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TEORIA DAS PENAS

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SANÇÃO PENAL
Nada mais é do que o ESTADO exercendo seu IUS PUNIENDI, aplicando pena ou medida de segurança após o DEVIDO PROCESSO LEGAL ao individuo que pratica crime ou contravenção penal.
PENA
É a resposta dada a transgressão de uma norma.
Como uma espécie de SANÇÃO PENAL, PRIVA ou RESTRINGE o individuo de alguns bens jurídicos.
PRINCÍPIOS
Reserva Legal / Estrita Legalidade: Tem previsão no art. 5º, XXXIX da CF;
Anterioridade: Tem previsão no art. 5º, XXXIX da CF;
Personalidade / Intransmissibilidade / Intranscendência / Responsabilidade Pessoal: Tem previsão no art. 5º, XLV;
Inderrogabilidade / Inevitabilidade: Se reporta a necessidade do integral cumprimento da pena aplicada, contudo, sendo mitigado por alguns institutos, a exemplo do livramento condicional;
Intervenção Mínima: Deste princípio, advém FRAGMENTARIEDADE e SUBSIDIARIDADE;
ESPÉCIES DE PENA
O art. 32 do CPB informa quais são os tipos de PENA.
 As penas são:
I - privativas de liberdade;
II - restritivas de direitos;
III - de multa.
A inteligência do art. 32 nos trás os tipos de penas privativas de liberdade e os regimes de cumprimento.
TEORIAS E FINALIDADES
TEORIA ABSOLUTA 🡪 A finalidade da pena é RETRIBUITIVA;
TEORIA RELATIVA 🡪 Os fins da pena são estritamente PREVENTIVOS;
TEORIA UNIFICADORA/MISTA 🡪 Para essa teoria a pena tem dupla finalidade: RETRIBUITIVA e PREVENTIVA;
PREVENÇÃO E SEU ASPECTO DUPLICE
1- PREVENÇÃO GERAL: É destinada ao controle da violência, na medida em que busca diminuí-la e evitá-la. Pode ser NEGATIVA ou POSITIVA;
1.1 - PREVENÇÃO GERAL NEGATIVA: Busca intimidar os membros da coletividade acerca da gravidade e da imperatividade da pena, retirando-lhes eventual incentivo quanto à prática de infrações penais. Demonstra-se que o crime não compensa, pois ao seu responsável será inevitavelmente imposta uma pena, assim como aconteceu em relação ao condenado punido. Instrumentaliza-se o condenado, na medida em que serve ele de exemplo para coagir outras pessoas do corpo social com a ameaça de uma pena grave, implacável e da qual não se pode escapar. Em verdade, o ponto de partida da prevenção geral possui normalmente uma tendência para o terror estatal. Quem pretende intimidar mediante a pena, tenderá a reforçar esse efeito, castigando tão duramente quanto possível.
1.2- PREVENÇÃO GERAL POSITIVA: consiste em demonstrar e reafirmar a existência, a validade e a eficiência do Direito Penal. Almeja-se demonstrar a vigência da lei penal. O efeito buscado com a pena é romper com a ideia de vigência de uma “lei particular” que permite a prática criminosa, demonstrando que a lei geral – que impede tal prática e a compreende como conduta indesejada – está em vigor.
Em suma, o aspecto positivo da prevenção geral repousa na conservação e no reforço da confiança na firmeza e poder de execução do ordenamento jurídico. A pena tem a missão de demonstrar a inviolabilidade do Direito diante da comunidade jurídica e reforçar a confiança jurídica do povo.
2- PREVENÇÃO ESPECIAL
2.1- PREVENÇÃO ESPECIAL NEGATIVA: importante é intimidar o condenado para que ele não torne a ofender a lei penal. Busca, portanto, evitar a reincidência.
2.2 - PREVENÇÃO ESPECIAL POSITIVA: preocupa-se com a ressocialização do condenado, para que no futuro possa ele, com o integral cumprimento da pena, ou, se presentes os requisitos legais, com a obtenção do livramento condicional, retornar ao convívio social preparado para respeitar as regras a todos impostas pelo Direito. A pena é legítima somente quando é capaz de promover a ressocialização do criminoso.
TEORIA AGNÓSTICA
Também chamada de teoria negativa, coloca em destaque a descrença nas finalidades da pena e no poder punitivo do Estado, notadamente na ressocialização (prevenção especial positiva), a qual jamais pode ser efetivamente alcançada em nosso sistema penal. Essa teoria, portanto, sustenta que a única função efetivamente desempenhada pela pena seria a neutralização do condenado, especialmente quando a prisão acarreta em seu afastamento da sociedade.
Ano: 2019 Banca: Instituto Acesso Órgão: PC-ES Prova: Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia - Anulado
A ideia de punição é assunto base para a construção de um sistema penal democrático. Não é à toa que, no decorrer da história, pesquisadores, juristas, doutrinadores, bem como a jurisprudência, trataram das tentativas de justificação dos fins que se pretende alcançar com a aplicação das penas em âmbito do Direto Penal. Em observância ao Código Penal de 1940, marque a afirmativa correta em relação aos fins atribuídos à pena, no caso brasileiro.
De acordo com a ideia de prevenção geral que foi construída em reação ao caso brasileiro, tal justificativa é a adotada para aplicação da pena no Brasil.
De acordo com o desenvolvimento de bases estatísticas para o direito penal, chegamos ao entendimento de aplicação da teoria utilitarista unificada, que incorpora o modelo da civil law e common law.
O Código Penal de 1940, em junção com a jurisprudência, adotou como única justificação a retribuição, tendo a pena como fim em si mesma.
O Código Penal de 1940 adotou a teoria mista, unificada ou eclética, que reflete na unificação das ideias de retribuição e prevenção como finalidade para aplicação das penas.
De acordo com a legislação penal, a ressocialização do preso mediante o cumprimento da pena é o único fim determinado legalmente para a pena.
GABARITO D
A pena deve, simultaneamente, castigar o condenado pelo mal praticado e evitar a prática de novos crimes, tanto em relação ao criminoso, como no tocante à sociedade. Em síntese, fundem-se as teorias e finalidades anteriores. A pena assume um tríplice aspecto: retribuição, prevenção geral e prevenção especial.
Foi a teoria acolhida pelo artigo 59, caput, do Código Penal, quando dispõe que a pena será estabelecida pelo juiz "conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime". É também chamada de teoria da união eclética, intermediária, conciliatória ou unitária.
Fonte: Direito penal: parte geral (arts. 1º a 120) - vol. 1 / Cleber Masson - 13. ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2019, pag. 455.
QUAL A DIFERENÇA DE RECLUSÃO P/ DETENÇÃO
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
 § 1º - Considera-se:
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
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§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso:
a) o condenado a pena SUPERIOR A 8 (OITO) ANOS deverá começar a cumpri-la em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código.
 Regras do regime FECHADO
Previsão Legal, art. 34 do CP.
Na fase de execução a pena a nomenclatura é de “CONDENADO/APENADO”. Lembre-se, na fase investigativa, o agente é “INVESTIGADO”, na fase de AÇÃO PENAL, que é aquela que se inicia com o RECEBIMENTO DA DENÚNCIA, o agente vira “RÉU”.
O condenado é submetido a exame criminológico no inicio do cumprimento da pena, para fins de individualização.
Nesta fase, há trabalhos no período DIURNO e ISOLAMENTO no período NOTURNO. LEMBRE-SE de que o trabalho submetido ao APENADO no regimeFECHADO é dentro do próprio estabelecimento prisional, conforme suas aptidões. PORÉM, o trabalho EXTERNO É ADMISSÍVEL, desde que em SERVIÇOS ou OBRAS PÚBLICAS.
Regras do regime ABERTO
A base desse regime é AUTODISCIPLINA e SENSO DE RESPONSABILIDADE do condenado.
O CONDENADO, fora do estabelecimento prisional, deverá, SEM VIGILÂNCIA, trabalhar, frequentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido no período noturno e dias de folga.
OBS: Perceba que mesmo no regime aberto, há obrigatoriedade de recolhimento noturno, porém este recolhimento é domiciliar e não em estabelecimento prisional.
Nesse regime, o condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada.
Regras do regime SEMI-ABERTO
Neste regime, observa-se as mesmas regras do regime anterior.
Aqui, como peculiaridade, o condenado em seu trabalho diurno, reserva-se em alguns locais estabelecidos em lei, como exemplo: Colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar.
Além da admissibilidade do trabalho externo, neste, acrescenta-se a possibilidade da frequência a cursos supletivos profissionalizantes, de instrução de segundo grau ou superior.
 Detração
A inteligência do art. 42 determina que computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
Analise o seguinte caso: JOÃO, respondia a ação penal por crime de roubo. Como substituição a prisão preventiva no curso do processo, o juiz aplicou ao RÉU, medidas cautelares diversas da prisão consistentes em uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento noturno durante a semana das 20h00 às 05h00 e durante todo final de semana, não podendo se ausentar da comarca se informar no processo, comparecimento periódico em juízo, bem como não frequentar bares e similares para prevenir a prática de nova infração penal.
Neste sentido, considerando as cautelares aplicadas, é possível a DETRAÇÃO desse tempo em caso de condenação?
Terceira Seção fixa teses sobre detração de pena em razão de recolhimento noturno
Ao analisar o Tema 1.155, a Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) fixou, por unanimidade, sob o rito dos recursos repetitivos, três teses sobre o reconhecimento do período de recolhimento obrigatório noturno e nos dias de folga para fins de detração de pena privativa de liberdade.
Na primeira tese, o colegiado definiu que o período de recolhimento obrigatório noturno e nos dias de folga, por comprometer o status libertatis do acusado, deve ser reconhecido como período a ser descontado da pena privativa de liberdade e da medida de segurança, em homenagem aos princípios da proporcionalidade e do non bis in idem.
A segunda tese estabelece que o monitoramento eletrônico associado não é condição indeclinável para a detração dos períodos de submissão àquelas medidas cautelares, não se justificando distinção de tratamento quando o uso do aparelho não for determinado ao investigado.
Por último, ficou estabelecida a tese segundo a qual as horas de recolhimento domiciliar noturno e em dias de folga devem ser convertidas em dias para contagem da detração da pena, e, se no cômputo total remanescer período menor que 24 horas, essa fração de dia deverá ser desprezada.
DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Com previsão legal no art. 43, são elas:
I - prestação pecuniária; 
II - perda de bens e valores; 
III - limitação de fim de semana. 
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos; 
VI - limitação de fim de semana.
Fique atento, as penas RESTRITIVAS DE DIREITO SÃO AUTONOMAS. Mas o que representa afirmar que SÃO AUTONOMAS ?
as penas restritivas de direito não podem ser cumuladas com as penas privativas de liberdade.
SUBSTITUIÇÃO DA PENA
Apesar de serem autônomas, as penas RESTRITIVAS DE DIREITO também possuem o caráter substitutivo das penas PRIVATIVAS de liberdade e, conforme art. 44, substituirão estes desde que se obedeça os seguintes critérios:
I – aplicada pena privativa de liberdade NÃO SUPERIOR A QUATRO ANOS e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso; 
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
Substitutividade: o juiz sentenciante primeiro fixa a pena privativa de liberdade (observando o artigo 68 do CP), anunciando, em seguida, seu regime inicial de cumprimento. Depois, na mesma sentença, substitui a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
SOBRE O CUMPRIMENTO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
É possível a execução provisória em segunda instância da pena privativa de liberdade? 
É possível a execução provisória da PENA RESTRITIVA DE DIRETO?
É possível a execução provisória em segunda instância da pena privativa de liberdade?
No dia 07/11/2019, o STF, ao julgar as ADCs 43, 44 e 54 (Rel. Min. Marco Aurélio), retornou para a sua segunda posição e afirmou que o cumprimento da pena somente pode ter início com o esgotamento de todos os recursos.
Assim, é proibida a execução provisória da pena.
Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, é necessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP.
Dessa forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não como execução provisória da pena.
Principais argumentos:
O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que “ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.”. Esse artigo é plenamente compatível com a Constituição em vigor.
O inciso LVII do art. 5º da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”, não deixa margem a dúvidas ou a controvérsias de interpretação.
É infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção de inocência pode obstruir as atividades investigatórias e persecutórias do Estado. A repressão a crimes não pode desrespeitar e transgredir a ordem jurídica e os direitos e garantias fundamentais dos investigados.
A Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos nem o Poder Judiciário embasar suas decisões no clamor público.
É possível a execução provisória da PENA RESTRITIVA DE DIRETO?
Súmula 643 do STJ:  “A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da condenação”.
Orientação jurisprudencial:
“2. Ressalvada compreensão pessoal diversa, a Terceira Seção, no julgamento do EResp 1.619.087/SC, na sessão de 14/06/2017, adotou a orientação em relação à impossibilidade de execução provisória da pena restritiva de direitos, sendo indispensável, em tais casos, o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, nos termos do art. 147 da Lei de Execução Penal. 3. Tal entendimento foi reafirmado pela Terceira Seção desta Corte com o julgamento no AgRg no HC 435.092/SP” (AgRg nos EREsp 1.699.768/SP, j. 13/03/2019).
ATENÇÃO
Na condenação IGUAL OU INFERIOR A UM ANO, a substituição pode ser feita por MULTA ou por UMA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS; se SUPERIOR A UM ANO, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritivade direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
AINDA, é possível que o agente REINCIDENTE tenha sua pena privativa de liberdade substituída por RESTRITIVA de direitos desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável E A REINCIDÊNCIA NÃO SE TENHA OPERADO EM VIRTUDE DA PRÁTICA DO MESMO CRIME. (Reincidência Específica).
A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO da restrição imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, RESPEITADO O SALDO MÍNIMO DE TRINTA DIAS DE DETENÇÃO OU RECLUSÃO.
CONVERSÃO
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA:
Pagamento em dinheiro (se o beneficiário aceitar, a pecúnia pode ser de outra natureza) a VÍTIMA, DEPENDENTES ou ENTIDADE PÚBLICA ou PRIVADA destinada a fins sociais.
VALORES
Fixada pelo juiz, a pena pecuniária não poderá ser inferior a 01 salário mínimo nem superior a 360 salários. E sendo o mesmo beneficiário em reparação civil, esta deve ser deduzida.
Há também a possibilidade de perda de bens e valores, caso esses sejam decorrentes de prática criminosa. Aqui, importa observar que essa perda será em favor do FUNDO PENITENCIÁRIO e não da vítima.
Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas
Aplica-se a CONDENAÇÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUPERIORES a 06 meses. 
São atividades executadas pelo condenado de caráter gratuito, sendo que o tempo de tarefa é na proporção de uma hora que equivale a cada dia de condenação ao passo que a prestação de serviço não atrapalhe a jornada de trabalho normal do agente.
Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo, nunca inferior à metade da pena privativa de liberdade fixada.
 Interdição temporária de direitos
Com disposição no art. 47, as penas de interdição temporária de direitos são:
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; 
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. 
IV – proibição de frequentar determinados lugares.
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos
 Limitação de fim de semana
A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
DA PENA DE MULTA
A terceira forma de PENA, a MULTA, consiste no pagamento p/ O FUNDO PENITENCIÁRIO de quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. O mínimo são de 10 dias-multa e o máximo são de 360 dias-multa. Esse valor não pode ser INFERIOR a 1/30 do salário mínimo vigente a época do fato e nem SUPERIOR a 5x esse salário.
PROCEDIMENTO DE PAGAMENTO DA MULTA
A multa deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais. A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando aplicada isoladamente, aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos e concedida a suspensão condicional da pena. Contudo, o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
QUEM É O LEGITIMADO PARA EXECUTAR A PENA DE MULTA?
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CRIMINAL. REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. EXECUÇÃO DE PENA DE MULTA. LEGITIMIDADE ATIVA. ENTENDIMENTO CONSOLIDADO NA ADI 3.150. SUPERVENIÊNCIA DA LEI 13.964/2019. MULTIPLICIDADE DE RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. PAPEL UNIFORMIZADOR DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RELEVÂNCIA DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. MANIFESTAÇÃO PELA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.
 1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, em 12/12/2018, ao julgar a ADI 3150/DF, firmou o entendimento no sentido de que, conquanto a Lei 9.268/96 tenha conferido à pena de multa o status de dívida de valor, o advento da norma não retirou o seu caráter de sanção criminal, pertencendo ao Ministério Público a legitimação prioritária para a sua execução perante a Vara de Execuções Penais, sendo que, por ser também dívida de valor em face do Poder Público, esta pode ser subsidiariamente cobrada pela Fazenda Pública, na Vara de Execução Fiscal, caso o Ministério Público não houver atuado em prazo razoável (90 dias). No julgamento dos embargos declaratórios ocorrido em 20/05/2020, o Ministro Roberto Barroso determinou que, ‘por razões de segurança jurídica e de excepcional interesse social, devem ser modulados temporalmente os efeitos da decisão, de modo a estabelecer a competência concorrente da Procuradoria da Fazenda Pública quanto às execuções findas ou iniciadas até a data do trânsito em julgado da presente ação direta de inconstitucionalidade’ (ADI 3150 ED, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 20/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-124 DIVULG 19-05-2020 PUBLIC 20-05-2020).
2. A Lei nº 13.964/2019, alterou o artigo 51 do Código Penal que passou a prever que ‘transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será executada perante o juiz da execução penal e será considerada dívida de valor, aplicáveis as normas relativas à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição’. Assim, não há mais espaço para o debate sobre o juízo competente, devendo a multa ser executada perante a Vara de Execução Penal.
  3. A execução da pena de multa deverá correr exclusivamente perante o juízo da execução penal, por iniciativa também exclusiva do órgão de acusação oficiante, sem modificação relativamente às execuções já iniciadas.
    4. O Ministério Público é o legitimado exclusivo para promover a execução da pena de multa, sendo-lhe defeso, como titular da ação penal pública que é, furtar-se de tal dever funcional.
CASO PRÁTICO
TÍCIO, com 20 anos de idade, capaz, não aceitava o fim do relacionamento com JULIA de 18 anos de idade e capaz. Ao tomar conhecimento que sua ex estava com um novo namorado, montou uma emboscada para no momento em que JULIA saísse da academia, a lesionasse como forma de externar sua raiva. Ocorre que, para criar coragem para praticar tal ato, TÍCIO ingeriu bebida alcoólica, pois acreditava que somente embriagado teria coragem de praticar as lesões corporais. Na hora determinada o fato veio a acontecer e TÍCIO foi preso em flagrante. Com a instrução penal, este veio a ser condenado por lesões corporais leves.
Considerando o seguinte caso, faça a dosimetria da pena.
Circunstâncias agravantes
I - a reincidência; 
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
 Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuama pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença;
II - o desconhecimento da lei; 
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista expressamente em lei.
Acerca das espécies de penas, o Código Penal (Decreto-Lei nº. 2.848/1940) disciplina que as penas são privativas de liberdade, restritivas de direitos e de multa. Sobre as penas e suas disposições, pode-se afirmar corretamente, com base no texto legal, que
se o condenado for reincidente, o juiz não poderá aplicar a substituição, mesmo que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
a limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados, domingos e feriados, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. 
as penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma regressiva, segundo o mérito do condenado.
o condenado será transferido do regime aberto, se praticar fato definido como crime doloso, se frustrar os fins da execução ou se, podendo, não pagar a multa cumulativamente aplicada.
GABARTO D
COM RELAÇÃO ÀS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS, PREVISTAS NO CÓDIGO PENAL E NA LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL, ASSINALE A ASSERTIVA INCORRETA:
A pena de limitação de final de semana, assim como as demais penas restritivas de direitos, somente pode ser executada depois do trânsito em julgado da condenação, de acordo com a jurisprudência sumulada do STJ.
A pena de prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou à entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos, não podendo ser deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
A pena de prestação de serviço à comunidade, prevista na Lei n. 9.605/1993, consiste na atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a parques e jardins públicos e unidades de conservação, e, no caso de dano da coisa particular, pública ou tombada, na restauração desta, se possível.
A pena de perda de bens e valores pertencentes ao condenado, dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto, o que for maior, o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do crime.
GABARITO B
Ano: 2022 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-GO Prova: INSTITUTO AOCP - 2022 - PC-GO - Delegado de Polícia Substituto
Sobre as penas restritivas de direitos, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. A cumulação de penas (privativa de liberdade e multa) imposta por lei especial permite a substituição da primeira por prestação pecuniária.
II. A opção pela aplicação da pena restritiva de direitos há que ser fundamentada, pois expõe o condenado à situação mais gravosa, tendo em vista que o não cumprimento desta, mesmo que consubstanciada em prestação pecuniária, ao contrário do que ocorre com a pena de multa, poderá resultar na sua conversão em pena privativa de liberdade.
III. Sendo a suspensão de habilitação para dirigir espécie de pena restritiva de direitos, aplica-se o mesmo prazo de prescrição previsto para as privativas de liberdade.
IV. A execução do crime mediante o emprego de violência é circunstância impeditiva da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito.
Apenas I e IV.
Apenas I, II e III.
Apenas II, III e IV.
Apenas II e IV.
Apenas I, III e IV.
GABARITO C
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-DFT Prova: FGV - 2022 - TJ-DFT - Técnico Judiciário - Área Administrativa
Acerca do princípio da legalidade, é correto afirmar que:
os costumes podem atuar como fonte mediata do direito penal, na compreensão de determinados elementos do tipo;
os usos e costumes podem embasar a punição de um ato ou agravamento das consequências penais;
o direito consuetudinário pode embasar a punição de um ato ou agravamento das consequências penais;
a incriminação de comportamentos pode ocorrer por meio de resoluções e decretos legislativos;
a incriminação de comportamentos anteriores à vigência da lei é possível nas hipóteses de leis excepcionais.
GABARITO - A
As fontes do Direito Penal são de duas ordens: material e formal.
As fontes materiais (substanciais) são os órgãos encarregados de produzir o Direito Penal.
As fontes formais (também chamadas de cognitivas ou fontes de conhecimento), por sua vez, são os meios pelos quais o Direito Penal se exterioriza, ou seja, os meios pelos quais ele se apresenta ao mundo jurídico.
Podem ser IMEDIATAS ou MEDIATAS.
As fontes formais imediatas são aquelas que apresentam o Direito Penal de forma direta, sendo fruto dos órgãos responsáveis pela sua criação. No caso do Brasil, a única fonte formal imediata do Direito Penal é a LEI, Lei em sentido estrito, como sinônimo de diploma normativo oriundo do Poder Legislativo Federal, mais especificamente a LEI ORDINÁRIA.
As fontes formais mediatas (também chamadas de secundárias) são aquelas que ajudam a formar o Direito Penal, de forma periférica, como os costumes, os atos administrativos e os princípios gerais do Direito.
Ano: 2018 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: UDESC - 2018 - UDESC - Técnico Universitário de Suporte
Assinale a alternativa correta em relação ao instituto da pena prevista na Constituição Federal Brasileira.
Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, independentemente do valor do patrimônio transferido.
Não há, em nenhuma hipótese, pena de morte ou de trabalhos forçado.
A privação ou restrição de liberdade, a perda de bens, a multa, a prestação social alternativa e a suspensão ou interdição de direitos são espécies de penas constitucionalmente previstas.
Não há crime sem lei anterior que o defina, mas pode haver pena sem prévia cominação legal.
A prática do racismo constitui crime afiançável e prescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
Gabarito: C
Art. 5º, XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;
CRITÉRIO TRIFASICO P/ FIXAR A PENA A SER CUMPRIDA
A dosimetria da pena deve obedecer o critério TRIFASICO de Nelson Hungria. 
1ª FASE – FIXAÇÃO DA PENA BASE: Aqui, deve ser fixada a pena base, ou seja, conforme o crime prática, será usado como parâmetro inicial sua pena mínima e a partir dessa pena mínima deve-se observar as circunstâncias judiciais dispostas no art. 59 do código penal. A cada circunstância negativa, amenta-se 1/8 na pena base e a cada circunstância positiva, diminui-se 1/8 da pena base;
2ª FASE – AGRAVANTES E ATENUANTES: Nesta fase, após fixada a pena base, analisa-se os fatos que possam agravar e atenuar a pena, conforme determina o art. 61 do Código Penal. Nesse sentido, a fração a ser utilizada deve ser de 1/6, conforme a jurisprudência o STJ;
3ª FASE – CAUSAS DE AUMENTOE DIMINUIÇÃO DA PENA: Nessa fase, após aplicada a fração correspondente as agravantes e atenuantes, serão analisadas as causas de aumento e diminuição da pena. A última fase não há uma previsão legal isolada. Geralmente está como majorante de uma conduta criminosa, há exemplo do ROUBO CIRCUNSTÂNCIADO PELO CONCURSO DE AGENTES, art. 157, §2º do CP. Nesse caso, a redação legal diz que aumenta-se a pena em 1/3.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
A súmula 241 do STJ veda a utilização simultânea do mesmo fato criminoso para exasperar a pena base no quesito maus antecedentes na 1ª fase de dosimetria e posteriormente como agravante REINCIDÊNCIA na 2ª fase. Vejamos a redação da súmula:
“A reincidência penal não pode ser considerada como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.” 
Neste sentido, preferencialmente, o fato criminoso que gera reincidência, deverá ser analisado na segunda fase, não podendo ser utilizado também como maus antecedentes na primeira fase da dosimetria da pena.
SÚMULA 231
As duas primeiras fases da dosimetria da pena, considerando os acréscimos e reduções, devem obedecer o quantum mínimo e máximo previstos no preceito secundário do tipo penal.
“A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal.”
Contudo, essa mesma VEDAÇÃO NÃO SE APLICA NA 3ª FASE. OU SEJA, com múltiplas causas de aumento e diminuição da pena, estas podem conduzir a pena definitiva ao mínimo ou máximo legal.
VAMOS ENTENDER NA PRÁTICA
Pedro, simulando portar arma de fogo, deu voz de assalto a bia, que saia da faculdade. Ocorre que Bia, notando que Pedro não portava arma de fogo e que na verdade estava simulando, negou-se a entregar o celular. Com a resistência da vítima, Pedro puxou uma faca que estava em sua cintura ameaçando lesionar a vítima, caso esta não entregasse o bem. Temendo pela vida, de pronto a vítima entregou o celular.
Para fins de informação, Pedro já tinha em sua folha corrida duas condenações transitadas em julgado por roubo, a última, há quatro anos sua pena havia sido cumprida integralmente.
Faça a dosimetria da pena deste novo crime praticado. 
1ª FASE – Analisa-se qual crime foi praticado e observa-se qual é sua pena mínima. Feito isso, passa-se a analisar as circunstâncias do art. 59. No presente caso, trata-se de roubo, que deverá ter o acréscimo na pena base de 1/8, visto que na questão foi informado que Pedro possui duas condenações judiciais transitadas em julgado, ou seja, possui maus antecedentes, todavia aquela que se enquadra como reincidência, deve ser usada somente na segunda fase de aplicação, conforme determina a súmula 241 do STJ. Pena mínima = 04 anos + 1/8 dos maus antecedentes 🡪 Considerando que 1/8 de 04 anos é igual a 6 meses, a PENA DA PRIMEIRA FASE ficará em 04 ANOS E 06 MESES.
2ª FASE – AGRAVATENTES e ATENUANTES: Considerando que já temos a pena de 04 anos e 06 meses, fixada na primeira fase, partimos para a segunda fase, para analisarmos agravantes e atenuantes.
Conforme o caso narrado, percebe-se que como agravante, Pedro tem a REINCIDÊNCIA, visto que após a extinção da pena do crime anterior, não foi ultrapassado o lapso temporal de 05 anos. Neste sentido, sobre a pena base de 04 anos e 06 meses, aumenta-se mais 1/6, conforme determina o STJ. 04 anos e 06 meses + 1/6 => a fração de 1/6 equivale a 9 meses de 04 anos e 06 meses, PORTANTO na segunda fase a pena ficará em 05 ANOS E 03 MESES.
3ª FASE – CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA: Nessa fase, considerando que já temos 05 anos e 03 meses de pena, analisamos se no presente caso existem causas de aumento e diminuição da pena. Conforme o art. 157, §2º, VII, a pena é aumentada em 1/3 caso tenha sido empregada arma branca na prática da conduta criminosa. 
PORTANTO 05 anos e 03 meses + 1/3 => Nesse caso, 1/3 de 05 anos e 03 meses corresponde ao valor de 21 meses. Assim, a PENA FINAL SERÁ DE 07 ANOS E DOIS MESES.
CONCURSO DE PESSOAS
 
Esse é um dos temas mais complexos do direito penal.
Com previsão no art. 29 do CPB, o tema é de suma importância na aplicação das penas.
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
        Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentad
TEORIAS SOBRE O ASSUNTO
Para que se tenha o CONCURSO DE AGENTES, há necessidade da existência de alguns REQUESITOS. São eles:
1- Pluralidade de agentes culpáveis;
2- Relevância causal das condutas para a produção do resultado;
3- Vínculo subjetivo;
4- Unidade de infração penal para todos os agentes;
5- Existência de fato punível;
PLURALIDADE DE AGENTES CULPÁVEIS
O concurso de pessoas depende de pelo menos duas pessoas, e, consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes. Essas condutas podem ser principais, no caso da coautoria, ou então uma principal e outra acessória, praticadas pelo autor e pelo partícipe, respectivamente.
Os coautores ou partícipes, entretanto, devem ser culpáveis, ou seja, dotados de culpabilidade.
Relevância causal das condutas para a produção do
resultado
Concorrer para a infração penal importa em dizer que cada uma das pessoas deve fazer algo para que a empreitada tenha vida no âmbito da realidade. Em outras palavras, a conduta deve ser relevante, pois sem ela a infração penal não teria ocorrido como e quando ocorreu.
O art. 29, caput, do Código Penal fala em “de qualquer modo”, expressão que precisa ser compreendida como uma contribuição pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva ou omissiva, anterior ou simultânea à execução.
Deve a conduta individual influir efetivamente no resultado. Destarte, não pode ser considerado coautor ou partícipe quem assume em relação à infração penal uma atitude meramente negativa, quem não dá causa ao crime, quem não realiza qualquer conduta sem a qual o resultado não teria se verificado.
JÁ OUVIU FALAR NO “DIREITO E PERVERSÃO”?
No crime de RECEPTÇÃO, HÁ CONCURSO DE AGENTES ?
Ainda sobre a RELEVÂNCIA CAUSAL
Anote-se que esse requisito (relevância causal) depende de uma contribuição prévia ou concomitante à execução, isto é, anterior à consumação. A concorrência posterior à consumação configura crime autônomo (receptação, favorecimento real ou pessoal, por exemplo), MAS NÃO CONCURSO DE PESSOAS.
VÍNCULO SUBJETIVO
Esse requisito, também chamado de concurso de vontades, impõe estejam todos os agentes ligados entre si por um vínculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico, pois caso contrário não haverá um crime praticado em concurso, mas vários crimes simultâneos. De fato, na ausência desta condição estará caracterizada a AUTORIA COLATERAL.
CONSIDERE O EXEMPLO:
“A” fala pelo telefone celular a um amigo que, na saída do trabalho, irá matar “B” com golpes de faca. “C”, desafeto de “B”, escuta a conversa. No final do expediente, “B” percebe que será atacado por “A” e, mais rápido, consegue fugir. “A”, todavia, o persegue, e consegue alcançá-lo, provocando sua morte, graças à ajuda de “C”, que derrubou “B” dolosamente, circunstância ignorada por “A”. Nesse caso, “C” será partícipe do crime de homicídio praticado por “A”.
PODEMOS FALAR QUE O REFERIDO CRIME FOI PRÁTICADO EM CONCURSO DE AGENTES?
O vínculo subjetivo NÃO DEPENDE, contudo, do prévio ajuste entre os envolvidos (pactum sceleris). Basta a ciência por parte de um agente no tocante ao fato de concorrerpara a conduta de outrem (scientia sceleris ou scientia maleficii), chamada pela doutrina de “consciente e voluntária cooperação”, “vontade de participar”, “vontade de coparticipar”, “adesão à vontade de outrem” ou “concorrência de vontades”.
A funcionária da loja que ouve meliantes falando que irão furtar o estabelecimento e propositalmente, sem combinar com os assaltantes, deixa a porta aberta e o alarme desligado para facilitar a empreitada criminosa, pode ser enquadrada no concurso de agentes do crime de furto. Sendo positiva a resposta, esta é coautora ou participe ?
Unidade de infração penal para todos os agentes
Estabelece o art. 29, caput, do Código Penal: “Quem, de qualquer modo, concorre para o crime, incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”.
ATENÇÃO, FIQUE DE OLHO NAS TEORIAS
Para a caracterização do concurso de pessoas, adotou-se, como regra, a teoria unitária, monística ou monista: quem concorre para um crime, por ele responde. Todos os coautores e partícipes se sujeitam a um único tipo penal: há um único crime com diversos agentes. Assim, se 10 (dez) pessoas, com unidade de desígnios, esfaqueiam alguém, tem-se um crime de homicídio, nada obstante existam 10 (dez) coautores.
EXCEPCIONALMENTE, contudo, o Código Penal abre espaço para a teoria pluralista, pluralística, da cumplicidade do crime distinto ou autonomia da cumplicidade, pela qual se separam as condutas, com a criação de tipos penais diversos para os agentes que buscam um mesmo resultado. É o que se dá, por exemplo, nos seguintes crimes:
1- aborto provocado por terceiro com o consentimento da gestante: ao terceiro executor imputa-se o crime tipificado no art. 126, enquanto para a gestante incide o crime previsto no art. 124, in fine;
2- bigamia: quem já é casado pratica a conduta narrada no art. 235, caput, ao passo que aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, incide na figura típica prevista no § 1.º do citado dispositivo legal;
3- corrupção passiva e ativa: o funcionário público pratica corrupção passiva (art. 317), e o particular, corrupção ativa (art. 333);
4- falso testemunho ou falsa perícia: testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete que faz afirmação falsa, nega ou cala a verdade em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral pratica o crime delineado pelo art. 342, caput, e quem dá, oferece ou promete dinheiro ou qualquer outra vantagem a tais pessoas, almejando aquela finalidade, incide no art. 343, caput.
EXISTÊNCIA DE FATO PUNÍVEL
O concurso de pessoas depende da punibilidade de um crime, a qual requer, em seu limite mínimo, o início da execução. Tal circunstância constitui o princípio da exterioridade.
Nessa linha de raciocínio, dispõe o art. 31 do Código Penal: “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado”.
Lembre-se das fases do ITER CRIMINIS (Caminho do Crime):
1- Cogitação;
2- Atos Preparatórios;
3- Atos Executórios
4- Consumação
No crime de EXTORÇÃO MEDIANTE SEQUESTRO, em que momento o crime se consuma?
TEORIAS SOBRE O CONCEITO DE AUTOR
TEORIA SUBJETIVA ou UNITÁRIA: não diferencia o autor do partícipe. Autor é aquele que de qualquer modo contribuir para a produção de um resultado penalmente relevante. Seu fundamento repousa na teoria da equivalência dos antecedentes ou conditio sine qua non, pois qualquer colaboração para o resultado, independente do seu grau, a ele deu causa.
TEORIA EXTENSIVA: também se fundamenta na teoria da equivalência dos antecedentes, não distinguindo o autor do partícipe. É, todavia, mais suave, porque admite causas de diminuição da pena para estabelecer diversos graus de autoria. Aparece nesse âmbito a figura do cúmplice: autor que concorre de modo menos importante para o resultado.
TEORIA OBJETIVA OU DUALISTA
Opera nítida distinção entre autor e partícipe. Foi adotada pela Lei 7.209/1984 – Reforma da Parte Geral do Código Penal, como se extrai do item 25 da Exposição de Motivos: 
“Sem completo retorno à experiência passada, curva-se, contudo, o Projeto aos críticos desta teoria, ao optar, na parte final do art. 29, e em seus dois parágrafos, por regras precisas que distinguem a autoria da participação. Distinção, aliás, reclamada com eloquência pela doutrina, em face de decisões reconhecidamente injustas.”
- ESSSA TEORIA subdivide-se em outras três:
1- Teoria objetiva-Formal;
2- Teoria objetivo-Material;
3- Teoria do Domínio do Fato;
Teoria objetiva-Formal
autor é quem realiza o núcleo (“verbo”) do tipo penal, ou seja, a conduta criminosa descrita pelo preceito primário da norma incriminadora. Por sua vez, partícipe é quem de qualquer modo concorre para o crime, sem praticar o núcleo do tipo. Exemplo: quem efetua disparos de revólver em alguém, matando-o, é autor do crime de homicídio. Por sua vez, aquele que empresta a arma de fogo para essa finalidade é partícipe de tal crime.
Destarte, a atuação do partícipe seria impune (no exemplo fornecido, a conduta de auxiliar a matar não encontra correspondência imediata no crime de homicídio) se não existisse a norma de extensão pessoal prevista no art. 29, caput, do Código Penal. A adequação típica, na participação, é de subordinação mediata.
TEORIA OBJETIVO-MATERIAL
Autor é quem presta a contribuição objetiva mais importante para a produção do resultado, e não necessariamente aquele que realiza no núcleo do tipo penal. De seu turno, partícipe é quem concorre de forma menos relevante, ainda que mediante a realização do núcleo do tipo.
TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
Criada em 1939, por Hans Welzel, com o propósito de ocupar posição intermediária entre as teorias objetiva e subjetiva. Para essa concepção, autor é quem possui controle sobre o domínio final do fato, domina finalisticamente o trâmite do crime e decide acerca da sua prática, suspensão, interrupção e condições. De fato, autor é aquele que tem a capacidade de fazer continuar e de impedir a conduta penalmente ilícita.
Sob o ponto de vista das teorias que tratam de AUTOR, O Professor é AUTOR ou PARTICIPE dos assaltos descritos na famosa série “LA CASA DE PAPEL” ?
A teoria do domínio do fato amplia o conceito de autor, definindo-o como aquele que tem o controle final do fato, ainda que não realize o núcleo do tipo penal. Por corolário, o conceito de autor compreende:
A) autor propriamente dito: é aquele que pratica o núcleo do tipo penal.
B) o autor intelectual: é aquele que planeja mentalmente a empreitada criminosa. É autor, e não partícipe, pois tem poderes para controlar a prática do fato punível. Exemplo: o líder de uma organização criminosa pode, do interior de um presídio, determinar a prática de um crime por seus seguidores. Se, e quando quiser, pode interromper a execução do delito, e retomá-la quando melhor lhe aprouver;
C) o autor mediato: é aquele que se vale de um inculpável ou de pessoa que atua sem dolo ou culpa para cometer a conduta criminosa;
D) os coautores: a coautoria ocorre nas hipóteses em que o núcleo do tipo penal é realizado por dois ou mais agentes. Coautor, portanto, é aquele que age em colaboração recíproca e voluntária com o outro (ou os outros) para a realização da conduta principal (o verbo do tipo penal).
Essa teoria também admite a figura do partícipe.
Partícipe, no campo da teoria do domínio do fato, é quem de qualquer modo concorre para o crime, desde que não realize o núcleo do tipo penal nem possua o controle final do fato. Dentro de uma repartição estratificada de tarefas, o partícipe seria um simples concorrente acessório.
Em suma, o partícipe só possui o domínio da vontade da própria conduta, tratando-se de um “colaborador”, uma figura lateral, não tendo o domínio finalista do crime. O delito não lhe pertence: ele colabora no crime alheio.
Em face de sua finalidade, a teoria do domínio do fato somente tem aplicação nos crimes dolosos.Voltando a pergunta anterior, o professor é AUTOR ou PARTICIPE ? 
Teoria adotada pelo Código Penal
O art. 29, caput, do Código Penal, acolheu a teoria restritiva, no prisma objetivo-formal.
Em verdade, diferencia autor e partícipe. Aquele é quem realiza o núcleo do tipo penal; este é quem de qualquer modo concorre para o crime, sem executar a conduta criminosa. A teoria deve, todavia, ser complementada pela teoria da autoria mediata.
Contudo, é preciso destacar que no julgamento da AÇÃO PENAL 470 – o famoso caso do “mensalão” – alguns ministros do STF se filiaram à teoria do domínio do fato. Essa teoria também ganhou força com a edição da Lei 12.850/2013 – Lei do Crime Organizado, mais especificamente em seu art. 2.º, § 3.º: “A pena é agravada para quem exerce o comando, individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução”.
Vamos aprender a interpretar o art. 29, §1º e §2º
“Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.”
Vejamos um exemplo: “A” e “B” combinam a prática do furto de um automóvel que estava estacionado em via pública. Chegam ao local, e, quando tentavam abrir a porta do veículo, surge seu proprietário. “A” foge, mas “B”, que trazia consigo um revólver, circunstância que não havia comunicado ao seu comparsa, atira na vítima, matando-a. Nesse caso, “A” deve responder por tentativa de furto (CP, art. 155 c/c o art. 14, II), e “B” por latrocínio consumado (CP, art. 157, § 3.º, II).
Diz o Código Penal que o crime mais grave não pode ser imputado, em hipótese alguma, àquele que apenas quis participar de um crime menos grave. Esse mandamento legal deve ser interpretado em sintonia com o anterior.
Quando o crime mais grave não era previsível a algum dos concorrentes, ele responde somente pelo crime menos grave, sem qualquer majoração da pena. É o
que ocorre no exemplo já mencionado.
Agora, ainda que fosse o crime mais grave previsível àquele que concorreu exclusivamente ao crime menos grave, subsistirá apenas em relação a este a responsabilidade penal. Por se tratar, contudo, de conduta mais reprovável, a pena do crime menos grave poderá ser aumentada até a 1/2 (metade).
Muita atenção: o agente continua a responder somente pelo crime menos grave, embora com a pena aumentada até a metade. A ele não pode ser imputado o crime mais grave, pois em relação a este delito não estava ligado com a terceira pessoa pelo vínculo subjetivo.
Imaginemos que, no exemplo indicado, “A” tivesse agido da mesma forma, isto é, queria cometer um furto e evadiu-se com a chegada da vítima. Era objetivamente previsível, contudo, o resultado mais grave (latrocínio), pois tinha ciência de que “B” andava armado com frequência e já tinha matado diversas pessoas. Se não concorreu para o resultado mais grave, pois não quis dele participar, responde pela tentativa de furto, com a pena aumentada da metade, em face da previsibilidade do latrocínio.
Coautoria
É a forma de concurso de pessoas que se caracteriza pela existência de dois ou mais autores unidos entre si pela busca do mesmo resultado. Exemplo: “A” e “B”, por motivo torpe, efetuam disparos de arma de fogo contra “C”, causando a morte deste. São coautores do crime tipificado pelo art. 121, § 2.º, I, do Código Penal.
Pode ser parcial ou direta.
Coautoria parcial, ou funcional, é aquela em que os diversos agentes praticam atos diversos, os quais, somados, produzem o resultado almejado.
Exemplo: “A” segura a vítima enquanto “B” a esfaqueia, acarretando na sua morte.
Por sua vez, na coautoria direta ou material os agentes realizam atos iguais, visando a produção do resultado previsto em lei. Exemplo: “A” e “B” golpeiam “C” com uma faca, matando-o.
 - Já ouviu falar no EXECUTOR DE RESERVA ?
É o agente que acompanha, presencialmente, a execução da conduta típica, ficando à disposição, se necessário, para nela intervir. Se intervier, será tratado como coautor, e, em caso negativo, como partícipe. Exemplo: “A”, munido de uma faca, e “B”, com um revólver, aguardam em tocaia a passagem de “C”. Quando este passa pela emboscada, “A” parte em sua direção para matá-lo, enquanto “B”, de arma em punho, aguarda eventual e necessária atuação. Se agir, será coautor; se não, partícipe.
E como os assuntos podem ser cobrados nas provas?
Ano: 2021 Banca: IADES Órgão: CFQ Prova: IADES - 2021 - CFQ - Advogado - Ênfase em Direito
Quando o agente utiliza-se de um executor sem nenhum discernimento, decorrente de doença mental (inimputável), como mero instrumento para a prática de certo crime, age como autor mediato. Dessa forma
somente responde pelo crime o autor mediato, não havendo concurso de pessoa entre o executor (inimputável) e o autor mediato.
respondem pelo crime o autor mediato e o executor (inimputável), pois há vontade livre e consciente e vínculo subjetivo entre ambos.
nem o autor mediato e nem o executor (inimputável) respondem pelo crime, pois não há vínculo subjetivo entre ambos.
ambos respondem pelo crime, pois se trata de autoria colateral.
apenas responde pelo crime o executor (inimputável), pois o autor mediato não tem vontade livre e consciente, embora haja vínculo subjetivo entre ambos. 
GABARITO - A
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Agente de Polícia
De acordo com o que o Código Penal estabelece quanto ao concurso de pessoas, assinale a opção correta.
Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua punibilidade.
Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Em regra, a participação na modalidade de instigação é punida, ainda que o crime não seja sequer tentado.
A mesma pena é aplicável a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância.
No caso de concorrente que quis participar de crime menos grave, o juiz pode deixar de aplicar a pena.
GABARITO - B
Ano: 2022 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: PC-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2022 - PC-RO - Agente de Polícia
A e B desejam a morte de C e ambos, sem saber da intenção do outro e sem combinação prévia, atiram contra a vítima. A vítima morre em decorrência de um dos tiros; o outro tiro, conforme verificado em exame pericial, atingiu a vítima de raspão. Não foi possível identificar a autoria do tiro mortal.
Na situação hipotética apresentada, A e B podem responder por
homicídio culposo.
lesão corporal seguida de morte.
homicídio doloso tentado, com concurso de pessoas.
homicídio doloso consumado, sem concurso de pessoas
homicídio doloso tentado, sem concurso de pessoas.
GABARITO - E
Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: ITEP - RN Prova: INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN - Agente Técnico Forense
Sobre o Código Penal, assinale a alternativa INCORRETA.
Para a caracterização do concurso de pessoas, adotou-se, como regra, a teoria monista.
Extingue-se a punibilidade pela anistia, graça ou indulto.
De acordo com o sistema do cúmulo material, aplica-se ao réu o somatório das penas de cada uma das infrações penais pelas quais foi condenado.
Aplica-se ao concurso formal perfeito o sistema da exasperação.
Com relação ao crime continuado, adota-se o sistema do cúmulo material.
Qual a influência do CONCURSO DE AGENTE NA DOSIMETRIA DA PENA
Veja o exemplo:
Pedro (maior capaz), primário e com condenação transitada há 8 anos, juntamente com Márcio (maior capaz), que havia cumprido pena por estelionato há 3 anos, combinam de na madruga subtrair objetos de valor da BIG LOJA. Márcio, latrocida já com várias passagens pela policia portava um revolver38 sem que Pedro soubesse. Ocorre que na hora combinada, cerca de 01 da manhã, momento em que toda cidade de Bacabal dormia, conseguem adentrar o estabelecimento sem que o alarme dispare. Após recolher vários celulares, os criminosos foram surpreendidos pela presença do segurança noturno da loja que tentou evitar a ação criminosa, porém foi alvejado por um disparo por Márcio. O segurança não sobreviveu ao ferimento e os larápios fugiram sem subtrair nenhum objeto.
Nessa situação, qual seria a tipificação penal e individualização da pena correta para os meliantes ?
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
- com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
- com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave falsa;
IV - MEDIANTE CONCURSO DE DUAS OU MAIS PESSOAS.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
§ 2º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:
II - se há o concurso de duas ou mais pessoas
§ 3º Se da violência resulta:
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa; II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa.
FIXAÇÃO DA PENA
A fixação da pena obedece o critério trifásico. Como a própria nomenclatura determina, ao fixar a pena final, deve-se observar 03 fases distintas.
A 1º fase é aquela que fixa a pena base, com previsão no caput art. 59 do CP. Vejamos:
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:
- as penas aplicáveis dentre as cominadas;
- a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos;
- o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade;
- a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
OBS à Súmula 444, STJ: é vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base.
Na 2ª fase, observa-se agravantes e atenuantes
Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:
I- a reincidência;
II- ter o agente cometido o crime:
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
A 3ª fase consiste em atribuições de causas de diminuição e aumento de pena
Esta fase possui previsão tanto na parte geral como na parte especial do código penal.
Vejamos um exemplo:
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é AUMENTADA DE:
- 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade;
- 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
SÃO CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
CULPABILIDADE: é o grau de reprovação da conduta em face das características pessoais do agente e do crime;
ANTECEDENTES: são as boas e as más condutas da vida do agente; até 05 (cinco) anos após o término do cumprimento da pena ocorrerá a reincidência e, após esse lapso, as condenações por este havidas serão tidas como maus antecedentes;
CONDUTA SOCIAL: é a conduta do agente no meio em que vive (família, trabalho etc.);
PERSONALIDADE: são as características pessoais do agente, a sua índole e periculosidade. Nada mais é que o perfil psicológico e moral;
MOTIVOS DO CRIME: são os fatores que levaram o agente a praticar o delito, sendo certo que se o motivo constituir agravante ou atenuante, qualificadora, causa de aumento ou diminuição não será analisada nesta fase, sob pena de configuração do bis in idem;
CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME: refere-se à maior ou menor gravidade do delito em razão do modus operandi (instrumentos do crime, tempo de sua duração, objeto material, local da infração etc.);
CONSEQUÊNCIAS DO CRIME: é a intensidade da lesão produzida no bem jurídico protegido em decorrência da prática delituosa;
COMPORTAMENTO DA VÍTIMA: é analisado se a vítima de alguma forma estimulou ou influenciou negativamente a conduta do agente, caso em que a pena será abrandada.
Ano: 2012 Banca: FCC Órgão: MPE-AL Prova: FCC - 2012 - MPE-AL - Promotor de Justiça
No homicídio privilegiado, o agente comete o crime sob  o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.
a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima.
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta agressão da vítima.
a influência de violenta emoção, logo em seguida a injusta agressão da vítima.
o domínio de violenta emoção, ainda que tardia em relação à injusta agressão da vítima
CONCURSO DE CRIMES
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela.
§ 1º - Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste Código.
§ 2º - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente as demais.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior.
Parágrafo único - Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código.
CRIME CONTINUADO
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a penade um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.
Alguns tipos de concursos de crimes podem ser homogêneos ou heterogêneos. Dá uma olhadinha nos conceitos:
Homogêneo: quando são praticados dois ou mais crimes idênticos;
Heterogêneo: quando os crimes praticados são diferentes;
SISTEMA DA EXASPERAÇÃO DA PENA
Esse sistema de exasperação da pena é aplicado no concurso formal próprio e no crime continuado.
No caso do concurso formal próprio, a pena vai ser aumentada de 1/6 até a metade (1/2).
E, no crime continuado, o aumento será de 1/6 a 2/3.
SISTEMA DO CÚMULO MATERIAL
O último sistema que você precisa conhecer é o sistema de cúmulo material.
Esse é o mais simples, pois basta somar a pena de todos os crimes presentes no concurso.
Com isso, todos os crimes serão considerados na pena.
Por esse motivo, de todos os sistemas, ele é o pior. Afinal, todas as penas são aplicadas na dosimetria.
CONCURSO FORMAL
Esse tipo de concurso acontece quando a pessoa, por meio de uma única ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes.
O concurso formal	se divide em concurso formal próprio (ou perfeito)	e impróprio (ou imperfeito).
o ponto-chave na diferença entre esses dois tipos de concurso é a intenção (ou não) de cometer mais de um crime.
E pra representar essa intenção de cometer mais de um crime através de uma única conduta, o CP adotou o termo desígnios autônomos.
CONCURSO FORMAL PRÓPRIO
O concurso formal é aquele em que a pessoa não teve a intenção de praticar mais de um crime com a sua conduta. Então, de forma mais clara, o concurso formal próprio ou perfeito acontece quando a pessoa não quis praticar mais de uma infração penal.
VEJA O EXEMPLO P/ FIXAR
Imagine que Maria, tem uma rixa com José e querendo atingir ele, faz disparos.
Porém, ela atinge também Josefina, que se aproximava de José no momento, levando os dois a óbito.
Nesse exemplo, o homicídio contra José foi doloso, porque havia uma intenção de cometer o crime.
Já contra Josefina, não houve a intenção, pois não havia motivos.
Por isso, grave bem a diferença: nesse tipo de concurso formal, tem que haver, pelo menos, um crime em que, inicialmente, não havia a intenção de praticar.
Isso é o mesmo que dizer que “o réu não tinha desígnios autônomos” (as decisões costumam trazer dessa forma).
VEJA NA PRÁTICA O PROCEDIMENTO ADOTADO
Havendo 7 delitos ou mais, a partir do 7º e seguintes, serão considerados como circunstâncias judiciais desfavoráveis na dosimetria da pena, seguindo o art. 59 do CP.
Além	disso,	o CP ainda trouxe uma exceção que é chamada de concurso material benéfico previsto no art. 70, parágrafo único.
Com base nele, a pena no concurso formal próprio (pena mais grave + aumento) não pode passar a pena do concurso material (soma das penas).
Concurso formal impróprio
No concurso formal impróprio ou imperfeito, a gente fica diante de casos em que a pessoa tinha a intenção de praticar todos os delitos.
Então, nesse tipo de concurso vai haver os famosos desígnios autônomos que o CP fala. Ou seja, a pessoa queria cometer os crimes e obter os resultados deles.
Lembre que esses resultados devem ser causados por uma única ação ou omissão.
VEJA O EXEMPLO
Maria, com intenção de matar José e Josefina, coloca veneno na comida e serve aos dois, levando José a óbito e deixando Josefina hospitalizada.
Nesse exemplo, existe um homicídio e uma tentativa de homicídio, ambos dolosos, pois houve a intenção de obter os dois resultados.
Então, pra que haja o concurso formal impróprio, o dolo é essencial.
E atenção! Pra jurisprudência majoritária, no tipo impróprio também vai se enquadrar o dolo eventual, que é quando o agente não tem a intenção, mas assume o risco do resultado.
Cálculo do concurso formal impróprio
Como você já viu, a aplicação da pena no concurso formal impróprio vai seguir o sistema de cúmulo material.
Isso significa que as penas serão somadas. Ou seja, o cálculo vai ser o mesmo do concurso material.
Concurso material benéfico - a exceção
Como a gente conversou antes, no concurso formal próprio, a aplicação da pena tem um limite que é determinado pelo art. 70, parágrafo único.
Com isso, se a pena no concurso formal próprio passar a pena no concurso material, será aplicado o chamado concurso material benéfico ou favorável.
Crime continuado (ou continuidade delitiva)
O crime continuado acontece quando a pessoa, por meio de mais de uma ação ou omissão, comete dois ou mais crimes da mesma espécie.
Esses crimes são seguidos um do outro, nas mesmas condições de tempo, lugar, execução e outras semelhanças.
- RESUMO dos requisitos:
Mais de uma conduta;
Mais de um crime da mesma espécie;
Sequência entre os crimes praticados;
Mesmas condições de tempo, de lugar, de execução e outras semelhanças;
 1) Mais de uma conduta
É o que já a gente já conversou nos outros tipos de concurso, ou seja, mais de uma ação ou omissão.
2) Mais de um crime da mesma espécie
O entendimento majoritário é que são aqueles delitos do mesmo tipo.
E, pra isso, não importa se foi simples ou qualificado, doloso ou culposo, ou ainda, tentado ou consumado.
Basta que os delitos praticados estejam previstos dentro do mesmo tipo de crime.
O furto, por exemplo, pode ser simples, privilegiado e qualificado, dependendo da situação em que foi cometido.
Só que, independente disso, todos são furtos e, por isso, são crimes da mesma espécie, beleza?!
Assim, por esse posicionamento, uma situação de roubo e furto não seria considerada crime continuado.
 
Inclusive há jurisprudências nesse sentido:
Roubo e furto (HC 97.057/RS, STF)
Roubo e latrocínio (AgRg no HC 470696/SP, STJ)
Roubo e extorsão (AgRg no REsp 1199286/MG, STJ)
Então, com base nessas jurisprudências, esses crimes não seriam da mesma espécie.
3)Sequência entre os crimes praticados:
A ideia de crime continuado é bem essa, uma continuação entre os delitos praticados.
Isso não significa necessariamente ser um seguido outro.
Eles precisam	 ser contínuos. Ou seja, os delitos	seguintes precisam ser uma continuação do primeiro.
Por exemplo, imagine que uma pessoa, em uma noite, com uma arma de fogo falsa, roube 3 supermercados, um às 19h, o segundo às 20h05 e o terceiro às 22h15.
Percebe como os roubos foram feitos em situações repetidas e de forma contínua? Então, é um crime continuado.
Mas é possível também quando, por exemplo, uma pessoa que trabalha como caixa de uma loja, na hora de fazer o fechamento do mês, furta um valor da empresa.
Nesse segundo exemplo, a infração ocorre uma vez no mês, tem um intervalo de dias entre eles, mas, ainda assim, se configura como continuado.
Só que pra gente entender melhor se houve ou não elo de continuidade entre os delitos, é necessário conferir também os demais requisitos.
3.1) Mesma condição de tempo
Pelos dois exemplos que a gente já conversou, deu pra perceber que a questão do tempo é um ponto importante pra saber se houve continuidade.
Esse tempo está ligado à periodicidade, ou seja, à constância com que os delitos foram praticados cronologicamente.
O CP não determinou um limite de tempo entre a prática dos crimes, mas a jurisprudência em geral estabelece o período máximo de 30 dias entre os delitos.
É claro que, pra esse limite de tempo, também pode haver exceções.
Um exemplo são os crimes tributários.
Pra eles, o STF já chegou a reconhecer como sendo continuado mesmo quando houve uma diferença de 07 anos entre a prática os delitos (AP 516/DF).
3.2) Mesmas condições de lugar
De forma simples, aqui se trata dos locais onde os crimes foram cometidos.
Assim, pra ser considerado crime continuado, além de precisar de todos os requisitos que você viu até agora, os delitos precisam ser praticados em locais próximos.
E, mais uma vez, o CP não trouxe qual seria a distância limite entre os lugares. Por isso, assim como o tempo, vai depender da jurisprudência mesmo.
Em geral, o entendimento majoritário é que até mesmo em delitospraticados em cidades próximas poderiam ser considerados como crime continuado.
Então, os crimes cometidos dentro de uma mesma cidade, podem se enquadrar como continuado, desde que atendam os outros requisitos também.
Já quando se trata de cidades diferentes, vai depender da distância entre elas.
Por exemplo, cidades dentro de uma mesma região metropolitana são vistas como próximas.
3.3) Mesmas maneiras de execução
Quanto à forma de executar o crime, elas também precisam ser parecidas. Ou seja, os métodos utilizados devem seguir um padrão em todos os delitos.
É muito comum ver esse tipo de padrão em crimes de estelionato, em que a pessoa usa o mesmo tipo de golpe pra conseguir atingir várias vítimas.
Analise a seguinte situação
JOÃO e LUCAS, com intuito de obter vantagem financeira, sequestram MANOEL em 02/03/2022. Nessa cenário, pedem a sua família, como condição de liberdade da vítima, a quantia de um milhão de reais.
Em tese, trata-se de crime de EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO (art. 169 do CP). Ocorre que na data de 03/03/2022, quando o sequestro ainda estava em curso, entrou em vigor nova lei que aumentava a pena do crime de extorsão mediante sequestro.
Considerando que a polícia entrou em acordo com os bandidos e estes se entregam em 05/03/2022, qual pena deve ser aplicada aos criminosos ? A pena mais branda, que é aquele que estava vigente quando o crime se iniciou ? Ou a pena mais severa, que é aquela que estava vigente quando o crime se encerrou?
Súmula	 711	do	STF:	aplicação	da	lei	mais	grave De acordo com essa súmula, no crime continuado, se uma lei penal mais grave começar a ter vigência antes do fim da continuidade, é ela que será aplicada.
E havendo mais de 7 crimes, o que for excedente será considerado como circunstâncias judiciais desfavoráveis na dosimetria da pena, seguindo o art. 59 do CP.
ATENÇÃO AO PAR. ÚNICO DO ART. 71
No crime continuado, HÁ uma diferença em relação aos crimes dolosos cometidos com violência ou grave ameaça e que foram cometidos contra pessoas diferentes.
Nesses casos, o art. 71, no parágrafo único, determina que a pena deve ser aumentada de 1/6 até 3x.
Pra calcular, é só seguir os mesmos passos do concurso formal próprio:
Calcule a pena de cada um dos crimes sem aplicar o concurso;
Aplique o quantum sobre a pena do crime mais grave;
VEJA A TABELA NO SLIDE A SEGUIR
Ano: 2023 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: DPE-RO Prova: CESPE / CEBRASPE - 2023 - DPE-RO - Defensor Público
Substituto
Quando o agente, mediante uma só ação, quer e obtém dois resultados distintos, ocorre
crime continuado.
concurso material homogêneo.
concurso formal próprio.
concurso material heterogêneo.
concurso formal impróprio.
GABARITO: E
Destrinchando os Concursos + Exemplos + Outras questões do QC:
Concurso formal perfeito(próprio):
UMA CONDUTA e PRODUZ DOIS RESULTADOS (embora não quisesse realizar ambos)
NÃO HÁ desígnios autônomos
Aqui o agente pratica uma única conduta e acaba por produzir dois resultados, embora não pretendesse realizar ambos, ou seja, não há desígnios autônomos (intenção de, com uma única conduta, praticar dolosamente mais de um crime). Esse tipo de concurso só pode ocorrer, portanto, entre crimes culposos,ou entre um crime doloso e um ou vários crimes culposos.
Exemplo: Imagine que Camila, dirigindo seu Bugatti pelas ruas de São Paulo, em altíssima velocidade, atropela - sem querer - um pedestre, que vem a óbito. Também causa lesões graves em outro pedestre. Nesse caso, Camila responde pelos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa em concurso formal, aplicando-se a ela a pena do homicídio culposo (mais grave) acrescida de 1/6 até a metade; ·
Concurso formal imperfeito(impróprio)
UMA CONDUTA e PRODUZ e QUER PRODUZIR MAIS DE UM CRIME
HÁ desígnios autônomos
Havendo desígnios autônomos na conduta do agente, as penas devem ser somadas, de acordo com a regra do concurso material.
Já aqui o agente se vale de uma única conduta para, dolosamente,produzir mais de um crime.
Exemplo: Imagine que no exemplo anterior, Camila desejasse matar o pedestre, antigo desafeto, bem como lesionar o outro pedestre (sua ex-sogra). Assim, com sua única conduta, Camila objetivou praticar ambos os crimes, respondendo por ambos em concurso formal imperfeito, e lhe será aplica a pena de ambos cumulativamente (sistema do cúmulo material), pois esse concurso formal é formal apenas no nome, já que deriva de intenções (desígnios) autônomas, nos termos do art. 70, segunda parte, do CP.
QUESTÕES NO MESMO SENTIDO:
CESPE - DPE - 2015 - O concurso formal próprio distingue-se do concurso formal impróprio pelo elemento subjetivo do agente, ou seja, pela existência ou não de desígnios
autônomos. CERTO
CESPE - PAPILOSCOPISTA - Se uma pessoa com um único disparo de arma de fogo matar duas pessoas, poderá responder por concurso formal impróprio de crimes. CERTO
CESPE - PC-BA Considere a seguinte situação hipotética. Juca, maior, capaz, na saída de um estádio de futebol, tendo encontrado diversos desafetos embarcados em um veículo de transporte regular, aproveitou-se da oportunidade e lançou uma única bomba incendiária contra o automóvel, causando graves lesões em diversas vítimas e a morte de uma delas. Nesse caso, Juca será apenado com base no concurso formal imperfeito ou impróprio. CERTO
Ano: 2021 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: ITEP - RN Prova: INSTITUTO AOCP - 2021 - ITEP - RN -
Agente Técnico Forense
Sobre o Código Penal, assinale a alternativa INCORRETA.
Para a caracterização do concurso de pessoas, adotou-se, como regra, a teoria monista.
Extingue-se a punibilidade pela anistia, graça ou indulto.
De acordo com o sistema do cúmulo material, aplica-se ao réu o somatório das penas de cada uma das infrações penais pelas quais foi condenado.
Aplica-se ao concurso formal perfeito o sistema da exasperação.
Com relação ao crime continuado, adota-se o sistema do cúmulo material.
GABARITO E
Sistema do cúmulo material: Concurso material e concurso formal imperfeito/impróprio.
Sistema da exasperação: Concurso formal perfeito/próprio e crime continuado.
OBSERVAÇÃO:
1) Concurso formal imperfeito/impróprio: Condutas dolosas;
2) Concurso formal perfeito/próprio: Conduta(s) dolosa(s) + pelo menos 01 crime com culpa.
Ano: 2022 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: MPE-MG Prova: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2022 - MPE-MG - Promotor de Justiça Substituto - Edital nº LIX
Acerca do concurso de crimes, assinale a assertiva CORRETA:
Nos crimes dolosos praticados em continuidade delitiva, contra vítimas diferentes, o juiz pode, independentemente de quaisquer outros requisitos objetivos e subjetivos, aumentar a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo.
No concurso de crimes as penas de multa deverão ser aplicadas distinta e integralmente.
Ocorrendo erro na execução (aberratio ictus), e sendo atingida também a vítima visada, aplica-se a regra do concurso material.
No concurso material, caso aplicada pena privativa de liberdade suspensa para um dos crimes, será incabível, para os demais, a substituição de que trata o artigo 44 do CP.
GABARITO: B
(A) Nos crimes dolosos praticados em continuidade delitiva, contra vítimas diferentes, o juiz pode, independentemente de quaisquer outros requisitos objetivos e subjetivos, aumentar a pena de um dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo. INCORRETA.
CP, art. 71. “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta

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