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ARA0332 - NEUROANATOMOFISIOLOGIA COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO DO SISTEMA NERVOSO Macapá-Ap 1ª Semana do Desenvolvimento Embrionário O estudo do desenvolvimento embrionário é realizado em uma escala de tempo dividida a cada sete dias consecutivos e ininterruptos, formando portanto cada semana de desenvolvimento desde a fertilização. Após a fertilização, estuda-se o seu desenvolvimento baseando-se em três grandes eventos gerais: Proliferação Celular Diferenciação celular Organização celular Para formar novas células através de divisões mitóticas Quando as células embrionárias se especializam geneticamente para realizar funções específicas e diferentes umas das outras Com interação entre células semelhantes, formando tecidos e órgãos DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO As três camadas germinativas formadas durante a gastrulação, dão origem aos primórdios de todos os tecidos e órgãos. O sistema nervoso é formado pelo espessamento do folheto externo do embrião, o ectoderma, a partir do 20° dia de gestação. Esse espessamento ocorre na porção de ectoderma localizada acima da notocorda, em consequência da ação indutora dessa estrutura sobre o folheto, levando à formação da placa neural. Durante o desenvolvimento, as margens laterais da placa neural se elevam e formam as pregas neurais e entre elas forma-se o sulco neural, que logo é recoberto pelo ectoderma indiferenciado das extremidades, formando uma estrutura cilíndrica e fechada: o tubo neural. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO Além dessa formação, nos locais de encontro do ectoderma não diferenciado com o diferenciado há formação da crista neural. As duas estruturas finalmente darão origem aos dois componentes do Sistema Nervoso • Sistema Nervoso Central (SNC), oriundo do tubo neural. • Sistema Nervoso Periférico (SNP), oriundo da crista neural. A neurulação é o evento-chave no desenvolvimento do sistema nervoso. Ele acontece quando a medula espinhal primitiva (notocorda) envia um sinal aos tecidos que a recobre para que se torne mais espesso, formando a placa neural. Esta invagina-se criando assim o sulco neural. As pregas dentro dele funde-se e fecham para formar o tubo neural. Parte do tecido das pregas é bloqueado para originar a crista neural, futuro sistema nervoso periférico. Além dos neurônios sensitivos, localizados nos gânglios sensitivos do SNP, a crista neural fragmenta-se e origina os gânglios viscerais do Sistema Nervoso Autônomo (SNA), medula da glândula suprarrenal, melanócitos, células de Schwann, meninges dura-máter e aracnoide-máter. O desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso como um todo começa em 3 semanas, com a diferenciação celular que forma a placa neural ao longo do dorso do embrião; esta se amplia e sofre uma invaginação dando origem ao tubo neural, cujo a cavidade interna é cheia de liquido amniótico, que se tornará o encéfalo e a medula espinhal. O primeiro começa a se desenvolver em 4 semanas como um diminuto bulbo na extremidade superior do tubo neural; a segunda é formada pela parte inferior do tubo. As principais partes cerebrais - córtex incluído - são visíveis em 7 semanas a partir de então o cérebro começará a crescer e se desenvolver. Com 3 semanas: Nas primeiras semanas o tubo neural forma-se ao longo da parte posterior do embrião, a partir da qual três partes distintas serão criadas. Neste estagio olhos rudimentares e vesículas do ouvido começam a surgir. Telencéfalo e diencéfalo dão origem ao cérebro, e o primeiro cresce tanto que envolve o diencéfalo, originando a maior parte dos hemisférios cerebrais. O mesencéfalo origina no adulto a estrutura de mesmo nome, enquanto o metencéfalo da origem a ponte e ao cerebelo. Por fim, o mielencéfalo se transforma no bulbo. Embrião Adulto Telencéfalo Diencéfalo cérebro Mesencéfalo Mesencéfalo Metencéfalo Cerebelo Ponte Mielencéfalo Bulbo Tubo neural Medula espinhal Com 7 semanas: O embrião tem cerca de 2cm de comprimento e as circunvoluções, se tornarão o tronco encefálico, o cerebelo e o cérebro agora estão claramente visíveis. Os nervos cranianos e sensoriais também começam a se desenvolver. Com 11 semanas: O cérebro aumenta de tamanho, olhos e ouvidos amadurecem, movendo-se para as posições finais. A cabeça ainda é grande em relação ao restando do corpo, mas este em breve iniciará um surto de crescimento. O cérebro posterior (rombencéfalo) origina o cerebelo e o tronco encefálico. No nascimento: O cérebro continua a se desenvolver e as fissuras (sulcos) e saliências (giros) aumento em complexidade no nascimento, o bebê tem tantos neurônios quanto um adulto (100 bilhões), a maioria tendo sido formada até o sexto mês gestacional, embora eles ainda não estejam amadurecidos. O estabelecimento das transmissões sinápticas, a sinaptogênese, começa em torno do quinto mês de gestação. A maior parte dos axônios do SNC são mielinizados. A formação da bainha de mielina, ou mielogênese, ocorre de maneira ordenada, primeiro em algumas áreas, depois em outras, em um processo que se estende por muitos anos e mesmo décadas após o nascimento. Durante muito tempo, acreditava-se que as conexões nervosas eram formadas apenas ao longo do desenvolvimento intrauterino e da primeira infância e que a grande plasticidade observada nesta época não era mais encontrada no sistema nervoso maduro. Hoje, sabe que não é verdade, pois a plasticidade mesmo nos indivíduos idosos, e a interação com o meio ambiente e fundamental para formar e manter um grande numero de conexões entre células nervosas, não só na infância, mas durante a vida toda. CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS A exposição a substâncias teratogênicas como radiação, certos medicamentos, álcool, drogas, infecções congênitas podem afetar o desenvolvimento do sistema nervoso. As alterações são diferentes a depender do momento da gestação em que houve a exposição: Exposição no 1º trimestre de gestação afeta a proliferação neuronal. Pode levar à microencefalia, por exemplo. Exposição 2º ou 3º trimestre de gestação: afeta, sobretudo, a migração neuronal e a sinaptogênese, podendo cursar com atraso no neurodesenvolvimento, com deficiência mental. Distúrbios de migração neuronal produzem grupo de neurônios ectópicos que alteram a excitabilidade do local afetado. Há um potencial risco de desencadeamento de crises convulsivas nesta condição. Após o nascimento, a amamentação e alimentação são essenciais por garantirem substratos para a mielinização do sistema nervoso do bebê. Por isso, a desnutrição materna e/ou nos primeiros anos de vida da criança pode desencadear atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Defeitos do fechamento do tubo neural são graves e em geral ocorrem nas regiões dos neuroporos cranial ou caudal. Entre as alterações de fechamento da porção inferior, três condições são interessantes: a espinha bífida caracteriza-se por um mal fechamento com acometimento apenas da vértebra e normalmente assintomática. Quando há acometimento vertebral mais extenso, mas a medula está íntegra, chamamos de meningocele, que se apresenta como uma bolsa protrusa de líquor envolto pela dura-máter na região lombar. Quando há acometimento ósseo, da dura-máter e de tecido nervoso chamamos de meningomielocele, com risco de déficits neurológicos graves ainda que realizada a correção cirúrgica. Defeitos de fechamento do neuroporo cranial normalmente estão associados à exposição a substâncias teratogênicas. Podem causar anencefalia, condição normalmente fatal na qual o prosencéfalo não se desenvolve. Slide 1: ARA0332 - NEUROANATOMOFISIOLOGIA Slide 2: 1ª Semana do Desenvolvimento Embrionário Slide 3 Slide 4: EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15: CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS Slide 16 Slide 17 Slide 18