Prévia do material em texto
<p>Questão 1/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“Declarando a chegada da democracia na Espanha pós-Franco, o Primeiro-Ministro Adolfo Suárez proclamou que, doravante, "O futuro não está</p><p>escrito porque apenas o povo pode escrevê-lo." Ele esperava por um mundo melhor, e eu levei sua palavra a sério. Mas as pessoas podem</p><p>escrever o que quiserem. A democracia não garante nada além do fato de que é o povo quem escreverá o futuro. É apenas um terreno onde</p><p>pessoas mais ou menos iguais e mais ou menos livres lutam pela realização de ideais, valores e interesses conflitantes. O único milagre da</p><p>democracia é que esses conflitos podem ser geridos sem repressão e em paz. Quando as pessoas discordam sobre quais valores a democracia</p><p>deve buscar diante da crescente polarização, a democracia só pode ser defendida como o melhor método para gerir essas discordâncias. No</p><p>entanto, métodos são difíceis de defender sem referência aos propósitos que eles se destinam a servir. Como Erik Lagerspetz observa, "há algo</p><p>profundamente perturbador na ideia de que um procedimento puramente mecânico, sem conteúdo, poderia determinar o que devemos fazer."</p><p>No entanto, o próprio procedimento de escolher governos por meio de eleições tem méritos que se sustentam por conta própria.”</p><p>Fonte: Przeworski, Adam. "Who Decides What Is Democratic?" Journal of Democracy 35, no. 3 (2024): 5-</p><p>16. https://doi.org/10.1353/jod.2024.a930423. Tradução livre.</p><p>Vimos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo que há na ciência política moderna um debate ou disputa em torno</p><p>do significado ou abrangência da democracia. Uma ala procura encontrar um mínimo comum, aquilo que seria essencial em qualquer</p><p>definição, enfatizando a forma. Outra ala procura encontrar um significado mais abrangente para democracia, mais participativa e</p><p>substantiva, ou seja, com forte influência de certos valores e objetivos a atingir, incluindo objetivos socioeconômicos. Assinale a</p><p>alternativa que expõe corretamente o que seria o “caráter pluralista” na concepção de poliarquia, de Dahl:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Afirma que a democracia é um governo com poucos representantes e sem liberdades, limitando a contestação</p><p>pública e a inclusão.</p><p>B Descreve uma democracia como um sistema com apenas um grupo intermediário representativo e sem</p><p>nenhuma garantia de ampliação da contestação pública ou inclusão.</p><p>C Define a democracia como um governo de poucos representantes, com um conjunto de restrições que impedem</p><p>a ampliação da contestação pública e inclusão.</p><p>D Explica que uma democracia não possui grupos intermediários representativos, sendo um governo sem liberdades</p><p>e que limita a contestação pública e a inclusão.</p><p>E Indica os diversos grupos intermediários representativos de uma democracia, um governo de muitos</p><p>representantes, com um conjunto de liberdades que garantam a ampliação da contestação pública e inclusão.</p><p>Você assinalou essa alternativa (E)</p><p>Você acertou!</p><p>Dahl enfatiza o caráter pluralista, mas ainda assim dominado por lideranças e instituições representativas, a poliarquia termo</p><p>que indica os diversos grupos intermediários representativos de uma democracia, um governo de muitos representantes,</p><p>com um conjunto de liberdades que a garantam, conforme indica Ricci indicando que para Dahl a ampliação de duas</p><p>dimensões básicas fundamentaria a democracia, a contestação pública e a inclusão. Estas dimensões poderiam ser</p><p>garantidas pela rotatividade governo/oposição, a competição e as ‘chances reais de mudar o status quo’ (2023, p. 49 e 50).</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 3, Tema 2 “Definição minimalista e maximalista da democracia”.</p><p>Questão 2/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“A Idade Média europeia (e também o mundo islâmico de então) se caracterizou por relações políticas justificadas por forte re ligiosidade. Não</p><p>há propriamente um debate sobre regimes políticos. A monarquia é um pressuposto, sendo que a hierarquia política é dada a partir de Deus no</p><p>topo, monarca e lideranças da aristocracia, nas várias denominações europeias e de reinos islâmicos.</p><p>Na Europa, a igreja católica era a mediadora destas relações políticas. Ainda assim, alguns autores medievais tentaram fazer análises</p><p>propriamente políticas, apesar da sempre presente vinculação ao sagrado. É o que afirma Strefling (2014, pp., 36, 68-70) ao apontar a grande</p><p>influência de Aristóteles na obra de Agostinho, Pádua, Aquino, dentre outros.”</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 1, Tema 3 “Regimes políticos na antiguidade”.</p><p>Vimos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo que na Idade Média não havia uma discussão sobre autoritarismo</p><p>versus democracia, mas as diferenças sobre a forma de governo, como quantos governam e em função do que, tal como era no</p><p>pensamento grego. Assinale a alternativa que descreve, corretamente, a dicotomia existente na análise política, nesse período:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Governo democrático x governo autoritário.</p><p>B Governo virtuoso x não virtuoso.</p><p>Você assinalou essa alternativa (B)</p><p>Você acertou!</p><p>A dicotomia era governo virtuoso ou não virtuoso, ou seja, governava-se em função do bem público ou de interesses próprios.</p><p>Contudo, era o elemento sagrado que definia a natureza do regime político.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 1, Tema 3 “Regimes políticos na antiguidade”.</p><p>C Liberdade x fraternidade.</p><p>D Igualdade x liberdade.</p><p>E Vocação x ambição.</p><p>Questão 3/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“Para entender a importância da separação dos Poderes, algo comum em nossos dias, é necessário olhar para o período absolutista, em como</p><p>o poder político era exercido. Um soberano ou conjunto de indivíduos poderia ter simultaneamente o direito de fazer as leis e executá-las. E,</p><p>dependendo do grau de arbítrio, o fariam da maneira que bem entendesse, sem ter de responder por isso. Não era raro que tivessem atribuições</p><p>jurídicas, julgando casos ou contenda dos súditos.</p><p>No século 18, em um momento em que novos ideais se fortaleciam, como a liberdade, o direito e a igualdade, os iluministas se insurgiram contra</p><p>a prática em vigor durante o absolutismo de concentração do poder. Montesquieu (1589 -1755) foi quem melhor delineou o modelo de separação</p><p>dos Poderes, embora Locke já tivesse argumentado neste sentido décadas antes, embora não indicando um Poder Judiciário. Este novo Poder</p><p>foi enfatizado por Montesquieu. Dallari (2016, p. 213 -215) afirma que tal ideia já tinha sido proposta por Aristóteles e autores medievais. Mesmo</p><p>Maquiavel tinha visto com bons olhos a existência de um Poder Judiciário na França, ainda que não pelas razões de Montesquieu. Para</p><p>Maquiavel, um judiciário independente livraria o Rei de ter de julgar casos polêmicos. No século 19, a razão para a separação não se restringia</p><p>a refrear o poder, mas tornou-se consensual que o Estado ficaria mais eficiente, especializando seus órgãos de acordo com suas atribuições.”</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 4, Tema 1 “O Parlamentarismo”.</p><p>Considerando a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, assinale a</p><p>alternativa que explica corretamente a que se referem “freios e contrapesos” no Estado Moderno:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são independentes e possuem</p><p>mecanismos para limitar e equilibrar as ações uns dos outros, garantindo que um ramo do governo acumule poder</p><p>absoluto e para promover a eliminação de poderes de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades dos</p><p>cidadãos.</p><p>B Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são independentes e possuem</p><p>mecanismos para limitar e equilibrar as ações uns dos outros, garantindo que nenhum ramo do governo acumule</p><p>poder e para promover a separação de poderes</p><p>de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades dos</p><p>cidadãos.</p><p>Você assinalou essa alternativa (B)</p><p>Você acertou!</p><p>Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são independentes e possuem mecanismos</p><p>para limitar e equilibrar as ações uns dos outros, garantindo que nenhum ramo do governo acumule poder e para promover</p><p>a separação de poderes de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos. Os atuais sistemas de</p><p>governo resultam de um projeto político típico da era moderna e, como temos argumentado, fruto da predominante teoria</p><p>liberal, ao impedir a tirania de um indivíduo ou do próprio Estado, instituição que se fortalecia constantemente. A ideia de</p><p>freios e contrapesos expressa este ideal.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 4, Tema 1 “O Parlamentarismo”.</p><p>C Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são independentes, mas não</p><p>possuem mecanismos para limitar e equilibrar as ações uns dos outros, garantindo que cada ramo do governo</p><p>acumule poder e para promover a unificação de poderes de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades</p><p>dos cidadãos.</p><p>D Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são totalmente dependentes e</p><p>possuem mecanismos para acumular poder uns dos outros, garantindo que um ramo do governo sempre domine</p><p>e para promover a centralização de poderes de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades dos</p><p>cidadãos.</p><p>E Referem-se ao sistema pelo qual os poderes legislativo, executivo e judiciário são independentes e possuem</p><p>mecanismos para limitar apenas as ações do executivo, garantindo que o legislativo acumule poder e para</p><p>promover a separação de poderes de forma a assegurar a proteção dos direitos e liberdades dos cidadãos.</p><p>Questão 4/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“Vejamos a seguir algumas características das atuais ameaças à democracia, ou em certos casos, de possíveis “transições ao autoritarismo”.</p><p>Um primeiro detalhe desta ameaça é que ela tem aparência de democracia, há um teatro de que as regras democráticas estão sendo cumpridas.</p><p>No entanto, a situação é inversa ou em processo de erosão. É o caso de eleições. Levantamento feito por um jornal apontou que em 2024</p><p>metade da população mundial votou em eleições de nível regional ou nacional, em aparente normalidade democrática, contudo</p><p>‘Em alguns casos, como Rússia e Bangladesh, a disputa é amplamente considerada de fachada ou boicotada por rivais do governo; em outros,</p><p>como na Índia e no Paquistão, a oposição é censurada e critica o controle institucional sobre os meios de comunicação. Há ainda pleitos</p><p>postergados ou sem data definida em países sob ditaduras, casos de Venezuela e Mali.’</p><p>Some-se a ascensão de partidos de extrema direita (não confundir com direita ou centro direita), com agendas típicas de regimes po líticos</p><p>autoritários, como se visualiza em diversos países europeus e latino-americanos.</p><p>As razões para tal crescimento são várias, mas algumas são as retratadas no tema anterior, em especial, as crises econômicas, incluindo o</p><p>desemprego, além de corrupção, a violência e o crime organizado, a imigração sem controle. De acordo com a pesquisadora do Cebrap (Centro</p><p>Brasileiro de Análise e Planejamento) e do Laut (Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo), Marina Slhessarenko "Autoritários de</p><p>extrema direita conseguiram ser porta-vozes de um sofrimento social bastante real de pessoas em condições econômicas absolutamente</p><p>degradantes. [A crise econômica de] 2008 foi uma enxurrada para o mundo.”</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 6, Tema 2 “Democracia sob ameaça”.</p><p>Considerando a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, assinale a</p><p>alternativa que explica corretamente o conceito de democracia iliberal, cunhado por Zakaria (1997):</p><p>Nota: 0.0Você não pontuou essa questão</p><p>A Democracia iliberal é um sistema onde não há eleições e os líderes chegam ao poder exclusivamente por meio</p><p>de herança ou golpes militares.</p><p>B Em uma democracia iliberal, todas as liberdades civis e os direitos individuais são amplamente protegidos e</p><p>respeitados pelo governo.</p><p>C Em uma democracia iliberal, a independência do judiciário e a liberdade de imprensa são completamente</p><p>garantidas e nunca sofrem interferências do governo.</p><p>D Em uma democracia iliberal, a independência do judiciário e a liberdade de imprensa são completamente</p><p>garantidas e nunca sofrem interferências do governo.</p><p>Democracia iliberal – expressão cunhada por Zakaria (1997) - indica regimes que mantêm uma aparência democrática, mas</p><p>subvertem ou eliminam seus princípios. Há eleições, consulta popular (referendum, por exemplo). Aos poucos, porém, a</p><p>oposição é limitada ou mesmo impedida de participar. O opositor é visto como um inimigo, uma ameaça, justificando ações</p><p>não democráticas para o calar (Rússia), impedi-lo de concorrer em eleições (Venezuela) ou mesmo retirando sua cidadania</p><p>(Nicarágua). Há pouco controle e fiscalização do governo, tanto pela sociedade civil quanto pelo Judiciário, sendo este Poder</p><p>cada vez mais controlado através de nomeações/indicações de aliados. O mecanismo de freios e contrapesos não funciona</p><p>em termos reais. A participação política, então, fica cada vez mais parecida a sociedades que simplesmente referendam as</p><p>decisões de um governo.</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 6, Tema 2 “Democracia sob ameaça”.</p><p>E Democracia iliberal é um termo usado para descrever um regime totalmente autoritário, onde não há nenhuma</p><p>forma de participação política ou competição eleitoral.</p><p>Você assinalou essa alternativa (E)</p><p>Questão 5/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“Em sentido genérico, o termo sistema indica um conjunto de elementos (indivíduos, associações, técnicas, processos) com um objetivo comum</p><p>e, mais que isso, inter-relacionados, de forma que se um elemento se move terá efeitos em maior ou menor grau sobre todos os outros. Um</p><p>sistema comporta subsistemas, mas é antes de tudo uma visão geral sobre um fenômeno, incluindo suas partes e as relações entre estas.”</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 1, Tema 5 “Sistemas Políticos”.</p><p>Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, analise as</p><p>asserções abaixo e depois assinale a alternativa que apresenta, corretamente, o significado de sistema político:</p><p>I. Muitas vezes é um conceito guarda-chuva que abrange outros, no sentido de organização geral da política em um Estado-nação.</p><p>II. Possui um fim maior do que a detenção do poder, ele permite a estabilização e o desenvolvimento da economia, da cultura, da sociedade.</p><p>III. É marcado pelo momento histórico daquela sociedade e pela globalização e pela sua função na sociedade e nas relações de âmbito</p><p>internacional.</p><p>IV. Possui uma lógica de demanda e resposta e que não há disputa política pelos bens escassos pois todos possuem direitos básicos.</p><p>Considerando as proposições acima, está correto o que se afirma em:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Apenas I.</p><p>B Apenas II e III.</p><p>C Apenas III e IV.</p><p>D Apenas I, II e III.</p><p>Você assinalou essa alternativa (D)</p><p>Você acertou!</p><p>Apenas I, II e III estão corretas. Na ciência política, certos autores utilizam as expressões sistemas políticos ou organização</p><p>política como um conceito guarda-chuva, que abrange todos os demais, no sentido de organização geral da política em um</p><p>Estado Nação. Outros autores o utilizam de forma parecida com formas de governo. Sistema político não se confunde com</p><p>sistema partidário. O sistema político tem um fim maior do que a detenção do poder. Ele deve permitir a estabilização e o</p><p>desenvolvimento da economia, da cultura, da sociedade (BOBBIO, 1998). O sistema político é fortemente marcado pelo</p><p>momento</p><p>histórico interno àquela sociedade, assim como pela globalização e pela função da mesma sociedade nas relações</p><p>de âmbito internacional – como na distribuição geográfica de mercados produtores e consumidores. Mas ele também recebe</p><p>influências do sistema partidário. Talvez a melhor maneira de clarear o conceito sistema político é considerá-lo como</p><p>abrangente, tal qual o modelo de David Easton, autor que vinculou sistema político e a teoria de sistemas, em uma teoria</p><p>política geral. Baseado em Easton, Bobbio (1987), conclui que nesta teoria, o sistema social está diretamente ligado às</p><p>instituições políticas e em uma lógica de demanda/resposta (input-output). Desta forma, o sistema político e suas instituições</p><p>devem responder às demandas sociais, indicando como uma sociedade procura apaziguar seus conflitos e contradições</p><p>políticas. Diferentes grupos possuem interesses divergente ou desejam bens escassos; podem possuir diferentes recursos</p><p>políticos. As disputas, então, são travadas na arena política, de forma que o sistema político consistirá em um ambiente com</p><p>maior ou menor grau de possibilidades para administrar tais conflitos.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 1, Tema 5 “Sistemas Políticos”.</p><p>E Apenas I, II e IV.</p><p>Questão 6/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o texto abaixo:</p><p>“Um levante militar depõe o imperador Dom Pedro II e institui a república como a nova forma de governo no Brasil. Esse evento , liderado pelo</p><p>marechal Deodoro da Fonseca e conhecido como Proclamação da República, ocorreu em 15 de novembro de 1889 e mudou completamente os</p><p>rumos da história do país. O poder, antes hereditário e centralizado na figura do rei, passou a ser descentralizado e abriu espaço para novos</p><p>atores políticos.</p><p>Muitos anos depois, a república seria de novo proclamada, desta vez pelo povo. Há 30 anos, em 21 de abril de 1993, foi realizado um plebiscito</p><p>no qual eleitores e eleitoras de todo o país tiveram que escolher nas urnas entre duas formas de governo, monarquia ou república, e entre dois</p><p>sistemas de governo, parlamentarismo ou presidencialismo.</p><p>Nessa consulta popular, o povo escolheu a república e o presidencialismo por ampla maioria dos votos. Em um universo de 66.807.791 de</p><p>eleitores e eleitoras, a república foi a preferência de 66,26%; já a monarquia recebeu 10,25% dos votos. Votaram em branco nesse item 10,25%</p><p>das eleitoras e eleitores, e 13,20% anularam o voto.</p><p>Já 55,58% do eleitorado escolheu o sistema presidencialista, enquanto o parlamentarismo foi a opção de 24,87%. Os votos brancos foram</p><p>4,84%, e os nulos, 14,71%.”</p><p>Fonte: 30 anos da Proclamação da República pelos eleitores e eleitoras. Disponível em: https://www.tre-</p><p>sp.jus.br/comunicacao/noticias/2023/Novembro/30-anos-da-proclamacao-da-republica-pelos-eleitores-e-eleitoras</p><p>Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, analise as</p><p>asserções abaixo e depois assinale a alternativa que apresenta corretamente as características de uma República, segundo Dallari:</p><p>I. Democracia, uma vez que toda república é necessariamente democrática.</p><p>II. Eletividade, ou seja, o Chefe de Governo é eleito pela maioria, direta ou indiretamente, sendo vedada a substituição por hereditariedade.</p><p>III. Responsabilidade, indicando que o Chefe de Governo deve prestar contas de suas decisões, escolhas e resultados diretamente ao povo ou</p><p>a órgãos de representação.</p><p>IV. Temporariedade, de forma que o Chefe de Governo (e o Chefe de Estado em repúblicas parlamentaristas) tem um mandato específico, sendo</p><p>substituído de tempos em tempos, com limite de reeleições.</p><p>Considerando as proposições acima, está correto o que se afirma em:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Apenas I.</p><p>B Apenas II e III.</p><p>C Apenas III e IV.</p><p>D Apenas II, III e IV.</p><p>Você assinalou essa alternativa (D)</p><p>Você acertou!</p><p>Apenas II, III e IV estão corretas. De acordo com Dallari (2016), as principais características modernas das repúblicas são</p><p>as seguintes: temporariedade, de forma que o Chefe de Governo (e o Chefe de Estado em repúblicas parlamentaristas) tem</p><p>um mandato específico, sendo substituído de tempos em tempos (mandato), com limitação de reeleições. Isto, em contextos</p><p>democráticos, pois regimes autoritários costumam falsear estes princípios, casos atuais da Coreia do Norte, onde uma</p><p>mesma família governa a república comunista. Ou autocratas que se perpetuam no poder, como ocorre desde o início do</p><p>século 21 na Rússia, Turquia, Hungria, Belarus Venezuela e Nicarágua. Eletividade, ou seja, o Chefe de Governo é eleito</p><p>pela maioria, direta ou indiretamente, sendo vedada a substituição por hereditariedade. Ainda assim, ocorrem casos de filhos</p><p>ou netos de governantes serem eleitos, principalmente em nível subnacional onde, não raramente, elites com perfil familiar</p><p>dominam o cenário político regional ou municipal. Neste caso, porém, ocorre de acordo com as regras democráticas.</p><p>Responsabilidade, indicando que o Chefe de Governo deve prestar contas de suas decisões, escolhas e resultados</p><p>diretamente ao povo ou a órgãos de representação. Daí deriva o expediente do impeachment, ou seja, a possibilidade de</p><p>destituição de um Chefe de Governo em sistemas presidencialistas ou a queda do Gabinete no parlamentarismo.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 5, Tema 5 “República”.</p><p>E Apenas I, II e IV.</p><p>Questão 7/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>No sistema multipartidário, pode-se ter variadas configurações, possibilitando a vantagem de representação da diversidade social, com</p><p>competição efetiva entre várias agremiações e alternância no poder. Ainda seguindo o argumento de Lijphart (2011), resulta de sociedades</p><p>plurais, com regras que permitem a expressão de diversos grupos sociais, o que interfere na formação de muitos partidos. Mas há problemas</p><p>específicos, como os partidos fisiológicos, sem ideologia nítida, resultando no excesso de partidos, confundindo o eleitor. E há problemas que</p><p>indicam ou favorecem o autoritarismo. Pode ocorrer que o multipartidarismo seja falso, pois há um partido dominante, seja por razões históricas,</p><p>como foi o PRI no México, durante o século 20. E há casos com competição falsa ou desigual. De acordo com Rojas e Simioni (2018), analisando</p><p>a situação do centenário partido Colorado no Paraguai, indicam que o partido foi predominante não apenas durante a ditadura Stroessner (1954-</p><p>1989) como depois da democratização do país, que seria relativa. Tal conclusão deriva da definição de Sartori de ‘partido predominante’, aquele</p><p>que “supera de longe todos os outros, esse partido é dominante, por ser significativamente mais forte do que os outros” (Sartori, 1982, p. 222).</p><p>E Sartori vai mais longe, definindo o partido hegemônico (p. 259), o que melhor indica realidades autoritárias</p><p>“O partido hegemônico não permite uma competição formal ou de fato pelo poder. Outros partidos podem existir, mas como de segunda classe,</p><p>como partidos tolerados, pois não têm autorização para competir com o partido hegemônico em termos antagônicos ou em bases iguais. Não</p><p>só a alternação não ocorre na realidade, como não poder ocorrer, já que a possibilidade de rotação no poder não está nem mesmo prevista. A</p><p>implicação é a de que o partido hegemônico continuará no poder, quer isso seja agradável para os demais quer não. “</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 4, Tema 4 “Sistemas partidários e regimes políticos”.</p><p>Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, analise as</p><p>asserções abaixo e depois assinale a alternativa que apresenta, corretamente, exemplos de sistemas apartidários e de partido único:</p><p>I. Na Itália fascista havia um partido único, o Partido Nacional Fascista.</p><p>II. O sistema apartidário é comum nas democracias liberais, em que as pessoas são representadas por meio de indivíduos que expressam a sua</p><p>ideologia</p><p>individualmente.</p><p>III. É exemplo de sistema apartidário o fascista, que é corporativista e que propõe a representação nacional por categorias profissionais e não</p><p>por partidos.</p><p>IV. Apenas em alguns pequenos países, com população reduzida, possuem sistemas apartidários, como, por exemplo, Tuvalu, Palau, Micronesia</p><p>e outros países que são monarquia quase absolutas e os partidos são proibidos, como Omã e Brunei.</p><p>Considerando as proposições acima, está correto o que se afirma em:</p><p>Nota: 0.0Você não pontuou essa questão</p><p>A Apenas I.</p><p>B Apenas II e III.</p><p>C Apenas III e IV.</p><p>Você assinalou essa alternativa (C)</p><p>D Apenas I, II e III.</p><p>E Apenas I, II e IV.</p><p>Apenas I, II e IV estão corretas. Sistemas apartidários. Vimos na aula 2 que uma das características do fascismo era o</p><p>corporativismo, a proposta de representação política nacional por categorias profissionais e não por partidos. Contudo,</p><p>mesmo na Itália fascista, havia um partido único, entre 1928 e 1943, o Partido Nacional Fascista. Atualmente, a partir de</p><p>informações da Rádio Senado, programa “Parlamentos do Mundo’, observamos que apenas pequenos países, com</p><p>população reduzida é que usam sistemas apartidários. É o caso de Tuvalu, Palau, Micronesia. Em Tuvalu, uma ilha no</p><p>oceano Pacífico, por exemplo, o parlamento é formado por membros de aldeias ou comunidades distantes umas das outras,</p><p>sem necessidade de partidos. Alguns regimes autoritários são apartidários, como ESwatini, onde o rei controla todos os</p><p>aspectos da política local, nomeando os senadores e deputados. Em Omã e Brunei, monarquias quase absolutas, os partidos</p><p>são proibidos. Em Omã, a primeira eleição para representantes ocorreu em 2003, a partir de subdivisões feitas na lógica</p><p>tribal ou comunidades típicas daquela região do Oriente Médio. Sistema de Partido único. Em princípio, tal sistema pode ser</p><p>democrático ou não, porém, o mais comum é em regimes políticos autoritários, ainda que possam conter espaço para</p><p>discussões e decisões democráticas (Dallari, 2016, p. 165). Nestes casos, o partido é o efetivo gerador de políticas públicas,</p><p>conduzindo as decisões de Estado. Em regimes totalitários, o partido único é propagador da ideologia, como na antiga</p><p>URSS, além da Alemanha nazista. Atualmente, somente Cuba, Vietnã, Laos e Coreia do Norte, remanescentes do antigo</p><p>modelo comunista, possuem sistema unipartidário. A China, porém, possui vários partidos, mas o domínio efetivo é do partido</p><p>Comunista. Desde o início da URSS o argumento para o sistema de partido único era o de que em sociedades comunistas</p><p>não havia diferentes classes sociais ou facções, logo, não precisaria de competição política (Bello e Barbosa, 2019, p. 182).</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 4, Tema 4 “Sistemas partidários e regimes políticos”.</p><p>Questão 8/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho abaixo:</p><p>“Os sistemas presidencialista e parlamentarista são, geralmente, caracterizados em função de sua mútua exclusão. Como, porém, ambos os</p><p>conceitos são carregados de obscuridade, não faz muito sentido tentar iluminar um através do outro. Claro, um sistema presidencialista é não-</p><p>parlamentarista e, inversamente, um sistema parlamentarista é não-presidencialista. Entretanto, ao se enquadrarem os sistemas de governo do</p><p>mundo real nestas duas classes, encontramos, por um lado, parceiros incongruentes e, por outro, inserções dúbias.”</p><p>Fonte: SARTORI, Giovanni. Nem presidencialismo, nem parlamentarismo. Novos Estudos Cebrap, v. 35, p. 3-20, 1993.</p><p>Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, analise as</p><p>asserções abaixo e assinale a alternativa que apresente, corretamente, as características do parlamentarismo:</p><p>I. Vence uma eleição o partido ou coalizão partidária com maioria dos votos.</p><p>II. O Parlamento é o condutor da política, sendo o responsável apenas pelo Poder Executivo.</p><p>III.O Parlamento é o condutor da política, sendo o responsável pelo Poder Executivo e Legislativo.</p><p>IV. Sem maioria no Legislativo não se organiza um governo, por isso, se nenhum partido ou coalizão formar maioria, novas eleições deverão</p><p>ser marcadas.</p><p>Considerando as proposições acima, está correto o que se afirma em</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Apenas I.</p><p>B Apenas II.</p><p>C Apenas III.</p><p>D Apenas I, II e III.</p><p>E Apenas I, III e IV.</p><p>Você assinalou essa alternativa (E)</p><p>Você acertou!</p><p>Apenas I, III e IV estão corretas. Este sistema de governo possui nítidas diferenças em relação ao antigo modo de governar</p><p>das realezas da antiguidade e do período absolutista. O Parlamento é o condutor da política, sendo o responsável pelo Poder</p><p>Executivo e Legislativo. O empoderamento do Parlamento é simultâneo ao avanço da democracia, na medida em que seus</p><p>membros são representantes do povo e eleitos via partidos políticos. Vence uma eleição o partido ou coalizão partidária com</p><p>maioria dos votos. No parlamentarismo, sem maioria no Legislativo não se organiza um governo, por isso, se nenhum partido</p><p>ou coalizão formar maioria, novas eleições deverão ser marcadas. Enquanto isso, uma coalizão ou partido minoritário</p><p>governa provisoriamente. A Bélgica ficou quase dois anos nesta situação, entre 2019 e 2020, quando sucessivas eleições</p><p>não resultaram em maioria ou acordos, fato que ocorre com frequência desde a 2ª Guerra, devido à divisão do país em dois</p><p>grupos étnicos distintos – flamengos (língua holandesa) e valões (língua francesa), além do multipartidarismo. É a mesma</p><p>situação de Israel, que entre 2019 e 2022 teve 5 eleições para tentar formar maioria parlamentar ou coalizão que</p><p>assegurasse um governo.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 4, Tema 1 “O Parlamentarismo”.</p><p>Questão 9/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho a seguir:</p><p>“A dificuldade atual é que todo o mundo é um "democrata". O fascismo e o comunismo foram alternativas à democracia racionalmente motivadas,</p><p>elaboradas e amplamente atrativas. No entanto, embora o rótulo "fascista" seja lançado descuidadamente hoje em dia, eles estão mortos. As</p><p>posturas autoritárias estão muito disseminadas, mas o autoritarismo é um instinto, não uma ideologia. Diferentemente da União Soviética, a</p><p>China não propaga seu sistema político para outros países. A retórica democrática é utilizada em todo o espectro político. Aqui estão alguns</p><p>exemplos. Um propagandista de Putin, Mikhail Leontiev (2008), declara: “Não entendo o que há de não democrático no fato de uma força que</p><p>goza de um apoio social esmagador ganhar as eleições”. Trump afirma que "Nosso movimento tenta substituir um establishment político corrupto</p><p>e fracassado por um novo governo, controlado por vocês, o povo dos Estados Unidos". Mesmo alguém tão de direita quanto se pode ser hoje</p><p>em dia, José Antonio Kast, o perdedor das últimas eleições presidenciais chilenas, insiste em que "sou um democrata e sempre respeitarei a</p><p>vontade popular" (France 24, 13 de novembro de 2021). Os Democratas Suecos, um partido de raízes autenticamente fascistas, agora declaram</p><p>seu compromisso com a democracia. O mesmo acontece com o Partido da Liberdade austríaco (FPO) e Giorgia Meloni.</p><p>Mas Putin tomou medidas, abertas e clandestinas, que tornaram impossível sua remoção do cargo. Trump tentou, mas era incompetente demais</p><p>para torná-las eficazes. Essas tentativas são antidemocráticas de acordo com o padrão minimalista. Mas Meloni, os Democratas da Suécia e o</p><p>Partido da Liberdade da Áustria governaram sem tomar nenhuma medida que violasse as normas minimalistas. A "extrema direita" da Europa</p><p>Ocidental é programaticamente antieuropeia, anti-imigração, anti-islã e "anticrime"; ela faz apelos vagos ao "modo de vida tradicional", mas</p><p>respeita as condições prévias da democracia. Além disso, a direita da Europa Ocidental geralmente se mantém afastada de questões culturais</p><p>e varia em suas posições sobre questões econômicas. Na Europa Oriental, as questões culturais</p><p>são mais proeminentes, e várias políticas</p><p>homofóbicas e contra a igualdade de gênero foram adotadas. Os republicanos nos EUA estão mais próximos de seus parceiros do Leste Europeu</p><p>do que dos da Europa Ocidental. As políticas do governo polonês do PiS (anti-aborto, anti-LGBT, recusa em assinar um tratado sobre violência</p><p>doméstica) são "antidemocráticas"? Essas políticas violam as normas de universalismo, igualdade ou liberdade, que muitas pessoas consideram</p><p>essenciais para a democracia. Mas essas políticas foram apoiadas por uma maioria de eleitores em eleições razoavelmente livres. O parlamento</p><p>francês acaba de aprovar uma lei de "imigração" que não diz praticamente nada sobre o fluxo de pessoas através da fronteira, mas restringe</p><p>severamente os direitos dos não cidadãos que já estão no país, incluindo crianças nascidas na França. Essa legislação é claramente racista,</p><p>mas tem o apoio de mais de 70% dos entrevistados franceses. Eu a considero repulsiva, mas ela é "antidemocrática"? Quando os valores que</p><p>diferentes pessoas atribuem à democracia entram em conflito, quem pode decidir o que é ou não é "democrático"? Quando os valores que</p><p>diferentes pessoas atribuem à democracia entram em conflito, quem pode decidir o que é ou não é "democrático"?</p><p>Fonte: Przeworski, Adam, Defender la democracia (January 21, 2024). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=4701966. Tradução livre.</p><p>Considerando o trecho citado acima e os conteúdos discutidos na disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, analise as</p><p>asserções abaixo e depois assinale a alternativa que apresenta características corretas de regimes autoritários:</p><p>I. Presença de laicidade do Estado.</p><p>II.Presença de monopólio legítimo da violência pelo Estado.</p><p>III.Presença de abuso de violência e com finalidade política; polarização política, extremismo religioso ou político.</p><p>IV. A alta centralização administrativa e política manifestada por um poder político central forte e elites locais submetidas a esse poder, sem</p><p>controle ou interferência popular.</p><p>Considerando as proposições acima, está correto o que se afirma em:</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Apenas I.</p><p>B Apenas II e III.</p><p>C Apenas III e IV.</p><p>Você assinalou essa alternativa (C)</p><p>Você acertou!</p><p>Apenas III e IV estão corretas. Ao se analisar vários regimes autoritários ao longo da história recente – século 20 até hoje -</p><p>observa-se algumas características específicas, que podem existir simultaneamente ou não.</p><p>A - Alta centralização administrativa e política: embora possa existir uma política centralizada e administração</p><p>descentralizada, via elites locais submetidas a um poder político central, não havendo controle ou interferência popular. É o</p><p>caso do Absolutismo (Séculos 16-18) e Ou das atuais monarquias do Oriente Médio.</p><p>B - Falta de limites ao poder por parte do governante: tal fato resulta em arbítrio, por exemplo, o desprezo por certas leis, ou</p><p>uso destas quando convém; ou as usando ou deturpando-as com objetivos políticos.</p><p>C - Violência acima das regras sociais/leis: Se a violência legítima é um pressuposto do Estado Moderno, o abuso ou arbítrio</p><p>resulta em um uso desmedido da violência e do aparato de segurança, muitas vezes, com finalidade política (prisão de</p><p>opositores, assassinatos, espionagem ilegal, o judiciário usado como arma, com processos muitas vezes injustos ou</p><p>persecutórios.</p><p>D - Polarização/Extremismo/Fundamentalismo religioso ou político: Um dos ideais da democracia moderna é o laicismo e a</p><p>liberdade de oposição, resultando em um Estado laico (sem interferência religiosa) e plural, ou seja, com ampla possibilidade</p><p>de exposição de ideias e debate. Entretanto, embora não seja característica geral, quando há um contexto de polarização</p><p>política ou religiosa e determinado regime incorpora tal polarização, o autoritarismo pode se agigantar. O problema em tais</p><p>casos não é a religião ou a ideologia em si, mas o fanatismo típico do fundamentalismo.Extremismo significa uma</p><p>radicalização religiosa ou nas ideologias políticas, sugerindo ou usando da força bruta para se atingir objetivos, como no</p><p>caso do terrorismo de todos os matizes.</p><p>E – Populismo: O fenômeno populismo não é característica só de regimes políticos autoritários, por outro lado, é uma</p><p>tendência do autoritarismo contemporâneo. Quando em conjunto, autoritarismo e populismo dão uma forma específica ao</p><p>regime, como foi o caso do populismo típico dos anos 1930-50 na América Latina (Ianni, 1975), facilitando a aproximação</p><p>do líder autoritário às massas. Mais detalhes na aula 6.</p><p>F - Elites opressoras: Em contextos autoritários é comum que o líder ou regime seja apoiado ou represente determinada elite</p><p>dominante. Tais elites concentram a riqueza do país, interferindo nas decisões de Estado, nas nomeações para cargos</p><p>públicos e no próprio setor privado, manipulando-o de acordo com seus interesses, gerando extrema desigualdade,</p><p>tensionando a sociedade.</p><p>Referência: Material para impressão da Aula 2, Tema 1 “Regimes autoritários – características básicas”.</p><p>D Apenas I, II e III.</p><p>E Apenas I, II e IV.</p><p>Questão 10/10 - Regimes Políticos e Sistemas de Governo</p><p>Leia o trecho abaixo:</p><p>“Por regime político, portanto, se entende ‘o conjunto das instituições que regulam a luta pelo poder e o seu exercício, bem como a prática dos</p><p>valores que animam tais instituições’ (Levi, 1998, p. 1081). Interessante este detalhe ressaltado, ‘os valores que animam ...’. Neste aspecto,</p><p>Duverger (citado por Costa, 2022) concorda:</p><p>“regime político remete a “[...] uma combinação bem definida em que entram um sistema de partidos, um modo de fazer os escrut ínios, um (ou</p><p>vários) tipo de decisão, uma (ou várias) estrutura de grupos de pressão” (Duverger, 1968, p.33-34). Enfim, remete às “estruturas políticas”. Mas,</p><p>por outro lado, complementa Duverger, o regime político não pode ser considerado somente enquanto “organização técnica do governo”, dado</p><p>que “... corresponde sempre a certa ideologia, a uma doutrina do poder” [grifo nosso]. Portanto, os regimes políticos seriam “estruturas materiais</p><p>- instituições, organismos, hierarquias de homens e de grupos, processos de decisão, etc.”, e também “... conjuntos de ideias e de imagens que</p><p>as pessoas têm acerca das estruturas e do seu funcionamento” (Duverger, 1968, p.33-34).”</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 1, Tema 2.1 “Regimes e o sentido político”.</p><p>Considerando a contextualização acima e os conteúdos da disciplina de Regimes Políticos e Sistemas de Governo, assinale a</p><p>alternativa que explica, corretamente, por que a expressão “Regime Militar” é inadequado, a partir da perspectiva de O’Donnel?</p><p>Nota: 10.0</p><p>A Porque a partir dessa denominação é possível compreender a ideologia e as bases sociais reais do regime.</p><p>B Porque não capta aspectos importantes como os aspectos explícitos, de domínio e poder que estão presentes</p><p>na ideologia política.</p><p>C Porque os valores e o sistema de crenças que estão geralmente presentes por trás dos regimes políticos foram</p><p>devidamente considerado neste caso.</p><p>D Porque os regimes políticos são definidos pelo conjunto de regras formais colocadas na constituição e pelo</p><p>caráter burocrata e técnico do governo.</p><p>E Porque é genérica e imprecisa, não define se o regime é autoritário ou democrático e também porque tais</p><p>regimes costumam ser militares-civis, já que havia o apoio também civil.</p><p>Você assinalou essa alternativa (E)</p><p>Você acertou!</p><p>Neste sentido, expressões como regime militar não são precisas, pois além de não definir se é um regime autoritário ou</p><p>democrático, segundo O’Donnell (1987, p. 11) “A expressão regime militar nunca pareceu adequada, porque tais regimes</p><p>eram militares-civis, já que o componente de apoio do pessoal político-civil era muito importante”. Por trás dos regimes</p><p>políticos há um prevalecente sistema de crenças e valores políticos dados por fatores históricos, antropológicos e</p><p>sociológicos. Um regime político pode ser fruto de regras bem estabelecidas</p><p>ou provisórias, escritas ou não.</p><p>Fonte: Material para impressão da Aula 1, Tema 2.1 “Regimes e o sentido político”.</p>