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prova discursiva mprr - promotor - aocp - 2023

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Elaine Xavier

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<p>1</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RORAIMA</p><p>PROCURADORIA-GERAL DE JUSTIÇA</p><p>EDITAL DE CONCURSO PÚBLICO Nº 002/2022</p><p>INFORMAÇÕES DO EDITAL DE ABERTURA QUANTO ÀS DISCURSIVAS</p><p>13.1 Somente serão corrigidas as Provas Discursivas do candidato que obtiver a pontuação estabelecida no</p><p>subitem 10.4 e estiver classificado na Prova Objetiva até o limite de 30 (trinta) vezes a quantidade de vagas</p><p>disponíveis para a Ampla Concorrência, Pessoa com Deficiência e Negros, respeitados os empates na</p><p>última posição, além de não ser eliminado por outros critérios estabelecidos neste Edital.</p><p>13.3 As provas discursivas (P2 e P3), de caráter eliminatório e classificatório, valerão o total de 40,00 (quarenta)</p><p>pontos e serão elaboradas em duas partes, sendo 01 (uma) Peça Processual ou Parecer Jurídico e 3 (três)</p><p>questões discursivas para cada parte.</p><p>13.3.1 A prova discursiva (P2) versará sobre as disciplinas de Direito Penal e Direito Processual Penal e consistirá</p><p>de:</p><p>a.1) uma peça processual ou parecer jurídico a ser respondida em até 120 (cento e vinte) linhas, valendo</p><p>14,00 (quatorze) pontos;</p><p>a.2) três questões discursivas, a serem respondidas em até 30 (trinta) linhas cada, valendo 2,00 (dois)</p><p>pontos cada questão.</p><p>13.3.2 A prova discursiva (P3) versará sobre as disciplinas de Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito</p><p>Constitucional, Direito Administrativo, Direitos Difusos e Coletivos e consistirá de:</p><p>b.1) uma peça processual ou parecer jurídico a ser respondida em até 120 (cento e vinte) linhas, valendo</p><p>14,00 (quatorze) pontos;</p><p>b.2) três questões discursivas, a serem respondidas em até 30 (trinta) linhas cada, valendo 2,00 (dois)</p><p>pontos cada questão.</p><p>13.6 As Provas Discursivas serão avaliadas considerando-se os aspectos presentes nas Tabelas 13.1 e 13.2:</p><p>TABELA 13.1</p><p>DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS DA PEÇA PROCESSUAL ou PARECER JURÍDICO</p><p>Aspectos: Descrição:</p><p>Pontuação</p><p>máxima</p><p>1</p><p>Conhecimento</p><p>técnico-científico sobre a</p><p>matéria</p><p>O texto desenvolvido deve apresentar conhecimento teórico e prático</p><p>a respeito do tema jurídico abordado pela Peça Processual ou</p><p>Parecer Jurídico, demonstrando domínio técnico e científico.</p><p>8,00</p><p>2 Sistematização lógica</p><p>A Peça Processual ou Parecer Jurídico elaborado deve apresentar a</p><p>sistematização lógica pertinente à estrutura adequada ao tipo de</p><p>texto jurídico desenvolvido.</p><p>2,00</p><p>3</p><p>Nível de</p><p>persuasão/clareza na</p><p>argumentação</p><p>A argumentação apresentada pelo candidato deve ser pertinente e</p><p>clara, capaz de convencer seu interlocutor a respeito do ponto de</p><p>vista defendido.</p><p>Caso o candidato tenha obtido pontuação igual a 0 (zero) nos</p><p>aspectos 1 e 2, o de nº 3 também será pontuado com nota 0 (zero).</p><p>2,00</p><p>2</p><p>4</p><p>Utilização adequada da</p><p>Língua Portuguesa</p><p>A Peça Processual ou Parecer Jurídico elaborado deve apresentar</p><p>em sua estrutura textual: uso adequado da ortografia, pontuação,</p><p>regência e concordância (requisitos gramaticais), constituição</p><p>adequada dos parágrafos conforme o assunto abordado, respeito às</p><p>margens e legibilidade.</p><p>Caso o candidato tenha obtido pontuação igual a 0 (zero) nos</p><p>aspectos 1 e 2, o de nº 4, “Utilização adequada da Língua</p><p>Portuguesa”, também será pontuado com nota 0 (zero).</p><p>2,00</p><p>TOTAL MÁXIMO DE PONTOS PARA CADA PEÇA PROCESSUAL ou PARECER JURÍDICO 14,0</p><p>TABELA 13.1</p><p>DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS DE CADA QUESTÃO DISCURSIVA</p><p>Aspectos: Descrição:</p><p>Pontuação</p><p>máxima</p><p>1</p><p>Conhecimento</p><p>técnico-científico sobre a</p><p>matéria</p><p>O candidato deve apresentar conhecimento teórico e prático a</p><p>respeito do assunto/tema abordado pela questão, demonstrando</p><p>domínio técnico e científico.</p><p>0,5</p><p>2</p><p>Atendimento ao tema</p><p>proposto na questão.</p><p>A resposta elaborada deve ser concernente ao tema proposto pela</p><p>questão discursiva. Assim, a cada critério não atendido em relação</p><p>ao Aspecto 1 (Conhecimento técnico-científico sobre a matéria) a</p><p>resposta receberá os respectivos descontos no Aspecto Atendimento</p><p>ao tema.</p><p>0,5</p><p>3</p><p>Clareza na</p><p>argumentação/senso</p><p>crítico em relação ao</p><p>tema proposto na</p><p>questão.</p><p>A argumentação apresentada pelo candidato deve ser pertinente e</p><p>clara, capaz de convencer seu interlocutor a respeito do ponto de</p><p>vista defendido, além de demonstrar senso crítico em relação ao</p><p>questionamento abordado pela questão discursiva.</p><p>Caso o candidato tenha obtido pontuação igual a 0 (zero) nos</p><p>aspectos 1 e 2, o de nº 3, “Clareza na argumentação/senso crítico</p><p>em relação ao tema proposto na questão”, também será pontuado</p><p>com nota 0 (zero).</p><p>0,5</p><p>4</p><p>Utilização adequada da</p><p>Língua Portuguesa.</p><p>A resposta elaborada deve apresentar em sua estrutura textual: uso</p><p>adequado da ortografia, pontuação, regência e concordância</p><p>(requisitos gramaticais), constituição adequada dos parágrafos</p><p>conforme o assunto abordado, respeito às margens e legibilidade.</p><p>Caso o candidato tenha obtido pontuação igual a 0 (zero) nos</p><p>aspectos 1 e 2, o de nº 4, “Utilização adequada da Língua</p><p>Portuguesa”, também será pontuado com nota 0 (zero).</p><p>0,5</p><p>TOTAL MÁXIMO DE PONTOS PARA CADA QUESTÃO 2,00</p><p>13.7 A correção das Provas Discursivas será realizada por uma Banca Corretora, conforme os aspectos</p><p>mencionados nas Tabelas 13.1 e 13.2.</p><p>13.7.1 Será eliminado o candidato que obtiver nota inferior a 2,00 (dois) pontos no conjunto das 3 (três) questões</p><p>que compõem cada prova discursiva ou que obtiver nota inferior a 7,00 (sete) pontos em cada uma das</p><p>peças processuais ou pareceres jurídicos, além de não ser eliminado por outros critérios estabelecidos</p><p>neste Edital.</p><p>13.8 As Provas Discursivas deverão ser feitas à mão pelo próprio candidato, em letra legível, a fim de não</p><p>prejudicar o desempenho do candidato, quando da correção pela banca examinadora, com caneta</p><p>esferográfica transparente de tinta azul ou preta.</p><p>3</p><p>13.8.1 Nenhuma das Versões Definitivas das Provas Discursivas poderão ser assinadas, rubricadas ou conterem,</p><p>em outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que possibilite a identificação do candidato,</p><p>sob pena de serem anuladas. Assim, a detecção de qualquer marca identificadora no espaço destinado à</p><p>transcrição dos textos definitivos acarretará a anulação da respectiva prova discursiva.</p><p>13.8.2 Quando da realização da Peça Processual ou Parecer Jurídico, caso seja necessária assinatura, o</p><p>candidato deverá utilizar apenas o termo “Promotor de Justiça”. Ao texto que contenha assinatura de</p><p>identificação será atribuída nota 0 (zero), por se tratar de identificação do candidato em local indevido.</p><p>13.8.3 As FOLHAS DAS VERSÕES DEFINITIVAS serão os únicos documentos válidos para a avaliação das</p><p>Provas Discursivas. Os rascunhos, nos cadernos das Provas Discursivas, serão de preenchimento</p><p>facultativo e não valerão para a finalidade de avaliação da Peça Processual ou Parecer Jurídico e das</p><p>Questões Discursivas</p><p>13.8.4 A omissão de dados, que forem legalmente exigidos ou necessários para a correta solução das Provas</p><p>Discursivas, acarretará descontos na pontuação atribuída ao candidato nesta fase.</p><p>13.9 O candidato terá sua Prova Discursiva avaliada com nota 0 (zero) em caso de:</p><p>a) não atender ao tema proposto e ao conteúdo avaliado;</p><p>b) manuscrever em letra ilegível ou grafar por outro meio que não o determinado neste Edital;</p><p>c) apresentar acentuada desestruturação na organização textual ou atentar contra o pudor;</p><p>d) redigir seu texto a lápis, ou à tinta em cor diferente de azul ou preta;</p><p>e) não apresentar a questão na Folha da Versão Definitiva ou entregá-la em branco;</p><p>f) apresentar identificação, em local indevido, de qualquer natureza (nome parcial, nome completo, outro</p><p>nome qualquer, número(s), letra(s), sinais, desenhos ou códigos).</p><p>13.10 Os espelhos da Versão Definitiva da Peça Processual ou Parecer Jurídico e das Questões Discursivas do</p><p>candidato serão divulgados no endereço eletrônico do Instituto AOCP www.institutoaocp.org.br, na mesma</p><p>data da divulgação do resultado da prova, ficando</p><p>disponível para consulta durante o prazo recursal.</p><p>13.11 Quanto aos resultados das Provas Discursivas, caberá recurso, nos termos do item 22 deste Edital.</p><p>PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO</p><p>PEÇA PROCESSUAL ou PARECER JURÍDICO</p><p>Em relação à distribuição dos pontos referentes aos itens 3. Nível de persuasão/clareza na argumentação e 4.</p><p>Utilização adequada da Língua Portuguesa, esclarecemos que a avaliação seguirá o mesmo padrão</p><p>(demonstrado na tabela a seguir) para todos os cargos:</p><p>3. Nível de</p><p>persuasão/clareza na</p><p>argumentação</p><p>Argumentação excelente [1,50 a 2,00];</p><p>Mediana [0,80 a 1,40] e;</p><p>Ruim [0,20 a 0,70].</p><p>2,00</p><p>4. Utilização adequada da</p><p>Língua Portuguesa</p><p>[-0,10] para cada erro gramatical (limitado a [-1,50]); portanto, se a resposta</p><p>ultrapassar 15 erros gramaticais, não haverá mais descontos;</p><p>Até [0,15] para o desrespeito às margens;</p><p>Até [0,15] para ilegibilidades.</p><p>Até [0,20] para a incorreta constituição de parágrafos, inclusive quanto à</p><p>estruturação dos períodos no interior destes;</p><p>2,00</p><p>DISCURSIVA</p><p>Em relação à distribuição dos pontos referentes aos itens 3. Clareza na argumentação/senso crítico em relação</p><p>ao tema proposto na questão e 4. Utilização adequada da Língua Portuguesa, esclarecemos que a avaliação</p><p>seguirá o mesmo padrão (demonstrado na tabela a seguir) para todos os cargos:</p><p>3. Clareza na</p><p>argumentação/senso</p><p>crítico em relação ao tema</p><p>proposto na questão.</p><p>Argumentação excelente [0,35 a 0,50];</p><p>Mediana [0,16 a 0,34] e;</p><p>Ruim [0,01 a 0,15].</p><p>0,5</p><p>4. Utilização adequada da</p><p>Língua Portuguesa.</p><p>[-0,02] para cada erro gramatical (limitado a [-0,3]); portanto, se a resposta</p><p>ultrapassar 15 erros gramaticais, não haverá mais descontos;</p><p>Até [-0,06] para o desrespeito às margens;</p><p>Até [-0,06] para ilegibilidades.</p><p>Até [-0,08] para a incorreta constituição de parágrafos, inclusive</p><p>quanto à estruturação dos períodos no interior destes;</p><p>0,5</p><p>4</p><p>SEGUNDO DIA - PROVA DISCURSIVA P2</p><p>Peça Processual</p><p>No curso de inquérito policial, no qual se apurava a responsabilidade de João da Silva pela prática de</p><p>crime de corrupção passiva, ocorrido no dia 20 de novembro de 2020, o MM. Juiz de Direito da Comarca de</p><p>Boa Vista, de ofício e sem a prévia oitiva do Ministério Público, determinou o trancamento da investigação</p><p>por falta de justa causa, por não vislumbrar a presença de base empírica suficiente para a continuidade</p><p>das investigações. Na mesma oportunidade, Sua Excelência destacou, ainda, que o inquérito já se</p><p>desenrolava há mais de um ano, aguardando degravação de interceptação de comunicação telefônica, e</p><p>essa demora acarretava notório constrangimento ilegal ao investigado.</p><p>Com base nisso, na condição de Promotor de Justiça, adote a medida que entender cabível para a</p><p>impugnação da decisão judicial.</p><p>R.:</p><p>A medida correta a ser utilizada é o recurso em sentido estrito contra a decisão do juiz que, de ofício, concede</p><p>ordem de habeas corpus. O candidato deverá analisar a violação ao processo de estrutura acusatória; a violação</p><p>ao artigo 129, I, da Constituição Federal; violação aos artigos 18, 41, 43 e 395 do Código de Processo Penal.</p><p>Além disso, deverá estar atento ao fato de que não ocorreu prescrição e, portanto, é irrelevante a demora na</p><p>investigação.</p><p>O recurso em sentido estrito deve ser endereçado ao juiz prolator da decisão (petição de interposição e</p><p>respectivas razões) e deve conter pedido expresso de reconsideração da decisão, nos termos dos artigos 588 e</p><p>589 do Código de Processo Penal.</p><p>PEÇA PRÁTICA:</p><p>Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca da Capital (Boa Vista/RR).</p><p>O Ministério Público do Estado de Roraima, por seu Promotor de Justiça infrafirmado, vem,</p><p>respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos termos do art. 581, X, do Código de Processo Penal,</p><p>interpor o presente recurso em sentido estrito contra a respeitável decisão que, de ofício, sem pedido expresso</p><p>do titular da ação penal, determinou o trancamento das investigações por falta de justa causa e, na mesma</p><p>oportunidade, ressaltou que inquérito já se desenrolava há mais de um ano, aguardando degravação de</p><p>interceptação de comunicação telefônica, sendo que essa demora acarretava notório constrangimento ilegal ao</p><p>investigado.</p><p>Requer que, uma vez recebido o presente, se digne Vossa Excelência reconsiderar a decisão</p><p>recorrida (art. 589 do CPP); caso entenda de mantê-la, aguarda a remessa do recurso e das inclusas razões, ao</p><p>E. Tribunal de Justiça, para a cassação da decisão recorrida.</p><p>Termos em que,</p><p>P. Deferimento.</p><p>Roraima, 20 de dezembro de 2022</p><p>Promotor de Justiça Criminal</p><p>5</p><p>Processo nº</p><p>Recorrente: Ministério Público de Roraima</p><p>Recorrido: João da Silva</p><p>Razões de recurso em sentido estrito</p><p>Eminente Julgador de primeiro grau, caso mantida a decisão,</p><p>Egrégio Tribunal,</p><p>Colenda Câmara,</p><p>Douta Procuradoria de Justiça</p><p>I – Do relatório (preâmbulo)</p><p>No curso de inquérito policial, no qual se apurava a responsabilidade de JOÃO DA SILVA pela prática de crime de</p><p>corrupção passiva, ocorrido no dia 20 de novembro de 2020, o MM. Juiz de Direito, de ofício e sem a prévia oitiva</p><p>do Ministério Público, determinou o trancamento da investigação por falta de justa causa, por não vislumbrar a</p><p>presença de base empírica suficiente para a continuidade das investigações.</p><p>Na mesma oportunidade, Sua Excelência destacou, ainda, que o inquérito já se desenrolava há mais de um ano,</p><p>aguardando degravação de interceptação de comunicação telefônica, e essa demora acarretava notório</p><p>constrangimento ilegal ao investigado.</p><p>Contra essa respeitável decisão é aforado o presente recurso em sentido estrito, pelas razões de fato e de direito</p><p>a seguir apresentadas.</p><p>II – Preliminarmente: do cabimento do recurso em sentido estrito</p><p>No inquérito policial em questão, apura-se a responsabilidade do indiciado JOÃO DA SILVA. A decisão que</p><p>determina o trancamento das investigações equivale à concessão de habeas corpus de ofício e, portanto, sujeita à</p><p>impugnação por meio de recurso em sentido estrito, nos termos do art. 581, X, do Código de Processo Penal.</p><p>O recurso, nessa medida, deve ser conhecido.</p><p>III – Do mérito</p><p>A Constituição Federal estabelece que o Ministério Público é instituição permanente e essencial à função</p><p>jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica (legalidade), do regime democrático e dos</p><p>interesses sociais e individuais indisponíveis (cf. art. 127, caput). Esses princípios dão à Instituição sua</p><p>conformação orgânica, fundada na unidade, indivisibilidade e independência funcional (C.F., art. 127, § 1º).</p><p>Por outro lado, a atividade jurisdicional que se desenvolve visando à descoberta da verdade real e, em última</p><p>análise, à aplicação da sanção àquele que praticou o fato infringente da norma penal incriminadora é concretizada</p><p>no processo, que tem estrutura acusatória.</p><p>É inerente a um autêntico sistema acusatório a investigação prévia incumbida à Polícia Judiciária que,</p><p>funcionando como órgão auxiliar do juízo e do Ministério Público, reúne em um inquérito policial uma série de</p><p>informações que devem servir, exclusivamente, para a formação do convencimento do dominus litis quanto à</p><p>viabilidade da ação penal. Não foi por outra razão que a Constituição Federal, no seu artigo 129, inciso I, conferiu</p><p>ao Ministério Público o poder privativo de exercer a ação penal pública. Esse dispositivo, uma autêntica cláusula</p><p>pétrea, consagra definitivamente o sistema acusatório e repudia atividade de ofício do Magistrado.</p><p>6</p><p>O Código de Processo Penal, com estrita observância do mandamento constitucional, também veda ao</p><p>magistrado o início da ação penal de ofício e prevê controle interno sobre a atuação do órgão ao qual a</p><p>Constituição Federal incumbiu a acusação (art. 28 do CPP).</p><p>A controle jurisdicional da viabilidade da acusação só pode</p><p>ocorrer, nessa ordem de ideias, depois de oferecida a</p><p>denúncia, como estabelecem os artigos 41, 43 e 395, todos do Código de Processo Penal. É defeso, portanto, ao</p><p>magistrado se substituir ao órgão da acusação e, antecipadamente, sem amparo legal ou constitucional, avaliar a</p><p>viabilidade da ação penal.</p><p>É certo, de outra parte, como preceitua o artigo 18 do Código de Rito, o promotor de Justiça, se não estiver</p><p>convencido da existência de elementos suficientes para a propositura da ação penal, poderá requisitar diligências</p><p>investigatórias e, ainda, promover o arquivamento do inquérito.</p><p>O magistrado, portanto, ao se substituir ao promotor de Justiça, violou, a um só tempo, a regra que estabelece o</p><p>monopólio da ação penal pública, de índole constitucional, além de violar dispositivos expressos do Código de</p><p>Processo Penal. A decisão é equivocada e causa evidente inversão tumultuária nas investigações criminais,</p><p>impondo-se sua cassação.</p><p>De resto, o argumento da demora na conclusão do inquérito não tem aptidão para acarretar seu sobrestamento ou</p><p>trancamento. A inércia do Estado no exercício da pretensão punitiva não passou despercebida do legislador que,</p><p>para tanto, prevê o instituto da prescrição, que não ocorreu no caso concreto, a teor do art. 109 do Código Penal.</p><p>Em outras palavras, não há amparo legal para se extinguir ou sobrestar uma investigação pela demora ou inércia</p><p>estatal, salvo se ocorrer a perda da pretensão punitiva pela prescrição.</p><p>IV – Dos pedidos</p><p>Posto isso, demonstrado o equívoco da decisão que determinou o trancamento do inquérito policial, requer o</p><p>Ministério Público de São Paulo o conhecimento do recurso e, no mérito, a adoção das seguintes medidas:</p><p>a) a reconsideração da decisão recorrida, prosseguindo-se a investigação nos seus ulteriores termos;</p><p>b) caso o juízo de primeiro grau entenda de manter a decisão recorrida, nesse Egrégio Tribunal requer-se o</p><p>provimento do recurso interposto, com a cassação da decisão que determinou o trancamento das investigações,</p><p>permitindo-se que a persecução penal, na sua primeira fase, prossiga nos seus ulteriores termos.</p><p>Boa Vista, 20 de dezembro de 2022.</p><p>Promotor de Justiça Criminal</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria</p><p>1) Preliminarmente: a justificativa da medida correta a ser utilizada, que</p><p>é o recurso em sentido estrito, pois a decisão que, de ofício, determina</p><p>o arquivamento equivale à concessão de habeas corpus de ofício: (3,0).</p><p>2) Endereçamento correto da petição de interposição (ao prolator da</p><p>decisão), com pedido de reconsideração ou a remessa do recurso à</p><p>instância superior: (1,5).</p><p>3) Razões recursais fundamentadas, analisando, fundamentalmente: a)</p><p>o monopólio da ação penal pública (art. 129, I, da CF); b) a estrutura</p><p>acusatória do processo penal; c) a inversão tumultuária do feito e</p><p>violação ao disposto no art. 18 do Código de Processo Penal; d) a</p><p>irrelevância, no caso, da demora no encerramento das investigações,</p><p>pois o sistema brasileiro prevê sanção contra a demora do Estado na</p><p>persecução penal, que é a prescrição (que não ocorreu na hipótese</p><p>específica): (3,5).</p><p>8,0</p><p>7</p><p>2. Sistematização</p><p>lógica</p><p>A sistematização lógica da peça:</p><p>estrutura da peça processual: (0,5) (a ausência de cada um deles</p><p>acarretará – 0,5 pontos);</p><p>- endereçamento da petição de interposição (com pedido de</p><p>reconsideração) e razões recursais, dirigidas também ao juízo de</p><p>primeiro grau: (0,3);</p><p>- preâmbulo e fatos (0,3);</p><p>- fundamentação (0,5);</p><p>- conclusão e pedidos (0,4);</p><p>2,0</p><p>Discursivas</p><p>1) É correto afirmar que a Lei nº 8.072/90 representa o cumprimento de mandado de criminalização</p><p>constitucional, além de efetiva vertente do garantismo penal e do princípio da proporcionalidade?</p><p>Justifique.</p><p>R.:</p><p>Sim, há mandado expresso de criminalização no art. 5º, XLIII da Constituição Federal.</p><p>A premissa consiste, inicialmente, em definir os mandados de criminalização ou penalização como comandos</p><p>existentes em Constituições democráticas que determinam ao Poder Legislativo a necessidade de edição de</p><p>normas penais para a proteção suficiente dos bens jurídicos constitucionais.</p><p>Registre-se que justamente em Cartas constitucionais democráticas – em que há isonomia e dignidade</p><p>humana como princípios fundamentais de qualquer pessoa humana (investigados/réus e vítimas), é que surge o</p><p>ambiente propício para a teoria dos mandados expressos e implícitos de criminalização.</p><p>Assim, os mandados de criminalização indicam matérias sobre as quais o legislador ordinário não tem a</p><p>faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo determinados bens ou interesses que</p><p>configuram garantias fundamentais, de forma adequada e suficiente. A omissão do legislador infraconstitucional,</p><p>aliás, poderia ser corrigida pela Adin por omissão, mandado de injução e arguição de descumprimento de preceito</p><p>fundamental.</p><p>Esses comandos e imperativos, sob a forma de bens jurídicos constitucionais, representaram sim, tal qual a</p><p>Lei de Crimes Hediondos, verdadeira faceta do garantismo social ou positivo, além de decorrência lógica de uma</p><p>das acepções do Princípio da Proporcionalidade, qual seja, a vedação de proteção jurídica deficiente.</p><p>Em outras palavras, seria necessário reconhecer a existência histórica, tal qual já o fez o Supremo Tribunal</p><p>Federal (ex: STF, Recurso Extraordinário nº 418.376-5/MS), de que há duas faces do garantismo (garantismo</p><p>negativo de proteção do investigado e positivo ou social de proteção da sociedade e vítimas potenciais), assim</p><p>como do princípio da proporcionalidade (vedação de excessos Estatais e proibição de proteção deficiente pelo</p><p>Estado).</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>Indicar o conceito de mandados de criminalização (até 0,2), mencionar</p><p>a dupla face do garantismo penal e suas diferentes acepções (até 0,1)</p><p>e Princípio da Proporcionalidade, com destaque para a vedação da</p><p>proteção insuficiente (até 0,2).</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento ao</p><p>tema proposto na</p><p>questão.</p><p>Referência à ideia bens jurídicos presentes na Constituição Federal (até</p><p>0,1), menção de que a teoria se aplica em contextos de Constituições</p><p>democráticas (até 0,2), especificação de que o art. 5º, XLIII constitui um</p><p>mandado expresso de criminalização (até 0,2).</p><p>0,5</p><p>3. Clareza na</p><p>argumentação/sen</p><p>so crítico em</p><p>relação ao tema</p><p>proposto na</p><p>questão.</p><p>Argumentação excelente [0,35 a 0,50];</p><p>Mediana [0,16 a 0,34] e;</p><p>Ruim [0,01 a 0,15].</p><p>0,5</p><p>4. Utilização</p><p>adequada da</p><p>Língua</p><p>[-0,02] para cada erro gramatical (limitado a [-0,3]); portanto, se a</p><p>resposta ultrapassar 15 erros gramaticais, não haverá mais descontos;</p><p>Até [-0,06] para o desrespeito às margens;</p><p>0,5</p><p>8</p><p>Portuguesa. Até [-0,06] para ilegibilidades.</p><p>Até [-0,08] para a incorreta constituição de parágrafos, inclusive</p><p>quanto à estruturação dos períodos no interior destes;</p><p>2) Um indivíduo passou a humilhar sistematicamente sua ex-mulher, grávida de 06 meses, por não aceitar sua</p><p>crença política. A vítima registrou a ocorrência e, nesse contexto, o juizado competente fixou as medidas</p><p>protetivas capituladas no art. 22, II, “a” e “b” da Lei n. 11.340/06, até o deslinde do processo. Não satisfeito,</p><p>uma semana depois, querendo se vingar por ela ter registrado a ocorrência, saiu armado e foi até seu local de</p><p>trabalho, desferindo dois tiros que atingiram seu abdome. A vítima foi eficazmente socorrida e sobreviveu, mas</p><p>acabou abortando. A arma era de uso permitido. Como Promotor de Justiça, qual seria a imputação típica</p><p>contida na denúncia e qual seria a medida cautelar eventualmente cabível a ser solicitada na quota do</p><p>oferecimento da denúncia? Justifique a resposta indicando os dispositivos legais pertinentes.</p><p>R.:</p><p>O indivíduo, pela conduta inicial, deveria</p><p>responder pelo crime de violência psicológica, capitulado no art. 147-</p><p>B, do Código Penal.</p><p>Pela conduta posterior, deve responder pelo crime de aborto sem consentimento da gestante (art. 125, CP) e</p><p>pela tentativa de homicídio duplamente qualificado pelo motivo torpe (consubstanciado na abjeta motivação de</p><p>tentar matar a ex-mulher pelo motivo de ter registrado a ocorrência) e pelo feminicídio (121 §2º, incisos I e VI e</p><p>§2º-A c/c art. 14, inciso II).</p><p>Aceita-se, de forma fundamentada, a imputação da motivação fútil (inciso II).</p><p>Devem incidir, ainda, as causas de aumento do art. 121, §7º, inciso I (durante a gestão da vítima) e inciso IV</p><p>(descumprimento de medida protetiva).</p><p>Deve ser imputado o concurso formal (art. 70, CP) entre o aborto e o a causa de aumento pela condição de</p><p>gestante da vítima, por se tratar de bens distintos, como já decidido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ,</p><p>RJ/Resp. n. 1.860.829, 6ª Turma).</p><p>Entre as condutas criminosas de violências psicológica e aborto e homicídio duplamente qualificado deve ser</p><p>aplicada a regra do concurso material (art. 69, CP).</p><p>Na quota deve ser pedida a prisão preventiva, com o fundamento de que, além do comportamento reiterado</p><p>evidenciar o perigo à ordem púbica e concreta possibilidade de concretizar o homicídio, o agente descumprimento</p><p>medida cautelar e protetiva anterior (art. 312 e §1º c/c art. 313, III, CPP), o que enfatiza a necessidade de sua</p><p>custódia cautelar.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>Correção da imputação dos tipos penais, especificamente fazendo</p><p>constar o crime do art. 147-B (0,1), ao art. 125, justificando que seria</p><p>possível a aplicação do crime em concurso formal – art. 70 (0,2) com o</p><p>art. 121, §2º, incisos I ou II e IV e entre as condutas criminosas de</p><p>violências psicológica e aborto e homicídio duplamente qualificado deve</p><p>ser aplicada a regra do concurso material (art. 69, CP) (0,2).</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento ao</p><p>tema proposto na</p><p>questão.</p><p>Aplicação das causas de aumento do art. 121, §7º, incisos I e IV (0,2),</p><p>com a justificativa da possiblidade de aplicação em concurso formal do</p><p>crime de aborto com a causa de aumento, sem que configure “bis in</p><p>idem” (0,1). Adequada fundamentação do pedido de prisão preventiva e</p><p>eventuais outras medidas protetivas (0,2).</p><p>0,5</p><p>9</p><p>3) A Lei nº 13.964/2019, no seu artigo 28-A, introduziu, no ordenamento brasileiro, os acordos de não</p><p>persecução penal. Nesse contexto, à luz das normas de direito processual, discorra sobre o novo instituto,</p><p>abordando, de forma fundamentada, os seguintes aspectos:</p><p>a) conceito, natureza jurídica e assento constitucional;</p><p>b) natureza jurídica das medidas cumuladas com o acordo de não persecução penal;</p><p>c) momento da proposta e regras de direito intertemporal;</p><p>d) natureza jurídica da sentença que referenda o acordo e as consequências do seu descumprimento;</p><p>recusa do Ministério Público e suas consequências.</p><p>R.:</p><p>O tema da discursiva é acordos de não persecução penal. O candidato deverá discorrer sobre o assento</p><p>constitucional dos acordos (art. 129, I, da CF), bem como a natureza jurídica do instituto (acordo com concessões</p><p>recíprocas, com a finalidade de evitar a instauração da instância penal). Trata-se de ato privativo do Ministério</p><p>Público e, portanto, não pode ser concedido de ofício pelo Juiz de Direito. Está atrelado ao monopólio da ação</p><p>penal e traduz uma verdadeira mitigação ao princípio da obrigatoriedade da ação penal.</p><p>As medidas cumuladas com o acordo não tem natureza de sanção penal. São sanções de natureza especial,</p><p>verdadeiras regras de conduta.</p><p>Quanto ao momento da proposta, a lei é expressa ao fixar o momento da proposta antes do início da ação penal.</p><p>Há grande controvérsia doutrinária e jurisprudencial quanto à possibilidade de acordo de não persecução penal</p><p>aos processos que já estavam em curso em janeiro de 2020, quando a lei entrou em vigor. O candidato deverá</p><p>elaborar uma análise crítica das diversas correntes a respeito desse aspecto.</p><p>A sentença que referenda o acordo tem natureza homologatória meramente verificativa – a semelhança daquela</p><p>que homologa a transação penal – e o seu descumprimento resultará na rescisão do acordo. As partes, nesse</p><p>caso, assumirão o “status quo ante”.</p><p>A recusa infundada do Ministério Público autoriza a aplicação do art. 28 do Código de Processo Penal, com a</p><p>redação anterior à reforma operada pela Lei nº 13.964/2019.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>a) Correta conceituação, exposição da natureza jurídica e indicação</p><p>adequada do assento constitucional: 0,1.</p><p>b) Correta definição da natureza jurídica das medidas cumuladas com</p><p>o acordo de não persecução penal: 0,1.</p><p>c) Definição correta do momento em que a proposta deve ser</p><p>apresentada e das regras de direito intertemporal aplicáveis: 0,1.</p><p>d) Natureza jurídica da sentença que referenda o acordo e</p><p>consequências do seu descumprimento; consequências da recusa pelo</p><p>Ministério Público em ofertar o acordo: 0,2.</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento ao</p><p>tema proposto na</p><p>questão.</p><p>a) Correlação entre as respostas apresentadas aos tópicos acima</p><p>descritos : 0,3.</p><p>b) Enfrentamento das polêmicas doutrinário/jurisprudenciais inerentes</p><p>ao tema : 0,2.</p><p>0,5</p><p>10</p><p>TERCEIRO DIA - PROVA DISCURSIVA P3</p><p>Parecer Jurídico</p><p>Em 3 de agosto de 2020, a Associação Y de Proteção ao Consumidor ingressou com ação coletiva</p><p>em face das pessoas jurídicas F1 e F2 (fabricante e distribuidor, respectivamente), fornecedoras de</p><p>bem de consumo durável, diante da apresentação de vício de qualidade em determinado lote,</p><p>prejudicando vários adquirentes. O bem durável foi vendido no período de fevereiro a março de</p><p>2020. Ao constatarem o vício, os adquirentes notificaram F2 para reparo, registrando-se a primeira</p><p>reclamação em 14 de fevereiro de 2020 e a última em 30 de março de 2020. Decorrido o prazo legal,</p><p>as fornecedoras não adotaram qualquer providência para sanar o vício. A demanda coletiva</p><p>objetiva a determinação da responsabilidade das fornecedoras, a fim de que sejam condenadas a</p><p>restituírem a quantia paga por cada consumidor, a ser monetariamente atualizada, acrescida de</p><p>perdas e danos e juros de mora, tudo a ser liquidado individualmente. Atribuiu-se à causa o valor</p><p>de R$ 3.000.000,00 e a autora pediu a condenação das demandadas no pagamento de honorários</p><p>advocatícios a serem arbitrados em 20% (vinte por cento) do valor da causa.</p><p>A demanda foi distribuída ao Juízo de Direito da 1ª Vara Cível da Comarca de Boa Vista, que</p><p>determinou a citação das demandadas e a expedição de edital para os fins do art. 94 do Código de</p><p>Defesa do Consumidor.</p><p>Em contestação, F1 alegou ocorrência de decadência por não ter sido formalmente notificada da</p><p>existência do vício, que não lhe foi reportado por F2, e pediu a improcedência da ação coletiva, sob</p><p>o argumento de que o vício não tornou o produto impróprio ou inadequado ao consumo. F2</p><p>também contestou a ação, afirmando que o vício é de responsabilidade exclusiva de F1, pois</p><p>decorrente do processo de fabricação. Postulou a improcedência da ação e condenação da</p><p>demandante aos ônus da sucumbência, com fixação de honorários advocatícios.</p><p>As demandadas, em suas peças defensivas, pediram a dedução do valor a ser ressarcido do valor</p><p>equivalente à desvalorização pelo uso do bem, que permaneceu na posse dos adquirentes. Além</p><p>disso, ofereceram a substituição do bem por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de</p><p>uso, ou o abatimento proporcional do preço.</p><p>Ingressaram na demanda os consumidores José Silvério Nascimento e Maria Aparecida Valente,</p><p>que ratificaram os pedidos iniciais e pleitearam a devolução do que pagaram pelo produto.</p><p>Confirmaram a aquisição do bem durável em março de 2020,</p><p>que foi utilizado com regularidade até</p><p>10 de abril daquele ano, permanecendo sem uso desde então em razão do vício. Não alegaram a</p><p>ocorrência de perdas e danos.</p><p>Seguiu-se a abertura de vista ao Ministério Público, que havia instaurado inquérito civil a respeito</p><p>dos mesmos fatos em 25 de maio de 2020. Na condição de Promotor de Justiça, elabore parecer</p><p>sobre as pretensões coletiva e individuais.</p><p>R.:</p><p>A questão envolve a elaboração de parecer pelo representante do Ministério Público, na qualidade de custos iuris,</p><p>em ação coletiva consumerista proposta por associação devidamente legitimada. O tema central gira em torno da</p><p>responsabilidade solidária das fornecedoras (fabricante e distribuidor) por vício em produto durável e</p><p>correspectivos direitos dos consumidores.</p><p>Exige-se que o desenvolvimento do parecer se inicie pela distinção entre vício e defeito do produto (acidente de</p><p>consumo), devendo abordar os termos iniciais e as causas obstativas da decadência para o exercício do direito de</p><p>reclamação por vício e o prazo prescricional em caso de defeito (fato do produto), conforme art. 26 do CDC, com o</p><p>devido enquadramento legal da questão hipotética, levando em consideração a instauração de inquérito civil pelo</p><p>Ministério Público.</p><p>11</p><p>Há questão processual relevante e subjacente a ser abordada, pois as fornecedoras formularam pedidos em sede</p><p>de contestação, cabendo ao candidato distinguir sobre tal possibilidade e sobre o cabimento de reconvenção.</p><p>O parecer deve apresentar solução de mérito favorável para a demanda coletiva e para as pretensões individuais.</p><p>=========================================================</p><p>MODELO DE PARECER</p><p>1ª Vara Cível da Comarca de Boa Vista-RR</p><p>Processo nº</p><p>Requerente (autora/demandante): Associação Y de Proteção ao Consumidor</p><p>Requeridas (rés/demandadas): F1 e F2</p><p>Intervenientes (litisconsortes): José Silvério Nascimento e Maria Aparecida Valente</p><p>PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO</p><p>MM. Juiz de Direito:</p><p>I. Relatório</p><p>Trata-se de ação coletiva proposta pela Associação Y de Proteção ao Consumidor, em 3 de agosto de 2020,</p><p>em face das pessoas jurídicas F1 e F2, respectivamente fabricante e distribuidora de bem de consumo durável,</p><p>em que alega a apresentação de vício de qualidade em determinado lote, prejudicando vários adquirentes.</p><p>Segundo a Autora, o bem durável foi vendido no período de fevereiro a março de 2020 e, logo após a constatação</p><p>do vício, vários adquirentes notificaram F2 para reparo, tendo sido registrada a primeira reclamação em 14 de</p><p>fevereiro de 2020 e a última em 30 de março de 2020. Decorrido o prazo legal, as fornecedoras não adotaram</p><p>qualquer providência para sanar o vício, objetivando a demanda coletiva a determinação da responsabilidade das</p><p>fornecedoras, a fim de que sejam condenadas a restituírem a quantia paga por cada consumidor, a ser</p><p>monetariamente atualizada, acrescida de juros de mora e perdas e danos, tudo a ser liquidado individualmente.</p><p>Atribuiu-se à causa o valor de R$ 3.000.000,00 e a Autora pediu a condenação das demandadas no pagamento</p><p>de honorários advocatícios a serem arbitrados em 20% (vinte por cento) do valor da causa.</p><p>Houve cumprimento do disposto no art. 94 do Código de Defesa do Consumidor e as demandadas foram</p><p>regularmente citadas.</p><p>Em contestação, F1 alegou ocorrência de decadência por não ter sido formalmente notificada da existência do</p><p>vício, que não lhe foi reportado por F2, e pediu a improcedência da ação coletiva, sob o argumento de que o vício</p><p>não tornou o produto impróprio ou inadequado ao consumo. F2 também contestou a ação, afirmando que o vício é</p><p>de responsabilidade exclusiva de F1, pois decorrente do processo de fabricação. As demandadas postularam a</p><p>improcedência da ação e condenação da demandante aos ônus da sucumbência, com fixação de honorários</p><p>advocatícios. Nas peças defensivas, em caso de procedência da ação, as demandadas pediram a dedução do</p><p>valor a ser ressarcido do valor equivalente à desvalorização pelo uso do bem, que permaneceu na posse dos</p><p>adquirentes. Além disso, ofereceram a substituição do bem por outro da mesma espécie, em perfeitas condições</p><p>de uso, ou o abatimento proporcional do preço.</p><p>Em atendimento ao edital, ingressaram na demanda os consumidores José Silvério Nascimento e Maria</p><p>Aparecida Valente, que ratificaram os pedidos iniciais e pleitearam a devolução do que pagaram pelo produto.</p><p>Confirmaram a aquisição do bem durável em março de 2020, que foi utilizado com regularidade até 10 de abril</p><p>daquele ano, permanecendo sem uso desde então em razão do vício.</p><p>Encerrada a instrução, as partes mantiveram seus posicionamentos e os autos vieram para parecer desta</p><p>Promotoria de Justiça, que oficia na qualidade de custos iuris, nos termos do art. 92 da Lei nº 8.078, de 1990</p><p>(Código de Defesa do Consumidor), combinado com o art. 178 do Código de Processo Civil.</p><p>É o relato do essencial.</p><p>II. Fundamentação</p><p>A pretensão consumerista envolve a determinação da responsabilidade solidária das fornecedoras (fabricante e</p><p>distribuidor) por vício em produto durável e correspectivos direitos dos consumidores.</p><p>1. Da distinção entre vício e defeito do produto</p><p>Para a delimitação adequada do pedido e aferição da validade do exercício do direito à reclamação, é</p><p>indispensável que se faça a distinção entre vício e defeito do produto.</p><p>Com efeito, o art. 12, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor, estabelece:</p><p>§ 1º. O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em</p><p>consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:</p><p>I - sua apresentação;</p><p>II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;</p><p>III - a época em que foi colocado em circulação.</p><p>12</p><p>Por sua vez, o art. 18 do Código de Defesa do Consumidor faz referência à responsabilidade dos fornecedores de</p><p>produtos de consumo duráveis ou não duráveis pelos “vícios de qualidade ou quantidade que os tornem</p><p>impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor”.</p><p>Observa-se que o vício – seja de qualidade ou de quantidade – torna o produto impróprio ou inadequado ao</p><p>consumo a que se destina ou lhe diminui o valor. O vício pode ser aparente ou oculto. O primeiro - de fácil</p><p>percepção - surge com o uso regular do produto. Já o vício oculto não é constatável pelo consumidor pela</p><p>utilização comum e surge depois de algum ou muito tempo.</p><p>O vício diz respeito ao produto, decorrendo frustração das expectativas do consumidor.</p><p>O defeito (fato do produto) vai além do vício e atinge o próprio consumidor, provocando-lhe ofensa no plano de</p><p>seu direito subjetivo, tais como dano físico ou moral. O fato do produto, portanto, envolve “defeitos de segurança”,</p><p>sendo categorizado também como “acidente de consumo”</p><p>A distinção é relevante porque reflete no prazo para o exercício do direito à reclamação e para dedução da</p><p>respectiva pretensão judicial.</p><p>Em caso de vício aparente (ou de fácil constatação) do produto, o art. 26 do Código de Defesa do Consumidor fixa</p><p>os seguintes prazos decadenciais para o direito de reclamação: a) trinta dias, em caso de produtos não duráveis; e</p><p>b) noventa dias, em caso de produtos duráveis.</p><p>O início do prazo decadencial ocorre com a “entrega efetiva do produto” (CDC, art. 26, § 1º), sendo o vício</p><p>aparente. Em se tratando de vício oculto, o prazo só se inicia quando “evidenciado o defeito” (CDC, art. 26, § 3º).</p><p>Porém, o prazo decadencial será obstado pela (a) “reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor</p><p>perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de</p><p>forma inequívoca” e (b) pela “instauração de inquérito civil, até seu encerramento” (CDC, art. 26, § 2º, I e III),</p><p>Na hipótese de fato do produto (acidente de consumo), o prazo será prescricional e está estipulado em 5 (cinco)</p><p>anos, conforme art. 27 do Código de Defesa do Consumidor, cujo termo inicial será a data “do “conhecimento do</p><p>dano e de</p><p>sua autoria”.</p><p>A narrativa não indica a ocorrência de defeito (fato do produto ou acidente de consumo), com o atingimento dos</p><p>consumidores, mas a existência de vício de qualidade que tornou inadequado ou impróprio o uso do produto, de</p><p>maneira que a propositura oportuna da causa deve ser averiguada pelos prazos fixados no art. 18 do Código de</p><p>Defesa do Consumidor.</p><p>2. Da não ocorrência de decadência</p><p>Em que pese a existência de grande debate doutrinário quanto à definição de decadência e sua distinção da</p><p>prescrição, prevalece o entendimento de que a decadência, no âmbito do Código de Defesa do Consumidor, diz</p><p>respeito ao exercício do direito de reclamação nos prazos assinalados pela legislação (CDC, art. 26),</p><p>relativamente aos vícios aparentes ou ocultos.</p><p>O caso em apreço não permite concluir pela ocorrência de decadência, como alegado por F1.</p><p>Está demonstrado que a venda do bem de consumo durável ocorreu no período de fevereiro a março de 2020,</p><p>tendo sido registrada a primeira reclamação em 14 de fevereiro e a última em 30 de março de 2020, incidindo,</p><p>pois, a causa obstativa da decadência prevista no art. 26, § 2º, inc. I, do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>Ainda assim, houve instauração de inquérito civil para apuração dos mesmos fatos por parte desta Promotoria de</p><p>Justiça, o que também obsta a verificação da decadência, a teor do que dispõe o art. 26, § 2º, inc. III, do Código</p><p>de Defesa do Consumidor.</p><p>Anote-se que, mesmo em relação aos consumidores individuais que acorreram à lide coletiva, não houve</p><p>decadência. Alegaram os intervenientes que o bem durável foi por eles adquirido em março de 2020, com</p><p>utilização regular até 10 de abril daquele ano, quando transpareceu o vício que impediu a continuidade do uso.</p><p>Assim, a alegação de decadência não deve subsistir.</p><p>3. Da responsabilidade solidária dos fornecedores</p><p>Não procedem as alegações das demandadas com o intuito de se esquivarem de suas responsabilidades.</p><p>Houve comprovação da relação de consumo e do nexo causal. O vício tornou o produto impróprio ou inadequado</p><p>ao consumo, inclusive diminuindo-lhe o valor.</p><p>As demandadas não lograram demonstrar a inexistência do vício, ao passo que a legitimada coletiva e os</p><p>consumidores individuais fizeram prova das reclamações endereçadas a F2, representante de F1 e responsável</p><p>pela adoção de providências para saneamento do vício constatado, exsurgindo a responsabilidade de ambas.</p><p>Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor estabelece a responsabilidade solidária dos fornecedores de</p><p>produtos de consumo duráveis ou não duráveis “pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem</p><p>impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor” (CDC, art. 18).</p><p>O conceito de fornecedor é amplo e abrange não só o fabricante, mas também a pessoa física ou jurídica que</p><p>promove a distribuição ou a comercialização do produto (CDC, art. 3º), impondo-se o reconhecimento da</p><p>responsabilidade de F1 e F2 no caso concreto, não sendo atribuível ao consumidor qualquer desvantagem diante</p><p>de eventual não comunicação das ocorrências por parte de F2 a F1.</p><p>Assim, inafastável a responsabilidade solidária de F1 e F2, tendo em vista que não incide qualquer causa de</p><p>exclusão</p><p>4. Da inadmissibilidade dos pedidos formulados em contestação.</p><p>13</p><p>Considerando a possibilidade de procedência da demanda coletiva, F1 e F2 postularam em suas contestações a</p><p>dedução do valor a ser indenizado do valor referente à desvalorização pelo tempo de uso do bem de consumo</p><p>pelos adquirentes.</p><p>Em princípio, os pedidos formulados em sede de contestação não devem ser conhecidos.</p><p>A demanda coletiva proposta em favor de consumidores não se qualifica como ação dúplice, em que a</p><p>apresentação de defesa pelo demandado corresponde ao exercício de pretensão. Da mesma forma, não se</p><p>admite o denominado pedido contraposto, em que o demandado, no mesmo processo, formula pretensão em face</p><p>do demandante na peça contestatória, nas hipóteses legalmente autorizadas.</p><p>Os pedidos genericamente apresentados em contestação também não se qualificam como reconvenção.</p><p>Destaque-se que, mesmo diante da redação do art. 343, § 5º, do Código de Processo Civil, que admite a</p><p>reconvenção quando o autor for substituto processual, há intensa discussão doutrinária a respeito do cabimento</p><p>de reconvenção em ações coletivas, que teria natureza jurídica de “ação coletiva passiva” (defendant class action),</p><p>principalmente quando a reconvenção veicula pretensão de natureza individual.</p><p>Portanto, os pedidos feitos nas contestações sequer podem ser apreciados.</p><p>Sem prejuízo, caso o d. Juízo venha a conhecer de tais pretensões, cabe assinalar que os pedidos de</p><p>compensação/abatimento pela desvalorização decorrente do uso do bem não tem previsão na legislação</p><p>consumerista, que, ao contrário, estabelece o direito do consumidor em optar por uma das soluções propostas</p><p>pelo art. 19 do Código de Defesa do Consumidor, a saber:</p><p>I - o abatimento proporcional do preço;</p><p>II - complementação do peso ou medida;</p><p>III - a substituição do produto por outro da mesma espécie, marca ou modelo, sem os aludidos vícios;</p><p>IV - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e</p><p>danos.</p><p>Além disso, não é admissível que o consumidor, obrigado a conviver durante razoável lapso de tempo com um</p><p>bem viciado, sendo privado de usufrui-lo na plenitude, tenha que suportar o abatimento desejado pelas</p><p>demandadas, que se mostraram ineficientes para sanear o vício apresentado.</p><p>Saliente-se, ainda, que as demandadas tiveram plena disponibilidade dos valores pagos pelos consumidores pelo</p><p>produto, usando-os em conformidade com suas conveniências, enquanto o bem viciado ficou na posse dos</p><p>adquirentes, sem condições de utilizá-lo plenamente.</p><p>Dessa forma, se conhecidos, os pedidos veiculados nas contestações não merecem acolhimento.</p><p>5. Das pretensões coletiva e individuais</p><p>A pretensão coletiva busca a condenação das demandadas, solidariamente, à restituição imediata da quantia</p><p>paga, na forma do art. 19, IV, do Código de Defesa do Consumidor, que corresponde ao direito de resolução do</p><p>contrato diante do inadimplemento das demandadas, a fim de que os contraentes retornem ao status quo ante, o</p><p>que se efetivará com a restituição aos consumidores do valor individualmente pago na oportunidade de aquisição</p><p>do bem que se apresentou viciado.</p><p>A sentença, na forma do art. 95 do Código de Defesa do Consumidor, deve emitir comando condenatório</p><p>genérico, fixando a responsabilidade das rés pelos vícios constatados, obrigando-as à restituição das quantias</p><p>pagas por cada consumidor, devidamente atualizadas e com incidência de juros de mora e pagamento de</p><p>eventuais perdas e danos, o que deverá ser objeto de liquidação e execução nos termos do art. 97 do mesmo</p><p>Código.</p><p>Outrossim, ingressaram na demanda os consumidores José Silvério Nascimento e Maria Aparecida Valente,</p><p>que ratificaram o pedido inicial, comprovaram a aquisição do bem e o pagamento do preço ajustado com a</p><p>demandada F2. Em relação a eles, a demanda também deve ser julgada procedente para condenar as rés à</p><p>restituição dos valores pagos, na forma propugnada, excluída a condenação em perdas e danos, posto que não</p><p>alegada.</p><p>Os valores a serem restituídos devem ser atualizados monetariamente pelos índices oficiais, a partir dos</p><p>respectivos desembolsos, bem como acrescidos de juros de mora, incidentes a partir do dia seguinte ao</p><p>vencimento do prazo previsto no art. 18, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor.</p><p>III. Conclusão</p><p>Ante o exposto, manifesta-se o Ministério Público pela:</p><p>1. rejeição da alegação de ocorrência de decadência apresentada pela ré F1;</p><p>2. procedência da ação coletiva para condenar as demandadas à restituição do valor pago</p><p>por cada consumidor pelo bem durável adquirido, a ser atualizado monetariamente, com</p><p>incidência de juros de mora, além de eventuais perdas e danos;</p><p>3. procedência da ação para condenar as demandadas a</p><p>restituírem os valores pagos por</p><p>José Silvério Nascimento e Maria Aparecida Valente, devidamente atualizados e com</p><p>incidência de juros de mora;</p><p>4. condenação das demandadas, em razão da sucumbência, no pagamento das custas e</p><p>despesas processuais, bem como de honorários advocatícios que se propõem sejam</p><p>fixados:</p><p>a) em 10% (dez por cento) do valor atribuído à causa em favor da autora da ação</p><p>coletiva, na forma do art. 82, § 2º do Código de Processo Civil, ante a</p><p>14</p><p>impossibilidade de mensuração do valor da condenação ou do proveito</p><p>econômico a ser obtido;</p><p>b) em 10% (dez) por cento do valor da condenação em favor dos intervenientes</p><p>José Silvério Nascimento e Maria Aparecida Valente.</p><p>Boa Vista-RR, data.</p><p>Promotor de Justiça</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1.</p><p>Conhecimento</p><p>técnico-</p><p>científico</p><p>sobre a</p><p>matéria</p><p>Responsabilidade solidária dos fornecedores e direitos do consumidor =</p><p>2,0;</p><p>Distinção entre vício e defeito do produto = 2,0;</p><p>Definição de decadência no CDC para o exercício do direito de reclamação</p><p>pelo consumidor e análise dos prazos e causas obstativas = 2,0;</p><p>Conhecimento sobre técnica processual - Compatibilidade dos pedidos</p><p>formulados pelos demandados em contestação = 2,0.</p><p>8</p><p>2.</p><p>Sistematização</p><p>lógica</p><p>Estrutura inadequada do parecer inadequada, por ausência ou erro no</p><p>endereçamento, relatório, narrativa dos fatos, fundamentação e conclusão</p><p>= subtração de 0,5 (meio ponto);</p><p>Desencadeamento lógico entre os parágrafos = 1,5.</p><p>2</p><p>3. Nível de</p><p>persuasão/</p><p>clareza na</p><p>argumentação</p><p>Argumentação excelente [1,50 a 2,00];</p><p>Mediana [0,80 a 1,40] e;</p><p>Ruim [0,20 a 0,70].</p><p>2</p><p>4. Utilização</p><p>adequada da</p><p>Língua</p><p>Portuguesa</p><p>[-0,10] para cada erro gramatical (limitado a [-1,50]); portanto, se a resposta</p><p>ultrapassar 15 erros gramaticais, não haverá mais descontos;</p><p>Até [0,15] para o desrespeito às margens;</p><p>Até [0,15] para ilegibilidades.</p><p>Até [0,20] para a incorreta constituição de parágrafos, inclusive</p><p>quanto à estruturação dos períodos no interior destes;</p><p>2</p><p>15</p><p>Discursivas1</p><p>1) O Código Civil de 2002 estatui: “É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular,</p><p>quanto aos seus bens, o que lhes aprouver” (art. 1.639, caput); “Não havendo convenção, ou sendo ela</p><p>nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os cônjuges, o regime da comunhão parcial” (art. 1.640,</p><p>caput); e, “Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações</p><p>patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens” (art. 1.725). Determina, no entanto, a</p><p>obrigatoriedade da separação de bens no casamento, dentre outras, “[...] da pessoa maior de 70 (setenta)</p><p>anos” (art. 1.641, II). Em face disso, indaga-se:</p><p>a. Qual é o regime legal do casamento e da união estável?</p><p>b. A disposição legal contida no art. 1.641, II, do CC/2002 é protetora da pessoa septuagenária?</p><p>c. É ela aplicável à união estável?</p><p>Justifique e fundamente as respectivas respostas.</p><p>R.:</p><p>A resposta às indagações abrange pontos teóricos-doutrinários, como interpretação legal, constitucional e judicial.</p><p>Em relação ao item “I”, o regime legal do casamento e da união estável, no silêncio das partes, será o da</p><p>comunhão parcial de bens, salvo a celebração de pacto antenupcial; também a necessária observância do regime</p><p>da separação obrigatória para o casamento, nos termos postos no art. 1.641 do CC/2002. Em relação ao item “II”,</p><p>resultará em afirmação do conteúdo protetor contido no art. 1.641, II, à pessoa maior de 70 anos que se encontrar</p><p>em situação de vulnerabilidade, ao passo em que, inexistindo tal situação e atento ao princípio constitucional da</p><p>igualdade entre todas as pessoas, pode-se dizer que essa norma legal resulta em ofensa aos direitos e interesses</p><p>da pessoa nessa faixa etária, discriminando-a. No que se refere ao item “III”, por se tratar de norma restritiva de</p><p>direitos, sua interpretação não há de ser extensiva à união estável; contudo, em recente edição, o STJ sumulou:</p><p>“Aplica-se à união estável contraída por septuagenário o regime da separação obrigatória de bens, comunicando-</p><p>se os adquiridos na constância, quando comprovado o esforço comum” (655). Por derradeiro, há de ser</p><p>acrescentado que todo esse debate jurídico está sob o crivo do STF, ao reconhecer a repercussão geral da</p><p>matéria (Tema 1236), por maioria de votos, sendo relator o Ministro Luís Roberto Barroso.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>a. Regime legal: comunhão parcial e o obrigatório: (Até 0,1).</p><p>b. Constitucionalidade do art. 1.641, II, do CC/2002: (Até 0,2).</p><p>c. Posições atuais: STF e STJ: (Até 0,2).</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento</p><p>ao tema proposto</p><p>na questão.</p><p>a. Abordagem do significado de regime legal do casamento: (Até</p><p>0,1).</p><p>b. Análise fático-jurídica da eventual proteção à pessoa idosa pelo</p><p>art. 1.641, II, CC/2002: (Até 0,2).</p><p>c. Interpretação extensiva ou não dessa restrição à união estável:</p><p>(Até 0,2).</p><p>0,5</p><p>16</p><p>2) Comparece à Promotoria de Justiça a Sra. X, acompanhada de seu filho menor, com 2 anos de idade,</p><p>expondo a sua necessidade de trabalhar e que está na dependência de conseguir a inserção do petiz em</p><p>creche.</p><p>Antes de comparecer à Promotoria, X havia se dirigido à Secretaria Municipal da Educação, que expôs a</p><p>impossibilidade de atendimento por ausência de vagas, assim como ao Conselho Tutelar, que expediu</p><p>requisição ao Órgão Público, a qual recebeu resposta negativa exatamente sob o mesmo argumento.</p><p>Ante a situação narrada, em face da reclamação verbal apresentada por X, questiona-se:</p><p>a. O Ministério Público possui atribuição para atuar no caso concreto, em razão da natureza da matéria?</p><p>Se for o caso, sob qual(is) fundamento(s) constitucional(is)?</p><p>b. Caso seja afirmativa a resposta ao tópico anterior, enquanto Promotor de Justiça responsável pelo</p><p>atendimento, quais providências administrativas você adotaria na espécie? Especifique a respectiva</p><p>sequência, se for o caso.</p><p>c. Acaso frustradas as providências administrativas, seria viável a utilização da esfera jurisdicional?</p><p>Caso se aplique, pelo uso de qual instrumento processual? Qual é a natureza jurídica do pedido a ser</p><p>formulado?</p><p>R.:</p><p>O direito ao ensino, em todos os seus níveis, é assegurado pelo art. 6º da CF, que trata a educação como direito</p><p>fundamental social.</p><p>Ademais, o art. 208, IV, da CF deixa inquestionável o dever do Estado de realizar o atendimento em creches,</p><p>sendo que a norma constitucional é de efeito concreto e o direito de fruição imediata, conforme sedimentado</p><p>entendimento do STF.</p><p>Tratando-se de direito fundamental, incorpora-se ao patrimônio de todos – inclusive da criança de 2 anos de idade</p><p>– possuindo, em consequência, natureza indisponível.</p><p>Nessa linha, o Ministério Público possui atribuição para agir nos termos do art. 127 da Constituição Federal, que</p><p>afirma competir à Instituição a defesa dos interesses individuais indisponíveis.</p><p>Assentada tal premissa, resta tratar das formas de atuação do Ministério Público na espécie.</p><p>Em primeiro lugar, é necessário documentar-se a queixa, através da oitiva formal de X, por meio de termo de</p><p>declarações.</p><p>Com lastro em mencionadas declarações, somadas aos documentos necessários, cumpre ao Promotor de Justiça</p><p>instaurar notícia de fato, assim como, no bojo desta, expedir requisição ao Órgão Público da área da educação,</p><p>para que ocorra o devido atendimento.</p><p>Acaso a solução administrativa não se apresente como possível, em face da negativa de atendimento, compete ao</p><p>Promotor de Justiça ingressar em juízo com ação civil pública de cunho mandamental, postulando a concessão de</p><p>medida liminar antecipatória de tutela.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>Referências aos arts. 6º, 208, IV e 127 da CF: 0,2</p><p>Referência à oitiva formal e à instauração de notícia de fato: 01.</p><p>Referência à requisição e ao ajuizamento de ação civil pública de cunho</p><p>mandamental: 0,2.</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento</p><p>ao tema proposto</p><p>na questão.</p><p>Afirmação da legitimidade ativa do Ministério Público, com supedâneo no</p><p>art. 127 da CF: 0,1.</p><p>Abordagem dos procedimentos formais a serem adotados pelo Promotor</p><p>de Justiça (oitiva, instauração e instrução de notícia de fato, requisição):</p><p>0,2.</p><p>Abordagem acerca da possibilidade do ajuizamento de ação civil pública</p><p>de cunho mandamental: 0,2.</p><p>0,5</p><p>17</p><p>3) Em 2020, o Ministério Público do Estado de Roraima instaurou inquérito civil para apurar suposto</p><p>esquema de corrupção em dado município, formado a partir de 2016, e que consistia na conduta de dois</p><p>auditores fiscais e do secretário municipal que exigiam propina de empresários para concessão de</p><p>determinada licença administrativa. Em troca, também havia redução no valor do tributo municipal</p><p>incidente sobre a atividade empresarial.</p><p>Na portaria de instauração do IC, constavam como investigados os agentes públicos e as seis empresas e</p><p>respectivos sócios que pagaram propina.</p><p>No curso da instrução, foram ouvidos os investigados e as testemunhas, e determinado afastamento do</p><p>sigilo bancário e fiscal dos investigados, por meio de medida judicial própria. A par disso, foram anexadas</p><p>provas emprestadas da instância criminal, cujo compartilhamento foi devidamente autorizado pelo juízo.</p><p>Ao cabo da investigação, ficou demonstrada a conduta dos agentes públicos. Os auditores fiscais</p><p>mantinham contato direto com as empresas para exigência e recebimento da propina. O secretário</p><p>acobertava os seus subordinados, exatamente os referidos auditores fiscais, buscando protegê-los contra</p><p>eventuais denúncias. O montante da propina arrecadada era dividido em partes iguais, ficando cada</p><p>investigado com a quantia aproximada de trezentos mil reais.</p><p>Em relação aos terceiros, a prova indica que foram vítimas do esquema de extorsão e que acabaram</p><p>cedendo em vista do temor de entraves à concessão das licenças.</p><p>O Município instaurou procedimento administrativo contra as empresas e procedeu ao recálculo dos</p><p>impostos devidos, lavrando autos de infração que, no seu conjunto, totalizam o valor de trezentos mil</p><p>reais. Os impostos foram quitados.</p><p>Na esfera criminal, os agentes públicos, com base nos mesmos fatos, foram denunciados pelo crime de</p><p>concussão e condenados em primeira instância, ainda pendente de julgamento em grau de recurso. As</p><p>empresas e os sócios figuram como vítimas.</p><p>Na esfera disciplinar, o processo instaurado contra os agentes fiscais ainda não se findou, mas os agentes</p><p>fiscais foram afastados cautelarmente, e o secretário, exonerado.</p><p>Os fatos ganharam intensa repercussão na mídia.</p><p>Diante desse caso, na condição de promotor de Justiça que preside o inquérito civil em apreço, indique</p><p>a(s) medida(s) que adotaria e discorra sobre os respectivos fundamentos, mencionando, se for o caso,</p><p>promoção de arquivamento do inquérito civil (total ou parcial), proposta ou decisão de não celebrar</p><p>acordo de não persecução civil e os delineamentos da petição inicial da ação civil de improbidade</p><p>administrativa.</p><p>R.:</p><p>Em relação às pessoas jurídicas e respectivos sócios impende o arquivamento (parcial) do inquérito civil, evitando-</p><p>se o chamado “arquivamento implícito” que constitui burla ao sistema de arquivamento do inquérito civil. Eis a</p><p>motivação da promoção de arquivamento parcial do inquérito civil):</p><p>“O crime de concussão é incompatível com a prática simultânea do crime de corrupção ativa, dentro de um mesmo</p><p>contexto fático. Ou bem o funcionário público exige vantagem indevida, ou bem o particular a oferece. No caso em</p><p>exame, a conduta ímproba que se apura reverbera o crime de concussão na esfera cível, em que agentes públicos</p><p>exigem propina em troca da devida licença administrativa e do cálculo do imposto.</p><p>Não há prova de ajuste entre os sócios das empresas e os agentes públicos, mas apenas que aqueles cederam</p><p>em vista da ameaça de entraves para concessão da licença. Enfraquece a tese de que os terceiros agiram em</p><p>conluio como os agentes públicos, visando obtenção de vantagem financeira comum, a própria circunstância de</p><p>que a propina paga suplanta o valor do imposto devido.</p><p>Não houve enriquecimento ilícito dos terceiros nem dano ao erário, pois que lavrado auto de infração, com o</p><p>recolhimento do imposto devido.”</p><p>O promotor poderá se negar a formular proposta de acordo não persecução civil, no espaço da discricionariedade</p><p>regrada. A decisão formalizada nos autos do inquérito civil pode ser assim motivada:</p><p>“A audácia dos agentes fiscais de irem a campo atrás das empresas para exigir propina, sob a concordância do</p><p>próprio secretário, a organização do grupo, a repercussão social do ilícito e o efeito simbólico à sociedade,</p><p>18</p><p>decorrente da adoção de medida repressiva mais incisiva, não recomendam a solução negociada, ainda mais que</p><p>eventual proposta giraria em torno da aplicação em bloco de todas as sanções previstas na Lei nº 8.429/92,</p><p>circunstância que inviabiliza a solução consensual. Demais disso, o esquema já foi desmantelado e devidamente</p><p>esclarecido, não havendo espaço para colaboração. Em suma, eventual acordo não atende ao interesse público.”</p><p>Na petição inicial da ação civil de improbidade administrativa, devidamente acompanhada dos autos do inquérito</p><p>civil, o promotor deverá individualizar a conduta de cada réu e apontar os elementos probatórios para a respectiva</p><p>responsabilização (art. 17, §6º, I da Lei nº 8.429/92):</p><p>“O auditor fiscal A, manteve contato com os sócios das empresas C, D e E, exigindo-lhes o pagamento de propina,</p><p>em troca da liberação da licença, conforme depoimentos colhidos neste inquérito civil, prova emprestada da</p><p>instância criminal e movimentação bancária apurada em perícia técnica”. “O auditor fiscal B, manteve contato com</p><p>os sócios das empresas F, G e H, exigindo-lhes o pagamento de propina, em troca da liberação da licença,</p><p>conforme depoimentos colhidos neste inquérito civil, prova emprestada da instância criminal e movimentação</p><p>bancária apurada em perícia técnica”. “O secretário dava cobertura aos réus agentes fiscais, fazendo com que as</p><p>denúncias contra eles não prosperassem e recebendo parcela da propina arrecadada, conforme depoimentos</p><p>colhidos neste inquérito civil, prova emprestada da instância criminal e movimentação bancária apurada em perícia</p><p>técnica”.</p><p>Na fundamentação jurídica, deve ser indicado que a conduta dos réus importou enriquecimento ilícito,</p><p>subsumindo-se à previsão específica do art. 9º, I, da Lei nº 8.429/92. No pedido, devem ser deduzidas as sanções</p><p>previstas no art. 12, I, da Lei nº 8.429/92.</p><p>DISTRIBUIÇÃO DOS PONTOS</p><p>Aspectos Fatores e requisitos para pontuação: Pontos</p><p>1. Conhecimento</p><p>técnico-científico</p><p>sobre a matéria.</p><p>Referência ao arquivamento parcial do IC em relação aos terceiros (art.</p><p>129, III da CF; art. 9º da Lei nº 7.347/85; art. 30 da Lei 8.625/93 e art. 10</p><p>da Resolução CNMP nº 23/2007). (Até 0.2)</p><p>Referência à competência da discricionária regrada do MP para celebrar</p><p>ou não ANPC (art. 17, B, da Lei nº 8.429/92). LIA. (Até 0.1)</p><p>Referência ao ajuizamento da ação de responsabilização por ato de</p><p>improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9º, I,</p><p>da LIA), em relação aos agentes públicos. (Até 0.2)</p><p>0,5</p><p>2. Atendimento</p><p>ao tema proposto</p><p>na questão.</p><p>Abordagem do crime de concussão e da prova recolhida no IC para o</p><p>arquivamento em relação aos terceiros. (Até 0.2)</p><p>Abordagem das circunstâncias do caso concreto que não recomendam</p><p>solução negociada que implique renúncia de determinada sanção. (Até</p><p>0.1)</p><p>Abordagem de aspectos da petição inicial (individualização da ilicitude</p><p>imputada a cada réu, indicação</p><p>dos elementos probatórios e tipificação</p><p>específica da ilicitude praticada). (Até 0.2)</p><p>0,5</p>

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