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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO (UFRRJ)</p><p>ADMINISTRAÇÃO PUBLICA</p><p>IS508 – SISTEMA POLITICO DINÂMICAS ECON. E INST. DO BRASIL</p><p>DR. ALDENILSON DOS SANTOS VITORINO COSTA</p><p>LUCAS SILVA DA CONCEIÇÃO</p><p>DEMOCRACIA MODERNA</p><p>RIO DE JANEIRO</p><p>2022</p><p>DEMOCRACIA MODERNA: SUA EVOLUÇÃO E O PAPEL DA DELIBERAÇÃO</p><p>Se por um lado a democracia se espalhou por todo o mundo e forma uma ideia que parece tomar o poder por suas próprias forças, por outro lado é claro que seu desenvolvimento até esse nível foi bastante lento e até certo ponto forma, fresco, nunca diretamente.</p><p>Sabe-se que na prática não há conexão entre o antigo conceito de democracia nascido dos gregos e o conceito que ganhou força especialmente no final do século XIX. Para os gregos, a democracia era um pré-requisito para estabelecer uma relação semiótica com a polis.</p><p>Na "cidade-estado" de Atenas, o estado não está separado da sociedade. Um cidadão é ao mesmo tempo criador de leis e sujeito a elas, participando diretamente da administração da cidade. Era uma relação inferior da vida privada ao bem comum e ao bem comum.</p><p>No entanto, se estamos acostumados a considerar esse sistema como um ideal democrático, seria mais correto usar o nome politeia dado na classificação de Aristóteles. Isso porque a democracia como forma de governo foi definida pelos antigos, principalmente após a classificação de Aristóteles, como uma forma de governo “corrompida” pelas massas, tão nociva quanto a oligarquia. Enquanto estes formavam o governo de poucos para seu próprio benefício, o primeiro era o governo de muitos para seu próprio benefício.</p><p>Após séculos de debate sobre as formas de governo, o debate foi finalmente vencido, especialmente pela importância atribuída a um conceito mais geral de república, que inclui a democracia. A classificação tradicional baseada no número de ocupantes mudou e se consolidou em uma classificação de países entre democracias (repúblicas) e autocracias.</p><p>Deve-se notar que o termo "democracia" raramente é usado durante a "era revolucionária" e depois. Se for, é em sentido negativo, mesmo em oposição a uma república. A prática do "governo representativo" passa a ser vista como o ideal de uma "república".</p><p>Houve uma clara mudança no perfil da democracia em meados do século XIX, quando surgiram os partidos políticos. Esses grupos parecem inicialmente como verdadeiros "clubes" como resultado da convergência de interesses. Portanto, deve-se notar que neste primeiro momento, os partidos políticos são perturbados e vistos como uma ameaça real à existência do bem comum. São até entendidos como seres divisivos que buscam o poder de determinados interesses sobre o coletivo.</p><p>No entanto, no desenvolvimento histórico, sua existência foi institucionalizada. Pode-se dizer que se seu nascimento ocorre em meados do século XIX, um século depois a realidade era completamente diferente. Avaliados dessa forma, adquirem a posição de verdadeiro eixo expressivo do pluralismo político e, principalmente, graças ao reconhecimento constitucional, adquirem um nível institucional considerado indissociável da democracia em meados do século XX.</p><p>A partir de agora, o epíteto “democracia” assumiu primordialmente a representação (tipo público, ou seja, "não relacionado") e, em seguida, a explicação dada pelos partidos políticos. Seu vínculo com a democracia tornou-se ininterrupto.</p><p>No entanto, quando a democracia se estabeleceu como forma antes das formas, transformando a república dicotômica em monarquia secundária, o debate sobre representação e partidos políticos não deixou de existir. De fato, não raro, questiona-se a distância entre a vontade dos representantes e a representação. Um papel fundamental em seu desenvolvimento é a expansão de direitos de voto, um processo lento nos séculos 19 e 20.</p><p>Apesar da evidente ampliação do espectro de pessoas que se qualificam como cidadão ativo, o desejo por mais e melhores práticas que possibilitem uma busca mais efetiva de legitimidade na democracia enfatiza a busca por práticas de democracia semidireta. A democracia parecia a muitos um belo nome para um sistema puramente formal e tão distante de um conceito idealizado que certamente não era possível fazer uma comparação aceitável entre o eleitor e a vontade do eleito. A existência dos chamados "Governos Assembleias" acentuava esse significado, por mais que fossem os representantes burgueses da vontade daquela classe social ou, pior, dos interesses individuais.</p><p>Após a Segunda Guerra Mundial e a onda de "redemocratização", qualquer crítica à democracia representativa tradicional parecia inadequada e fora de contexto. Só um pouco mais tarde essa crítica se intensifica, momento paradigmático para a crise da República Francesa, agravada pela debilitante guerra na Argélia. O resultado disso acontece na assunção de Gaulle, que lidera o processo de fundação com uma autoridade especial que lhe é conferida pela Assembleia Geral, da qual surge a famosa constituição da "V República".</p><p>Essa combinação de democracia representativa e instituições que permitem aos cidadãos intervir diretamente em determinadas situações dá origem a um novo modelo, o termo conceitual "democracia semidireta". Não se deve esquecer que parte importante da doutrina quer ver o desenvolvimento e a culminância da democracia semidireta nas primeiras décadas do século passado, especialmente no período entre guerras, quando as questões sobre democracia se intensificaram. Ele vê que o modelo suíço influenciou alguns sistemas europeus, como a Alemanha de Weimar, no chamado referendo de arbitragem. No caso francês, destacamos sua aplicação de forma distorcida19 no modelo matricial de cesariana.</p><p>Um elemento característico da democracia representativa no novo modelo é a possibilidade de utilização de meios onde a população decide diretamente sobre determinada questão de acordo com a demanda. As ferramentas tradicionais para esta viabilidade são os referendos e os referendos, com alguns sistemas permitindo outros mecanismos.</p><p>O debate sobre a necessidade de aprimoramento democrático, julgamento e reavaliação da equação surge apenas recentemente. O problema central era o controle do valor e da realidade da representação, pois em uma sociedade onde tudo adquire um valor significativo devido ao aprofundamento exponencial dos individualismos e particularidades, a noção de um sistema baseado no controle comum. Boa contestada pelo critério da maioria. Definir os parâmetros correspondentes ao interesse público esperado é cada vez mais difícil, quando os interesses de uma sociedade pluralista são avaliados a cada dia.</p><p>De fato, os círculos acadêmicos americanos e franceses foram prolíficos na produção de trabalhos específicos sobre esse tema da transcendência. Nesse ponto, cabe mencionar o espírito de pesquisa e pioneirismo de Joshua Cohen, que foi o primeiro a utilizar o termo democracia deliberativa como parte da doutrina.</p><p>Quanto à persuasão utilizada no raciocínio, ela deve ser feita de forma diferente de outros processos de comunicação, ou seja, tentando alcançar a conversão às preferências dos outros para chegar a um consenso "razoável" alcançado "por motivos de persuasão, com argumentos fortes", partindo do pressuposto de que as partes primam pelo lado da "imparcialidade". Esta busca não conflita com "interesses pessoais" ou "comportamento estratégico".</p><p>Apesar da ênfase na "diferença entre discussão e votação", especialmente considerando o fato de que "a modificação racional das preferências difere de sua mera combinação", a possibilidade de que o processo de tomada de decisão final sob certas condições, votação não deva ser excluído. Isso deve ser entendido apenas como um fator procedimental que enfatiza as claras diferenças entre os dois processos. A mesma observação se aplica à possível utilização de outros métodos, como a negociação.</p><p>Na verdade, essas são as experiências incluídas na doutrina, que na verdade podem ser complementadas por outras experiências ao redor do mundo, incluindo experiências nacionais</p><p>- de orçamento participativo e a criação de conselhos comunitários em diversas áreas, como segurança, educação, saúde e gestão de equipamentos públicos.</p>