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32 TREINAMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS E SUA APLICABILIDADE NA PRÁTICA CLÍNICA Mareia Fortes Wagner Margareth da Silva Oliveira Vicente Caballo INTRODUÇÃO As investigações científicas no campo das habilidades sociais vêm originando a produção de um referencial teórico e prático cada vez mais consistente ao longo dos últimos anos. Os relacionamentos inter pessoais, aliados às distintas formas como se manifestam nas situações sociais, têm sido o foco de muitos pesquisadores, visto que indivíduos socialmente habilidosos promovem interações sociais mais satisfatórias, o que, consequentemente, pode auxiliar na prevenção ou redução de transtornos psicológicos. O presente capítulo tem por objetivo trazer subsídios aos profissionais e estudantes de Psicologia e áreas afins sobre a temática das intervenções voltadas ao desenvolvimento das habilidades sociais, para que possam utilizar tal conhecimento na pesquisa e prática clínica. Além disso, propicia reflexão e compreensão de aspectos que podem ser aperfeiçoados para que se obtenha um melhor relacionamento interpessoal, tanto na esfera da vida pessoal quanto na profissional. CONCEITUAÇÁO O conceito de Habilidades Sociais (HS), ou comportamento socialmente habilidoso, pode ser definido como um conjunto de comportamentos de um indivíduo, ou seja, sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos expressos de forma adequada à situação, com respeito aos demais, podendo resolver os problemas imediatos e minimizar os futuros (Caballo, 1998). Outra conceituação vincula a área das habilidades sociais a um universo mais amplo das relações interpessoais, voltando-se à assertividade, habilidades de comunicação, resolução de problemas, cooperação e outras provenientes dos rituais sociais (Del Prette & Del Prette, 1999). Lucca (2009) se refere às habilidades sociais como comportamentos desejáveis que propiciam a interação com o outro, dentre os quais estão a verbalização, a expressão facial, a postura, o contato visual, gestos, aparência física, entre outras. Dessa forma, quando uma pessoa se comporta de maneira assertiva, facilita a solução de problemas interpessoais, aumenta a autoeficácia e a autoestima, melhora a qualidade de relacionamentos e promove tranquilidade (Falcone, 2002). A literatura define assertividade como a habilidade de expressar pensamentos e sentimentos sem prejudicar os próprios direitos e preservando os direitos dos outros. Pode ser considerada o oposto da agressividade, pois a pessoa assertiva expressa o que sente de forma segura e tranquila, sem precisar agredir (Mestre, 2001). Já Oliveira (2002) refere que o aprendizado de novas habilidades interpessoais capacita 538 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental os indivíduos com dificuldades para serem assertivos a defenderem seus direitos de forma mais efetiva e desenvolver habilidades de recusa e enfrentamento em situações aversivas, principalmente nas quais haja a pressão de seus pares para um envolvimento em comportamentos pouco saudáveis, como, por exemplo, violência e uso de drogas ilícitas. No que se refere à competência social, alguns autores (Del Prette et al., 2004) enfocam a flexibilidade comportamental, os fatores culturais relacionados a questões socioeconômicas, grupos sociais, sexo, idade etc. Alguns achados de pesquisas forneceram suporte para a afirmação da presença de deficits em habilidades sociais em adolescentes, mesmo que tais déficits de competências sociais sejam inconsistentes nos adultos (Inderbitzen-Nolan, Anderson, & Johnson, 2007). Outra conceituação traz um enfoque nas habilidades sociais enquanto comportamentos aprendidos e socialmente aceitáveis, os quais possibilitam ao indivíduo uma interação efetiva com os demais. Além disso, podem propiciar a evitação ou a fuga de comportamentos que não sejam aceitáveis e que tragam como con sequência interações negativas (Elliot & Gresham, 2008, citado por Del Prette & Del Prette, 2009a). Intervenções desenvolvidas na área das habilidades sociais podem ser comumente denominadas de Treinamento de Habilidades Sociais (THS). Segundo Curran (citado por Caballo, 1996), o THS está asso ciado ao ensino direto e sistemático de habilidades interpessoais, com o intuito de desenvolver a competência individual e interpessoal em situações sociais. Pode ser realizado à luz de diversas abordagens: humanista, comportamental, cognitivo-comportamental e sistêmica. Nesse sentido, o treinamento pode visar a uma prevenção primária em crianças, para prevenir a ocor rência de déficits em HS ao longo das etapas do ciclo vital do desenvolvimento (Del Prette & Del Prette, 1998), bem como uma prevenção secundária, voltada a adultos que apresentam esquivas de situações sociais e déficits já estabelecidos. Falcone (2000, 2002) destaca que os programas preventivos devem focalizar o desenvolvimento da assertividade, bem como da empatia e da solução de problemas, visando a aumentar as competências sociais. AVALIAÇÃO DAS HABILIDADES SOCIAIS É fundamental a realização de uma avaliação criteriosa para o esclarecimento de um diagnóstico antes da escolha de um tratamento adequado e eficaz para um quadro clínico. Entretanto, avaliar um indivíduo, detectando suas principais dificuldades, muitas vezes torna-se uma tarefa árdua e bastante complexa. Análise funcional do comportamento É necessário esclarecer que a avaliação das HS não difere da avaliação realizada na terapia cognitivo- comportamental, voltada à análise funcional do comportamento. De acordo com Gresham (2009), a análise ou avaliação funcional em um programa de treinamento de habilidades sociais visa a delimitar a performance do indivíduo em seus componentes comportamentais, cognitivo-afetivos e fisiológicos, buscando identificar a função de um comportamento social. Desta forma, a Avaliação Funcional do Comportamento (AFC) baseia-se na funcionalidade do comportamento de um indivíduo, e pode ser compreendida como “um conjunto de métodos de coleta de informações sobre eventos antecedentes, comportamentos e consequências, com o objetivo de determinar a razão (função) do comportamento” (Gresham, 2009, p. 25). De-Farias et al. (2010) referem que, para Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 539 se realizar uma análise funcional de um comportamento, devem ser verificados os antecedentes, ou seja, a situação na qual o comportamento ocorre e as consequências produzidas por ele. Em um programa de THS, cabe ao terapeuta auxiliar no processo de modelação e ampliação do repertório social do indivíduo, com o objetivo de modificação dos eventos antecedentes e consequent es. No processo de avaliação das HS, o objetivo principal está relacionado à identificação de déficits e reações emocionais disfuncionais que interfiram no comportamento habilidoso. Eventos antecedentes estão relacionados aos comportamentos e outros elementos da situação de interação aos quais um indivíduo está exposto, que facilitam ou dificultam alguns desempenhos sociais, além de estimular a formação de cognições e sentimentos diante da situação específica, sendo vistos como derivados das consequências e com poder para influenciar o comportamento. Já os eventos consequentes demonstram de que maneira o ambiente social reage aos comportamentos do indivíduo, levando-se em conta as consequências reforçadoras e aversivas em relação aos comportamentos considerados adequados ou inadequados (Del Prette & Del Prette, 1999, 2009a). Em relação aos eventos consequentes, segundo Del Prette e Del Prette (1999, 2009a), é necessário des tacar os reforços positivos e negativos de comportamentos. Reforços positivos podem ser considerados a atenção social (na forma de um elogio, contato visual, consolo, sorriso), restrições (como reprimendas, sombrancelhas franzidas), o acesso a consequências concretas (como brinquedos, comida, vestimentas), ou ainda o acesso às atividades prediletas de uma pessoa (como ouvir música, assistirtelevisão, jogar computador), entre outras. Comportamentos negativamente reforçados resultam em fuga, evitação, atraso ou redução de um estímulo aversivo, aumentando a probabilidade de nova ocorrência destes comportamentos. Instrumentos utilizados na avaliação das habilidades sociais Para avaliar as habilidades sociais de um indivíduo, são utilizadas inúmeras estratégias, como obser vações, entrevistas, inventários, autor registros de comportamentos e de seus antecedentes e consequentes (Caballo, 2003; Del Prette & Del Prette, 1999; Falcone, 2002). Dentre os testes e inventários padronizados para a avaliação de habilidades sociais usualmente uti lizados no Brasil, é possível destacar o Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette &C Del Prette, 2001), o Inventário de Empatia (IE) (Falcone et ai, 2008), o Inventário de Assertividade de Rathus (IAR), adaptado por Pasquali e Gouveia (1990), a Escala para Autoavaliação ao Falar em Público (SSPS) (Hoffman e DiBartolo, 2000), traduzida e adaptada para o português por Osório, Crippa e Loureiro (2008), o Inven tário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) (Del Prette & Del Prette, 2009a), a Escala Matson de Habilidades Sociais para Adolescentes, com validação brasileira realizada porTeodoro, Káppler, Rodrigues, Freitas e Haase (2005), e o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais para Crianças (IMHSC) (Del Prette & Del Prette, 2005). Além de recursos de observação direta e entrevistas, questionários também podem desempenhar um importante papel na obtenção de informações em um programa de THS, de acordo com Del Prette e Del Prette (2009a). Como intrumentos para observação direta destacam-se o Teste de Simulação de Falar em Público (TSFP) (McNair et al.y 1982), com adaptação brasileira de Guimarães, Zuardi e Graeff (1987), e o Sistema de Habilidades Sociais Educativas (Del Prette & Del Prette, 2008). Nas entrevistas e questionários, é possível citar o Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P) (Bolsoni-Silva, 540 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental 2007) e o Questionário de Respostas Socialmente Habilidosas (QRSH) em versão para pais (Bolsoni-Silva & Marturano, 2008) e em versão para professores (Bolsoni-Silva, Marturano, & Loureiro, 2009). PROGRAMAS DE DESENVOLVIMENTO DAS HABILIDADES SOCIAIS Uma grande parte dos estudos brasileiros relacionados às HS se concentra no estudo de populações não clínicas. Alguns desses pesquisadores vêm focando o interesse de suas investigações principalmente em amostras com estudantes universitários (Del Prette, Del Prette, & Barreto, 1998; Del Prette & Del Prette, 2003), com professores (Del Prette, Del Prette, Garcia, Silva, & Puntel, 1998) e com menores de rua (Campos, Del Prette, & Del Prette, 2000). Dentro do contexto universitário, em muitas situações os indivíduos necessitam utilizar suas habili dades sociais, como tomada de decisão, capacidade de resolução de problemas, autonomia e competência nos relacionamentos interpessoais. Investigações de Furtado, Falcone e Clark (2003) corroboram esta ideia, sugerindo que deficiências nessas habilidades podem contribuir para o desenvolvimento do estresse e de transtornos psicológicos. Sendo assim, alguns programas deTHS foram realizados focalizando o repertório socialmente habi lidoso de estudantes universitários. Parte desses programas foi implementada com amostras de alunos com queixas de dificuldades interpessoais (Villas Boas, Silveira, & Bolsoni-Silva, 2005), outra em graduandos de psicologia (Magalhães & Murta, 2003), enquanto uma terceira parcela voltou-se à comparação entre homens e mulheres das áreas de Ciências Humanas, Exatas e Biológicas em geral (Barreto, Pierre, Del Prette, & Del Prette, 2004). Del Prette e Del Prette (2001) realizaram estudos com a aplicação de um inventário de sua autoria, denominado Inventário de Habilidades Sociais (IHS), antes e depois da intervenção, demonstrando que os programas de THS favorecem o desenvolvimento de habilidades e competência social. Gorayeb, Cunha Netto e Bugliani (2003) realizaram ensaios clínicos com adolescentes, com um programa brasileiro denominado Habilidades de Vida. Nele, foram desenvolvidas sessões grupais, nas quais se realizaram treinos em habilidades de decisão, resolução de problemas, pensamento crítico, pensamento criativo, comunicação eficaz, relacionamento interpessoal, autoconhecimento, empatia, lidar com as emo ções e com o estresse. Os resultados evidenciaram que os adolescentes apresentaram melhoras na interação grupai, na interação com o facilitador do grupo, nas relações interpessoais fora do grupo, além de aumento de consciência sobre as situações de risco e as habilidades necessárias para manejá-las de forma adequada. Em publicação posterior, Minto, Pedro, Netto, Bugliani e Gorayeb (2006) assinalaram a importância deste modelo enquanto intervenção em atenção primária, voltado a adolescentes e professores. Destacam esse programa de intervenção em THS como uma estratégia eficaz para tornar os jovens mais competentes para enfrentar as demandas de sua vida cotidiana. Com um formato semelhante, a Organization Panamericana de la Salud já havia organizado um programa similar, o qual está descrito em um documento denominado Enfoque de habilidades para la vida para un desarrollo saludable de ninosy adolescentes (2001). Em tal documento, foi definido que um enfoque em habilidades para a vida deve desenvolver destrezas que propiciem aos jovens a aquisição de aptidões necessárias ao desenvolvimento humano e que possibilitem o enfrentamento dos desafios da vida por meio de métodos de educação interativos, incluindo discussões abertas, dramatizações, ensaio de habilidades e atividades diversas em grupos pequenos. Identificaram-se como habilidades para a vida os seguintes itens: 1) Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 541 habilidades sociais e interpessoais (incluindo comunicação, habilidades de rechaço, agressividade e empatia); 2) habilidades cognitivas (como tomada de decisões, pensamento crítico e criativo e autoavaliação), e 3) habilidades para manejar emoções (como o estresse e o aumento interno de um centro de controle). Uma revisão de literatura sobre o tema foi realizada por Murta (2005), reconhecendo que a produção brasileira envolvendo programas de THS iniciou-se recentemente, se comparada à produção em língua inglesa e espanhola. Bolsoni-Silva etal. (2006) corroboram esses dados, evidenciando que o campo do THS, apesar de recente no Brasil, está em significativo crescimento, com a existência de grupos de pesquisa que possuem produção regular e interesses em aspectos voltados à cultura brasileira. Programas de THS nos quadros clínicos É possível afirmar que a investigação de HS na área clínica vem apresentando expressivo crescimento, com significativa produção de estudos empíricos, como sobre a depressão e a fobia social, por exemplo, apesar de ainda existirem poucos estudos-modelos e manuais de intervenção. Algumas pesquisas demonstraram uma relação direta entre baixo índice de interação social, déficits nas habilidades sociais e conflitos nos rela cionamentos interpessoais, pior qualidade de vida e transtornos psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2001). Neste contexto, a eficácia dos programas de intervenção voltados para o THS no tratamento de inú meros transtornos é inegável. A literatura tem ratificado as evidências dessa relação entre HS e transtornos psicológicos (Del Prette & Del Prette, 2002, Falcone, 2000), com destaque para transtornos como a esqui zofrenia, afetivos e de ansiedade, invasivos (como o autismo) e abuso e dependência de drogas (Scheier, Botvin, Diaz, &: Griffin, 1999; Botvin, Baker, Renick, Filazzola, & Botvin, 1984; Botvin & Griffin, 2004; Wagner & Oliveira, 2007). Bieling, McCabe e Antony (2008) reforçam a ideia da utilização do THS como componente do tratamento comportamental em diversoscasos, tais como transtorno de ansiedade ou fobia social, depressão, esquizofrenia, problemas conjugais etc. Nos transtornos de ansiedade, em especial no transtorno de ansiedade social, ou fobia social, o THS tem-se mostrado como uma intervenção que apresenta bons resultados. Pesquisadores e clínicos, como Levitan, Rangé e Nardi (2008), referem que os transtornos ansiosos frequentemente podem ser associados ao déficit em habilidades sociais em situações não estruturadas. Corroborando tais dados, Angélico, Crippa e Loureiro (2006) referem que indivíduos com ansiedade social apresentam prejuízos nas habilidades sociais, o que afeta seu desempenho social, suas habilidades de comunicação, suas percepções interpessoais e suas competências sociais, recomendando o THS como uma opção adequada para o tratamento deste quadro clínico. Em programas de THS voltados especificamente ao transtorno de ansiedade social são utilizados alguns instrumentos para auxiliar no diagnóstico, entre eles a Liebowitz Social Anxiety Scale (LSAS) - Escala de Ansiedade Social de Liebowitz (Liebowitz, 1987; Terra etal., 2006) -, o Social Phobia and Anxiety Inventory (SPAI) - Inventário de Fobia Social e Ansiedade (Turner et al., 1989), validado para o Brasil por Gauer, Picon, Vasconcellos, Turner e Beidel (2005) - e o Cuestionário de Ansiedad Social para Adultos (CASO-A30) - Questionário de Ansiedade Social para Adultos (Caballo etal., 2006, 2008), cuja adaptação brasileira está sendo conduzida por Wagner e Oliveira (Oliveira, Caballo, Wagner, &C Susin, 2009; Caballo, Golberg, ÒC Wagner, 2009), do grupo de pesquisa em Avaliação e Atendimento em Psicoterapia Cognitiva, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. No THS voltado à redução da ansiedade no confronto interpessoal, são utilizadas técnicas como a modelagem pelo terapeuta, ensaio comportamental, reforço social e treinamento fora da sessão (D’E1 Rey & 542 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental Pacini, 2005). Da mesma forma, Ost, Jerremalm e Johansson (1981) já afirmavam que os pacientes devem ser encorajados a praticar em seu próprio ambiente, no intervalo entre as sessões, as habilidades aprendidas. Tais afirmações são apoiadas por Spence, que alega que intervenções deTHS podem produzir melhorias na fobia social, devido à oportunidade que oferecem para a prática de respostas sociais anteriormente evitadas pelo indivíduo em um ambiente de não tratamento (1994, p. 266). Além disso, a eficácia do THS está sendo estudada não apenas no tratamento, mas também na pre venção de outras comorbidades associadas à fobia social, como o transtorno por uso de substâncias psicoativas. Estudos de Caballo (1996) e Gouveia (2000) evidenciam que, entre os transtornos de ansiedade, a fobia social, ou transtorno de ansiedade social, apresenta frequência mais elevada de comorbidade com o alcoolismo. Wagner e Oliveira (2007, 2009) realizaram investigações voltadas à importância do THS para o tra tamento de usuários de substâncias psicoativas. Os resultados comprovaram que estes apresentam maiores prejuízos nas habilidades sociais, e os autores referidos sugerem que intervenções que busquem promover a competência pessoal e social dos indivíduos, desenvolvendo habilidades de resistência ao oferecimento de drogas, bem como estimulando as habilidades de enfrentamento, a autoeficácia e a capacidade de tomada de decisões, podem reduzir a motivação para o uso. Em terapia de casais, o THS pode ser extremamente útil no treinamento de habilidades de comuni cação e solução de problemas. Aprender a falar e a ouvir são elementos de crucial importância em uma boa comunicação, enquanto que a capacidade de ouvir e resumir a opinião do parceiro é o princípio para a solução de problemas. A intervenção com casais busca traçar estratégias para uma resolução construtiva de conflitos (Datillio & Padesky, 1998). Os inúmeros estudos de intervenção concentram seu interesse no treinamento e desenvolvimento de habilidades sociais, com utilização de diversas técnicas cognitivo-comportamentais, como o fornecimento de instruções, ensaio comportamental, modelagem, tarefas de casa, feedback verbal e em vídeo, reestruturação cognitiva, solução de problemas, relaxamento, vivências grupais, entre outras (Caballo, 2003). APLICABILIDADE DO THS À PRATICA CLÍNICA A aplicação do THS pode ser em formato individual e grupai (Caballo, 1998), sendo que a escolha por um ou outro modelo depende do lugar e dos recursos disponíveis, pois nem sempre existe um número suficiente de indivíduos para a formação de um grupo, ao mesmo tempo em que o THS grupai pode ser conveniente em termos de economia de tempo e esforço do terapeuta. Porém, o grupo oferece algumas vantagens, pois propicia uma situação social já estabelecida, na qual é possível praticar com outras pessoas as habilidades trabalhadas, além de estabelecer um clima de apoio mútuo em uma situação real e não simulada, diferentemente do que ocorre no formato individual, bem como menor gasto financeiro por parte do paciente. O THS em grupo pode variar de acordo com o tempo de duração, além do número de participantes. Um programa de THS muito empregado e recomendado é o desenvolvido em sessões semanais de duas horas de duração, ao longo de oito a doze semanas, com oito a doze participantes, com foco em direitos interpessoais, estilos de comunicação assertivo, não assertivo e agressivo, reestruturação cognitiva de crenças irracionais e ensaio comportamental (Caballo, 2003). A estrutura de cada encontro segue um mesmo padrão, permitindo aos participantes liberdade de expressão de pensamentos e sentimentos. O programa desenvolve os seguintes conteúdos: autoconhecimento e habilidades de apresentação, relacionamento interpessoal, Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 543 conversação e comunicação eficaz, expressão de afeto e empatia, assertividade, conflito, em lidar com o estresse, de pensamento crítico e criativo, tomada de decisão e resolução de problemas. Nesse formato de intervenção, os indivíduos são instrumentalizados para o desenvolvimento de sua competência interpessoal, aprendendo a lidar melhor com suas dificuldades de interação social e desenvol vendo um modelo mais assertivo de comportamento. Van Dam-Baggen et al. (1986, citado por Caballo, 2003) propõem um programa de THS que engloba três fases: 1) Treinamento em habilidades sociais básicas, como observar, escutar, dar e receber retroalimentação, além de contato visual, volume da fala, entre outras. 2) Treinamento em respostas sociais específicas, como fazer e recusar pedidos, fazer e receber elogios, receber recusas, iniciar e manter uma conversação, fazer e receber críticas, expressar sentimentos positivos, defender seus próprios direitos, fazer um convite, solicitar informação, encerrar encon tros sociais e expressar opiniões. 3) Treinamento em habilidades de autocontrole, incluindo a auto-observaçáo, o estabelecimento de metas e submetas realistas e concretas, bem como de padrões mais realistas de enfrentamento das situações e autorreforço adequado. Além destes tópicos, é fundamental ensinar estratégias de solução de problemas, com o objetivo de estimular o enfrentamento de futuros problemas. Uma intervenção psicoterápica voltada aos transtornos de ansiedade deve facilitar a aprendizagem de novas habilidades sociais e prevenir a redução de comportamentos inadequados. Para Lõrh (2001), isso pode auxiliar o indivíduo a buscar maneiras mais assertivas de relacionamento e a lidar melhor com as dificuldades que surgirem na vida. Sendo assim, programas que visem ao tratamento desses transtornos devem focalizar o desenvolvimento da assertividade, da empatia e da solução de problemas (Falcone, 2000, 2002), visando aumentar as competências sociais. Turner, Beidel e Cooley (citado por Caballo, 2003) apresentaram um programa de THS fundamen tado emquatro componentes, a saber: a) o educativo, pelo qual se educa o participante sobre a ansiedade e os temores sociais; b) a exposição, relacionado à inundação, ao vivo ou na imaginação, ou em enfoque graduado, ao vivo, de uma situação desencadeadora de ansiedade; c) a prática programada, que diz respeito a atividades de exposição coordenadas pelo terapeuta, mas que o paciente deve terminar no seu ambiente natural; e d) THS, utilizado para ensinar ou desenvolver as HS do indivíduo e propiciar práticas nas interações sociais. O THS consta de três partes: dar-se conta do ambiente social (como e onde iniciar e terminar as relações interpessoais), melhorar as habilidades interpessoais (aspectos verbais e não verbais das rela ções sociais adequadas, com foco em áreas problemáticas para os indivíduos) e melhorar as habilidades para falar em público (elementos essenciais da fala em público, construção do que há para dizer e sua apresentação). 544 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental Dessa forma, frequentemente são realizadas práticas de exposição ou encenações comportamentais. Segundo Caballo (2003), são empregados alguns procedimentos, como ensaio de comportamento ou repre sentação de papéis, modelação, instruções, retroalimentação e reforço, tarefas para casa etc., descritos a seguir: • No ensaio de comportamento, o indivíduo é estimulado a representar pequenas cenas proble máticas simuladas de sua vida real com o objetivo de aprender a modificar comportamentos não adaptativos, subtituindo-os por formas mais adaptativas, com o auxílio dos demais membros do grupo. • A modelação consiste em expor o indivíduo a um modelo, representado pelo terapeuta ou outro participante do grupo, que demonstre corretamente o comportamento que está sendo trabalhado, propiciando aprendizagem de outra forma de abordar uma determinada situação. • As instruções conferem aos participantes informações sobre o comportamento social, dando base e explicação sobre os exercícios e ensaios de comportamento que serão desenvolvidos posteriormente. • Retroalimentação e reforço são cruciais para o THS, pois o reforço, que ocorre durante as sessões, visa à aquisição de novos comportamentos, por meio de recompensas sucessivas e de aumento de comportamentos adaptativos específicos ao indivíduo. É possível reforçar de forma verbal, mas também não verbal, pela expressão do rosto, gestos de confirmação com a cabeça, aplausos, palmadas nas costas. Outra forma seria a autorrecompensa, fazendo com que os indivíduos digam ou façam algo agradável a si próprios ao praticarem bem suas habilidades. A retroalimentação pelo treinador, pelos demais membros do grupo e por áudio ou vídeo têm por fim expressar de forma positiva uma informação ao indivíduo, objetivando desenvolvimento e melhora de uma habilidade. • Tarefas para casa podem ser compreendidas como uma forma pela qual as habilidades aprendidas no decorrer das sessões grupais de THS podem ser praticadas na vida real do indivíduo. As sessões de THS usualmente iniciam e terminam com a discussão das tarefas de casa, planejadas para que o paciente alcance os objetivos do tratamento, sendo que o grau de dificuldade de cada tarefa vai aumentando gradativamente conforme o tratamento avança. Um programa de intervenção grupai em THS foi implantado na Clínica-Escola da Faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) como parte integrante do estágio curricular, com o objetivo de desenvolver habilidades interpessoais na população universitária. O modelo de intervenção utilizado teve duração de dez sessões, com periodicidade semanal e duração de 120 minutos, incluindo avaliação com medidas antes e depois da intervenção, que foi desenvolvida junto a dois grupos pilotos, com nove participantes em um grupo e treze em outro. Desta forma, o grupo de THS da PUC-RS (Oliveira, Rusch, Pureza, Ramos, & Monteiro, 2009) foi elaborado tendo como base o modelo cognitivo-comportamental de psicoterapia em grupo. Em cada encontro, um tema relativo às habilidades sociais foi abordado, fazendo com que os participantes aprendessem a desenvolver cada aspecto relativo às habilidades sociais, de modo a melhorar seu desempenho social e aca dêmico. Deste modo, um plano de trabalho foi estabelecido, e os pacientes foram avaliados semanalmente. Foram desenvolvidos durante as sessões os seguintes conteúdos e atividades: 1 1) aplicação dos inventários e apresentação dos conceitos de habilidades sociais e o treinamento de habilidades sociais; Treinamento de habilidades sociais e sua aplicabilidade na prática clínica 545 2) apresentação dos conceitos relacionados à ansiedade (por exemplo, hipervigilância) e treinamento das técnicas de controle de ansiedade (por exemplo, respiração diafragmática); 3) treinamento dos comportamentos envolvidos nas habilidades sociais e a importância do compor tamento não verbal; 4) apresentação dos conceitos de assertividade, passividade e agressividade; 5) treinamento das habilidades de iniciação, manutenção e encerramento de uma conversação; 6) treinamento da habilidade de defesa dos direitos, de fazer e recusar pedidos, de expressão de desagrado e de dizer não; 7) treinamento das habilidades de expressão de afeto e empatia, de expressão de sua opinião e para lidar com a raiva do outro; 8) treinamento em técnicas de tomada de decisão e de resolução de problemas; 9) treinamento de prevenção à recaída e exposição ao falar em público; 10) Reaplicação dos instrumentos, avaliação e fechamento dos encontros. De acordo com o relato de Oliveira, Rusch, Pureza, Ramos e Monteiro, (2009), foram utilizados diversos instrumentos no grupo de THS, com aplicação antes e depois da intervenção. Os resultados finais evidenciam melhoras no repertório de habilidades sociais dos participantes, na interação grupai, além de aumento da assertividade em situações difíceis, o que também vem sendo comprovado pela melhoria no escore total dos instrumentos aplicados, tais como: • Escala de Ansiedade Social de Liebowitz (Liebowitz, 1987), para a avaliação da gravidade da Fobia Social. • Questionário de Ansiedade Social para Adultos (Caballo et al., 2008), para o rastreamento da presença de ansiedade social. • Inventário de Ansiedade de Beck (Cunha, 2001), para a mensuração da gravidade dos sintomas de ansiedade. • Inventário de Depressão de Beck (Cunha, 2001), para a mensuração da gravidade dos sintomas de depressão. • Adult Self-Report (Achenbach & Rescorla, 2001) para verificar diferentes aspectos do funcio namento adaptativo de adultos com idades entre dezoito e 59 anos, identificando problemas comportamentais e emocionais e apontando os transtornos mais frequentes. Programas de THS focam sua atenção em ensinar os indivíduos a identificarem seus déficits nas habilidades sociais ou nos comportamentos em seus relacionamentos interpessoais nos quais exista a neces sidade de modificações, mantendo o foco no tratamento de algumas habilidades sociais específicas que sejam realizadas de forma desadaptativa. A grande meta do THS é a melhoria de funcionamento do indivíduo em situações sociais e de desempenho, tendo em vista a probabilidade de aumento das reações positivas dos outros e desenvolvimento da competência social e da autoeficácia do indivíduo frente às demandas da vida. 546 Manual Prático de Terapia Cognitivo-Comportamental CONCLUSÃO O campo das intervenções voltadas ao desenvolvimento de habilidades sociais vem demonstrando ser de fundamental importância na clínica psicoterápica. Aprender e praticar algumas habilidades voltadas ao contexto social pode possibilitar uma diminuição de ansiedade e uma consequente melhora na interação e desempenho social dos indivíduos. Cabe ao profissional que trabalha na área da psicologia clínica escolher uma intervenção psicoterápica eficaz, que possa ser utilizada para auxiliar de forma efetiva no tratamento de um problema psicológico. Os estudoscientíficos comprovam que o THS constitui-se um dos tratamentos de escolha com bons resultados para diversos problemas psicológicos e em quadros clínicos específicos. O THS pode ser utilizado enquanto um programa de prevenção ou diminuição de dificuldades futuras, instrumentalizando o indivíduo no aprendizado de estratégias e habilidades interpessoais mais adaptativas que tragam melhores resultados em sua vida diária. Desta forma, pelo THS torna-se possível alcançar um padrão de comportamento mais saudável, proporcionando a melhora da competência interpessoal e individual. 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