainda, que, ao que tudo 
indica, não foi realizada nenhuma diligência preliminar para 
apurar a veracidade e a plausibilidade dessas informações 
recebidas anonimamente. PA 7. omissis 8. omissis 9. omissis 10. 
Diante de tais ponderações, a simples menção a uma denúncia 
anônima, aliada ao relato inverossímil dos policiais de que 
sentiram forte cheiro de cocaína vindo do interior da residência, 
desprovido de qualquer outra justificativa mais elaborada, não 
configurou, especificamente na hipótese sub examine - em que 
o contexto fático retira a verossimilhança da narrativa dos 
militares -, o elemento "fundadas razões" necessário para o 
ingresso no domicílio do réu. 11. Como decorrência da proibição 
das provas ilícitas por derivação (art. 5º, LVI, da Constituição da 
República), é nula a prova derivada de conduta ilícita, pois 
evidente o nexo causal entre uma e outra conduta, ou seja, entre 
a invasão de domicílio (permeada de ilicitude) e a apreensão das 
referidas substâncias. 12. Agravo regimental não provido (AgRg 
no HC 789014 / SP, STJ). 
 
Pelo que se constata da colacionada decisão, imperioso que exista uma investigação 
prévia que comprove cabalmente a ocorrência de um crime, sendo necessário, ainda, que 
exista o consentimento do morador para validar a entrada dos policiais, de forma 
registrada, não sendo suficiente uma mera denúncia anônima para autorizar que a 
residência de alguém seja vasculhada. 
Além disso, toda prova ilícita é inválida e deve ser desentranhada do processo, maculando 
o próprio ato prisional, eis que o Estado não pode praticar crime para combater outro crime, 
como ocorre nos crimes de tortura para obter algum tipo de informação. A par de gerar a 
ilicitude da prova, bem como a ilegalidade da prisão, o Código de Processo Penal 
regulamenta a matéria, na forma transcrita a seguir: 
 “Art. 157, caput. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do 
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a 
normas constitucionais ou legais” (Brasil, 1941, [s. p.]). 
 
No que diz respeito aos elementos da prisão preventiva, o membro do Ministério Público 
fundamentou o seu pedido na hediondez dos delitos, destacando-se que não cabe 
liberdade provisória com fiança. 
Ora, isso por si só não autoriza a aplicação do art. 312 do CPP, com base na garantia da 
ordem pública, devendo existir elementos concretos de que o acusado solto poderá voltar 
a delinquir, fugir do país ou ameaçar testemunhas e vítimas. O simples fato exposto pelo 
Promotor de Justiça não tem o condão de lançar um decreto prisional. 
 
c) DA INEXISTENCIA DOS PRESSUPOSTOS E REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA: 
 
De acordo com o exposto no artigo 312 do Código Penal: 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem 
pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou 
para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo 
estado de liberdade do imputado.(Brasil, 1941, [s. p.]) 
 
Quanto aos requisitos da prisão preventiva, verifica-se que a sua decretação deve ser feita 
com base em elementos concretos e hábeis, não sendo suficiente a gravidade abstrata do 
delito, no pensamento do Superior Tribunal de Justiça, vejamos o julgado: 
 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE 
DROGAS. PRISÃO PREVENTIVA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO 
IDÔNEA QUANTO AO PERICULUM LIBERTATIS. QUANTIDADE 
REDUZIDA DE DROGAS. MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS. 
SUFICIÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. 
RECURSO MINISTERIAL DESPROVIDO. 1. Para a decretação da prisão 
preventiva é indispensável a demonstração da existência da prova da 
materialidade do crime e a presença de indícios suficientes da autoria. 
Exige-se, ainda, que a decisão esteja pautada em lastro probatório que se 
ajuste às hipóteses excepcionais da norma em abstrato (art. 312 do 
Código de Processo Penal), demonstrada, ainda, a imprescindibilidade da 
medida. Precedentes do STF e STJ. 2. É cediço que a gravidade abstrata do 
delito, por si só, não justifica a decretação da prisão preventiva. 
Precedentes. 3. No caso, embora indicado o risco de reiteração delitiva, 
não há registro de excepcionalidades para justificar a medida extrema. A 
quantidade de droga apreendida não se mostra expressiva (2,9g de crack 
em 29 pedras) e não há qualquer dado indicativo de que o acusado integre 
organização criminosa, contexto que evidencia a possibilidade de 
aplicação de outras medidas cautelares mais brandas. Constrangimento 
ilegal configurado. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega 
provimento (AgRg no AgRg no HC 798389 / SP) 
 
Além do mais, o fato de a Lei nº 8.072/90 vedar a liberdade provisória com fiança não 
autoriza a prisão preventiva por si só, pois o já citado art. 310 do CPP autoriza a liberdade 
provisória sem fiança, não sendo essa vedada pela Lei dos Crimes Hediondos. 
 
III- DOS PEDIDOS: 
 
Diante de todo o exposto, vem o acusado, requerer: O RELAXAMENTO DA PRISÃO ILEGAL, 
tendo em vista que: 
1. Requer o relaxamento da prisão ilegal, mediante tortura em desrespeito a invasão do 
domícilio conforme dispõe o artigo 310, caput, do CPP, e a investigação está lastreada 
em denúncia anônima; 
 
2. Não se enquadra a situação fática em nenhuma hipótese autorizada da prisão 
preventiva prevista no artigo 312 do Código Penal; 
 
3. Requer ainda, a IMEDIATA, expedição de alvará de soltura em nome do acusado, para 
que ele possa em liberdade defender-se no curso da ação penal, comprometendo-se a 
comparecer a todos os atos processuais; 
 
4. Por fim, requer, que seja ouvido o Ilustro Representante do Ministério Público. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Porto Seguro-Bahia 
20 de agosto de 2024. 
Advogado 
(OAB nº)

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