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WBA0261_v1.0 História da psiquiatria e da saúde mental Legislações e a política nacional de saúde mental Bloco 1 Rafael L. Ribeiro Tendências legislativas do Brasil colonial em relação à loucura Figura 1 – Alienismo e Psiquiatria Fonte: Psiquiatra francês Philippe Pinel (1745-1826) liberando os loucos de suas correntes no asilo Salpêtrière, em Paris em 1795. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_psiqui%C3%A1trico#/media/Ficheiro: Philippe_Pinel_%C3%A0_la_Salp%C3%AAtri%C3%A8re_.jpg. Acesso em: 23 abr. 2020. Influências da legislação francesa de 1838 e tendências europeias. https://pt.wikipedia.org/wiki/Hospital_psiqui%C3%A1trico#/media/Ficheiro:Philippe_Pinel_%C3%A0_la_Salp%C3%AAtri%C3%A8re_.jpg Pioneiros em psiquiatria e legislação no Brasil Figura 2 – João Carlos Teixeira Brandão Fonte: Araujo Junior, Moreira e Rocha (2009). Sequência histórica • 1903: Decreto n. 1.132 – Presidente Rodrigues Alves reorganizou a assistência aos doentes mentais que ainda eram chamados de “alienados”. • 1916: Código Civil Brasileiro renovado mantendo o Decreto n. 1.132. • 1927: Decreto n. 17.805 – Alienados deveriam ser presos porque apresentavam periculosidade, definindo psicopatas como todo e qualquer individuo que tinha doença mental e, o alienado como alguém que tem potencial criminoso. Sequência histórica • 1934: Decreto n. 24.559 revogou o decreto de 1903. Assim, os termos alienado e psicopata foi retirado do ordenamento jurídico. • Humanização nas práticas psiquiátricas hospitalocêntricas. • 1970 e 1980: trabalhadores da Saúde e de outros setores da sociedade se uniram em movimentos que pediam por reformas nos tratamentos. Legislações e a política nacional de saúde mental Bloco 2 Rafael L. Ribeiro Reforma psiquiátrica, sua lei e suas portarias importantes Lei n. 10.216/01 Portaria – 336 Portaria – 189 Legislações e a política nacional de saúde mental Bloco 3 Rafael L. Ribeiro Tipos de CAPS CAPS I para regiões de até 15 mil habitantes. CAPS II atende regiões até 70 mil habitantes. CAPS III regiões até 150 mil habitantes, onde, este último tem como diferencial o acolhimento noturno e de finais de semana. CAPS AD, os que apresentam cuidado especializado a dependentes químicos. CAPS i, os que apresentam cuidado especializado a crianças em sofrimento psíquico. CAPS AD IV, o que apresenta cuidado a paciente em quadros graves ocasionados pelo uso de substâncias psicoativas. Figura 3 – Tipos de CAPS Fonte: adaptada de Brasil (2011; 2017). CAPS AD e o SISNAD AD pode ser modalidade II e III. Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (SISNAD), sob a Lei n. 13.840/19 e instituído em 2006 pela Lei n. 11.343, visando proteger a população do tráfico e do uso ilícito de drogas. CAPS AD Teoria em Prática Bloco 4 Rafael L. Ribeiro Reflita sobre a seguinte situação Leia o art. 5º da Lei n. 10.216/01 para reflexão: Art. 5o O paciente há longo tempo hospitalizado ou para o qual se caracterize situação de grave dependência institucional, decorrente de seu quadro clínico ou de ausência de suporte social, será objeto de política específica de alta planejada e reabilitação psicossocial assistida, sob responsabilidade da autoridade sanitária competente e supervisão de instância a ser definida pelo Poder Executivo, assegurada a continuidade do tratamento, quando necessário. (BRASIL, 2001) Aos que vivem em residências terapêuticas, o mais importante é compreender quais casos são possíveis resolver a fim de que a reinserção social seja completa, inclusive para que o indivíduo tenha função empregatícia e condições dignas de viver. Tudo deve ser acompanhado por autoridade sanitária e poder executivo, assegurando tratamento contínuo ao paciente, seguindo o texto jurídico na prática. Além desse acompanhamento, especifique todos os mecanismos necessários para que o art. 5° da Lei n. 10.216/01 se torne realidade na vida de um indivíduo. Norte para a resolução Ao analisando o texto jurídico, trata-se de “pacientes que estiveram a longo tempo hospitalizados”, a maior parte deles, em decorrência das práticas antecedentes à reforma psiquiátrica, assim, esses pacientes não conhecem a sociedade e o mundo fora das instituições asilares na quais estiveram internados, pois não acompanharam as mudanças durante os anos e , portanto, não estão adaptados. Uma “política específica de alta planejada” é referente a programas de incentivo financeiro para familiares acolherem seus parentes que apresentavam transtornos mentais. Mas, não somente isso, pois é sabido que nem todos os indivíduos nessa situação possuíam paradeiro familiar, sendo assim, as residências terapêuticas e os CAPS são os dispositivos que vão proporcionar um planejamento adequado para alta dos pacientes que estiveram internados. Dica do Professor Bloco 5 Rafael L. Ribeiro Uma dica interessante: Figura 4 – Assista ao vídeo Fonte: Mary Ne/iStock.com. Assista: Melhor e Mais Justo: Saúde Mental (17/06/2011). Referências ARAUJO JUNIOR, Marcos V.; MOREIRA, Almerinda; ROCHA, Bruno. Biografia de João Carlos Teixeira Brandão: de alienista a diretor da 1ª Escola de Enfermagem do Brasil. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog., Ribeirão Preto, v. 5, n. 1, p. 1-13, fev./2009. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806- 69762009000100007&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 23 abr. 2020. BRASIL. Lei n. 10.216/01. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm. Acesso em: 23 abr. 2020. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762009000100007&lng=pt&nrm=iso http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria/GM nº 336 – de 19 de fevereiro de 2002. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002. html. Acesso em: 23 abr. 2020. BRASIL. Portaria nº 189 de 20 de março de 2002. Disponível em: http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/189.pdf. Acesso em: 23 abr. 2020. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt0336_19_02_2002.html http://www.mp.go.gov.br/portalweb/hp/2/docs/189.pdf Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em saúde mental: 1990-2004. 5. ed. ampl. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. BRASIL. Presidência da República. Lei 13.840, de 5 de junho de 2019. Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas e as condições de atenção aos usuários ou dependentes de drogas e para tratar do financiamento das políticas sobre droga. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13840.htm. Acesso em: 23 abr. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13840.htm Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.DAPE. Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. Brasília, 2005. MACEDO, Camila F. A evolução das políticas de saúde mental e da legislação psiquiátrica no Brasil. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1017, 14 abr./2006. ODA, Ana M. G. R.; DALGALARRONDO, Paulo. Juliano Moreira: um psiquiatra negro frente ao racismo científico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 22, n. 4, p. 178-179, dez./2000. Bons estudos!