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ERGONOMIA
PROF.A CRISTIANE LOPES CARNEIRO
REITORIA: 
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
PRÓ-REITORIA:
Profa. Ma. Gisele Colombari Gomes
DIRETORIA DE ENSINO:
Profa. Dra. Gisele Caroline Novakowski
EQUIPE DE PRODUÇÃO DE MATERIAIS:
Diagramação
Revisão textual
Produção audiovisual
Gestão
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UNIDADE
01
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
1. ERGONOMIA .......................................................................................................................................................... 5
1.1 CONCEITO E HISTÓRIA ........................................................................................................................................ 5
1.2 VERTENTES EM ERGONOMIA.............................................................................................................................7
1.2.1 ERGONOMIA ANGLO-SAXÔNICA OU CLÁSSICA .............................................................................................7
1.2.2 ERGONOMIA FRANCESA OU CONTEMPORÂNEA..........................................................................................7
1.3 A RELAÇÃO DA ANTROPOMETRIA COM A ERGONOMIA ................................................................................ 8
1.4 A INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS NA ERGONOMIA .......................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 11
INTRODUÇÃO HISTÓRICA E 
CONCEITOS DE ERGONOMIA
PROF.A CRISTIANE LOPES CARNEIRO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO
Todos nós já passamos por experiências de trabalho ou já observamos experiências de 
alguém. O trabalho é tão presente na construção de nossa identidade, que o citamos o tempo 
todo para nos apresentar, para visitar lugares, para conversar. Ele constitui um dos papéis que 
exercemos perante a sociedade. 
Naturalmente, o trabalho que edi� ca, que ajuda a construir uma auto-imagem 
e uma identidade positivas, não é o trabalho alienador, coisi� cador, taylorizado, 
para quem é mais importante a mercadoria produzida do que quem a produz. 
O trabalho que avilta a dignidade e que degrada a personalidade humana, esse 
não contribui para a realização e a construção da identidade do trabalhador. 
Ao contrário, o despersoni� ca, o brutaliza, causa sua alienação (DRUMOND, 
2002).
A velocidade que a revolução tecnológica impõe às mudanças das formas do trabalho 
interfere diretamente nas saúdes física e emocional de todos os trabalhadores. O sofrimento 
físico e/ou mental está diretamente ligado a diversas formas de adoecimento, como problemas 
osteomusculares, transtornos mentais e acidentes de trabalho. 
Quando questionamos formas de transformar o trabalho produtivo e prevenir contra o 
adoecimento do trabalhador, podemos contar com um campo de conhecimento e pesquisa sobre 
o trabalho e formas de análise bastante abrangentes. Esse é o campo da ergonomia.
A palavra ergonomia – “a ciência do trabalho” – deriva do grego ergon (trabalho) e nomos
(leis). De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a ergonomia (ou fatores 
humanos) é a disciplina cientí� ca preocupada com a compreensão das interações entre humanos 
e outros elementos de um sistema. É a pro� ssão que aplica teoria, princípios, dados e métodos a 
� m de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral do sistema. 
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1. ERGONOMIA 
Esta é uma disciplina norteada para uma abordagem sistêmica de aspectos da atividade 
humana, ou seja, ela é baseada na ideia de que um determinado objeto de estudo possui diversas 
dimensões e facetas que podem ser estudadas e entendidas por diversas ciências. Para intervir 
nas atividades do trabalho, a ergonomia deve estudar aspectos físicos, cognitivos, sociais, 
organizacionais, do ambiente do trabalho, entre outros. Ela busca a transformação do trabalho, 
adaptando-o a característica s e limites do ser humano (e nunca o contrário), e tenciona como 
produto � nal o bem-estar e segurança do trabalhador, associados ao trabalho com produtividade 
e qualidade.
1.1 Conceito e História
Já no período pré-histórico, temos exemplos de adaptações de ferramentas de trabalho a 
partir de pedaços de pedra para melhorar a atividade da caça, tornando-a mais e� caz e confortável 
para o caçador. É primitiva, portanto, a ação de adaptar o trabalho ao homem. Nossa história 
tem abundantes exemplos do homem buscando o aprimoramento de técnicas e ferramentas de 
trabalho. Contudo, o desenvolvimento da ergonomia como ciência está diretamente ligado ao 
desenvolvimento da tecnologia, no início da Revolução Industrial, em meados do século XX. 
A ergonomia como disciplina surgiu em 1949, fruto da criação da Ergonomics Research 
Society, na Inglaterra. Nos Estados Unidos, em 1959 foram criadas a Human Factors Society (HFS) 
e a International Ergonomics Society (IES), assim como, em 1963, na França, foi criada a Societé 
d’Ergonomie de Langue Française (SELF) (ABRAHÃO et al., 2009). 
Durante a Segunda Guerra Mundial, as indústrias europeia e americana precisavam 
de adequação para elevar a produção frente à escassez de mão de obra quali� cada e o limite 
da matéria-prima. Nesse período, o desa� o da ergonomia era lidar com questões insalubres 
de trabalho, dimensionamento da mão de obra às máquinas e ferramentas e organização do 
trabalho. Os estudos e testes aplicados na seleção de pessoas para desempenhar determinadas 
tarefas apresentavam foco na adaptação das pessoas ao trabalho. Com a inclusão de sistemas 
cada vez mais avançados, � cava cada vez mais clara a di� culdade em sua operação por parte 
dos trabalhadores, deixando evidente a necessidade de se considerarem os fatores humanos e 
ambientais no uso de tais sistemas, além da necessidade de mudança de foco para a adequação 
dos equipamentos às pessoas. 
Ao � nal do século XIX, surgiram alguns métodos de otimização da mão de obra, e um 
deles foi proposto por Frederick Winslow Taylor (1856-1915). O método � cou conhecido como 
administração cientí� ca do trabalho, ou simplesmente taylorismo. Segundo Taylor, era preciso 
racionalizar o trabalho por meio de prescrições de gestos e movimentos. O trabalho era planejado 
por alguns e executado por outros (divisão vertical do trabalho). Cada trabalhador deveria ser 
treinado e capacitado para somente algumas tarefas, de maneira a executá-las melhor. Dessa 
forma, o trabalhador só dispunha de uma única maneira de realizar a tarefa, sem possibilidades 
de adaptações. Por meio de análises cronológicas, escolhia-se o modo mais e� caz e rápido de 
realizar o trabalho, fazendo do homem um mero executante, sem a capacidade de pensar.
As ações sindicais nas décadas de 1970 e 1980 colaboraram muito para o crescimento da 
ergonomia, colocando em foco as condições desfavoráveis de trabalho, absenteísmo e lutando 
por leis de proteção aos trabalhadores e � scalizações nos ambientes de trabalho. As publicações 
cientí� cas e a criação de novas sociedades de ergonomia pelo mundo ajudaram na difusão da 
disciplina. 
A ergonomia é geralmente associada à orientação de posturas corretas e tecnologias 
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assistivas ou adaptações para preservação da saúde do homem no exercício de uma atividade 
laborativa. Mas ela não se restringe a isso. Há muitos outros aspectos que compõem o ambiente 
de trabalho: iluminação, temperatura, ruídos, hierarquia, relação e comunicação entre os 
trabalhadores, normas, ritmos de trabalho, concentração, distrações mentais, tomadas de decisão, 
entre outros.
Dentro da ergonomia,encontramos três divisões para facilitar o estudo: 
- Física: estuda aspectos anatômicos e � siológicos do trabalhador, sua � siologia, 
antropometria e biomecânica, além de sua interação com o ambiente de trabalho em 
apectos de iluminação, temperatura, ruído, entre outros;
- Organizacional: estuda aspectos como as políticas organizacionais, a comunicação, 
gestão e qualidade nos processos, ritmos de trabalho, distribuição das tarefas, hierarquia, 
controle do tempo e qualidade de trabalho, além de outros;
- Cognitiva: estuda a compreensão e adaptação de fatores que in� uenciam processos 
mentais, a concentração, distrações mentais, memória, atenção, percepção, tomada de 
decisões, entre outras capacidades.
Resumimos, portanto, que a ergonomia física trata do funcionamento orgânico do ser 
humano; a organizacional diz respeito aos estímulos externos na empresa; e a cognitiva estuda a 
relação mental e emocional entre o trabalhador e o trabalho. Ressaltamos que essa divisão ocorre 
apenas para facilitar o estudo, mas, em uma análise real de situação de trabalho, todos esses 
aspectos acontecem e são avaliados dentro da mesma proposta de análise.
Em 1983, foi fundada no Brasil a Associação Brasileira de Ergonomia 
(ABERGO), que está ativa até hoje. Você pode consultar suas 
publicações e eventos pelo site www.abergo.org.br.
Qual a importância do trabalho na sua vida? Como você vislumbra sua participação 
no mercado de trabalho? 
Sempre desejamos estar felizes em situações de trabalho, mas, em condições 
inadequadas, o trabalho pode trazer adoecimento físico e mental. O conforto 
ergonômico e conhecimento da importância e objetivo de nosso trabalho têm 
extrema importância não apenas para nossa saúde, mas também para sentirmos 
produtividade e desempenho de papéis que compõem nossa identidade.
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1.2 Vertentes em Ergonomia
As abordagens da ergonomia dividem-se entre a ergonomia anglo-saxônixa e a 
ergonomia francesa, que, apesar de apresentarem alguns pontos de divergência, ambas objetivam 
a adequação do trabalho a � m de prevenir acidentes, promover conforto, melhorar o rendimento 
do trabalhador e proporcionar sua maior satisfação com o trabalho.
1.2.1 Ergonomia anglo-saxônica ou clássica
Encontramos o cerne desta vertente da ergonomia no início do século XX, com o estudo 
do engenheiro Frederick Winslow Taylor sobre a divisão do trabalho em fábricas e sua proposta 
de linha de produção. Como já vimos, o método, que � cou conhecido como taylorismo, dividia 
os trabalhadores por setores, em linha de produção, realizando tarefas especí� cas em cada setor 
com o intuito de obter maior e� ciência na produtividade.
Os estudiosos da época veri� caram que muitos projetos falhavam por falta de adaptação 
das máquinas às características físicas, psíquicas e cognitivas do homem. Equipes eram formadas 
para estudar e compreender a relação entre o homem, suas características anatômicas, � siológicas 
e psicológicas, e sua ocupação, equipamentos e ambientes. Dessa forma, a ergonomia buscava 
entender as necessidades não apenas da produção, mas também dos trabalhadores. O enfoque 
da ergonomia anglo-saxônica é voltado para análises empíricas da relação entre o homem e a 
máquina, buscando a adaptação desta última ao homem. Os estudos das capacidades humanas, 
das características antropométricas, de força, ambiente físico e ciclos de trabalho eram realizados 
em laboratórios, em experimentos precisamente controlados. Levavam em consideração o 
“homem estatístico”, com as medidas e características da média da população. Apesar de ter 
inicialmente o foco em evitar perigos e fadiga do trabalhador, objetivando a melhor produção, 
e de excluir as atividades humanas em tempo real com suas particularidades, proporcionou a 
observação e mensuração das atividades.
1.2.2 Ergonomia francesa ou contemporânea
Com o tempo, foram observadas divergências entre os cálculos iniciais e os resultados 
efetivamente atingidos, deixando claro que o trabalho prescrito poderia divergir do trabalho 
real. A ergonomia francesa abandonou a adaptação do trabalho ao homem para focar no estudo 
do trabalho humano e na relação deste com o ambiente (ferramentas, organização do trabalho, 
relação entre trabalhadores, entre outros). De acordo com essa nova proposta, a ergonomia 
passa a buscar um ambiente de trabalho que proporcione não apenas conforto e segurança, mas 
também um trabalhador feliz e identi� cado com seu trabalho.
A busca por conhecimentos gerais e a coleta de dados sobre o organismo humano foram 
substituídas pela análise em campo da atividade de indivíduos especí� cos em tarefas especí� cas, 
considerando os aspectos psicológicos do trabalho, tais como o entendimento da tarefa, a 
resolução de problemas, a fadiga mental e a tomada de decisões. Nesses estudos, os trabalhadores 
são ouvidos, descrevendo suas atividades e relações. 
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1.3 A Relação da Antropometria com a Ergonomia
A antropometria é o ramo das Ciências Sociais (antropologia) que lida com as medidas 
do corpo, particularmente com as medidas do tamanho e forma. Essa área de estudos ganhou 
destaque no pós-guerra pela necessidade de adequações para elevar a produção, levando em 
consideração não apenas as medidas corporais, mas também os fatores � siológicos e psicológicos 
envolvidos. A ligação da antropometria com a ergonomia anglo-saxônica é bastante próxima visto 
que esta última tem por base estudos do “homem médio”, estudando as características médias de 
uma população, tais como peso, estatura, entre outras, para adaptações de máquinas e utensílios. 
No decorrer dos anos, veri� cou-se a importância das características individuais e do meio, como 
região geográ� ca e cultura. Mas a relação com a antropometria não se desfez.
Projetos para o indivíduo são raros no meio industrial. Eles proporcionam melhor 
adaptação entre o produto e o usuário, mas aumentam o custo, sendo justi� cáveis apenas em 
casos nos quais a possibilidade de falha teria consequências muito graves e onerosas. Em muitas 
circunstâncias, há necessidade de se combinarem medidas máximas masculinas com medidas 
mínimas femininas, como é o caso das saídas de emergência, que devem ser projetadas para 
comportar medidas máximas.
O estudo quantitativo das características físicas do homem serve como uma ferramenta 
fundamental para determinar objetivamente as mudanças na composição corporal. O estudo 
detalhado que reúne medidas corpóreas da população gera uma tabela antropométrica, que 
pode ser usada, por exemplo, para criar a tabela de medidas de roupas. Não é brasileira a maioria 
dos livros de ergonomia que ilustram tabelas antropométricas. Para ilustrarmos, apresentamos 
a seguir uma Tabela Antropométrica Sexo Masculino – Trabalhadores de Curitiba, retirada do 
livro Ergonomia 4.0.
Para mais informações sobre as diferenças entre essas vertentes 
ergonômicas, acessar:
ALMEIDA, R. G. A ergonomia sob a ótica anglo-saxônica e a ótica 
francesa. Revista Vértices, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 111–122, 2011. 
O material está disponível em https://essentiaeditora.iff.edu.br/
index.php/vertices/article/view/1809-2667.20110007.
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Figura 1 - Tabela Antropométrica Sexo Masculino – Trabalhadores de Curitiba. Fonte: Dengo (2021).
Uma das grandes aplicabilidades das medidas antropométricas na ergonomia é no 
dimensionamento do espaço de trabalho. Numa mesa de trabalho, os equipamentos devem estar 
corretamente posicionados dentro da área de alcance.
 Figura 2 – Alcance ótimo na mesa do trabalhador. Fonte: Adaptado de Grandjean (1987).
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A altura da mesa também é muito importante, principalmente para o trabalho sentado.
Figura 3 – Altura da mesa e cadeira. Fonte: Organização Internacional do Trabalho(2018).
Existem inúmeros dados antropométricos que podem ser utilizados na concepção dos 
espaços de trabalho, mobília, ferramentas e produtos de forma geral. Na maioria dos casos, podem-
se utilizá-los no projeto industrial (SANTOS et al., 1997). A especi� cação desses dados deve levar 
em consideração o tamanho do projeto, do grupo de trabalho e investimento previsto. Um bom 
posto de trabalho permite melhor desempenho do trabalhador, sem prejudicar sua saúde. Porém, 
os dados antropométricos só têm efetividade para a ergonomia quando as atividades realizadas 
pelo trabalhador também são analisadas.
1.4 A Influência dos Fatores Ambientais na Ergonomia
Como estudamos, a ergonomia também estuda o ambiente físico. Dentro desse ambiente, 
a ergonomia observa fatores como a temperatura, ruídos, vibrações, iluminação e mobiliário, além 
da forma como tais fatores in� uenciam na saúde, conforto e produtividade dos trabalhadores.
A temperatura pode causar diferentes sensações em diferentes indivíduos. Porém, 
entendemos que temperaturas muito altas ou muito baixas exercem in� uência direta na saúde e 
atenção das pessoas, produzindo desconforto e risco para o ser humano.
A iluminação excessiva pode causar lacrimejamento, irritação ocular e vermelhidão. Já a 
iluminação insu� ciente exige maior esforço da visão, provocando fadiga visual, dores de cabeça e 
podendo provocar sonolência. Ela interfere diretamente em níveis de desempenho e diminuição do 
ritmo de trabalho, causando menor percepção de detalhes e, portanto, aumentando possibilidades 
de erros e acidentes do trabalho. Ambas as situações tornam o ambiente desagradável e inseguro 
para o trabalhador, aumentando o risco de acidentes.
A exposição ao ruído pode ocasionar estresse, irritabilidade, hipertensão arterial e pode 
estar associado a outras situações de risco. Isso sem contar sua ligação com perda auditiva e 
sensação de zumbido no ouvido.
Quanto à exposição à vibração, ela pode causar doenças vasculares, neurológicas e 
musculares.
O mobiliário pode ser um facilitador, proporcionando melhor acesso e conforto, ou 
uma barreira, causando posturas incorretas, movimentos que oferecem risco e acessibilidade 
de� citária, acarretando problemas de saúde nos trabalhadores.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A atenção a esses fatores no ambiente de trabalho torna o ambiente mais seguro e 
prazeroso, aumentando a produtividade, diminuindo o absenteísmo e promovendo prevenção 
de saúde ao trabalhador.
 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Estudamos nesta unidade a evolução das organizações de trabalho, paralelamente ao 
surgimento e evolução da ergonomia. É fato que não há uma vertente ergonômica que deva se 
sobressair à outra. Ambos os estudos têm grande valor para adaptações do meio de trabalho. 
Para Vidal (2000), não se pode adequar o trabalho ao ser humano se não se sabe de que 
ser humano se trata, ou seja, que características, habilidades e limitações lhe são inerentes. 
 Já de acordo com Montmollin (2006), a abordagem da ergonomia francesa sobre 
o trabalho torna mais difícil a generalização dos resultados adquiridos, pois, como se estudam 
situações reais, com suas singularidades, os resultados obtidos serão muito particulares. 
Na verdade, as duas vertentes se complementam. Os pontos positivos de cada uma das 
vertentes complementam as carências da outra, sendo possível a adequação mais e� ciente de 
acordo com o problema apresentado. Não é possível adequar um mesmo posto de trabalho para 
cada trabalhador que passará por determinada linha de produção, mas não se pode descartar 
a escuta dos trabalhadores, o estudo da melhor organização de trabalho e ajustes pessoais de 
conforto e posicionamento.
Para ilustrar melhor um ambiente de trabalho e 
identifi car os aspectos físicos e psicológicos do 
trabalho, disposição dos mobiliários e propostas 
ergonômicas, assista ao fi lme Um senhor estagiário. 
O fi lme mostra a vida de um aposentado que tenta se 
manter ativo após parar de trabalhar e após a morte 
de sua esposa. Ele encontra um anúncio de uma vaga 
de estágio para pessoas de “maior idade” e inicia 
uma experiência totalmente nova diante de novas 
tecnologias, interação e organização do trabalho.
Fonte: Papo de Cinema (2023).
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UNIDADE
02
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................14
1. O AMBIENTE DO TRABALHO, MAPA DE RISCOS E COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES.......15
1.1 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES (CIPA) .......................................................................16
1.2 MAPA DE RISCOS ................................................................................................................................................16
1.3 NORMAS REGULAMENTADORAS (NR) .............................................................................................................18
1.3.1 NR-4 ....................................................................................................................................................................18
1.3.2 NR-6 ...................................................................................................................................................................18
1.3.3 NR-7 ...................................................................................................................................................................19
1.3.4 NR-9 .................................................................................................................................................................. 20
1.3.5 NR-15 ................................................................................................................................................................ 20
1.3.6 NR-17..................................................................................................................................................................21
RISCOS AMBIENTAIS
PROF.A CRISTIANE LOPES CARNEIRO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1.4 RECOMENDAÇÕES ERGONÔMICAS NAS ATIVIDADES .................................................................................. 22
1.4.1 LEVANTAMENTO, TRANSPORTE E DESCARGA INDIVIDUAL DE MATERIAIS ............................................ 22
1.4.2 MOBILIÁRIOS E EQUIPAMENTOS DOS POSTOS DE TRABALHO ............................................................... 23
1.4.3 POSTURAS ....................................................................................................................................................... 24
1.4.4 NÍVEIS DE RUÍDO ............................................................................................................................................ 25
1.4.5 NÍVEIS DE ILUMINAÇÃO ................................................................................................................................. 25
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 26
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INTRODUÇÃO
Considera-se meio ambiente do trabalho o local onde o trabalhador desenvolve suas 
atividades laborais. A Fundacentro (2018), órgão governamental dedicado à saúde e segurança 
no trabalho, de� ne riscos ocupacionais como a “Combinação da probabilidade de ocorrer lesão 
ou agravo à saúde, causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da 
atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde”.
Para manter o meio ambiente de trabalho seguro, é imprescindível reconhecer os agentes 
nocivos e agir em sua eliminação ou atenuação. Dessa forma, os pro� ssionais de saúde e segurança 
do trabalho devem agir naelaboração de programas de medidas preventivas e organizacionais. 
Cada agente ou condição de risco deve ser analisado e eliminado através da substituição de 
tecnologias, adaptação de processos e manutenção periódica. Existem riscos inerentes a certos 
locais e dinâmicas de trabalho que raramente serão eliminados. Nesses casos, é necessário buscar 
soluções que ajudem a evitar a disseminação dos agentes perigosos. 
A proteção coletiva deve ser prioritariamente implementada reduzindo-se a concentração 
dos agentes no ambiente. Além disso, a equipe deve implementar e orientar o uso de equipamentos 
de proteção individual (EPIs), tais como luvas, abafadores, capacetes, máscaras, entre outros.
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1. O AMBIENTE DO TRABALHO, MAPA DE RISCOS E COMISSÃO 
INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
Os riscos do meio ambiente do trabalho podem afetar a saúde do trabalhador a curto , 
médio ou longo prazos. Esses riscos estão caracterizados de acordo com sua natureza, conforme 
descrito a seguir. 
 - Riscos físicos: ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, pressões 
anormais, temperaturas extremas, iluminação de� ciente, umidade etc.
- Riscos químicos: poeiras, fumos, névoas, vapores, gases, produtos químicos em geral, 
neblina etc.
- Riscos biológicos: vírus, bactérias, protozoários, fungos, bacilos, parasitas, insetos, 
cobras, aranhas etc.
- Riscos ergonômicos: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, 
exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos 
excessivos, trabalho em turno noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia 
e repetitividade, além de outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico 
(conforme NR17).
 - Riscos de acidentes: arranjo físico inadequado, máquinas e equipamentos sem 
proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, 
probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos 
e outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes.
Uma classi� cação dos riscos ocupacionais, por cores, foi criada para padronizar as 
informações sobre as fontes de perigo presentes nos ambientes de trabalho:
- verde: risco físico
- vermelho: risco químico
- marrom: risco biológico
- amarelo: risco ergonômico
- azul: risco de acidentes ou mecânico
A observação desses riscos, aliada a propostas de melhorias/adequações na atividade, 
além de preservar a saúde do trabalhador, também melhora o processo de trabalho e produção. 
É importante ressaltar que a presença de produtos ou agentes no local de trabalho não 
signi� ca, obrigatoriamente, perigo para a saúde. O perigo advém da combinação de diversas 
condições, tais como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a intensidade à qual 
o trabalhador � ca exposto a elas (FMRP-USP, 2019).
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1.1 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)
Conforme a Norma Regulamentadora 5, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes 
(doravante, CIPA) é uma comissão composta por representantes do empregador e dos 
empregados, tendo como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho. 
É um instrumento de que os trabalhadores dispõem para tratar da prevenção dos acidentes do 
trabalho, das condições do ambiente e de todos os aspectos do trabalho que afetam sua saúde e 
segurança. Dessa forma, é também um meio para a obtenção de uma melhor qualidade de vida.
Devem constituir CIPA, por estabelecimento, e mantê-la em regular funcionamento 
as empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta 
e indireta, instituições bene� centes, associações recreativas, cooperativas, bem como outras 
instituições que admitam trabalhadores como empregados. Deve ser composta por representantes 
do empregador e dos empregados e deve ser dimensionada de acordo com o número de 
empregados e o grau de risco da atividade econômica da empresa.
A formação da CIPA é obrigatória para empresas com mais de 20 (vinte) funcionários. 
Empresas menores devem designar um pro� ssional como responsável pelo cumprimento das 
tarefas da Norma Regulamentadora 5, o qual será o responsável por promover um treinamento 
anual de segurança.
Figura 1 - Dimensionamento da CIPA. Fonte: NR-5 (2022).
1.2 Mapa de Riscos
O mapa de riscos é a representação grá� ca dos riscos de acidentes nos diversos locais 
de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, de fácil visualização e a� xado em locais 
acessíveis no ambiente de trabalho para informação e orientação de todos que ali atuam e de 
outros que eventualmente transitem pelo local, quanto às principais áreas de risco. 
Um vídeo rápido para ilustrar os tipos de riscos ocupacionais está 
disponível em https://youtu.be/61KBCegqdCA.
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No mapa de riscos, círculos de cores e tamanhos diferentes mostram os locais e os fatores 
que podem gerar situações de perigo pela presença de agentes físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos e mecânicos. É elaborado pela CIPA, devendo ser ouvidos os trabalhadores de todos 
os setores do estabelecimento e com a colaboração do SESMT, quando houver. É considerada 
indispensável, portanto, a participação das pessoas expostas ao risco no dia a dia.
A Figura 2 mostra um exemplo de Mapa de Risco.
Figura 2 – Mapa de Risco. Fonte: UNICAMP (2001a).
A elaboração do Mapa de Riscos proporciona o levantamento de informações importantes 
sobre a situação de segurança e saúde no ambiente de trabalho. Também estimula a troca e 
divulgação de informações entre os trabalhadores, a CIPA e o SESMT. Observa-se, portanto, que 
o Mapa de Riscos tem como funções:
- estimular a análise de riscos do trabalho;
- incentivar a participação de todos os trabalhadroes nas atividades de prevenção;
- divulgar e alertar quanto aos riscos existentes em cada ambiente de trabalho.
O mapeamento colabora com atitudes e comportamentos mais cuidadosos por parte de 
todos os trabalhadores diante dos perigos gra� camente identi� cados e sinalizados, contribuindo 
com a diminuição de riscos. Um ambiente mais seguro, com redução de acidentes, resulta em 
maior produtividade. Esse mapeamento deve ser feito anualmente ao renovar-se a CIPA. Dessa 
forma, aumenta-se gradativamente o número de trabalhadores capazes de identi� car e registrar 
gra� camente os focos de acidentes nas empresas, contribuindo para eliminá-los ou controlá-los.
Para a elaboração do Mapa de Riscos, é importante que os pro� ssionais tenham alguns 
conhecimentos:
- processo produtivo da empresa;
- ambiente de trabalho da empresa;
- equipamentos e produtos utilizados;
- legislação;
- histórico de acidentes da empresa e do ramo de atividades;
- levantamentos ambientais.
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A busca por possíveis riscos deve incluir a conversa com os trabalhadores de maneira 
informal ou a partir de um questionário prede� nido, pois as queixas mais comuns auxiliam na 
análise dos riscos. Causas de absenteísmo também podem ser analisadas. 
Conhecer a jornada de trabalho e o tempo de exposição ao risco tem grande in� uência 
sobre a probabilidade de um acidente ocorrer ou um agente insalubre prejudicar a saúde do 
trabalhador.
Também devem ser analisadas as atividades não rotineiras e intermitentes.
1.3 Normas Regulamentadoras (NR)
As Normas Regulamentadoras (doravante, NRs) são disposições complementares ao 
Capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), consistindo em obrigações, direitos e 
deveres a serem cumpridos por empregadores e trabalhadores com o objetivo de garantir trabalho 
seguro e sadio, prevenindo contra a ocorrência de doenças e acidentes de trabalho. A elaboração 
e a revisão das NRs são realizadas adotando-se o sistema tripartiteparitário, por meio de grupos 
e comissões compostos por representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores. 
Como já vimos, a NR-5 estabelece os parâmetros e os requisitos da CIPA, tendo por 
objetivo a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Abordaremos a seguir outras 
NRs, que nos auxiliarão na compreensão do ambiente de trabalho e da saúde do trabalhador. 
1.3.1 NR-4
Estabelece às empresas privadas e públicas que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – a obrigatoriedade de contratação de pro� ssionais 
da área de segurança e saúde do trabalho de acordo com o número de empregados e a natureza 
do risco da atividade econômica da empresa. A equipe do Serviço Especializado em Segurança e 
Medicina do Trabalho – SESMT – é formada por médico do trabalho, engenheiro de segurança 
do trabalho, técnico de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho e auxiliar ou técnico em 
enfermagem do trabalho. A dimensão do serviço é dada tanto pelo risco da atividade principal 
da empresa quanto pelo total de empregados. A criação do SESMT é obrigatória a empresas com 
50 (cinquenta) empregados ou mais. Os pro� ssionais integrantes do SESMT são os responsáveis 
pela elaboração, planejamento e aplicação dos conhecimentos de engenharia de segurança e 
medicina do trabalho nos ambientes laborais, visando a garantir a integridade física e a saúde dos 
trabalhadores. 
1.3.2 NR-6
É a norma especial, posto que regulamenta a execução do trabalho com uso de 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), sem estar condicionada a setores ou atividades 
econômicas especí� cas. Por EPI, compreendemos os dispositivos de uso individual, destinados 
Você consegue identifi car quais os riscos presentes em uma sala de aula?
Muito provavelmente, a maioria desses riscos seriam ergonômicos, tendo em 
vista o tipo de atividade realizada em salas de aula. Como exercício, mentalize 
como seria o Mapa de Riscos de uma sala de aula onde você já estudou.
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a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador a � m de que sejam evitados acidentes 
de trabalho e o surgimento de doenças ocupacionais. Como exemplos de EPI, temos os óculos, 
máscaras de solda, protetores auditivos, vestimentas, entre outros. É obrigatório à empresa 
fornecer gratuitamente todos os EPIs para seus trabalhadores, sendo proibido descontá-los do 
salário do empregado.
À empresa, cabe também treinar todos os funcionários sobre o uso correto dos EPIs e sua 
importância, uma vez que seu uso contínuo protege o trabalhador de acidentes e minimiza riscos 
de saúde. Cabe também à empresa a higienização e manutenção do EPI, além da � scalização de 
seu uso pelos trabalhadores. 
1.3.3 NR-7
Esta NR trata da obrigatoriedade de elaboração e implementação do Programa de 
Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – por parte de todos os empregadores e 
instituições que admitam trabalhadores como empregados. O objetivo do programa é a promoção 
e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores, independentemente da quantidade 
de empregados. Esse programa tem como objetivo estabelecer a realização de exames médicos 
admissionais, periódicos, retorno ao trabalho, mudança de função e demissional.
Segundo o item 7.3.2 da NR-7, são diretrizes do PCMSO:
a) rastrear e detectar precocemente os agravos à saúde relacionados ao trabalho; 
b) detectar possíveis exposições excessivas a agentes nocivos ocupacionais; 
c) de� nir a aptidão de cada empregado para exercer suas funções ou tarefas determinadas;
d) subsidiar a implantação e o monitoramento da e� cácia das medidas de prevenção 
adotadas na organização;
e) subsidiar análises epidemiológicas e estatísticas sobre os agravos à saúde e sua relação 
com os riscos ocupacionais; 
f) subsidiar decisões sobre o afastamento de empregados de situações de trabalho que 
possam comprometer sua saúde; 
g) subsidiar a emissão de noti� cações de agravos relacionados ao trabalho, de acordo 
com a regulamentação pertinente; 
Mesmo tendo conceito semelhante, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e 
Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) têm diferenças entre si. 
Os EPIs atuam na proteção direta do trabalhador, minimizando acidentes e riscos 
físicos. São exemplos de EPIs os óculos, capacetes, luvas, calçados de segurança, 
entre outros. 
Já os EPCs são utilizados para a proteção coletiva e sinalização do ambiente 
de trabalho. Como exemplos deles, temos os cones, placas, faixas, barreiras de 
proteção em máquinas, entre outros.
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h) subsidiar o encaminhamento de empregados à Previdência Social; 
i) acompanhar de forma diferenciada o empregado cujo estado de saúde possa ser 
especialmente afetado pelos riscos ocupacionais;
j) subsidiar a Previdência Social nas ações de reabilitação pro� ssional; 
k) subsidiar ações de readaptação pro� ssional; 
l) controlar a imunização ativa dos empregados, relacionada a riscos ocupacionais, 
sempre que houver recomendação do Ministério da Saúde. 
O empregador � ca responsabilizado pela elaboração do programa, porém, para sua 
implementação deverá ser um pro� ssional médico. Se a empresa possuir SESMT, o empregador 
deverá indicar um médico integrante. Na falta de um médico do trabalho, a empresa estará 
autorizada a contratar um médico desta ou de outra especialidade para realizar o programa. 
Nele, deverá estar inclusa a avaliação do estado de saúde dos empregados em atividades críticas 
de acordo com os riscos de cada situação.
1.3.4 NR-9
Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os 
empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de 
Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA –, visando à preservação da saúde e da integridade 
dos trabalhadores através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da 
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, 
tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais.
 O Programa não se resume apenas a atender as exigências da legislação. Visa também a 
apresentar sugestões e recomendações técnicas adequadas à sua realidade, tornando o ambiente 
laboral mais saudável, prevenindo contra os acidentes do trabalho e doenças pro� ssionais 
ocupacionais, evitando perdas, gerando bem-estar e in� uenciando positivamente na melhoria da 
qualidade e da produtividade.
A NR-9 determina a obrigatoriedade de elaboração e implementação do PPRA por todos 
os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados.
Sempre que necessário, e, pelo menos, uma vez ao ano, deve ser feita uma análise global 
do PPRA para avaliação de seu desenvolvimento e realização de ajustes necessários, além do 
estabelecimento de novas metas e prioridades.
O desenvolvimento do PPRA deve conter as seguintes etapas:
a) antecipação e conhecimento dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua e� cácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.
1.3.5 NR-15
Esta é a NR responsável por descrever as atividades, operações e agentes insalubres, bem 
como seus limites de tolerância e as situações nos ambientes de trabalho que demonstrem a 
caracterização das atividades insalubres, além dos meios adequados para proteger o trabalhador 
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contra as exposições nocivas à saúde.
 Conforme a CLT – Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, art. 189 –, serão 
consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou 
métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de 
tolerância� xados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos 
seus efeitos.
De acordo com a NR-15, entende-se por “Limite de Tolerância” a concentração ou 
intensidade máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao agente, 
que não causará dano à saúde do trabalhador durante a sua vida laboral.
Diversos agentes podem tornar o ambiente insalubre, tais como:
- Agentes físicos: ruídos de impacto; exposição ao calor; radiações ionizantes e não 
ionizantes; condições hiperbáricas; vibrações; frio; umidade.
- Agentes químicos: benzeno; arsênico; carvão e poeiras minerais; chumbo; cromo; 
fósforo; hidrocarbonetos e outros compostos de carbono; mercúrio; silicato; substâncias 
cancerígenas.
- Agentes biológicos: pacientes em isolamento por doenças infectocontagiosas; dejetos 
de animais portadores de doenças infectocontagiosas; esgotos; tanques; lixo urbano.
Ainda de acordo com a NR-15, o limite de tolerância para cada agente é diverso e deve ser 
analisado nas tabelas constantes na Norma.
De forma exempli� cativa: um trabalhador pode se expor por cerca de 8 horas a ambientes 
com níveis de ruído de até 85 decibéis – o que equivale ao ruído produzido num bar lotado. 
Quanto mais ruído, menor deve ser o tempo de exposição. Para ruídos que alcançam 115 decibéis, 
o tempo de exposição (sem proteção) máximo é de 7 minutos. 
1.3.6 NR-17
É responsável por estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições 
de trabalho às características psico� siológicas dos trabalhadores (adaptação do trabalho ao 
trabalhador), de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho 
e� ciente. Essas condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte 
e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às condições ambientais do posto de 
trabalho e à própria organização do trabalho.
 A NR-17 aponta para a importância de que todo trabalhador receba treinamento ou 
instruções satisfatórias quanto aos procedimentos de trabalho que deverá realizar, resguardando 
sua saúde e prevenindo acidentes.
De forma geral, o foco da NR-17 são os riscos ergonômicos relacionados às condições 
e organização de trabalho. É possível veri� car no ambiente de trabalho diversos fatores que 
podem desencadear acidentes ou adoecimento do trabalhador. Eles compõem o rol de riscos do 
meio ambiente do trabalho. Podem ser classi� cados em riscos ergonômicos biomecânicos, de 
mobiliário e equipamentos, organizacionais, ambientais e psicossociais/cognitivos. 
Esta norma foi atualizada. Em versão anterior da NR-17, toda a análise dos postos de 
trabalho era feita através da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). A atualização está relacionada 
à prevenção de adoecimento no trabalho e tem o objetivo de identi� car se a situação ergonômica 
da empresa é adequada a cada tipo de tarefa que cada colaborador desempenha. Propõe-se, 
então, a realização da Análise Ergonômica Preliminar (AEP), em que são contempladas etapas 
de identi� cação de perigos e de avaliação dos riscos. As alterações entraram em vigor em janeiro 
de 2022.
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 1.4 Recomendações Ergonômicas nas Atividades
A seguir, veremos algumas recomendações citadas pela NR-17, pelo Manual sobre 
Ergonomia da UNICAMP (2001) e pelo Manual de Aplicação da NR-17. 
1.4.1 Levantamento, transporte e descarga individual de materiais
Entendemos por transporte manual de cargas todo transporte no qual o peso da carga é 
 suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição 
da carga (NR-17). 
A CLT determina o limite de 60 kg para homens e 25 kg para mulheres. Contudo, segundo 
o Manual de Ergonomia da UNICAMP, os limites de pesos que podem ser levantados sem causar 
problemas à sua saúde são apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Limites de levantamento de carga.
Fonte: UNICAMP (2001a).
Ainda de acordo com o Manual de Ergonomia da UNICAMP, recomenda-se para as 
mulheres 50% dos valores máximos de levantamento de peso indicados para os homens, porque, 
geralmente, elas têm menor tolerância ao trabalho físico pesado, menor massa muscular e menor 
peso, o que faz com que o peso do corpo sobre o centro de gravidade seja menor.
Com a � nalidade de não prejudicar o desenvolvimento do esqueleto, recomenda-se aos 
jovens de 16 a 18 anos que executem, ocasionalmente, o levantamento de, no máximo, 40% do 
peso destinado aos adultos.
E o levantamento de peso para pessoas idosas deve ser evitado, pois seus ossos tendem a 
ser mais frágeis.
Figura 3 – Levantamento de carga. Fonte: UNICAMP (2001b).
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Para realizar a condução de um objeto pesado, é necessário manter as costas eretas e 
evitar o transporte de cargas com apenas uma das mãos. Também é recomendado obter ajuda 
de outro trabalhador de mesma altura para essa condução, evitando, dessa forma, o desnível do 
objeto ou mesmo utilizar carrinhos próprios para o transporte de materiais. 
É preciso atenção ao girar o corpo, principalmente ao carregar um objeto pesado. Não se 
deve girar somente o tronco, mas, sim, realizar um giro com o corpo inteiro, movimentando os 
pés com pequenos passos. 
1.4.2 Mobiliários e equipamentos dos postos de trabalho
O mobiliário deve ser concebido com regulagens que permitam ao trabalhador adaptá-
lo às suas características antropométricas (altura, peso, comprimento das pernas etc.). O 
recomendável é que o mobiliário permita uma regulagem que atenda a, pelo menos, 95% da 
população em geral. 
Para � ns de esclarecimento, ressaltam-se algumas características psico� siológicas do ser 
humano, trazidas pelo Manual de Aplicação da NR-17:
• prefere escolher livremente sua postura, dependendo das exigências da tarefa e do 
estado de seu meio interno;
• prefere utilizar alternadamente toda a musculatura corporal, e não apenas determinados 
segmentos corporais;
• tolera mal tarefas fragmentadas com tempo exíguo para execução e, pior ainda, quando 
esse tempo é imposto por uma máquina, pela gerência, pelos clientes ou colegas de 
trabalho, ou seja, prefere impor sua própria cadência ao trabalho; 
• é compelido a acelerar sua cadência quando estimulado pecuniariamente ou por outros 
meios, não levando em conta os limites de resistência de seu sistema musculoesquelético;
• sente-se bem quando solicitado a resolver problemas ligados à execução das tarefas, 
logo, não pode ser encarado como uma mera máquina, mas, sim, como um ser que pensa 
e age;
• tem capacidades sensitivas e motoras que funcionam dentro de certos limites, que 
variam de um indivíduo a outro e ao longo do tempo para um mesmo indivíduo; 
• suas capacidades sensório-motoras modi� cam-se com o processo de envelhecimento, 
mas perdas eventuais são amplamente compensadas por melhores estratégias de percepção 
e resolução de problemas desde que possa acumular e trocar experiência; 
• organiza-se coletivamente para gerenciar a carga de trabalho, ou seja, nas atividades 
humanas a cooperação tem um papel importante, muito mais que a competitividade. O 
sucesso da raça humana no processo evolutivo deve-se, em grande parte, à sua capacidade 
de agir em conjunto, conduta observada em várias outras espécies. A extrema divisão do 
trabalho e a imposição de uma carga de trabalho individual impedem os mecanismos de 
regulação dos grupamentos humanos, levando ao adoecimento.
As regulagens dos planos de trabalho permitem também uma adaptação à tarefa. Por 
exemplo: onde há necessidade de se exercer grande força com os membros superiores, um plano 
mais baixo permite que a força seja exercida com o antebraço em extensão, que é a posição pela 
qual se consegue maior força. Por outro lado, se há grande necessidade de controle visual da 
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tarefa (por exemplo, costurar), um plano mais elevado facilita a aproximaçãodos olhos até o 
detalhe a ser visualizado.
Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o posto de trabalho 
deve ser planejado ou adaptado para essa posição. Para as atividades em que os trabalhos devam 
ser realizados em pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais que possam ser 
utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas.
Segundo o Manual de Aplicação da NR-17, a concepção dos postos de trabalho deve 
propiciar e facilitar a alternância de posturas. Para tanto, deve levar em consideração a natureza 
da tarefa e as atividades desenvolvidas para realizá-la.
A escolha da postura em pé só está justi� cada nas seguintes condições:
• a tarefa exige deslocamentos contínuos, como no caso de carteiros e rondantes; 
• a tarefa exige manipulação de cargas com peso igual ou superior a 4,5 kg; 
• a tarefa exige alcances amplos frequentes, para cima, para frente ou para baixo; no 
entanto, deve-se tentar reduzir a amplitude desses alcances para que se possa trabalhar 
sentado;
• a tarefa exige operações frequentes em vários locais de trabalho, � sicamente separados;
• a tarefa exige a aplicação de forças para baixo, como empacotamento.
1.4.3 Posturas
- Ortostase
Para manter-se em pé, recomenda-se evitar curvar as costas, com o abdômen contraído, 
ombros levemente para trás e a cabeça erguida. Para manter-se nessa posição por tempo 
prolongado, é recomendado o uso de suporte no chão para alternar a posição dos pés sobre ele. 
Dessa forma, previne-se a concentração do peso corporal sobre as duas pernas.
- Sentado
Para sentar-se, é recomendado manter a coluna reta em um ângulo de 90 graus, colocando 
um pé para frente e outro para trás, e não mantê-los paralelos. 
Para manter-se sentado, é recomendado usar cadeira com encosto para manter a coluna 
reta e evitar deixar os ombros caídos para a frente. Os pés devem tocar o chão ou um suporte 
levemente inclinado. Os joelhos devem permanecer dobrados num ângulo de 90 graus.
Se o trabalho exige muitas horas sentado, deve-se alternar, � cando alguns minutos por 
dia em pé. 
Figura 4 – Posição sentado. Fonte: UNICAMP (2001b).
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Quando o trabalho exige o uso de computador, é preciso atentar-se para que a tela do 
monitor � que entre 50 cm e 65 cm dos olhos e na direção, ou abaixo, do nível horizontal dos 
mesmos. As costas devem � car apoiadas pelo encosto da cadeira. Os cotovelos do trabalhador 
devem estar paralelos ao teclado, � exionados a 90º e o pescoço não deve estar excessivamente 
dobrado para a frente ou para trás. Os punhos devem ser mantidos em posição reta. Pode indicar-
se o uso de apoio para punhos no teclado e mouse. Os joelhos também devem estar � exionados a 
90º e os pés devem tocar o chão ou um apoio para os pés. Em uso de laptop, é aconselhado o uso 
de suporte para elevar o monitor do mesmo e o uso de teclado e mouse adicionais. É indicado que 
o trabalhador possa realizar tarefas de digitação ininterrupta por até cinquenta minutos. Após 
esse intervalo de tempo, ele deve fazer uma pausa de dez minutos, deixando, inclusive, de olhar 
para a tela durante a pausa.
1.4.4 Níveis de ruído
A Norma Brasileira 10152 determina as condições mínimas para a aceitabilidade do 
ruído ou intensidade sonora, portanto, regula os níveis de ruído para o conforto acústico em um 
determinado ambiente. 
Sendo assim, a NBR-10152 indica os seguintes valores em decibéis:
- de 35 a 45 dB para hospitais (áreas de apartamento, enfermaria, berçários e centro 
cirúrgico);
- de 40 a 50 dB para escolas (salas de aula e laboratórios);
- de 45 a 55 dB para hotéis (portaria, recepção e circulação);
- de 40 a 50 dB para restaurantes;
- de 40 a 50 dB para igrejas e templos;
- de 45 a 60 dB para ginásios poliesportivos.
1.4.5 Níveis de iluminação
Em todos os locais de trabalho, deve haver iluminação adequada, natural ou arti� cial, geral 
ou suplementar, apropriada à natureza da atividade. A iluminação geral deve ser uniformemente 
distribuída e difusa. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de forma a 
evitar ofuscamento, re� exos incômodos, sombras e contrastes excessivos (NR-17).
Os níveis mínimos de iluminação a serem observados nos locais de trabalho são os 
valores de iluminâncias estabelecidos na NBR-5413, norma brasileira registrada no INMETRO.
Para mais dicas sobre levantamento, transporte e descarga de 
materiais, mobiliário e equipamentos, leia na íntegra o manual de 
ergonomia UNICAMP 2011 no link https://www.dgrh.unicamp.br/
documentos/manuais/man_dsso_ergonomia.pdf.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalhador está exposto a diversos riscos no meio ambiente do trabalho, de natureza 
física, química, biológica, ergonômica e/ou mecânica (de acidentes). A simples presença de 
produtos ou agentes no local de trabalho não signi� ca necessariamente que o posto de trabalho 
oferece risco. O que determinará se existe real perigo é o resultado da combinação de diversas 
condições, como a natureza do produto, a sua concentração, o tempo e a intensidade na qual o 
trabalhador � ca exposto a elas. Ou seja, as formas de uso e exposição. Existem medidas especí� cas 
de proteção à saúde do trabalhador que são quantitativa e qualitativamente satisfatórias, e 
elas fazem parte dos direitos do trabalhador. Porém, ainda há muito que se caminhar para o 
trabalhador apropriar-se desses direitos. 
Cabe à CIPA ou mesmo ao empregador a orientação sobre a prevenção de acidentes 
e doenças decorrentes do trabalho e disponibilização e uso de EPIs e EPCs, mas é imperativo 
que cada trabalhador entenda que as medidas preventivas servem para mantê-lo não apenas 
produtivo, mas também saudável e pronto para exercer todos os papéis de sua vida, e não apenas 
o de trabalhador. Um adoecimento ou acidente pode privá-lo não apenas do trabalho, mas de 
muitas outras atividades de vida diária e atividades instrumentais da vida diária.
Não basta a racionalidade da equipe de saúde e técnica. É preciso envolver o trabalhador 
na construção e prevenção da saúde, dentro de suas individualidades, para atingir uma proporção 
de proteção coletiva. 
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UNIDADE
03
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 28
1. SAÚDE MENTAL E TRABALHO............................................................................................................................. 29
1.1 ERGONOMIA, TRANSTORNOS MENTAIS E TRABALHO .................................................................................. 29
2. TRABALHO NOTURNO ......................................................................................................................................... 30
3. ESTRESSE E TRABALHO .......................................................................................................................................31
3.1 TRANSTORNO DE ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO (TEPT) .............................................................................. 33
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 34
SAÚDE MENTAL E TRABALHO
PROF.A CRISTIANE LOPES CARNEIRO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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INTRODUÇÃO
Ao levarmos em consideração a de� nição de saúde pela OMS como um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social (e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade), 
� ca impossível dissociar a saúde física da mental. É fato que essas condições interagem e se 
in� uenciam mutuamente.
Para Dejours (1994 apud LANCMAN; UCHIDA, 2003), a psicopatologia tradicional 
concentra-se, exclusivamente, no diagnóstico das doenças mentais,dos transtornos mentais 
orgânicos, da esquizofrenia, dos transtornos do humor e dos inúmeros transtornos de 
personalidade.
Diante da globalização atual, os modos de produção competitivos exercem pressão 
contante a muitos trabalhadores. E cada indivíduo reage de forma diferente às pressões, mantendo 
ou não sua saúde mental dentro de um campo dito de normalidade.
De fato, a organização do trabalho não cria doenças mentais especí� cas. No entanto, 
a saúde mental pressionada pela organização do trabalho tem provavelmente um efeito que 
favorece as descompensações psiconeuróticas (DEJOURS, 1994 apud LANCMAN; UCHIDA, 
2003).
Nesta unidade, vamos estudar mais a fundo algumas interações entre as condições 
orgânicas e mentais e a saúde dos trabalhadores.
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1. SAÚDE MENTAL E TRABALHO
A signi� cação do trabalho vem sendo transformada no decorrer dos séculos, mas é 
indiscutível seu papel caracterizador na vida do homem. A palavra trabalho deriva do Latim 
tripalium, um instrumento de tortura, e, por muito tempo, a signi� cação de trabalho se restringiu 
a tarefas realizadas pelos escravos e, mais tarde, pelos mais pobres.
Com a Revolução Industrial, tivemos uma intensa discussão da signi� cação do trabalho 
e da forma como ele integra a identi� cação do homem.
Como já vimos, o trabalho está tão presente na construção de nossa identidade, que o 
citamos o tempo todo para nos apresentar, para visitar lugares, para conversar. O trabalho é, 
portanto, importante para o bem-estar e saúde mental, possibilitando identidade pessoal e social, 
segurança � nanceira e oportunidade de contribuir com a comunidade. Por outro lado, o atual 
ambiente do trabalho é cada vez mais exigente, com sua competitividade global e cobranças de 
metas cada vez mais sôfregas.
1.1 Ergonomia, Transtornos Mentais e Trabalho
No início desta disciplina, estudamos que a ABERGO de� ne ergonomia como a disciplina 
cientí� ca preocupada com a compreensão das interações entre humanos e outros elementos de 
um sistema. Portanto, de� ne o ergonomista como o pro� ssional que aplica teoria, princípios, 
dados e métodos para projetar a � m de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral do 
sistema.
Compreendemos que a ergonomia engloba aspectos físicos (referentes ao funcionamento 
orgânico do ser humano), organizacionais (estímulos externos na empresa) e cognitivos (relação 
mental e emocional entre o trabalhador e o trabalho).
Relembramos essa introdução sobre ergonomia para melhor entendimento dos aspectos 
com que trabalharemos nesta Unidade 3, ao abordarmos o adoecimento mental no trabalho. 
De certa forma, a ergonomia cognitiva se propõe a avaliar e intervir nas questões que podem 
in� uenciar a saúde mental dos trabalhadores, tendo como objetivo a busca de medidas para 
diminuição dos fatores de estresse no ambiente de trabalho.
Entre os transtornos mentais listados pela Portaria/MS n° 1.339/1999, estão a demência, 
o delirium, o transtorno cognitivo leve, o transtorno orgânico de personalidade, o alcoolismo 
crônico, o episódio depressivo, o transtorno de estresse pós-traumático, a síndrome da fadiga, a 
neurose pro� ssional e a síndrome do esgotamento pro� ssional (burnout). Grande parte desses 
transtornos mentais (como a demência, delirium, transtorno cognitivo leve e transtorno orgânico 
de personalidade) pode estar ligada à exposição do trabalhador a algumas substâncias químicas. 
Nesta unidade, estudaremos o adoecimento diante de aspectos ergonômicos organizacionais e 
cognitivos.
A competitividade no mercado de trabalho e o medo do desemprego podem levar o 
Assista ao vídeo sobre a relação do trabalho com a saúde mental, 
disponível em https://youtu.be/_x5hZrZCBtU.
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trabalhador a submeter-se a baixos salários por cargas horárias excessivas, acúmulo de funções, 
horas-extras e, até mesmo, assédio moral na busca do cumprimento de metas da empresa. Tudo 
isso contribui, e muito, para o surgimento de sintomas ansiosos e depressivos nos trabalhadores. 
Também é fato que, para lidar com o estresse, os trabalhadores podem recorrer ao abuso de 
álcool e outras drogas. 
De acordo com a psicodinâmica do trabalho, a organização da atividade laborativa é fator 
gerador de angústia e adoecimento mental. Para Dejours (1992 apud LANCMAN; UCHIDA, 
2003), as condições de trabalho têm como alvo o corpo, enquanto que a organização do trabalho 
atinge o funcionamento psíquico. Dessa forma, a organização do trabalho pode apresentar-
se como fator de fragilização mental dos indivíduos, o que torna as organizações como parte 
responsável pela saúde mental de seus integrantes. Essa corrente de estudo propõe a escuta atenta 
à fala dos trabalhadores na busca de uma solução para um problema laboral, pensada por todos. 
Busca-se a compreensão das vivências dos trabalhadores e o signi� cado que o trabalho traz 
consigo no processo saúde/doença.
Os fatores estressores presentes no ambiente de trabalho podem ter natureza na organização 
e divisão do trabalho ou mesmo nos con� itos interpessoais. Quando o trabalhador não consegue 
estabelecer uma interação saudável em seu ambiente de trabalho, há uma sobrecarga emocional 
que di� culta o enfrentamento das situações de estresse laboral. Dentre os fatores organizacionais, 
podemos citar como exemplo a falta de controle sobre o trabalho, o distanciamento hierárquico, 
as metas, as normas e os ritmos de trabalho.
O trabalho saudável deve possibilitar crescimento pessoal e pro� ssional, conhecimento 
e reconhecimento. O trabalhador adoecido vê o trabalho como algo negativo, que desencadeia 
sintomas ansiosos.
2. TRABALHO NOTURNO
Temos observado que a preocupação com a relação do homem e o trabalho teve seu 
estopim com a Revolução Industrial, no pós-guerra. O trabalho noturno surgiu muito antes, mas 
a preocupação com seus efeitos da saúde do trabalhador é bastante relevante e atual. Nos grandes 
centros urbanos, é cada vez mais comum serviços funcionarem por 24 horas ininterruptas. O 
trabalho noturno pode interferir no equilíbrio biológico, nos hábitos alimentares e de sono, na 
perda de atenção, no acúmulo de erros, no estado de ânimo e nas vidas familiar e social.
Com o trabalho noturno, o trabalhador realiza atividades no momento em que o 
organismo se prepararia para o descanso, desordenando o ritmo circadiano. Entendemos por 
ritmo circadiano o mecanismo pelo qual nosso organismo regula-se entre o dia e a noite. A partir 
dele, nossos processos � siológicos são comandados para que nosso corpo consiga acordar, sentir 
fome, estar ativo, � car com sono, e assim por diante. Eles são controlados por sincronizadores 
externos, como a luz solar, a alimentação, entre outros, mas também persistem sem essas pistas 
ambientais, o que os caracteriza como ritmos gerados endogenamente. 
Quando dormimos, hormônios como a serotonina, hormônios da saciedade e antiestresse 
A satisfação profi ssional proporciona a ideia de bem-estar e prazer com a atividade 
laboral. Sempre que possível, o trabalhador precisa procurar atividades que o 
satisfaçam e tenham signifi cado para si, mantendo sua qualidade física e mental. 
Mas sabemos que isso, infelizmente, é privilégio de poucos.
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são produzidos por glândulas que compõem o sistema endócrino e liberados em nossa corrente 
sanguínea. Sendo assim, a restrição do sono pode trazer prejuízos à saúde física e/ou mental, 
interferindo na memória, na capacidade lógica e no raciocínio, causando ansiedade e aumentando 
as chances de depressão, doenças cardiovasculares, diabetes, ganho de peso, fadiga e cansaço.
O trabalho noturno pode aumentar o risco de acidentes dentro e fora do ambiente de 
trabalho. Fatores circadianos contribuem para esse cenário, pois o desempenho humano se 
correlaciona diretamente com a temperatura central. Assim,durante a madrugada, a temperatura 
central encontra-se em seu nadir (menor valor encontrado durante o dia) e, consequentemente, 
o desempenho encontra-se reduzido (maior tempo de reação, pior percepção do ambiente e pior 
capacidade de tomar decisões), aumentando, assim, o risco de acidentes.
Os fatores responsáveis pelos problemas vivenciados por trabalhadores podem ser 
agrupados em:
- Fatores comportamentais: alterações comportamentais como padrão de sono, 
exposição à luz, padrões alimentares e nível de atividade física. O sono prejudicado reduz 
a secreção de melatonina, hormônio responsável por variadas funções no organismo e, 
dentre elas, a função imunológica (MARTINO; CIPOLA NETO, 1999). 
- Estresse psicossocial: trabalhar em horários divergentes do convívio familiar e social 
pode gerar desequilíbrio entre o trabalho e as demandas da vida pessoal.
- Mecanismos � siológicos: a alteração de horários de alimentação, padrão de sono e 
exposição à luz altera a secreção de hormônios regulatórios do organismo, como, por 
exemplo, testosterona, hormônio do crescimento, melatonina, cortisol, insulina e 
prolactina. 
Diante dos riscos à saúde oferecidos pelo trabalho noturno e da importância desse 
trabalho na atual organização da sociedade, ressalte-se a importância de avaliações regulares 
da saúde dos trabalhadores noturnos. É importante que esses trabalhadores tenham descanso 
de qualidade. Para fazer isso durante o dia, é ideal um ambiente semelhante ao noturno, com 
temperatura abaixo do ambiente e um lugar escuro e sem ruídos. 
3. ESTRESSE E TRABALHO
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o estresse do trabalho 
é um conjunto de fenômenos que se apresentam no organismo do trabalhador e que, por esse 
motivo, pode afetar sua saúde. Os principais fatores geradores de estresse presentes no meio 
ambiente de trabalho envolvem os aspectos da organização, administração e sistema de trabalho 
e da qualidade das relações humanas. 
Como vimos, a ergonomia estuda fatores físicos, cognitivos e organizacionais, na busca 
do conforto e produtividade do trabalhador e da rentabilidade da empresa, claro. Esta disciplina 
tem como objetivo desenvolver e aplicar técnicas de adaptação das pessoas ao seu trabalho e 
formas e� cientes e seguras de o desenvolver. As fontes do estresse ocupacional apresentam ligação 
intrínseca com fatores organizacionais e humanos.
A evolução do estresse divide-se em três fases:
- Alerta: surge assim que o indivíduo entra em contato com o agente estressor. Nesse 
momento, o indivíduo pode apresentar boca seca, dor no estômago, tensão muscular, 
aumento dos batimentos cardíacos, agitação, entre outros sintomas.
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- Resistência: aparece após a fase de alerta, e o corpo tenta voltar ao seu estado de 
equilíbrio. Nesse momento, o organismo pode se adaptar ao problema ou eliminá-lo. 
Como sintomas desta fase, podemos destacar um mal-estar generalizado, desgaste físico, 
alterações de apetite, emoção a� orada, irritabilidade e diminuição da libido.
- Exaustão: ocorre como consequência de um fracasso na fase de resistência, havendo o 
comprometimento físico do indivíduo em forma de adoecimento. Ele pode apresentar 
insônia, hipertensão arterial, alteração nos batimentos cardíacos, tonturas frequentes, 
di� culdades sexuais, diarreias frequentes, alterações de humor, apatia, di� culdade para 
trabalhar, queda na produtividade, entre outros sintomas.
O estresse excessivo pode levar o indivíduo ao absenteísmo, atrasos, desempenho 
insatisfatório, queda da produtividade e problemas de relacionamento. Vale lembrar que o 
estresse pode apresentar sintomas psicológicos e físicos. 
A sintomatologia pode gerar afastamento do trabalho, mas ainda é bastante difícil sua 
correlação com o ambiente de trabalho. Com a criação da metodologia denominada Nexo 
Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), em 2004, e publicação da Instrução Normativa 
n° 31, em setembro de 2008, houve redução de subnoti� cação e melhora no reconhecimento 
das doenças pro� ssionais, independentemente da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) 
pela empresa (TODESCHINI; LINO; MELO, 2011). Porém, a subnoti� cação ainda atrapalha a 
visibilidade da real amplitude dos casos de trabalhadores que adoecem no trabalho.
Como o estresse pode acarretar acometimentos da saúde física, muitas vezes o fator 
gerador � ca em segundo plano, sendo tratados apenas os sintomas. 
Temos a prevenção sempre como o foco principal da saúde, principalmente diante da 
di� culdade de caracterização do estresse como adoecimento pelo trabalho. A melhor divisão 
de tempo, a motivação no trabalho, atividades físicas e lazer são os grandes parceiros da saúde 
mental. Como investimento pessoal, é importante buscar a capacidade de organização e gestão 
e� ciente de seu tempo livre entre as demandas pro� ssionais e as domésticas e sociais. Ações da 
empresa que apontem para o conhecimento e objetivação do trabalho, para o reconhecimento 
dele, para a real integração do trabalhador à equipe e ao espaço e para a escuta das vozes das 
categorias de trabalhadores são bastante efetivas na prevenção de saúde mental.
Você sabia que há escalas para avaliar o estresse no trabalho? 
Você pode ler mais sobre isso lendo:
PASCHOAL, T.; TAMAYO, Á. Validação da escala de estresse no 
trabalho. Estudos de Psicologia, Natal, v. 9, n. 1, p. 45-52, 2004.
O material está disponível em https://www.scielo.br/j/epsic/a/
MRLmmQhyZQjWcN4DPffTBbq/?format=pdf&lang=pt.
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3.1 Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)
Trata-se de um transtorno psicológico mais comum após a experiência de um evento 
estressor traumático. Há um grande leque de eventos estressores traumáticos que podem 
desencadear o TEPT, como, por exemplo, sequestro, assalto à mão armada, desastres naturais 
ou causados pelo homem, acidentes automobilísticos graves, tortura, ataque sexual ou físico, 
acidentes de trabalho, entre outros. 
Os sintomas podem levar meses, ou anos, para aparecer. Eles costumam ser agrupados 
em três categorias:
- Intrusão: pensamentos recorrentes que remetem à lembrança do trauma, � ashbacks, 
pesadelos;
- Esquiva: fuga de situações, contatos e atividades que possam reavivar as lembranças 
dolorosas do trauma;
- Hiperexcitabilidade: taquicardia, sudorese, tonturas, dor de cabeça, distúrbios do sono, 
di� culdade de concentração, irritabilidade, hipervigilância.
A ocorrência de um agente estressor não signi� ca que a pessoa vai desenvolver o TEPT. 
Algumas pessoas são mais vulneráveis e predispostas. De acordo com o Manual de Diagnóstico 
dos Distúrbios Mentais (DSM-IV), os seguintes critérios diagnósticos devem estar presentes: a 
pessoa experienciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais eventos que envolveram 
morte, sério ferimento ou outra ameaça à integridade física, própria ou de outros, e cuja reação 
envolveu intenso medo, impotência ou horror. A partir disso, o indivíduo apresenta uma resposta 
sintomática envolvendo revivência contínua do evento traumático, evitação e entorpecimento 
e excitabilidade aumentada, sendo que a duração desses sintomas é superior a um mês e causa 
sofrimento clinicamente signi� cativo ou prejuízo em áreas importantes da vida do indivíduo.
O TEPT pode decorrer de situações de acidente de trabalho. As categorias pro� ssionais 
mais suscetíveis a desenvolvê-lo são bancários, policiais, enfermeiros e bombeiros, mas o 
transtorno pode ser desenvolvido por qualquer trabalhador.
Em nosso País, este transtorno ainda é pouco noti� cado, tanto pela falta de conhecimento 
da população quanto pela resistência à busca de tratamento frente aos sintomas (entre eles, a 
esquiva).
Estudamos aqui o TEPT com foco no mundo do trabalho, mas ele pode ocorrer em 
qualquer idade. Não subestime os sintomas do transtorno em crianças e idosos, 
sobretudo depois de teremvivenciado situações traumáticas.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho tem fundamental importância na saúde mental. Ele pode proporcionar 
identidade pessoal e social, segurança � nanceira e oportunidade de contribuir com a comunidade, 
mas também pode ser adoecedor. Cada indivíduo reage de forma diferente às pressões e 
organização do trabalho, mantendo sua saúde mental, ou não. 
O trabalho por si não cria doenças mentais especí� cas, mas a organização e as relações 
no trabalho podem favorecer as descompensações psiconeuróticas. Estabelecer a relação entre 
adoecimento mental e trabalho não consiste numa tarefa fácil.
Estudamos que o desequilíbrio pode ser gerado por fatores biológicos e ambientais, como 
a privação do sono de qualidade para alguns trabalhadores em turnos noturnos ou situações 
violentas caracterizadas como acidentes de trabalho. O desequilíbrio pode ser gerado por fatores 
organizacionais e de relacionamento, como em condições de trabalho estressantes ou com baixa 
valorização da equipe.
 O objetivo da ergonomia de aumentar o conforto, a saúde e a segurança do 
trabalhador durante suas atividades não se resume aos aspectos físicos e cognitivos, mas também 
se estende aos aspectos organizacionais, estudando e intervindo nas políticas organizacionais, 
nas divisões de trabalho, na comunicação, entre outros.
 Para diminuir o adoecimento mental dos trabalhadores, é necessário avaliar e 
repensar o ambiente de trabalho, buscando evitar situações estressantes e com baixo conhecimento 
e reconhecimento do trabalhador. Um local confortável ergonomicamente, que gere a diminuição 
de dores e tensões, se re� ete em trabalhadores com corpo e mente mais sadios. Um local com 
valorização e escuta dos pares se re� ete em trabalhadores mais felizes, saudáveis e produtivos. 
Toda essa intervenção ergonômica gera diminuição de adoecimentos e afastamentos 
do trabalho, melhorando não apenas o ambiente de trabalho e a produtividade, mas também a 
imagem de uma empresa, nacional e até mesmo internacionalmente.
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UNIDADE
04
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 36
1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO .............................................................................................................37
1.1 FERRAMENTAS AUXILIARES ............................................................................................................................. 39
1.1.1 EWA – ERGONOMIC WORKPLACE ANALYSIS ................................................................................................ 39
1.1.2 OCRA – OCCUPATIONAL REPETITIVE ACTIONS (AÇÕES OCUPACIONAIS REPETITIVAS) .......................41
1.1.3 PONTOS DE VERIFICAÇÃO ERGONÔMICA .................................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................ 43
ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
PROF.A CRISTIANE LOPES CARNEIRO
ENSINO A DISTÂNCIA
DISCIPLINA:
ERGONOMIA
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INTRODUÇÃO
Vimos que a ergonomia objetiva transformar o trabalho, buscando adaptá-lo às 
características do trabalhador, resultando em conforto e produtividade. Ela está presente no 
projeto de produtos, na arquitetura, nos procedimentos do meio de produção e na organização 
do trabalho. A ergonomia transformou a adaptação do homem ao trabalho ao seu inverso.
Na análise do trabalho, a ergonomia leva em consideração diversos elementos. A 
caracterização de determinada equipe de trabalho é um exemplo desses elementos. É preciso 
conhecer a equipe, as características dos trabalhadores, como se relacionam e como se dá a 
organização e divisão do trabalho. Outro elemento é o conhecimento das normas internas e 
externas do posto de trabalho. Também é preciso considerar o espaço de trabalho e sua localização 
geográ� ca, clima, acesso dos trabalhadores. A ergonomia também precisa conhecer a atividade/
trabalho, seus processos, objetivos e ferramentas, além do planejamento de produção da empresa. 
A análise ergonômica do trabalho baseia-se em:
Figura 1 - Análise ergonômica do trabalho. Fonte: A autora.
Ou seja, para a análise ergonômica do trabalho, a equipe deve contar com saberes de 
diversos pro� ssionais uma vez que uma única área de conhecimento di� cilmente cobriria todas 
as demandas. A análise deve ser realizada no local de trabalho, observando situações reais de 
trabalho, com pessoas, suas características, comportamentos reais, suas concepções de trabalho 
e propostas de soluções. A cooperação dos trabalhadores tem grande importância na análise 
ergonômica do trabalho.
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1. ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO
A Análise Ergonômica do Trabalho – AET – permite averiguar as atividades do trabalhador 
em seu local de trabalho, relacionar os impactos que as atividades podem oferecer aos funcionários 
em sua rotina de trabalho e propor alterações. Nessa análise, devem ser observados os riscos 
ergonômicos que equipamentos e mobiliários, posturas, ritmos de trabalho e ambiente podem 
ocasionar à saúde do trabalhador. A característica essencial da análise ergonômica do trabalho 
é examinar o que acontece na complexidade da realidade sem utilizar um modelo escolhido a 
priori (ABRAHÃO; PINHO, 2002).
Para compreendermos a AET, precisamos inicialmente diferenciar tarefa e atividade. 
Como tarefa, entendemos a descrição do que o trabalhador deve fazer e a forma como deve 
realizar. É o trabalho prescrito. Já a atividade é a forma como o trabalhador efetivamente executa 
seu trabalho, com suas características, preferências e estratégias para atingir o objetivo do trabalho.
Diante da situação de trabalho a ser analisada, a AET segue as etapas de análise, diagnóstico 
e implantação.
Figura 2 - Etapas da AET. Fonte: A autora.
Guérin et al. (2001 apud LIDA, 2019) desdobra a AET em 5 etapas, quais sejam:
• Análise da demanda: descrição do problema, que justi� ca a necessidade de uma ação 
ergonômica, podendo ter diversas origens, que pode ser por parte da organização da 
empresa ou mesmo por parte dos próprios trabalhadores. Essa análise procura entender 
a origem e a dimensão dos problemas encontrados. Exemplo: problemas de pele e 
queimaduras em setor de resfriamento em grá� ca.
• Análise da tarefa: vimos que tarefa é o conjunto de objetivos prescritos que o trabalhador 
deve cumprir. Corresponde a um planejamento do trabalho e pode estar contida em 
documentos formais, onde se descrevem os cargos. Esta etapa analisa aquilo que é descrito 
com o que realmente é executado. Exemplo: em uma grá� ca, os operadores devem utilizar 
um termômetro, indicador de temperatura, para regular a temperatura da água que passa 
pela máquina após resfriamento do chumbo fundido.
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• Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador na realização de uma 
tarefa; de forma resumida, se refere à maneira como o trabalhador procede para alcançar 
os objetivos que lhe foram atribuídos. Exemplo: na prática, os operadores utilizam o 
dedo como medidor para regular a temperatura da água que passa pela máquina após 
resfriamento do chumbo fundido. 
• Diagnóstico: procura descobrir as causas que provocam os problemas descritos na 
demanda. Descreve os fatores que podem estar relacionados à empresa e que in� uem 
na atividade de trabalho. Exemplo: se o termômetro que seria utilizado para regular a 
temperatura da água que passa pela máquina após resfriamento do chumbo fundido está 
em local de difícil acesso e alcance.
• Recomendações: as providênciasque deverão ser tomadas para resolver os problemas 
diagnosticados, sendo elas claramente especí� cas e descrevendo todas as etapas 
necessárias para resolver o problema. Exemplo: cada operador carregará (no bolso, no 
chaveiro, no crachá) um termômetro portátil para medição da temperatura.
Veronesi (2008) complementa que a utilização do método de análise ergonômica do 
trabalho deve levar em consideração fatores ocultos relacionados à organização do trabalho no 
mundo globalizado, como o número de horas-extras realizadas por trabalhador a cada mês, o 
número de produção efetiva em cada hora-extra, o quadro de produção ao longo do mês (quanto 
produziu e quanto estava programado para produzir), o número de afastamentos e de acidentados, 
a existência de revezamentos e pausas, as características econômicas da região, entre outros.
Dentro da análise ergonômica, há diferentes formas de observação:
- Cursiva: observar a atividade, segundo a segundo, durante um intervalo de tempo 
estabelecido para estabelecer o curso da atividade, identifi car a distribuição da 
mesma durante a jornada de trabalho e quantifi car as ações.
- Participativa: observar o trabalhador realizando a tarefa e questionando sobre 
“o que”, “de que forma”, “para que”, a fi m de compreender a atividade, redefi nir a 
demanda e qualifi car dados quantitativos.
- Não participativa: observar a atividade em função de variáveis defi nidas, 
sem intervenção do observador, para estabelecer dados quantitativos, obter 
informações precisas em atividades de curta duração e formular as questões para 
investigação.
- Pensar em voz alta: solicitar ao trabalhador que realize a atividade verbalizando 
pensamentos e ações a fi m de verifi car suas estratégias operatórias e qualifi car 
dados quantitativos.
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Para compor uma AET, é possível utilizar vários instrumentos e procedimentos, tais 
como analisar documentos, entrevistas, aplicações de questionários abertos (com objetivo de 
coletar dados qualitativos), questionários fechados (com objetivo de coletar dados quantitativos), 
observações livres e medidas ambientais. As observações podem ser auxiliadas com planilhas, 
gravadores, câmeras, croquis, entre outros.
1.1 Ferramentas Auxiliares
Há um rol extenso de instrumentos para complementação da Análise Ergonômica do 
Trabalho. Algumas delas são usadas em situações bastante especí� cas, como, por exemplo, 
a repetitividade de um movimento ou a disposição de ferramentas em uma área de trabalho. 
Veremos a seguir as mais conhecidas no Brasil.
1.1.1 EWA – Ergonomic Workplace Analysis
Desenvolvida por Ahonem et al. (1989), se destaca pela importância histórica, no 
contexto de análise ergonômica do local de trabalho, caracterizada por abordagens subjetivas 
e objetivas. Corresponde à aplicação de um protocolo que avalia o local de trabalho por meio 
de uma abordagem ampla, que possibilita diferentes enfoques, seja de forma geral, enfocando o 
ambiente como um todo, seja de forma pontual, como o mobiliário, de maneira a não somente 
caracterizar � sicamente o local de trabalho, mas também a percepção do usuário e do avaliador 
em relação ao processo de trabalho (BORMIO et al., 2011).
O protocolo teve sua tradução autorizada para o português sob a coordenação do 
Professor Dr. João Alberto Camarotto, através do Grupo Ergo & Ação, da Universidade Federal 
de São Carlos, tornando-se o manual mais usual e difundido no Brasil.
 A EWA é utilizada para a realização de análise ergonômica detalhada do local de trabalho 
por meio de itens que enfocam aspectos da � siologia do trabalho, biomecânica ocupacional, 
aspectos psicológicos e higiene ocupacional em um modelo participativo com a organização do 
trabalho. O método é composto pela coleta de informações através de questionários tipo check-
list e da observação sistemática do posto de trabalho.
O preenchimento do protocolo ocorre em três etapas, quais sejam:
- Avaliação do usuário: desenvolve-se por meio de entrevista. As perguntas enfocam 
as percepções que o usuário tem em relação ao local de trabalho, devendo elas serem 
respondidas mediante uma análise subjetiva, expressas por uma classi� cação variável de 
bom ++; regular +; ruim -; muito ruim --.
- Medições técnicas e registros fotográ� cos: as medições referentes aos fatores físico-
ambientais deverão ser feitas pelo avaliador, utilizando-se de aparelhos adequados que 
O artigo “O trabalho dos agentes de trânsito do município de São 
Paulo: uma análise ergonômica” ilustra a utilização desse tipo de 
análise pela Terapia Ocupacional. 
Leia-o em https://www.revistas.usp.br/rto/article/view/13964.
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devem estar devidamente calibrados e certi� cados por órgão responsável. Os valores 
obtidos deverão ser devidamente anotados no campo preestabelecido no protocolo. 
Durante esta etapa, registra-se, por meio de fotogra� as ou desenhos, o usuário utilizando 
o local, no contexto geral e pontual.
- Análises do avaliador: essas análises deverão ser desenvolvidas de maneira objetiva e 
consistem nas percepções que o avaliador possui em relação aos usuários desenvolvendo 
suas atividades, confrontando os valores resultantes das medições técnicas com os 
valores indicados pelas normas brasileiras, objetivando, assim, determinar o desvio 
entre as condições de trabalho constatadas no ambiente em relação às recomendações da 
literatura. Para tanto, obedece-se a uma escala cujos índices de classi� cação variam de 1 
a 5, sendo: 1 – ideal; 2 – bom; 3 – regular; 4 – ruim; 5 – péssimo. 
O protocolo completo permite que o avaliador possa selecionar a tarefa ou local de 
trabalho e selecionar os pontos do manual a serem aplicados. O manual dispõe de roteiros de 
análise de postos e tarefas, possibilitando a observação de áreas de trabalho (área horizontal, 
alturas de trabalho, espaço para as pernas, assento, ferramentas manuais e outros equipamentos e 
utensílios), atividades físicas, levantamento de cargas, posturas de trabalho e movimentos, riscos 
de acidente, conteúdo do trabalho, restrições no trabalho, comunicação entre trabalhadores e 
contatos pessoais, tomada de decisão, repetitividade do trabalho, atenção, iluminação, ambiente 
térmico e ruído. Algumas análises podem requerer o conhecimento e uso de aparelhos de 
medição. O uso do EWA demanda treinamento e experiência.
Para � ns de ilustração, disponibilizaremos aqui algumas imagens do manual para melhor 
entendimento de sua aplicação e análise.
Figura 3 - Roteiro de análise – atividade física. Fonte: UFSCar (2023).
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Figura 4 - Roteiro de análise – tomada de decisão. Fonte: USFCar (2023).
1.1.2 OCRA – Occupational Repetitive Actions (Ações Ocupacionais Repetitivas)
A ferramenta avalia e quanti� ca os fatores de riscos presentes na atividade de trabalho e 
estabelece, através de um modelo de cálculo, um índice de exposição a partir do confronto entre 
as variáveis encontradas na realidade de trabalho e aquilo que a ferramenta preconiza como 
recomendável naquele mesmo ambiente de trabalho (COLOMBINI et al., 2006). 
Trata-se de uma ferramenta bastante especí� ca, em que os fatores de risco quanti� cados 
são: tempo de duração do trabalho, frequência de ações técnicas executadas, força empregada pelo 
operador, posturas inadequadas dos membros superiores, repetitividade, carência de períodos 
de recuperação � siológica, além de fatores complementares, tais como: temperaturas extremas, 
vibração, uso de luvas, compressões mecânicas, emprego de movimentos bruscos, precisão no 
posicionamento dos objetos e natureza da pega dos objetos a serem manuseados. 
O método OCRA é destinado à avaliação do risco de lesões dos membros superiores em 
situações de trabalho repetitivo. É importante ressaltar que um trabalho é considerado repetitivo 
quando seu ciclo é menor do que30 segundos e quando 50% da jornada laboral são ocupados 
com apenas um conjunto de movimentos.
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As informações e medidas dos fatores de risco são inseridas em uma tabela que calcula se 
há risco de o trabalhador desenvolver lesões em membros superiores e qual a intensidade desse 
risco (leve, moderado ou alto).
Por tratar-se de um método bastante especí� co, composto de programa com check-list
para registro de medições e cálculos, o uso de OCRA demanda liberação através de curso. 
1.1.3 Pontos de verificação ergonômica
Este manual foi publicado pelo International Labour O� ce e traduzido pela 
FUNDACENTRO. Foi desenvolvido com o intuito de preencher lacunas referentes a ações práticas 
que podem ser desenvolvidas nos locais de trabalho da maioria das pessoas, para resolução de 
problemas ergonômicos por meio de soluções práticas e de baixo custo (FUNDACENTRO, 2018).
Seu objetivo é projetar e usar uma lista de veri� cação localmente adaptada, composta de 
pontos de veri� cação selecionados. Tal lista de veri� cação pode ser uma ferramenta poderosa 
para a melhoria e avaliação ergonômica das condições de trabalho existentes.
O material é composto por um check-list de 132 pontos de veri� cação ergonômica e 
descreve e ilustra cada um desses itens, bem como orienta a aplicação dos pontos de veri� cação 
ergonômica e auxilia na construção de listas de veri� cações úteis, localmente adaptadas. 
A título de ilustração, assista ao vídeo disponibilizado no link 
a seguir para observar o uso de OCRA check-list: https://youtu.
be/0JvZtRCaXyw.
O manual pode ser baixado gratuitamente no site da Fundacentro, 
por meio do link https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/
pt-br/composicao/orgaos-especifi cos/secretaria-de-trabalho/
inspecao/escola/e-bibl ioteca/pontos-de-verif icacao-
ergonomica-livro-da-fundacentro.pdf/view.
Cabe à equipe responsável pela elaboração da AET a proposta de adaptações 
no trabalho que gerou a queixa inicial, visando à prevenção de riscos ou 
compreensão dos adoecimentos dos trabalhadores ou mesmo melhora na 
produção. O investimento da empresa na análise e solução deve sempre levar 
em consideração o custo/benefício. Alguma vezes, simples adaptações podem 
ser aplicadas, não precisando necessariamente que a equipe busque sempre as 
soluções tecnológicas da moda.
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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, aprendemos que a forma como o trabalhador executa seu trabalho pode 
divergir da prescrição do mesmo. Isso ocorre porque os indivíduos colocam em prática suas 
preferências e estratégias para atingir o objetivo do trabalho. A análise ergonômica do trabalho 
busca compreender as estratégias utilizadas pelos trabalhadores a � m de melhorar suas condições 
de trabalho e prevenir riscos de acidentes e adoecimentos pelo trabalho.
A análise ergonômica do trabalho baseia-se na interdisciplinaridade, uma vez que 
di� cilmente um único pro� ssional pode abranger todos os saberes envolvidos naquele dado 
processo de trabalho, suprindo, dessa forma, todas as demandas da análise. É importante que sejam 
observadas as situações reais de trabalho e a escuta dos trabalhadores, com suas signi� cações, 
processo e propostas de soluções. Tudo isso é de extrema importância para uma e� ciente análise 
ergonômica do trabalho.
Diante de uma problemática do trabalho, a AET busca analisar essa demanda, levantar 
um diagnóstico e propor a solução. O ciclo é retomado até que a situação de trabalho esteja 
resolvida, proporcionando atividade de trabalho produtiva, com diminuição ou ausência de risco 
ao trabalhador.
Essa análise pode dispor de diversos recursos, como observação, vídeos, entrevista ou 
questionários para realizar a análise da demanda, da tarefa e da atividade e propor o diagnóstico 
e recomendações. O uso de ferramentas e métodos para a AET não é obrigatório, mas, em 
muitas situações, pode ajudar no diagnóstico. Ressalte-se ainda que o diagnóstico baseado em 
ferramentas mundialmente conhecidas pode colaborar para a aceitação de recomendações de 
alteração de postos e organizações de trabalho, uma vez que elas podem gerar certo ônus inicial 
para a empresa.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
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da Ergonomia. Estudos de Psicologia, Natal, v. 7, 2002.
BORMIO, M. F. et al. Consultório Odontológico: uma AET utilizando-se da EWA. Revista 
Cientí� ca de Design I, Londrina, v. 2, n. 1, 2011.
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document. In: KARWOWSKI, W. (ed.). International Encyclopedia of Ergonomics and Human 
Factors. 2. ed. London: Taylor and Francis, 2006. v. 3.
DENGO, D. Antropometria e ergonomia - importância e aplicabilidade. In: Soluções 
Ergonômicas. 2021. Disponível em: https://solucoesergonomicas.com.br/antropometria-e-
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DRUMOND, V. A. T. D. O Princípio da Integração do Trabalhador na Empresa no Sistema 
Jurídico-Constitucional Brasileiro. Belo Horizonte: PUC-MG, 2002.
FUNDACENTRO. Pontos de veri� cação ergonômica: soluções práticas e de fácil aplicação para 
melhorar a segurança, a saúde e as condições de trabalho. 2. ed. São Paulo: Fundacentro, 2018. 
v. 2.
GRANDJEAN, E. Handbook of human factors. New York: John Wiley & Sons, 1987.
LANCMAN, S.; UCHIDA, S. Trabalho e subjetividade: o olhar da psicodinâmica do trabalho. 
Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, [s. l.], v. 6, 2003.
LIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Blucher, 2019.
MARTINO, M. M. F.; CIPOLA NETO, J. Repercussões do ciclo vigília-sono e o trabalho em 
turnos de enfermeiras. Revista Ciências Médicas de Campinas, São Paulo, p.81-84, 1999.
NORMA REGULAMENTADORA Nº 5 (NR-5). Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. 
Brasília, DF: Ministério do Trabalho e da Previdência, [2022].
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com.br/� lmes/um-senhor-estagiario/. Acesso em: 25 abr. 2023.
SANTOS, N. et al. Antropotecnologia: a ergonomia dos sistemas de produção. Curitiba: Genesis, 
1997.
TODESCHINI, R.; LINO, D.; MELO, L. E. A. O Ministério da Previdência Social e a 
institucionalidade no campo da Saúde do Trabalhador. In: CHAGAS, A. M. R.; 
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institucionais, sistemas de informação e indicadores. Brasília: Ipea, 2011.
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ENSINO A DISTÂNCIA
REFERÊNCIAS
UFSCar - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS. Análise ergonômica do posto de 
trabalho. São Carlos: Grupo Ergo&Ação, 2023. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/
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Acesso em: 26 abr. 2023.
UNICAMP - UNIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Em direção a uma universidade 
saudável: Manual sobre Ergonomia. Campinas. 2001a. 
UNICAMP - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Manual sobre Ergonomia. 
Campinas: SESMT-UNICAMP, 2001b.
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VIDAL, M. C. Introdução à ergonomia. Rio de Janeiro: Fundação Coppetec – Grupo de 
Ergonomia e Novas Tecnologias Parceria, 2000.

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