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TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS E 
SUA APLICABILIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA
Mareia Fortes Wagner 
Margareth da Silva Oliveira 
Vicente Caballo
INTRODUÇÃO
As investigações científicas no campo das habilidades sociais vêm originando a produção de um 
referencial teórico e prático cada vez mais consistente ao longo dos últimos anos. Os relacionamentos inter­
pessoais, aliados às distintas formas como se manifestam nas situações sociais, têm sido o foco de muitos 
pesquisadores, visto que indivíduos socialmente habilidosos promovem interações sociais mais satisfatórias, 
o que, consequentemente, pode auxiliar na prevenção ou redução de transtornos psicológicos.
O presente capítulo tem por objetivo trazer subsídios aos profissionais e estudantes de Psicologia e 
áreas afins sobre a temática das intervenções voltadas ao desenvolvimento das habilidades sociais, para que 
possam utilizar tal conhecimento na pesquisa e prática clínica. Além disso, propicia reflexão e compreensão 
de aspectos que podem ser aperfeiçoados para que se obtenha um melhor relacionamento interpessoal, tanto 
na esfera da vida pessoal quanto na profissional.
CONCEITUAÇÁO
O conceito de Habilidades Sociais (HS), ou comportamento socialmente habilidoso, pode ser definido 
como um conjunto de comportamentos de um indivíduo, ou seja, sentimentos, atitudes, desejos, opiniões 
ou direitos expressos de forma adequada à situação, com respeito aos demais, podendo resolver os problemas 
imediatos e minimizar os futuros (Caballo, 1998). Outra conceituação vincula a área das habilidades sociais a 
um universo mais amplo das relações interpessoais, voltando-se à assertividade, habilidades de comunicação, 
resolução de problemas, cooperação e outras provenientes dos rituais sociais (Del Prette & Del Prette, 1999).
Lucca (2009) se refere às habilidades sociais como comportamentos desejáveis que propiciam a 
interação com o outro, dentre os quais estão a verbalização, a expressão facial, a postura, o contato visual, 
gestos, aparência física, entre outras. Dessa forma, quando uma pessoa se comporta de maneira assertiva, 
facilita a solução de problemas interpessoais, aumenta a autoeficácia e a autoestima, melhora a qualidade de 
relacionamentos e promove tranquilidade (Falcone, 2002).
A literatura define assertividade como a habilidade de expressar pensamentos e sentimentos sem 
prejudicar os próprios direitos e preservando os direitos dos outros. Pode ser considerada o oposto da 
agressividade, pois a pessoa assertiva expressa o que sente de forma segura e tranquila, sem precisar agredir 
(Mestre, 2001). Já Oliveira (2002) refere que o aprendizado de novas habilidades interpessoais capacita
538 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental
os indivíduos com dificuldades para serem assertivos a defenderem seus direitos de forma mais efetiva e 
desenvolver habilidades de recusa e enfrentamento em situações aversivas, principalmente nas quais haja 
a pressão de seus pares para um envolvimento em comportamentos pouco saudáveis, como, por exemplo, 
violência e uso de drogas ilícitas.
No que se refere à competência social, alguns autores (Del Prette et al., 2004) enfocam a flexibilidade 
comportamental, os fatores culturais relacionados a questões socioeconômicas, grupos sociais, sexo, idade etc. 
Alguns achados de pesquisas forneceram suporte para a afirmação da presença de deficits em habilidades 
sociais em adolescentes, mesmo que tais déficits de competências sociais sejam inconsistentes nos adultos 
(Inderbitzen-Nolan, Anderson, & Johnson, 2007).
Outra conceituação traz um enfoque nas habilidades sociais enquanto comportamentos aprendidos e 
socialmente aceitáveis, os quais possibilitam ao indivíduo uma interação efetiva com os demais. Além disso, 
podem propiciar a evitação ou a fuga de comportamentos que não sejam aceitáveis e que tragam como con­
sequência interações negativas (Elliot & Gresham, 2008, citado por Del Prette & Del Prette, 2009a).
Intervenções desenvolvidas na área das habilidades sociais podem ser comumente denominadas de 
Treinamento de Habilidades Sociais (THS). Segundo Curran (citado por Caballo, 1996), o THS está asso­
ciado ao ensino direto e sistemático de habilidades interpessoais, com o intuito de desenvolver a competência 
individual e interpessoal em situações sociais. Pode ser realizado à luz de diversas abordagens: humanista, 
comportamental, cognitivo-comportamental e sistêmica.
Nesse sentido, o treinamento pode visar a uma prevenção primária em crianças, para prevenir a ocor­
rência de déficits em HS ao longo das etapas do ciclo vital do desenvolvimento (Del Prette & Del Prette, 
1998), bem como uma prevenção secundária, voltada a adultos que apresentam esquivas de situações sociais 
e déficits já estabelecidos. Falcone (2000, 2002) destaca que os programas preventivos devem focalizar o 
desenvolvimento da assertividade, bem como da empatia e da solução de problemas, visando a aumentar 
as competências sociais.
AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES SOCIAIS
É fundamental a realização de uma avaliação criteriosa para o esclarecimento de um diagnóstico antes 
da escolha de um tratamento adequado e eficaz para um quadro clínico. Entretanto, avaliar um indivíduo, 
detectando suas principais dificuldades, muitas vezes torna-se uma tarefa árdua e bastante complexa.
Análise funcional do comportamento
É necessário esclarecer que a avaliação das HS não difere da avaliação realizada na terapia cognitivo- 
comportamental, voltada à análise funcional do comportamento. De acordo com Gresham (2009), a análise 
ou avaliação funcional em um programa de treinamento de habilidades sociais visa a delimitar a performance 
do indivíduo em seus componentes comportamentais, cognitivo-afetivos e fisiológicos, buscando identificar 
a função de um comportamento social.
Desta forma, a Avaliação Funcional do Comportamento (AFC) baseia-se na funcionalidade do 
comportamento de um indivíduo, e pode ser compreendida como “um conjunto de métodos de coleta de 
informações sobre eventos antecedentes, comportamentos e consequências, com o objetivo de determinar 
a razão (função) do comportamento” (Gresham, 2009, p. 25). De-Farias et al. (2010) referem que, para
Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 539
se realizar uma análise funcional de um comportamento, devem ser verificados os antecedentes, ou seja, a 
situação na qual o comportamento ocorre e as consequências produzidas por ele.
Em um programa de THS, cabe ao terapeuta auxiliar no processo de modelação e ampliação do 
repertório social do indivíduo, com o objetivo de modificação dos eventos antecedentes e consequent es. 
No processo de avaliação das HS, o objetivo principal está relacionado à identificação de déficits e reações 
emocionais disfuncionais que interfiram no comportamento habilidoso.
Eventos antecedentes estão relacionados aos comportamentos e outros elementos da situação de 
interação aos quais um indivíduo está exposto, que facilitam ou dificultam alguns desempenhos sociais, 
além de estimular a formação de cognições e sentimentos diante da situação específica, sendo vistos como 
derivados das consequências e com poder para influenciar o comportamento. Já os eventos consequentes 
demonstram de que maneira o ambiente social reage aos comportamentos do indivíduo, levando-se em 
conta as consequências reforçadoras e aversivas em relação aos comportamentos considerados adequados 
ou inadequados (Del Prette & Del Prette, 1999, 2009a).
Em relação aos eventos consequentes, segundo Del Prette e Del Prette (1999, 2009a), é necessário des­
tacar os reforços positivos e negativos de comportamentos. Reforços positivos podem ser considerados a atenção 
social (na forma de um elogio, contato visual, consolo, sorriso), restrições (como reprimendas, sombrancelhas 
franzidas), o acesso a consequências concretas (como brinquedos, comida, vestimentas), ou ainda o acesso às 
atividades prediletas de uma pessoa (como ouvir música, assistirtelevisão, jogar computador), entre outras. 
Comportamentos negativamente reforçados resultam em fuga, evitação, atraso ou redução de um estímulo 
aversivo, aumentando a probabilidade de nova ocorrência destes comportamentos.
Instrumentos utilizados na avaliação das habilidades sociais
Para avaliar as habilidades sociais de um indivíduo, são utilizadas inúmeras estratégias, como obser­
vações, entrevistas, inventários, autor registros de comportamentos e de seus antecedentes e consequentes 
(Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 1999; Falcone, 2002).
Dentre os testes e inventários padronizados para a avaliação de habilidades sociais usualmente uti­
lizados no Brasil, é possível destacar o Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette &C Del Prette, 
2001), o Inventário de Empatia (IE) (Falcone et ai, 2008), o Inventário de Assertividade de Rathus (IAR), 
adaptado por Pasquali e Gouveia (1990), a Escala para Autoavaliação ao Falar em Público (SSPS) (Hoffman 
e DiBartolo, 2000), traduzida e adaptada para o português por Osório, Crippa e Loureiro (2008), o Inven­
tário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) (Del Prette & Del Prette, 2009a), a Escala Matson de 
Habilidades Sociais para Adolescentes, com validação brasileira realizada porTeodoro, Káppler, Rodrigues, 
Freitas e Haase (2005), e o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais para Crianças (IMHSC) (Del 
Prette & Del Prette, 2005).
Além de recursos de observação direta e entrevistas, questionários também podem desempenhar um 
importante papel na obtenção de informações em um programa de THS, de acordo com Del Prette e Del 
Prette (2009a). Como intrumentos para observação direta destacam-se o Teste de Simulação de Falar em 
Público (TSFP) (McNair et al.y 1982), com adaptação brasileira de Guimarães, Zuardi e Graeff (1987), e o 
Sistema de Habilidades Sociais Educativas (Del Prette & Del Prette, 2008). Nas entrevistas e questionários, é 
possível citar o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P) (Bolsoni-Silva,
540 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental
2007) e o Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas (QRSH) em versão para pais (Bolsoni-Silva 
& Marturano, 2008) e em versão para professores (Bolsoni-Silva, Marturano, & Loureiro, 2009).
PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES 
SOCIAIS
Uma grande parte dos estudos brasileiros relacionados às HS se concentra no estudo de populações 
não clínicas. Alguns desses pesquisadores vêm focando o interesse de suas investigações principalmente em 
amostras com estudantes universitários (Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1998; Del Prette & Del Prette, 
2003), com professores (Del Prette, Del Prette, Garcia, Silva, & Puntel, 1998) e com menores de rua 
(Campos, Del Prette, & Del Prette, 2000).
Dentro do contexto universitário, em muitas situações os indivíduos necessitam utilizar suas habili­
dades sociais, como tomada de decisão, capacidade de resolução de problemas, autonomia e competência 
nos relacionamentos interpessoais. Investigações de Furtado, Falcone e Clark (2003) corroboram esta ideia, 
sugerindo que deficiências nessas habilidades podem contribuir para o desenvolvimento do estresse e de 
transtornos psicológicos.
Sendo assim, alguns programas deTHS foram realizados focalizando o repertório socialmente habi­
lidoso de estudantes universitários. Parte desses programas foi implementada com amostras de alunos com 
queixas de dificuldades interpessoais (Villas Boas, Silveira, & Bolsoni-Silva, 2005), outra em graduandos de 
psicologia (Magalhães & Murta, 2003), enquanto uma terceira parcela voltou-se à comparação entre homens 
e mulheres das áreas de Ciências Humanas, Exatas e Biológicas em geral (Barreto, Pierre, Del Prette, & Del 
Prette, 2004). Del Prette e Del Prette (2001) realizaram estudos com a aplicação de um inventário de sua 
autoria, denominado Inventário de Habilidades Sociais (IHS), antes e depois da intervenção, demonstrando 
que os programas de THS favorecem o desenvolvimento de habilidades e competência social.
Gorayeb, Cunha Netto e Bugliani (2003) realizaram ensaios clínicos com adolescentes, com um 
programa brasileiro denominado Habilidades de Vida. Nele, foram desenvolvidas sessões grupais, nas quais 
se realizaram treinos em habilidades de decisão, resolução de problemas, pensamento crítico, pensamento 
criativo, comunicação eficaz, relacionamento interpessoal, autoconhecimento, empatia, lidar com as emo­
ções e com o estresse. Os resultados evidenciaram que os adolescentes apresentaram melhoras na interação 
grupai, na interação com o facilitador do grupo, nas relações interpessoais fora do grupo, além de aumento 
de consciência sobre as situações de risco e as habilidades necessárias para manejá-las de forma adequada.
Em publicação posterior, Minto, Pedro, Netto, Bugliani e Gorayeb (2006) assinalaram a importância 
deste modelo enquanto intervenção em atenção primária, voltado a adolescentes e professores. Destacam 
esse programa de intervenção em THS como uma estratégia eficaz para tornar os jovens mais competentes 
para enfrentar as demandas de sua vida cotidiana.
Com um formato semelhante, a Organization Panamericana de la Salud já havia organizado um 
programa similar, o qual está descrito em um documento denominado Enfoque de habilidades para la vida 
para un desarrollo saludable de ninosy adolescentes (2001). Em tal documento, foi definido que um enfoque 
em habilidades para a vida deve desenvolver destrezas que propiciem aos jovens a aquisição de aptidões 
necessárias ao desenvolvimento humano e que possibilitem o enfrentamento dos desafios da vida por meio 
de métodos de educação interativos, incluindo discussões abertas, dramatizações, ensaio de habilidades e 
atividades diversas em grupos pequenos. Identificaram-se como habilidades para a vida os seguintes itens: 1)
Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 541
habilidades sociais e interpessoais (incluindo comunicação, habilidades de rechaço, agressividade e empatia);
2) habilidades cognitivas (como tomada de decisões, pensamento crítico e criativo e autoavaliação), e 3) 
habilidades para manejar emoções (como o estresse e o aumento interno de um centro de controle).
Uma revisão de literatura sobre o tema foi realizada por Murta (2005), reconhecendo que a produção 
brasileira envolvendo programas de THS iniciou-se recentemente, se comparada à produção em língua inglesa 
e espanhola. Bolsoni-Silva etal. (2006) corroboram esses dados, evidenciando que o campo do THS, apesar 
de recente no Brasil, está em significativo crescimento, com a existência de grupos de pesquisa que possuem 
produção regular e interesses em aspectos voltados à cultura brasileira.
Programas de THS nos quadros clínicos
É possível afirmar que a investigação de HS na área clínica vem apresentando expressivo crescimento, 
com significativa produção de estudos empíricos, como sobre a depressão e a fobia social, por exemplo, apesar 
de ainda existirem poucos estudos-modelos e manuais de intervenção. Algumas pesquisas demonstraram 
uma relação direta entre baixo índice de interação social, déficits nas habilidades sociais e conflitos nos rela­
cionamentos interpessoais, pior qualidade de vida e transtornos psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2001).
Neste contexto, a eficácia dos programas de intervenção voltados para o THS no tratamento de inú­
meros transtornos é inegável. A literatura tem ratificado as evidências dessa relação entre HS e transtornos 
psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2002, Falcone, 2000), com destaque para transtornos como a esqui­
zofrenia, afetivos e de ansiedade, invasivos (como o autismo) e abuso e dependência de drogas (Scheier, 
Botvin, Diaz, &: Griffin, 1999; Botvin, Baker, Renick, Filazzola, & Botvin, 1984; Botvin & Griffin, 2004; 
Wagner & Oliveira, 2007). Bieling, McCabe e Antony (2008) reforçam a ideia da utilização do THS como 
componente do tratamento comportamental em diversoscasos, tais como transtorno de ansiedade ou fobia 
social, depressão, esquizofrenia, problemas conjugais etc.
Nos transtornos de ansiedade, em especial no transtorno de ansiedade social, ou fobia social, o THS 
tem-se mostrado como uma intervenção que apresenta bons resultados. Pesquisadores e clínicos, como Levitan, 
Rangé e Nardi (2008), referem que os transtornos ansiosos frequentemente podem ser associados ao déficit 
em habilidades sociais em situações não estruturadas. Corroborando tais dados, Angélico, Crippa e Loureiro 
(2006) referem que indivíduos com ansiedade social apresentam prejuízos nas habilidades sociais, o que afeta 
seu desempenho social, suas habilidades de comunicação, suas percepções interpessoais e suas competências 
sociais, recomendando o THS como uma opção adequada para o tratamento deste quadro clínico.
Em programas de THS voltados especificamente ao transtorno de ansiedade social são utilizados alguns 
instrumentos para auxiliar no diagnóstico, entre eles a Liebowitz Social Anxiety Scale (LSAS) - Escala de 
Ansiedade Social de Liebowitz (Liebowitz, 1987; Terra etal., 2006) -, o Social Phobia and Anxiety Inventory 
(SPAI) - Inventário de Fobia Social e Ansiedade (Turner et al., 1989), validado para o Brasil por Gauer, 
Picon, Vasconcellos, Turner e Beidel (2005) - e o Cuestionário de Ansiedad Social para Adultos (CASO-A30) 
- Questionário de Ansiedade Social para Adultos (Caballo etal., 2006, 2008), cuja adaptação brasileira está 
sendo conduzida por Wagner e Oliveira (Oliveira, Caballo, Wagner, &C Susin, 2009; Caballo, Golberg, ÒC 
Wagner, 2009), do grupo de pesquisa em Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitiva, do Programa 
de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
No THS voltado à redução da ansiedade no confronto interpessoal, são utilizadas técnicas como a 
modelagem pelo terapeuta, ensaio comportamental, reforço social e treinamento fora da sessão (D’E1 Rey &
542 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental
Pacini, 2005). Da mesma forma, Ost, Jerremalm e Johansson (1981) já afirmavam que os pacientes devem 
ser encorajados a praticar em seu próprio ambiente, no intervalo entre as sessões, as habilidades aprendidas. 
Tais afirmações são apoiadas por Spence, que alega que intervenções deTHS podem produzir melhorias na 
fobia social, devido à oportunidade que oferecem para a prática de respostas sociais anteriormente evitadas 
pelo indivíduo em um ambiente de não tratamento (1994, p. 266).
Além disso, a eficácia do THS está sendo estudada não apenas no tratamento, mas também na pre­
venção de outras comorbidades associadas à fobia social, como o transtorno por uso de substâncias psicoativas. 
Estudos de Caballo (1996) e Gouveia (2000) evidenciam que, entre os transtornos de ansiedade, a fobia 
social, ou transtorno de ansiedade social, apresenta frequência mais elevada de comorbidade com o alcoolismo.
Wagner e Oliveira (2007, 2009) realizaram investigações voltadas à importância do THS para o tra­
tamento de usuários de substâncias psicoativas. Os resultados comprovaram que estes apresentam maiores 
prejuízos nas habilidades sociais, e os autores referidos sugerem que intervenções que busquem promover a 
competência pessoal e social dos indivíduos, desenvolvendo habilidades de resistência ao oferecimento de 
drogas, bem como estimulando as habilidades de enfrentamento, a autoeficácia e a capacidade de tomada 
de decisões, podem reduzir a motivação para o uso.
Em terapia de casais, o THS pode ser extremamente útil no treinamento de habilidades de comuni­
cação e solução de problemas. Aprender a falar e a ouvir são elementos de crucial importância em uma boa 
comunicação, enquanto que a capacidade de ouvir e resumir a opinião do parceiro é o princípio para a solução 
de problemas. A intervenção com casais busca traçar estratégias para uma resolução construtiva de conflitos 
(Datillio & Padesky, 1998).
Os inúmeros estudos de intervenção concentram seu interesse no treinamento e desenvolvimento de 
habilidades sociais, com utilização de diversas técnicas cognitivo-comportamentais, como o fornecimento 
de instruções, ensaio comportamental, modelagem, tarefas de casa, feedback verbal e em vídeo, reestruturação 
cognitiva, solução de problemas, relaxamento, vivências grupais, entre outras (Caballo, 2003).
APLICABILIDADE DO THS À PRATICA CLÍNICA
A aplicação do THS pode ser em formato individual e grupai (Caballo, 1998), sendo que a escolha 
por um ou outro modelo depende do lugar e dos recursos disponíveis, pois nem sempre existe um número 
suficiente de indivíduos para a formação de um grupo, ao mesmo tempo em que o THS grupai pode ser 
conveniente em termos de economia de tempo e esforço do terapeuta. Porém, o grupo oferece algumas 
vantagens, pois propicia uma situação social já estabelecida, na qual é possível praticar com outras pessoas as 
habilidades trabalhadas, além de estabelecer um clima de apoio mútuo em uma situação real e não simulada, 
diferentemente do que ocorre no formato individual, bem como menor gasto financeiro por parte do paciente.
O THS em grupo pode variar de acordo com o tempo de duração, além do número de participantes. 
Um programa de THS muito empregado e recomendado é o desenvolvido em sessões semanais de duas 
horas de duração, ao longo de oito a doze semanas, com oito a doze participantes, com foco em direitos 
interpessoais, estilos de comunicação assertivo, não assertivo e agressivo, reestruturação cognitiva de crenças 
irracionais e ensaio comportamental (Caballo, 2003). A estrutura de cada encontro segue um mesmo padrão, 
permitindo aos participantes liberdade de expressão de pensamentos e sentimentos. O programa desenvolve 
os seguintes conteúdos: autoconhecimento e habilidades de apresentação, relacionamento interpessoal,
Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 543
conversação e comunicação eficaz, expressão de afeto e empatia, assertividade, conflito, em lidar com o 
estresse, de pensamento crítico e criativo, tomada de decisão e resolução de problemas.
Nesse formato de intervenção, os indivíduos são instrumentalizados para o desenvolvimento de sua 
competência interpessoal, aprendendo a lidar melhor com suas dificuldades de interação social e desenvol­
vendo um modelo mais assertivo de comportamento. Van Dam-Baggen et al. (1986, citado por Caballo, 
2003) propõem um programa de THS que engloba três fases:
1) Treinamento em habilidades sociais básicas, como observar, escutar, dar e receber retroalimentação, 
além de contato visual, volume da fala, entre outras.
2) Treinamento em respostas sociais específicas, como fazer e recusar pedidos, fazer e receber elogios, 
receber recusas, iniciar e manter uma conversação, fazer e receber críticas, expressar sentimentos 
positivos, defender seus próprios direitos, fazer um convite, solicitar informação, encerrar encon­
tros sociais e expressar opiniões.
3) Treinamento em habilidades de autocontrole, incluindo a auto-observaçáo, o estabelecimento de 
metas e submetas realistas e concretas, bem como de padrões mais realistas de enfrentamento das 
situações e autorreforço adequado.
Além destes tópicos, é fundamental ensinar estratégias de solução de problemas, com o objetivo de 
estimular o enfrentamento de futuros problemas.
Uma intervenção psicoterápica voltada aos transtornos de ansiedade deve facilitar a aprendizagem 
de novas habilidades sociais e prevenir a redução de comportamentos inadequados. Para Lõrh (2001), 
isso pode auxiliar o indivíduo a buscar maneiras mais assertivas de relacionamento e a lidar melhor com 
as dificuldades que surgirem na vida. Sendo assim, programas que visem ao tratamento desses transtornos 
devem focalizar o desenvolvimento da assertividade, da empatia e da solução de problemas (Falcone, 2000, 
2002), visando aumentar as competências sociais.
Turner, Beidel e Cooley (citado por Caballo, 2003) apresentaram um programa de THS fundamen­
tado emquatro componentes, a saber:
a) o educativo, pelo qual se educa o participante sobre a ansiedade e os temores sociais;
b) a exposição, relacionado à inundação, ao vivo ou na imaginação, ou em enfoque graduado, ao 
vivo, de uma situação desencadeadora de ansiedade;
c) a prática programada, que diz respeito a atividades de exposição coordenadas pelo terapeuta, mas 
que o paciente deve terminar no seu ambiente natural; e
d) THS, utilizado para ensinar ou desenvolver as HS do indivíduo e propiciar práticas nas interações 
sociais.
O THS consta de três partes: dar-se conta do ambiente social (como e onde iniciar e terminar 
as relações interpessoais), melhorar as habilidades interpessoais (aspectos verbais e não verbais das rela­
ções sociais adequadas, com foco em áreas problemáticas para os indivíduos) e melhorar as habilidades 
para falar em público (elementos essenciais da fala em público, construção do que há para dizer e sua 
apresentação).
544 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental
Dessa forma, frequentemente são realizadas práticas de exposição ou encenações comportamentais. 
Segundo Caballo (2003), são empregados alguns procedimentos, como ensaio de comportamento ou repre­
sentação de papéis, modelação, instruções, retroalimentação e reforço, tarefas para casa etc., descritos a seguir:
• No ensaio de comportamento, o indivíduo é estimulado a representar pequenas cenas proble­
máticas simuladas de sua vida real com o objetivo de aprender a modificar comportamentos não 
adaptativos, subtituindo-os por formas mais adaptativas, com o auxílio dos demais membros do 
grupo.
• A modelação consiste em expor o indivíduo a um modelo, representado pelo terapeuta ou outro 
participante do grupo, que demonstre corretamente o comportamento que está sendo trabalhado, 
propiciando aprendizagem de outra forma de abordar uma determinada situação.
• As instruções conferem aos participantes informações sobre o comportamento social, dando base e 
explicação sobre os exercícios e ensaios de comportamento que serão desenvolvidos posteriormente.
• Retroalimentação e reforço são cruciais para o THS, pois o reforço, que ocorre durante as sessões, 
visa à aquisição de novos comportamentos, por meio de recompensas sucessivas e de aumento 
de comportamentos adaptativos específicos ao indivíduo. É possível reforçar de forma verbal, 
mas também não verbal, pela expressão do rosto, gestos de confirmação com a cabeça, aplausos, 
palmadas nas costas. Outra forma seria a autorrecompensa, fazendo com que os indivíduos digam 
ou façam algo agradável a si próprios ao praticarem bem suas habilidades. A retroalimentação pelo 
treinador, pelos demais membros do grupo e por áudio ou vídeo têm por fim expressar de forma 
positiva uma informação ao indivíduo, objetivando desenvolvimento e melhora de uma habilidade.
• Tarefas para casa podem ser compreendidas como uma forma pela qual as habilidades aprendidas 
no decorrer das sessões grupais de THS podem ser praticadas na vida real do indivíduo. As sessões 
de THS usualmente iniciam e terminam com a discussão das tarefas de casa, planejadas para que 
o paciente alcance os objetivos do tratamento, sendo que o grau de dificuldade de cada tarefa vai 
aumentando gradativamente conforme o tratamento avança.
Um programa de intervenção grupai em THS foi implantado na Clínica-Escola da Faculdade de 
Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) como parte integrante do 
estágio curricular, com o objetivo de desenvolver habilidades interpessoais na população universitária. O 
modelo de intervenção utilizado teve duração de dez sessões, com periodicidade semanal e duração de 120 
minutos, incluindo avaliação com medidas antes e depois da intervenção, que foi desenvolvida junto a dois 
grupos pilotos, com nove participantes em um grupo e treze em outro.
Desta forma, o grupo de THS da PUC-RS (Oliveira, Rusch, Pureza, Ramos, & Monteiro, 2009) 
foi elaborado tendo como base o modelo cognitivo-comportamental de psicoterapia em grupo. Em cada 
encontro, um tema relativo às habilidades sociais foi abordado, fazendo com que os participantes aprendessem 
a desenvolver cada aspecto relativo às habilidades sociais, de modo a melhorar seu desempenho social e aca­
dêmico. Deste modo, um plano de trabalho foi estabelecido, e os pacientes foram avaliados semanalmente. 
Foram desenvolvidos durante as sessões os seguintes conteúdos e atividades: 1
1) aplicação dos inventários e apresentação dos conceitos de habilidades sociais e o treinamento de 
habilidades sociais;
Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 545
2) apresentação dos conceitos relacionados à ansiedade (por exemplo, hipervigilância) e treinamento 
das técnicas de controle de ansiedade (por exemplo, respiração diafragmática);
3) treinamento dos comportamentos envolvidos nas habilidades sociais e a importância do compor­
tamento não verbal;
4) apresentação dos conceitos de assertividade, passividade e agressividade;
5) treinamento das habilidades de iniciação, manutenção e encerramento de uma conversação;
6) treinamento da habilidade de defesa dos direitos, de fazer e recusar pedidos, de expressão de 
desagrado e de dizer não;
7) treinamento das habilidades de expressão de afeto e empatia, de expressão de sua opinião e para 
lidar com a raiva do outro;
8) treinamento em técnicas de tomada de decisão e de resolução de problemas;
9) treinamento de prevenção à recaída e exposição ao falar em público;
10) Reaplicação dos instrumentos, avaliação e fechamento dos encontros.
De acordo com o relato de Oliveira, Rusch, Pureza, Ramos e Monteiro, (2009), foram utilizados 
diversos instrumentos no grupo de THS, com aplicação antes e depois da intervenção. Os resultados finais 
evidenciam melhoras no repertório de habilidades sociais dos participantes, na interação grupai, além de 
aumento da assertividade em situações difíceis, o que também vem sendo comprovado pela melhoria no 
escore total dos instrumentos aplicados, tais como:
• Escala de Ansiedade Social de Liebowitz (Liebowitz, 1987), para a avaliação da gravidade da 
Fobia Social.
• Questionário de Ansiedade Social para Adultos (Caballo et al., 2008), para o rastreamento da 
presença de ansiedade social.
• Inventário de Ansiedade de Beck (Cunha, 2001), para a mensuração da gravidade dos sintomas 
de ansiedade.
• Inventário de Depressão de Beck (Cunha, 2001), para a mensuração da gravidade dos sintomas 
de depressão.
• Adult Self-Report (Achenbach & Rescorla, 2001) para verificar diferentes aspectos do funcio­
namento adaptativo de adultos com idades entre dezoito e 59 anos, identificando problemas 
comportamentais e emocionais e apontando os transtornos mais frequentes.
Programas de THS focam sua atenção em ensinar os indivíduos a identificarem seus déficits nas 
habilidades sociais ou nos comportamentos em seus relacionamentos interpessoais nos quais exista a neces­
sidade de modificações, mantendo o foco no tratamento de algumas habilidades sociais específicas que sejam 
realizadas de forma desadaptativa. A grande meta do THS é a melhoria de funcionamento do indivíduo 
em situações sociais e de desempenho, tendo em vista a probabilidade de aumento das reações positivas dos 
outros e desenvolvimento da competência social e da autoeficácia do indivíduo frente às demandas da vida.
546 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental
CONCLUSÃO
O campo das intervenções voltadas ao desenvolvimento de habilidades sociais vem demonstrando ser 
de fundamental importância na clínica psicoterápica. Aprender e praticar algumas habilidades voltadas ao 
contexto social pode possibilitar uma diminuição de ansiedade e uma consequente melhora na interação e 
desempenho social dos indivíduos.
Cabe ao profissional que trabalha na área da psicologia clínica escolher uma intervenção psicoterápica 
eficaz, que possa ser utilizada para auxiliar de forma efetiva no tratamento de um problema psicológico. Os 
estudoscientíficos comprovam que o THS constitui-se um dos tratamentos de escolha com bons resultados 
para diversos problemas psicológicos e em quadros clínicos específicos.
O THS pode ser utilizado enquanto um programa de prevenção ou diminuição de dificuldades futuras, 
instrumentalizando o indivíduo no aprendizado de estratégias e habilidades interpessoais mais adaptativas que 
tragam melhores resultados em sua vida diária. Desta forma, pelo THS torna-se possível alcançar um padrão 
de comportamento mais saudável, proporcionando a melhora da competência interpessoal e individual.
Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 547
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