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<p>Contagem de Prazos Penais e Prazos Processuais Penais</p><p>➝ contagem de prazos penais: artigo 10 Código Penal;</p><p>↳ o dia do começo inclui-se na contagem (independentemente de ser fim de semana ou feriado)</p><p>e conta desde o início do dia (desde a virada do dia anterior até a virada para o próximo dia).</p><p>↳ se passar um ano de prisão ou mais, tem que tirar um dia do dia final (ex: preso no dia 16/11/2020</p><p>com pena de 1 ano vai ser solto no dia 15/11/2021). Se contar só os meses também tira um dia e se</p><p>contar só os dias também tira um dia. Ao todo tem que tirar um dia em relação ao dia do término.</p><p>↳ exemplo: um sujeito foi preso dia 16/09/2020 e recebeu uma pena de 3anos 6meses e 15dias</p><p>16/09/2020 + 3 anos = 15/09/2023</p><p>15/09/2023 + 6 meses = 15/03/2024</p><p>15/03/2024 + 15 dias = 30/03/2024 término do prazo penal, dia que o sujeito será solto</p><p>➝ contagem de prazos processuais penais: artigo 708 do Código de Processo Penal.</p><p>↳ o prazo começa a ser contado no dia seguinte ao recebimento do processo</p><p>↳ só começa a contar e termina a contar se o dia for útil (ou seja, o começo e o fim da contagem</p><p>não podem ser fim de semana ou feriado); se esses dias tiverem no meio da contagem eles são</p><p>contados.</p><p>↳ do dia 20 de dezembro ao dia 06 de janeiro existe o recesso forense, em que os prazos têm</p><p>a contagem interrompida</p><p>↳ o prazo processual penal termina às 18:00 do dia do término</p><p>↳ exemplo: um promotor pegou um processo no dia 16/12/2020 (quinta-feira) e tem um prazo</p><p>de 15 dias para devolver</p><p>17/12/2020 – 1º dia de contagem</p><p>18 – 2º dia</p><p>19 – 3º dia</p><p>20 ao dia 6 para de contar – faltam ainda 12 dias</p><p>7 – 4º dia</p><p>8 – 5º dia</p><p>9 – 6º dia ... fim da contagem de prazo: 18/01/2021</p><p>Concurso de Pessoas</p><p>➝ um concurso de pessoas ocorre quando vários agentes praticam um mesmo crime, dividindo</p><p>suas tarefas.</p><p>CRIMES UNISSUBJETIVOS CRIMES PLURISSUBJETIVOS</p><p>➝ podem ser praticados por apenas uma</p><p>pessoa. No entanto, ocasionalmente, esses tipos</p><p>de crimes podem ser praticados por mais de</p><p>uma pessoa, havendo um concurso de pessoas</p><p>chamado de concurso ocasional (eventual)</p><p>➝ os agentes podem ser tanto autores quanto</p><p>partícipes</p><p>➝ são a maioria das infrações penais</p><p>➝ são sempre praticados por mais de uma</p><p>pessoa, obrigatoriamente. São tipos penais em</p><p>que a conduta só se enquadra nele se for</p><p>praticada por um número plural de pessoas (ex:</p><p>associação criminosa – art 288, CP; associação</p><p>para o tráfico; rixa...)</p><p>➝ todas as pessoas envolvidas na prática do</p><p>crime são autores</p><p>➝ o concurso nesse caso é chamado de</p><p>concurso necessário ou obrigatório</p><p>➝ regra de extensão: art 29 Código Penal</p><p>↳ é a regra que visa abranger e estender os limites do tipo penal a fim de alcançar todos os</p><p>colaboradores do crime</p><p>↳ teoria monista: para todos os colaboradores do crime incidem as mesmas penas, respondendo</p><p>todos os sujeitos da mesma forma pelo delito praticado</p><p>↳ o artigo 29 e a própria legislação brasileira apresentam exceções a teoria monista e, por isso</p><p>se diz que, no Brasil, adota-se a teoria monista temperada ou moderada</p><p>Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na</p><p>medida de sua culpabilidade</p><p>§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto</p><p>a um terço.</p><p>§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a</p><p>pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o</p><p>resultado mais grave.</p><p>↳ exceções à teoria monista:</p><p>1- Medida de sua culpabilidade – a expressão prevista no artigo 29 do Código Penal faz</p><p>referência à medida da reprovação da conduta do sujeito ao praticar o crime, avaliando se</p><p>diante daquele caso concreto a conduta era mais ou menos reprovável de acordo com cada</p><p>sujeito e com quais foram suas ações.</p><p>2- Participação de menor importância – artigo 29, §1º Código Penal – existem duas formas de</p><p>praticar um concurso de pessoas: autoria e participação, sendo que não há uma hierarquia</p><p>entre as duas, elas são apenas formas diferentes de colaboração. Quando a participação do</p><p>sujeito não foi tão relevante para o caso, diante do artigo 29, §1º, ele pode ter sua pena</p><p>diminuída em relação aos demais que tiveram uma participação mais importante.</p><p>3- Cooperação dolosamente distinta (desvio subjetivo) – artigo 29, §2º Código Penal – se em</p><p>um concurso de pessoas houve desvio subjetivo de alguém, ou seja, um sujeito desviou-se</p><p>do combinado e praticou crime mais grave, ele responde pela pena do crime mais grave.</p><p>Os sujeitos que quiseram praticar crimes menos grave respondem pelo crime menos grave</p><p>e aquele sujeito que tinha previsibilidade do desvio subjetivo, ou seja, sabia que um resultado</p><p>mais grave poderia ocorrer, responde pelo crime menos grave, mas com pena recebida</p><p>pelo crime menos grave aumentada de até metade.</p><p>4- Exceções pluralistas: existem duas delas na nossa legislação, o crime de aborto e o crime</p><p>de corrupção. Por uma opção de política criminal, o legislador optou por punir de formas</p><p>diferentes para concorrentes de um mesmo fato.</p><p>Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento</p><p>Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque</p><p>Pena - detenção, de um a três anos.</p><p>Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:</p><p>Pena - reclusão, de um a quatro anos.</p><p>Corrupção passiva</p><p>Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que</p><p>fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar</p><p>promessa de tal vantagem:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.</p><p>Corrupção ativa</p><p>Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para</p><p>determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:</p><p>Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.</p><p>Tanto no crime de aborto (nos artigos 124 e 126) quanto no de corrupção (317, corrupção</p><p>passiva, precisa ser praticado por funcionário público; 333, corrupção ativa, não precisa</p><p>ser praticado por funcionário público) pode haver concurso de pessoas.</p><p>➝ requisitos para que haja concurso de pessoas:</p><p>↳ pluralidade de comportamentos, ou seja, cada colaborador deve ter uma função e uma conduta</p><p>identificáveis.</p><p>↳ vinculo subjetivo válido entre os sujeitos: a união de vontades dos colaboradores não pode</p><p>conter vícios, ela deve ser proveniente de livre consentimento. Os vícios são quando um sujeito é</p><p>inimputável, ou por doença mental, ou por idade (menor de 18 anos), ou inculpável devido a uma</p><p>coação irresistível (se a coação for resistível, o concurso de pessoas existe, mas a pena do coagido</p><p>é diminuída)</p><p>↳ nexo de causalidade: é indispensável que cada uma das condutas influenciem na causação de</p><p>um resultado. Se não houver causalidade entre a conduta e o resultado, essa conduta em questão é</p><p>excluída do concurso de pessoas.</p><p>↳ unidade de infração: a teoria monista preconiza que todos os sujeitos colaboradores de um</p><p>crime devem responder pelo mesmo crime. No entanto existem exceções que evitam que injustiças</p><p>sejam causadas por punir os colaboradores por um mesmo delito.</p><p>➝ formas de concurso de pessoas: existem duas grandes formas de concurso de pessoas: autoria</p><p>e participação, e elas definem o mecanismo pelo qual alguém exerce sua colaboração.</p><p>↳ autoria: o autor de uma infração penal é aquele que pratica o núcleo do tipo ou quem, de</p><p>qualquer forma, tem controle sobre a situação de fato (teoria do domínio do fato)</p><p>↳ participação: pode ser material ou intelectual/moral. O partícipe é aquele que colabora com a</p><p>consecução do delito, mas não tem controle sobre a situação de fato. As modalidades de participação</p><p>são instigação, induzimento, auxílio, determinação.</p><p>↳ existem as formas de coautoria e coparticipação</p><p>também, que são quando há mais de um autor</p><p>e mais de um partícipe no crime.</p><p>➝ autoria mediata: ocorre quando alguém (autor mediato – que fica à distância) domina a vontade</p><p>alheia, utilizando-se de outro agente (autor imediato – que fica próximo) inimputável (por doença</p><p>mental ou por idade) ou inculpável (coagido irresistivelmente) para a consecução do crime.</p><p>↳ não há concurso de pessoas pois não há vínculo subjetivo válido entre os colaboradores.</p><p>↳ se a coação for resistível não há autoria mediata. O sujeito apenas tem a pena reduzida.</p><p>↳ o autor mediato é punido pelo crime cometido e com agravação da pena, segundo o artigo</p><p>62, do Código Penal.</p><p>↳ se o autor imediato for um menor de idade, ele responde por ato infracional análogo ao crime,</p><p>perante a Vara da Infância e da Juventude, nos termos do ECA. Recebe medida socioeducativa.</p><p>↳ se o autor imediato for inimputável por doença mental ele responde pelo delito com medida</p><p>de segurança.</p><p>↳ se o autor imediato é inculpável devido a uma coação irresistível ele é julgado e absolvido. Se</p><p>a coação é resistível ele tem a pena diminuída, como previsto no artigo 65, CP.</p><p>➝ autoria colateral: nesse caso também não há vínculo subjetivo entre as pessoas que executam o</p><p>fato, não há uma união de vontades nesse caso. Ocorre quando diversas pessoas executam o mesmo</p><p>fato (num contexto fático único) sem a existência de vínculo entre elas. Uma não sabe que a outra</p><p>irá praticar o mesmo crime que ela.</p><p>↳ É uma mera coincidência.</p><p>↳ Cada autor responde individualmente.</p><p>↳ importância da perícia para definir as responsabilidades, já que cada sujeito deve ser</p><p>responsabilizado apenas por aquilo que cometeu (a punição não pode ser a mesma porque não há</p><p>concurso de pessoas). Se não for possível definir a responsabilidade dos envolvidos, haverá a chamada</p><p>autoria incerta, e ambos responderão pela tentativa do crime.</p><p>Não confundir autoria incerta, que deriva da noção de autoria colateral, com autoria ignorada, que</p><p>é quando a polícia não consegue apurar determinado crime – crime perfeito</p><p>➝ concurso de pessoas em crimes culposos: a doutrina admite que haja concurso de pessoas em</p><p>crimes culposos quando existem duas ou mais pessoas agindo com inobservância de dever de</p><p>cuidado e dão causa a um resultado naturalístico.</p><p>COMUNICABILIDADE DAS CIRCUNSTÂNCIAS</p><p>➝ busca entender se a mudança das circunstâncias por um sujeito pode ser estendida aos outros</p><p>ou vai valer apenas para aquele que alterou as circunstâncias.</p><p>Circunstâncias incomunicáveis</p><p>Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo</p><p>quando elementares do crime.</p><p>➝ elementares do crime são aquelas circunstâncias tão importantes para a existência do delito que</p><p>se forem retiradas excluem o crime, tornando o fato um irrelevante penal (atipicidade absoluta), ou</p><p>modificam a tipificação do fato (atipicidade relativa).</p><p>➝ existem dois tipos de circunstâncias: as circunstâncias objetivas, que dizem respeito apenas ao</p><p>fato, e as subjetivas, que dizem respeito ao sujeito.</p><p>↳ as circunstâncias subjetivas não se comunicam aos outros sujeitos, a não ser que elas sejam</p><p>elementares.</p><p>↳ as circunstâncias objetivas se comunicam aos sujeitos.</p><p>OBSERVAÇÃO: para que ocorra a comunicabilidade das circunstâncias, sejam elas objetivas ou</p><p>subjetivas, é indispensável que o sujeito tenha ciência e conhecimento da existência dessas</p><p>circunstâncias e tenha consentido para a prática do delito. Caso contrário, não há a comunicação.</p><p>Por isso o artigo 19, CP é importante, pois evita a responsabilidade objetiva (responsabilidade sobre</p><p>o que aconteceu de fato sem levar em conta as ações que aquele sujeito realmente cometeu).</p><p>➝ casos de impunibilidade: artigo 31, CP – não se pune atos preparatórios, a não ser que esteja</p><p>previsto em lei. O crime deve chegar pelo menos no início da execução para que ele seja relevante</p><p>penalmente. Somente assim as formas de participação e colaboração em um crime ganharão</p><p>relevância e haverá concurso de pessoas.</p><p>CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES E ARTIGOS PARA A RESOLUÇÃO DE EXERCÍCIO</p><p>➝ artigos importantes para o concurso de pessoas:</p><p>↳ art 29, CP (concurso de pessoas)</p><p>↳ art 29 §1º, CP – participação de menor importância</p><p>↳ art 29 §2º, CP – desvio subjetivo e previsibilidade do desvio</p><p>↳ art 26 – inimputável por doença mental ou semi-imputável</p><p>↳ art 45, Lei de Drogas 11343 – inimputável por dependência química</p><p>↳ art 65 – circunstâncias atenuantes da pena</p><p>↳ art 62 – circunstâncias agravantes</p><p>➝ ficam atenta aos casos em que os sujeitos combinaram um furto e aconteceu um roubo,</p><p>devido ao uso de violência. Ou combinaram um roubo sem machucar nenhuma vítima e um sujeito</p><p>acabou cometendo um roubo com lesão corporal grave ou um latrocínio</p><p>➝ se os sujeitos se associaram para cometer crimeS tem também o crime de associação</p><p>criminosa (art 288) e se tiver adolescente é art 288 § único.</p><p>➝ partícipe moral: induz ou instiga o crime (o resto vai ser tudo partícipe material, que participa</p><p>de fato na consecução do crime)</p><p>➝ menor de idade: responde como autor/partícipe, perante a Vara da Infância e da Juventude,</p><p>nos termos do ECA, recebendo medida socioeducativa, por ato infracional análogo ao crime</p><p>(escrever o crime e depois a tipificação)</p><p>➝ lembrete: menor de idade sempre recebe medida socioeducativa; semi-imputável perigoso tem</p><p>a pena diminuída transformada em medida de segurança; semi-imputável não perigoso tem a pena</p><p>diminuída</p><p>➝ ler o tipo penal inteiro e anotar todos os incisos nos quais as condutas se enquadram, anotar</p><p>todos os nomes e idades dos colaboradores, anotar sobre a imputabilidade dos colaboradores,</p><p>anotar se teve desvio e qual foi o crime do desvio, conferir se teve participação de menor</p><p>importância, conferir a previsibilidade do desvio, e ver se teve alguma agravante (art 62, CP – líder,</p><p>coator...)</p><p>➝ lembrar de falar entre quem houve concurso válido e fazer a responsabilização de cada sujeito</p><p>Teoria Geral das Penas</p><p>Finalidade das penas:</p><p>➝ são as essências da tarefa do juiz ao impor uma pena ao sujeito.</p><p>FINALIDADE RETRIBUTIVA FINALIDADE PREVENTIVA FINALIDADE</p><p>RESSOCIALIZADORA</p><p>➝ é a resposta pronta à</p><p>conduta ilícita, é a contrapartida,</p><p>o castigo que o sujeito recebe</p><p>por ter praticado um ilícito</p><p>penal.</p><p>↳ há uma proporcionalidade</p><p>entre o delito praticado e sua</p><p>retribuição (estabelecida pelo</p><p>Congresso na etapa legislativa.</p><p>É a sanção penal em si).</p><p>↳ previsão dos tipos penais</p><p>de acordo com o bem jurídico</p><p>tutelado (o legislador “escolhe”</p><p>os bens de maior valor,</p><p>estabelecendo as penas de</p><p>acordo com essa ideia)</p><p>↳ estabelecimento dos</p><p>limites máximos e mínimos de</p><p>aplicação de pena em cada tipo</p><p>penal.</p><p>➝ o objetivo desses tipos de</p><p>pena é pedagógico, não é o de</p><p>castigar como na finalidade</p><p>anterior.</p><p>↳ a pena deve influenciar o</p><p>sujeito condenado a repensar o</p><p>que cometeu e deve servir de</p><p>medo para que o resto da</p><p>sociedade fique inibido de</p><p>praticar ilícitos penais.</p><p>↳ a intenção é evitar a</p><p>reiteração de práticas delitivas.</p><p>➝ é a finalidade prevalente</p><p>durante o cumprimento da</p><p>pena.</p><p>↳ ela visa à ressocialização</p><p>do sujeito e à sua reinserção na</p><p>sociedade no momento em</p><p>que for posto em liberdade.</p><p>↳ existem mecanismos que</p><p>auxiliam nessa ressocialização</p><p>como o trabalho e o estudo</p><p>penitenciário.</p><p>➝ a legislação brasileira prevê alguns tipos de penas, sendo os principais a pena privativa de liberdade,</p><p>a pena restritiva de direitos e a pena de multa.</p><p>Penas Privativas de Liberdade</p><p>➝ as penas privativas de liberdade são a resposta penal mais dura e repressiva que o Estado impõe</p><p>ao sujeito como sanção para o delito cometido.</p><p>➝ o Brasil adota o sistema progressivo-regressivo de cumprimento de pena, no qual o sujeito ao</p><p>longo do cumprimento da pena pode progredir</p><p>de regime (indo de um regime mais gravoso para</p><p>um menos gravoso) segundo seu próprio mérito, por bom comportamento, ou regredir de regime</p><p>(indo de um menos gravoso para um mais gravoso), segundo seu demérito, por mau comportamento.</p><p>↳ o artigo que regula a progressão de regime é o artigo 112 da Lei de Execução Penal – LEP.</p><p>➝ existem três espécies de penas privativas de liberdade no Brasil: reclusão, detenção e prisão</p><p>simples.</p><p>↳ a prisão simples é adotada para as contravenções penais. No entanto, raramente ela é dada</p><p>porque os casos de contravenções penais são julgadas pelos juizados especiais, havendo uma</p><p>preferência por substituir a pena privativa de liberdade por uma medida alternativa.</p><p>SISTEMA DE CUMPRIMENTO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE</p><p>Reclusão e detenção</p><p>Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.</p><p>A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime</p><p>fechado.</p><p>§ 1º - Considera-se:</p><p>a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;</p><p>b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento</p><p>similar;</p><p>c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.</p><p>↳ diante da carência de casas de albergado nas diversas comarcas a pena em regime aberto tem</p><p>sido cumprida através do recolhimento domiciliar.</p><p>FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL:</p><p>➝ a fixação do regime inicial do cumprimento da pena vai se dar diante dos critérios estabelecidos</p><p>no art 33 §§ 2º e 3º do CP.</p><p>§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo</p><p>o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de</p><p>transferência a regime mais rigoroso: (CRITÉRIOS PARA FIXAÇÃO DO REGIME INICIAL)</p><p>a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la em regime</p><p>fechado;</p><p>b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a</p><p>8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;</p><p>c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,</p><p>desde o início, cumpri-la em regime aberto.</p><p>§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância</p><p>dos critérios previstos no art. 59 deste Código.</p><p>➝ preso provisório: por não ter pena, ele não tem regime de cumprimento inicial de pena fixado, a</p><p>prisão provisória é cumprida em cadeia pública. É apenas com a sentença final que o juiz vai fixar a</p><p>quantidade de pena que o sujeito deve cumprir e qual será o regime inicial do cumprimento dessa</p><p>pena. O tempo que o sujeito ficou preso provisoriamente é descontado da pena pelo Juiz da</p><p>Execução durante o próprio cumprimento da pena (detração).</p><p>➝ o regime inicial de cumprimento de pena vai impactar muito a vida do sujeito, por esse motivo,</p><p>é necessário que o juiz, diante de situações que se enquadrem nas alíneas “b” e “c”, já que ele tem</p><p>certa discricionariedade (diante do termo poderá), deve motivar idoneamente sua decisão de fixar</p><p>regime mais gravoso, baseado nas circunstâncias judiciais previstas no art 59, CP.</p><p>↳ quando o sujeito for reincidente, nos casos das alíneas “b” e “c” o juiz deve fixar um regime</p><p>mais gravoso.</p><p>Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade</p><p>do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao</p><p>comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação</p><p>e prevenção do crime:</p><p>I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;</p><p>II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;</p><p>III - o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;</p><p>IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se</p><p>cabível.</p><p>➝ a súmula 269 do STJ prevê a possibilidade de adoção do regime semi-aberto para presos</p><p>reincidentes com circunstâncias judiciais favoráveis e pena inferior a 4 anos.</p><p>SÚMULA 269 STJ - É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes</p><p>condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.</p><p>➝ as súmulas 718 e 719 do STF fazem exigência de motivação idônea para a fixação de regime</p><p>mais gravoso</p><p>SÚMULA 718 STF: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui</p><p>motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena</p><p>aplicada.</p><p>SÚMULA 719 STF: A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada</p><p>permitir exige motivação idônea. .</p><p>➝ se a pena for de detenção, o regime mais grave possível de ser aplicado é o semi-aberto,</p><p>independente de circunstâncias judiciais desfavoráveis, reincidência, etc.</p><p>➝ apesar de a competência para realizar a detração ser do Juiz da Execução (art 66, III, “c”, LEP),</p><p>o Juiz da Condenação pode considerar o tempo de prisão provisória para fixar o regime inicial de</p><p>pena (art 387, §2º CPP)..</p><p>RESUMO FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL</p><p>➝ pena superior a 8 anos = regime fechado, independente de circunstâncias judiciais favoráveis</p><p>ou desfavoráveis e independente de reincidência.</p><p>➝ pena superior a 4 anos e até 8 anos:</p><p>↳ se o réu não for reincidente e as circunstâncias judiciais forem favoráveis = regime semi-</p><p>aberto</p><p>↳ se o réu não for reincidente e as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis = o juiz tem</p><p>decidir pelo fechado por causa das circunstâncias (tem que ter motivação idônea)</p><p>↳ se o réu for reincidente, independentemente das circunstâncias judiciais, deve fixar regime</p><p>mais grave (fechado em caso de reclusão e semi-aberto em caso de detenção)</p><p>➝ pena inferior ou igual a 4 anos:</p><p>↳ se o réu não for reincidente e as circunstâncias judiciais forem favoráveis, regime aberto.</p><p>↳ se o réu não for reincidente mas as circunstâncias judiciais forem desfavoráveis: juiz decide</p><p>pelo regime semi-aberto ou fechado</p><p>↳ se o réu for reincidente mas as circunstâncias judiciais forem favoráveis, regime semi-aberto</p><p>(súmula 269 STJ)</p><p>↳ se o réu for reincidente e tiver circunstâncias judiciais desfavoráveis: regime mais gravoso</p><p>possível (semi-aberto quando for detenção e fechado quando for reclusão)</p><p>➝ resumo do resumo: circunstâncias judiciais desfavoráveis e reincidência, juntas, obrigam o juiz</p><p>a fixar o regime mais gravoso possível. Se o réu for primário, com circunstâncias judiciais</p><p>desfavoráveis, no caso da letra “b” ele tem que fixar o regime fechado, e no caso da “c” pode</p><p>decidir entre o semi-aberto ou fechado.</p><p>ARTIGOS IMPORTANTES E DICAS PARA EXERCÍCIOS</p><p>➝ art 33, §2º e 3º CP</p><p>➝ art 59 CP</p><p>➝ art 42, CP</p><p>➝ súmulas 718 e 719 STF</p><p>➝ súmula 269 STJ</p><p>➝ art 387 §2º CPP</p><p>➝ art 112, LEP – progressão de regime</p><p>TRABALHO DE PRESO:</p><p>➝ art 39, CP – o trabalho do preso deve ser sempre remunerado e garantido os benefícios e</p><p>direitos da previdência social. É um trabalho obrigatório, mas não é forçado.</p><p>DETRAÇÃO PENAL</p><p>➝ a detração está prevista no art 42, CP e ela deriva da ideia de que se um sujeito estiver preso</p><p>provisoriamente, esse tempo deve ser descontado da condenação final, porque entende-se que essa</p><p>prisão provisória antecipa a punição do sujeito. A detração significa computar na pena o tempo de</p><p>prisão provisória.</p><p>↳ a prisão provisória é toda prisão que ainda não é definitiva, que ainda não foi alcançada pelo</p><p>trânsito em julgado.</p><p>Detração</p><p>Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo</p><p>de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em</p><p>qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.</p><p>➝ existem</p><p>três tipos de prisão provisória: a prisão em flagrante, a prisão temporária e a prisão</p><p>preventiva.</p><p>PRISÃO EM FLAGRANTE: está prevista nos arts 302 e 303 do CPP. Feita a prisão em flagrante,</p><p>nos termos previstos nos artigos, deve-se comunicar essa prisão ao delegado de polícia e esse</p><p>delegado vai fazer uma avaliação técnica da legalidade do caso e prender o sujeito provisoriamente.</p><p>Ele comunica imediatamente ao juiz, que vai avaliar o caso do sujeito e ver se ele continuará preso</p><p>ou responderá em liberdade. Caso ele continue preso sua prisão provisória será transformada em</p><p>prisão preventiva, decretada pelo juiz.</p><p>PRISÃO TEMPORÁRIA: prevista na lei 7960/89, criada para atender uma demanda da polícia para</p><p>que o juiz dê uma resposta que permita o delegado prender alguém, por tempo determinado.</p><p>Essa prisão tem que ser útil e necessária para a apuração de determinada infração penal. Para</p><p>crimes comuns o prazo é de 5 dias, prorrogáveis por mais 5, e para crimes hediondos o prazo é</p><p>de 30 dias, prorrogáveis por mais 30.</p><p>PRISÃO PREVENTIVA: prevista nos artigos 312 e 313 do CPP. É decretada pelo juiz e não tem</p><p>prazo determinado de duração, ela dura enquanto os requisitos e pressupostos de sua decretação</p><p>existirem. Ela deve ser útil e necessária diante de um caso concreto. Os pressupostos para sua</p><p>decretação são a garantia da ordem pública, a garantia da ordem econômica, conveniência da</p><p>instrução criminal (que é quando o réu apresenta alguma ameaça ao processo), assegurar a</p><p>aplicação da lei penal (quando há chances de o réu fugir).</p><p>➝ a competência para realizar a detração é do Juiz da Execução (art 66, III, “c”, LEP). No entanto,</p><p>o Juiz da Condenação vai usar o período de detração para fixar o regime inicial de cumprimento de</p><p>pena (art 387, §2º, CPP)</p><p>➝ DETRAÇÃO EM PROCESSOS DISTINTOS: quando um sujeito foi preso provisoriamente por um</p><p>crime e ao final do processo ele foi absolvido, e, posteriormente a essa absolvição, ele foi condenado</p><p>por um outro crime, existem discussões na doutrina sobre a possibilidade de o réu aproveitar a</p><p>detração do primeiro processo no processo em que ele de fato foi condenado.</p><p>↳ a doutrina admite a o uso da detração em processos distintos, desde que o crime cometido no</p><p>segundo processo tenha sido anterior à absolvição do réu no primeiro processo. A detração não</p><p>pode ser usada como um crédito para delinquir no futuro.</p><p>ARGUMENTOS FAVORÁVEIS ARGUMENTOS CONTRÁRIOS</p><p>➝ o aproveitamento da detração em processos</p><p>distintos seria um mecanismo para corrigir e</p><p>compensar uma injustiça em razão de uma</p><p>prisão provisória por um crime no qual o réu foi</p><p>absolvido</p><p>➝ o artigo 111 da LEP admite a detração em</p><p>processos em que o réu foi condenado, não</p><p>haveria nada mais justo, então do que também</p><p>admiti-la em processos no qual o réu foi</p><p>absolvido.</p><p>➝ não há previsão legal desse mecanismo</p><p>➝ a prisão provisória está relacionada e foi</p><p>causada por um fato específico, não podendo</p><p>ser aproveitada para um fato distinto.</p><p>Penas Restritivas de Direitos</p><p>➝ foram implementadas na legislação brasileira com o intuito de reduzir o contingente prisional.</p><p>➝ previstas no art 44 do Código Penal como penas substitutivas às penas privativas de liberdade,</p><p>uma vez que elas não estão previstas em nenhum tipo penal.</p><p>➝ possui cinco modalidades: prestação de serviço à comunidade, interdição temporária de direitos,</p><p>limitação de fim de semana, prestação pecuniária e perda de bens e valores.</p><p>➝ requisitos para a substituição de uma pena privativa de liberdade por uma pena restritiva de</p><p>direitos (art 44 CP)</p><p>↳ a pena privativa de liberdade aplicada não pode ser superior a 4 anos (salvo em crimes</p><p>culposos que a pena privativa pode ser substituída independentemente da pena cheia)</p><p>↳ o crime não pode ter sido cometido com violência ou grave ameaça à pessoa</p><p>↳ o réu não pode ser reincidente em crime doloso (há uma exceção prevista no §3º do mesmo</p><p>artigo – se, em relação ao crime anterior, a medida de substituição seja socialmente recomendável</p><p>e a reincidência não seja específica, o juiz pode fazer a substituição)</p><p>↳ as circunstâncias objetivas e subjetivas devem indicar que essa substituição é suficiente para</p><p>atingir as finalidades da sanção penal (o juiz pode negar uma substituição por entender que uma</p><p>pena restritiva de direitos não será suficiente para cumprir as finalidades da pena, mesmo que os</p><p>requisitos anteriores tenham sido satisfeitos)</p><p>Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,</p><p>quando:</p><p>I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for</p><p>cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o</p><p>crime for culposo;</p><p>II – o réu não for reincidente em crime doloso;</p><p>III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem</p><p>como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.</p><p>§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que,</p><p>em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não</p><p>se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.</p><p>§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o</p><p>descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a</p><p>executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo</p><p>mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.</p><p>§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da</p><p>execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao</p><p>condenado cumprir a pena substitutiva anterior.</p><p>➝ o juiz deve aplicar a pena privativa de liberdade, como previsto no tipo penal, fixar o regime inicial</p><p>(como previsto no art 33 CP), fazer o cálculo da pena de acordo com o caso concreto. Só depois</p><p>de cumpridas essas etapas é que o juiz vai analisar os requisitos do art 44, CP e fazer a substituição</p><p>da pena privativa pela restritiva de direitos. A relação de tempo entre a pena privativa e a restritiva</p><p>é a mesma.</p><p>➝ quem aplica a pena restritiva de direitos e determina sua modalidade é o Juiz da Condenação, no</p><p>entanto, quem fiscaliza e determina como e onde será seu cumprimento é o Juiz da Execução.</p><p>➝ fórmulas de aplicação das penas restritivas de direitos (art 44, §2º)</p><p>↳ se a pena privativa de liberdade for inferior a 1 ano, a pena pode ser substituída por uma pena</p><p>restritiva de direitos OU por uma multa.</p><p>↳ se a pena privativa de liberdade for superior a 1 ano, a pena pode ser substituída por duas</p><p>penas restritivas de direitos OU uma pena restritiva de direito + uma multa</p><p>§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma</p><p>pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída</p><p>por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.</p><p>➝ observação: a pena restritivas substitui a pena privativa de liberdade, se tiver uma pena de multa</p><p>prevista no tipo ela também tem que ser cumprida além da restritiva.</p><p>CONVERSÃO DE PENAS RESTRITIVAS (art 44, §§ 4º e 5º)</p><p>§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o</p><p>descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a</p><p>executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo</p><p>mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.</p><p>§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro crime, o juiz da execução</p><p>penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir</p><p>a pena substitutiva anterior.</p><p>➝ a conversão</p><p>é o mecanismo de voltar atrás na substituição das penas privativas de liberdade por</p><p>restritivas de direitos. Assim, como forma de coerção, o juiz pode converter a pena restritiva de</p><p>direitos impondo uma pena privativa de liberdade novamente ao condenado. A conversão pode</p><p>acontecer por dois motivos: descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos ou</p><p>condenação posterior por outro crime.</p><p>↳ na primeira hipótese, o juiz deve descontar o tempo que já foi cumprido e converter o tempo</p><p>restante em pena privativa de liberdade.</p><p>↳ na segunda hipótese, o juiz deve fazer a conversão apenas quando o cumprimento da pena</p><p>restritiva for incompatível com o cumprimento da pena privativa (ex: o sujeito foi condenado a</p><p>uma pena de reclusão no regime fechado e a restritiva era uma prestação de serviço à</p><p>comunidade). Caso haja compatibilidade entre as penas não é necessário realizar a conversão (ex: a</p><p>pena restritiva era uma prestação de serviço à comunidade).</p><p>➝ OBSERVAÇÃO: se a pena restritiva não puder ser medida em tempo (ex prestação pecuniária)</p><p>e o sujeito não conseguir cumprir essa pena durante o cumprimento da pena privativa, o juiz faz</p><p>uma regra de três para ver o quanto falta para ser pago.</p><p>➝1 dia de pena = 1 hora de prestação de serviço à comunidade</p><p>➝ Se o réu possui mais de uma pena restritiva, deve-se analisar qual delas falta mais tempo para</p><p>ser cumprida e fazer a conversão com base nela. O regime que o preso cumprirá inicialmente a</p><p>pena privativa é o regime que foi fixado pelo juiz na sentença. Além disso, o juiz deve respeitar o</p><p>prazo mínimo de 30 dias de cumprimento de pena privativa, independentemente do tempo restante</p><p>de pena a ser cumprido pelo réu.</p><p>PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE (art 46, CP)</p><p>Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas</p><p>Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às</p><p>condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.</p><p>§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de</p><p>tarefas gratuitas ao condenado.</p><p>§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais,</p><p>escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou</p><p>estatais.</p><p>§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado,</p><p>devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo</p><p>a não prejudicar a jornada normal de trabalho.</p><p>§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena</p><p>substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade</p><p>fixada.</p><p>➝ é aplicável apenas a condenações superiores a 6 meses de pena privativa de liberdade (há uma</p><p>exceção no juizado especial em que se adota a prestação de serviços à comunidade mesmo para</p><p>penas inferiores a 6 meses).</p><p>➝ não há remuneração.</p><p>➝ deve-se cumprir uma hora de tarefa para cada dia de condenação e essas horas serão fixadas</p><p>da melhor forma para o sujeito.</p><p>➝ se a pena substituída é superior a um ano, é facultado ao condenado cumpri-la em menos tempo</p><p>(art 55, CP), desde que esse tempo não seja inferior à metade da pena.</p><p>INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS (art 47, CP)</p><p>Interdição temporária de direitos</p><p>Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são:</p><p>I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato</p><p>eletivo;</p><p>II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação</p><p>especial, de licença ou autorização do poder público;</p><p>III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.</p><p>IV – proibição de frequentar determinados lugares.</p><p>V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.</p><p>➝ é uma pena relativamente pouco aplicada, pois há dificuldade de fiscalizá-la. Sendo assim,</p><p>normalmente, o juiz opta por uma PSC.</p><p>➝ essa modalidade em questão possui cinco tipos a serem escolhidos pelo juiz de acordo com o</p><p>crime praticado.</p><p>↳ depois de 1998, quando foi criado o CTB e a pena de suspensão da CNH ou proibição de se</p><p>obter a permissão para dirigir passou a ser uma pena autônoma prevista no art 293 desse código,</p><p>o art 47, III, CP caiu em desuso. Os crimes culposos no trânsito passaram a ter essa pena autônoma,</p><p>não havendo mais aplicabilidade para o inciso III.</p><p>LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA (art 48, CP)</p><p>Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados</p><p>e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento</p><p>adequado.</p><p>Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e</p><p>palestras ou atribuídas atividades educativas.</p><p>➝ o sujeito deve permanecer aos sábados e domingos, durante 5 horas por dia, nas casas de</p><p>albergado ou em estabelecimento adequado. Devido à falta de locais adequados para aplicar essa</p><p>pena, ela dificilmente é usada.</p><p>PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA (arts 45 §§ 1º e 2º CP)</p><p>§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou</p><p>a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a</p><p>1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago</p><p>será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes</p><p>os beneficiários.</p><p>§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação</p><p>pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.</p><p>➝ é a mais aplicada de todas porque é a mais fácil de fiscalizar</p><p>➝ o valor fixado deve estar entre 1 e 360 salários mínimos por vítima. A prestação pecuniária é</p><p>destinada à vítima, a seus dependentes ou a uma entidade com destinação social.</p><p>➝ o valor deve ser proporcional ao crime e à capacidade do réu de pagamento, sendo</p><p>fundamentado pelo juiz.</p><p>PERDA DE BENS E VALORES (art 45, §3º CP)</p><p>§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação</p><p>especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior</p><p>– o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em</p><p>consequência da prática do crime</p><p>➝ essa pena deve recair sobre um bem pertencente ao condenado.</p><p>➝ diferentemente da prestação pecuniária, o destinatário dessa perda é o fundo penitenciário</p><p>nacional.</p><p>➝ é uma pena confisco. Ser pena confisco é diferente de ter efeito confisco. A pena confisco e</p><p>uma sanção penal que vai substituir a pena privativa de liberdade. O efeito confisco é um plus</p><p>decorrente da condenação, mas ele não é uma pena em si. No efeito confisco o bem deve estar</p><p>relacionado com a prática do delito.</p><p>➝ os limites para a aplicação dessa pena são o montante do prejuízo ou provento obtido. Além</p><p>disso, o bem não pode ser um bem de família e não pode ser um bem essencial à subsistência do</p><p>sujeito. O valor máximo a ser confiscado vai ser de acordo com o prejuízo da vítima ou com o</p><p>provento obtido pelo agente do crime, a depender do que for maior.</p><p>ARTIGOS E PASSOS IMPORTANTES PARA EXERCÍCIOS</p><p>➝ art 44, CP</p><p>➝ art 47, CP</p><p>➝ art 56, CP</p><p>➝ art 46, CP</p><p>➝ art 48, CP</p><p>➝ art 45, CP</p><p>➝ art 66, LEP – competências do Juiz da Execução</p><p>➝ verificar se o juiz fixou o regime inicial, verificar no tipo penal se o juiz errou o tipo de pena</p><p>(detenção/reclusão), verificar se o juiz utilizou o termo correto (substituir quando foi da privativa</p><p>para restritiva, converter quando for da restritiva para privativa), verificar se o juiz da condenação</p><p>realizou a detração (se tiver feito isso é um erro porque a competência para realizar a detração</p><p>é do juiz da execução), ficar atenta</p><p>à suspensão do direito de dirigir (não pode usar como</p><p>justificativa o art 47, III, CP mais, porque essa suspensão é pena autônoma prevista no CTB),</p><p>verificar todas as penas restritivas impostas e analisar se elas são condizentes.</p><p>➝ na hora de fazer a conversão: ver a pena total, ver o que já foi cumprido, ver o tempo de</p><p>prisão provisória e abater esses valores da pena total. Lembrete: a conversão é feita na pena que</p><p>falta mais tempo a ser cumprida.</p><p>➝ a pena privativa depois de convertida deve ser cumprida no regime que foi inicialmente fixado</p><p>pelo juiz da condenação.</p>