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<p>Ruído</p><p>Som é uma variação da pressão sonora do ar que conduz a uma sensibilização nos ouvidos. Ruído é uma das classificações de som em que, em dada frequência podem existir, em forma aleatória através do tempo, variações de diferentes pressões (SALIBA, 2009). Também pode ser definido como um som complexo composto por inúmeras frequências e intensidades sem que exista um padrão fixo. Têm como característica um comportamento imprevisível e aleatório sendo, portanto, difícil de caracterizar com exatidão. É o tipo de som encontrado nos ambientes industriais e de trabalho, o foco principal do nosso estudo.</p><p>Pode ser considerado como o principal risco dos ambientes de trabalho atuais, pois geralmente está presente em qualquer espaço (PEIXOTO, FERREIRA, 2012). Quando nos encontramos num ambiente de trabalho e não conseguimos ouvir perfeitamente a fala das outras pessoas no mesmo recinto, isso é uma primeira indicação de que o local é demasiado ruidoso.</p><p>Ruídos elevados geram impactos no trabalhador a todos os níveis, de dificuldades de relacionamento com colegas e família, até dificuldades em se perceber movimentação de veículos ou máquinas, agravando as condiçõespara um acidente de trabalho. Também pode levar a perdas auditivas irreversíveis. A perda auditiva pelo ruído, normalmente, é produzida pela exposição do trabalhador a ambientes ruidosos (de caráter progressivo) e manifesta-se após muitos anos de exposição. Controles administrativos, técnicos e, sobretudo, dispositivos de proteção aos trabalhadores são fundamentais para reduzir ou neutralizar a exposição a esse risco (CRPG, 2015).</p><p>De acordo com Peixoto e Ferreira (2012), o ruído pode ser classificado em:</p><p>a. Ruídos contínuos – são aqueles cuja variação de nível de intensidade sonora é muito pequena em função do tempo (± 3 dB durante um períodode observação maior que 15 minutos). São ruídos característicos de condicionadores de ar, motores elétricos, compressores, geladeiras, ventiladores, entre outros.</p><p>b. Ruídos intermitentes – são aqueles que apresentam grandes variações de nível em função do tempo. São os ruídos mais comuns, característico da maioria das exposições ocupacionais. São ocasionados por trabalhos manuais, afiação de ferramentas (esmerilhadeira), o trânsito de veículos, conversação, entre outros.</p><p>c. Ruídos impulsivos ou de impacto – apresentam altos níveis de intensidade sonora, num intervalo de tempo muito pequeno. São os ruídosprovenientes de explosões e impactos. São característicos de rebitadeiras, prensas, martelos de forjamento, entre outros.</p><p>SAIBA MAIS</p><p>A amplitude de uma onda de som, ou intensidade sonora, é o grau de movimento das moléculas de ar na onda, que corresponde à intensidade da rarefação e da compressão que a acompanham. Quanto maior a amplitude da onda, mais intensamente as moléculas golpeiam o tímpano e mais forte é o som percebido. A energia gerada por uma fonte sonora é transferida para as moléculas de ar que por sua vez a transfere para as moléculas circunvizinhas e desta forma a energia sonora se afasta da fonte geradora.</p><p>Fonte: ALVARENGA (2009); IAZZETTA ([2017], on-line)1.</p><p>O ruído ocupacional é avaliado por meio de medidores de pressão sonora, tecnicamente denominados sonômetros e comumente conhecidos como decibelímetros e dosímetros. A unidade de medida é o decibel (dB). Os decibelímetros são mais indicados para avaliação do ruído de um determinado ambiente e os dosímetrospara avaliação da exposição do trabalhador (uma vez que ficam afixados ao trabalhador durante toda a jornada).</p><p>A Norma Regulamentadora n°15 – Anexos 1 e 2 (1978) e a Norma de Higiene Ocupacional (NHO) n° 01 (2001) estabelecem limites máximos de exposição para vários níveis de ruído. Os níveis de pressão sonora em ambientes públicos são avaliados segundo recomendações das normas ABNT/NBR 10151 (Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento) e ABNT/NBR 10152 (Níveis de ruído para conforto acústico) e normas estaduais e municipais específicas (PEIXOTO e FERREIRA, 2012).</p><p>Para estudo de avaliações do ruído, é considerado um ciclo de exposição em que avalia-se a dose diária (%) ou um nível equivalente (decibéis) que são comparados com critérios de referência estabelecidos em normas. No Brasil, o limite de tolerância permitido para uma jornada de 8 horas é de 85 dB(A). O aumento do nível de pressão sonora (ruído) presente no ambiente de trabalho irá implicar na diminuição do tempo de exposição. A legislação ainda prevê que não é permitida a exposição a ruídos acima de 115 dB(A) em nenhum momento da jornada de trabalho com ouvidos desprotegidos. Os limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente, e a máxima exposição diária permissível, estão apresentados no Quadro I.</p><p>Quadro I – Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente</p><p>NÍVEL DE RUÍDO DB (A)</p><p>MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIA PERMISSÍVEL</p><p>85</p><p>8 horas</p><p>86</p><p>7 horas</p><p>87</p><p>6 horas</p><p>88</p><p>5 horas</p><p>89</p><p>4 horas e 30 minutos</p><p>90</p><p>4 horas</p><p>91</p><p>3 horas e 30 minutos</p><p>92</p><p>3 horas</p><p>93</p><p>2 horas e 40 minutos</p><p>94</p><p>2 horas e 15 minutos</p><p>95</p><p>2 horas</p><p>96</p><p>1 hora e 45 minutos</p><p>98</p><p>1 hora e 15 minutos</p><p>100</p><p>1 hora</p><p>102</p><p>45 minutos</p><p>104</p><p>35 minutos</p><p>105</p><p>30 minutos</p><p>106</p><p>25 minutos</p><p>108</p><p>20 minutos</p><p>110</p><p>15 minutos</p><p>112</p><p>10 minutos</p><p>114</p><p>8 minutos</p><p>115</p><p>7 minutos</p><p>Fonte: Brasil, 1978.</p><p>O ruído pode ter ação sobre o sistema nervoso produzindo fadiga, perda de memória, irritabilidade, hipertensão, perturbações gastrointestinais etc. Além disso, dependendo de sua intensidade, pode causar a perda temporária ou definitiva da audição.</p><p>Como medidas de controle para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podemos citar o enclausuramento da fonte de ruído e a construção de barreiras na transmissão como medidasde proteção coletiva. Quando medidas coletivas não forem possíveis, o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individuais, como os protetores auriculares tipo concha (Figura 1), e a diminuição da jornada de trabalho, e consequentemente diminuição da exposição ao ruído podem proteger o trabalhador desses riscos. É muito importante a execução dos exames periódicos (audiometrias) e as medidas educacionais (orientação e conscientização) para uso correto do equipamento de proteção.</p><p>Figura 1 – Protetor auricular tipo concha</p><p>Outra medida de controle de ruído pode ser adotada ainda no projeto da indústria/ambiente de trabalho. Por exemplo, sabe-se que paredes duras e lisas refletem mais um som (paredes de cimento, mármore, azulejos, vidro). Assim, um ambiente que contenha paredes com muita reflexão sonora irá dificultar a comunicação. Uma propriedade dos materiais interessante para ruídos é a transmissão do ruído - propagação do som de um lado para outro de uma superfície. Quanto mais rígida e densa (pesada) for a superfície menor será a energia transmitida (PEIXOTO e FERREIRA, 2012).</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.png</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p>

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