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<p>RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO LISO E RUGOSO</p><p>Sistema de endomembranas</p><p>Como vimos anteriormente, as células eucariotas são</p><p>formadas por diversas organelas, sendo muitas destas</p><p>organelas delimitadas por membranas. Desta forma, todas as</p><p>organelas que apresentam membranas biológicas em sua</p><p>constituição são denominadas de organelas membranosas.</p><p>Entre elas podemos destacar as mitocôndrias, lisossomos,</p><p>peroxissomos, complexo de Golgi e os retículos</p><p>endoplasmáticos liso (REL) e rugoso (RER). Neste módulo,</p><p>vamos falar especificamente de RER e REL. Então, é</p><p>importante você saber que estas duas organelas fazem parte</p><p>do chamado sistema de endomembranas da célula. Mas o que</p><p>vem a ser este sistema de endomembranas? Durante o</p><p>processo evolutivo, a célula eucariota adquiriu membranas</p><p>internas que a tornaram compartimentalizada, ou seja,</p><p>compartimentos menores (organelas) com composição química</p><p>e funções completamente distintas dentro da célula. Mas qual</p><p>a importância desta compartimentalização para a célula? Este</p><p>sistema de endomembranas foi capaz de separar os</p><p>processos metabólicos que ocorrem dentro da célula. Desta</p><p>forma, cada organela delimitada por membrana, apresenta</p><p>uma função específica. E estas organelas podem se comunicar</p><p>através de pequenas vesículas transportadoras. Desta forma,</p><p>o sistema de endomembranas é o maior compartimento</p><p>celular, pois se distribui por todo o citoplasma sendo formado</p><p>por cisternas, sáculos e túbulos que se comunicam entre si.</p><p>Quais as organelas que compõem este sistema de</p><p>endomembranas? Podemos dizer que o sistema de</p><p>endomembranas é formado pelo RER, REL, complexo de Golgi,</p><p>lisossomos e endossomos, sendo que cada uma destas</p><p>organelas apresenta uma função específica. Por exemplo, RER</p><p>é responsável pela síntese de proteínas, REL pela síntese de</p><p>lipídeos, complexo de Golgi pelo processamento de proteínas</p><p>e lipídeos, síntese de polissacarídeos e transporte vesicular,</p><p>endossomas participam da formação de vesículas e lisossomos</p><p>fazem a digestão intracelular.</p><p>Agora que você já entendeu o que é o sistema de</p><p>endomembranas e a sua importância na célula eucariota,</p><p>vamos falar sobre uma das organelas que compõe este</p><p>sistema: o retículo endoplasmático.</p><p>Retículo Endoplasmático</p><p>Todas as células eucariotas apresentam retículo</p><p>endoplasmático que é constituído por uma rede tridimensional</p><p>de vesículas achatadas, redondas e túbulos que se</p><p>intercomunicam, denominadas de cisternas, que se distribuem</p><p>por todo o citoplasma e que tem como principais funções a</p><p>síntese de proteínas (RER) e de lipídeos (REL). Portanto,</p><p>encontramos dois tipos de distintos de retículo endoplasmático</p><p>nas células eucariotas: o retículo endoplasmático rugoso (RER)</p><p>e o retículo endoplasmático liso (REL).</p><p>Como o retículo endoplasmático é uma organela membranosa,</p><p>sua membrana apresenta duas faces: uma citosólica, voltada</p><p>para o citoplasma e outra luminal, voltada para a luz do</p><p>retículo. Além disso, como outras membranas biológicas, a</p><p>membrana do retículo é assimétrica, ou seja, a composição da</p><p>monocamada luminal é diferente da composição da</p><p>monocamada citosólica, uma vez que lipídeos e proteínas estão</p><p>distribuídos de maneira diferente.</p><p>O RER e o REL apresentam uma importante diferença</p><p>morfológica que só foi possível descobrir com o advento da</p><p>microscopia eletrônica. A face citosólica do RER é recoberta</p><p>por ribossomos, enquanto que a face citosólica do REL não</p><p>apresenta ribossomos.</p><p>Existe uma teoria para explicar a origem do retículo</p><p>endoplasmático segundo a qual este surgiu a partir de</p><p>expansões da carioteca que, por sua vez, se originou de</p><p>invaginações da membrana plasmática. Acredita-se que o REL</p><p>se originou do RER pela perda de ribossomos. Esta teoria tem</p><p>como base o fato da membrana do RER ser contínua à</p><p>carioteca.</p><p>https://cead.uvv.br/saladeaula/course/view.php?id=99§ion=6</p><p>Retículo endoplasmático rugoso e liso.</p><p>Como vimos, o retículo endoplasmático é uma organela</p><p>encontrada em todas as células eucariotas, formando um</p><p>labirinto de túbulos que representam metade das membranas</p><p>de uma célula. O conteúdo das cisternas do retículo</p><p>endoplasmático varia dependendo do tipo, função e estado</p><p>fisiológico de uma célula. Geralmente, o principal produto de</p><p>secreção de uma célula, é o componente mais abundante</p><p>encontrado em seu retículo endoplasmático. Por exemplo, nos</p><p>hepatócitos encontramos lipoproteínas, nos linfócitos</p><p>encontramos anticorpos, nas células β pancreáticas</p><p>encontramos insulina, nas células da glândula suprarrenal</p><p>encontramos hormônios esteroides, entre outras.</p><p>A partir de agora, vamos falar especificamente sobre as</p><p>características e funções de cada tipo de retículo</p><p>endoplasmático: o rugoso (RER) e o liso (REL).</p><p>Retículo Endoplasmático Rugoso (RER)</p><p>ESTRUTURA E FUNÇÃO</p><p>O RER é formado por sáculos achatados dispostos</p><p>paralelamente e interconectadas. Quanto maior a dilatação das</p><p>cisternas, maior é a atividade do RER. Como falamos</p><p>anteriormente, a principal função do RER é a síntese de</p><p>proteínas. Sendo assim, o RER é bastante desenvolvido em</p><p>células que apresentam síntese proteica ativa. As proteínas</p><p>sintetizadas pelo RER podem atuar fora e dentro da célula, ou</p><p>ainda fazer parte da composição de membranas celulares.</p><p>O RER se diferencia morfologicamente do REL pela presença</p><p>de ribossomos aderidos à face citosólica de sua membrana</p><p>fazendo com que o mesmo apresentasse aparência rugosa ou</p><p>granular quando esta estrutura foi visualizada com o auxílio de</p><p>um microscópio eletrônico. Mas o que são e para que servem</p><p>esses ribossomos?</p><p>Os ribossomos são pequenas estruturas celulares</p><p>diretamente responsáveis pela síntese de proteínas. A</p><p>informação necessária para uma proteína ser produzida está</p><p>contida no DNA da célula em sequências de nucleotídeos</p><p>denominadas de gene. Dentro do núcleo da célula eucariota, os</p><p>genes passam por um processo conhecido como transcrição,</p><p>onde a sequência de nucleotídeos do DNA vai ser convertida</p><p>em uma sequência de nucleotídeo de mRNA. Este, por sua vez,</p><p>será exportado para o citoplasma da célula e sua sequência</p><p>de nucleotídeos será utilizada como um código genético que vai</p><p>determinar a sequência de aminoácidos de uma proteína. Ao</p><p>chegar ao citoplasma da célula, o mRNA será reconhecido pelo</p><p>ribossomo e este iniciará a síntese proteica. Desta forma,</p><p>podemos dizer que a síntese de proteínas consiste em unir</p><p>aminoácidos de acordo com a sequência de nucleotídeos</p><p>presentes no mRNA, em um processo conhecido como</p><p>tradução.</p><p>Os ribossomos podem ser encontrados de forma livre no</p><p>citoplasma da célula, mas também podem estar ligados à face</p><p>citosólica do RER. Eles são constituídos por duas subunidades:</p><p>uma maior e uma menor. Então fica a dúvida: todas as</p><p>proteínas das células são sintetizadas pelos ribossomos que</p><p>se encontram ligados ao RER?</p><p>A resposta para a pergunta anterior é não! Existem proteínas</p><p>que são sintetizadas por ribossomos que se encontram livres</p><p>no citoplasma, mas também existem proteínas que são</p><p>sintetizadas por ribossomos que se encontram aderidos à</p><p>face citosólica da membrana do RER. Como acabamos de ver,</p><p>todos o mRNA transcritos no núcleo são exportados para o</p><p>citoplasma onde são reconhecidos por ribossomos citosólicos</p><p>(livres no citoplasma). Proteínas que permanecerão solúveis no</p><p>citoplasma ou que serão direcionadas para organelas como</p><p>núcleo, mitocôndria e peroxissomos são, geralmente,</p><p>sintetizadas por ribossomos livres. Já proteínas que farão</p><p>parte da composição de membranas celulares (plasmática,</p><p>retículo e complexo de Golgi), assim como proteínas que serão</p><p>secretadas pela célula ou armazenadas nos lisossomos são,</p><p>geralmente, sintetizadas por ribossomos aderidos à</p><p>membrana plasmática. Portanto, um fator importante na</p><p>determinação da localização intracelular da síntese proteica é</p><p>o destino da proteína que será sintetizada.</p><p>Existe alguma diferença estrutural entre os ribossomos livres</p><p>no citoplasma e os aderidos à membrana do RER? Não!</p><p>Estruturalmente todos os ribossomos da célula são iguais. Mas</p><p>então como que a célula sabe o local em que uma proteína</p><p>será sintetizada? O que define se a síntese de proteínas vai</p><p>ocorrer livre no citoplasma ou associada ao RER é uma</p><p>sequência sinal. Quando o mRNA chega ao citoplasma e é</p><p>reconhecido pelo ribossomo, este inicia o processo de</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_biocel_top5_img03-768x459.jpg</p><p>tradução, fazendo a ligação de aminoácidos com base na</p><p>informação genética contida no mRNA. Quando a proteína que</p><p>está sendo sintetizada precisa passar pelo RER, em seu código</p><p>existe uma sequência hidrofóbica de aproximadamente 20</p><p>aminoácidos na extremidade N-terminal que constitui um sinal</p><p>e, por isso, é denominada de sequência sinal. Esta sequência</p><p>consiste na primeira parte da proteína sintetizada e a</p><p>direciona o ribossomo para a membrana do RER.</p><p>Todos os ribossomos que se encontram associados à</p><p>membrana do RER já iniciaram a síntese proteica no</p><p>citoplasma. Assim, são denominados de polirribossomos, pois</p><p>consistem em ribossomos que iniciaram a tradução do mRNA.</p><p>Quando a sequência sinal é sintetizada, uma proteína</p><p>citoplasmática, chamada partícula reconhecedora do sinal</p><p>(PRS), se liga à sequência sinal para sinalizar que esta é uma</p><p>proteína cuja síntese deverá ocorrer associada ao RER.</p><p>Na membrana do RER existe um receptor para a PRS. Assim,</p><p>quando a PRS se liga na sequência sinal, a síntese proteica é</p><p>interrompida e o ribossomo (junto com a sequência sinal) é</p><p>direcionado para a membrana do RER, onde se liga ao receptor</p><p>de PRS.</p><p>Considerando que uma proteína não é capaz de atravessar</p><p>diretamente a bicamada lipídica, após se ligar ao receptor de</p><p>PRS na membrana do RER, a cadeia polipeptídica é transferida</p><p>para dentro do RER passando por um tipo de poro através da</p><p>membrana, denominado canal de translocação ou translocon.</p><p>Desta forma, o ribossomo continua a síntese da proteína de</p><p>forma que esta atravesse a membrana e adentre a luz do</p><p>RER. Ao final da síntese, a sequência sinal é clivada pela ação</p><p>de uma enzima associada ao translocon, denominada peptidase</p><p>sinal, e o peptídeo é transferido à luz do RER. Sendo assim, a</p><p>sequência sinal não é encontrada na proteína madura, uma</p><p>vez que foi clivada durante sua síntese do RER.</p><p>Até este momento, vimos como são sintetizadas proteínas</p><p>que devem ficar solúveis na luz do RER. Resumidamente, o</p><p>transporte de proteínas para o lúmen do RER ocorre</p><p>enquanto ela ainda está sendo sintetizada pelo ribossomo,</p><p>portanto enquanto a proteína está ligada ao ribossomo. Para</p><p>que o ribossomo seja direcionado para a membrana do RER, a</p><p>PRS se liga ao peptídeo sinal. Na membrana do RER existe um</p><p>receptor de PRS que se encontra intimamente ligado ao</p><p>translocon. Quando a PRS se liga em seu receptor na</p><p>membrana do RER, o translocon se abre permitindo a</p><p>transferência do peptídeo sinal e, consequentemente, da</p><p>cadeia polipeptídica nascente para o lúmen do RER. À medida</p><p>que novos aminoácidos são adicionados à sequência da proteína</p><p>nascente, o peptídeo sinal é clivado pela ação da peptidase</p><p>sinal e rapidamente degradado dentro do RER. Quando o</p><p>ribossomo termina de traduzir a sequência do mRNA em uma</p><p>sequência de aminoácidos, ele libera a cadeia polipeptídica no</p><p>lúmen do RER, o translocon se fecha e o ribossomo se solta</p><p>da membrana do RER voltando a fazer parte do estoque</p><p>citoplasmático de ribossomos da célula.</p><p>Além das proteínas solúveis, que atravessam a membrana e</p><p>ficam livres na luz do RER, existem também proteínas</p><p>integrais da membrana do RER que são sintetizadas por</p><p>ribossomos aderidos à membrana desta organela. Toda</p><p>proteína transmembrana possui sequências r icas em</p><p>aminoácidos hidrofóbicos, uma vez que, por serem proteínas</p><p>integrais, elas apresentam segmentos que atravessam toda a</p><p>bicamada lipídica. Da mesma forma que as proteínas solúveis,</p><p>as proteínas integrais de membrana começam a ser</p><p>sintetizadas por ribossomos livres no citoplasma, mas uma</p><p>sequência sinal direciona o ribossomo para a membrana do</p><p>RER. A diferença é que quando uma proteína é integral da</p><p>membrana, ela possui outros dois tipos de sequência internas,</p><p>conhecidas como sequência-âncora de finalização de</p><p>transferência e sequência de sinal de ancoragem. Estas duas</p><p>sequências hidrofóbicas representam segmentos que cruzam</p><p>a membrana do RER em uma proteína integral de membrana</p><p>madura.</p><p>A sequência sinal sinaliza a transferência da cadeia</p><p>polipeptídica nascente para a luz do RER, entretanto quando</p><p>os aminoácidos que compõem a sequência-âncora de</p><p>finalização da transferência são ligados à cadeia polipeptídica</p><p>nascente, a transferência da proteína no canal é</p><p>interrompida, uma vez que esta sequência, formada por</p><p>aminoácidos hidrofóbicos, será um domínio transmembrana da</p><p>proteína que está sendo sintetizada. Neste momento, o</p><p>translocon se abre e o segmento transmembrana que acabou</p><p>de ser sintetizado se desloca lateralmente na bicamada lipídica</p><p>deixando o translocon que se fecha novamente para que a</p><p>síntese proteica seja finalizada. Exemplos destes tipos de</p><p>proteína integral de membrana são o receptor de insulina, o</p><p>receptor de hormônio do crescimento e o receptor de LDL.</p><p>Já as proteínas que apresentam sequência sinal de ancoragem</p><p>não possuem sequência sinal, uma vez que a sequência sinal</p><p>de ancoragem funciona tanto como sequência sinal, que</p><p>direciona o ribossomo para o RER, como uma sequência de</p><p>ancoragem que ancora a proteína na membrana do RER.</p><p>Exemplos deste tipo de proteína integral de membrana são o</p><p>citocromo P450 e o receptor de transferrina.</p><p>As proteínas que passam pelo RER, geralmente, são</p><p>processadas podendo sofrer quatro tipos diferentes de</p><p>modificações:</p><p>I. Glicosilação</p><p>II. Formação de pontes dissulfeto</p><p>III. Dobramento e montagem de subunidades</p><p>IV. Clivagens proteolíticas específicas</p><p>Resumidamente, a função destes processos é promover o</p><p>correto dobramento da proteína, permitindo que a proteína</p><p>passe da estrutura primária para secundária, terciária e</p><p>quaternária, assim como deixar a proteína estruturalmente</p><p>mais estável para que não seja degradada durante o processo</p><p>de exportação para o meio extracelular. Além disso, a adição</p><p>de glicídeos (carboidratos) à proteína, conhecida como</p><p>glicosilação, permite que a célula sintetize uma variedade muito</p><p>grande de glicoproteínas que serão utilizadas nos processos</p><p>de comunicação celular.</p><p>Agora que vimos como as proteínas são sintetizadas no RER,</p><p>vamos falar um pouco sobre células especializadas na</p><p>produção de proteínas?</p><p>CÉLULAS ESPECIALIZADAS EM PRODUÇÃO PROTEÍNAS</p><p>No nosso organismo existem muitas células especializadas na</p><p>síntese de proteínas. Por exemplo, as células acinares, os</p><p>plasmócitos, os fibroblastos, entre outras. Como vimos</p><p>anteriormente, nestas células, o RER apresenta-se bastante</p><p>desenvolvido, uma vez que este é o local de produção destas</p><p>proteínas.</p><p>As células acinosas são as células secretoras encontradas em</p><p>diferentes órgãos do corpo humano. No pâncreas, as células</p><p>acinosas são aquelas que produzem e secretam enzimas</p><p>digestivas (suco pancreático) no interior do intestino auxiliando</p><p>na digestão de alimentos para posterior absorção. Estas</p><p>células apresentam forma piramidal, sendo que grande parte</p><p>de seu citoplasma é preenchido por RER. O RER sintetiza as</p><p>enzimas que são, posteriormente, armazenadas em vesículas</p><p>de secreção, denominadas grânulos de zimogênio, para serem</p><p>secretadas dentro do intestino delgado.</p><p>Os plasmócitos são células especializadas na produção de</p><p>anticorpos (imunoglobulinas) que são moléculas formadas por</p><p>proteínas do tipo globulina e que têm como função atuar na</p><p>defesa do organismo contra patógenos. Nos plasmócitos, as</p><p>globulinas são sintetizadas por polirribossomos aderidos ao</p><p>RER, sendo assim, nestas células, o RER é bastante</p><p>desenvolvido. Quando visualizados ao microscópio, os</p><p>plasmócitos apresentam forma ovóide com núcleo</p><p>ligeiramente deslocado.</p><p>Retículo Endoplasmático Agranular (LISO)</p><p>ESTRUTURA</p><p>O retículo endoplasmático liso (REL) também é chamado de</p><p>agranular, porque não possui o granulo chamado ribossomo</p><p>aderido a membrana sobre o lado citosólico, diferenciando</p><p>assim do reticulo endoplasmático rugoso (RER) estudado no</p><p>item 3. A sua membrana dá continuidade à membrana do RER.</p><p>O REL é formado por uma rede de túbulos cilíndricos</p><p>interligados e, como já dissemos, sem a presença dos</p><p>ribossomos aderidos à membrana. O volume e a distribuição</p><p>espacial do REL variam nos diferentes tipos de células, de</p><p>acordo com as diversas funções de cada tipo de célula</p><p>presente no organismo. Mas, quais seriam essas funções?</p><p>De uma forma geral, o REL possui várias funções tais como,</p><p>síntese de lipídios e hormônios esteroides, desintoxicação com</p><p>a transformação de compostos tóxicos lipossolúveis ou</p><p>insolúveis em compostos hidrossolúveis, armazenamento do</p><p>mineral cálcio nas células do músculo estriado.</p><p>Então vamos ver com mais detalhes as funções do REL nas</p><p>diversas células do organismo no item a seguir.</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/08/aula_biocel_top5_img08-768x715.png</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_biocel_top5_img09-768x488.jpg</p><p>CÉLULAS ESPECIALIZADAS E AS FUNÇÕES DO REL</p><p>Você lembra que no módulo 2 estudamos sobre a membrana</p><p>plasmática? Lembra que ela é formada por proteínas e lipídios</p><p>nas células animais? Então, onde são sintetizados os</p><p>fosfolipídios, glicolipídios e colesterol que são os principais</p><p>lipídios constituintes da membrana plasmática? Se você está</p><p>pensando: no REL, acertou!</p><p>O REL tem como principal função a síntese e transporte de</p><p>lipídios. É na face citosólica da membrana do REL que ocorre</p><p>a segunda fase da síntese dos fosfolipídeos. A primeira fase</p><p>ocorre no citosol onde dois ácidos graxos da CoAs acil graxas</p><p>são ligados a um glicerolfosfato formando ácido fosfatídico.</p><p>Na segunda fase, quando o ácido fosfatídico é ancorado na</p><p>membrana do REL, uma fosfatase o converte em</p><p>diacilglecerol. Um grupo apical polar é transferido da citos ina</p><p>difosfocolina ao grupo hidroxila formando os fosfolipídios. O</p><p>movimento dos fosfolipídeos da face citosólica para face</p><p>interna (exoplasmática) é mediada pelas proteínas flipases</p><p>permitindo, deste modo, um crescimento uniforme da</p><p>membrana. São esses fosfolipídios que serão utilizados na</p><p>formação de todas as membranas que compõem a célula.</p><p>O colesterol, principal esterol em células animais, é sintetizado</p><p>principalmente no fígado. Ele é sintetizado por enzimas</p><p>presentes no citosol e na membrana citosólica do REL. A</p><p>partir do precursor acetil-CoA ocorrem várias reações</p><p>bioquímicas tendo como produto final o colesterol. Ele será</p><p>enviado posteriormente para as membranas celulares e das</p><p>organelas e ainda será aproveitado para outras reações que</p><p>ocorrem no REL como, por exemplo, a formação de ácidos</p><p>biliares no fígado e os hormônios esteroides produzidos nos</p><p>espermatozoides, ovários e nas suprarrenais.</p><p>O colesterol e os fosfolipídios são transportados do REL para</p><p>a próxima organela, que é o complexo de golgi (será estudada</p><p>no próximo módulo), por meio de vesículas que “brotam” dele</p><p>para depois ser distribuído por toda a célula.</p><p>A biossíntese de hormônios esteroides tem como precursor</p><p>o colesterol produzido nas membranas do REL. Estes</p><p>hormônios são sintetizados nas gônadas e no córtex da</p><p>glândula adrenal. Na síntese desses hormônios tem a</p><p>participação da organela mitocôndria (já estudada no módulo</p><p>4) e as membranas do REL. Logo, o colesterol produzido pelo</p><p>REL é carregado pelas proteínas transportadoras para as</p><p>membranas mitocondriais onde vai sofrer hidroxilação e</p><p>clivagem lateral por meio da cadeia transportadora de</p><p>elétrons do citocromo P450, formando assim a pregnenolona.</p><p>Esta é transportada para membrana do REL onde ocorrem</p><p>novas hidroxilações e isomerização originando a progesterona,</p><p>e esta vai formar, por exemplo, aldosterona, que é um</p><p>mineralcorticoide, cortisol que é um glicocorticoide, e</p><p>andrógenos e estrogênios que são os hormônios sexuais. Os</p><p>mineralcorticoides, responsáveis pelo controle da reabsorção</p><p>de íons inorgânicos pelos rins, e os glicocorticoides, que</p><p>auxiliam na regulação da gliconeogênese e na redução da</p><p>resposta inflamatória, são hormônios sintetizados na glândula</p><p>adrenal. Já os andrógenos, a progesterona e os estrogênios</p><p>são hormônios sexuais produzidos nos testículos, ovários e</p><p>placenta.</p><p>O REL é bem desenvolvido nas células do fígado (hepatócitos),</p><p>órgão este que, dentre outras funções, atua no glicogenólise,</p><p>ou seja, na quebra do glicogênio em glicose, processo este</p><p>importantíssimo para manutenção do nível de glicose no</p><p>sangue (glicemia). Esta glicose vai ser utilizada para produção</p><p>de energia pela célula (reveja, no módulo 4, essa produção de</p><p>energia realizada pela mitocôndria). Nas membranas do REL</p><p>há a enzima glicose-6-fosfatase que vai atuar na</p><p>transformação de glicogênio em glicose. Ela vai remover o</p><p>grupo fosfato presente nas glicoses, tornando-as assim</p><p>possíveis de realizar a passagem do meio intracelular para a</p><p>corrente sanguínea e, assim, fornecer esse monossacarídeo</p><p>para as células do organismo.</p><p>Armazenamento e liberação da glicose</p><p>O fígado é o órgão responsável pelo processo de</p><p>desintoxicação e neutralização de toxinas, tais como o álcool,</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_biocel_top5_img11-768x413.jpg</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/08/aula_biocel_top5_img13v2-768x518.jpg</p><p>medicamentos, drogas psicotrópicas, herbicidas,</p><p>conservantes e corantes alimentares. Neste processo</p><p>realizado pelo REL dos hepatócitos, as substâncias tóxicas</p><p>(hidrofóbicas) sofrem modificações na sua estrutura, e são</p><p>transformadas em substância mais solúveis em água,</p><p>facilitando, assim, sua eliminação do organismo, principalmente</p><p>pela via renal. Na membrana do REL há um complexo</p><p>enzimático conhecido como citocromo P450 (CYP) que atua</p><p>nos processos de acetilação, conjugação, metilação e oxidação,</p><p>tornando as substâncias tóxicas em inócuas. Estudos mostram</p><p>que o consumo constante de substânc ias tóxica, por exemplo,</p><p>de drogas (sedativos e barbitúricos) promovem uma</p><p>proliferação na quantidade de REL e suas enzimas associadas</p><p>a desintoxicação nas células hepáticas aumentando a taxa de</p><p>desintoxicação, o que acaba levando as pessoas a aumentar a</p><p>tolerância as drogas, e para que elas possam ter o efeito</p><p>desejado precisam, cada vez mais, ingerir maiores quantidade.</p><p>Além disso, o aumento de tolerância a uma droga pode causar</p><p>tolerância a outras como, por exemplo, certos antibióticos.</p><p>Além do fígado, o pulmão, os rins, a pele, o cérebro e o</p><p>intestino realizam destoxificação celular mediada pelo</p><p>citocromo P450, mas o fígado é o principal local de</p><p>destoxificação.</p><p>O REL nas células musculares recebe o nome de retículo</p><p>sarcoplasmático e nele a rede de túbulos é longitudinal e cobre</p><p>as miofilamentos (actina e miosina). O retículo sarcoplasmático</p><p>tem como função armazenar, em seu interior, o cálcio (Ca +2)</p><p>que participa da contração muscular. Quando a célula muscular</p><p>está relaxada, a quantidade de cálcio no citoplasma é baixa,</p><p>porém quando ela recebe um impulso elétrico ocorrem</p><p>alterações na permeabilidade da membrana do retículo e o</p><p>cálcio, que está dentro do retículo sarcoplasmático, é liberado</p><p>para o citoplasma. No citoplasma, o cálcio se liga a troponina,</p><p>que remove a tropomiosina do sítio de ligação da actina com a</p><p>miosina (lembra-se desses nomes)? Vimos no módulo 3,</p><p>permitindo, assim, a contração dos miofilamentos. Quando</p><p>cessa o estímulo, o excesso de cálcio retorna para o interior</p><p>do reticulo por um processo ativo. Hoje em dia, fala-se tanto</p><p>em reciclagem e reutilização, e as células já fazem isso há</p><p>muito tempo.</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/09/aula_biocel_top5_img14-768x900.jpg</p><p>https://cead.uvv.br/conteudo/wp-content/uploads/2018/08/aula_biocel_top5_img15.png</p>