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FISIOPATOLOGIA DOS SISTEMAS HEMATOPOIETICO, NEUROLOCOMOTOR, GENITOURINÁRIO E DIGESTÓRIO Tétano M. V. David Augusto Fantini Clostridioses grupo de infecções e intoxicações causadas por bactérias anaeróbias do gênero Clostridium altamente letais Formadores de esporos – forma de resistência podem se manter infectantes no solo por longos períodos (40 anos) Muitos organismos deste grupo presentes no trato intestinal Tétano Lockjaw Agente: Clostridium tetani Histórico: 1884: Carle & Ratone: inoculação de material infectado em coelhos 1885: Nicolaier: inoculação de terra em cobaias – reprodução da doença 1887: Kitasato: Caldo sem a presença do agente causava a doença 1890: Faber: Toxina tetânica 1892: Von Behring & Kitasato: Imunização Distribuição Mundial Ao redor de 100 espécies de Clostrium sp distribuídas em áreas geográficas distintas constituintes da microbiota intestinal dos animais e humanos algumas espécies podem causar enfermidades nos animais, ocasionando grandes prejuízos econômicos Epidemiologia Bactéria encontrada no solo e fezes de animais domésticos Causas: animais submetidos a processos invasivos Principalmente castração e parto Remoção de cauda Corte de orelhas Queimaduras feridas perfurantes (principalmente na sola do casco) – não cresce em tecidos saudáveis Susceptiveis: Equinos (mais susceptíveis), bovinos, ovinos, suinos Agente Agente: Clostridium tetani Bastonete gram positivo Anaeróbio estrito Esporos esféricos terminais – forma de raquete Esporos altamente resistentes – destruição a 121ºC por 15 min Móveis – flagelos peritriquios 10 sorotipos Produtor de toxinas Tetanospasmina: Neurotoxina Tetanolisina: Hemolisina Toxina de ação periférica não espasmogênica Patogenia Germinação e surgimento da forma vegetativa e produção da toxina - anaerobiose feridas tecidos desvitalizados ou necróticos Toxina liberada no ferimento acesso aos terminais dos neurônios motores periféricos, levada até o sistema nervoso central,tronco encefálico e medula espinhal estruturas de sobrevivência podem permanecer viáveis por séculos resistentes ao calor, desidratação, radiação e mudanças de pH. Em anaerobiose: germinação e produção de toxinas Toxinas Tetanospasmina: Neurotoxina Manifestações clinicas Ação nos neurônios do SNC Temperatura ótima para ação: 25-40°C Foto-sensível Tetanolisina: Hemolisina Causa Necrose focal Cria condições favoráveis para o crescimento de microrganismos Hemolitica Toxina de ação periférica não espasmogênica Ação paralitica periférica Tetanospasmina toxina liberada no ferimento acesso aos terminais dos neurônios motores periféricos Caminha pelo axônio, sendo levada até o sistema nervoso central, tronco encefálico e medula espinhal. bloqueia a liberação de glicina e de ácido gama-amino-butírico (GABA), neurotransmissores inibitórios (GABA) incremento da taxa de disparo, em repouso, dos neurônios motores Tetanospamina – mecanismo de ação Tetanospamina – mecanismo de ação Características Tétano ascendente Somente os troncos nervosos próximos ao sítio toxigênico recebem toxina suficiente para produzir os sintomas Animais menos susceptíveis - cães e gatos. Tétano descendente A toxina se dissemina para áreas distantes do sítio toxigênico A toxina adentra o SNC tétano generalizado, Animais mais susceptíveis - humanos e equinos Sinais Quatro formas: Super-aguda Aguda Sub-aguda Crônica forma de evolução depende de: resistência natural do hospedeiro característica da cepa envolvida (pode ser má produtora de toxina ou a produção de toxina pode ser lenta) Sinais Super-Aguda: Convulsões tônica Hiperexcitabilidade Morte em 1 a 2 dias Sinais Aguda: Forma mais frequente Duração de 5 a 7 dias Contração muscular Protrusão de membrana nictante Orelhas em pé Mandíbula cerrada Posição em cavalete Cauda em bandeira Sudorese Não há febre ou perda de consciência Óbito por parada respiratória Sinais Sub-Aguda Duração de 7 a 14 dias Sintomas iguais ao do agudo com intervalos maiores entre os espasmos Crônico: Duração de 21 dias Contrações de grupos musculares sem generalização Diagnóstico Diagnóstico: Clínico: Sintomas inespecíficos Não fecha diagnóstico Terapêutico Administração de soro hiperimune Laboratorial: ANAMNESE X EXAME FISICO Diagnóstico Diagnóstico: Laboratorial – definitivo mas geralmente não realizado Exame direto do material de lesão Decalque da lesão e coloração de GRAM Isolamento e identificação no material de lesão: Com inoculação em meio de anaerobiose Inoculação em camundongos ANAMNESE X EXAME FISICO Diagnóstico Diagnostico diferencial: Raiva Intoxicação por estricnina Meningite Epilepsia Eclâmpsia Polioencefalomalacia Encefalopatia Espongiforme Hipomagnesemia Tratamento Tratamento: Eliminar as formas vegetativas no local da lesão Debridação Antibióticos: penicilina, metronidazol, cloranfenicol ou tetraciclina Neutralização da toxina: Soro hiperimune ou antitoxina Indução do relaxamento muscular: Clorpromazina Cuidados gerais: Uso de tranquilizantes Excluir estímulos externos Alimentação parenteral Timpanismo Controle Desinfecção adequada de instrumentos cirúrgicos Correta tricotomia e antissepsia dos pelos nas intervenções cirúrgicas Aplicação de soro antitenânico antes de cirurgia de equinos Equinos: imunização 3 doses (6 meses, 7 meses e 12 meses) A cada 5 anos Vacinação de égua durante a gestação (10° mês) Potro imunizado por 10 semanas