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<p>Curso de Graduação a Distância</p><p>Teoria da</p><p>Contabilidade</p><p>(2 créditos - 40 horas)</p><p>Autor:</p><p>Neusa Oviedo Ramirez</p><p>Revisor:</p><p>Fortunato Lopes Bennett</p><p>Universidade Católica Dom Bosco Virtual</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>2</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Missão Salesiana de Mato Grosso</p><p>Universidade Católica Dom Bosco</p><p>Instituição Salesiana de Educação Superior</p><p>Chanceler: Pe. Ricardo Carlos</p><p>Reitor: Pe. José Marinoni</p><p>Pró-Reitora de Graduação e Extensão: Profa. Rúbia Renata Marques</p><p>Diretor da UCDB Virtual: Prof. Jeferson Pistori</p><p>Coordenadora Pedagógica: Profa. Blanca Martín Salvago</p><p>Direitos desta edição reservados à Editora UCDB</p><p>Diretoria de Educação a Distância: (67) 3312-3335</p><p>www.virtual.ucdb.br</p><p>UCDB -Universidade Católica Dom Bosco</p><p>Av. Tamandaré, 6000 Jardim Seminário</p><p>Fone: (67) 3312-3800 Fax: (67) 3312-3302</p><p>CEP 79117-900 Campo Grande – MS</p><p>RAMIREZ, Neusa Oviedo.</p><p>Teoria da Contabilidade / Neusa Oviedo Ramirez. 3. ed. rev. e</p><p>atual. Campo Grande: UCDB, 2023. 68 p.</p><p>Palavras-chave: 1.Contabilidade 2.Teoria da Contabilidade</p><p>3.Escolas de Contabilidade 4.Estrutura Conceitual</p><p>0224</p><p>3</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>APRESENTAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO</p><p>Este material foi elaborado pelo professor conteudista sob a orientação da equipe</p><p>multidisciplinar da UCDB Virtual, com o objetivo de lhe fornecer um subsídio didático que</p><p>norteie os conteúdos trabalhados nesta disciplina e que compõe o Projeto Pedagógico do</p><p>seu curso.</p><p>Elementos que integram o material</p><p>Critérios de avaliação: são as informações referentes aos critérios adotados para</p><p>a avaliação (formativa e somativa) e composição da média da disciplina.</p><p>Quadro de Controle de Atividades: trata-se de um quadro para você organizar a</p><p>realização e envio das atividades virtuais. Você pode fazer seu ritmo de estudo, sem ul-</p><p>trapassar o prazo máximo indicado pelo professor.</p><p>Conteúdo Desenvolvido: é o conteúdo da disciplina, com a explanação do pro-</p><p>fessor sobre os diferentes temas objeto de estudo.</p><p>Indicações de Leituras de Aprofundamento: são sugestões para que você</p><p>possa aprofundar no conteúdo. A maioria das leituras sugeridas são links da Internet para</p><p>facilitar seu acesso aos materiais.</p><p>Atividades Virtuais: atividades propostas, que marcarão um ritmo no seu estudo,</p><p>assim como as datas de envio, encontram-se no Ambiente Virtual de Aprendizagem.</p><p>Como tirar o máximo de proveito</p><p>Este material didático é mais um subsídio para seus estudos. Consulte outros</p><p>conteúdos e interaja com os outros participantes. Portanto, não se esqueça de:</p><p>· Interagir com frequência com os colegas e com o professor, usando as ferramentas</p><p>de comunicação e informação do Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA;</p><p>· Usar, além do material em mãos, os outros recursos disponíveis no AVA: aulas</p><p>audiovisuais, videoaulas, fórum de discussão, fórum permanente de cada unidade, etc.;</p><p>· Recorrer à equipe de tutoria sempre que precisar orientação sobre dúvidas quanto</p><p>a calendário, atividades, ferramentas do AVA, e outros;</p><p>· Ter uma rotina que lhe permita estabelecer o ritmo de estudo adequado a suas</p><p>necessidades como estudante, organize o seu tempo;</p><p>· Ter consciência de que você deve ser sujeito ativo no processo de sua aprendiza-</p><p>gem, contando com a ajuda e colaboração de todos.</p><p>4</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Objetivo Geral</p><p>Levar o acadêmico a compreender a fundamentação teórica das Ciências</p><p>Contábeis. Aprofundar conhecimentos que sustentam as teorias e metodologias contábeis,</p><p>promovendo a reflexão sobre questões conceituais e práticas habilitando-o na análise e na</p><p>crítica da evolução e do estágio atual do conhecimento contábil como ciência social</p><p>aplicada.</p><p>CONTEÚDO PROGRAMÁTICO</p><p>UNIDADE 1 - CONTABILIDADE, CONHECIMENTO E CIÊNCIA ............................. 11</p><p>1.1 Tipos de conhecimento e ciência ............................................................................ 11</p><p>1.2 Abordagens científicas aplicadas à teoria da contabilidade ........................................ 14</p><p>1.3 Contabilidade e os aspectos históricos que influenciaram seu desenvolvimento .......... 14</p><p>UNIDADE 2 - ESCOLAS E TEORIAS DA CONTABILIDADE, OS PRINCÍPIOS</p><p>CONTÁBEIS ......................................................................................................... 20</p><p>2.1 Teorias das Cinco Contas ....................................................................................... 20</p><p>2.2 Teoria da Personalidade Jurídica............................................................................. 20</p><p>2.3 Teoria do Controle ................................................................................................ 21</p><p>2.4 Teoria Econômica .................................................................................................. 22</p><p>2.5 Teoria Matemática ................................................................................................ 22</p><p>2.6 Teoria Aziendal ..................................................................................................... 23</p><p>2.7 Teoria do patrimônio ............................................................................................. 24</p><p>2.8 Escolas de contabilidade ........................................................................................ 26</p><p>2.9 A Escola Norte-Americana ...................................................................................... 26</p><p>2.10 A crise de 1929 e seus efeitos na regulação da contabilidade .................................. 26</p><p>UNIDADE 3 - ASPECTOS CONCEITUAIS, ESTRUTURA E DEMONSTRAÇÕES</p><p>CONTÁBEIS ......................................................................................................... 37</p><p>3.1 As características qualitativas da informação contábil financeira útil ........................... 44</p><p>3.2 Elementos representativos das demonstrações contábeis financeiras ......................... 54</p><p>3.3 Elementos representativos de Performance ............................................................. 57</p><p>3.4 Ajustes para manutenção de capital........................................................................ 59</p><p>3.5 Reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis ................................. 59</p><p>3.6 Probabilidade de futuros benefícios econômicos ...................................................... 60</p><p>3.7 Contabilidade da mensuração ................................................................................. 60</p><p>3.8 Reconhecimento de Ativos ..................................................................................... 61</p><p>5</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>3.9 Reconhecimento de Passivos .................................................................................. 61</p><p>3.10 Reconhecimento de Receitas ................................................................................ 62</p><p>3.11 Reconhecimento de Despesas .............................................................................. 62</p><p>3.12 Mensuração dos elementos das Demonstrações Contábeis ...................................... 63</p><p>REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 66</p><p>Avaliação</p><p>A UCDB Virtual acredita que avaliar é sinônimo de melhorar, isto é, a finalidade da</p><p>avaliação é propiciar oportunidades de ação-reflexão que façam com que você possa</p><p>aprofundar, refletir criticamente, relacionar ideias, etc.</p><p>A UCDB Virtual adota um sistema de avaliação continuada: além das provas no final de</p><p>cada módulo (avaliação somativa), será considerado também o desempenho do aluno ao longo</p><p>de cada disciplina (avaliação formativa), mediante a realização das atividades. Todo o processo</p><p>será avaliado,</p><p>fiscalizadores da área de negócios, passa a</p><p>convergir a uma única estrutura conceitual, a estrutura construída pelo FASB, mas ainda</p><p>permanece a Resolução/CFC n. 750 de 1993, atualizada pela Resolução/CFC n. 1282 de</p><p>2010, que dispõe sobre os princípios de contabilidade.</p><p>Na prática contábil brasileira4, o documento não prevê hierarquização e nem</p><p>diferenciação entre postulados princípios e normas, apenas “princípios” de contabilidade</p><p>com uso obrigatório de todos numa padronização dos relatórios contábeis.</p><p>Neste documento, no artigo primeiro, § 1º e § 2º temos que a observância dos</p><p>princípios de contabilidade “é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de</p><p>legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC)”, e na aplicação destes</p><p>princípios de contabilidade “há situações concretas e a essência das transações deve</p><p>prevalecer sobre seus aspectos formais”. No caput do artigo 2º versa que:</p><p>Os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e</p><p>teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento</p><p>predominante nos universos científico e profissional de nosso País.</p><p>Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência</p><p>social, cujo objeto é o patrimônio das entidades.</p><p>No artigo 2º da Res. CFC n. 750/1993, quando se refere ao “entendimento</p><p>predominante nos universos científico e profissional de nosso país” e esse entendimento no</p><p>Brasil não tem tradição de pesquisa científica, então o entendimento científico fica pouco</p><p>claro, porém, a partir de 2015, em função da convergência às normas supranacionais</p><p>busca-se esse fundamento nas pesquisas predominantes sobre a ciência contábil nos</p><p>diversos países onde a discussão acerca da ciência da contabilidade está mais avançada.</p><p>O artigo 3º anuncia os princípios da contabilidade como sendo o Princípio da</p><p>ENTIDADE; o Princípio da CONTINUIDADE; o Princípio da OPORTUNIDADE; o Princípio do</p><p>4 Práticas contábeis brasileiras compreendem a legislação societária brasileira, as Normas Brasileiras</p><p>de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, as</p><p>interpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e</p><p>práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TG</p><p>ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-</p><p>Financeiro emitido pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeis</p><p>internacionais. (Redação alterada pela Resolução CFC n. 1.376/11)</p><p>33</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL; o Princípio da COMPETÊNCIA; e o Princípio da</p><p>PRUDÊNCIA.</p><p>Percebe-se que os princípios enunciados, neste documento, têm suas raízes nos</p><p>postulados de Paton, de 1936, e, portanto, têm limitações, mas auxilia no padrão de uso e</p><p>procedimentos.</p><p>No artigo 4º tem-se que o princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como</p><p>objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação</p><p>de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de</p><p>pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de</p><p>qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. E como próprio Paton (apud</p><p>HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 75), afirma, a existência de uma entidade “é</p><p>universalmente presumido, muito embora seja, na realidade, apenas figura de linguagem” e</p><p>a consequência da existência da entidade é a de que possua seu próprio patrimônio, o qual</p><p>é objeto de estudo da contabilidade. E no mesmo artigo reafirma que “Por consequência,</p><p>nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários,</p><p>no caso de sociedade ou instituição”. Isso é uma consequência implícita visto que a</p><p>entidade é um ente individual. No parágrafo único a explicação de que o “patrimônio</p><p>pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de</p><p>patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas numa unidade de natureza</p><p>econômico-contábil” (Res. CFC 750/1993 artigo 4º).</p><p>O Art. 5º dispõe sobre o Princípio da Continuidade que pressupõe que a Entidade</p><p>continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos</p><p>componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. Para Paton (apud</p><p>HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 75), “a suposição de empresa em funcionamento é, em</p><p>grande parte, questão de conveniência”.</p><p>O Princípio da Oportunidade está no artigo 6º e refere-se ao processo de</p><p>mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações</p><p>íntegras e tempestivas. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação</p><p>da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário</p><p>ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.</p><p>Para entender a oportunidade como princípio Hendriksen e Van Breda (2018),</p><p>explicam que a oportunidade se refere ao fato de que:</p><p>[...] a informação não pode ser relevante quando não é oportuna, ou seja,</p><p>deve estar disponível a um indivíduo que deseja tomar uma decisão antes</p><p>de perder sua capacidade de influenciar a decisão. Oportunidade não</p><p>garante relevância, mas não é possível haver relevância sem oportunidade.</p><p>A oportunidade da informação, portanto, é uma restrição importante à</p><p>34</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>publicação de demonstrações financeiras. A acumulação, sintetização e</p><p>publicação subsequente de informações contábeis devem ocorrer com a</p><p>maior rapidez possível para garantir a disponibilização de dados atualizados</p><p>aos usuários. A oportunidade também pressupõe que as demonstrações</p><p>financeiras sejam apresentadas a intervalos frequentes, de modo a</p><p>revelarem modificações na situação da empresa que possam, por sua vez,</p><p>afetar as predições e decisões do usuário (HENDRIKSEN; VAN BREDA,</p><p>2018, p. 99).</p><p>O artigo 7º, referente ao princípio do Registro pelo Valor Original, foi o que em</p><p>2010, provocou maiores discussões e alterações produzidas pela Res./CFC n. 1282/2010 e</p><p>“determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos</p><p>valores originais das transações, expressos em moeda nacional”. E, dispõe sobre a</p><p>graduação e combinação das bases de mensuração a serem utilizadas ao longo do tempo,</p><p>explicita o custo histórico e sua variação. No custo histórico, o artigo 7º da referida</p><p>Resolução estabelece:</p><p>[...] Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em</p><p>caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são</p><p>entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são</p><p>registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da</p><p>obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou</p><p>equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no</p><p>curso normal das operações (BRASIL, 2010).</p><p>A variação do custo histórico acontece apenas depois de os componentes</p><p>patrimoniais serem mensurados, registrados e integrados ao patrimônio. Os ativos e</p><p>passivos podem sofrer variações decorrentes de variados fatores de forma isolada ou em</p><p>conjunto e a norma prevê esses fatores como o:</p><p>[...] Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou</p><p>equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou</p><p>ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das</p><p>demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em</p><p>caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários</p><p>para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações</p><p>contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em</p><p>caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda</p><p>em uma forma ordenada. Os passivos</p><p>são mantidos pelos valores em caixa</p><p>e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para</p><p>liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da</p><p>Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente,</p><p>descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja</p><p>gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos</p><p>são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída</p><p>líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no</p><p>curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo</p><p>qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes</p><p>conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e</p><p>e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da</p><p>35</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o</p><p>ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes</p><p>patrimoniais (ART. 7º § 1º).</p><p>A norma prevê que são considerados resultantes da atualização monetária:</p><p>[...] a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não</p><p>representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; [...] para que</p><p>a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais,</p><p>é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de</p><p>que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes</p><p>patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e [...] a</p><p>atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o</p><p>ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a</p><p>aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação</p><p>do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (ART. 7º, §</p><p>2º) (Redação dada pela Resolução/CFC n. 1.282/10).</p><p>O Princípio da Competência previsto no artigo 9º determina que os efeitos das</p><p>transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,</p><p>independentemente do recebimento ou pagamento, e pressupõe a simultaneidade da</p><p>confrontação de receitas e despesas correlatas. Esse “princípio” sempre foi o mais discutido</p><p>no início da busca por princípios porque está diretamente ligado à apuração adequada do</p><p>resultado e à busca de predição5. Em relação à predição Hendriksen e Van Breda (2018, p.</p><p>98), explicam que:</p><p>O conceito de capacidade de predição possui potencial considerável para o</p><p>desenvolvimento futuro da divulgação financeira com relevância.</p><p>Entretanto, há vários obstáculos importantes atualmente. Um deles é a falta</p><p>de modelos normativos (ou mesmo descritivos) de tomada de decisão, pelo</p><p>investidor, que tenham sido testados, com uma descrição suficiente de seus</p><p>insumos.</p><p>O princípio da prudência previsto no artigo 10 da Res./CFC n. 750/1993,</p><p>“determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os do</p><p>passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das</p><p>mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido”.</p><p>Apesar de o princípio da prudência pressupor o emprego de certo grau de</p><p>precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de</p><p>incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e</p><p>despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de</p><p>mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. Na estrutura conceitual esse</p><p>5 O conceito de valor preditivo decorre de modelos de avaliação de investimentos e é definido</p><p>pelo FASB, no glossário ao SFAC 2, da seguinte maneira, “ A qualidade da informação que ajuda os</p><p>usuários a aumentarem a probabilidade de prever corretamente o resultado de eventos passados ou</p><p>presente”.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LEIS_2001/L10303.htm#art2</p><p>36</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>princípio foi retirado da condição de “aspecto da representação fidedigna por ser</p><p>inconsistente com a neutralidade”. E fundamenta que “subavaliações de ativos e</p><p>superavaliações de passivos, [...] com consequentes registros de desempenhos posteriores</p><p>inflados, são incompatíveis com a informação que pretende ser neutra” (CPC/00 p. 3).</p><p>A Resolução/CFC n. 750/1993 ainda prevê que a inobservância dos Princípios de</p><p>Contabilidade constitui infração do art. 27 do Decreto-Lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946</p><p>e, do Código de Ética Profissional do Contabilista.</p><p>Atualmente o Brasil adotou as normas internacionais de contabilidade do</p><p>International Financial Reporting Standart (IFRS) e convergiu aos padrões contábeis</p><p>internacionais, promovendo a separação da contabilidade societária da contabilidade fiscal,</p><p>e adota uma única estrutura conceitual para a preparação e divulgação do relatório contábil</p><p>financeiro da entidade que reporta a informação, assunto que será abordado na próxima</p><p>unidade.</p><p>Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 2 e a</p><p>Atividade 2.</p><p>37</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>UNIDADE 3</p><p>ASPECTOS CONCEITUAIS, ESTRUTURA E</p><p>DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS</p><p>OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender a estrutura conceitual da contabilidade e as</p><p>demonstrações contábeis de acordo com o texto legal (Lei 6404/1976) e normativo</p><p>científico.</p><p>Com o contexto da quebra econômica em 1929, sua consequente crítica e</p><p>incompreensão aos informes contábeis financeiros, a contabilidade foi posta em “xeque”.</p><p>Sua resposta foi a busca por uma universalização da contabilidade por meio de rigor</p><p>técnico-científico. Primeiramente por meio da normatização, mas era preciso materializar os</p><p>princípios da ciência e da técnica contábil. A academia foi chamada para estabelecer estas</p><p>diretrizes em 1929, e em outras crises que se sucederam de forma que a contabilidade</p><p>possa expressar com fidedignidade o evento econômico por meio das demonstrações</p><p>contábeis financeiras que processualmente possam diminuir os riscos dos investidores por</p><p>falta de informação relevante.</p><p>Como vimos nas unidades anteriores, o primeiro pesquisador Paton (apud op. Cit</p><p>p.70), sugere os seis postulados contábeis em 1936, e prefere utilizar o termo postulado a</p><p>princípio. Esse mesmo movimento, em busca dos princípios da contabilidade, se</p><p>transformou na busca de um referencial conceitual do qual os padrões seriam parte</p><p>importante, e,</p><p>[...] a longa busca de princípios parecia ter chegado a um fim um tanto</p><p>inglória. Tratava-se de um deslocamento da busca, porém, mais do que um</p><p>fim, porque, de diversas maneiras, a busca tem prosseguido sob título</p><p>diferente. Por exemplo, o novo Conselho, (FASB) quase imediatamente</p><p>após sua fundação, começou a buscar novos objetivos contábeis, como</p><p>seus predecessores haviam buscado postulados. Esse trabalho foi realizado</p><p>numa série de Pronunciamentos de Conceitos de Contabilidade Financeira</p><p>(SFACs - Statements of Financiai Accounting Concepts), conhecido como</p><p>Referencial Conceitual. Quase todos os conceitos que foram desenvolvidos</p><p>sob a rubrica de princípios e postulados acabaram sendo incluídos no</p><p>referencial, embora com títulos diferentes. Na verdade, poderia ser</p><p>argumentado que as mudanças foram apenas de natureza semântica, mas</p><p>esse argumento talvez subestime as grandes mudanças ocorridas na</p><p>contabilidade nas duas últimas décadas (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018,</p><p>p. 82).</p><p>38</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>O FASB por meio dos pesquisadores da entidade sugere uma primeira estrutura</p><p>conceitual para apresentação das informações contábeis financeiras. O Conselho de Padrões</p><p>de Contabilidade Financeira (FASB) se empenhou em buscar por meio das pesquisas um</p><p>referencial conceitual da contabilidade e produziu:</p><p>[...] seis documentos separados, distribuídos por um período de sete anos,</p><p>a um custo estimado, para o Fasb, de milhões de dólares. Num memorando</p><p>para discussão que precedeu o Referencial Conceitual, o Fasb o descreveu</p><p>como uma constituição na qual os padrões se baseariam da mesma forma</p><p>que as leis do país decorrem da Constituição [...]. A escolha de palavras</p><p>não é casual, porque salienta a natureza política do processo de</p><p>estabelecimento de padrões de contabilidade (HENDRICSEN; VAN BREDA,</p><p>2010, p. 90).</p><p>Em função da mundialização do capital, as empresas e países aderem às normas</p><p>internacionais de contabilidade e à estrutura conceitual para apresentação e divulgação do</p><p>relatório contábil financeiro das entidades, esta estrutura que foi pensada e discutida desde</p><p>o início da regulação da contabilidade. A estrutura contábil tradicional encontra-se fundada</p><p>pelos Princípios Contábeis Geralmente Aceitos e pela convenção da Objetividade. Vamos</p><p>conhecer essa estrutura conceitual.</p><p>Quadro 4 - Referencial Conceitual</p><p>SFAC 1 novembro/1978 Os objetivos da contabilidade de empresas.</p><p>SFAC 2 maio/1978</p><p>As características qualitativas da informação</p><p>financeira.</p><p>SFAC 3 dezembro/1980</p><p>Definições dos elementos das demonstrações</p><p>financeiras de empresas.</p><p>SFAC 4 dezembro/1980</p><p>Os objetivos da contabilidade de organizações não-</p><p>empresariais.</p><p>SFAC 5 dezembro/1984</p><p>Definições de conceitos tais como reconhecimento,</p><p>realização e mensuração, para empresas, dando</p><p>orientação quanto ao que deve ser incluído em</p><p>demonstrações financeiras e quando. São discutidas</p><p>regras de mensuração relativas a questões de</p><p>reconhecimento.</p><p>SFAC 6 dezembro/1985</p><p>O SFAC 6 substituiu o SFAC 3, definindo os elementos</p><p>de demonstrações financeiras de todos os tipos de</p><p>organização.</p><p>Fonte: Hendriksen e Van Breda (2018, p. 90)</p><p>Na Estrutura Conceitual (EC) alguns termos foram definidos pelo Fasb da seguinte</p><p>maneira:</p><p>39</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>1. Objetivos representam "algo para o qual há direcionamento de esforço, um alvo</p><p>ou finalidade da ação, uma meta". Esses objetivos foram o tema do SFAC 1.</p><p>2. A informação necessária "envolve a identificação de categorias amplas de</p><p>informação de contabilidade financeira necessária aos usuários. Por exemplo, diversos</p><p>objetivos especificados no Estudo de Objetivos lidam com tipos específicos de</p><p>demonstrações financeiras que se considera serem necessárias para atender as exigências</p><p>de informações dos usuários".</p><p>3. Características qualitativas são atributos de informações contábeis que tendem a</p><p>ampliar sua utilidade. Acredita-se que essas características qualitativas sejam:</p><p>a) Duração, ou sobrevivência à passagem do tempo.</p><p>b) Generalidade - ou seja, aplicabilidade a todas as entidades contábeis.</p><p>c) Viabilidade - ou seja, capacidade de aplicação e suscetibilidade de verificação</p><p>objetiva. Essas características foram o tema do SFAC 2.</p><p>4. Fundamentos são os conceitos básicos subjacentes à mensuração de transações</p><p>e eventos e sua divulgação de maneira significativa para os usuários de informações</p><p>contábeis. Tais fundamentos poderiam incluir as definições de entidade contábil, ativos,</p><p>passivos, lucro, receita, despesa, realização e outras. Tais fundamentos foram tratados nos</p><p>SFACs 5 e 6.</p><p>5. Padrões representam soluções gerais a problemas de contabilidade financeira.</p><p>6. Interpretações esclarecem, explicam ou detalham padrões de contabilidade e</p><p>divulgação, ajudando em sua aplicação na prática contábil.</p><p>7. Práticas são os meios pelos quais os objetivos básicos das demonstrações</p><p>financeiras são atingidos.</p><p>Hendriksen e Van Breda (2018), afirmam que a discussão está centrada em três dos</p><p>principais aspectos do referencial:</p><p>1. Os objetivos da contabilidade.</p><p>2. As características qualitativas da informação contábil útil.</p><p>3. Os conceitos fundamentais da contabilidade.</p><p>A estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil financeiro</p><p>previsto no Brasil por meio do CPC 00, ou Res./FC 1374 de 2011, (os três documentos</p><p>possuem o mesmo texto ipsis literis) no IASB se refere ao The Conceptual Framework for</p><p>Financial Reporting de 1989, atualizado em parte em 2011 (IASB – BV 2011 Blue Book), e</p><p>trabalha os “princípios” previstos na Res./CFC 750/1993, como características qualitativas da</p><p>demonstração contábil financeira.</p><p>No Brasil, a Resolução/CFC n. 1.055/05, cria o Comitê de Pronunciamentos</p><p>Contábeis para promover a convergência da norma brasileira de contabilidade para o</p><p>40</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>International Financial Reporting Standard (IFRS), norma internacional como é conhecido, e</p><p>tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre</p><p>procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para</p><p>permitir a emissão de normas pelas entidades reguladoras brasileiras, visando à</p><p>centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a</p><p>convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. Esse movimento</p><p>promoveu duas alterações na Lei n. 6.404/1976, por meio das Leis n. 11.638/2007 e n.</p><p>11.941/2009.</p><p>Em 2010, quando da finalização do processo legal de convergência, percebeu-se a</p><p>necessidade de manter o Comitê CPC e este se transformou em uma organização não</p><p>governamental permanente, que possui uma fundação de apoio à FACPC, criada em 2011,</p><p>para que a cultura da norma internacional seja promovida, pois a convergência legal não</p><p>garante a convergência de forma efetiva.</p><p>Logo após o Brasil aderir às normas internacionais, o International Accounting</p><p>Standards Board (IASB), iniciou em 2011 o processo de atualização da Estrutura Conceitual</p><p>vigente desde 1989. Esse projeto da Estrutura Conceitual está sendo conduzido em fases e</p><p>traz no capítulo 1, posicionamento mais claro de que as informações contidas nos relatórios</p><p>contábeis financeiros que se destinam primariamente aos usuários externos como</p><p>investidores, financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade. Foi sugerida a</p><p>possibilidade de postergação de informações sobre certas alterações nos ativos ou nos</p><p>passivos, com o objetivo da denominada ‘manutenção da estabilidade econômica’, o que foi</p><p>refutado pelo CPC. E, ficou firmada a posição de que prover prontamente informação</p><p>fidedigna e relevante pode melhorar a confiança do usuário e assim contribuir para a</p><p>promoção da estabilidade econômica.</p><p>À medida que um capítulo é finalizado, itens da Estrutura Conceitual para</p><p>Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, que foi emitida em 1989, vão</p><p>sendo substituídos. Quando o projeto da Estrutura Conceitual for finalizado, o IASB terá um</p><p>único documento, completo e abrangente, denominado Estrutura Conceitual para</p><p>Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil financeiro (The Conceptual Framework for</p><p>Financial Reporting).</p><p>A versão da Estrutura Conceitual, que vamos discutir, inclui dois capítulos que o</p><p>IASB aprovou como resultado da primeira fase do projeto da Estrutura, o capítulo 1 -</p><p>Objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil financeiro de propósito geral e o</p><p>capítulo 3 - Características qualitativas da informação contábil-financeira útil. O capítulo 2</p><p>tratará do conceito relativo à entidade que divulga a informação, mas ainda não está</p><p>completo e nem não foi divulgado. O capítulo 4 contém o texto remanescente da antiga</p><p>41</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Estrutura Conceitual, que ainda não foi atualizada pelo CPC 26 Apresentação das</p><p>Demonstrações contábeis-financeiras.</p><p>A Estrutura Conceitual disposta na Res./CFC n. 1374/2011, estabelece os conceitos</p><p>que fundamentam a elaboração e a apresentação de demonstrações contábeis destinadas a</p><p>usuários externos. A finalidade desta Estrutura Conceitual é:</p><p> dar suporte ao desenvolvimento de novas normas, interpretações e</p><p>comunicados técnicos e à revisão dos já existentes, quando necessário;</p><p> dar suporte à promoção</p><p>da harmonização das regulações, das normas</p><p>contábeis e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações</p><p>contábeis, provendo uma base para a redução do número de tratamentos</p><p>contábeis alternativos permitidos pelas normas, interpretações e comunicados</p><p>técnicos;</p><p> dar suporte aos órgãos reguladores nacionais;</p><p> auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na</p><p>aplicação das normas, interpretações e comunicados técnicos e no tratamento de</p><p>assuntos que ainda não tenham sido objeto desses documentos;</p><p> auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a</p><p>conformidade das demonstrações contábeis com as normas, interpretações e</p><p>comunicados técnicos;</p><p> auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de</p><p>informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com as normas,</p><p>interpretações e comunicados técnicos; e</p><p> proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na</p><p>formulação das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos.</p><p>Esta Estrutura Conceitual não é uma norma propriamente dita e, portanto, não</p><p>define procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou</p><p>divulgação e será revisada de tempos em tempos com base na experiência decorrente de</p><p>sua utilização. Nada nesta Estrutura Conceitual substitui qualquer norma, interpretação ou</p><p>comunicado técnico.</p><p>A definição do objetivo do relatório contábil financeiro de propósito geral é a parte</p><p>mais importante da estrutura conceitual, pois ele é quem fundamenta como essa</p><p>informação deve ser gerada. As qualidades da informação contábil-financeira são definidas</p><p>para se atingir o objetivo definido, os elementos das demonstrações e seus</p><p>reconhecimentos e mensurações são feitos para se atingir esse objetivo, e todas as normas</p><p>específicas também devem estar voltadas para o atingir esse objetivo estabelecido.</p><p>42</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>O objetivo do relatório contábil financeiro de propósito geral6 de acordo com a</p><p>estrutura conceitual, Res./CFC n. 1374/2011 é:</p><p>[...] é fornecer informações contábil-financeiras acerca da entidade que</p><p>reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores</p><p>existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores,</p><p>quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a</p><p>entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter</p><p>participações em instrumentos patrimoniais e em instrumentos de dívida, e</p><p>a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito.</p><p>Os relatórios contábil-financeiros também têm como objetivo apresentar o quão</p><p>eficiente e efetiva a administração da entidade (e seu conselho de administração) têm</p><p>cumprido com suas responsabilidades, no uso dos recursos disponíveis da entidade. Os</p><p>Relatórios contábil-financeiros de propósito geral devem fornecer informação da posição</p><p>patrimonial e recursos econômicos da entidade, e também fornecem informação sobre os</p><p>efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade que</p><p>reporta a informação e reivindicações contra ela. Ambos os tipos de informação fornecem</p><p>dados de entrada úteis para decisões ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade.</p><p>As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos</p><p>em geral, independente de suas finalidades. Governos, órgãos reguladores ou autoridades</p><p>tributárias podem determinar especificamente exigências para atender a seus próprios</p><p>interesses, como, a exigência de elaboração do Livro de Apuração do Lucro Real fiscal para</p><p>fins de tributação. Porém, essas exigências não devem afetar as demonstrações contábeis</p><p>elaboradas dentro dos parâmetros da Estrutura Conceitual, porque as demonstrações</p><p>contábeis elaboradas dentro do que prescreve a Estrutura Conceitual têm por objetivo</p><p>fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisões econômicas e</p><p>avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender</p><p>finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários.</p><p>Demonstrações contábeis elaboradas com este objetivo atendem às necessidades</p><p>comuns da maioria dos usuários dos relatórios contábeis, uma vez que quase todos eles</p><p>utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como</p><p>estão anunciadas na EC como:</p><p> decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais;</p><p> avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha</p><p>sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de</p><p>6 Demonstrações contábeis de propósito geral (referidas simplesmente como demonstrações</p><p>contábeis) são aquelas cujo propósito reside no atendimento das necessidades informacionais de</p><p>usuários externos que não se encontram em condições de requerer relatórios especificamente</p><p>planejados para atender às suas necessidades peculiares (NBC TG 26R2).</p><p>43</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>contas;</p><p> avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-</p><p>lhes outros benefícios;</p><p> avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros</p><p>emprestados à entidade;</p><p> determinar políticas tributárias;</p><p> determinar a distribuição de lucros e dividendos;</p><p> elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou</p><p> regulamentar as atividades das entidades.</p><p>As demonstrações contábeis (DC) são elaboradas conforme o modelo baseado no</p><p>custo histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal.</p><p>Outros modelos e conceitos podem ser considerados mais apropriados para atingir o</p><p>objetivo de proporcionar informações que sejam úteis para tomada de decisões econômicas,</p><p>embora não haja consenso nesse sentido. A Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma</p><p>a ser aplicável a uma gama de modelos contábeis e conceitos de capital e sua manutenção,</p><p>por esta razão deve ser utilizada na preparação das DC de quaisquer entidades.</p><p>É importante ressaltar que nos casos em que houver um conflito entre a Estrutura</p><p>Conceitual e uma IFRS específica, essa última deve prevalecer sobre os requisitos da</p><p>Estrutura Conceitual. A estrutura conceitual define o foco das demonstrações elaboradas</p><p>com base nas normas emanadas do IFRS para investidores e credores. Outros tipos de</p><p>usuários, apesar de poderem se utilizar dessas informações, não constituem seu foco</p><p>específico.</p><p>O item OB7 da Res. n. 1.374/2011 explica que Relatórios contábil-financeiros de</p><p>propósito geral não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a</p><p>informação; a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por</p><p>empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade</p><p>que reporta a informação.</p><p>Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de</p><p>caixa futuros, investidores existentes e em potencial, credores por</p><p>empréstimo e outros credores necessitam de informação acerca de recursos</p><p>da entidade, reivindicações contra a entidade, e o quão eficiente e</p><p>efetivamente a administração da entidade e seu conselho de administração</p><p>têm cumprido com suas responsabilidades no uso dos recursos da entidade.</p><p>Exemplos de referidas responsabilidades incluem a proteção de recursos da</p><p>entidade de efeitos desfavoráveis advindos de fatos econômicos, como, por</p><p>exemplo, mudanças de preço e de tecnologia, e a garantia de que a</p><p>entidade tem cumprido as leis, com a regulação e com as disposições</p><p>contratuais vigentes. Informações sobre a aprovação do cumprimento de</p><p>suas responsabilidades são também úteis para decisões a serem tomadas</p><p>por investidores existentes, credores por empréstimo e outros que tenham</p><p>44</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>o direito de votar ou de outro modo exerçam influência nos atos praticados</p><p>pela administração.</p><p>A Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral NBC TG - ESTRUTURA</p><p>CONCEITUAL- estabelece no item QC32 que: “Relatórios contábil-financeiros são elaborados</p><p>para usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e</p><p>que revisem e analisem a informação diligentemente”. Dessa forma, a avaliação deve levar</p><p>em conta como se espera que os usuários, com seus respectivos atributos, sejam</p><p>influenciados na tomada de decisão econômica.</p><p>As demonstrações contábeis preparadas pelo regime de competência</p><p>informam aos usuários não somente sobre transações passadas envolvendo</p><p>o pagamento e recebimento de caixa ou outros recursos financeiros, mas</p><p>também sobre obrigações de pagamento no futuro e sobre recursos que</p><p>serão recebidos no futuro. Dessa forma, apresentam informações sobre</p><p>transações passadas e outros eventos que sejam as mais úteis aos usuários</p><p>na tomada de decisões econômicas (FIPECAFI, 2010, p. 37).</p><p>O regime de competência (lembrando que a estrutura conceitual não trata de</p><p>“princípios”) proporciona uma visão clara dos efeitos que as transações e circunstâncias têm</p><p>sobre os recursos econômicos da entidade, nos períodos em que esses efeitos são</p><p>produzidos, mesmo que os recebimentos e pagamentos referentes ocorram em períodos</p><p>distintos. Esse regime fornece uma base de avaliação da performance passada e permite a</p><p>previsão da performance futura da entidade melhores do que aquelas informações</p><p>puramente baseadas em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo</p><p>período. Sem a adoção do regime de competência é praticamente impossível verificar a</p><p>capacidade de geração futura de caixa.</p><p>3.1 As características qualitativas da informação contábil financeira útil</p><p>Para a Fipecafi (2010, p. 37), “As características qualitativas são os atributos que</p><p>tornam as demonstrações financeiras úteis para os usuários”. Para que as informações</p><p>constantes nos relatórios contábil-financeiros (RCF) de propósito geral sejam úteis aos</p><p>investidores, elas precisam ser capaz de influenciar na decisão dos usuários. Assim, as</p><p>características qualitativas são atributos fundamentais para que as informações atinjam o</p><p>objetivo definido anteriormente. Tais características qualitativas são divididas em dois</p><p>grupos, as fundamentais e as de melhoria.</p><p>As características qualitativas fundamentais devem sempre existir,</p><p>concomitantemente, não podendo ser ignorada nenhuma delas, então as relevância e</p><p>45</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>representação fidedigna que são as características fundamentais devem sempre existir</p><p>nos RCF de forma simultânea.</p><p>No item QC6 ao QC 10 trata da relevância e conceitua como informação contábil</p><p>financeira relevante aquela capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas</p><p>pelos usuários, especialmente se possuir valor preditivo, confirmatório ou ambos.</p><p>A informação contábil financeira não precisa ser uma predição ou uma projeção</p><p>para possuir valor preditivo. Basta que ela possa ser utilizada pelos usuários em processos</p><p>que visam predizer futuros resultados, ou seja, a informação contábil financeira com valor</p><p>preditivo é empregada pelos usuários ao fazerem suas próprias predições.</p><p>Assim, o objetivo da informação contábil financeira não é fornecer previsões sobre</p><p>o fluxo de caixa futuro nem sobre o valor da empresa, mas sim fornecer subsídios para que</p><p>eles sejam apurados. Quanto ao valor confirmatório, ele existe se a informação servir de</p><p>feedback para avaliações prévias, no intuito de confirmá-las ou alterá-las. A informação que</p><p>tem valor preditivo muitas vezes também tem valor confirmatório. Por exemplo, a</p><p>informação sobre receita para o ano corrente, a qual pode ser utilizada como base para</p><p>predizer receitas para anos futuros, também pode ser comparada com predições de receita</p><p>para o ano corrente que foram feitas nos anos anteriores. Os resultados dessas</p><p>comparações podem auxiliar os usuários a corrigirem e melhorarem os processos que foram</p><p>utilizados para fazer tais predições.</p><p>No item QC 11 trata da Materialidade, que não é por si só, uma característica</p><p>qualitativa fundamental, mas uma especificidade da relevância. A informação é material se a</p><p>sua omissão ou sua divulgação distorcida puder influenciar nas decisões dos usuários. Em</p><p>outras palavras, a materialidade é um aspecto específico da relevância baseado na natureza</p><p>ou na magnitude, ou em ambos, dos itens do relatório contábil financeiro. A avaliação da</p><p>relevância de uma informação não pode estar exclusivamente atrelada à sua materialidade,</p><p>à magnitude do número referente a essa informação, mas deve considerar sua natureza e</p><p>conteúdo informacional. A magnitude de um número pode não ser grande, mas sua</p><p>natureza pode trazer relevantes entendimentos.</p><p>Dica de Aprofundamento</p><p>Assista ao vídeo: Representação Fidedigna, com Eliseu Martins. Disponível em:</p><p><Representação Fidedigna pelo Prof. Eliseu Martins - YouTube>. Acesso em: 22 set.</p><p>2023.</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=CXlCrlzt0Jg</p><p>46</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>A Representação fidedigna está no Qc 12 a 16 e explica que para ser útil, a</p><p>informação além de ser relevante, deve representar fidedignamente as transações e,</p><p>consequentemente, a estrutura patrimonial e financeira e desempenho da entidade. E essa</p><p>representação fidedigna deve levar em conta a essência econômica dos fatos</p><p>representados, e não sua forma jurídica. Apesar de a essência sobre a forma ter sido</p><p>formalmente retirada da estrutura conceitual na sua última revisão, por ser considerada</p><p>redundante frente à existência da representação fidedigna, é importante ressaltar que ela é</p><p>condição si ne qua non para que a representação fidedigna seja alcançada.</p><p>Para alcançar a fidedignidade, a representação da realidade retratada precisa ser</p><p>completa, neutra e livre de erro. Para que ela seja completa, deve estar presente toda a</p><p>informação necessária para que o usuário compreenda o fenômeno retratado, incluindo</p><p>todas as descrições e explicações necessárias. Informação neutra não significa informação</p><p>sem propósito ou sem influência no comportamento dos usuários, pois isso é impossível de</p><p>ser alcançado, significa que a informação é desprovida de viés na sua seleção ou</p><p>apresentação. Um retrato da realidade econômica livre de erros significa inexistência de</p><p>erros ou omissões na informação e seu processo de obtenção que possam levar à sua</p><p>distorção e, portanto, não representação fidedigna da realidade. Nesse sentido, é</p><p>importante ressaltar que um retrato livre de erros não significa algo perfeitamente exato em</p><p>todos os aspectos.</p><p>A aplicação das características qualitativas fundamentais de acordo com a EC, o</p><p>processo mais eficiente e mais efetivo para aplicação das características qualitativas</p><p>fundamentais usualmente seria o que segue (sujeito aos efeitos das características de</p><p>melhoria e à restrição do custo, que não são considerados neste exemplo).</p><p>1) Primeiro, identificar o fenômeno econômico que tenha o potencial de ser útil para</p><p>os usuários da informação contábil financeira reportada pela entidade.</p><p>2) Segundo, identificar o tipo de informação sobre o fenômeno que seria mais</p><p>relevante se estivesse disponível e que poderia ser representado com fidedignidade.</p><p>3) Terceiro, determinar se a informação está disponível e pode ser representada com</p><p>fidedignidade. Dessa forma, o processo de satisfazer as características qualitativas</p><p>fundamentais chega ao seu fim.</p><p>4) Caso a informação não esteja disponível e/ou não possa ser representada com</p><p>fidedignidade, identificar a segunda informação mais relevante, voltando ao passo 2.</p><p>As características qualitativas de melhoria são características qualitativas que</p><p>melhoram a utilidade da informação relevante e que é representada com fidedignidade e</p><p>podem também auxiliar a determinar qual das duas alternativas que sejam consideradas</p><p>47</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>equivalentes em termos de relevância e fidedignidade de representação, deve ser usada</p><p>para retratar um fenômeno. A Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e</p><p>compreensibilidade são características qualitativas que melhoram a utilidade da</p><p>informação, que podem ser suprimidas caso seja necessário para garantir a existência das</p><p>características fundamentais.</p><p>A Comparabilidade está nos itens QC 20 a 25, considerando as necessidades dos</p><p>usuários quanto à tomada de decisões, por exemplo, vender ou manter um investimento,</p><p>ou investir em uma entidade ou outra, a informação será mais útil caso possa ser</p><p>comparada com informação similar sobre outras entidades e com informação similar sobre a</p><p>mesma entidade para outro período. Todavia, nem sempre a comparabilidade pode ser</p><p>cumprida. Por exemplo, em caso de adoção de novas políticas contábeis que melhorem a</p><p>representação fidedigna nem sempre é possível se recalcular as informações de períodos</p><p>anteriores, o que gera a impossibilidade de se ter comparabilidade das informações.</p><p>Todavia, a melhoria da representação fidedigna é hierarquicamente superior e deve ser</p><p>mantida mesmo que para isso deva abrir mão da comparabilidade, como aconteceu com o</p><p>processo de convergência das empresas brasileiras. Sempre que possível, ambas devem ser</p><p>mantidas.</p><p>Comparabilidade é a característica qualitativa que permite que os usuários</p><p>identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre</p><p>eles. Diferentemente de outras características qualitativas, a</p><p>comparabilidade não está relacionada com um único item. A comparação</p><p>requer no mínimo dois itens. Consistência, embora esteja relacionada</p><p>com a comparabilidade, não significa o mesmo. Consistência refere-se ao</p><p>uso dos mesmos métodos para os mesmos itens, tanto de um período para</p><p>outro considerando a mesma entidade que reporta a informação, quanto</p><p>para um único período entre entidades. Comparabilidade é o objetivo; a</p><p>consistência auxilia a alcançar esse objetivo. Comparabilidade não significa</p><p>uniformidade. Para que a informação seja comparável, coisas iguais</p><p>precisam parecer iguais e coisas diferentes precisam parecer diferentes. A</p><p>comparabilidade da informação contábil-financeira não é aprimorada ao se</p><p>fazer com que coisas diferentes pareçam iguais ou ainda ao se fazer coisas</p><p>iguais parecerem diferentes. Algum grau de comparabilidade é</p><p>possivelmente obtido por meio da satisfação das características qualitativas</p><p>fundamentais. A representação fidedigna de fenômeno econômico relevante</p><p>deve possuir naturalmente algum grau de comparabilidade com a</p><p>representação fidedigna de fenômeno econômico relevante similar de outra</p><p>entidade que reporta a informação (RES. CFC 1374/2011).</p><p>A Verificabilidade está nos QC26 a QC28 e a informação é verificável quando</p><p>diferentes observadores independentes, podem chegar a um consenso, embora não chegue</p><p>necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de uma realidade econômica em</p><p>particular ser uma representação fidedigna. A verificação pode ser direta ou indireta.</p><p>A verificabilidade ajuda a assegurar aos usuários que a informação</p><p>48</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>representa fidedignamente o fenômeno econômico que se propõe</p><p>representar. A verificabilidade significa que diferentes observadores,</p><p>cônscios e independentes, podem chegar a um consenso, embora não</p><p>cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao retrato de</p><p>uma realidade econômica em particular ser uma representação fidedigna.</p><p>Informação quantificável não necessita ser um único ponto estimado para</p><p>ser verificável. Uma faixa de possíveis montantes com suas probabilidades</p><p>respectivas pode também ser verificável. A verificação pode ser direta ou</p><p>indireta. Verificação direta significa verificar um montante ou outra</p><p>representação por meio de observação direta, como, por exemplo, por meio</p><p>da contagem de caixa. Verificação indireta significa checar os dados de</p><p>entrada do modelo, fórmula ou outra técnica e recalcular os resultados</p><p>obtidos por meio da aplicação da mesma metodologia. Um exemplo é a</p><p>verificação do valor contábil dos estoques por meio da checagem dos dados</p><p>de entrada (quantidades e custos) e por meio do recálculo do saldo final</p><p>dos estoques utilizando a mesma premissa adotada no fluxo do custo (por</p><p>exemplo, utilizando o método PEPS). Pode não ser possível verificar</p><p>algumas explicações e alguma informação contábil-financeira sobre o futuro</p><p>(forward-looking information) até que o período futuro seja totalmente</p><p>alcançado. Para ajudar os usuários a decidir se desejam usar dita</p><p>informação, é normalmente necessário divulgar as premissas subjacentes,</p><p>os métodos de obtenção da informação e outros fatores e circunstâncias</p><p>que suportam a informação (RES. CFC 1374/2011).</p><p>Tempestividade (QC29) significa ter informação disponível para tomadores de</p><p>decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Em geral, a informação mais</p><p>antiga é a que tem menos utilidade. Contudo, certa informação pode ter o seu atributo</p><p>tempestividade prolongado após o encerramento do período contábil, em decorrência de</p><p>alguns usuários, por exemplo, necessitarem identificar e avaliar tendências.</p><p>Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário</p><p>divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam</p><p>conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se</p><p>para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos</p><p>se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém</p><p>de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar</p><p>decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância</p><p>e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor</p><p>forma para atender as necessidades do processo de decisão econômica dos</p><p>usuários” (FIPECAFI, 2010, p. 40).</p><p>Compreensibilidade (QC 30 a QC 32) - Classificar, caracterizar e apresentar a</p><p>informação com clareza e concisão torna-a compreensível. Certos fenômenos são</p><p>inerentemente complexos e não podem ser facilmente compreendidos. A exclusão de</p><p>informações sobre esses fenômenos dos relatórios contábil-financeiros pode tornar a</p><p>informação constante em referidos relatórios mais facilmente compreendida. Contudo,</p><p>referidos relatórios seriam considerados incompletos e potencialmente distorcidos</p><p>(misleading). Relatórios contábil-financeiros são elaborados para usuários que têm</p><p>conhecimento razoável de negócios e de atividades econômicas e que revisem e analisem a</p><p>49</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>informação diligentemente. Por vezes, mesmo os usuários bem informados e diligentes</p><p>podem sentir a necessidade de procurar ajuda de consultor para compreensão da</p><p>informação sobre um fenômeno econômico complexo.</p><p>As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa</p><p>que a entidade está em atividade, e irá manter-se em operação por um futuro previsível. E,</p><p>de novo aqui, não se refere à continuidade como um “princípio”, mas como premissa.</p><p>A premissa de continuidade também é conhecida como “entidade em marcha” ou</p><p>ainda “going concern”, e parte-se do pressuposto de que a entidade não tem intenção, nem</p><p>necessidade, de entrar liquidação ou de reduzir materialmente a escala de suas operações.</p><p>Por outro lado, se essa intenção ou necessidade existir, as demonstrações contábeis podem</p><p>ter que ser elaboradas em bases diferentes como pelo regime de caixa e, nesse caso, a</p><p>base de elaboração utilizada deve ser divulgada.</p><p>Para atingir os objetivos a que se propôs, a estrutura conceitual destaca quais as</p><p>características qualitativas que devem permear as demonstrações contábil-financeiras de</p><p>propósito geral. Entre estas características estão as características qualitativas</p><p>fundamentais que são a característica da relevância da informação</p><p>e a característica da</p><p>representação fidedigna dos eventos econômicos que impactam o patrimônio das entidades;</p><p>e as características qualitativas de melhoria que permitam a Comparabilidade,</p><p>verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade dos relatórios contábeis financeiros.</p><p>Entretanto no item OB6 a norma salienta que o:</p><p>[...] relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não</p><p>podem atender a todas as informações de que investidores, credores por</p><p>empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses</p><p>usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como,</p><p>por exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos</p><p>e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a</p><p>entidade (RES. CFC 1374/2011).</p><p>Como o Brasil é um país baseado na lei, e governos, órgãos reguladores ou</p><p>autoridades tributárias podem determinar especificamente exigências para atender a seus</p><p>próprios interesses. Então, em função das políticas contábeis, no Brasil, vamos comparar o</p><p>que versa a Lei n. 6404/1976 que dispõe sobre as sociedades por ações, texto atualizado</p><p>pelas leis n. 11.638/2007 e n. 11.941/2009, sobre a estrutura e apresentação dos relatórios</p><p>contábil-financeiros com a NBC TG que versa sobre os mesmos relatórios. Na seção II sobre</p><p>demonstrações financeiras, a legislação informa quais relatórios são de elaboração e</p><p>publicação obrigatória e em qual o período deve ser elaborado.</p><p>O caput do artigo 176 da Lei n. 6.404/1976, define quando a entidade que reporta</p><p>a informação deve elaborá-la explicitando que “ao fim de cada exercício social, a diretoria</p><p>50</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes</p><p>demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da</p><p>companhia e as mutações ocorridas no exercício”</p><p>I - balanço patrimonial (BP);</p><p>II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados (DLPA);</p><p>III - demonstração do resultado do exercício (DRE); e</p><p>IV – demonstração dos fluxos de caixa (DFC); e (Redação dada pela Lei nº</p><p>11.638,de 2007)</p><p>V – se companhia aberta, demonstração do valor adicionado (DVA).</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)</p><p>E, no § 5o do artigo 176 da Lei n. 6.404/1976, ainda inclui as notas explicativas</p><p>(NE), que são obrigatórias em todas as publicações e para quaisquer tipos de entidades.</p><p>Porém, as notas explicativas precisam ser construídas de forma clara, objetiva e que</p><p>contenham informações relevantes e necessárias. Os três primeiros relatórios e as NE são</p><p>obrigatórios para todas as empresas, independentemente de seu porte.</p><p>Na NBC TG 26 (R27) - apresentação das demonstrações contábeis, prevê o</p><p>conjunto completo de demonstrações contábeis e estas são mais abrangentes que a lei</p><p>6404/1976. Compare.</p><p>a) balanço patrimonial (BP) ao final do período;</p><p>b) demonstração do resultado (DRE) do período;</p><p>c) demonstração do resultado abrangente do período;</p><p>d) demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL) do período; e nesta</p><p>demonstração inclui a DLPA.</p><p>e) demonstração dos fluxos de caixa (DFC) do período; conforme NBC TG 03</p><p>Demonstração de Fluxo de Caixa.</p><p>f) demonstração do valor adicionado (DVA) do período, conforme NBC TG 09 –</p><p>Demonstração do Valor Adicionado, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou</p><p>mesmo se apresentada voluntariamente;</p><p>g) notas explicativas (NE), compreendendo um resumo das políticas contábeis</p><p>significativas e outras informações explanatórias;</p><p>h) informações comparativas com o período anterior, conforme especificado nos</p><p>itens 38 e 38ª da NBC TG 26.</p><p>7 A letra R mais o número que identifica sua alteração (R1, R2, R3, ...) foram adicionados à sigla da</p><p>norma para identificarem o número da consolidação e facilitarem a pesquisa no site do CFC. A citação</p><p>desta norma em outras normas é identificada pela sua sigla sem referência a R1, R2, R3, pois essas</p><p>referências são sempre da norma em vigor, para que, em cada alteração da norma, não haja</p><p>necessidade de se ajustarem as citações em outras normas.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>51</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>i) balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente</p><p>apresentado, quando a entidade aplica uma política contábil retrospectivamente ou procede</p><p>à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando procede à</p><p>reclassificação de itens de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens 40A a 40D</p><p>da NBC TG 26.</p><p>Os cinco relatórios e as NE previsto no artigo 176 da Lei n. 6404/1976, são</p><p>obrigatórios para empresas de grande porte e as sociedades anônimas o § 6o identifica</p><p>quem está isento da elaboração da DFC “a companhia fechada com patrimônio líquido, na</p><p>data do balanço, inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais) não será obrigada à</p><p>elaboração e publicação da demonstração dos fluxos de caixa. (Redação dada pela Lei n.</p><p>11.638,de 2007).</p><p>O conjunto completo das demonstrações contábeis deve ser apresentado pelas</p><p>entidades em geral. O artigo 176 da Lei n. 6.404/1976 é extenso e necessário seu</p><p>conhecimento por parte do empresário e também do contador Vamos transcrever e</p><p>comentar alguns itens deste artigo.</p><p>Para permitir a comparabilidade o texto legal no § 1º deste mesmo artigo (176)</p><p>normatiza que “as demonstrações de cada exercício serão publicadas com a indicação dos</p><p>valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior”. Isto implica dizer que na</p><p>publicação dos relatórios contábeis financeiros devem aparecer os dados dos dois últimos</p><p>anos no mínimo. Do § 2º ao § 4º temos que:</p><p>§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser agrupadas; os</p><p>pequenos saldos poderão ser agregados, desde que indicada a sua</p><p>natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do respectivo grupo</p><p>de contas; mas é vedada a utilização de designações genéricas, como</p><p>"diversas contas" ou "contas-correntes". § 3º As demonstrações financeiras</p><p>registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da</p><p>administração, no pressuposto de sua aprovação pela assembleia-geral. §</p><p>4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas e outros</p><p>quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para</p><p>esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício.</p><p>O § 5o versa sobre as notas explicativas, que são obrigatórias em todas as</p><p>publicações e fazem parte dos relatórios obrigatórios.</p><p>§ 5o As notas explicativas devem: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de</p><p>2009) I – apresentar informações sobre a base de preparação das</p><p>demonstrações financeiras e das práticas contábeis específicas selecionadas</p><p>e aplicadas para negócios e eventos significativos; (Incluído pela Lei nº</p><p>11.941, de 2009) II – divulgar as informações exigidas pelas práticas</p><p>contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhuma</p><p>outra parte das demonstrações financeiras; (Incluído pela Lei nº 11.941, de</p><p>2009) III – fornecer informações adicionais não indicadas nas próprias</p><p>demonstrações financeiras e consideradas necessárias para uma</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>52</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>apresentação adequada; e (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) IV –</p><p>indicar: (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) a) os principais critérios de</p><p>avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos</p><p>de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para</p><p>encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na</p><p>realização de elementos do ativo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) b)</p><p>os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247,</p><p>parágrafo único); (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) c) o aumento de</p><p>valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações (art. 182, § 3o );</p><p>(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) d) os ônus reais constituídos sobre</p><p>elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras</p><p>responsabilidades eventuais ou contingentes; (Incluído pela Lei nº 11.941,</p><p>de 2009) e) a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias das</p><p>obrigações a longo prazo; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) f) o</p><p>número, espécies e classes das ações do capital social; (Incluído pela Lei nº</p><p>11.941, de 2009) g) as opções de compra de ações outorgadas e exercidas</p><p>no exercício; (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) h) os ajustes de</p><p>exercícios anteriores (art. 186, § 1o); e (Incluído pela Lei n. 11.941, de</p><p>2009)i) os eventos subsequentes à data de encerramento do exercício que</p><p>tenham, ou possam vir a ter, efeito relevante sobre a situação financeira e</p><p>os resultados futuros da companhia. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009)</p><p>As notas explicativas foram totalmente alteradas pela Lei 11.941/2009, de modo a</p><p>facilitar a divulgação de informações relevantes e necessárias.</p><p>Na NBC TG 26 as notas explicativas contêm informação adicional em relação à</p><p>apresentada nas demonstrações contábeis. As notas explicativas oferecem descrições</p><p>narrativas ou segregações e aberturas de itens divulgados nessas demonstrações e</p><p>informação acerca de itens que não se enquadram nos critérios de reconhecimento nas</p><p>demonstrações contábeis. E define as demonstrações contábeis como:</p><p>[...] uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e</p><p>do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o</p><p>de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do</p><p>desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande</p><p>número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.</p><p>As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da</p><p>atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na</p><p>gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a</p><p>esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da</p><p>entidade acerca do seguinte: ativos; passivos; patrimônio líquido; receitas e</p><p>despesas, incluindo ganhos e perdas; alterações no capital próprio</p><p>mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; e fluxos de</p><p>caixa. Essas informações, juntamente com outras informações constantes</p><p>das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis na</p><p>previsão dos futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e</p><p>o grau de certeza de sua geração.</p><p>Em relação ao artigo 177 versa sobre a escrituração contábil e explica que:</p><p>[...] A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes,</p><p>com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos</p><p>princípios de contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos</p><p>ou critérios contábeis uniformes no tempo e registrar as mutações</p><p>patrimoniais segundo o regime de competência.§ 1º As demonstrações</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>53</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios</p><p>contábeis, de efeitos relevantes, deverão indicá-la em nota e ressaltar esses</p><p>efeitos.§ 2o A companhia observará exclusivamente em livros ou registros</p><p>auxiliares, sem qualquer modificação da escrituração mercantil e das</p><p>demonstrações reguladas nesta Lei, as disposições da lei tributária, ou de</p><p>legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que</p><p>prescrevam, conduzam ou incentivem a utilização de métodos ou critérios</p><p>contábeis diferentes ou determinem registros, lançamentos ou ajustes ou a</p><p>elaboração de outras demonstrações financeiras. (Redação dada pela Lei nº</p><p>11.941, de 2009) § 3o As demonstrações financeiras das companhias</p><p>abertas observarão, ainda, as normas expedidas pela Comissão de Valores</p><p>Mobiliários e serão obrigatoriamente submetidas a auditoria por auditores</p><p>independentes nela registrados. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de</p><p>2009) § 4º As demonstrações financeiras serão assinadas pelos</p><p>administradores e por contabilistas legalmente habilitados. § 5o As normas</p><p>expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que se refere o § 3o deste</p><p>artigo deverão ser elaboradas em consonância com os padrões</p><p>internacionais de contabilidade adotados nos principais mercados de valores</p><p>mobiliários. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007) § 6o As companhias</p><p>fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações</p><p>financeiras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários para as</p><p>companhias abertas. (Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)</p><p>Percebe-se que no Brasil, hoje, a contabilidade atende à legislação doméstica e à</p><p>supranacional em função do processo de convergência às normas do IASB. O IFRS, e as leis</p><p>n. 11.638/2007 e n. 11.941/2009 estão em evidência nos artigos 176 e 177 da Lei n.</p><p>6.404/1976, pois alteraram a redação destes artigos.</p><p>As demonstrações contábeis devem representar apropriadamente a posição</p><p>financeira e patrimonial da empresa, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade. Para</p><p>apresentação adequada, é necessária a representação fidedigna dos efeitos das transações,</p><p>outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para</p><p>ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na Estrutura Conceitual para</p><p>Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro. Presume-se que a aplicação das</p><p>normas, interpretações e comunicados técnicos, com divulgação adicional quando</p><p>necessária, resulta em demonstrações contábeis que se enquadram como representação</p><p>apropriada.</p><p>Os tópicos abordados a seguir se referem ao capítulo 4 da estrutura conceitual que</p><p>está sendo revisada pelo IASB, e pode acolher alguns itens da NBC TG 26 referentes às</p><p>demonstrações contábeis. Como são conceitos importantes a respeito dos elementos da</p><p>demonstração contábil financeira, e conceitos universais que provavelmente pouco será</p><p>alterado, mas pode acolher outros elementos referentes às tecnologias do e-commerce.</p><p>Vamos rever os elementos das demonstrações</p><p>contábil-financeiras e o conceito dos</p><p>elementos que constituem as DCF.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L11941.htm#art37</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.htm#art1</p><p>54</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>3.2 Elementos representativos das demonstrações contábeis financeiras</p><p>Os elementos diretamente relacionados à mensuração da posição patrimonial e</p><p>financeira no balanço patrimonial são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Os</p><p>elementos diretamente relacionados com a mensuração do desempenho na demonstração</p><p>do resultado são as receitas e as despesas. A demonstração das mutações na posição</p><p>financeira usualmente reflete os elementos da demonstração do resultado e as alterações</p><p>nos elementos do balanço patrimonial. É importante identificar se os elementos se</p><p>enquadram na definição de ativos, passivos e patrimônio líquido e se atentar, no</p><p>reconhecimento a essencia e realidade econômica e estes podem ser classificados por sua</p><p>natureza ou função nos negócios da entidade, a fim de mostrar as informações da maneira</p><p>mais útil aos usuários para fins de tomada de decisões econômicas.</p><p>Os elementos diretamente relacionados com a mensuração da posição patrimonial</p><p>e financeira são os ativos, os passivos e o patrimônio líquido. Estes são definidos como</p><p>segue:</p><p>a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados</p><p>e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.</p><p>b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados,</p><p>cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar</p><p>benefícios econômicos.</p><p>c) Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de</p><p>deduzidos todos os seus passivos.</p><p>Ao avaliar se um item se enquadra na definição de ativo, passivo ou patrimônio</p><p>líquido, deve-se atentar para a sua essência subjacente e realidade econômica e não apenas</p><p>para sua forma legal.</p><p>Um Ativo é definido como um recurso controlado pela entidade como resultado de</p><p>eventos passados e dos quais se espera que fluam benefícios econômicos para a entidade.</p><p>O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em contribuir, direta</p><p>ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a entidade. Tal</p><p>potencial pode ser produtivo, quando o recurso for parte integrante das atividades</p><p>operacionais da entidade. Pode também ter a forma de conversibilidade em caixa ou</p><p>equivalentes de caixa ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso</p><p>de processo industrial alternativo que reduza os custos de produção.</p><p>A entidade geralmente emprega os seus ativos na produção de bens ou na</p><p>prestação de serviços capazes de satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores.</p><p>55</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Tendo em vista que esses bens ou serviços podem satisfazer esses desejos ou</p><p>necessidades, os consumidores se predispõem a pagar por eles e a contribuir assim para o</p><p>fluxo de caixa da entidade. O caixa por si só rende serviços para a entidade, visto que</p><p>exerce um comando sobre os demais recursos.</p><p>Os benefícios econômicos futuros incorporados a um ativo podem fluir para a</p><p>entidade de diversas maneiras. Por exemplo, o ativo pode ser:</p><p>a) Usado isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou</p><p>na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade;</p><p>b) trocado por outros ativos;</p><p>c) usado para liquidar um passivo; ou</p><p>d) distribuído aos proprietários da entidade.</p><p>Muitos ativos, como, por exemplo, itens do imobilizado têm forma física.</p><p>Entretanto, a forma física não é essencial para a existência de ativo8. As patentes e os</p><p>direitos autorais, por exemplo, são ativos intangíveis sem forma física dos quais se espera</p><p>que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e caso eles sejam por ela</p><p>controlados.</p><p>Outros ativos como contas a receber e imóveis, estão associados a direitos legais,</p><p>incluindo o direito de propriedade. Ao determinar a existência do ativo, o direito de</p><p>propriedade não é essencial. Um imóvel objeto de arrendamento mercantil será um ativo,</p><p>caso a entidade controle os benefícios econômicos que são esperados que fluam da</p><p>propriedade. Embora a capacidade de a entidade controlar os benefícios econômicos</p><p>normalmente resulte da existência de direitos legais, o item pode, contudo, satisfazer à</p><p>definição de ativo mesmo quando não houver controle legal9. Por exemplo, o conhecimento</p><p>(know-how) obtido por meio da atividade de desenvolvimento de produto pode satisfazer à</p><p>definição de ativo quando, mantendo esse conhecimento (know-how) em segredo, a</p><p>entidade controla os benefícios econômicos que são esperados que fluam desse ativo.</p><p>Os ativos da entidade resultam de transações passadas ou de outros</p><p>eventos passados. As entidades normalmente obtêm ativos por meio de sua</p><p>compra ou produção, mas outras transações ou eventos podem gerar</p><p>ativos. Por exemplo, um imóvel recebido de ente governamental como</p><p>parte de programa para fomentar o crescimento econômico de dada região</p><p>ou a descoberta de jazidas minerais. Transações ou eventos previstos para</p><p>ocorrer no futuro não dão origem, por si só, ao surgimento de ativos. Desse</p><p>8 A essência de um ativo é a existência de benefícios econômicos futuros. Sem eles não há ativo</p><p>mesmo que o recurso exista fisicamente.</p><p>9 O direito de propriedade não é uma condição sine qua non para o reconhecimento de um ativo. O</p><p>caso de um ativo decorrente de um contrato de arrendamento financeiro (leasing financeiro) que é</p><p>contabilizado pelo arrendatário, apesar do título legal permanecer com o arrendador é um exemplo</p><p>clássico de essência sobre a forma na aplicação das novas normas contábeis.</p><p>56</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>modo, por exemplo, a intenção de adquirir estoques não atende, por si só,</p><p>à definição de ativo. Há uma forte associação entre incorrer em gastos e</p><p>gerar ativos, mas ambas as atividades não são necessariamente</p><p>indissociáveis. Assim, o fato de a entidade ter incorrido em gasto pode</p><p>fornecer uma evidência de busca por futuros benefícios econômicos, mas</p><p>não é prova conclusiva de que um item que satisfaça à definição de ativo</p><p>tenha sido obtido. De modo análogo, a ausência de gasto relacionado não</p><p>impede que um item satisfaça à definição de ativo e se qualifique para</p><p>reconhecimento no balanço patrimonial. Por exemplo, itens que foram</p><p>doados à entidade podem satisfazer à definição de ativo (RES. CFC</p><p>1374/2011).</p><p>Um Passivo10 é definido como uma obrigação presente da entidade derivada de</p><p>eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da entidade</p><p>capazes de gerar benefícios economicos.</p><p>Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma</p><p>dada tarefa de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em</p><p>consequência de contrato ou de exigências estatutárias. Esse é normalmente o caso, por</p><p>exemplo, das contas a pagar por bens e serviços recebidos. Entretanto, obrigações surgem</p><p>também de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo de manter boas</p><p>relações comerciais ou agir de maneira equitativa. Desse modo, se, por exemplo, a entidade</p><p>que decida, por questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus</p><p>produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois da expiração</p><p>do período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos</p><p>constituem passivos.</p><p>Deve-se fazer uma distinção entre obrigação presente e compromisso futuro. A</p><p>decisão da administração de uma entidade para adquirir ativos no futuro não dá origem, por</p><p>si só, a uma obrigação presente. A obrigação normalmente surge somente quando um ativo</p><p>é entregue ou a entidade ingressa em acordo irrevogável para adquirir o ativo.</p><p>A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica a utilização, pela</p><p>entidade, de recursos incorporados de benefícios econômicos a fim de satisfazer a demanda</p><p>da outra parte. A liquidação de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras,</p><p>como, por exemplo, por meio de:</p><p>a) pagamento em caixa;</p><p>b) transferência de outros ativos;</p><p>c) prestação de serviços;</p><p>d) substituição da obrigação por outra; ou</p><p>e) conversão da obrigação em item do patrimônio líquido.</p><p>10 Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha uma obrigação</p><p>presente.</p><p>57</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>A obrigação pode também ser extinta por outros meios, tais como pela renúncia do</p><p>credor ou pela perda dos seus direitos.</p><p>Passivos resultam de transações ou outros eventos passados. Assim, por exemplo,</p><p>a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a contas a pagar (a não ser que pagos</p><p>adiantadamente ou na entrega) e o recebimento de empréstimo bancário resulta na</p><p>obrigação de honrá-lo no vencimento. A entidade também pode ter a necessidade de</p><p>reconhecer como passivo os futuros abatimentos baseados no volume das compras anuais</p><p>dos clientes. Nesse caso, a venda de bens no passado é a transação que dá origem ao</p><p>passivo. O passivo possui característica que os diferenciam das reservas de contingência,</p><p>por exemplo, que são lucros retidos para eventos que podem ainda vir a eventualmente</p><p>ocorrer no futuro.</p><p>Alguns passivos somente podem ser mensurados por meio do emprego de</p><p>significativo grau de estimativa. No Brasil, denominam-se esses passivos de provisões. A</p><p>definição de passivo, constante do item 4.4, segue uma abordagem ampla. Desse modo,</p><p>caso a provisão envolva uma obrigação presente e satisfaça os demais critérios da</p><p>definição, ela é um passivo, ainda que seu montante tenha que ser estimado. Exemplos</p><p>concretos incluem provisões para pagamentos a serem feitos para satisfazer acordos com</p><p>garantias em vigor e provisões para fazer face a obrigações de aposentadoria.</p><p>O Patrimônio líquido é definido como sendo o interesse residual nos ativos da</p><p>entidade depois de deduzidos todos os seus passivos. Como é um valor residual, é</p><p>apresentado no balanço patrimonial levando-se em conta a mensuração dos ativos e</p><p>passivos. É importante ressaltar que o patrimônio líquido não representa o valor de uma</p><p>entidade, ou o valor pela qual ela deva ser negociada. Caso isso venha a ocorrer, é somente</p><p>por coincidência. Embora o patrimônio líquido seja definido no item 4.4 como algo residual,</p><p>ele pode ter subclassificações no balanço patrimonial. Por exemplo, na sociedade por ações,</p><p>recursos aportados pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e reservas</p><p>representando ajustes para manutenção do capital podem ser demonstrados</p><p>separadamente. Tais classificações podem ser relevantes para a tomada de decisão dos</p><p>usuários das demonstrações contábeis quando indicarem restrições legais ou de outra</p><p>natureza sobre a capacidade que a entidade tem de distribuir ou aplicar de outra forma os</p><p>seus recursos patrimoniais.</p><p>3.3 Elementos representativos de Performance</p><p>O resultado é frequentemente utilizado como medida de performance ou como</p><p>base para outras medidas, tais como o retorno do investimento ou o resultado por ação. Os</p><p>58</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>elementos diretamente relacionados com a mensuração do resultado são as receitas e as</p><p>despesas. O reconhecimento e a mensuração das receitas e despesas e, consequentemente,</p><p>do resultado, dependem em parte dos conceitos de capital e de manutenção de capital</p><p>adotados pela entidade na elaboração de suas demonstrações contábeis.</p><p>Os elementos de receitas e despesas são definidos como:</p><p>1. Receitas - são aumentos nos benefícios econômicos durante o período contábil,</p><p>sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou diminuição de passivos,</p><p>que resultam em aumentos do patrimônio líquido, e que não estejam relacionados com a</p><p>contribuição dos detentores dos instrumentos patrimoniais.</p><p>A definição de receita abrange tanto receitas propriamente ditas quanto ganhos. A</p><p>receita surge no curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade</p><p>de nomes, tais como vendas, honorários, juros, dividendos, royalties, aluguéis.</p><p>Ganhos representam outros itens que se enquadram na definição de receita e</p><p>podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando aumentos</p><p>nos benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza, das receitas.</p><p>Consequentemente, não são considerados como elemento separado nesta Estrutura</p><p>Conceitual.</p><p>2. Despesas - são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período</p><p>contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou assunção de</p><p>passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido, e que não estejam</p><p>relacionados com distribuições aos detentores dos instrumentos patrimoniais. A definição de</p><p>despesas abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem no</p><p>curso das atividades usuais da entidade. As despesas que surgem no curso das atividades</p><p>usuais da entidade incluem, por exemplo, o custo das vendas, salários e depreciação.</p><p>Geralmente, tomam a forma de desembolso ou redução de ativos como caixa e equivalentes</p><p>de caixa, estoques e ativo imobilizado.</p><p>Perdas representam outros itens que se enquadram na definição de despesas e</p><p>podem ou não surgir no curso das atividades usuais da entidade, representando</p><p>decréscimos nos benefícios econômicos e, como tais, não diferem, em natureza, das demais</p><p>despesas. Consequentemente, não são consideradas como elemento separado nesta</p><p>Estrutura Conceitual.</p><p>Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de sinistros como incêndio e</p><p>inundações, assim como as que decorrem da venda de ativos não circulantes. A definição</p><p>de despesas também inclui as perdas não realizadas. Por exemplo, as que surgem dos</p><p>efeitos dos aumentos na taxa de câmbio de moeda estrangeira com relação aos</p><p>empréstimos da entidade a pagar em tal moeda. Quando as perdas são reconhecidas na</p><p>59</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>demonstração do resultado, elas são geralmente demonstradas separadamente, pois sua</p><p>divulgação é útil para fins de tomada de decisões econômicas. As perdas são, em regra,</p><p>reportadas líquidas das respectivas receitas.</p><p>As receitas e as despesas podem ser apresentadas na demonstração do resultado</p><p>de diferentes maneiras, de modo a serem prestadas informações relevantes para a tomada</p><p>de decisões econômicas. Por exemplo, é prática comum distinguir os itens de receitas e</p><p>despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade daqueles que não surgem.</p><p>Essa distinção é feita considerando que a origem de um item é relevante para a avaliação</p><p>da capacidade que a entidade tem de gerar caixa ou equivalentes de caixa no futuro. Por</p><p>exemplo, atividades incidentais como a venda de um investimento de longo prazo são</p><p>improváveis de voltarem a ocorrer em base regular. Quando da distinção dos itens dessa</p><p>forma, deve-se levar em conta a natureza da entidade e suas operações. Itens que resultam</p><p>das atividades usuais de uma entidade podem não ser usuais em outras entidades.</p><p>A distinção entre itens de receitas e de despesas e a sua combinação de diferentes</p><p>maneiras também permitem demonstrar várias formas de medir a performance da entidade,</p><p>com maior ou menor grau de abrangência dos itens. Por exemplo, a demonstração do</p><p>resultado pode apresentar</p><p>pois a aprendizagem é processual.</p><p>Para que se possa atingir o objetivo da avaliação formativa, é necessário que as</p><p>atividades sejam realizadas criteriosamente, atendendo ao que se pede e tentando sempre</p><p>exemplificar e argumentar, procurando relacionar a teoria estudada com a prática.</p><p>As atividades devem ser enviadas dentro do prazo estabelecido no calendário de</p><p>cada disciplina.</p><p>Critérios para composição da Média Semestral:</p><p>Para compor a Média Semestral da disciplina, leva-se em conta o desempenho</p><p>atingido na avaliação formativa e na avaliação somativa, isto é, as notas alcançadas nas</p><p>diferentes atividades virtuais e na prova, da seguinte forma: Somatória das notas recebidas</p><p>nas atividades virtuais, somada à nota da prova, dividido por 2.</p><p>Média Semestral: Somatória (Atividades Virtuais) + Nota da Prova / 2</p><p>Assim, se um aluno tirar 7 nas atividades e tiver 5 na prova: MS = 7 + 5 / 2 = 6</p><p>Atenção: o aluno pode conseguir um ponto adicional (Engajamento) na nota das</p><p>atividades virtuais. Para ganhar o ponto do engajamento, o estudante terá que percorrer</p><p>todo o material didático da disciplina (material textual e assistir a todos os vídeos), fazer</p><p>todos os Exercícios e enviar todas as atividades. Antes do lançamento desta nota final, será</p><p>divulgada a média de cada aluno, dando a oportunidade de que os alunos que não tenham</p><p>atingido média igual ou superior a 7,0 possam fazer a Recuperação das Atividades Virtuais.</p><p>6</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Se a Média Semestral for igual ou superior a 4,0 e inferior a 7,0, o aluno ainda</p><p>poderá fazer o Exame Final. A média entre a nota do Exame Final e a Média Semestral</p><p>deverá ser igual ou superior a 5,0 para considerar o aluno aprovado na disciplina.</p><p>Assim, se um aluno tirar 6 na Média Semestral e tiver 5 no Exame Final: MF = 6 + 5</p><p>/ 2 = 5,5 (Aprovado).</p><p>FAÇA O ACOMPANHAMENTO DE SUAS ATIVIDADES</p><p>O quadro abaixo visa ajudá-lo a se organizar na realização das atividades. Faça seu</p><p>cronograma e tenha um controle de suas atividades:</p><p>AVALIAÇÃO PRAZO * DATA DE ENVIO **</p><p>Atividade 1</p><p>Ferramenta: Tarefa</p><p>Atividade 2</p><p>Ferramenta: Tarefa</p><p>Atividade 3</p><p>Ferramenta: Tarefa</p><p>Atividade 4</p><p>Ferramenta: Tarefa</p><p>* Coloque na segunda coluna o prazo em que deve ser enviada a atividade</p><p>(consulte o calendário disponível no ambiente virtual de aprendizagem).</p><p>** Coloque na terceira coluna o dia em que você enviou a atividade.</p><p>7</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>BOAS-VINDAS</p><p>Caro(a) aluno(a), saudações!</p><p>É com alegria que o(a) recebemos na disciplina de Teoria da Contabilidade.</p><p>Nesta disciplina discutiremos a origem empírica da contabilidade até suas bases</p><p>científicas atuais, conhecendo parte de seu passado remoto, identificado pela arqueologia, a</p><p>evolução ao longo dos séculos estudando as principais escolas, teorias e pesquisadores que</p><p>permitiram que a contabilidade avançasse ao patamar de ciência como está hoje.</p><p>Alguns termos, conceitos e estruturas básicas da contabilidade já são de seu</p><p>conhecimento técnico e prático. Por meio da disciplina Teoria da Contabilidade veremos as</p><p>bases teóricas fundamentadas na história e nos estudos que conceituam e validam a</p><p>contabilidade, seu objeto, seus sujeitos e a sua utilidade social. Perceberemos a trajetória</p><p>da construção dos postulados e da estrutura conceitual para a qual convergiu a</p><p>contabilidade em 1936 e no Brasil desde 2005. Lembramos que em teoria vamos nos</p><p>permitir criar situações hipotéticas nas quais possamos entender o passado da contabilidade</p><p>e identificar os caminhos que percorre em sua evolução.</p><p>Você já sabe como é importante dirimir suas dúvidas no decorrer do processo de</p><p>aprendizagem, portanto se tiver qualquer tipo de dificuldade, não hesite em entrar em</p><p>contato, usando as ferramentas de comunicação disponíveis no Ambiente Virtual de</p><p>Aprendizagem (AVA) ou a linha telefônica.</p><p>Estamos à sua disposição. Estamos aqui para atender você.</p><p>Bons estudos e MUITO SUCESSO!</p><p>8</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Pré-teste</p><p>A finalidade deste pré-teste é fazer um diagnóstico quanto aos</p><p>conhecimentos prévios que você já tem sobre os assuntos que serão</p><p>desenvolvidos nesta disciplina. Não fique preocupado com a nota, pois não será</p><p>pontuado.</p><p>1. Os Princípios da Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias</p><p>relativas à Ciência da Contabilidade. Identifique os princípios da contabilidade de</p><p>acordo com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 750/1996</p><p>atualizada.</p><p>a) Da Entidade, do registro, do comércio, da atualidade.</p><p>b) Da Entidade, Continuidade, Oportunidade, Competência, Prudência.</p><p>c) Da Prudência, das Normas, do Patrimônio, das contas.</p><p>d) Do Registro pelo valor original, da indústria, do Comércio e do Serviço.</p><p>e) Do Redito, do Patrimônio, da Azienda, do Neopatrimonialismo.</p><p>2. Identifique o lucro Bruto no período da Empresa Canarinho que apresentou o</p><p>seguinte movimento de mercadorias:</p><p>Estoque Inicial............................... R$ 1.200,00</p><p>Compras ..................................... R$ 1.500,00</p><p>Devolução de Vendas .................... R$ 100,00</p><p>Estoque Final ............................... R$ 1.400,00</p><p>Devolução de Compras................... R$ 200,00</p><p>Vendas......................................... R$ 1.600,00</p><p>O Lucro Bruto foi de:</p><p>a) R$ 100,00</p><p>b) R$ 200,00</p><p>c) R$ 300,00</p><p>d) R$ 400,00</p><p>e) R$ 500,00</p><p>3. São métodos de depreciação:</p><p>a) Custo e equivalência patrimonial.</p><p>b) Custo ou mercado: dos dois, o menor.</p><p>c) Custo de aquisição e valor de mercado.</p><p>d) Soma dos dígitos e linha reta.</p><p>e) Equivalência patrimonial e soma dos dígitos.</p><p>4. A respeito da Ciência Contábil, é correto afirmar que:</p><p>a) A contabilidade é uma ciência que possui objeto próprio, o patrimônio aziendal</p><p>considerado estática e dinamicamente, leis científicas e método peculiar de estudo.</p><p>b) A Contabilidade é apenas uma técnica de escrituração sem necessidade de rigor ou de</p><p>método para ser elaborado.</p><p>c) A Contabilidade é a arte de escrever de forma legível, por esta razão os contadores</p><p>precisam treinar caligrafia para escriturar os livros.</p><p>d) A contabilidade é uma ciência matemática que não possui objeto próprio, obedece</p><p>somente a leis federais e não precisa de muito estudo para praticá-la.</p><p>e) A Contabilidade é uma ciência legal, pois precisamos entender da legislação vigente para</p><p>elaborá-la e sempre deu prioridade à forma legal em detrimento da essência contábil.</p><p>9</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>5. O Lucro Bruto é definido como:</p><p>a) O excesso das Receitas sobre as Despesas, e objeto de estudo da contabilidade atual.</p><p>b) A diferença entre o valor das Vendas e o das Despesas e objeto de estudo da teoria da</p><p>contabilidade.</p><p>c) O excesso das Vendas sobre o Custo das Mercadorias Vendidas.</p><p>d) A diferença entre as Receitas e o Custo das Mercadorias Vendidas.</p><p>e) O excesso do valor das Vendas e o das Compras de Mercadorias</p><p>6. Luca Pacioli é o criador das Partidas Dobradas. Esta informação está:</p><p>a) Correta, pois foi o autor que publicou o tratado sobre o assunto.</p><p>b) Incorreta, pois o autor publicou um tratado sobre a matemática derivada.</p><p>c) Correta, pois foi o autor que publicou o tratado sobre a matemática comercial.</p><p>d) Incorreta, pois o autor divulgou por sua publicação o assunto que já existia.</p><p>e) Correta, pois foi o autor que provou cientificamente o método da Partita Doppia.</p><p>7. O termo doutrina pode ser definido como:</p><p>a) O conjunto de princípios que servem de base a um sistema religioso, político, filosófico,</p><p>científico, entre outros.</p><p>b) Uma síntese aceita de um vasto campo de conhecimento, consistindo de hipóteses que</p><p>foram devidamente testadas, através de leis e fatos científicos que descrevem os</p><p>fenômenos naturais.</p><p>c) Uma ideia que tenta prever com alto grau de exatidão os fenômenos da natureza.</p><p>d) Uma conclusão que se obtém por dedução lógica a partir de</p><p>a margem bruta, o lucro ou o prejuízo das atividades usuais</p><p>antes dos tributos sobre o resultado, o lucro ou o prejuízo das atividades usuais depois</p><p>desses tributos e o lucro ou prejuízo líquido.</p><p>3.4 Ajustes para manutenção de capital</p><p>A reavaliação ou a atualização de ativos e passivos dão margem a aumentos ou a</p><p>diminuições do patrimônio líquido. Embora tais aumentos ou diminuições se enquadrem na</p><p>definição de receitas e de despesas, sob certos conceitos de manutenção de capital eles não</p><p>são incluídos na demonstração do resultado. Em vez disso, tais itens são incluídos no</p><p>patrimônio líquido como ajustes para manutenção do capital ou reservas de reavaliação.</p><p>3.5 Reconhecimento dos elementos das Demonstrações Contábeis</p><p>Reconhecimento é o processo que consiste na incorporação ao balanço patrimonial</p><p>ou à demonstração do resultado de item que se enquadre na definição de elemento e que</p><p>satisfaça os critérios de reconhecimento mencionados no item 4.38. Envolve a descrição do</p><p>item, a mensuração do seu montante monetário e a sua inclusão no balanço patrimonial ou</p><p>na demonstração do resultado. Os itens que satisfazem os critérios de reconhecimento</p><p>devem ser reconhecidos no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. A falta</p><p>de reconhecimento de tais itens não é corrigida pela divulgação das práticas contábeis</p><p>60</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>adotadas nem tampouco pelas notas explicativas ou material elucidativo.</p><p>Um item que se enquadre na definição de um elemento deve ser reconhecido se:</p><p>a) for provável que algum benefício econômico futuro associado ao item flua para a</p><p>entidade ou flua da entidade; e</p><p>b) o item tiver custo ou valor que possa ser mensurado com confiabilidade11.</p><p>Ao avaliar se um item se enquadra nesses critérios e, portanto, se qualifica para</p><p>fins de reconhecimento nas demonstrações contábeis, é necessário considerar as</p><p>observações sobre materialidade registradas no Capítulo 3 – Características Qualitativas da</p><p>Informação Contábil-Financeira Útil. O inter-relacionamento entre os elementos significa que</p><p>um item que se enquadre na definição e nos critérios de reconhecimento de determinado</p><p>elemento, por exemplo, um ativo, requer automaticamente o reconhecimento de outro</p><p>elemento, por exemplo, uma receita ou um passivo.</p><p>3.6 Probabilidade de futuros benefícios econômicos</p><p>O conceito de probabilidade deve ser adotado nos critérios de reconhecimento para</p><p>determinar o grau de incerteza com que os benefícios econômicos futuros referentes ao</p><p>item venham a fluir para a entidade ou a fluir da entidade. O conceito está em</p><p>conformidade com a incerteza que caracteriza o ambiente no qual a entidade opera. As</p><p>avaliações acerca do grau de incerteza atrelado ao fluxo de benefícios econômicos futuros</p><p>devem ser feitas com base na evidência disponível quando as demonstrações contábeis são</p><p>elaboradas. Por exemplo, quando for provável que uma conta a receber devida à entidade</p><p>será paga pelo devedor, é então justificável, na ausência de qualquer evidência em</p><p>contrário, reconhecer a conta a receber como ativo. Para uma ampla população de contas a</p><p>receber, entretanto, algum grau de inadimplência é normalmente considerado provável;</p><p>dessa forma, reconhece-se como despesa a esperada redução nos benefícios econômicos.</p><p>3.7 Confiabilidade da mensuração</p><p>O segundo critério para reconhecimento de um item é que ele possua custo ou</p><p>valor que possa ser mensurado com confiabilidade. Em muitos casos, o custo ou valor</p><p>precisa ser estimado; o uso de estimativas razoáveis é parte essencial da elaboração das</p><p>demonstrações contábeis e não prejudica a sua confiabilidade. Quando, entretanto, não</p><p>puder ser feita estimativa razoável, o item não deve ser reconhecido no balanço patrimonial</p><p>ou na demonstração do resultado. Por exemplo, o valor que se espera receber de uma ação</p><p>judicial pode enquadrar-se nas definições tanto de ativo quanto de receita, assim como nos</p><p>11 A informação é confiável quando ela é completa, neutra e livre de erro.</p><p>61</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>critérios probabilísticos exigidos para reconhecimento. Todavia, se não é possível mensurar</p><p>com confiabilidade o montante que será recebido, ele não deve ser reconhecido como ativo</p><p>ou receita. A existência da reclamação deve ser, entretanto, divulgada nas notas</p><p>explicativas ou nos quadros suplementares.</p><p>Um item que, em determinado momento, deixe de se enquadrar nos critérios de</p><p>reconhecimento constantes do item 4.38 pode qualificar-se para reconhecimento em data</p><p>posterior, como resultado de circunstâncias ou eventos subsequentes. Um item que possui</p><p>as características essenciais de elemento, mas não atende aos critérios para</p><p>reconhecimento pode, contudo, requerer sua divulgação em notas explicativas, em material</p><p>explicativo ou em quadros suplementares. Isso é apropriado quando a divulgação do item</p><p>for considerada relevante para a avaliação da posição patrimonial e financeira, do</p><p>desempenho e das mutações na posição financeira da entidade por parte dos usuários das</p><p>demonstrações contábeis.</p><p>3.8 Reconhecimento de ativos</p><p>Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que</p><p>benefícios econômicos futuros dele provenientes fluirão para a entidade e seu custo ou</p><p>valor puder ser mensurado com confiabilidade. Um ativo não deve ser reconhecido no</p><p>balanço patrimonial quando os gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável</p><p>de geração de benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Ao</p><p>invés disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na demonstração do</p><p>resultado. Esse tratamento não implica dizer que a intenção da administração ao incorrer</p><p>nos gastos não tenha sido a de gerar benefícios econômicos futuros para a entidade ou que</p><p>a administração tenha sido mal conduzida. A única implicação é que o grau de certeza</p><p>quanto à geração de benefícios econômicos para a entidade, além do período contábil</p><p>corrente, é insuficiente para garantir o reconhecimento do ativo.</p><p>3.9 Reconhecimento de passivos</p><p>Um passivo deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando for provável que</p><p>uma saída de recursos detentores de benefícios econômicos seja exigida em liquidação de</p><p>obrigação presente e o valor pelo qual essa liquidação se dará puder ser mensurado com</p><p>confiabilidade. Na prática, as obrigações originadas de contratos ainda não integralmente</p><p>cumpridos de modo proporcional – proportionately unperformed (por exemplo, passivos</p><p>decorrentes de pedidos de compra de produtos e mercadorias ainda não recebidos) - não</p><p>são geralmente reconhecidas como passivos nas demonstrações contábeis. Contudo, tais</p><p>62</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>obrigações podem enquadrar-se na definição de passivos caso sejam atendidos os critérios</p><p>de reconhecimento nas circunstâncias específicas, e podem qualificar-se para</p><p>reconhecimento. Nesses casos, o reconhecimento dos passivos exige o reconhecimento dos</p><p>correspondentes ativos ou despesas.</p><p>3.10 Reconhecimento de receitas</p><p>A receita deve ser reconhecida na demonstração do resultado quando resultar em</p><p>aumento nos benefícios econômicos futuros relacionado com aumento de ativo ou com</p><p>diminuição de passivo, e puder ser mensurado com confiabilidade. Isso significa, na prática,</p><p>que o reconhecimento da receita ocorre simultaneamente com o reconhecimento do</p><p>aumento nos ativos ou da diminuição nos passivos (por exemplo, o aumento líquido nos</p><p>ativos originado da venda de bens e serviços ou o decréscimo do passivo originado do</p><p>perdão de dívida a ser paga).</p><p>Os procedimentos normalmente adotados, na prática, para reconhecimento da</p><p>receita, como, por exemplo, a exigência de que a receita tenha sido ganha, são aplicações</p><p>dos critérios de reconhecimento definidos nesta Estrutura Conceitual. Tais procedimentos</p><p>são geralmente</p><p>direcionados para restringir o reconhecimento como receita àqueles itens</p><p>que possam ser mensurados com confiabilidade e tenham suficiente grau de certeza.</p><p>3.11 Reconhecimento de despesas</p><p>As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado quando</p><p>resultarem em decréscimo nos benefícios econômicos futuros, relacionado com o</p><p>decréscimo de um ativo ou o aumento de um passivo, e puder ser mensurado com</p><p>confiabilidade. Isso significa, na prática, que o reconhecimento da despesa ocorre</p><p>simultaneamente com o reconhecimento de aumento nos passivos ou de diminuição nos</p><p>ativos (por exemplo, a alocação por competência de obrigações trabalhistas ou da</p><p>depreciação de equipamento).</p><p>As despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado com base na</p><p>associação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse processo,</p><p>usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas (regime de competência),</p><p>envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado das receitas e despesas que resultem</p><p>diretamente ou conjuntamente das mesmas transações ou outros eventos. Por exemplo, os</p><p>vários componentes de despesas que integram o custo das mercadorias vendidas devem ser</p><p>reconhecidos no mesmo momento em que a receita derivada da venda das mercadorias é</p><p>reconhecida. Contudo, a aplicação do conceito de confrontação, de acordo com esta</p><p>63</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Estrutura Conceitual, não autoriza o reconhecimento de itens no balanço patrimonial que</p><p>não satisfaçam à definição de ativos ou passivos.</p><p>Quando se espera que os benefícios econômicos sejam gerados ao longo de vários</p><p>períodos contábeis e a associação com a correspondente receita somente possa ser feita de</p><p>modo geral e indireto, as despesas devem ser reconhecidas na demonstração do resultado</p><p>com base em procedimentos de alocação sistemática e racional. Muitas vezes isso é</p><p>necessário ao reconhecer despesas associadas com o uso ou o consumo de ativos, tais</p><p>como itens do imobilizado, ágio pela expectativa de rentabilidade futura (goodwill), marcas</p><p>e patentes. Em tais casos, a despesa é designada como depreciação ou amortização. Esses</p><p>procedimentos de alocação destinam-se a reconhecer despesas nos períodos contábeis em</p><p>que os benefícios econômicos associados a tais itens sejam consumidos ou expirem.</p><p>A despesa deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado</p><p>quando o gasto não produzir benefícios econômicos futuros ou quando, e na extensão em</p><p>que, os benefícios econômicos futuros não se qualificarem, ou deixarem de se qualificar,</p><p>para reconhecimento no balanço patrimonial como ativo. A despesa também deve ser</p><p>reconhecida na demonstração do resultado nos casos em que um passivo é incorrido sem o</p><p>correspondente reconhecimento de ativo, como no caso de passivo decorrente de garantia</p><p>de produto.</p><p>3.12 Mensuração dos elementos das demonstrações contábeis</p><p>Mensuração é o processo que consiste em determinar os montantes monetários por</p><p>meio dos quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e</p><p>apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado. Esse processo</p><p>envolve a seleção da base específica de mensuração.</p><p>Um número variado de bases de mensuração é empregado em diferentes graus e</p><p>em variadas combinações nas demonstrações contábeis. Essas bases incluem o que segue:</p><p>(a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa ou</p><p>equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da</p><p>aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes dos recursos recebidos em troca da</p><p>obrigação ou, em algumas circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos</p><p>montantes em caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o</p><p>passivo no curso normal das operações.</p><p>(b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou</p><p>equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos</p><p>equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos</p><p>64</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam</p><p>necessários para liquidar a obrigação na data do balanço.</p><p>(c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos</p><p>pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua</p><p>venda em forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus montantes de liquidação,</p><p>isto é, pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera</p><p>serão pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações.</p><p>(d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos</p><p>fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso</p><p>normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos</p><p>fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espera serão necessários para liquidar o</p><p>passivo no curso normal das operações.</p><p>A base de mensuração mais comumente adotada pelas entidades na elaboração de</p><p>suas demonstrações contábeis é o custo histórico. Ele é normalmente combinado com</p><p>outras bases de mensuração. Por exemplo, os estoques são geralmente mantidos pelo</p><p>menor valor entre o custo e o valor líquido de realização, os títulos e valores mobiliários</p><p>negociáveis podem em determinadas circunstâncias ser mantidos a valor de mercado e os</p><p>passivos decorrentes de pensões são mantidos pelo seu valor presente. Ademais, em</p><p>algumas circunstâncias, determinadas entidades usam a base de custo corrente como</p><p>resposta à incapacidade de o modelo contábil de custo histórico enfrentar os efeitos das</p><p>mudanças de preços dos ativos não monetários.</p><p>Nota-se que as bases de mensuração dos elementos patrimoniais são os mesmos</p><p>da Res. CFC 750/1993, que versa sobre os princípios da cotabilidade.</p><p>Enfim, a disciplina Teoria da Contabilidade é complexa e exige muita leitura e</p><p>relação entre os eventos, pesquisa e disposição de refletir sobre seu objeto e objetivo. Este</p><p>material é apenas uma pincelada inicial para o aprofundamento do estudo, uma provocação</p><p>e também uma ousadia no sentido de pincelar mais de dez mil anos de existencia de um</p><p>objeto que há bem pouco tempo, foi conceituado como o patrimônio, a propriedade e a</p><p>posse e ganhou movimento e evidências com o capitalismo.</p><p>Qual o maior desafio da contabilidade como ciência?</p><p>Refletir sobre seu objeto de forma a capturar e reconhecer o que tem que ser</p><p>registrado e quando registrar (oportunidade), Mensurar de maneira fiel a qualificação do</p><p>que deve ser registrado qualitativamente e atribuição do valor de forma adequada aos</p><p>dados quantitativos e evidenciar esses eventos de maneira quali-quantitativa o deve</p><p>demonstrar. Pode-se registrar contabilmente um elemento sem lhe atribuir valor?</p><p>65</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Para finalizar seu estudo, realize os Exercícios 3, 4, 5 e 6 e</p><p>as Atividades 3 e 4.</p><p>66</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ANDER-EGG, Ezequiel. Introducción a las técnicas de investigación social: para trabajadores</p><p>sociales. 7. ed. Buenos Aires: Humanitas, 1978. Parte I, Capítulo 1. In LAKATOS, Eva Maria;</p><p>MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. 9. ed. São</p><p>Paulo: Atlas, 2023.</p><p>BRASIL. Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por ação.</p><p>Publicada no Diário Oficial da União de 17 de dezembro de 1976. Disponível em:</p><p><L6404consol (planalto.gov.br)> Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>______. Lei 11638 de 28 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei</p><p>no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e</p><p>estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação</p><p>de</p><p>demonstrações financeiras. Publicada no Diário Oficial da União de 28 de dezembro de</p><p>2007. Disponível em: <Lei nº 11.638 (planalto.gov.br)>. Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>______. Lei 11.941 de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa</p><p>ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que</p><p>especifica; institui regime tributário de transição [...]e 6.404, de 15 de dezembro de</p><p>1976, [...] e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União de 28 de maio de</p><p>2009. Disponível em: <L11941 (planalto.gov.br)>. Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>CECCHERELLI, Alberto - Il linguaggio dei bilanci, 4A. edição Felice Le Monnier, Florença,</p><p>1950. In: SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São</p><p>Paulo: Atlas, 1997.</p><p>COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS (CPC). Pronunciamento Conceitual</p><p>Básico (R1) Estrutura Conceitual Para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil</p><p>financeiro, de 02 de dezembro de 2011. Disponível em: <Pronunciamento (cpc.org.br)>.</p><p>Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE (CFC). Resolução CFC 750/1993 de 29 de</p><p>dezembro de 1993. Dispõe sobre os princípios de contabilidade. Disponível em:</p><p><Resolução CFC nº 750 DE 29/12/1993 (normasbrasil.com.br)>. Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>______. Resolução CFC n. 1.055/2005 de 7 de outubro de 2005. Cria o Comitê de</p><p>Pronunciamentos Contábeis e dá outras providências. Publicada no Diário Oficial da União</p><p>de 24 de outubro de 2005. Disponível em: <RESOLUÇÃO CFC Nº 1.055/2005 DE 7 DE</p><p>OUTUBRO DE 2005 (portaldecontabilidade.com.br)>. Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>______. Resolução CFC 1.111 de 29 de novembro de 2007. Apêndice da Resolução</p><p>CFC 750/1993, Interpretação dos princípios de contabilidade sob a perspectiva do setor</p><p>público. Disponível em: <RESOLUCAO CFC N 1111 DE 2007 (normaslegais.com.br)>.</p><p>Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.htm</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm</p><p>https://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80</p><p>https://www.normasbrasil.com.br/norma/resolucao-750-1993_94969.html</p><p>https://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm</p><p>https://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm</p><p>https://www.normaslegais.com.br/legislacao/resolucaocfc1111_2007.htm</p><p>67</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>______. Resolução/CFC n. 1.374 de 8 de dezembro de 2011. Dá nova redação à</p><p>NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de</p><p>Relatório Contábil-Financeiro. Disponível em: <SRE - Sistema de Resoluções (cfc.org.br)>.</p><p>Acesso em: 25 set. 2023.</p><p>______. NBC TG 26 (R3). Apresentação das Demonstrações Contábeis de 6 de novembro</p><p>de 2015. Disponível em: <SRE - Sistema de Resoluções (cfc.org.br)>. Acesso em: 25 set.</p><p>2023.</p><p>DRUCKER, Peter. Sociedade Pós-capitalista. 2. ed., São Paulo: Pioneira, 1993.</p><p>ERNST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de Normas internacionais de contabilidade:</p><p>IFRS versus Normas Brasileiras. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de</p><p>acordo com as Normas Internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010.</p><p>FIPECAFI. Manual de Contabilidade Societária: aplicável a todas as sociedades de</p><p>acordo com as Normas Internacionais e do CPC. – 4. ed. – Barueri [SP]: Atlas, 2022.</p><p>FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. São Paulo: Atlas, 1997.</p><p>HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA Michel F. Teoria da Contabilidade. – 1. ed. - [14a.</p><p>Reimpr.] - São Paulo: Atlas, 2018.</p><p>HERMAN JR., Frederico. Contabilidade superior: teoria econômica da contabilidade. 9.</p><p>ed. São Paulo: Atlas, 1978.</p><p>HOUAISS, Antonio. Novo Dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,</p><p>2001.</p><p>IUDÍCIBUS, Sergio de; MARTINS, Eliseu; CARVALHO, Nelson. Contabilidade: aspectos</p><p>relevantes da epopeia de sua evolução. Revista contabilidade &</p><p>finanças vol.16 no.38 São Paulo Mai/Ago. 2005.</p><p>LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia</p><p>Científica. 9. ed. – [2. Reimpr.]. - São Paulo: Atlas, 2023.</p><p>MINAYO, Maria Cecília de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade.</p><p>Petrópolis: Vozes, 1994.</p><p>SÁ, Antonio Lopes de. História Geral e das Doutrinas da Contabilidade. São Paulo:</p><p>Atlas, 1997.</p><p>______. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1998.</p><p>______. Teoria da contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002.</p><p>https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2011/001374&Codigo=2011/001374</p><p>https://www2.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?codigo=2014/NBCTG26(R3)&codigo=2014/NBCTG26(R3)</p><p>68</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>SCHIMIDT, Paulo. A classificação da contabilidade dentre os ramos do conhecimento</p><p>humano. Cad. estud. no.17 São Paulo Jan./Apr. 1998. Disponível em: <SciELO - Brasil - A</p><p>classificação da contabilidade dentre os ramos do conhecimento humano A classificação da</p><p>contabilidade dentre os ramos do conhecimento humano>. Acesso em: 25 set. 2023.</p><p>SCHIMDT, Paulo et. al. Um estudo sobre conceito de contabilidade. Análise. Porto Alegre,</p><p>PUCRS, 1990.</p><p>SCHMIDT, Paulo; SANTOS, Jose L. Dos. História do Pensamento Contábil. São Paulo:</p><p>Atlas, 2006.</p><p>TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Metodologia da ciência. 2. ed. Rio de Janeiro: Kennedy, 1974.</p><p>Capítulo 1. In LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de</p><p>Metodologia Científica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2023.</p><p>VIANA, Cibilis da Rocha. Teoria Geral da Contabilidade. Porto Alegre: Sulina, 1969. In</p><p>SCHIMIDT, Paulo. A classificação da contabilidade dentre os ramos do conhecimento</p><p>humano. Cad. estud. n.17, São Paulo, Jan./Apr. 1998. Disponível em: <SciELO - Brasil - A</p><p>classificação da contabilidade dentre os ramos do conhecimento humano A classificação da</p><p>contabilidade dentre os ramos do conhecimento humano>. Acesso em: 25 set. 2023.</p><p>ZAPPA HOOG, Wilson Alberto. Contabilidade Conceito Contemporâneo. Disponível em:</p><p><http://www.zappahoog.com.br/>. Acesso em: 25 set. 2023.</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>https://www.scielo.br/j/cest/a/sVzBnsYXgkSdvyKmRDKNkKJ/?lang=pt</p><p>http://www.zappahoog.com.br/</p><p>outras conclusões já</p><p>comprovadas ou admitidas como verdadeiras</p><p>e) Doutrina tem o mesmo significado que uma teoria.</p><p>8. A finalidade da contabilidade enquanto instrumento dentro de uma empresa é</p><p>de controlar o patrimônio das entidades (função administrativa e de controle);</p><p>apurar o resultado (função econômica); gerar e divulgar as informações geradas</p><p>por meio de diversos relatórios contábeis. Entre esses relatórios são essenciais:</p><p>a) A listagem dos bens da empresa, e o cadastro dos clientes.</p><p>b) A divulgação única do lucro do período.</p><p>c) O Balanço Patrimonial – BP; a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; a</p><p>Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR; a Demonstração da Mutação</p><p>do Patrimônio Líquido - DMPL.</p><p>d) O Balancete das partidas dobradas, para os usuários dos relatórios, e o plano de contas.</p><p>e) O Balanço Patrimonial – BP; a Demonstração do Resultado do Exercício – DRE; a</p><p>Demonstração do Valor Agregado – DVA; a Demonstração da Mutação do Patrimônio</p><p>Líquido - DMPL; a Demonstração do Fluxo de Caixa - DFC.</p><p>9. De acordo com a teoria Patrimonialista válida atualmente, podemos afirmar</p><p>que:</p><p>a) O objeto da contabilidade são as contas e a escrituração.</p><p>b) O objeto da contabilidade é o Balanço Patrimonial.</p><p>c) O objeto da contabilidade é o Patrimônio de uma entidade.</p><p>d) O objeto da contabilidade são os registros dos Fatos Administrativos.</p><p>e) O objeto da contabilidade são os lucros e as informações geradas a partir do crédito.</p><p>10. O arcabouço régio da contabilidade está no talento contido nos inúmeros</p><p>escritos e nas doutrinas que surgiram sobre nossa disciplina. Identifique os</p><p>teóricos da Contabilidade:</p><p>a) Vicenzo Masi, Antonio Lopes de Sá, Fábio Besta, Eugen Schmalenbach, e outros.</p><p>b) Petronio Vianelo, Adam Smith, Giordano Lima, Eugen Schmalenbach, e outros.</p><p>10</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>c) Antonio Carlos Magalhães, Vicente Fidelis, Luidi Carlos Pavanelo, e outros.</p><p>d) Henry Fayol, Frederick Winslow Taylor, Adam Smith, e outros.</p><p>e) Frederick Taylor, Vicenzo Mais, Fábio Besta Adam Smith, e outros.</p><p>11. De acordo com os estudos epistemológicos, a contabilidade é classificada</p><p>como pertencente ao grupo das ciências:</p><p>a) Sociais aplicadas.</p><p>b) Exatas.</p><p>c) Naturais.</p><p>d) Patrimoniais.</p><p>Submeta o pré-teste por meio da ferramenta Questionário.</p><p>11</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>UNIDADE 1</p><p>CONTABILIDADE, CONHECIMENTO E CIÊNCIA</p><p>OBJETIVO DA UNIDADE: Conhecer, identificar e explicar os antecedentes históricos da</p><p>contabilidade, relacionando escolas e teorias com a contabilidade na atualidade.</p><p>Identificar as características do conhecimento contábil como ciência.</p><p>Nesta primeira unidade, vamos conhecer os conceitos com os quais a contabilidade</p><p>está envolta, a origem empírica da contabilidade nas mais remotas civilizações que se têm</p><p>notícia, o debate e as primeiras escolas e teorias que a ela deram suporte no passado, as</p><p>abordagens e metodologias da ciência contábil. Para isso, vamos rever alguns conceitos</p><p>estudados em metodologia científica sobre conhecimentos e as diferenças de conhecimento</p><p>popular (senso comum) e conhecimento científico.</p><p>1.1 Tipos de conhecimento e ciência</p><p>O conhecimento popular é aquele que permite melhoramentos muito modestos,</p><p>pois ele é simplesmente fruto do saber comum, ou seja, as coisas são como são e não são</p><p>questionadas. Tal conhecimento é seguido e não questionado e por isso se atém na</p><p>superficialidade dos fatos, pois não explica a sua essência.</p><p>Para Ander–Egg (1978, pp. 13-14 apud LAKATOS e MARCONI, 2023, p. 84), o</p><p>conhecimento popular caracteriza-se por ser predominantemente: “[...] Superficial, isto é,</p><p>conforma-se com a aparência, com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando</p><p>junto das coisas: expressa-se por frases como “porque o vi”, “porque o senti”, “porque o</p><p>disseram”, “porque todo mundo o diz” [...]”</p><p>Para o autor é o conhecimento experienciado e repetido pela tradição e podemos</p><p>ilustrar a respeito com uma experiência de uma família que tinha por hábito e tradição assar</p><p>o peixe sem a cabeça e sem o rabo. Quando questionada por que o fazia, as diversas</p><p>gerações foram atribuindo o aprendizado à geração anterior, e foi buscando uma razão para</p><p>essa tradição, até chegar a três gerações anteriores quando se descobriu que à época a</p><p>matriarca cortava a cabeça e o rabo do peixe para assar em função do tamanho do forno e</p><p>da forma que não permitiam assá-lo por inteiro. Perceba que uma tradição foi criada em</p><p>função de uma situação existente à época e mesmo que o contexto hoje é outro, pois os</p><p>12</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>fornos e as formas possuem os mais variados tamanhos, foi mantida porque nunca foi</p><p>questionada.</p><p>O Conhecimento Científico, de acordo com Lakatos e Marconi (2023), constitui</p><p>um conhecimento contingente, pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou</p><p>falsidade conhecida por meio da experiência e não apenas pela razão, como ocorre no</p><p>conhecimento filosófico. É sistemático, já que se trata de um saber ordenado logicamente,</p><p>formando um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos e desconexos.</p><p>Possui a característica da verificabilidade, a tal ponto que as afirmações (hipóteses) que não</p><p>podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.</p><p>O Conhecimento Filosófico é valorativo, pois seu ponto de partida consiste em</p><p>hipóteses, observa-se: “as hipóteses filosóficas baseiam-se na experiência, portanto, este</p><p>conhecimento emerge da experiência e não da experimentação” (TRUJILLO, 1974, p. 12.</p><p>apud LAKATOS, MARCONI, 2023, p. 86) Observa-se que o conhecimento filosófico emprega</p><p>o método racional, no qual prevalece o processo dedutivo, que antecede a experiência, e</p><p>não exige confirmação experimental. Para Lakatos e Marconi (2023, p. 86), “o</p><p>conhecimento filosófico é caracterizado pelo esforço da razão pura para questionar os</p><p>problemas humanos e poder discernir entre o certo e o errado, unicamente recorrendo às</p><p>luzes da própria razão humana”.</p><p>Pela conceituação de Lakatos e Marconi (2023), pode-se afirmar que o conhecimento</p><p>científico é um conhecimento bem mais avançado em relação ao conhecimento popular.</p><p>O Conceito de Ciência se refere a uma sistematização de conhecimentos, um</p><p>conjunto de proposição logicamente correlacionado sobre o comportamento de certos</p><p>fenômenos que se deseja estudar. “A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades</p><p>racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser</p><p>submetido à verificação” (TRUJILLO, 1974, p. 8 apud LAKATOS e MARCONI, 2023, p. 89).</p><p>Vamos à definição do substantivo ciência “Conjunto de atitudes e atividades</p><p>racionais, dirigidos ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser</p><p>submetido à verificação”. Ou ainda “Permanente construção de hipóteses e cotejo com a</p><p>realidade” (TRUJILLO, 1982, p. 2 apud SCHMIDT 1998, p. 5). Contempla aspectos de</p><p>conteúdo e operacionais.</p><p>Temos que a contabilidade é uma ciência que possui objetivo, objeto e se inter-</p><p>relaciona com outras áreas do conhecimento como Economia e Administração, e muda ao</p><p>E a Contabilidade? É uma arte, técnica ou ciência?</p><p>13</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>longo da história à medida que evolui por meio de investigações e debates científicos.</p><p>Contabilidade é uma ciência? SIM, é uma ciência Social Aplicada.</p><p>Quadro 1 – Requisitos da Ciência que cumpre a Contabilidade</p><p>REQUISITOS NECESSÁRIOS A UMA</p><p>CIÊNCIA</p><p>REQUISITOS CUMPRIDOS PELA</p><p>CONTABILIDADE</p><p>Possuir um objeto ou matéria específica</p><p>de estudos.</p><p>O patrimônio das aziendas e células sociais é o</p><p>objeto de estudos específicos.</p><p>Analisar o objetivo sob um aspecto</p><p>peculiar.</p><p>A eficácia ou satisfação das necessidades plenas das</p><p>células sociais é o aspecto sob o qual a riqueza é</p><p>observada.</p><p>Levantar hipóteses válidas.</p><p>Hipóteses sobre potencialidades do patrimônio,</p><p>como as contingências, por exemplo, são frequentes.</p><p>Estudar os fenômenos com rigor analítico.</p><p>Análise da liquidez, análise de custos, análise</p><p>de retorno de investimento, etc.</p><p>Possuir métodos básicos de estudo do</p><p>objeto.</p><p>Os métodos fenomenológico e indutivo</p><p>axiomático são os básicos.</p><p>Enunciar verdades de valor universal.</p><p>Exemplo: quanto maior a velocidade do capital</p><p>circulante, tanto menor a necessidade de capital</p><p>próprio</p><p>Permitir previsões.</p><p>Orçamentos financeiros, de custos, de lucros, etc.</p><p>são usuais.</p><p>Acolher Correntes Doutrinárias.</p><p>Contismo, Personalismo, Controlismo, Reditualismo,</p><p>Patrimonialismo, Aziendalismo, Neopatrimonialismo.</p><p>Possuir teorias próprias.</p><p>Teoria das Aziendas, Teoria do Rédito, Teoria do</p><p>Valor, Teoria do Equilíbrio Patrimonial, Teoria das</p><p>Funções Sistemáticas, etc. são algumas das muitas</p><p>existentes.</p><p>Basear-se em conhecimentos de natureza</p><p>tradicional conquistados.</p><p>Milenar é a acumulação do conhecimento contábil.</p><p>Prestar utilidade.</p><p>Aplica-se aos modelos de comportamento da</p><p>riqueza para gestão empresarial e institucional; a</p><p>orientação de investimentos; ao controle orçamentário</p><p>e fiscal, a produção de meios de julgamento.</p><p>Fonte: Sá (1998, p. 35)</p><p>No quadro 1 percebe-se que a contabilidade atende aos requisitos universais de</p><p>ciência. Outras condições suplementares podem ser acrescentadas e de fato são</p><p>contempladas por alguns estudiosos como, por exemplo, a de permitir a experimentação.</p><p>14</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>O que é contabilidade? Qual seu objeto?</p><p>Fonte: http://migre.me/s63Y0</p><p>1.2 Abordagens científicas aplicadas à teoria da contabilidade</p><p>De acordo com Sá (1998, p. 42), “Contabilidade é a ciência que estuda os</p><p>fenômenos patrimoniais, preocupando-se com realidades, evidências e comportamentos dos</p><p>mesmos, em relação à eficácia das células sociais”. Para Franco (1997, p. 210),</p><p>É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das</p><p>entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva,</p><p>a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações</p><p>e orientação necessárias à tomada de decisões sobre a composição do</p><p>patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão</p><p>da riqueza patrimonial.</p><p>1.3 Contabilidade e os aspectos históricos que influenciaram seu</p><p>desenvolvimento</p><p>A Pré-História da contabilidade é parte da pré-história geral da humanidade. Desde</p><p>que o homem se organizou em grupos familiares ou clãs a partir do cultivo da terra como</p><p>base econômica, teve que preocupar-se com o controle de seus bens mais valiosos e que</p><p>lhe garantiam a sobrevivência: a criação de gado e o armazenamento de cereais, etc.</p><p>Esta organização era descrita nas escritas rupestres nas cavernas e, por isso, pouco</p><p>detalhadas, mas sem dúvida são provas inequívocas da contabilidade primitiva.</p><p>Para Sá (1998), o homem primitivo passou a demonstrar sua riqueza patrimonial</p><p>em inscrições nas paredes das grutas por meio de desenhos e em pedaços de ossos por</p><p>meio de riscos ou sulcos. De forma rudimentar, as inscrições com desenho representavam a</p><p>qualidade da coisa, e os riscos representavam a quantidade. “Tal conjunto (qualidade e</p><p>quantidade) formou a “conta primitiva” [...] que demonstra o nascimento de uma</p><p>escrituração contábil; contábil porque se quantificava e evidenciava a riqueza patrimonial do</p><p>indivíduo ou de sua família” (SÁ, 1998, p. 32).</p><p>15</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Os primeiros sinais objetivos da existência da contabilidade, segundo alguns</p><p>pesquisadores, foram observados por volta do ano 4.000 a. C., na civilização Sumério-</p><p>Babilônica e coincidiu com a invenção da escrita.</p><p>Na antiguidade clássica, o homem se organizou em cidades-estados1 culturalmente</p><p>comuns. Destas cidades surgiram os impérios babilônios, sumérios, assírios, egípcios,</p><p>chineses, gregos e finalmente romanos que registraram, sobremaneira, em diferentes</p><p>formas e materiais, a contabilidade de suas riquezas. Esta contabilidade era essencial para a</p><p>sobrevivência dos povos, pois um erro de provisão e controle de estoque seguido de um</p><p>longo período de seca resultava numa enorme mortalidade civil.</p><p>Das inscrições encontradas nas catacumbas, templos e pirâmides egípcias e assírio-</p><p>babilônicas, a grande parte, se referia ao controle dos estoques e riquezas, portanto dados</p><p>contábeis explícitos.</p><p>Schimidt (2006), classifica os principais estágios pré-históricos do desenvolvimento</p><p>da Contabilidade desta época pela seguinte cronologia:</p><p>I. Inicia em 8.000 a. C. quando o homem desenvolveu técnicas de</p><p>agricultura e da criação de animais. Nesse momento já apresentava formas</p><p>de controle de estoque e da movimentação de produtos por meio de fichas</p><p>de barro de formatos diferentes que eram instrumento de identificação</p><p>para cada tipo de mercadoria. II. O aperfeiçoamento desse sistema de</p><p>controle veio a ocorrer entre 4.400 e 3.250 a. C. com o surgimento do</p><p>esquema de garantia com o selo sobre os envelopes de barro que</p><p>continham as fichas contábeis. Outros tipos de fichas apareceram, com</p><p>novos formatos e muitas destas eram perfuradas a indicar produtos</p><p>manufaturados. Nesse período, o controle das mercadorias passa a ter</p><p>um aspecto legal no sentido de dar garantia de fidelidade ao sistema</p><p>contábil em uso. III. Entre 3.200 e 3.000 a.C. devido ao incremento na</p><p>atividade mercantil (sedimentada na troca de produtos) bem como ao</p><p>aumento de mercadorias em circulação, o sistema de fichas contábeis</p><p>tornou-se complexo, exigindo que se buscassem alternativas que</p><p>facilitassem a identificação do patrimônio. A forma inicialmente</p><p>encontrada foi a inscrição nas superfícies dos envelopes de barro das</p><p>fichas contidas no seu interior, constituindo uma espécie de</p><p>demonstrativo do patrimônio. Assim, a evidenciação dos ativos</p><p>(representados pelas fichas guardadas dentro dos envelopes) passou a</p><p>ser feita externamente numa indicação da necessidade de tornar ágil a</p><p>informação acerca da riqueza acumulada, ou seja, não mais seria</p><p>necessária a contagem das fichas para se saber quanto possuía de bens</p><p>um determinado proprietário, bastando, para isso, verificar as</p><p>inscrições externas dos envelopes de barro (SCHIMIDT, 2006, p. 21).</p><p>A contabilidade como se conhece hoje recebeu contribuições dos diversos povos</p><p>tanto ocidentais quanto orientais, ao longo de sua trajetória como ciência do patrimônio.</p><p>Do mundo antigo vamos direto aos séculos XI até final do XIII, quando ocorreu</p><p>forte expansão comercial, que gerou acúmulo de riqueza, bem como ocorrência de uma</p><p>1 Cidade-estado: estado onde a soberania era exercida pelos cidadãos livres de uma cidade</p><p>independente, estendendo-se aos territórios sob o seu controle direto (FERREIRA, 2004).</p><p>16</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>nova situação: a negociação individual passou a ser substituída pelo comércio por meio</p><p>de representantes e associações. Um tipo de associação comercial de grande interesse</p><p>para a história da contabilidade é a denominada commenda. Nessa sociedade o capital</p><p>fornecido pelo sócio inativo (o commendator) era como um empréstimo ao sócio ativo</p><p>(tractador), sistema que evitava o pagamento de juros, prática censurada pela Igreja</p><p>Católica, nessa época. Assim, esse tipo de ligação foi valioso para o desenvolvimento</p><p>da Ciência Contábil, porque levou ao reconhecimento da firma como entidade separada</p><p>e distinta das pessoas de seus proprietários. A relação de representação foi importante,</p><p>pois exigiu a prestação de contas. Foi igualmente relevante no desenvolvimento</p><p>posterior da sociedade por ações, uma vez que a responsabilidade do commendator era</p><p>tipicamente limitada ao montante investido.</p><p>Nesse período a contabilidade era utilizada para fins de controle mercantil, mas</p><p>ainda sem uma sistematização do conhecimento nela empregado. Pode-se afirmar que</p><p>nesta época era tratada como uma ferramenta de controle por meio de contas. Angelo</p><p>Pietra (1550—1587), é um dos precursores das teorias e do ensaio sobre o Contismo. Por</p><p>meio das publicações do italiano Ludovico Flori (1579-1647), há uma aceleração da</p><p>mentalidade científica, com destaque nos avanços pré-científicos. Seu conterrâneo Bastiano</p><p>Venturi identificou a ligação entre contabilidade e a administração. Também De La Porte,</p><p>escritor francês, contribuiu enormemente para mentalidade científica na contabilidade.</p><p>Atribui-se a outro francês - Degranges a propagação do Livro Diário e do Livro Razão.</p><p>No final da Idade Média, quando as culturas feudais se solidificaram, surgiram as</p><p>leis sobre o comércio e o patrimônio e as consequentes sanções e penas sobre o</p><p>descumprimento das mesmas, no esteio da tradição e herança romana. Logo foi preciso</p><p>definir, ainda na tradição da confiança pessoal, quem poderia acompanhar e avaliar o</p><p>cumprimento destes negócios e normas de convivência sócio-mercantis.</p><p>A integração de um sistema de partida dobrada pela Contabilidade parece ter se</p><p>desenvolvido durante os séculos XII ou XIII d. C.; não há certeza, no entanto, de que este</p><p>sistema tenha sido inventado pelos italianos, que nessa época, dominavam as operações</p><p>bancárias, o comércio e a manufatura existente. O desenvolvimento da Contabilidade entre</p><p>os italianos recebeu auxílio adicional por parte da publicação do Liber Abacci de Leonardo</p><p>de Pisa, que permitiu aos italianos adotarem os algarismos arábicos em lugar dos numerais</p><p>romanos. O registro mais antigo incorporando princípios de partida dobrada é o Livro Razão</p><p>da filial de Giovanni Farolfi.</p><p>Nesta época a Europa estava resgatando os valores gregos de liberdade humana,</p><p>por meio da Renascença. O homem, um pouco mais à vontade, apesar da ainda grande</p><p>influência da Igreja Católica, busca soluções e riquezas além do mar com a realização de</p><p>17</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>empreendimentos mercantis que uniam reinos, banqueiros e marinheiros em busca de</p><p>riquezas, explorando novas fronteiras.</p><p>O renascimento possibilitou ao homem e à sociedade um grande avanço por meio</p><p>de grandes invenções e grandes descobertas. É nesse contexto histórico inspirador que a</p><p>contabilidade como ciência encontra espaço para, na efervescência da época, desenvolver-</p><p>se amplamente.</p><p>Quando Pacioli reproduziu e publicou o método das partidas dobradas, sua obra</p><p>propagou e universalizou este sistema, imediatamente absorvido pela efervescência</p><p>renascentista.</p><p>Monge Luca Pacioli, propagador da “Partita Doppia”</p><p>Fonte: http://migre.me/s644G</p><p>Durante o período das grandes navegações entre os séculos XV a XVII a</p><p>contabilidade ficou estagnada novamente, pois atendia plenamente a economia da época.</p><p>Pelo que se observa não se pode afirmar que a Contabilidade sempre foi uma ciência; ao</p><p>contrário, a Contabilidade manifestou-se inicialmente como uma técnica e uma arte. Os</p><p>primeiros sinais da Contabilidade datam de 8.000 a. C., mas a Contabilidade tornou-se</p><p>conhecida da sociedade somente após a publicação da obra de Pacioli, em função de alguns</p><p>fatos históricos coincidentes com a publicação do "La Summa de Arithmetica Geometria,</p><p>Proportioni et Proportíonalitá".</p><p>Schmidt (1998), explica que Pacioli não foi o inventor das partidas dobradas, pois</p><p>anteriormente a ele, vários estudiosos da Contabilidade já haviam escrito sobre este método</p><p>de registro contábil, como foi o caso de Benedetto Cotrugli que escreveu, em 1484, o</p><p>manuscrito, que inicialmente contou com pouquíssimos exemplares, denominado "II libro</p><p>dell'arte di mercatura" defendendo o registro contábil em partidas dobradas. Este trabalho</p><p>de Cotrugli foi impresso somente cento e quinze anos após a publicação do manuscrito</p><p>18</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>original. Pacioli, ao contrário, teve a sorte de escrever sua obra em uma época em que a</p><p>impressão de livros já havia sido introduzida na Itália pelos alemães Corrado Schweinheim e</p><p>Arnold Pannartz, embora o primeiro livro impresso tenha sido feito na China em 853. Esta</p><p>coincidência coloca Pacioli como o grande divulgador da técnica contábil de registro por</p><p>partidas dobradas, ainda que não seja verdadeira a afirmação de que ele foi o primeiro a</p><p>apresentar este método de registro contábil.</p><p>Por trás do conceito de partida dobrada há várias ideias implícitas, como:</p><p> A partida dobrada indica a existência de uma entidade concreta e determinado</p><p>grau de relacionamento entre os negócios.</p><p> O fato de as transações serem registradas em unidades monetárias passou a</p><p>permitir a comparação de itens distintos, em termos de um denominador comum</p><p>monetário, possibilitando, a decisão sobre diferentes eventos com base em</p><p>parâmetros econômicos.</p><p> A utilização de contas de despesa e patrimônio implica pelo menos entendimento</p><p>parcial da distinção entre capital e resultado.</p><p>O surgimento do comércio nas unidades italianas medievais e o movimento das</p><p>cruzadas propiciaram o crescimento do comércio entre as cidades europeias e o oriente. As</p><p>cruzadas incrementaram a demanda e a oferta de produtos entre as regiões. Esse</p><p>crescimento das relações comerciais gerou o acúmulo de riqueza individual e das cidades</p><p>italianas.</p><p>Após a descoberta do Novo Mundo, a imensa riqueza começa a fluir das colônias</p><p>para as metrópoles, na forma de ouro e na forma de prata. A descoberta do novo mundo</p><p>moveu as rotas para a Espanha e para Portugal e resultou na ascensão de várias cidades.</p><p>Em 1959, outros tipos de organizações passam a adotar a escrituração contábil, como os</p><p>mosteiros e o Estado.</p><p>Hendriksen e Van Breda (2018), explicam e afirmam que contabilidade como</p><p>ciência do patrimônio é um produto do Renascimento Italiano e as forças renascentistas que</p><p>conduziram a renovação do espírito humano na Europa foram as mesmas que criaram a</p><p>contabilidade.</p><p>A Contabilidade fornecia as informações necessárias para o gerenciamento dos</p><p>negócios. Outro fator da grande relevância no surgimento da teoria da Contabilidade é a</p><p>habilidade de expressão. Estavam presentes o conceito de propriedade privada, o</p><p>desenvolvimento do crédito e a acumulação de capital. Na França requereu-se que o</p><p>balanço fosse realizado pelos negociantes pelo menos a cada dois anos.</p><p>O capitalismo, a indústria, a propriedade privada, as sociedades mercantis se</p><p>desenvolvem e necessitam da contabilidade, que se desenvolve à medida que é discutida</p><p>19</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>nas academias (escolas) de negócios e, é dessa reflexão e discussão que surgem as teorias</p><p>que vamos conhecer algumas na próxima Unidade.</p><p>Antes de continuar seu estudo, realize o Exercício 1 e a</p><p>Atividade 1.</p><p>Dica de Aprofundamento</p><p>Para visualizar os processos de surgimento da Contabilidade, assista ao</p><p>vídeo da FBC – Fundação Brasileira de Contabilidade, disponível em: <A história da</p><p>Contabilidade - Bing video>. Acesso em: 22 set. 2023.</p><p>https://www.bing.com/videos/search?q=hist%c3%b3ria+contabilidade&&view=detail&mid=97483AB67BD454BFDCB497483AB67BD454BFDCB4&&FORM=VRDGAR&ru=%2Fvideos%2Fsearch%3Fq%3Dhist%25c3%25b3ria%2Bcontabilidade%26FORM%3DHDRSC3</p><p>https://www.bing.com/videos/search?q=hist%c3%b3ria+contabilidade&&view=detail&mid=97483AB67BD454BFDCB497483AB67BD454BFDCB4&&FORM=VRDGAR&ru=%2Fvideos%2Fsearch%3Fq%3Dhist%25c3%25b3ria%2Bcontabilidade%26FORM%3DHDRSC3</p><p>20</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>UNIDADE 2</p><p>ESCOLAS, TEORIAS DA CONTABILIDADE E OS</p><p>PRINCÍPIOS CONTÁBEIS</p><p>OBJETIVO DA UNIDADE: Compreender as escolas e teorias da contabilidade que</p><p>permitiram o avanço da ciência. Identificar a contribuição de cada uma delas na</p><p>construção dos princípios</p><p>da ciência.</p><p>O período científico da contabilidade teve início próximo à Revolução Industrial,</p><p>justamente por ter trazido à tona a necessidade de uma contabilidade melhor estruturada e</p><p>a criação das contas de custo, receita e despesa. A seguir foram mais implementadas ainda</p><p>com o advento do mercado financeiro e de capitais. Em razão disso as teorias, escolas e</p><p>doutrinas contábeis se multiplicam em busca dos princípios, objetivos e verdadeiro objeto</p><p>de estudos para a Contabilidade.</p><p>2.1 Teorias das Cinco Contas</p><p>O Contismo ou teoria das cinco contas constituiu-se na primeira corrente de</p><p>pensamento contábil (1494). Seu surgimento está relacionado aos estudos feitos pelos</p><p>primeiros expositores do Método de Partidas Dobradas. Os defensores dessa corrente</p><p>adotaram como ideia básica o mecanismo das contas, centrando sua preocupação no seu</p><p>funcionamento, esquecendo-se que a conta é apenas consequência das operações que</p><p>acontecem numa entidade, e que essas operações devem merecer a máxima atenção da</p><p>contabilidade (SÁ, 1997).</p><p>Segundo D`Auria (1948), foi do francês Edmond Degranges a autoria desta teoria.</p><p>Com apenas cinco contas poder-se-ia fazer a escrituração da Contabilidade de uma</p><p>empresa. Então, ele apontou as contas de Capital, Lucros e Perdas, Caixa, Mercadorias,</p><p>Créditos e Débitos. Em verdade, com essas cinco contas, desdobradas em várias subcontas,</p><p>o autor desta teoria contemplou a escrituração das empresas comerciais.</p><p>2.2 Teoria da Personalidade Jurídica</p><p>A corrente teórica que se ligou aos conceitos jurídicos, pessoais e também com a</p><p>administração, surgiu na Escola de Toscana, como uma reação ao Contismo, durante a</p><p>segunda metade do século XIX (1867), com a obra de Marchi, intitulada I Cinquecontisti.</p><p>21</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Entretanto, sua obra não era apenas de combate, mas também de lançamento das bases de</p><p>um personalismo científico dando personalidade às contas para poder explicar as relações</p><p>de direito e obrigações. Segundo Sá (1997, p. 70), Francesco Marchi (1822/1871), foi um</p><p>dos primeiros idealizadores da teoria personalista. Marchi classificou as contas em quatro</p><p>categorias: Consignatários, Correspondentes, Administradores e Proprietários. Também</p><p>afirmou que, para o funcionamento das partidas dobradas, bastariam somente duas contas:</p><p>a) Uma encabeçada pela pessoa do negociante ou proprietário.</p><p>b) Outra de Terceiros.</p><p>Mas o verdadeiro construtor da teoria personalista foi Giuseppe Cerboni (1827 -</p><p>1917). Cerboni entende que poderia aplicar a sua teoria a entidades estatais, no processo</p><p>de inter-relacionamento entre a economia, administração e contabilidade, a partir das</p><p>seguintes premissas:</p><p>a) O pensamento econômico é instintivo.</p><p>b) O pensamento administrativo mostra ao homem o caminho do direito e da</p><p>moral.</p><p>c) O pensamento Contábil é eminentemente subjetivo e liga-se tanto ao</p><p>pensamento econômico como ao administrativo.</p><p>Cerboni definiu que tudo o que ocorre na empresa ou na entidade motivam direitos</p><p>e obrigações, e que tais relações são as mais importantes para a vida dos negócios</p><p>(aziendas), e por estas razões os teóricos personalistas definem o Patrimônio como “um</p><p>conjunto de direitos e obrigações”.</p><p>Os personalistas defendiam o estudo dos aspectos de direito e das obrigações que</p><p>envolviam os donos da riqueza e tudo o que com esta se relacionasse. Esta corrente do</p><p>pensamento contábil adotou como teoria fundamental da contabilidade a personificação das</p><p>contas, o patrimônio como um conjunto de direitos e obrigações e as relações dos fatos</p><p>contábeis sob o prisma de direito e obrigações. O personalismo teve como grande opositor</p><p>a escola controlista de Fábio Besta.</p><p>2.3 Teoria do Controle</p><p>Assim como os personalistas fizeram oposição aos contistas (teóricos das cinco</p><p>contas), também os controlistas fazem oposição aos personalistas.</p><p>A teoria do controle foi uma doutrina da contabilidade que teve a sua origem na 2ª</p><p>metade do século XIX, na escola de Veneza e defende como objeto da Contabilidade o</p><p>controle da riqueza administrada. Seu criador foi Fábio Besta, contador e professor, nascido</p><p>em 1845, na Itália e falecido em 1922. Besta aparece em 1880, com seu discurso de</p><p>22</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>inauguração do ano acadêmico em Veneza, criando novas formas de observar o objeto de</p><p>estudos da contabilidade. A obra mestra de Fabio Besta é a Lagioneria (Entidade Contábil),</p><p>publicada em 3 volumes. Nela, Besta (1845- 1922), afirma que:</p><p>A riqueza pertinente a uma azienda (um negócio) forma a substância ou</p><p>patrimônio àquele legado e toda azienda possui substância, seja pequena,</p><p>seja grande. O direito de possuir alguma coisa por si só nada vale. O</p><p>legítimo proprietário conserva todos os direitos sobre as coisas, ainda</p><p>quando lhe são roubadas; se não tem possibilidade de recuperá-las,</p><p>aquelas coisas para ele de nada valem. O valor de uma coisa se refere à</p><p>disponibilidade e ao seu livre uso, em suma a sua posse e esta jamais será</p><p>plena se não lhe é assegurado isto no presente e no futuro, sem limite de</p><p>tempo, ou seja, enquanto durar.</p><p>Classifica os controles, assim como atualmente o faz a auditoria, em antecedentes,</p><p>concomitantes e subsequentes. Afirma que tudo deve ser registrado e que o objeto dos</p><p>registros são os fatos ocorridos com a riqueza.</p><p>2.4 Teoria econômica</p><p>Esta teoria tem como função precípua das contas sua movimentação e suas</p><p>consequentes variações “havidas no valor das coisas”, em relação às pessoas ligadas às</p><p>entidades econômicas. Fábio Besta, seguido por outros pensadores, foi um dos primeiros</p><p>defensores da função econômica das contas. O pensamento de Besta era de que as contas</p><p>representavam valor econômico e estava ligado à riqueza.</p><p>2.5 Teoria matemática</p><p>Como a contabilidade envolve valores e muitas vezes confundidas como ciência</p><p>exata não podíamos deixar a teoria matemática de lado, pois foi esta teoria que definiu a</p><p>Contabilidade como uma ciência exata. Em 1910, Clitofante Bellini, em seu “Tratato</p><p>Elementare Teórico – Prático de Regioneria Generale”, afirmou que “Qualquer que seja o</p><p>conceito de conta, em seu significado concreto, é sempre o de uma entidade matemática,</p><p>isto é, uma grandeza, pondo em evidência o valor de uma coisa e as variações nele</p><p>havidas” (BELLINI, 1910, p. 42).</p><p>Para Bellini, o principal da conta é debitar e creditar poder-se-ia colocar no lugar do</p><p>débito o sinal (+) e no lugar do crédito o sinal (-). O Saldo das contas decorre da apuração</p><p>do débito e do crédito, resultado de uma soma algébrica. Ele também nos informa que para</p><p>crédito um valor corresponde de débito. As contas do Ativo estão representadas por valores</p><p>positivos, enquanto as contas do Passivo estão expostas por valores negativos.</p><p>23</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Ativo – Passivo = Zero</p><p>Um dos defensores desta teoria considerou a contabilidade como o ramo das</p><p>matemáticas aplicadas às grandezas econômicas e ciência das contas relativas ao produto</p><p>do trabalho e às transformações do capital.</p><p>2.6 Teoria aziendal</p><p>A grande ansiedade para encontrar o campo e a classificação dos estudos</p><p>referentes à contabilidade continuaram agitando as escolas do pensamento científico no</p><p>final do século XIX e início do século XX e segundo Sá (1997, p. 97), “com apelos</p><p>dramáticos de diversos pensadores” O Aziendalismo foi apresentado em Veneza como a</p><p>tendência nova em contabilidade entre os anos de 1926-1927. Considerado sistema aberto,</p><p>divide à economia aziendal em gestão e levantamentos contábeis. Negou a confusão</p><p>conceitual entre economia e contabilidade, afirmando que em economia é o crédito que faz</p><p>o capital e em contabilidade é o inverso. Os aziendalistas afirmavam que havia uma</p><p>confusão entre a contabilidade e a escrita contábil.</p><p>A teoria aziendal contribuiu para o avanço da contabilidade à medida que explorou</p><p>e provocou a reflexão sobre o</p><p>capital. Ceccherelli (1950 apud SÁ, 1997, p.120), explica que</p><p>“a denominação capital é unidade orgânica e que os valores demonstrados em ativo e</p><p>passivo nada mais são que uma coisa só sob o ângulo de ORIGEM e APLICAÇÃO DE</p><p>RECURSOS”. E pregou a temporalidade e relatividade do rédito2 e teorizou sobre os efeitos</p><p>da circulação do capital para sustentar o processo produtivo e aceita o axioma sobre a</p><p>função do capital que deve estar sempre apto a produzir capital por meio do fluxo regular e</p><p>constante de receitas e custos.</p><p>Alberto Ceccherelli foi inovador e poucos trataram a questão científica com maior</p><p>propriedade. O uso das origens de capital, para Ceccherelli, é livre e independente da</p><p>natureza das fontes, mas condiciona-se na “temporalidade” e “reditividade” das aplicações.</p><p>E defendeu a exigência de correlação entre financiamentos e de investimentos.</p><p>Estabelece a Classificação da azienda quanto ao seu fim:</p><p>a) Social: não visam lucro. São as sociedades de caráter beneficente, esportivo,</p><p>cultural, recreativo, religioso, etc.</p><p>b) Econômico-Social: são aziendas sociais cujo objetivo é o crescimento</p><p>econômico das mesmas, com objetivo de prestar serviços específicos, como sociedades de</p><p>pecúlios, aposentadorias e benefícios.</p><p>2 Rédito em contabilidade significa [...] resultado, ou aquele produto significativo do movimento dos</p><p>custos e receitas, [...] (SILVA, 2009). Disponível em:</p><p>http://www.icbrasil.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=1151. Acesso em: out. 2019.</p><p>http://www.icbrasil.com.br/doutrina/ver.asp?art_id=1151</p><p>24</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>c) Econômica: visam o lucro voltado para seu próprio benefício. Há numerosos</p><p>exemplos que permeiam toda a sociedade moderna.</p><p>E quanto aos seus proprietários, podem-se classificar em:</p><p>a) Pública: pertencente à coletividade, mas que pode ser administrada pelo setor</p><p>público ou privado.</p><p>b) Particular: pertence a um indivíduo ou a um grupo restrito de pessoas.</p><p>Também teve papel destacado o contador Gino Zappa, como representante</p><p>máximo da corrente aziendalista. Zappa teve o mérito de fazer distinção entre as três</p><p>doutrinas que formam o conteúdo da economia aziendal, colocando no mesmo plano:</p><p>1. Administração;</p><p>2. Organização e</p><p>3. Contabilidade.</p><p>2.7 Teoria do patrimônio</p><p>A teoria do patrimônio é a corrente do pensamento contábil que considera o</p><p>patrimônio aziendal como objeto da Contabilidade, observado sob o aspecto da finalidade</p><p>aziendal (do negócio), por isso é a escola preponderante ainda na contabilidade</p><p>contemporânea.</p><p>O Patrimônio pode ser definido como parte impessoal da azienda (entidade).</p><p>Observada sob dois aspectos principais: Quantitativo e Qualitativo.</p><p>Vicenzo Masi na obra La Ragioneria come scienza del patrimonio (A contabilidade</p><p>como ciência do patrimônio), inicia o grande curso de seus ditos científicos, oferecendo as</p><p>bases da doutrina e explica:</p><p>Se examinarmos os fenômenos fundamentais de contabilidade, não</p><p>podemos deixar de reconhecer que eles requerem indagações acuradas;</p><p>não se pode negar que se torna necessário observá-los, expô-los e procurar</p><p>explicá-los; depois, munidos dos ensinamentos oferecidos pelas pesquisas</p><p>feitas com o subsídio de métodos especiais de investigação, próprios das</p><p>ciências experimentais, daí retirar normas de prática aplicação a casos</p><p>concretos. Ora, os fenômenos dos custos, das receitas, do redito, das</p><p>entradas e saídas financeiras, para lembrar só alguns dos mais evidentes</p><p>fenômenos contabilísticos já por nós referidos, são todos investigados nas</p><p>suas fases de constituição e de evolução apresentando problemas que</p><p>sempre se apresentaram e sempre se apresentarão (MASI apud SÁ, 1997,</p><p>p. 125)</p><p>Masi (apud SÁ, 1997, p. 120), explica que a base de raciocínio patrimonialista era</p><p>distinguir a informação apenas como instrumento de uso para se obter notícia de fatos. A</p><p>contabilidade usa e fornece a informação sobre o seu objeto de estudo, o patrimônio e</p><p>25</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>[...] como ciência, só considera os instrumentos de informação como meios</p><p>que levam ao conhecimento dos fenômenos patrimoniais: tais instrumentos</p><p>servem, de fato, para colher, classificar, ordenar e representar os dados</p><p>que elaborados, são depois utilizados pela administração do capital das</p><p>empresas ou do patrimônio das entidades.</p><p>Outras ciências sociais têm o patrimônio como objeto de estudo como a</p><p>administração, a economia, o direito, com enfoques distintos do estudo da contabilidade.</p><p>Então a Contabilidade estuda as relações que envolvem os fatos e procura apresentar as</p><p>consequências de suas ocorrências.</p><p>Outro grande princípio sugerido por Masi foi o da “Autonomia Científica da</p><p>Contabilidade”, posto que a contabilidade como ciência, tem a finalidade de estudar os</p><p>fenômenos patrimoniais e, também, possui autonomia própria. Isto pode ser demonstrado</p><p>pelo Equilíbrio Estático e Dinâmico do Patrimônio. A Estática Patrimonial estuda a estrutura</p><p>do sistema da riqueza de uma entidade. A Dinâmica Patrimonial estuda a movimentação</p><p>dessa estrutura, sob os aspectos qualitativo e quantitativo. A teoria patrimonialista</p><p>considera como objeto de estudo científico da contabilidade o fenômeno patrimonial que se</p><p>divide em três aspectos a serem compreendidos.</p><p>O estudo da estática patrimonial analisa os componentes do patrimônio, a natureza</p><p>deles, as características que apresentam e as relações que ligam tais componentes. Refere-</p><p>se ao estudo do equilíbrio patrimonial que permite através da análise contábil, criar</p><p>relações entre os elementos afins e com isso averiguar como se comportam. Para isso, Masi</p><p>sugere uma reclassificação do balanço e uma forma específica de arranjar os dados. A</p><p>interpretação dos dados é variável, depende de cada caso, mas em nenhuma hipótese é</p><p>possível deixar romper o equilíbrio existente entre as fontes de recursos e a aplicação dos</p><p>mesmos.</p><p>Em relação à dinâmica patrimonial, que é o exame do patrimônio sob o seu</p><p>aspecto dinâmico, isto é, nos seus investimentos e financiamentos com a finalidade de</p><p>indagar os princípios e as normas técnicas que as regem. Masi esclarece que é</p><p>importantíssimo observar o objetivo e o volume do investimento, a lucratividade, a</p><p>manutenção da força de utilidade e a capacidade da entidade em investir. Logo, acredita</p><p>que o lucro e o investimento devem manter relações constantes.</p><p>A revelação patrimonial se refere a um conjunto de princípios e normas que regem</p><p>a representação qualitativa e quantitativa do patrimônio em dado momento.</p><p>A classificação das Contas, segundo a Teoria Patrimonialista, possui a seguinte divisão:</p><p>- Contas Patrimoniais – Contas do Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.</p><p>- Contas de Resultado – Despesas e Receitas.</p><p>26</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>2.8 Escolas de contabilidade</p><p>A Escola do Pensamento Contábil denominada Materialismo Substancial foi o início</p><p>do período científico da Contabilidade. Surgiu na Itália, na região da Lombardia, daí também</p><p>ser conhecida como Escola “Lombarda”.</p><p>Seu precursor foi Francesco Villa que influenciou todos os grandes estudiosos até o</p><p>início do século XX, e a origem dos conhecimentos e teorias desta escola científica conforme</p><p>afirma Sá (1997, p. 63) “seria a obra do referido contador, editada em Milão, em 1940 sob</p><p>o título de La Contabilitá applicata alle amministrazione private e publiche, premiada pelo</p><p>imperador da Áustria”. À época a contabilidade pública era matéria obrigatória no curso</p><p>superior de ciências jurídicas na Itália.</p><p>2.9 Escola norte-americana</p><p>O começo desta escola é marcado por limitada base teórica e elevado desenvolvimento</p><p>prático no tratamento das questões econômico-administrativas. A escola norte-americana tem como</p><p>característica marcante os contadores acatarem quase que unânimes as diretrizes definidas pelas</p><p>associações profissionais.</p><p>O declínio</p><p>da escola europeia, em que predominava a Contabilidade Italiana, foi</p><p>influenciado pela falta de pesquisa indutiva de modo a permitir generalizações, pela</p><p>preocupação excessiva em demonstrar que a Contabilidade é a ciência em detrimento das</p><p>necessidades específicas dos vários usuários, pela ênfase na teoria das contas das partidas</p><p>dobradas, não oferecendo condições de geração de documentos gerenciais, além da queda</p><p>na qualidade do corpo docente e discente das faculdades italianas.</p><p>O ápice da contabilidade, no entanto, foi com a introdução em meados do século</p><p>XIX e posterior fortalecimento das bolsas de mercadorias e futuros e o mercado de capitais,</p><p>causando grande aumento de investimentos nas entidades privadas. Mas estas novas</p><p>práticas careciam de melhor regulação, como foi constatado na enorme crise econômica</p><p>mundial resultante da quebra da bolsa de Nova Iorque, pois só em 1900 todas as empresas</p><p>negociadoras na bolsa ficaram obrigadas a publicarem relatórios anuais sobre sua situação</p><p>financeira.</p><p>2.10 A crise de 1929 e seus efeitos na regulação da contabilidade</p><p>A crise financeira mundial aconteceu em 29 de outubro de 1929, foi golpe fatal na</p><p>economia do mundo, o mercado das ações reagiu, caindo vertiginosamente, no final do dia</p><p>enormes fortunas haviam desaparecido como fumaça. Os investidores haviam perdido 15</p><p>27</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>bilhões de dólares. Na economia atual representa aproximadamente a casa decimal do</p><p>Trilhão de dólares. Entre as características da crise de 1929, podemos elencar:</p><p> Nos EUA, iniciava-se a grande depressão com toda a miséria e privação.</p><p> Uma das características da crise foi a amplidão e a universalização –</p><p>repercussão global (princípio da economia e risco global).</p><p> Outra característica é que foi produto de uma crise agrária, financeira e</p><p>industrial ao mesmo tempo. E de duração longa de 1929 a 1933.</p><p>O chamado New Deal (novo tratamento) foi implementado em 1932, pelo</p><p>presidente Roosevelt. Após assumir o poder, reúne uma equipe de tecnocratas adotando</p><p>um conjunto de medidas baseadas na proposta do economista inglês Jonh M. Keynes.</p><p>Propõe a criação do estado pela promoção do bem-estar social ou welfare state.</p><p>O New Deal adota as seguintes medidas principais:</p><p> Empréstimos ilimitados aos bancos.</p><p> Indenizações aos fazendeiros.</p><p> Auxílio aos estados: subsídios, aumento de salários, seguro desemprego.</p><p> Controle da jornada de trabalho: salário mínimo, legalização dos sindicatos,</p><p>proibição de emprego a crianças e horas-extras.</p><p> Promoção de um amplo programa de obras públicas: barragens, estradas,</p><p>portos, hidrelétricas, habitação popular.</p><p> Ampliação e estatização do sistema de previdência social.</p><p> Controle severo sobre preços dos produtos, taxação dos produtos supérfluos.</p><p>Em toda crise econômica, a contabilidade acaba por ser responsabilizada, e</p><p>geralmente a razão é a falta de informação relevante de forma adequada que deixou de</p><p>evidenciar e/ou dar publicidade. Por isso, uma vez enfraquecidos os males maiores da crise,</p><p>os empresários e os contadores foram duramente criticados pela incapacidade de informar</p><p>corretamente o mercado sobre o real patrimônio empresarial. Esta crítica teve, entre outras,</p><p>diversas consequências que vão impulsionar a contabilidade á padronização.</p><p>A partir da década de 1930 foi marcada pela significativa mudança no curso do</p><p>desenvolvimento do pensamento contábil, particularmente pela sedimentação dos princípios</p><p>e práticas contábeis. Foi nesta década que as teorias da contabilidade se agigantam.</p><p>Nesse ano, o American Institute of Accountants nomeou um comitê em cooperação</p><p>com New York Stock Exchange para analisar pontos em comum demandados por</p><p>investidores, Bolsas e contadores. A mudança no pensamento contábil resultou de escritos e</p><p>discussões que levaram à mudança do objetivo da contabilidade voltada para a</p><p>apresentação de informações a credores e administradores para provimento de informações</p><p>financeiras direcionadas a investidores e acionistas.</p><p>28</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>O desenvolvimento do pensamento da ciência</p><p>contábil, quando se buscou comparar e desenvolvimento da</p><p>teoria contábil com o da teoria econômica. Os principais</p><p>problemas sobre os quais se debruçaram os teóricos foram os</p><p>relacionados à avaliação, mensuração e conceitos de</p><p>resultado líquido.</p><p>Fonte: http://migre.me/s64dj</p><p>A busca por princípios contábeis universalmente aceitos inicia com a necessidade</p><p>de regulação, mas como ciência, a contabilidade ainda tinha um enorme caminho a trilhar.</p><p>A princípio num ensaio de muitos indivíduos e grupos passaram a pesquisar e refletir sobre</p><p>a possibilidade de elucidação do que acreditavam ser princípios contábeis na década de</p><p>1930.</p><p>Conforme explicam Hendriksen e Van Breda (2018), o pioneirismo se deve à</p><p>Associação Americana de Contabilidade (Americam Association o f Accountants/ AAA), que</p><p>sob a liderança do professor William Paton, publicou em junho de 1936 a primeira da que</p><p>seria uma série de breves monografias sobre princípios contábeis. Esta série foi sendo</p><p>discutida e refletida de 1936 a 1957 e expressava a esperança de que seria possível "chegar</p><p>a um acordo quanto a uma base de considerações fundamentais que tenderiam a eliminar</p><p>as variações aleatórias de procedimentos resultantes, não das peculiaridades de cada</p><p>empresa, mas das diferentes ideias de financistas e executivos a respeito do que seria</p><p>adequado, plausível ou convincente para os investidores num determinado momento"</p><p>(HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 74). Nesta série de monografias há um clássico, que</p><p>foi particularmente importante, para o desenvolvimento da ideia de vincular custos a</p><p>receitas.</p><p>De acordo com Paton3, apud Hendriksen, Van Breda (2018, p. 75), somente se "o</p><p>contador puder visualizar a base na qual está se apoiando" evitará "aplicações incorretas e</p><p>conclusões gerais errôneas". Para esse fim, enumerou seis postulados, explicando suas</p><p>limitações:</p><p>1. A existência de entidade empresarial distinta isso é universalmente</p><p>presumido, muito embora seja, na realidade, apenas figura de linguagem.</p><p>2. A continuidade dessa entidade a suposição de empresa em funcionamento</p><p>é, em grande parte, questão de conveniência.</p><p>3 Em 1936, Paton enunciou postulados que deram origem aos princípios da contabilidade geralmente</p><p>aceitos, utilizados hoje.</p><p>29</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>3. A equação do balanço essa igualdade ocorre somente porque fechamos</p><p>qualquer "buraco" que exista ajustando as contas de patrimônio dos acionistas.</p><p>4. O postulado monetário essa é a premissa infundada de que "uma</p><p>demonstração de ativos e passivos em dólares e cents é uma representação completa da</p><p>posição financeira da empresa na data da demonstração".</p><p>S. O postulado do custo essa é a igualmente infundada premissa de que "o custo</p><p>indica o valor verdadeiro para fins de demonstração inicial".</p><p>6. O postulado de reconhecimento de receitas isso pressupõe que "a receita</p><p>ou o lucro surgem repentinamente, de maneira integral, numa ocasião específica,</p><p>geralmente a venda," o que claramente não é verdade.</p><p>Nunca, até então, ou raramente, desde então, um autor captou tão bem ou</p><p>sucintamente as limitações da contabilidade pelo custo histórico. Tal como Pacioli, os</p><p>comentários secos de Paton podem ser lidos com tanto frescor hoje em dia quanto na</p><p>época em que foram redigidos.</p><p>Essas reflexões sobre princípios, normas e padrões geraram uma mudança</p><p>importante no pensamento contábil decorrente dessas obras e das discussões do final da</p><p>década de 1920 e começo da década de 1930, foi a mudança de objetivo da contabilidade</p><p>que antes deveria apresentar as informações aos administradores internos e credores da</p><p>empresa, passou, a partir de 1930, a objetivar o fornecimento de informações financeiras a</p><p>investidores</p><p>e acionistas. “A pressão no sentido desta mudança de objetivo veio do setor</p><p>financeiro e das bolsas de valores, e não dos contadores. O crescimento rápido das</p><p>aplicações em ações de empresas, particularmente durante os primeiros anos seguintes à</p><p>Primeira Guerra Mundial, gerou novas necessidades de informação contábil” (HENDRIKSEN;</p><p>VAN BREDA, 2018, p. 76).</p><p>Essa mudança de objetivo das demonstrações financeiras levou a: 1. Uma</p><p>redução da ênfase no balanço como demonstração de valores. 2. Uma</p><p>maior ênfase, consequentemente, na demonstração do resultado e num</p><p>conceito uniforme de lucro. 3. Uma necessidade de divulgação integral de</p><p>informações financeiras relevantes, com a apresentação de demonstrações</p><p>financeiras completas e o crescimento do uso de notas explicativas. 4.</p><p>Ênfase em divulgação uniforme, particularmente no que se refere à</p><p>demonstração do resultado (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 76).</p><p>A complexidade da análise na busca por princípios tem levado a frequentes</p><p>divergências quanto ao(s) objetivo(s) preciso(s) da contabilidade. A Statement of Basic</p><p>Accounting Theory, conhecido pela sigla ASOBAT documento produzido pela Associação</p><p>Americana de Contabilidade em 1966, começava com uma afirmação de que a contabilidade</p><p>é "o processo de identificação, mensuração e comunicação de informação econômica para</p><p>permitir a realização de julgamentos e decisões pelos usuários da informação" (2010, p.</p><p>30</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>83). E com isso deu suporte para o pronunciamento, que declara que o objetivo da</p><p>contabilidade é fornecer informações financeiras úteis para a tomada de decisões</p><p>econômicas, o pronunciamento afirma que, para que esse objetivo seja atingido, diversos</p><p>objetivos qualitativos devem ser alcançados: a informação deve ser relevante,</p><p>compreensível, oportuna, e assim por diante. Essa complexidade:</p><p>[...] tem levado a frequentes divergências quanto ao(s) objetivo(s)</p><p>preciso(s) da contabilidade quanto à natureza do ambiente econômico em</p><p>que opera. Inicialmente, a contabilidade nos Estados Unidos se concentrava</p><p>nos interesses dos credores, depois pressupôs uma função de custódia em</p><p>relação aos investidores, e mais recentemente tem procurado enfatizar o</p><p>fornecimento de informações para a tomada de decisões de investimento.</p><p>Cada mudança de objetivos implica em · mudança de princípios. Mais tarde,</p><p>durante a década de 1960, alguns pesquisadores acadêmicos alegaram ter</p><p>encontrado evidências estatísticas de que os mercados de ações são</p><p>eficientes, no sentido de que incorporam rapidamente toda informação</p><p>disponível nos preços das ações. O resultado disso foi a Hipótese de</p><p>Mercado Eficiente [...] (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 2018, p. 83).</p><p>Os Princípios Contábeis, como dispostos hoje, estão classificados em postulado,</p><p>princípio e convenções e no Brasil não há hierarquização nos princípios. O Conselho Federal</p><p>de Contabilidade, por meio da Resolução/CFC n. 750 de 1993, normatiza os princípios que</p><p>foram atualizados em 2010 pela Resolução/CFC n. 1282, em função da convergência ás</p><p>normas internacionais foi iniciada em 2005.</p><p>No Brasil, conforme estudos de Sá (1998), não havia uma escola de pensamento</p><p>contábil genuinamente brasileira. Pode-se dizer que em um primeiro instante, a nossa</p><p>contabilidade foi baseada no método italiano e posteriormente migrou-se para o método</p><p>norte-americano, na qual persiste até 2005, quando foi criado o Comitê de Pronunciamentos</p><p>Contábeis, com o propósito de conduzir o processo de convergência das Normas Brasileiras</p><p>de Contabilidade às normas internacionais o International Financial Reporting Standard</p><p>IFRS.</p><p>A contabilidade no Brasil por tradição enraizada ainda sofre grande influência da</p><p>legislação tributária, notadamente da legislação do imposto de renda. Pode-se afirmar com</p><p>certeza que em algumas organizações, principalmente nas micro e pequenas empresas, na</p><p>maior parte do tempo o contador se dedica a questões tributárias. Nas médias e grandes</p><p>empresas normalmente existe um departamento ligado a questões fiscais para tratar do</p><p>assunto. Assim, a contabilidade se subdivide em contabilidade financeira, contabilidade</p><p>fiscal, contabilidade gerencial, contabilidade de custos etc.</p><p>Na primeira fase da contabilidade no Brasil utilizou-se o método italiano, no período</p><p>de 1915 a 1964, contando com a contribuição de grandes autores, entre eles, Carlos de</p><p>31</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>Carvalho, Francisco D’Auria e Frederico Hermann Júnior. Atualmente são poucos os autores</p><p>que seguem a corrente de pensamento italiana, entre eles destacamos o professor Antonio</p><p>Lopes de Sá. Carlos de Carvalho apresentou uma contabilidade baseada na visão contista</p><p>(escola contista), já Francisco D’Auria e Frederico Hermann Júnior adotaram a visão</p><p>patrimonialista (escola patrimonialista) como corrente de pensamento contábil. Para esses</p><p>últimos tratadistas, o objeto de estudo da contabilidade é o patrimônio. Essa primeira fase</p><p>de desenvolvimento da contabilidade nacional foi marcada por dois aspectos relevantes:</p><p>a) A intervenção da legislação no desenvolvimento de procedimentos contábeis;</p><p>b) Forte influência doutrinária das escolas italianas de pensamento contábil.</p><p>A segunda etapa do desenvolvimento da contabilidade brasileira teve início em 1964,</p><p>quando as escolas de pensamento contábil italianas foram aos poucos assumindo os</p><p>ditames da escola norte-americana. Uma das razões (entre as várias existentes) para a</p><p>mudança de rumo foi a chegada das empresas de auditoria anglo-americanas que</p><p>acompanhavam as multinacionais recém-chegadas ao Brasil. Essas empresas ofereciam</p><p>treinamento de alto nível aos profissionais para elaboração de peças contábeis,</p><p>influenciando empresas menores e até legisladores. Tudo isso contribuiu para a mudança de</p><p>rumo no Brasil.</p><p>A consolidação da escola Americana no Brasil é fato consumado tendo em vista que</p><p>o livro Contabilidade Introdutória (adotado em praticamente todas as faculdades brasileiras)</p><p>dá um toque especial de contabilidade brasileira à contabilidade norte-americana e com a</p><p>publicação da Lei n. 6.404/76, Lei das Sociedades Por Ações de 15 de dezembro de 1976</p><p>que tem sua parte contábil inspirada na doutrina norte-americana. Assim como ocorreu com</p><p>as demais escolas de pensamento contábil, não podemos nos esquecer dos mais destacados</p><p>pensadores contábeis nacionais, entre eles Carlos de Carvalho, Francisco D’Auria e Frederico</p><p>Hermann Júnior. Este último trabalhou na organização e reorganização da contabilidade de</p><p>importantes empresas, como, Mappin Stores, Indústrias Klabin, Caixa Econômica Federal,</p><p>Companhia Siderúrgica Nacional e Companhia Vale do Rio Doce.</p><p>Hermann Júnior, como era conhecido, publicou diversas obras ligadas à</p><p>contabilidade e foi um dos fundadores e Presidente do Sindicato dos Contabilistas de São</p><p>Paulo (anteriormente chamado de Instituto Paulista de Contabilidade) e da Editora Atlas,</p><p>organismos que existem até hoje.</p><p>As discussões acerca dos princípios da contabilidade, sua hierarquização e estrutura</p><p>conceitual, no mundo dos negócios e das pesquisas em contabilidade estão em constante</p><p>discussão, com a intenção de identificar os princípios, postulados e uma estrutura que</p><p>permita à ciência contábil enunciados universalmente aceito e que venham atender as</p><p>demandas atuais da área das ciências sociais aplicadas e de negócios.</p><p>32</p><p>www.virtual.ucdb.br | 0800 647 3335</p><p>O Brasil resolveu parte do problema da padronização dos relatórios de</p><p>contabilidade com a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade/CFC n. 750 de 1993, e</p><p>outros que atendiam à estrutura conceitual de contabilidade, o Brasil possuía duas</p><p>estruturas conceituais, uma exigida pelo Conselho Federal e outra pela Comissão de Valores</p><p>Mobiliários. Em 2010, o Brasil, em função da aderência às normas internacionais e após</p><p>discussão com os órgãos normatizadores e</p>